UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PSICOMOTRICIDADE
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
KÁTIA DA COSTA PEREIRA
PROF. ORIENTADORA FABIANE MUNIZ DA SILVA
NITERÓI
2005
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PSICOMOTRICIDADE
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
KÁTIA DA COSTA PEREIRA
Monografia apresentada a
Universidade Candido Mendes, ao
projeto A vez do mestre como
requisito parcial para a conclusão
do curso de pós graduação “lato
sensu”, com especialização em
psicomotricidade, sob orientação
da prof. Fabiane Muniz da Silva.
3
Agradeço em primeiro lugar à Deus que me
formou e me deu vida e capacidade para chegar
até aqui.
À prof ª. Fátima Alves pela ajuda na construção
do tema desta pesquisa científica.
À prima Rônia por ter me suportado durante a
criação deste trabalho.
À toda a minha família pelo incentivo, auxílio nos
momentos difíceis, palavras de ânimo, conselhos
para nunca desistir dos meus sonhos.
E à todos que direta ou indiretamente
participaram para que essa pesquisa se tornasse
concreta.
4
Dedico este trabalho à minha família, meus pais
Maria José e Moacyr, meus irmãos Cláudia
Regina e Cláudio Henrique, meus lindos
sobrinhos Levi e Josué e ao meu cunhado
Reginaldo. Mãe e Pai à vocês que por muitas
vezes abdicaram de seus sonhos para que os meus
pudessem ser realizados. À vocês o meu muito
obrigada por tudo. Amo muito todos vocês!!!
5
“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te
apoie no teu próprio entendimento. Lembre-se de
Deus em tudo o que fizer, e Ele lhe mostrará o
caminho certo”. ( Provérbios 3: 5, 6 )
6
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo demonstrar a importância da
psicomotricidade nas aulas de educação física na educação infantil.
Quando se trabalha educação física com crianças na educação infantil, é de
fundamental importância o conhecimento e aplicação da psicomotricidade, pois
quando falamos em movimento, falamos principalmente da psicomotricidade, o qual
é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana, trabalhando
diretamente no desenvolvimento do movimento infantil e sua aprendizagem.
A psicomotricidade ciência que tem por objeto o estudo do homem através do
seu corpo em movimento nas suas relações com seu mundo interno e externo.
A importância da psicomotricidade nas aulas de educação física na educação
infantil proposto neste trabalho mostra-se pela interação das mesmas no processo de
desenvolvimento da criança, desenvolvendo assim a criança da educação infantil
integralmente.
7
METODOLOGIA
A pesquisa científica que será feita nesse estudo constará unicamente de
revisão literária. Serão utilizados livros e artigos científicos de psicomotricidade,
psicologia, educação física e pedagogia, a fim de embasar cientificamente o tema
proposto.
Os seguintes autores serão utilizados, inicialmente, como referências dos
objetivos proposto:
Alves (2003) e Mello (1987) apresenta uma extensa literatura a respeito da
psicomotricidade, descrevendo campos de atuação da psicomotricidade e funções
psicomotoras.
Borges (1998) e Biaggio (2000) apresenta uma literatura baseada no
desenvolvimento proporcionando um melhor entendimento do desenvolvimento
motor e cognitivo da criança.
Barros e Barros (1972) e Barros Neto (1997) descrevem a educação física.
Alves (2004) e Le Boulch (1992) descrevem amplamente a importância da
psicomotricidade nas aulas de educação física na educação infantil.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I 11
PSICOMOTRICIDADE 12
CAPÍTULO II 19
DESENVOLVIMENTO 20
CAPÍTULO III 32
IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL 33
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA 43
ÍNDICE 45
9
INTRODUÇÃO
A psicomotricidade é uma ciência que tem por objeto o estudo do homem
através do seu corpo em movimento nas suas relações com seu mundo interno e
externo.
Em sua prática, a psicomotricidade empenha-se em superar essa oposição: o
homem é o seu corpo – mostra-nos ela – e não o homem e seu corpo. O homem é,
antes de tudo, um ser falante e, ao denominar-se, ele fala de seu corpo: eis o que o
caracteriza. Em contrapartida, seu corpo fala por ele, até mesmo à sua revelia , por
vezes.
A psicomotricidade tem o objetivo de desenvolver esse aspecto comunicativo
do corpo, o que eqüivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo, de
economizar sua energia, de pensar seus gestos a fim de aumentar-lhes a eficácia e a
estética, de aperfeiçoar o seu equilíbrio; e também desenvolver as possibilidades
motoras e criativas do ser humano em sua globalidade, partindo do seu corpo,
levando a centralizar sua atividade e a procura do movimento e do ato, incluindo
tudo o que deriva dela própria: disfunções, patologias, educação, aprendizagem e
outros.
Quando se trabalha educação física com crianças na educação infantil, é de
fundamental importância o conhecimento e aplicação da psicomotricidade, pois
quando falamos em movimento, falamos principalmente da psicomotricidade, o qual
é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana, trabalhando
diretamente no desenvolvimento do movimento infantil e sua aprendizagem. Mostrar
a relação da educação física com a psicomotricidade, como elas interagem e atuam
no cotidiano da criança, e em algumas das diferentes propostas de atividades que
podem ser aplicadas nas aulas de educação física como: ginástica, dança, jogos e
esportes, contribuindo no comunicar, no pensar, no sentir e no agir da criança. A
psicomotricidade nas aulas de educação física deve associar o corpo, a emoção, a
consciência, a busca do prazer, fazendo o aluno sentir-se bem com seu corpo no
10
tempo e no espaço, onde este corpo conseguirá interferir na ordem estabelecida. A
partir do momento em que se apresenta como expressão de individualidade e, ao
mesmo tempo, coletividade, em que se relaciona com o outro, respeitando-o e sendo
respeitado, com espaço de liberdade e possibilidade de expressão.
O objetivo desta pesquisa científica é mostrar a importância da
psicomotricidade nas aulas de educação física na educação infantil .
Esta pesquisa constará unicamente de abordagem teórica do tema, através de
referências bibliográficas, baseada em livros e artigos científicos de
psicomotricidade, psicologia, educação física e pedagogia, a fim de embasar
cientificamente o tema proposto.
Este trabalho terá três capítulos, onde o primeiro tratará da psicomotricidade,
o segundo abordará o desenvolvimento e o terceiro descreverá a educação física
escolar, a criança na fase da educação infantil, a psicomotricidade na educação
infantil e a importância da junção psicomotricidade, educação física e educação
infantil.
11
CAPÍTULO I
PSICOMOTRICIDADE
12
PSICOMOTRICIDADE
A origem da psicomotricidade remonta à Antigüidade. Faz referências à
concepção de Aristóteles (384-322 a.C.) sobre o dualismo corpo-alma: “uma certa
quantidade de matéria (seu corpo), moldado numa forma (sua alma)”. Um outro
marco significativo, deu-se com Maine de Biran (1766-1824), a ação assumia
importância na consciência que o indivíduo tem de si e do mundo exterior, colocando
o movimento como um componente essencial na estruturação psicológica do eu.
Mas, pelo fato de se ter definido segundo a concepção que o homem tem de seu
corpo, sua história ganha raízes nas origens da humanidade consciente. A história da
psicomotricidade nasce com a história do corpo, um longo percurso marcado às
vezes por cortes revolucionários e reformulações decisivas, que vieram culminar em
nossas modernas concepções e permitem compreendê-las. (Coste, 1992; Mello,
1987)
No decorrer do ano de 1900, Wernick emprega pela primeira vez o termo
composto psicomotricidade e Dupré, em 1907. Posteriormente, inúmeros outros
pesquisadores realizaram importantes estudos que se refletem até os momentos atuais
no âmbito da Psicomotricidade. (Mello, 1987)
A psicomotricidade foi evoluindo, começou por estudar o desenvolvimento
motor, depois a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o atraso
intelectual da criança, mais tarde o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões
em função da idade, para atualmente, estudar também as ligações com a lateralidade,
com a estruturação espacial e a orientação temporal e as relações das dificuldades de
aprendizagem escolares de crianças de inteligência normal. (De Meur & Staes, 1989)
A psicomotricidade é uma ciência que tem por objeto o estudo do homem
através do seu corpo em movimento nas suas relações com seu mundo interno e
externo. (Alves, 2003)
13
A psicomotricidade destaca a relação existente entre a motricidade, a mente e
a afetividade e procura facilitar a abordagem global da criança por meio de uma
técnica. Ela também trata da relação entre o homem, seu corpo e o meio físico e
sociocultural no qual convive. (Mello, 1987)
Em sua prática, a psicomotricidade empenha-se em superar essa oposição: o
homem é o seu corpo – mostra-nos ela – e não o homem e seu corpo. O homem é,
antes de tudo, um ser falante e, ao denominar-se, ele fala de seu corpo: eis o que o
caracteriza. Em contrapartida, seu corpo fala por ele, até mesmo à sua revelia , por
vezes. (Coste, 1992)
O objetivo da psicomotricidade é desenvolver esse aspecto comunicativo do
corpo, o que eqüivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo, de
economizar sua energia, de pensar seus gestos a fim de aumentar-lhes a eficácia e a
estética, de aperfeiçoar o seu equilíbrio; e também desenvolver as possibilidades
motoras e criativas do ser humano em sua globalidade, partindo do seu corpo,
levando a centralizar sua atividade e a procura do movimento e do ato, incluindo
tudo o que deriva dela própria: disfunções, patologias, educação, aprendizagem e
outros. (Alves, 2004; Coste, 1992)
A psicomotricidade deve ser compreendida em sua integridade, partindo de
fenômenos que envolvem o desejar e o querer, já que ela consiste na unidade
dinâmica das atividades, dos gestos, das atitudes e posturas, enquanto sistema
expressivo, realizador e representativo do ser em ação e da coexistência com outrem.
(Alves, 2004)
O corpo está presente em todas as situações e é solicitado a agir com destreza
em todos os momentos. É através do movimento, que o homem participa do mundo,
e através dele manifesta a própria intencionalidade. O ato motor não é somente uma
sucessão de impulsos psicológicos, mas sim o modo de o indivíduo colocar-se em
relação com o mundo externo, possibilitando assim a expressão de uma imagem
mental. (ibid.)
14
Sendo assim, a psicomotricidade, como toda ciência, corresponde a um
objetivo de estudo próprio, do qual retira sua unidade e especificação, isto é, o corpo
e a sua expressão dinâmica, fundamentada em três conhecimentos básicos:
O movimento, que segundo os conhecimentos atuais, ultrapassa o ato
mecânico e o próprio indivíduo, sendo à base das posturas e posicionamentos diante
da vida;
O intelectivo, que encerra a gênese e todas as qualidades da inteligência do
pensamento humano, seu desenvolvimento depende do movimento para se
estabelecer, desenvolver e operar.
O afeto, que é a própria pulsão interna do indivíduo, que matiza a motivação
e envolve todas as relações do sujeito com os outros, com o meio e consigo mesmo.
(Alves, 2004)
1.1. Conceitos e Definições
A psicomotricidade é uma ciência que tem por objeto o estudo do homem
através do seu corpo em movimento nas suas relações com seu mundo interno e
externo. (Alves, 2003)
A psicomotricidade consiste na unidade dinâmica das atividades, dos gestos,
das atitudes e posturas, enquanto sistema expressivo, realizador e representativo do
“ser - em – ação” e da “coexistência “com outrem”. (Chazaud, 1976)
Segundo Núñes e Vidal (1994) a psicomotricidade é a técnica ou conjunto de
técnicas que tendem a interferir no ato intencional significativo, para o estimular ou
modificar, usando como mediadores a atividade corporal e sua expressão simbólica,
com o objetivo, de aumentar a capacidade de interação do sujeito com o ambiente.
15
Berruezo (1995, citado por Pantiga, 2002) propõe que psicomotricidade é um
foco da intervenção educacional ou terapia cujo objetivo é o desenvolvimento da
capacidade motora, expressiva e criativa a partir do corpo, o que o leva a centrar a
sua atividade e a interessar-se pelo movimento e o ato, que é derivado de disfunções,
patologias, excitação (estímulos), aprendizagem, etc.
Para Muniáin (1997, citado por Pantiga, 2002) psicomotricidade é uma
disciplina educativa/reeducativa/terapêutica. Concebeu como diálogo que considera
o ser humano como uma unidade psicossomática e que atua sobre a sua totalidade
por meio do corpo e do movimento no ambiente, por meio de métodos ativos de
mediação principalmente corporal, com o propósito de contribuir para o seu
desenvolvimento integrante.
De Lièvre e Staes (1989, citados por Núñes e Vidal, 1994) definem
psicomotricidade como a posição global do sujeito. Pode ser entendida como a
função do ser humano que sintetiza psiquismo e motricidade com o propósito de
permitir ao indivíduo adaptar-se de maneira flexível e harmoniosa ao meio que o
cerca. Pode ser entendida como um olhar globalizado que percebe a relação entre a
motricidade e o psiquismo como entre o indivíduo global e o mundo externo. Pode
ser entendida como uma técnica cuja organização de atividades possibilite à pessoa
conhecer de uma maneira concreta o seu ser e o seu ambiente de imediato para atuar
de uma maneira adaptada.
1.2. Campos de atuação da psicomotricidade
A psicomotricidade tem três campos de atuação, reeducação psicomotora,
terapia psicomotora e educação psicomotora.
1. Reeducação psicomotora: Ocupa-se do atendimento individual ou em
pequenos grupos, de crianças, adolescentes e adultos, portadores de
sintomas de ordem psicomotora, como por exemplo: debilidade motora,
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atraso e instabilidade psicomotora, dispraxias, distúrbios do tônus da
postura, do equilíbrio e da coordenação, e deficiências perceptivo-
motoras. Os distúrbios psicomotores muitas vezes não se apresentam
sozinhos, mas num contexto global, onde problemas de nível mental,
problemas psiquiátricos e neurológicos, podem estar presentes. E
determinados sintomas desencadeiam outros distúrbios secundários,
caracterizados como relacionais e afetivos. (Mello, 1987)
2. Terapia psicomotora: É indicada especialmente às crianças com grandes
perturbações e cuja adaptação é de ordem patológica. (Le Boulch, 1992)
3. Educação psicomotora: Dirigida às crianças consideradas “normais”, atua
como parte integrante da educação básica durante a educação infantil. A
educação psicomotora é uma atividade através do movimento, visando um
desenvolvimento de capacidades básicas - sensoriais, perceptivas e
motoras -, propiciando uma organização adequada de atitudes adaptativas,
atuando como agente profilático de distúrbios da aprendizagem. (Mello,
1987)
1.3. Funções psicomotoras
Em psicomotricidade existem dez funções psicomotoras:
1. Esquema corporal: É a representação que cada um faz de si mesmo e que
lhe permite orientar-se no espaço. Baseada em vários dados sensoriais
proprioceptivos e exterioceptivos, esta representação esquematizada é
necessária à vida normal e fica prejudicada por lesões do lobo parietal. É
a consciência do próprio corpo, de suas partes, das suas posturas e
atitudes, tanto em repouso como em movimento.
A criança deve ser estimulada a tomar consciência do próprio corpo, em
diferentes posições. O domínio corporal é o primeiro elemento de
domínio do comportamento. O esquema corporal é um elemento básico
17
indispensável para a formação da personalidade da criança. É a
representação, a imagem, a percepção do próprio corpo. As primeiras
descobertas do eu são feitas pelas crianças, em seu próprio corpo. As
sensações, o toque em si mesmo são importantes. (Alves, 2004; Alves;
2003)
2. Tônus da postura: É uma tensão dos músculos, pela qual as posições
relativas das diversas partes do corpo são corretamente mantidas e que se
opõe às modificações passivas dessas posições. Ë uma atividade primitiva
e permanente do músculo. O tônus prepara e guia gestos, expressa ao
mesmo tempo a satisfação ou mal estar do sujeito, não é apenas o alcance
do gesto mas o próprio gesto vivido. (Alves, 2004)
3. Dissociação de movimentos: É a capacidade de individualizar os
segmentos corporais que tomam parte na execução de um gesto
intencional. (Mello, 1987)
4. Coordenação motora ampla: É definida como a colocação em ação
simultânea de grupos musculares diferentes, com vistas à execução de
movimentos amplos e voluntários mais ou menos complexos, envolvendo
principalmente o trabalho de membros inferiores, superiores e do tronco.
(Alves, 2003)
5. Coordenação motora fina: É uma coordenação segmentar, normalmente
com a utilização das mãos exigindo das mãos exigindo precisão nos
movimentos para a realização das tarefas complexas, utilizando também
os pequenos grupos musculares. (Borges, 1998)
6. Organização espacial e temporal: Organização espacial é a capacidade de
orientar-se diante de um espaço físico e de perceber a relação de
proximidade de coisas entre si. Refere-se às relações de perto, longe, em
cima, embaixo, dentro, fora etc. A organização temporal corresponde à
capacidade de relacionar ações a uma determinada dimensão de tempo,
18
onde sucessões de acontecimentos e de intervalo de tempo são
fundamentais. (Alves, 2004; Alves, 2003)
7. Ritmo: Tratando-se de movimento, o ritmo é a ordenação específica,
característica e temporal de um ato motor. Complementando, afirmam que
esta ordenação temporal refere-se a processos parciais interligados no ato
motor. Há uma estreita ligação entre ritmo e organização espacial e
temporal. (Borges, 1998)
8. Lateralidade: É a capacidade de se vivenciar as noções de direita e
esquerda sobre o mundo exterior, independentemente da sua própria
situação física. Difere, portanto, do conceito de dominância lateral, que
significa o predomínio ocular, auditivo e sensório-motor de um dos
membros superiores ou inferiores, que deve ocorrer em todas as pessoas, e
é determinada por uma carga inata e por influências de ordem social.
(Mello, 1987)
9. Equilíbrio: É a capacidade de manter-se sobre uma base reduzida de
sustentação do corpo, através de uma combinação adequada de ações
musculares e sob influência de forças externas. Resumindo, é a
capacidade para assumir e sustentar qualquer posição do corpo contra a lei
da gravidade. (Borges, 1998)
10. Relaxamento total, diferencial e segmentar: Relaxamento é o fenômeno
neuromuscular resultante de uma redução de tensão da musculatura
esquelética. O estado de relaxamento total envolve todo o corpo e está
diretamente vinculado a processos psicológicos, onde o trabalho mental é
determinante no alcance da redução da tensão muscular. O relaxamento
diferencial responde pela descontração de grupos musculares que não são
necessários à execução de determinado ato motor específico. E o
relaxamento segmentar é o relaxamento alcançado em partes do corpo.
(Mello, 1987)
19
CAPÍTULO II
DESENVOLVIMENTO
20
DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento é um processo ordenado, regular e contínuo que envolve
todas as áreas do organismo e da personalidade. Ele é contínuo, porque a criança se
desenvolve de maneira contínua desde os primeiros dias de vida. Crescimento em
altura e peso, desenvolvimento intelectual e afetivo dependem de influências
comuns. (Alves, 2003)
A evolução da criança não se realiza de um modo regular e progressivo, mas
um pouco como a evolução histórica de toda a humanidade, por “saltos qualitativos”
que se seguem a períodos de lenta maturação e são sucedidos por rupturas, por
“revoluções”. (Coste, 1992)
Os primeiros anos de vida têm uma importância capital: o desenvolvimento
da inteligência, da afetividade, das relações sociais é tão rápido que sua realização
determinará em grande parte as capacidades futuras. Qualquer perturbação poderá
também, se não for detectada a tempo e tratada de maneira adequada, diminuir
consideravelmente as capacidades futuras. (Alves, 2004)
Cada criança é única. O esquema do desenvolvimento é comum a todas as
crianças, mas as diferenças de caráter, as possibilidades físicas, o meio e o ambiente
familiar explicam que com a mesma idade crianças perfeitamente “normais” possam
comportar-se de maneiras diferentes. A criança que progrediu inicialmente muito
rápido pode reduzir o seu ritmo e ser alcançada por aquela criança que parecia
“atrasada” alguns meses antes. (Alves, 2003)
2.1. Desenvolvimento motor da criança
O desenvolvimento motor é um processo contínuo do nascimento até a morte.
O estágio de desenvolvimento motor é que determina a escolha das tarefas motoras.
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O desenvolvimento da criança apresenta alguns padrões consistentes, definidos em
função de princípios gerais:
- Maturação: modificações físicas e comportamentais;
- Desenvolvimento céfalo-caudal: da cabeça aos pés;
- Desenvolvimento próximo distal: eixo central-periferia;
- Desenvolvimento individual: herança única, ritmo próprio;
- Prontidão: depende de influências ambientais; as mudanças ocorrem se a criança
estiver, suficientemente, madura, pronta.
- Desenvolvimento filogenético X ontogenético: comportamento filogenético são
mudanças automáticas, maturação. Comportamento ontogenético são mudanças
adquiridas com a aprendizagem, através do meio. (Borges, 1998)
O processo do desenvolvimento motor revela-se, primeiramente, através das
mudanças no comportamento motor da criança. Crianças, em idade da educação
infantil, estão, primeiramente, envolvidas na aprendizagem de como mover-se
eficientemente. (Alves, 2003)
O desenvolvimento motor pode ser visto, primeiramente, através do
desenvolvimento progressivo das capacidades motoras. (Alves, 2004)
Sendo o movimento um meio de verificar o processo do desenvolvimento
motor, é necessário conhecer as fases deste e seus estágios:
1. Movimentos Reflexos: São movimentos involuntários, que formam a base
para as fases seguintes. Possuem dois estágios:
- Codificação de informações: Os movimentos reflexos servem como o primeiro
meio para colher informações, buscar alimentos e proteção, através do
movimento.
- Decodificação de informações: Substitui a atividade sensório-motora pelo
comportamento perceptivo-motor. (Alves, 2004; Borges, 1998)
2. Movimentos Rudimentares: Formas básicas dos movimentos voluntários
que são solicitados para a vida. São divididos em dois estágios:
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- Estágio de inibição reflexa: reflexos primitivos e posturais são substituídos pelo
comportamento motor voluntário.
Os movimentos aparecem incontrolados e não refinados.
- Estágio pré-controle: a criança começa a ganhar maior precisão e controle dos
movimentos. A criança aprende a manter o equilíbrio, manipular objetos e
locomover-se, através do seu ambiente, com alto grau de proficiência e controle.
(Borges, 1998)
3. Movimentos Fundamentais: São aperfeiçoamento da fase anterior,
representam o tempo (período), no qual as crianças estão envolvidas,
ativamente, na experimentação e exploração das suas capacidades
motoras. Esta fase está dividida em três estágios:
- Estágio inicial: o movimento é caracterizado por ausência de partes ou seqüência
imprópria; uso restrito do corpo, coordenação e fluidez rítmica insuficientes.
- Estágio elementar: envolve maior controle, melhor coordenação e ritmo dos
movimentos fundamentais.
- Estágio maduro: é caracterizado pela eficiência mecânica, coordenação e
performances controladas. (ibid.)
4. Movimento Relacionado com o Esporte: É um aperfeiçoamento da fase
anterior. As habilidades são progressivamente refinadas, combinadas e
elaboradas. Esta fase possui três estágios:
- Estágio geral ou transitório (7 a 10 anos): começa a combinar e aplicar as
habilidades motoras fundamentais para a performance de habilidades
relacionadas ao esporte;
- Estágio de habilidades motoras específicas (11 a 13 anos): o indivíduo é capaz de
realizar habilidades mais complexas;
- Estágio das habilidades motoras especializadas: A especialização representa o
ápice do processo de desenvolvimento e é caracterizada pelo desejo do indivíduo,
de participar de um número limitado de atividades motoras, em determinado
período. (Alves, 2004; Borges, 1998)
23
2.2. Desenvolvimento Cognitivo
O desenvolvimento psíquico, que começa quando nascemos e termina na
idade adulta, é comparável ao crescimento orgânico: como este, orienta-se,
essencialmente, para o equilíbrio. Da mesma maneira que um corpo está em
evolução até atingir um nível relativamente estável – caracterizado pela conclusão do
crescimento e pela maturidade dos órgãos -, também a vida mental pode ser
concebida como evoluindo na direção de uma forma de equilíbrio final, representada
pelo espírito adulto. O desenvolvimento, portanto, é uma equilibração progressiva,
uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para um estado de
equilíbrio superior. Assim, do ponto de vista da inteligência, é fácil se opor a
instabilidade e incoerência relativas das idéias infantis à sistematização de raciocínio
do adulto. O desenvolvimento mental é uma construção contínua, comparável à
edificação de um grande prédio que, à medida que se acrescenta algo, ficará mais
sólido, ou à montagem de um mecanismo delicado, cujas fases gradativas de
ajustamento conduziriam a uma flexibilidade a uma mobilidade das peças tanto
maiores quanto mais estável se tornasse o equilíbrio. Mas, é preciso introduzir uma
importante diferença entre dois aspectos complementares deste processo de
equilibração. Devem-se opor, desde logo, as estruturas variáveis – definindo as
formas ou estados sucessivos de equilíbrio – a um certo funcionamento constante que
assegura a passagem de qualquer estado para o nível seguinte. (Piaget, 2003; Flavell,
2001; Biaggio, 2000)
Piaget entrevistou centenas de crianças, de 3 a 12 anos de idade, para
descobrir como elas pensavam acerca de coisas tão diversas quanto os fenômenos
naturais e a moral. Constatou que no início, o pensamento da criança é caracterizado
pelo animismo, isto é, a criança considera que os fenômenos naturais sejam tão vivos
quanto os seres humanos. (Piaget, 2003)
O fato de as crianças terem concepções peculiares acerca dos fenômenos
naturais não foi uma descoberta nova. O que tornou interessante a pesquisa de Piaget
foi o fato de ele ter ido além das falsas concepções isoladas para encontrar os modos
sistemáticos de pensamento que caracterizam as crianças de várias idades. Um desses
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modos é o egocentrismo, a incapacidade da criança considerar os acontecimentos a
partir do ponto de vista de outra pessoa. O egocentrismo explica, em certa medida, o
animismo dos primeiros anos, pois a criança é incapaz de conceber que os
fenômenos naturais sejam diferentes dela, e assim os dota de sentimentos e intenções
semelhantes às suas próprias. Um outro é a sua incapacidade de lidar com diversos
aspectos de uma situação ao mesmo tempo. Mas, acima de tudo, Piaget nos diz que a
criança, antes dos 6 ou 7 anos de idade, é incapaz de pensar logicamente. (Piaget,
2003; Biaggio, 2000)
O desenvolvimento cognitivo da criança (taxionomia piagetiana dos períodos
de desenvolvimento) é dividido em estágios. Os estágios de desenvolvimento
cognitivo são:
I – Estágio sensório-motor: Vai de 0 a 2 anos. Como o nome indica, neste
estágio inicial, não há ainda capacidade de abstração, e a atividade intelectual é de
natureza sensorial e motora. A criança percebe o ambiente e age sobre ele. (Borges,
1998)
O mais importante da contribuição dos estudos de Piaget sobre essa fase
consiste na ênfase à importância dessas atividades como fundamento de toda a
atividade intelectual superior futura. O trabalho de Piaget contribui para desmistificar
a noção de que o brinquedo teria uma função puramente sócio-emocional e que a
atividade intelectual só começa aos 7 anos. (Biaggio, 2000)
O período que vai do nascimento até a aquisição da linguagem é marcado por
extraordinário desenvolvimento mental. Muitas vezes mal se suspeitou da
importância desse estágio; e isto porque ele não é acompanhado de palavras que
permitam seguir, passo a passo, o progresso da inteligência e dos sentimentos, como
mais tarde. Mas, na verdade, é decisivo para o curso da evolução psíquica: representa
a conquista, através da percepção e dos movimentos, de todo o universo prático que
cerca a criança. (Flavell, 2001)
Piaget subdivide o estágio sensório-motor em seis subestágios:
25
1- Reflexo (0 a 1 mês): A criança é capaz de muito pouco, além dos reflexos com os
quais nasceu. Ela limita-se a exercitar seu equipamento reflexo, por exemplo, o
reflexo de sucção.
Piaget descreve: Durante o 2º dia, Laurent novamente começa a fazer
movimentos de sucção entre as refeições... Seus lábios abrem e fecham como
para receber o leite, mas sem ter um objeto. Este comportamento torna-se
subseqüentemente mais repetido.
Piaget explica esse fenômeno como um tipo de assimilação funcional, isto é, no
exercício de um esquema, pelo prazer de exercitá-lo. (Piaget, 2003; Pulaski,
1986)
2- Reação circular primária (1 a 4 meses): As várias atividades reflexas começaram
a passar por modificações isoladas decorrentes da experiência e a se coordenarem
mutuamente de várias maneiras complexas.
Esta noção indica que, quando um comportamento da criança casualmente a leva
a um resultado interessante, a criança tende a repeti-lo. Nessa fase a criança
começa a demonstrar curiosidade e imitação. As primeiras noções da realidade
começam a ser elaboradas, tais como as de espaço, tempo, causalidade e
permanência do objeto. (Flavell, 2001; Biaggio, 2000)
3- Reações circulares secundárias (4 a 8 meses): Enquanto que a reação primária é
centralizada no próprio corpo, a reação circular secundária já envolve objetos
externos. A criança começa manipular objetos. A criança começa a realizar ações
mais definidamente orientadas para os objetos e eventos externos além do próprio
corpo. Em suas tentativas de reproduzir repetidas vezes os efeitos ambientais
conseguidos inicialmente através das ações casuais, o bebê demonstra uma
espécie de prenúncio de intencionalidade ou de direção para o alvo. (Piaget,
2003)
4- Coordenação de esquemas secundários (8 a 12 meses): Nota-se claramente a
presença da intencionalidade que se manifesta nas primeiras seqüências de ação
meios-fim ou instrumentais. Enquanto neste estágio a criança se limita a
26
empregar apenas padrões de comportamento familiares ou habituais como meios
para enfrentar situações novas. (Pulaski, 1986)
5- Reações circulares terciárias (12 a 19 meses): Neste ponto, a criança começa a
experimentar ativamente novos comportamentos. Ela também é capaz de imitar
ações inteiramente novas, enquanto que no subestágio anterior só era capaz de
imitar, quando o comportamento do modelo já existia em seu repertório. (Flavell,
2001)
6- Início do simbolismo (18 a 2 anos): Este subestágio, que representa uma transição
para o estágio pré-operacional, traz grande realização do início da linguagem. O
bebê, que nos subestágios anteriores já chegava ao progresso de inventar novos
meios para lidar com o ambiente, porém, estava sempre restrito aos dados da
experiência, começa agora a usar símbolos mentais e palavras para se referir aos
objetos ausentes. Já possui os rudimentos do pensamento. (Alves, 2004; Piaget,
2003)
II- Estágio pré-operacional: Esse estágio vai dos 2 aos 7 anos. Durante o
período pré-operacional, a criança deixa de ser um organismo, cujas funções mais
inteligentes são ações sensório-motoras e explícitas e se transforma num organismo,
cujas cognições superiores são manipulações internas e simbólicas da realidade.
(Alves, 2004)
O principal progresso desse estágio em relação ao sensório-motor é o
desenvolvimento da capacidade simbólica. Nesta fase, a criança já não depende
unicamente de suas sensações de seus movimentos, mas já distingue um significador
(imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objeto ausente), o
significado. O estágio pré-operacional é também a época em que há uma verdadeira
explosão lingüística. (Borges, 1998)
Características do pensamento pré-operacional:
27
1- Egocentrismo: Piaget estudou extensivamente essa característica do pensamento
infantil, conceitualizando-a como uma incapacidade de se colocar do ponto de
vista de outrem. (Pulaski, 1986)
2- Centralização e descentralização: Piaget diz que a criança pré-operacional
caracteriza-se por centralização, isto é, focaliza apenas uma dimensão do
estímulo (ou atributo), centralizando-se nela e sendo incapaz de levar em conta
mais de uma dimensão ao mesmo tempo. (Biaggio, 2000)
3- Estados e transformações: O pensamento pré-operacional é estático e rígido. A
criança fixa impressões de estados momentâneos, mas não consegue juntar uma
totalidade de condições sucessivas em um todo coerente e integrado em que leve
em conta as transformações que unificam essas partes isoladas. (Flavell, 2001)
4- Desequilíbrio: No estágio pré-operacional há um desequilíbrio, onde as
acomodações predominam marcadamente sobre as assimilações. Parece que a
maioria dos estímulos com que se defronta exige da criança mudanças radicais
em suas maneiras de lidar com o mundo. É por isso que a criança nessa fase diz
tanta coisa que nos parece diferente do pensamento adulto, ilógico ou que nos
fazem mesmo achar graça. (Piaget, 2003)
5- Irreversibilidade: A característica mais distintiva do pensamento pré-operacional
segundo Piaget parece ser a irreversibilidade. Este conceito, bastante complexo,
refere-se à incapacidade da criança de entender que certos fenômenos são
reversíveis, isto é, que quando fazemos uma transformação, podemos também
desfazê-la e reinstaurar o estado original. ( Pulaski, 1986)
6- Raciocínio transdutivo: A criança pré-operacional usa um tipo de raciocínio que
Piaget chama de transdutivo, isto é, ela chega a conclusões partindo do particular
e chegando ao particular, enquanto que o adolescente ou o adulto usam o
raciocínio dedutivo (do geral para o particular) ou o indutivo (do particular para o
geral). (Piaget, 2003)
28
Piaget em seus trabalhos mais antigos, discute ainda outras estruturas típicas
do pensamento pré-operacional: o realismo, que é uma atitude exageradamente
concreta, em que, por exemplo, os sonhos, nomes, pensamentos são percebidos como
entidades tangíveis; o animismo, atribuição de vida a seres inanimados, como a lua, o
sol; o antropomorfismo, atribuição de características humanas a seres não humanos
(animais que falam). (Flavell, 2001; Pulaski, 1986)
III – Estágio de operações concretas: Esse estágio vai dos 7 aos 11 anos. A
idade média de 7 anos, que coincide com o começo da escolaridade da criança,
propriamente dita, marca uma modificação decisiva no desenvolvimento mental. Em
cada um dos aspectos complexos da vida psíquica, quer se trate da inteligência ou da
vida afetiva, das relações sociais ou da atividade propriamente individual, observa-se
o aparecimento de formas de organizações novas, que completam as construções
esboçadas no decorrer do período precedente, assegurando-lhes um equilíbrio mais
estável e que também inauguram uma série ininterrupta de novas construções.
(Alves, 2003)
Este é um estágio que se caracteriza por um tipo de pensamento que
demonstra que a criança já possui uma organização assimilativa rica e integrada,
funcionando em equilíbrio com um mecanismo de acomodação. Ela já parece ter a
ser comando um sistema cognitivo coerente e integrado com o qual organiza e
manipula o mundo. Nos estágios mais primitivos, como o sensório-motor e o pré-
operacional, Piaget fala muito da atratividade intelectual em termos de ações, em que
a criança atua sobre os objetos. De início, as ações são externas, por exemplo, levar o
dedo à boca, e gradualmente se interiorizam dando lugar ao pensamento que para
Piaget é ação internalizada. Quando a criança, por volta de 6 ou 7 anos em média,
atinge o estágio de operações concretas, estes sistemas de ação, cada vez mais
internos e móveis, reúnem-se em todos mais integrados e coerentes, com
propriedades estruturais. Piaget passa a falar então, não mais de ações, mas de
operações. Daí o uso dos termos pré-operacional, operações concretas e operações
formais. No estágio pré-operacional, a criança já possui ações que servem como
representações em vários graus de internalização. Elas são, porém, intuições,
expressões cognitivas esporádicas e isoladas, que não constituem estruturas
29
organizadas. As operações, portanto, são típicas da criança mais velha e do
adolescente. (Alves, 2004; Alves, 2003; Mello, 1987)
Uma operação é definida como qualquer ato representacional que é parte de
um conjunto de atos interrelacionados. Piaget descreve grande variedade dessas
operações: operações lógicas de adição, subtração, multiplicação, divisão;
correspondência de termos, classificação, operações infralógicas envolvendo
quantidade, mensuração, tempo, espaço, e mesmo operações que dizem respeito a
sistemas de valores e interação interpessoal. Podemos tomar como regra geral que
todas as ações implicadas nos símbolos matemáticos comuns, como + - x = < >,
pertencem ao domínio das operações intelectuais. (Biaggio, 2000)
Piaget introduz então, a esta altura, as estruturas lógico-matemáticas, como
modelos das estruturas cognitivas. Estas estruturas lógico-matemáticas são os grupos,
os reticulados e os agrupamentos. (Flavell, 2001)
Um grupo é uma estrutura abstrata, ou um sistema, que possui certas
propriedades definitivas. Diz-se que um sistema constitui um grupo, se consistir de
um conjunto de elementos, e se as seguintes propriedades forem verdadeiras:
1- Composição: O produto que resulta da combinação de qualquer elemento, por
meio de uma operação definida, é também um elemento do grupo. Assim, se A e
B representam quaisquer dos elementos e “o” representa operação, temos que A o
B = C, C é também um elemento do grupo. (Pulaski, 1986)
2- Associatividade: (A o B) o C = A o (B o C). Isto é, combinar C com o resultado
de combinar B com A leva ao mesmo resultado que combinar A com o resultado
da combinação de B com C. (Piaget, 2003)
3- Identidade: Um conjunto de elementos contém um e apenas um elemento,
chamado o elemento identidade, que, combinado com qualquer outro elemento
do grupo, o deixa inalterado. Se arbitrariamente chamamos o elemento identidade
de X, temos A o X = A, B o X = B, etc. (Biaggio, 2000)
30
4- Reversibilidade: Para cada elemento do grupo há um e apenas um elemento,
chamado inverso, que, quando combinado com aquele elemento, dá o elemento
identidade. Se representamos o inverso por A’, temos: A o A’ = X, B o B’ = X,
etc. (Flavell, 2001)
O agrupamento é uma estrutura criada por Piaget e seus colaboradores. É
basicamente uma estrutura hídrica, oriunda de duas estruturas bem conhecidas dos
lógicos e matemáticos: o grupo, descrito acima, e o reticulado. (Borges, 1998)
O reticulado é mais fácil de se compreender do que o grupo, pois está mais
obviamente associado com as atividades mentais da criança, uma vez que se refere à
classificação. A criança de 7 a 11 anos se preocupa muito em classificar objetos do
mundo que a cerca. Uma criança de três anos pode conhecer bem a palavra
cachorros. Somente mais tarde porém irá aprender as palavras poodle, perdigueiro e
dálmata, e entender que são subdivisões ou subconjuntos da classe de cachorros.
(Mello, 1987)
IV- Estágios de operações formais: Vai de 12 anos em diante. As reflexões
precedentes poderiam levar a crer que o desenvolvimento mental termina por volta
de onze ou doze anos, e que a adolescência é simplesmente uma crise passageira,
devida à puberdade, que separa a infância da idade adulta. Evidentemente, a
maturação do instinto sexual é marcada por desequilíbrios momentâneos, que dão um
colorido afetivo muito característico a todo este último estágio da evolução psíquica.
(Borges, 1998)
Piaget emprega a expressão raciocínio hipotético-dedutivo para descrever as
operações mentais dos adolescentes e adultos, um termo que ele próprio classificou
de bárbaro, porém claro. No estágio anterior, de operações concretas, a criança é
capaz de entender relações que lhe são apresentadas concretamente, ao passo que no
estágio de operações formais ela é capaz de resolver problemas a respeito de todas as
relações possíveis entre eventos. O adolescente, nessa fase, já é capaz de pensar em
termos abstratos de formular hipóteses e testá-las sistematicamente. (Alves, 2004;
Alves, 2003)
31
Ele é capaz de pensar em termos de possibilidades. Isto se reflete na
compreensão de noções científicas, e para Piaget o adolescente quando atinge o
estágio de operações formais já tem todos os elementos necessários para utilizar o
método experimental da ciência. Reflete-se também nas preocupações do adolescente
com problemas abstratos de valores, ideologias, preocupações com o futuro. (Piaget,
2003; Pulaski, 1986)
32
CAPÍTULO III
IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NAS
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
33
IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NAS
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
3.1. Educação física escolar
A Educação física atual é definida como: arte e a ciência do movimento
humano que, através de atividades específicas, auxiliam o desenvolvimento integral
dos seres humanos, renovando-os e transformando-os no sentido de sua auto-
realização e em conformidade com a própria realização de uma sociedade mais justa
e livre. (Mello, 1987)
A educação física tem papel muito importante na formação da personalidade
da criança e adolescente, assegurando-lhes a autonomia individual e sua integração
no meio social. Como parte integrante da educação em geral, no processo
educacional, utiliza como meios principais os exercícios físicos, os jogos e os
desportos, cujas finalidades contribuem para a adaptação biológica e social do
indivíduo. ( Barros & Barros, 1972)
Quando se trabalha educação física com crianças na educação infantil, é de
fundamental importância o conhecimento e aplicação da psicomotricidade, pois
quando falamos em movimento, falamos principalmente da psicomotricidade, o qual
é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana, trabalhando
diretamente no desenvolvimento do movimento infantil e sua aprendizagem. Mostrar
a relação da educação física com a psicomotricidade, como elas interagem e atuam
no cotidiano da criança, e em algumas das diferentes propostas de atividades que
podem ser aplicadas nas aulas de educação física como: ginástica, dança, jogos e
esportes, contribuindo no comunicar, no pensar, no sentir e no agir da criança. A
psicomotricidade nas aulas de educação física deve associar o corpo, a emoção, a
consciência, a busca do prazer, fazendo o aluno sentir-se bem com seu corpo no
34
tempo e no espaço, onde este corpo conseguirá interferir na ordem estabelecida. A
partir do momento em que se apresenta como expressão de individualidade e, ao
mesmo tempo, coletividade, em que se relaciona com o outro, respeitando-o e sendo
respeitado, com espaço de liberdade e possibilidade de expressão. (Alves, 2004; Le
Boulch, 1992)
3.1.1. Objetivos da educação física escolar na educação infantil
Na educação física escolar um de seus objetivos consiste em promover a
socialização e interação entre os alunos. Outro objetivo da educação física escolar
consiste no estímulo a atividade criativa do aluno. (Barros Neto, 1997)
Segundo Le Boulch (1992, citado por Barros & Barros, 1972) as crianças que
estão na faixa etária entre 2 e 7 anos devem ser estimuladas ao máximo em sua
capacidade de criação e por isso as aulas de educação física na escola devem basear-
se no atendimento aos diversos aspectos naturais da vida ao ar livre e na liberdade de
movimentos, ou seja, expansão de atividades espontâneas e criativas. Também neste
período entre 2 e 7 anos ocorre um fato muito importante para o estímulo à criação
nas crianças, uma vez que é neste espaço de tempo que elas aprendem a ler e assim
descobrir um novo mundo, repleto de atrações e de novas situações que contribuem
para aumentar-lhes o poder imaginativo concorrendo, assim, para o desenvolvimento
de sua capacidade criativa. (Barros Neto, 1997)
Mais um objetivo da educação física escolar consiste no desenvolvimento
orgânico e funcional da criança, procurando, através de atividades físicas, melhorar
os fatores de coordenação e execução de movimentos. Para atingir este objetivo, de
acordo com Barros & Barros (1972), as atividades de correr, saltar, arremessar
(atletismo ligeiro), trepar, pendurar-se, equilibrar-se, levantar e transportar, puxar,
empurrar, saltitar, girar, saltar corda permitem a descarga da agressividade,
estimulam a auto-expressão, concorrem para a manutenção da saúde, favorecem o
crescimento, previnem e corrigem os defeitos de atitude (boa postura).
35
Assim, fica claro a importância que o professor de educação física tem em
proporcionar aos alunos atividades cuja caracterização permitam aos mesmos uma
movimentação constante e de exploração máxima do ambiente. É evidente que estas
atividades devem ser adequadas ao estado de desenvolvimento de cada criança para
assim fazer com que os movimentos sejam próprios ao seu grau de desenvolvimento
morfofisiológico, o que contribui de maneira significativa para o avanço orgânico e
funcional dos alunos em cada etapa de sua vida escolar. (Barros & Barros, 1972)
Outro objetivo da educação física escolar consiste em desenvolver, através da
psicomotricidade, a aprendizagem de gestos e movimentos fundamentais das
diferentes formas de atividades físicas e desportivas. Onde a educação física é um
espaço educativo privilegiado para promover as relações interpessoais, a auto-estima
e a auto-confiança, valorizando-se aquilo que cada indivíduo é capaz de fazer em
função de suas possibilidades e limitações pessoais. (De Marco, 1995; Barros &
Barros, 1972)
João Batista Freire (1997) a quem atribui à educação física um papel de
ensino de movimentos respeitando as individualidades da criança, o estímulo à
liberdade e à criatividade individual. Neste contexto o professor assume um
“personagem” o qual deve aplicar as atividades físicas por meio de exercícios de
fácil execução, com graduação para cada idade e tendo em conta a evolução física e
psíquica do aluno, dando-lhe liberdade para movimentar-se espontaneamente e da
forma que desejar.
A educação física tem mais alguns objetivos, que podem ser divididos em
gerais e específicos:
- Objetivos Gerais:
• Desenvolvimento corporal harmônico (físico-mental);
• Aquisição do controle corporal;
• Desenvolvimento de habilidade motora;
• Condicionamento dos sistemas orgânicos, a suprir demandas diárias e de
emergência;
• Assunção de responsabilidade crescente, no seu próprio bem-estar;
36
• Desenvolvimento da habilidade de utilização do movimento, como
instrumento de comunicação e expressão;
• Utilização sadia das horas de lazer;
• Aquisição de comportamentos e valores referentes ao ajustamento pessoal
e social;
• Desenvolvimento de atitudes favoráveis à atividade física. (Borges, 1998;
Barros & Barros, 1972)
- Objetivos específicos:
1. Esquema Corporal:
- Reconhecer as possibilidades cinéticas do corpo, através de movimentos
que afetam, como uma totalidade;
- Reconhecer o corpo, no seu todo, e diferenciar cada uma de suas partes,
por meio do movimento;
- Realizar movimentos independentes e interdependentes, como os diversos
segmentos do corpo;
- Definir sua dominância lateral.
2. Orientação espaço-temporal:
- Orientar-se no espaço, discriminando localização, direção e dimensão;
- Movimentar-se, discriminando diferentes momentos do tempo, seu curso
regular e seu fracionamento;
- Identificar e efetuar movimentos, discriminando as diferentes velocidades
e trajetórias, no deslocamento do corpo e objetos.
3. Qualidades físicas:
- Estruturar movimentos que requeiram coordenação geral e coordenação
seletiva;
- Equilibrar-se em diferentes situações, com ou sem deslocamento,
controlando e ajustando sua postura;
- Melhorar seu desempenho na execução de atividades que requeiram força,
resistência, flexibilidade, agilidade e velocidade;
37
- Adquirir controle progressivo dos movimentos que evidenciem os graus
de tensão muscular.
4. Expressão corporal:
- Representar, com movimentos corporais, elementos e objetos do meio
circundante;
- Reproduzir, com movimentos corporais, posturais e comportamentos de
animais e de pessoas;
- Movimentar-se, adaptando-se a diferentes ritmos;
- Expressar-se, compondo a movimentação com um companheiro ou com
grupo;
- Criar sua própria seqüência de movimentos, em atividades de respostas
livres, vivenciando pensamentos e sentimentos;
- Dramatizar, através do movimento, fatos, histórias e fantasias;
- Conhecer e executar formas de expressões tradicionais do nosso povo e de
outros povos.
5. Recreação:
- Participar de jogos e brinquedos cantados, dramatizações e mímicas;
- Cooperar nas atividades de grupo, aceitando diversos papéis;
- Utilizar, nos momentos de lazer, habilidades motoras adquiridas
- Desenvolver habilidade de modificar jogos e atividades, para atender aos
problemas surgidos em relação ao espaço, material e tempo disponíveis.
(Borges, 1998; Barros & Barros, 1972)
3.1.2. O papel do professor de educação física na educação
infantil
O papel do professor de educação física na educação infantil é, ao mesmo
tempo importante e difícil, pois esse educador lida com a criança no processo inicial
do desenvolvimento, em uma etapa básica da formação de sua personalidade. Na
38
educação infantil, a prioridade deve ser ajudar a criança a ter uma percepção
adequada de si mesma, compreendendo suas possibilidades e limitações reais e ao
mesmo tempo, auxiliá-la a se expressar corporalmente com maior liberdade,
conquistando e aperfeiçoando novas competências motoras. (Alves, 2003)
O professor deve trabalhar no aluno cada uma das dimensões (afetivas,
relacional e histórica), para levá-lo à construção da unidade corporal e à afirmação da
identidade. (Alves, 2004)
3.2. A criança na fase da educação infantil
A descoberta do corpo, de suas sensações, de seus limites e movimentos é de
fundamental importância para a criança da educação infantil, pois, nesta fase, ela está
construindo sua imagem corporal. Para isso, ela precisa descobrir seu corpo e
também o corpo do outro. As atividades psicomotoras são essenciais nesta
construção, porque brincando e explorando o espaço, ela se organiza, tanto nos
aspectos motor e sensorial, como no emocional, ampliando assim, seus
conhecimentos de mundo. Na educação infantil começamos a exploração intensa do
mundo, das sensações, das emoções, ampliando estas vivências com movimentos
mais elaborados. (Alves, 2004)
A infância é um período muito intenso de atividades: as fantasias e os
movimentos corporais ocupam quase todo o tempo da criança, por isso, a primeira
infância é um período da vida onde se pode viver muito intensamente e, como em
qualquer outra fase da vida, vale a pena viver como se cada dia fosse o último de
todos. (Freire, 1997)
A criança, em sua primeira infância, é muito centrada nela mesma. Constrói
sua realidade trabalhosamente, adquirindo noções espaciais, temporais e do próprio
corpo, diferenciando-se, assim, dos objetos ao seu redor. É plenamente admissível,
portanto, que essa centralização nela mesma permaneça durante algum tempo. (Essa
39
centralização, Piaget chama de egocentrismo). O que não se deseja é que essa auto
centralização estenda-se por longo tempo, atravessando a segunda infância, a
adolescência e a vida adulta. (ibid.)
3.3. Psicomotricidade X Educação física X Educação infantil
Na educação infantil, a educação física enfatiza junto com a
psicomotricidade, jogos e atividades que proporcione a construção de uma ação
cidadã. Cada esporte, cada modalidade, cada brincadeira e aspecto cultural abordado
e aplicado na prática, estarão sempre levando em conta o aspecto social e o
desenvolvimento corporal da criança. Nas páginas anteriores conhecemos o que é
psicomotricidade, o que é educação física e como elas interagem no processo de
desenvolvimento da criança. Nesta busca do saber mais e aplicar este saber nas aulas
de educação física, sabemos que temos de tratar a criança de acordo com sua fase,
faixa etária e suas necessidades reais. Conhecer as fases de desenvolvimento da
criança, que tipo de atividades devem ser aplicadas e o que de fato é importante para
a criança, é o primeiro degrau para a formação de uma criança desenvolvida.
Resumindo, a aprendizagem da criança está diretamente ligada ao desenvolvimento
da criança. E este é um fator importantíssimo para unir a psicomotricidade com a
educação física e desenvolver a criança integralmente. (Alves, 2004)
O grande desafio da psicomotricidade nas aulas de educação física é propiciar
ao educando o conhecimento do seu corpo, usando-o como instrumento de expressão
e satisfação de suas necessidades, respeitando suas experiências anteriores e dando-
lhe condições de adquirir e criar novas formas de movimento. A educação física
junto com a psicomotricidade no cotidiano escolar, visa melhorar e oportunizar o
sujeito ao movimento, conscientizando-o do seu próprio corpo, da consciência do
esquema corporal, domínio do equilíbrio, construção e controle das coordenações
global e parcial, organização das estruturas espaço-temporal, melhoria das
possibilidades de adptação ao mundo externo, estruturação das percepções. Os
benefícios serão notados ao longo da vida desse indivíduo, pois será, seja na dança,
40
na ginástica, nos jogos, nos esportes, na família ou na escola, um ser resolvido em
suas questões internas, podendo a cada dia se libertar para as questões externas.
(ibid.)
3.3.1. A psicomotricidade na educação infantil
A educação psicomotora é uma educação de base, que trabalha com crianças
desde a tenra idade, sendo assim esta educação de base é iniciada na educação
infantil, onde a criança tem a oportunidade de entrar em contato com um mundo e
um universo de coisas, pessoas, locais, conteúdos que até então ela desconhecia. Ela
condiciona todos os aprendizados pré-escolares e escolares; leva a criança a tomar
consciência de seu corpo, lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a
adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação
psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com
perseverança, permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já
estruturadas. (Alves, 2004; Le Boulch, 1992)
O ideal seria que todos os educadores tivessem como respaldo para as suas
atividades a psicomotricidade, pois fariam com que nossas crianças realizassem
experiência com o corpo, sendo indispensável no desenvolvimento das funções
mentais e sociais. Desenvolvendo, assim, pouco a pouco, a confiança em si mesma e
melhor conhecimento de suas possibilidades e limites, condições necessárias para
uma boa relação com o mundo. É interessante levar a criança a expor fatos
vivenciados, fazendo uma ligação entre o imaginário e o real. Na escola, é
importante que se leve em consideração os aspectos:
- Socioafetivo: Favorecendo sua auto-imagem positiva, valorizando suas
possibilidades de ação e crescimento.
- Cognitivo: Através das descobertas e resoluções de situações, ele constrói
as noções e conceitos. Enfrentando desafios e trocando experiências com
os colegas e adultos, ele desenvolve seu pensamento.
41
- Psicomotor: Através de seus movimentos e exploração do corpo e do
meio a sua volta. Realizando atividades que envolvam esquema e imagem
corporal, lateralidade, relações têmporo-espaciais. (Alves, 2003)
A Educação psicomotora vem atuando na escola de forma a levar a criança a
adquirir melhores condições de aprendizagem e de autoconhecimento, formando a
base para uma boa aprendizagem da leitura e da escrita. (ibid.)
42
CONCLUSÃO
Este trabalho preconizou evidenciar a importância da psicomotricidade nas
aulas de educação física na educação infantil.
De acordo com a pesquisa feita sabe-se que o fator importantíssimo para unir
a psicomotricidade com a educação física é o desenvolvimento da criança.
O objetivo da pesquisa foi alcançado, já que os resultados desse estudo
mostraram que a importância da psicomotricidade nas aulas de educação física
escolar se dá pela interação das mesmas no processo de desenvolvimento da criança,
desenvolvendo assim a criança da educação infantil integralmente. Os benefícios
serão notados ao longo da vida desse indivíduo, pois seja na dança, na ginástica, nos
jogos, nos esportes, na família ou na escola, um ser resolvido em suas questões
internas, podendo a cada dia se libertar para as questões externas.
43
BIBLIOGRAFIA
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com Amor e União. 1ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2004.
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44
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Universitária, 2003.
PULASKI, Mary Ann Spencer. Compreendendo Piaget: Uma Introdução ao
Desenvolvimento Cognitivo das Crianças. Rio de Janeiro: LTC, 1986.
45
ÍNDICE
CONTEÚDO DA MONOGRAFIA PÁGINAS
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I 11
PSICOMOTRICIDADE 12
1.1- Conceitos e definições 14
1.2- Campos de atuação da psicomotricidade 15
1.3- Funções psicomotoras 16
CAPÍTULO II 19
DESENVOLVIMENTO 20
2.1- Desenvolvimento motor
2.2- Desenvolvimento cognitivo
20
23
CAPÍTULO III 32
IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
33
3.1- Educação física escolar 33
3.1.1- Objetivo da educação física escolar na educação infantil 34
3.1.2- O papel do professor de educação física na educação infantil 37
3.2- A criança na fase da educação infantil 38
3.3- Psicomotricidade X Educação física X Educação infantil 39
3.3.1- A psicomotricidade na educação infantil
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
40
42
43
ÍNDICE
FOLHA DE AVALIAÇÃO
45
46
46
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicomotricidade
Tema da monografia: A importância da psicomotricidade nas aulas de educação
física escolar na educação infantil.
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