UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A MÚSICA E A NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA
Leni Regina Schellin da Silva
ORIENTADORA: Professora: MARTA RELVAS
Rio de Janeiro 2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A MÚSICA E A NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA
Leni Regina Schellin da Silva
Rio de Janeiro 2011
Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Neurociência Pedagógica.
AGRADECIMENTOS
Sou muito agradecida ao meu Deus e Senhor que, sempre me ajudou e amparou, por isso estou aqui! Agradeço também ao meu marido pela parceria, carinho e dedicação! Aos meus filhos a quem muito amo e, de quem recebo amor! Aos nossos professores por me terem iluminado o caminho do saber!
EPÍGRAFE
“O homem que não tem música em si, nem se emociona com a harmonia dos doces sons é feito para as traições, os estratagemas e as rapinas; a alma dele tem movimentos silenciosos como a noite e as afeições tenebrosas como o Erebo. Não te fies jamais em semelhante homem!...Escutemos a música” (Shakespeare)
RESUMO
A elaboração desta monografia resultou do aprendizado de valiosos conteúdos
que, versam sobre o reconhecimento da grande importância da inclusão da
música na prática pedagógica, fundamentada nos princípios da Neurociência
que, estuda o funcionamento do cérebro humano.
METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado com base na consulta à vasta bibliografia e
sites que, estão relacionados no item Referências Bibliográficas, focalizando a
atenção em conteúdos informativos de como a percepção da música pelo
cérebro humano, age , reforça e compõe a construção da aprendizagem, tudo
exposto nos seguintes capítulos:
1º capítulo –A NEUROCIÊNCIA E SEUS PRINCÍPIOS - Campo das
neurociências caracterizando e conceituando este campo de investigação
cientifica.
2º capítulo –A NEUROCIÊNCIA E A EDUCAÇÃO- Conceitos de
anatomia macroscópica e microscópica do sistema nervoso e sistema auditivo.
3º capítulo--A MÙSICA E A NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA -
pesquisas realizadas pelas neurociências, neurosociologia, Psicologia da
música e ciências cognitivas da música com diversas temáticas.
4º capítulo--Possíveis implicações e aplicações dos dados
neurocientificos acerca do processamento musical para Educação.
Documento elaborado visando compreender o mapeamento dos
processos musicais cerebrais, para contribuir fornecendo informações sobre as
pesquisas e o valor da música no âmbito neurocientífico da aprendizagem.
Por se adequarem positivamente ao objetivo desta pesquisa, os livros
mais abordados foram:
SACKS, Oliver –Alucinações Musicais –Relatos sobre a música e o
cérebro- tradução de MOTTA, Lúcia Teixeira –Edt.Companhia das Artes -2007-
1ª Edição
LENT,Roberto –Sobre Neurônios,Cérebro e Pessoas- Livraria
Atheneu- 2ª Edição
BRANDÃO, M.I.-As Bases Biológicas do Comportamento –Edt.EPU-
Grupo GEN-2004-1ª Edição
BENNET,Roy- Uma Breve História da Música- Tradução de Márcia
Teresa Resende da Costa-Rio de Janeiro-1986
Além de reforços apropriados encontrados nos demais livros e, sites
relacionados em Referências Bibliográficas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A NEUROCIÊNCIA –PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAÇÃO 09
CAPÍTULO II
A NEUROCIÊNCIA E A EDUCAÇÃO 14
2.1 O SISTEMA NERVOSO 16
2.2 PRINCÍPIOS DE ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO 19
2.2.1 SINAPSES 24
2.3 O SISTEMA AUDITIVO 29
CAPÍTULO III
A NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA E A MÚSICA 33
3.1 A CRIATIVIDADE E O CÉREBRO 35
3.2 OS EFEITOS DA MÚSICA NO CÉREBRO 39
3.3 MÚSICA NO CONTEXTO ESCOLAR 42
CONCLUSÃO 46
BIBLIOGRAFIA 47
WEBGRAFIA 49
ÍNDICE 50
8
INTRODUÇÃO
Os diversos e complexos elementos que envolvem a prática musical,
têm despertando grande interesse de diversas áreas do conhecimento,
principalmente para conhecer o cérebro musical. Os biólogos e paleontólogos
pesquisam sobre a natureza dos fenômenos musicais; os historiadores e
filósofos sobre a música na historia da humanidade; os neurocientistas e
psicólogos de orientação cognitiva, estudam os atributos do cérebro e da
mente musical, os etnomusicólogos, os antropólogos e sociólogos da música
que refletem sobre as evidências no estudo que compara as culturas; os
instrumentistas e os musicólogos estudam as características mentais que,
estão envolvidas nos processos de audição, composição e execução musical.
Os psicólogos da corrente Desenvolvimentista, educadores musicais e
musicoterapeutas, se dedicam à compreensão os processos de aprendizagem
os quais sustentam o desenvolvimento musical do ser humano.
Os tecnólogos, os engenheiros e informáticos que se interessam em
modelar e desenvolver as máquinas consideradas inteligentes as quais,
simulam a mente musical e, entre outros mais todos pesquisam e, buscam
respostas para a compreensão da mente musical.
9
CAPÍTULO I
A NEUROCIÊNCIA E SEUS PRINCÍPIOS BÁSICOS
Neurociência é o estudo que engloba todas as áreas da ciência como a
Biologia, a Medicina, a Fisiologia, a Psicologia e Física, e a Educação as quais,
se dedicam ao conhecimento científico do Sistema Nervoso que é o conjunto
de órgãos e estruturas de função comum, abrangendo o seu contexto, o seu
desenvolvimento, evolução e disfunções.
As contribuições da Neurociência para a Aprendizagem decorrem dos
estudos e pesquisas sobre a responsabilidade do cérebro, pelo raciocínio
lógico da condição humana. Estes estudos realizados pela Neurociência,
pretendem auxiliar o professor na prática educativa.
Noções fundamentais do conhecimento lógico são construídas
envolvendo e desenvolvendo, num constante processo de trocas entre o
organismo e o meio ambiente, através de jogos, órgãos dos sentidos, humor,
pintura, emoção e, dentre outros, também, a música.
A Neurociência auxilia aos educadores a compreenderem o que ocorre
no cérebro humano, quando o ser está em contato com novas informações,
como elas estão sendo processadas, as novidades e, de que forma este
aprendizado se tornará conhecimento para o restante da vida.
O cérebro é um sistema aberto, auto organizável, sendo moldado por
meio da interação, com os objetos e situações as quais ocorrem ao redor, na
tentativa de estabelecer conexões entre novos padrões e,os já existentes.
A neurociência tem passado por um significativo avanço quanto aos
estudos e pesquisas, coadjuvados pela tecnologia neuroimagética, os quais
são encontrados em grandes compêndios e manuais. Os neurologistas sempre
se interessaram por pesquisas o que, vem contribuindo enormemente em
diversas áreas como também na da Educação, com diagnóstico e intervenção.
Em todos os campos, conhecimentos passam a transpor as últimas barreiras
do estudo da natureza, ou seja, a própria consciência. E,quando se estuda as
10neurociências, verifica-se a importância dos conhecimentos básicos da
Psicobiologia para facilitar a compreensão das doenças mentais que, tem um
objetivo maior abrangendo também, o conhecimento das bases biológicas e ,
principalmente a neurológica.
A fundamentação deste estudo, é a abordagem científica sobre o que
somos, o que fazemos, pensamos, desejamos e, o resultado do funcionamento
do Sistema Nervoso e, a sua interação com o corpo. A pesquisa neste âmbito
procura entender de que modo a estrutura e, o funcionamento do Sistema
Nervoso, associado à história de cada indivíduo, à influência da cultura e da
sociedade em que vive, à genética que o integra , compõem o perfil daquilo
que somos, tanto individualmente como seres humanos,quanto como animais.
O funcionamento do Sistema Nervoso e, os princípios básicos de sua
organização esquemática são estudados desde a sua definição, os seus
princípios de organização, de funcionamento, sistemas sensores e efetores, o
binômio estímulo resposta, a importância da atenção, do aprendizado e da
memória, das emoções, da valoração positiva e negativa, das escolhas e
decisões e, de todo o sistema que facilita a vida em sociedade.
Durante toda a existência do indivíduo, são várias as versões do
Sistema Nervoso que vai desde a gestação à velhice, atravessando a infância,
a adolescência e a maturidade.
Como qualquer processo, pode ter um resultado positivo ou, negativo
quando então será buscado, o tratamento para as disfunções.
São inúmeras as representações registradas no cérebro humano, mas o
concreto e o abstrato concentram as duas espécies de conceitos que,
englobam toda a aprendizagem que o ser humano pode adquirir. Por
definição, é o concreto que de um lado constitui o que podem experimentar
sensorialmente e, do outro o abstrato que se trata do oposto.
Um artigo publicado em 2010, na revista denominada Human Brain
Mapping, reuniu e fez a análise de dados correspondentes a 19 estudos de
neuroimagem a respeito do cérebro e, lida com os focos no concreto e, no
abstrato.
11Os conceitos abstratos assimilados pela mente ativam mais fortemente o
giro inferior frontal e o giro temporal médio, estando os dois localizados no lado
esquerdo do cérebro. Ambos são relacionados ao processamento verbal.
Já o lidar com conceitos concretos, estimula no cérebro, a atividade no
córtex pecúneo esquerdo, no giro para hipocampal, no cingulado posterior e no
giro fusiforme que, são as áreas envolvidas com a percepção sensorial.
Resultados de estudos sugerem que ambos os conceitos concretos e
abstratos, possuem uma representação verbal comum e, os concretos têm uma
representação adicional através da visualização mental, muito próxima de uma
experiência sensorial, mesmo não existindo um estímulo exterior.
Palavras concretas são aprendidas mais cedo, como também,
reconhecidas mais rapidamente, por conseqüência da possibilidade de se
formar imagens mentais a respeito desses conceitos. Por exemplo, é mais fácil
a visualização mental de uma casa do que a de um palavra como por exemplo,
anseio.Isto porque, existe uma diferença de tratamento cerebral entre a
percepção de palavras concretas e abstratas ( Fonte:Wang J. ,Conder
J.A.,blitzer D.N., Shinkareva S.U.(2010)-Neural Representation of abstactat and
concret concepts: A meta analisys of neuroimaging studies .Human Brain
Mapping 27)
Os neurônios componentes do Sistema Nervoso têm diferentes funções
sendo que algumas são sensoriais, outros têm a função de controlar, os
músculos, as glândulas, os órgãos internos e, estes são denominados de
neurônios efetores. Existem ainda os associativos que combinam as
mensagens de outros neurônios, não sendo nem sensoriais nem efetores.
As funções dos neurônios dependem de quais estruturas eles recebem
os sinais e, para quais eles enviam os sinais. Cada região do cérebro tem
funções diferentes ou seja, sensoriais efetoras e, não associativas.Isto
porque,essas regiões agrupam neurônios semelhantes os quais,recebem sinais
de estruturas iguais e, enviam para outras de conformações iguais.
Como resultado disto ocorre a especialização funcional do cérebro,
também conhecida como a divisão de tarefas. É necessária a perfeita
12integração de todas as regiões cerebrais para que, haja um funcionamento
equilibrado de cada um de nós.
Os seguintes componentes do funcionamento do ser humano são
estudados pela Neurociência e, são eles:
1. SISTEMA NERVOSO 1
2. DIVISÃO DO SN
3. O SISTEMA NERVOSO
4. SNC - COMPONENTES
5. SNC – SUBSTÂNCIAS BRANCA E CINZENTA
6. SNC – PROTEÇÃO ÓSSEA
7. SNC – PROTEÇÃO DAS MENINGES
8. DIVISÕES DO SNC: ENCÉFALO E MEDULA
9. ENCÉFALO: CÉREBRO, CEREBELO E TRONCO ENCEFÁLICO
10. CÉREBRO: TELENCÉFALO E DIENCÉFALO
11. TELENCÉFALO: GIROS, SULCOS E FISSURAS
12. TELENCÉFALO: LÓBOS CEREBRAIS
13. CÓRTEX CEREBRAL
14. ÁREAS FUNCIONAIS DO CÓRTEX
15. AMÍGDALA E HIPOCAMPO
16. CORPO CALOSO E FÓRNIX
17. SISTEMA LÍMBICO
18. 2. DIENCÉFALO
19. DIENCÉFALO – TÁLAMO 1
20. DIENCÉFALO – TÁLAMO 2
21. SUB-TÁLAMO (NÚCLEO SUBTALÂMICO)
22. DIENCÉFALO - HIPOTÁLAMO
23. CORPOS MAMILARES HIPOTALÂMICOS
24. DIENCÉFALO- CORPO PINEAL
25. 2. TRONCO ENCEFÁLICO
26. TRONCO ENCEFÁLICO - FUNÇÕES
27. TRONCO ENCEFÁLICO - CONSTITUIÇÃO
1328. TRONCO ENCEFÁLICO - MESENCÉFALO
29. MESENCÉFALO - TECTO
30. MESENCÉFALO - TEGMENTO
31. TRONCO ENCEFÁLICO - PONTE
32. BULBO E FUNÇÕES VISCERAIS
33. TRONCO ENCEFÁLICO - BULBO
34. FUNÇÕES DO BULBO
35. BULBO - DECUSSAÇÃO
36. 3. CEREBELO
37. MEDULA ESPINHAL
38. ATOS REFLEXOS
39. FORMAÇÃO DO TUBO NEURAL
40. EMBRIOGÊNESE DO SN
41. VENTRÍCULOS CEREBRAIS
42. SISTEMA VENTRICULAR
43. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
44. NERVOS
45. NERVOS CRANIANOS
46. NERVOS ESPINHAIS
47. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNPA)
48. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Todos esses componentes funcionam integradamente para a
compreensão e retenção dos conteúdos aprendidos. No capítulo seguinte, a
Educação será o foco maior ligada aos conteúdos neurocientíficos que, utilizados
na prática educativa,auxiliam enormemente a efetivação dos propósitos firmados.
14
CAPÍTULO II
A NEUROCÊNCIA E A EDUCAÇÃO
A Educação reúne diversos aspectos de estudo que, são os antropológicos,
os biológicos, os psicológicos e os filosóficos, relacionados à espécie humana.
Na realidade, é o cérebro que centraliza o papel da formação do intelecto por
meio de um sem número de conexões neurais, configurando a polarização de
diversos opostos, na busca de direções para a obtenção da aprendizagem.
A Neurociência contribui com seus fundamentos para que os educadores
possam compreender melhor o complexo processo de ensino aprendizagem.
Para tanto, conhecer sobre as descobertas desta ciência, favorece a prática
pedagógica ao versar ela sobre o funcionamento dos sentidos, do medo, da
imaginação, da emoção, da memória, do sono,do humor, dentre outros temas
relacionados com a aprendizagem e, a motivação.
Muitos professores não conseguem lidar com as diversas situações que
se apresentam em sala de aula, onde se procura atender às diferenças, mas se
praticando a uniformidade. Somos todos resultados de aprendizagens e,
experiências. Assim, para se entender os alunos, faz-se necessária a
compreensão de seus objetivos, de como vivem, como constroem seus
significados, a sua cultura, seus limites, enfim, como são, para poderem ser até
melhores, sob a orientação do professor.
Cada ser humano possui um conjunto de células bem particular e,
diferente dos demais. Assim que, as diferenças individuais têm que ser
respeitadas. Um adequado entendimento sobre como isto tudo se processa, é
de suma importância e, abrange conhecimentos sobre a estrutura e o
funcionamento do Sistema Nervoso Central. Como o cérebro aprende e
memoriza, partindo do nível molecular, das células, indo até as áreas corticais ,
é primordial para se entender como e, porque se aprende.
O professor deve estabelecer a existência de um ambiente em sala de
aula o qual, permita expressões das diferenças individuais, e a aprendizagem
15seja construída a partir do reconhecimento e, da valorização das expressões e
possibilidades intelectuais de cada um aluno.
Exposto o conteúdo, para se estabelecer a aprendizagem acontecem as
relativas conexões neurais, em cada cérebro ouvinte. São aproximadamente
cem bilhões de neurônios que, podem se conectar uns aos outros, permitindo
que os sinais informativos, saiam em várias direções, formando as chamadas
Sinapses ou, Conexões Neurais.
O papel do professor como mediador na construção do conhecimento e
das relações interpessoais, é importante e, sendo assim precisa ser definido.
E,já que a aprendizagem é alcançada por meio da estimulação das conexões
neurais, a mesma será fortalecida ou não, em decorrência de uma adequada
ou inadequada intervenção pedagógica, pelo professor.
O interesse por parte dos educadores pelo desenvolvimento da
Neurociência Pedagógica, tem se desenvolvido porque, entender os processos
neuropsicobiológicos, e aplicar estes conhecimentos, favorecem e permeiam
com mais propriedade a ciência da educação, por conseguinte, o sucesso do
ensino visando o da aprendizagem.
A Neurociência Pedagógica aborda a relação mente, corpo e ligações
afetivas, contribuindo assim, para a facilitação do processo ensino
aprendizagem. Ao professor cabe a busca de recursos para transformar o
ambiente escolar em adequado e agradável para que, haja o desenvolvimento
do conhecimento e, das habilidades para o exercício das funções sociais, por
parte dos educandos.
Os desafios existem e são constantes, mas o desejo de vencê-los e, a
vontade de propiciar o melhor ao aluno, devem constituir o Norte do professor
que, fazendo uso do embasamento da Neurociência Pedagógica, certamente
atingirá o objetivo esperado.
16
2.1 - O Sistema Nervoso
O conjunto de órgãos e estruturas que possuem uma função comum, é
chamado de sistema.Assim,o Sistema Nervoso é um conjunto de órgãos que
tem como função comum, a integração e regulação rápida do funcionamento
do corpo , facilitando a atuação do indivíduo como conjunto e, também, de
modo próprio ao ambiente, ao seu histórico de vida e projetos futuros.
Sistema nervoso autônomo é a parte do sistema nervoso que está
relacionada ao controle da vida vegetativa, ou seja, controla funções como a
respiração, circulação do sangue, controle de temperatura e digestão.
A organização estrutural do ramo eferente do SNA difere daquela do
sistema nervoso somático, visto que as fibras eferente somáticas se originam
dos corpos celulares localizados no sistema nervoso central (SNC) e inervam o
músculo estriado sem sinapses interpostas. Em contraste, o SNA consiste num
afluxo constituído de dois neurônios, em que os axônios pré-ganglionares que
surgem dos corpos celulares no eixo cerebroespinhal fazem sinapses com
fibras pós-ganglionares que se originam nos gânglios autônomos, fora do SNC.
O SNA é dividido em duas partes:
• Sistema nervoso simpático (toracolombar) e o
• Sistema nervoso parassimpático (craniossacral)
O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) é composto por duas porções
distintas: Simpático e Parassimpático, cujas ações são antagônicas. Estas
duas vertentes atuam normalmente em simultâneo sendo do equilíbrio entre a
força de ação de cada uma delas (tônus) que nasce a extrema capacidade
regulatória do SNA, essas ações estendem-se a diversos domínios
biofisiológicos do nosso organismo, incluindo o débito sanguíneo pelos tecidos.
O sistema nervoso autônomo divide-se em:
. Sistema nervoso simpático
. Sistema nervoso parassimpático.
17Sistema nervoso autônomo é a parte do sistema nervoso que está
relacionada ao controle da vida vegetativa, ou seja, controla funções como a
respiração, circulação do sangue, controle de temperatura e digestão.
* (Fonte:AFH,2011)
Neurônio é a célula nervosa formada por três partes que são o corpo
celular, axônio e dendritos e, constitui a principal unidade do sistema nervoso.
Existem neurônios de vários tipos mas, eles possuem várias coisas em
comum. Outro tipo de células nervosas são as células Glias ou, células da
Glia, ou ainda conhecidas como Astrócitos, Oligodentrócitos, células de
Schwan ou Micróglia, são células fundamentais para o funcionamento ajustado
dos neurônios.
Por causa da estrutura de órgãos e tecidos formados por células que,
captam a variação de energias o Sistema Nervoso, é capaz de exercer estas
funções e, transformar em sinais químicos e elétricos, transmitindo-os
rapidamente, a demais partes do corpo.
Por causa de sua rapidez e flexibilidade, o Sistema Nervoso difere do
Sistema Endócrino que age também de forma global, embora lenta, levando
minutos, horas e dias para agir.
18O Sistema Nervoso permite a detecção de estímulos e, organização de
respostas senão, iria se assemelhar a uma bactéria que simplesmente recebe
estímulos e, prontamente reage.
A complexidade do Sistema Nervoso oferece a condição do indivíduo ter
passado e futuro, quando o faz capaz de aprender e fazer novas associações,
de recordar estas associações e seus efeitos sobre o corpo. E, ainda, usar as
informações para objetivar o futuro. E, assim mesmo, as respostas ao
presente, considerando as experiências passadas e, o que se planeja para o
futuro, é tanto racional quanto emocional.
O Sistema Nervoso é responsável pela identificação dos estímulos que
provêm do meio ambiente e, pela produção de respostas para que o nosso
corpo se adapte aos mesmos. Este Sistema é muito complexo e eficaz o qual,
funciona a partir de impulsos gerados e transmitidos por células as quais,
compõem a unidade funcional deste Sistema que, é o Neurônio.
O Neurônio é formado de três partes: o corpo celular, axônio e dendritos
e, representa a principal unidade do Sistema Nervoso. Os Neurônios são de
dois tipos: Os Aferentes ou Sensitivos os quais, conduzem o impulso ao
Sistema Nervoso Central. E, os Eferentes ou Motores que conduzem o
estímulo do Sistema Nervoso Central aos Afetores (músculos e glândulas).
Existem ainda, os Neurônios de Associação os quais, existem fazendo a
conexão entre os Aferentes e, os Eferentes.
Um neurônio em repouso o qual, não está conduzindo estímulos, tem a
sua superfície interna, menos positiva que a externa, isto é, o interior da célula
é eletricamente negativo em comparação com o exterior, a essa diferença entre
as faces da membrana é chamada de potencial de repouso. Durante a
passagem do impulso nervoso, é invertida a diferença de potencial, ao que se
denomina despolarização da membrana. Isto acontece numa duração de cerca
de 1,5 milésimos de segundo.A diferença de potencial nas faces interna e
externa da membrana, enquanto da passagem do impulso nervoso, denomina-
se potencial de ação.
O Sistema Nervoso é subdividido em dois sistemas que são o Central e,
o Periférico.O Sistema Nervoso Central é composto pelo encéfalo e pela
19medula espinhal e, o Periférico, é composto pelo tecido nervoso, fora do
Sistema Nervoso Central.E, neste Sistema Nervoso Central é que ocorrem os
nossos pensamentos, emoções e são arquivadas nossas memórias,
acontecendo aí, todo e qualquer tipo de estímulo sensitivo.
O Sistema Nervoso Periférico é composto pelos nervos cranianos e suas
ramificações que, controla a entrada e saída de estímulos nervosos em nossos
órgãos e sistemas. Está dividido em Sistema Nervoso Somático tem a
responsabilidade da transmissão das informações de nossos sentidos da
audição, do paladar, da visão, do olfato e do tato, ao Sistema Nervoso Central
ao músculo liso, músculo cardíaco e glândulas. A ação deste Sistema é
involuntária porque, não depende de nossa vontade. Como exemplo, o coração
continua batendo mesmo quando estamos dormindo .Já o Sistema Nervoso
Entérico que, está localizado no intestino, controla todos os impulsos nervosos
os quais acontecem dentro deste Sistema e, funciona involuntariamente.
Num aspecto geral, o Sistema Nervoso tem várias tarefas no corpo
humano e, por meio dos impulsos elétricos que existem entre os seus bilhões
de neurônios, ele tem a capacidade de se conectar com todas e quaisquer
partes do nosso corpo.
2.2- Princípios de Organização do Sistema Nervoso
Os variados sistemas nervosos possuem características comuns o que
sugere a existência de um ancestral também comum à diversas espécies e,
são os seguintes pontos semelhantes:
- Todos estes sistemas são compostos de células excitáveis, chamadas
de neurônios que, são as unidades funcionais do Sistema Nervoso, células
estas excitáveis e cuja atividade elétrica é ligada a outras células, mesmo que
distante como a comunicação direcional da medula espinhal á ponta do pé. E,
ainda de um segundo tipo celular afim que, são as células Glias.
- Todos eles possuem neurônios que, usam as mesmas substâncias
químicas e, que são os neurotransmissores e neuromoduladores, como sendo
20intermediários para troca de informações as quais afetam as atividades uns dos
outros.
-Todos são dotados de células capazes de detectar e sinalizar
modificações energéticas no ambiente e no corpo, ou, só no corpo, com
resposta direta a elas e, são receptores e neurônios sensoriais.
-Todos têm células que são os neurônios efetores, os quais têm a
capacidade de efetuarem concentração, secreção glandular ou, mudanças nos
processos de órgãos internos.
-Em todos os animais, os neurônios se organizam em estruturas as
quais fazem a ligação sensorial com o corpo.
- Assim, todos permitem o funcionamento do corpo como um todo
integrado e, de forma coadunada com o seu passado individual.
A comunicação direcional tem sentido de entrada e saída em cada
neurônio e, é assim chamada em face à estrutura dos neurônios e também, à
distribuição de receptores e canais iônicos em sua superfície. Os neurônios
recebem sinais através dos dendritos, integram neles esses sinais e, no corpo
celular. Conforme seja o resultado dessa integração ,desprendem potenciais de
ação por meio de seu axônio o qual, transmite a atividade dos neurônios que o
seguem.
Em decorrência da excitabilidade dos neurônios e, da conexão
estabelecida entre eles, ou seja, o axônio de um sobre os dendritos dos outro,
ocorre que a atividade de um neurônio influencia diretamente a dos outros
e,por conseguinte, é influenciada pela atividade de outras dezenas ,centenas
ou milhares deles.
21
Neurônios
(Fonte:Cérebro Nosso,2011)
Devido ao fato de que raríssimos neurônios ficam silenciosos por
pouquíssimos segundos, é apropriado dizer-se que o Sistema Nervoso é o
conjunto de neurônios permanentemente ativos que trocam sinais
constantemente, até a morte.
(Fonte:Cérebro Nosso,2011)
SISTEMAS NERVOSOS – Semelhanças entre as diversas classificações
animais.
22
(Fonte:Rei da Verdade,2011)
As recentes descobertas da pesquisa científica sobre o funcionamento
do cérebro humano, revelam muitos conhecimentos que fascinam a todos os
estudiosos. Praticamente todas as nossas atividades, estão relacionadas ao
funcionamento deste órgão vital tão importante para o desenvolvimento
humano, para a aprendizagem e a cognição. Atrasos cognitivos e motores,
causam lesionamento no cérebro. E,o desenvolvimento do cérebro humano
depende muito do meio e, da maneira como a foi pessoa criada e educada.
O cérebro controla nossas ações e pensamentos e, também, as
atividades musicais. E, a neurociência estuda sobre a aprendizagem e a
cognição musical no educando.
Aproximadamente 100 bilhões de células nervosas que constituem o
cérebro humano, ocupando uma grande parte da caixa craniana, pesando
cerca de 1,3 kilogramas. Ele está dividido em diversas partes que, são
conhecidas como lóbulos frontal, parietal, occipital e insula.
A maior parte de tudo que fazemos, envolve muitas regiões do cérebro.
Cada parte de nosso cérebro, é responsável por determinada função do
nosso corpo, como por exemplo, a da tolerância. Quando uma delas recebe
bom sangue e, em boa quantidade, a função correspondente se desenvolve,
fazendo com que a pessoa adquira grande habilidade. Mais um exemplo desta
função é,se a parte do cérebro que comanda as mãos, recebe bom sangue,
faz com que a pessoa tenha grande habilidade manual. Porém ,quando uma
determinada parte do cérebro não recebe bom sangue e, nem em boa
23quantidade, esta parte não se desenvolve. E, por exemplo, se a parte do
cérebro que comanda as pernas não recebe a quantidade suficiente de
sangue, então, esta pessoa terá dificuldades de andar.
Com o envelhecimento do ser humano, suas artérias ficarão mais
rígidas e assim, perderão a capacidade de bem conduzirem o sangue. Se a
pessoa bater com a cabeça em algum lugar, terá diminuída a capacidade
sanguínea nesta área.
O cérebro humano é também responsável pelas funções psíquicas e
comportamentais, além das funções físicas do nosso corpo.
As regiões do corpo mais sensíveis ao toque, requerem número
desproporcional de células nervosas no Centro de Sensações do cérebro, para
processar os estímulos. Os lábios são assim muito sensíveis, por isto as
crianças os usam para experimentarem tudo que está a sua volta. E no cérebro
infantil, estas áreas são representadas enormemente gigantescas, dada a
enorme sensação que aí é concentrada. Os nervos estimulados por objetos
que a criança esfrega nos lábios, levam à área do cérebro esta mensagem e
ai, a imagem criada registra os lábios com tamanho enorme.
Existem partes específicas do cérebro que, se ilumina quando se toca
algo com os dedos, principalmente o polegar, maior região de correspondência
no cérebro: a mão está repleta de terminações nervosas ligadas ao cérebro e,
o dedo polegar é o mais sensível. As costas inteiras estimulam menos células
nervosas que, as palmas das mãos.
Desde o nascimento à medida que amadurecemos, nossos nervos
captam muitas sensações. Os músculos faciais são os que mais demonstram
emoções. As mãos são representadas em grandes áreas no cérebro e, sempre
foram muito importantes para nossa evolução. O cérebro recebe os estímulos
que, são os sinais elétricos que correm através dos condutos nervosos ligados
aos sentidos e, controla os movimentos do corpo. Por exemplo, cheirar um bom
perfume ilumina partes do cérebro e, como reação se pode balbuciar
expressões que indiquem prazer.
24 A linguagem nos ajuda a aprender novos fatos e ideias que, como todas
as aprendizagens, subsistem melhor se arquivadas na memória de longo prazo
e não na de curto prazo.
O cérebro é cheio de segredos e funciona melhor e, com mais memória se
houverem continuamente, novas conexões nervosas que são as sinapses.
2.2.1- Sinapses
Sinapses são ligações nervosas e estruturas altamente especializadas
que, fazem a transmissão dos impulsos nervosos de um neurônio para outro.
Ainda, espaço onde dois neurônios trocam sinais químicos entre si, espaço
onde ocorre a transmissão sináptica. Ou ainda, é a atividade elétrica de um
neurônio , distribuída por seu axônio a neurônios vizinhos, os quais tenham
contato físico com aquele neurônio. No entanto, a maioria dos neurônios em
crianças e adultos, não possui continuidade elétrica entre si, pois, existem
Fendas entre eles,o que impede a conexão elétrica . Cada sinapse é composta
pela terminação pré sináptica, pela fenda sináptica e, pela membrana pós
sináptica, e tem a responsabilidade do processamento da informação pelo
Sistema Nervoso, podendo ser, de acordo com o processo de transmissão
destes sinais, químicas ou elétricas.
A atividade elétrica influenciando o neurônio seguinte é permitida pela
transmissão sináptica que é, a transformação de um sinal elétrico em sinal
químico e, deste sinal químico voltando em sinal elétrico e agora, então, no
neurônio do outro lado da Sinapse. Portanto, Sinapse, é o local onde a
atividade de um neurônio tem a possibilidade de influenciar a atividade de um
outro neurônio. Os neurônios formados das três partes que são o corpo
celular, o axônio e os dendritos, transmitem os impulsos nervosos através das
Sinapses para outras células as quais podem ser sensoriais, musculares ou
glandulares.E,isto leva a entrada de cálcio no terminal pré sináptico,fazendo
com que vesículas contendo substâncias químicas se fundam com a
membrana da célula, tornando liberto seu conteúdo do lado de fora do terminal
ou seja, na fenda sináptica.Essas substâncias liberadas são os
25neurotransmissores ou ainda, neuromoduladores, em decorrência de sua ação
sobre a célula pós sináptica. Esta célula a qual recebe sinais, possui receptores
em sua membrana, ou seja, proteínas que detectam a presença de
neurotransmissores ou neuromoduladores e, modificam sua forma como
resultado , despendendo assim, mudanças químicas e/ou elétricas , no
neurônio pós sináptico.
Nos Neurônios Pré-Sinápticos, ou seja, os que transmitem sinais, a
chegada de um potencial de ação, ou seja, um sinal elétrico à extremidade de
um axônio, provoca uma alteração em proteínas sensíveis à voltagem da
membrana celular. Nas Sinapses Elétricas, as correntes iônicas passam de
forma direta, pelas junções comunicantes até chegarem às outras células,
porém, nas Sinapses Químicas, a transmissão acontece por meio dos
neurotransmissores ou mensageiros químicos, ligados a um receptor que, é a
proteína, na membrana pós sináptica.e, então,o impulso é transmitido numa
única direção, mas pode ser bloqueado. As Sinapses Químicas são mais
comuns e, mais lentas que as elétricas.
Ex: Neurotransmissores – Histamina e Acetilcolina
Nas Sinapses Elétricas as células possuem um contato muito íntimo por
meio de junções abertas ou do tipo GAP que, propicia o trânsito livre de íons de
uma membrana para a outra. Assim, o potencial de ação é transmitido de uma
célula para a outra mais rapidamente que nas Sinapses Químicas, não
podendo haver bloqueios e, ocorre em músculos lisos.
Através de canais que interligam as células, as sinapses elétricas fazem
a propagação elétrica de forma imediata. Essas sinapses atuam na atividade
sincronizada de grupos de neurônios, nas células musculares lisas ou
cardíacas. A condutância desses canais varia em acordo com o tipo de
proteína constitutiva, por onde solutos de baixo peso molecular passam e ,
levam os sinais de uma para outra célula. Esses canais são formados por
conexinas , proteínas de quatro alças transmembrânicas, com terminações N e
C no Citosol, sendo que seis destas Conexinas formam um Conexon.Os
Conexons das células vizinhas ao se unirem, formam os canais de
transmissão. Sendo modulados por variações químicas, cuja elevação nas
26concentrações de Ca e H reduzem a probabilidade de abertura, estes canais
ainda podem ser controlados pela voltagem das células, tornando assim, a
conexão unidirecional. A Sinapse Elétrica por ter um contato muitíssimo
aproximado entre as células, através de junções abertas, permite o fluxo isento
de íons, em uma transmissão bem mais rápida do que a que existe na Sinapse
Química, além do que não pode ser bloqueada.
O impulso nervoso de uma célula à outra, se dá quase que
instantaneamente porque, há um retardo nulo, uma biredicionalidade e um
efeito excitatório. Já na Sinapse Química, esse impulso atingirá as
extremidades do axônio da célula pré sináptica, para daí acontecer a liberação
de substâncias químicas nos espaços sinápticos e, então, os
neurotransmissores se ordenem com os receptores ali presentes na membrana
das células chamadas pós sinápticas, resultando na transmissão do impulso
nervoso. As sinapses elétricas ocorrem nos músculos lisos e cardíacos, locais
onde a contração se dá por um todo e, em todos os sentidos.
Os impulsos são integrados, bloqueados ou modificados.
Nas Sinapses Químicas, o potencial de ação, isto é, o impulso é
transmitido através dos mensageiros químicos ou, neurotransmissores, ligados
a um receptor que, é a proteína, na membrana pós sináptica e, então, o
impulso é transmitido uma única direção, mas pode ser bloqueado. As
Sinapses Químicas são mais comuns do que as elétricas. A abertura de vários
canais ao mesmo tempo, provoca uma modificação na voltagem do neurônio
pós-sináptico que é propagada até o corpo da célula, onde fica o núcleo. Se um
número suficiente de sinapses - de um só neurônio pré-sináptico, ou, mais
comumente, de vários neurônios pré-sinápticos ao mesmo tempo - forem
acionados e produzirem uma mudança grande o suficiente na voltagem da
célula pós-sináptica, esta pode chegar a disparar potenciais de ação e, assim,
passar o sinal adiante para outros neurônios. O funcionamento do cérebro é
feito da transmissão constante de sinais elétricos e, químicos de um lado para
o outro. O que se pensa, sente ou faz a cada instante, depende de quais
neurônios estão mais ou, menos ativos, a cada instante.
27• Fases de liberação do neurotransmissor:
o Despolarização
o Entrada de cálcio no botão sinaptico
o O Cálcio se liga aos sítios de liberação da membrana pré-sinaptica
o Exocitose da vesícula com neurotransmissores
o Receptores deixam os neurotransmissores passarem
o Reciclagem das vesículas com neurotransmissores
o Remoção do neurotransmissores do botão sinaptico
- Difusão
- Destruição enzimática
- Transporte ativo para terminação pré sinaptica
PPSE - potencial pós-sinaptica excitatório, somação de descargas para
desencadear o potencial de ação. PPSI - potencial pós-sinaptica inibitória.
28
Na sinapse química o potencial de ação que esta se movendo em ambos os lados na membrana quando chega na região adjacente a fenda sinaptica, onde se encontram muitos canais de cálcio que através da despolarização da membrana se abrem liberando cálcio para dentro da célula.Este influxo de cálcio nas imediações da membrana pré-sinaptica, causara por atração iônica o movimento das vesículas com neurotransmissores na direção da membrana pré-sinaptica onde os neurotransmissores serão liberados na fenda sinaptica por exocitose.Na membrana pós-sinaptica existe um Impulso nervoso
Um impulso é transmitido grande número de proteínas
receptoras de
neurotransmissores, estes
receptores são canais iônicos
permeáveis ao sódio (impulso
excitatório) e cloreto (impulso
inibitório).
(Fonte:Fisiologia,2011)
Se os neurotransmissores se ligarem aos canais iônicos permeáveis ao
sódio, causarão o influxo de sódio para dentro da célula o que,
conseqüentemente, desencadeará um potencial de ação nesta célula. Se o
neurotransmissores se ligarem aos canais iônicos permeáveis ao cloreto,
causarão o influxo de cloreto para dentro da célula e, como o cloreto é um
29anion, não deixará que a célula gere um potencial de ação, ou seja, impulso
inibitório. (Fonte: Brandão, M.I. ed .2004 – As bases Biológicas do
Comportamento)
2.3 – O SISTEMA AUDITIVO
Constituição do sistema auditivo humano:
O ouvido humano pode ser separado em três grandes partes, de acordo
com a função desempenhada e a localização. São elas: o ouvido externo, o
ouvido médio e o ouvido interno. Segue-se então uma vista panorâmica do
sistema auditivo humano na qual as suas três zonas constituintes são
discriminadas.
autores: Stephan Blatrix, Rémy Pujol
Figura Ouvido Externo- Vista panorâmica. (Passe com o rato por cima da imagem para ver as legendas)
(Fonte:Telecom,2011)
30
Legenda 1. Martelo 2. Bigorna 3. Estribo 4. Tímpano 5. Janela Redonda 6. Trompa de Eustáquio
autores: Stephan Blatrix, Rémy Pujol
Figura Ouvido Médio- Ouvido médio em mais detalhe.
(Fonte:Telecom,2011)
Legenda 1. Canais semicirculares 2. Nervo Auditivo 3. Membrana Basilar 4. Cóclea
autores: Stephan Blatrix, Rémy Pujol
Figura Ouvido Interno- Ouvido interno em mais detalhe.
(Fonte:Telecom,2011)
31
Legenda 1. Canal Semicircular Anterior 2. Canal Superior 3. Canal Lateral 4. Sáculo 5. Ducto Coclear 6. Helicotrema ou Apex 7. Canal Lateral 8. Canal Posterior 9. Canal Posterior 10. Janela Oval 11. Janela Redonda 12. Ducto Vestibular (Scala Vestibuli) 13. Ducto Timpanico (Scala Tympani) 14. Utrículo
autores: Stephan Blatrix, Rémy Pujol
Figura - A cóclea e os canais semicirculares.
(Fonte:Telecom,2011)
Legenda 1. Ducto Coclear 2. Scala Vestibuli 3. Scala Tympani 4. Espiral Ganglionar 5. Nervo Auditivo
autores: Stephan Blatrix, Rémy Pujol
Figura - A cóclea seccionada.
(Fonte:Telecom,2011)
32
Legenda 1. Ducto Coclear 2. Scala Vestibuli 3. Scala Tympani 4. Membrana de Reissner 5. Membrana Basilar 6. Membrana Tectória 7. Stria Vascularis 8. Fibras 9. Espiral Laminar
autores: Stephan Blatrix, Rémy Pujol
Figura - Desenho de um pormenor de um corte transversal da cóclea.
(Fonte:Telecom,2011)
Há uma estreita ligação entre o som e o desenvolvimento cerebral. A
percepção de um som provoca muitas vibrações quase que imperceptíveis que,
repercutem em todo o corpo, como no cérebro. Até o cérebro ouve dentro do
útero materno e, se a mãe ouve e gosta de música, existe muito mais
probabilidade de desenvolvimento do gosto do bebê pela música e, também da
aprendizagem.
O conteúdo exposto neste capítulo tem a função de embasar os
conhecimentos que serão apresentados no próximo capítulo e, os quais, são
relacionados à Música e à Neurociência Pedagógica.
33
CAPÍTULO III
A NEUROCÊNCIA PEDAGÓGICA E A MÚSICA
Um dos recursos de grande valia para a efetivação da aprendizagem é a
Música. E, a Neurociência Pedagógica o reconhece como tal, assim que
inúmeros compêndios versam sobre esse valor ao discorrerem a respeito de
como os conhecimentos são incorporados, como o pensamento é formado, a
consideração das diferenças e, o atendimento a estas diferenças, tudo
fundamentado na ação deste recurso artístico, fortalecedor da aprendizagem.
O som é de comum existência no mundo e, todo ser é passível de
percebê-lo. O seu contraste é o silêncio considerado um fenômeno não
absoluto e, sim, relativo.
A música ativa e movimenta a imaginação sendo que através dela,
desejos latentes são concretizados e, é permitida a volta no espaço. A música
tem ainda uma função marcante de simbolismo social e religioso e, é um
elemento terapêutico.
O Som do Silencio
O som é o efeito produzido no órgão da audição, resultante das
vibrações dos corpos sonoros, impressionando o ouvido, embora tudo o que
passe por este órgão e o impulsiona, é considerado som, tanto agradável ou
desagradável, bom ou mau, calmo ou exasperado. Falar e ouvir são atos do
som e do silencio. Somente se ouve o que foi produzido por um elemento,
igualmente físico.
Um som não produz obrigatoriamente audição, pois, são processos
independentes.
Para as pessoas que não ouvem, todo e qualquer barulho, ruído, enfim,
qualquer som, não é algo concreto, não possui nenhum significado prático.
34
Ruído e Audição
São interligados sendo que o primeiro desencadeia o segundo, um
binômio tempo e espaço que, envolve outro componente que é o sentimento.
Quem ouve avalia e seleciona o som, segundo critérios pessoais. O som
presume audição a qual, presume sensação que, finalmente reconhece como
bom o ruim entre o som.
O som é algo perceptível audível, inevitável, e tem presença constante.
Nós ao mesmo tempo em que ouvimos sons, respiramos sons. O som é
absoluto e, o silêncio relativo. Mesmo enquanto o silêncio não existe, ele é só
vivido como o oposto do ruído, portanto, tem sentido relativo, abstrato.
O silencio só se torna possível de audição quando tem, a influência da
imaginação. E, o som que ouvimos e que nos causa prazer, permanece em
nossa mente como algo de valor.
A música é um som melódico que nasceu com o homem, ou
exatamente, é anterior à existência humana. Surgiu com o universo porque no
universo, tudo é som, tudo é musica. Até mesmo os astros se movimentando,
certamente produzem alguma linguagem musical.
O Cérebro conforma uma questão que desde há muitos e muitos
séculos, é preocupação para o ser humano que, foi tomando consciência que
tinha a capacidade de agir, de sentir e, de pensar. E, então começou a
pesquisar sobre esta capacidade e, onde a mesma está situada. No século
V.a.C. os filósofos privilegiaram o espírito e, os médicos a matéria. Hipócrates
dizia que a psyche estava no cérebro e Empédocles, dizia que estava no
coração.
Platão firmou a distinção entre corpo e alma, entre razão e sentidos,
colocou primeiramente a inteligência, depois o coração, o desejo e, por último,
os desejos inferiores.
Aristóteles afirmou que a alma era tão substancial quanto o corpo,
apesar de suas funções como alimentação e a sensação, a motricidade e a
intelecção eram similares. Defendeu a idéia do coração como centro e, o
35cérebro, como um sistema de aquecimento sanguíneo e do coração. Mais
tarde, no século II,o médico Galeno complementou a doutrina de Hipocrates ao
estabelecer a existência de quatro temperamentos e de diferentes localizações
dos espíritos no corpo, criando também a teoria cefalocentrica. ‘’O poder da
sensação e do movimento vem do cérebro’’ (Galeno século II). E, a sua teoria
sobre a localização dos espíritos nos fluidos dos ventrículos, durou muitos
séculos.
No século VI, foi estabelecida por Nemésio, a distinção entre sensação e
imaginação situando-as no ventrículo anterior, no médio a razão, e no
posterior, a memória. Grandes alterações ocorreram na Europa, entre os
séculos XV e XVII, entre as quais se pode ressaltar a descoberta de novas
terras e novos meios de comunicação, uma nova concepção do planeta Terra,
de física e cartografia.
Esta onda de mudanças e inovações, se estende até a investigação
anatômica. No século XVI, Andreas Versalins que realizou muitas dissecações,
sobretudo em crânios de criminosos executados, descartou a idéia de Galeno,
no texto da obra da Humani Corporis Fabrica, firmando que a sede funcional do
ser humano era ‘’mais cerebral’’, ou seja, no cérebro (Sikson, 2008).
O professor Thomas Willis (1664-1670) em Oxford, na Inglaterra, no
cérebro anatome, apresentou uma reclassificação dos nervos cranianos,
traçando o caminho do fluxo sanguíneo até o cérebro. Então, concluiu que o
pensamento provinha do cerebrum, os hemisférios exteriores do encéfalo.
3.1 A CRIATIVIDADE E O CÉREBRO
Criatividade é definida como qualidade ou estado de ser criativo. E, o
cérebro como a parte maior do encéfalo, ou ainda, inteligência e razão.
A criatividade é uma expressão inteligente que, usa de recursos
artísticos para se expor. Um dos recursos é a música que interfere nas
produções inteligentes, com muito mais possibilidades de êxito, até mesmo,
como expressão significativa por si própria.
36Existe uma relação importante entre a saúde e a música, a música e a
educação. Os povos antigos já previam o poder da música e seus efeitos
sonoros no comportamento e,nas emoções dos seres humanos, como também
promove uma melhor circulação sanguínea. Além de terapêutica, a música é o
fator influente na aprendizagem, pois,os sons compõem quadros mentais que
registram o conhecimento.
Deficiências como desatenção, hiperatividade e impulsividade que
causam prejuízo ao relacionamento inter pessoal e, ao aprendizado, é
denominado como transtorno de déficit de atenção, hiperatividade e
impulsividade- TDAH- que é um transtorno neurocomportamental. Pais e
educadores precisam conhecer as causas deste transtorno, mas seja qual for,
a música também pode ser empregue como recurso de recuperação e
equilíbrio das funções cerebrais as quais, podem influenciar a ocorrência deste
distúrbio. Os principais sintomas do TDAH na criança são:
Desatenção
a) freqüentemente não presta atenção a detalhes ou comete erros e omissões
em atividades escolares, em trabalho e, outras;
b) com freqüência, tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou, em
atividades lúdicas;
c) com freqüência, parece não escutar quando lhe dirigem a palavra;
d) com freqüência, não segue instruções e não termina seus deveres
escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a
comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções);
e) com freqüência, tem dificuldade para organizar tarefas e atividades;
f) com freqüência evita, demonstra ojeriza ou reluta a envolver-se em tarefas
que exijam o esforço mental constante (como deveres escolares ou deveres de
casa);
g) com freqüência, perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (por
exemplo, tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiais);
h) é facilmente distraída por estímulos alheios à tarefa;
37i) com freqüência apresenta esquecimento em atividades diárias.
Hiperatividade
a) freqüentemente, agita as mãos ou os pés, ou, se remexe na cadeira;
b) freqüentemente, abandona sua cadeira na sala de aula ou, em outras
situações nas quais, se espera que permaneça sentado;
c) freqüentemente, corre ou escala em demasia, em situações impróprias (em
adolescentes e adultos, pode estar limitado a sensações subjetivas de
inquietação);
d) com freqüência, tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente
em atividades de lazer;
e) está freqüentemente “a mil” ou muitas vezes, age como se estivesse “a todo
vapor”;
f) freqüentemente, fala em demasia.
Impulsividade
g) freqüentemente, dá respostas precipitadas antes que as perguntas
terem sido completamente formuladas;
h) com freqüência, tem dificuldade para aguardar sua vez;
i) freqüentemente, interrompe ou se intromete em assuntos alheios (por
exemplo, em conversas ou brincadeiras).
Alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade ou desatenção, causadores
de comprometimento estão presentes antes dos 7 anos de idade;
Algum comprometimento causado pelos sintomas, está presente em
dois ou mais contextos (por exemplo, na escola, no trabalho ou em casa);
Deve haver claras evidências de um comprometimento clinicamente
importante no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional;
38Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um
Transtorno Global do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou outro Transtorno
Psicótico, nem são melhores explicados por outro transtorno mental (por
exemplo, Transtorno do Humor, Transtorno de Ansiedade, Transtorno
Dissociativo ou Transtorno da Personalidade).
(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais – DSM-IV / 4ª Edição)
TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO
Tipo predominantemente desatento
Nesse caso tem-se 6 (ou mais) sintomas de desatenção com ausência
ou pequena presença (menos de 6) dos sintomas de hiperatividade e
impulsividade há pelo menos 6 meses.
Tipo predominantemente hiperativo-impulsivo
Ocorre quando 6 (ou mais) sintomas de hiperatividade e impulsividade
estão presentes entre os sintomas de desatenção menos observáveis, nos
últimos seis meses.
Tipo combinado
Ocorre quando 6 (ou mais) sintomas de desatenção estão presentes
com 6 (ou mais) sintomas de hiperatividade e impulsividade por um período
mínimo de seis meses.
Há muito a Neurociência estuda a Criatividade que depende do esforço
conjunto de regras em uso no momento. Na verdade, quando o cérebro é
criativo com o mundo,ele usa a si mesmo como Criatividade, ou seja,
empregando as mesmas estruturas de outros modos para abordar uma
39questão de outra maneira e, criar um caminho alternativo mais uma vez. E, a
música é recurso colaborador, para com esta tentativa cerebral.
Os diversos e complexos elementos que envolvem a prática musical,
têm despertado grande interesse de diversas áreas do conhecimento,
principalmente para conhecer o cérebro musical. Os biólogos e paleontólogos
pesquisam sobre a natureza para os fenômenos musicais; os historiadores e
filósofos sobre a música na historia da humanidade; os neurocientistas e
psicólogos de orientação cognitiva estudam os atributos do cérebro e da mente
musical; os etnomusicólogos, os antropólogos e sociólogos da música que
refletem sobre as evidências no estudo que compare as culturas; os
instrumentistas e os musicólogos estudam as características mentais que,
estão envolvidas nos processos de audição, composição e execução musical.
Os psicólogos da corrente Desenvolvimentista, educadores musicais e
musicoterapeutas se dedicam à compreensão dos processos de aprendizagem
os quais, sustentam o desenvolvimento musical do ser humano.
Os tecnólogos, os engenheiros e informáticos se interessam em modelar
e desenvolver as máquinas consideradas inteligentes as quais, simulam a
mente musical entre outros mais,e todos pesquisam e buscando respostas
para a compreensão da mente musical.
3.2 OS EFEITOS DA MÚSICA NO CÉREBRO
Durante toda a vida, relações afetivas são construídas com tipos de
música as quais, são acessadas quando são ouvidas. Por causa disto, formam-
se aleatoriamente um nível coletivo que são grupos culturais com determinadas
identidades que inclinam-se a ouvir afetivamente uma mesma músicas,
compondo assim um nível coletivo afim e, o nível, individual ligado à
experiências pessoais, buscando uma audição afetivamente individualizada o
que faz parte do olhar da Psicologia Vigotskiana. Segundo Caroline Pacheco
(UFPR), mestre em cognição e filosofia da música, existe mesmo este caráter
social e pessoal das experiências musicais.
40Uma pessoa certamente sentir-se a mais feliz e motivada se ouvir uma
música que, a faz recordar de um momento alegre e, não se sentirá assim se a
música lhe fizer lembrar um momento triste. Assim sendo, o professor que
souber associar o ensino que ministra à músicas que despertem alegria e
interesse, seguramente já obtém mais da metade de sucesso em sua prática.
O som após ser transmitido por moléculas que estão no ar chega ao
tímpano, que se agita de dentro para fora, em acordo com a amplitude e
volume do som que recebe, como também da altura desse som, ou seja, se ele
é grave ou agudo. Entrementes, neste estágio, o cérebro apenas recebe uma
informação incompleta, sem haver aí, a distinção do que aquele barulho
realmente representa. Isto é, se são de vozes, portas se abrindo, máquinas,
etc.
O produto final que foi decodificado pelo cérebro, significa uma imagem
mental a respeito do mundo físico, o qual é gerado formado desde uma enorme
cadeia de eventos mentais. Nesta cadeia deste processo o primeiro estágio é a
‘’extração de características’’ quando o cérebro somente percebe as
características básicas da música, através das redes neurais especializadas.
Nesta fase, ocorre a decomposição do som em elementos básicos como altura,
timbre, localização no espaço, intensidade entre outros mais.
Este acontecimento se dá nas partes periféricas do cérebro. Em
seguida, isto ocorre nas partes superiores do cérebro, quando é necessário
integrar essas informações elementares adquiridas, de modo a se ter uma
percepção total.
Segundo o neurocientista e músico, Daniel Levitin, o cérebro enfrenta
três grandes dificuldades nas fases mencionadas acima, as quais provocarão
reações no individuo. ‘’A primeira é que a informação que chega aos receptores
sensoriais é indiferenciada em termos de localização, fonte e identidade. A
segunda é que a informação sonora é ambígua, ou seja, diferentes sons
podem gerar padrões de ativação simulares ou idênticos ao atingirem o
tímpano. Em terceiro, a informação sonora é incompleta.’’
Portanto, uma das funções dessas etapas é realizar uma espécie de
cálculo avaliando o que está realmente acontecendo no mundo, fato que
41permite afirmar que a percepção de ordem auditiva constitui um processo de
inferência.
É reconhecido e provado que a atividade musical envolve quase todas
as regiões cerebrais e, os sistemas neurais. A música quando emociona,
desperta estruturas localizadas nas regiões instintivas do verme cerebelar que
é a estrutura do cerebelo a qual modula a produção e, a liberação pelo tronco
cerebral das neurotransmissoras dopamina e noradrenalina e da amídala que,
é a principal área do processamento emocional no córtex. Na leitura musical, a
área utilizada é o córtex visual.
Acompanhar uma música é capaz de ativar o hipocampo, área
responsável pelas memórias, e o córtex frontal inferior. Para a execução de
músicas são acionados os lobos frontais, os cortex motor e sensorial.
A música é relacionada ao desenvolvimento cognitivo, que é o processo
de conhecer que envolve o juízo, o raciocínio, a lógica, a atenção, a memória, a
percepção, a linguagem e o pensamento, especialmente na infância. Ela pode
ajudar no aprendizado lógico e, se a pessoa já nascer com esta característica,
independe do treinamento musical.
No aprendizado com música são considerados valores e a
predisposição, fatores imprescindíveis para a retenção de informações.
Algumas pessoas têm maior predisposição para ouvir e fazer música.
Estas então, são mais aptas a aprender na presença de sons melodiosos.
Todavia, o treinamento com atividades de educação musicais pode influir tanto
ou mais que, o próprio dom no aprendizado musical. Se a música fosse
praticada só por quem tem o dom para ela, certamente o número de músicos
seria reduzido. Acompanhar uma música é capaz de ativar o hipocampo, área
responsável pelas memórias, e o córtex frontal inferior. Para a execução de
músicas são acionados os lobos frontais, o córtex motor e o sensorial.
A música é relacionada ao desenvolvimento cognitivo que é o processo
de conhecer que envolve o juízo, o raciocínio, a lógica, a atenção, a memória, a
percepção, a linguagem e o pensamento, especialmente na infância. Ela pode
mudar no aprendizado lógico e, se a pessoa já nascer com esta característica,
independente do treinamento musical.
42No aprendizado com música são considerados valores e predisposições,
fatores imprescindíveis para a retenção de informações.
Para Vigotsk ‘’As predisposições que podemos considerar facilitadoras
para a aprendizagem com a música são bastante genéricas e podem dar
origem no curso do desenvolvimento, a aquisições muito diferenciadas (uma
audição acurada, por exemplo, pode dar origem tanto a um músico quanto a
um foneticista). Nesse sentido, os fatores mais determinantes estão ligados às
experiências vividas. Não necessariamente estudos formais, mas experiências
que possibilitem que disposições biológicas se convertam em disposições
culturais para a música.’’ É muito importante para vários pesquisadores
desvendar o efeito da música na vida das pessoas, dada a incidência de
opiniões e casos de pessoas, especialmente alunos os quais, tiveram melhoria
no desempenho escolar e na capacidade de atenção.
A aprendizagem com a música integra o desenvolvimento geral da
pessoa, não só o cognitivo, mas também, o afetivo e o motor estão integrados
no processo de formação do individuo.
3.3 MÚSICA NO CONTEXTO ESCOLAR
O contexto escolar pode ser muito mais apropriado ao processo ensino
aprendizagem, se enriquecido com a presença da música. O papel do
professor como mediador da inserção da música em sala de aula, é primordial,
pois, assim, não tratará só dos procedimentos comuns, mas de outros
elementos que compõem a prática pedagógica.
Como a música é um importante meio de comunicação e expressão, a
sua introdução no cotidiano escolar amplia a quantidade de linguagens e
permite a descoberta de novos caminhos de aprendizagem, lidando com a
sensibilidade humana, de forma mais agradável e saudável para o educando.
Trabalhar com a música na escola é prática de há muito tempo,
objetivando sempre formar cidadãos plenos, e capazes de exercerem a sua
43cidadania. Mudanças na maneira de agir em sua docência, por causa da
presença da música, tornam o conteúdo mais atrativo e eficiente.
A música é uma linguagem que precisa ser conhecida pelo aluno porque
ele pode aprender e sentir, expressando a percepção das manifestações
sonoras, presentes no dia a dia e, que sempre está em transformação.
Relacionada a outras inferências artísticas permite uma evolução do
pensamento e, suas manifestações.
O som é uma vibração que se propaga no ar, construindo ondas sonoras
que são captadas pelo sistema auditivo humano. Depois são transformadas em
impulsos elétricos, e conduzidas pelos neurônios até o cérebro, onde são
interpretadas. As ondas sonoras chegam de principio a uma região onde são
processadas as emoções e os sentimentos, antes de haver a percepção das
mesmas pelos centros envolvidos pela razão. Neste ínterim ocorre a liberação
de neurotransmissores que, são responsáveis por permitirem a maior agilidade
dos circuitos cerebrais. Devido a isto, estudiosos da teoria das inteligências
múltiplas, afirmam que a habilidade musical é tão importante quanto às
disciplinas exatas e a lingüística, porque auxilia outros tipos de raciocínio. As
pesquisas no campo da neurociência provam que a memória, a imaginação e a
comunicação verbal e corporal, ficam mais desenvolvidas nas pessoas que
executam, estudam e praticam a música.
A música é uma linguagem universal e, existe desde as primeiras
civilizações. O ensino da música na Grécia Antiga era obrigatório e já existiam
orquestras compostas, naquela época. E, até Pitágoras, filósofo grego da
antiguidade, ensinava reações relacionadas, bem definidas no organismo.
A seqüência correta de sons, tocada num instrumento, pode mudar
padrões de comportamento e até mesmo, acelerar o processo de cura.
O bebê no útero materno já capaz de escutar, e ouvindo as batidas do
coração da mãe reage a estes estímulos chutando, virando a cabeça, mexendo
os braços, e ficando com o coração batendo mais rápido. Crescendo, o bebê é
acompanhando pelos sons, até a vida adulta.
Na escola a musicalização desenvolve na criança, além da aquisição à
sensibilidade à música, qualidades como concentração, coordenação motora, a
44audição a socialização, a si próprio e ao grupo, o raciocínio, a disciplina
pessoal, o equilíbrio emocional e, vários outros atributos.
As atividades musicais oferecem oportunidades para aprimoramento
da habilidade motora, controle dos músculos e movimentos desenvoltos. Já o
ritmo, tem importante papel na formação do equilíbrio do sistema nervoso.
Toda a expressão musical age sobre a mente, favorecendo a descarga
de emoções, da expressão da reação motora e alivio das tensões. Os
movimentos adaptados a um ritmo é resultado de um conjunto total de
atividades coordenadas. Assim que,atividades como o cantar, o bater palmas,
gesticular, bater os pés, são experiências valiosas para as crianças, pois,
favorecem o desenvolvimento do senso rítmico a coordenação motora os
quais, são fatores importantes para o processo da leitura e da escrita.
Os desenvolvimentos significativos decorrentes da inclusão da música
na aprendizagem são:
- O desenvolvimento sócio – afetivo – a construção do próprio mundo e
interrelações com base na afetividade.
- Desenvolvimento cognitivo/lingüístico - quanto maior for a quantidade
de estímulos que a criança receber, maior será o seu desenvolvimento
intelectual.
- A Linguagem da Música e o Sensório Motor.
Para que haja uma visão cognitiva, o conhecimento musical se inicia
através da interação com o ambiente, através de experiências concretas as
quais paulatinamente, vão formando respostas estruturadas.
Os sons e as linguagens musicais fortalecem o desenvolvimento das
percepções sensório motoras, assim, sua aprendizagem tem inicio com seus
próprios sons como choro, grito, risada,e com sons de objetos, da natureza
com a chuva e do vento. E no ventre da mãe, ruídos do seu corpo, o sangue
nas veias, respiração, movimentos intestinais, todos juntos compõem suas
primeiras percepções musicais.
A música constitui um instrumento facilitador no processo de
aprendizagem, pois, o aprender e reter os conteúdos aprendidos.
45Portanto, a música é um excelente recurso fortalecedor da
aprendizagem, contribuindo para os seguintes campos que compõem o ser,ou
seja:
- Físico – oferecendo as atividades capazes de propiciar o alivio de
tensões devidas à instabilidade emocional e ao físico.
- Psíquico – propiciando processos de expressão, comunicação e
descarga emocional por meio do estimulo musical e sonoro.
- Mental – promovendo situações as quais possam contribuir para
estimular e, desenvolver o sentido da ordem, harmonia, organização e
compreensão.
- Emocional – a música é um veículo valiosíssimo e, eficaz para alívio da
tensão emocional.
A música precisa assumir um papel mais significante e relevante na
escola, pois, enquanto modalidade de conhecimento, como disciplina e grande
veículo de reforço da aprendizagem, indubitavelmente, promoverá uma grande
mudança no educando e, na qualidade do SABER. E, a Neurociência
Pedagógica reconhece esta importância em seus tratados Educacionais.
46
CONCLUSÃO
A intenção do presente trabalho sobre a positiva influencia da Música na
aprendizagem, é acrescentar à ideia da importância dos conhecimentos da
Neurociência, a consideração do valor deste grande recurso artístico a ser
empregue na prática pedagógica, para que haja o favorecimento da aquisição e
retenção no cérebro, dos conhecimentos ministrados na Escola. E, certamente
sem a Música, o êxito da aprendizagem não seria tão facilmente e,
significativamente alcançado.
A Neurociência há muito estuda a criatividade que, depende do esforço
conjunto de regras em uso no momento. Na verdade, quando o cérebro é
criativo com o mundo, ele usa a si mesmo como criatividade, ou seja,
empregando as mesmas estruturas de outros modos para abordar uma
questão de outra maneira e, criar um caminho alternativo. Mais uma vez, a
música colabora e, agora, com esta tentativa cerebral.
47
BIBLIOGRAFIA
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http://www. afh.bio.br
http://www.reidaverdade.com/sistema-nervoso-central-autonomo-periferico-
humano-imagens.html
50
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03 EPÍGRAFE 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A NEUROCIÊNCIA – PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAÇÃO 09
CAPÍTULO II
A NEUROCIÊNCIA E A EDUCAÇÃO 14
2.1. O Sistema Nervoso 16
2.2. Princípios de Organização do Sistema Nervoso 19
2.2.1 Sinapses 24
2.3. O Sistema Auditivo 29
CAPÍTULO III
A NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA E A MÚSICA 33
3.1. A Criatividade e o Cérebro 35
3.2. Os Efeitos da Música no Cérebro 39
3.3. Música no Contexto Escolar 42
CONCLUSÃO 46
BIBLIOGRAFIA 47 WEBGRAFIA 49 ÍNDICE 50
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