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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA EM UMA ERVATEIRA
DALLA ROSA, Renan K.1
GUERRA, Daniel M.1
PEREIRA, Alexandre F.1
SZABAT, João P.1
TOZZO, Alisson1
OLIVEIRA, Suzana F.2
RITTER, Filipe2
ZEIZER, Erivan2
JUNIOR, Décio A. A.3
RESUMO: Este artigo tem como objetivo analisar a viabilidade econômico-financeira de uma empresa que
trabalha no ramo de erva-mate onde a mesma esta situada no município de Barão de Cotegipe na região norte do
Rio Grande do Sul. Para a realização de desse artigo primeiramente foi realizado uma pesquisa bibliográfica para
após realizar a pesquisa exploratória onde foram coletados dados úteis para a realização do estudo e indicadores
financeiros que permitiram a análise da viabilidade econômico-financeira da empresa estudada. Para conseguir
atingir o principal objetivo, serão utilizados indicadores como a Taxa Interna de Retorno (TIR), Valor Presente
Líquido (VPL), Taxa Mínima de Atratividade (TMA), Valor Uniforme Anual (VA), Payback, utilizando o
método de Monte Carlo posteriormente. Após coletas de dados realizou-se o cálculo de fluxo financeiro onde foi
constado que a empresa estudada possui valores de retorno (TIR) de 16,36% e foram superiores a (TMA) foi de
6,14%. Após a análise destes dados pode-se afirmar que a empresa é economicamente viável.
Palavras-chave: Análise de investimentos, viabilidade econômica, lucratividade.
ABSTRACT: This article aims to analyze the economic and financial viability of a company working in the
yerba mate branch where it is situated in Cotegipe Baron municipality in the north of Rio Grande do Sul. For the
realization of this article was first conducted a literature search for after conducting exploratory research which
were collected useful data for the study and financial indicators that allowed the analysis of the economic
viability of the studied company. To be able to achieve the main objective, indicators will be used as the Internal
Rate of Return (IRR), Net Present Value (NPV) Minimum Rate of Attractiveness (TMA), Value Annual
Uniform (VA), Payback, using the Monte Carlo method posteriorly. After data collection was held the cash flow
calculation where it was noted that the studied company has return values (IRR) of 16.36% and were higher than
(TMA) was 6.14%. After the analysis of this data can be said that the company is economically viable.
Keywords: Investment analysis, economic feasibility, profitability.
1 Discentes do curso de Engenharia de Produção. Nível V 2016/1. Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
2 Docentes do curso de Engenharia de Produção. Nível V 2016/1. Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
3 Coordenador do curso de Engenharia de Produção. Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
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1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A análise de viabilidade econômica de investimento consiste no emprego de técnicas
financeiras, com o objetivo de identificar a melhor opção entre diferentes possibilidades de
investimento, tecnicamente fundamenta-se em equações que identificam e mensuram se existe
ou não viabilidade em um investimento, ou seja, se existe ou não rentabilidade e caso exista,
quão rentável é.
Nos empreendimentos, a análise de investimentos tem papel fundamental, auxilia na
tomada de decisões, quando se envolve dinheiro, busca-se um retorno positivo e em curto
prazo. Este trabalho pode contribuir para empresários e pessoas interessadas no assunto, a
terem conhecimentos básicos sobre análise de viabilidade econômica, ainda serve como
referencial teórico para outras pessoas que estão realizando estudos sobre análise de
investimentos.
O presente artigo tem como foco principal analisar quantitativamente e
qualitativamente uma empresa do Alto Uruguai gaúcho, se a mesma apresenta investimento
lucrativo no ponto de vista financeiro. Para isso foram utilizados métodos matemáticos para
identificação da lucratividade que serão detalhadas no decorer deste artigo. Para conseguir
atingir o principal objetivo, serão utilizados indicadores como a Taxa Interna de Retorno
(TIR), Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Mínima de Atratividade (TMA), Valor Uniforme
Anual (VA), Payback, utilizando o método de Monte Carlo posteriormente.
2 - DESENVOLVIMENTO
A rentabilidade em longo prazo é o principal objetivo das empresas, a oferta de
produtos de boa qualidade e com preço competitivo é fundamental para que esse objetivo
possa ser atingido. O objetivo principal da análise de viabilidade econômica de projeto é de
melhorar o valor do que se está sendo estudado. As opiniões a respeito do valor de um projeto
ou produto são baseadas em um critério, como qualidade, custo ou confiabilidade, seguido de
decisões pouco precisas. A análise de viabilidade econômica de projeto consiste em fazer
avaliações dos gastos envolvidos com o investimento inicial, receitas, operações e
manutenção geradas durante certo período, sendo possível montar o fluxo de caixa em relação
a estes investimentos, receitas e custos determinam indicadores econômicos do projeto
(LINDEMEYER, 2008).
Ao realizar um investimento, devem ser avaliados múltiplos fatores como incertezas,
riscos, aceitação do serviço ou produto pelos clientes, período de retorno de investimento,
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quantidade de recursos imprescindíveis, entre outros. O método do Valor Uniforme Anual
(VA) consiste em achar a série anual uniforme do fluxo de caixa de investimentos, onde todos
os custos e receitas para cada projeto utiliza-se a Taxa mínima de Atratividade (TMA). O VA
determina se o investimento é lucrativo em comparação com a TMA, se for positivo, é
recomendado financeiramente. Através deste método, pode-se saber qual o retorno financeiro
anual do empreendimento (FILHO e KOPITTKE, 1998).
O Payback, para Brito (2015) é o período de tempo em que ocorre o retorno do
investimento. É um dos indicadores utilizados na análise de retorno de projetos, que indica o
tempo necessário para o lucro acumulado gerado igualar o investimento inicial. É
demonstrado em unidades de tempo: dias, meses, anos. Um exemplo que se ouve falar dele é
quanto alguém diz; “você vai ter seu dinheiro de volta em 18 meses.” (BORGES, 2013).
A definição técnica para payback é de calcular o tempo entre o investimento inicial e o
momento no qual o lucro líquido acumulado se iguala ao valor desse investimento.
De acordo com a figura a seguir, é explicada a fórmula do Payback simples, que
consiste no valor do investimento inicial, dividido pelo ganho neste período.
Figura 1: Formula do Payback Simples. Fonte: BRITO, Caroline, Payback: O que é e como calcular, ADM Soluções, Fortaleza/CE 14 de
fevereiro de 2013.
O Valor Presente Líquido é a ferramenta mais utilizada pelas grandes empresas na
análise de investimentos (COPELAND, 2005), sendo definido como o somatório do valor
presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa, esse método desconta os
fluxos de caixa do projeto que está sendo avaliada a uma determinada taxa, estipulada pelos
shareholders (acionistas). Essa taxa, usualmente chamada de taxa de desconto, é o retorno
mínimo que deve ser esperado para que o projeto seja aceito (BREALEY, 1992).
Se o fluxo de caixa do projeto, após ser descontado ao valor da taxa de desconto, for
maior ou igual à zero significa que é viável executar o projeto, pois este remunera o capital
investido a uma taxa igual ou maior que a taxa mínima de retorno. Quando o VPL for menor
do que zero, rejeita-se o projeto (COSTA, 1987).
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O planejamento é a forma de definição de diretrizes, quando se fixa um objetivo e se
define uma estratégia. Tudo envolve um projeto, que se define como o princípio de algo
desejável e que tem por finalidade alcançar desenvolvimento econômico. Para Heldman
(2014) um projeto é uma natureza temporária, que é desenvolvido a partir de uma necessidade
e tem um ciclo de vida, início e término. O início é quando se desenvolve o mesmo levando
em conta a necessidade, seja ela para produzir um bem ou até mesmo realizar um serviço. A
finalização se refere ao término do projeto, quando o mesmo for concluído e os seus objetivos
forem alcançados ou o mesmo for cancelado.
A ideia de projeto é da própria organização humana, imaginar que algo se tornará real
e realizar um estudo para que se realize, tornando uma ação (ALMEIDA, 2002).
Segundo Machado (2000, p.6): "[...] o projeto não é uma simples representação do
futuro, do amanhã, do possível, de uma ideia; é o futuro a fazer, um amanhã a concretizar, um
possível a transformar em real, uma ideia a transformar em ato". Percebe-se que o projeto
demanda uma abertura para o desconhecido, para teses não comprovadas, ir atrás de
suposições para desenvolver um objetivo coerente, atingindo a meta que é o escopo
alcançado, a finalização do mesmo.
O projeto para ser elaborado e posto em prática depende de uma série de percursos até
a elaboração, cada projeto depende de sua finalidade, do programa de crédito ou dos
benefícios que poderão ser diligenciados (BRITO, 2015).
Segundo Holanda (1982) o projeto é dividido em cinco fases: estudos preliminares,
anteprojeto, projeto, execução e acompanhamento. Para Pomeranz (1985) todas as etapas
foram simplificadas em apenas três: identificação da ideia, o estudo de viabilidade técnico-
econômica e a implantação.
Segundo Brito (2015) o projeto deve conter em sua folha de rosto pelo menos os
seguintes dados: Razão social, CNPJ, endereço, objetivos sociais, data da constituição,
número e data do registro, prazo de duração, representação legal, telefone de contato,
objetivos do projeto e valor do financiamento proposto. Os projetos têm as mais variadas
finalidades e se forem feitos sem plena competência tendem a levar o fim de um negócio,
fazer investimentos inviáveis ou até mesmo implantar um negócio que não obterá lucro.
A Taxa Interna de Retorno (TIR), em inglês IRR (Internal Rate of Return), é a taxa
necessária para igualar o valor de um investimento (valor presente) com os seus respectivos
retornos posteriores ou saldos de caixa, empregada em análise de investimentos constitui a
taxa de retorno de um projeto. Gitman (2010), referência que se trata de uma aprimorada
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técnica de estimativa de capital, uma taxa de retorno que a empresa obterá ao investir em um
projeto, considerando o previsto de entradas de caixa.
Em outras palavras, a TIR é a taxa de desconto que anula o VPL (valor presente
líquido). Para fins de decisão, os projetos que tiverem a TIR maior ou igual à taxa mínima de
atratividade, devem ser executados. Já os projetos que tiverem a TIR menor que a taxa
mínima de atratividade exigida devem ser rejeitados (CASAROTTO e KOPPITKE, 2000).
A TIR é um dos indicadores essenciais em análises de retorno de projetos ou
valorização de empresas (valuation). Os termos mais famosos para estudos do gênero são
viabilidade econômica com as variações e econômico-financeiras ou técnica-econômica. O
cálculo matemático para se chegar ao valor da TIR é representado na figura 2.
Figura 2: Fórmula da TIR. Fonte: CASAROTTO FILHO, Nelson; KOPITTKE, Bruno H. - Análise de Investimentos. 9º Edição
São Paulo: Atlas, 2000.
Onde, F significa o fluxo de caixa de cada período e o t é o período em questão. Assim
percebe-se cada fluxo de caixa ser dividido pela TIR elevada ao seu respectivo período, visto
que os juros, neste caso, são compostos. E tudo isso deve ser igual à zero.
A taxa mínima de atratividade (TMA) representa o mínimo que um investidor se propõe
a ganhar quando faz um investimento ou o máximo a pagar quando faz um investimento.
Segundo Souza e Clemente (2004), existem três componentes básicos para esta taxa:
Custo de oportunidade, obtidas a partir de alternativas não analisadas, é o valor de
oportunidades não escolhidas, exemplo: caderneta de poupança, fundo de investimento. Risco
de negócio; ou seja, o ganho tem que ultrapassar o risco, quanto maior o risco, maior a
remuneração e, por fim, a liquidez: capacidade ou rapidez em que se pode sair de uma posição
no mercado para assumir outra.
A TMA varia de pessoa para pessoa ou varia durante o tempo, assim não existe
algoritmo ou fórmula para que alguém calcule a TMA. Ao utilizar a TMA como uma taxa de
juros de referência, entende-se como uma taxa de desconto ao qual são aplicados métodos
para comparar em relação a um período de tempo que pode ser custo anual uniforme ou valor
presente líquido, para se determinar a viabilidade financeira de um empréstimo ou
investimento. E se a TIR (taxa interna de retorno) for maior que a TMA o investimento torna-
se interessante (SOUZA e CLEMENTE, 2004).
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Propõem que a TMA use a melhor taxa com um baixo grau de risco e que esta escolha
seja a melhor aplicação do capital em análise e seja compatível com o perfil do investidor.
Dessa forma, a rentabilidade obtida será considerada ganho apenas o que exceder aquilo que
já se tem, isto é, aquilo que será obtido além da aplicação TMA 12% ano, esse conceito é
definido por economistas e denomina-se custo de oportunidade líquido, isto é, o ganho sobre
aquilo que já se teria em outro investimento concorrente (SOUZA e CLEMENTE, 2004).
Para o cálculo de situações de incertezas podem ser usados dois métodos, o método de
Monte Carlo e o método da Teoria dos Jogos.
Para Costa e Azevedo (1996 p.100)
“O Método de Monte Carlo é uma técnica de amostragem artificial empregada para
operar numericamente sistemas complexos que tenham componentes aleatórios. Essa
metodologia, incorporada a modelos de Finanças, fornece como resultado
aproximações para as distribuições de probabilidade dos parâmetros que estão sendo
estudados. São realizadas diversas simulações onde, em cada uma delas, são gerados
valores aleatórios para o conjunto de variáveis de entrada e parâmetros do modelo que
estão sujeitos à incerteza. Tais valores aleatórios gerados seguem distribuições de
probabilidade específicas que devem ser identificadas ou estimadas previamente. O
conjunto de resultados produzidos ao longo de todas as simulações poderá ser
analisado estatisticamente e fornecer resultados em termos de probabilidade”.
Atualmente, o método de Monte Carlo é utilizado como método de simulações
estatísticas que utiliza sequências de números aleatórios para desenvolver simulações, é visto
como um método numérico universal para resolver problemas por meio de amostragens
aleatórias. O método de Monte Carlo muito utilizado em vários campos de conhecimento não
somente administração de empresa ou para quem quer investir em um negócio, mas também
para a realização de simulações de complexos fenômenos físicos.
Segundo Osborne e Rubinstein (1994), a Teoria dos jogos é um conjunto de
ferramentas criadas para auxiliar o entendimento dos fenômenos observados quando
tomadores de decisão (jogadores) interagem.
A teoria dos jogos é uma área das ciências sociais aplicadas que se propõe estudar
situações de interação entre jogadores mutuamente conscientes de que o resultado individual
depende da ação dos demais. Essa área ocupa espaços e desfrutam de importância em diversas
disciplinas, como economia, administração, sociologia, psicologia e biologia.
A aplicação dessa ferramenta teve início na área da economia quando começou a
estudarem-se estratégias empresariais e respostas por parte dos concorrentes e dos
consumidores, mas hoje em dia tem-se utilizado em várias áreas da economia, tem-se também
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mostrado útil para identificação como, por exemplo, estratégias ideais de negociação na área
internacional.
Segundo Tavares (1995), a teoria dos jogos é definida como sendo “a ciência do
pensamento estratégico que estuda os critérios de decisão racional quando há conflitos de
interesse”, ou seja, a teoria dos jogos é um instrumento utilizado para o estudo de interação
estratégico entre os agentes econômicos quando a decisão de cada um leva em conta a
possível decisão do outro, onde é especialmente utilizada para uma possível análise de
mercados em concorrência em que são consideradas as prováveis reações de suas
concorrentes ao tomar uma decisão.
Segundo Crepaldi (2009, p. 227), “a empresa está no ponto de equilíbrio quando ela
não tem lucro ou prejuízo; nesse ponto, as receitas totais são iguais aos custos totais ou
despesas totais”.
O ponto de equilíbrio é a realização de uma análise ou um projeto dos custos-volume
onde o ponto de equilíbrio é um indicador de segurança de um negócio onde é ele que irá
indicar quanto será necessário vender para que as receitas se igualem aos custos. Com isso
sugerirá ao empreendedor quanto às receitas estão se igualando aos custos minimizando a
possibilidade de prejuízo da organização.
Além do ponto de equilíbrio contábil, existe o ponto de equilíbrio econômico e
financeiro. O ponto de equilíbrio econômico considera o custo de oportunidade, pois a
empresa deseja remuneração pelo investimento realizado. Portanto, o valor do custo do capital
é somado ao total dos custos e despesas fixas e dividido pela margem de contribuição.
O ponto de equilíbrio financeiro é representado pelo volume de vendas necessárias
para que a empresa possa cumprir com seus compromissos financeiros. Seu cálculo é obtido
pelo total de custos e despesas fixas menos os custos e despesas que não foram desembolsadas
financeiramente, como a depreciação, amortização e exaustão de bens, dividido pela margem
de contribuição (CREPALDI, 2009).
Metodologia
Barão de Cotegipe está situação na região do Alto Uruguai Gaúcho, município que foi
desmembrado de Erechim em 1965. Este município é caracterizado pelo cultivo de erva mate,
a renda urbana destaca-se pela industrialição da erva, gerando empregos para muitos
habitantes da região.
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Efetuou-se o presente trabalho no decorrer do 5º semestre do curso da Engenharia de
Produção IDEAU. Foi realizado um estudo de caso em uma ervateira localizada em Barão de
Cotegipe - RS, segundo CHIZZOTTI (1995, P. 102), estudo de caso é:
A pesquisa para coleta e registro de dados de um ou vários casos, para organizar um
relatório ordenado e crítico ou avaliar analiticamente a experiência com o objetivo
de tomar decisões ou propor ação transformadora.
A coleta de dados se deu através de observação, entrevista e questionário com
perguntas abertas aplicadas aos participantes e colaboradores da empresa a respeito do
funcionamento e respectivos assuntos que englobam a produção da empresa. Buscando
coletar dados e declarações de pessoas qualificadas e que convivem na prática do dia-a-dia da
empresa, e que visam fornecer informações úteis para o desenvolvimento do estudo
(Apêndice 1).
Os dados e informações obtidos foram analisados qualitativamente e
quantitativamente, através da pesquisa exploratória e bibliográfica, teve-se o intuito de
desenvolver este trabalho acadêmico para expandir conhecimentos e adquirir experiências
relacionadas ao curso da Engenharia de Produção.
A empresa no qual foi realizado a pesquisa, pertence ao ramo da erva mate, que
iniciou seu trabalho no ano de 1951, fabricando erva mate artesanal. Com o crescimento das
vendas, a empresa foi adaptando-se as tecnologias do mercado, contando hoje com
equipamentos de ponta para industrialização do produto. Foram realizadas visitas técnicas a
empresa, para fins de coleta de dados, e para realizar um estudo aprofundado da situação
financeira do empreendimento.
Com a economia financeira do país oscilando, a empresa busca recursos para
disponibilizar produtos de qualidade e com preço acessível aos consumidores. Para garantir
esse patamar, a empresa deve ter controle total da produção, ampliando a visão do meio no
qual está inserido, necessitando de produtos inovadores, que acompanham as tendências do
mercado.
Através dos dados disponibilizados pela empresa, fez-se o fluxo de caixa financeiro,
elaborando cálculos do Valor Presente Líquido (VPL), Valor Uniforme Anual (VA), da Taxa
Interna de Retorno (TIR), e do tempo de retorno do investimento (payback). Também foi
realizada uma simulação do Método de Monte Carlo, baseado estatisticamente em amostras
aleatórias para obter resultados numéricos, calculando probabilidades variadas financeiras do
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empreendimento. Este método vem sendo utilizado há muito tempo, utiliza-se este para obter
aproximações numéricas de funções complexas.
3 – RESULTADOS E ANÁLISE
A empresa tem uma receita bruta equivalente a R$ 7,2 milhões/ano, os impostos sobre
vendas são de R$ 648 mil/ano, segundo a Receita Federal, o empreendimento que apresenta
receita bruta anual, entre R$ 3.2 Milhões e R$ 11 Milhões, contribui com 9% de impostos,
que representam R$ 648 Mil. A receita líquida é gerada pela receita bruta menos o valor de
impostos, corresponde a R$ 6,552 milhões/ano. Podem-se observar estes dados no quadro do
fluxo financeiro da empresa, com projeção para 25 anos.
Quadro do Fluxo Financeiro
Descrição 0 1 2 - 25
Receita Bruta 7.200.000,00 7.200.000,00 7.200.000,00 7.200.000,00
(-) Impostos Prop. Vendas. 648.000 648.000 648.000 648.000
(=) Receita Líquida 6.552.000 6.552.000 6.552.000 6.552.000
(-) Custo Variável de Produção 2.430.000 2.430.000 2.430.000 2.430.000
(-) Custo Fixo de Produção 3.480.000 3.480.000 3.480.000 3.480.000
(-) Depreciação 100.000 100.000 100.000 100.000
(=) Lucro Líq. Após Impostos. 542.000 542.000 542.000 542.000
(-) Investimentos Totais 3.200.000
(=) Fluxo de Caixa -3.200.000 542.000 542.000 542.000 542.000
Taxa Interna de Retorno (TIR) = 16,42% TMA= 6,17%
Valor Presente Líquido (VPL) =
3.532.906,45
Valor Anual Uniforme (VA) = R$ 280.847,72
Quadro 1: Fluxo Financeiro da empresa.
Fonte: Autores (2016).
Os custos variáveis de produção incluem, contas de água, energia elétrica, telefone,
fornecedores, compra de mercadorias, entre outros, que chegam a R$ 2,43 milhões/ano. Estes
custos são variáveis pelo fato da oscilação de preços da tarifa de energia elétrica, da água, em
alguns meses é gasto mais com os fornecedores e com compra de mercadorias, mudam de
acordo com a produção, volume de vendas ou a quantidade de trabalho. Os custos fixos de
produção são os salários de funcionários, impostos, entre outros, equivalem a R$ 3,48
milhões/ano. É um fator produção que tem custos independentes do nível de atividade
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da empresa. Qualquer que seja a quantidade produzida ou vendida, mesmo que sejam zero, os
custos fixos se mantêm os mesmos.
A depreciação de acordo com a Receita Federal é o custo ou despesa da obsolescência
dos ativos imobilizados. Exemplos como as máquinas de uma empresa, veículos, móveis,
imóveis ou instalações. A Receita Feral disponibiliza tabela de depreciação de equipamentos e
maquinários.
Máquinas e/ou equipamentos Prazo de vida últil (anos)
Construção de alvenaria 25 a 35
Caldeira 10
Gerador 10
Aparelhos de pesagem 10
Aparelhos de empacotamento 10
Tabela 1: Tabela de depreciação.
Fonte: http://idg.receita.fazenda.gov.br/.
Com o passaar do tempo, com o desgaste ocorrido pelo uso na produção, os ativos vão
perdendo valor, essa perda de valor é apropriada pela contabilidade periodicamente até que
esse ativo tenha valor reduzido à zero. A depreciação do ativo imobilizado diretamente
empregado na produção será alocada como custo. Os ativos que não forem usados
diretamente na produção terão suas depreciações contabilizadas como despesa.
Após serem descontados todos os custos, como os custos de produção fixos e
variáveis, impostos e depreciação, o empreendimento apresenta um lucro líquido anual de
542.000,00 R$.
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é de 16,42% e a Taxa Mínima de Atratividade é de
6,17%, esta taxa é referente à poupança bancária, o que a poupança renderia anualmete. Se o
empreendimento apresentar a TMA menor que 6,17%, é viável aplicar o dinheiro do
investimento na poupança. Sendo assim, a TIR > TMA, é um empreendimento
economicamente viável. Onde seu Valor Presente Líquido é de R$ 3.532.906,45 e seu Valor
Uniforme Anual R$ 280.847,72 e um Payback Simples de 5,9 anos, ou seja, a empresa terá o
retorno de investimento depois de 71 mêses. O quadro do fluxo financeiro encontra-se
completo no Apêndice 2.
Comparando estes dados com os de outro estudo realizado em outra empresa do ramo
alimentício. Segundo Lima (2015), a Taxa Interna de Retorno do emprrendimento analisado é
de 129,02%, Taxa Mínima de Atratividade 7,57%, Valor Presente líquido R$ 791.692,27.
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Valor Anual Uniforme R$ 62.935,43. Sintetizou-se que a empresa analisada por Lima em
relação a este estudo, apresenta a Taxa Interna de Retorno superior, Taxa Mínima de
Atratividade superior, o Valor Presente Líquido e Valor Anual Uniforme muito inferior.
Utilizando o método de Monte Carlo é possível ter uma avaliação de risco da empresa.
Este método permite fazer 1000 rodadas de simulações, variando o lucro líquido, valor do
investimento e o período de vida econômica do projeto.
Imagem 3: Método Monte Carlo.
Fonte: Os autores.
Analisando os cálculos do método de Monte Carlo é possível notar que a Taxa Interna
de Retorno não apresenta em algum momento ser menor do que a Taxa Mínima de
Atratividade, sendo a TIR 16,42% > TMA 6,17%. Pode-se observar um valor esperado do
VPL de R$ 4.269.343,51 e um desvio padrão de R$ 548.134,84. Também, como se mostra nos
resultados, 100% dos VPL obtidos são acima de zero e todas as TIR encontradas são maiores que
a TMA, conforme é mostrado na imagem do Método de Monte Carlo.
Essa análise foi realizada através de estudos em uma empresa do ramo da erva mate, com
intuito de verificar se este empreendimento é economicamente viável, e se é um bom
investimento.
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4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na região do Alto Uruguai Gaúcho, existem muitas ervateiras, para que uma empresa
neste meio com tantos empreendimentos do mesmo ramo se estabeleça e permaceça sempre
em alta, é necessário visar melhorias contínuas de produção, inovando em produtos,
desenvolver práticas de atendimento ao cliente, visando produzir com qualidade com preços
acessíveis, sem que empresa saia no prejuízo.
A análise de investimentos auxilia a tomada de decisões, mirando fornecer uma visão
futura de investimentos, com intuito de obtenção de maior lucratividade possível de um
empreendimento, em um curto tempo de retorno do investimento, que é o momento no qual o
lucro líquido acumulado se iguala ao valor do investimento.
Os dados adquiridos no decorrer deste estudo, foram lançados no método de simulação
de Monte Carlo, onde foi possível realizar aleatórias simulações, sendo calculadas inúmeras
possibilidades de acontecimentos fianceiros ao longo de um período de 25 anos. Esta
simulação de 1000 linhas apresenta diversas probabilidades, como variações de lucro líquido,
valor de investimento e a vida econômica do projeto. Através deste método, foi constatado
que em nenhum momento houve o valor presente líquido menor que zero, obtendo-se assim a
Taxa Interna de Retorno superior que a Taxa Mínima de Atratividade.
Sendo realizado o cálculo dos indicadores financeiros - Taxa Interna de Retorno,
Payback, Valor Presente Líquido, não houve em momento algum a Taxa Interna de Retorno
inferior que a Taxa Mínima de Atratividade. Concluindo assim que este empreendimento é
sim economicamente viável.
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APÊNDICE 1
Questionário para elaboração do PATP Turma de Engenharia de Produção V
1. Qual o custo de maquinário existente nesta empresa?
2. Qual o portfólio de produtos da empresa? A empresa já possui um custo de produção destes
produtos?
3. Preço de cada unitário, onde no mesmo deve conter o custo com funcionário, luz, matéria
prima entre outros para a elaboração deste produto?
4. A empresa possui um regime de tributação. Ex. Micro empresa, Prestação de serviço
Autônoma, Simples, dentre este a mesma deduz ICM ou não?
5. A empresa tem retorno fiscal – ICM? Qual a %?
6. A empresa tem um custo de matéria prima mensal? Dentre esta entrada de matéria prima a
empresa tem um controle sobre a quantidade de produtos elaborados com esta quantidade de
material representado em reais R$.
7. O número de funcionários existente na empresa. O custo final mensal com o salário dos
mesmos.
8. A empresa disponibiliza convenio para os funcionários, se sim qual o valor empregado no
mesmo. Neste item deve conter também custo com insalubridade.
9. A empresa recolhe as taxas ambientais. Se possível descrever os valores recolhidos com as
suas respectivas taxas e de quanto em quanto tempo devem ser pagas. Ex.: Mensal, trimestral,
taxa da FEPAM...
10. A empresa dispõe de ETA – estação de tratamento? Se sim, qual o custo de alocação e de
manutenção?
11. A empresa tem plano Ambiental? Qual o custo mensal/ anual/ quadrienal?
12. Hoje se tivesse que demitir 10% dos funcionários, conseguiria manter a produção? Sim,
não ou sim com hora extra de funcionários ainda contratados.
13. Qual é o custo mensal com matéria-prima durante o período de um ano?
14. Como se dispõe o fluxograma de processos?
15. Quanto é gasto em custos diretos da produção? (Água, luz, aluguel.)
16. Qual é o volume de saída de produtos prontos mensal durante o período de um ano?
17. Quanto é gasto com custos de vendas? (Propaganda, transporte, embalagem).
18. A empresa apresentou ou apresenta crise? Na crise reduziu produção ou demitiu
funcionários? Mudou algum produto?
19. Qual é o custo com taxas ambientais? (Possui plano ambiental ou não)
20. Quais são os custos com máquinas mensalmente no período de um ano?
21. Quantos funcionários a empresa apresenta? Qual o total gasto com eles mensalmente?
(Salários, benefícios, de todos não individualmente).
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