Antropometria
Guilherme T. Araújo, Me, MBA, MD
1. Introdução
A Nutrologia, assim como todas áreas médicas, se baseia na anamnese e exame físico,
lançando mão eventualmente de exames laboratoriais para complemento do diagnóstico. Uma
parte especial do exame físico da Nutrologia é a antropometria.
A antropometria é definida como o estudo das medidas de tamanho e proporções do
corpo humano. As medidas antropométricas tais como peso, altura, circunferência de cintura e
circunferência de quadril são utilizadas para o diagnóstico do estado nutricional (desnutrição,
excesso de peso e obesidade) e avaliação dos riscos para algumas doenças (diabetes mellitus,
cardiopatias e hipertensão arterial sistêmica) em crianças, adultos, gestantes e idosos.
A antropometria não deve ser entendida como uma simples ação de pesar e medir, mas,
sobretudo, como uma atitude de vigilância. Isso significa ter um olhar atento para o estado
nutricional, permitindo uma ação precoce, quando constatada alguma alteração. Não se pode
esquecer de que essas medidas irão subsidiar ações voltadas para a promoção e assistência à
saúde tanto individual quanto coletivamente.
2. Peso
Apesar de ser uma das medidas mais simples de ser pesquisada ainda é excessivamente
negligenciada pelos profissionais da saúde. Em um estudo multicêntrico brasileiro realizado em
12 estados e o Distrito Federal, revelou que apenas 15,1% dos prontuários possuíam o registro
de peso do paciente, mesmo havendo uma balança a menos de 50 m do leito dos pacientes
avaliados.
O peso expressa a dimensão da massa ou volume corporal, sendo considerado o
somatório de células do corpo, tecidos de sustentação, órgãos, músculos e água.
A mensuração do peso é feito através de uma balança calibrada, preferencialmente por
um avaliador treinado, pela manhã, em jejum e com a bexiga vazia, utilizando o mínimo de roupa
com o paciente permanecendo estático em pé ou deitado.
Algumas definições de peso são importantes para a anamnese nutrológica, a citar:
• Peso atual: é aquele medido no momento da avaliação, sendo determinado em balanças;
• Peso habitual (usual): é definido como aquele "normal" que o indivíduo apresenta,
quando considerado hígido e excercendo suas atividades usuais. Em geral, é obtido
recorrendo-‐se à memória do paciente: “qual o seu peso antes de adoecer?”
• Peso ideal: são valores subjetivos ideais de peso, de acordo com a estrutura, gênero e
idade. Por sua vez, podem ser subdivididos em:
o Peso ideal mínimo = (altura)2 X 19 para mulheres e x 20 para homens;
o Peso ideal médio = (altura)2 x 21,5 para mulheres e x 22,5 para homens;
o Peso ideal máximo = (altura)2 x 24 para mulheres e x 25 para homens.
De todos os dados utilizados para a avaliação do estado nutricional, aquele com maior
acurácia é o percentual de peso perdido não intencionalmente, calculado da seguinte forma:
Relacionando o % de peso perdido e o tempo com o que ocorreu podemos classifica-‐lo
como perda ponderal significativa, de acordo com a tabela 1. Toda perda ponderal significativa
deve ter sua etiologia investigada e algum tipo de terapia nutrologica instituído.
Tabela 1: Perda de peso significativa em relação ao tempo Tempo Perda significativa de peso (%) Perda grave de peso (%) 1 semana 1 a 2 > 2 1 mês 5 > 5 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10 > 10
Blackburn, G.L. & Bistrian, B.R., 1977 Tem caído, cada vez mais, em desuso o termo peso ajustado, que se trata de correção do
peso quando este for inferior a 95% ou superior a 115%. O peso ajustado é calculado da seguinte
forma:
3. Estatura
Estatura é definida como o tamanho ou altura de um ser humano. Sua medida deve ser
feita, preferencialmente, de forma direta através de um estadiômetro.
O método para medição da estatura deve obedecer as seguintes etapas:
1. o paciente deve permanecer de pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo, a
cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos;
2. com os calcanhares, ombros e nádegas em contato com o antropômetro/parede;
3. com os ossos internos dos calcanhares se tocando, bem como a parte interna de ambos
os joelhos; os pés unidos mostram um ângulo reto com as pernas;
% 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑜 =(𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑢𝑠𝑢𝑎𝑙 − 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙) 𝑥 100
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑢𝑠𝑢𝑎𝑙
Peso ajustado = (peso atual – peso ideal) x 0,25 + peso ideal
4. abaixar a parte móvel do equipamento, fixando-‐a contra a cabeça, com pressão suficiente
para comprimir o cabelo. Retirar o paciente, quando tiver certeza de que o mesmo não se
moveu;
5. realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento.
É importante ressaltar que após os 40 anos de idade ocorre uma redução da estatura de
1,0 a 2,5 cm por década, decorrentes da redução dos discos intervertebrais, achatamento das
vertebras e acentuação da cifose dorsal, lordose e escoliose.
4. Índice de massa corporal (IMC)
Munidos das medidas de peso e estatura podemos realizar o cálculo do IMC através da
seguinte fórmula:
O IMC possui uma alta correlação com mortalidade (como demonstrado na figura 1) e peso
(r: 0,8), porém baixa correlação com estatura (r: 0,0 a 0,2).
Figura 1: Relação entre IMC e mortalidade
Apesar da medida do IMC ser prático e de fácil realização, além de se correlacionar bem com
a gordura corporal total em adultos, ele não considera a distribuição desta gordura corporal (que
𝐼𝑀𝐶 = 𝑝𝑒𝑠𝑜𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎!!
está mais associado à risco cardiovascular) e não distingui a composição corporal, podendo dar
falsos diagnósticos de sobrepeso (Figura 2).
Figura 2: Limitação do uso de IMC, por não levar em consideração composição corporal
A tabela 2 demonstra a classificação do estado nutricional segundo os valores de IMC.
Tabela 2: Classificação segundo o IMC Classificação IMC (kg/m2) Magreza grau III <16,0 Magreza grau II 16,0 a 16,9 Magreza grau I 17,0 a 18,5 Eutrofia 18,5 a 24,9 Sobrepeso 25,0 a 29,9 Obesidade grau I 30,0 a 34,9 Obesidade grau II 35,0 a 39,9 Obesidade grau III 40,0 a 49,9 Superobeso* ≥ 50,0 *Apesar de não ser uma classificação formal, o termo “superobeso” tem sido comumente utilizado em publicações
Em uma metanalise recente envolvendo 197.940 idosos (≥ 65 anos) da comunidade
demonstrou uma correlação de mortalidade em “U” sendo o ponto com menor mortalidade o
grupo que se encontrava entre o IMC 24 e 31 kg/m2. Desta forma, apesar de ainda não haver uma
posição oficial da OMS à este respeito, é aconselhável, que em idosos acima de 65 anos, utilize a
seguinte classificação de IMC:
• Baixo peso: < 23 kg/m2
• Eutrofia: 24 a 30 kg/m2
• Sobrepeso: > 30 kg/m2
5. Circunferências
Para medida das circunferências é importante se atentar para alguns aspectos, tais como:
ü Realizar sempre duas medidas;
ü Marcar corretamente o ponto de medida, usando lápis dermográfico;
ü Evitar usar fita inelástica ou de pouca flexibilidade;
ü Mensurar sobre a pele nua;
ü Evitar deixar o dedo entre a pele e a fita;
ü Evitar dar pressão excessiva ou deixar a fita frouxa;
ü Evitar medir após atividade física.
A medida das circunferências podem ser uteis para o diagnóstico do estado nutricional. As
mais utilizadas são:
• Circunferência braquial: Manter o braço não dominante formando um ângulo de 90
graus. Palpar a extremidade da proeminência do olecrano e da ulna, marcando esses
pontos com a caneta. Com a fita métrica medir a distância entre os dois pontos,
marcando um ponto médio. Enfim, contornar o braço com a fita métrica inelastica na
altura do ponto médio de forma que a fita fique aderida à pele, mas não pressione os
tecidos moles. Registra-‐se o valor em cm e mm. (Figura 3)
• Circunferência da cintura: é medida no ponto médio entre o rebordo costal inferior e
a crista ilíaca ântero-‐superior. Sua medida está altamente associado ao risco
cardiovascular, sendo considerado como normalidade valores menores que 94 cm
para homens e 80 cm para mulheres. (Figura 4)
• Circunferência do quadril: é considerada a maior medida passando-‐se pelos
trocanteres. Já foi muito utilizada para a realização da relação cintura/quadril, que
possui consistente associação com risco cardiovascular (valores de normalidade:
RCQ ≤ 0,95 em homens e ≤ 0,85 em mulheres), porém vem deixando de ser usada,
uma vez que a medida da circunferência da cintura tem demonstrado uma
correlação mais fidedigna.
• Circunferência da panturrilha: A medida deverá ser realizada na perna esquerda,
com uma fita métrica inelástica, na sua parte mais protuberante, com o paciente
com a perna dobrada formando um angulo de 90 graus com o joelho. De acordo
com a OMS, a circunferência da panturrilha é aquela que fornece a medida mais
sensível da massa muscular nos idosos. Esta medida indica alterações na massa
magra que ocorrem com a idade e com o decréscimo na atividade física. É
particularmente recomendada na avaliação nutricional de pacientes acamados.
Deverá ser considerada adequada a circunferência igual ou superior a 31 cm para
homens e mulheres.
Figura 3: Método para medida da circunferência braquial
Figura 4: Método para medida da circunferência da cintura
6. Dobras cutâneas
As dobras cutâneas são medidas utilizando um aparelho denominado adipômetro, paquímetro
ou plicômetro (figura 5). Seus valores podem nos dar ideia da composição corporal do indivíduo,
porém vem cada vez menos sendo utilizadas, pelo advento de técnicas mais modernas e acuradas.
Figura 5: Diversos modelos de adipômetros utilizados
Para a medida correta das dobras cutâneas é importante levar em consideração:
Medida do contorno
ü Ser realizado por profissionais treinados;
ü Repetir o procedimento três vezes, utilizando o valor médio das medidas;
ü O paciente deve estar despido no local da medida;
ü Em pacientes grandes obesos ou edemaciados os valores perdem confiabilidade;
ü Os dados são melhor avaliados em série, perdendo importância a avaliação pontual;
ü Os aparelhos devem estar calibrados e exercer uma pressão de 10 g/mm2;
ü Preferencialmente o lado avaliado deve ser o não dominante.
A técnica de medida segue os seguintes passos (Figura 6):
1. Identificar e marcar o local a ser examinado;
2. Segurar a prega formada pela pele e pelo tecido adiposo com os dedos polegar e
indicador da mão esquerda a 1 cm do ponto marcado;
3. Pinçar a prega com o calibrador exatamente no local marcado;
4. Manter a prega entre os dois dedos até o término da aferição.
5. A leitura deve ser realizada no milímetro mais próximo, em cerca de 2-3 segundos.
6. Repetir o procedimento três vezes, utilizando o valor médio das medidas.
Figura 6: Método para medida da prega cutânea
Mais de 20 locais são descritos para medida das pregas cutâneas. A seguir citaremos os
mais comumente utilizados (Figura 7):
• Prega cutânea tricipital: A medida é realizada do lado posterior do braço não
dominante, no ponto médio entre a projeção lateral do processo acrômio da escápula e a
margem inferior do olécrano da ulna, com o braço flexionado a 90°, com o braço relaxado
ao lado do corpo, com a palma da mão voltada para frente. Dentre todas as pregas
cutâneas, esta é a que possui maior correlação com o estado nutricional.
• Prega cutânea bicipital: é realizada na mesma projeção da prega cutânea triciptal,
porém na parte anterior do braço.
• Prega cutânea subescapular: O sítio está localizados a 1cm abaixo do ângulo inferior
da escápula. O eixo longo da prega cutânea fica no ângulo de 45°, direcionado para baixo
e para o lado direito. Os braços devem ficar relaxados ao longo do corpo. Pinçar a PC
com os dedos polegar e indicados e, manter até o término da aferição.
• Prega cutânea supra-‐ilíaca: Medida logo acima da crista ilíaca, na linha axilar média.
O eixo longo segue diagonalmente as linhas de fissura natural da pele. O paciente deve
ser avaliado em pé, ereto, com os pés juntos e os braços inclinados para o lado. O
avaliador deve pinçar a PC com os dedos 1cm anterior à linha axilar média.
A. B.
C. D. Figura 7: Pontos para medidas das pregas cutâneas (PC). A. PC tricipital; B. PC bicipital; C. PC subescapular; D. PC supra-‐ilíaca
7. Estimativas
Nem sempre temos em mãos os instrumentos necessários para a realização da
antropometria, ou o paciente encontra-‐se incapaz de submeter ao procedimentos, como por
exemplo, pacientes acamados. Deste forma, podemos lançar mão de fórmulas de estimativas de
peso, altura e composição corporal. A seguir listamos as fórmulas mais comumente utilizadas:
7.1. Altura
Para a estimativa da altura é preciso conhecer a altura do joelho, envergadura ou meia-‐
envergadura, demonstrados na figura 8.
A. B.
C.
Figura 8: A. Medida da altura do joelho realizada mantendo-‐se do joelho fletido em 90° com uma régua especial; B. A envergadura representa a estatura de um adulto com margem de erro de ±10%; C. A meia envergadura pode ser utilizada na fórmula demonstrada na tabela 4, em pacientes > de 65 anos.
Tabela 3: Estimativa de estatura (E) levando em consideração a altura do joelho (AJ) Idade / Sexo / Etnia Equação
MULHERES NEGRAS 06 a 18 anos E = 46,59 + (2,02 x AJ) 19 a 60 anos E = 68,10 + (1,86 x AJ) – (0,06 x idade) Mais de 60 anos E = 58,72 + (1,96 x AJ) BRANCAS 06 a 18 anos E = 43,21 + (2,14 x AJ) 19 a 60 anos E = 70,25 + (1,87 x AJ) – (0,06 x idade) Mais de 60 anos E = 75,00 + (1,91 x AJ) – (0,17 x idade)
HOMENS NEGROS 06 a 18 anos E = 39,60 + (2,18 x AJ) 19 a 60 anos E = 73,42 + (1,79 x AJ) Mais de 60 anos E = 95,79 + (1,37 x AJ) BRANCOS 06 a 18 anos E = 40,54 + (2,22 x AJ) 19 a 60 anos E = 71,85 + (1,88 x AJ) Mais de 60 anos E = 59,01 + (2,08 x AJ)
Chumlea WC, 1985 e 1994
Tabela 4: Estimativa da estatura levando em consideração a meia envergadura em pacientes acima de 65 anos
Homens Estatura (cm) = 77,821 + (-‐0,215 x idade§) + (1,132 x meia envergadura) Mulheres Estatura (cm) = 88,854 + (-‐0,692 x idade§) + (0,899 x meia envergadura) § idade: 1 = 65 a 69 anos
2 = 70 a 74 anos
3 = 75 a 79 anos
4 = ≥ 80 anos Weinbrenner T, 2006
7.2. Peso
Tabela 5a: Equações sugeridas para estimativa de peso Homens Peso = (0,98 x CB) + (1,27 x CP) + (0,40 x DCSE) + (0,87 x AJ) – 62,35 Mulheres Peso = (1,73 x CB) + (0,98 x CP) + (0,37 x DCSE) + (1,16 x AJ) – 81,69
Chumlea, 1985
Tabela 5b: Equações sugeridas para estimativa de peso
Sexo Feminino Negro 19 a 59 anos Peso = (AJ x 1,24) + (CB x 2,97) – 82,48
60 a 80 anos Peso = (AJ x 1,50) + (CB x 2,58) – 84,22 Branco 19 a 59 anos Peso = (AJ x 1,01) + (CB x 2,81) – 66,04
60 a 80 anos Peso = (AJ x 1,09) + (CB x 2,68) – 65,51 Sexo Masculino
Negro 19 a 59 anos Peso = (AJ x 1,09) + (CB x 3,14) – 83,72 60 a 80 anos Peso = (AJ x 0,44) + (CB x 2,86) – 39,21
Branco 19 a 59 anos Peso = (AJ x 1,19) + (CB x 3,14) – 86,82 60 a 80 anos Peso = (AJ x 1,10) + (CB x 3,07) – 75,81
AJ: altura do joelho; CB: circunferência braquial; CP: circunferência da panturrilha; DCSE: dobra cutânea subescapular
Chumlea, 1988
Em pacientes amputados deve ser descontado do cálculo a contribuição do peso do
membro amputado, conforme demonstrado na tabela 5.
Tabela 6: Porcentagem de peso por membro amputado Parte do corpo Contribuição do peso Parte do corpo Contribuição do peso Braço inteiro 5,0% Perna inteira 16,0% Braço 2,7% Coxa 10,1% Antebraço 1,6% Perna 4,4% Mão 0,7% Pé 1,5%
Osterkamp, 1995
Em pacientes edemaciados também deve-‐se levar em consideração o decréscimo de uma
estimativa de peso decorrente do edema. A tabela 6 mostra a quantidade de peso a ser
descontado da estimativa ponderal de acordo com a intensidade do edema.
Tabela 7: Peso a ser descontado do peso atual de acordo com o grau de edema e local acometido Grau de edema Local acometido Total de peso a ser descontado + Tornozelo 1 kg ++ Joelho 3 a 4 kg +++ Raiz da coxa 5 a 6 kg ++++ Anasarca 10 a 12 kg
Materese, 1997
7.3. Porcentagem de gordura corporal
Podemos estimar a porcentagem de gordura corporal com as medidas das dobras
cutâneas, porém este método pode subestimar a porcentagem de gordura em 1,5 a 12%. A
porcentagem de gordura corporal é calculada somando-‐se os valores (em mm) das dobras
bicipital, tricipital, subescapular e suprailíaca, e logo em seguida encontrar o valor
correspondente nas tabelas a seguir:
Tabela 8a: Percentual de gordura corporal em mulheres estimado pela soma das dobras cutâneas Idade (anos) Idade (anos) Soma das pregas cutâneas (mm)
16 a 29 30 a 39 40 a 49
> 50 Soma das pregas cutâneas (mm)
16 a 29 30 a 39 40 a 49 > 50
15 10,5 -‐ -‐ -‐ 115 36,4 39,1 41,5 44,5 20 14,1 17,0 16,9 21,4 120 39,0 39,8 42,0 45,1 25 16,8 16,4 22,2 24,6 125 36,6 40,1 42,5 45,7 30 16,5 21,6 24,5 26,6 130 40,2 40,8 43,0 46,2 35 21,5 23,7 26,4 28,5 135 40,6 41,1 43,5 46,7 40 23,4 25,5 29,2 30,3 140 41,3 41,6 44,0 47,2 45 25,0 26,9 29,6 31,9 145 41,8 42,1 44,5 47,7 50 26,5 26,2 31,6 33,4 150 42,3 42,6 45,0 46,2 55 27,6 29,4 32,1 34,6 155 42,9 43,1 45,4 46,7 60 29,1 30,8 33,2 35,7 160 43,3 43,6 45,6 49,2 65 30,2 31,6 34,1 36,7 165 43,7 44,0 46,2 46,6 70 31,2 32,5 35,0 37,7 170 44,1 44,4 48,6 56,0 75 32,2 33,4 35,6 38,7 175 -‐ 44,8 47,0 50,4 80 33,1 34,3 36,7 36,5 180 -‐ 45,2 47,4 50,8 85 34,0 35,1 37,5 46,4 185 -‐ 45,6 47,8 51,2 90 34,6 35,8 38,3 41,2 190 -‐ 45,8 48,2 51,6 95 35,6 36,5 39,0 41,9 195 -‐ 46,2 48,5 52,0 100 36,4 37,2 39,7 42,6 200 -‐ 46,5 46,9 52,4 105 37,1 37,9 40,4 43,3 205 -‐ -‐ 49,1 52,7 110 37,6 38,8 41,6 43,6 210 -‐ -‐ 49,4 53,0
Durnin JVGA, Womersley J. Br J Nutr, 1974
Tabela&8b:&Percentual&de&gordura&corporal&em&homens&estimado&pela&soma&das&dobras&cutâneas&
& Idade&(anos)& Idade&(anos)&
Soma&das&
pregas&
cutâneas&
(mm)&
16&a&29& 30&a&39& 40&a&
49&
>&50& Soma&das&
pregas&
cutâneas&
(mm)&
16&a&29& 30&a&39& 40&a&49& >&50&
15& 4,8& F& F& F& 115& 26,4& 30,6& 38,4& 36,7&
20& 6,1& 12,2& 12,2& 12,6& 120& 30,0& 31,1& 37,0& 40,4&
25& 10,5& 14,2& 15,0& 15,6& 125& 31,0& 31,5& 37,6& 41,1&
30& 12,6& 15,2& 17,7& 19,6& 130& 31,5& 31,9& 36,2& 41,8&
35& 14,7& 17,7& 19,6& 20,8& 135& 32,0& 32,3& 38,7& 42,4&
40& 15,4& 16,2& 21,4& 22,9& 140& 32,5& 32,7& 36,2& 43,0&
45& 17,7& 20,4& 23,0& 24,7& 145& 32,9& 33,1& 39,7& 43,6&
50& 19,0& 21,5& 24,6& 26,5& 150& 33,3& 33,5& 40,2& 44,1&
55& 20,1& 22,5& 25,6& 27,6& 155& 33,7& 33,9& 46,7& 44,6&
60& 21,2& 23,5& 27,1& 29,2& 160& 34,1& 34,3& 41,2& 45,1&
65& 22,2& 24,3& 26,2& 30,4& 165& 34,5& 34,6& 41,6& 45,6&
70& 23,1& 25,1& 29,3& 31,6& 170& 34,6& 34,6& 42,0& 46,1&
75& 24,0& 25,9& 30,3& 32,7& 175& 35,3& F& F& F&
80& 24,8& 26,6& 31,2& 33,8& 180& 35,6& F& F& F&
85& 25,5& 27,2& 32,1& 34,8& 185& 35,9& F& F& F&
90& 26,2& 27,8& 33,0& 35,6& 190& F& F& F& F&
95& 26,9& 26,4& 33,7& 36,5& 195& F& F& F& F&
100& 27,6& 29,0& 34,4& 37,4& 200& F& F& F& F&
105& 26,2& 29,6& 35,1& 36,2& 205& F& F& F& F&
110& 26,6& 30,1& 35,6& 39,0& 210& F& F& F& F&
Durnin&JVGA,&Womersley&J.&Br&J&Nutr,&1974&
&
Para o cálculo da massa corporal magra (MCM) total em quilogramas deve-‐se realizar a
seguinte equação:
8. Estudo de caso
1. Paciente masculino, branco, 55 anos, interna em enfermaria de clínica médica para
investigação de disfagia para sólidos, sem outras queixas. De antecedentes pessoais é
tabagista (40 maços-‐ano). Durante sua triagem nutricional o paciente refere ter perdido
cerca de 6 kg nos últimos 5 meses, desde que se iniciaram os sintomas. Realizado
pesagem: peso atual: 54 kg, estatura: 1,60 m. Sobre este caso, discuta:
a) Qual o estado nutricional e risco nutricional atual deste paciente?
MCM (kg) = peso corporal (kg) – gordura corporal (kg)* * deve-‐se transformar o % de gordura em quilogramas
b) Após 6 meses de quimioterapia para tratamento de adenocarcinoma esofágico
diagnosticado na última internação o paciente retorna ao hospital com queixas de
astenia, hiporexia e queda do estado geral. Ao exame o paciente apresenta
hipocorado (++/4+), edemaciado (+++/4+), língua despapilada, hipotrofia muscular
difusa, com hipotrofia da musculatura têmporo-‐mandibular, sem outros
comemorativos. O mesmo não consegue se levantar para realizar pesagem. É então
colhidas as seguintes medidas antropométricas: AJ: 46,35 cm, CB: 25,37 cm. Calcule
o peso e altura estimada neste momento e discuta como evoluiu o estado nutricional
do paciente nos últimos 6 meses.
2. Dividam-‐se em grupos de três e pratiquem as medidas de circunferências, pregas
cutâneas e altura do joelho.
3. Façam os cálculos de altura, peso e porcentagem de gordura estimada com os valores
encontrados. Guarde os resultados para comparação com a aula de bioimpedância.
9. Bibliografia recomendada
• Rabito, E.I.; Vannucchi, G.B.; Suen, V.M.M.; CastilhoNeto, L.L.; Marchini, J.S. Weight and heigt prediction of immobilized patients. RerNutr, Campinas, 19(6):655-‐661, nov/dez,2006.
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