CURSO DE 2ª LICENCIATURA
NÚCLEO ESPECÍFICO – ARTES VISUAIS
APOSTILA
HISTÓRIA E SEMIÓTICA DA ARTE
NÚCLEO EDUCACIONAL ALFA – CARATINGA – MG.
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ARTE MODERNA
Neste breve resumo da Arte Moderna, vamos conhecer um pouco deste movimento
tão importante, que teve impacto em todas as ramificações do que consideramos arte. Algo
tão complexo quanto o período da Arte Moderna é extremamente rico e vasto, mas
traremos alguns pontos importantes para que você possa ter uma noção do que é e de
como começou a existir.
Mas afinal, o que é Arte Moderna?
Com este resumo da Arte Moderna veremos que este movimento veio depois de
outras correntes artísticas: o romantismo e o realismo. A primeira vertente do modernismo
se deu nas artes plásticas, a partir dos chamados Impressionistas, que retratavam de
forma única e diferente do já havia sido, as cenas cotidianas exterior, paisagens e
pessoas.
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E foi durante o período da Arte Moderna, que pela primeira vez a fotografia passou a
fazer parte. E mesmo que com o uso de algum dispositivo, foi considerada uma expressão
de arte, já que o resultado dela depende do olhar diferente, um olhar de um artista.
Arte Moderna é o termo que designa qualquer expressão e produção artística que
ocorreu no final do século XIX até meados do século XX. Englobam este período os mais
diferentes tipos de arte como: pintura, literatura, música, escultura, fotografia e arquitetura.
Na Arte Moderna podemos ver claramente a influência da Revolução Industrial e suas
máquinas a vapor, a fotografia, o cinema e uma produção científica voltada ao estudo da
mente. Foi uma época em que tudo mudava muito rapidamente e de forma caótica e
desorganizada. Por isso foi marcada pela sensação de que tudo é efêmero, e com uma
sensação de realidade fragmentada. Estas são as sensações que sentimos quando
estamos diante de alguma obra criada durante o período do Modernismo.
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Os artistas desta época acreditavam que qualquer obra que mostrasse a realidade
como ela é, estava ultrapassada. Para eles, era preciso criar uma nova forma de ver e
sentir o mundo, em todas as suas expressões, a fim de mudar a forma como toda a
sociedade via o mundo.
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Foi durante este período que os artistas passaram a se ver como figuras mais do
que importantes na sociedade, e responsáveis por captar a verdadeira essência da
natureza humana, não somente retratar o cotidiano. Começou então uma fase de
desconstrução da criatividade. Era um período de guerras, evoluções tecnológicas e
confusão, que fez com que os artistas desejassem compreender o que estava se
passando, através do conhecimento e experimentação de todas as novidades que estavam
acontecendo.
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Foi durante este pensamento caótico que surgiram as correntes de vanguarda, que
passaram a separar os estilos do período da arte moderna. Agora, neste resumo da arte
moderna, você vai conhecer um pouco mais sobre estas correntes. As mais conhecidas
delas foram:
Surrealismo
Expressionismo
Futurismo
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Dadaísmo
Cubismo
Estas correntes eram baseadas em princípios. Por exemplo, algumas delas
buscavam além de outras coisas, alterar o estilo da arte que era feita na época. Alterar a
forma como as coisas eram retratadas na vida moderna. Com este pensamento, podemos
citar correntes como o cubismo, o futurismo e outras.
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Outras correntes, acreditavam que a arte não poderia ser somente uma expressão
do que se vê, mas sim uma expressão do que se sente na vida moderna. Nesta forma de
pensar, destacam-se os movimentos como o surrealismo, o expressionismo, o dadaísmo e
o simbolismo.
Surgiram também movimentos que discutiam sobre o funcionalismo da arte. Como
transformá-la em parte do dia – a -dia as pessoas, alterando sua realidade com a beleza
sem jamais descuidar da forma. Com estes pensamentos, surgiram novas formas de
design, arquitetura e ilustração, e os movimentos oriundos foram: Art. Noveau,
Construtivismo, Art. Deco, Bauhaus, entre outros.
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A arte moderna nasceu na Europa, principalmente nos bairros de Paris. Mas
rapidamente foi absorvida por outras regiões do mundo, vindo primeiramente para a
Europa no final da Primeira Guerra Mundial.
Aqui neste resumo sobre a arte moderna, vamos destacar alguns dos artistas mais
conhecidos da pintura deste período. Foram eles:
Pablo Picasso
Conhecido por sua arte cubista, Pablo Picasso nasceu na Espanha. Além de pintor,
também fazia trabalhos em escultura e cerâmica. Duas de suas obras mais famosas são a
―Guérnica‖ e a ―Primeira Comunhão‖.
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Vincent Van Gogh
Nascido na Holanda, ficou conhecido no mundo todo por sua arte surrealista. Entre
suas obras mais famosas estão ―Terraço do Café em Arles, a noite‖ e ―A noite estrelada‖.
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Salvador Dalí
Um pintor catalão que se expressava através do surrealismo. Entre suas obras mais
famosas estão ―A persistência da Memória‖ e a ―A Face da Guerra‖.
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ARTE MODERNA NO BRASIL
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No Brasil, o movimento da arte moderna se deu a partir da Semana da Arte
Moderna, em 1922 e se estendeu até 1970. Baseados nos movimentos e correntes de
vanguarda que aconteciam na Europa, os artistas brasileiros também passaram a mostrar
a realidade do país de outra forma.
Entre os principais artistas brasileiros desta época podemos destacar: Tarsila do
Amaral, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Ismael Nery, entre outros.
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MODERNISMO – PRIMEIRA GERAÇÃO:
VANGUARDAS EUROPÉIAS, SEMANA DE ARTE
MODERNA, AUTORES E OBRAS
O Modernismo não é propriamente um estilo ou uma estética no seu sentido literal,
mas o vocábulo que reúne as múltiplas tendências artísticas que eclodiram na Europa e no
Brasil antes, durante e depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Essas tendências
artísticas buscavam novas concepções de arte e, embora houvesse gritantes diferenças,
também existiam muitos pontos em comum entre elas.
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Por exemplo:
Questionavam as formas tradicionais de organização da obra de arte;
Anarquizavam em livros, revistas, manifestos, exposições e atitudes pessoais
e grupais, com um ímpeto demolidor, o que havia de padrão e de convenção
nas artes e na sociedade;
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Disseminavam uma verdadeira alergia contra academias, museus, artistas
canastrões, soneto, rima, cartola, sobre casaca, polaina, casamento,
organização social e padrões de comportamento;
Propunham uma arte inconsciente, desordenada, ilógica, diferente de quase
tudo o que tinha havido até então;
Para a maioria dos artistas, o novo e o diferente é que eram a arte.
VANGUARDA EUROPEIA:
A vanguarda europeia, como foram chamados os grupos que acreditavam nas
novas concepções de arte relacionadas anteriormente, surgiu no final do século XIX e no
começo do século XX. A seguir, os principais. Impressionismo (1874) Registro de
impressões, de fora para dentro. Em Literatura, o Impressionismo tem a ver com
memórias, registros de impressões passadas e de elementos externos sobre os internos,
como os romances O Ateneu (Raul Pompéia) e Menino de Engenho (José Lins do Rego).
Nesses livros, o narrador registra as impressões que teve de ambiente e pessoas no
passado. Expressionismo (19O5) Expressão de estados de alma: dor, sofrimento,
angústia, desespero.
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É o patético, o trágico e o sombrio na arte. Por isso a caricatura é considerada
expressionista. Os romances Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto) e Amar,
Verbo Intransitivo (Mário de Andrade) são exemplos claros do Expressionismo na
Literatura brasileira. O Grito (1893), de Edvard Munch (1863-1944). Cubismo (19O7) O
pintor Pablo Picasso surpreendeu o mundo artístico com a tela Lês Demoiselles d‘
Avignon. Diante do espanto causado pelo que de diferente havia nela, Picasso disse aos
interessados: ―Eu não pinto a natureza como ela é, mas como eu a vejo‖. Estava lançado o
movimento cubista, cuja proposta era talhar um objeto em facetas, em pedaços
geométricos, como se um pintor decompusesse uma maçã em fatias desenhadas
geometricamente e as colasse em uma tela. Lês Demoiselles d ‗Avignon (1907), de Pablo
Picasso. Andrade (que inicia o primeiro livro dele – Alguma Poesia, de 1930), foi todo
montado a partir do Cubismo, uma visão multifacetada da futura obra desse poeta mineiro.
Futurismo A seguir, alguns princípios literários do Futurismo, extraído do primeiro
Manifesto Futurista. Eu insulto as aristocracias cautelosas! Os barões lampiões! Os condes
Joões! Dadaísmo (1916).
Algumas propostas do Surrealismo:
Expressar o mundo dos sonhos, do subconsciente e do inconsciente,
juntando-o ao da realidade e criando uma super-realidade;
Dizer os estados de alma cheios de alucinação e loucura;
Exprimir tudo com ilogicidade;
Deixar fluir o pensamento e a imaginação;
Valorizar o que é espontâneo e instintivo.
No Brasil, encontram-se vestígios do Surrealismo em muitos escritores (até hoje),
como em Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Jorge de Lima, Murilo Mendes e em
João Cabral de Melo Neto. Semana de Arte Moderna
Quando? Dia 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922.Onde? Teatro Municipal de
São Paulo-SP.
Quem? Escritores, músicos, pintores, escultores, intelectuais.
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Quê? Foi uma ―bagunça‖ promovida por jovens que queriam tirar o mofo das
artes vigentes no Brasil. Houve forte influência da vanguarda europeia,
graças a influência dos imigrantes anarquistas europeus que estavam no Sul
e no Sudoeste. Esses jovens queriam discutir o Brasil e propor uma arte
verdadeiramente brasileira.
Principais participantes: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Villa-Lobos
(compositor), Giiiomar Novais (pianista), Anita Malfatti (pintora), Di Cavalcanti
(pintor), Victor Brecheret(escultor), Plínio Salgado (escritor), Menotti
deiPicchia (poeta), Sérgio Milliet (poeta).
Propostas da Semana de Arte Moderna
Antiparnasianismo, antiformalidade.
Antiacademismo: vale o novo, o diferente.
Língua popular elevada à categoria de linguagemliterária.
Brasilidade: cor, jeito, cheiro, modo de se brasileiro.
Valorização das coisas nacionais: costumes, folclore.
Criação de poesia e de romance brasileiros.
Verso livre, sem a métrica dos parnasianos, por exemplo.
Verso branco, sem rimas.
Mistura de verso e prosa: verso prosificado.
Humor, piada e paródia como formas de dessacralizar a arte.
Liberdade total.
Paulicéia Desvairada – é o primeiro livro modernista após a S.A.M. A fonte
inspiradora do poema é a cidade de São Paulo da década de 1920 e seu provincianismo, o
Rio Tietê, o Anhangabaú, o Largo do Arouche, a burguesia, a aristocracia, o proletariado.
Nas páginas seguintes ao ―Prefácio Interessantíssimo‖, esse livro compõe uma colcha de
retalhos que traduz a cidade multifacetada feito roupa de arlequim que era São Paulo, já
naquela época. Autores e obras Mário de Andrade f1B93~1945)
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Poesia
Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917)
Paulicéia Desvairada (1922)
Lira Paulistana (1946)
Macunaíma – depois de muitos anos de pesquisa, Mário de Andrade escreveu
Macunaíma em apenas uma semana (de 16 a 23 de dezembro de 1926). O livro é uma
amálgama, uma mistura de histórias, cantigas, lendas amazonenses, indígenas, africanas,
mineiras, gaúchas, nordestinas. O autor preferiu chamá-lo de rapsódia (uma expressão da
linguagem musical) a dizer que era romance, conto ou poema. O resultado é um livro
surreal, mítico, que conta a história um anti-herói, ou melhor, de um herói sem nenhum
caráter, Macunaíma. Macunaíma é o brasileiro com todas as suas qualidades e defeitos.
Indolente, preguiçoso, brigão, covarde, sincero, mentiroso, trabalhador, católico, espírita,
macumbeiro, malandro, otário, índio-alemão-inglês-mulato-negro-italiano-português-
brasileiro, ―herói sem nenhum caráter‖. Representa a miscigenação das rapas que formam
o modo de ser do brasileiro.
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Prosa
Amar, Verbo Intransitivo (1927) – romance Macunaíma (1928) – rapsódia Contos
Novos (1946) Oswaicf de Andrade (189O-1954).
Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswaldde Andrade (1927).
Romance
Os Condenados (1922)
Memórias Sentimentais de João Miramar (1924)
Serafim Ponte Grande (1925)
Manifestos
Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924)
Manifesto Antropófago (1928)
Teatro
Rei da Vela (1927)
A Morta (1927)
São características da poética de Oswald de Andrade: síntese, humor, piada, verso
livre, verso branco, ausência de sinais de pontuação, língua popular, temas brasileiros,
defesa intransigente da brasilidade literária.
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Erro De Português
Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena!
Fosse uma manhã de sol O índio teria despido O português
A Cinza das Horas (1917)
Carnaval (1919)
Libertinagem (1930)
Estrela da Manhã (1936)
Estrela da Tarde (1963)
Estrela da Vida Inteira (1966)
Manuel Bandeira é o ―São João Batista do Modernismo‖ porque em A Cinza das
Horas (1917), seu primeiro livro de poemas, mesmo sob a influência do Simbolismo, já
apresentou versos livres e brancos, com temas como o cotidiano mais prosaico e a fala
popular como verdadeiramente poética.
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Andorinha
Andorinha lá fora está dizendo: Passei o dia à toa, à toa! Andorinha, Andorinha,
minha cantiga Ainda é mais triste Passei a vida à toa, à toa! Manuel Bandeira.
Meriotti dei Picchia (1892-1987).
Menotti dei Picchia ficou conhecido por Jucá Mulato, um longo poema que tinha a
pretensão de despertar no leitor o gosto pelas coisas brasileiras. Conta a história de um
caboclo que se apaixona pela filha da patroa, mulher inatingível para ele. Então busca os
conselhos do feiticeiro Roque, que lhe recomenda o esquecimento. ―Certamente será
amado por alguém da sua condição‖, aconselhou.
Cassiano Ricardo (1895-1975)
Vamos Caçar Papagaios (1926) – poesia.
Martim Cererê (1928) – poesia Martim Cererê é um poema que narra a paixão que o
índio Aimberê e o marinheiro branco Martim sentiam por Uiara, que exige de ambos, como
dote, a noite. Aimberê é enganado pela Cobra Grande e Martim vai à África buscar a noite
que são os negros escravos. Da união Martim-Uiara surgem os bandeirantes que
desbravam os sertões e constroem São Paulo. Raul Bopp (1 898-1984) A principal obra de
Bopp é Cobra Norato, livro ligado à antropofagia. Nela fundem-se europeísmo e
primitivismo na trajetória do herói que deseja casar com a filha da rainha Luísa. Para isso,
ele mata a Cobra Norato, vestindo em seguida a sua pele para melhor percorrer os
caminhos amazônicos. Depois de muitas aventuras, o herói, com a ajuda do compadre
tatu, rouba a amada Luísa e fica feliz.
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MODERNISMO – SEGUNDA GERAÇÃO:
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, MÁRIO QUINTANA,
CECÍLIA MEIRELES E JORGE DE LIMA
Foi o Alguma Poesia, livro de poemas de Carlos Drummond de Andrade publicado
em 1930, que iniciou a segunda fase do Modernismo. A poesia desse tempo se distingue
muito da poesia dos modernistas de 1922. Em se tratando dos temas, por exemplo, assim
como a primeira fase privilegiou a brasilidade – coisas brasileiras, valorização do brasileiro
em todos os seus aspectos – a segunda deu importância às coisas do indivíduo ou do
homem, ao conflito do eu versus o mundo, a uma poesia de caráter universal. Já no
aspecto formal, a segunda geração continuou a usar o verso livre, o verso branco, a
prosifícação do verso, como os poetas da Semana, mas também retomou alguns
elementos poéticos fixos como o soneto.
Características gerais
Aproveitamento do verso livre e do poema sintético. Carlos Drummond de
Andrade, ―Cota Zero‖.
Prosifícação do verso (verso prosificado). Carlos Drummond de Andrade,
―Quadrilha‖.
Ressurreição do soneto na poética de Vinícius demorais, Cecília Meireles e
Mário Quintana.
Preocupação com o ser humano, com a situação do mundo e com a
consciência da fragilidade do eu.
Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo. Carlos Drummond de
Andrade, ―Sentimento do Mundo‖.
Retorno do misticismo simbolista e a presença de uma poética de propostas
cristãs.
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O cotidiano, o presente, a realidade, os tempos difíceis, a proposta de
solidariedade.
Carlos Drummond de Andrade, ―Mãos Dadas‖. Humor como forma de adoçar
o amargo da existência.
Preocupação com o social.
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Alguma Poesia (1930)
Brejo das Almas (1934)
Sentimento do Mundo (1940)
A Rosa do Povo (1945)
Claro Enigma (1951)
Contos de Aprendiz (1951) – contos
Fazendeiro do Ar (1953)
Fala Amendoeira (1957) – crônicas
A Bolsa e a Vida (1962) – crônicas e poesia
Lição de Coisas (1962)
Boi tempo (1968)
As Impurezas do Branco (1973)
Poder Ultrajovem (1972) – crônicas
Amar se Aprende Amando (1986)
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Mais que assimilar as conquistas da Geração de 1922, Drummond as depurou.
Desprezou o nacionalismo folclórico e exótico em busca da maturidade estética, que seria
atingida pela incessante procura e aprofundamento de temas e da visão do mundo, bem
como da precisão vocabular.
“Poema de Sete Faces”
Trata-se do poema que abre o livro Alguma Poesia. Por que sete faces? São sete
estrofes construídas segundo a técnica cubista (aparentemente são estrofes que não se
relacionam, são descontínuas porque fragmentadas) e mostram sete posturas que
Drummond tomou diante de sua poesia ao longo dos anos. Perceba a intertextualidade
(diálogo com a Bíblia) e a ideia de gaúche – termo francês que é chave na obra
drummondiana e pode ser traduzido por esquerdo, torto, desajeitado, desajustado, anti-
herói -, que dá o tom ao poema, sugerindo que os versos seriam o resultado de um poema
―errado‖, em desconcerto com o mundo.
Confessando-se poeta do tempo presente, Drummond dizia que mundo é isso que
aí está: um beco sem saída. E se alguém disser que há uma saída, é melhor não acreditar
nela. Então, o José do poema mais conhecido desse poeta mineiro, nada mais é que o
cidadão comum (você, eu) que se vê às voltas com a referida ausência de saída para a
condição humana.
Mário Quintana (19O6-1994)
A Rua dos Cata-ventos (1940)
Sapato Florido (1947)
Espelho Mágico (1948)
Aprendiz de Feiticeiro (1950)
Antologia Poética (1966)
Caderno H (1973)
Pé de Pilão (1975)
Quintanares (1976)
Na Volta da Esquina (1979)
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Nova Antologia Poética (1981)
Baú de Espanto (1986)
O gaúcho Quintana nunca fez poesia claramente social. Sua poesia é subjetiva,
pessoal, cheia de cotidiano, de crianças, de surpresas. Quintana jamais se filiou a qualquer
corrente literária, tanto que fez soneto, andou pelos caminhos da poesia simbolista, parou
um tempo na poesia sintética contemporânea (haicai e epigrama) e prosificou versos. Seu
principal tema foi o envelhecer, a transitoriedade inexorável do homem.
Cecília Meireles (19O1-1964)
Espectros (1919)
Viagem (1939)
Mar Absoluto (1945)
Romanceiro da Inconfidência (1953) – longo poema narrativo em que Cecília
homenageia os inconfidentes e faz elogios à palavra e à liberdade.
Saudade, despedida, desencanto, fugacidade do tempo, viagem ao eu-interior,
melancolia e desilusão são os temas frequentes da poeta Cecília Meireles. Como sofreu
larga influência do Simbolismo, Cecília trabalhou com maestria a musicalidade dos seus
versos, a ponto de chamar seus poemas de canções. A poeta participou do grupo católico
que lançou a revista Festa. O poema seguinte, ―Motivo‖ é representativo do universo
temático de Cecília Meireles.
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Motivo
Eu canto porque o instante existe E a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: Sou poeta.
Irmão das coisas fugidias, Não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias No vento.
Se desmorono ou se edifico, Se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se ficou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Jorge de Lima (1895-1953)
XIV Alexandrinos (1914)
Mundo do Menino Impossível (1925)
Tempo e Eternidade (1935), em colaboração como poeta Murilo Mendes
Calunga (1935) – romance
A Túnica Inconsútil (1938)
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Invenção de Orfeu (1952)
Jorge de Lima teve uma fase poética de celebração à cultura negra. Em alguns
poemas, inclusive, apropriou-se de um linguajar afro-brasileiro para conferir mais
veracidade ao texto.
Essa Negra Fulo
Ora, se deu que chegou (isso já faz muito tempo) no bangúê dum meu avô uma negra bonitinha chamada negra Fulo.
Essa negra Fulo!
Essa negra Fulo!
Ó Fulo! Ó Fulo!
(Era a fala da Sinhá)
– Vai forrar a minha cama,
pentear os meus cabelos,
vem ajudar a tirar
a minha roupa, Fulo!
Essa negra Fulo!
Essa negrinha Fulo! ficou logo pra mucama, pra vigiar a Sinhá pra engomar pró Sinhô!
A SEMANA DE ARTE MODERNA
Em fevereiro do ano de 1922, o Teatro Municipal de São Paulo que era totalmente
imponente, foi o palco da Semana de Arte Moderna. Sob assobios, vaias e apupos
generalizados, um grupo de jovens intelectuais e artistas acabou divulgando suas novas
ideias, o que caracterizou a inauguração do modernismo em território brasileiro.
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Esse movimento modernista tinha duas vertentes. A primeira delas era totalmente
destruidora e tinha o objetivo principal de romper as amarras formais que impediam a
manifestação livre da cultura, criticando a submissão das correntes culturais da Europa e
as desgastadas formulas artísticas então na moda, como por exemplo, a poesia
parnasiana.
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Já a segunda vertente era conhecida como vertente criadora. Esta era voltada para
a investigação e para a criação de novas formas de expressão, debatia-se entre o
futurismo, com sua exaltação da técnica, do movimento, da velocidade e da
experimentação, até mesmo linguística, e o primitivismo, ou seja, a busca de uma
expressão cultural mais pura, que não era afetada pela civilização e por esse motivo,
aceita como a mais autêntica. Essa busca acabava passando por investigações sobre o
inconsciente, aproximando a tendência do surrealismo.
Os principais nomes da nascente do modernismo brasileiro foram Menotti Del
Picchia, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Cassiano Ricardo, na
área da literatura. Já na área da pintura, os principais nomes foram Anita Malfatti, Tarsila
do Amaral e Emiliano Di Cavalcanti. No campo da música estão Guiomar Novais e Heitor
Villa Lobos, na escultura Victor Brecheret.
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A contradição desse movimento cultural estava em buscar o rompimento com os
modelos estéticos que eram importados da Europa, enquanto o Brasil ingressava no
modernismo justamente com base nos padrões ditados pelas vanguardas modernistas
europeias, como o futurismo e o surrealismo. Isso deu origem ao principal projeto estético
do modernismo dos anos de 1920, o movimento antropofágico. Iniciado com a publicação
do manifesto da poesia pau-brasil, de Oswald de Andrade, no ano de 1924, o movimento
aceitava a cultura estrangeira da Europa, desde que esta fosse devorada e digerida
internamente, isto é, reelaborada, a ponto de poder transformar-se em produto nacional
autêntico.
Finalmente, o modernismo ainda deu origem a um movimento radical nacionalista,
conhecido como verde-amarelíssimo, que tendia francamente para o lado da direita
xenófoba e tinha como um de seus principais expoentes do futuro líder integralista Plínio
Salgado.
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O GOVERNO DE WASHINGTON LUÍS (1926 – 1930)
Washington Luís foi eleito presidente da República logo depois de Artur Bernardes,
e governou o Brasil do ano de 1926 ao ano de 1930. Nascido no Rio de Janeiro, toda a sua
carreira política foi feita em São Paulo. Considerado moderno para a época, segundo o
historiador Nicolau Sevcenko, sua passagem pelo governo do estado de São Paulo e da
capital paulista foi marcada, pelo envolvimento em processos de racionalização
administrativa, gerenciamento técnico e também cientifico, o que acabou por impulsionar a
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historiografia, museologia, os censos e as estatísticas, as ciências sociais e diversas
manifestações culturais e esportivas.
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Além disso, no período em que foi prefeito, colocou o Teatro Municipal à disposição
para que fosse realizada a Semana de Arte Moderna, no ano de 1922. Representava as
oligarquias, mas não tinha dificuldade em dialogar com a população em geral, por mais
unilateral que fosse o diálogo.
Washington Luís também foi o responsável por decretar o fim do estado de sítio,
mantido quase que de maneira ininterrupta durante o governo do presidente anterior, Artur
Bernardes. Ele também decretou o fechamento de prisões, que eram destinadas aos
presos políticos e ainda o reestabelecimento da liberdade de imprensa. No entanto, ele
não concedeu a anistia política, e em pouco tempo, mais precisamente no ano de 1929,
acabou com a liberdade de imprensa, que havia acabado de ser instaurada, por causa da
aprovação da Lei Celerada. Com a desculpa de combater o comunismo, essa Lei Celerada
previa penas de prisão para todos os responsáveis por delitos considerados ideológicos.
Washington Luís acabou lançando um plano nacional de construção de estradas de
rodagem, onde o lema era: ‗governar é abrir estradas.‘. Mas, seu principal projeto de
governo envolveu uma reforma financeira e monetária, que tratava-se de uma tentativa em
montar um enorme depósito em ouro que pudesse servir como lastro para a moeda
brasileira, fortalecendo-a perante as moedas estrangeiras.
26
Em 1929, aconteceu a quebra da bolsa de valores de Nova York, que teve efeitos
totalmente catastróficos para a economia mundial, caracterizando o início da Grande
Depressão e a ruína da economia norte-americana, com a queda drástica na produção
industrial, além da expansão desenfreada do desemprego. O Brasil sentiu de imediato os
efeitos da crise, com a queda brutal nos preços do café. Os cafeicultores buscaram, a
salvação junto ao governo federal. Washington Luís acabou rejeitando qualquer auxílio,
argumentado que a queda nos novos preços do café seria compensada pelo aumento no
volume das exportações, o que não acabou acontecendo.
SURREALISMO
Nascido na década de 20, em Paris, o Surrealismo se caracterizou por ser um
movimento literário e artístico, precursor do movimento que ficou conhecido como
Modernismo Brasileiro, que aconteceu entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.
Podemos dizer ainda, que o Surrealismo reuniu diversos artistas do Dadaísmo (movimento
nascido no ano de 1916, em Zurique, cujo pensamento era o da censura imposta a todas
as atitudes consideradas moderadas, pela irracionalidade e que ainda era marcada por um
total negativismo radical e descrença) e em pouco tempo ganhou dimensões mundiais.
Esse movimento foi um fruto do contexto indefinido da política que visava nesta
época e das teses do criador da Psicanálise, Sigmund Freud. Nele, questionavam-se as
crenças no âmbito cultural que estavam vigentes na Europa, e ainda a postura humana,
que era totalmente vulnerável aos costumes e a realidade que dominava a sociedade
nesse período.
27
http://conceitos.com/wp-content/uploads/cultura/Surrealismo.jpg
Um dos grandes objetivos desse movimento foi a produção de uma arte, em que os
indivíduos participantes, acreditavam estar sendo destruído pelo movimento racionalista.
André Breton, um importante crítico e poeta, foi o principal mentor desse movimento.
O Manifesto Surrealista, publicado em outubro do ano de 1924, pelo próprio André
Breton, pertencente ao campo da literatura, foi caracterizado como um dos principais
manifestos desse movimento, além de ser o marco oficial da instituição desse movimento.
Este importante documento tinha o objetivo de criar através do impulso humano e do
resgate das emoções, uma nova expressão acessível da arte. Pode-se dizer, que o
Surrealismo expressa as manifestações do subconsciente e a ausência de uma
racionalidade humana.
Ao mesmo tempo, em que este movimento propunha, assim como os adeptos dos
Dadaísmo, uma demolição do corpo social, acabava propondo, através de outros alicerces,
o nascimento de uma nova sociedade.
No ano de 1929, André Breton (literatura), juntamente com René Magritte e
Salvador Dalí, Max Ernst, no campo das artes plásticas, e Bunuel na área do cinema,
lançaram o Segundo Manifesto Surrealista e ainda o período chamado ‗O Surrealismo a
28
Serviço da Revolução‘. No ano seguinte, este movimento acabou se expandindo e
inspirando diversos outros movimentos, tanto no continente americano, quanto no europeu.
A visão do surreal
O surrealismo acaba misturando algumas características, a saber: uma combinação
do abstrato, do inconsciente, do representativo e do irreal. Entre as metodologias utilizadas
estão a escrita automática e a colagem, que sugere que a arte deve se libertar das
exigências da razão e da lógica, indo além da consciência do cotidiano, expressando o
mundo dos sonhos e do inconsciente.
Tanto no manifesto, quanto nos textos que foram escritos posteriormente, os
pensadores surrealistas rejeitam os valores burgueses e a ditadura da razão. Podemos
dizer, que este movimento é uma forma de se ver o mundo, um movimento vanguardista,
que tem como objetivo a restauração dos poderes da própria imaginação e a superação da
contradição existente entre a subjetividade e a objetividade.
Já a escrita automática, acaba buscando o impulso criativo da arte, através do fluxo
de consciência e do acaso, que é despejado pelas obras. Se busca escrever no mesmo
momento, onde um indivíduo escreve e outro completa a ideia no papel, mas não de uma
forma lógica. Um bom exemplo disso é o filme ‗Um Cão Andaluz‘, que traz partes das
ideias do próprio diretor e de um sonho do artista Salvador Dalí, procurando assim se
desprender do entendimento e da lógica de maneira consciente.
O surrealismo se destacou principalmente no campo das artes, principalmente nas
esculturas, nos quadros e nas produções da literatura, onde o objetivo era driblar o
pensamento racional e expressar o pensamento inconsciente dos artistas.
Como os primeiros representantes desse movimento se originaram do movimento
conhecido como Dadaísmo, não é muito fácil estabelecer uma separação enfática entre
ambos os movimentos, tanto na prática quanto na teoria.
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http://mesquita.blog.br/wp-content/uploads/2010/12/BL-PL-Arte-Pintura-Salvador-Dali-Surrealismo-11.jpg
ANOS 30 E SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
As obras mais conhecidas do Surrealismo foram criadas por René Magritte e
Salvador Dalí. Este último, passou a fazer parte desse movimento no ano de 1929. Três
anos mais tarde, diversos pintores participantes do movimento acabaram produzindo obras
que marcaram a evolução estética deste tipo de movimento. Um bom exemplo disso é o
quadro La Voix des Airs, de René Magritte, onde é possível se observar três grandes
esferas, que caracterizam uma paisagem com sinos pendurados.
Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu, acabou prejudicando o surrealismo,
apesar de muitos artistas continuarem produzindo suas obras e de muitos membros
continuarem a se encontrar e a se corresponderem.
Em Portugal, o movimento surrealista surgiu a partir do ano de 1936, a partir das
teses e das experiências literárias, tidas como automáticas, de Antônio Pedro e de seus
amigos. Quatro anos depois, no ano de 1940, o mesmo Antônio acabou montando uma
exposição, juntamente com Pamela Boden e Antônio Dacosta, onde reuniu ao todo 26
pinturas e seis esculturas.
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Oswald de Andrade (1890 – 1954)
José Oswald de Sousa Andrade, nascido em São Paulo, no dia 11 de janeiro do ano
de 1890, foi um importante dramaturgo, escritor e ensaísta brasileiro. Filho único de Inês
Henriqueta Inglês de Sousa Andrade e de José Oswald Nogueira de Andrade, foi uma das
personalidades mais polêmicas do Modernismo do Brasil. Pode-se dizer ainda que ele foi
um dos promotores da Semana de Arte Moderna do Brasil, que aconteceu no Teatro
Municipal da cidade de São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro do ano de 1922.
A crítica o considerou como o elemento mais rebelde do movimento, sendo ainda
também caracterizado como o mais inovador. No ano de 1912, Oswald foi para Paris, onde
viveu durante cinco anos e teve suas ideias influenciadas fortemente pelos futuristas. Sua
participação ativa na Semana de Arte Moderna é seguida de sua segunda viagem à
Europa. Em Paris, ele acabou promovendo a conferência ‗O esforço intelectual do Brasil
contemporâneo‘.
Oswald de Andrade publicou dois dos mais importantes manifestos do período do
Modernismo brasileiro, com o título de Manifesto Antropófago e o Manifesto da Poesia Pau
Brasil.
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RESUMO DO MANIFESTO ANTROPÓFAGO E O
MANIFESTO DA POESIA PAU BRASIL
O Manifesto da Poesia Pau Brasil, juntamente com o manifesto que foi publicado por
André Breton, acaba reforçando a tese de que o nosso país estava acompanhando de
maneira plena o movimento das vanguardas mundiais. Através dessa obra, Oswald de
Andrade defendeu uma poesia ingênua, no sentido de não se contaminar por formas já
pré-estabelecidas de fazer arte e de pensar.
O Manifesto da Poesia Pau Brasil é desenvolvido em um tom voltado intimamente
de festa e de paródia, uma espécie de prosa poética pautada em frases aforísticas. Nessa
obra, expressa a vontade de que o Brasil passe a ser uma cultura de exportação, tal qual
como foi com a exportação da madeira do pau-brasil. Por isso, Oswald acaba defendendo
uma poética original e espontânea, considerando o Naturalismo uma cópia balofa.
Sem perder a ingenuidade e o bom humor, o Manifesto da Poesia Pau Brasil acaba
por propor a descolonização de seu país, através da revolta da população, e além disso,
negro, através da exposição de uma sugestão de Blaise Cendrars.
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Podemos dizer, que este manifesto pode ser caracterizado como uma obra do
Futurismo tropicalista, já que tempos a escola e a floresta, consideradas a base presente e
dupla do mesmo.
Já o Manifesto Antropófago foi publicado na primeira edição da Revista de
Antropofagia, que foi fundada no mês de maio do ano de 1928 e durou até agosto do ano
seguinte. Nessa obra, foi feita uma espécie de síntese de pensamento do autor sobre o
Modernismo do Brasil, onde o autor se inspirou de maneira explicita nos pensadores
Freud, Marx, André Breton e Rousseau.
No entanto, a técnica utilizada na escrita do Manifesto Antropófago, faz com que a
obra se aproxime das vanguardas positivas, propondo assim uma língua nacional diferente
do português. Foi utilizada uma linguagem popular, que explorava alguns desvios da
língua, intentando uma forma de erro criativo, por exemplo, com a utilização de palavras
como mio, mió, sordado, etc.
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Diversas ideias estão implícitas nesta obra, onde o poeta escritor Oswald de
Andrade acaba se expressando de maneira poética. Uma delas, é a antropofagia, e ainda
tem a ver com o papel que o canibalismo das sociedades tradicionais e tribais tem
simbolicamente. Isso porque o canibal não come outro ser humano apenas por
alimentação, mas sim porque procura incluir em si mesmo as qualidades desse outro
alguém ou inimigo. Dessa maneira, o canibalismo é interpretado como uma espécie de
veneração do inimigo, porque se o inimigo possui valor e interesse para ser comido, o ser
que pratica o canibalismo acaba se tornando mais forte.
Oswald continua expressando a ideia ainda de que a cultura do Brasil é mais forte,
já que apesar de ter sido colonizada pelos europeus, este foi digerido por eles, tornando-se
assim, superiores.
Outra ideia expressa nessa obra, é de que o país, que tem como símbolo o índio,
acaba absorvendo o estrangeiro, que é um elemento considerado estranho a si, tornando-
se carne da sua carne, e em seguida, canibalizando-o.
O Manifesto Antropófago insiste demasiadamente nas ideias que foram expressas
por Freud, em um de seus trabalhos, do ano de 1912, intitulado Totem e Tabu. Segundo
ele, o pai de uma tribo foi comido depois de morto pelos próprios filhos e em seguida, este
foi divinizado. Consequentemente, criaram-se as interdições à sua volta.
Embora o manifesto seja uma obra nacionalista, ela não é xenófobo e sim
xerofágico. Por este motivo, Oswald de Andrade é considerado um vanguardista, e ainda o
primeiro autor brasileiro, a alcançar a maior repercussão internacional e a influenciar o
movimento da literatura brasileira, o concretismo e ainda o poeta mais aclamado nos mais
diversos círculos literários da nossa atualidade.
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NEOMODERNISMO – POESIA: CARACTERÍSTICAS E
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
Os poetas que se diziam neomodernistas divulgaram suas ideias sobre a nova
poética que surgia em 1948 com a revista Orfeu. Nela, o poeta Péricles Eugênio da Silva
Ramos assinou um manifesto no qual o Modernismo anterior é acusado de ser ―uma
aventura sem disciplina‖. De acordo com esse manifesto, a verdadeira poesia se obtém ―na
elevação do vulgar por meio do sentimento e da expressão bem elaborada‖. Por isso, os
poetas dessa fase propunham a volta do rigor formal da poesia do Parnasianismo (o poeta
Ledo Ivo fez até uma visita bem noticiada ao túmulo do parnasiano-mor Olavo Bilac)
misturando-o a influências do Simbolismo e enveredando pelos caminhos do Surrealismo.
Ora, o fato de os poetas da Geração de 45 recusarem o poema-piada e o prosaico na
poesia gerou algumas críticas irreverentes, como esta do intelectual e crítico de Literatura
José Guilherme Merquior: ―Os poetas de 45 eram comportados. Bons meninos, em
nenhuma hipótese eram capazes de fazer pipi na cama da Literatura‖.
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Poetas mais representativos do neomodernismo:
Péricles Eugênio da Silva Ramos – Lamentação Floral;
Ledo Ivo – O Caminho sem Aventura, As Alianças;
Geir Campos – Rosa dos Rumos, Canto Claro;
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Mauro Mota – Canto ao Meio;
João Cabral de Melo Neto (o poeta mais brilhante dessa geração).
João Cabral de Melo Neto
Nasceu em Recife, em 1920, filho de tradicional família pernambucana. Estudou
com os irmãos maristas e viveu sua infância nos engenhos. Em 1945, tornou-se diplomata
e exerceu sua profissão principalmente em Portugal e na Espanha. Algumas obras:
Pedra do Sono (1942);
O Engenheiro (1945);
Psicologia da Composição (1947) – nesta obra incluem-se três composições:
a que dá título ao livro, ―Fábula de Anfion‖ e ―Antiode‖;
O Cão sem Plumas (1950);
Morte e Vida Severina (1956);
Duas Águas (1956);
Educação pela Pedra (1966);
Auto do Frade (1987).
Quando se lê qualquer poeta, observam-se na sua poesia influências e discurso de
outros poetas. Fica, quase sempre, a impressão de que esse poeta é a continuação ou a
ressurreição de outros, tais os pontos de contato nas suas poesias. Com João Cabral de
Melo Neto isso não ocorre. Por quê? João Cabral é considerado um poeta original e único.
Sua poesia tem uma personalidade própria, singular, que quase sempre versa sobre o
próprio fazer poético (metalinguagem), embora o social tenha forte presença nela. Na
sequência, são apresentados exemplos da singularidade e da personalidade de João
Cabral.
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Morte e Vida Severina (Auto de Natal Pernambucano) – o livro mais popular de João
Cabral de Melo Neto – é uma peça teatral escrita em versos, na qual o poeta se mostra
engajado, preocupado com a seca, com a miséria e com a injustiça social, que fazem do
povo nordestino um verdadeiro morto-vivo. Na narrativa, Severino (metonímia dos
nordestinos miseráveis) empreende uma viagem do sertão de Pernambuco até Recife,
onde pensa encontrar o que não existia no sertão: vida. Entretanto, nessa viagem pelo leito
seco do Rio Capibaribe, Severino só encontra a morte nas suas mais diversas formas
produzidas pela miséria. No Recife, chega à miséria dos alagados e também só vê a
morte. Por isso, decide morrer. A visão, porém, do nascimento de uma criança, parida de
gente miserável como ele, faz com que conclua que, mesmo Severina, a vida vale a pena.
A peça teatral é, portanto, uma celebração à vida.
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O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI
– O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que
é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos
Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mas
isso ainda diz pouco: por causa do coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo
Senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é
o Severino
Busca do verso sintético, rápido, essencial;
A metalinguagem (fazer poético) como tema constante;
Experiências inovadoras no trato com a linguagem por meio do Concretismo,
da Poesia-práxis e do Poema-processo;
A poesia participante de Ferreira Gullar e os versos musicais de Paulo
Leminski;
Inovações interessantes da poesia marginal (ou Literatura de mimeógrafo)
feita por estudantes e, ainda, a poesia intrigante e rápida dos grafiteiros
urbanos.
Poesia Concretismo
A poesia da Geração de 22 – Mário de Andrade, Manuel Bandeira – rompeu com o
academismo, concretizou a liberdade temática, o verso livre e branco e enfatizou a
temática da brasilidade. Ao passo que a poesia da Geração de 30 – Drummond, Cecília
Meireles – herdou o verso livre e branco, revitalizou a linguagem mais formal e buscou
uma temática universal.
A poesia da geração seguinte, denominada Geração de 45, retomou alguns
elementos da formalidade parnasiana, recuperando o soneto. No entanto, entre esses
poetas, houve aqueles que, segundo o respeitado crítico literário Alfredo Bosi, produzissem
poemas com as seguintes características:
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O subdesenvolvimento brasileiro influenciado pelos elementos da cultura
estrangeira reinterpretado segundo a visão expressa por Oswald de Andrade
no Manifesto Antropófago, como o Tropicalismo de Gilberto Gil, Caetano
Veloso, Torquato Neto, Tom Zé e outros músicos, poetas intelectuais;
Testemunho crítico da realidade social, política e moral em poesia
frequentemente feita por poetas-compositores, como Caetano Veloso, Chico
Buarque de Holanda, Gilberto Gil, Arrigo Barnabé, Arnaldo Antunes e outros;
Rejeição ao verso tradicional, transformando o poema em um objeto de
constante pesquisa e de propostas poéticas diferentes;
Esse poema materializa a concepção poética dos concretistas que, a partir da
década de 1950, apregoavam que a poesia tradicional, baseada no verso, não combinava
mais com as exigências do mundo moderno. A comunicação visual se integra à época do
cinema, da televisão, da propaganda e da comunicação de massa.
http://1.bp.blogspot.com/-38Y8IuiP2zs/UO71I3ugc7I/AAAAAAAAAJI/65eAA9FNVTE/s1600/cre.jpg
No poema reproduzido, o ideograma, a repetição sonora, a aliteração e a
assonância ocorrem por si mesmos, isto é, ―o poema concreto é uma realidade em si, não
um poema sobre‖. ―É o emprego do som, da letra, da página, da cor, da linha, enfim, do
que existe de acústico e de visual na disposição dos vocábulos‖.
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O Movimento Concretista ganha expressão na década de 1950 em São Paulo,
quando os professores e publicitários Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de
Campos divulgaram as ideias básicas do concretismo na revista Noigandres – expressão
da Idade Média francesa de significado desconhecido – e na Exposição Nacional de Arte
Concreta, em 1956, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
http://concretismo.zip.net/images/Podrido-Clop70.jpg
No poema a seguir, desenhado em 1969, pelo poeta mineiro José de Arimathéa, fica
clara a opção do autor pela vanguarda e pelo desejo de causar estranhamento no leitor,
visto que utiliza os elementos gráficos de uma forma inesperada. O poema, nesse caso, é
um objeto físico e a palavra (ou letra?) está diretamente relacionada ao espaço tipográfico.
O importante, nesse caso, é o projeto e a sua visualização. A palavra pode ser dispensada.
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O poema-processo foi uma proposta de poesia de Vanguarda liderada por Wlademir
Dias Pinto em 1967. Ele propunha a eliminação da discursividade (poema em versos) e
valorizava o aspecto visual dos signos.
Movimento artístico de cores fortes nos ritmos musicais e nas letras de canções das
décadas de 1960 e de 1970. Trata-se da releitura das ideias do modernista Oswald de
Andrade no Manifesto Antropófago de 1928. O Tropicalismo mistura o nacional e o
estrangeiro não no sentido de copiar fórmulas importadas, mas no de incorporar elementos
estrangeiros aos nacionais, como na Antropofagia. Um exemplo é a canção ―Tropicália‖, de
Caetano Veloso.
Um Pouco Acima do Chão (1949)
A Luta Corporal (1954)
Quem Matou Aparecida (1962)
Por Você, por Mim (1968)
Dentro da Noite Veloz (1975) – esse livro é uma homenagem a Che Guevara.
Poema Sujo (1976)
Na Vertigem do Dia (1980)
Na Vertigem do Dia (1987)
Crime na Flora (1986)
Barulhos (1987)
Formigueiro (1991)
Muitas Vozes (1999)
EXPRESSIONISMO
O Expressionismo foi um movimento artístico vanguardista que apareceu na
Alemanha nos primeiros anos do século XX e influenciou várias gerações de artistas
plásticos.
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Entre as vanguardas artísticas europeias do início do século XX, o expressionismo
foi uma das mais notórias. A arte expressionista teve seu desenvolvimento principal na
Alemanha, não se restringindo apenas às artes plásticas, mas abrangendo o cinema
também. O conceito expressionismo tornou-se corrente na crítica jornalística depois que
Herwath Walden popularizou-o em sua revista ―Der Sturm‖ (A Tempestade), em 1912.
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GpN7mmVxw
Características do Expressionismo
Entre as principais características da arte expressionista, destaca-se a distorção
linear, isto é, os traçados espessos e angulosos das formas retratadas, seja de seres
humanos, seja de objetos, o que produz uma simplificação radical das formas. Destaca-se
também o emprego de cores intensas, com pinceladas bem marcadas, deixando evidente
o efeito do traçado sobre a tela. Essas características já podiam ser vistas, em germe, em
artistas das últimas décadas do século XIX, como os pós-impressionistas Gauguin, Edvard
Munch e Vincent Van Gogh, que serviram de modelo aos expressionistas.
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Os artistas ligados ao expressionismo organizaram-se em dois grupos, um na
cidade de Dresden e outro na cidade de Munique, como explicita o crítico Larry MacGinity:
―O movimento expressionista estava associado a dois grupos de artistas, um
baseado em Dresden e outro em Munique, sendo que ambos possuíam muitos objetivos e
influências em comum. Os artistas queriam distinguir-se da sociedade urbana, da qual a
maioria deles se originou. Alguns levaram uma vida comunitária em áreas rurais, onde
desenvolveram uma fascinação por sociedades 'primitivas', tornando-se colecionadores e
imitadores da arte folclórica alemã, em um esforço para reacender a força vital da arte, que
acreditavam ter sido suprimida.‖
A arte primitiva das tribos africanas também serviu como fonte para os
expressionistas, mas também outras fontes foram de fundamental importância, como os
artistas do Renascimento Alemão Albrecht Dürer e Mathis Grünewald, com seus trabalhos
em desenho e seu uso específico de luz e sombra. Além disso, no campo das ideias, os
expressionistas serviram-se do pensamento filosófico de Friedrich Nietzsche. Inclusive, foi
pensando em uma imagem descrita por Nietzsche, que falava a respeito da situação do
homem – que está sempre a caminhar sobre uma ponte que o levará além do que é –, que
o nome do grupo expressionista ficou conhecido como ―A Ponte‖ (Die Brücke).
Entre os principais nomes do expressionismo estavam Fritz Bleyl, Erich Heckel,
Ernst Ludwing Kirchner, Karl Schmidt-Rottluff, Max Pechstein, Emil Nolde e Otto Mueller.
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No Brasil, a técnica expressionista esteve presente na arte de nomes como Anita Malfatti,
Lasar Segall, Portinari, Oswaldo Goeldi e Iberê Camargo.
Surgimento
Em oposição ao Impressionismo, o Expressionismo surge no final do século XIX
com características que ressaltam a subjetividade. Neste movimento, a intenção do artista
é de recriar o mundo e não apenas a de absorvê-lo da mesma forma que é visto. Aqui ele
se opõe à objetividade da imagem, destacando, em contrapartida, o subjetivismo da
expressão.
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História E Características
Seu marco ocorreu na Alemanha, onde atingiu vários pintores num momento em
que o país atravessava um período de guerra. As obras de arte expressionistas mostram o
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estado psicológico e as denúncias sociais de uma sociedade que se considerava doente e
na carência de um mundo melhor. Pode-se dizer que o Expressionismo foi mais que uma
forma de expressão, ele foi uma atitude em prol dos valores humanos num momento em
que politicamente isto era o que menos interessava.
O principal precursor deste movimento foi o pintor holandês Vincent Van Gogh, que,
com seu estilo único, já manifestava, através de sua arte, os primeiros sinais do
expressionismo. Ele serviu como fonte de inspiração para os pintores: Érico Heckel,
Francisco Marc, Paulo Klee, George Grosz, Max Beckmann, etc. Há ainda muitos outros
pintores, entre eles, Pablo Picasso, que também foram influenciados por esta manifestação
artística. Outro importante pintor expressionista foi o norueguês Edvard Munch, autor da
conhecida obra O Grito.
Além de sua forte manifestação na pintura, o expressionismo foi marcante também
em outras manifestações artísticas, tais como: literatura, cinema, teatro, etc. Na literatura,
há muitas obras que refletem a crise de consciência que tomou conta da sociedade antes e
depois da Primeira Guerra Mundial.
Na década de 40, surge o expressionismo abstrato, este movimento foi criado em
Nova York por pintores como Jackson Pollock, de Kooning e Rothko. Aqui os estilos eram
bem variados e buscavam a liberação dos padrões estéticos que até então dominavam a
arte norte-americana.
Expressionismo no Brasil
Em nosso país o movimento também foi importante. Podemos destacar, nas artes
plásticas, os artistas expressionistas mais importantes: Candido Portinari, que retratou em
suas telas a migração do povo nordestino para as grandes cidades e a vida dos
agricultores, operários e desfavorecidos.
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Outros representantes do expressionismo brasileiro:
Anita Malfatti - pode ser considerada a artista que introduziu as vanguardas
europeias em território brasileiro. Retratou em suas obras retratos nus, cenas
populares cotidianas e paisagens. Usou cores fortes e violentas em suas
obras.
Lasar Segall - é considerado o primeiro artista a introduzir o expressionismo
alemão em território sul-americano. Uma de suas obras mais conhecidas é
"Emigrante Navio" de 1939.
Osvaldo Goeldi (autor de diversas gravuras).
As peças teatrais de Nélson Rodrigues apresentam significativas
características do expressionismo.
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Em 20 de Fevereiro de 1909 foi lançado pelo poeta italiano Felippo Tommaso
Marinetti, no jornal francês Le Fígaro, o Manifesto Futurista. Este foi o ponta pé inicial para
dar início a criação de um movimento de cunho artístico e literário denominado Futurismo.
O Futurismo caracterizou-se principalmente pelo rompimento com a arte e a cultura do
passado, celebrando o progresso e a tecnologia moderna, a vida urbana, a velocidade e a
energia ao ponto de, os mais extremos, exaltarem as armas e a violência. Os integrantes
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desse estilo foram os grandes divulgadores do movimento, recorrendo a palestras e a
publicidade para dar visibilidade a este estilo.
O Manifesto Futurista deixou clara a rejeição dos futuristas ao passado e a
destruição de tudo o que era velho e venerado, ascendendo espaço para o novo e o vital.
Giacomo Balla (1871 – 1958), Carlo Carrà (1881 – 1966) e Umberto Boccioni (1882 – 916)
estão entre os principais expoentes desse movimento, além de Gino Severini (1883 –
1966) e Luigi Russolo (1885 -1647).
Com frequência nas pinturas Futuristas aparecem cores vibrantes e contrastantes,
formas geométricas, sobreposição de imagens além do uso do que os futuristas
chamavam de linhas de força. O uso desses recursos pretendia dar ideia de uma cena
dinâmica, ou seja, o objeto em ação. A ideia de movimento vigoroso e velocidade eram
centrais na poética do Futurismo. Os futuristas não estavam interessados em representar
um automóvel em suas pinturas, porém representar o movimento do automóvel e a
experiência de sua aceleração. Isso era mais importante que detalhar sua forma ou o
veículo parado.
FUTURISMO
O futurismo foi um movimento literário e artístico iniciado em 1909. Foi Felippo
Marinetti, poeta italiano, quem começou este movimento com a publicação do Manifesto
Futurista. Ele fez parte da primeira vanguarda futurista.
Características do Futurismo:
Desvalorização da tradição e do moralismo;
Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico;
Defesa de uma ligação entre as artes plásticas e o mundo moderno;
Propaganda como principal forma de comunicação;
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Uso de onomatopeias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes,
sons de objetos) nas poesias;
Poesias com uso de frases fragmentadas para passar a ideia de velocidade;
Pinturas com uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens,
traços e pequenas deformações para passar a ideia de movimento e
dinamismo;
Futurismo na Itália
Foi em território italiano que o futurismo ganhou grande notoriedade. O fascismo
italiano teve grande influência neste movimento artístico na Itália. Os principais artistas
plásticos futuristas italianos foram Luigi Russolo, Umberto Boccioni e Carlo Carrá.
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Futurismo na Rússia
O movimento futurista russo recebeu forte influência do socialismo, principalmente
após a Revolução Russa de 1917. O grande expoente da poesia futurista russa foi o poeta
Vladimir Maiakovski, que fez uma ligação entre a arte e o povo.
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Futurismo no Brasil
No Brasil, o futurismo teve grande influência na produção artística de artistas ligados
ao movimento modernista. Anita Malfatti e Oswald de Andrade entraram em contato com
Marinetti e seu Manifesto Futurista. Muitas ideias e conceitos futuristas foram incorporados
às obras destes modernistas brasileiros. Pode-se observar estas influências na Semana de
Arte Moderna de 1922.
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Obra futurista do artista Giacomo Balla.
Uma das mais impressionantes obras desse movimento artístico é Dinamismo de
um cão na coleira de autoria (1912) de Giacomo Balla. Nela, Balla representa uma senhora
passeando com seu cachorro onde é possível perceber uma espécie de close-up dos
movimentos dos personagens. No quadro de formas simples e precisas, podem-se
apreender as diversas pinceladas que dão a sensação de movimento das figuras. O cão
assim como à senhora tem inúmeros traços, uns transparente e outros opacos, que
compõem as patas, o rabo, a coleira e os pés criando uma magnífica expressão dinâmica
do movimento.
O Futurismo influenciou diversos artistas que mais tarde vieram a fundar outros
estilos artísticos como o Cubismo, o Surrealismo e o Dadaísmo. O movimento Futurista
durou até aproximadamente a década de 1930, quando foi se esvaziando com a Segunda
Guerra Mundial.
No Brasil influenciou artistas como Anita Malfatti e Oswald de Andrade ainda no
começa do século XX, que viram nos ideais nesse movimento a possibilidade de deixar de
copiar modelos europeus e construir uma identidade renovando a arte brasileira.
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DADAÍSMO
Dada termo em francês que significa ―cavalinho de pau‖ ou ―brinquedo de criança‖.
Esse foi o nome escolhido aleatoriamente pelos criadores do movimento ao folhear um
dicionário. Esse termo marca a falta de sentido que pode ter a linguagem assim como a
fala de um bebê, salientando o caráter antirracional e de causalidade desse movimento de
vanguarda europeia. O acaso e o nonsense - que quer dizer sem sentido - foram
fundamentais nos conceitos dadaístas. Além disso, o movimento mostrou-se radicalmente
avesso a Primeira Guerra Mundial, ao nacionalismo e ao materialismo que desencadeou o
combate, bem como os conceitos de arte vigentes na época.
O Dadaísmo, também conhecido como Movimento Dadá nasce após o início da
Primeira Guerra Mundial em 1916 em Zurique e tem como seus principais expoentes
Tristan Tzara, Marcel Duchamp, Hans (ou Jean) Arp, Julius Evola, Francis Picabia, Kurt
Schwitters, Max Ernst e Man Ray.
Esses integrantes e outros propunham uma arte de protesto que chocasse e
provocasse a sociedade burguesa da época. Suas obras visuais e literárias baseavam-se
no acaso, no caos, na desordem e em objetos e elementos de pouco valor, desconstruindo
conceitos da arte tradicional.
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Kurt Schwitters compôs telas fazendo colagens aleatórias de recortes e papeis que
encontrava no cotidiano, como bilhetes de trem, fotografias, selos e embrulhos. Assim o
artista expressava a intensão de criar um método de fazer arte que não lembrasse os
métodos artísticos tradicionais.
Duchamp com seus ready-mades utilizou objetos industrializados e do cotidiano,
assinando-os como se fossem de sua autoria, não os trabalhava artisticamente, os
considerava prontos assim como os encontrava e exibia como obra de arte. Dessa
maneira, objetos sem valor artístico aparente alcançam a condição de obra de arte ao
serem retirados de seu contexto e expostos num espaço expositivo como um museu ou
galeria. Foi assim que Duchamp criou Roda de Bicicleta, de 1913, uma roda de bicicleta
encaixada num banco. Seu mais famoso ready-made, o Urinol, foi assinado pelo artista
como ―R Mutt‖. Assim como Kurt Schwitters, Duchamp também expressou sua rejeição e
renúncia aos tradicionais meios de se fazer arte da época, forçando o público apreciador a
refletir sobre essas questões.
Na literatura o Dadaísmo também ganhou grande expressão. Um dos principais
expoentes e fundadores do movimento, Tristan Tzara deu uma espécie de receita para
criar um poema dadaísta:
Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e
meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
52
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda
que incompreendido do público.
O Dadaísmo abriu portas na década de 1920 para outros movimentos como o
Surrealismo.
CUBISMO
A Europa do século XX foi marcada por diversas manifestações modernistas, que
começaram a surgir antes da Primeira Guerra Mundial. Tais movimentos, denominados
vanguardas europeias, propuseram uma arte menos constante e mais radical e inovadora,
tendo a cidade de Paris como o principal centro cultural da época.
Iniciado no ano de 1907 na França, o Cubismo foi uma corrente de vanguarda
europeia cuja tendência era o uso de formas geométricas como cones, cilindros, esferas,
pirâmides, prismas e cubos, em oposição à uniformidade sugerida pela arte renascentista
e realista. Trata-se do movimento artístico que mais exerceu influência na história da Arte
Moderna, perdurando até o ano de 1918.
O estilo cubista surgiu com o quadro Demoiselles d‘Avignon, criado pelo pintor
espanhol Pablo Picasso. Em sua obra, Picasso inovou ao reproduzir a nudez feminina
através de formatos geométricos muito bem arquitetados, abrindo mão das convencionais
formas arredondadas e dos sombreamentos. Uma importante influência para esse trabalho
foi a arte africana, que já vinha sendo estudada pelo pintor.
O movimento cubista não se conformava com a visão do mundo sob apenas uma
perspectiva, como propunha o padrão estético europeu, que tinha a preferência pelas
formas perfeitas e mais próximas do real. As obras cubistas, ao contrário, primavam pela
fragmentação e pela geometrização das figuras, com uma representação em diferentes
planos geométricos e áreas irregulares, que proporcionavam ao espectador uma visão da
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obra sob diversos ângulos. Por isso, diz que a simultaneidade é a caraterística mais
expressiva do Cubismo. O cubismo começou no ano de 1907, quando Pablo Picasso
terminou seu conhecidíssimo quadro As Senhoritas de Avignon, considerado o ponto de
partida deste movimento. Pablo Picasso e George Braque inspiraram o cubismo e dentre
os principais mestres podemos citar Fernand Leger, Juan Gris, Albert Gleizes e Jean
Metzinger.
http://img.elo7.com.br/product/original/A35FEA/rosa-cubismo-acrilica-sobre-tela-pintura-em-tela.jpg
As Senhoritas de Avignon (Les demoiselles d'Avignon)
O cubismo é um tipo de arte considerada mental, ou seja, desliga-se completamente
da interpretação ou semelhança com a natureza, a obra tem valor em si mesma, como
maneira de expressão das ideias. A desvinculação com a natureza é obtida através da
decomposição da figura em seus pequenos detalhes, em planos que serão estudados em
si mesmos não na visão total do volume. Desta forma, um objeto pode ser observado de
diferentes pontos de vista, rompendo com a perspectiva convencional e com a linha de
contorno. As formas geométricas invadem as composições, as formas observadas na
natureza são retratadas de forma simplificada, em cilindros, cubos ou esferas. O cubismo
nunca atravessou o limite da abstração, as formas foram respeitadas sempre. As
naturezas mortas urbanas e os retratos são temas recorrentes neste movimento artístico.
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Guernica
http://images.huffingtonpost.com/2014-02-03-rainbowcoalitionguernicaCopy.jpg
Durante o desenvolvimento do cubismo há duas principais etapas, são elas:
Cubismo Analítico: caracterizado pela decomposição das figuras e formas
em diversas partes geométricas, é o cubismo em sua forma mais pura e de
mais difícil interpretação.
http://www.allaboutarts.com.br/thumbnail.aspx?MaxWidth=600&MaxHeight=450&image=media%2Fimage%2Fart%2Fzoom%2F0406A6-
4.jpg
Cubismo Sintético: é a livre reconstituição da imagem do objeto
decomposto, assim, este objeto não é desmontado em várias partes, mas sua
fisionomia essencial é resumida. Algo muito importante nesta etapa é a
introdução da técnica de colagem, que introduz no quadro elementos da vida
55
cotidiana (telas, papéis e objetos variados), o primeiro a praticar esta técnica
foi Braque.
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSFSgQBoienNoISqMH4zPIQbRt-5ejLfd4XKBi4Y7QN228fBH2E
Os principais pintores cubistas foram o espanhol Pablo Ruiz Picasso (1881-1973),
que criou obras como Guernica, Retrato de Ambroise Vollard e Natureza Morta, George
Braque (1882-1963), Juan Gris (1887-1927) e Fernad Leger (1881-1955). Na literatura,
Guillaume Apollinaire e Blaise Cendrars; na música, Igor Stravinsky; e na escultura,
Raymond Duchamp-Villon e Constantin Brancusi. No Brasil, o Cubismo se consolidou
somente após a Semana de Arte Moderna de 1922, tendo influenciado muitos artistas de
renome como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Rego Monteiro, Di Cavalcante e Oswald de
Andrade.
História do movimento cubista, artistas do cubismo, cubismo no Brasil, Semana de
Arte Moderna de 1922, formas geométricas, Pablo Picasso, cubismo sintético e analítico,
resumo e características, fases do cubismo
Obra cubista de Marcel Duchamp
Obra cubista de Marcel Duchamp
Com a difusão do Cubismo, muitos artistas, inclusive de áreas distintas, foram
influenciados pela corrente de vanguarda. Na literatura, vários escritores projetaram as
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técnicas cubistas aos seus trabalhos, passando a tratar sobre assuntos misturados, em
tempos e espaços diferentes, com linguagem predominantemente coloquial e com um jogo
de palavras que davam impressão de imagem.
Origem
Este movimento artístico tem seu surgimento no século XX e é considerado o mais
influente deste período. Com suas formas geométricas representadas, na maioria das
vezes, por cubos e cilindros, a arte cubista rompeu com os padrões estéticos que
primavam pela perfeição das formas na busca da imagem realista da natureza. A imagem
única e fiel à natureza, tão apreciada pelos europeus desde o Renascimento, deu lugar a
esta nova forma de expressão onde um único objeto pode ser visto por diferentes ângulos
ao mesmo tempo.
História movimento cubista e características principais:
O marco inicial do Cubismo ocorreu em Paris, em 1907, com a tela Les Demoiselles
d''Avignon, pintura que Pablo Picasso levou um ano para finalizar. Nesta obra, este grande
artista espanhol retratou a nudez feminina de uma forma inusitada, onde as formas reais,
naturalmente arredondadas, deram espaço a figuras geométricas perfeitamente
trabalhadas. Tanto nas obras de Picasso, quanto nas pinturas de outros artistas que
seguiam esta nova tendência, como, por exemplo, o ex-fauvista francês – Georges Braque
– há uma forte influência das esculturas africanas e também pelas últimas pinturas do pós-
impressionista francês Paul Cézanne, que retratava a natureza através de formas bem
próximas as geométricas.
Historicamente o Cubismo se dividiu em duas fases: Analítico, até 1912, onde a cor
era moderada e as formas eram predominantemente geométricas e desestruturadas pelo
desmembramento de suas partes equivalentes, ocorrendo, desta forma, a necessidade de
não somente apreciar a obra, mas também de decifra-la, ou melhor, analisa-la para
entender seu significado. Já no segundo período, a partir de 1912, surge a reação a este
primeiro momento, o Cubismo Sintético, onde as cores eram mais fortes e as formas
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tentavam tornar as figuras novamente reconhecíveis através de colagens realizadas com
letras e também com pequenas partes de jornal.
Na Europa está o maior número de artistas que se destacaram nesta manifestação
artística, entre eles os mais conhecidos além dos precursores Pablo Picasso e Georges
Braque são: Albert Gleizes, Fernand Léger, Francis Picabia, Marcel Duchamp, Robert
Delaunay, Roger de La Fresnaye, e Juan Gris.
Fases do Cubismo:
Cubismo cézanniano (entre os anos de 1907 e 1909) - é a fase que dá início ao
Cubismo. Período marcado pela forte presença das obras de Paul Cézanne.
Cubismo Analítico (entre os anos de 1910 e 1912) - fase marcada pela união dos
trabalhos criados separadamente por Picasso e Braque.
Cubismo Sintético (entre os anos de 1913 e 1914) - fase marcada pelo uso de
formas decorativas e cores marcantes.
Literatura cubista
Embora tenha sido mais forte nas artes plásticas, o cubismo também se manifestou
no campo literário. A literatura cubista apresentou como principais características:
elaboração formal do texto, uso de impressão tipográfica e destaque para os espaços em
preto e em branco. O mais importante representante da literatura cubista foi o escritor e
poeta francês Guillaume Apollinaire.
Cubismo no Brasil
Somente após a Semana de Arte Moderna de 1922 o movimento cubista ganhou
terreno no Brasil. Mesmo assim, não encontramos artistas com características
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exclusivamente cubistas em nosso país. Muitos pintores brasileiros foram influenciados
pelo movimento e apresentaram características do cubismo em suas obras. Neste sentido,
podemos citar os seguintes artistas: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Rego Monteiro e Di
Cavalcanti.
Durante sua existência, o Cubismo se dividiu em duas fases:
• Fase analítica – durou entre 1910 e 1912 e ganhou esse nome pela complexidade
das imagens, permitindo a análise e a reflexão do espectador sobre cada parte do quadro,
de modo a compreendê-lo em sua totalidade. Tal período foi marcado pelas obras Du
cubisme de Albert Gleizes e Jean Metzinger, e Les peintres cubistes de Guillaume
Apollinaire.
• Fase sintética – de 1912 a 1913 se inicia a fase do Cubismo sintético em resposta
à fase anterior, buscando uma síntese das formas através da aplicação de cores fortes e
figuras decorativas. Nessa fase foi introduzida a colagem, uma técnica cubista que
consistia em montar a obra a partir de diversos materiais, como fotografias, jornais,
madeiras, etc.
Com a difusão do Cubismo, muitos artistas, inclusive de áreas distintas, foram
influenciados pela corrente de vanguarda. Na literatura, vários escritores projetaram as
técnicas cubistas aos seus trabalhos, passando a tratar sobre assuntos misturados, em
tempos e espaços diferentes, com linguagem predominantemente coloquial e com um jogo
de palavras que davam impressão de imagem.
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http://cdn1.mundodastribos.com/739167-Resumo-Cubismo-no-Brasil-01.jpg
Os principais expoentes do Cubismo europeu foram, na pintura, Pablo Picasso,
Robert Delaunay, Juan Gris, Georges Braques e Fernand Léger; na literatura, Guillaume
Apollinaire e Blaise Cendrars; na música, Igor Stravinsky; e na escultura, Raymond
Duchamp-Villon e Constantin Brancusi. No Brasil, o Cubismo se consolidou somente após
a Semana de Arte Moderna de 1922, tendo influenciado muitos artistas de renome como
Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Rego Monteiro, Di Cavalcante e Oswald de Andrade.
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ARTE CONTEMPORÂNEA
A arte contemporânea é a reunião de uma notável diversidade de estilos,
movimentos e técnicas.
Essa ampla variedade de estilos inclui a penetrante pintura realista Gótico
americano (Grant Wood, 1930, Art Institute of Chicago, Illinois), que retrata um casal de
agricultores do Centro-oeste americano e, ainda, os ritmos abstratos da tinta salpicada da
pintura Preto e branco (Jackson Pollock, 1948, acervo particular). No entanto, mesmo que
fosse possível dividir a arte contemporânea por obras figurativas, como o Gótico
americano, e por obras abstratas, como Preto e branco, encontraríamos uma
surpreendente variedade de estilos dentro dessas duas categorias.
http://www.arquitec.com.br/wp-content/uploads/2013/11/curso-arte-contemporanea-escola-arte-design-arquitec.jpg
Da mesma forma que o Gótico americano, pintado com precisão, é figurativo, a
Marilyn Monroe (Willem de Kooning, 1954, acervo particular) pode ser considerada
figurativa, apesar de suas pinceladas largas mal sugerirem os rudimentos de um corpo
humano e características faciais.
O abstracionismo, além disso, apresenta uma série de abordagens distintas: desde
os ritmos dinâmicos de Pollok em Preto e branco à geometria de ângulos retos da
Composição em vermelho, amarelo e azul (Piet Mondrian, 1937-1942, Tate Gallery,
Londres), cujas linhas e retângulos sugerem a precisão mecânica da máquina.
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Outros artistas preferiram uma estética da desordem, como no caso do artista
alemão Kurt Schwitters, que misturou jornais, selos e outros objetos para criar a Imagem
com um centro luminoso (1919, Museu de Arte Moderna, Nova York).
Assim, o século XX apresenta mais do que variedade de estilos. Foi no período
moderno que os artistas produziram pinturas não somente com materiais tradicionais,
como o óleo sobre tela, mas também com qualquer material que estivesse disponível. Essa
inovação levou a criações ainda mais radicais, como a arte conceitual e a arte
performática. Com isso, ampliou-se a definição de arte, que passou a incluir, além de
objetos palpáveis, ideias e ações.
CARACTERÍSTICAS DA ARTE CONTEMPORÂNEA
Obra de Grant Wood
Devido a essa diversidade, é difícil definir a arte contemporânea incluindo toda a
arte produzida no século XX. Para alguns críticos, a característica mais importante da arte
contemporânea é sua tentativa de criar pinturas e esculturas voltadas para si mesmas e,
assim, distinguir-se das formas de arte anteriores, que transmitiam ideias de instituições
políticas ou religiosas poderosas.
Já que os artistas contemporâneos não eram mais financiados por essas
instituições, tinham mais liberdade para atribuir significados pessoais às suas obras. Essa
atitude é, em geral, denominada como arte pela arte, um ponto de vista quase sempre
interpretado como arte sem ideologia política ou religiosa.
Ainda que as instituições governamentais e religiosas não patrocinassem a maioria
das artes, muitos artistas contemporâneos procuraram transmitir mensagens políticas ou
espirituais. O pintor russo Wassily Kandinsky, por exemplo, achou que a cor combinada
com a abstração poderia expressar uma realidade espiritual fora do comum, enquanto que
o pintor alemão Otto Dix criou obras de cunho abertamente político que criticavam as
diretrizes do governo alemão.
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Outra teoria defende que a arte contemporânea é rebelde por natureza e que essa
rebeldia fica mais evidente na busca da originalidade e de vontade de surpreender. O
termo ―vanguarda‖, aplicado à arte contemporânea com frequência, vem da expressão
militar avant-gard — que em francês significa vanguarda — e sugere o que é moderno,
novo, original ou avançado.
http://senzagravita.myblog.it/wp-content/uploads/sites/410095/2015/10/Obras-de-Arte-Brasileiras-9.jpg
Muitos artistas do século XX tentaram redefinir o significado de arte ou ampliar a
definição de modo a incluir conceitos, materiais ou técnicas jamais antes a ela associadas.
Em 1917, por exemplo, o artista francês Marcel Duchamp expôs uma produção em massa
de objetos utilitários, inclusive uma roda de bicicleta e um urinol, como se fossem obras de
arte.
Nas décadas de 1950 e de 1960, o artista americano Allan Kaprow usou seu próprio
corpo como veículo artístico em espetáculos espontâneos que, segundo ele, eram
representações artísticas. Nos anos 1970, o artista americano que seguia o estilo do
earthwork, Robert Smithson, usou elementos do meio ambiente — terra, rochas e água —
como material para suas esculturas. Como consequência, muitas pessoas associam a arte
contemporânea com aquilo que é radical e perturbador.
Ainda que a teoria da rebeldia pudesse ser aplicada para explicar a busca por
originalidade que motivava um grande número de artistas do século XX, seria difícil aplicá-
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la a um artista como Grant Wood, cuja obra Gótico americano rejeitou claramente o
exemplo da arte de vanguarda de sua época.
http://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/o-que-e-arte-contemporanea-6/O-que-e-Arte-Contemporanea-16.jpg
Outra característica fundamental da arte contemporânea é o seu fascínio pela
tecnologia moderna e a utilização de métodos mecânicos de reprodução, como a fotografia
e a impressão tipográfica. No início da década de 1910, o artista italiano Umberto Boccioni
procurou glorificar a precisão e a velocidade da era industrial em suas pinturas e
esculturas. Por volta da mesma época, o pintor espanhol Pablo Picasso incorporou às suas
pinturas uma nova técnica, a colagem, que usava recortes de jornais e outros materiais
impressos.
Seguindo a mesma linha, porém, outros artistas contemporâneos buscaram
inspiração nos impulsos espontâneos da arte infantil ou na exploração das tradições
estéticas tradicionais de culturas que não fossem industrializadas ou ocidentais. O artista
francês Henri Matisse e o suíço Paul Klee foram influenciados por desenhos de crianças;
Picasso observou de perto máscaras africanas e Pollock desenvolveu sua técnica de
salpicar tinta sobre a tela, inspirando-se nas pinturas com areia dos índios norte-
americanos.
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Sob outra perspectiva, porém, afirma-se que a motivação básica da arte
contemporânea é criar um diálogo com a cultura popular. Com essa finalidade, Picasso
colou pedaços de jornal em suas pinturas, Roy Lichtenstein transportou tanto o estilo
quanto o tema das histórias em quadrinhos para suas pinturas e Andy Warhol fez a
representação das sopas enlatadas Campbell. No entanto, ainda que derrubar as barreiras
entre a arte de elite e a cultura popular seja algo típico de Picasso, de Lichtenstein e de
Warhol, não é típico de Mondrian, Pollock ou da maioria dos abstracionistas.
Cada uma dessas teorias é convincente e poderia explicar as muitas estratégias
usadas pelos artistas contemporâneos. No entanto, até mesmo essa breve análise mostra
que a arte do século XX é diversa demais para se encaixar em qualquer uma de suas
muitas definições. Cada teoria pode contribuir para resolver uma parte do quebra-cabeça,
mas nenhuma delas em separado representa a solução.
Origens
A arte impressionista (impressionismo) do final do século XIX antecipou muitas das
características da arte contemporânea. Elas incluem a ideia da arte pela arte, a ênfase na
originalidade, a exaltação da tecnologia moderna, o fascínio pelo primitivo e o
compromisso com a arte popular.
PRIMEIRAS DÉCADAS DA ARTE CONTEMPORÂNEA
Os historiadores da arte têm relacionado a fragmentação da forma na arte do fim do
século XIX e início do XX à fragmentação da sociedade da época. As crescentes
realizações tecnológicas da Revolução Industrial ampliaram a distância entre as classes
média e trabalhadora.
As mulheres lutavam por direitos de igualdade e de voto. A visão da mente,
apresentada pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud, estipulava que a psique humana,
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longe de estar unificada, era repleta de conflitos e contradições emocionais. A descoberta
da radiografia, a teoria da relatividade de Albert Einstein e outras inovações tecnológicas
sugeriam que a experiência visual já não correspondia mais à visão de mundo da ciência.
Várias formas de criatividade artística refletiram essas tensões e desenvolvimentos.
http://mesquita.blog.br/wp-content/imagescaler/02e6aa04492fd75603a71b067450cbcb.jpg
Na literatura, James Joyce, T. S. Eliot e Virginia Woolf experimentaram novas
estruturas narrativas, gramática, sintaxe e ortografia. Na dança, Sergei Diaghilev, Isadora
Duncan e Loie Fuller revolucionaram em figurinos e coreografias pouco convencionais.
Na música, Arnold Schönberg e Igor Stravinski compuseram obras que não
dependiam da estrutura melódica tradicional. A música, além de ter sido uma das artes em
que mais foram feitas experiências, transformou-se na grande fonte de inspiração para as
artes visuais.
No final do século XIX e no começo do XX, muitos críticos de arte foram
influenciados pelos filósofos alemães Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche, que
haviam proclamado que a música era a mais poderosa de todas as artes, já que causava
emoções por si, e não através da imitação do mundo. Muitos pintores do movimento
simbolista do final do século XIX, como Odilon Redon e Gustave Moreau, tentaram superar
o poder de sugestão direto da música, pintando formas abstratas, realidades mais
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imaginárias do que o observável. Redon e os simbolistas criaram as bases para a arte
abstrata.
NOVA OBJETIVIDADE
Após a destruição sem precedentes causada pela Primeira Guerra Mundial (1914-
1918), alguns artistas perderam sua fé na arte abstrata. Muitos deles passaram a acreditar
que ela parecia fútil e superficial em um momento em que milhões de pessoas morriam,
cidades inteiras sofriam com a escassez de alimentos, a corrupção política florescia e os
soldados mutilados na guerra retornavam.
https://peregrinacultural.files.wordpress.com/2010/06/papas-stefanos-festa-na-roca-ost-60x-80.jpg
Na Alemanha, os artistas pertencentes a um movimento conhecido como Neue
Sachlichkeit (Nova objetividade) acreditavam que, para abordar esses problemas, a arte
não deveria se dissociar da experiência da vida quotidiana, perseguir ideais filosóficos
abstratos ou investigar a psicologia individual de seu criador.
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Esses artistas, entre eles George Grosz e Otto Dix, defendiam uma volta a modos
de representação mais tradicionais, além de um comprometimento direto com as questões
sociais e políticas urgentes da época. O Vendedor de fósforos (1920, Staatsgalerie,
Stuttgart), de Dix, por exemplo, rejeita o cubismo, o expressionismo e a abstração em favor
de um tipo de representação de compreensão mais imediata.
Ao abordar o tratamento insensível concedido a soldados que tinham arriscado suas
vidas por sua pátria, essa pintura mostra um soldado mutilado vendendo fósforos em uma
rua enquanto é claramente ignorado pelos passantes. Dix sabia que o tratamento oferecido
aos veteranos de guerra dependia de sua classe social. Assim, sua pintura não apenas
denunciava a guerra de um modo geral, mas também as tensões sociais específicas que
dividiam a Alemanha na época.
A ARTE CONTEMPORÂNEA APÓS A SEGUNDA GUERRA
MUNDIAL
Ainda que a Europa tenha sido o centro reconhecido da arte contemporânea na
primeira metade do século XX, hoje a maioria dos críticos concorda que após a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945), houve um deslocamento para os Estados Unidos. Nos anos
20 e 30, muitos artistas americanos, inclusive Charles Demuth, Arthur Dove, Marsden
Hartley e John Marin, tentaram adotar elementos do cubismo ou do futurismo em suas
obras. Mas esses movimentos eram originalmente europeus e foram considerados
essencialmente estranhos aos Estados Unidos.
Na década de 1930, alguns artistas norte-americanos revoltaram-se contra as
influências europeias na arte americana. O Gótico americano, de Grant Wood, é uma obra
típica de um movimento conhecido como regionalismo, cujo objetivo era valorizar o
tipicamente americano, usando um estilo que evitasse qualquer referência ao modernismo
europeu. Para outros artistas norte-americanos, os arroubos regionalistas somente
poderiam prejudicar a arte.
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DESENVOLVIMENTOS DO PÓS-GUERRA NA EUROPA
À medida em que o abstracionismo evoluía na América, outros movimentos
semelhantes surgiam na Europa. O Art informel, termo usado para distinguir a abstração
gestual da abstração geométrica na Europa, está relacionado em primeiro lugar ao artista
francês Pierre Soulages, além de Hans Hartung Wols, dois artistas que nasceram na
Alemanha, mas trabalharam na França.
Assim como os abstracionistas, esses artistas enfatizavam o gesto do pintor, a
pincelada, além das qualidades físicas da tinta, especialmente sua textura. Assim,
procuravam dar a impressão de pura espontaneidade, sem preparação artística ou
cálculos. Dentro do art informel havia um grupo chamado tâchistes (da palavra francesa
tâche, que significa ―mancha‖ ou ―borrão‖). O poeta e pintor belga Henri Michaux e o pintor
francês Georges Matthieu estavam entre os tâchistes mais importantes.
As telas grandes de Matthieu misturavam cores intensas com um estilo abstrato que
tomava como base as linhas, a pincelada e o interesse pela caligrafia asiática. Matthieu
concebeu suas obras rapidamente, às vezes até mesmo em público, valorizando a
liberdade do artista para pintar sem ideias preconcebidas e sem atingir um resultado
previsível.
Alguns críticos associavam essa qualidade com o existencialismo. A preocupação
com a textura física é evidente no art informel e no tâchisme e também aparece nas obras
do pintor francês Jean Dubuffet. Mas, ao contrário de seus colegas que também produziam
arte abstrata, Dubuffet enfocava a figura humana e se inspirava na arte das crianças, dos
loucos e de outros que ele acreditava desprovidos de influências culturais corruptoras.
Denominou seu estilo de art brut (em francês, arte bruta) e, desde então, esse termo é
utilizado para se fazer referência à arte de Dubuffet.
Assim como muitos artistas contemporâneos anteriores, ele procurava inspiração
em fontes alheias à tradição ocidental. Rejeitava a ideia de que a arte devesse ser
esteticamente agradável ou, apenas, ilustrar a realidade visual. Seu estilo de desenho,
deliberadamente seco, enfatizava um processo de criação lento e difícil. Desse modo,
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rejeitava a facilidade e a impulsividade dos pintores abstratos em favor de uma arte mais
primitiva, crua e bruta.
http://mesquita.blog.br/wp-content/imagescaler/f49e2c0f6e14d7e00a78836453cfe629.jpg
NOVAS FORMAS DE ARTE
Nas décadas de 1960 e de 1970, vários movimentos surgiram para tentar libertar a
arte da influência do mercado artístico, sistema no qual as obras de arte se transformavam
em mercadorias para serem compradas e vendidas como investimento financeiro.
Um grupo de artistas, às vezes chamado de pós-minimalista, queria criar formas que
tivessem um período de vida curto demais para serem vendidas. O escultor Richard Serra,
por exemplo, jogou chumbo derretido em um canto da Galeria Leo Castelli, em Nova York,
para uma série de obras chamada Splashing (1968). Seu objetivo não era apenas produzir
uma arte efêmera, que não fosse vendável, mas também expressar as propriedades
70
inerentes do metal líquido, que passaram a ser visíveis apenas quando esse material
entrou em atividade.
https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQThFvpavpFBZsZpeqcRCBFstIfLApYP0jcxOiVxX-wsiJSIRRx
Os artistas Robert Smithson, Michael Heizer, Walter De Maria e Nancy Holt também
se engajaram no movimento de incorporar as forças da natureza à uma obra de arte.
Esses artistas decidiram levar suas obras para o ar livre e criar o que ficou conhecido
como earthworks (ver Arte e arquitetura dos Estados Unidos). Ao invés de pincéis ou lápis,
usavam máquinas de terraplanagem e outros equipamentos para transformar a terra em
formas esculturais gigantescas. A obra Spiral Jetty (1970), de Smithson, por exemplo, era
uma gigantesca espiral de terra, pedra e cristais salinos que se estendia nas margens do
Grande Lago Salgado, em Utah. Essa obra não era apenas grande demais para ser
comprada ou vendida, como também vulnerável às forças da natureza, como a chuva, o
vento e a erosão.
Impressionismo na Literatura
A origem do termo prende-se a um quadro do pintor Claude Monet – Impressions –
(1874) – e a teorização da atitude artística impressionista deve muito à pintura (Monet,
Degas, Cézanne, Pissaro, Sisley, Renoir) e à música (Debussy e Ravel), o Impressionismo
71
custou a ser demarcado na literatura, e só a crítica mais recente tem-se ocupado com as
suas repercussões no Brasil.
Aos impressionistas não interessa a fixação ―fotográfica‖ das formas e das imagens.
Valorizando a cor e os efeitos tonais, pretendem reproduzir a ―percepção visual do
instante‖, as ―impressões‖ provocadas pelo objeto no sujeito.
O Impressionismo não chegou a configurar, na literatura, uma escola, corrente ou
movimento artístico, mas é uma atitude na expressão, perfeitamente identificável em
autores como Machado de Assis, Raul Pompéia, Euclides da Cunha, Graça Aranha,
Coelho Neto, entre os brasileiros, e Eça de Queirós e Cesário Verde entre os portugueses.
Impressionismo e literatura
A denominação ―Impressionismo‖, já corrente na pintura e na música, passou a ser
aplicada à literatura a partir dos irmãos Edmond e lules de Goncourt, para designar a
―escrita artística ―; uma linguagem vibrátil, com os diálogos e descrições convertidos em
―estenografias ardentes‖, procurando grafar a aparência vivida da realidade humana, com
exatidão e esmero científico, mas voltados para a pintura refinada das impressões
subjetivas, dos estados d‘alma das personagens.
Do mesmo modo que o quadro impressionista se propõe a captar as mudanças
mais sutis da atmosfera e da luz, a linguagem impressionista buscava figurar a variedade
dos estados mentais com a maior precisão possível.
Pintura impressionista de Vincent Van Gogh - Café-Terraço à Noite Surge assim um
idioma literário colorido e nervoso, de sintaxe fragmentária e ritmos evocatórios, fazendo
largo uso do imperfeito e da metáfora, adotado por narradores e dramaturgos como Anton
Tchecov, Hugo von Hofmannsthal e Eça de Queirós.
72
https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTMPUVsWY7QY6swh77Nt1obFyPTi5CCxW-
KQcwy3DO32z2OYWY4
Os temas básicos passam a centrar-se nas conotações morais da inércia do ser
humano frente ao fluxo heterogêneo da experiência; no cansaço da vida e na falta de
comunicação; no sentimento de frustração e de exílio da existência natural; na morbidez
cerebral e narcisística; na atração erótica pela decomposição e pela morte. Thomas Mann
(Tonio Kroeger – 1913 e A Morte em Veneza -1913); Tchecov (77o Vânia – 1899);
Hofmannsthal (O Louco e a Morte – 1894, Salomé – 1915) representam essa superação
dos materialismos deterministas.
O romance psicológico de tipo moderno, ou seja, de estrutura não-linear, em que a
história é narrada do ponto de vista do herói-autor, ou do ponto de vista plurifocal, a partir
da perspectiva de várias personagens, surge no bojo do Impressionismo, com Henry
James (Os Embaixadores – 1903); Joseph Conrad (LordJim- 1900); ítalo Svevo (A
Consciência do Zeno – 1923) e Marcel Proust (Em Busca do Tempo Perdido 1913-1927).
A percepção do tempo e o fluxo da memória, a lembrança crítica e a compreensão
do sentido da experiência passada e a ―procura do tempo perdido‖ são os motivos capitais
da ficção impressionista, quase sempre ligada a um agudo senso de perda da qualidade
da existência e à denúncia do estilo existencial moderno, marcado pela uniformização das
ideias e atitudes e pelo desaparecimento progressivo das formas genuínas de diálogo e
comunicação.
73
O refinamento da prosa impressionista, as explorações psicológicas, o
experimentalismo técnico dos narradores fazem com que as obras impressionistas se
revistam de um caráter ―hermético‖ (= difícil), exigindo leitores intelectualmente
sofisticados. Ao contrário da vocação ―democrática‖ do Realismo e Naturalismo, acessível
ao leitor comum (Balzac, Dickens, Zola), o Impressionismo cultivou o ―aristocrático prazer
de desagradar‖ às massas mentalmente condicionadas, teleguiadas, da sociedade urbano-
industrial. Sem concessões ao ―gosto popular‖, recusando-se a sacrificar a complexidade
da visão artística e a soberania da língua literária à mentalidade dominante, os
impressionistas legaram à arte moderna essa combinação única de esteticismo e oposição
cultural, dentro da qual tem florescido o que há de melhor na literatura de nosso tempo.
(Transcrevemos nesta parte, refundindo, José Guilherme Merquior, De Anchieta a
Euclides, José Olympio, RJ, 1977, p. 151-153).
Apoiados em A. Hibbard, sintetizamos as características da literatura
impressionista:
Registro de impressões, emoções e sentimentos, despertados no artista através dos
sentidos, cenas, incidentes, caracteres. Importância maior às sensações causadas que à
causa propriamente dita.
As sensações e emoções são importantes no momento em que se verificam.
Relevo à ―percepção visual do instante‖, valorizando-se a cor, a atmosfera, o efeito dos
tons.
Valorização dos estados de alma, das emoções, que são mais destacadas que o
enredo ou a ação na narrativa; importa mais o efeito do que a estrutura.
Ênfase na reprodução das emoções, sentimentos e atitudes individuais: traduz-se a
vida interior, ―a razão cede o passo às sensações‖.
Interpretação da natureza, ―invenção‖ da paisagem mais do que descrição objetiva.
Valorização da memória. Tentativa de buscar o tempo perdido através da impressão
provocada pela realidade num momento dado. Importância do momentâneo, do
fragmentário, do instável, do móvel, do subjetivo.
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Características do estilo impressionista
Valorização da cor, dos efeitos tonais, para reproduzir a ―percepção visual do
instante‖. Portanto, frequência da sinestesia.
Pontilhismo ou período em leque: acúmulo de detalhes, sem realce para nenhum
deles. Ex.: ―O luar surgiu, as pessoas passavam apressadas, um trem chegava de longe‖.
Hipálage e emprego de adjetivo-advérbio. Ex.: O convidado tentou uma garfada
tímida. Todos voltaram felizes. ―O voo branco das garças.‖ (Cecília Meireles).
Valorização do substantivo abstrato que surge de um adjetivo. Ex.: ―Brancura de luz‖
em vez de ―luz branca‖; ―maciez do pêlo‖ em vez de ―pêlo macio‖.
Relevo da impressão: vaguidade, imagens ilógicas, que aproximam realidades
distantes. Ex.: ―Caquinhos de luar embelezam o mármore‖.
Parataxe: abandono das conjunções, principalmente as subordinativas. Ex.: Não
sairei. Vai chover.
Frequência da prosopopeia. Ex.: ―A voz sonolenta das fontes‖.
Frase nominal, expressão sintética, metáfora elíptica. Ex.: Ele olhou-me. Um
monstro.
Aspecto permansivo (continuidade da ação): gerúndio, imperfeito do indicativo,
infinitivo precedido pelo ―a‖, verbos intransitivos ou empregados intransitivamente. Ex.: As
aves voando. Ao longe, a música prosseguia. Eram todos a gritar. Cabe-nos rir e perdoar.
Associação ―concreto/abstrato‖. Ex.: ―Enfiado na poltrona da sua melancolia‖.
(Fernando Pessoa). ―Vamos abrindo um matagal de dores‖. (Cesário Verde).
―Linguagem expressiva, colorida, sonora, a sugerir mais do que dizem as palavras.‖
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