MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
ESCOLA COMO ESPAÇO DE EMANCIPAÇÃO SOCIAL:
UMA LEITURA A PARTIR DE ANTONIO GRAMSCI
MESTRANDA MARICLEI PRZYLEPA
ORIENTADOR PROF. DR. PAULO GOMES LIMA
Apreender as políticas educacionais, a partir da década de 1990.
Evidenciar a concepção de educação em Gramsci e suas proposições para a organização da instituição escolar
Função da escola dentro da sociedade capitalista.
OBJETIVOS
Trata-se de um estudo que possui caráter
qualitativo, sustentado pela pesquisa
bibliográfica.
Metodologia
PROBLEMATIZA
Dois olhares: Neoliberal e Gramsciano,
sobre a educação com cerne no espaço escolar impulsionaram à
seguinte indagação: Como é e como deve ser a escola,
lócus de reprodução do sistema
ou lócus de emancipação social?
• O referencial teórico de autores que já se dedicaram a explorar o
objeto de estudo em questão e a obra de Antônio Gramsci: Os
intelectuais e a organização da cultura foi a mais recorrente.
• O eixo epistemológico que parte de referências teóricas presentes nos
escritos de Gramsci possibilitaram refletir sobre proposições políticas e
práticas libertárias/ emancipatórias de cultura e educação que
efetivadas nas instituições escolares representam uma possibilidade de
superação e/ou transformação das relações sociais capitalistas.
O estudo pautou-se
• Pressupostos neoliberais na educação significa efetivar políticas educacionais
pautadas na reforma do Estado que visa à legitimação da acumulação do capital
e para tanto, tem-se um Estado mínino para as políticas públicas sociais, e
“máximo” para o mercado.
• Silva e Gentili (1999): Políticas Educacionais implementadas pelas
administrações neoliberais, notadamente a partir dos nos de 1990,
restringem-se às reformas educacionais que buscam por um lado estabelecer
mecanismo de controle e avaliação da qualidade dos serviços educacionais
promovendo e garantindo a materialização dos princípios meritocráticos e
competitivos.
Políticas educacionais a partir da
década de 1990
O papel da Escola no Contexto da Sociedade Capitalista: manutenção ou
emancipação social?
Foram introduzidos, na instituição escolar, métodos de trabalho semelhante o
desenvolvido na empresa capitalista, havendo uma divisão do trabalho pedagógico.
Ampliando-se, assim, no espaço escolar, a burocracia e reduzindo a dimensão política na
administração escolar.
A função social da escola está, restringida, em preparar o indivíduo para o trabalho
que tem significado sempre preparação para o mercado, com prejuízo da formação humana,
ética e política, ou seja, preparação da mão-de-obra para a acumulação do capital, conforme
“denunciou” e, também, chamou para a “luta,”contrária.
Preparação para o trabalho tem significado sempre preparação para o
mercado, com prejuízo de funções mais elevadas da escola. Isso precisa ser
combatido de forma veemente, pois trata-se de arrebatar a escola (seus fins e
propósitos) das mãos do capital, ou pelo menos fazer o máximo nesse
sentido.(PARO, 1999)
A escola para Gramsci, é ao mesmo tempo o lócus que
reproduz a sociedade capitalista, mas, também, é o lócus
que instrumentaliza o proletariado, através do acesso à
cultura e que possibilita a cada cidadão se tornar um
governante
A educação escolar apresenta-se como força de transformação social.
A classe proletária deve apropriar-se da ciência, da tecnologia, da
filosofia, da arte e de todas as conquistas culturais realizadas pela
humanidade em seu desenvolvimento histórico. Esse conhecimento
apreendido e compreendido pela classe dominada, “(...) serve como
elemento de sua afirmação e emancipação cultural na luta pela
desarticulação do poder capitalista e pela organização de uma nova
ordem social.” (PARO 1986, p.105)
A ESCOLA EM GRAMSCI
Entende-se que Gramsci acreditava na força transformadora da escola,
idealizada, por ele, como escola unitária.
O autor não acreditava em uma escola que está a “serviço” do mercado
capitalista: passiva, acrítica, descontextualizada e fragmentada do real,
despolitizada e com predominância da racionalidade técnica sob a
formação humana, como é concebida e materializada, pelo neoliberalismo,
a escola de hoje (século XXI).
Na compreensão gramisciana de educação, a escola de hoje não leva a
emancipação social, muito, pelo contrário só serve para a reprodução do
sistema.
PROBLEMATIZAÇÃO INICIAL:
COMO É E COMO DEVE SER A ESCOLA, LÓCUS DE REPRODUÇÃO DO
SISTEMA OU LÓCUS DE EMANCIPAÇÃO SOCIAL?
Evidenciou-se que a escola do século XXI, assim como
está concebida e materializada, é lócus de reprodução do
sistema capitalista.
A partir dos apontamentos de Gramsci, entende-se que a escola
pode e deve ser um espaço de luta social, de desvelamento das
contradições gestada pelo capitalismo, e de construção de
homens e mulheres que imbuídos de uma consciência crítica e de
espírito de luta tenham a coragem de buscar construir uma
sociedade justa, fraterna e igualitária.
MARICLEI PRZYLEPA
Que a escola seja um espaço de emancipação
humana