ROMANTISMO
O Romantismo surge em 1830, influenciado pela
Independência, em 1822. Desenvolve uma linguagem
própria e aborda temas ligados à natureza e às
questões político-sociais. Defende a liberdade de
criação e privilegia a emoção. As obras valorizam o
individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade,
a natureza, os temas nacionais, as questões político-
sociais e o passado.
O marco inicial do romantismo
brasileiro é a publicação, em 1836,
de Suspiros Poéticos e Saudades,
de Gonçalves de Magalhães
(1811-1882).
CARACTERÍSTICAS
1 – Individualismo, egocentrismo, subjetivismo,
narcisismo
2 – Sentimentalismo, Escola do Coração (lágrima,
sonho, devaneio, ternura, emoção)
3 – Sentimento da nacionalidade, patriotismo, com
nacionalismo focado na natureza e na sociedade.
4 – Liberdade de composição
5 – Cristianismo
6 – Escritores assumem atitudes de artificialismo
- cabelos longos;- pele pálida;- olhar perdido;- vida
desregrada
A produção literária passa por três fases:
1- Geração indianista ou Nacionalista
Características:
Nacionalismo, ufanismo
Exaltação à natureza e à pátria
O Índio como grande herói nacional
Sentimentalismo
PRINCIPAIS AUTORES:
Gonçalves de Magalhães
Gonçalve Dias
José de Alencar
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
Canção do exílio (Gonçalves Dias)
Prosa social-urbana – ambientada nas cidades;
Prosa histórica;
Prosa Indianista (que também é histórica) – tem como
protagonista o índio – focalizado também, como na poesia, em
uma perspectiva heroica;
Prosa Regionalista – necessidade de valorizar culturalmente
todo os espaços do Brasil.
Mais que um escritor romântico, José de Alencar tentou construir as bases
de uma literatura tipicamente brasileira. Com longas metáforas e seu
modo de escrever peculiar, Alencar critica o Rio de Janeiro imperial e os
costumes da sociedade brasileira. Suas críticas à sociedade da segunda
metade do século XIX renderam ao autor diversas críticas negativas na
época.
José de Alencar
Nascimento 1 de Maio de 1829, Ceará
Falecimento 12 de Dezembro de 1877 (48 anos) Rio
de Janeiro,
Alguns Romances:
Cinco minutos, 1856
A viuvinha, 1857
O guarani, 1857
Lucíola, 1862
Diva, 1864
Iracema, 1865
Ubirajara, 1874
O sertanejo, 1875
Senhora, 1875
José de Alencar
Nascimento 1 de Maio de 1829, Ceará
Falecimento 12 de Dezembro de 1877 (48 anos) Rio
de Janeiro,
Romances Urbanos: "Cinco Minutos" (1860),
"Lucíola" (1862), "A Pata da Gazela" (1870),
"Sonhos d'Ouro" (1872) e "Senhora" (1875);
Romances regionalistas: "O Gaúcho" (1870), "O
Tronco do Ipê", "Til" e "O Sertanejo";
Romances históricos: "As Minas de Prata"
(1862) e "A Guerra dos Mascates" (1873). ...
2-GERAÇÃO BYRONIANA OU ULTRA-ROMÂNTICA CARACTERÍSTICAS: Estilo subjetivo
Vida boêmia, noturna, voltada para o vício e os prazeres da bebida,
do fumo e do sexo
Mal do século
Fuga da realidade, evasão - Através da morte, do sonho, da loucura,
do vinho, etc.
Mulher idealizada, distante
Introspecção
PRINCIPAIS AUTORES:
•Álvares de Azevedo
•Casimiro de Abreu
•Junqueira Freire
•Fagundes Varela
MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
(...)
•Casimiro de Abreu
3- GERAÇÃO CONDOREIRA
•1888 - Abolição da Escravatura
•1889 - Proclamação da República
•Influenciada pelos acontecimentos sociais, discursa sobre
liberdade,
•questões sociais, o abolicionismo.
•Uso de exclamações, exageros.
•Mulher presente, carnal.
•Volta-se para o futuro, progresso.
•Luta pela liberdade, temáticas sociais.
•Ainda fala sobre o amor.
•O condor simboliza a liberdade, por isso geração condoreira.
Principais poetas
• Castro Alves - "O Poeta dos Escravos"
• Tobias Barreto
• Sousândrade
Navio Negreiro ( Castro Alves)
IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras
voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
[...] Recebeu uma carta anônima. Comunicavam-lhe que Seixas a tinha abandonado por um dote
de trinta contos de réis. Acabando de ler estas palavras Aurélia levou a mão ao seio, para sustentar
o coração que se lhe esvaía. [...]
Senhora, de José de Alencar.
O romance Senhora narra a tumultuosa história de amor entre Aurélia e Fernando Seixas, no
século XIX. Considerando o perfil sociocultural das personagens e os valores sociais da época,
pode-se apontar como uma das principais preocupações de Alencar nesta obra
a) o interesse em discutir o tema da prostituição na sociedade carioca na primeira metade do
século XIX.
b) o impacto do celibato no universo masculino do Rio de Janeiro à época do Império.
c) a discussão em torno da temática do casamento por interesse, acontecimento bastante comum
no século XIX.
d) o desejo de explorar as temáticas litúrgicas na vida de um casal envolto em uma maré de
sentimentos trágicos.
e) o impacto dos preceitos religiosos no campo da intolerância litúrgica no universo dos
protagonistas.
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