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A palavra barroco, ou baroco, cuja origem os italianos, os franceses, os ingleses nunca reivindicaram como sua, parece ser oriunda do português ou do espanhol, a partir da palavra árabe burka, com o significado de «pérola irregular». Da forma peninsular terá saído a palavra baroque, primeiro em francês e depois em inglês, e, por fim, barock em alemão.
Como expressão artística, o Barroco, com todo o seu dramatismo sensacional e emotivo, começou por ser uma atitude premeditada e opressiva de cariz sócio-religioso, mais religioso do que social, e até filosófico, contra todas as formas artísticas afectadas ou apoiadas pela Reforma religiosa do século XVI, que tantas querelas gerou, não só ao nível teológico e bíblico, como também ao nível político e até filosófico.
É por essa razão que a Companhia de Jesus esteve sempre na vanguarda de todo o movimento barroquista, a partir de Itália, com nítidos reflexos em Portugal, o que levou a classificar o Barroco de estilo jesuíta. [...]
Na concepção poética do Barroco está subjacente a transfiguração da realidade, criada através de figuras de discurso e de retórica, podendo dizer-se que não é o motivo que conta na criação de um poema, mas sim as técnicas utilizadas, a capacidade de exibição de efeitos estéticos e o jogo verbal dos conceitos, de modo a deslumbrar o leitor. Isto é, o mais importante não é o fim, mas sim o meio.
Cremos não ser ocioso repetir que a figura dominante da poesia barroca é a metáfora artisticamente formulada. Também a hipérbole tem o seu lugar privilegiado nas técnicas do Barroco, dado o gosto desenfreado pelo exagero e o excesso, o arrebatado e o mara-vilhoso. A antítese, figura utilizada pelos clássicos (recorde-se Camões: «Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer»),
é igualmente adoptada pelos poetas barrocos, com o simples propósito de gerar conflitos intelectuais, pela justaposição dos contrários, ou simplesmente para exibição de exercícios lúdicos. A metáfora, a hipérbole e a antítese, como diz Maria Lucília Pires, «são figuras nucleares na poética barroca», concretizando vectores relevantes da sensibiidade estética da época.
O barroquismo manifestou-se entre nós em dois géneros literários distintos: na poesia lírica e na oratória, dois campos propícios para o culto da exaltação literária, para a prática de construções sintácticas de grande engenho, nas quais a metáfora fantasista reina com a maior exuberância à margem das regras preestabelecidas pelos renascentistas, e de articulações semânticas que imprimem exuberância ao discurso, mas que muitas vezes o esvaziam de qualquer sentido científico.
A beleza literária do Barroco deixou de buscar as clássicas formas cristalinas e as expressões claras e harmoniosas, para se envolver em exercícios prolixos de sentido obscuro, com recurso permanente ao empolamento metafórico e jocoso, quando não burlesco. As características temáticas do Barroco, quer na prosa empolada da oratória quer na expressão lírica, religiosa ou profana, são muitas vezes inspiradas em Camões e Petrarca, que aparecem parodiados em linguagem exuberante.
O engenho a que Camões se referia na segunda estrofe do canto primeiro («Cantando espalharei por toda a parte, / Se a tanto me ajudar engenho e arte») nada tem a ver com o engenho barroco, que nele busca apenas a agudeza dos conceitos e a subtileza das ideias. [...]
Na arte musical, o Barroco começou no último terço do século XVI, com o aparecimento de um novo estilo, seguindo rigorosamente os preceitos canónicos tridentinos, que permitiram o desenvolvimento do cântico secular, devidamente adaptado aos padrões religiosos, passando a uma segunda fase, que abrange todo o século XVII, o século barroco por excelência nas outras artes, que permitiu a criação de novas formas musicais, incluindo a ópera, a sonata, o concerto e o oratório.
Finalmente, numa terceira fase, que vai até meados do século XVIII, surge o barroco mais elaborado, período em que brilharam com grande fulgor Johann Sebastian Bach e Jorg Friedrich Haendel. Talvez por ironia do destino, estes dois grandes compositores estão do lado de lá da Contra-Reforma: Bach era luterano e Haendel era luterano-anglicano. [...]
a ao | à
ante
após
até
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conforme
contra
de do | da | dos | das
desde
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em na | nas | numa | nele
entre
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para
perante
por pelo | pela | pelos
salvo
segundo
sem
sob
sobre
trás
Vou dar um trevo ao elefante.
Complemento indirecto
a
Vi o programa do Bruno Aleixo.
Complemento determinativo
de
Nos próximos minutos, assistiremos a um sketch pornográfico.
Complemento circunstancial
em
O Busto foi desmentido pelo Bruno.
Complemento agente da passiva
por
O Bruno desmentiu o Busto. sujeito complemento directo
O Busto foi desmentido pelo Bruno. sujeito agente da passiva
A primeira consiste em usar-se a preposição, omitindo o restante grupo preposicional. Talvez porque, dado o contexto, fique muito implícito o que se quer dizer, o locutor pode dar-se ao luxo de suspender a frase logo depois de pronunciar a preposição.
Ora realística ora caricaturalmente, o professor Adolfo Coelho (nota que o nome corresponde, efectivamente, àquele que se pode considerar o primeiro linguista português — contemporâneo, por exemplo, de Eça de Queirós) ou o apresentador dizem «Podemos não chegado a»; «Mas estamos a caminhar para»; «Fiz uma tentativa de»; «Esperamos estar cá para».
A segunda é começar frases por infinitivos, quando se esperaria o uso de outro tempo, com pessoa: «Em primeiro lugar, dizer que [...]»; «Antes de continuarmos, aplaudir [...]»; «Antes de mais, registar [...]».
(Um pouco à margem deste tique, repara que nas frases fica claro um dos papéis que podem ter os grupos preposicionais, o de conectores: é o caso de «Em primeiro lugar», «Antes de continuarmos», «Antes de mais». Outras classes gramaticais que cumprem frequentemente esse papel de estabelecer relações entre segmentos textuais são a conjunção, o próprio advérbio.)
Os dois fenómenos caricaturados (suspensão da frase na preposição; começo da frase por um infinitivo) são talvez evoluções em curso na língua portuguesa, relativas a mudanças de ordem sintáctica.
Isto parece-se com
Prefiro este àquele
Ficou sob a jurisdição de
Tem a ver com (Tem que ver com)
Onde moras?
Dá-me com força
Tenho de ir
Compara esta folha com aquela
O gelado de que gosto mais
As pessoas com que falei
Hás-de vir
Na última linha, o erro não resulta propriamente de má escolha da preposição, mas de se flexionar mal a forma verbal. Como se faz uma analogia com outras segundas pessoas do singular, que terminam em –s, cria-se uma forma terminada em –s, amalgamando a preposição. É o mesmo processo que leva a que, por vezes, se use, para a terceira pessoa do plural, «hadem» (em vez da forma correcta «hão-de»).
Foi o facto de ele ter mentido que me agradou.
Apesar de ela ser bonita, é muito feia.
Diz ao polícia que morri.
Gostava de os avisar de que a lontra adoeceu.
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Prepara a leitura (compreensão) de «Como Ésquilo ganhou fama de pai da tragédia» (Antologia, 97-99).
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