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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Fisioterapia
Camila Lopes de Araujo Bauléo
Juliete Cristina Fonseca
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E QUADRO
ÁLGICO EM MULHERES PRATICANTES DO
MÉTODO PILATES PORTADORAS DE
LOMBALGIA CRÔNICA
Forma e Equilíbrio Pilates Studio
Lins - SP
LINS – SP
2012
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“Equilíbrio perfeito entre corpo e mente é aquela qualidade do
homem civilizado, que não somente dá a ele uma superioridade
sobre o reino selvagem e animal, mas também provê ao
mesmo todos os poderes físicos e mentais que são
indispensáveis para atingir o objetivo da humanidade – SAÚDE
e FELICIDADE". Joseph Pilates, 1934
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CAMILA LOPES DE ARAUJO BAULÉO
JULIETE CRISTINA FONSECA
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E QUADRO ÁLGICO EM MULHERES
PRATICANTES DO MÉTODO PILATES PORTADORAS DE LOMBALGIA
CRÔNICA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,curso de Fisioterapia sob a orientação do (a) Professore Ma. Gislaine Ogata e orientação técnica da Professora Esp. Ana Beatriz Lima.
LINS – SP
2012
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Bauléo, Camila Lopes de Araujo; Fonseca, Juliete Cristina
Avaliação da qualidade de vida e quadro álgico em mulheres praticantes do Método Pilates portadoras de lombalgia crônica / Camila Lopes de Araujo Bauléo; Juliete Cristina Fonseca . – – Lins, 2012.
121p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2012.
Orientadores: Ana Beatriz Lima; Gislaine Ogata
1. Lombalgia. 2. Método Pilates. 3. Qualidade de Vida. 4. Fisioterapia. I Título
CDU 615.8
B34a
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CAMILA LOPES DE ARAUJO BAULÉO
JULIETE CRISTINA FONSECA
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E QUADRO ÁLGICO EM MULHERES
PRATICANTES DO MÉTODO PILATES PORTADORAS DE LOMBALGIA
CRÔNICA.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia
Aprovada em: _____/______/_____
Banca Examinadora: Gislaine Ogata
Titulação: Mestre em saúde coletiva
Assinatura:______________________
1º Prof(a): ______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:______________________
2º Prof(a): ______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:______________________
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Jesus, meu melhor AMIGO
Dedico a Ti esse trabalho meu Amado, pois sei que toda sabedoria, todo
entendimento, tudo o que conquistei foi o Senhor quem me concedeu. Que alegria te ter
comigo em todos os momentos de minha vida, que alegria acordar todas as manhãs e
saber que o Senhor me pega pelas mãos para caminharmos juntos durante todo o dia,
obrigada por me escolher como Tua filha. Te amo mais do que TUDO. Toda glória e honra
desse trabalho sejam dadas a Ti em primeiro lugar. Te amo!
Pai e mãe
Ainda bem que quando Deus me criou me escolheu pra viver no lar de vocês,
quantas coisas aprendi, quantas vezes fui incentivada, motivada, animada por vocês em
diversas situações, quantas vezes já enxugaram minhas lágrimas ou cuidaram com o maior
carinho de algum machucado depois de um super tombo, muitos deles por sinal, eheheh,
mas quero mesmo dedicar a vocês esse trabalho, por todo apoio que me deram, por
acreditarem que eu tinha potencial para encarar tudo isso, por diariamente se dedicarem
pra que eu pudesse permanecer na faculdade, com os cuidados com o meu bem estar, com
as inúmeras caronas para estágios, aulas, caronas até no momento da realização das
pesquisas e entrega de questionários do trabalho. Amo vocês de todo o meu coração! Não
apenas pelo o que fazem por mim, mas pelo o que vocês são e representam para mim,
grandes exemplos que eu sempre me orgulharei... Essa vitória não é só minha, é nossa!
Amo vocês!
Irmã e Irmão
O que seria de mim sem vocês dois? Meus melhores amigos, meus companheiros
de todas as horas, se for preciso protejo vocês dois com a minha vida, defendo vocês em
qualquer circunstância. São minhas jóias raras, cada um com seu jeitinho, cada um com
sua personalidade, preciosos do jeito que são. Carol, você foi de grande importância para
que esse trabalho saísse com perfeição e me ajudou a manter a mente tranquila com suas
orações, TE AMO! Daniel meu melhor piloto de avião você me trouxe alegria sempre e me
fez sorrir muito, AMO VOCÊ meu pequeno, meu companheirinho de todas as horas!
Adriano, Deisy, Dede, Lísias, Thales e Juliana
Não poderia deixar de dedicar esse trabalho a vocês, desde que nasci sinto o apoio
de vocês em todos os momentos, sempre se preocupando e cuidando de mim com muito
amor, fazendo sempre o melhor para que eu pudesse ter um futuro bom, excelentes
conselhos já recebi de vocês e serão lembrados e praticados por toda a minha vida. Eu amo
vocês demais, cada um de vocês tem um lugarzinho especial no meu coração. Me sinto
realizada fazendo parte de uma família tão maravilhosa! Pra sempre especiais!
Emídio e Alex
Pensaram que eu não ia dedicar esse trabalho a vocês é? Heheh... Deus me
presenteou com essa amizade preciosa, não tem como não citar vocês nesse trabalho.
Vocês sempre me deram força, me incentivaram, oraram por mim em diversas situações.
Por isso compartilho essa alegria de mais uma vitória na minha vida com vocês dois. Deus
os abençoe ricamente. Amo vocês.
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A Deus ....
Por estar sempre ao meu lado, nas dificuldades e nas alegrias, sempre me mostrando o que fazer e me dando discernimento nesta caminhada, pois desta forma consegui ultrapassar todos os obstáculos encontrados, sempre com paciência e muita dedicação. Te amo! “Tudo posso naquele que me fortalece.” Filipenses 4,13.
A minha Mãe querida ....
A Virgem Santíssima esteve comigo nas horas mais difíceis de minha de minha jornada, sempre intercedendo a Deus por mim! Te amo de todo o meu coração! “O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta...” I Coríntios 13:7.
Aos Meus Amados Pais (Paulo e Lucia)...
A vocês, que iluminaram meus caminhos com afeto e dedicação para que os trilhasse sem medo e cheios de esperanças, não bastaria um muito obrigado. Nada seria possível sem vocês ao meu lado, me incentivando, me dando apoio sempre que precisei, sempre que me viam preocupada com o que ia acontecer e como resolver meus problemas, sempre me dizendo pra seguir em frente, que eu iria conseguir (neh mãe). Devo tudo a vocês! Sempre me orgulharei de tê-los ao meu lado! E ao meu lado mesmo, rsrsr. Sei que foram difíceis esses anos, que passei boa parte longe de vcs, quantas as dificuldades, quantas as preocupações (neh pai), mas tudo foi possível, sempre com alegria, união e muito amor nessa caminhada. Dedico a vocês inteiramente essa etapa de minha vida e digo ainda que muitas ainda serão as alegrias, as vitórias e o orgulho que terão de mim. Amo muito Vcs!
Irmã (Jéssica)...
Jé o que falar de vc hein, vc é uma pessoa muito especial pra mim, que sempre que pôde me ajudou, às vezes brava mais está valendo, rsrsrs. Esteve nesses anos sempre torcendo por mim e às vezes me dando conselhos e dicas (principalmente de moda, neh, rsrsr). Saiba que mesmo de longe estive e sempre estarei torcendo por vc! Ah e muito juízo hein! Obrigada! Amo vc!
Irmã do coração (Isabela)...
Tão pequenininha já era sempre presente na minha vida, um “grude”, sempre querendo participar de tudo, mais na hora ficava tímida e nem conversava. Eu sou sortuda de tê-la ao meu lado, mesmo longe neh Bela, sempre estaremos juntas minha irmãzinha do coração. Amo vc!
Fábio ...
São anos juntos, desde o começo vc esteve comigo, me dando força e dizendo que eu era capaz. Me incentivando sempre a buscar novos caminhos, almejando um futuro promissor. Obrigada! Te Amo meu amorzinho!
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a nossa Orientadora Gislaine Ogata (Aninha) por ter nos auxiliado com tanta dedicação, atenção, sabedoria e paciência. Sempre tive você como exemplo pra mim, me sinto honrada por ter sido orientada por você, uma excelente profissional e uma excelente pessoa. Sem você como professora, supervisora, orientadora e coordenadora esses quatro anos de faculdade não seriam a mesma coisa. Aprendi muito com você. Obrigada!
Ana, Júnior, Márcia e Aninha, agradeço MUITO a vocês por essa vitória, melhores supervisores
que alguém poderia ter, acrescentando a professora Bia, professor Fernando Borges, professor Flávio Piloto Cirillo Fisioterapeuta querida Mara Guidastre, Educadora Física Érica Machado. Aprendi tantooo com vocês, por isso, deixo aqui meus INUMEROS OBRIGADAAAA!!! Estarão sempre em meu coração!!!!
Meus Queridos parceiros do Terceiro Ano, Guilherme Bilancieri, Carolláine, Jéssica Lays,
Agradeço a vocês pela realização desse trabalho. Como vocês foram especias, me ajudaram tanto, espero ter sido para vocês um pouquinho do que vocês foram para mim, foram presentinhos que Deus me deu pra cuidar e ensinar um pouco do que eu aprendi nesses anos. Sempre me lembrarei dos nossos momentos mais do que engraçados de muitas risadas e brincadeiras, amo vocês!
Minha Parceira de TCC Juliete, Obrigada por tudo! Obrigada por confiar em mim para ser sua
parceira nesse trabalho tão importante. Estou feliz por ter sido escolhida por você, uma pessoa que sempre foi uma grande amiga, que desde o primeiro ano esteve ao meu lado em todos os momentos nos momentos de alegria, nas dificuldades de provas e estágios, OBRIGADA AMIGA! sabe o quanto eu torço por você né? Deus te dê um futuro MARAVILHOSO!
Flavinhaaaa, Obrigada minha amiga, minha irmã loira! Só Deus pra saber o quanto você é
importante na minha vida. Como já te disse várias vezes, é uma irmã que Deus me deu, mas na versão Loira! Hehe. Foram anos caminhando juntas, uma dando força para a outra, períodos de lágrimas, de alegrias, e olha que lindo, conseguimos chegar até aqui minha amiga! Deus é muito bom! To contigo sempre!
Thaysa, Adriana Grande, Mirieli me acompanharam em todos os estágios, Obrigada pela cumplicidade, companheirismo e amizade acima de tudo. Nosso trabalho em equipe com certeza influenciou positivamente no tratamento dos nossos pacientes, vocês são de ouro! Jamais me esquecerei de vocês! Obrigada por fazerem parte de tantos momentos especiais em minha vida!
Rafaela, Lisley, Jonathan Obrigada parceiros da Ortopedia, tenho certeza que serão grandes
Fisioterapeutas. Vocês se dedicam e amam o que fazem. Me sinto muito feliz por ter caminhado esse tempo com vocês. Vamos à luta que muita coisa boa vem pela frente!
Adriana Pequena, Sabrina, Giseli, Mariana, Jéssica, Kathleen Julia, Bianca (incluindo a Cíntia
Rachell), esses anos juntas me fizeram perceber que são únicas, vocês me recepcionaram muito bem desde o início, fico até constrangida, Obrigada por tudo, sentirei MUITAS SAUDADES da nossa turma. São queridas demais pra mim.
Carol Rossinoli e Bruna Raphaela, agradeço demaaaaaaais a vocês por nos auxiliarem com
tanta dedicação. Já imaginava que vocês seriam ótimas profissionais, aprendi demais com todo o zelo pela profissão e com todo o conhecimento de vocês.
Anne, Joyce, Fabiana, Kerthulem, Dhiego, Paty, Valesca, Adriano e Carla, Ameeeeei conhecer
vocês melhor, agradeço muito a vocês por toda ajuda e empenho. São pessoas incríveis que já deixaram uma saudade imensaaaaaa.... Ano que vem são vocês arrasando nos estágios. Cada um ta guardadinho no meu coração. Obrigada!
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AGRADECIMENTOS
A nossa orientadora Aninha, obrigada por se disponibilizar a nos orientar, sei que foi difícil encontrar um tempo para nos dar atenção, pois sua vida se transformou nesse último, só na “correria”. Obrigada por tudo! Você é uma pessoa fantástica, com muita garra, dedicação e competência nos orientou, não só neste trabalho, mais sim durante os quatro anos, pois sempre esteve presente. Que Deus te ilumine sempre!
Aos meus queridos professores e amigos, que sempre me norteou a buscar o conhecimento, a sabedoria e a solução de minhas dúvidas. Sem vcs tudo seria mais sem graça, rsrsr, quantas brincadeiras e risadas, ensinamentos e críticas que me ajudou a me construir como profissional. Obrigada Aninha, Márcia, Júnior, Ana Claudia por estarem sempre presentes! Ah como não acrescentar aqui minhas queridas amigas e hoje profissionais, as fisioterapeutas Mara Guidastre, Caroline Rossinoli e Bruna Raphaela obrigada por td! Obrigada ainda pela dedicação de meus estimados professores Fernando Borges, Flávio Piloto, Evandro Manoel e a nossa ilustre orientadora Bia (desculpa pelas muitas dúvidas, rsrsrs).
A minha parceira Camila,..., parceira de muito tempo, srsrrs, estágio sempre juntas, só no final nos separaram, mais achamos um jeitinho de ficarmos juntas, rsrsr, obrigada por tudo mesmo, por ter me escolhido, ter me ajudado e é claro me compreendido. Espero que seja muito feliz nessa sua caminhada, que Deus te abençoe e segure vc pelas mãos, guiando-a pelos caminhos certos. Muito sucesso hein, quando vc estiver rica com seu Pilates, lembra de mim hein, rsrsrs.
Meus lindos parceiros de Terceiro Ano, vcs foram muito importante pra mim, sempre com uma ajuda na hora certa, brincadeiras e companheirismo, meu muito obrigada, saibam que se precisarem pode contar comigo, viu, Valesca, Kertullen, Fabiana e Patrícia. Ah faltou uma pessoa que tbm foi muito importante pra mim nesses últimos dois anos, dividindo o dia a dia, a experiência e o companheirismo, obrigada Joyce por tudo!
As minhas incríveis parceiras de todo o ano, meu muito obrigada pela sabedoria compartilhada, pelos momentos de inúmeras risadas e brincadeiras, sem vcs tudo não teria sido tão divertido, Mariana, Sabrina, Jéssica minhas sempre companheiras de estágio!
A minha turma linda, que a cada dia conheci mais e mais, sei que tiveram umas que demoramos mais a nos conhecer, porém foi muito proveitosa e alegre nossa amizade, dentre elas não poderia não citar a Júlia (é assim neh); a Gisele com seu “jeito” diferente, rsrsrs; a Bianca sempre com um sorriso no rosto; a Dri pequena, obrigada por tudo; a Rafaela por mais alguns anos juntas; a Miriele, com seu jeitinho todo quietinho; a Thaysa, com sua alegria; ao Índio que sempre esteve junto tbm; ao Jonathan; a Lisley; Meu muito obrigada a todos!
Como foram muito especiais pra mim tinham que ter um lugarzinho separado, amigas pra sempre que terei sempre comigo, obrigada por tudo, minhas amigas da cútis clara (Flávia) e da cútis Morena (Adriana)!
A todos que conheci melhor no decorrer destes anos, Anne, Guilherme, Adriano, Jéssica Lays, Carollaine, Diego e Karla, obrigada por tudo, pelas diversas experiências trocadas e inúmeras risadas, vou sentir saudades!
Aos funcionários da biblioteca pela paciência, pela ajuda e pela amizade que construímos nesses anos, pois afinal de contas foram muitas as minhas vizitas a vcs, rsrrs. Obrigada!
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RESUMO
A coluna vertebral é composta por 33 vértebras individuais, onde se encontram 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 3 a 5 sacrais fundidas e 4 ou 5 coccígeas fundidas, um sistema ligamentar extenso, discos intervertebrais e sistema muscular que desempenha importante função na manutenção de sua estabilidade, equilíbrio, movimentação e ainda participa nos mecanismos de absorção de impactos, protegendo a coluna de grandes sobrecargas. Com a evolução da espécie, a coluna vertebral começou a sofrer ações de forças em diferentes sentidos e quase sempre em oposição à gravidade, levando então a uma maior predisposição a patologias na coluna. A incidência de dor lombar afeta cerca de 80% da população em algum momento de suas vidas. A avaliação da incapacidade e da qualidade de vida em pacientes com lombalgia é de suma importância para se ter parâmetros da eficácia do Método Pilates. Este visa preservar as curvaturas naturais e fisiológicas da coluna vertebral, tonificar toda a musculatura e alongar a musculatura encurtada, reabilitando diferentes lesões e disfunções músculo-esqueléticas, promovendo uma melhor qualidade de vida e um menor índice de incapacidade. O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância do Método Pilates no processo de reabilitação de diferentes tipos de lombalgia em pacientes do gênero feminino através de estudos e relatos de caso. Foi realizada uma pesquisa nas dependências do Forma e Equilíbrio Pilates Studio, na cidade de Lins/SP, onde foram avaliados quatro casos de pacientes com histórico de lombalgia, praticantes do Método Pilates, através de questionários para avaliação da qualidade de vida e incapacidade gerada pelo quadro álgico. Pode-se então observar por meio dessa pesquisa que o Método promove um bom índice de qualidade de vida nas pacientes e um baixo grau de incapacidade.
Palavras-chave: Lombalgia. Método Pilates. Qualidade de Vida. Fisioterapia.
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ABSTRACT
The vertebral column is comprised of 33 individual vertebrae, which consists of 7 cervical, 12 thoracic, 5 lumbar, 3 to 5 fused sacral and 4 or 5 fused coccygeal vertebrae, an extensive ligamentous system, intervertebral discs and a muscular system, playing and important role in the maintenance of its stability, balance and movement, and also participating in the mechanisms for shock absorption, protecting the spine from large overloads. With the evolution of species, the vertebral column suffered from force actions in different directions, often opposite gravity, thus leading to a greater predisposition to column pathologies. The incidence of lower back pain affects approximately 80% of the population at some point in their lives. The assessment of the disability and the quality of life of patients who suffer from lower back pain is greatly important to provide parameters of the effectiveness of the Pilates Method. This method aims to preserve the natural and physiological curves of the vertebral column, strengthen all the muscles and stretch shortened muscles, proving its effectiveness in the recovery of different injuries and musculoskeletal disorders and promoting a better quality of life and a lower rate of disability. The aim of this work is to demonstrate the importance of the Pilates Method in the rehabilitation process in different types of lower back pain in female patients through studies and case reports. A study was conducted at Forma e Equilíbrio Pilates Studio, in Lins/SP, where four cases of patients who suffer from lower back pain and practice the Pilates Method were evaluated through questionnaires for the assessment of the quality of life and the disability caused by pain. Through this research, it is possible to observe that the Pilates Method promotes a good rate in the patients’ quality of life and a low disability degree.
Key words: Lower back pain. Pilates Method. Quality of Life. Physiotherapy.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................12
CAPÍTULO I - ANATOMIA E FISIOLOGIA DA COLUNA LOMBAR
1 LOMBALGIA .........................................................................................15
1.1 Anatomia da coluna lombar.....................................................................15
1.1.1 Ligamentos..............................................................................................17
1.1.2 Articulação...............................................................................................20
1.1.3 Discos intervertebrais..............................................................................21
1.1.4 Músculos.................................................................................................23
1.2 Coluna lombar fisiológica........................................................................27
1.2.1 Movimentos.............................................................................................29
1.2.2 Postura....................................................................................................32
1.3 Coluna lombar patológica........................................................................33
1.3.1 Desvios posturais....................................................................................33
1.3.2 Principais patologias encontradas na região lombar...............................35
1.4 Lombalgia................................................................................................41
1.4.1 Índice de Oswestry..................................................................................46
1.5 Qualidade de vida influenciada pela lombalgia.......................................47
1.5.1 SF-36......................................................................................................48
CAPÍTULO II - MÉTODO PILATES
2 TÉCNICAS ...........................................................................................50
2.1 Histórico.................................................................................................50
2.2 Princípios Básicos do Pilates..................................................................53
2.3 A Coluna Neutra e Postura no Pilates....................................................57
2.4 Método Mat Pilates.................................................................................59
2.5 Equipamentos utilizados no método Pilates...........................................59
13
2.6 Níveis: Básico, Intermediário, Avançado e Super avançado...................63
2.6 Exercícios gerais específicos para Lombalgia........................................64
CAPÍTULO III - A PESQUISA
3 INTRODUÇÃO ......................................................................................71
3.1 Relato e Discussão dos procedimentos do Método Pilates em mulheres
com lombalgia.........................................................................................71
3.1.1 Caso 01..................................................................................................75
3.1.2 Caso 02..................................................................................................76
3.1.3 Caso 03..................................................................................................76
3.1.4 Caso 04..................................................................................................77
3.1.5 Correlação entre as pacientes................................................................78
3.2 Depoimento do Paciente.........................................................................80
3.2.1 Depoimento Caso 01..............................................................................80
3.2.2 Depoimento Caso 02..............................................................................80
3.2.3 Depoimento Caso 03..............................................................................81
3.2.4 Depoimento Caso 04..............................................................................81
3.3 A opinião dos profissionais.....................................................................81
3.3.1 Depoimento do Fisioterapeuta................................................................81
3.3.2 Depoimento do Educador Físico............................................................82
3.4 Parecer Final sobre a pesquisa..............................................................83
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .....................................................................84
CONCLUSÃO ...................................................................................................85
REFERÊNCIAS ................................................................................................86
APÊNDICES .....................................................................................................92
ANEXOS .........................................................................................................109
LISTA DE FIGURAS
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Figura 1: Vértebra lombar..................................................................................16
Figura 2: Vista lateral esquerda da região lombar.............................................17
Figura 3: Parede abdominal anterior.................................................................24
Figura 4: Músculos do dorso, camada superficial.............................................25
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Resultados do caso 01, obtidos através da aplicação do SF-36.......75
Tabela 2: Resultados do caso 02, obtidos através da aplicação do SF-36.......76
Tabela 3: Resultados do caso 03, obtidos através da aplicação do SF-36.......77
Tabela 4: Resultados do caso 04, obtidos através da aplicação do SF-36.......78
Tabela 5: Correlação entre os resultados dos casos, obtidos através do SF-
36.......................................................................................................................78
Tabela 6: Correlação entre os resultados obtidos através do questionário de
Oswestry............................................................................................................79
Tabela 7: Correlação entre as pontuações obtidas através do questionário de
Oswestry............................................................................................................80
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AE – Aspectos Emocionais
AF – Aspectos Funcionais
AS – Aspectos Sociais
CF – Capacidade Funcional
EGS – Estado Geral de Saúde
SF- 36 – Item Short Form Health Survey
SM – Saúde Mental
VIT – Vitalidade
15
INTRODUÇÃO
A lombalgia está entre os sintomas mais frequentemente encontrados na
prática clínica. Estudos realizados no ano de 2002, nos Estados Unidos, 26%
da população referiram ter apresentado lombalgia nos três meses
imediatamente anteriores à pesquisa (FALAVIGNA et al, 2011).
De acordo com Briganó; Macedo (2009) o termo lombalgia se refere à
dor na coluna lombar, afetando com maior frequência, a população em seu
período de vida mais produtivo, resultando em custo econômico substancial
para a sociedade, dentre eles observam-se custos relacionados à ausência no
trabalho, encargos médicos e legais, pagamento de seguro social por invalidez,
indenização ao trabalhador e seguro de incapacidade.
O diagnóstico diferencial das doenças da coluna vertebral é muito
expansivo, sendo difícil precisar sua causa (CARAVIELLO et al, 2005).
Para Polito; Maranhão Neto; Lira, (2003) sua causa pode estar
associada a acometimentos degenerativos ou traumáticos no disco
intervertebral ou no corpo vertebral, movimentação excessiva dos mecanismos
flexor e rotator da coluna, elevada sobrecarga nas atividades laborais, fatores
psicológicos, inatividade física, flexibilidade e força reduzidas, obesidade e
fumo.
Joseph Hubertus Pilates foi uma criança muito debilitada e para superar
essa debilidade física, ele resolveu praticar esportes. Ao mesmo tempo em que
se exercitava, Pilates passou a se interessar pela filosofia humana, em especial
a musculatura corporal, tornando-o capaz de mais tarde formular o seu método,
que chamou de Contrologia (PEREIRA, M.J. et al, 2008).
Segundo Kolyniak; Cavalcanti; Aoki (2004), contrologia é o controle
consciente de todos os movimentos musculares do corpo. É a correta utilização
e aplicação dos mais importantes princípios das forças que atuam em cada um
dos ossos do esqueleto, com o completo conhecimento dos mecanismos
funcionais do corpo e o total entendimento dos princípios de equilíbrio e
gravidade aplicados a cada movimento, no estado ativo, em repouso e
dormindo.
O principal objetivo do Pilates é fortalecer o núcleo do corpo, que
corresponde à musculatura da região situada entre os quadris e o osso
12
16
esterno. Esses músculos trabalham em conjunto para sustentar a coluna
vertebral, o que, por sua vez, promove a boa postura e melhora do equilíbrio
muscular. Uma vez que o método Pilates fortalece uniformemente os músculos
centrais, a estabilidade da coluna lombar torna-se mais eficaz podendo assim,
aliviar os sintomas da lombalgia (PEREIRA, M.J. et al, 2008).
De acordo com Kolyniak; Cavalcanti; Aoki (2004), os exercícios do
método Pilates são, na sua maioria, executados na posição deitada, havendo
diminuição dos impactos nas articulações de sustentação do corpo na posição
ortostática e, principalmente, na coluna vertebral, permitindo recuperação das
estruturas musculares, articulares e ligamentares particularmente da região
lombossacra.
O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância do Método Pilates
na melhora do quadro álgico e da qualidade de vida em pacientes do gênero
feminino, portadoras de lombalgia, através de estudo e relato de caso,
aplicação do Questionário Oswestry para Avaliação de Dor Lombar e do
Questionário de Qualidade de Vida SF-36, comprovando a eficácia do
tratamento através do Método Pilates.
Por meio destas evidências e após pesquisa exploratória, surgiu o
seguinte questionamento: O Método Pilates leva a uma melhora do quadro
álgico na região lombar resultando na promoção da qualidade de vida das
mulheres que o praticam?
Diante deste questionamento, foi possível chegar a seguinte hipótese
que norteia o trabalho: através da aplicação de dois questionários podemos
verificar qual a intensidade do quadro álgico na região lombar e a qualidade de
vida das mulheres em questão, e a melhora desses sintomas através da prática
do Método Pilates das mesmas.
Para demonstrar esta proposição, foi realizada uma pesquisa no estúdio
Forma e Equilíbrio Pilates Studio, na cidade de Lins com quatro pacientes que
são portadoras a algum tempo de lombalgia e praticam o Método Pilates.
O trabalho está organizado desta forma:
Capítulo I- descreve os conceitos básicos de anatomia e biomecânica da
coluna lombar, as principais patologias que acometem a região e a qualidade
de vida dos portadores de quadro álgico na região lombar.
13
17
Capítulo II- engloba os princípios do Método Pilates, os exercícios e
níveis utilizados, e exercícios específicos para lombalgia.
Capítulo III- Discorre sobre a pesquisa.
Finalizando o estudo, encontram-se as considerações finais, a proposta
de intervenção e o parecer final.
14
18
CAPÍTULO I
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA COLUNA LOMBAR
1 LOMBALGIA
1.1 Anatomia da coluna lombar
Graaff; Marshall (2003) descreve que a coluna vertebral é consistida de
uma série de ossos irregulares denominados vértebras, separadas umas das
outras por discos fibrocartilagíneos intervertebrais. As vértebras envolvem e
protegem a medula espinal, sustentam o crânio, permitem seus movimentos,
articulam com a caixa torácica e fornecem a fixação para os músculos do
tronco. É composta de 33 vértebras individuais, algumas das quais se
encontram fundidas. Há 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 3 a 5
sacrais fundidas e 4 ou 5 coccígeas fundidas; assim, a coluna vertebral do
adulto é constituída por um total de 26 vértebras móveis.
A coluna lombar compreende cinco vértebras com seus discos intervertebrais interpostos. Quando a coluna normal, em postura ereta, é vista de lado, pode ser notada uma curva posteriormente (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998, p.36).
Uma vértebra consiste em um corpo situado anteriormente em forma de
tambor que está em contato com os discos intervertebrais em cima e embaixo.
O arco vertebral está fixo à superfície posterior do corpo e é formado por dois
pedículos e duas lâminas arqueadas, onde se aloja a medula espinhal. Sete
processos originam-se do arco vertebral: o processo espinhoso, dois processos
transversos, dois processos articulares superiores e dois processos articulares
inferiores (GRAAFF, MARSHALL, 2003).
Para Dangelo; Fattini (2007) os pedículos projetam-se posteriormente do
contorno posterior do corpo vertebral e se unem com as lâminas que se
15
19
fundem no plano mediano. No ponto de fusão das lâminas no plano mediano,
projeta-se posteriormente o processo espinhoso; no ponto de fusão dos
pedículos com as lâminas projetam-se três processos adicionais com direções
diferentes: o processo articular superior, cranialmente; o processo transverso,
lateralmente, e o processo articular inferior, caudalmente. Estes dois últimos
processos apresentam uma face articular, que em contato com as vértebras
adjacentes encaixam-se perfeitamente.
O espaço formado entre o arco vertebral e o corpo é o forame vertebral, através do qual passa a medula espinhal. Entre os pedículos de vértebras adjacentes formam-se os forames intervertebrais, através dos quais emergem nervos espinhais quando seus ramos saem da medula espinhal (GRAAFF, MARSHALL, 2003, p. 158).
De acordo com Dangelo; Fattini (2007) as quatro faces articulares de
cada vértebra e o disco intervertebral constituem o mecanismo de articulação
de vértebras contíguas.
As cinco vértebras lombares distinguem-se das vértebras em outras
regiões devido ao seu tamanho grande. Também não possuem fóveas para
articulação com as costelas (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2005).
Figura 1: Vértebra lombar
Fonte: Fisiodiario.blogspot.com.br, 2012.
16
20
Segundo Graaff; Marshall (2003) as vértebras lombares, são facilmente
identificadas pelos seus corpos pesados e processos espinhosos espessos e
rombos para fixação dos poderosos músculos do dorso, são as maiores
vértebras da coluna vertebral. Os seus processo articulares também são
característicos, já que as faces articulares do par superior são dirigidas
medialmente em vez de posteriormente e as faces articulares do par inferior
são dirigidas lateralmente em vez de anteriormente.
1.1.1 Ligamentos
Para Norkin; Levangie (2001) o sistema ligamentar da coluna vertebral é
extenso e consiste de duas partes: uma que une vértebras individuais e
adjacentes; e outra que liga uma série de vértebras numa unidade.
Entre as funções dos ligamentos tem-se a de estabilização e permitir o
movimento e retorno à posição ortostática ao flexioná-la, devido sua
elasticidade, através do auxílio dos tendões e músculos inseridos na mesma
(OLIVER; MIDDLEDICH, 1998).
Figura 2: Vista lateral esquerda da região lombar
Fonte: NETTER, 1998,
17
21
O ligamento longitudinal anterior é uma faixa resistente disposta anteriormente aos corpos vertebrais e discos. Ele é firmemente ligado aos discos, às margens dos corpos vertebrais e ao sacro; é mais espesso e mais estreito rente aos corpos, onde é frouxamente ligado e preenche as concavidades. Suas fibras longitudinais apresentam várias camadas - as mais profundas e mais curtas unem vértebras adjacentes, e as mais superficiais se estendem por duas a quatro vértebras. A principal função deste ligamento é prevenir a separação anterior dos corpos vertebrais durante a extensão e também participar na estabilização da lordose lombar. O deslizamento para frente e para trás do corpo vertebral é contraposto principalmente pelo anel fibroso, embora o ligamento longitudinal anterior Também restrinja este movimento (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998, p.43).
Para Oliver; Middleditch (1998) o ligamento longitudinal posterior se
encontra posteriormente aos aspectos vertebrais e discos no canal vertebral, o
ligamento longitudinal posterior geralmente estreita-se no sentido de sua
inserção no sacro. Apresenta uma aparência denteada, sendo mais amplo
sobre os discos, aos quais é ligado, e mais estreito sobre os corpos, onde se
insere às suas margens. Impede a separação das extremidades posteriores
dos corpos vertebrais.
Ainda de acordo com o autor acima, o ligamento amarelo é
predominantemente constituído por tecido elástico amarelo e se conecta as
lâminas adjacentes. Sendo os mesmos curtos, espessos e se fundindo na linha
média com o ligamento contralateral. Superiormente é inserido na metade
inferior da superfície anterior da lâmina e da região inferior do pedículo, e sua
porção medial liga-se à superfície superior e dorsal da lâmina subjacente,
enquanto a lateral passa em frente da articulação apofisária formada pelas
duas vértebras conectadas pelo ligamento. Estes ligamentos normalmente
apresentam uma alta proporção de fibras elásticas, permitindo a separação das
lâminas durante a flexão. Eles protegem os discos graduando o movimento de
flexão, de modo que sua amplitude máxima não seja alcançada de forma
abrupta. Outra função é assistir através de sua capacidade elástica, o
movimento de retorno da posição fletida para a neutra.
Relatando ainda que os ligamentos interespinhosos conectam processos
espinhosos adjacentes desde suas bases até seus ápices. Eles são contínuos
com os ligamentos amarelos anteriormente e com os supra-espinhosos
posteriormente.
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22
Um cordão fibroso ligando as pontas dos processos espinhosos, o
ligamento supra-espinhoso, termina entre L4 e L5. Abaixo do processo
espinhoso de L5, as fibras da fáscia toracolombar se intercruzam. Tanto os
ligamentos interespinhosos quanto os supra-espinhosos se opõem à separação
dos processos espinhosos durante a flexão da coluna vertebral, porém eles
não tomam parte no processo até que seja atingida a metade da amplitude total
de flexão, se apresentando frouxos em pequenos ângulos de flexão e estão
sob tensão apenas por uns poucos graus (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998).
Ligamentos intertransversos conectam processos transversos adjacentes e são diferentes de outros na coluna lombar pelo fato de suas fibras colágenas não serem tão compactadas ou regularmente orientadas. Estes ligamentos têm sido descritos como lâminas de tecido conectivo, as quais separam os músculos lombares anteriores da musculatura lombar posterior. Lateralmente, os ligamentos dividem-se em dois folhetos: o anterior torna-se a fáscia toracolombar, enquanto o posterior funde-se com a aponeurose do transverso abdominal para formar o folheto médio da fáscia toracolombar. Ter medialmente, o ligamento divide-se em porção ventral e dorsal. O folheto dorsal liga-se à margem lateral da lâmina da vértebra que se coloca rentes ao espaço intratransverso. Inferiormente, ele se funde com a articulação apofisária subjacente. O folheto ventral passa anteriormente, contornando o corpo vertebral para fundir-se com as margens laterais do ligamento longitudinal anterior. Esta porção do ligamento forma uma bainha de tecido conectivo que oblitera o limite do forame intervertebral. Ela é perfurada por ramos nervosos que se dirigem ao psoas, além do ramo ventral do nervo espinhal acompanhado por artérias e veias (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998, p.46).
Faixas de fibras que cruzam o limite externo do forame intervertebral têm
sido identificadas e são conhecidas como ligamentos transforaminais. Eles não
estão sempre presentes. É possível que, quando presentes, eles possam
diminuir o espaço disponível para a emergência do nervo espinhal, de acordo
com relatos de Oliver; Middleditch (1998).
De acordo com Oliver; Middleditch (1998) o ligamento iliolombar conecta
os processos transversos de L5 ao ílio. Ele ocorre bilateralmente e está
19
23
presente apenas no adulto. Foram identificadas cinco porções do ligamento
iliolombar:
a) fibras do ligamento iliolombar anterior originam-se de toda a borda
antero-inferior e da ponta do processo transverso de L5. Cruzando
póstero-lateralmente, alinhadas com o longo eixo do processo
transverso, as fibras inserem-se no ílio. Uma faixa espessa de fibras
acima da ponta do processo transverso fornece ligamento para a
extremidade inferior do músculo quadrado lombar;
b) Espessamentos das fáscias anterior e posterior que envolvem o
quadrado lombar dão origem ao ligamento iliolombar superior. Estes
espessamentos originam-se das bordas anterior e superior do processo
transverso próximo à sua extremidade, passando pela frente e por trás
do quadrado lombar e inserindo-se ao ílio;
c) fibras da extremidade e borda posterior dos processos transversos de
L5 inserem-se no ílio por trás da inserção do quadrado lombar, formando
o ligamento iliolombar posterior;
d) o ligamento iliolombar inferior origina-se da borda inferior do processo
transverso de L5 e de seu corpo vertebral. As fibras cruzam caudal e
lateralmente, ligando-se às partes súpero-posterior da fossa ilíaca e;
e) Fibras da borda antero-inferior dos processos transversos de L5
descem verticalmente à linha iliopectínea. Este é o ligamento iliolombar
vertical, formando a margem lateral do canal para o ramo ventral de L5
em seu curso para a pelve.
A poderosa e complexa estrutura formada pelos ligamentos iliolombares
fornece estabilidade à junção lombossacra, evitando que a quinta vértebra
lombar seja deslocada pra frente (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998).
1.1.2 Articulação
A cápsula articular circunda a margem dorsal, superior e inferior de cada articulação apofisária, inserindo-se exatamente por cima das margens da cartilagem. As fibras colágenas passam transversalmente de um processo articular pra outro. A cápsula fibrosa é substituída completamente em nível anterior pelo ligamento
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24
amarelo. Posteriormente, embora a cápsula seja espessa, ela é reforçada pelas fibras profundas do multifido. Nas extremidades superior e inferior da articulação, a cápsula é frouxa e forma bolsas subcapsulares que contêm gordura (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998, p.48).
Para Norkin; Levangie (2001) existem dois tipos principais de
articulações na coluna lombar: as articulações cartilaginosas do tipo sínfise,
entre os corpos vertebrais e os discos interpostos; e articulações do tipo
sinoviais, entre os processos articulares superiores de uma vértebra, e
processos articulares inferiores de uma vértebra adjacente acima.
Cada articulação apofisária lombar é formada pela articulação das
facetas inferiores de uma vértebra lombar com as superiores das vértebras
subjacentes. A forma e orientação das facetas lombares variam, afetando,
desta forma a direção e amplitude de movimento de um segmento móvel
(OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998).
De acordo com Oliver; Middleditch, 1998 as articulações dos corpos
vertebrais, as cartilaginosas, possuem a função de suportar o peso e a
resistência. Cujas faces articulares das vértebras adjacentes unem através dos
discos intervertebrais.
Ainda de acordo com autor acima, as articulações dos arcos vertebrais
são do tipo sinoviais planas, e estão presentes entre os processos articulares
superiores e inferiores das vértebras adjacentes. Sendo que cada articulação
está envolvida por uma fina cápsula articular, frouxa, fixada nas margens dos
processos articulares das vértebras adjacentes.
1.1.3 Discos intervertebrais
Os discos intervertebrais são encontrados em toda extensão da coluna
entre os corpos vertebrais, exceto entre a primeira e a segunda vértebra
cervical (KISNER; COLBY, 2005).
Segundo Dangelo; Fattini (2007), os discos promovem união,
alinhamento e certa mobilidade de vértebras vizinhas. São coxins
21
25
compressíveis de fibrocartilagem que absorvem as forças de tração muscular,
gravidade e carga que, de outro modo, tenderiam a esmagar uma vértebra
contra outra.
Os discos intervertebrais, que compõe cerca de 20% a 33% do comprimento da coluna vertebral, aumentam em diâmetro desde a região cervical até a região lombar. A espessura dos discos varia de aproximadamente 3 mm na região cervical, até cerca de 9 mm na região lombar. Embora os discos sejam maiores na região lombar e menores na região cervical, a relação entre a espessura discal e altura do corpo vertebral é maior nas regiões cervical e lombar, e menor na região torácica. Quanto maior for esta relação, maior será a mobilidade e, portanto, as regiões cervical e lombar possuem maior mobilidade do que a região torácica. (NORKIN; LEVANGIE, 2001, p.129)
De acordo com Kisner; Colby (2005) os dois componentes básicos da
estrutura do disco são o anel fibroso que constitui a parte externa, e o núcleo
pulposo que compreende a parte interna, formando uma articulação
fibrocartilaginosa.
O anel fibroso é constituído por anéis concêntricos, mais fibrosos do que
cartilaginosos, que circundam uma parte central; e o núcleo pulposo, mais
cartilaginoso do que fibroso, mas suficientemente elástico para atuar como
amortecedor dos choques de compressão (DANGELO; FATTINI, 2007).
Segundo Kisner; Colby (2005) os círculos concêntricos organizados do
anel fibroso proporcionam força tensiva ao disco. O movimento é permitido,
ainda que algumas fibras fiquem tensionadas dependendo da direção para qual
a coluna vertebral se movimento, se comportando similarmente aos ligamentos.
O disco intervertebral ainda possui um papel fundamental no
funcionamento da coluna, apresentando como principais funções a permissão e
restrição dos movimentos das articulações, atuando como principal
componente na transição de carga de um corpo vertebral a outro, fato esse
referido por Oliver; Middleditch, (1998).
22
26
1.1.4 Músculos
Os músculos da coluna vertebral desempenham importante função na
manutenção de sua estabilidade, equilíbrio, movimentação e ainda participam
nos mecanismos de absorção de impactos, protegendo a coluna de grandes
sobrecargas. A musculatura do tronco constitui metade da musculatura do
corpo, constituindo as maiores massas musculares do organismo. Os músculos
do tronco têm a função de proporcionar flexão, extensão, flexão lateral para a
direita e para a esquerda, rotação para a direita e para esquerda. Além de
manter a postura ereta devido à contração de vários músculos constantemente
(OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998).
De acordo com Kisner; Colby (2005), músculos com elasticidade normal,
não causam limitações no movimento vertebral.
Existem muitos músculos que contribuem para a estabilidade da coluna,
além de contribuírem também para a mobilidade da mesma (NORKIN;
LEVANGIES, 2001).
Segundo Dangelo; Fattini (2007) os músculos do dorso estão dispostos
em grupos anterior e posterior. Os músculos do grupo anterior, pré-vertebrais,
incluem músculos do pescoço e da parede posterior do abdome. Os do grupo
posterior, pós-vertebrais, compreende vários músculos dispostos da seguinte
maneira:
a)Mais superficialmente, estão o trapézio e o latíssimo do dorso e;
b)Em posição média estão o m. levantador da escápula, os mm.
rombóide maior e menor, e os mm. serrátil posterior superior e serrátil
posterior inferior e;
c)Mais profundamente situam-se os músculos do dorso propriamente
dito ou pós-vertebrais profundos inervados pelos ramos posteriores dos
nn. espinhais.
Os músculos da parede abdominal, assim como os superficiais e os profundos da região vertebral, estabilizam a coluna lombar em diversas situações. Os músculos mais superficiais, o eretor da espinha, o reto do abdome e o oblíquo externo do abdome, atuam como movimentadores primários, tendo a função secundária de estabilização. Os músculos mais profundos (centrais), os multífidos, os rotadores, o transverso do abdome, o oblíquo interno do abdome e
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27
o quadrado do lombo, estão mais perto do eixo e agindo primariamente na estabilização (KISNER; COLBY, 2005, p.595).
Figura 3: Parede abdominal anterior
Fonte: NETTER, 1998, p.233.
O transverso abdominal é o músculo plano mais interno da parede
abdominal e apresenta fibras dispostas horizontalmente. Está inserido
lateralmente no terço lateral do ligamento inguinal, nos 2/3 anteriores da crista
ilíaca, na fáscia toracolombar entre a crista ilíaca e a 12ª costela, e nas regiões
internas das seis cartilagens costais inferiores, onde interdigita-se com o
diafragma. As fibras musculares passam horizontalmente em torno da parede
abdominal para inserção com uma aponeurose que se dispõem na linha Alba
(OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998).
De acordo com Graaff; Marshall (2003) o músculo oblíquo externo do
abdome é o mais forte e mais superficial das três camadas de músculos da
parede lateral do abdome. Suas fibras são dirigidas inferiormente e
medialmente. O músculo oblíquo interno do abdome encontra-se
profundamente ao músculo oblíquo externo do abdome, e suas fibras são
dirigidas em sentido contrário ao do músculo oblíquo externo do abdome.
24
28
O reto do abdome é um músculo longo que corre verticalmente na frente do abdome, separado de sua contraparte pela linha alba. É inserido distalmente, através de dois tendões, na crista pública lateralmente e nas fibras ligamentares que cobrem a região anterior da sínfise púbica. Proximalmente faz inserção com a 5ª, 6ª e 7ª cartilagens costais. Lateralmente, pode se estender até a 3ª e 4º cartilagens costais e, medialmente, insere-se ocasionalmente nos ligamentos costoxifóideos e nos lados do apêndice xifoide (OLIVER, MIDDLEDITCH, 1998, p.115).
Figura 4: Músculos do dorso, camada superficial
Fonte: Sobotta, 2006, p. 26.
O profundo músculo quadrado do lombo origina-se na crista ilíaca e nas
três últimas vértebras lombares. Insere-se nos processos transversos das
quatro primeiras vértebras lombares e na margem inferior da décima costela.
Quando os músculos quadrados do lombo se contraem em conjunto, a coluna
25
29
vertebral na região lombar se estende. Quando se contraem separadamente
causam a flexão lateral da coluna (GRAAFF, MARSHALL 2003).
O multífido consiste de vários fascículos tendinosos que se situam por
baixo do semi-espinhal e do eretor da coluna, ocupando o sulco ao lado dos
processos espinhosos das vértebras, desde o áxis até o sacro de acordo com
Oliver, Middleditch (1998).
Os intertransversais são pequenas projeções de músculo entre os
processos transversos de vértebras adjacentes nas regiões cervical, torácica
inferior e lombar (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998).
Segundo Oliver; Middleditch (1998) os rotadores são mais desenvolvidos
na região torácica, onde existem 11 em cada lado. Neste nível estão ligados
distalmente à parte superior e posterior dos processos transversos das
vértebras. As fibras seguem para cima e medialmente para se inserirem na
borda inferior e na superfície lateral da lâmina pertencente à vértebra
imediatamente acima até a raiz do processo espinhoso. Nas regiões cervical e
lombar, os rotadores são representados por variáveis faixas de músculos, com
inserções similares àquelas da região torácica.
Os músculos eretores da coluna são divididos em dois grupos, que são
os superficiais que vão da fáscia toracolombar até o crânio, sendo compostos
de elementos musculares longos. Enquanto que os profundos possuem a
mesma disposição do grupo superficial, porém formados por um sistema
vertical que abrange os músculos interespinhais e intertransversários que
correm verticalmente, e um sistema oblíquo, constituído de músculos curtos
que correm obliquamente ao eixo longitudinal como referido por Norkin;
Levangie (2001).
O músculo longuíssimo do tórax tem como origem os processos
transversos das vértebras lombares e se inserem nos processos transversos
de todas as vértebras torácicas e nove costelas inferiores, tendo como ação a
extensão da região torácica (GRAAFF, MARSHALL 2003).
De acordo com Oliver; Middleditch (1998) o psoas maior é um músculo
grande, profundo, situado na região lateral da coluna lombar e borda pélvica. É
inserido proximalmente nas superfícies anteriores dos processos transversos
de cada vértebra lombar, nos discos intervertebrais lombares e margens de
seus corpos vertebrais adjacentes e desde os arcos fibrosos entre as
26
30
digitações acima, conectando as margens superior e inferior dos corpos
vertebrais. O psoas menor é inconstante. Quando presente posiciona-se
anteriormente ao psoas maior no interior do abdome. É inserido proximalmente
ao disco intervertebral T12/L1 e margens dos corpos vertebrais adjacentes e
termina em um longo tendão que é inserido na linha pectínea.
Segundo Oliver; Middleditch (1998) a fáscia toracolombar recobre os
músculos dorsais do tronco e é contínua acima com a fáscia cervical profunda.
Na coluna lombar, consiste em três folhetos que separam os músculos em três
compartimentos:
a) folheto anterior é inserido medialmente nas superfícies anteriores dos
processos transversos lombares e ligamentos intertransversais,
inferiormente, no ligamento iliolombar e na crista ilíaca adjacente, e,
superiormente, forma o ligamento arqueado lateral. Esta estrutura
recobre a superfície anterior do quadrado lombar, lateralmente ao qual
ela funde-se com os outros folhetos da fáscia toracolombar;
b) o folheto médio é inserido medialmente nas extremidades dos
processos lombares e nos ligamentos intertransversais, superiormente
na 12ª costela, e inferiormente, na crista ilíaca. Situa-se atrás do
quadrado lombar e lateralmente dá origem à aponeurose do transverso
do abdome e;
c) o folheto posterior é inserido no nível da linha média, nos processos
espinhosos lombares e sacrais e nos ligamentos supra-espinhosos.
Consiste em duas lâminas: as fibras da lâmina superficial são dirigidas
para baixo medialmente e fornecem ponto de inserção para o grande
dorsal, enquanto aquelas concernentes à lâmina profunda são dirigidas
para baixo e lateralmente, dando ao folheto posterior uma aparência em
cruz. A lâmina profunda consiste em faixas de fibras, que formam uma
série de ligamentos distintos que ancoram o 4º e 5º processos espinhais
lombares e o 1º sacral à coluna ilíaca póstero-superior, e o 3º processo
espinhoso lombar ao ilíaco através da rafe lateral. As lâminas formam
um retículo sobre os músculos dorsais, prevenindo seu deslocamento.
1.2 Coluna lombar fisiológica
27
31
Ao nascimento, a coluna vertebral acompanha a forma da parede da
cavidade uterina, como faz o feto, de modo que está fletida em curva suave e
contínua de concavidade anterior, denominada curvatura primária da coluna
vertebral. No entanto, a extremidade superior desta curvatura retifica-se
quando a criança se torna capaz de erguer a cabeça que inverte a curvatura
primária na região cervical, cuja concavidade passa ser posterior. O mesmo
ocorre na região lombar da coluna, em adaptação às forças de carga e à
locomoção, desde que a criança começa a levantar-se e a andar. Assim,
também o segmento lombar da coluna do adulto é côncavo para trás
(DANGELO; FATTINI, 2007).
Para Graaff; Marshall (2003) a coluna vertebral quando vista
lateralmente, podem-se identificar quatro curvaturas, sendo essas identificadas
pelo tipo de vértebras que a compõem. As curvaturas as coluna vertebral
desempenham importante papel funcional aumentando a força e mantendo o
equilíbrio da parte superior do corpo.
Duas curvaturas, a torácica e a sacral, mantêm a direção da curvatura
primária do feto, chamadas de curvaturas primárias da coluna vertebral,
enquanto as curvaturas cervical e lombar apresentam sentido inverso daquelas
e são ditas curvaturas secundárias (ou compensatórias) da coluna vertebral.
(DANGELO; FATTINI, 2007).
Se a coluna vertebral fosse reta, as forças compressivas verticais seriam transferidas através dos corpos vertebrais apenas para os discos intervertebrais. As curvaturas da coluna dorsal, desta forma, permitem que em alguma proporção as forças compressivas sejam absorvidas pelos ligamentos vertebrais (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998, p. 3).
A sequência destas curvaturas é essencial para que a coluna possa
suportar compressão no sentido longitudinal sem prejudicar a postura ereta.
Não há curvaturas laterais na coluna, mas elas podem ser criadas pelo desvio
lateral de algumas vértebras (DANGELO; FATTINI, 2007).
Para Oliver; Middleditch (1998) há diversos fatores que influenciam na
lordose lombar, seu grau de curvatura varia consideravelmente entre os
indivíduos, e em cada um deles ela altera-se em diferentes posturas e
posições. São eles:
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32
a) sexo: têm sido mostrados que o ângulo L5/L1 da lordose é maior
entre as mulheres durante os anos férteis do que entre os homens e
tem sido especulado que esta diferença pode ser, em parte, devido
a fatores hormonais;
b) idade: em muitos indivíduos, a coluna lombar retifica-se com a idade.
Porém alguns indivíduos apresentam uma acentuação na lordose que
pode se tornar bastante pronunciada em determinados casos. Um
aumento na lordose é acompanhado por um aumento de peso e no
volume do abdome, juntamente com um decréscimo na força dos
músculos abdominais;
c) posição em pé estática prolongada: se a coluna lombar está numa
posição estática ereta por um longo período, os músculos do tronco
começam a sofrer fadiga, e a altura do disco intervertebral é reduzida,
de modo que a natural tendência da coluna lombar no sentido da
extensão torna-se exagerada;
d) patologia: estudos investigando a relação entre lordose lombar e a
presença ou ausência de sintomas dolorosos têm falhado em achar
qualquer relação entre os dois;
e) compressão: a compressão ou carga vertical sobre a coluna tende a
acentuar a lordose;
f) calçados: quando usados sapatos de salto alto, o centro de gravidade
do corpo é transferido para frente, e isto é associado com um aumento
na inclinação pélvica e consequente acentuação da lordose.
1.2.1 Movimentos
De acordo com Dangelo; Fattini (2007) os movimentos da coluna são,
em geral, o somatório de pequenos movimentos de vértebras adjacentes, o que
resulta em ampla mobilidade da coluna como um todo. Por outro lado, deve-se
ressaltar que estes movimentos são mais livres nas junções entre vértebras de
uma região e outra, como na lombossacral e na toracolombar.
Oliver; Middleditch (1998) discorrem que para ocorrer maior
desempenho de movimentos funcionais normais da coluna vertebral há uma
ação coordenada do sistema neuromuscular agonista que o produz e do
29
33
antagonista que o controla. Sendo necessário haver mobilidade dos tecidos
moles, mobilidade articular, força e resistência à fadiga.
Compreende-se por mobilidade a capacidade para executar movimentos
de grande amplitude de movimentação, interligando força, resistência,
velocidade, coordenação e mobilidade para o desempenho físico, de acordo
com relatos de Scheneider; Spring; Trischler (apud MELLO,2007, p.19).
A mobilidade é dividida em dois componentes, a capacidade de
extensão e flexibilidade. Sendo que a capacidade de extensão depende dos
músculos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares, enquanto a flexibilidade
se relaciona com as características articulares e dos discos intervertebrais
(SCHENEIDER; SPRING; TRISCHER apud MELLO,2007, p.20).
Na flexão a coluna curva-se anteriormente. Em virtude da presença das costelas, ela é reduzida no segmento torácico da coluna, mas ampla nas regiões cervical e lombar, especialmente na junção lombossacra, onde a articulação entre os processos articulares se faz quase no sentido sagital; na extensão a coluna arqueia-se posteriormente. Seria uma flexão posterior. Ela é também reduzida na região torácica, onde a grande inclinação dos processos espinhosos a bloqueia, mas ampla na região cervical e lombar e principalmente na junção lombossacra. A flexão lateral da coluna pode ser direita ou esquerda. É o mais limitado dos movimentos cervicais, mas se amplia quando conjugada com rotação da cabeça. É máxima no segmento lombar da coluna e reduzida no torácico. A rotação da coluna resulta da soma de pequenas torções entre vértebras adjacentes, permitidas por seus discos intervertebrais e pela natureza das respectivas articulações sinoviais. Em movimentos combinados, a rotação amplia-se. Assim, no segmento cervical é máxima, quando combinada com a flexão lateral. Existe na região torácica, mas é mínima na lombar. Nos torções do tronco deve-se levar em conta que boa parte se deve a movimentos do quadril e não só da coluna (DANGELO; FATTINI, 2007, p 425-426).
Para Kisner, Colby (2005), o controle muscular da coluna lombar se dá:
a) Músculo transverso do abdome e oblíquo interno do abdome: são
músculos abdominais profundos inseridos na aponeurose toracolombar
posteriormente e mediante sua ação desenvolvem uma tensão que atua
como uma cinta dando suporte em torno do abdome e das vértebras
lombares. Apenas o transverso do abdome fica ativo tanto na flexão
quanto na extensão isométrica do tronco. Isso pode estar relacionado à
função estabilizadora do transverso do abdome. Com a rotação, o
30
34
transverso do abdome ipsolateral fica seletivamente ativo e, assim,
contribui para os torques de torção;
b) Músculo oblíquo interno e externo do abdome: a linha de tração do
m. oblíquo externo do abdome de um lado e a do m. oblíquo interno do
abdome contralateral funcionam juntas para causar uma rotação
diagonal do tronco durante a flexão. O oblíquo interno e externo do
abdome do mesmo lado causam inclinação lateral do tronco. Os
oblíquos, junto com o reto do abdome, dão estabilidade durante a
rotação anterior da pelve, sendo, portanto músculos posturais
importantes;
c) reto do abdome: é o flexor primário do tronco. Junto com o iliopsoas é
o músculo que fica ativo primariamente em exercícios abdominais e de
flexão de tronco contra a gravidade e na manutenção de uma inclinação
pélvica posterior durante exercícios de levantar ou abaixar a perna;
d) quadrado do lombo: importante estabilizador da coluna vertebral age
nos planos frontal e sagital para estabilizar as vértebras contra forças
mutáveis. Também estabiliza as costelas contra a tração do diafragma
durante a inspiração;
e) multífido do lombo: esse extensor vertebral dinâmico,
multifasciculado, profundo e rotador contralateral da coluna lombar
funciona estabilizando a coluna contra o movimento de flexão e rotação
e de flexão para o lado oposto. Torna a coluna mais rígida;
f) os músculos intersegmentares (músculos rotadores e
intertransversários laterais do lombo): ricos em fusos musculares, esses
músculos podem atuar na percepção da posição e do movimento
vertebral de modo a produzir torque para o movimento;
g) os músculos eretores da espinha superficiais: os extensores primários
do tronco não se inserem diretamente nas vértebras lombares, mas
funcionam como movimentadores primários para a extensão da coluna
tracionando o tórax posterior e, como antagonistas primários da
gravidade, controlando o movimento do tronco durante atividades de
inclinação para frente e;
h) iliopsoas (ilíaco e psoas maior): o ilíaco funciona primariamente como
um flexor do quadril e estabilizador das articulações da pelve e do
31
35
quadril. O psoas assiste na estabilização da coluna lombar no plano
frontal, sobretudo quando uma carga pesada é aplicada no lado
contralateral, mas em geral esse músculo complexo não funciona como
estabilizador da coluna na postura em pé normal. A contração do psoas
aumenta a carga compressiva e as forças de atrito anteriores nas
vértebras lombares. É geralmente aceito que a diminuição da
flexibilidade nesse e no músculo iliopsoas aumenta a postura de lordose
lombar, a inclinação pélvica anterior e flexão do quadril.
A antecipação e estabilidade da coluna vertebral: o SNC ativa os músculos do tronco em antecipação às cargas impostas pelo movimento dos membros para manter a estabilidade da coluna. Pesquisas recentes mostram que há respostas posturais antecipadas de todos os músculos do tronco precedendo a atividade nos músculos que movem os membros e a ativação antecipada do transverso do abdome independe de outros músculos abdominais em várias tarefas posturais. Os músculos transverso do abdome e oblíquos interno e externo do abdome contraem-se consistentemente com os movimentos da perna, mas a ativação do reto do abdome e a ação do multífido variam com a direção para onde os membros inferiores se movem. Além disso, a velocidade, mas não a direção dos movimentos do braço, afeta diretamente a ativação do transverso do abdome e dos oblíquos interno do abdome. Há diferenças relatadas nos padrões de recrutamento muscular em pacientes com dor lombar, com atraso no recrutamento do transverso do abdome nos movimentos para todas as direções e atraso no recrutamento dos músculos do reto do abdome, eretor da espinha e oblíquo do abdome, específico para a direção do movimento, em comparação a indivíduos saudáveis (KISNER; COLBY, 2005, p.597).
1.2.2 Postura
Segundo as definições de Kisner; Colby (2005), postura é uma posição
ou atitude do corpo diante uma atividade específica ou uma maneira particular
de suportar o próprio corpo. Ligamentos, fáscias, ossos e articulações são
estruturas inertes que suportam o corpo, enquanto os músculos e a suas
inserções tendíneas são as estruturas dinâmicas que mantêm o corpo em uma
postura e promovem uma mudança desta. A gravidade impõe uma carga às
estruturas responsáveis por manter o corpo em uma postura ereta.
Geralmente, a linha da gravidade passa pelas curvaturas fisiológicas da coluna
vertebral e se equilibram. Se o peso em uma região se desloca para fora da
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36
linha da gravidade, o restante da coluna faz uma compensação para recuperar
o equilíbrio.
A boa postura é considerada fator importante à saúde do sistema
musculoesquelético, pois se acredita que ela possa evitar processos
degenerativos e algias. (VIEIRA; SOUZA, 2002).
1.3 Coluna lombar patológica
De acordo com Toscano; Egypto (2001) um desequilíbrio mecânico das
estruturas da coluna vertebral atua como fator nocivo sobre elas mesmas.
Todas as estruturas que compõem a unidade anátomo-funcional do segmento
lombar apresentam inervação nociceptiva, com exceção do núcleo pulposo e
de algumas fibras do anel fibroso. As estruturas músculo-articulares são
responsáveis pelo antagonismo das ações mecânicas da coluna: eixo de
sustentação do corpo e, ao mesmo tempo, eixo de movimentação. A falta ou
excesso de esforço físico nessas estruturas facilmente acarretará danos à
mecânica do ser humano em seus componentes osteomioarticulares.
Ligamentos, cápsulas facetárias, periósteo das vértebras, músculos,
dura-máter anterior, luvas durais, tecido adiposo areolar epidural e parede dos
vasos sanguíneos são inervados e respondem a estímulos nociceptivos. A
sobrecarga biomecânica de estruturas sensíveis à dor, como um alongamento
prolongado de ligamentos ou cápsulas articulares ou uma compressão de
vasos sanguíneos, causa distensão ou compressão das terminações nervosas,
o que leva à dor. Se a sobrecarga biomecânica exceder as capacidades de
suporte dos tecidos, ocorrerá colapso. Se isso se der sem uma regeneração
adequada, síndromes de uso excessivo com inflamação e dor afetarão a
função sem que haja uma lesão aparente (KISNER; COLBY, 2005).
1.3.1 Desvios posturais
Segundo Bankoff et al. (apud Ainhagne; Santhiago, 2009, p.2) os
desvios posturais são decorrentes não só das alterações e adaptações da
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37
espécie humana, mas também de fatores sociais e culturais, constituindo uma
das mais graves doenças crônicas.
As alterações da postura quase sempre estão associados às patologias
da coluna, ou patologias da coluna quase sempre estão associadas às
alterações posturais, cuja origem geralmente é o desequilíbrio muscular. Um
grupo muscular fraco, consequentemente está sendo usado de forma incorreta,
pode levar a uma postura incorreta (STEFFENHAGEN, 2011).
Uma má postura é a que se desvia do alinhamento normal, mas não apresenta limitações estruturais. Síndrome de dor postural refere-se à dor decorrente da sobrecarga biomecânica quando uma pessoa mantém uma má postura por longo período; geralmente a dor é aliviada com atividade. Não há anormalidades de força ou flexibilidade muscular, mas se a má postura continuar acabarão desenvolvendo-se desequilíbrios de força e flexibilidade (KISNER; COLBY, 2005, p.599).
A disfunção postural difere da síndrome postural por estarem envolvidos
encurtamentos adaptativos dos tecidos moles e fraqueza muscular. A causa
pode ser a adoção de maus hábitos posturais prolongados, ou resultados de
contraturas e aderências formadas durante regeneração dos tecidos após um
trauma ou uma cirurgia (KISNER; COLBY, 2005).
Segundo relatos de Steffenhagen (2011) realmente se sabe que, após
dez minutos sentados em cifose, os músculos paravertebrais estão totalmente
relaxados. Isso quer dizer que as vértebras e, principalmente, os ligamentos
passaram a assumir toda a “sustentação de apoio”.
Uma postura lordótica é caracterizada por um aumento do ângulo
lombossacral, um aumento da lordose lombar e um aumento da inclinação
pélvica anterior e da flexão do quadril. Isso é visto com frequência como um
aumento da cifose torácica e anteriorização da cabeça e é chamado de postura
cifolordótica (KISNER; COLBY, 2005).
Para Steffenhagen (2011) na hiperlordose os músculos abdominais
estão flácidos e, em consequência, o abdômen é protuberante. A hiperlordose
é muito mais rara do que se imagina, e quase sempre desaparece quando se
pede ao indivíduo para corrigir a postura, alongando toda musculatura de T5 a
L5. A hiperlordose é comum no final da gravidez, quando o peso da criança
leva a mãe a jogar a pelve para frente a fim de manter o centro de equilíbrio.
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38
De acordo com Kisner; Colby (2005) a postura relaxada é também
chamada de dorso curvo. A quantidade de inclinação pélvica é variável, mas
em geral há um desvio anterior de todo o segmento pélvico, resultando em
extensão do quadril e um desvio do segmento torácico posteriormente,
resultando em flexão do tórax na coluna lombar alta. Isso causa aumento da
lordose na região lombar baixa e da cifose na região torácica, e geralmente
uma anteriorização da cabeça. A posição da coluna lombar média e alta
depende da quantidade de deslocamento do tórax.
Ainda de acordo com o autor acima citado, a postura de achatamento
lombar é caracterizada por uma diminuição no ângulo lombossacral, uma
diminuição da lordose lombar, extensão do quadril e inclinação posterior da
pelve.
A escoliose é a curvatura lateral da coluna vertebral e pode ser causada por um problema estrutural (rotação das vértebras) ou não estrutural (sem rotação das vértebras). Nesse caso- de escoliose não estrutural- a causa é a má postura, e o desvio pode ser corrigido na posição deitada. Se uma perna é mais curta que a outra, pode ocorrer um desvio lateral da coluna, sendo possível corrigir com uma palmilha postural. Caso a escoliose seja muito acentuada e progressiva, aí talvez se faça necessária uma cirurgia ou uso de colete. A escoliose ocorre mais nas meninas e tem um fundo genético. A causa é idiopática, ou seja, “a causa não é conhecida”. Na escoliose estrutural ocorre uma rotação fixa dos corpos vertebrais que é visível nas radiografias (STEFFENHAGEN, 2011, p.45).
1.3.2 Principais patologias encontradas na região lombar
Para Rubin et al (2006) uma das patologias geralmente encontradas na
coluna lombar é a Osteomielite vertebral, sendo encontrada em adultos,
frequentemente envolve os corpos vertebrais. O disco intervertebral não é uma
barreira para a osteomielite bacteriana, particularmente para a infecção
estafilocócia. As infecções migram de uma vértebra para a seguinte,
diretamente, atravessando o disco intervertebral. Alguns pesquisadores
consideram o disco intervertebral a fonte primária da infecção, a assim
chamada discite. O disco expande-se com pus e por fim é destruído conforme
o pus penetra nos corpos vertebrais adjacentes.
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A espondilodiscite infecciosa é um processo inflamatório envolvendo
disco e vértebras adjacentes. Também pode estender-se para dentro do
espaço epidural e partes moles paravertebrais. O corpo vertebral é mais
comumente afetado, mas quaisquer elementos da vértebra podem ser
envolvidos por contiguidade. Infecções isoladas nas articulações facetárias têm
sido associadas aos abscessos epidurais e paraespinhais. As espondilodiscites
mais prevalentes são as piogênicas e as associadas à infecção por
tuberculose. Nas espondilodiscites piogênicas a coluna lombar é o segmento
mais frequentemente envolvido. A incidência de tuberculose na coluna tem sido
estimada em 1% a 3% dos pacientes com tuberculose. Sintomas clássicos
incluem dor nas costas e febre. Dor local de caráter inflamatório e rigidez no
segmento afetado, particularmente se associados à febre, também despertam
suspeitas. Manifestações atípicas, como derrame pleural, déficits sensoriais e
ocorrência em usuários de drogas, podem contribuir para o retardo do
diagnóstico(LESSA et al, 2004).
Segundo Cossermelli (2000) uma patologia encontrada na coluna lombar
é a artrite reumatoide juvenil ou apenas artrite juvenil é definida como a
ocorrência de artrite de origem desconhecida por um tempo mínimo de seis
semanas, em uma criança com idade menor ou igual a 16 anos no início da
afecção. Designa uma entidade heterogênea que engloba um grupo de
doenças da infância de etiologias variadas, na qual vários subgrupos são
identificados, com manifestações clínicas e laboratoriais diversas e com
prognósticos variáveis. Sendo classificada como: pauciarticular, envolvendo
quatro ou menos articulações; poliarticulares envolvendo mais de quatro
articulações; e sistêmico, com febre alta intermitente ou rash cutâneo e pelo
menos uma articulação comprometida.
A síndrome de Reiter também faz parte das diversas doenças que
podem acometer a coluna vertebral, sendo considerada uma tríade que inclui a
poliartrite soronegativa, conjuntivite e uretrite inespecífica. O distúrbio é quase
exclusivamente encontrado em homens e, em geral, sucede exposição venérea
ou um episódio de disenteria bacilar. Está associada ao antígeno HLA-B27 em
até 90% os pacientes. Mais da metade dos pacientes desenvolvem lesões
mucocutâneas semelhantes às da psoríase pustular sobre as palmas, solas e
tronco (RUBIN et al, 2006).
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A espondilite anquilosante é uma artropatia inflamatória da coluna vertebral e das articulações sacroilíacas. Pode acompanhar-se de artrite assimétrica periférica (30% dos pacientes) e manifestações sistêmicas. A espondilite anquilosante é mais comum em homens jovens, sendo o pico de incidência em torno dos 20 anos de idade (RUBIN et al, 2006, p.1398).
Relatos de Salter (2001) indicam a espondilólise como uma
afecção na coluna vertebral, um defeito misterioso ocasionalmente desenvolve-
se em um ou ambos os lados do arco neural de uma vértebra inferior por uma
razão não aparente. Aproximadamente 85% desses defeitos ocorrem na quinta
vértebra lombar e a maioria dos 15% restantes, na quarta vértebra lombar. O
defeito, que consiste em tecido fibroso. Sempre acontece na parte mais fraca
do arco neural. Na maioria dos indivíduos com essa patologia, o defeito não
produz nem sinais nem sintomas. Depois de um trauma ou mesmo depois de
distensões crônicas, entretanto, o tecido fibroso do defeito pode ser distendido;
a dor resultante pode persistir por muitos meses e necessitar do uso de um tipo
de colete lombossacro.
A artrite psoriática se dá nos pacientes com psoríase, particularmente
com doença grave, 7% desenvolvem uma artrite soronegativa inflamatória. Em
geral, a doença articular é leve e apenas lentamente progressiva, embora,
algumas vezes, seja encontrada uma forma mutilante, conforme descreve
Rubin et al (2006) sobre patologias na coluna vertebral.
A espondilolistese se dá por um escorregamento para diante de um
corpo vertebral em relação ao segmento vertebral imediatamente inferior. Ela
ocorre mais comumente na região lombar inferior, em especial na quinta
vértebra lombar e o sacro. Com a perda da continuidade do arco neural ou uma
anormalidade das articulações interfacetárias posteriores, o disco intervertebral
não é suficientemente forte para prevenir o deslocamento da vértebra.
Geralmente se manifesta durante a infância com início gradual da lombalgia
que se agrava pela permanência em pé, andando e correndo, e é aliviada pelo
deitar. A deformidade clínica associada, que está relacionada ao grau de
escorregamento anterior, caracteriza-se pelo “degrau” na região lombossacra
ao nível da espondilolistese e uma lordose lombar aumentada acima (SALTER,
2001).
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41
De acordo com Joaquim et al (2007) a coluna vertebral é o local mais
comum de metástases ósseas. Essas metástases constituem-se em
emergência médica quando causam compressão da medula ou da cauda
equina, requerendo pronto reconhecimento e tratamento específico. Mais de
95% das metástases na coluna são extradurais, sendo que cerca de 5% das
lesões são intradurais e menos de 0,5% intramedulares. A compressão
medular ocorre em 10 a 15% dos pacientes com diagnóstico de metástases na
coluna. Pode ser causada tanto pela compressão tumoral direta quanto pelo
colapso de um corpo vertebral por invasão tumoral. É uma emergência médica
que requer pronto reconhecimento e tratamento, uma vez que pode resultar em
déficit neurológico permanente. Estima-se que mais de 10% dos pacientes com
câncer desenvolverão algum grau de compressão medular durante o curso da
doença. As neoplasias de coluna mais comuns são as metástases do
adenocarcinoma de mama, de neoplasias pulmonares, de próstata, dos rins e
dos tumores hematopoiéticos, destacando-se os linfomas e o mieloma múltiplo.
A maior frequência dessas neoplasias pode ser explicada por possuírem maior
prevalência na população geral e também pela maior predileção intrínseca das
mesmas para a disseminação óssea.
Na osteocondrose do centro secundário de ossificação da coluna,
também conhecido com doença de Scheuermann, cada corpo vertebral
aumenta em altura a partir de duas placas epifisárias, uma cobrindo a
superfície superior, a outra cobrindo sua superfície inferior. O assim chamado
anel epifisário é, na realidade, uma epífise de tração, ou apófise, e não
contribui para a altura do corpo vertebral. Um achado consistente nos corpos
vertebrais comprometidos é a presença da hérnia do disco intervertebral
através da porção anterior da placa epifisária para dentro do corpo da vértebra.
Com o resultado, existe menos material discal entre os corpos vertebrais, e o
espaço intervertebral diminui. Assim, o herniamento pode interferir com o
crescimento da placa epifisária diretamente; ou pela perturbação do aporte
sanguíneo à placa, o que pode interferir indiretamente com o crescimento. A
ossificação na porção anterior da epífise vertebral torna-se irregular e, neste
aspecto, é típica das osteocondroses. O crescimento deficiente anteriormente,
na presença da continuação do crescimento posteriormente, produz de modo
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42
inevitável uma vértebra acunhada que é mais curta na frente do que atrás
(SALTER, 2001).
Segundo relatos de Cox (2002) a estenose é um estreitamento anormal
das estruturas ósseas ou ligamentosas do canal vertebral.. A tração é
produzida no tecido neural conforme a coluna gira, flexiona ou alonga-se.
Pessoas normais têm espaço suficiente no canal e recessos laterais para
moldar e deslizar, então o movimento não produz sintomas clínicos. Entretanto,
se o tamanho do canal é mais estreitado por proliferações ósseas ou
ligamentosas, os sintomas podem aparecer.
O disco intervertebral perde seu poder higroscópico com o envelhecimento, gerando um processo de desidratação progressiva, caracterizando a discopatia. A partir da degeneração do disco intervertebral, a coluna passa a apresentar instabilidade progressiva da região afetada, conduzindo a uma série de outros eventos nos demais elementos da unidade funcional segmentar. Isso pode ocorrer em qualquer região da coluna, contudo observa-se mais comumente entre a quarta e quinta vértebras lombares e entre a quinta lombar e a primeira sacral, em torno dos trinta e quarenta anos de idade (NUNES et al, 2007, p.9).
As lesões traumáticas da coluna lombar se dão particularmente na
coluna toracolombar. As fraturas, em sua maioria, são do tipo por compressão
ou compressão em cunha ou compressão-explosão, são lesões estáveis. São
habitualmente causadas das quedas de altura considerável sobre as nádegas
ou os pés. Menos comuns, porém de maior gravidade, são as fraturas-luxações
da coluna, causadas usualmente por acidentes automobilísticos. Como essas
lesões são instáveis, a medula espinhal ou a cauda equina está
frequentemente danificada (SALTER, 2001).
De acordo com relatos de Sachetti et al (2010) a artrose ou osteoartrose
constitui um processo degenerativo que acomete as articulações. As alterações
começam na cartilagem articular, que sofre um processo de amolecimento e
deterioração, chegando inclusive a desaparecer em fases avançadas. O osso
subcondral também sofre mudanças que chegam a um aumento de densidade
ou esclerose e na formação ocasional de cistos ou partes ocas. Nas margens
articulares, aparecem prolongações ósseas do osso subcondral, de forma
irregular e tamanho variável, denominadas osteófitos, que caracterizam o sinal
mais característico da artrose. A osteoartrose é a perda da cartilagem articular
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da articulação. Pode ser em decorrência de traumatismo, infecções,
hereditariedade ou por razões idiopáticas. É uma afecção progressiva, que
inexiste cura. O curso clínico habitual é uma deterioração da deambulação,
aumento da rigidez, da dor e dor em repouso ou à noite. A osteoartrose é uma
doença reumática degenerativa que afeta as articulações sinoviais e acaba
levando a fibrilação e fissuras da cartilagem ou microfraturas.
Osteófito é o crescimento excessivo do osso saudável nas vértebras,
tendo um papel importante na proteção contra forças compressivas que
excedem a capacidade de resistência do osso. Além de proteção, alterações
mecânicas e degeneração são fatores comuns do processo de envelhecimento
da coluna vertebral tendo como consequência os osteófitos. Os osteófitos
podem refletir a presença de doença comum degenerativa, existindo correlação
dos osteófitos com doenças degenerativas em decorrência da escoliose
(ZAVANELA, 2008).
Para Salter (2001) há ainda algumas patologias que acometem a região
lombar são elas:
a) Instabilidade segmentar é o resultado das alterações degenerativas
nas articulações discais vertebrais, o movimento uniforme de cada
segmento afetado da coluna é perdido e substituído por um movimento
que não só é irregular, mas também exacerbado. Os segmentos
instáveis se tornam mais suscetíveis aos traumas podendo produzir
distorção e até subluxação das articulações facetárias posteriores. A
instabilidade de um ou mais segmentos lombares têm com frequência
conhecimento de uma dor crônica e intermitente ao nível lombar,
agravada pela excessiva atividade e aliviada pelo repouso. Pode ainda
existir espasmo muscular na região lombar;
b) Hiperextensão segmentar: a hiperextensão normal da coluna lombar é
limitada pelas fibras anteriores do anel fibroso, assim como pelos
músculos abdominais. No entanto, a combinação de alterações
degenerativas no anel fibroso, flacidez dos músculos abdominais e
obesidade leva a persistente hiperextensão da coluna lombar através
das articulações intervertebrais. O que consequentemente submetem
as facetas posteriores a distensões, podendo inclusive estar subluxadas
e superpostas. Este alinhamento anormal causa doença articular
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degenerativa nestas articulações sinoviais, com perda da cartilagem
articular, eburnificação do osso subcondral e formação de osteófitos e
resultante quadro doloroso. Sua forma persistente crônica causa
lombalgia crônica e intermitente. Isto pode ser sentido localmente ou
referido nas nádegas e ocasionalmente na região posterior da coxa,
porém nunca abaixo do joelho. O dor lombar se agrava por alguma
atividade que implique extensão ativa da coluna lombar. Durante o
episódio doloroso, o espasmo muscular protetor é percebido na região
lombar.
c) O estreitamento progressivo do espaço intervertebral discal com o
passar dos anos leva não só a alterações degenerativas nas
articulações facetárias posteriores, mas também a abaulamento do anel
fibroso, que causa o desenvolvimento de grandes osteófitos formados a
partir das margens ósseas dos corpos vertebrais adjacentes. O
estreitamento permanente do espaço discal intervertebral representa o
estágio tardio da doença discal degenerativa. Normalmente, antes da
meia idade o paciente tem consciência da sua rigidez lombar, porém
reclama de dor apenas após atividade excessiva.
A osteoporose é uma doença provocada por uma alteração metabólica dos ossos, ou seja, ocorre uma perda de massa óssea do esqueleto a uma velocidade patológica. Quer dizer anormal. Todo o esqueleto é afetado, mas o processo é mais acentuado nos corpos vertebrais. É mais comum em mulheres e está associada a alterações hormonal que se segue ao período da menopausa (entre 45 e 55 anos). Com a idade, os ossos perdem qualidade e vão se tornando porosos, rarefeitos. A estabilidade diminui e podem ocorrer até fraturas espontâneas. [...] no estágio mais avançado, a postura vai se tornando cifótica, devido à dor e ao achatamento vertebral em forma de cunha. Bastam pequenos movimentos para provocar uma fratura vertebral por compressão. [...] quase sempre concentrada na região dorsal, a dor pode se manifestar em forma de cinta e evolui gradualmente (STEFFENHAGEN, 2011, p.53-54).
1.4 Lombalgia
Monnerat; Pereira (2009) define a lombalgia como todas as condições
de dor, com ou sem rigidez do tronco, localizadas na região inferior do dorso,
em uma área situada entre o último arco costal e a prega glútea.
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Com a evolução da espécie, o homem passou a ter na coluna vertebral
sua alavanca de suporte, cuja mobilização se dá de forma constante. Em seu
trabalho, quase sempre em oposição à gravidade, sofre ação de forças em
diferentes sentidos e intensidade. Essas mudanças fazem com que o homem
possua uma maior tendência a patologias da coluna, sendo a lombalgia o
sintoma provado por cerca de 60% a 90% da população em algum momento da
vida (LIMA et al, 1999).
De acordo com Gouveia; Gouveia (2008) a estabilidade da cintura
pélvica e da coluna lombar tem uma grande importância no equilíbrio corporal.
A pelve propaga as forças do peso da cabeça, do tronco e das extremidades
superiores e as forças ascendentes dos membros inferiores. Enquanto a coluna
lombar é a principal região do corpo responsável pela sustentação das cargas.
Além disso, a fáscia toracolombar e suas potentes inserções musculares
também possuem uma função importante na estabilização da região
lombopélvica.
Um desequilíbrio mecânico das estruturas da coluna vertebral atua como
fator prejudicial sobre elas mesmas. Todas as estruturas que compõem a
unidade anátomo-funcional do segmento lombar apresentam inervação
nociceptiva, Exceto o núcleo pulposo e algumas fibras do anel fibroso
(TOSCANO; EGYPTO, 2001).
No Brasil, as patologias da coluna vertebral constituem um importante fator responsável pelo afastamento do trabalho. Os dados mais recentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) demonstram que no ano de 2006 foram registrados 503.890 acidentes de trabalho, dentre os quais, mais de 16.118 foram relacionados com a região da coluna vertebral, sendo que aproximadamente 50% desses acidentes foram cadastrados no INSS como dor nesse segmento corporal (MONNERAT; PEREIRA, 2009, p.45).
A dor pode surgir em decurso de movimentos comuns ou desusados,
pós um espirro, exercícios ou esforços violentos, traumatismos ou outras
causas menos conhecidas (LEITÃO; LEITÃO, 1995).
Segundo Monnerat; Pereira (2009) a dor é considerada um evento
subjetivo e multidimensional, pois se caracteriza por diversos componentes
sensoriais, afetivos, cognitivos, sociais e comportamentais.
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Pelo fato de a dor lombar se manifestar sob várias condições, precisar
sua exata etiologia torna-se difícil (POLITO; MARANHÃO NETO; LIRA, 2003).
É fundamental identificar os fatores de risco da lombalgia. Os fatores mecânicos como posturas estáticas adotadas no trabalho, vibração, tarefas repetitivas e condução prolongada são considerados fatores de risco. Há também fatores pessoais a serem considerados: a idade, o sexo, obesidade, hábitos tabácicos. Os fatores psicológicos assumem relevância significativa como fator de risco para lombalgia assim como fator que contribui para a sua cronicidade. Vários estudos mostram uma associação entre fatores Psicológicos/desordens psiquiátricas e lombalgia. Esses fatores psicológicos podem ser encarados como consequência, mas também como fator preditivo da lombalgia (PONTE, 2005, p.259).
Noventa por cento dos casos de lombalgia são solucionados sem
intervenção médica em 6 a 12 meses. Um pequeno número de pacientes pode
continuar com incapacidade funcional crônica e recorrente (CARAVIELLO et al,
2005).
Segundo Leitão; Leitão (1995) o lombalgia é classificada em:
Lombalgias de origem vertebral:
a) degenerativas, com ou sem conflito discal e;
b) não degenerativas e sem conflito discal.
A lombalgia degenerativa quase sempre está acompanhada de
comprometimento discal e interfacetário, que são do tipo sinovial plana. A
manifestação clínica consiste em dor na região lombar, de instalação súbita ou
lenta, que bloqueia os movimentos, determinando atitude de rigidez da coluna
lombar. O processo degenerativo das pequenas articulações posteriores pode
provocar irritação das raízes L3, L4, L5 e S1, provocando aparecimento de dor
no segmento comprometido. Por outro lado, a acentuação da lordose por
aumento do ângulo lombossacro, ou por fraqueza do músculo glúteo e
abdominal, acarreta maior apoio nas articulações interfacetárias, provocando
dor. A assimetria das facetas articulares lombares também pode ser a sede de
manifestações dolorosas (COSSERMELLI, 2000).
Para Leitão; Leitão (1995) existem duas modalidades de discopatia
degenerativa: uma que resulta de herniação do núcleo pulposo através da
ruptura das camadas internas do anel fibroso e outra, a discopatia degenerativa
tradicional (discartrose), que se origina da degeneração discal e da
degeneração vertebral.
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As lombalgias vertebrais sem conflito discal são muito menos frequentes
que as degenerativas. Entre elas estão as lombalgias por distúrbios posturais
vertebrais (escoliose, a hipercifose, a hiperlordose e a espondilolistese);
inflamatórias, infecciosas, metabólicas, distróficas, traumáticas, por
malformações congênitas e tumorais (LEITÃO; LEITÃO, 1995).
Lombalgias inflamatórias: incluem várias entidades clínicas, mas estão representadas essencialmente pela espondilite anquilosante e, acessoriamente, pela artrite reumatoide. [...] A sintomatologia se manifesta pela dor de nítido recrudescimento noturno e pela rigidez matinal (LEITÃO; LEITÃO, 1995, p.184).
Ainda para Leitão; Leitão (1995) as lombalgias infecciosas caracterizam-
se pelo quadro clínico de dor do tipo inflamatório, estado febril e rigidez da
coluna vertebral. Além disso, a hemossedimentação encontra-se acelerada e,
em sua evolução, as radiografias podem revelar a presença de um disco
pinçado e sinais de destruição e reconstrução óssea.
Nas lombalgias metabólicas sua causa mais comum é a osteoporose,
mas devem ser citadas também a hemocromatose e a ocronose ou
alcaptonúria (LEITÃO; LEITÃO, 1995).
De acordo com Leitão; Leitão (1995) as lombalgias distróficas
manifestam-se principalmente em quatro condições: na doença de
Scheuermann, na hiperostose vertebral embainhante, na algodistrofia da raque
e na doença de Paget. Doença de Scheuermann , está episitite vertebral do
crescimento é uma osteocondrite asséptica, idiopática que atinge as apófises e
as metáfises, afeta jovens predominantemente do sexo masculino, entre 12 a
17 anos. A hiperostose vertebral embainhante é uma ossificação progressiva
da parte anterior do anel fibroso discal, observada em pacientes muito idosos
do sexo masculino. A algodistrofia da raque constitui um conjunto de
artropatias que se caracterizam por uma síndrome dolorosa vasomotora e
trófica, pode surgir em consequência de um traumatismo mínimo da coluna
vertebral, seguido do aparecimento de dores em uma ou suas vértebras
lombares e contratura paravertebral. Na doença de Paget o estudo radiológico
é que revela a presença de vértebras acometidas pela doença.
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Considerando as lombalgias traumáticas, devemos estar alerta para algumas de suas peculiaridades. Primeiramente, chamamos a atenção para evitar que passe despercebido, por exemplo, uma fratura existente ou, ao contrário que se diagnostique fratura quando ela não existe. Mencionamos esta questão porque as fraturas de L4 L5 podem ser facilmente reconhecidas enquanto ocorre o contrário com as discretas fraturas da charneira, que podem deixar de ser detectadas. Portanto, num caso de suspeita de fratura da coluna vertebral, é deveras importante providenciar um estudo radiológico cuidadoso de toda a coluna lombar e das últimas vértebras torácicas sempre que ocorrer uma queda dolorosa (LEITÃO; LEITÃO, 1995, p.185).
Para Leitão; Leitão (1995) as lombalgias por malformações congênitas
têm como principais: a espinha Bífida de L5 ou de S1, que se caracteriza por
ser uma deiscência congênita do arco posterior da vértebra que afeta a apófise
espinhosa e a parte das lâminas situadas entre elas e as apófises articulares.
As anomalias transicionais, nessas a vértebra suprajacente à formação, que é
fixa, será inteiramente livre. Haverá, portanto, sobrecarga e usura do disco que,
assim, se tornará fonte de dor. A espondilólise congênita consiste na ausência
de soldadura da porção estreitada do arco vertebral que une cada lado a
apófise articular superior à apófise articular inferior. A espondilolistese costuma
ser dolorosa e pode determinar lombalgia ou mesmo lombociatalgia. As
anomalias congênitas dos pedículos lombares são muito raras e se apresentam
sob a forma de agenesia ou de hipoplasia. O canal raquiano lombar estreito
pode ser congênito, porém é raro, caracterizando-se por ser globalmente
estreito e suas dimensões ântero-posteriores variam entre 10 e 15mm. O canal
estreito raquiano adquirido é relativamente frequente, sendo observado em
homens obesos de mais de 50 anos de idade. O canal raquiano congênito
largo trata-se de um canal raquiano de dimensões maiores que o normal,
aumentado por um estojo de dura-máter anormalmente dilatado em largura e
crescimento.
Ainda para o autor acima citado as lombalgias não-vertebrais decorrem:
a) por patologia visceral (dores referidas);
b) por comprometimento dos tecidos moles (músculos, tecidos cutâneos
e subcutâneos) e;
a) psicossomáticas.
45
49
As lombalgias viscerais podem ser ginecológicas, vasculares, renais,
duodenais ou pancreáticas. As lombalgias de origem ginecológicas
manifestam-se por sensação disseminada de peso na pelve, associada a dores
abdominais agudas. As lombalgias vasculares podem resultar de patologia da
aorta ou das ilíacas e por trombose arteriosclerótica ou varizes epidurais, são
lombalgias que acometem quase sempre homens de 60 anos ou acima desta
idade, com ou sem acidentes vasculares conhecidos. As lombalgias duodenais
têm sido descritas no decurso das úlceras duodenais, não se acompanham de
diminuição da mobilidade da coluna vertebral nem de contratura dos músculos
lombares. As lombalgias pancreáticas são de difícil diagnóstico, geralmente
conseguido diante de uma radiografia da coluna lombar inteiramente normal e
na ausência de elementos indicativos da presença de outra patologia.
As lombalgias não-viscerais, podem ser parietais ou psicossomáticas. As
lombalgias parietais têm a ver com a fibromialgia, que pode coexistir com
radiculalgias, aparecer depois delas ou sem elas. As lombalgias
psicossomáticas estão relacionadas com a somatização local de problemas
psicológicos e com a fadiga muscular de origem profissional.
Com grande frequência, podemos encontrar associados à lombalgia, a
depressão e a ansiedade. Estas, por sua vez, podem prolongar o quadro
doloroso, o que gera angústia, incapacidade e insatisfação, seja no trabalho ou
na vida social (CARAVIELLO et al, 2005).
1.4.1 Índice de Incapacidade Oswestry
De acordo com Falavigna et al (2011) o Índice de Incapacidade
Oswestry (Oswestry Disability Index) - ODI é utilizado para avaliação funcional
da coluna lombar, incorporando medidas de dor e atividade física. A primeira
versão foi publicada em 1980, sendo modificada em 1989. Vigatto et al.
desenvolveram a versão brasileira, no ano de 2007.
O questionário avalia a limitação para diversas atividades do cotidiano.
Cada questão possui diferentes alternativas e os valores são expressos em
porcentagem, categorizando a incapacidade funcional em mínima, moderada e
severa. Os valores mais altos representam maior incapacidade (FAIRBANK et
al apud TAHARA et al, 2008, p.62).
46
50
Para Pereira; Pinto; Souza (2006) o questionário é composto por 10
sessões de perguntas compostas de seis alternativas cada. Para cada
alternativa assinalada existe um escore correspondente que variava de 0 a 5
pontos, de acordo com a intensidade e gravidade da dor e comprometimento
da coluna lombar.
O tempo necessário para aplicação é de aproximadamente 10 minutos
(FALAVIGNA et al, 2011).
De acordo com Pereira; Pinto; Souza (2006) quanto maior a
porcentagem obtida, pior é o estado de saúde da coluna do indivíduo. Outro
indicador importante obtido com este questionário é a possibilidade de
identificar com segurança de até 90% o estado clínico da coluna lombar.
1.5 Qualidade de vida influenciada pela lombalgia
De acordo com Cesar; Brito Júnior; Battistella (2004) o fato de abordar o
conceito “qualidade de vida” da origem a uma variedade de opiniões. Conceito
este, que acompanha a evolução das novas tecnologias e ciências do mundo
moderno.
A qualidade de vida, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, é a “Percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. É considerado um conceito abstrato, subjetivo e multidimensional por envolver vários aspectos da vida humana tais como: relações sociais, saúde, família, trabalho, meio-ambiente, dentre outros. É dinâmico e pode ser influenciado por aspectos culturais, religiosos, éticos e valores pessoais (PASCHOA; ZANEI; WHITAKER, 2007, p.306).
Segundo Santos (apud ZAVARIZE; WECHSLER, 2007, p.272), os
estudos da qualidade de vida direcionada à saúde, apresentam resultados de
importante interesse sobre o indivíduo doente, diferenciando das avaliações
meramente clínicas, que estão mais voltadas para a doença. A avaliação da
qualidade de vida, mais do que uma descrição sobre o estado geral do
indivíduo, é uma avaliação detalhada a respeito de como este percebe e reage
47
51
à situação da doença e da dor, além de outros aspectos específicos de sua
vida.
1.5.1 SF-36
Investiu-se um grande número de estudos, buscando criar instrumentos
a fim de mensurá-la e abranger os seus mais diversos aspectos. Destas
pesquisas surge o “Short Form Health Survey” (SF-36), questionário genérico
auto-aplicável de qualidade de vida (CESAR; BRITO JÚNIOR; BATTISTELLA,
2004).
Gonçalves e Vilarta (2004) relatam que o questionário foi desenvolvido
em 1992 por Ware & Sherbourne e sua tradução para o português e validação
aconteceu em 1997, sendo desenvolvido com o intuito de realizar medidas
legítimas de saúde funcional em médias e grandes populações.
Vem sendo introduzido como um forte aliado na observação da maneira
pela qual diferentes patologias poderiam afetar o homem (CESAR; BRITO
JÚNIOR; BATTISTELLA, 2004).
Gonçalves e Vilarta (2004) descrevem que o questionário aborda
aspectos físicos e mentais da qualidade de vida, com fundamentação na
perspectiva do respondente sobre seu estado de saúde e funcional. Sendo
estruturado em oito domínios.
São divididos em: capacidade funcional, estado geral de saúde,
aspectos físicos, dor, vitalidade, saúde mental e limitações dos aspectos
sociais e emocionais (CESAR; BRITO JÚNIOR; BATTISTELLA, 2004).
De acordo com Bento; Paiva; Siqueira (2009) a avaliação da
Incapacidade e Qualidade de Vida em indivíduos com dor lombar é de grande
importância e vem aumentando nos últimos anos, diante de altos índices de
queixas de dor lombar na prática clínica no Brasil e alta prevalência na
população mundial gerando entre outros fatores, um impacto financeiro.
As afecções musculoesqueléticas, particularmente a lombalgia, representam um complexo problema de saúde, sendo considerada, inclusive um dos maiores problemas socioeconômicos presentes em sociedades industrializadas de todo mundo, por serem uma das mais importantes causas de extensiva morbidade, perda de produtividade, absenteísmo, incapacidade para o trabalho, alto custo para o
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52
paciente e sociedade, afetando a qualidade de vida de milhões de trabalhadores (FOSS et al, 2009, p.106).
Macedo; Briganó (2009) apontam que fatores psicológicos são
importantes na evolução da lombalgia aguda para crônica e posterior
incapacidade funcional.
A sintomatologia crônica traz uma desordem do cotidiano das pessoas,
porquanto acontece perda da esperança de melhora, a invalidez, uma imagem
corporal alterada e uma queda da auto-estima. Além disso, a qualidade de vida
tem sido considerada um forte fator preditivo de morbidade e mortalidade na
população. (LIRA et al apud ARCANJO; VALDÉS; SILVA, 2008, p.2146).
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53
CAPÍTULO II
MÉTODO PILATES
2 TÉCNICAS
2.1 Histórico
Segundo Panelli; Marco (2009) Joseph Humbertus Pilates, nasceu em
1883, em uma vila pequena denominada Mönchengladbach nas proximidades
de Dusseldorf, na Alemanha. Em várias bibliografias seu nascimento foi
descrito como ocorrido no ano de 1880, entretanto Bob Liekens, diretor e
integrante do Programa de Certificação e Treinamento de Professores do
Power Pilates®, informou em suas palestras que de acordo com suas recentes
pesquisas, encontrou registros do nascimento de Joseph H. Pilates no ano de
1883.
Ele sofreu de asma, bronquite, raquitismo e febre reumática. Dedicou-se à melhora de sua condição física, praticando mergulho, esqui, ginástica e boxe. Autodidata, aprofundou seus conhecimentos em fisiologia, anatomia e medicina tradicional chinesa. Suas influências foram amplas, desde os princípios de yoga e artes marciais ao estudo do movimento dos animais. Em 1912, aos 32 anos, tornou-se boxeador profissional e mudou-se para Inglaterra, onde trabalhou como instrutor de defesa pessoal da polícia civil inglesa (Scotland Yard) e artista de circo (PANELLI; MARCO, 2009, p.21, 22).
De acordo com Panelli; Marco (2009), Joseph Pilates viveu na Inglaterra
durante a Primeira Guerra Mundial foi considerado estrangeiro inimigo e por
esse motivo foi recluso no campo de concentração de Lancaster em 1914,
onde atuando como enfermeiro passou a treinar os internos e os feridos de
guerra com os exercícios desenvolvidos por ele que levavam a tonificação da
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54
musculatura dos pacientes mesmo antes de se levantarem de seus leitos
através das molas de camas hospitalares.
“As experiências com os enfermos, feridos e mutilados e as amplas
influências de outras técnicas tornaram-se a base do seu método”. (PANELLI;
MARCO, 2009, p.22)
Segundo relatos de Crowther; Petre (2010), esse método criado por
Joseph Pilates foi chamado de Contrologia, que significa o equilíbrio entre
corpo e mente.
O que é o equilíbrio entre corpo e a mente? É o controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo. É a correta utilização e aplicação dos princípios mecânicos que abrangem a estrutura do esqueleto, um completo conhecimento do mecanismo do corpo e uma compreensão total dos princípios de equilíbrio e gravidade, como nos movimentos do corpo durante a ação, no repouso e no sono (PILATES; MILLER, 2010, p.43).
Crowther; Petre (2010) afirmam que o método de Joseph Pilates teve o
seu reconhecimento inicial quando se constatou que nenhum dos internos sob
o seu treinamento havia sido acometido pela epidemia de gripe do vírus
Influenza que dizimou milhares de ingleses em 1918, o que o fez concluir que a
sua técnica auxiliava no fortalecimento do sistema imunológico. Mesmo que na
época ainda não existissem comprovações científicas notou-se nesta
oportunidade que os mesmos realmente tiveram a saúde beneficiada graças
aos treinos e exercícios realizados. Esse acontecimento levou Joseph Pilates a
desenvolver um interesse ainda maior pela criação de exercícios que seriam
utilizados na reabilitação de pessoas doentes ou feridas.
Depois da guerra, Pilates voltou para Alemanha, onde se tornou instrutor da polícia de Hamburgo. Foi nesse país que ele entrou em contato com o mundo da dança e trabalhou ao lado de Rudolf Von Laban, criador do sistema de notação de dança, amplamente usados pelos bailarinos hoje em dia. Ele também treinou muitos bailarinos famosos, cujos programas de treinamento intenso requeriam grande força e agilidade, sem aumento excessivo da musculatura. Em 1926, durante a viagem marítima de emigração da Europa para os Estados Unidos, Pilates conheceu Clara, que iria se tornar sua esposa. Juntos abriram o primeiro estúdio Pilates em Nova York dividindo o espaço com o Balé da Cidade de Nova York (CROWTHER; PETRE, 2010, p.10,11).
51
55
Panelli; Marco (2009) ressaltam que Joseph Pilates afirmava que estava
em torno de cinquenta anos a frente de sua época, pois o seu método provou
sua eficiência ao reabilitar indivíduos que apresentavam diferentes tipos de
lesões e disfunções músculo-esqueléticas, mesmo ainda não havendo a
fisioterapia, fazendo com que a medicina tradicional apresentasse resistência
em relação ao método.
Joseph Pilates era fiel ao que pregava e praticava a risca o seu método,
tornando-se exemplo de saúde, pois, se recuperou totalmente de seus
problemas de saúde vividos na infância.
Aos 87 anos de idade, em consequência de um incêndio em seu estúdio,
Joseph Pilates veio a falecer por inalar uma grande quantidade de gases
tóxicos ao tentar salvar seus equipamentos.
Durante sua vida, Joseph Pilates não quis tornar o seu estúdio uma empresa ou registrar a palavra Pilates como uma marca; também não tentou tornar essa palavra atraente como propriedade comercial. Ajudou alguns de seus alunos a montarem seus estúdios isolados, sem relação comercial com eles. Entretanto a marca Pilates foi registrada pela primeira vez em 1984, nos Estados Unidos, dezesseis anos após o falecimento do seu criador (PANELLI; MARCO, 2009, p.26,27).
Colleen Craig (2005) afirma que o método Pilates com sua vasta órbita
de exercícios potenciais e versáteis que se encaixam em todas as idades e
todos os níveis de aptidão motora, é um programa completo de
condicionamento físico e mental.
Uma mente sã que “habita” um corpo doente (50% de equilíbrio) é como uma casa que tem um bom teto de cobre, mas que foi construída sobre um terreno de areia. Um corpo são que abriga uma mente doente (50% de equilíbrio) é como uma casa com um fundo sólido de pedra, mas com teto de papel. Uma mente sã que ‘’habita’’ um corpo são (100% de equilíbrio) é como uma casa construída com teto de cobre sobre uma sólida estrutura de pedras. Finalmente, uma mente doente que habita um corpo doente (0% de equilíbrio) é como
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uma casa construída com teto de papel sobre um terreno de areia (PILATES; MILLER, 2010, p.75).
2.2 Princípios Básicos do Pilates
De acordo com Panelli; Marco (2009), alguns autores pesquisados por
ela afirmam que os seis princípios são: concentração, centralização, controle,
fluidez, respiração e precisão. Existem autores que consideram o relaxamento
como parte dos princípios básicos, porém, segundo a autora Romana
Kryzanowska, que foi aluna e colega de trabalho do próprio Joseph Pilates,
afirma que o relaxamento não consta como um dos seis princípios básicos,
mas é considerado um fator de grande importância dentro do método Pilates.
O primeiro, o Princípio da Concentração, mostra a importância de
direcionar a atenção para as áreas do corpo que serão trabalhadas durante a
execução do movimento para que assim melhore e aumente a qualidade e
destreza do mesmo. Essa atenção direcionada permite ao indivíduo responda e
trabalhe melhor a musculatura durante o atendimento. O exercício perde cerca
de 50% de sua eficiência se realizado sem a devida concentração. ‘’A maioria
se exercita superficial e mecanicamente, sem concentração mental – uma
grande perda de tempo e esforço. ‘’ (PILATES; MILLER, 2010, p.80)
Para Colleen Craig (2005), esse princípio se resume na concentração da
mente no que o corpo está fazendo.
‘’Concentre-se nos movimentos corretos cada vez que executar os
exercícios, para que você não os faça de maneira inapropriada e perca todos
os seus benefícios.’’ (PILATES; MILLER, 2010, p.127)
O segundo, o Princípio da Centralização, de acordo com Gallagher,
Kryzanowska (apud PANELLI, MARCO, 2009 p.35) foi denominado por Joseph
Pilates como Powerhouse ou Centro de Força, que compreende uma região de
grupos musculares específicos do corpo que formam a estrutura de suporte
entre a cintura escapular e pélvica. O método Pilates concentra-se através de
seus exercícios em fortalecer este centro, o que levará a uma estabilidade do
tronco proporcionando uma melhora postural e cooperando na prevenção das
dores e outros males.
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Joseph Pilates classificou a área abdominal, a área entre as costelas inferiores e a pélvis como o centro de força do corpo. Considerou seu ‘’cinturão de alongamento’’ como um centro físico, gravitacional, espiritual e mental. Um dos princípios fundamentais do aclamado método Pilates de condicionamento é que o centro de força é o foco de todo movimento. Quanto mais forte é seu centro de força, mais poderoso e eficiente será o movimento. Além disso, quando os músculos abdominais são fortes, eles mantêm a coluna adequadamente alinhada, suportam e distribuem o estresse localizado nela (COLLEEN CRAIG, 2005, p.44).
Colleen Craig (2005) relata que para construir o centro de força existem
três músculos abdominais que trabalham com os músculos pequenos da
coluna do grupo do eretor da espinha. O reto do abdome, músculo responsável
pela flexão de tronco, associado a outros músculos abdominais desempenham
o papel postural. Os músculos do grupo estabilizador da coluna lombar são os
mais profundos como os transversos do abdômen. Os músculos oblíquos
internos e externos são denominados cinturões naturais do corpo pela maneira
como o contornam, e possuem a função de flexão lateral e rotação da coluna.
‘’O treinamento básico com os exercícios de Pilates requerem suporte e
controle do tronco em conjunto com movimentos dinâmicos das extremidades.
Centralização e equilíbrio estão sempre envolvidos’’ (HALL apud PANELLI,
MARCO, 2009, p.35).
O terceiro o Princípio do Controle, segundo Colleen Craig (2005) é o
aprimoramento da coordenação entre o corpo e a mente para garantir que os
movimentos não sejam malfeitos ou banais.
A contrologia é a coordenação completa do corpo, da mente e do espírito. Por meio dela, você adquire primeiro o controle total de seu próprio corpo e depois, com repetições apropriadas dos exercícios, adquire gradual e progressivamente um ritmo natural e a coordenação associada às atividades do subconsciente. (PILATES; MILLER, 2010, p.121)
Winsor, Laska (apud PANELLI, MARCO, 2009, p.40) relatam que o
controle é necessário, pois, sem ele há a execução de movimentos desleixados
e acidentais que levam a maior ocorrência de lesões. É de suma importância a
aquisição desse controle em cada aspecto do movimento, o controle é a chave
essencial para que haja qualidade, sendo possível executar os exercícios
propostos de forma graciosa e fluente.
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58
‘’Movimento e atividade sem controle levam a um conjunto de exercícios
contraproducentes, sem objetivo [...] É por isso que eles frequentemente fazem
que as pessoas se machuquem.’’ (GALLAGHER; KRYZANOWSKA apud
PANELLI; MARCO, 2009, p.40)
O quarto, o Princípio da Fluidez, esclarecem Friedman, Eisen (apud
PANELLI, MARCO, 2009, p.36,37) que é a movimentação que parte de um
centro fortalecido para as extremidades sem movimentos rígidos de forma que
não sejam realizados de maneira muito rápida nem muito lenta, mas
apresentando suavidade e controle. Os exercícios quando realizados de forma
apressada e sem controle levam ao aumento das chances para o surgimento
de lesões.
Cada exercício prepara o corpo para o próximo, ao finalizar um
movimento o seguinte já deve ser iniciado, não há movimentos estáticos e
isolados, por não corresponder a maneira natural do ser humano de
movimentação, mas os exercícios e movimentos devem ser fluidos, como se o
praticante estivesse valsando.
Os músculos normais deveriam funcionar naturalmente e da mesma maneira que os músculos dos animais. Na próxima oportunidade, preste atenção em um gato abrindo preguiçosamente os olhos, olhando lentamente ao seu redor e gradualmente se preparando para levantar depois de um cochilo. Primeiro, ele pouco a pouco levanta seus membros posteriores e depois volta a abaixá-los, ao mesmo tempo que se espreguiça no chão, aproveitando para esticar suas patas anteriores com suas garras e pernas estendidas. Observe atentamente como todos os músculos das costas ficam ondulados quando ele se estica e relaxa. Os gatos, assim como outros animais, adquirem esse ritmo ideal de movimento porque estão sempre se alongando e relaxando, afiando suas garras, retorcendo-se, curvando-se, virando, escalando, lutando e brigando (PILATES; MILLER 2010, p.129).
O quinto, o Princípio da Respiração para Crowther; Petre (2010), apesar
de respirarmos automaticamente, nem sempre o fazemos de maneira correta,
pois, na maioria das vezes utilizamos apenas uma pequena parte da
capacidade respiratória.
Quando respiramos bem, criamos ótimas condições para a saúde e sentimos sua influência positiva em todos os aspectos de nossas
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59
vidas. De acordo com o que Joseph Pilates descobriu, frequentemente estamos respirando errado e usando apenas uma fração da capacidade do pulmão (COLLEEN CRAIG, 2005, p.19).
Colleen Craig (2005) constatou que atualmente devido ao estresse
extremo, a respiração das pessoas tem sido de forma rápida e superficial, ou
seja, o estresse tem gerado uma hiperventilação. Esse tipo de respiração leva
a uma tensão que se acumula na parte superior do corpo, no pescoço, nos
músculos faciais e do maxilar e entre a escápula. Foi constatada a relação
entre a respiração incorreta com palpitações e dores no peito em um grande
número de alunos praticantes do método, levando a conclusão de que há a
vinculação entre as características de quem respira incorretamente e o risco de
doença coronariana.
O verdadeiro controle do coração é resultado de uma respiração correta, que, simultaneamente, reduz a pressão do coração, purifica o sangue e desenvolve os pulmões. Para respirar corretamente, você deve inspirar e expirar completamente, sempre procurando ‘’espremer’’ bem forte todos os átomos de ar impuro dos pulmões, da mesma maneira que torceria cada gota de água de um pano molhado. Quando você ficar em pé e ereto novamente, os pulmões automaticamente se encherão de ar fresco, Isso preenche a corrente sanguínea com a vitalidade do oxigênio necessário a vida (PILATES; MILLER, 2010, p.125).
Pilates; Miller (2010) afirmam que a completa inspiração e expiração de
ar apresentam o benefício de estimular todos os músculos a uma atividade
muito maior, pois o corpo está sendo recarregado abundantemente de oxigênio
puro.
‘’Não se sabe como a respiração diafragmática de Pilates afeta doenças
como asma e enfizema, contudo, após uma aula de Pilates, alguns alunos que
respiravam com dificuldade, tiveram uma grande melhora’’ (COLLEEN CRAIG,
2005, p.19).
Segundo Colleen Craig (2005), os padrões de respiração no Pilates são
uma terapia, pois, o que se quer é diminuir o ritmo da respiração aumentando a
sua profundidade e unindo a respiração ao movimento. A respiração deve ser a
mais completa possível. Essa respiração ajuda no relaxamento muscular,
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60
aliviando as tensões causadas nos mesmos, utiliza a mente e por fim impede o
indivíduo de prender a respiração durante a execução do movimento.
Na respiração, o diafragma trabalha como uma bomba de ar. Na
inspiração movimenta-se de cima para baixo e se contrai, já na expiração a
cúpula se levanta e o diafragma relaxa liberando o ar utilizado. Além de se
mover para cima e para baixo o diafragma também aumenta visivelmente o seu
volume na respiração. No método Pilates, a respiração será levada para a
região inferior da caixa torácica e não para o peito ou abdome, recebendo o
nome de respiração torácica.
Chamada de torácica, essa respiração utiliza toda a capacidade dos músculos respiratórios - o torácico e o intercostal (caixa torácica) -, os músculos da coluna, o transversal do abdome e os músculos oblíquos que contraem a área abdominal, pensando em expandir a caixa torácica para frente, para trás e para os lados. Quando fazemos a respiração tridimensional, não queremos restringir o ‘’balão’’ natural do abdome (COLLEEN CRAIG, 2005, p.20).
Para Pilates; Miller (2010) respirar é o primeiro e o ultimo ato da vida,
não podemos viver sem respirar, a nossa vida depende disso, e considera
tragicamente deplorável os milhões de pessoas que nunca aprenderam a
respirar corretamente.
‘’Antes de obter qualquer benefício resultante dos exercícios físicos, a
pessoa necessita aprender a respirar corretamente’’ (PILATES; MILLER, 2010,
p.80).
O sexto, o Princípio da Precisão para Colleen Craig (2005) é treinar a
musculatura para realizar os movimentos com precisão e moderação para que
se chegue à exatidão. O que não se quer são movimentos e força
desnecessários, é importante que se evite a sobrecarga muscular. Poucos
movimentos controlados, precisos e corretos são mais eficientes do que muitos
movimentos realizados de qualquer maneira.
2.3 A Coluna Neutra e Postura no Pilates
Segundo Colleen Craig (2005), o Pilates tem como objetivo preservar as
curvaturas naturais e fisiológicas da coluna vertebral e não eliminar a
concavidade ou criar uma convexidade exagerada na coluna lombar, torácica
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61
ou cervical. É importante que se mantenha uma posição neutra da pélvis sem
inclinar ou comprimir a mesma mantendo o osso púbico e os dois ossos ilíacos
no mesmo plano, o que levará a estabilização da coluna deixando os discos
intervertebrais numa posição segura e não comprimidos.
Os músculos abdominais profundos são cruciais para a técnica Pilates. Além de controlar a postura, são grandes estabilizadores das costas. Talvez o mais importante dos músculos abdominais seja o transverso, uma bainha de músculos que circunda os órgãos internos. Os abdominais profundos não devem ser confundidos com os superficiais, como o reto abdominal e o oblíquo externo, que controlam a rotação e a flexibilidade do dorso. Os músculos superficiais não podem fazer o trabalho dos profundos, pois não conseguem controlar a postura nem manter a contração por períodos prolongados (CROWTHER; PETRE, 2010, p.32).
Pilates; Miller (2010) afirmavam que em torno de 95% da população da
época em que viveu Joseph Pilates já sofriam de vários graus de curvatura na
coluna e também outras doenças mais sérias devido a má postura das
mesmas. Já observava milhares de pessoas com ombros arredondados e
curvados e abdômen saliente.
A postura errada provoca maior desgaste das vértebras, dos discos e das articulações, pois elas estão incongruentes, gastando mais rapidamente a cartilagem articular nos pontos de maior pressão. As estruturas posteriores estão sendo alongadas e as anteriores comprimidas. Em função disso, ocorrem distensões nos ligamentos e desequilíbrio muscular (MARITZA KLEIN STEFFENHAGEN, 2011, p.31).
Segundo Pilates; Miller (2010), a Contrologia que hoje recebe o nome de
método Pilates atua no desenvolvimento uniforme do corpo e na correção
dessa má postura.
‘’Vale dizer que os hábitos incorretos são responsáveis pela maior parte
das nossas doenças - se não por todas elas.’’ (PILATES; MILLER, 2010, p.44)
Collen Craig (2005) diz que a postura correta será encontrada quando as
três curvas naturais da coluna são preservadas e a pelve mantida neutra. Os
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ossos anteriores – o osso púbico e a parte anterior dos ilíacos- precisam estar
num mesmo plano preservando a curvatura natural da região lombar.
‘’O método Pilates, contudo é conhecido por ser altamente eficaz no
realinhamento do corpo e na correção de fraquezas posturais, focalizando os
pequenos músculos posturais dos dois lados da coluna’’ (COLLEN CRAIG,
2005, pg.30).
2.4 Método Mat Pilates
Mat Pilates, de acordo com Panelli, Marco (2009), são exercícios de solo
que servem de base e complemento para que o indivíduo possa realizar os
exercícios nos aparelhos, focalizando a busca por um centro fortalecido através
do trabalho de fortalecimento da musculatura da região abdominal.
2.5 Equipamentos utilizados no método Pilates
Panelli; Marco (2009) descrevem os equipamentos como auxiliadores na
execução dos exercícios de solo, restabelecem as principais fraquezas dos
alunos, auxiliam na correção de compensações da coluna vertebral que as más
posturas estabelecem no dia a dia, contribuem para o ganho de mobilidade
entre os segmentos vertebrais, melhora das restrições de movimentos, rigidez,
encurtamento muscular, melhoram a dissipação de tensões criadas em
determinadas regiões do corpo. São considerados muito criativos e originais
apesar de possuírem uma aparência arcaica e alguns possuem nomes que
surpreendem como Guilhotina e Cadeira elétrica, mas foram assim
denominados por terem sido criados durante a Primeira Guerra Mundial e
terem servido de inspiração para a criação dos equipamentos.
Os equipamentos foram projetados visando trazer diversos benefícios
para os alunos, podendo ser utilizados em variados tipos de condições físicas
desde leitos hospitalares até em campos esportivos, o que leva a conclusão e a
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63
certeza de que os princípios de Joseph Pilates podem ser utilizados durante a
reabilitação, pós-reabilitação e condicionamento do corpo de maneira
extremamente benéfica. De acordo com os autores, a relação de equipamentos
utilizados no método Pilates, é:
a) O Cadillac: Quando Joseph Pilates estava recluso trabalhando como
enfermeiro na 1ª Guerra Mundial, adaptou as camas do hospital como
um equipamento composto por molas, alças e outros acessórios. O
nome Cadillac foi devido ao carro mais requintado da época, pois, a
intenção de Joseph Pilates era dar um nome que relacionasse o seu
equipamento com algo de grande valor. Há mais de oitenta exercícios
que podem ser realizados no Cadillac, por ser um aparelho muito versátil
e foi desenvolvido para corrigir as necessidades individuais, estimular
mudanças em desequilíbrios específicos de cada pessoa, favorece o
ganho de força, estabilidade, mobilidade articular, flexibilidade focando
sempre o desenvolvimento do centro de força;
b) O Reformer Universal: Foi criado como um carro que corre sobre uma
plataforma de alumínio ou madeira, possui alças, molas, tiras de couro e
outros acessórios. A resistência das molas pode ser alterada afetando a
execução do exercício alterando a função dos mesmos, facilitando ou
dificultando sua realização, pois, cada movimento possui um número de
molas adequado. Existem mais de cem exercícios que podem ser
realizados no Reformer, estimulando o maior número de grupos
musculares simultaneamente. Esse equipamento também foi criado para
que o aluno utilize o centro de força de modo a promover o
fortalecimento e alongamento axial, utilizando a força e o peso do seu
próprio corpo contra a resistência das molas levando ao ganho de
equilíbrio, coordenação e centralização;
c) As cadeiras (Chair): Também conhecidas como High Chair ou Eletric
Chair, Wunda Chair ou Low Chair e Arm Chair ou Baby Chair, oferecem
diversas possibilidades e tem ampla atuação na reabilitação, pois,
Joseph Pilates por ter tido uma saúde debilitada na infância criou o
equipamento na intenção de fazer com que pessoas que apresentassem
limitações pudessem realizar os exercícios. O Equipamento possui
pedais que se movimenta a partir da resistência de duas molas fixadas
60
64
na parte posterior. O número de molas é alterado de acordo com o tipo e
intensidade do exercício e o nível do aluno. Possui variadas funções
dentre elas o fortalecimento, flexibilidade muscular, controle de
equilíbrio, foca o bom alinhamento do corpo (sendo usado em casos de
alteração da simetria corporal), reabilitação de lesões nas articulações e
desenvolve a musculatura para que o aluno consiga efetuar exercícios
em outros equipamentos;
d) Os Barris: Também conhecidos como Ladder Barrel ou Large Barrel,
Spine Corrector e Small Barrel, recebem esses nomes pois, Joseph
Pilates os criou a partir da observação de barris de cerveja, esses
equipamentos apresentarem diversos tamanhos pois seu criador se
preocupava com as diversidades de estatura e estrutura físicas de cada
um permitindo assim que todos pudessem realizar os movimentos
propostos. Os exercícios nos barris atuam no alongamento axial e
consequente descompressão discal, corrige maus hábitos posturais,
equilibra os grupos musculares do tronco, agem na musculatura anterior
do tronco, atuam na articulação do quadril, no alongamento dos
mm.flexores do quadril e mm.extensores da região lombar, massageia a
coluna e estimula a força e flexibilidade na musculatura dos membros
inferiores. A ativação do centro de força na realização dos exercícios é
de suma importância para que haja uma boa estabilidade e equilíbrio
dos grupos musculares;
e) Wall Unit ou Tower: Foi desenvolvido para ambientes de espaço
reduzido e teto baixo. É uma adaptação do Cadillac, contendo os
mesmos acessórios;
f) Guillotine: Os exercícios realizados neste equipamento são os
mesmos realizados no Cadillac, e outros tipos também podem ser
executados, é considerado um aparelho muito versátil;
g) Ped-o-pull: Foi desenvolvido por Joseph Pilates para auxiliar um
cantor de ópera de sua época a respirar com mais eficiência. Possui
uma barra de ferro que representa a coluna vertebral que incentiva o
aluno a manter um bom alinhamento e buscar a correção dos maus
hábitos posturais. Foi criado de maneira instável para que o aluno realize
os exercícios ativando o seu centro de força para gerar estabilidade.
61
65
Possui molas e alças que oferecem tensão de forma que seja possível
alongar e estabilizar a coluna e o centro de força;
h) Acessórios: Magic Circle: O aço ao redor dos barris de cerveja serviu
de inspiração para a criação do Magic Circle. Este acessório pode ser
utilizado para realizar exercícios em diversas partes do corpo;
i) Acessórios: Neck Stretcher: Acessório que pode ser fixado a
equipamentos como Cadillac ou Guilhotina e foi desenvolvido visando o
fortalecimento da musculatura cervical e pode ser utilizados em grupos
de pilotos de corrida para o estímulo muscular e em pessoas com
limitações físicas, pois podem realizar os exercícios deitadas ou
sentadas;
j) Acessórios: Foot Corrector: Joseph Pilates se preocupava com a
maneira com que seus alunos pisavam, caminhavam. Se preocupava
com a base, com o peso bem distribuído para que os membros
inferiores, a pelve e toda a parte superior do tronco pudessem ter um
alinhamento melhor e um bom equilíbrio muscular, por isso criou esse
acessório que visa fortalecer, equilibrar e alongar a musculatura dos pés
para que haja um suporte adequado para correr, sentar e andar;
k) Acessórios: Toe Exerciser: Utilizado para o fortalecimento e aumento
da amplitude articular dos dedos das mãos e dos pés. Esse acessório é
muito eficiente para pessoas que tem alterações como a joanete;
l) Acessórios: Push Up Device: Utilizado para realizar exercícios de
flexão de antebraço em diversas posições podendo até, em níveis
avançados, realizar séries equilibrando o próprio corpo sobre as mãos
apoiadas sobre ele;
m) Acessórios: Airplane Board: Utilizado para a realização do exercício
denominado airplane no nível elevado de dificuldade. É um acessório do
Cadillac;
n) Acessórios: Sand Bag: Acessório que permite a realização de
exercícios em casa por apresentar grande praticidade sendo ele
constituído por um saco de areia de um quilo e trezentos gramas,
amarrado por um barbante e um bastão de madeira. Visa o alinhamento
da cintura escapular, e fortalecimento dos membros superiores, mais
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66
precisamente da região radiocarpal, utilizado como tratamento para a
reabilitação ou prevenção de tendinites nessa região e;
o) Acessórios: Weights (halteres): São utilizados no método Pilates em
alguns exercícios de séries específicas, e no método possuem em média
1 a 1 ¹/² quilograma.
2.6 Níveis: Básico, Intermediário, Avançado e Super avançado.
Panelli; Marco (2009) relatam que de acordo com as linhas que seguem
o modelo clássico do Método Pilates, dividem-se em quatro níveis todos
visando essencialmente desenvolver o powerhouse (centro de força), mas
também atuam sobre a melhora da flexibilidade, do controle, do alinhamento,
da resistência, da coordenação e fortalecimento global do corpo. Os alunos não
deverão iniciar exercícios de outro nível sem que tenham dominado
completamente o anterior, pois se houver imprecisão na execução do
movimento corre-se um grande risco do surgimento de lesões.
O nível Básico é descrito como aquele que é considerado o mais
importante pelo fato de que ajudará o praticante a aprender os princípios
fundamentais e realizar os exercícios dos próximos níveis com máxima
precisão. Esse nível tem o intuito de fortalecer a face anterior e posterior
utilizando exercícios abdominais para o fortalecimento do centro de força, que
é o local em que a força para os movimentos deve ser acionada e normalmente
há grande fraqueza muscular nessa região.
No nível Intermediário, o aluno já apresenta o controle do tronco e
apresenta um centro de força mais desenvolvido, sendo inseridos então no
programa da aula exercícios em decúbito ventral, exercícios mais complexos,
rápidos, exigindo um controle maior do equilíbrio corporal.
O nível Avançado é para aqueles alunos que já apresentam um bom
nível de força, equilíbrio, flexibilidade e coordenação e são capazes de realizar
os novos exercícios propostos por esse nível.
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67
O nível Super Avançado ou Super Star é aplicado geralmente em
bailarinos e atletas de alto nível por ser um programa diferenciado que
requerem um bom padrão de fortalecimento, flexibilidade, equilíbrio e
coordenação para que obtenham um melhor desempenho em suas principais
atividades.
2.7 Exercícios gerais específicos para Lombalgia
De acordo com Pilates; Miller (2010), todos os programas de exercícios
que irão ser realizados, deverão ter passado por consulta e liberação médica
para que os mesmos sejam executados com segurança.
O impacto geral dos exercícios de Joseph Pilates pode ser extraordinariamente benéfico para qualquer um que sofra de uma variedade de fraquezas físicas. No entanto, os exercícios são mais eficazes quando apresentados aos iniciantes por um treinador que tenha estudado as instruções das técnicas de solo e também os aspectos psicológicos e biomecânicos fundamentais do corpo, que são tão analiticamente coordenados com os exercícios de Joseph Pilates (PILATES; MILLER, 2010, p. 113).
Panelli; Marco (2009) afirmam que o professor que irá aplicar o Método
Pilates deve dispor de um excelente conhecimento de anatomia, cinesiologia e
biomecânica para que o mesmo seja aplicado corretamente e para que sejam
fornecidas as bases teóricas necessárias.
Como o Método Pilates atua na reabilitação, há variações específicas nos exercícios para cada tipo e local de lesão. Desta forma, são feitas adaptações de alguns exercícios, para que os alunos que vierem a
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apresentar algum tipo de lesão possam praticá-los sem afetar a região dolorosa, visando a auxiliar na recuperação (PANELLI; MARCO, 2009, p.46).
Ainda de acordo com Panelli; Marco (2009) aqueles alunos que
apresentam força abdominal insuficiente ou relatam dores na coluna vertebral
devem manter as pernas próximas em um ângulo de 90 graus em relação ao
solo se o exercício puder ser realizado dessa forma.
Desenvolver a reabilitação por meio do pilates não é simplesmente realizar alguns exercícios; é, sim, reeducar o corpo em todos os aspectos, uma vez que trabalha o músculo transverso do abdome, um dos principais responsáveis por estabilizar a coluna lombar além de liberar as articulações (MICHIELETTO, 2011, p.126).
O primeiro exercício descrito por Alessandra Truzzi (2011) é
denominado Gancho e segundo a mesma é realizado em decúbito dorsal no
met, com os joelhos flexionados e os pés apoiados. As mãos estarão em
posições diferentes, estando a direita posicionada atrás da cabeça e a
esquerda sobre as costelas. Mantendo a pelve neutra, é necessário que o
centro de força seja acionado e então elevar a cabeça realizando um
abdominal. Nível: Básico. Objetivo: Controle do centro de força.
Descanso do Corpo: Em decúbito ventral sobre a bola suíça, com pernas e pés no chão para os lados. Enquanto realiza o exercício, mantenha os braços sobre a bola, levemente apoiados no chão. Com movimentos curtos e lentos, role sobre a bola. Coloque as mãos no chão e mantenha-as afastadas. Os polegares dos dedos devem estar no chão. Respire fundo e sinta o corpo relaxar. Volte expirando devagar. Nível: Iniciante. Objetivo: Relaxar o corpo e a mente. Deixar a gravidade alongar naturalmente o pescoço e a coluna (MICHIELETTO, 2011, p.128).
Amanda Manzini Mota (2011) descreve o exercício Ponte como sendo
aquele realizado em decúbito dorsal, braços ao longo do corpo e apoiados no
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chão e quadris flexionados. A coluna deve se manter neutra nesse momento. O
aluno deve inspirar para antes de realizar o exercício e expirando articular a
coluna em flexão até a extensão dos quadris. No alto o aluno deve inspirar
novamente e, expirando, articular a coluna de volta para o solo, recolocando
uma vértebra por vez de forma lenta e controlada. O exercício tem como
objetivo o fortalecimento de paravertebrais e glúteos. Para realizar o exercício o
aluno pode estar no nível iniciante.
Alongando a Lombar: Deite de costas no chão na postura do Gancho. Relaxe os ombros. Traga os joelhos de encontro ao peito, abrace-os firmemente e mantenha a postura por 20 segundos. Isso alongará os músculos da região lombar. Volte à postura do Gancho. Abrace os joelhos de encontro ao peito e eleve a cabeça, levando o nariz em direção aos joelhos. Relaxe e repita quatro vezes o movimento (CROWTHER; PETRE; 2010, p.79).
Segundo Crowther; Petre (2010) e exercício Sereia é realizado deitando
sobre a lateral direita das coxas, onde o corpo e os joelhos estarão dobrados O
posicionamento de membros superiores será com a mão esquerda sobre o
quadril e o antebraço direito servindo de apoio para o tronco. Para iniciar é
necessário que o paciente realize a inspiração e faça a ativação do centro de
força. Ao realizar a expiração é necessário concentração para que a coluna e o
pescoço se endireitem como se houvesse uma linha do sacro até o topo da
cabeça que puxasse o corpo. Mantenha o corpo apoiado no antebraço e na
coxa. Depois de realizar o número de repetições proposto pelo professor desse
lado realizar o mesmo do outro lado. Pode ser feita uma variação desse
exercício partindo da posição inicial. Inspirar para iniciar o exercício e ao
expirar, realizar o mesmo procedimento de endireitar a coluna e mas dessa vez
elevando os quadris, o corpo terá como apoio o antebraço e os joelhos.
Mantenha ombros abertos e pescoço alongado. Realize o número de
repetições proposto pelo professor e mude de lado. Outra variação poderá ser
feita nesse exercício ao deitar sobre o lado direito mantendo as pernas
alongadas e alinhadas. O tornozelo esquerdo será cruzado na frente do direito.
Inspire e ative o centro de força. Ao expirar o corpo deve ser elevado do chão,
tendo como apoio o antebraço e os pés. O objetivo é alongar todo o corpo,
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formando uma linha reta dos pés, passando pela pélvis e pela coluna até o
topo da cabeça. Realizar o número de repetições proposto pelo professor e
realizar o mesmo do outro lado. Objetivo: Esse exercício alonga a coluna,
trabalha o Quadrado Lombar e os músculos abdominais oblíquos. O Quadrado
Lombar é importante para a manutenção de uma lombar forte e saudável,
ajudando também a estabilizar as costas. O fortalecimento do Quadrado
Lombar ajuda a aliviar as dores na lombar, tanto as causadas pelo
desalinhamento das vértebras lombares quanto por problemas de disco.
Quadrúpede (Cat): Em posição de seis apoios (quadrúpide). Mãos embaixo dos ombros, joelhos sob os quadris, pés paralelos e afastados na largura dos quadris. Coluna neutra. Inspire para preparar. Expire e articule a coluna em flexão (postura de gato). Inspire e expirando articule a coluna de volta para o neutro. Nível: Iniciante. Objetivo: Mobilização da coluna (MOTA, 2011, p.110).
De acordo com Alessandra Truzzi (2011) o exercício Cem (The
Hundred) é realizado com o paciente deitado em decúbito dorsal e braços
estendidos ao longo do tronco, quadris e joelhos a 90 graus. Elevar a cabeça e
escápulas com a força dos abdominais e estender os joelhos simultaneamente.
Mantendo a pelve neutra, bombeie os braços ritmando com a respiração cinco
tempos inspirando e cinco tempos expirando até completar a contagem de
Cem. O exercício tem como objetivo o controle e fortalecimento do centro de
força e coordenação dos movimentos, e pode ser realizado no nível básico.
Quadrúpede com Dissociação de Membros Inferiores e Superiores (Cat) – Em posição de seis apoios (quadrúpede). Mãos em baixo dos ombros e joelhos em baixo dos quadris, pés paralelos e afastados na largura dos quadris. Manter a coluna neutra. Inspire para preparar. Expire elevando o braço direito na altura do ombro e a perna esquerda na largura do quadril. Inverta a posição das pernas e dos braços posteriormente. Nível: Intermediário. Objetivo: Alongamento da coluna, fortalecimento de peitoral maior, tríceps braquial, ancôneo, deltoide anterior, glúteo máximo, bíceps femoral, semitendinoso, semimembranoso e paravertebrais (MOTA, 2011, p.111).
Colleen Craig (2005) descreve o exercício abdominal completo com bola
suíça (Caracol) quando o paciente deita em decúbito dorsal com os joelhos
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flexionados, mantendo os pés apoiados no chão e mantendo a distância entre
eles na largura do quadril. A bola deverá ser colocada sobre a caixa torácica do
paciente e o mesmo deverá segurá-la com as duas mãos. O paciente deve
inspirar e abaixar o queixo em direção ao peito e expirando e levantar a cabeça
e flexionar o tronco rolando a bola pelo quadríceps de ambos os membros.
Inspirar novamente e segurar, sempre olhando para as coxas e não para o teto.
Expirar e rolar de volta a bola, apoiando a cabeça no met. Realizar o
movimento devagar e controladamente. O exercício tem como objetivo o
reforço da musculatura abdominal, ensina o paciente a levantar a cabeça com
segurança sem usar as mãos e alivia as dores lombares.
Single Leg Stretch: Deitado em decúbito dorsal, cabeça no alto, quadris e joelho direito flexionado e esquerdo estendido, ambos sustentados no ar; mão esquerda no joelho direito e mão direita no tornozelo direito. Mantendo a pelve neutra, alterne a posição das pernas e dos braços. Inspire segurando a perna direita e expire segurando a esquerda. Nível: básico. Objetivo: fortalecimento do centro de força, controle corporal e dissociação coxofemoral (TRUZZI, 2011, p.143).
O exercício Abdominal curto com bola suíça, para Colleen Craig (2005) é
executado deitando em decúbito dorsal com a bola embaixo dos joelhos
mantendo-os alinhados com os quadris. As mãos devem ser posicionadas
atrás da cabeça mantendo os cotovelos abertos. Inspirar e abaixar o queixo
para o peito sem tirar a cabeça do met. Expirar e levantar a cabeça,
flexionando o tronco. Inspire e segure, olhe para a sua coxa e não para o teto.
Expire e coloque a cabeça no colchonete. Faça devagar e controladamente.
Objetivo: Reforçar os músculos abdominais. Aprender a levantar a cabeça do
colchonete. Ajuda a aliviar as dores lombares.
Criss Cross (Cruzado): Deitado em decúbito dorsal, tronco e joelhos flexionados, braços esticados e parelelos na altura dos joelhos segurando o Thera Band. Expire e estenda a perna esquerda enquanto gira o tronco para a direita em direção ao joelho flexionado. Inspire mantendo o tronco flexionado enquanto volta para o centro. Expire e repita com a outra perna. Nível: Iniciante. Objetivo: Fortalecer transverso abdominal e oblíquos (VIANA SILVA, 2011, p.46).
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Como relata Colleen Craig (2005), no exercício Alongando ambas as
pernas com bola suíça (Double Leg Stretch) o paciente puxa as pernas em
direção ao tórax, segurando a bola acima dos joelhos ou tornozelos e estenda
a nuca. Inspire e mantenha os membros superiores e inferiores estendidos,
colocando os braços acima da cabeça. As pernas devem estar a 45 graus ou
mais de distancia do met. Expire e leve a bola até os tornozelos. Inspire e
alongue os braços e as pernas. Expire e traga a bola de volta. O exercício tem
como objetivo o fortalecimento dos músculos abdominais e estimulando
também a coordenação motora. É importante que o paciente coordene a
respiração com o movimento.
Spine Strech (Alongamento de Coluna) no Cadillac: Sentado de frente para a barra torre, joelhos estendidos, pés encostados nas barras verticais, mãos em prono na barra torre direcionando-as para o alto (flexão de ombros). Coluna neutra. Faça a depressão dos ombros inclinando o tronco para trás. Articule a coluna começando pela cervical, simultaneamente à passagem da barra torre pela frente do corpo em direção aos pés até o ponto de maior flexibilidade. Retorne pelo mesmo caminho organizando a coluna da lombar para a cervical. Nível: Intermediário. Objetivo: Alongamento da musculatura dorsal e internos da coxa (adutores), e mobilidade da coluna vertebral (FERREIRA, 2011, p.151).
O Alongamento da Coluna (Spine Stretch) é descrito por Amanda
Manzini Mota (2011) estando o paciente sentado sobre os ísquios, com as
pernas estendidas e abduzidas, mantendo a coluna neutra e braços estendidos
a frente do corpo. Inspirar colocando as mãos no chão em frente a pelve e
expirar flexionando o tronco e levando a cabeça para frente. Inspirar
novamente e na expiração iniciar o rolamento para cima até chegar a posição
inicial O exercício tem como objetivo o alongamento da cadeia posterior
somado a mobilização da coluna vertebral e pode ser realizado por pacientes
do nível iniciante.
Roll Over na Meia-Lua: Deitado com os ombros no chão e a coluna lombar apoiada na meia-lua. Pernas formando um ângulo de 90 graus em relação ao tronco, braços apoiados na meia lua. Inspire. Expirando, traga as pernas lentamente em direção à cabeça. Inspire. Expirando desenrole a coluna lentamente até a posição inicial. Nível:
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Intermediário. Objetivo: Fortalecer o reto abdominal, oblíquo externo, reto femoral e tensor da fáscia lata. Mobilizar coluna ( MICHIELETTO, 2011, p.129).
Segundo Letícia Soderini Ferracciu (2011) o exercício Roll Up inicia-se
com o paciente deitado em decúbito dorsal, braços estendidos ao lado da
cabeça, porém evitar tocar o solo com os braços para que não ocorra uma
hiperlordose na região lombar. Inspire para preparar. Ao expirar eleve a cabeça
e em seguida os ombros, arredondando a coluna em flexão. Subindo um
abdominal completo até as mãos alcançarem os pés. Esse exercício tem como
objetivo fortalecer a região abdominal, alongamento da cadeia posterior e
mobilização da coluna vertebral. Esse exercício faz parte da série de exercícios
do nível intermediário.
Avião (Airplane): Em decúbito dorsal no cadillac, barra de exercícios sob os joelhos fletidos. Leve os joelhos para trás e para cima afastando as costas do estofado. Retorne lentamente a posição inicial. Nível: Intermediário. Objetivo: Ativação do power house, fortalecimento de abdome, paravertebrais e mobilização da coluna (MEDINA, 2011, p.146).
Na Postura de Reverência de acordo com Crowther; Petre (2010) é
necessário que o paciente ajoelhe-se no chão, com joelhos e tornozelos juntos.
Em seguida é necessário sentar-se sobre os calcanhares e descer o tronco
sobre as coxas, alongando os braços a frente. Relaxar e manter a postura.
Esse exercício tem como objetivo o alongamento principalmente das regiões
torácica e lombar aliviando a tensão e a dor muscular crônica.
Remada de frente (Rowing Front): Sentado no Reformer, pernas estendidas, coluna ereta, segurando as alças de mãos, mantendo cotovelos a 90 graus. Desenrole a coluna como se fosse deitar mantendo a angulação dos cotovelos. Retorne lentamente a posição inicial. Nível: Intermediário. Objetivo: ativação do power house, fortalecimento de paravertebrais, bíceps, abdome e mobilização da coluna ( MEDINA, 2011, p.148) .
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74
CAPÍTULO III
A PESQUISA
3 INTRODUÇÃO
Para demonstrar os benefícios da aplicação do Método Pilates em
indivíduos portadores de Lombalgia, foi realizada pesquisa no Studio de Pilates
Forma e Equilíbrio, localizado na Rua Antonio Teixeira da Silva, nº60, na
cidade de Lins, São Paulo, com início em fevereiro de 2012 e término em
outubro.
Foram utilizados os seguintes métodos:
Foi realizado estudo de caso no Studio Pilates Forma e Equilíbrio, com
quatro pacientes que sofriam de lombalgia através da aplicação de
questionários como Qualidade de Vida SF-36 e o Questionário Oswestry para
avaliação da dor lombar.
Foram observados, acompanhados e analisados os procedimentos
aplicados através do Método Pilates para a melhora do quadro álgico na região
lombar.
Técnicas
Roteiro de estudo de caso (Apêndice A)
Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B)
Roteiro de Entrevista Fisioterapeuta (Apêndice C)
Roteiro de Entrevista Educadora Física (Apêndice D)
Questionário Oswestry para Avaliação da Dor Lombar (Anexo A)
Questionário de Qualidade de Vida SF-36 (Anexo B)
3.1 Relato e Discussão dos procedimentos do Método Pilates em mulheres
com lombalgia
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Atualmente, a população busca muitas formas para a melhora da
qualidade de vida. Cada indivíduo apresenta suas preferências e procura
atividades que trabalhem o corpo de uma forma global e interessante. Nota-se
um grande aumento no número de técnicas disponíveis para esses objetivos e
entre elas está a moderna e discutida técnica Pilates (SACCO et al., 2005).
O presente estudo procurou demonstrar a importância da intervenção
utilizando o Método Pilates em pacientes portadoras de Lombalgia
influenciando também a Qualidade de vida das mesmas.
Reis (apud SILVA W. D. S., et al 2003, p.1) relata que nos dias atuais, a
lombalgia tem sido considerada um sério problema na saúde pública, pois afeta
grande parte das pessoas economicamente ativas, incapacitando-as
temporária e até mesmo definitivamente para as atividades físicas e
profissionais.
O método Pilates, desenvolvido por Joseph Pilates tem como base um
conceito denominado de contrologia, a qual é o controle consciente de todos os
movimentos musculares do corpo (KOLYNIAK et al., 2004; LANGE, 2000;
MILLER, 2001 apud ROSA; LIMA, 2009, p.66), tem sido muito indicado nas
duas últimas décadas no tratamento de desequilíbrios musculares e dores
lombares (KOLYNIAK et al., 2004; LANGE, 2000; HERRINGTON; DAVIES,
2005; PETROFSKY, 2005; SOUZA, 2006 apud ROSA; LIMA, 2009, p.66).
Contrologia introduziu a ideia de tratar a causa da doença e tentar evitar
o problema por meio de atividades que geram bem-estar. (MARÉS et al, 2012).
A Contrologia envolve seis princípios básicos, sendo eles o Princípio da
Concentração, Controle, Centralização (Power House), Fluidez, Respiração e
Precisão que podem ser utilizados como boas ferramentas para alcançar o
alívio das dores na região Lombar.
O quadro álgico na região lombar pode estar associado à incapacidade
de estabilizar a mesma por falta de controle, que é um dos princípios básicos,
da musculatura profunda do corpo, em especial os multífidos e o transverso do
abdome. É necessário que haja uma ativação correta dos estabilizadores do
tronco, podendo ser trabalhados eficientemente através do método Pilates que
trabalha continuamente essa musculatura através do fortalecimento do
Powehouse (Centro de Força), que é outro princípio básico do método.
72
76
Este centro de força é composto pelos músculos abdominais, transverso
abdominal, multífidos e músculos do assoalho pélvico, que são responsáveis
pela estabilização estática e dinâmica do corpo. Então, durante os exercícios, a
expiração é associada à contração dessas musculaturas e do diafragma. No
entanto, o método concentra-se no Centro de Força para fortalecer os
músculos que foram utilizados incorretamente, ou que não foram usados. A
estabilidade do CORE é essencial para o equilíbrio de carga apropriado dentro
da coluna vertebral, pélvis. O chamado núcleo assim como o grupo de
músculos do tronco que envolvem a coluna vertebral e as vísceras abdominais.
Abdominais, glúteos, cintura pélvica, paravertebrais e outros músculos
trabalham em conjunto para proporcionar estabilidade espinhal (MARÉS et al.,
2012).
A respiração, outro princípio básico do método, segundo Pereira et al.
deve ser adequadamente coordenada com o movimento. Joseph Pilates
defendia que forçar a expiração era a chave para uma inspiração correta,
durante essa fase ocorre a ativação do músculo transverso do abdômen. Com
isso na prática de Pilates faz-se uma expiração forçada durante a realização do
movimento e uma inspiração profunda sem sobrecarregar a musculatura
respiratória acessória expandindo a caixa torácica lateralmente na fase de
repouso. Isto permite a formação de um vácuo no final da expiração facilitando
a entrada do ar na inspiração. Esta respiração é denominada respiração
torácica lateral, que melhora a capacidade pulmonar, assimila melhor o
oxigênio, permitindo assim uma melhor oxigenação dos tecidos. Estudos
demonstram através da eletromiografia de agulha que o músculo transverso do
abdômen é o mais efetivo mecanicamente no aumento da pressão intra-
abdominal, ele foi ativado na expiração tranquila, contrariando a teoria de que
essa fase da respiração é passiva e também foi acionado primeiro que os
músculos abdominais na expiração forçada. O Pilates, através da ativação do
transverso na expiração forçada, gera o aumento da pressão intra-abdominal
gerando uma pressão visceral na face anterior da coluna, contrária a lordose
lombar. Tal fato contribuiu para a diminuição da dor, devido à manutenção da
curvatura lombar em uma posição mais fisiológica.
A mecânica da região lombar é inseparável da mecânica postural geral,
principalmente da pelve e dos membros inferiores. Uma distensão mecânica ou
73
77
funcional que cause desequilíbrio de uma parte do corpo irá resultar em
alterações compensatórias. Um desequilíbrio pode começar com fraqueza ou
distensão dos músculos abdominais, Kendall, 1990 (apud MACHADO et al.,
2008, p.1)
O princípio básico do método inclui um programa de exercícios que
fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como os de
flexibilidade da coluna, além de exercícios para o corpo todo. Já no sistema
intermediário-avançado, são introduzidos gradualmente, exercícios de
extensão do tronco, além de outros exercícios para o corpo todo, procurando
melhorar a relação de equilíbrio agonista-antagonista e consequentemente
melhora da dor, postura e equilíbrio. (GALLAGHER; KRYZANOWSKA apud
AMORIM et al., 2008, p.3).
A incapacidade de estabilização da coluna vertebral causada pelo
desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e flexores do tronco é
um forte indício para o desenvolvimento de distúrbios da coluna lombar.
Atualmente, existem evidências que sugerem a inclusão de exercícios voltados
para o fortalecimento dos músculos envolvidos na flexão e extensão do tronco
nos programas de prevenção e reabilitação da dor na região da coluna lombar
(LEE et al., 1999 apud MARÉS et al, 2012, p.449).
O método Pilates mostra-se eficiente quando é realizado um programa
de exercícios com ênfase no fortalecimento da musculatura extensora do
tronco, restaurando a função da coluna lombar e prevenindo o surgimento de
lombalgia. Pode ser utilizado como estratégia para o fortalecimento dessa
musculatura, atenuando o desequilíbrio entre a função dos músculos
envolvidos na extensão e flexão do tronco. (MARÉS et al, 2012)
Estudos comprovam que o trabalho de fortalecimento dos extensores do
tronco (quadrado lombar, multífido, semi-espinhal, eretor da coluna e
interespinhal) seja o principal responsável pela redução dos sintomas da
lombalgia visto que há uma melhora considerável na estabilização da coluna
lombar (AMORIM et.al, p.3).
Recentemente descoberto por terapeutas físicos e ortopedistas, o
método pode ser usado como exercício de reabilitação com resultados rápidos
e eficácia de recuperação (GALLAGHER; KRYZANOWSKA, 1999, apud
AMORIM et al).
74
78
Para evidenciar a importância dessa intervenção foi realizado estudo de
4 casos, onde o objetivo foi acompanhar durante um período de tempo a
evolução e melhora do quadro álgico na região lombar que ficou evidente em
todos os casos, através de um trabalho que envolveu exercícios específicos e
os princípios do método Pilates que contribuíram de forma benéfica com as
pacientes do estudo. Houve um cuidado com a manutenção das curvaturas
fisiológicas da coluna vertebral das mesmas (coluna neutra) na execução dos
movimentos. Houve relatos de melhora da consciência corporal promovendo a
reeducação postural das participantes, aumento do equilíbrio físico e mental
melhorando assim a qualidade de vida das participantes independente das
causas e das idades apresentadas.
Diante do questionamento levantado no trabalho, foi observada então
significativa melhora da Lombalgia e da Qualidade de vida das participantes
através do método Pilates.
3.1.1 Caso 01
Paciente do gênero feminino, 23 anos, caucasiana, fisioterapeuta,
portadora de lombalgia há cerca de um ano e cinco meses, e lombociatalgia há
cerca de três meses. Não apresenta dificuldades ao se levantar, não sofreu
fraturas de vértebras nem alguma contusão na região lombar, é portadora de
desvio postural. Não faz uso de medicamentos diariamente e não possui
nenhuma patologia concomitante. Realiza o Método Pilates há seis meses.
Tabela 1: Resultados obtidos através da aplicação do SF-36.
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2012.
Observa-se que na tabela acima são mostrados os resultados obtidos
através da aplicação do Questionário de Qualidade de Vida SF-36, onde nos
DOMÍNIO RESULTADOS
Capacidade Funcional (CF) Limitação por Aspectos Físicos (AF)
Dor Estado Geral de Saúde (EGS)
Vitalidade (VIT) Aspectos Sociais (AS)
Limitação por Aspectos Emocionais (AE) Saúde mental (SM)
95 100 84 67 55 100 100 80 %
75
79
domínios AF, AS e AE os resultados demonstrados foram excelentes, porém já
nos domínios VIT e EGS foram obtidos os resultados de pior desempenho.
Através da aplicação do Questionário Oswestry para avaliação da dor
lombar foi obtida a pontuação de 2%, sendo constatado que o grau de
incapacidade em realizar atividades diárias foi mínimo.
3.1.2 Caso 02
Paciente do gênero feminino, 27 anos, caucasiana, bacharel em Direito,
portadora de lombalgia há cerca de 10 meses. Não apresenta dificuldades ao
se levantar, não sofreu fraturas de vértebras nem alguma contusão na região
lombar, é portadora de desvio postural (escoliose). Não faz uso de
medicamentos diariamente e não possui nenhuma patologia concomitante.
Realiza o Método Pilates há três anos.
Tabela 2: Resultados obtidos através da aplicação do SF-36.
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2012.
Observa-se que na tabela acima são mostrados os resultados obtidos
através da aplicação do Questionário de Qualidade de Vida SF-36, onde nos
domínios AF e AE os resultados demonstrados foram excelentes, porém já nos
domínios EGS, VIT e SM foram obtidos os resultados de pior desempenho.
Através da aplicação do Questionário Oswestry para avaliação da dor
lombar foi obtida a pontuação de 10%, sendo constatado que o grau de
incapacidade em realizar atividades diárias foi mínimo.
3.1.3 Caso 03
DOMÍNIO RESULTADOS
Capacidade Funcional (CF) Limitação por Aspectos Físicos (AF)
Dor Estado Geral de Saúde (EGS)
Vitalidade (VIT) Aspectos Sociais (AS)
Limitação por Aspectos Emocionais (AE) Saúde mental (SM)
90 100 84 62 50
87,5 100 64 %
76
80
Paciente do gênero feminino, 41 anos, caucasiana, cabeleireira,
portadora de lombalgia há anos. Não apresenta dificuldades ao se levantar,
não sofreu fraturas de vértebras, porém não se lembra de ter tido alguma
contusão na região lombar, é portadora de desvio postural (escoliose). Não faz
uso de medicamentos diariamente e não possui nenhuma patologia
concomitante. Realiza o Método Pilates há sete meses.
Tabela 3: Resultados obtidos através da aplicação do SF-36.
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2012.
Observa-se que na tabela acima são mostrados os resultados obtidos
através da aplicação do Questionário de Qualidade de Vida SF-36, onde no
domínio AE o resultado demonstrado foi excelente, porém já nos domínios VIT,
EGS e SM foram obtidos os resultados de pior desempenho.
Através da aplicação do Questionário Oswestry para avaliação da dor
lombar foi obtida pontuação de 14%, sendo constatado que o grau de
incapacidade em realizar atividades diárias foi mínimo.
3.1.4 Caso 04
Paciente do gênero feminino, 55 anos, caucasiana, do lar, portadora de
lombalgia há anos. Apresenta dificuldades ao se levantar, não sofreu fraturas
de vértebras nem alguma contusão na região lombar, é portadora de desvio
postural. Faz uso de um medicamento formulado para alívio da dor diariamente
e possui dislipidemia. Realiza o Método Pilates há dezoito meses.
DOMÍNIO RESULTADOS
Capacidade Funcional (CF) Limitação por Aspectos Físicos (AF)
Dor Estado Geral de Saúde (EGS)
Vitalidade (VIT) Aspectos Sociais (AS)
Limitação por Aspectos Emocionais (AE) Saúde mental (SM)
85 75 84 62 55 50 100 48 %
77
81
Tabela 4: Resultados obtidos através da aplicação do SF-36.
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2012.
Observa-se que na tabela acima são mostrados os resultados obtidos
através da aplicação do Questionário de Qualidade de Vida SF-36, onde nos
domínios AF e AE os resultados demonstrados foram excelentes, porém já nos
demais domínios foram obtidos os resultados de pior desempenho, sendo no
domínio Dor e AS os que mais se encontram em baixa.
Através da aplicação do Questionário Oswestry para avaliação da dor
lombar foi obtida pontuação de 26%, sendo constatado que o grau de
incapacidade em realizar atividades diárias foi moderado.
3.1.5 Correlação entre as pacientes
Mediante os resultados obtidos, demonstra-se uma correlação entre os
casos.
Tabela 5: Correlação entre os resultados obtidos através do SF-36.
DOMÍNIO
CASO 01 CASO 02
CASO 03
CASO 04
Capacidade Funcional (CF) 95 90 85 60 Limitação por Aspectos Físicos (AF)
Dor Estado Geral de Saúde (EGS)
Vitalidade (VIT)
100 84 67 55
100 84 62 50
75 84 62 55
100 51 62 70
Aspectos Sociais (AS) Limitação por Aspectos Emocionais (AE)
Saúde mental (SM)
100 100 80 %
87,5 100 64 %
50 100 48 %
50 100 68 %
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2012.
DOMÍNIO RESULTADOS
Capacidade Funcional (CF) Limitação por Aspectos Físicos (AF)
Dor Estado Geral de Saúde (EGS)
Vitalidade (VIT) Aspectos Sociais (AS)
Limitação por Aspectos Emocionais (AE) Saúde mental (SM)
60 100 51 62 70 50 100 68 %
78
82
A tabela acima mostra que no critério AE o resultado obtido foi unanime
e de excelente qualidade, demonstrando que as pacientes não possuem este
tipo de limitação, ou seja, a prática do Método Pilates contribui para um
equilíbrio do aspecto emocional.
Observa-se ainda que diante do aspecto Dor o caso 04 foi o que obteve
o pior índice, talvez devido a este critério também obteve uma pontuação
menor no domínio sobre a CF, porém não interferindo no aspecto VIT, onde foi
o caso em que se obteve a maior pontuação.
Diante dos domínios AF e EGS não houve grandes discrepâncias nos
resultados, constatando que diante da lombalgia e da prática do Método
Pilates, em diferentes idades, não se observou exorbitantes diferenças entre os
diferentes casos.
No aspecto AS observa-se que a pontuação diminuiu com o aumento da
idade, ou seja, na paciente mais jovem o aspecto AS foi de excelente
pontuação, porém nos dois últimos casos, que são as de maior idade, a
pontuação não foi tão satisfatória.
Já no aspecto SM a menor pontuação foi obtida no caso 02 e 03,
constatando que neste domínio a idade não foi um critério de diferenciação nas
praticantes do Método Pilates.
Tabela 6: Correlação entre os resultados obtidos através do questionário de Oswestry.
GRAU DE INCAPACIDADE
NÚMERO DE PACIENTES
0% a 20% - Incapacidade Mínima 3 21% a 41% - Incapacidade Moderada
41% a 60% - Incapacidade Intensa 61% a 80% - Incapacidade Muito Severa
81% a 100% - Incapacidade Total
1 0 0 0
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2012.
Diante dos resultados obtidos, observou-se que pacientes portadoras de
lombalgia, que praticam o Método Pilates, apresentaram o grau de
incapacidade mínima, no total de três pacientes, resultando em 75% dos casos.
79
83
Tabela 7: Correlação entre as pontuações obtidas através do questionário de Oswestry.
CASO 01 CASO 02
CASO 03
CASO 04
PONTUAÇÃO 2 %
10 %
14 %
26 %
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2012.
Diante da pontuação obtida observa-se, que um caso apresentou um
grau de incapacidade moderada, sendo este o caso 04, que já foi descrito
como sendo o que obteve pior nível de dor, ou seja, pontuação menor no
domínio referente no SF-36.
3.2 Depoimento do Paciente
3.2.1 Depoimento Caso 01
Sempre quis conhecer o Método Pilates, por saber um pouco sobre seus conhecimentos: controle da respiração, trabalha concentração, alongamento e fortalecimento das musculaturas profundas. Antes de iniciar o Método estava me sentindo cansada, com dores nas pernas, dores em região toracolombar e meus pés estavam ficando edemaciados. Devido a correria estava me sentindo sedentária e com dificuldades em alongamentos de posteriores de coxa, panturrilhas. E hoje após seis meses (na verdade após o primeiro mês) já comecei a sentir diferença, meu alongamento melhorou um pouco, minhas dores na perna e na coluna lombar melhorou 100%. Eu já era fã sem praticar, agora indico a todos (Paciente, 23 anos).
3.2.2 Depoimento Caso 02
Eu me apaixonei pelo Pilates desde a primeira aula. É uma atividade completa, pois trabalha o corpo todo e ao mesmo tempo relaxa. Com o Pilates aprendi a ter a postura correta e minhas dores na lombar diminuiram
80
84
muito, a ponto de hoje as dores serem raras. Eu recomendo! (Paciente, 27 anos).
3.2.3 Depoimento Caso 03
Procurei o Pilates porque percebi as dores se agravando, devido ao meu trabalho, tinha dores na lombar. Sou praticante de atividade física diária e sei o benefício dessas atividades para compensar o stress de um dia de trabalho em pé, como estava com muita dor, sabia que o fato de ficar em pé me prejudicava, com a postura que acabava errada no decorrer do dia. Então comecei o Pilates para um trabalho de fortalecimento muscular e alongamento e percebia a diferença (Paciente, 41 anos).
3.2.4 Depoimento Caso 04
O Pilates para mim foi muito bom para alívio das dores, que diminuíram bastante depois que comecei a fazer, além de outros benefícios que tive (Paciente, 55 anos).
3.3 A opinião dos profissionais
3.5.1 Fisioterapeuta, gênero feminino, professor universitário e supervisor de
estágio no setor de ortopedia em uma universidade de Lins/SP, especialista em
fisioterapia neurológica e mestre em Fisioterapia. Eis seu depoimento:
O Método Pilates trata-se de um método que trabalha o controle muscular e devido às posições não sobrecarrega as articulações, em especial na coluna vertebral. É de grande importância a utilização da respiração associada a qualquer atividade, sendo eficaz nos movimentos que são utilizados no método, pois trabalha o transverso do abdômen na melhora do quadro álgico na região lombar. Acredito na importância do Método Pilates, principalmente como trabalho preventivo, pois visa uma melhora no controle muscular, trazendo ao indivíduo um equilíbrio e uma melhora da postura, promovendo assim, uma
81
85
melhora na qualidade de vida das pessoas. Lembrando é claro, que deve ser realizado por um profissional capacitado (Fisioterapeuta).
3.3.2 Educador Físico, gênero feminino, formação em Pilates no CGPA em São
Paulo, cursando nos EUA Pilates com aluna do Joseph Pilates, Lolita San
Miguel. Eis seu depoimento:
O Pilates é uma atividade voltada para o condicionamento físico e a ampliação da consciência corporal. Além disso, o Pilates propícia tônus e alongamento muscular, flexibiliza as articulações, fortalece e diminui medidas na cintura, braços e coxas, melhora a capacidade respiratória e o equilíbrio, e fortalece os músculos abdominais, principalmente os mais profundos, que são músculos responsáveis pela estabilização da coluna. Sem contar com seu efeito extremamente benéfico para a autoestima do aluno! No inicio, é importante que o aluno tenha força de vontade e desejo de aprender. Assim fica mais fácil de assimilar os princípios do método, que são o controle do corpo e da mente, concentração, força abdominal, fluidez dos movimentos, precisão e respiração. Com o passar das aulas, certamente todos os princípios poderão ser seguidos de maneira mais espontânea e o aluno sentirá todos os efeitos da prática em seu corpo. Hoje eu vejo o Pilates como uma atividade que vem se popularizando, de um lado vejo isso com bons olhos, porque se a técnica ganha espaço nas academias torna-se acessível para mais gente. Por outro lado, como as academias têm muitos alunos por classe, o método acaba sendo sacrificado. Isso porque o Pilates é individualizado: existem exercícios que são indicados para algumas pessoas e não para outras. Se eu tiver 30 pessoas em uma sala, fica impossível aplicar esses exercícios corretamente. Pilates é uma atividade maravilhosa, desde de que seja bem aplicado. Por isso eu como professora de Educação Física e Instrutora do Método, atuando há 3 anos, com meu próprio Studio e fazendo uma formação para Certificação Internacional que me dará a condição de ser uma formadora de instrutores, me preocupo muito hoje como o método vem sendo aplicado de uma forma tão indiscriminada, sem preparo e nem conhecimento por parte de alguns instrutores, totalmente despreparados; no sentido de que muitos fazem uma formação de final de semana e acham que já estão preparadas para passar o método. É muito importante que o aluno quando for procurar um professor para fazer as aulas de Pilates procure saber um pouco da sua formação acadêmica.
82
86
Saber em que instituto se formou e o quanto de experiência tem atuando no método. Existe um órgão internacional, o PMA – Pilates Method Alliance – que zela pela qualidade na aplicação da técnica. Por meio dele, é possível pesquisar instrutores devidamente preparados. Eu mesma terminando essa minha certificação internacional, farei a prova da PMA para ser uma professora credenciada pela instituição. Só posso dizer que sou uma pessoa muito realizada na minha profissão, principalmente por atuar no método, com o qual me identifiquei muito (Educador Físico).
3.4 Parecer Final sobre a pesquisa
Ao longo da pesquisa realizada pode-se concluir que o Método Pilates é
de suma importância na lombalgia. Interferindo na promoção da qualidade de
vida, de maneira geral os resultados encontrados foram satisfatórios.
Constata-se ainda que a aplicação de variados exercícios do Método
Pilates, promove uma satisfatória melhora do quadro álgico na região lombar,
implicando assim, no resultado almejado.
83
87
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Na pesquisa foi possível evidenciar a importância da intervenção
utilizando o método Pilates em pacientes portadoras de Lombalgia acarretando
uma melhora rápida do quadro álgico e da qualidade de vida das mesmas
diminuindo a limitação da capacidade funcional. Essa abordagem pode ser
ampliada através de novos estudos nessa área, com a utilização de uma
amostra mais numerosa dividida por faixa etária.
É de extrema importância que o Fisioterapeuta possua conhecimentos
teóricos e práticos de Anatomia, Fisiologia, Cinesiologia e Biomecânica,
Estabilização Segmentar, as Patologias que podem acometer os pacientes de
uma forma global, ter uma boa visão sobre a reabilitação de forma preventiva e
curativa, além de apresentar em seu currículo um curso de formação
conceituado em Pilates.
Para que o tratamento seja efetivo é necessário que o Fisioterapeuta
realize uma avaliação antes da intervenção para diagnosticar e agir na causa e
não apenas nos sintomas e que não deixe de reavaliar periodicamente o
paciente e observar durante a trajetória do mesmo as capacidades do mesmo
para que não haja acomodação do quadro.
Diante disso propõe-se ao Fisioterapeuta que ao intervir nestes casos,
desde o início até o fim procure envolver o paciente ao máximo, explicando o
método e efetuando as correções de maneira que o incentive a atingir com o
máximo de empenho os princípios propostos pelo método, fazendo a correção
de forma a estimular o mesmo o motivando e despertando o interesse para que
ele se dedique com paciência e disciplina. Deve-se também enfocar as
orientações necessárias, esclarecer os objetivos do tratamento e
procedimentos aplicados para que a intervenção atinja um potencial máximo de
sucesso.
84
88
CONCLUSÃO
Após análise dos dados obtidos na presente pesquisa, pode-se concluir
que das quatro pacientes acometidas pela lombalgia praticantes do Método
Pilates, três delas apresentam um grau de incapacidade pela dor lombar
mínima, promovendo assim uma qualidade de vida equilibrada, refletindo de
forma satisfatória na realização das atividades do cotidiano.
85
89
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APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo tem o intuito de analisar a qualidade de vida e a dor lombar em mulheres com idade média de 36 anos, praticantes do Método Pilates. A pesquisa será realizada nas dependências do Estúdio: Forma e Equilíbrio Pilates Stúdio, situado na rua: Antonio Teixeira da Silva, 60, bairro: Morumbi, na cidade Lins – SP, 04 mulheres portadoras de lombalgia, praticantes do Método Pilates no período de fevereiro/outubro de 2012. Para o levantamento de dados será utilizados de fontes primárias e fontes secundárias, sendo que os dados primários foram coletados com a aplicação de dois questionários (Anexo A e Anexo B), contendo questões sobre intensidade de dor, formas de realização das AVD’s, vida social, tempo de realização das atividades e a qualidade nestas, e o resultado obtido através da realização dos exercícios, diante das queixas apresentadas nos questionários aplicados e os dados secundários através de levantamento bibliográfico e documental.
1.1 Relato do trabalho realizado ao assunto estudado
a) Será utilizada uma avaliação através do questionário Oswestry para
avaliação da dor lombar, avaliação da qualidade de vida através do
questionário SF – 36 e uma entrevista pessoal.
b) Observação exercícios específicos para a coluna vertebral e para o
fortalecimento da musculatura do core.
c) Depoimentos dos profissionais (Fisioterapeuta e Educadores Físicos).
1.3 DISCUSSÃO
Será realizado o confronto entre a teoria apresentada nos primeiros
capítulos e a prática utilizada nos capítulos da pesquisa de campo.
1.4 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre a manutenção ou
modificações de procedimentos.
93
97
APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática
1. Dados de identificação
a) Empresa
b) Local
2. Aspectos a serem observados
a) Fatores que desencadeiam o quadro álgico
b) Exercícios que levam a melhora do quadro álgico lombar
c) Exercícios que previnem a lombalgia
94
98
APÊNDICE C- Roteiro de entrevista para o Fisioterapeuta
I. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1. Tempo de formação: .
2. Especializações: .
3. Experiências profissionais: .
4. Outras experiências: .
II . PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1. Para você o método Pilates traz o alívio de tensões do dia a dia fazendo um
trabalho preventivo contra as dores na coluna? Mais especificamente a coluna
lombar?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Você acha benéfica a utilização da respiração associada ao movimento
através dos exercícios do método Pilates trabalhando o transverso abdominal
na melhora do quadro álgico da lombar?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3. Qual a relação que você vê entre o método Pilates e a manutenção das
curvaturas fisiológicas da coluna?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
95
99
APÊNDICE D- Roteiro de entrevista para o Educador Físico
I. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
5. Tempo de formação: .
6. Especializações: .
7. Experiências profissionais: .
8. Outras experiências: .
II . PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1. Quais os fatores que você considera importantes a serem trabalhados em
indivíduos portadores de lombalgia?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Você acredita que o Método Pilates trás resultados positivos para essas
pessoas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3. O trabalho utilizando o Método Pilates pode ser feito em diferentes idades?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
96
100
APÊNDICE E – Questionário
I. IDENTIFICAÇÃO
Nome:__________________________________________________________
Idade:_______
Sexo: ( ) F ( ) M
II. Anamnese
a) Diabetes: Sim ( ) Não ( ) Não lembra( )
b) Hipertensão Arterial: Sim ( ) Não ( ) Não lembra( )
c) Dislipidemia: Sim ( ) Não ( ) Não lembra( )
d) Apresenta dificuldades ao levantar? Sim ( ) Não ( ) Não lembra ( )
e) Já sofreu fraturas de vértebras? Sim ( ) Não ( ) Não lembra ( )
f) Apresenta marcha antálgica? Sim ( ) Não ( ) Não lembra ( )
g) Já sofreu alguma queda que levou a uma contusão da região lombar?
Sim ( ) Não ( ) Não lembra( )
h) Possui alguma patologia que desencadeia a dor lombar? Sim ( ) Não ( ) Não
lembra( )
i) Possui algum desvio postural? Sim ( ) Não ( ) Não lembra( )
j) Faz uso de algum medicamento? Sim ( ) Não ( ) Não lembra( )
k) Realiza outro tipo de tratamento? (ex: fisioterapêutico) Sim ( ) Não ( ) Não
lembra( )
Fonte: questionário elaborado pelas autoras da pesquisa.
97
101
III. Exame físico
Pressão Arterial: ______________
Frequência Cardíaca:______________
Frequência respiratória:______________
98
102
APÊNDICE F - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(TERMINOLOGIA OBRIGATÓRIA EM ATENDIMENTO A RESOLUÇÃO 196/96
– CNS-MS)
“O Método Pilates influencia na melhora da lombalgia crônica e qualidade de
vida? - Forma e Equilíbrio Pilates Studio.”
Esta pesquisa identificará o seu perfil, ou seja, você responderá um
questionário composto de perguntas sobre: informações gerais (sexo, idade,
naturalidade, grau de instrução, estado conjugal) e suas atividades diárias para
estarem ao mesmo tempo avaliando a sua qualidade de vida e a intensidade
de dor lombar durante as suas atividades diárias tanto nos seus domicílios
quanto fora dos mesmos.
Sua participação nesta pesquisa é voluntária, podendo recusar-se a
responder qualquer pergunta ou mesmo, interromper ou desistir de participar a
qualquer momento.
Esta pesquisa não apresenta riscos, desconfortos e inconveniências
para ninguém. Os dados coletados são confidenciais, e o benefício da mesma
será de proporcionar ao participante conhecer melhor seus hábitos e
limitações, bem como contribuir para uma qualidade de vida para a população
feminina.
Você poderá contatar os investigadores Camila Lopes de Araújo Bauléo,
Juliete Cristina Fonseca e Prof. Ma. Gislaine Ogata nos telefones abaixo
relacionados.
Você receberá uma cópia deste termo de consentimento para sua informação e
arquivos.
Li a informação acima e foi dada oportunidade para perguntas e minhas
perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
Recebi uma cópia deste termo de consentimento e concordo em
participar nesta pesquisa.
Data: ____/____/____
99
103
____________________________
Assinatura do Participante
Camila Lopes de Araújo Bauléo – Pesquisadora
Rua Antonio Teixeira da Silva, 140. Lins/SP Tel. (14) 8107 9228
E-mail: [email protected]
Juliete Cristina Fonseca – Pesquisadora
Rua João Ferreira da Silva, 140. Presidente Alves/SP Tel. (14) 9679 8384
E-mail: [email protected]
Prof. Ma. Gislaine Ogata – Orientadora
Rua José Garcia de Carvalho, 8-2. Lins/SP Tel. (14) 8118 8390
E-mail: [email protected]
100
110
Alongando ambas as pernas com bola suíça (Double Leg Stretch)
Alongamento da coluna (Spine Stretch)
107
113
ANEXO A - QUESTIONÁRIO OSWESTRY PARA AVALIAÇÃO DA DOR
LOMBAR
_______________________________________________________________
Por favor, responda esse questionário. Ele foi desenvolvido para dar-nos
informações sobre como seu problema nas costas ou pernas tem afetado a sua
capacidade de realizar as atividades da vida diária. Por favor, responda a todas
as seções. ASSINALE EM CADA UMA DELAS APENAS A RESPOSTA QUE
MAIS CLARAMENTE DESCREVE A SUA CONDIÇÃO NO DIA DE HOJE.
_______________________________________________________________
Seção 1 – Intensidade da Dor
[ ] Não sinto dor no momento.
[ ] A dor é muito leve no momento.
[ ] A dor é moderada no momento.
[ ] A dor é razoavelmente intensa no momento.
[ ] A dor é muito intensa no momento.
[ ] A dor é a pior que se pode imaginar no momento.
Seção 2 – Cuidados Pessoais (lavar-se, vestir-se, etc.)
[ ] Posso cuidar de mim mesmo normalmente sem que isso aumente a dor.
[ ] Posso cuidar de mim mesmo normalmente, mas sinto muita dor.
[ ] Sinto dor ao cuidar de mim mesmo e faço isso lentamente e com cuidado.
[ ] Necessito de alguma ajuda, porém consigo fazer a maior parte dos meus
cuidados pessoais.
[ ] Necessito de ajuda diária na maioria dos aspectos de meus cuidados
pessoais.
[ ] Não consigo me vestir, lavo-me com dificuldade e permaneço na cama.
Seção 3 – Levantar Objetos
[ ] Consigo levantar objetos pesados sem aumentar a dor.
[ ] Consigo levantar objetos pesados, mas isso aumenta a dor.
[ ] A dor me impede de levantar objetos pesados do chão, mas consigo levantá-
los se estiverem convenientemente posicionados, por exemplo, sobre uma
mesa.
110
114
[ ] A dor me impede de levantar objetos pesados, mas consigo levantar objetos
leves a moderados, se estiverem convenientemente posicionados.
[ ] Consigo levantar apenas objetos muito leves.
[ ] Não consigo levantar ou carregar absolutamente nada.
Seção 4 – Caminhar
[ ] A dor não me impede de caminhar qualquer distância.
[ ] A dor me impede de caminhar mais de 1.600 metros (aproximadamente 16
quarteirões de 100 metros).
[ ] A dor me impede de caminhar mais de 800 metros (aproximadamente 8
quarteirões de 100 metros).
[ ] A dor me impede de caminhar mais de 400 metros (aproximadamente 4
quarteirões de 100 metros).
[ ] Só consigo andar usando uma bengala ou muletas.
[ ] Fico na cama a maior parte do tempo e preciso me arrastar para ir ao
banheiro.
Seção 5 – Sentar
[ ] Consigo sentar em qualquer tipo de cadeira durante o tempo que quiser.
[ ] Consigo sentar em uma cadeira confortável durante o tempo que quiser.
[ ] A dor me impede de ficar sentado por mais de 1 hora.
[ ] A dor me impede de ficar sentado por mais de meia hora.
[ ] A dor me impede de ficar sentado por mais de 10 minutos.
[ ] A dor me impede de sentar.
Seção 6 – Ficar em Pé
[ ] Consigo ficar em pé o tempo que quiser sem aumentar a dor.
[ ] Consigo ficar em pé durante o tempo que quiser, mas isso aumenta a dor.
[ ] A dor me impede de ficar em pé por mais de 1 hora.
[ ] A dor me impede de ficar em pé por mais de meia hora.
[ ] A dor me impede de ficar em pé por mais de 10 minutos.
[ ] A dor me impede de ficar em pé.
Seção 7 – Dormir
111
115
[ ] Meu sono nunca é perturbado pela dor.
[ ] Meu sono é ocasionalmente perturbado pela dor.
[ ] Durmo menos de 6 horas por causa da dor.
[ ] Durmo menos de 4 horas por causa da dor.
[ ] Durmo menos de 2 horas por causa da dor.
[ ] A dor me impede totalmente de dormir.
Seção 8 – Vida Sexual
[ ] Minha vida sexual é normal e não aumenta minha dor.
[ ] Minha vida sexual é normal, mas causa um pouco mais de dor.
[ ] Minha vida sexual é quase normal, mas causa muita dor.
[ ] Minha vida sexual é severamente limitada pela dor.
[ ] Minha vida sexual é quase ausente por causa da dor.
[ ] A dor me impede de ter uma vida sexual.
Seção 9 – Vida Social
[ ] Minha vida social é normal e não aumenta a dor.
[ ] Minha vida social é normal, mas aumenta a dor.
[ ] A dor não tem nenhum efeito significativo na minha vida social, porém limita
alguns interesses que demandam mais energia, como por exemplo, esporte.
[ ] A dor tem restringido minha vida social e não saio de casa com tanta
frequência.
[ ] A dor tem restringido minha vida social ao meu lar.
[ ] Não tenho vida social por causa da dor.
Seção 10 – Locomoção (ônibus/carro/táxi)
[ ] Posso ir a qualquer lugar sem sentir dor.
[ ] Posso ir a qualquer lugar, mas isso aumenta a dor.
[ ] A dor é intensa, mas consigo me locomover durante 2 horas.
[ ] A dor restringe-me a locomoções de menos de 1 hora.
[ ] A dor restringe-me a pequenas locomoções necessárias de menos de 30
minutos.
[ ] A dor impede de locomover-me, exceto para receber tratamento
112
116
Essas dez sessões contidas no questionário de Oswestry possuem seis
declarações (itens), cada uma representa um aumento no degrau de
severidade da dor lombar. A primeira declaração em cada sessão descreve
ausência ou pequena dor lombar e limitação funcional, recebendo zero,
enquanto que a sexta declaração descreve dor ou limitação funcional extrema,
recebendo cinco pontos. A pontuação total é calculada pela soma dos pontos,
sendo a maior soma possível igual a cinquenta, dividido pelo total que é
cinquenta. Esse resultado é transformado em porcentagem, multiplicando por
100. Se uma sessão não foi marcada ou não se aplica a pontuação é calculada
da seguinte maneira, soma dos pontos divido pelo total possível, que seria
quarenta pontos, multiplicando por 100. Se o resultado obtido não for um
número inteiro, o autor recomenda arredondar o a porcentagem. A maior
porcentagem representa uma maior incapacidade relacionada à dor lombar.
Classificação da incapacidade:
0 a 20% = incapacidade mínima;
21 a 40% = incapacidade moderada;
41 a 60% = incapacidade severa;
61 a 80% = incapacidade muito severa;
81 a 100% = incapacidade total.
Fonte: Vigatto et al., 2007
113
117
ANEXO B – Questionário de Qualidade de Vida SF-36 1- Em geral você diria que sua saúde é:
Excelente Muito Boa Boa Ruim Muito Ruim
1 2 3 4 5
2- Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua idade em geral,
agora?
Muito Melhor Um Pouco Melhor Quase a
Mesma
Um Pouco Pior Muito
Pior
1 2 3 4 5
3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso, quando?
Atividades Sim, dificulta
muito Sim, dificulta
um pouco
Não, não dificulta de modo
algum
a) Atividades Rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos.
1 2 3
b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa.
1 2 3
c) Levantar ou carregar mantimentos
1 2 3
d) Subir vários lances de escada 1 2 3
e) Subir um lance de escada 1 2 3
f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se
1 2 3
g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3
h) Andar vários quarteirões 1 2 3
i) Andar um quarteirão 1 2 3
j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3
4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma atividade regular, como consequência de sua saúde física?
Sim Não
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?
1 2
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
114
118
c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades.
1 2
d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra).
1 2
5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como consequência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?
Sim Não
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?
1 2
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz.
1 2
6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo?
De forma
nenhuma
Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente
1 2 3 4 5
7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?
Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave
1 2 3 4 5 6
8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo o trabalho dentro de casa)?
De maneira
alguma
Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente
1 2 3 4 5
9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas.
Todo Tempo
A maior parte
do tempo
Uma boa
parte do
tempo
Alguma parte do tempo
Uma pequena parte do tempo
Nunca
115
119
a) Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força?
1 2 3 4 5
6
b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa?
1 2 3 4 5 6
c) Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode anima-lo?
1 2 3 4 5 6
d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranquilo?
1 2 3 4 5 6
e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia?
1 2 3 4 5 6
f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado ou abatido?
1 2 3 4 5 6
g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado?
1 2 3 4 5 6
h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz?
1 2 3 4 5 6
i) Quanto tempo você tem se sentido cansado?
1 2 3 4 5 6
10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?
Todo Tempo
A maior parte do tempo
Alguma parte do tempo
Uma pequena parte do tempo
Nenhuma parte do tempo
1 2 3 4 5
11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?
Definitivam
ente verdadeiro
A maioria das vezes verdadeiro
Não sei
A maioria
das vezes falso
Definitiva- mente falso
a) Eu costumo obedecer um pouco
1 2 3 4 5
116
120
mais facilmente que as outras pessoas
b) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço
1 2 3 4 5
c) Eu acho que a minha saúde vai piorar
1 2 3 4 5
d) Minha saúde é excelente
1 2 3 4 5
CÁLCULO DOS ESCORES DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA
Fase 1: Ponderação dos dados
Questão Pontuação
01 Se a resposta for
1
2
3
4
5
Pontuação
5,0
4,4
3,4
2,0
1,0
02 Manter o mesmo valor
03 Soma de todos os valores
04 Soma de todos os valores
05 Soma de todos os valores
06 Se a resposta for
1
2
3
4
5
Pontuação
5
4
3
2
1
117
121
07 Se a resposta for
1
2
3
4
5
6
Pontuação
6,0
5,4
4,2
3,1
2,0
1,0
08 A resposta da questão 8 depende da nota da questão 7
Se 7 = 1 e se 8 = 1, o valor da questão é (6)
Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 1, o valor da questão é (5)
Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 2, o valor da questão é (4)
Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (3)
Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 4, o valor da questão é (2)
Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (1)
Se a questão 7 não for respondida, o escorre da questão 8 passa
a ser o seguinte:
Se a resposta for (1), a pontuação será (6)
Se a resposta for (2), a pontuação será (4,75)
Se a resposta for (3), a pontuação será (3,5)
Se a resposta for (4), a pontuação será (2,25)
Se a resposta for (5), a pontuação será (1,0)
09 Nesta questão, a pontuação para os itens a, d, e ,h, deverá seguir
a seguinte orientação:
Se a resposta for 1, o valor será (6)
Se a resposta for 2, o valor será (5)
Se a resposta for 3, o valor será (4)
Se a resposta for 4, o valor será (3)
Se a resposta for 5, o valor será (2)
Se a resposta for 6, o valor será (1)
Para os demais itens (b, c,f,g, i), o valor será mantido o mesmo
10 Considerar o mesmo valor.
118
122
11 Nesta questão os itens deverão ser somados, porém os itens b e d
deverão seguir a seguinte pontuação:
Se a resposta for 1, o valor será (5)
Se a resposta for 2, o valor será (4)
Se a resposta for 3, o valor será (3)
Se a resposta for 4, o valor será (2)
Se a resposta for 5, o valor será (1)
Fase 2: Cálculo do Raw Scale
Nesta fase você irá transformar o valor das questões anteriores em
notas de 8 domínios que variam de 0 (zero) a 100 (cem), onde 0 = pior e 100 =
melhor para cada domínio. É chamado de raw scale porque o valor final não
apresenta nenhuma unidade de medida.
Domínio:
Capacidade funcional
Limitação por aspectos físicos
Dor
Estado geral de saúde
Vitalidade
Aspectos sociais
Aspectos emocionais
Saúde mental
Para isso você deverá aplicar a seguinte fórmula para o cálculo de cada
domínio:
Domínio:
Valor obtido nas questões correspondentes – Limite inferior x 100
119
123
Variação (Score Range)
Na fórmula, os valores de limite inferior e variação (Score vRange) são fixos
e estão estipulados na tabela abaixo.
Domínio Pontuação das questões
correspondidas
Limite inferior Variação
Capacidade funcional 03 10 20
Limitação por
aspectos físicos
04 4 4
Dor 07 + 08 2 10
Estado geral de
saúde
01 + 11 5 20
Vitalidade 09 (somente os itens a +
e + g + i)
4 20
Aspectos sociais 06 + 10 2 8
Limitação por
aspectos emocionais
05 3 3
Saúde mental 09 (somente os itens b +
c + d + f + h)
5 25
Exemplos de cálculos:
Capacidade funcional: (ver tabela)
Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes – limite inferior x 100
Variação (Score Range)
Capacidade funcional: 21 – 10 x 100 = 55
20
O valor para o domínio capacidade funcional é 55, em uma escala que
varia de 0 a 100, onde o zero é o pior estado e cem é o melhor.
Dor (ver tabela)
120
124
- Verificar a pontuação obtida nas questões 07 e 08; por exemplo: 5,4 e 4,
portanto somando-se as duas, teremos: 9,4
- Aplicar fórmula:
Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes – limite inferior x 100
Variação (Score Range)
Dor: 9,4 – 2 x 100 = 74
10
O valor obtido para o domínio dor é 74, numa escala que varia de 0 a
100, onde zero é o pior estado e cem é o melhor.
Assim, você deverá fazer o cálculo para os outros domínios, obtendo
oito notas no final, que serão mantidas separadamente, não se podendo
soma-las e fazer uma média.
Obs.: A questão número 02 não faz parte do cálculo de nenhum
domínio, sendo utilizada somente para se avaliar o quanto o indivíduo está
melhor ou pior comparado a um ano atrás.
Se algum item não for respondido, você poderá considerar a questão se esta
tiver sido respondida em 50% dos seus itens.
Fonte: CICONELLI et. Al., 1999.
1215
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