1
BRUNA CARLA FUCK
SINTOMAS OTONEUROLÓGICOS EM PESCADORES BRASILEIROS
EXPOSTOS A LONGO PERÍODO DE MONÓXIDO DE CARBONO E
RUÍDO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Graduação em Fonoaudiologia da
Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito
parcial à obtenção do grau de Fonoaudiólogo.
Orientadora: Profa. Dra. Bianca Simone
Zeigelboim
CURITIBA
2014
2
RESUMO
Introdução: A pesca é uma das atividades produtivas mais antigas, é um setor importante da
economia Brasileira e mundial. Objetivo: Avaliar o comportamento vestibular em uma
população de pescadores. Material e Método: Foi realizado um estudo de coorte transversal.
Avaliaram-se 30 pescadores na faixa etária entre 33 a 67 anos (média de idade - 49,5 e desvio
padrão – 8,5 anos) submetidos aos seguintes procedimentos: anamnese, avaliação
otorrinolaringológica e vestibular por meio da vectoeletronistagmografia. Resultados: Os
sintomas otoneurológicos mais evidenciados foram: zumbido (66,7%), tontura (63,3%) e
perda auditiva (53,3%). Os sintomas clínicos diversos mais relatados foram: fadiga (36,7%),
ansiedade (23,3%) e depressão (16,7%). O exame vestibular esteve alterado em 13 pescadores
(43,3%) sendo localizado na prova calórica. Houve prevalência de alteração no sistema
vestibular periférico com predomínio das disfunções vestibulares periféricas irritativas
(30,0%). Conclusão: As queixas otoneurológicas foram frequentes na população estudada
permitindo verificar a importância do exame labiríntico e a necessidade de adoção de medidas
preventivas com relação à exposição ao ruído e ao monóxido de carbono, uma vez que podem
causar e/ou potencializar diversas manifestações labirínticas gerando comprometimentos
vestibulares importantes que podem afetar a qualidade de vida destes trabalhadores.
Unitermos: Tontura; Testes de Função Vestibular; Eletronistagmografia; Compostos
Químicos; Saúde do Trabalhador; Pescadores Industriais
3
ABSTRACT
Introduction: Fishing is one of the oldest productive activities, is an important sector of the
Brazilian economy and world. Aim: To evaluate the vestibular behavior in population of
fishermen. Methods: It was realized a cross-sectional study. Thirty fishermen (mean age 49.5
(±8.5), between 33 and 67 years of age were submitted to anamnesis, otorhinolaryngological
evaluation and vestibular exam through the electronistagmography. Results: The most
evident otoneurological symptoms were: tinnitus (66.7%), dizziness (63.3%) and hearing loss
(53.3%). The most evident clinical symptoms were: fatigue (36.7%), anxiety (23.3%) and
depression (16.7%). There were alterations in the vestibular exam in Thirteen fishermen
(43.3%) discovered in the caloric test. There was a prevalence of alteration in the peripheral
vestibular system and there was a major frequency of the peripheral vestibular irritative
syndrome (30.0%). Conclusion: The otoneurological complaints were frequent in the
population studied to verify the importance of allowing labyrinth exams and the need for
adopting preventive measures relating to noise exposure to carbon monoxide, since they can
cause and / or enhance various manifestations labyrinthine vestibular impairment causing
major that can affect the quality of life of these workers.
Keywords: Dizziness; Vestibular Function Tests; Electronystagmography; Chemical
Compounds; Occupational Health; Industrial Fishermen
4
INTRODUÇÃO
A pesca é uma das atividades produtivas mais antigas, é um setor importante da
economia nacional e mundial (1). A atividade pesqueira é uma importante fonte de emprego e
pode ocorrer de forma artesanal ou industrial.
A forma industrial, que é o foco do presente estudo, ocorre em embarcações com mais
de 24 metros e o pescador permanece em alto mar por semanas sem intervalo. Na grande
maioria das vezes, com exposição constante ao ruído do motor da embarcação, além da
exposição ao monóxido de carbono (CO) e o hábito do tabaco.
Os pescadores permanecem nas embarcações durante muitas horas expostos á níveis
sonoros elevados, á vibração local no braço e do corpo inteiro e á exposição prolongada de
CO, podendo acarretar problemas na saúde geral e na audição (2,3).
Dentre as doenças ocupacionais que ocorrem nesta população, ressalta-se á perda
auditiva induzida por ruído (PAIR). Estudo no Brasil com 52 pescadores industriais encontrou
61,53% de audiogramas alterados com características de PAIR e queixa de zumbido referido
por 46,15% dos pescadores avaliados (4).
A PAIR é decorrente de um acúmulo de exposições ao ruído, normalmente diárias
que são repetidas constantemente por um determinado período (5).
Para os autores (6,7) a PAIR é passível de prevenção e pode ter como consequências
prejuízos de diferentes naturezas, podendo levar à incapacidade auditiva, disfunções auditivas
como zumbidos e alterações vestibulares importantes. No Brasil, apesar da evolução dos
conhecimentos e da legislação sobre a PAIR, ainda ocorrem casos de trabalhadores lesionados
(8).
A exposição ao CO pode levar á sequelas neurológicas tanto precoces quanto tardias
podendo ocorrer desmielinização difusa da substância branca cerebral e lesões isquêmicas dos
globos pálidos (9,10). Ultrapassando 30 dias consecutivos pode levar a uma intoxicação
5
crônica mesmo em baixas concentrações (11). Intoxicação por CO pode ocasionar efeitos
tóxicos cumulativos como insônia, cefaléia, fadiga, diminuição da capacidade física, tonturas,
vertigens, ataxia, deterioração mental, náuseas, vômitos, distúrbios visuais, alterações
auditivas, doenças respiratórias entre outras menos freqüentes (10-13).
Diversos estudos ressaltam sobre os efeitos da exposição combinada do CO e do
ruído. Autores (14,15) referem que a exposição simultânea a estes dois fatores pode acarretar
uma potencialização dos efeitos do ruído afetando não somente a audição como também os
mecanismos responsáveis pelo equilíbrio corporal.
O objetivo do presente estudo foi avaliar o comportamento vestibular em uma
população de pescadores.
6
MATERIAL E MÉTODOS
Avaliaram-se 30 pescadores do gênero masculino, na faixa etária de 33 a 67 anos,
(média de idade - 49,5 e desvio padrão – 8,5 anos) encaminhados pela Fundação Jorge Duprat
Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO) do Ministério do
Trabalho e Emprego para o Setor de Otoneurologia de uma instituição de ensino.
Trata-se de um estudo de coorte transversal e os pescadores foram avaliados
independendo do tempo de permanência no mar.
Foram incluídos na pesquisa, pescadores sem alterações na otoscopia e excluídos,
pescadores com alteração musculoesqueléticas que impossibilitassem a realização do exame.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética Institucional sob o protocolo nº.
094/2006 e após autorização através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, os pescadores foram submetidos aos seguintes procedimentos:
Anamnese
Aplicou-se um questionário com ênfase aos sinais e sintomas otoneurológicos.
Avaliação Otorrinolaringológica
Realizada com o objetivo de excluir qualquer alteração que pudesse interferir no
exame. Entre as alterações encontram-se: perfuração de membrana timpânica, cerúmen e
otorréia.
Avaliação Vestibular
Os pescadores foram submetidos às seguintes provas que compõem o exame
vestibular:
Inicialmente, pesquisou-se a vertigem e os nistagmos de posição/posicionamento,
espontâneo e semiespontâneo.
A seguir, para a realização da vectoeletronistagmografia (VENG) utilizou-se um
aparelho termossensível, com três canais de registro, da marca Berger, modelo VN316.
7
Colocaram-se, fixados com pasta eletrolítica, um eletródio ativo no ângulo lateral de cada
olho e na linha média frontal, formando um triângulo isósceles, que permite a identificação
dos movimentos oculares horizontais, verticais e oblíquos e principalmente para possibilitar o
cálculo da velocidade angular da componente lenta do nistagmo (VACL).
Utilizou-se uma cadeira rotatória pendular decrescente da marca Ferrante, um
estimulador visual modelo EV VEC e um otocalorímetro a ar modelo NGR 05, ambos da
marca Neurograff.
Realizaram-se as seguintes provas oculares e labirínticas à VENG, de acordo com
critérios propostos pelos autores (16).
Calibração dos movimentos oculares, nesta etapa do exame, o aspecto clínico avaliado foi à
regularidade do traçado, tornando as pesquisas comparáveis entre si.
Pesquisa dos nistagmos espontâneo (olhos abertos e fechados) e semiespontâneo (olhos
abertos). Nesse registro avaliaram-se a ocorrência, direção, efeito inibidor da fixação ocular
(EIFO) e o valor da VACL máxima do nistagmo.
Pesquisa do rastreio pendular para a avaliação da ocorrência e do tipo de curva.
Pesquisa do nistagmo optocinético, à velocidade de 60 por segundo, nos sentidos anti-
horário e horário, na direção horizontal. Avaliaram-se a ocorrência, direção, VACL máxima
às movimentações anti-horária e horária do nistagmo.
Pesquisa dos nistagmos pré e pós-rotatórios à prova rotatória pendular decrescente,
estimulando-se os ductos semicirculares laterais, anteriores e posteriores. Para a estimulação
dos ductos semicirculares laterais (horizontais) a cabeça foi fletida 30 para frente. Na etapa
seguinte, para a sensibilização dos ductos semicirculares anteriores e posteriores (verticais) o
posicionamento da cabeça foi de 60 para trás e 45 à direita e, a seguir, 60 para trás e 45 à
esquerda, respectivamente. Observaram-se a ocorrência, direção, freqüência às rotações anti-
horária e horária do nistagmo.
8
Pesquisa dos nistagmos pré e pós-calóricos, realizada com o paciente posicionado de forma
que a cabeça e o tronco estivessem inclinados 60 para trás, para estimulação adequada dos
ductos semicirculares laterais. O tempo de irrigação de cada orelha com ar a 42C e 20C
durou 80s para cada temperatura e as respostas foram registradas com os olhos fechados e, a
seguir, com os olhos abertos para a observação do EIFO. Nesta avaliação observaram-se a
direção, os valores absolutos da VACL e o cálculo das relações da preponderância direcional
e predomínio labiríntico do nistagmo pós-calórico.
Análise Estatística
Aplicou-se os Testes de Diferença de Proporções e Fisher com a finalidade de
comparar os resultados do exame vestibular (analisando os resultados normais e alterados e
correlacionando-os com a idade e o tempo de serviço), o Teste de Fisher e Qui-quadrado
(correlacionando os resultados do exame vestibular com os sintomas do zumbido, tontura e
perda auditiva). Fixou-se 0,05 ou 5% o nível de rejeição na hipótese de nulidade.
9
RESULTADOS
A frequência dos sinais e sintomas otoneurológicos e clínicos diversos são observados
na tabela 1.
(inserir tabela 1)
A pesquisa do nistagmo posicional, calibração dos movimentos oculares, pesquisa dos
nistagmos espontâneos de olhos abertos e fechados, semiespontâneo, rastreio pendular e do
nistagmo optocinético não evidenciaram alterações.
À prova calórica, ocorreram dezessete casos (56,7%) de normorreflexia, dois casos
(6,7%) de hiperreflexia labiríntica bilateral, sete casos (23,3%) de hiperreflexia labiríntica
unilateral, três casos (10,0%) de hiporreflexia labiríntica unilateral e um caso (3,3%) de
hiporreflexia labiríntica bilateral, conforme demonstra a tabela 2.
(inserir tabela 2)
Em 13 casos (43,3%) ocorreram disfunções vestibulares periféricas, sendo quatro
casos (13,3%) de disfunção vestibular periférica deficitária e nove casos (30,0%) de disfunção
vestibular periférica irritativa. O exame vestibular foi normal em 17 casos (56,7%), conforme
descrito na tabela 2.
À aplicação do Teste de Proporções, comprova que não houve diferença entre as
proporções dos exames normais e alterados (p = 0,5565).
A correlação entre o resultado do exame vestibular e a presença de perda auditiva,
poderá ser observada na tabela 3.
(inserir tabela 3)
À aplicação do Teste Qui-quadrado, comprova que não houve diferença significativa
entre as proporções de pacientes com exame vestibular normal (EVN) e exame vestibular
alterado (EVA) com e sem a presença de perda auditiva (p= 0,1269).
10
A correlação entre o resultado do exame vestibular e a presença de zumbido, poderá
ser observada na tabela 4.
(inserir tabela 4)
À aplicação do Teste de Fisher, comprova que não houve diferença significativa entre
as proporções de pacientes com EVN e EVA com e sem zumbido (p = 0,0743).
A correlação entre o resultado do exame vestibular e a presença de tontura, poderá ser
observada na tabela 5.
(inserir tabela 5)
À aplicação do Teste de Fisher, comprova que houve diferença significativa entre as
proporções de pacientes com EVN e EVA com e sem tontura (p = 0,0047*).
A correlação entre o resultado do exame vestibular e a idade dos pescadores, poderá
ser observada na Tabela 6.
(Inserir tabela 6)
À aplicação do Teste de Fisher, comprova que houve diferença significativa entre as
proporções de pacientes com EVN e EVA com relação a idade (p = 0,0051*).
A correlação entre o resultado do exame vestibular e o tempo de serviço dos
pescadores, poderá ser observada na Tabela 7.
(Inserir tabela 7)
À aplicação do Teste de Fisher, comprova que houve diferença significativa entre as
proporções de pacientes com EVN e EVA com relação ao tempo de serviço (p = 0,0002*).
11
DISCUSSÃO
Na análise da anamnese verificou-se a ocorrência de múltiplos sintomas
otoneurológicos e clínicos diversos. De acordo com a literatura, o zumbido é o primeiro alerta
de exposição a um estímulo sonoro excessivo e pode indicar maior suscetibilidade à lesão.
Este é um sintoma importante na prevenção da PAIR e é um dos principais fatores preditivos
de desvantagens geradas em trabalhadores expostos ao ruído. O zumbido é uma das três
grandes manifestações otoneurológicas ao lado da perda auditiva neurossensorial e da tontura
(17). É considerado como uma desordem fisiológica resultante de atividade neural anormal
das vias auditivas (18). Concepções atuais sugerem a existência de envolvimento do sistema
auditivo periférico e central, aferente e eferente, além da interação com outros sistemas (18).
Os autores (19) avaliaram 284 trabalhadores e observaram a prevalência de PAIR em 63,0% e
de zumbido em 48,0% dos casos avaliados.
Estudos realizados (20) em 258 homens do serviço militar em Israel, expostos á ruídos
de impulso e impacto intensos, evidenciaram uma disfunção vestibular (não especificando o
tipo) quando ocorre perda auditiva assimétrica. Segundo os autores, não há uma associação
entre a gravidade da perda auditiva e a sintomatologia vestibular.
No presente estudo, observou-se alteração do sistema vestibular periférico em treze
pescadores, sendo esta alteração localizada na prova calórica, com predomínio das disfunções
vestibulares periféricas irritativas. Na literatura compulsada, evidenciou-se uma escassez de
estudos envolvendo o sistema vestibular e a atividade da pesca. Ressaltamos a pesquisa de
autores (15) que realizaram o potencial evocado miogênico vestibular (VEMP) em indivíduos
com PAIR e observaram alteração significativa no alongamento da latência n23 e redução dos
interpicos das ondas p13-n23, demonstrando desta forma, um envolvimento otoneurológico
importante deste exame. O VEMP esteve alterado em 67,0% dos casos com PAIR. Os autores
12
concluíram que a possibilidade de disfunção vestibular, especialmente da via sacular é
elevada nestes casos.
Com relação à intoxicação por CO, o autor (21) estudou 50 pacientes e o resultado
demonstrou perda auditiva bilateral em diferentes graus em 42,0%, deterioração retrococlear
em 80,0%, anacusia em 6,0% e a disfunção vestibular ocorreu em 86,0% dos pacientes. Em
outro estudo (22) realizado em trabalhadores expostos a CO, 66,0% apresentaram perda
auditiva e 76,5% disfunção vestibular. Segundo o autor, esses dados confirmam os efeitos
tóxicos do CO.
Quando comparamos o resultado do exame vestibular com a queixa de tontura, esta
diferença torna-se relevante. Para o autor (23) a tontura pode dificultar o desempenho do
indivíduo em realizar atividades que necessitem de movimentos rápidos da cabeça e também
em tarefas que impliquem flexão do tronco e da cabeça. Isso explica a significância ocorrida
com a tontura, uma vez que, este tipo de profissão exige muitas vezes movimentos bruscos de
tronco e de cabeça.
Quando comparamos o resultado do exame vestibular com a idade e o tempo de
serviço, observamos relevância em seus resultados demonstrando desta forma, que o
indivíduo ingressa cedo nesta profissão e perdura por um longo período na maioria das vezes,
passando por várias gerações na profissão o que corresponde à exposição combinada de
monóxido de carbono e PAIR por um longo período.
Na literatura compulsada nacional e internacional encontramos poucas referências que
abordem o estudo da vestibulometria em pescadores industriais para que pudéssemos
confrontar nossos achados, o que demonstra á relevância do assunto estudado, encorajando
desta forma, a continuidade desta pesquisa e a realização de novas sobre o assunto, para que
possamos em um futuro próximo, planejar ações que possam minimizar os sintomas causados
no desempenho desta profissão.
13
CONCLUSOES
Os sintomas otoneurológicos mais evidenciados foram: perda auditiva, zumbido,
tontura e cefaléia enquanto que os sintomas clínicos diversos mais relatados foram: fadiga,
depressão, ansiedade, insônia e agitação durante o sono.
A alteração no exame vestibular ocorreu em 43,3% dos pescadores, sendo localizada
na prova calórica, com predomínio de disfunção do sistema vestibular periférico do tipo
irritativa.
14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Neitzel R, Berna BE, Noah SS. Noise Exposure aboard catcher/processor fishing
vessels. Am J Ind Med. 2006;49(6):24-33.
2. Axelsson A, Arvidsson I, Jerson T. Hearing in fishermen and coastguards. In: Salvi
RJ, Henderson D, Hamernik RP. Basic and applied aspects of noise-induced hearing
loss. NATO Science Series Life Sciences, 2006.
3. Paini MC, Morata TC, Corteletti LJ, Albizu E, Marques JM, Santos L. Audiological
findings among workers from Brazilian small scale fisheries. Ear Hear. 2009; 30(1):8-
15.
4. Heupa AB, Gonçalves CGO, Albizu EJ, Iantas MR, Lacerda ABM, Labato DC.
Programa de prevenção de perdas auditivas em pescadores: perfil auditivo e ações
educativas. Rev CEFAC. 2011;13(6):109-16.
5. Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva (1999) [Internet]. Boletim n.6.
Diretrizes Básicas de um Programa de Conservação Auditiva. [citado em 4 de abril de
2012]. Disponível em:
http://saudetrabalho.sites.uol.com.br/PAIR/Comite_Nac_ruid_cons_audB6.pdf
6. Nudelmann AA, Costa EA, Seligman J, Ibañez RN. Atualização sobre os documentos
do Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva. In: Nudelmann AA, Costa
EA, Seligman J, Ibañez RN, organizadores. PAIR - Perda auditiva induzida pelo
ruído. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. p. 225-34.
7. Gonçalves CGO. Saúde do trabalhador: da estruturação à avaliação de Programas de
Preservação Auditiva. São Paulo: Roca; 2009.
8. Gonçalves CGO, Iguti AM. Análise de programas de preservação da audição em
quatro indústrias metalúrgicas em Piracicaba, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública.
2006; 22(3):609-18.
15
9. Alioglu Z, Sari A, Aynaci M, Velioglu SK, Oznenoglu M. Neurological symptoms
after carbon monoxide intoxication. J Neurol Sci. 1999; 16(4):18-20.
10. Kaimen-Maciel DR, Rocha FHB, Mancini DA. Desmielinização tardia após
intoxicação por monóxido de carbono. Rev Neurocienc. 2010;18(1):66-8.
11. Penney DG. Chronic carbon monoxide poisoning. In: Penney DG. Carbon monoxide
toxicity. Boca Ratton, Florida: CRC Press, 2000. p.394-420.
12. Choi IS. Delayed neurologic sequelae in carbon monoxide intoxication. Neurol.
1983;40:433-5.
13. Prockop LD, Chichkova RL. Carbon monoxide intoxication: an updared review. J
Neurol Sci. 2007;262:122-30.
14. Fechter LD. Mechanistic basis for interactions between noise and chemical exposure.
Arch Complex Envir. 1989;1(1):23-8.
15. Kumar K, Vivarthini CJ, Bhat JS. Vestibular evoked myogenic potential in noise-
induced hearing loss. Noise Health. 2010;12(48):191-4.
16. Mangabeira-Albernaz PL, Ganança MM, Pontes PAL. Modelo operacional do
aparelho vestibular. In: Mangabeira-Albernaz PL, Ganança MM. Vertigem. 2ª.ed. São
Paulo: Moderna; 1976. p. 29-36.
17. Fukuda Y. Zumbido: diagnóstico e tratamento. RBM-ORL 1997; 4(2):39-43.
18. Jastreboff PJ. Phantom auditory perception (tinnitus): mechanisms of generation and
perception. Neurosci Res 1990;8(4):221-54.
19. Dias A, Cordeiro R, Corrente JE, Gonçalves CGO. Associação entre perda auditiva
induzida pelo ruído e zumbidos. Cad Saúde Pública. 2006; 22(1):63-8.
20. Golz A, Westerman ST, Westerman LM, Goldenberg D, Netzer A, Wiedmyer T, et al.
The effects of noise on the vestibular system. Am J Otolaryngol. 2001;22(3):190-6.
16
21. Kowaska S. State of the organ of hearing and equilibrium in acute carbon monoxide.
Med Pr. 1980;31(1):63-9.
22. Kowaska S. Statre of the hearing and equilibrium organs in workers exposedf to
carbon monoxide. Med Pr. 1981;32(2):145-51.
23. Cohen H. Vestibular rehabilitation improves daily life function. Am J Occup Ther.
1994;48(10):919-25.
17
Tabela 1 - Distribuição da freqüência dos sinais e sintomas otoneurológicos e achados
clínicos em 30 pescadores avaliados.
SINAIS E SINTOMAS
OTONEUROLÓGICOS
N FREQÜÊNCIA
Zumbido 20 66,7%
Tontura 19 63,3%
Perda auditiva 16 53,3%
Cefaléia 9 30,0%
Formigamento de extremidade 6 20,0%
Dor irradiada para ombros e braços 4 13,3%
Estalo no pescoço 4 13,3%
Dificuldade ou dor ao movimento
do pescoço
3 10,0%
Desequilíbrio à marcha 2 6,7%
Sensação de cabeça oca 1 3,3%
Tremor 1 3,3%
Sudorese 1 3,3%
SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS
DIVERSOS
N FREQUÊNCIA
Fadiga 11 36,7%
Ansiedade 7 23,3%
Depressão 5 16,7%
Insônia 3 10,0%
Agitação durante o sono 2 6,7%
N- número de casos
18
Tabela 2 – Resultados obtidos na prova calórica analisando os valores absolutos e relativos
e do exame vestibular em 30 pescadores avaliados.
PROVA CALÓRICA N FREQUÊNCIA
Normorreflexia 17 56,7%
Hiperreflexia labiríntica unilateral 7 23,3%
Hiporreflexia labiríntica unilateral 3 10,0%
Hiperreflexia labiríntica bilateral 2 6,7%
Hiporreflexia labiríntica bilateral 1 3,3%
EXAME VESTIBULAR N FREQUÊNCIA
E.V.N. 17 56,7%
D.V.P.I. 9 30,0%
D.V.P.D. 4 13,3%
N – número de casos; E.V.N. – exame vestibular normal; D.V.P.I - disfunção vestibular
periférica irritativa; D.V.P.D – disfunção vestibular periférica deficitária.
À aplicação do Teste de Proporções, comprova que não houve diferença entre as proporções
dos exames normais e alterados (p = 0,5565).
19
Tabela 3 – Correlação entre o resultado do exame vestibular e a presença de perda auditiva
em 30 pescadores avaliados.
EXAME SINTOMA OTONEUROLÓGICO P
Não Sim
E.V.N. 10 7 0, 1269
E.V.A. 4 9
E.V.N. – exame vestibular normal; E.V.A. – exame vestibular alterado.
À aplicação do Teste Qui-quadrado, comprova que não houve diferença significativa entre as
proporções de pacientes com exame vestibular normal (EVN) e exame vestibular alterado
(EVA) com e sem a presença de perda auditiva (p= 0,1269).
20
Tabela 4 – Correlação entre o resultado do exame vestibular e a presença de zumbido em 30
pescadores avaliados.
EXAME SINTOMA OTONEUROLÓGICO P
Não Sim
E.V.N. 8 9 0, 0743
E.V.A. 2 11
E.V.N. – exame vestibular normal; E.V.A. – exame vestibular alterado.
À aplicação do Teste de Fisher, comprova que não houve diferença significativa entre as
proporções de pacientes com EVN e EVA com e sem zumbido (p = 0, 0743).
21
Tabela 5 – Correlação entre o resultado do exame vestibular e a presença de tontura em 30
pescadores avaliados.
EXAME SINTOMA OTONEUROLÓGICO P
Não Sim
E.V.N. 10 7 0,0047*
E.V.A. 1 12
E.V.N. – exame vestibular normal; E.V.A. – exame vestibular alterado.
À aplicação do Teste de Fisher, comprova que houve diferença significativa entre as
proporções de pacientes com EVN e EVA com e sem tontura (p = 0,0047*).
22
Tabela 6 – Correlação entre a idade dos 30 pescadores avaliados e o resultado do exame
vestibular.
EXAME IDADES (ANOS) P
Menos de 50 50 ou mais
E.V.N. 13 4 0,0051*
E.V.A. 3 10
E.V.N. – exame vestibular normal; E.V.A. – exame vestibular alterado.
À aplicação do Teste de Fisher, comprova que houve diferença significativa entre as
proporções de pacientes com EVN e EVA com relação às idades (p = 0,0051*).
23
Tabela 7 – Correlação entre o tempo de serviço dos 30 pescadores avaliados e o resultado do
exame vestibular.
EXAME TEMPO DE SERVIÇO (ANOS) P
Menos de 25 25 ou mais
E.V.N. 11 6 0,0002*
E.V.A. - 13
E.V.N. – exame vestibular normal; E.V.A. – exame vestibular alterado.
À aplicação do Teste de Fisher, comprova que houve diferença significativa entre as
proporções de pacientes com EVN e EVA com relação ao tempo de serviço (p = 0,0002*).
Top Related