Fabrício Pamplona
Laboratório de Psicofarmacologia
Dept. Farmacologia, CCB
Universidade Federal de Santa Catarina
Semana Acadêmica de Farmácia ANGLO
Foz do Iguaçu, Outubro de 2009
Canabinóides: da droga ao medicamento
Cannabis sativa e Cannabis indica
são as espécies mais conhecidas.
Entre outros empregos, destaca-se
o uso como substância psicoativa.
Pode ser fumada ou ingerida. A
substância ativa (Δ9-THC) é mais
concentrado na resina e nas
inflorescências.
Bhang (folhas)
Maconha, Ganja (inflorescências)
Charas ou haxixe (resina)
Receptores CB1
Abundante no SNC
(cérebro e medula espinhal),
mas também localizados no
sistema cardiovascular,
reprodutivo e no trato
gastrointestinal.
Localização neuronal
predominantemente pré-
sináptica
Amplamente distribuídos em
tecidos periféricos,
particularmente no sistema
imunológico.
Receptores CB2
Uso global de maconha entre os anos de 2003 e 2004 (United Nations Office on Drugs and Crime).
Murray et al., 2007
Vega et al, 2002
• 34% dos Americanos com mais de 12 anos
utilizaram Cannabis
(Substance Abuse and Mental Health Services
Administration, 2000).
Maconha Haxixe
Óleo de Haxixe
Concentração (%)
∆9-THC Cannabidiol Cannabinol
Maconha 3.1 0.3 0.3
Sinsemilla 8.0 0.6 0.2
Haxixe 5.2 4.2 1.7
Óleo de Haxixe 15.0 2.7 4.1
Adaptado de ElSohly et al., 2000.
Sinsemilla
Cigarro de maconha
Cachimbo de Água
Cachimbo
Charuto de maconha
VaporizadorBrownie de maconha
Pirulito de maconha
Cannabis
(∆9-THC)
Sensação bem-estar, relaxamento
Alteração de percepções sensoriais
Prejuízo da memória a curto prazo;
Prejuízo da coordenação motora;
Percepção tempo/espaço;
Audição/visão;
Risos s/ motivação;
Sindrome “amotivacional”.
Taquicardia;
Vasodilatação;
Diminuição da pressão intraocular;
Boca seca,
Aumento de apetite;
Broncodilatação.
Efeitos psíquicos Efeitos periféricos
MECANISMO DE AÇÃO REFORÇADOR
• Sistema dopaminérgico mesolímbico – papel
central no circuito da recompensa/reforço, via
comum do reforçamento induzido pela maioria
das drogas de abuso.
• Administração de drogas como álcool e
cocaína aumentam os níveis de DA no nucleusaccumbens, (NAc).
• Canabinóides liberam DA no NAc através da
ativação de neurônios DAérgicos na área
tegmentar ventral (VTA).
Estes resultados enfatizam a noção de que a
liberação de DA no NAc é uma conseqüência
bioquímica geral de várias drogas de abuso.
Potencial terapêutico da Cannabis/canabinóides
Alvos atuais:estimulantes do apetite
supressão de náuseas e anti-eméticos
obesidade
Possíveis alvos:analgésicos (dor aguda); dor crônica neuropática
distúrbios de movimento, tônus muscular (esclerose múltipla)
asma brônquica e outros dist. brônquicos
glaucoma
neuroproteção
anti-tumor
distúrbios cardiovasculares
distúrbios gastrointestinais
distúrbios do humor
distúrbios de ansiedade, estresse pós-traumático, fobias
outros?
Potencial terapêutico da Cannabis/canabinóides
Alvos atuais:estimulantes do apetite
supressão de náuseas e anti-eméticos
obesidade
Possíveis alvos:analgésicos (dor aguda); dor crônica neuropática
distúrbios de movimento, tônus muscular (esclerose múltipla)
asma brônquica e outros dist. brônquicos
glaucoma
neuroproteção
anti-tumor
distúrbios cardiovasculares
distúrbios gastrointestinais
distúrbios do humor
distúrbios de ansiedade, estresse pós-traumático, fobias
outros?
CA Contextual
Choque
24 horas
Congelamento
AntesEC - neutro
EI - resposta
DuranteAssociação
EC + EI
DepoisEC - resposta
Dispensários de Cannabis
Sob orientação médica especial.
Para dores na esclerose múltipla e
no câncer.
Como anti-convulsivante, em casos
não responsivos aos anti-
convulsivantes clássicos.
Onde?
Canadá, EUA (Califórnia),
Alemanha (a partir de 2008)
THC sintético
Como estimulante do apetite
em pacientes com AIDS ou em
radio/quimioterapia
Tratamento de náusea e
vômitos em pacientes com
câncer fazendo quimioterapia
Extrato padronizado
de Cannabis (oral)
Concentrações controladas de
THC e canabidiol
Alívio de dor neuropática em
pacientes com esclerose múltipla
Alívio de dores associadas ao
câncer
Antagonista de
receptores CB1
Combate a obesidade, libera
gordura do adipócito
Retirado do mercado por
efeitos adversos relacionados à
emocionalidade (depressão)
O estudo científico da Cannabis tem contribuído para
a comprensão dos seus efeitos e gerou a descoberta
de um novo sistema de neurotransmissão.
A partir destas descobertas, pelo menos
3 novos medicamentos já foram criados, e muitos
outros já estão em fase clínica de desenvolvimento.
O futuro dirá se esse reconhecimento do seu
potencial terapêutico serão suficientes para a redução
do estigma associado à planta e seus usuários.
Canabinóides: da droga ao medicamento
Muito obrigado pela presença e atenção !
Dr. Fabrício A. Pamplona PsicofarmacologiaUniversidade Federal de Santa Catarina
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