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CAPACITAÇÃO DE COMUNIDADES EM TERRITÓRIOS DE RISCO Estudo de Caso de Setúbal
Isabel A. dos Santos , Lia T. Vasconcelos e Iva M. Pires
Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania Setúbal, 30 Março 2017
Sousa, 2014
• Questão de investigação
• Perceções e Visões
• Enquadramento legal
• Estudo de caso de Setúbal
• Resultados
• Conclusões
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Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Isabel Abreu dos Santos Isabel Abreu dos Santos
3 Isabel Abreu dos Santos
A prática de exercícios à escala real, envolvendo autoridades, decisores, academia e as pessoas,
permite uma melhor preparação para as ações de
prevenção e atuação face à ocorrência de um
desastre?
Questão de Investigação
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Isabel Abreu dos Santos
• Questão de investigação
• Perceções e Visões
• Enquadramento legal
• Estudo de caso de Setúbal
• Conclusões
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Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Isabel Abreu dos Santos Isabel Abreu dos Santos
5 Isabel Abreu dos Santos
Risco = Probabilidade x Severidade
Sandman (1993) define risco como sendo a soma de dois fatores: perigo e ultraje.
Risco = Perigo + Ultraje (Peter Sandman, 1993)
Sandman (1993) define 12 componentes do ultraje; algumas destas componentes condicionam e podem determinar a perceção que temos do risco. público dá muito pouca atenção ao perigo; especialistas nenhuma atenção ao ultraje.
adicionada a componente “Emoção”
“A probabilidade de ocorrência de um acontecimento indesejável. É função da probabilidade de ocorrência e da severidade/ magnitude das suas consequências” (Covello, 1994).
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Conceito de Risco – diferentes perceções
Isabel Abreu dos Santos
6 Isabel Abreu dos Santos
Características: Riscos complexos, interdisciplinares e de difícil caracterização Riscos globais, invisíveis Riscos sem termo, incertos, surpreendentes Risco como antecipação do futuro; (construir ferramentas de preparação para lidar c/ acontecimentos cujo maior objetivo (desejo) é que nunca aconteçam)
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Conceito de Risco – diferentes perceções
Perceções diferentes • profissionais • pessoas comuns / público com conceção do risco abrangente e
multidimensional (forte componente emocional)
Potencial conflito conciliar/ gerar compromissos
“dicotomia sentimento versus racionalidade” está na base de diferentes perceções e fortes convicções acerca do risco. (Slovic, 2010)
Isabel Abreu dos Santos
• Questão de investigação
• Perceções e Visões
• Enquadramento legal
• Estudo de caso de Setúbal
• Conclusões
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Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Isabel Abreu dos Santos Isabel Abreu dos Santos
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Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Enquadramento legal
O dever de informar (autoridades, academia/ ciência)
O dever de se informar (cidadãos) E o direito a ser informado (sociedade civil)
Isabel Abreu dos Santos
Todos têm direito à liberdade e à segurança
A proteção civil é a atividade desenvolvida pelo Estado, (…) autarquias locais, (…) cidadãos (…) com a finalidade
de prevenir riscos coletivos (…) atenuar os seus efeitos E proteger e
socorrer as pessoas e bens em perigo
Os Cidadãos têm direito à informação sobre :
• os riscos a que estão sujeitos (…) as medidas adotadas e a adotar para prevenir ou a minimizar os efeitos de acidente grave ou catástrofe
• Questão de investigação
• Perceções e Visões
• Enquadramento legal
• Estudo de caso de Setúbal
• Conclusões
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Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Isabel Abreu dos Santos Isabel Abreu dos Santos
Risco sísmico, tsunami, tecnológico
118.689 habitantes
Património Histórico, Arquitetónico e Ambiental Parque Natural Arrábida Reserva Natural Estuário do Sado
Image Source: http://goo.gl/uxzNZ3
MITREX 2012 – R. tecnológico, 8/11
BOCAGE 2013 – R. sísmico, escola, 6/6
SETLOG 2014 – R. sísmico, centro
histórico, 8 e 9/3
SETLOG 2015 – R. sísmico, campo de
desalojados, 22, 23 e 24/5
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Participante-observadora
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Isabel Abreu dos Santos
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Memórias
1 de Novembro 1755 Sismo magnitude 8.5–9 (semelhante ao grande sismo do Japão, 2011) Fatalidades em Lisboa - entre 10.000 e 100.000 pessoas (num total de população total de ~250.000 habitantes); população na missa; feriado religioso; colapso de igrejas Duração entre 3,5 a 6 minutos ~ 12.000 edifícios colapsaram Tsunami ~60 minutos após o sismo Ondas de ~6 metros de altura Incêndio Lisboa esteve a arder durante 6 dias
(1)
(2)
Elevada perceção de risco
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Isabel Abreu dos Santos
Cenário •acidente industrial •forças de segurança, agentes de proteção civil, empresas da península da Mitrena
MITREX 2012 - exercício de risco tecnológico (8-11-2012)
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Objetivos •testar capacidade de resposta da proteção civil •treino e preparação das populações •Participação de ~4000 pessoas
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Exercícios Livex
MITREX 2012
Isabel Abreu dos Santos
SETLOG 2014 - exercício de risco sísmico (8 e 9 março 2014)
Cenário • sismo M6.4, (Richter) • assume população no exterior
(sequência SETLOG 2013)
Objetivos • Testar coordenação institucional • Avaliar impacto nas pessoas,
património, bens, infraestruturas críticas e ambiente
• Envolver os cidadãos, 300 pessoas
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SETLOG 2014
Exercício de risco sísmico (8 e 9 março 2014)
Plano de Emergência – centro histórico Isabel Abreu dos Santos
5 Painéis informação 21 Colunas SOS (pontos de encontro; sentidos de
evacuação)
32 armários de 1ª intervenção Brigadas ação local
250 sinais caminhos de fuga
identificar mensagens de obrigatoriedade informação precaução proibição
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SETLOG 2014
Isabel Abreu dos Santos
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Construção de Confiança/ Conhecimento Comunicação de ciência
Peneque, 2014
Tique, 2014
Participação pública, ação agentes proteção civil, meios, equipamentos, competências
Peneque, 2014
Tique, 2014
Tique, 2014
Tique, 2014
Tique, 2014 Isabel Abreu dos Santos
Aprender fazendo (Learning by doing)
Aprendizagem-ação (Action Learning)
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SETLOG 2014
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Tique, 2014
Peneque, 2014 Peneque, 2014
Tique, 2014
Peneque, 2014
Tique, 2014
Tique, 2014
Tique, 2014 Educação da população sensibilização preparação diálogo com as autoridades
Isabel Abreu dos Santos
Comunicação de ciência Aprender fazendo
Construção de Conhecimento/
Confiança
sismo
Aprender fazendo (Learning by doing)
Aprendizagem-ação (Action Learning)
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Exercícios Livex
SETLOG 2014 Participação Pública
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Partilha de reflexões, aprendizagens, saberes,
preocupações , como fazer melhor
Aprendizagem informal: música, jogos, conversas, debates
Tique, 2014 Tique, 2014 Tique, 2014
Tique, 2014 Tique, 2014
Empoderamento
Isabel Abreu dos Santos
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Exercícios Livex
SETLOG 2014
Aprendizagem-Ação
Aprender fazendo
Cenário •Sismo M6.4 (Richter) •Montagem Campo de Deslocados
Objetivos •Testar encaminhamento, acolhimento populações (Setúbal, Sesimbra, Barreiro, Palmela)
•Montagem e gestão Campo de Deslocados
•Avaliar e Envolver cidadãos 250 pessoas
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Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Exercícios Livex
SETLOG 2015
Exercício de risco sísmico (22, 3 e 24 maio 2015) Isabel Abreu dos Santos
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Comunicação de ciência Aprender com a experiência
Construir Conhecimento
Aprender fazendo (Learning by doing)
Aprendizagem-ação (Action Learning)
Tique, 2014
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Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Exercícios Livex
SETLOG 2015
20 Isabel Abreu dos Santos
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Exercícios Livex
• 220 respondentes - amostra de 917
• Participantes dos exercícios LIVEX
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Perceções e representações
93%
muito importante
importante
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Questionário – “Eu e os Riscos”
Isabel Abreu dos Santos
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Perceções e representações
22
Quem informa? Agentes de PC, bombeiros
Quem não informa? políticos, cientistas
Informação sobre risco
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Questionário – “Eu e os Riscos”
Isabel Abreu dos Santos
Perceções e representações
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Quem está preparado?
Bombeiros e Serviços Municipais de PC
Preparação das entidades
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Questionário – “Eu e os Riscos”
Isabel Abreu dos Santos
Questionário – “Eu e os Riscos”
Perceções em concordância com 4 Eurobarómetros: “Ajuda
humanitária e Proteção Civil”, 2015 e 2012; “Civil Protection”, 2015 e “Riscos relacionados com Alimentos”, 2010
Confiança Bombeiros, PC municipal (PSP, GNR, médicos)
Desconfiança Primeiro Ministro Políticos Min.Administração Interna (pessoas que
não confiariam em situação de emergência)
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Perceções e representações
“Em quem confiaria numa situação de emergência?”
Isabel Abreu dos Santos
O que gostou mais?
De aprender com a experiência, com
os outros
O que mudou? • Aquisição de conhecimentos -capital
intelectual comportamentos, perceções, sentimentos, “ter mais conhecimento, não entrando em pânico”
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Perceções e representações
• Alteração de comportamento
mais responsáveis, aumento de confiança e respeito “nos agentes e instituições de proteção civil” Aquisição “Kit de emergência”, saber reagir a situações de catástrofe capital social, capital político
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal Questionário – “Eu e os Riscos”
Isabel Abreu dos Santos
• Questão de investigação
• Perceções e Visões
• Enquadramento legal
• Estudo de caso de Setúbal
• Conclusões
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Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Isabel Abreu dos Santos Isabel Abreu dos Santos
A prática de exercícios à escala real, envolvendo autoridades, decisores, academia e as pessoas, permite uma melhor preparação para as ações de prevenção e atuação face à ocorrência de um desastre?
Afirmativa
Gera confiança e credibilidade entre instituições e autores, produzindo • capital intelectual (learning by doing e aquisição de
conhecimento) • capital social (aprender com os outros, envolvimento,
interação, interligação entre entidades, aprendizagem coletiva) e
• capital político (capacidade de agir coletivamente, interagir com instituições e liderar)
Capacitando as pessoas a saberem gerir melhor as suas vidas
Face à Pergunta de Partida
A resposta
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Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
De onde partimos -> onde chegamos
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A comunicação e a governância de risco
aumentam a resiliência
Os desastres naturais não
afetam as pessoas de igual forma
Aprendizagem ação/ Aprender fazendo
Da vulnerabilidade à capacitação dos cidadãos
É necessário alterar o paradigma
De vítimas passivas a cidadãos ativos
Da ocultação de informação à comunicação efetiva de risco (Ciência<-> Autoridades <->
cidadãos) Aprendizagem+ ação = Construção de Conhecimento
Baseada na comunicação clara e
transparente
Isabel Abreu dos Santos
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Conclusões
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Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Desenvolvimentos futuros
Continuar o acompanhamento e análise de exercícios futuros à escala real (melhoria, adequabilidade, ajustamento).
Escutar as pessoas, registar perceções
Confirmar a geração de confiança e construção de conhecimento crítico e estratégico Só se estabelecem relações de governância se houver partilha de ”poder” (todos os atores/ stakeholders) numa transformação da tomada de consciência do risco para postura ativa / gerador de cultura responsável e envolvida
Comunidade de prática – Setúbal (modelos de participação em exercícios à
escala real)
Comunidades de prática formas colaborativas de aprendizagem onde controlo e poder são distribuídos entre os participantes
Isabel Abreu dos Santos
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Peneque, 2014
Tique, 2014
Tique, 2014
Isabel Abreu dos Santos 30
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Testemunhos – a voz do cidadão (Questionário)
aumentei a
“confiança e
respeito nos
agentes de PC
e instituições”
adquiri “Kit de
emergência em
caso de catástrofe”
e tenho uma
“mochila de fuga
mais leve, apenas com o fundamental”
Aprendi como
“reagir a
situações de
catástrofe”
“ter mais
conhecimento, não
entrando em pânico”;
“aprendi o que devo de fazer”
“senti muitas vezes como se
vivesse um cenário real”
Criar sociedades mais resilientes, solidárias, seguras, inclusivas e
sustentáveis
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• Aldoory, 2010, “The ecological Perspective and Other ways to (Re)Consider Cultural
Factors in Risk Communication,” in Handbook of Risk Communication, Routledge, New York, 2010
• Bucho et al., 2014, “Relatório de Avaliação, Exercício SETLOG 2014”, Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal
• Palenchar, 2008, “ Risk communication and community right to know: A public relations obligation to inform “, Public Relations Society of America, Public Relations Journal Vol. 2, No. 1, Winter 2008
• Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal, 2009, Plano Municipal de Intervenção no Centro Histórico de Setúbal
• Skanavis, 2005, “Public Participation Mechanisms in Environmental Disasters”, Springer, Environmental Management Vol. 35, No. 6, pp. 821–837
Public education and awareness on earthquake risks
The Case Study of Setúbal, Portugal Bibliografia
Isabel Abreu dos Santos
• Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal
Agradecimentos
Isabel Abreu dos Santos [email protected] MARE - Faculdade de Ciências e Tecnologia- Universidade Nova de Lisboa
OBRIGADO THANK YOU
“What man desire is not knowledge but
certainty…” (Bertrand Russel)
Capacitação de Comunidades em Territórios de Risco Estudo de Caso de Setúbal
Isabel Abreu dos Santos
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