CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO CONTROLO DE UTENTES
ANTICOAGULADOS
Pedro Bairrada, Anabela Andrade, Esther Rodriguez,
Rita Gomes, Rui Macedo, Rui Pinheiro
Internos de MGF
Centro de Saúde de São Martinho do Bispo
INTRODUÇÃO
A anticoagulação oral com antivitamínicos K deve ser
usada nas situações clínicas indicadas e adequada e
regularmente controlada.
Justifica-se a descentralização do controlo da
hipocoagulação, dos Hospitais para os Centros de
Saúde ou Unidades de Saúde Familiar e até para o
domicílio dos doentes, desde que adequadamente
instruído e sob orientação médica.
Terapêutica antitrombótica da fibrilhação auricular. Coordenação Nacional para as DCV. Março 2009
INTRODUÇÃO
O controlo da hipocoagulação não pode ser obstáculo à sua
prescrição nas situações claramente estabelecidas.
Sob orientação médica, indicando e controlando o nível
terapêutico de hipocoagulação desejado, a anticoagulação
oral adequada poderá reduzir a incidência de AVC e diminuir
as suas graves consequências.
O INR deve ser determinado no mínimo semanalmente
durante o início da terapêutica e mensalmente quando a
anti-coagulação estiver estável.
Terapêutica antitrombótica da fibrilhação auricular. Coordenação Nacional para as DCV. Março 2009
INTRODUÇÃO INR Alvo
2.0 - 3.0 Profilaxia primária e secundária da trombose arterial e venosa,
fibrilhação e flutter auricular, tromboembolismo pulmonar,
doença valvular cardíaca, cardiomiopatia, cirurgia de alto risco,
trombofilia, fenómenos tromboembólicos
2.5 - 3.5 Prótese valvular cardíaca mecânica, profilaxia de EAM recorrente,
embolismo sistémico recorrente
Terapêutica antitrombótica da fibrilhação auricular. Coordenação Nacional para as DCV. Março 2009Williams WJ, Beutler E. Hematology. 4th Edition. McGraw-Hill. 1990Kasper DL et al. Harrison’s Principles of Internal Medicine, 16th Ed, McGraw-Hill, 2005. 588-93
OBJECTIVOS
Caracterizar os utentes anticoagulados do
Centro de Saúde de São Martinho do Bispo
Avaliar a qualidade do controlo da
anticoagulação
Dimensões estudadas: efectividade
População: utentes anticoagulados inscritos no Centro de
Saúde de São Martinho do Bispo
Unidade de estudo: utentes do Centro de Saúde (Sede) com
pelo menos uma prescrição de Varfarina (Varfine ®) e/ou
Acenocumarol (Sintrom®), durante o ano de 2008, com registo
dessa prescrição no SAM
METODOLOGIA
METODOLOGIA
Critérios de inclusão
Indicação para anticoagulação oral durante todo o ano de 2008
Utentes com Médico de Família atribuído durante todo o ano de 2008
Critérios de exclusão
Utentes falecidos durante o ano de 2008
METODOLOGIA
Tipo de dados: resultados
Fonte de dados: processo clínico
Tipo de avaliação: interna (inter-pares)
Tratamento de dados: Microsoft Excel ®
Relação temporal: retrospectiva
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Indicação correcta para anticoagulação oral em 100%
70 ou mais % de utentes com 10 ou mais requisições de INR
70 ou mais % de utentes com 10 ou mais registos de INR
70 ou mais % de utentes com taxa de INR terapêutico ≥
70%
RESULTADOS
93 utentes anticoagulados
Prevalência de anticoagulação - 4,8 por 1000 hab
10,3 utentes / médico
64 utentes incluídos
RESULTADOS
RESULTADOS Média das idades – 65,5 ± 12,4 anos
RESULTADOS
RESULTADOS
RESULTADOS
Indicação Nº de Utentes
Fibrilhação auricular 41
Doença valvular cardíaca 9
Prótese valvular mecânica 8
Flutter auricular 3
Miocardiopatia 3Profilaxia secundária de trombose arterial periférica
2
Enfarte agudo do miocárdio recorrente 1Profilaxia secundária de trombose venosa profunda
1
Tromboembolismo pulmonar 1
Trombofilia 1
Sem indicação registada 4
RESULTADOS
Indicação correcta para anticoagulação oral – 94%
Nº de utentes com 10 ou mais requisições de INR – 50%
(utentes com pelo menos 1 requisição)
Nº de utentes com 10 ou mais registos de INR – 25%
(utentes com pelo menos 1 registo)
Utentes com taxa de INR terapêutico ≥ 70% – 22,5%
DISCUSSÃO
Perfil do utente anticoagulado:
Sexo masculino
Entre os 61 e os 80 anos
Fibrilhação auricular
Medicado com Varfarina
1ª prescrição a nível hospitalar
Com consulta de referência
DISCUSSÃO Inexistência de estudos comparativos
Taxa de indicações correctas satisfatória
Baixas taxas de requisição e registo de INR
Baixa taxa de controlo da anticoagulação
MEDIDAS CORRECTORAS
A nível dos profissionais de saúde:
Organização de sessão clínica para exposição e
debate dos resultados
Elaboração de ficha de registo e seguimento de
utentes anticoagulados
Criação de pasta com guidelines actualizadas
Aquisição de meios técnicos para medição do INR
MEDIDAS CORRECTORAS
A nível dos utentes:
Capacitação e integração do utente
Ensino detalhado sobre anticoagulação na 1ª consulta
Elaboração e distribuição de folheto informativo
Organização de sessão de educação para a saúde
Reavaliação dos critérios 1 ano após instituição
das medidas correctoras
MEDIDAS CORRECTORAS
BIBLIOGRAFIA1. Williams WJ, Beutler E. Hematology. 4th Edition. McGraw-Hill. 1990.
2. Rosenthal L. Atrial Fibrillation: Treatment and Medication. Disponível em: URL:
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3. Gomes P. Pereira R. Monitorização do INR em Ambulatório. USF Condeixa.
4. Guimarães S. Osswald W. Terapêutica medicamentosa e suas bases farmacológicas. 4ª Edição.
Porto Editora. 2001. Págs. 560-81.
5. Prontuário Terapêutico. Infarmed. Fevereiro de 2006.
6. Kasper DL, Braunwald E, Fauci A, Hauser SL, Longo D, Jameson JL. Harrison’s Principles of Internal
Medicine, 16th Ed, McGraw-Hill, 2005. 588-93
7. Terapêutica antitrombótica da fibrilhação auricular. Coordenação Nacional para as Doenças
Cardiovasculares. Março 2009
8. ACC/AHA/ESC 2006 Guidelines for the management of patients with atrial fibrillation – executive
summary. Eur Heart J 2006; 27: 1979-2030 Disponível em: URL: www.escardio.org ou www.acc.org
ou www.americanheart.org
.
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