CETCC - CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
DANIELA DA SILVA
MINDFULNESS (ATENÇÃO PLENA) NA TERAPIA
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
São Paulo
2017
DANIELA DA SILVA
MINDFULNESS (ATENÇÃO PLENA) NA TERAPIA
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins
São Paulo
2017
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.
SILVA, DANIELA DA
Mindfulness (Atenção Plena) na Terapia Cognitivo-
Comportamental
Daniela da Silva, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São Paulo, 2017. 28 f. + CD-ROM Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC). Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins 1 Mindfulness 2. Terapia Cognitivo Comportamental. I. Silva, Daniela. II. Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana Melcher.
DANIELA DA SILVA
MINDFULNESS (ATENÇÃO PLENA) NA TERAPIA
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Monografia apresentada ao Centro de Estudos em
Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das
exigências para obtenção do título de Especialista
em Terapia Cognitivo-Comportamental
BANCA EXAMINADORA
Parecer: ____________________________________________________________
Prof. _____________________________________________________
Parecer: ____________________________________________________________
Prof. _____________________________________________________
São Paulo, ___ de ___________ de _____
DEDICATÓRIA
A todos que de alguma maneira
contribuíram para a realização deste
trabalho, que é mais um passo na busca
do conhecimento.
AGRADECIMENTOS
Aos mestres do Centro de Estudos em
Terapia Cognitivo-Comportamental
(CETCC), faróis na jornada pela busca do
conhecimento.
RESUMO
A Terapia Cognitivo-Comportamental envolve técnicas e teorias que auxiliam o terapeuta na orientação do tratamento, por isso definiu-se como tema desta pesquisa: “Mindfulness (Atenção Plena) na Terapia Cognitivo-Comportamental”. A TCC agrega várias técnicas na psicoterapia e se constitui como uma abordagem estruturada, focal, diretiva e ativa, utilizada no tratamento de diversos transtornos. Delimitaram-se como objetivos da investigação: analisar como a técnica de meditação mindfulness (Atenção Plena) pode contribuir na Terapia Cognitivo-Comportamental; fazer uma breve revisão bibliográfica da Terapia Cognitiva Comportamental e compreender o processo de desenvolvimento da Atenção Plena (Mindfulness). A pesquisa foi bibliográfica exploratória. Os resultados apontaram que quando o indivíduo procura ajuda psicológica é porque tem dificuldade de lidar com emoções, por isso a mindfulness pode reduzir seu sofrimento ao voltar sua atenção para o momento presente, dado que lhe permite perceber sua visão de mundo como algo interno e não como uma realidade posta, por isso esta ferramenta tem feito parte dos tratamentos com a Terapia Cognitivo-Comportamental, como coadjuvante.
Palavras-chave: Terapia Cognitivo-Comportamental; Mindfulness.
ABSTRACT
Cognitive-Behavioral Therapy involves techniques and theories that help the therapist in the
orientation of the treatment, so it was defined as the theme of this research: "Mindfulness in Cognitive-
Behavioral Therapy". CBT adds several techniques in psychotherapy and constitutes a structured,
focal, directive and active approach used in the treatment of several disorders. They were delimited as
research objectives: to analyze how the mindfulness meditation technique can contribute in Cognitive-
Behavioral Therapy; To make a brief bibliographic revision of Cognitive Behavioral Therapy and to
understand the process of development of Mindfulness. The research was an exploratory
bibliography. The results pointed out that when the individual seeks psychological help it is because
they have difficulty dealing with emotions, so mindfulness can reduce their suffering by turning their
attention to the present moment, since it allows them to perceive their world view as something
internal and not As a reality put, so this tool has been part of the treatments with Cognitive-Behavioral
Therapy, as an adjunct.
Keywords: Cognitive behavioral therapy; Mindfulness.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo principal
2.2 Objetivos secundários
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
4.1 Terapia Cognitivo-Comportamental
4.2 Mindfulness
4.3 Mindfulness na Terapia Cognitivo-Comportamental
5 DISCUSSÃO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
8
10
10
10
11
12
12
14
16
23
25
26
8
1 INTRODUÇÃO
Conforme Wright (2008), na prática clínica, a Terapia Cognitivo-
Comportamental (TCC) compõe-se por teorias que auxiliam o terapeuta na
orientação do tratamento.
No início (década de 60), Aaron Beck chamou-a de “Terapia Cognitiva”,
sendo atualmente usada por muitos profissionais com a nomenclatura de “Terapia
Cognitivo-Comportamental” (J. BECK, 2013).
J. Beck afirma que a TCC, muitas vezes, agrega técnicas de outras
psicoterapias na estrutura cognitiva, apresentando uma rica descrição de como
começaram as diferentes formas de TCC (DOBSON e DOZOIS, 2009).
Conforme Wright, Basco e Thase (2008), a TCC é uma abordagem
estruturada, focal, diretiva e ativa, que pode ser utilizada com sucesso no tratamento
de diversos transtornos.
Segundo Girard e Feix (2016), um dos grandes motivos que leva o indivíduo à
procura de ajuda psicológica é a dificuldade de lidar com as emoções. Entre as
técnicas utilizadas está o mindfulness para reduzir sofrimento, tendo grande
relevância na prática clínica, em sintomas relacionados ao estresse. Para Beck et al
(1997), a TCC considera que o comportamento de uma pessoa sofre influência da
forma como ela percebe o mundo.
Diante do exposto, definiu-se como tema da presente investigação
“Mindfulness (Atenção Plena) na Terapia Cognitiva Comportamental”,
estabelecendo-se como objetivo “analisar as contribuições da Mindfulness como
técnica auxiliar na Terapia Cognitivo Comportamental”.
A pesquisa foi bibliográfica exploratória, usando como recursos, artigos
científicos e livros clássicos da TCC.
Os resultados da investigação estão assim expostos: introdução, na qual se
apresenta a proposta do trabalho, possibilitando ao leitor acompanhar o seu
desenvolvimento; no item “objetivos” delineia-se o que se pretende com a
investigação; a metodologia expõe o caminho seguido para o desenvolvimento do
estudo; em resultados expõe-se o estado em que se encontram as pesquisas,
expondo-se a Terapia Cognitiva Comportamental, a Mindfulness e as possibilidades
9
de sua aplicação na TCC, o que gera o item “discussão”. Finalmente apresentam-se
as considerações finais e as referências.
10
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo principal
Esse trabalho tem como objetivo analisar como a técnica de meditação
Mindfulness (Atenção Plena) pode contribuir na Terapia Cognitivo-Comportamental.
2.2 Objetivos secundários
Fazer uma breve revisão bibliográfica da Terapia Cognitiva Comportamental.
Compreender o processo de desenvolvimento da Atenção Plena
(Mindifuness).
11
3 METODOLOGIA
Optou-se pela pesquisa bibliográfica exploratória para a o desenvolvimento
deste trabalho, a fim de se identificar nos trabalhos científicos como o mindfulness
está sendo aplicado na TCC. Para tanto, realizou-se uma busca no scielo, Google
acadêmico e psicodoc utilizando-se as palavras-chave: mindfulness, Terapia
Cognitiva Comportamental e Técnicas de Terapia Comportamental. A busca
remeteu acerca de 800, publicados em língua portuguesa. Selecionaram-se artigos
que tratavam, simultaneamente, de TCC e Mindfulness. Além dos artigos científicos,
a pesquisa se ampara em livros clássicos como de Judith Beck e Dobson e Dozoi
entre outros autores.
A pesquisa bibliográfica objetiva familiarizar o pesquisador dom o assunto
ainda pouco conhecido, tornando-o apto a construir hipóteses (GIL, 2008).
Conforme Medeiros (2012), a pesquisa bibliográfica é aquela na qual o
pesquisador trabalha com informações já publicadas por outros autores em livros,
jornais e revistas.
Para Santos (1998), independente do campo e do tema a ser pesquisado, é
necessário fazer pesquisa bibliográfica, a qual permite o acesso a conhecimentos
prévios.
Foram excluídos os artigos que não estabeleciam a relação entre TCC e
Mindfulness. Assim, o material selecionado compôs-se por artigos que estabeleciam
elo TCC e Mindfulness, trazendo essas como palavras-chave, em língua portuguesa.
12
4 RESULTADOS
4.1 A TERAPIA COGNITIVO – COMPORTAMENTAL
Observa Knapp (2004) que a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) foi
assim nomeada a partir de uma linguagem genérica, pois há uma variedade de mais
de vinte abordagens dentro do seu modelo Cognitivo e Cognitivo-Comportamental
(MAHONEY e LYNDON, 1998). Os primeiros estudos que existem sobre transtornos
emocionais na Terapia Cognitivo-Comportamental aparecem entre 1960 e 1970,
com autores como: Aaron Beck (1963, 1967); Beck et al (1979); Albert Ellis (1962),
Lazarus (1966); Meichenbaum (1973) e Mahoney (1974), entre outros.
As terapias cognitivo-comportamentais surgem de um modelo cognitivo-base e
compartilham de algumas interpretações básicas até o ponto em que se diferenciam
na forma de conceitualizar e elaborar estratégias nos quadros clínicos (KNAPP
2004, p.19 apud DOBSON, 2001). Assim, existem três conceitos fundamentais que
caracterizam as terapias cognitivo-comportamentais. Primeiro: a atividade cognitiva
influencia o comportamento; segundo: a atividade cognitiva pode ser monitorada e
alterada e terceiro: o comportamento desejado pode ser influenciado mediante a
mudança cognitiva.
A criação da Terapia Cognitiva surgiu em uma época na qual a Psicanálise, o
Behaviorismo e o humanismo, com menos influência, eram dominantes (DOBSON,
BACKS-DERMOTT e DOZOIS, 2000).
Segundo J. Beck (2013), Aaron Beck criou um método de psicoterapia, na
década de 1960, com o nome inicialmente de Terapia Cognitiva, atualmente
denominada como Terapia Cognitivo-Comportamental, para trabalhar com
depressão, criando uma psicoterapia estruturada, com poucas sessões, focada no
presente, com a resolução de questões atuais, modificando pensamentos e
comportamentos disfuncionais, ou seja, comportamentos inadequados ou inúteis
(BECK,1977) .
Outros autores seguiram o modelo de Beck e aplicaram-no, adaptando-o a
diversos tipos de transtornos ou problemas. Desta maneira, alteraram o foco, que
era a depressão, e incluíram algumas técnicas, mas seguiram a regra do modelo
Beck, baseando–se na formulação cognitiva, crenças, estratégias comportamentais.
13
Pode-se dizer que o modelo cognitivo mostra que o pensamento disfuncional altera
o humor, assim podendo gerar os transtornos psicológicos.
As crenças constituem-se como um conceito fundamental na Terapia
Cognitivo-Comportamental. Não necessariamente são conhecidas pelo próprio
indivíduo, mas correspondem a ideias gerais que estabelece em sua vida. As
crenças centrais são globais, rígidas e generalizantes, presentes em seu dia-a-dia
(J. BECK, 1997).
As crenças intermediárias emanam das crenças centrais e correspondem a
atitudes, regras e suposições que determinam a maneira como o indivíduo age,
direcionando seu comportamento. As crenças podem gerar comportamentos
disfuncionais (J. BECK, 1997).
As crenças dão origem a pensamentos automáticos, que se tornam
previsíveis quando as crenças são identificadas. Os pensamentos automáticos
surgem sem que haja motivo real ou reflexão e são considerados verdades, mesmo
sem qualquer avaliação, por isso podem se tornar disfuncionais (J. BECK, 1997).
A TCC tem características que podem ser utilizadas em sessões breves como
o empirismo colaborativo, técnicas psicoeducação, métodos práticos e tarefas de
casa. A TCC, muitas vezes, se torna chamativa para clínicos e pacientes por se
caracterizar por métodos simples que mostram bons resultados e ajudam a amenizar
os sintomas (WRIHGT et al 2012).
A seguir, apresenta-se um quadro (quadro 1) com alguns métodos possíveis,
de grande resultado, que podem ser considerados adequados em atendimentos de
45 a 60 minutos.
14
Quadro 1 - Métodos de Alto Rendimentos da TCC para sessões breves
Programação de atividades Prescrição de tarefas graduais
Retreinamento da respiração Listagem das vantagens e desvantagens
TCC da insônia Adesão às intervenções medicamentosas
Dramatização TCC Treinamento da consciência plena (mindfulness)
Estabelecimento colaborativo de metas Entrevista motivacional
TCC assistida por computador Normalização
Cartões de enfrentamento Solução de problemas
Exames de evidências Prevenção a recaída
Exposição e prevenção de respostas Questionamento socrático
Identificação de erros cognitivos Diários de sintomas
Imagens mentais Registro de pensamentos
Geração de motivos para ter esperança/viver Registro de bem estar
Fonte: WRIGHT, J. H.; SUDAK, D. M. e TURKINGTON, D. Terapia Cognitivo-Comportamental de Alto Rendimento para Sessões Breves. Porto Alegre: Artmed, 2012. p.22.
Entre as ferramentas possíveis de se trabalhar em Terapia Cognitivo-
Comportamental está Atenção Plena (Mindfulness).
4.2 MINDFULNESS
A palavra mindfulness, que significa atenção plena, é a tradução para o
inglês da palavra sati, de pali, linguagem da psicologia budista antiga de 2,5 mil anos
atrás. Sati remete à capacidade de lembrar, de recordar, de tornar consciente o que
se passa nos pensamentos e emoções.(GERMER, 2016).
As pessoas estão sempre em alerta (awareness). Pode-se dizer que agem
como se estivessem agindo automaticamente, sem refletir sobre o que está
ocorrendo. Tem-se a impressão de que mente e o corpo tem vida própria. O objetivo
15
do mindfulness é que o indivíduo retome esse controle, a partir da atenção plena,
percebendo o que ocorre (DANNY; MARK, 2015).
Conforme Danny e Mark (2015), o mindfulness apresenta-se no fluxo
contrário à esta forma de agir e racionalizar no piloto automático, possibilitando focar
totalmente no que está acontecendo no presente
Ao ser usado, o mindfulness remete à consciência sincera de momento a
momento, sem expor nenhum tipo de julgamento. Esse modelo, tirado das tradições
budistas antigas, e usado no século atual, dirige-se para a potencialidade de prestar
atenção no momento presente (ROEMER e SUSAN, 2010).
Desta forma, mindfulness é uma técnica que pode ser utilizada para diminuir
tristezas e incentivar o indivíduo a desenvolver pontos positivos, conscientização,
insighs, sabedoria, compaixão e equanimidade. Estar consciente (mindful) é acordar
e enxergar o que se está vivenciando no momento atual, com uma reação amiga e
de agilidade, que aceita ser menos ser reativo de forma ao vivenciar as provas
(DANNY; MARK, 2015).
Kabat-zinn (1990) descreve mindfulness como forma de atenção plena por
focar no momento atual intencionalmente e sem se julgar, possibilitando a vivencia
do presente e não ficar preso a lembranças ou pensando no futuro.
Essa técnica tem com objetivo ajudar o indivíduo a liberar o sofrimento
conforme se foca em aprofundar em sabedoria e compaixão, assim começa
naturalmente a liberdade psicológica. A prática de mindfulness libera de
pensamentos repetitivos (GERMER, 2016). Existem três formas de meditação com o
nome de mindfulness (SALZBERG, 2011 apud GERMER, 2016). A primeira atenção
focada (concentração), a segunda monitoramento aberto (mindfulness per ser) e a
terceira amor-bondade e compaixão. Pontua-se que os dois primeiros estão sendo
mais utilizados na prática da psicoterapia (CARMODY et al.2011).
As práticas de Atenção Focada têm por princípio a concentração da atenção
sobre um determinado objeto externo, corporal ou mental, ignorando os demais
estímulos. A técnica de monitoramento ampliado tem por fim ampliar o foco de
atenção, abrangendo todas as sensações recebidas, emoções e pensamentos, sem,
no entanto, focar em nenhuma delas (SALZBERG, 2011).
Conforme a tradição budista, a mindfulness e compaixão são as duas asas do
pássaro da sabedoria. Portanto, são fundamentais para que o indivíduo se
desprenda, que voe.
16
Campayo e Demarzo (2015) observam que para praticar a compaixão, antes
o individuo precisa tomar consciência de seu próprio sofrimento e dos outros, sem
julgar, sem rejeitar e sem se apegar àquele que sofre. Para alcançar a compaixão é
preciso desenvolver a atenção plena (CAMPAYO; DEMARZO, 2015).
Tendo em vista os resultados apresentados, a atenção plena pode ser uma
ferramenta importante na Terapia Cognitivo-Comportamental.
4.3 MINDFULNESS NA TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL
Há algumas décadas, a prática de mindfulness para trabalhar com os
transtornos mentais e físicos vem se expandindo em várias áreas da saúde,
medicina, psiquiatria, psicologia, entre outras áreas da saúde. O interesse de
profissionais da saúde em aplicar essa prática como auxílio nos tratamentos
fármacos e psicoterápicos cresce. Assim como a psicologia budista, a prática de
mindfulness se interliga com as práticas de mindfulness na clínica (SHAKER, 2015).
Atualmente, as intervenções estruturadas e fundamentadas no mindfulness
para trabalhar vários transtornos mentais e físicos, mostram, por meio de pesquisas
neurobiológicas avançadas, a eficácia do treinamento da mente para alterar a
estrutura e função do cérebro; dão a entender que estamos vivenciando a criação de
um novo modelo unificado de psicoterapia tendo como base o mindfulness, que
pode ser denominado transteórico. Conforme vários terapeutas comportamentais,
psicodinâmicos, humanistas e de sistêmica familiar e o transdiagnóstico, os
resultados mostram que pode-se diminuir diferentes transtornos mentais e físicos
(GERMER, 2016).
Kabat-Zinn (2003) viu nas TCCs um lugar positivo e aberto para a prática de
mindfulness pela forma demostrar que as emoções negativas não precisam
questionadas e sim aceitas. A terceira onda das terapias cognitivo-comportamentais,
se diferencia das duas primeiras, que mantém seu método na mudança especifica,
com foco na resposta emocional inadequada ou nas crenças disfuncionais. A
terceira onda mostra como o foco encher de ênfase a vivencia subjetiva, ao invés de
analise racional (GIRARD, FEIX apud KABAT-ZINN, 2013).
Os estudos empíricos e o processo de aceitação do mindfulness são formas
de transformação de terapias, mas a literatura ainda não informa claramente que as
17
terapias cognitivo-comportamentais cresceram em aplicações (ROEMER, ORISLLO,
2010).
Friary (2016) afirma que é possível trabalhar com a Terapia Cognitivo-
Comportamental tradicional unindo à da terceira geração, trabalhando-se com
psicoeducação e reestruturação cognitiva em tratamentos no início, com foco de
conseguir uma ordem no pensamento e, adiante, pode-se incentivar a aceitação da
vivências internas, na exposição de estímulos aversivos ao invés de continuar
usando métodos de reestruturação cognitiva (GIRARD e FEIX, data apud FRIARY,
2016).
Segundo Barlow (2016), a psicoeducação é importante para a discussão
sobre a natureza do medo da ansiedade e da preocupação. Assim, o terapeuta pode
indicar o mindfulness, destacando-o como técnica que pode ajudar a esclarecer as
respostas emocionais.
Desta maneira, optou-se por investigar nesta pesquisa como o mindfulness
tem sido usa na Terapia Cognitivo-Comportamental. A fim de se realizar a
investigação, nas bases de dados pesquisadas, utilizou-se as palavras-chave:
mindfulness e Terapia Cognitivo-Comportamental. O resultado remeteu a 204
artigos, mas tendo em vista o critério de inclusão, os objetivos e o problema
levantado, selecionaram-se cinco artigos, cujas palavras-chave continham:
mindfulness e terapia cognitivo-comportamental e abordavam diretamente o uso
dessa ferramenta à TCC.
O artigo “Mindfulness nas Terapias Cognitivas e Comportamentais”, de Kuc
Vanderbeghe e Ana Carolina Carolina Aquino de Souza (2006), ambos psicólogos
clínicos teve por objetivo apresentar a mindfulness aplicada a diversas terapias
contemporâneas e quais as possibilidades terapêuticas que o conceito traz a partir
de diferentes perspectivas teóricas. De acordo com os autores, a terapia Cognitivo-
Comportamental tradicional promove mudanças amplas na relação do indivíduo com
seus pensamentos, a partir da identificação de suas crenças e distorções. Desta
forma, são vistos como eventos internos que não tem valor literal. Consideram,
assim, que esta visão facilitou a absorção da mindifulness por esta linha de terapia.
Na prática de mindfulness não é proveitoso entrar no mérito dos conteúdos ou
controlar os pensamentos negativos, é melhor aceitar sua natureza distorcida.
Considera-se isso uma inovação (VANDERBEGHE e SOUZA, 2006).
18
Para Beck (1997), a modificação de crenças irracionais possibilita ao indivíduo
identificar distorções cognitivas específicas e corrigi-las, pois ele aprende que o que
pensa sobre si não é a representação da realidade e que os conteúdos de seus
pensamentos são produções subjetivas dele mesmo, por isso não são confiáveis. Essa
possibilidade de promover mudanças, como resultado da identificação de pensamentos,
crenças e distorções, pode provocar uma mudança geral, quando compreendidos como
eventos internos e não como representação real dos fatos.
É esse ponto de vista que, segundo a autora, talvez tenha facilitado a
absorção de mindfulness na terapia cognitivo-comportamental. No entanto, é preciso
observar que na prática de mindfulness não se entra no mérito dos conteúdos, nem
se tenta controlar pensamentos negativos, mas busca-se observá-los para aceitar
sua natureza defeituosa. A mindfulness não “toca” nos conteúdos dos pensamentos.
Por seus resultados torna-se uma prática inovadora na clínica, que agrega material
às técnicas terapêuticas conhecidas (VANDERBEGHE; SOUZA, 2006).
O artigo “Concepções de mindfulness em Langer e Kabat-Zinn: um encontro
da ciência ocidental com a espiritualidade oriental” de Vanderbeghe e Assunção
(2009) traz que a prática de mindfulness é compatível com a tradição da pesquisa
experimental sobre mindlessness, pois as duas abordagens buscam entender o
sofrimento humano. O artigo cita a Terapia Cognitivo-Comportamental e uma
possível aplicação da mindfulness no manejo de situações como depressão e
terapia de casais. O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, que tem como
palavras-chave: meditação; Terapia Cognitivo-comportamental e aceitação. O foco
principal é o uso da mindfulness em vários processos como: redução de estresse e
recaída de depressão, para, depois, associá-lo com a Terapia Comportamental-
dialética, desenvolvida para tratamento de pessoas com borderline.
Para eles, a mindfulness exige: observar, estar atento a eventos, a emoções e
a diversos aspectos do próprio comportamento. É necessário que o participante
detecte e reconheça os eventos, não usando estratégias de esquiva ou controle das
emoções. A observação permite que os pensamentos aversivos deixem de ser
ameaçadores. A segunda habilidade necessária é descrever, contar verbalmente os
eventos e as reações a eles, de forma descritiva, sem avaliar ou explicar. Em
terceiro lugar é preciso participar plenamente das atividades, fazendo uma coisa de
cada vez (VANDERBEGHE e ASSUNÇÃO, 2009).
19
Vanderbeghe e Souza (2009) apontam que a Terapia Cognitivo-
Comportamental tradicional atua na relação que o indivíduo tem com seus
pensamentos, crenças e distorções e o mindfulness pode ajudá-lo a aceitá-los e a
lidar com eles.
Segundo Vanderbeghe e Souza (2009), aprender a lidar com as emoções é
um dos principais motivos que leva o indivíduo aos consultórios de Psicologia. Na
busca de ferramentas, nas duas últimas décadas, a mindfulness adentrou à Terapia
Cognitivo-Comportamental.
Langer (1989 apud VANDERBEGHE; SOUZA, 2009) afirma que há
similaridades entre a mindfulness e a Terapia Cognitiva porque a meditação
promove o processo de desautomatização cognitiva, rompendo categorias antigas
vividas pelo indivíduo, o que quebra uma visão unidimensional. A mindfulness
possibilita maior sensibilidade em relação ao contexto e ao sentido da vivência de
forma que a pessoa aja com mais consciência.
O artigo “A terapia cognitiva e o mindfulness: entrevista com Donna Sudak, de
Renata Ferrarez Fernandes, Filipe Silva Castro e Carmem Beatriz Neufeld, de 2012,
defende que a interface espiritualidade e saúde vem crescendo na Psicologia, no
que se refere às intervenções. Assim, apresenta a visão de Donna Sudak sobre a
aceitação da técnica mindfulness pela Terapia Cognitiva Comportamental.
O artigo cita o encontro entre o 14º Dalai Lama e Aaron Beck, na abertura do
V Congresso Internacional de Psicoterapia Cognitiva, em junho de 2005, na Suécia,
quando se discutem as origens da Terapia Cognitiva e alguns pontos do budismo
em como se lidar com a mente. Ambos tentam eliminar o sofrimento e gerar o bem-
estar e defendem que as emoções não são resultados de eventos reais, mas são
forma de a mente processá-los. Desta forma, tentam treinar a mente para melhorar a
objetividade, diminuir as distorções e erradicar o sofrimento, valorizando a
sabedoria, a compaixão, o entendimento e a aceitação, além de cultivar um estado
de alerta e atenção mental (FERNANDES; CASTRO; NEUFELD, 2012).
Para Donna Sudak (FERNANDES; CASTRO; NEUFELD, 2012), a
mindfulness permite ao indivíduo “dar-se conta” dos conteúdos e aceitá-los sem
julgamento. A mindfulness é uma técnica, que não está associada a nenhuma
tradição religiosa específica, a qual permite que a mente possa ser treinada com a
prática de observar, participar e descrever os fenômenos sem julgá-los. A questão
20
mais importante que aponta é que os benefícios da mindfulness são evidentes, mas
só faz sentido se estiver claro de que se trata de um procedimento terapêutico.
O texto “Atentando-se ao mindfulness: uma revisão sistemática para análise
dos conceitos, fundamentos, aplicabilidade e efetividade da técnica no contexto da
Terapia Cognitiva”, de Filipe Silva Castro (2014) trata-se na verdade de uma tese,
mas considerou-se relevante apresentá-lo tendo em vista os objetos do trabalho.
Castro (2014) considera que apesar da mindfulness derivar de uma prática religiosa,
pode ser uma aliada na Terapia Cognitiva-Comportamental tendo em vista a saúde e
bem-estar do indivíduo, ajudando-o a perceber que o pensamento é uma construção
mental que pode ser modificada. Desta maneira, pode ser utilizada para melhorar a
atenção, diminuir estresse, angústia, dores crônicas, entre outras possibilidades.
Desta maneira, é uma importante ferramenta para os terapeutas, que pode ser
aprendida e ensinada ao próprio paciente.
O artigo “A prática da Terapia Cognitivo-Comportamental baseada em
mindfulness e aceitação”, de Lisabeth Roemer e Susan M. Orsillo, resenhado por
Michele A. G. dos Santos (2012), considera que a mindfulness refere-se à
capacidade de se prestar atenção no momento presente, adquirindo-se consciência
plena da situação, sem julgamentos ou desejos de que sejam diferentes, sem se
apegar ao valorizador e sem querer se livrar dos dolorosos. Assim, trata-se de uma
ferramenta importante para a clínica contemporânea, contextualizada num mundo
apressado, embora o conceito advenha da tradição budista.
A seguir tabela com um resumo dos artigos avaliados (tabela 1)
Os artigos analisados convergem para a afirmação de que a mindfulness
pode ser usada pelos terapeutas cogntivo-comportamentais e se mostra eficaz no
combate ao estresse e a muitos problemas da sociedade contemporânea, por ajudar
o individuo a identificar e conviver com suas falhas, de forma mais harmoniosa.
21
Tabela1. Resumo dos artigos avaliados
Artigo Tipo Objetivos Resultados
VANDENBERGHE e
SOUSA, 2006.
Revisão
bibliográfica
Apresentar o mindfulness na forma é praticada em diferentes terapias. Discutir as possibilidades terapêuticas do mindfulness.
As técnicas de mindfulness não tocam no conteúdo dos pensamentos e podem ser aplicadas a diversas técnicas psicoterapeuticas, para tratar diversos problemas decorrentes de distorções cogntivas.
LOPES, CASTRO, ,
NEUFELD, 2013. Análise de entrevista. Revisão bibliográfica.
Apresentar uma breve revisão da literatura sobre o tema. Relatar um entrevista com Donna Sudak,
Apesar das origens da mindfulness estarem vinculadas ao bismo, hoje considera-se que é possível usá-la para melhorar o estado de alguns paciente, enquanto técnica a ser aprendida e treinada na Terapia Cognitivo-Comportamental, como ferramenta terapêutica..
CASTRO, 2014. Revisão
bibliográfica
Realizar uma revisão bibliográfica para sistematização das produções cientificas que abordam a técnica mindfulness
Embora nascida no budismo a técnica mindfulness tem apresentado efetivamente bons resultados em relação ao bem-estar e a saúde. Assim, apesar de iniciais, os estudos reforçam que mindfulness pode ser uma ferramenta terapêutica importante para terapeutas cognitivo-comportamentais.
SANTOS e LISABETH, 2012.
Resenha do trabalho de Lisabeth Roemer e Susan M. Orsillo, publicado em 2010.
Oferecer uma síntese de várias das importantes terapias comportamentais baseadas em mindfulnesse na aceitação.
Conclui-se que são necessárias mais pesquisas sobre a efetividade clínica das terapias de aceitação, incluindo-se o mindfulness, considerando-se a diversidade cultural, de modo a garantir um tratamento eficaz.
VANDERGEERGHE, e ASSUNÇÃO, 2009.
Revisão bilbliográfica
Fazer uma revisão bibliográfica sobre a mindfulness e a psicologia experimental.
Apesar das suas origens distintas, as duas abordagens compartilham um entendimento do sofrimento humano, além de promover soluções similares para as vivências problemáticas trazidas à terapia pelos clientes. Além disso, aponta-se que as duas abordagens trazem considerações similares, tanto para o aprimoramento pessoal quanto para o trabalho terapêutico no consultório.
Também observam o fato de que embora a técnica seja resultante de uma
prática religiosa, o budismo, é pertinente à Terapia Cognitivo-comportamental por
desenvolver a capacidade de o indivíduo prestar atenção ao momento presente. É
22
pertinente frisar que essa terapia integra técnicas e conceitos da teoria cognitiva e
comportamental, bem como abre possibilidades para o uso de outras ferramentas,
como a mindfulness.
De acordo com a TCC, os indivíduos atribuem significado a acontecimentos,
pessoas e sentimentos, gerando crenças e pensamentos dissociativos, o que lhes
permite construir hipóteses sobre sua identidade. Para Beck (1997), uma estrutura
cognitiva é um componente da organização cognitiva em contraste com os
processos cognitivos que são passageiros.
A integração da TCC e da mindfulness possibilita o aumento da aceitação de
pensamentos disfuncionais para que se processe a mudança comportamental.
.
23
5 DISCUSSÃO
Com base nas pesquisas, este trabalho mostra que a Terapia Cognitivo-
Comportamental é eficiente para ser trabalhada em psicoterapia, pois apresenta
resultados positivos na maioria dos transtornos trabalhados.
Os resultados desta pesquisa mostram que dentro das diferentes Terapias
Cognitivo-Comportamentais existe uma base que é fazer o psicoterapeuta trabalhar
com seu paciente os pensamentos, as emoções e o comportamento. Neste trabalho
é citada uma das terapias que teve grande sucesso, a Terapia Cognitivo-
Comportamental de Aaron Beck, inicialmente nomeada por ele de Terapia-Cognitiva.
Trata-se de uma Psicoterapia estruturada, com número menor de sessões,
que tem foco no presente, com a ideia de resolver questões atuais mudando os
pensamentos e comportamentos que seriam inadequados ou inúteis. Mesmo alguns
autores que criaram outras bases através dos estudos de Beck, mantiveram
algumas regras do modelo que são: a formulação cognitiva, crenças e estratégias
comportamentais, que mostram os pensamentos disfuncionais que alteram o humor
e o pensamento do paciente comum nos transtornos psicológicos.
O mindfulness, em sua definição, remete à consciência sincera do momento,
sem fazer nenhum tipo de julgamento. Esse modelo vem das tradições budistas
antigas, que dirige a potencialidade do indivíduo de prestar atenção no momento
presente.
Mindfulness é uma forma de atenção plena no momento vivenciado,
intencionalmente, e sem julgar, focando no presente sem ficar presa às lembranças
ou ao futuro. Apesar de sua origem ser budista, a prática foi incorporada pelos
terapeutas cognitivo-comportamentais por se mostrar eficaz no contato do indivíduo
com suas crenças e pensamentos disfuncionais.
A Terapia Cognitivo-Comportamental da terceira geração usa a técnica de
mindfulness na sua formulação de atendimento com a psicoeducação e a
restruturação cognitiva, com o objetivo de conseguir uma ordem de pensamentos.
A Terapia Cognitivo-Comportamental em sessões breves também se utiliza
de algumas técnicas de mindfulness, obtendo bons resultados, sendo utilizada nas
psicoterapias para trabalhar transtornos de ansiedade mostrando bons resultados.
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Os textos estudados, após a seleção remetem à importância da atenção
plena no processo psicoterápico. Todos tentam justificar que apesar de ser derivado
do budismo, a mindfulness pode ser coadjuvante nas terapias cognitivas
comportamentais, de terceira linha, por focar o presente, sem se apegar a
pensamentos disfuncionais. Essa atenção aos eventos presentes, aos próprios
pensamentos e sentimentos é também proposta da Terapia Cognitivo-
Comportamental, assim a mindfulness pode ser um importante coadjuvante no
processo de aumentar a consciência dos pacientes, de forma que percebam que os
pensamentos são realidades criadas e não reais, por isso podem ser revistos.
O objetivo da mindfulness é possibilitar ao individuo tomar contato com seus
pensamentos por meio da atenção concentrada para que possa auferir benefícios.
Apesar de vários relatos de caso sobre a aplicação da mindfulness, como
obesidade e depressão, a convergência do material publicado tem como foco a
atenção plena para a revisão de pensamentos e crenças disfuncionais, desta
maneira, considera-se que se trata de uma técnica pertinente à Terapia Cognitiva-
Comportamental de terceira geração. A técnica permite que o indivíduo amenize sua
emoção e estabeleça novas perspectivas em relação aos conteúdos que construiu
sobre si e por isso melhora o estado geral de saúde.
É importante frisar que todos os artigos apontam a mindfulness como uma
ferramenta auxiliar na Terapia Cognitivo-Comportamental. De modo geral, os textos
analisados remetem sempre à possibilidade de viver melhor o presente, mas sem
perder de vista o caráter científico em que se deve pautar o trabalho do terapeuta
cognitivo-comportamental.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que as técnicas de Mindfulness estão sendo cada vez mais
agregadas à psicoterapia e estão ganhando espaço nas abordagens cognitivo-
comportamentais, apresentando bons resultados nos transtornos de ansiedade.
A técnica mindfulness, vem de origem budista e trabalha com meditação.
Essa técnica está conseguindo, nos tempos atuais, ganhar grande destaque.
Apesar de tanto a TCC quando a mindfulness estarem sendo cada vez mais
utilizadas em conjunto, ainda há poucos artigos e livros que discutam essa união.
Assim, encontram-se apenas alguns capítulos ou artigos com esse enfoque. Isso
justifica a importância de mais estudos e pesquisas para falar desta técnica, na
abordagem da terapia cognitivo-comportamental. A pesquisa considerou apenas
artigos publicados em língua portuguesa, no Brasil, o que conduz a resultados
parciais, sendo um importante limitador do trabalho.
De forma geral, os estudos mostram os bons resultados de trabalhar com
técnicas em conjunto em casos semelhantes, mas ainda há que se pensar mais
pesquisas empíricas de seus resultados, para dar fidedignidade a eles quanto à
eficácia quanto aos resultados no tratamento de diversos problemas pela Terapia
Cognitivo-Comportamental, bem como é preciso atenção dado que sua origem é
budista para que não se confundam a ciência e a religião, provocando um viés na
Teoria Cognitiva-Comportamental.
Importante salientar que esse estudo restringiu-se a pesquisa de trabalhos em
português e bases de dados limitadas. Mas, mesmo assim, acredita-se que é
possóvel afirmar que a mindfulness é uma mediadora na Terapia Cognitiva-
Comportamental, dado que essa privilegia o desenvolvimento de estratégias de
alteração de pensamentos, focalizando-o diretamente, por isso pode ser utilizada
nas diversas demandas.
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WRIGHT,H.J; BASCO, R. M; THASE, M. E. Aprendendo a terapia cognitivo
comportamental. Porto alegre: Artmed,2008
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ANEXO
Termo de Responsabilidade Autoral
Eu Daniela Da Silva, afirmo que o presente trabalho e suas devidas partes
são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade autoral
sobre seu conteúdo.
Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de
Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob
o título “MINDFULNESS (ATENÇÃO PLENA) NA TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL,” isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos
em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de
quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por
mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais
decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.
São Paulo, __________de ___________________de______.
_______________________
Assinatura do (a) Aluno (a)
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