COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
RIO BOM
2011
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COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
"O projeto pedagógico da escola torna a sua
equipe de trabalho artífices de uma obra
democrática e autônoma. A responsabilidade
de construí-lo é enorme. O compromisso de
implementá-lo é uma questão de ética
profissional. O seu resultado deve ser uma
educação de elevado padrão de qualidade para
todo cidadão brasileiro".
(LDB - 9394/96)
RIO BOM
2011
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COLÉGIO ESTADUAL “DR. REBOUÇAS”- ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
SUMÁRIO
I APRESENTAÇÃO ............................................................................................ 6
II IDENTIFICAÇÃO .............................................................................................. 7
Histórico do Colégio .................................................................................... 8
Filosofia da Escola ...................................................................................... 10
Objetivo Geral ............................................................................................. 11
III MARCO SITUACIONAL ................................................................................... 12
Organização do Espaço Físico ................................................................... 20
Prédio da Escola ......................................................................................... 21
A Sala de Aula ............................................................................................. 21
Biblioteca ..................................................................................................... 21
Secretaria .................................................................................................... 23
Diretoria ....................................................................................................... 23
Laboratório de Química, Física e Biologia .................................................. 23
Laboratório de Informática .......................................................................... 23
Sala dos Professores .................................................................................. 24
Refeitório ..................................................................................................... 24
Instalações Sanitárias ................................................................................. 25
Sala Equipe Pedagógica ............................................................................. 25
IV MARCO CONCEITUAL .................................................................................... 25
Concepção de Mundo ................................................................................. 26
Concepção de Homem ............................................................................... 27
Concepção de Cultura ................................................................................. 28
Concepção de Trabalho .............................................................................. 30
Concepção de Cidadania ............................................................................ 31
Concepção de Sociedade ........................................................................... 35
4
Concepção de Tecnologia ........................................................................... 36
Concepção de Educação ............................................................................ 38
Concepção de Escola ................................................................................. 40
Concepção de Conhecimento ..................................................................... 42
Concepção de Currículo .............................................................................. 48
Concepção de Infância e Adolescência ...................................................... 51
Concepção de Alfabetização e Letramento ................................................ 54
Concepção de Ensino-Aprendizagem ......................................................... 55
Concepção de Inclusão ............................................................................... 56
Avaliação ..................................................................................................... 57
V MARCO OPERACIONAL ................................................................................. 65
Grandes Linhas de Ação ............................................................................. 69
Formação Continuada ................................................................................. 73
Competência do Diretor .............................................................................. 75
Competência do Professor Pedagogo ........................................................ 77
Competência do Corpo Docente ................................................................. 81
Competência do Secretário Escolar ............................................................ 84
Competência do Agente Educacional II ...................................................... 85
Competência do Agente Educacional I ....................................................... 88
Competência dos Alunos ............................................................................ 90
Competência do Conselho Escolar ............................................................. 94
Competência do Conselho de Classe ......................................................... 95
Competência do Conselho de Avaliação (EJA) .......................................... 97
A.P.M.F………………………………………………………………………….... 98
Grêmio Estudantil ........................................................................................ 99
Representante de Turma ............................................................................ 99
CRONOGRAMA ............................................................................................... 100
VI AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO P.P.P. ....................................................... 103
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 104
PROPOSTA CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA ........................... 110
Disciplina de Arte ....................................................................................... 115
Disciplina de Biologia................................................................................... 132
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Disciplina de Ciências ................................................................................. 149
Disciplina de Educação Física .................................................................... 168
Disciplina de Ensino Religioso .................................................................... 188
Disciplina de Filosofia................................................................................... 196
Disciplina de Física...................................................................................... 208
Disciplina de Geografia ............................................................................... 219
Disciplina de História .................................................................................. 234
Disciplina de Língua Portuguesa ................................................................. 251
Disciplina de Matemática ............................................................................ 274
Disciplina de Química................................................................................... 297
Disciplina de Sociologia............................................................................... 306
Disciplina de LEM – Inglês .......................................................................... 401
Educação Especial – Sala de Recursos ..................................................... 343
CELEM- Espanhol ....................................................................................... 349
Educação de Jovens e Adultos ................................................................... 368
Proposta Pedagógica da Atividade Complementar Curricular
Em Contraturno ...........................................................................................
386
ANEXOS ........................................................................................................... 393
Matrizes Curriculares .................................................................................. 394
Proponentes ................................................................................................ 399
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I - APRESENTAÇÃO
Conscientes de que a construção do Projeto Político Pedagógico, sua
difusão, execução e reflexão sobre suas proposições constituem o modo mais
promissor para obtenção de subsídios capazes de operar as mudanças desejáveis
por todos na vida escolar e na vida social, a comunidade escolar do Colégio
Estadual “Dr. Rebouças” vem se empenhando em realizar estudos, consultas às
bases, debates e pesquisas a fim de ofertar um ensino/aprendizagem de boa
qualidade.
O critério que fundamenta este trabalho é o compromisso assumido pela
escola em responder aos desafios prementes da educação, direcionando esforços
coletivos visando conhecer, em profundidade, as problemáticas e dificuldades
educativas no cotidiano escolar tendo como foco traçar metas objetivas, claras e
possíveis que correspondam aos anseios sociais contribuindo eficientemente na
formação do cidadão.
Um dos marcos da elaboração deste Projeto Político Pedagógico foi,
sem dúvida, a valiosa participação dos professores, funcionários, equipe
pedagógica, pais e alunos, dando a todos a oportunidade de se manifestar e discutir
saídas viáveis para o enfrentamento dos desafios ali definidos.
Fundamental, entretanto, é perceber os avanços da escola, pois seus
agentes são capazes de enxergar o presente com os olhos do futuro, decididos a
corrigir os modelos equivocados e em parcerias encontrar alternativas que garantam
à escola cumprir seus propósitos correspondendo às aspirações e necessidades de
seus alunos de forma eficiente.
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II – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO/NÍVEIS E MODALIDADES DE
ENSINO OFERTADOS
Este documento tem a finalidade de apresentar as linhas norteadoras
para a Educação Básica a partir do 6° Ano nas Modalidades – Ensino Regular e
Educação de Jovens e Adultos, bem como, para os Programas de Complementação
Curricular, ofertados pelo Colégio Estadual Dr. Rebouças - Ensino Fundamental e
Médio, constituindo-se uma proposta de reorientação curricular e pedagógica que
tenha como meta principal transformar o sistema educacional, expandindo e
melhorando sua qualidade.
O Colégio Estadual Dr. Rebouças - Ensino Fundamental e Médio,
(Código: 0002-9) está situado à Rua Ayrton Senna da Silva, 637, Centro, no
Município de Rio Bom (Código: 2230), Estado do Paraná. Telefone: (43)3468-1177;
e-mail: [email protected]; site: rbmreboucas.seed.pr.gov.br.
Este Colégio oferece atendimento em três turnos:
- MANHÃ: Quatro turmas de Ensino Fundamental - Anos Finais, com
94 alunos;
Uma turma de Sala de Recursos na Área de DI –
Deficiência Intelectual e TFE – Transtorno Funcional
Específico para o Ensino Fundamental Anos Finais, com
12 alunos;
Uma turma de CELEM – Espanhol, com 22 alunos;
Duas turmas de Sala de Apoio à Aprendizagem para
alunos do 6º e 9º anos em Língua Portuguesa com 19
alunos e Matemática com 19 alunos.
- TARDE: Quatro turmas de Ensino Fundamental - Anos Finais, com
118 alunos;
Três turmas de Ensino Médio, com 53 alunos;
Duas turmas de Sala de Apoio à Aprendizagem em Língua
Portuguesa com 18 alunos e Matemática com 12 alunos;
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Uma turma de Atividade Complementar Curricular – Meio
Ambiente com 21 alunos.
- INTERMEDIÁRIO DA TARDE:
Uma turma do CELEM – Espanhol, com 22 alunos.
Uma turma de Hora-Treinamento, com 25 alunos.
- NOITE: Três turmas de Ensino Médio, com 53 alunos;
Uma turma de CELEM – Espanhol, com 22 alunos;
EJA – Ens. Fundamental – Fase II, com 21 alunos;
EJA – Ens. Médio, com 35 alunos;
Uma turma de Atividade Complementar Curricular –
Direitos Humanos, com 26 alunos;
Uma turma do Programa ETEC – Brasil – Curso Técnico
em Segurança do Trabalho com 40 alunos.
As formas de organização, da Educação de Jovens e Adultos (EJA)
oferecida pelo Colégio, são individual e coletiva.
O nosso maior objetivo é a formação de cidadãos conscientes, capazes
de compreender e criticar a realidade, transformando-a na busca da superação das
desigualdades sociais.
HISTÓRICO DO COLÉGIO
Iniciou suas atividades escolares, em 1945, com o nome de Escola
Isolada Dr. Rebouças, mantida pelo poder municipal e tem como patrono o Dr. André
Pinto Rebouças, figura de realce na História do Brasil.
Através do Decreto n.º 8.173 de 21 de maio de 1962 (do Governador Ney
Braga), ficou criado o Grupo Escolar de Rio Bom, regido pela LDB. 4.024/61,
extinguindo desta forma, a Escola Municipal existente até então, passando a
denominar-se Escola Dr. Rebouças a partir de 05 de fevereiro de 1979 com a
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aprovação do plano de implantação da LDB. 5.692/71 através do Decreto n.º 2.330,
de 07 de maio de 1980, publicado no Diário Oficial n.º 792, de 09 de maio de 1980,
p. 02 e 03, passou a denominar-se Escola Dr. Rebouças – Ensino de 1.º Grau.
Pela Resolução n.º 631/83 de 07 de março de 1983, publicada no Diário
Oficial de 06/04/83, p. 10, o Complexo Escolar Gonçalves Dias - Ensino de 1º Grau,
a Escola Dr. Rebouças passa a denominar-se Escola Estadual Dr. Rebouças -
Ensino de 1º Grau.
A Resolução n.º 2.138/90 de 03 de agosto de 1990, retificada pela
Resolução n.º 2.670/90 de 13 de setembro de 1990 autorizou o funcionamento do
Ensino de 2.º Grau regular com habilitações Auxiliar/Técnico em Contabilidade e
Magistério, passando a denominar-se Colégio Estadual Dr. Rebouças – Ensino de
1.º e 2.º Graus, com implantação gradativa. Estes cursos foram ofertados até 1997
quando a nova LDB. 9394/96 implanta o Curso de Educação Geral e extingue
gradativamente os cursos técnicos até 1999.
Com a aprovação da Lei n.º 9394/96 e de acordo com a Deliberação n.º
003/98 – CEE, o Estabelecimento passou a denominar-se, no ano de 1998, Colégio
Estadual Dr. Rebouças – Ensino Fundamental e Médio.
A Resolução 404/99, concede a cessação voluntária das Atividades
Escolares em caráter definitivo relativas ao Ensino de 1.ª a 4.ª séries, do Colégio
Estadual Dr. Rebouças – Ensino Fundamental e Médio. O Estabelecimento continua
ofertando o Ensino Médio e, a partir de 1999, passa a denominar-se: Colégio
Estadual Dr. Rebouças – Ensino Médio.
Com a Resolução n.º 2.650/2001 de 07/11/01 o Colégio Estadual Dr.
Rebouças - Ensino Médio, absorve a extinta Escola Estadual Cecília Meireles -
Ensino Fundamental (5ª a 8ª série) e passa a denominar-se Colégio Estadual Dr.
Rebouças - Ensino Fundamental e Médio, sendo o Ensino Médio reconhecido
através da Resolução n.º 4.524/02 de 14/11/02 (publicada no Diário Oficial de
27/11/02) e o Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) foi reconhecido pela Resolução
n.º 4.026/02 de 02/10/02 (publicada no Diário Oficial de 11/11/02).
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Diretores que atuaram no Colégio Estadual “Dr. Rebouças” desde sua
criação:
- Líbera Pântano Zancanaro - 1960 a 1964
- Terezinha Rodrigues Gongora - 1965 (como substituta)
- Onésimo Oliveira de Moraes - 1966 a 1967
- Paulina da Silva Felipetto - 1968
- Messias Elias dos Santos - 1969 a 1972
- Maria de Lourdes Oliveira Verolla - 1973 a 1980
- Celésia Rech Deziró - 1980 a 1989
- Alzira Marques Felipetto - 1990 a 1994
- Maísa Míriam Oliveira de Paula - 1995 a 1997
- Edyr Eliza de Oliveira Martins - 1998 a 2001
- Célia Luiza Fabrício Carolino - 2002 a 2005
- Pedrina Corrêa - 2006 a 2009
- Maísa Míriam de Oliveira - 2010 (como substituta)
- Pedrina Corrêa - 2011
FILOSOFIA DA ESCOLA
Os pressupostos filosófico-sociológicos norteadores da educação
oferecida pelo colégio considera a educação como compromisso político do Poder
Público para com a população, com vistas à formação do cidadão participativo para
um determinado tipo de sociedade. A escola é adepta da corrente sócio-histórica
que tem como representantes: Vigotsky, Lúria, Leontiev, e Wallon, e fundamenta-se
no materialismo histórico-dialético.
Nessa linha, adotamos a pedagogia histórico-crítica (formulada por
Saviani por volta de 1979). É uma Pedagogia pautada no marxismo, no
materialismo histórico e dialético.
O enfoque histórico-crítico parte de uma análise das realidades sociais,
salientando o compromisso e finalidade política da educação. A tendência histórico-
crítica é defendida por LIBÂNEO e SAVIANI. É uma tendência da pedagogia
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PROGRESSISTA (francês George SNYDERS) que parte da prática social e está
compromissada em solucionar os problemas da educação, do currículo e do
processo ensino-aprendizagem na escola.
A pedagogia progressista (SNYDERS), 1978) considera as guerras, as
lutas e desigualdade de classe, as diferentes políticas e interpretações ideológicas, o
que leva a didática histórico-crítica (Gasparin, 2003) a dar relevância ao aspecto dos
conteúdos vivenciados pelo aluno.
Assim, visando fortalecer o processo participativo e democrático que
rege o funcionamento da escola desejada e necessária, que compreende a tomada
conjunta de decisões e a prática das ações para sua concretização, o que se
pretende neste texto é responder as questões básicas, e que, sem um bom
discernimento sobre elas por parte da equipe escolar, não se constrói um trabalho
comprometido com um propósito de intenções e ações.
Que escola se quer?
Que tipo de homem?
Que sociedade se deseja?
Dessa forma, estar-se-á construindo a escola que se deseja, o cidadão
do futuro e uma sociedade preparada para este milênio.
OBJETIVO GERAL
Proporcionar ao aluno um ensino efetivo que desenvolva as suas
potencialidades, utilizando o saber espontâneo para elaboração do saber
sistematizado através de instrumentos que lhe permitam conquistar melhores
condições de participação cultural, profissional e sócio política, tornando-se sujeito e
agente transformador de sua realidade social, de sua história, contribuindo com a
erradicação da evasão e repetência escolar formando cidadãos conscientes,
capazes de compreender e criticar a realidade, buscando superar as desigualdades
sociais.
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Estabelecer diretrizes teórico-metodológicas que normatizem os
propósitos da escola, atendendo às necessidades básicas para a ação pedagógica,
pressupondo um posicionamento filosófico que fundamente o trabalho educacional.
III - MARCO SITUACIONAL
A sociedade contemporânea tem passado por expressivas
transformações de caráter social, político e econômico. Essas transformações
originam-se nos pressupostos neoliberais e na globalização da economia que se
opõem às políticas governamentais, que objetivam desenvolver uma sociedade mais
justa, igualitária, humana, autônoma e democrática.
Nesse contexto, surgem alguns questionamentos junto aos educadores
e demais agentes escolares: Qual o papel social da escola? Qual a melhor forma de
organização do trabalho pedagógico?
A escola é responsável pela promoção do desenvolvimento do cidadão
no sentido pleno da palavra. Então, cabe a ela definir-se pelo tipo de cidadão que
deseja formar, de acordo com a visão de sociedade. Cabe-lhe também a
incumbência de definir as mudanças que julga necessário fazer nessa sociedade,
através das mãos do cidadão que irá formar.
Este Colégio opta por um conceito de sociedade democrática, plural e
justa. Vai, portanto, trabalhar no sentido de formar cidadãos conscientes, capazes
de compreender e criticar a realidade, atuando na busca da superação das
desigualdades e do respeito ao ser humano. Assumindo a responsabilidade de
atuar na transformação e na busca do desenvolvimento social, seus agentes se
empenham na elaboração de uma proposta para a realização desse objetivo.
A partir do ano letivo de 2010, o Colégio passou a ofertar o CELEM
(Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) de Língua Espanhola, como um ensino
extracurricular, plurilinguista e gratuito para alunos da Rede Estadual Básica,
matriculados no Ensino Fundamental (Anos Finais), no Ensino Médio, Educação
Profissional e Educação de Jovens e Adultos. Sendo também extensivo à
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comunidade, professores e agentes educacionais. O CELEM é regulamentado pela
Resolução n° 3904/2008 e pela Instrução Normativa n° 019/2008, além de ser
subordinado às determinações do Projeto Político Pedagógico e do Regimento
Escolar.
Através da Resolução Secretarial nº 1690/2011 de 24/04/2011, foi
instituído o Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno
na Educação Básica da rede estadual de ensino e este Colégio assumiu a partir do
segundo semestre do ano de 2011 as seguintes Atividades Complementares
Curriculares em Contraturno: nos períodos da manhã e da tarde a Sala de Apoio à
Aprendizagem com duas turmas em Língua Portuguesa e Matemática para alunos
do sexto e nono anos; no período da tarde a Atividade Complementar Curricular –
Meio Ambiente para alunos dos anos finais do Ensino Fundamental que estudam de
manhã e no período da noite a Atividade Complementar Curricular – Relações
Humanas para alunos do Ensino Médio que estudam à tarde.
Buscamos dar significado ao conhecimento escolar mediante a
contextualização, evitando a compartimentalização mediante a interdisciplinaridade,
incentivando o raciocínio e a capacidade de aprender.
Considerando o volume de informações produzido em decorrência das
novas tecnologias e constantemente superado, propomos novos parâmetros para a
formação dos cidadãos.
Para tanto fez-se necessário redefinir claramente o papel da escola na
sociedade brasileira e que objetivos devem ser perseguidos no Ensino Fundamental
– Anos Finais e Ensino Médio (Regular e EJA). Desse modo ao construir a Proposta
Pedagógica Curricular o Colégio tem a intenção de provocar debates a respeito da
função da escola e reflexões sobre o que, quando, como e para que ensinar e
aprender, envolvendo não apenas o Colégio, mas também pais e sociedade.
São estes os princípios mais gerais que orientam a reformulação
curricular do Ensino Fundamental e Médio, que se expressam na lei de Diretrizes e
Bases da Educação - Lei 9394/96.
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O Brasil participou, em março de 1990, da Conferência de Educação
para Todos, em Jomtien, na Tailândia. Desta conferência resultaram posições
consensuais, sintetizadas na Declaração Mundial de Educação para Todos.
Integrando este grupo, o Brasil assumiu a responsabilidade de assegurar
à sua população o direito à educação, e esse compromisso foi reafirmado e
ampliado em sua Constituição de 1988.
É certo que várias iniciativas no âmbito da educação vêm sendo
adotadas desde então. Todavia, ainda não se consolidou plenamente esta meta.
No intuito de elaborar um plano para concretizar suas metas,
multiplicam-se, pelo País, ações de caráter inovador visando universalizar com
qualidade o ensino básico para a formação do cidadão.
Entretanto, em face da heterogeneidade econômica e cultural do País, o
sistema educacional enfrenta os efeitos dessa diversidade, entre outros: os intensos
fluxos migratórios; a concentração da população nas áreas metropolitanas; a
concentração da população de grupos sociais situados abaixo da linha de pobreza
na periferia das cidades; a dificuldade de acesso à escola, de crianças e
adolescentes que vivem nas áreas rurais.
São muitos os obstáculos e os desafios a serem enfrentados na
educação básica. Embora a consciência social venha se ampliando de modo
significativo, a educação básica não adquiriu, ainda, o status de questão prioritária.
Somam-se a isso os obstáculos próprios do sistema educacional brasileiro em todas
suas esferas governamentais (País, Estado, Município), cujos reflexos são visíveis,
como: o índice de evasão e repetência revelando o insucesso escolar; nível
insatisfatório de qualidade do ensino, expresso nos índices de desempenho escolar
dos alunos; práticas de avaliação escolar inadequadas, incapazes de favorecer a
visualização das dificuldades e progressos do aluno como elemento importante para
as revisões de planos de ensino; dificuldade da escola em atender com qualidade a
todos, respeitando a diversidade econômica e cultural de seus alunos; inexistência
de política e comprometimento com as questões do magistério; dispersão e
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ineficiência na gestão de recursos destinados à educação nas esferas
governamentais que, por vezes, deixam de aplicar os 25% do orçamento em
Educação; desarticulação entre os níveis de governo sobre as questões
educacionais.
Dessa forma, constata-se que o sistema educacional vem encontrando
dificuldade em garantir às crianças, adolescentes e jovens, o que lhes é de direito, o
acesso, a permanência e o sucesso no desempenho escolar e conseqüentemente, social.
Como medidas para reverter esse quadro, criou-se a nova Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Federal n.º 9394/96, aprovada em 20
de dezembro de 1996. Vê-se no seu art. 22 que a educação básica, da qual o
Ensino Fundamental e Médio são partes integrantes, deve assegurar a todos “a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.
No Brasil a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação constitui um
marco conceitual que desencadeia inovações normativas, organizacionais e
pedagógicas e pretende desburocratizar a gestão educacional e fortalecer a
autonomia da escola.
O panorama da educação do Paraná muito tem avançado, obtendo
resultados que incentivam aos profissionais da educação buscar aprimorar
constantemente seus esforços nessa tarefa de construir uma educação escolar de
qualidade, de compromisso com os resultados: aluno aprendendo, passando de ano
e concluindo a educação básica.
O Paraná se destaca de outros estados brasileiros, investindo na
capacitação de professores e funcionários incentivando a participação cada vez
maior dos pais na gestão escolar, condição para que a escola se torne
verdadeiramente democrática e transparente para a sociedade.
Tudo isso exige altos índices de investimentos. Entretanto, tem sido
relegado às escolas de pequeno porte as mesmas condições físicas e financeiras
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que acabam interferindo nas condições de trabalho do professor e atividades dos
alunos.
No Paraná as políticas passam por implementações e são apoiadas por
programas de ação que pretendem superar as deficiências previamente
diagnosticadas. Entre eles, destacam-se três grandes objetivos: a permanência e o
sucesso do aluno, a capacitação dos professores e a participação mais intensa da
comunidade na vida educacional dos alunos.
Vale ressaltar as iniciativas que visam buscar a reorganização e
recuperação da qualidade da educação e da escola pública, garantindo para todos o
acesso àqueles que à escola se reportam, pois só a matrícula não garante a
permanência do aluno na escola. Assim, a cultura escolar deve permitir que os
educandos tenham um transcurso progressivo de aproveitamento, apresentando
resultados efetivos de aprendizagem.
Dentro desse cenário têm sido realizadas reflexões à cerca do Projeto
Político Pedagógico da escola, da concepção de conhecimento e do papel de cada
segmento nessa construção. Nesse processo, o currículo tem sido considerado o
coração da escola.
Nesta perspectiva, a educação em âmbito municipal tem se esforçado
em acompanhar esse processo, identificando os inúmeros problemas educacionais e
procurando compreender o verdadeiro papel da educação formal, num esforço
coletivo com a finalidade de vencer as barreiras e entraves que inviabilizam a
construção de uma escola pública que eduque de fato para o exercício pleno da
cidadania e seja instrumento real de transformação social, espaço em que se
aprenda a constatar, construir e reconstruir (Paulo Freire), contrapondo-se ao
modelo gerador de desigualdades e exclusão social.
Assim, esta escola busca desenvolver uma ação coletiva, com um
compromisso definido coletivamente, preocupada com a formação do cidadão para
um tipo de sociedade, ou seja, um cidadão participativo, responsável,
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compromissado, crítico e criativo. No aspecto pedagógico, procura definir suas
ações educativas de forma a cumprir seus propósitos e intencionalidade.
Nesse sentido, propõe um processo de permanente reflexão e discussão
dos problemas da escola que propicie a participação de todos os membros da
comunidade escolar, num processo democrático de decisões, preocupada em
superar os conflitos, eliminando as relações competitivas, corporativas e autoritárias,
rompendo com a fragmentação e divisão do trabalho que reforça as diferenças e
hierarquiza os poderes de decisão.
Nesse panorama, essa escola busca novos paradigmas na educação,
exigindo uma ruptura na prática administrativa da escola, sustentando a idéia de que
a escola deve assumir, como uma de suas principais tarefas, o trabalho de refletir
sobre sua intencionalidade educativa. Nesse sentido, ela procura alicerçar-se no
princípio de autonomia, enfatizando a responsabilidade de todos.
Esta escola está na busca incessante pela democratização do
conhecimento e eficiência no ensino-aprendizagem. Para tanto, tem procurado
conhecer o perfil dos alunos e toda comunidade escolar para coletivamente elaborar
uma proposta de trabalho que corresponda às expectativas e necessidades de seus
alunos.
O diagnóstico da realidade é bastante peculiar e ao mesmo tempo
heterogêneo, principalmente nas condições sócio-econômicas, educacionais e
culturais.
Neste contexto, cerca de 33% dos alunos residem na zona rural (ver
Grandes Linhas de Ação), dependem do transporte escolar sob responsabilidade da
Prefeitura Municipal, com pouco e difícil acesso à biblioteca escolar e/ou pública.
Além disso, muitos têm pais com pouca escolaridade e não têm auxílio na execução
de suas tarefas escolares. Outros, principalmente os que freqüentam o Ensino
Médio, são trabalhadores na área agropecuária e na confecção do vestuário, tendo
pouco tempo disponível para os estudos.
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Por outro lado, muitos alunos deixam transparecer suas expectativas de
prosseguir seus estudos e ingressar no mercado de trabalho e demonstram
interesse em que a escola oferte curso profissionalizante. Outros demonstram pouco
interesse pelos estudos e fica patente a falta de expectativa de prossegui-los.
No período da noite houve a implantação do Programa E-tec Brasil, com
o curso Técnico Segurança do Trabalho, através da modalidade de educação a
distância, tendo como público egressos do Ensino Médio.
Outro aspecto que ainda chama a atenção e preocupa os educadores é
o índice de evasão. Por isso, na tentativa de solucionar esse problema, busca-se
fortalecer as relações da escola com as famílias, pois é necessário despertar nos
pais o compromisso de acompanhar e incentivar o aluno a procurar ter um bom
desempenho escolar.
As necessidades educacionais especiais são definidas pelos problemas
de aprendizagem apresentados pelo aluno, em caráter temporário ou permanente,
bem como pelos recursos e apoios que a escola proporciona, objetivando a remoção
das barreiras para a aprendizagem.
O Colégio oferta atendimento educacional especializado aos alunos com
necessidades especiais decorrentes de:
- dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitação no processo de
desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, não
vinculadas a uma causa orgânica específicas ou relacionadas a distúrbios,
limitações ou deficiências;
- dificuldades de comunicação e sinalização demandando a utilização de outras
línguas, linguagens e códigos aplicáveis;
- condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou
psiquiátricos.
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O Colégio também buscará ofertar atendimento educacional
especializado, se forem constatados casos de:
- superdotação ou altas habilidades que, devido às necessidades e motivações
específicas, requeiram enriquecimento, aprofundamento curricular e aceleração para
concluir, em menor tempo, a escolaridade, conforme normas a serem definidas por
Resolução da Secretaria de Estado da Educação.
Alunos que requeiram atenção individualizada nas atividades de vida
autônoma e social, recursos ou ajudas intensas e contínuas, adaptações curriculares
significativas que o Colégio não conseguir prover, deverão ser atendidos em escolas
especiais, públicas ou privadas.
O Colégio mantém uma Sala de Recursos na Área de DI-Deficiência
Intelectual e TFE-Transtorno Funcional Específico para os anos finais do Ensino
Fundamental no período da manhã.
O Projeto Político Pedagógico nasce da necessidade de se construir
uma referência para o Ensino Fundamental e Médio, que possa ser traduzido em
proposta, projetos educativos na escola e na sala de aula.
Assim, são muitos os desafios para a construção da democracia na
escola, muitas vezes barrados pelos modelos burocráticos, pelas relações sociais.
Porém, esta é a tarefa de todos aqueles que estão comprometidos com a qualidade
da escola: revisar permanentemente as práticas no cotidiano da escola, refletindo
sobre elas, promovendo debates e decisões coletivas, com consensos possíveis,
sem perder de vista a função social da escola.
A escola é um projeto para todos, um projeto transformador, por isso
deve estar organizada de modo a dar condições aos docentes para desenvolver com
eficiência sua prática pedagógica sem perder de vista o sucesso do aluno
garantindo-lhe uma aprendizagem de qualidade.
20
Nossa escola é formada de corpo diretivo, professores, alunos e
funcionários que consideram entre todos os seus desafios, o maior deles, o de
desenvolver e educar para a promoção humana.
Os resultados educacionais deste Colégio, no ano de 2009, no Ensino
Fundamental, a evasão foi de zero por cento, a aprovação foi de 92%, o IDEB foi
4,3; a Prova Brasil, em Língua Portuguesa, foi 230,04 e em Matemática 237,16; no
Ensino Médio, a evasão foi de zero por cento e a aprovação foi de 92,9%. No ano de
2010, a evasão, no Ensino Fundamental, foi de zero por cento e a aprovação foi de
94%; no Ensino Médio, a evasão foi de 3,3% e a aprovação foi de 82%.
Após esse exame, começou a delinear o esboço dessa proposta
pedagógica visando promover a melhoria da sua comunidade, pela educação de
seus filhos.
Quanto à organização dos alunos, a Escola tem procurado informá-los
sobre a formação do Grêmio Estudantil. Apesar disso, mesmo tendo havido
algumas tentativas, não foi possível constituí-lo de fato.
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO
Nenhuma escola funciona só com boa vontade e dedicação do gestor,
professores, funcionários, pais e alunos. Tanto a aprendizagem quanto o
desenvolvimento integral dos alunos dependem de uma série de recursos materiais.
Cabe a comunidade escolar organizar-se para oferecer aos alunos um ambiente
adequado e agradável, mas para seu bom funcionamento, a escola depende
bastante dos recursos financeiros de seu mantenedor, o Governo do Estado do
Paraná, sendo, portanto, a dependência administrativa estadual. Este Colégio
pertence ao Núcleo Regional da Educação de Apucarana (Código: 01).
Quanto à localização, esta escola fica na área central da área urbana do
município, que facilita o acesso a todos os alunos. Está situada à Rua Ayrton Senna
21
da Silva, n.º 637, uma rua tranqüila, sem movimento contínuo de carros, ônibus e
caminhões e quaisquer outros ruídos prejudiciais ao estudo.
Em relação ao terreno, possui uma área de 5.500 m² tendo 1.704 m² de
área construída.
PRÉDIO DA ESCOLA
A arquitetura da escola data de 12 de outubro de 1978 em alvenaria,
bastante simples, mas apresenta o corredor de acesso às salas de aula como
aspecto prejudicial ao trabalho pedagógico porque o ruído de uma sala interfere em
outras.
A SALA DE AULA
Esta escola possui 06 salas de aula em um pavilhão com 50,41 m² cada,
retangulares e comporta em média 30 alunos. Em outro pavilhão há 02 salas de
aula com 48 m² cada.
As janelas são grandes, mas são tipo basculante, prejudicando a
ventilação natural nas salas de aula.
As carteiras são móveis, individuais e facilitam diversificar a organização
de acordo com as atividades propostas individuais, pequenos ou grandes grupos.
Há, em cada sala de aula, uma TV Multimídia recebida da SEED.
BIBLIOTECA
A biblioteca desta escola possui na planta original 84 m², porém é dela
que foi subtraído 31,5 m², que será utilizada para o PROINFO, assim que chegarem
os computadores que estamos aguardando.
22
Na biblioteca há um bom acervo bibliográfico dispostos em diversas
estantes abertas para facilitar o acesso do usuário. Funciona também como sala de
estudos onde os alunos podem permanecer para realizar suas pesquisas e leituras.
Neste ambiente o aspecto negativo é a ventilação, pois apesar de
possuir três janelões, são basculantes e está localizada próxima ao muro.
A biblioteca está organizada de forma a atender bem os alunos e a
comunidade em geral, os livros ficam dispostos em estantes e armários acessíveis a
todos.
O horário de funcionamento da biblioteca é durante as atividades
escolares regulares, ou seja, período vespertino e noturno, necessitando de
atendimento no período da manhã.
Os alunos fazem empréstimos de livros de literatura nas aulas de Língua
Portuguesa, cada série tem uma aula semanal para fazer as devoluções e
empréstimos.
Durante as aulas tanto alunos como professores emprestam para uso
em sala de aula, dicionários, revistas e livros didáticos.
O responsável pela biblioteca além de anotar os empréstimos, arrumar e
guardar os livros, na medida do possível, indica e apresenta novos títulos de livros
aos alunos e aos professores, como também orienta e apresenta formas de usar
dicionários, enciclopédias, atlas, etc., facilitando, assim as pesquisas e leituras dos
usuários da biblioteca.
A biblioteca proporciona ao alunado, recursos didáticos auxiliares com
vistas ao aperfeiçoamento da aprendizagem, através de livros, televisão e vídeos.
Atualmente a biblioteca conta com aproximadamente 3.000 volumes entre livros
paradidáticos, enciclopédias, romances, literatura geral e revistas. Tem recebido, do
Governo Federal e Estadual, periodicamente, acervo literário.
23
A videoteca, com 450 fitas, é usada por alunos, professores e
funcionários. São fitas de caráter educativo, instrutivo e outros que visam a melhoria
da qualidade do ensino, nas diversas áreas do conhecimento, bem como a formação
do cidadão.
SECRETARIA
O espaço da Secretaria é amplo, de fácil acesso, bem equipado, boa
iluminação e ventilação. Ocupa 35 m² e fica na entrada do portão principal de
acesso à escola.
DIRETORIA
Ocupa uma sala pequena, com pouco espaço para atendimento aos pais
e alunos, professores e funcionários.
LABORATÓRIO DE QUÍMICA, FÍSICA E BIOLOGIA
O Laboratório de Química, Física e Biologia ocupa uma área de 49 m² e
foi projetado dentro das exigências da Secretaria Estadual de Educação.
Embora a escola não conte com o Agente de Execução para apoio nas
aulas práticas, os professores utilizam o Laboratório dentro das possibilidades,
sabendo que o seu uso poderia ter melhor rendimento com ajuda desse profissional.
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA
O Laboratório de Informática faz parte de uma necessidade tecnológica
amplamente divulgada e importante na formação do homem moderno. Foi criado em
1999 com a criação do PROEM. Entretanto, não teve a funcionalidade esperada
pela comunidade escolar, pois se limitou a quatro computadores adquiridos na Feira
24
de Informática financiada pelo Governo do Estado, não disponibilizando recursos
humanos qualificados e o processo pedagógico não obteve resultados satisfatórios.
A escola foi contemplada com 24 computadores do Programa Paraná
Digital, sendo vinte para o Laboratório de Informática e quatro para a Secretaria.
Recebemos os equipamentos no final de 2007, porém a instalação aconteceu no
início de 2009, quando foi detectado que o nobreak não funcionava e também que a
garantia já estava vencida. Durante o ano de 2009 funcionou razoavelmente. Em
abril de 2010, o sistema sofreu uma pane. No momento, o Laboratório de Informática
encontra-se funcionando parcialmente.
SALA DOS PROFESSORES
A sala dos professores é adaptada e ocupa 26,24 m². O espaço é muito
limitado, pouco arejado. Nele há um armário, dividido em doze repartições
chaveadas, e uma estante de aço, para os professores guardarem materiais
escolares como livros de chamada, livros didáticos... Há um televisor, com conexão
à TV Paulo Freire, e um computador conectado à internet, com impressora, para uso
dos professores durante a hora atividade no planejamento de suas aulas. Para
ampliar o espaço para os professores guardarem seus materiais, bem como
atividades dos alunos e materiais didático-pedagógicos, adaptou-se uma salinha de
8,55 m², localizada em frente à sala dos professores, contendo seis armários de aço
com duas portas e um armário com dezesseis repartições chaveadas.
REFEITÓRIO
O refeitório ocupa uma área de 96,00 m² e possui mesas e bancos para
acomodar os alunos e servir as refeições. Agregada a ele está a cozinha com bons
equipamentos e utensílios.
25
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
As instalações sanitárias desta escola são construídas em local de fácil
acesso, tendo três boxes masculinos e três boxes femininos destinados aos alunos e
dois boxes exclusivos para professores e funcionários.
SALA DA EQUIPE PEDAGÓGICA
A sala da equipe pedagógica ocupa uma área de 8,05 m², tem pouca
ventilação e a luminosidade é artificial. Nela há armários de aço e madeira para
organização e controle de material de apoio didático-pedagógico e duas
escrivaninhas pequenas para uso das pedagogas. Há, também, uma TV e um
aparelho de DVD.
Este ambiente é utilizado também como ouvidoria improvisada, onde
alunos, pais, professores e funcionários levam suas reclamações, sugestões e,
sempre que necessário o pedagogo faz o papel de ouvidor. Registra, busca as
soluções e comunica a direção de todas as ações desenvolvidas.
IV - MARCO CONCEITUAL
Ao repensar o Projeto Político Pedagógico da Escola, é preciso atentar
para as concepções que norteiam suas ações. É inegável que para traçar o perfil da
escola de hoje é indispensável conhecer suas origens para definir a sua ideologia,
adotando medidas políticas e pedagógicas a serviço da produção e difusão do
conhecimento para todos, fundamentada nos princípios democráticos, procurando
superar suas próprias limitações e possibilitando participar da construção da
sociedade que sonhamos: democrática e justa.
26
CONCEPÇÃO DE MUNDO
O homem reconstrói em si o mundo exterior.
Os processos de globalização do mundo econômico e da mundialização
da cultura, desencadeados pela sociedade do conhecimento em que vivemos,
recolocam as questões da sociabilidade humana em espaços cada vez mais amplos,
trazendo as questões de identidade pessoal e social cada vez mais complexas.
É certo que mulheres e homens podem mudar o mundo para melhor,
para fazê-lo menos injusto, mas a partir da realidade concreta a que chegam em sua
geração. A transformação do mundo necessita tanto de sonho, quanto a
indispensável autenticidade deste, depende da lealdade de quem sonha às
condições históricas, materiais, aos níveis de desenvolvimento tecnológico, científico
do contexto do sonhador.
Para os pedagogos progressistas (de Celestin Freinet a Paulo Freire) as
escolas são concebidas e assumidas com as esferas públicas democráticas,
trabalhando na direção da emancipação das sociedades. Falando mais diretamente,
os progressistas por enxergarem criticamente os problemas sociais, atuam no
sentido de forjar e disseminar uma nova visão de mundo, fundamentada em valores
diferentes daqueles que orientam a vida e o trabalho em sociedade.
Atualmente, vive-se num mundo marcado por desafios e grandes
mudanças, graças à velocidade da microeletrônica, da microbiologia, da
biotecnologia e da energia nuclear. Tais transformações implicam mudanças
significativas na vida humana. Direta ou indiretamente, a tecnologia marca o nosso
modo de ser, pois usufruímos de artefatos técnicos, como: computadores, TV, vídeo,
INTERNET e redes interativas. Somos beneficiados pelas fontes de energia: luz e
água e, além disso, pode-se criar seres em laboratórios.
Tantos benefícios caracterizam nosso mundo em transformação. Temos
a sensação de que quase tudo é possível, no entanto, há muitos riscos a serem
enfrentados, produzindo em nós um sentimento de impotência diante das catástrofes
27
naturais, das desigualdades sociais, das guerras, da manipulação das pessoas
pelos meios de comunicação, do analfabetismo e tantos outros males que podem
interferir no relacionamento humano, desencadeados na educação, na economia, na
política, na família, enfim, na estrutura social.
Fala-se de cultura global, de rompimento de barreiras, de revolução
industrial desencadeados pela sociedade tecnológica em que vivemos, bem como
da sociedade do conhecimento. Recolocam as questões da sociabilidade humana
em espaços cada vez mais amplos, trazendo controvérsias da identidade pessoal e
social, cada vez mais complexas num mundo repleto de possibilidades que, em
última análise, é um mundo em crise.
CONCEPÇÃO DE HOMEM
Se o mundo está em crise, logo o homem que vive nele, que o constrói a
partir de sua ação humana, também é um ser em crise. Pois a velocidade das
transformações citadas acima, enfatizam uma ruptura dos antigos paradigmas de
como viver socialmente e individualmente.
Assim esse ser humano, muitas vezes, despreparado para a realidade
atual, está em busca de uma nova perspectiva, em que possa absolvê-lo de sua
alienação, de sua passividade e do bombardeamento feito pela mídia. Não podemos
esquecer que esse homem, um ser natural e essencialmente social, como afirmava
Aristóteles, filósofo grego, é pai do aluno do Colégio Estadual Dr. Rebouças - Ensino
Fundamental e Médio e está inserido no mercado de trabalho, pois o mesmo é
responsável pelo sustento de si e de sua família.
Diante desse homem, que age na natureza transformando-a segundo
suas necessidades e para além delas, a educação deve contribuir para sua
transformação histórica na sociedade. É necessário que a escola busque a
formação do verdadeiro ser humano e cidadão, bem como a democracia, a
sociabilidade e a produção de cultura. Seres humanos capazes de lutar pelos seus
direitos e transformar a sociedade, tornando-a mais justa e fraterna.
28
Dessa forma, o homem como um ser situado num mundo material,
concreto, econômico, social e ideologicamente determinado. Sendo assim, resta-lhe
transformar essa situação, através de ação intencional e planejada, mediada pelo
trabalho, produzindo bens materiais e não-materiais que são apropriados de
diferentes formas pelo homem, conforme Saviani (2003): “O homem necessita
produzir continuamente sua própria existência. Para tanto, em lugar de se adaptar à
natureza, ele tem que adaptar a natureza a si, isto é, transformá-la pelo trabalho”.
Portanto, a busca do conhecimento é imprescindível, é uma atividade inseparável da
prática social, e não deve se basear no acúmulo de informações, mas sim, numa
reelaboração mental que deve surgir em forma de ação sobre o mundo social, desde
que não agrida a natureza, para que ela não se volte contra si. O homem deve agir
de forma sustentável.
Assim sendo, o homem vai se transformar através da cultura, que para
Libâneo (1989) é a atividade incessante dos homens ao transformar o mundo natural
em social, tornando-o mais humano. O saber é manifestação da cultura. É um dos
produtos da ação transformadora do homem sobre a natureza e as relações sociais.
Partindo do pressuposto que o homem constitui-se um ser histórico, faz-
se necessário compreendê-lo em suas relações inerentes à natureza humana. O
homem é, antes de tudo, um ser de vontade, um ser que se pronuncia sobre a
realidade.
CONCEPÇÃO DE CULTURA
A cultura é resultado de toda a produção humana, segundo Saviani,
“para sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente, os
meios de sua subsistência. Ao fazer isso ele inicia o processo de transformação da
natureza, criando um mundo humano (o mundo da cultura)” (1992, p, 19).
Podemos considerar que,
29
de um ponto de vista antropológico, cultura é tudo o que elabora, e elaborou o ser humano, desde a mais sublime música ou obra literária até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as religiões, as formas de trabalhar”. (SACRISTAN, 2001, p, 105).
Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de
significação, é cultural. Além disso, como sistema de significação, todo
conhecimento está estreitamente vinculado com relações de poder (Tomas Tadeu,
1999).
É necessário considerar, portanto, a importância do texto de Silva,
tornou-se lugar comum destacar a diversidade das formas culturais do mundo
contemporâneo. É um fato paradoxal, entretanto, que essa suposta diversidade
conviva com fenômenos igualmente surpreendentes de homogeneização cultural.
Ao mesmo tempo que se tornam visíveis manifestações e expressões
culturais de grupos dominados, observa-se o predomínio de formas culturais
produzidas e vinculadas pelos meios de comunicação de massa, nas quais
aparecem de forma destacada as produções culturais em sua dimensão material e
não-material.
Toda a organização curricular, por sua natureza e especificidade precisa
contemplar várias dimensões da ação humana, entre elas a concepção de cultura.
Na escola, em sua prática há a necessidade da consciência de tais diversidades
culturais, especialmente da sua função de trabalhar as culturas populares de forma a
levá-los à produção de uma cultura erudita, como afirma Saviani: "a mediação da
escola, instituição especializada para operar a passagem do saber espontâneo ao
saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita; assume um papel político
fundamental" (SAVIANI APUD FRIGOTTO, 1994, p. 189).
Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura popular e
erudita cabe à escola aproveitar essa diversidade, existente, para fazer dela um
espaço motivador, aberto e democrático.
30
CONCEPÇÃO DE TRABALHO
O trabalho é uma atividade que está “na base de todas as relações
humanas, condicionando e determinando a vida. É (...) uma atividade humana
intencional que envolve forma de organização, objetivando a produção dos bens
necessários à vida” (Andery, 1998, p, 13).
Nesta perspectiva entender o trabalho como ação intencional, o homem
em suas relações sociais, dentro da sociedade capitalista, produz bens. Porém, é
preciso compreender que o trabalho não acontece de forma tranqüila, estando
sobrecarregado pelas relações de poder.
Quando produz bens, estes são classificados em materiais ou não
materiais. Os bens materiais são produzidos para posterior consumo, gerando o
comércio. Já nos bens não materiais, produção e consumo acontecem
simultaneamente.
No trabalho educativo o fazer e o pensar entrelaçam-se dialeticamente e
é nesta dimensão que está posta a formação do homem.
Ao considerarmos o trabalho uma práxis humana, é importante o
entendimento de que o processo educativo é um trabalho não material, uma
atividade intencional que envolve formas de organização necessária para a
formação do ser humano.
O conhecimento como construção histórica é matéria-prima (objeto de
estudo) do professor e do aluno, que indagando sobre o mesmo irá produzir novos
conhecimentos, dando-lhes condições de entender o viver, propondo modificações
para a sociedade em que vive, permitindo “ao cidadão-produtor chegar ao domínio
intelectual do técnico e das formas de organização social sendo, portanto, capaz de
criar soluções originais para problemas novos que exigem criatividade, a partir do
domínio do conhecimento” (Kuenzer, 1985, p, 33 e 35).
31
O conceito de trabalho agora não é mais saber fazer
(Fordista/Taylorista), e sim resolver problemas quando eles aparecem. Capacidade
para resolver problema se supõe um aporte teórico. Essa capacidade vai ser
sempre o resultado da articulação de conhecimentos científicos, portanto, de um
aporte teórico, de experiências anteriores, de acesso às informações,
desenvolvendo, então, a capacidade de enfrentar situações anormais ou não
previstas. O trabalho teórico é a natureza e especificidade da escola.
CONCEPÇÃO DE CIDADANIA
Historicamente, o Brasil foi construído de cima para baixo e de fora para
dentro – poderes coloniais, elites proprietárias, Estado realimentando as
desigualdades e agravando as inclusões. Neste momento, se quer construir uma
outra base social, constituída por aqueles excluídos da história brasileira que,
organizando-se na sociedade civil e nos diferentes movimentos sociais, acumularam
força e conseguem expressar-se, tomando as rédeas do seu destino, criando uma
nação soberana e aberta ao diálogo e à participação.
De acordo com Boff (2000, p.51) “cidadania é um processo histórico-
social que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de
organização e de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser
massa e de passar a ser povo, como sujeito histórico, plasmador de seu próprio
destino”.
Reafirmando a citação de Boff, Martins, 2000, p.53, diz: “... a construção
da cidadania envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal e
social e de reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres. A
realização se faz através de lutas contra as discriminações, da abolição de barreiras
segregativas entre indivíduos e contra as opressões e os tratamentos desiguais, ou
seja, pela extensão das mesmas condições de acesso às políticas públicas e pela
participação de todos nas tomadas de decisões. É condição essencial da cidadania,
reconhecer que a emancipação depende fundamentalmente do interessado, uma
vez que, quando a desigualdade é somente confrontada na arena pública, reina a
32
tutela sobre a sociedade, fazendo-a dependente dos serviços públicos. No entanto,
ser/estar interessado não dispensa apoio, pois os serviços públicos são sempre
necessários e instrumentais.
O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de se
tornar cidadão consciente, (sujeito de direitos), organizados e participativos do
processo de construção político-social e cultural.
Angel Pino in (Boff SEVERINO A J. ZALUARA e outros 1992, p.15-25),
considera que “o conceito de cidadania traduz ao mesmo tempo, um direito e o
exercício desse direito. Sem este, aquele é uma mera fórmula.” Portanto, a
educação como um dos principais instrumentos de formação da cidadania, deve ser
entendida como a concretização dos direitos que permitem ao indivíduo, sua
inserção na sociedade.
A realidade social e educacional atual de nosso país requer o
enfrentamento e a superação da contradição da estrutura que existe entre a
declaração constitucional dos direitos sociais (dentre eles, a educação) e a negação
da prática desses direitos; da ideologia que associa a pobreza material à cultural; de
recolocar-se o problema da escola pública em termos de direito de todos, de acesso
ao conhecimento elaborado; recolocar a questão do trabalho como atividade de
produção/apropriação de conhecimento não apenas como mera operação mecânica,
em repensar a relação escola/trabalho.
Segundo Martins (2000, p.54), pode-se afirmar que “aquela relação entre
cidadania e democracia explicita-se no fato de que ambas são processos; o
processo não se dá num vazio, a cidadania exige instituições, mediações e
comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais de luta na
definição de instituições permanentes para expressão política. Neste sentido, a
autora distingue a cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo Estado, com a
idéia moral da tutela e do favor. Cidadania Ativa – aquela que institui o cidadão
como portador de direitos e deveres, mas essencialmente criador de direitos, de
abrir espaços de participação. Confirma ainda, que a cidadania requer a consciência
clara sobre o papel da educação e as novas exigências colocadas para a escola
33
que, como instituição para o ensino - a educação formal – pode ser um locus
excelente para a construção da cidadania.
As dimensões da cidadania, segundo Boff, são cinco:
A dimensão econômico-produtiva: a massa é mantida intencionalmente,
como massa e a pobreza é empobrecimento, portanto a pobreza, material e política,
é produzida e cultivada, por isso é profundamente injusta.
A dimensão político-participativa: as pessoas interessadas lutam em prol
de sua autonomia e participação social, tornando-se cidadãos plenos.
A dimensão popular: inclui somente as que têm acesso ao sistema
produtivo e exclui os demais, sendo esta a dimensão vigente.
A dimensão de con-cidadania: os cidadãos devem reivindicar e não pedir
ao Estado, precisam organizar-se não para substituir, mas para fazê-lo funcionar.
Define também o cidadão mediante a solidariedade e a cooperação.
A cidadania terrenal: apresenta a dimensão planetária na consciência de
causas comuns, com a responsabilidade coletiva de garantir um futuro para a terra e
a humanidade.
Tipos de cidadania segundo Boff
Cidadania seletiva – se a construção da cidadania envolve um processo ideológico
de formação de consciência pessoal, coletiva e social, de reconhecimento desse
processo em termos de direitos e deveres, no projeto neoliberal vigente a cidadania
passa a ser seletiva porque a reduz, Boff afirma (2000, p.57). “Ele debilita e reduz a
cidadania nacional, quer dizer, a autonomia do próprio país. Internamente reforça a
cidadania seletiva”. Alguns setores são beneficiados pela modernização, outros, os
setores populares só cabem uma cidadania menor. Outros, os excluídos, servem
34
como massa de manobra, sem qualquer cidadania, tirando o seu poder de rebelião,
compensando, fazendo assistencialismo fácil e promessas.
Cidadania Menor – No projeto do capitalismo nacionalista não se leva em conta o
capitalismo e sua lógica que explora e exclui. Ele é visto como criador de
oportunidades e de progresso. Dá-se ênfase à auto-estima de um Brasil grande,
uma potência emergente com seus recursos naturais riquíssimos e potencialidades
populacionais. Aqui também a cidadania é restrita para setores beneficiários. (Boff,
p.66) “será uma cidadania político-participativa para os segmentos incorporados na
produção, mas não será econômico-produtiva, pois trabalhadores continuarão sendo
duramente explorados”. Portanto terão uma cidadania de 2ª classe, esporádica, às
vezes expressa em grandes manifestações públicas, mas sem conseqüências
reais... As políticas estatais continuarão assistencialistas mantendo a população
pobre, dependente e desmobilizada com controle aos movimentos sociais.
Cidadania maior e plena – con-cidadania - O projeto de Democracia racial e popular
é totalmente diferente dos autores muito distante do que vivemos. Está sendo
construído por todos os excluídos da história brasileira, se organizando dentro dos
movimentos raciais. Com força foram se infiltrando em condutos-políticos partidários,
já agora em condições de disputar a conquista e o controle do poder com muita luta,
resistência argumentos e organização. Esse projeto visa construir uma Nação
autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade inteira para a
mudança, primando por uma sociedade sustentável que se desenvolva com a
natureza e não contra ela, que produza o suficiente para todos e que não permita a
acumulação para poucos. BOFF (2000, p. 73) diz: “Nele fica clara a vontade de
soberania nacional e o tipo diferente de cidadania política, econômica, participativa,
solidária e popular. Será uma cidadania cotidiana, plantada no funcionamento dos
movimentos raciais e, por isso, em contínuo exercício”.
Construir a cidadania e con-cidadania popular é a forma concreta de se
construir o Projeto-Brasil que buscamos.
35
CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE
Quando se questiona o próprio sentido da escola, a sua função social e
a natureza do trabalho educativo, enquanto docentes, aparecemos sem iniciativa,
“arredados ou deslocados pela força arroladora dos fatos, pela vertiginosa sucessão
de acontecimentos que tornaram obsoletos os conteúdos e as práticas educativas”
(Péres Gómes, 1998). E para que isso não aconteça é que precisamos entender em
que tipo de sociedade estamos inseridos.
Para Severino (1998), a sociedade é um agrupamento tecido por uma
série de relações diferenciadas e diferenciadoras. É configurada pelas experiências
individuais do homem, havendo uma interdependência em todas as formas da
atividade humana, desenvolvendo relações, instaurando estruturas sociais,
instituições sociais e produzindo bens, garantindo a base econômica e é o jeito
específico do homem realizar sua humildade, sendo que:
“A sociedade configura todas as experiências individuais do homem,
transmite-lhe resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do
grupo e recolhe as contribuições que o poder de cada indivíduo engendra e que
oferece a sua comunidade. Nesse sentido a sociedade cria o homem para si“ (Pinto,
1994).
A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho
concreto dos homens, que criam novas possibilidades de cultura e de agir social a
partir das contradições geridas pelo processo de transformação da base econômica.
Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a
sociedade não pode se limitar às aparências. É necessário compreender as leis que
regem o desenvolvimento da sociedade. Obviamente que não se trata aqui de leis
naturais, mas sim de leis históricas, ou seja, de leis que se constituem
historicamente.
Atílio Boron (1986) questiona: que tipo de sociedade deixa como legado
estes quinze anos de hegemonia ideológica do neoliberalismo? Uma sociedade
heterogênea e fragmentada, marcada por profundas desigualdades de todo o tipo –
36
classe, etnia, gênero, religião, etc. – que foram exacerbadas com a aplicação das
políticas neoliberais. Uma sociedade dos “dois terços” ou uma sociedade “com duas
velocidades”, como costuma ser denominada na Europa, porque há um amplo setor
social, um terço excluído e fatalmente condenado à marginalidade e que não pode
ser “reconvertido” em termos laborais, nem inserir-se nos mercados de trabalho
formais dos capitais desenvolvidos. Essa crescente fragmentação do social que
potencializaram as políticas conservadoras foi por sua vez reforçada pelo
excepcional avanço tecnológico e científico e seu impacto sobre o paradigma
produtivo contemporâneo.
Inês B. de Oliveira diz que uma sociedade democrática não é, portanto,
aquela na qual os governantes são eleitos pelo voto. A democracia pressupõe uma
possibilidade de participação do conjunto dos membros da sociedade em todos os
processos decisórios que dizem respeito à sua vida (em casa, na escola, no bairro,
etc.).
Raul Pont no texto sobre democracia representativa e democracia
participativa conclui que nossa convicção funda-se no processo histórico que nos
ensina que não há verdades eternas e absolutas nas relações entre sociedade e o
Estado e que estas se fazem e se refazem pelo protagonismo dos seres sociais e
que a busca de uma democracia substantiva, participante, regida por princípios
éticos de liberdade e igualdade social, continua sendo um horizonte histórico, em
suma, nossa utopia para a humanidade.
CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA
Sobre tecnologia Noble assinala que se criou uma redoma falaciosa em
torno do verdadeiro propósito e natureza da tecnologia. Segundo o autor “esta é
vista na sociedade como um processo autônomo; algo constituído e visto à margem
de tudo como se tivesse vida própria, independente das intenções sociais, poder e
privilégio. Examinamos a tecnologia como se fosse algo que mudasse constante
mente, e que constantemente, provocasse alterações profundas na vida das
escolas. Decerto que isto é parcialmente verdade. No entanto, se nos debruçarmos
sobre o que tem vindo a mudar podemos incorrer no erro de não questionar quais as
37
relações que permanecem inalteradas. De entre estas, as mais importantes são as
desigualdades econômicas e culturais que dominam a nossa sociedade (NOBLE,
1984).
Segundo Cristina Gomes Machado (2002), o processo educativo há de
se revelar capaz de sistematizar a tendência à inovação solicitando o papel criador
do homem. É preciso implementar no Sistema Educacional, uma pedagogia
mediante a qual não apenas se reforme o ensinamento, mas que também se facilite
a aprendizagem.
A tecnologia tem um impacto significativo não só na produção de bens e
serviços, mas também no conjunto das relações sociais e nos padrões culturais
vigentes.
A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 ao propor a
formação tecnológica como eixo do currículo assume, segundo KUERGER (2000), a
concepção que a aponta como a síntese, entre o conhecimento geral e o específico,
determinando novas formas de selecionar, organizar e tratar medodologicamente os
conteúdos.
A tecnologia deve ser entendida como uma ferramenta sofisticada e
alternativa no contexto educacional, pois a mesma pode contribuir para o aumento
das desigualdades, ou para a inserção social se vista como uma forma de
estabelecer mediações entre o aluno e o conhecimento em todas as áreas.
“Urge pois continuar a lutar pela escolarização como um bem público contra a domesticação política que tem inflamado o debate educativo contribuindo para que a educação em geral e o currículo, em particular, se constitua numa efetiva base para que os mais desfavorecidos tenham, tomem e transformem a própria concepção de poder” (Paraskeva,2001).
Assim, fica claro, que ter no currículo, uma concepção de educação
tecnológica não será suficiente para o acesso de todos, da Escola Pública, sem que
haja uma vontade e ação política que possibilite investimento para que esses
recursos tecnológicos (elementares e sofisticados) existam e possam ser ferramenta
que contribua para o desenvolvimento do pensar, sendo um meio de estabelecer
38
relações entre o conhecimento científico, tecnológico e sócio-histórico, possibilitando
articular ação, teoria e prática.
CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
Dentro desse contexto, a educação para todos torna-se mais que um
direito, tanto como conseqüência do exercício da cidadania, como condição para
uma plena participação na sociedade, conforme os princípios constitucionais da
educação no que se refere à obrigatoriedade, gratuidade, laicidade e qualidade
conceitual-política do ensino e aprendizagem ofertados.
As pessoas se desenvolvem de forma integral, constroem conhecimento
e se aperfeiçoam, para a satisfação de suas necessidades e as de sua sociedade,
através da educação escolar com conteúdos de acordo com o contexto histórico-
social-econômico, variando conforme as necessidades de cada um e de cada grupo.
Nessa perspectiva entende-se educação como a interação entre
sujeitos. Educar é, então, interagir, conhecer juntos, constituir-se sujeito social e
politicamente emancipado.
Concebemos a educação como elemento de transformação da
sociedade, sendo que essa perspectiva transformadora se traduz pelas pedagogias
progressistas dentre estas, a Pedagogia Histórico-Crítica (Saviani). A PHC vê a
educação como prática mediadora no seio da prática social, e, portanto coloca a
prática social como ponto de partida e de chegada do processo de ensino.
A educação se relaciona dialeticamente com a sociedade, podendo
constituir-se em um importante instrumento no processo de transformação da
mesma. Sua função principal é elevar o nível de consciência do educando a respeito
da realidade que o cerca, a fim de torná-lo capaz para atuar no sentido de buscar
sua emancipação econômica, política, social e cultural. Assim sendo, é também
função da escola, inserir na dinâmica das aprendizagens: o contínuo aprender.
39
Então, a Pedagogia Histórico-Crítica entende a educação como um
processo que ajuda os indivíduos a pôr em questão, as condições presentes de sua
vida cotidiana geradas pelo modo de organização da produção em nossa sociedade.
Nessa visão a educação para crianças, adolescentes, jovens e adultos é
a esperança de um mundo melhor, onde haja respeito à vida, compreensão entre os
homens e que o conhecimento seja motivo de promoção do homem e não de
distinção. Conhecimento que dê liberdade aos alunos de ranços, marcas do
passado de um tempo que já acabou e que é preciso ir em busca de novos
caminhos.
Cabe à educação escolar a tarefa de despertar nos alunos, de acordo
com a cultura e a convicção de cada um e com respeito ao pluralismo, a sede pelo
ideal ou a valores, ditos morais.
A educação escolar deve estar voltada para a educação permanente, já
que a mesma é a resposta para um mundo em contínua transformação.
Para isso é preciso que se internalize em cada ser humano o desejo de
construir conhecimentos, passaporte para uma educação permanente, em que se
adquire o prazer da aprendizagem ao longo de toda a vida.
Dentro dessa perspectiva, as pessoas vivendo em comunidade
desenvolverão o conhecimento de acordo com os outros, suas histórias, tradições e
espiritualidade. Utopia para alguns, mas necessária para que haja um espírito novo,
capaz de uma gestão inteligente e apaziguadora de inevitáveis conflitos, de forma
autônoma e com discernimento sendo responsável numa realização em prol do
coletivo. Que o ser humano descubra os seus talentos em seu interior e os ponha à
disposição da sociedade.
40
CONCEPÇÃO DE ESCOLA
A pedagogia progressista apresenta-se, por meio das tendências
libertadora (Paulo Freire – anos 60), libertária (Celestin Freinet) e crítico-social dos
conteúdos ou histórico-crítica (surgiu no início da década de 80 e difere das
anteriores pela ênfase que dá aos conteúdos). Nessas concepções, a escola deve
ser vista como o ambiente onde acontecem conflitos, interesses sociais
contraditórios, lutas de poder, e no qual é possível criar-se um discurso crítico capaz
de desvelar esta realidade, seus condicionamentos sócio-econômicos e as
condições necessárias à sua superação.
Assim, a escola deve ser valorizada como instrumento de luta das
camadas populares, propiciando o acesso ao saber historicamente acumulado pela
humanidade, porém reavaliando a realidade social na qual o aluno está inserido. É
esta a nossa concepção de escola.
Então, a escola dentro desta ótica, visa transformar o aluno em sujeito
capaz de recuperar e realizar sua “humanidade” em um projeto coletivo e solidário
de superação das condições atuais de trabalho.
Nessa concepção, o papel da escola é o de socialização do saber
sistematizado. Pretende que o domínio de instrumentos culturais e científicos auxilie
no conhecimento e compreensão das realidades sociais, favorecendo a atuação dos
indivíduos na luta pela transformação social.
Diante de tais considerações, o Colégio Estadual Dr. Rebouças deve
contribuir para que todo aluno que por ele passar, tenha a oportunidade de estudar
continuamente ao longo de sua vida, numa escola de prazer onde o aluno seja o
centro de suas prioridades educativas, para que ele tenha o direito à plena e
inviolável dignidade humana, convivendo bem com seus pares.
Sendo assim, objetiva formar o cidadão com uma identidade própria, o
qual poderá ser reconhecido como sujeito que passou por este colégio.
41
Ele pretende formar cidadãos críticos capazes de atuar com
competência, dignidade, solidariedade, integridade, justiça e respeito na sociedade;
sociedade essa, com princípios democráticos que demanda uma educação de
qualidade, que garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos
autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e
responsabilidade na sociedade em que vivem e na qual esperam ver atendidas suas
necessidades individuais, sociais, políticas e econômicas.
O colégio respeitará a individualidade de seus alunos, cabendo ao
professor e demais profissionais da educação exercer o papel de educadores dos
mesmos, mediando na formação de valores e atitudes para que eles cuidem dos
bens de uso comum, e exijam de seus professores, de forma respeitosa, um ensino
que corresponda às suas aspirações.
Esta instituição agirá com justiça junto a seus alunos, garantindo-lhes
igualdade de direitos, recusando categoricamente qualquer forma de discriminação.
Essa postura será, também, a dos professores. Para que haja reciprocidade entre
escola, professores e alunos, estes, por sua vez deverão agir com espírito de justiça
para com seus professores, demais pessoas da comunidade escolar, bem como
para com seus pares, cientes da correspondência entre direitos e deveres.
A escola assume uma postura solidária, propondo união e cooperação
entre todos os atores da comunidade escolar. Dessa forma, os professores serão
solidários entre si, com os demais envolvidos no processo, incluindo os alunos aos
quais mediarão na construção do conhecimento, valores e atitudes. Os alunos, por
sua vez, investirão esforços para viver de forma cooperativa.
Dessa forma, a escola constrói sua integridade, agindo com
imparcialidade ao interagir na resolução de possíveis conflitos entre os atores da
educação escolar, bem como na gestão de pessoal, de recursos, etc., tornando
transparentes os seus atos. Os professores assumirão a mesma postura íntegra,
sendo retos nas decisões conjuntas e individuais de cunho pedagógico na relação
professor x aluno, aluno x aluno, aluno x objeto do conhecimento, professor x
42
demais pessoas da comunidade escolar. Conseqüentemente, os alunos convivendo
num ambiente íntegro, conservarão sua pureza.
Diante do exposto, escola, professores e alunos exercerão seus papéis
agindo com eficiência construída dia-a-dia na interação entre os sujeitos envolvidos
no processo, o meio e o objeto do conhecimento.
A escola, portanto, assume-se como espaço de vivência e de discussão
dos referenciais éticos, não uma instância normativa e normatizadora, mas um local
social privilegiado de construção dos significados éticos necessários e constitutivos
de toda e qualquer cidadania, promovendo discussões sobre os valores ético-
políticos e observância das leis. O exercício dessa cidadania pressupõe a
participação política de todos na definição de rumos que serão assumidos pela
nação e que se expressa, não apenas, na escolha de seus representantes políticos
e governantes, mas também na participação em movimentos sociais, no
envolvimento com temas e questões da nação e em todos os níveis da vida
cotidiana.
CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO
A ciência nasce da necessidade de explicar os fatos observados de
forma sistematizada utilizando métodos.
Para Andery (1980) “A ciência é uma das formas do conhecimento
produzido pelo homem no decorrer de sua história. Portanto, a ciência também é
determinada pelas necessidades materiais do homem em cada momento histórico,
ao mesmo tempo que nela interfere”.
No decorrer da história, a ciência está sempre presente para reproduzir
ou transformar. Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é produzido de
forma desigual, estando a serviço de interesses políticos, econômicos e sociais do
processo histórico, não atingindo a totalidade da população.
43
A escola tem a função social de garantir o acesso de todos aos saberes
científicos produzidos pela humanidade. Nereide Saviani afirma que “a ciência
merece lugar destacado no ensino como meio de cognição e enquanto objeto de
conhecimento”, ou seja, ao mesmo tempo em que eleva o nível de pensamento dos
estudantes, permite-lhes o conhecimento da realidade, o que é indispensável para
que não, apenas, conheçam e saibam interpretar o mundo em que vivem, mas com
isto, saibam nele atuar e transformá-lo.
O conhecimento é concebido como uma atividade humana que busca
explicitar as relações entre os homens e a natureza, podendo-se afirmar que ele é
produzido nas relações sociais mediadas pelo trabalho, resultante da ação que
passa entre o sujeito e o objeto do conhecimento (conteúdo). Aí entra a mediação do
professor. Leva em conta que o conhecimento é construído e transformado
coletivamente. O conhecimento produzido pela pesquisa parte do concreto e da
prática que precede a teoria, de modo que a teoria só tem sentido se articulada com
a prática. O conhecimento passa a ser enfocado como processo, então, é dinâmico.
Os conteúdos são culturais, universais, sempre reavaliados frente à
realidade social.
Assim, o estudo dos conhecimentos sistematizados decorre das
exigências e necessidades da vida prática. Portanto, os conhecimentos servem não
só para explicar os fatos, acontecimentos e processos que ocorrem na natureza, na
sociedade e no pensamento humano, mas também para transformá-los.
Nesse sentido, o homem possui conhecimento construído a partir de
suas necessidades e experiências no cotidiano, ou seja, o conhecimento real que
possibilita a abstração e generalização. Esse conhecimento inicia-se de forma
inconsciente, informal até encaminhar-se para níveis mais abstratos, formais e
conscientes.
Nesta perspectiva, cabe à escola valorizar o conhecimento espontâneo
do aluno, encaminhando-o a níveis mais abstratos, formais, conscientes e
sistematizados, ou seja, parte de uma contextualização, onde a prática torna-se
44
suporte da teoria e vice-versa, tornando a construção de conhecimentos um
processo permanente, propiciando o desenvolvimento de capacidades intelectuais.
Nesse sentido, o Colégio Estadual Dr. Rebouças entende o
conhecimento como sendo compreensão da realidade que o sujeito adquire através
de sua confrontação com essa mesma realidade. Ou seja, a realidade exterior
adquire, no interior do ser humano, uma forma abstrata pensada, que lhe permite
saber e dizer o que essa realidade é. A realidade exterior se faz presente no interior
do sujeito do pensamento. A realidade através do conhecimento torna-se algo
compreendido, claro.
Esse conhecimento pode ser adquirido nos livros, nas aulas interativas,
na internet, na mídia, nas conversas, etc., mas com o objetivo de alcançar
entendimento da realidade. O que está em primeiro lugar, o que está na raiz do
conhecimento, é a elucidação da realidade e não a retenção de informações
contidas nos meios acima mencionados.
O conhecimento é, então, uma forma de entendimento da realidade.
Muitas vezes, o conhecimento é confundido com o processo de decorar informações
dos livros, para segui-las, repeti-las em provas escolares ou em provas de seleção.
Isso não é conhecimento. Isso é memorização de informação, sem saber o que, de
fato, essa informação significa, nem para que serve.
Este Colégio concebe o conhecimento como um processo dinâmico que
se dá na interação entre os estudantes, o professor e o próprio conhecimento.
Partindo dessa concepção, o colégio vem revendo seu papel e sua função social,
assumindo a consciência de sua importância para grande parte da sociedade na
qual se insere, que tem nela a única via de acesso ao conhecimento. Nesse
sentido, busca trabalhar (ensinar) e garantir as aprendizagens de conteúdos básicos
para a vida em sociedade.
Vários fatores concorrem para que uma significativa parcela da
população fique à margem da educação ou interrompa precocemente seus estudos
sem ter adquirido os conhecimentos imprescindíveis ao exercício da cidadania.
45
Este Projeto Político Pedagógico visa reverter esse quadro, numa ação
que exige, de todos, envolvimento e compromisso. Pretende, então, a inclusão de
todos os alunos, contribuindo para a apropriação do conhecimento, inclusive àqueles
a quem o mesmo tem sido historicamente negado.
Logo, partindo desse pressuposto, a proposta pedagógica curricular
deste Colégio exige uma nova dinâmica de ensino, que estimule a participação de
todos e ofereça oportunidades de reflexão sobre o objeto do conhecimento, bem
como, sua finalidade, contribuindo, portanto, para que cada indivíduo envolvido
nesse processo se constitua como sujeito produtor de conhecimento, através da
elaboração de suas próprias sínteses a respeito do objeto em estudo. Assumimos,
portanto, uma postura progressista embasada nas teorias de Demerval Saviani
(Pedagogia Histórico-Crítica), Gaudêncio Frigotto, Acácia Zeneida Kuenzer, José
Carlos Libâneo (Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos) e outros, influenciados por
autores internacionais como: Marx, Gramsci, G. Snyders, M. Manacorda, Makarenko
e Suchodolski, expressos também na corrente sócio-histórica da Psicologia:
Vygotsky, Luria, Leontiev e Wallon.
Vygotsky pressupõe trabalho em pares ou grupos para construção do
conhecimento na interação do sujeito com o objeto do conhecimento (elaborando
hipóteses, estabelecendo relações) e com o social (interações com outras pessoas).
A escola instituirá com base na participação grupal, mecanismos
institucionais de mudança (assembléias, conselhos, eleições, reuniões, associações,
grêmio estudantil, etc.), de tal forma que o aluno, uma vez atuando nas instituições
"externas", leve para lá tudo o que aprendeu.
Este colégio pretende, então, atuar como instrumento do saber,
prestando serviços aos interesses populares a fim de garantir, que respeitadas as
diversidades sociais, a educação possa atuar decisivamente no processo de
construção da cidadania e democracia, visando contribuir para que os alunos se
apropriem do conhecimento, legado da humanidade, de maneira crítica e
transformadora, procurando assim, evitar problemas de evasão e repetência.
46
Em consonância com os princípios estéticos, políticos e éticos da LDB nº
9394/96, o Colégio Estadual Dr. Rebouças observará na gestão, na organização
curricular e na prática pedagógica e didática os princípios que nortearão as
atividades pedagógicas: Identidade, Diversidade e Autonomia.
Este estabelecimento de ensino criará e desenvolverá, com a
participação de toda a comunidade escolar, alternativas institucionais com
identidade própria, baseada no papel educacional da entidade, usando ampla e
destemidamente as várias possibilidades de organização pedagógica, espacial e
temporal, e de articulações e parcerias com instituições públicas ou privadas,
abertas pela LDB, para desenvolver políticas de ensino que contemplem a formação
básica necessária para o exercício da cidadania.
Identidade supõe uma inserção no meio social que leva à definição de
vocações próprias, que se diversificam ao incorporar as necessidades locais e as
características dos alunos e participação dos professores e das famílias no
desempenho institucional considerado adequado para a escola.
A escola fomentará em sua organização curricular, uma ampla
diversificação dos tipos de estudos disponíveis, estimulando alternativas que a partir
de uma base comum, ofereçam opções de acordo com as características de seus
alunos e as demandas do meio social.
A diversificação será acompanhada de sistemas de avaliação que
permitam o acompanhamento permanente dos resultados, tomando como referência
os conhecimentos básicos a serem alcançados por todos os alunos, de acordo com
a proposta pedagógica curricular do colégio.
A construção de uma identidade própria e da diversificação curricular
supõe a existência de autonomia. Na verdade a proposta pedagógica é a forma pela
qual a autonomia se exerce.
47
No âmbito escolar a autonomia deve refletir o compromisso com a
aprendizagem dos alunos pelo uso do tempo, do espaço físico, das instalações e
equipamentos, dos recursos financeiros, didáticos e humanos.
Na sala de aula a autonomia tem como pressuposto, além da
capacidade didática do professor, seu compromisso e, por que não dizer,
cumplicidade com os alunos, que faz do trabalho cotidiano de ensinar um
permanente voto de confiança na capacidade de todos para aprender. Por essa
razão a autonomia depende da qualificação permanente dos que trabalham na
escola, em especial dos professores.
A melhor forma de verificar esses compromissos é instituir mecanismos
de prestação de contas, de avaliação de resultados. Para a identidade e a
diversidade, a avaliação é indispensável na garantia da igualdade de resultados.
Para a autonomia ela é condição de transparência da gestão educacional e clareza
da responsabilidade pelos resultados.
O Colégio Estadual Dr. Rebouças opta por organizar sua Proposta
Pedagógica por disciplina sendo que cada uma, buscará conteúdos significativos
levando-se em conta os ideais de construção de uma sociedade mais igualitária,
democrática, com liberdade de expressão, tendo como lema o respeito às
necessidades individuais e o trabalho cooperativo. No tratamento dos conteúdos
escolares a escola considerará a contribuição e a participação do aluno no processo
de aprendizagem, levando em conta os aspectos socioculturais, políticos,
antropológicos e psicológicos, uma vez que entende que o conhecimento não está
parado no tempo, está sempre em movimento; daí, a necessidade de flexibilização
dos conteúdos, rompendo com a compartimentalização dos saberes.
Entende-se que a sistematização do processo ensino-aprendizagem
precisa favorecer o aluno na elaboração crítica dos conteúdos, por meio de métodos
e técnicas de ensino e pesquisa que valorizem as relações solidárias e
democráticas.
______________________________________________________________
O Regimento Escolar dará sustentação jurídica a esse projeto político-pedagógico.
48
Os pressupostos didático-metadológicos devem pautar-se em um
trabalho interdisciplinar. Há necessidade de ampliar a perspectiva de pesquisa
como princípio educativo.
Nesse sentido os docentes são sujeitos vinculados a processos de
socialização, adotando uma prática intencionada, ou seja, devem combinar o fazer
pedagógico com a reflexão. A ação prático-reflexiva resulta em propostas, planos de
ensino e atividades, em novas formas de organização do trabalho pedagógico.
Portanto, os conteúdos serão trabalhados de uma forma interdisciplinar
e contextualizada, num movimento circular tendo como ponto de partida o que o
aluno já sabe sobre os conteúdos enfocados, para que serve, ou seja, a prática
social inicial do conteúdo. O professor desafia os alunos, instigando-os quanto ao
que gostariam de saber a mais, ou seja, busca a identificação e questionamento
sobre os principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo. Busca-se
a instrumentalização através da teoria, ou seja, do conhecimento produzido e
acumulado pela humanidade ao longo do tempo sobre o objeto em estudo. Ações
docentes e discentes são delimitadas para a construção do conhecimento. Portanto,
é na relação aluno X objeto do conhecimento que se dará o conhecimento pela
mediação docente ou de colegas.
É chegado o momento da elaboração teórica da síntese da nova postura
mental, ou seja, do conhecimento construído que ficará registrado podendo servir de
ponto de partida para estudos posteriores. Volta-se, neste momento, para a prática
social final do conteúdo, ou seja, o que o aluno vai fazer com o conteúdo
incorporado, sua nova forma de agir, suas ações concretas serão demarcadas.
CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO
A construção curricular no Mundo e no Brasil não se deu sob uma única
ideologia, mas com influência de tendências, objetivos e interesses diferentes. Com
esse resumo histórico, percebe-se a importância de não se desvincular o currículo
49
da constituição histórica e social. Um currículo não surge do nada, mas de uma
necessidade social e principalmente econômica e cultural.
Da perspectiva das teorias críticas da educação, as primeiras questões
que se apresentam são: Quem são os sujeitos da escola pública? De onde eles
vêm? Que referências sociais e culturais trazem para a escola?
Um sujeito é fruto de seu tempo histórico, das relações sociais em que
está inserido, mas é, também, um ser singular, que atua no mundo a partir do modo
como o compreende e como dele lhe é possível participar.
Ao definir qual formação se quer proporcionar a esses sujeitos, a escola
contribui para determinar o tipo de participação que lhes caberá na sociedade. Por
isso, as reflexões sobre currículo têm, em sua natureza, um forte caráter político.
Sendo assim, propõe-se uma reorientação na política curricular com o objetivo de
construir uma sociedade justa, onde as oportunidades sejam iguais para todos.
Para isso, os sujeitos da Educação Básica, crianças/adolescentes,
jovens e adultos, em geral oriundos das classes assalariadas, urbanas ou rurais, de
diversas regiões e com diferentes origens étnicas e culturais (FRIGOTTO, 2004, in
Diretrizes Curriculares da Educação Básica, 2008) devem ter acesso ao
conhecimento produzido pela humanidade que, na escola, é veiculado pelos
conteúdos das disciplinas escolares.
Assumir um currículo disciplinar significa dar ênfase à escola como lugar
de socialização do conhecimento, pois essa função da instituição escolar é
especialmente importante para os estudantes das classes menos favorecidas, que
têm nela uma oportunidade, algumas vezes única, de acesso ao mundo letrado, do
conhecimento científico, da reflexão filosófica e do contato com a arte.
Os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo
contextualizado, estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares. Propõe-
se, então, que tais conhecimentos contribuam para a crítica às contradições sociais,
políticas e econômicas presentes nas estruturas da sociedade contemporânea e
50
propiciem compreender a produção científica, a reflexão filosófica, a criação artística,
nos contextos em que elas se constituem.
Este Estabelecimento de Ensino adota o currículo reconstrucionista que
tem como concepção teórica e metodológica a tendência histórico-crítica e tem como
objetivo principal a transformação social e a formação crítica do sujeito.
De acordo com McNeil (2001a) o reconstrucionismo social concebe
homem e mundo de forma interativa. A sociedade injusta e alienada pode ser
transformada à medida que o homem, inserido em um contexto social, econômico,
cultural, político e histórico adquire, por meio da reflexão, consciência crítica para
assumir-se sujeito de seu próprio destino.
Nesse prisma, a educação é um agente social que promove mudança. A
vida social da educação e currículo consiste em provocar no indivíduo atitudes de
reflexão sobre si e sobre o contexto social em que está inserido. É um processo de
promoção que objetiva a intervenção consciente e libertadora sobre si e a realidade,
de modo a alterar a ordem social.
Na perspectiva de reconstrução social agrupam-se as posições que
consideram o ensino uma atividade crítica, cujo processo de ensino-aprendizagem
deva se constituir em uma prática social com posturas e opções de caráter ético que
levem à emancipação do cidadão e à transformação da realidade.
Sob o norte de emancipação do indivíduo, o currículo deve confrontar e
desafiar o educando frente aos temas e situações-problema vividos pela
comunidade. Por conseguinte, não prioriza somente os objetivos e conteúdos
universais, sua preocupação não reside na informação e sim na formação de
sujeitos históricos, cujo conhecimento é produzido pela articulação da reflexão e
prática no processo de apreensão da realidade.
Enfatizando as relações sociais, amplia seu âmbito de ação para além
dos limites da sala de aula, introduzindo o educando em atividades na comunidade,
incentivando a participação e cooperação.
51
O currículo reconstrucionista acredita na capacidade do homem conduzir
seu próprio destino na direção desejada, e na formação de uma sociedade mais
justa e equânime. Esse compromisso com ideais de libertação e transformação
social lhe imputa certas dificuldades em uma sociedade hegemônica e dominadora.
CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
A partir de reflexões sobre as diversas concepções de infância e criança
e, partindo de um sonho de projeto modernista, surge uma preocupação cada vez
mais ampla e sistemática com o estudo e compreensão da criança e de seu
desenvolvimento, com suas maneiras de aprender e com a necessidade de uma
educação formal que lhe permita amadurecer de modo mais sadio.
No contexto político, as diferentes concepções sobre a infância
influenciaram ou justificaram as políticas educacionais, com limites e possibilidades;
no contexto pedagógico, a discussão e definição de uma concepção de infância é
primordial na condução do trabalho. Esta concepção orientará os conceitos sobre
ensino, aprendizagem e desenvolvimento, a seleção dos conteúdos, a metodologia,
a avaliação, a organização de espaços e tempos com atividades desafiadoras,
enfim, o planejamento do trabalho organizado não apenas pelo professor mas por
todos os profissionais da instituição.
Para Kramer (1995), o conceito de infância se diferencia conforme a
posição da criança e de sua família na estrutura socioeconômica em que se inserem.
Portanto, não há uma concepção infantil homogênea, uma vez que as crianças e
suas famílias estão submetidas a processos desiguais de socialização e de
condições objetivas de vida. Nesse sentido, cabe à escola, reconhecer estes sujeitos
como capazes de aprender os diferentes conhecimentos acumulados pela
humanidade e sistematizados como conteúdos pela escola, respeitando a
singularidade da infância.
52
À medida que se destaca esta etapa da vida humana como uma
construção social, o que supera as compreensões de caráter inatista, pois se
compreende que a aprendizagem se dá na interação social.
A concepção de infância e de desenvolvimento infantil como construção
histórica foi uma das grandes contribuições dos estudos de Vygotsky (2007) que, ao
analisar o desenvolvimento humano privilegia a interação social na formação da
inteligência e das características essencialmente humanas. Em outras palavras, nos
tornamos humanos a partir da interação com outros seres humanos. Cada indivíduo
aprende a ser homem. O que a natureza lhe dá quando nasce não lhe basta para
viver em sociedade. É-lhe ainda preciso adquirir o que foi alcançado no decurso do
desenvolvimento histórico da humanidade. É, portanto, “a partir de sua inserção num
dado contexto cultural, de sua interação com membros de seu grupo e de sua
participação em práticas sociais historicamente construídas, que a criança incorpora
ativamente as formas de comportamento já consolidadas na experiência humana”
(REGO, 1995, p. 55. In: Ensino fundamental de nove anos: Orientações
pedagógicas para os anos iniciais, 2010). Os estudos de Vygotsky (2007) indicam
que é importante analisar criticamente o contexto social, a fim de compreender com
que criança se está trabalhando, quais suas necessidades e como possibilitar que
todas as crianças se apropriem dos conteúdos organizados no currículo escolar. Isso
significa, por exemplo, que, se vivemos numa sociedade letrada, espera-se que
todas as pessoas, na idade socialmente reconhecida como adequada, tenham
asseguradas as condições para se apropriar deste conhecimento.
A compreensão da infância como historicamente situada implica que a
escola, em seu conjunto, efetive um trabalho articulado e com unidade de propósitos
educativos. Estes propósitos orientarão o trabalho desenvolvido pelos professores,
portanto, devem ser discutidos e compreendidos pelo conjunto dos profissionais da
unidade escolar, além de devidamente sistematizados na proposta pedagógica.
Embora se apresentem ainda grandes desafios para que os direitos
sociais da infância materializem-se plenamente, hoje se sabe que o ser humano,
antes mesmo do nascimento, tem direitos historicamente conquistados legalmente.
53
Nossa escola concebe a criança como sujeito de direitos, com
necessidades específicas, decorrentes de seu desenvolvimento peculiar, e que, por
conta disso, deve receber uma política de atenção integral a seus direitos
construídos social e historicamente.
Muitos pesquisadores têm se dedicado a estudar a expressão da
subjetividade dos jovens na contemporaneidade. Existe atualmente uma clareza
teórica de que a heterogeneidade de realidades e situações impedem a vivência da
adolescência do mesmo modo para todos. Mas esta clareza não foi sempre
presente. O pai da Psicologia da Adolescência, Stanley Hall, considerava que a
adolescência era a retirada dramática das crianças do paraíso da infância,
constituindo-se, deste modo, num período de crises, tempestades e tormentas. E é
desta forma que ainda hoje muitos teóricos têm se detido a falar sobre a
adolescência.
Segundo Ozella (2003, p.20), “é necessário superar as visões
naturalizantes presentes na Psicologia e entender a adolescência como um
processo de construção sob condições histórico-culturais específicas”. Isso significa
pensar que a adolescência deve ser vista e compreendida como uma categoria
construída socialmente, a partir das necessidades sociais e econômicas dos grupos
sociais, que lhe constituem como pessoas, enquanto são constituídas por elas.
Assim, é mais possível falar de adolescentes que tenham um nome, pertençam a um
grupo cultural e tenham uma vida vivida concretamente, do que de uma
adolescência de forma mais abrangente.
Adolescência, portanto, deve ser pensada para além da idade
cronológica, da puberdade e transformações físicas que ela acarreta. A
adolescência deve ser pensada como uma categoria que se constrói, se exercita e
se re-constrói dentro de uma história e tempo específicos.
É no sentido de refletir sobre a adolescência construída historicamente
que Aguiar; Bock; Ozella (2002) apontam elementos fundamentais para a
compreensão da adolescência numa perspectiva sócio-histórica. Para eles é
necessário não perder de vista o vínculo entre o desenvolvimento do homem e a
54
sociedade. Além disso, existe uma emergência de se “despatologizar” a noção do
desenvolvimento humano, em especial a adolescência, re-construindo a
compreensão desta e sua expressão social. Por fim, sugere-se um avanço urgente
para além de uma suposta realidade “natural” da adolescência. Desse modo, as
peculiaridades e especificidades históricas, culturais e sociais precisam ser levadas
em conta nos estudos, pesquisas e atribuições de sentido feitos às vivências dos
adolescentes.
Somente para encerrar esta discussão, gostaria de pensar um elemento
que, assim como a brincadeira infantil parece atravessar de modo mais peculiar a
experiência de ser adolescente: a busca de ser por si mesmo. Segundo Eisenstadt
(1976), os grupos etários formam-se no estágio de transição entre a dependência
infantil e a maturidade do adulto, sendo que o sentido de conquista e
reconhecimento de si, parece ser o motor básico desses grupos. Talvez seja este o
sinal para se pensar em algo próprio da adolescência: a conquista e o
reconhecimento de si. Esta é uma construção iniciada com o nascimento, e que se
encaminha para a completude do homem, finalizada somente com a morte, que,
com o nascimento, delimita os dois extremos da vida.
CONCEPÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
A alfabetização e letramento são dois processos que devem ser
desenvolvidos simultânea e indissociavelmente: na área da alfabetização a
aquisição do sistema alfabético e ortográfico da escrita, envolve a compreensão e
apropriação das relações fonema-grafema e as técnicas e convenções para seu uso;
na área do letramento, o desenvolvimento das diversas competências necessárias
para participação adequada e eficiente nas diferentes práticas sociais, das quais a
língua escrita é parte integrante.
Apropriar-se das habilidades que possibilitam ler e escrever de forma
adequada e eficiente, nas diversas situações em que precisamos ou queremos ler
ou escrever: ler e escrever diferentes gêneros e tipos de textos; em diferentes
suportes, para diferentes objetivos, em interação com diferentes interlocutores, para
55
diferentes funções: para informar ou informar-se, para interagir, para imergir no
imaginário, no estético, para ampliar conhecimento, para seduzir ou induzir, para
divertir-se, para orientar-se, para apoio à memória, para catarse, são tecnologias do
letramento. Portanto, letramento é o desenvolvimento de competências para o uso
da leitura e da escrita nas práticas sociais que as envolvem.
CONCEPÇÃO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Segundo Israel Scheffer apud Passmore (1980), ensino é “uma atividade
que visa promover a aprendizagem e que é praticada de modo a respeitar a
integridade intelectual do aluno e a sua capacidade para julgar de modo
independente”.
Para que haja ensino, deve existir algo para ensinar e alguém a quem
ensinar. Para tornar o ensino significativo, faz-se necessário que quem pretende
ensinar, conheça e leve em consideração o porquê e o para quê ensinar. Deve-se
ainda levar em conta o como o sujeito aprende, considerando, também, a condição
desse sujeito (sua idade, seu desenvolvimento, seu nível intelectual, etc.) para não
apresentar-lhe conteúdos para os quais não está preparado e que não tem
condições de aprender.
O ensino estará, portanto, centrado no aluno. Isto significa, então, que o
objetivo do professor não é meramente expor uma matéria, mas sim ajudar o aluno a
aprender algo.
A situação de ensino é, então, uma situação que envolve três
componentes básicos: alguém que ensina, alguém que é ensinado e algo que o
primeiro ensina ao segundo (digamos, o conteúdo).
Entendemos aprendizagem como construção de conhecimentos. Logo,
aprender não é copiar ou reproduzir a realidade, mas elaborar uma representação
pessoal sobre um conteúdo ou objeto da realidade. Não há aprendizagem sem
conteúdos e os conhecimentos permitem a construção de outros.
56
Assumimos, pois, uma concepção de produção do conhecimento que se
dá na socialização e até no conflito; uma concepção de educação, do
ensino/aprendizagem e da escola como parte de um esforço comum pela
transformação da sociedade.
CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO
Segundo Sanchez (2005),
A filosofia da inclusão defende uma educação eficaz para todos, sustentada em que as escolas, enquanto comunidades educativas, devem satisfazer as necessidades de todos os alunos, sejam quais forem as suas características pessoais, psicológicas ou sociais (com independência de ter ou não deficiência). Trata-se de estabelecer os alicerces para que a escola possa educar com êxito a diversidade de seu alunado e colaborar com a erradicação da ampla desigualdade e injustiça social.
Os sujeitos têm suas identidades determinadas pelo contexto social e
histórico em que sua existência é produzida. A vida em sociedade pressupõe o
reconhecimento das multiculturas, advindas da acelerada tecnologização e das
complexas transformações nos modos de produção social que fazem surgir novas
formas de acúmulo de capital e distribuição de renda na contemporaneidade. Assim,
constitui verdade inquestionável o fato de que, a todo momento, as diferenças entre os homens fazem-se presentes, mostrando e demonstrando que existem grupos humanos dotados de especificidades naturalmente irredutíveis. As pessoas são diferentes de fato, em relação à cor da pele e dos olhos, quanto ao gênero e à sua orientação sexual, com referência às origens familiares e regionais, nos hábitos e gostos, no tocante ao estilo. Em resumo, os seres humanos são diferentes, pertencem a grupos variados, convivem e desenvolvem-se em culturas distintas. São então diferentes de direito. É o chamado direito à diferença; o direito de ser sendo diferente (FERREIRA e GUIMARÃES, 2003, p. 37).
No que se refere à educação, a tradução desse direito compreende a
construção de um espaço dialógico no qual as diferenças se complementem, e não
sejam fatores de exclusão, e os currículos tornem-se abertos e flexíveis,
oportunizando a reflexão crítica sobre a história das minorias, dos estigmatizados,
dos colonizados, dos dominados.
57
A perspectiva da inclusão de todos os alunos está contemplada nos
princípios norteadores da SEED, amplamente debatidos pelos profissionais da
educação no processo de construção das diretrizes curriculares, as quais
apresentam como linha condutora a universalização do acesso à escola pública
gratuita e com qualidade para todos:
É a preocupação da escola com o atendimento à diversidade social, econômica e cultural existente que lhe garante ser reconhecida como instituição voltada, indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos (...) o grande desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o conhecimento historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos (PARANÁ, 2005, p. 37).
Dessa forma, o papel da escola consiste em favorecer que cada um de
forma livre e autônoma, reconheça nos demais a mesma esfera de direito que exige
para si. Neste sentido, a prática da inclusão social se baseia em princípios diferentes
do convencional: consideração das diferenças individuais, valorização de cada
pessoa, convivência dentro da diversidade humana e aprendizagem por meio da
cooperação.
AVALIAÇÃO
Finalmente, a avaliação que deverá atender às dimensões trabalhadas
levando-se em conta todo o processo de construção do conhecimento, respeitando as
diferenças individuais. Cada um é único; um é diferente do outro e será comparado
com ele mesmo, observando-se seus avanços; avanços, esses, percebidos não só
pelo professor, mas também, sentidos pelo aluno, bem como por sua comunidade,
tendo em vista, mudanças de hábitos, valores e atitudes. Com isto, é considerado o
processo histórico do aluno e a prática educativa fica vinculada à prática social.
Os critérios e instrumentos de avaliação serão condizentes com os
fundamentos da presente proposta e se dará de forma diagnóstica, formativa e
processual, não se esgotando em si mesma, mas propiciando uma reflexão sobre o
processo de ensino e seus resultados, não só para verificar o desenvolvimento do
58
aluno, como também, o rendimento das práticas do professor para que, sejam
reorientados ou não os caminhos da ação educativa durante o processo, garantindo
assim, a construção do conhecimento por parte de todos.
O professor vai estar, então, comprometido não apenas com a simples
transmissão de um saber elaborado que os alunos se limitam a estudar e a
esquecer. Seu compromisso vai estar ligado a um processo complexo por onde esse
saber vai ser adquirido pelo aluno de forma crítica, relacionado com seu universo de
experiências, de forma desafiadora, procurando novas soluções para velhos
problemas, de forma questionadora procurando formas criativas e competentes de
fazer as mesmas coisas, mesmo aquelas tradicionalmente consideradas bem feitas.
A opção por uma educação transformadora vai exigir do professor, antes
de tudo, domínio do conteúdo da disciplina ministrada, mas também, do
conhecimento de propostas alternativas para trabalhar o conteúdo de maneira a ser
apreendido, em suas relações complexas, da melhor forma possível. Precisa
também ter capacidade para orientar as ações pedagógicas de acordo com as
necessidades e possibilidades dos alunos.
Para isso, a escola propiciará a participação dos professores,
pedagogos, direção, funcionários, alunos, pais, representantes de turmas, membros
da APMF e do Conselho Escolar no plano de formação continuada através de
Grupos de Estudo, palestras, seminários, simpósios, cursos ofertados pela SEED ou
outras Instituições.
Ao aluno vai ser exigido muito mais do que o simples estudo da matéria,
onde lhe cabe apenas o exercício de sua capacidade de memorização e, após a
execução do ato ritualístico da avaliação, o esquecimento. O aluno terá participação
dinâmica na ação educativa escolar, executando um esforço, no ato de aprender,
onde colocará em funcionamento os seus sentimentos, sua capacidade intelectual,
suas habilidades, sentidos, paixões, idéias e ideologias. Ou seja, tudo aquilo que
coloca permanentemente em funcionamento ao elaborar os juízos provisórios em
sua vida diária. No caso em questão esses juízos serão realizados em relação a um
59
objeto de conhecimento específico, apresentado pelo professor, mas que o aluno
teve participação na seleção.
A avaliação efetiva vai, então, se dar durante o processo, nas relações
dinâmicas do trabalho escolar que orientam as tomadas de decisões freqüentes,
relacionadas ao tratamento do conteúdo e à melhor forma de compreensão e
produção do conhecimento pelo aluno.
Para que isso ocorra é necessário que haja um clima favorável à
participação de todos na prática pedagógica. Que os alunos não se sintam
reprimidos e possam manifestar suas dúvidas, inquietações e incompreensões
quanto ao que está sendo aprendido.
É nas relações cotidianas entre aluno e objeto do conhecimento, aluno e
aluno, professor e aluno que vai se dar a aprendizagem. Dessa interação vão surgir
condições mais efetivas para que professor e aluno possam ser capazes de se
avaliar, de avaliarem o conteúdo em questão e de tomarem decisões quanto ao
prosseguimento do processo ensino-aprendizagem. Alunos e professores participam
decisivamente do processo, nessa relação dinâmica de aquisição, reelaboração e
produção do conhecimento.
O senso de humor do professor, o "gosto de ensinar", "o tornar a aula
agradável, interessante", são aspectos considerados como fundamentais na sala de
aula, propiciando um relacionamento favorável entre professor, aluno e objeto do
conhecimento.
Nesse contexto, assumida a pedagogia histórico-crítica, as aulas serão
dinâmicas, interativas e não apenas expositivas. As carteiras serão organizadas de
forma a propiciar as interações necessárias à produção do conhecimento. O
professor assumirá uma relação mediadora entre aluno e objeto do conhecimento. A
disciplina passa a ser entendida como a capacidade de organização no tempo e no
espaço. A autoridade pedagógica do professor estará articulada com a elevação
cultural e crítica do educando, portanto, é participativa.
60
A avaliação é, portanto, um processo abrangente que implica em
reflexão crítica sobre a prática escolar com o objetivo de captar seus avanços, suas
resistências, suas dificuldades, possibilitando a tomada de decisão sobre o que fazer
para superar os obstáculos de percurso.
Ela acontecerá ao longo do processo educativo escolar, possibilitando
principalmente recuperação imediata no caso de insucesso. Isto quer dizer que é
preciso respeitar o ritmo próprio e permitir adaptações às condições de estudo dos
alunos. Assim sendo, será aplicada não somente ao nível da aprendizagem do
aluno, mas também do replanejamento do ensino dando pistas para a reformulação
da Proposta Pedagógica.
O processo ensino-aprendizagem se efetivará através de uma avaliação
formativa, diagnóstica e processual devendo refletir o desenvolvimento global do
aluno considerando suas características individuais com preponderância dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos, dando relevância à atividade crítica, à
capacidade de síntese e à elaboração pessoal sobre a memorização.
A avaliação da aprendizagem será bimestral e terá os registros de notas
expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero), será composta pela
somatória da nota 5,0 (cinco vírgula zero) referente a instrumentos diversificados
pré-estabelecidos no Plano de Trabalho Docente, podendo ser, entre outros:
seminário, atividades escritas (simulados, relatórios, dissertações, sínteses e auto-
avaliação), atividades orais (debates, palestras, apresentações em eventos
artísticos, culturais e esportivos), pesquisas (de campo e bibliográficas), trabalho em
grupo e/ou individual, mais a nota 5,0 (cinco vírgula zero) proveniente de uma prova
escrita,oral ou prática, totalizando nota final 10,0 (dez vírgula zero).
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do
nível de apropriação dos conhecimentos básicos, ocorrerá de duas formas: com a
retomada do conteúdo a partir do diagnóstico oferecido pelos instrumentos de
avaliação e com a reavaliação do conteúdo já reexplicado em sala de aula. A
recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de
procedimentos didático-metodológicos diversificados, não incidindo sobre cada
61
instrumento e sim sobre os conteúdos não apropriados. O peso da recuperação de
estudos será proporcional às avaliações como um todo, ou seja, equivalerá de 0 a
100% de apreensão e retomada dos conteúdos. Os resultados da recuperação
serão incorporados às avaliações efetuadas durante o período letivo, constituindo-se
em mais um componente do aproveitamento escolar, sendo obrigatória sua
anotação no Livro Registro de Classe.
O resultado da avaliação proporcionará dados permitindo a reflexão sobre
a ação pedagógica, contribuindo para que a escola possa reorganizar
conteúdos/instrumentos/métodos de ensino. Na avaliação do aluno serão
considerados os resultados obtidos durante todo o período letivo aliada à apuração
da sua freqüência, num processo contínuo, expressando o desenvolvimento escolar
tomado na sua melhor forma.
Sendo o Conselho de Classe um dos Órgãos Colegiados de
Representação da Comunidade Escolar, é também um instrumento de Avaliação,
pois é um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa em assuntos
didático-pedagógicos, fundamentado neste Projeto Político Pedagógico e no
Regimento Escolar do Colégio, com a responsabilidade de analisar as ações
educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do processo
ensino e aprendizagem.
Ao Conselho de Classe cabe verificar se os objetivos, conteúdos,
procedimentos metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na ação
pedagógico-educativa, estão sendo cumpridos de maneira coerente com o Projeto
Político Pedagógico do estabelecimento de ensino.
A finalidade das reuniões do Conselho de Classe, após analisar as
informações e dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo
ensino e aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de
apropriação dos conteúdos curriculares estabelecidos. Assim sendo, o Conselho de
Classe constitui-se em um espaço de reflexão pedagógica, onde todos os sujeitos
do processo educativo, de forma coletiva, discutem alternativas e propõem ações
62
educativas eficazes que possam vir a sanar necessidades/dificuldades apontadas no
processo ensino e aprendizagem.
Há, também, o Conselho de Avaliação da Educação de Jovens e Adultos,
sendo também, um órgão colegiado de natureza consultiva em assuntos didático-
pedagógicos, com atuação dirigida a cada educando do estabelecimento de ensino,
tendo por objetivo avaliar o processo de ensino e de aprendizagem.
A finalidade desse Conselho é a de analisar os dados resultantes do
processo ensino e aprendizagem, constantes nesta proposta, propondo o
aperfeiçoamento do mesmo, de tal forma que visse assegurar a apropriação dos
conteúdos estabelecidos.
O processo de avaliação estará vinculado à ação educativa que poderá
ser individual ou coletiva; contínua, permanente, cumulativa para que os educandos,
professores e demais atores da comunidade escolar, possam ganhar mais
consciência sobre seu desenvolvimento cognitivo, atitudinal e procedimental.
A avaliação no processo de ensino-aprendizagem será traduzida em
forma de notas que serão registradas pelos professores nos registros de classe e na
ficha individual do aluno pela secretaria do estabelecimento, a fim de serem
asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do aluno.
A comunicação dos resultados da avaliação dos alunos será feita aos
pais, através de boletins bimestrais em reuniões, ou na falta a essas reuniões será
entregue pela secretaria, quando procurado pelos pais ou responsáveis pelo aluno.
Além disso, a família será estimulada a participar de palestras, gincanas,
festividades...
Na promoção ou certificação de conclusão, para os anos finais do Ensino
Fundamental e para o Ensino Médio, a média final mínima exigida é 6,0 (seis vírgula
zero), para os alunos que apresentarem freqüência mínima de 75% (setenta e cinco
por cento) do total de horas letivas e média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula
63
zero) em cada disciplina, serão considerados aprovados ao final do ano letivo.
Poderão ser promovidos por Conselho de Classe os alunos que demonstrarem
apropriação dos conteúdos mínimos essenciais e que demonstrem condições de dar
continuidade de estudos nos anos/séries seguintes.
Para fins de promoção ou certificação, na modalidade Educação de
Jovens e Adultos para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, a nota
mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina e freqüência mínima de
75% do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% na
organização individual.
A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o procedimento que o
estabelecimento de ensino adota para posicionar o aluno na etapa de estudos
compatível com a idade, experiência e desenvolvimento adquiridos por meios
formais ou informais, podendo ser realizada: por promoção, para alunos que
cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola; por
transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do exterior,
considerando a classificação da escola de origem; independentemente da
escolarização anterior, mediante avaliação para posicionar o aluno na série, ano ou
disciplina compatível ao seu grau de desenvolvimento e experiência, adquiridos por
meios formais ou informais.
A reclassificação é um processo pedagógico que se concretiza através da
avaliação do aluno matriculado e com frequência na série/ano/disciplina sob a
responsabilidade do estabelecimento de ensino que, considerando as normas
curriculares, encaminha o aluno à etapa de estudos/carga horária da(s) disciplina(s)
compatível com a experiência e desempenho escolar demonstrados,
independentemente do que registre o seu Histórico Escolar.
A adaptação de estudos de disciplinas é atividade didático-pedagógica
desenvolvida sem prejuízo das atividades previstas na Proposta Pedagógica
Curricular, realizada durante o período letivo, para que o aluno possa seguir o novo
currículo, sendo feita pela Base Nacional Comum.
64
Quanto ao aproveitamento de estudos, os estudos concluídos com êxito
serão aproveitados, sendo a carga horária efetivamente cumprida pelo aluno, no
estabelecimento de ensino de origem, transcrita no Histórico Escolar, para fins de
cálculo da carga horária total do curso. No Ensino Fundamental-Fase II e Médio, na
Educação de Jovens e Adultos, o aluno poderá requerer aproveitamento integral de
estudos de disciplinas concluídas com êxito, por meio de cursos organizados por
disciplina, por etapas, cuja matrícula e resultados finais tenham sido realizados por
disciplina ou por Exames Supletivos, apresentando a comprovação de conclusão.
Este estabelecimento de ensino não oferta aos seus alunos matrícula com
Progressão Parcial. Porém, as transferências recebidas de alunos com dependência
em até três disciplinas serão aceitas e deverão ser cumpridas mediante plano
especial de estudos.
Este Estabelecimento de Ensino opta pela gestão democrática e vai
criando as condições de ser democrático, na medida em que, mobilizando-se e
organizando-se, luta contra o arbítrio, supera o silêncio que lhes está sendo imposto.
A gestão democrática é uma prática cotidiana que contém o princípio da
reflexão, da compreensão e da transformação que envolve, necessariamente, a
formulação de um Projeto Político Pedagógico libertador, pois a superação da
cultura de gestão autoritária só vai acontecer com o debate e a construção coletiva.
Com a participação de toda a comunidade escolar via instrumentos de ação
colegiada, como: Conselho Escolar e Conselhos de Classe, bem como Aluno
Representante de Turma, Grêmio Estudantil, APMF, Participação dos Pais,
Reuniões de Pais e Mães e Reuniões Pedagógicas que aprofundem a construção
acerca da escola que queremos e de como construí-la. Refletindo e buscando as
soluções em conjunto, com consensos possíveis e trabalhando com os dissensos
como algo saudável na formação de sujeitos democráticos.
É para isto que estamos caminhando.
65
V - MARCO OPERACIONAL
Para muitos, o trabalho se situa no projeto de vida como uma estratégia
para tornar sustentável financeiramente um percurso educacional mais ambicioso. E
em qualquer de suas variantes, o futuro dos adolescentes deste inicio de milênio
será sempre um projeto em aberto, podendo incluir períodos - de nível superior ou
não - intercalados com experiências de trabalho produtivo de diferente natureza,
além das escolhas relacionadas à sua vida pessoal: constituir família, participar da
comunidade, eleger princípios de consumo, de cultura e lazer, de orientações
políticas, entre outros. A condução autônoma desse projeto de vida reclama uma
educação de sólida formação geral.
Deverá, assim, continuar o processo de desenvolvimento da capacidade
de aprender com destaque para o aperfeiçoamento do uso das linguagens como
meios de constituição dos conhecimentos, da compreensão e da formação de
atitudes e valores.
O trabalho e a cidadania são previstos como os principais contextos nos
quais a capacidade de continuar aprendendo deve se aplicar, a fim de que o
educando possa adaptar-se às condições em mudança na sociedade,
especialmente no mundo das ocupações. A LDB, neste sentido, é clara: em lugar
de estabelecer disciplinas ou conteúdos específicos, destaca competências de
caráter geral das quais a capacidade de aprender é decisiva. O aprimoramento do
educando como pessoa humana destaca a ética, a autonomia intelectual e o
pensamento crítico. Em outras palavras, convoca a constituição de uma identidade
autônoma.
A Educação deve ser também um espaço de cidadania e de respeito aos
direitos humanos, o que tem levado o currículo a discutir o tema da inclusão de
grupos minoritários. O desafio da escola é incluir a todos/as. Nessa perspectiva,
assume-se o compromisso político e social de garantir a todos/as o direito ao acesso
à escolarização e ao saber sistematizado historicamente. É necessário que a escola
identifique e reconheça os diferentes sujeitos e crie mecanismos de enfrentamento
66
aos diversos preconceitos existentes e que garanta o direito ao acesso e à
permanência com qualidade no processo educacional.
A escola promoverá discussões sobre as temáticas da diversidade para
que tenham seu espaço no currículo escolar interdisciplinarmente, a fim de
possibilitar uma educação democrática e inclusiva, sem preconceitos nem
discriminações. Neste sentido, serão observadas, dentro da Diversidade: a
Educação do Campo; a Lei n° 10.639/03, que trata da História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana; a Lei nº 11.645/08, que trata da História e Cultura dos Povos
Indígenas; o Parecer 01/09-CEE (Gênero e Diversidade Sexual); e a Instrução
Conjunta 02/10, sobre o “nome social” para travestis e transexuais maiores de 18
anos.
A Cidadania e Direitos Humanos, a Educação Ambiental amparada na
Lei nº 9.795/99 e no Decreto nº 4201/02, a Educação Fiscal e Educação Tributária –
Decreto n° 1143/99 e Portaria nº 413/02, o Enfrentamento à Violência na Escola e a
Prevenção ao Uso Indevido de Drogas são demandas do Desenvolvimento
Socioeducacional. A discussão desses temas na escola buscará a superação da
rigidez tradicional das disciplinas com a intencionalidade de organizar e reparar
males das novas configurações numa linguagem progressista.
Os processos produtivos dizem respeito a todos os bens, serviços e
conhecimentos com os quais o aluno se relaciona no seu dia-a-dia, bem como,
àqueles processos com os quais se relacionará mais sistematicamente na sua
formação profissional. Para fazer a ponte entre teoria e prática, de modo a entender
como a prática (processo produtivo) está ancorada na teoria (fundamentos científico-
tecnológicos), é preciso que a escola seja uma experiência permanente de
estabelecer relações entre o aprendido e o observado, seja espontaneamente no
cotidiano em geral, seja sistematicamente no contexto específico de um trabalho e
suas tarefas laborais.
Para dar conta dessas mudanças, a organização curricular deve ser
orientada por alguns pressupostos indicados a seguir.
67
- Visão orgânica do conhecimento, afinada com as mutações
surpreendentes que o acesso à informação está causando no modo de abordar,
analisar, explicar e prever a realidade, tão bem ilustradas no hipertexto que cada vez
mais entremeia o texto dos discursos, das falas e das construções conceituais.
- Perseguição de uma visão organizada onde os conteúdos do ensino e
as situações de aprendizagem serão destacados nas múltiplas interações entre as
disciplinas da matriz curricular, em anexo.
- Abertura e sensibilidade para identificar as relações que existem entre
os conteúdos do ensino e das situações de aprendizagem com os muitos contextos
de vida social e pessoal, de modo a estabelecer uma relação ativa entre o aluno e o
objeto do conhecimento e a desenvolver a capacidade de relacionar o aprendido
com o observado, a teoria com suas conseqüências e aplicações práticas.
- Reconhecimento das linguagens como formas de constituição dos
conhecimentos e das identidades, portanto, como o elemento chave para constituir
os significados, conceitos, relações, condutas e valores que a escola deseja
transmitir.
- Reconhecimento e aceitação de que o conhecimento é uma construção
coletiva, forjada sócio-interativamente na sala de aula, no trabalho, na família e em
todas as demais formas de convivência.
- Reconhecimento de que a aprendizagem mobiliza afetos, emoções e
relações com seus pares, além das cognições e habilidades intelectuais. Com essa
leitura, a formação básica a ser buscada na Educação se realizará mais pela
construção de conteúdos conceituais (aprendizagem de conceitos), de conteúdos
procedimentais (saber tomar decisões) e de conteúdos atitudinais (formação de
atitudes), do que pela quantidade de informação. Aprender a construir
conhecimentos ao longo de toda a vida e a refletir sobre eles, relacionando-os com
dados da experiência cotidiana, a dar significado ao aprendido e a captar o
significado do mundo, a fazer a ponte entre a teoria e a prática, a fundamentar a
68
crítica, a argumentar com base em fatos e a lidar com o sentimento que a
aprendizagem desperta.
Assim, propor uma organização curricular que responda a esses
desafios requer:
- (re) significar os conteúdos curriculares como meios para construção
de conhecimentos e valores, e não como objetivos do ensino em si mesmos;
- trabalhar as linguagens não apenas como formas de expressão e
comunicação, mas como constituidoras de significados, conhecimentos e valores;
- adotar estratégias de ensino diversificadas que mobilizem menos a
memória e mais o raciocínio e outras competências cognitivas superiores, bem como
potencializem a interação entre aluno-professor e aluno-aluno para a permanente
negociação dos significados dos conteúdos curriculares, de forma a propiciar formas
coletivas de construção do conhecimento;
- estimular todos os procedimentos e atividades que permitam ao aluno
reconstruir ou "reinventar" o conhecimento didaticamente transposto para a sala de
aula, entre eles a experimentação, a execução de projetos, o protagonismo em
situações sociais;
- organizar os conteúdos de ensino, sempre que possível, de forma
interdisciplinar que melhor abriguem a visão orgânica do conhecimento e o diálogo
permanente entre as diferentes áreas do saber;
- tratar os conteúdos de ensino de modo contextualizado, aproveitando
sempre as relações entre conteúdos e contexto para dar significado ao aprendido;
- estimular o protagonismo do aluno e estimulá-lo a ter autonomia
intelectual;
- lidar com os sentimentos associados às situações de aprendizagem
para facilitar a relação do aluno com o conhecimento.
A doutrina de currículo que sustenta a proposta de organização e
tratamento dos conteúdos com essas características envolve os conceitos de
interdisciplinaridade e contextualização que requerem exame mais detido.
Os conteúdos escolares resultam de uma seleção prévia dos
conhecimentos sistematizados nas diferentes disciplinas que compõem a matriz
69
curricular. São listagens de tópicos e itens a serem trabalhados pelo professor e
alunos em suas atividades escolares.
A nova LDB deu a todos que integram a equipe escolar, suficiente
espaço para, unidos, construírem a escola em que trabalham como digna do
progresso do homem neste século.
Portanto, o que se propõe agora como relação de conteúdos não é uma
discussão pronta e acabada, mas apenas o resultado das primeiras tomadas de
decisões, para a construção de uma escola como a "dos sonhos" de Frei Beto, onde
"é mais importante educar que instruir, formar pessoas que profissionais; ensinar a
mudar o mundo que ascender à elite".
Selecionar conteúdos não se trata de excluir os indispensáveis ao aluno
em termos dos pré-requisitos para prosseguimento seguro de estudos. Trata-se,
assim, de selecioná-los a partir de núcleos de significância e pelo potencial que
apresentam de gerar novas aprendizagens. Aprendizagem significativa decorre da
capacidade dos professores, de primeiro, ter consciência e clareza do significado de
cada conteúdo que pretende ensinar para os alunos, e, segundo, encaminhar os
trabalhos com os educandos de forma a que eles apreendam esse significado,
estabelecendo relações automáticas com os conhecimentos anteriores e com a vida
real. Isto significa assumir, junto com os alunos, a dimensão de produtor de
conhecimentos. Isto significa aproximar a proposta pedagógica escolar da vida,
colocando o aluno no mundo.
Para tentar solucionar os problemas apontados no marco situacional a
Escola propõe grandes linhas de ação, empenhando-se na execução das mesmas,
buscando reverter o quadro:
GRANDES LINHAS DE AÇÃO
- Oportunizar momentos para constante reflexão e discussão dos
problemas da escola e sua intencionalidade educativa.
- Gestão participativa para tomada de decisões, através de reuniões de
70
professores e funcionários, APMF, Conselho Escolar, alunos e pais.
- Democratização do conhecimento buscando eficiência no processo
ensino e aprendizagem.
- Desenvolvimento de ações que estimulem a participação de toda a
comunidade escolar para obter informações quanto às expectativas e necessidades
dos alunos.
- Fortalecimento das relações da escola com as famílias dos alunos,
através de visitas, convites, palestras, reuniões, participação em gincanas culturais e
esportivas, festividades...
- Informatização da escola.
- Implementação de aulas de laboratório (Física, Química e Biologia).
- Oportunizar formação continuada a todos os segmentos da
comunidade escolar (professores, funcionários, pedagogos, direção, alunos, pais,
representantes de turma, membros da APMF. e do Conselho Escolar).
- Participação dos professores de Química, Física, Biologia e Ciências
em cursos específicos para aulas em laboratório.
- Viabilizar a organização do Grêmio Estudantil, nos moldes da Lei nº
14.436 de 22/06/2004 da Casa Civil, oportunizando aos alunos interessados a
participação em seminários, reuniões, palestras, na busca de formação da
consciência crítica sobre essa organização.
- Contato freqüente e direto com os pais ou responsáveis, enfatizando
sua responsabilidade na educação e formação dos filhos.
- Continuar com o programa FICA para garantir a permanência do aluno
no sistema educacional, conscientizando-o da importância da educação em sua vida
e para seu futuro.
- Revisão permanente das práticas no cotidiano da escola, refletindo
sobre elas, promovendo debates e decisões coletivas.
- Organização da escola de forma a dar condições aos docentes e
discentes para desenvolver com eficiência o processo de ensino e aprendizagem.
- Fazer com que a escola se torne um espaço de criação e de crítica
cultural.
- Reescrever o conhecimento a partir das diferentes raízes étnicas
apoiando-se nas raízes culturais do município, da região, do estado, do país (o
currículo deve nascer daquilo que é raiz na escola).
71
- Fazer com que o currículo se torne um espaço de pesquisa (Bourdieu).
- Utilizar da pesquisa no processo ensino e aprendizagem.
- Captar a natureza específica da educação que é o trabalho teórico.
- Retomar como bandeira, e vigorosamente a luta contra a seletividade
que exista na escola, a luta contra a discriminação que existe na escola, e a luta
contra o rebaixamento do ensino destinado às classes populares, aqui incluídos os
33% dos alunos que residem na zona rural que serão levados em conta, adotando
metodologias adequadas a cada situação apresentada, inclusive, na avaliação.
- Engajar-se na luta pela escola de qualidade evitando que a escola de
qualidade seja uma bandeira apropriada pelos interesses da burguesia.
- Transformar a qualidade da escola, ou seja, a qualidade que buscamos
é a da sua capacidade de desenvolver e de transmitir conhecimentos científicos na
perspectiva da classe trabalhadora.
- Socializar conhecimentos científicos na perspectiva da classe
trabalhadora, ou seja, conhecimentos que consigam desvendar as leis da natureza,
e desvendar as leis de organização da sociedade capitalista para que os homens
possam se libertar desta forma de sociedade (da dominação capitalista) e possam
produzir uma outra sociedade, agora então, libertária, agora então, de fato
igualitária.
- Consideração da comunidade como o verdadeiro espaço de
aprendizado. A comunidade passa a ser fonte de aquisição de conhecimentos.
- Democratização das relações entre escola e comunidade de pais (estes
são tradicionalmente alijados dos processos de decisão, sendo chamados apenas em
festividades ou festas visando a arrecadação de fundos para o caixa da escola).
- Assumir a competência primordial da escola: educar, ensinar/aprender.
- Dinamizar os conteúdos curriculares de maneira a provocar a
participação do aluno.
- Lutar pela valorização dos profissionais da educação.
- Entender que alunos provenientes das classes populares são sujeitos
concretos que têm uma rica experiência e são possuidores de diferentes saberes.
- Revigorar e institucionalizar instâncias colegiadas na escola, tais como:
APMF, Conselho Escolar, Grêmio Estudantil.
- Definir a política global da escola contando com a participação de todos
os segmentos da escola.
72
- Desocultar os interesses envolvidos nas decisões, reforçando o diálogo
e construindo formas alternativas de superação das propostas oficiais e verticais.
- Fortalecer as relações entre Escola e Secretarias Estaduais e
Municipais de Educação e instituições de ensino superior.
- Reivindicar a participação das escolas na definição das políticas
públicas para a educação.
- Reinventar e ressignificar tudo o que se faz na escola, indo além do
senso comum, do cotidiano e das ideologias dominantes que ocultam uma infinidade
de pressupostos e não permitem a viabilização de uma escola de qualidade para
todos.
- Implantação de um processo coletivo de avaliação institucional como
forma de garantir a sua autonomia.
- Consolidação de um processo permanente de planejamento, avaliando
e replanejando as ações.
- A partir do ano letivo de 2010, o Colégio passou a ofertar o CELEM
(Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) de Língua Espanhola, como um ensino
extracurricular, plurilinguista e gratuito para alunos da Rede Estadual Básica,
matriculados no Ensino Fundamental (Anos Finais), no Ensino Médio, Educação
Profissional e Educação de Jovens e Adultos. Sendo também extensivo à
comunidade, professores e agentes educacionais. O CELEM é regulamentado pela
Resolução n° 3904/2008 e pela Instrução Normativa n° 019/2008, além de ser
subordinado às determinações do Projeto Político Pedagógico e do Regimento
Escolar. Anexo a este PPP segue a Proposta Pedagógica do CELEM.
- Em atendimento a Instrução n° 006/2009-SUED/SEED e a Lei n°
11.788/2008, este Colégio oferta o Estágio Profissional não-obrigatório,
desenvolvido como ato educativo e atividade opcional para o aluno, acrescido à
carga horária regular e obrigatória. Anexo a este PPP segue o Plano de Estágio não-
obrigatório para o Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio, para alunos
maiores de 16 anos.
- Através da Resolução Secretarial nº 1690/2011 de 24/04/2011, foi
instituído o Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno
na Educação Básica da rede estadual de ensino integradas ao Currículo Escolar
com objetivo de promover a melhoria da qualidade do ensino por meio da ampliação
de tempos, espaços e oportunidades de aprendizagem, a fim de ampliar a formação
73
e atender às necessidades socioeducacionais dos alunos. Este Colégio assumiu a
partir do segundo semestre do ano de 2011 as seguintes Atividades
Complementares Curriculares em Contraturno: nos períodos da manhã e da tarde a
Sala de Apoio à Aprendizagem com duas turmas em Língua Portuguesa e
Matemática para alunos do sexto e nono anos; no período da tarde a Atividade
Complementar Curricular – macrocampo: Meio Ambiente/atividade: Educação para
Sustentabilidade, para alunos dos anos finais do Ensino Fundamental que estudam
de manhã e no período da noite a Atividade Complementar Curricular - macrocampo:
Direitos Humanos/atividade: Inclusão para alunos do Ensino Médio que estudam a
tarde; no horário intermediário da tarde, para alunos dos anos finais do ensino
fundamental e médio que estudam de manhã, tarde e noite, a Atividade
Complementar Curricular – macrocampo: Esporte e Lazer/atividade: Hora-
treinamento/Handebol.
- Implantação do Programa E-tec Brasil com o curso Técnico Segurança
do Trabalho através da modalidade de ensino a distância, para egressos do Ensino
Médio, no segundo semestre de 2011, com uma turma no período da noite.
- Avaliação e acompanhamento do PPP anualmente.
FORMAÇÃO CONTINUADA
As mudanças exigidas pelas reformas educacionais incidem também na
formação dos profissionais da Educação. Aprender a construir conhecimentos
durante toda a vida é uma exigência não só para os alunos da educação básica,
mas para todos os profissionais, todas aquelas pessoas que estão inseridas no
mundo do trabalho.
A LDB, título VI - Dos profissionais da Educação, em consonância com
essa demanda atual do mundo do trabalho, afirma que os sistemas de ensino
deverão promover a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes
“aperfeiçoamento profissional continuado e período reservado a estudos,
planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho”.
A reforma educacional no Brasil exige um novo professor. Sendo assim,
a equipe pedagógica juntamente com a administração e toda a comunidade escolar
precisará estar atenta ao novo currículo, às concepções das disciplinas, à
74
interdisciplinaridade, aos conteúdos significativos, ao perfil do alunado, entre outros.
Assim sendo, é preciso:
- Preparar os professores, e demais segmentos da comunidade escolar
(através de representações) para atuarem como mediadores da aprendizagem,
proporcionando aos educandos, mediante um ensino efetivo (trabalho teórico), os
instrumentos que lhes permitam conquistar melhores condições de participação
cultural, profissional e sociopolítica;
- Buscar o aperfeiçoamento da comunidade escolar, no âmbito
profissional, pessoal e cultural, com sistematização e continuidade;
- Aprofundar, atualizar, refletir com uma equipe multidisciplinar, sobre os
conteúdos e seus desdobramentos metodológicos, buscando a interdisciplinaridade
como elemento integrador dos conhecimentos construídos;
- Fortalecer a auto-estima dos professores e conseqüentemente dos alunos;
- Enfatizar a importância da busca da aprendizagem significativa;
- Resgatar a responsabilidade profissional e o prazer inerente ao
exercício do magistério.
A escola planeja ofertar e/ou oportunizar à comunidade escolar em
participar de:
- Seminários (Entidade organizadora: Escola ou SEED.);
- Simpósios (Entidade organizadora: SEED);
- Cursos presenciais ou à distância (SEED ou outras Instituições);
- Grupos de estudos contemplando professores, pedagogos, direção,
funcionários, representantes de turma, pais, membros da APMF e Conselho Escolar;
- Estudo de textos, vídeos (em duplas ou grupos) contemplando a
formação continuada de professores sob a coordenação e participação dos
pedagogos durante a hora atividade.
A hora atividade está organizada por professor, deixando livre o dia
designado para cada disciplina, possibilitando ao professor participar de eventos
relacionados à sua disciplina.
A Carta Constitucional de 1998 estabeleceu a competência ao MEC e
CNE, na proposição e deliberação de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o
75
Presidente da República sancionou a nova Lei Federal n.º 9.394, em 20 de
dezembro de 1996, que consolida e amplia o dever do poder público para com a
educação geral e em particular com a educação básica, da qual o Ensino Médio é
integrante, assim enunciando no seu art. 22: “assegurar a todos a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornece-lhes meios para progredir no
trabalho e em estudos posteriores.”
Diante desses acontecimentos históricos no campo educacional, tendo
em vista o quadro atual da sociedade, da economia, da educação brasileira, faz-se
necessário repensar o processo ensino-aprendizagem das nossas escolas,
apresentando uma nova proposta curricular.
Compete ao Diretor:
- cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor;
- responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da posse;
- coordenar a elaboração e acompanhar a implementação do Projeto Político
Pedagógico da escola, construído coletivamente e aprovado pelo Conselho Escolar;
- coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais da educação;
- implementar a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, em observância
às Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
- coordenar a elaboração do Plano de Ação do estabelecimento de ensino e
submetê-lo à aprovação do Conselho Escolar;
- convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando encaminhamento às
decisões tomadas coletivamente;
- elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade, consultando a
comunidade escolar e colocando-os em edital público;
- coordenar a construção coletiva do Regimento Escolar, em consonância com a
legislação em vigor, submetendo-o à apreciação do Conselho Escolar e, após,
encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para a devida aprovação;
- garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste com os
órgãos da administração estadual;
- encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações no ambiente
76
escolar, quando necessárias, aprovadas pelo Conselho Escolar;
- deferir os requerimentos de matrícula;
- elaborar, juntamente com a equipe pedagógica, o calendário escolar, de acordo
com as orientações da Secretaria de Estado da Educação, submetê-lo à apreciação
do Conselho Escolar e encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para
homologação;
- acompanhar, juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho docente e o
cumprimento das reposições de dias letivos, carga horária, conteúdos aos discentes
e estágios;
- assegurar o cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas-atividade
estabelecidos;
- promover grupos de trabalho e estudo ou comissões encarregadas de estudar e
propor alternativas para atender aos problemas de natureza pedagógico-
administrativa no âmbito escolar;
- propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional de Educação,
após aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta de ensino e abertura ou
fechamento de cursos;
- participar e analisar a elaboração dos Regimentos Internos e encaminhá-los ao
Conselho Escolar para aprovação;
- supervisionar o preparo da merenda escolar, quanto ao cumprimento das normas
estabelecidas na legislação vigente relativamente a exigências sanitárias e padrões
de qualidade nutricional;
- presidir o Conselho de Classe, dando encaminhamento às decisões tomadas
coletivamente;
- definir horário e escalas de trabalho dos Funcionários que atuam nas Áreas de
Administração Escolar e Operação de Multimeios Escolares e equipe Dops
Funcionários que atuam nas áreas de Manutenção de Infraestrutura Escolar e
Preservação do Meio Ambiente, Alimentação Escolar e Interação com o Educando;
- articular processos de integração da escola com a comunidade;
- solicitar ao Núcleo Regional de Educação suprimento e cancelamento na demanda
de funcionários e professores do estabelecimento, observando as instruções
emanadas da Secretaria de Estado da Educação;
- disponibilizar espaço físico e horário adequado para a realização dos encontros
presenciais e atendimento aos alunos, hora atividade dos professores tutores e da
77
Prática Profissional Supervisionada dos alunos inerentes ao(s) Curso(s) Técnico(s)
em nível Médio do Eixo Tecnológico de Apoio Educacional – Profuncionário;
- participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a serem
inseridos no Projeto Político Pedagógico do estabelecimento de ensino, juntamente
com a comunidade escolar;
- cooperar com o cumprimento das orientações técnicas de vigilância sanitária e
epidemiológica;
- viabilizar salas adequadas ao ensino extracurricular plurilinguístico da Língua
Estrangeira Moderna, pelo Centro de Línguas Estrangeiras Modernas – CELEM;
- disponibilizar espaço físico adequado aos Serviços e Apoios Pedagógicos
Especializados, na área da Educação Especial – Sala de Recursos;
- assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento
de ensino;
- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e
famílias;
- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com
alunos, pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
- assegurar o cumprimento dos programas mantidos e implantados pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação/MEC-FNDE;
- cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar;
- possibilitar a atuação da Equipe Multidisciplinar no âmbito escolar referente a
Educação das Relações Étnico-Raciais;
- Compete ao(à) Diretor(a) Auxiliar assessorar o(a) Diretor(a) em todas as suas
atribuições e substituí-lo(a) na sua falta ou por algum impedimento.
Compete à Equipe Pedagógica:
- coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto Político
Pedagógico e do Plano de Ação do estabelecimento de ensino;
- orientar a comunidade escolar na construção de um processo pedagógico, em uma
perspectiva democrática;
78
- participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho pedagógico
escolar, no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação
escolar;
- coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta Pedagógica Curricular
do estabelecimento de ensino, a partir das políticas educacionais da Secretaria de
Estado da Educação e das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
- orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto ao
coletivo de professores do estabelecimento de ensino;
- promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e
aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico visando à elaboração de
propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos;
- participar da elaboração de projetos de formação continuada dos profissionais do
estabelecimento de ensino, que tenham como finalidade e realização e o
aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;
- organizar, junto à direção da escolar, a realização dos Pré-Conselhos e dos
Conselhos de Classe, de forma a garantir um processo coletivo de reflexão-ação
sobre o trabalho pedagógico desenvolvido no estabelecimento de ensino;
- coordenar a elaboração e acompanhar a efetivação de propostas de intervenção
decorrentes das decisões do Conselho de Classe;
- subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores do
estabelecimento de ensino, promovendo estudos sistemáticos, trocas de
experiências, debates e oficinas pedagógicas;
- organizar a hora-atividade dos professores do estabelecimento de ensino, de
maneira a garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico;
- proceder à análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a desencadear
um processo de reflexão sobre esses dados, junto à comunidade escolar, com vistas
a promover a aprendizagem de todos os alunos;
- coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do Regimento
Escolar, garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar;
- participar do Conselho Escolar, quando representante do seu segmento,
subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da
organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar;
- orientar e acompanhar a distribuição e disponibilização, conservação e utilização
dos livros e demais materiais pedagógicos, no estabelecimento de ensino,
79
fornecidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação/MEC-FNDE;
- coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de
materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir do Projeto
Político Pedagógico do estabelecimento de ensino;
- planejar com o coletivo escolar os critérios pedagógicos de utilização dos espaços
da biblioteca;
- acompanhar as atividades desenvolvidas nos Laboratórios de Química, Física e
Biologia e de Informática;
- propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e de sua
participação nos diversos momentos e Órgãos Colegiados da escola;
- coordenar o processo democrático de representação docente de cada turma;
- colaborar com a direção na distribuição das aulas, conforme orientação da
Secretaria de Estado da Educação;
- coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas, a
partir de critérios legais, didático-pedagógicos e do Projeto Pedagógico do
estabelecimento de ensino;
- acompanhar os estagiários das instituições de ensino quanto às atividades a serem
desenvolvidas no estabelecimento de ensino;
- avaliar as instalações da parte concedente do estágio não obrigatório e sua
adequação à formação cultural e profissional do aluno;
- exigir do aluno a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses,
de relatório das atividades, quando tratar-se de estágio não obrigatório;
- zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para
outro local em caso de descumprimento de suas normas, quando tratar-se de
estágio não obrigatório;
- elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de
seus educandos, quando tratar-se de estágio não obrigatório;
- promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as
formas de discriminação, preconceito e exclusão social;
- coordenar a análise de projetos a serem inseridos no Projeto Político Pedagógico
do estabelecimento de ensino;
- acompanhar o processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;
- participar na elaboração do Regulamento de uso dos espaços pedagógicos;
- orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos didático-
80
pedagógicos referentes à avaliação processual e aos processos de classificação,
reclassificação, aproveitamento de estudos, adaptação e progressão parcial,
conforme legislação em vigor;
- organizar e acompanhar, juntamente com a direção, as reposições de dias letivos,
horas e conteúdos aos discentes;
- orientar, acompanhar e visitar periodicamente os Livros Registro de Classe e a
Ficha Individual de Controle de Nota e Frequência, sendo esta específica para
Educação de Jovens e Adultos;
- registrar o acompanhamento da vida escolar do aluno;
- organizar registros para o acompanhamento da prática pedagógica dos docentes
do estabelecimento de ensino;
- solicitar autorização dos pais ou responsáveis para realização da Avaliação
Educacional do Contexto Escolar, a fim de identificar possíveis necessidades
educacionais especiais;
- coordenar e acompanhar o processo de Avaliação Educacional no Contexto
Escolar, para os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, visando
encaminhamento aos serviços e apoios especializados da Educação Especial, se
necessário;
- acompanhar os aspectos de sociabilização e aprendizagem dos alunos, realizando
contato com a família com o intuito de promover ações para o seu desenvolvimento
integral;
- acompanhar a freqüência escolar dos alunos, contatando as famílias e
encaminhando-os aos órgãos competentes, quando necessário;
- acionar serviços de proteção à criança e ao adolescente, sempre que houver
necessidade de encaminhamento;
- orientar e acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos com necessidades
educacionais especiais, nos aspectos pedagógicos, adaptações físicas e curriculares
e no processo de inclusão na escola;
- manter contato com os professores dos serviços e apoios especializados de alunos
com necessidades educacionais especiais, para intercâmbio de informações e trocas
de experiências, visando à articulação do trabalho pedagógico entre Educação
Especial e ensino regular;
- acompanhar a oferta e o desenvolvimento do Centro de Línguas Estrangeiras
Modernas – CELEM;
81
- orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos para cada disciplina, na
modalidade Educação de Jovens e Adultos;
- coordenar e acompanhar ações descentralizadas e Exames Supletivos, na
modalidade Educação de Jovens e Adultos;
- assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento
de ensino;
- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas, alunos,
pais e demais segmentos da comunidade escolar;
- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e
famílias;
- elaborar seu Plano de Ação;
- assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra qualquer tratamento discriminatório
em decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero, orientação sexual, credo,
ideologia, condição sociocultural;
- viabilizar a igualdade de condições para a permanência do aluno na escola,
respeitando a diversidade, a pluralidade cultural e as peculiaridades de cada aluno,
no processo de ensino e aprendizagem;
- participar da equipe multidisciplinar da Educação das Relações Étnico-Raciais,
subsidiando professores, funcionários e alunos;
- fornecer informações ao responsável pelo Serviço de Atendimento à Rede de
Escolarização Hospitalar no Núcleo Regional da Educação e ao pedagogo que
presta serviço na instituição conveniada;
- cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
Compete à Equipe Docente:
- participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político
Pedagógico do estabelecimento de ensino, construído de forma coletiva e aprovado
pelo Conselho Escolar;
- elaborar, com a equipe pedagógica, a Proposta Pedagógica Curricular do
estabelecimento de ensino, em consonância com o Projeto Político Pedagógico e as
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
- participar do processo de escolha, juntamente com a equipe pedagógica, dos livros
e materiais didáticos, em consonância com o Projeto Político Pedagógico e as
82
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;
- elaborar seu Plano de Trabalho Docente;
- desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão crítica do
conhecimento, pelo aluno;
- proceder à reposição dos conteúdos, carga horária e/ou dias letivos aos alunos,
quando se fizer necessário, a fim de cumprir o calendário escolar, resguardando
prioritariamente o direito do aluno;
- proceder à avaliação contínua, cumulativa e processual dos alunos, utilizando-se
de instrumentos e formas diversificadas de avaliação no Projeto Político Pedagógico
do estabelecimento de ensino;
- promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os alunos,
estabelecendo estratégias diferenciadas de ensino e aprendizagem, no decorrer do
período letivo;
- participar do processo de avaliação educacional no contexto escolar dos alunos
com dificuldades acentuadas de aprendizagem, sob coordenação e
acompanhamento do pedagogo, com vistas à identificação de possíveis
necessidades educacionais especiais e posterior encaminhamento aos serviços e
apoios especializados da Educação Especial, se necessário;
- participar de processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da escola, com
vistas ao melhor desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem;
- participar de reuniões, sempre que convocado pela direção;
- assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra qualquer tratamento discriminatório
em decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero, orientação sexual, credo,
ideologia, condição sociocultural;
- viabilizar a igualdade de condições para a permanência do aluno na escola,
respeitando a diversidade, a pluralidade cultural e as peculiaridades de cada aluno,
no processo de ensino e aprendizagem;
- participar de reuniões e encontros para planejamentos e acompanhamento, junto
ao professor da Sala de Apoio à Aprendizagem, da Sala de Recursos e de
Contraturno, a fim de realizar ajustes ou modificações no processo de intervenção
educativa;
- estimular o acesso a níveis mais elevados de ensino, cultura, pesquisa e criação
artística;
- participar ativamente dos Pré-Conselhos e Conselhos de Classe, na busca de
83
alternativas pedagógicas que visem ao aprimoramento do processo educacional,
responsabilizando-se pelas informações prestadas e decisões tomadas, as quais
serão registradas e assinadas em Ata;
- propiciar ao aluno a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e
do pensamento crítico, visando ao exercício consciente da cidadania;
- zelar pela frequência do aluno à escola, comunicando qualquer irregularidade à
equipe pedagógica;
- cumprir o calendário escolar, quanto aos dias letivos, horas-aula e horas-atividade
estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao
planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
- cumprir suas horas-atividades no âmbito escolar, dedicando-as a estudos,
pesquisas e planejamento de atividades docentes, sob orientação da equipe
pedagógica, conforme determinações da Secretaria de Estado da Educação;
- manter atualizados os Registros de Classe, conforme orientação da equipe
pedagógica e secretaria escolar, deixando-os disponíveis no estabelecimento de
ensino;
- participar do planejamento e da realização das atividades de articulação da escola
com as famílias e a comunidade;
- desempenhar o papel de representante de turma, contribuindo para o
desenvolvimento do processo educativo;
- dar cumprimento aos preceitos constitucionais, à legislação educacional em vigor e
ao Estatuto da Criança e do Adolescente, como princípios da prática profissional e
educativa;
- participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição e Programas a serem
inseridos no Projeto Político Pedagógico do estabelecimento de ensino;
- comparecer ao estabelecimento de ensino nas horas de trabalho ordinárias que lhe
forem atribuídas e nas extraordinárias, quando convocado;
- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e
famílias;
- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com
alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
- participar da avaliação institucional, conforme orientação da Secretaria de Estado
da Educação;
- trabalhar a temática da Educação das Relações Étnico Raciais para o Ensino de
84
História e Cultura Afrobrasileira, Africana e Indígena nas disciplinas, quando o
conteúdo exigir;
- cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.
Compete ao Secretário Escolar:
- conhecer o Projeto Político Pedagógico do estabelecimento de ensino;
- cumprir a legislação em vigor e as instruções normativas emanadas da Secretaria
de Estado da Educação, que regem o registro escolar do aluno e a vida legal do
estabelecimento de ensino;
- distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos demais
funcionários;
- receber, redigir e expedir a correspondência que lhe for confiada;
- organizar e manter atualizados a coletânea de legislações, resoluções, instruções
normativas, ordens de serviço, ofícios e demais documentos;
- efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à matrícula,
transferência e conclusão de curso;
- elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem encaminhados às
autoridades competentes;
- encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos que devem ser
assinados;
- organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo e conservar o inativo, de
forma a permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da regularidade
da vida escolar do aluno e da autenticidade dos documentos escolares;
- responsabilizar-se pela guarda e expedição da documentação escolar do aluno,
respondendo por qualquer irregularidade;
- manter atualizados os registros escolares dos alunos no sistema informatizado;
- organizar e manter atualizado o arquivo com os atos oficiais da vida legal da
escola, referentes à sua estrutura e funcionamento;
- atender à comunidade escolar, na área de sua competência, prestando
informações e orientações sobre a legislação vigente e a organização e
funcionamento do estabelecimento de ensino, conforme disposições do Regimento
Escolar;
- zelar pelo uso adequado e conservação dos materiais e equipamentos da
secretaria;
85
- orientar os professores quanto ao prazo de entrega do Livro Registro de Classe
com os resultados da frequência e do aproveitamento escolar dos alunos;
- cumprir e fazer cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da
secretaria, quanto ao registro escolar do aluno referente à documentação
comprobatória, de adaptação, aproveitamento de estudos, progressão parcial,
classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;
- organizar o Livro Ponto de professores e funcionários, encaminhando ao setor
competente a sua frequência, em formulário próprio;
- secretariar os Conselhos de Classe e reuniões, redigindo as respectivas Atas;
- conferir, registrar e/ou patrimoniar materiais e equipamentos recebidos;
- comunicar imediatamente à direção toda irregularidade que venha ocorrer na
secretaria da escola;
- participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa
própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional
de sua função;
- organizar a documentação dos alunos matriculados no ensino extracurricular e
plurilinguístico de Língua Estrangeira Moderna, Atividades Complementares no
Contraturno – quando desta oferta no estabelecimento do ensino;
- auxiliar a equipe pedagógica e direção para manter atualizados os dados no
Sistema de Controle e Remanejamento dos Livros Didáticos;
- fornecer dados estatísticos inerentes às atividades da secretaria escolar, quando
solicitado;
- participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado
da Educação;
- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e
famílias;
- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas,
com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
- participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as
específicas da sua função.
Compete ao Agente Educacional II:
- cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da secretaria, quanto
86
ao registro escolar do aluno referente à documentação comprobatória, necessidades
de adaptação, aproveitamento de estudos, progressão parcial, classificação,
reclassificação e regularização de vida escolar;
- atender a comunidade escolar e demais interessados, prestando informações e
orientações;
- cumprir a escala de trabalho previamente estabelecida;
- participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa
própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional
de sua função;
- controlar a entrada e saída de documentos escolares, prestando informações sobre
os mesmos a quem de direito;
- organizar, em colaboração com o secretário escolar, os serviços de seu setor;
- efetivar os registros na documentação oficial como Ficha Individual, Histórico
Escolar, Boletins, Certificados, Diplomas e outros, garantindo sua idoneidade;
- organizar e manter atualizado o arquivo ativo e conservar o arquivo inativo da
escola;
- classificar, protocolar e arquivar documentos e correspondências, registrando a
movimentação de expedientes;
- realizar serviços auxiliares relativos à parte financeira, contábil e patrimonial do
estabelecimento, sempre que solicitado;
- coletar e digitar dados estatísticos quanto à avaliação escolar, alimentando e
atualizando o sistema informatizado;
- executar trabalho de mecanografia, reprografia e digitação;
- participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado
da Educação;
- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e
famílias;
- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com
alunos, com pais e com demais segmentos da comunidade escolar;
- anexar a Ficha Individual de Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização
Hospitalar à Ficha Individual do Aluno e, posteriormente, arquivar na Pasta
Individual;
- cumprir e fazer cumprir o Regulamento de uso da biblioteca, assegurando
organização e funcionamento;
87
- atender a comunidade escolar, disponibilizando e controlando o empréstimo de
livros, de acordo com Regulamento próprio;
- auxiliar na implementação dos projetos de leitura previstos na Proposta
Pedagógica Curricular do estabelecimento de ensino;
- auxiliar na organização do acervo de livros, revistas, gibis, vídeos, DVDs, entre
outros;
- encaminhar à direção sugestão de atualização do acervo, a partir das
necessidades indicados pelos usuários;
- zelar pela preservação, conservação e restauro do acervo;
- registrar o acervo bibliográfico e dar baixa, sempre que necessário;
- receber, organizar e controlar o material de consumo e equipamentos da biblioteca;
- manusear e operar adequadamente os equipamentos e materiais, zelando pela sua
manutenção;
- participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa
própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional
de sua função;
- auxiliar na distribuição e recolhimento do livro didático;
- cumprir e fazer cumprir Regulamento de uso do laboratório de Informática,
assessorando na sua organização e funcionamento;
- auxiliar o corpo docente e discente nos procedimentos de manuseio de materiais e
equipamentos de informática;
- preparar e disponibilizar os equipamentos de informática e materiais necessários
para a realização de atividades práticas de ensino no laboratório;
- assistir aos professores e alunos durante a aula de Informática no laboratório;
- zelar pela manutenção, limpeza e segurança dos equipamentos;
- participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa
própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional
de sua função;
- receber, organizar e controlar o material de consumo e equipamentos do
laboratório de Informática;
- exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e aquelas que
concernem à especificidade de sua função.
88
Compete aos Agentes Educacionais I
- zelar pelo ambiente físicas da escola e de suas instalações, cumprindo as normas
estabelecidas na legislação sanitária vigente;
- utilizar o material de limpeza sem desperdícios e comunicar à direção, com
antecedência, a necessidade de reposição dos produtos;
- zelar pela conservação do patrimônio escolar, comunicando qualquer irregularidade
à direção;
- auxiliar no acompanhamento da movimentação dos alunos em horários de recreio,
de início e de término dos períodos, mantendo a ordem e a segurança dos
estudantes, quando solicitado pela direção;
- atender adequadamente aos alunos com necessidades educacionais especiais
temporárias ou permanentes, que demandam apoio e locomoção, de higiene e de
alimentação;
- auxiliar na locomoção dos alunos que fazem uso de cadeira de rodas, andadores,
muletas e outros facilitadores, viabilizando a acessibilidades e a participação no
ambiente escolar;
- auxiliar os alunos com necessidades educacionais especiais quanto à alimentação
durante o recreio, atendimento às necessidades básicas de higiene e as
correspondentes ao uso do banheiro;
- auxiliar nos serviços correlatos à sua função, participando das diversas atividades
escolares;
- cumprir integralmente seu horário de trabalho e as escalas previstas, respeitado o
seu período de férias;
- participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado ou por iniciativa
própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional;
- coletar lixo de todos os ambientes do estabelecimento de ensino, dando-lhe o
devido destino, conforme exigências sanitárias;
- participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado
da Educação;
- coordenar e orientar a movimentação dos alunos, desde o início até o término dos
períodos de atividades escolares;
- zelar pela segurança individual e coletiva, orientando os alunos sobre as normas
disciplinares para manter a ordem e prevenir acidentes no estabelecimento de
89
ensino;
- comunicar imediatamente à direção situações que evidenciem riscos à segurança
dos alunos;
- percorrer as diversas dependências do estabelecimento, observando os alunos
quanto às necessidades de orientação e auxílio em situações irregulares;
- encaminhar ao setor competente do estabelecimento de ensino os alunos que
necessitarem de orientação ou atendimento;
- observar a entrada e a saída dos alunos para prevenir acidentes e irregularidades;
- acompanhar as turmas de alunos em atividades escolares externas, quando se
fizer necessário;
- auxiliar a direção, equipe pedagógica, docentes e secretaria na divulgação de
comunicados no âmbito escolar;
- zelar pela preservação do ambiente físico, instalações, equipamentos e materiais
didático-pedagógicos;
- auxiliar a equipe pedagógica no remanejamento, organização e instalação de
equipamentos e materiais didático-pedagógicos;
- atender e identificar visitantes, prestando informações e orientações quanto à
estrutura física e setores do estabelecimento de ensino;
- zelar pelo ambiente da cozinha e por suas instalações e utensílios, cumprindo as
normas estabelecidas na legislação em vigor;
- selecionar e preparar a merenda escolar balanceada, observando padrões de
qualidade nutricional;
- servir a merenda escolar, observando os cuidados básicos de higiene e segurança;
- informar ao diretor do estabelecimento de ensino da necessidade de reposição do
estoque da merenda escolar;
- conservar o local de preparação, manuseio e armazenamento da merenda escolar,
conforme legislação sanitária em vigor;
- zelar pela organização e limpeza do refeitório, da cozinha e do depósito da
merenda escolar;
- receber, armazenar e prestar contas de todo material adquirido para a cozinha e da
merenda escolar;
- respeitar as normas de segurança ao manusear fogões, aparelhos de preparação
ou manipulação de gêneros alimentícios e de refrigeração;
- participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado
90
da Educação;
- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e
famílias;
- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com
alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
- participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as
específicas da sua função.
Compete aos Alunos
Constituem-se direitos dos alunos, com observância dos dispositivos constitucionais
da Lei Federal nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, da Lei nº
9394/96 - Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDBEN, Decreto Lei nº 1044/69
e Lei nº 6202/75:
- tomar conhecimento das disposições do Regimento Escolar e do(s)
Regulamento(s) Interno(s) do estabelecimento de ensino, no ato da matrícula;
- ter assegurado que o estabelecimento de ensino cumpra a sua função de efetivar o
processo de ensino e aprendizagem;
- ter assegurado o princípio constitucional de igualdade de condições para o acesso
e permanência no estabelecimento de ensino;
- ser respeitado, sem qualquer forma de discriminação;
- solicitar orientação dos diversos setores do estabelecimento de ensino;
- utilizar os serviços, as dependências escolares e os recursos materiais da escola,
de acordo com as normas estabelecidas nos Regulamentos Internos;
- participar das aulas e das demais atividades escolares;
- ter assegurada a prática, facultativa, da Educação Física, nos casos previstos em
lei;
- ter ensino de qualidade ministrado por profissionais habilitados para o exercício de
suas funções e atualizados em suas Áreas de Conhecimento;
- ter acesso a todos os conteúdos previstos na Proposta Pedagógica Curricular do
estabelecimento de ensino;
- participar de forma representativa na construção, acompanhamento e avaliação do
Projeto Político Pedagógico da escola;
- ser informado sobre o Sistema de Avaliação do estabelecimento de ensino;
91
- tomar conhecimento do seu aproveitamento escolar e de sua frequência, no
decorrer do processo de ensino e aprendizagem;
- solicitar, pelos pais ou responsáveis, quando criança ou adolescente, revisão do
aproveitamento escolar, de preferência, dentro do prazo de 72 (setenta e duas)
horas, a partir da divulgação do mesmo;
- ter assegurado o direito à recuperação de estudos, no decorrer do ano letivo,
mediante metodologias diferenciadas que possibilitem sua aprendizagem;
- contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores,
ao Conselho Escolar e ao Núcleo Regional de Educação;
- requerer transferência, quando maior, ou através dos pais ou responsáveis,
quando menor;
- ter reposição das aulas e conteúdos;
- solicitar os procedimentos didático-pedagógicos previstos na legislação vigente e
normatizados pelo Sistema Estadual de Ensino;
- sugerir, aos diversos setores de serviços do estabelecimento de ensino, ações que
viabilizem melhor funcionamento das atividades;
- ter assegurado o direito de votar e/ou ser votado representante no Conselho
Escolar e associações afins;
- participar de associações e/ou organizar agremiações afins;
- representar ou fazer-se representar nas reuniões do Pré-Conselho e do Conselho
de Classe ;
- realizar as atividades avaliativas, pré-estabelecidas, em caso de falta às aulas,
mediante justificativa e/ou atestado médico;
- receber atendimento de regime de exercícios domiciliares, com acompanhamento
da escola, sempre que compatível com seu estado de saúde e mediante laudo
médico, como forma de compensação da ausência às aulas, quando impossibilitado
de freqüentar a escola por motivo de enfermidade ou gestação;
- receber atendimento de escolarização hospitalar, quando impossibilitado de
frequentar a escola por motivos de enfermidade, em virtude de situação de
internamento hospitalar;
- ter registro de carga horária cumprida pelo aluno, no Histórico Escolar, das
atividades pedagógicas complementares e do estágio não obrigatório;
- requerer por escrito, quando maior de 18 anos, a inserção de seu nome social em
âmbito escolar e constando somente nos documentos internos do estabelecimento
92
de ensino, tais como espelho do Livro Registro de Classe, Edital de Notas e Boletim
Escolar.
São deveres dos alunos:
- manter e promover relações de cooperação no ambiente escolar;
- realizar as tarefas escolares definidas pelos docentes;
- atender às determinações dos diversos setores do estabelecimento de ensino, nos
respectivos âmbitos de competência;
- participar de todas as atividades curriculares programadas e desenvolvidas pelo
estabelecimento de ensino;
- comparecer às reuniões do Conselho Escolar, quando membro representante do
seu segmento;
- cooperar na manutenção da higiene e na conservação das instalações escolares;
- compensar, junto com os pais, os prejuízos que vier a causar ao patrimônio da
escola, quando comprovada a sua autoria;
- cumprir as ações disciplinares do estabelecimento de ensino;
- providenciar e dispor, sempre que possível, do material solicitado e necessário ao
desenvolvimento das atividades escolares;
- tratar com respeito e sem discriminação professores, funcionários e colegas;
- comunicar aos pais ou responsáveis sobre reuniões, convocações e avisos gerais,
sempre que lhe for solicitado;
- comparecer pontualmente às aulas e demais atividades escolares;
- manter-se em sala durante o período das aulas;
- apresentar os trabalhos e tarefas nas datas previstas;
- comunicar qualquer irregularidade de que tiver conhecimento ao setor competente;
- justificar-se junto à equipe pedagógica ao entrar após o horário de início das aulas;
- apresentar atestado médico e/ou justificativa dos pais ou responsáveis, quando
criança ou adolescente, em caso de falta às aulas;
- zelar e devolver os livros didáticos, recebidos e os pertencentes à biblioteca
escolar;
- observar os critérios estabelecidos na organização do horário semanal,
deslocando-se para as atividades e locais determinados, dentro do prazo
estabelecido para o seu deslocamento;
- respeitar o professor em sala de aula, observando as normas e critérios
93
estabelecidos;
- cumprir as disposições do Regimento Escolar no que lhe couber.
Ao aluno é vedado:
- tomar atitudes que venham a prejudicar o processo pedagógico e o andamento das
atividades escolares;
- ocupar-se, durante o período de aula, de atividades contrárias ao processo
pedagógico;
- retirar e utilizar, sem a devida permissão do órgão competente, qualquer
documento ou material pertencente ao estabelecimento de ensino;
- trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo;
- ausentar-se do estabelecimento de ensino sem prévia autorização do órgão
competente;
- receber, durante o período de aula, sem a prévia autorização do órgão competente,
pessoas estranhas ao funcionamento do estabelecimento de ensino;
- discriminar, usar de violência simbólica, agredir fisicamente e/ou verbalmente
colegas, professores e demais funcionários do estabelecimento de ensino;
- expor colegas, funcionários, professores ou qualquer pessoa da comunidade à
situações constrangedoras;
- entrar e sair da sala durante a aula, sem a prévia autorização do respectivo
professor;
- consumir ou manusear qualquer tipo de drogas nas dependências do
estabelecimento de ensino;
- fumar nas dependências do estabelecimento de ensino;
- comparecer às aulas embriagado ou com sintomas de ingestão e/ou uso de
substâncias químicas tóxicas;
- utilizar-se de aparelhos eletrônicos, na sala de aula, que não estejam vinculados ao
processo ensino e aprendizagem;
- danificar os bens patrimoniais do estabelecimento de ensino ou pertences de seus
colegas, funcionários e professores;
- portar armas brancas ou de fogo e/ou instrumentos que possam em risco a
segurança das pessoas;
- portar material que represente perigo para sua integridade moral e/ou física ou de
outrem;
94
- divulgar, por qualquer meio de publicidade, ações que envolvam direta ou
indiretamente o nome da escola, sem prévia autorização da direção e/ou do
Conselho Escolar;
- promover excursões, jogos, coletas, rifas, lista de pedidos, vendas ou campanhas
de qualquer natureza, no ambiente escolar, sem a prévia autorização da direção.
O aluno que deixar de cumprir ou transgredirem de alguma forma as
disposições contidas no Regimento Escolar ficará sujeito às seguintes ações:
- orientação disciplinar com ações pedagógicas dos professores, equipe
pedagógica e direção;
- registro dos fatos ocorridos envolvendo o aluno, com assinatura dos pais ou
responsáveis, quando menor;
- comunicado por escrito, com ciência e assinatura dos pais ou responsáveis,
quando criança ou adolescente;
- convocação dos pais ou responsáveis, quando criança ou adolescente, com
registro e assinatura, e/ou termo de compromisso;
- esgotadas as possibilidades no âmbito do estabelecimento de ensino,
inclusive do Conselho Escolar, será encaminhado ao Conselho Tutelar ou à
Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude, quando criança ou adolescente,
para a tomada de providências cabíveis.
Compete ao Conselho Escolar:
O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza consultiva,
deliberativa, avaliativa e fiscalizadora, com o objetivo de estabelecer o Projeto
Pedagógico da escola, critérios relativos à sua ação, organização, funcionamento e
relacionamento com a comunidade, nos limites da legislação em vigor e compatíveis
com as diretrizes e política educacional traçadas pela Secretaria de Estado da
Educação.
O Conselho Escolar tem por finalidade promover a articulação entre os
vários segmentos organizados da sociedade e os setores da Escola, a fim de
garantir a eficiência e a qualidade de seu funcionamento.
O Conselho Escolar funciona no Colégio dando suporte à Direção na
gestão democrática quando consultado, deliberando e fiscalizando, conforme
95
legislação em vigor compatíveis com as orientações da SEED; tendo sido eleito de
acordo com o Estatuto do Conselho Escolar conforme artigos 16, 17 e 18, reunindo-
se periódica ou extraordinariamente, convocado pelo Presidente (Diretor), para
propor, renovar, acompanhar e avaliar permanentemente as ações implementada na
escola. A partir da construção coletiva do P.P.P. o Conselho Escolar pretende
colaborar efetivamente na implementação das grandes linhas de ação propostas
pela comunidade escolar.
São atribuições do Conselho Escolar:
- aprovar e acompanhar a efetivação do Projeto Político Pedagógico do
estabelecimento de ensino;
- apreciar e julgar em grau de recurso os casos dos alunos que forem advertidos por
infringirem as normas do estabelecimento de ensino expressas no Regimento
Escolar;
- apreciar e emitir parecer quanto às reivindicações e consultas da comunidade
escolar sobre questões de seu interesse ou que digam respeito ao cumprimento do
Regimento Escolar;
- apreciar e aprovar o Plano de Aplicação e Prestação de Contas de Recursos
Financeiros;
- apreciar e emitir parecer sobre desligamento de um ou mais membros do Conselho
Escolar, quando do não cumprimento das normas estabelecidas no regimento,
encaminhando-o ao órgão competente;
- aprovar o calendário da unidade escolar e enviar ao NRE para homologação;
-deliberar sobre outros assuntos encaminhados pela Direção pertinentes ao âmbito de
ação do estabelecimento.
Compete ao Conselho de Classe:
O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e
deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, fundamentado no Projeto Político-
Pedagógico da escola e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar
as ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do
processo ensino e aprendizagem.
96
Ao Conselho de Classe cabe verificar se os objetivos, procedimentos
metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na ação pedagógico-educativa,
estão sendo cumpridos de maneira coerente com o Projeto Político Pedagógico do
estabelecimento de ensino.
A finalidade da reunião do Conselho de Classe, após analisar as
informações e dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo
ensino e aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-
se dos conteúdos curriculares estabelecidos.
O Conselho de Classe constitui-se em um espaço de reflexão
pedagógica, onde todos os sujeitos do processo educativo, de forma coletiva,
discutem alternativas e propõem ações educativas eficazes que possam vir a sanar
necessidades/dificuldades apontadas no processo ensino e aprendizagem.
São atribuições do Conselho de Classe:
- analisar as informações sobre os conteúdos curriculares, encaminhamentos
metodológicos e práticas avaliativas que se referem ao processo ensino e
aprendizagem;
- propor procedimentos e formas diferenciadas de ensino e de estudos para a
melhoria do processo ensino e aprendizagem;
- estabelecer mecanismos de recuperação de estudos, concomitantes ao processo
de aprendizagem, que atendam às reais necessidades dos alunos, em consonância
com a Proposta Pedagógica Curricular da escola;
- acompanhar o processo de avaliação de cada turma, devendo debater e analisar
os dados qualitativos e quantitativos do processo ensino e aprendizagem;
- atuar com co-responsabilidade na decisão sobre a possibilidade de avanço do
aluno para série/etapa subsequente ou retenção, após a apuração dos resultados
finais, levando-se em consideração o desenvolvimento integral do aluno;
- analisar pedidos de revisão de resultados finais recebidos pela secretaria do
estabelecimento, no prazo de até 72 (setenta e duas) horas úteis após sua
divulgação em edital.
O Colégio está aos poucos se conscientizando e avançando na
questão do Conselho de Classe participativo. Participam professores, direção e
equipe pedagógica e são convidados os alunos e pais representantes de turmas. A
discussão fica em torno do ensino-aprendizagem, tomando como base a ficha de
97
Pré-Conselho de Classe e as notas obtidas no bimestre ou ano letivo e são
buscados e propostos novos encaminhamentos para as dificuldades encontradas,
ou seja, para cada problema levantado, busca-se soluções.
Compete ao Conselho de Avaliação (EJA)
O Conselho de Avaliação é um órgão colegiado de natureza consultiva em
assuntos didático-pedagógicos, com atuação dirigida a cada educando do
estabelecimento de ensino, tendo por objetivo avaliar o processo de ensino e de
aprendizagem.
O Conselho de Avaliação tem por finalidade analisar os dados resultantes do
processo de ensino e de aprendizagem, constantes nesta proposta, propondo o
aperfeiçoamento do mesmo,de tal forma que vise assegurar a apropriação dos
conteúdos estabelecidos.
São atribuições do Conselho de Avaliação:
- emitir parecer sobre assuntos referentes ao aproveitamento pedagógico dos
educandos respondendo a consultas feitas pelo diretor, pela equipe pedagógica ou
pelo educando interessado;
- analisar as informações apresentadas pelos diversos professores sobre cada
educando, quanto às atitudes e domínio dos conteúdos, que afetem o rendimento
escolar na(s) disciplina(s) em curso;
- analisar o desempenho dos educandos e dos professores, face aos conteúdos e
aos encaminhamentos metodológicos;
- propor medidas para melhoria do aproveitamento, integração e relacionamento dos
educandos e professores;
- estabelecer projetos viáveis de recuperação dos educandos, em consonância com
a proposta curricular;
- opinar sobre os procedimentos a serem utilizados nas diversas Áreas de
Conhecimento.
98
APMF
A Associação de Pais, Mestres e Funcionários do Colégio Estadual Dr.
Rebouças – Ensino Fundamental e Médio, pessoa jurídica de direito privado, é um
órgão de representação dos Pais, Mestres e Funcionários deste estabelecimento,
trabalhando em prol da escola em todos os aspectos, não tendo caráter político,
partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus
Dirigentes e Conselheiros, sendo constituída por prazo indeterminado.
A A.P.M.F. tem por finalidade promover a integração entre a escola e a
comunidade e colaborar na assistência ao educando.
Os objetivos da Associação de Pais, Mestres e funcionários são:
- discutir, colaborar e decidir sobre as ações para a assistência ao
educando, o aprimoramento de ensino, e para a integração família-escola-
comunidade;
- prestar assistência aos educandos assegurando-lhes condições de
eficiência escolar;
- integrar a comunidade aos educandos no contexto escolar, discutindo a
política educacional, visando sempre a realidade dessa mesma comunidade;
- proporcionar condições ao educando, criticar e participar de todo o
processo escolar, estimulando a sua organização livre em grêmios estudantis;
- representar os reais interesses da comunidade e dos pais de alunos junto
à escola contribuindo dessa forma para a melhoria de ensino e da melhor
adequação dos planos curriculares;
- promover o entrosamento entre pais, alunos, professores, funcionários e
membros da comunidade, através de atividades sócio-educativa-cultural-desportivas;
- contribuir para a melhoria e conservação do equipamento e do
Estabelecimento, sempre dentro de critérios de prioridade, sendo as condições dos
educandos fator de máxima prioridade;
- conservar e manter o prédio escolar e suas instalações.
A eleição, o funcionamento e a atuação da A.P.M.F. obedecem a
estatuto próprio.
99
Grêmio Estudantil
É um órgão representativo dos estudantes da escola, que tem por
objetivo coordenar a política estudantil, as atividades esportivas, culturais e
similares, defendendo seus interesses pela melhoria e qualidade do ensino-
aprendizagem.
Tem por finalidade organizar os estudantes na defesa de seus direitos,
promovendo a vivência da democracia, da luta pela paz, pelas liberdades
fundamentais do ser humano, em defesa dos direitos e respeito dos deveres dos
estudantes, sem distinção de raça, cor, sexo, religião, posição social e ideologia
política.
Foi constituído o Grêmio Estudantil no final do ano de 2007. O mandato
da Diretoria venceu no final de 2009 e até então não houve eleição para nova
Diretoria.
No decorrer deste ano o Colégio pretende trabalhar para a capacitação
dos alunos, via representantes de turmas. Se os alunos estiverem dispostos, será
organizada a eleição.
Representante de Turma
Tendo em vista desenvolver uma gestão democrática, esta escola está
adotando uma política participativa, propiciando ao aluno ser reconhecido como
elemento central do processo educativo oportunizando que ele assuma um papel
ativo neste contexto.
Nesse processo o aluno tem direitos e deveres que ainda devem ser
discutidos e refletidos junto com os alunos.
A representação de turma deverá ocorrer através de escolha
democrática empregando os critérios de eleição direta.
100
O aluno escolhido por voto dos outros alunos da turma será o porta-voz
da turma estabelecendo uma relação mais estreita com os outros segmentos da
comunidade: diretor, pedagogo, professores, funcionários e outros alunos.
Compete ao representante da turma:
- representar sua turma em reuniões e Conselho de Classe;
- receber e repassar informações de interesse dos alunos da turma;
-levar à direção, pedagogos, professores e funcionários, informações,
reclamações, reivindicações e sugestões “da turma” sobre assuntos pertinentes à
escola, ensino e aprendizagem;
- participar dos Conselhos de Classe com responsabilidade e ética.
É direito do aluno conhecer a quais critérios está sendo submetido no
processo avaliativo, pois é importante que percebam seus avanços e dificuldades e,
principalmente, as causas destes resultados.
O objetivo desta participação dos alunos é despertar neles a
conscientização de que o mais importante não é a “nota” por ele alcançada, mas a
qualidade do conhecimento construído.
CRONOGRAMA DAS GRANDES LINHAS DE AÇÃO
Bimestres
1º 2º 3º 4º
Oportunizar momentos para constante reflexão e discussão dos problemas da escola
x x x x
Gestão participativa para tomada de decisões x x x x
Democratização do conhecimento buscando eficiência no ensino-aprendizagem
x x x x
Desenvolvimento de ações que estimulem a participação de toda comunidade escolar
x x x x
Fortalecimento das relações da escola com as famílias dos alunos
x x x x
Informatização da escola x x x x
Implementação de aulas de laboratório x x x x
Oportunizar formação continuada a todos os segmentos da comunidade escolar
x x x x
101
CRONOGRAMA DAS GRANDES LINHAS DE AÇÃO
Bimestres
Participação de professores de Química, Física, Biologia e Ciências em cursos específicos para aulas em laboratório
x x x x
Viabilizar a organização do Grêmio Estudantil x x x
Contato freqüente e direto com os pais ou responsáveis, enfatizando sua responsabilidade na educação e formação dos filhos
x x x x
Continuar com o programa FICA para garantir a permanência do aluno no sistema educacional
x x x x
Revisão permanente das práticas no cotidiano da escola...
x x x x
Fazer com que a escola se torne um espaço de criação e de crítica cultural
x x x x
Reescrever o conhecimento a partir das diferentes raízes étnicas...
x x x X
Fazer com que o currículo se torne um espaço de pesquisa
x x x x
Utilizar da pesquisa no ensino e aprendizagem x x x x
Captar a natureza específica da educação que é o trabalho teórico
x x x x
Retomar como bandeira, e vigorosamente, a luta contra a seletividade que exista na escola, contra a discriminação que existe na escola, e a luta contra o rebaixamento do ensino destinado às classes populares
x x x x
Engajar-se na luta pela escola de qualidade evitando que a escola de qualidade seja uma bandeira apropriada pelos interesses da burguesia
x x x x
Transformar a qualidade da escola, ou seja, a qualidade que buscamos é a da sua capacidade de desenvolver e de transmitir conhecimentos científicos na perspectiva da classe trabalhadora
x x x x
Transmitir conhecimentos científicos na perspectiva da classe trabalhadora...
x x x x
Consideração da comunidade como o verdadeiro espaço de aprendizado
x x x x
Democratização das relações entre escola e comunidade de pais
x x x x
Assumir a competência primordial da escola: educar, ensinar/aprender
x x x x
Dinamizar os conteúdos curriculares de maneira a provocar a participação do aluno
x x x x
Lutar pela valorizar dos profissionais da educação x x x x
Entender que alunos provenientes das classes populares são sujeitos concretos que têm uma rica experiência e são possuidores de diferentes saberes
x x x x
102
CRONOGRAMA DAS GRANDES LINHAS DE AÇÃO
Bimestres
Revigorar e institucionalizar instâncias colegiadas na escola
x x x x
Definir a política global da escola contando com a participação de todos os segmentos da escola
x x x x
Desocultar os interesses envolvidos nas decisões, reforçando o diálogo e construindo formas alternativas de superação das propostas oficiais e verticais
x x x x
Fortalecer as relações entre Escola e Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, e instituições de ensino superior
x x x x
Reivindicar a participação das escolas na definição das políticas públicas para a educação
x x x x
Reinventar e ressignificar tudo o que se faz na escola, indo além do senso comum, do cotidiano e das ideologias dominantes que ocultam uma infinidade de pressupostos e não permitem a viabilização de uma escola de qualidade para todos
x x x x
Implantação de um processo coletivo de avaliação institucional como forma de garantir a sua autonomia
x x x x
Consolidação de um processo permanente de planejamento, avaliando e replanejando as ações
x x x x
Avaliação e acompanhamento do PPP anualmente x
103
VI - AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
A avaliação no contexto de processo de planejamento é concebida,
como acompanhamento da qualidade das decisões. Haverá dois tipos de decisões
avaliativas:
-as decisões em nível dos atos situacional e conceitual que dizem
respeito ao momento da concepção do projeto pedagógico;
- as decisões de execução do projeto político-pedagógico dizem
respeito, sobretudo, ao ato operacional.
A avaliação visa a emancipação voltada para a construção do sucesso
escolar e à inclusão, como princípio e compromisso social. Para isso será
implantado e consolidado um processo permanente de planejamento avaliando e
replanejando as ações. A avaliação do PPP será anual, para re(alimentar) o Projeto,
pois o mesmo nunca estará acabado, mas sendo construído diariamente com a
participação de todos os segmentos representativos da Escola. Trata-se de um
“processo” e não de ação desconexa e esporádica. O processo exige ruptura, mas
também, continuidade, seqüência, interligação do antes, do durante e do depois,
sucessão de estados ou mudanças. O processo é movimento, ir para frente. É algo
orgânico, vivo e não algo morto. É algo que deve estar em perene movimento vital,
nas pessoas e na instituição escolar.
Dessa forma, a avaliação institucional é um instrumento que possibilita
“olhar” a escola por dentro, utilizando-se reflexões que possibilitem uma gestão
democrática comprometida com a construção da cidadania e da transformação
social.
Portanto, este procedimento tem o propósito de mobilizar a escola, numa
ação coletiva, a fim de favorecer o autoconhecimento e o comprometimento em
torno da principal função da escola, que é a efetivação do processo ensino-
aprendizagem.
104
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julho/2005.
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um exemplo de prática na abordagem sócio-histórica. In: BOCK, A.; GONÇALVES,
M.G.; FURTADO, O. (Orgs.). Adolescências construídas: a visão da psicologia
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Rio Bom, 30 de setembro de 2011.
110
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
RIO BOM
2011
111
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
Para a construção desta proposta foram muito importantes os estudos e a
reflexão sobre algumas questões, como: O que os alunos/alunas devem saber? Qual
o conhecimento ou saber é considerado importante ou válido ou essencial para
merecer ser considerado parte do currículo? Por que privilegiar este ou aquele
conteúdo?, entre outras.
Assim, para buscar responder a estas perguntas, esta Proposta
Pedagógica Curricular tem como referência as Diretrizes Curriculares para a
Educação Básica (2008), que explicita a especificidade de cada etapa do processo
de escolarização básica em articulação com o coletivo da escola. Foi necessário,
também, refletir sobre a concepção de currículo, concebido como conjunto de
conhecimentos a serem superados pelos alunos, através de um programa que
proporciona conteúdos e valores para que os alunos melhorem a sociedade em
relação à reconstrução social da mesma (SACRISTAN, 2000, p. 14).
O esforço de conceituar currículo nos remete necessariamente a refletir a
respeito de outras perguntas como: Para que serve o currículo? A quem serve? Que
tipo de indivíduo forma?
É preciso pensar o currículo de uma maneira muito mais ampla, refletir
sobre a seleção (nunca inocente) de objetivos, métodos e conteúdos na medida em
que o discurso sobre currículo, mais que mera descrição, é construção de uma
identidade.
Para Williams, parafraseado por Veiga Neto, o currículo é “a porção da
cultura – em termos de conteúdos e práticas (de ensino, de avaliação, etc.) – que,
por ser considerada relevante num dado momento histórico, é traduzida para escola,
ou seja, é escolarizada” (VEIGA NETO, 1997, p. 60).
Esta “porção da cultura” a ser escolarizada é sempre uma seleção de
saberes a serem socializados que num arranjo curricular pretende “formar” um
determinado tipo de sujeito, indivíduo.
A escolarização básica deve garantir a formação do cidadão e o
desenvolvimento integral do educando mediante:
I – O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
112
II – Compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III – O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimento e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV – O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
Portanto, para legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na
diversidade desse Colégio, esta Proposta apresenta os grandes marcos orientadores
do Currículo, a partir das áreas do conhecimento: Língua Portuguesa, Matemática,
Ciências, Geografia, História, Língua Estrangeira-Inglês e Espanhol (CELEM), Arte,
Educação Física, Ensino Religioso, Física, Química, Biologia, Filosofia e Sociologia.
Assim, vale ressaltar que a função principal da escola é o trabalho com o
conhecimento que propicie aos alunos oportunidades de aprendizagem para que
adquiram “chaves conceituais de compreensão de seu mundo e de seu tempo; deve
ainda permitir que tomem consciência das operações que mobilizam durante a
aprendizagem, contribuindo para que prossigam na relação de conhecimento que é
desvendamento, compreensão e transformação do que se dá a conhecer”
(SAMPAIO, 1998, p. 147).
Dessa forma, este Colégio assume o compromisso de organizar suas
práticas para corresponder às necessidades de aprendizagem dos seus alunos,
levando em consideração o perfil dos alunos atendidos, a faixa etária, as séries,
suas condições sócio-econômicas, culturais e religiosas.
Somente a partir desse diagnóstico e, reconhecendo as especificidades de
cada um dos componentes curriculares e suas contribuições para o processo de
escolarização dos alunos, é que o coletivo desta escola obteve elementos para
decidir os encaminhamentos necessários à oferta do Ensino Fundamental e Ensino
Médio. Nesse propósito, a competência técnica e pedagógica individual dos
professores precisa estar cotidianamente a serviço do coletivo da escola cujo desafio
é o zelo pela aprendizagem de todos os seus alunos, independente das condições
sociais, econômicas e culturais.
Ao reconhecer as características dos alunos, bem como o papel da
Educação Básica, entende-se que as aulas de Educação Física não se destinam
apenas aos alunos “atletas”; as aulas de Língua Estrangeira não têm o propósito de
privilegiar aqueles alunos com melhor “proficiência”; as aulas de Matemática não se
113
destinam apenas aos “gênios”, e ainda, as aulas de Arte, por exemplo, não têm
como objetivo destacar somente “talentos”, mas oportunizar a todos os alunos
conhecimentos específicos das diferentes linguagens. Isso implica questionar
práticas excludentes que ainda persistem no meio escolar e que se não forem
superadas por encaminhamentos pedagógicos que contemplem todos os alunos no
processo de ensino e de aprendizagem estarão contribuindo para a manutenção das
desigualdades sociais que marcam a história de vida de muitos alunos de nossa
escola.
Nesse sentido, a escola se propõe a atender a diversidade social,
econômica e cultural existente assegurando o acesso, a permanência e a
aprendizagem de todos os alunos, bem como aos alunos com necessidades
educativas especiais, alunos hospitalizados ou com necessidades de tratamento
domiciliar.
O grande desafio da escola é estabelecer uma proposta de ensino que
reconheça e valorize práticas culturais dos alunos sem perder de vista o
conhecimento historicamente produzido, que se constitui em patrimônio universal.
Para isso, a escola deve proporcionar um ensino diferenciado, através da
flexibilização e adaptação curricular, planejamento específico e atendimento
especializado, ou seja, a escola precisa organizar-se e prever formas de atender às
necessidades de sua comunidade, visando à preservação da dignidade, o
fortalecimento da identidade social e o exercício da cidadania de cada um dos
envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem.
Para tanto, há que se reconhecer as diferenças e propiciar a oferta de
condições diferenciadas que viabilizem um processo educativo que lhes
proporcionem acolhimento e aprendizagem efetiva.
Nesse contexto, os educandos precisam (re)descobrir a paixão pelo
conhecimento, pelo aprender, bem como entender que o conhecimento é uma
produção humana que resulta da coletividade e é historicamente construído.
Portanto, pode e deve ser revisto, enriquecido, questionado, transformado pelas
múltiplas relações e tensões políticas, econômicas, sociais e culturais.
Os componentes curriculares serão organizados através de conteúdos
estruturantes que são recortes feitos a partir da retomada dos conteúdos disciplinares
fundamentados na idéia de conteúdos estruturantes das disciplinas escolares. Por
esses conteúdos entendem-se os saberes – conhecimentos de grande amplitude,
114
conceitos ou práticas – que identificam e organizam os campos de estudos de uma
disciplina escolar, considerados basilares e fundamentais para a compreensão de
seu objeto de estudo e/ou de suas áreas.
Estes conteúdos são selecionados a partir de uma análise histórica da
disciplina escolar. Os conteúdos específicos, por sua vez, são recortes feitos a partir
dos grandes problemas presentes nos conteúdos estruturantes e sua relação com o
cotidiano dos estudantes, não podendo distanciar-se do referencial da História das
Disciplinas.
Desta forma, passa-se à apresentação das propostas curriculares das
disciplinas que compõem as matrizes curriculares do Ensino Fundamental e do
Ensino Médio, deste Estabelecimento de Ensino.
115
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE ARTE
PARA A O ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS
E ENSINO MÉDIO
Professora: Vilma Aparecida de Sene
RIO BOM
2012
116
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
As diferentes formas de pensar a Arte e o seu ensino são constituídas nas
relações socioculturais, econômicas e políticas do momento histórico em que se
desenvolveram. Neste sentido, as diversas teorias sobre a Arte estabelecem referências
sobre sua função social, tais como: da arte poder servir a ética, a política, a religião, a
ideologia; ser utilitária ou mágica; transformar-se em mercadoria ou simplesmente
proporcionar prazer.
A história social da Arte demonstra que as formas artísticas exprimem sua
contemporaneidade, por serem produção do homem, um ser que é simultaneamente
constituído do social. Essas formas artísticas – como expressão concreta – de
visões do mundo – são determinadas, mas também determinam o contexto histórico
social, econômico e político, isto é, as transformações da sociedade implicam
condições para uma nova atitude e são por elas modificadas.
Para compreender a relação entre a arte, sociedade e cultura é importante
observar a complexidade do conceito de cultura. Um dos primeiros sentidos dados
ao termo cultura foi o de cultivo, de crescimento, de cuidado com colheitas e animais
e, por extensão, de cuidado com crescimento das faculdades humanas.
A Arte é concebida como fonte de humanização e por meio dela o ser
humano se torna consciente da sua existência individual e social; percebe-se e se
interroga, é levado a interpretar o mundo e a si mesmo. A Arte ensina a desaprender
os princípios das obviedades atribuídas aos objetos e às coisas, é desafiadora,
expõe contradições, emoções e os sentidos de suas construções. Por isso, o ensino
da arte deve interferir e expandir os sentidos, a visão de mundo, aguçar o espírito
crítico para que o aluno possa situar-se como sujeito de sua realidade histórica.
O objeto específico da Arte é a existência humana.
A disciplina de Arte, além de promover conhecimento sobre diversas áreas
de arte deve possibilitar ao aluno a experiência de um trabalho de criação total e
unitário. O aluno pode, assim, dominar todo o processo produtivo do objeto: desde a
criação do projeto, a escolha dos materiais e do instrumental mais adequado aos
objetivos que estabeleceu, a metodologia que adotará e, finalmente, a produção e a
destinação que dará ao objeto criado.
Além disso, a disciplina Arte tem uma forte característica interdisciplinar que
possibilita a recuperação da unidade do trabalho pedagógico, pois seus conteúdos
117
de ensino ensejam diálogos com a história, a filosofia, a geografia, a matemática, a
sociologia, a literatura, etc.
O ensino na disciplina de Arte tem os seguintes objetivos:
instrumentalizar o aluno com um conjunto de saberes em arte que lhe
permita utilizar o conhecimento estético na compreensão das diversas
manifestações culturais;
observar as relações entre a Arte e a realidade, investigando,
indagando interesse e curiosidade, exercitando a discussão, a sensibilidade,
argumentando e apreciando a arte de modo criativo;
desenvolver no educando potencialidades crítico-expressivas,
estruturando seu conhecimento, segundo sua percepção e consciência do mundo
em que vive, aliando o ver, o pensar, o fazer e o criar;
possibilitar a formação de um leitor de mundo mais crítico e eficiente
dos seus posicionamentos e tomadas de atitudes;
entender o homem como um todo: razão, emoção, pensamento,
percepção, imaginação e reflexão, buscando ajudá-lo a compreender a realidade e a
transformá-la;
oportunizar ao aluno o conhecimento tanto erudito como popular,
através dos movimentos artísticos, patrimoniais e seus precursores.
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
ELEMENTOS FORMAIS
Esse conteúdo estruturante estará presente em todas as áreas artísticas,
desdobrando-se em conteúdos específicos em cada uma delas. O artista/autor
organiza esses elementos da(s) linguagem(s), visando a criação artística; gerando
signos que possibilitam a interpretação para o espectador/fruidor.
COMPOSIÇÃO
Esse conteúdo estruturante também vai estar presente em todas as áreas
artísticas, configurando-se na organização e articulação dos elementos básicos das
mesmas na forma de composição, improvisação ou interpretação, ou seja, nas
produções/manifestações percebidas pelos sentidos humanos.
118
MOVIMENTOS E PERÍODOS
Ampliam e aprofundam a apreensão do objeto de estudos. Abrangem a
contextualização histórica (social, política, econômica e cultural), elementos e rituais
de matriz africana nas manifestações populares brasileiras, autores/artistas, os
gêneros, os estilos, as técnicas, as várias correntes artísticas e as relações
identitárias (local/regional/global) tanto do autor, como do aluno com a obra.
ENSINO FUNDAMENTAL – 6º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área ELEMENTOS
FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
ARTES VISUAIS
Ponto Linha Superfície Textura Volume Forma Cor Luz
Bidimensional Figurativa Geométrica, simetria Técnicas: pintura, escultura, arquitetura, entre outras Gênero: cenas da Mitologia
MÚSICA
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo Melodia Escalas: diatônica, pentatônica, cromática e improvisação
TEATRO
Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
Enredo, roteiro Espaço cênico e adereços Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara Gênero: tragédia, comédia e circo
Arte greco-romana Arte Africana Arte Oriental Arte da Pré-história
Greco-romana Oriental Ocidental Africana
Greco-romana Teatro oriental Teatro medieval Renascimento
DANÇA Movimento corporal Tempo Espaço
Kinesfera Eixo Ponto de Apoio Movimentos articulares Fluxo (livre e interrompido) Rápido e lento Formação Níveis (alto, médio e baixo) Deslocamento (direto e indireto) Dimensões (pequeno e
Pré-história Greco-romana Renascimento Dança clássica
119
grande) Técnica: improvisão Gênero: circular
ENSINO FUNDAMENTAL – 7º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área ELEMENTOS
FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
ARTES VISUAIS
Ponto Linha Superfície Textura Volume Forma Cor Luz
Proporção Tridimensional Figura e fundo Abstrata Perspectiva Geométrica, simetria Técnicas: pintura, escultura, modelagem, gravura, entre outras Gênero: paisagem, retrato e natureza morta
MÚSICA
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo Melodia Escalas Gêneros: folclórico, indígena, popular e étnico Técnicas: vocal, instrumental, mista, improvisação
TEATRO
Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
Representação Leitura dramática Cenografia Técnicas: jogos teatrais, mímicas, improvisação, formas animadas, ... Gêneros: rua e arena Caracterização
Arte indígena Arte popular Brasileira e paranaense Renascimento Barroco
Música popular e étnica (ocidental e oriental)
Comédia dell'arte Teatro popular Brasileiro e paranaense Teatro africano
DANÇA Movimento corporal Tempo
Ponto de apoio Rotação Coreografia Salto e queda Peso (leve e pesado) Fluxo (livre, interrompido e conduzido) Lento, rápido e moderado
Dança Popular: - Brasileira - Paranaense - Africana - Indígena
120
Espaço
Níveis (alto, médio e baixo) Formação Direção Gênero: folclórico, popular e étnico
ENSINO FUNDAMENTAL – 8º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área ELEMENTOS
FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
ARTES VISUAIS
Linha Forma Textura Superfície Volume Cor Luz
Semelhanças Contrastes Ritmo visual Estilização Deformação Técnicas: desenho, fotografia, audio-visual e mista, entre outras
MÚSICA
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo Melodia Harmonia Tonal, modal e a fusão de ambos Técnicas: vocal, instrumental e mista
TEATRO
Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais
Ação
Espaço
Representação no cinema e mídias Texto dramático Maquiagem Sonoplastia Roteiro Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica ...
Indústria cultural Arte no século XX Arte contemporânea
Indústria cultural Eletrônica Minimalista Rap, Rock, Tecno
Indústria cultural Realismo Expressionismo Cinema Novo
DANÇA Movimento corporal Tempo Espaço
Giro Rolamento Saltos Aceleração e desaceleração Direções (frente, atrás, direita e esquerda) Improvisação Coreografia Sonoplastia Gênero: Indústria, Cultural e espetáculo
Hip Hop Musicais Expressionismo Indústria Cultural Dança moderna
121
ENSINO FUNDAMENTAL – 9º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área ELEMENTOS
FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
ARTES VISUAIS
Linha Superfície Textura Volume Forma Cor Luz
Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Ritmo visual Técnica: pintura, grafitte, performance ... Gêneros: paisagem urbana e cenas do cotidiano
MÚSICA
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo Melodia Harmonia Técnicas: vocal, instrumental e mista Gêneros: popular, folclórico e étnico
TEATRO
Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
Técnicas: Monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio, Teatro - Fórum, ... Dramaturgia Cenografia Sonoplastia Iluminação Figurino
Realismo Vanguardas Muralismo e Arte Latino-Americana Hip Hop
Música engajada Música popular brasileira Música contemporânea
Teatro engajado Teatro do oprimido Teatro pobre Teatro do absurdo Vanguardas
DANÇA
Movimento corporal Tempo Espaço
Kinesfera Ponto de apoio Peso Fluxo Quedas Saltos Giros Rolamentos Extensão (perto e longe) Coreografia Deslocamento Gênero: Performance e moderna
Vanguarda Dança moderna Dança contemporânea
122
ENSINO MÉDIO
ARTE E IDEOLOGIA
A arte é produto de um conjunto de idéias, crenças e doutrinas, próprias de
uma sociedade, de uma época ou de uma classe. A arte não é só ideologia, porém,
ela está presente nas produções artísticas.
ARTE E SEU CONHECIMENTO
A arte é organizada e estruturada por um conhecimento próprio, ao mesmo
tempo possui um conteúdo social, que tem como objeto o ser humano em suas
múltiplas dimensões.
ARTE E TRABALHO CRIADOR
A arte é uma forma de trabalho onde ao criar o ser humano se recria,
constituindo-se como ser que toma posição ante o mundo. O trabalho artístico além
de representar, objetivamente ou não, uma dada realidade constitui-se, em si
mesma, numa nova realidade.
Sem a criação e o trabalho, a arte deixa de ser arte e não há aprendizagem.
O educando precisa passar pelo fazer artístico.
123
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área ELEMENTOS
FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
ARTES VISUAIS
Ponto Linha Superfície Textura Volume Luz Cor Forma
Figurativa Abstrata Figura/fundo Bidimensional/tridimensional Semelhanças Contrastes Ritmo visual Gêneros Técnicas Perspectiva Simetria Deformação Estilização Técnica: Pintura, desenho, modelagem, instalação, performance, fotografia, gravura e esculturas, arquitetura, história em quadrinhos...
Gêneros: paisagem, natureza-morta, Cenas do
Cotidiano, Histórica, Religiosa, da Mitologia...
Arte Ocidental Arte Oriental Arte Africana Arte Brasileira Arte Paranaense Arte Popular Arte de Vanguarda Indústria Cultural Arte Contemporânea Arte Latino-Americana
MÚSI-CA
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo Melodia Harmonia Escalas: Tonal, Modal e Fusão de ambos Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico e folclore Pop Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista, Improvisação
Música Popular Brasileira Paranaense Popular Industrial Cultural Engajada Vanguarda Ocidental Oriental Africana Latino-Americana
124
TEA-TRO
Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
Representação Sonoplastia/iluminação/ cenografia/figurino/ caracterização/maquiagem/ adereços Técnicas Jogos teatrais: teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro- fórum Roteiro Encenação e leitura dramática Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e Épico Dramaturgia Representação nas mídias Caracterização Cenografia, sonoplastia, figurino e iluminação Direção Produção
Teatro: Greco-Romano Medieval Brasileiro Paranaense Popular Indústria Cultural Engajado Dialético Essencial Oprimido Pobre Vanguarda Renascentista Teatro Latino-Americano Teatro Realista Teatro Simbolista
DANÇA
Movimento corporal Tempo Espaço
Kinesfera Fluxo Peso Eixo Salto e Queda Giro Rolamento Movimentos articulares: lento, rápido e moderado Aceleração e desaceleração Níveis: deslocamento, direções, planos Improvisação Coreografia Gêneros: espetáculo, indústria cultural, étnica, folclórica, populares e salão
Pré-história Greco-Romana Medieval Renascimento Dança Clássica Dança Popular Brasileira Paranaense Africana Indígena Hip Hop Indústria Cultural Dança Moderna Vanguardas Dança Contemporânea
125
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área ELEMENTOS
FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
ARTES VISU-AIS
Ponto Linha Forma Superfície Textura Volume Luz Cor
Perspectiva Simetria Deformação Estilização Bidimensional Ritmo visual Gêneros Técnicas
Arte Ocidental Arte Africana Arte Paranaense Arte Popular
MÚSI-CA
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico e folclore Pop Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista, Improvisação
Engajada Vanguarda Ocidental Popular brasileira Música paranaense
TEA-TRO
Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
Técnicas Jogos teatrais: teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro- fórum Roteiro Encenação e leitura dramática
Teatro: Brasileiro Latino-Americano Greco-Romano Medieval Paranaense
DAN-ÇA
Movimento corporal Tempo
Kinesfera Fluxo Peso Eixo Movimentos articulados Níveis
Pré-história Greco-Romana Dança Clássica Dança Popular
126
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área ELEMENTOS
FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
ARTES VISUAIS
Ponto Linha Forma Superfície Textura Volume Luz Cor
Abstrato Perspectiva Figura e fundo Deformação Estilização Ritmo visual
Arte Paranaense Arte Popular Arte Brasileira Arte Ocidental Arte Oriental Arte Africana Arte Contemporânea Arte Latino-Americana
MÚSICA
Intensidade Densidade Altura Duração Timbre
Ritmo Melodia Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista, Improvisação
Música Popular Música Popular Brasileira Música Paranaense Ocidental
TEATRO
Personagem: Expressões faciais Ação Espaço
Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e Épico Dramaturgia Representação nas mídias Caracterização Cenografia, sonoplastia, figurino e iluminação Direção Produção Encenação Adereços Jogos Dramáticos
Teatro: Brasileiro Oprimido Pobre Latino-Americano Popular Engajado
DANÇA
Movimento corporal Tempo Espaço
Movimentos articulares: lento, rápido e moderado Aceleração e desaceleração Níveis: deslocamento, direções, planos
Dança Clássica Dança Popular Brasileira Dança Africana Dança Indígena
127
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área ELEMENTOS
FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
ARTES VISU-AIS
Ponto Linha Forma Superfície Textura Volume Luz Cor
Figura/fundo Simetria Deformação Estilização
Arte Oriental Arte Africana Arte Contemporânea Arte Latino-Americana Arte da Vanguarda
MÚSICA
Intensidade Densidade
Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico e folclore Pop
Ocidental Oriental Africana Latino-Americana Indústria Cultural
TEA-TRO
Personagem: Expressões vocais, gestuais Espaço
Sonoplastia/iluminação/ cenografia/figurino/ caracterização/maquiagem/ adereços Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e Épico Dramaturgia Representação nas mídias Caracterização Cenografia e iluminação
Teatro: Latino-Americano Realista Simbolista Dialético Vanguarda Renascentista
DANÇA
Movimento corporal Espaço
Movimentos articulares: lento, rápido e moderado Aceleração e desaceleração Gêneros: espetáculo, indústria cultural, étnica, folclórica, populares e salão.
Dança Clássica Africana Indígena Medieval
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
No Ensino Fundamental e Médio, o enfoque cultural permeia as discussões
em Arte, pois é na associação entre a Arte e a Cultura que podem se dar as
reflexões sobre a diversidade cultural e as produções/manifestações culturais que
dela decorrem (fundamentada nas leis: Lei 11645/08, Lei 10639/03 e Lei 9795/99).
128
Buscar-se-á formas originais e interdisciplinares de expressar ideias com o
grupo, promovendo observações, experimentações, discussões e análises para que
se possa entrar em contato, não só com as formas e linguagens técnicas, mas
também com ideias e reflexões propostas pelas diferentes linguagens artísticas.
A cultura será abordada como resultante do trabalho que abrange as
práticas sociais historicamente construídas pelos sujeitos, assim propiciando o auto-
conhecimento; desse modo, ela funciona como uma lente, através da qual se vê, se
compreende, se inclui, se localiza, se insere na diversidade.
Entende-se, assim, que aprender arte envolve não apenas uma atividade de
produção artística pelos alunos, mas também compreende o que fazer e o que os
outros fazem, pelo desenvolvimento da percepção estética, no contato com o fenômeno
artístico, visto como objeto de cultura na história humana e como conjunto das relações.
Sabe-se, também, que ao fazer e conhecer arte, o aluno percorre os
trajetos de aprendizagem que proporcionam conhecimentos específicos sobre sua
relação com o mundo. Além disso, desenvolve potencialidades que podem contribuir
para a consciência de seu lugar no mundo e para compreensão de conteúdos das
outras áreas de conhecimento.
Serão contemplados, também, os Desafios Educacionais Contemporâneos:
- História e Cultura dos Povos Indígenas
- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
- Política Nacional de Educação Ambiental
- Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento da
Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.
Contempla, também, a legislação vigente / Desafios Educacionais
Contemporâneos:
- Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas;
- Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
- Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e
Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenção
ao Uso Indevido de Drogas.
129
4 AVALIAÇÃO
A concepção de avaliação na disciplina de Arte nesta Proposta Curricular é
diagnóstica, formativa e processual. É diagnóstica por ser referência para se planejar
as aulas e avaliar os alunos; é processual por pertencer a todos os momentos da
prática pedagógica. A avaliação processual irá incluir formas de avaliação da
aprendizagem, e do ensino, bem como a auto avaliação dos alunos.
De acordo com a LDB nº 9394/96, art. 24, inciso V, a avaliação é contínua
e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalências dos aspectos qualitativos
sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais.
Assim, a avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de
mediação da apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagens e não
estabelecer parâmetros comparativos entre os alunos; discute dificuldades e
progressos de cada um a partir da própria produção de modo que leva em conta a
sistematização dos conhecimentos para a compreensão mais efetiva da realidade.
Propõe-se, então, o método que inclui observação e registro do processo
de aprendizagem, com os avanços e dificuldades na apropriação do conhecimento
pelos alunos. O aluno será avaliado através da observação de como ele soluciona
os problemas apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas discussões
em grupo. Como sujeito desse processo, o aluno também deve elaborar seus
registros de forma sistematizada. As propostas serão socializadas em sala, com
oportunidades para o aluno apresentar, refletir e discutir sua produção e a dos
colegas.
Portanto, o conhecimento que o aluno acumula será socializado entre os
colegas, ao mesmo tempo constituindo-se como referência para que se possa
propor abordagens diferenciadas.
Afim de obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são necessários
vários instrumentos de verificação, tais como: trabalhos artísticos, individuais e em
grupo, pesquisa bibliográfica e de campo, debates em forma de seminários e
simpósios; provas teóricas e práticas, registros em forma de relatórios, gráficos,
portfólio, áudio-visual e outros.
Por meio desses instrumentos, é possível obter o diagnóstico necessário
para o planejamento e o acompanhamento da aprendizagem durante o ano letivo,
130
visando as seguintes expectativas: a compreensão dos elementos que estruturam e
organizam a arte e sua relação com a sociedade contemporânea; a produção de
apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas diversas
culturas e mídias relacionadas a produção, divulgação e consumo.
Na disciplina de Arte serão adotados procedimentos diferenciados de
avaliação, visando ao desenvolvimento formativo e cultural do aluno, conforme artigo
8º da Deliberação nº 07/99-CEE. As avaliações serão registradas através de notas
expressas numa escala de 0 (zero) a 10,0 (dez). O sistema de avaliação será
bimestral e será composto pela somatória das notas atribuídas através de diversos
instrumentos passíveis de avaliação no processo ensino-aprendizagem.
Quanto à recuperação de estudos, esta é direito dos alunos
independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos. A
recuperação de estudos ocorrerá de duas formas: com a retomada do conteúdo a
partir do diagnóstico oferecido pelos instrumentos de avaliação e com a reavaliação
do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
A recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de
procedimentos didático-metodológicos diversificados, não devendo incidir sobre
cada instrumento e sim sobre os conteúdos não apropriados.
O peso da recuperação de estudos deverá ser proporcional às avaliações
como um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos
conteúdos, permanecendo a nota maior. Os estudos de recuperação não poderão
ser considerados como um adendo a nota.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.
A promoção se dará através da apuração dos resultados da avaliação do
aproveitamento escolar do durante o ano letivo em todas as disciplinas (mínimo 6,0
(seis vírgula zero)), aliada a sua freqüência.
5 REFERÊNCIAS
Apostilas dos Grupos de Estudo Arte e Cultura Afro 2006.
131
Arte / vários autores. Livro didático público. Curitiba-PR: SEED, 2006. 336 p.
FISCHER, Ernst. A necessidade da Arte. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
Inserção dos conteúdos de História e Cultura Afro-brasileira nos Currículos
escolares: o que diz a lei. Vários autores. Janeiro, 2003.
OSTROWER, Fayga. Universo da Arte. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1991.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos
conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares.
Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares de Arte e Artes para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
PROENÇA, Graça. História da arte. 10. ed. São Paulo: Ática, 1997.
______. Descobrindo a história da arte. 2. ed. São Paulo: Ática, 2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012.
132
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE BIOLOGIA
ENSINO MÉDIO
Professoras: Eliane de Fátima Ferreira
Elizabeth Cotting dos Santos
RIO BOM
2012
133
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE BIOLOGIA
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
É objeto de estudo da disciplina de Biologia o fenômeno VIDA, que ao longo
da história da humanidade, com muitos conceitos elaborados, tentam explicá-lo e ao
mesmo tempo compreendê-lo. A história da ciência mostra que tentativas de definir
VIDA têm origem na antiguidade. Ideias desse período, que contribuíram para o
desenvolvimento da Biologia, tiveram como um dos principais pensadores, o filósofo
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), que deixou contribuições relevantes quanto à
organização dos seres vivos, com interpretações filosóficas que buscavam, dentre
outras, explicações para a compreensão da natureza.
Na idade média, foi a igreja, pois se tornara uma instituição poderosa em
todos os aspectos; religioso quanto no social, político e econômico. O conhecimento
sobre o universo vinculado a um Deus criador, foi oficializado pela Igreja Católica
que o transformou em dogma. Já na renascença, após o rompimento da visão
teocêntrica e da concepção filosófico-teológica medieval, também foi marcada pelo
confronto de idéias: Naturalistas utilizavam o pensamento matemático como
instrumento para interpretar a ordem mecânica da natureza (ROSSI, 2001), outros,
como os botânicos, realizavam seus estudos sob o enfoque descritivo.
Na zoologia, a descrição dos animais também se desenvolveu,
diferentemente da botânica, onde os animais eram analisados de forma comparativa,
dando uma atenção especial à sua organização na scala naturae naquilo que para
nós, hoje, representa a ecologia.
Os estudos de zoologia avançaram muito após o ano de 1800, com os
avanços tecnológicos, principalmente no tocante a estudos anatômicos
comparativos, com grande contribuição de Aristóteles (RONAN, 1987a; MAYR,
1988), nas observações e descrições quanto à sistemática animal.
A partir daí surgiram denominações, já em escala hierárquica como: gênero,
família, espécie, ordem, mesmo contrariando opiniões de naturalistas, que se
contrapuseram em relação a Carl von Linné (1707-1778), considerado o principal
organizador do sistema moderno de classificação científica dos organismos, propôs
em sua obra Systema Naturae (1735), a organização dos seres vivos a partir de
características estruturais, anatômicas e comportamentais.
134
O filósofo Francis Bacon (1561 - 1626), mesmo em meio às contradições do
período histórico, teve seu pensamento voltado para o domínio do ser humano sobre
a natureza.
Mesmo assim, durante muito tempo sucedeu-se os embates teóricos em
relação à origem da VIDA. Esses embates tornaram-se mais evidentes com a
geração espontânea, aceitas pelos naturalistas até o século XIX, e que já
começaram a ser contrariadas no século XVII, quando o físico italiano Francesco
Redi (1626-1698), entre outros, apresentou estudo sobre biogênese.
Muitas discussões e contradições estabeleceu-se durante o passar dos
anos, com a participações de filósofos, pesquisadores , onde já no século XIX, a
Biologia fez grandes progressos com a proposição da teoria celular, a partir das
descrições feitas por naturalistas como os alemães Matthias Schleiden (1804 -
1881), em 1838, e Theodor Schwann (1810 - 1882), em 1839, ao afirmarem que
todas as coisas vivas – animais e vegetais – eram compostas por células.
No século XX, a nova geração de geneticistas confirmou os trabalhos de
Mendel e provocou uma revolução conceitual na Biologia que contribuiu para a
construção de um modelo explicativo dos mecanismos evolutivos, vinculados ao
material genético, sob influência do pensamento biológico evolutivo.
Os estudos do geneticista Thomas Hunt Morgan (1866 - 1945) contribuíram
para que a genética se desenvolvesse como ciência e, aliada aos movimentos
políticos e tecnológicos decorrentes das grandes guerras, promoveu uma
ressignificação do darwinismo e deu força ao processo de unificação das ciências
biológicas, onde a Biologia, no contexto histórico e social, começou a ser vista como
utilitária pela aplicação de seus conhecimentos na medicina, na agricultura e em
outras áreas.
O progresso da ciência, do trabalho científico nas instituições de pesquisa
surgiram com grande evidência em meados da década de 1970, onde a crise da
ciência ficou exposta, como também a necessidade de rever o método de
construção do conhecimento científico.
Com isso, a ampliação da Biologia, ela se diversificou. Uma delas é a
biologia molecular, considerada por Mayr (1998) o centro dos interesses biológicos
na atualidade. Avanços na bioquímica, biofísica e à própria biologia molecular,
permitiram o desenvolvimento de inovações tecnológicas e interferiram no
pensamento biológico evolutivo. Em se tratando de Genética, ainda hoje, há muitas
135
discussões relacionadas sobre o fenômeno VIDA, principalmente no tocante ao
manipular e modificar a estrutura físico-química dos seres vivos e as consequentes
alterações biológicas.
A necessidade de organizar, sistematizar e agrupar o conhecimento
produzido pelo ser humano fez surgir as primeiras universidades medievais, nos
séculos IX e X, como as de Bolonha e Paris, onde sistematizou-se o conhecimento
acumulado durante séculos e passou-se a discutí-lo de forma veemente, mesmo
sobre influências religiosas.
Para a ciência, em especial para a Biologia, pretendeu mostrar como se deu
a construção do pensamento biológico, onde essa construção ocorre em
movimentos não-lineares, com momentos de crises, mudanças de paradigmas e de
busca constante por explicações sobre o fenômeno VIDA. Fundamentam-se na
concepção histórica da ciência articulada aos princípios da filosofia da ciência, que a
partir da dimensão histórica da disciplina de Biologia, foram identificados os marcos
conceituais da construção do pensamento biológico.
Desde o paleolítico, o ser humano, caçador e coletor, as observações dos
diferentes tipos de comportamento dos animais e da floração das plantas foram
registradas nas pinturas rupestres como forma de representar sua curiosidade em
explorar a natureza. Só que aos poucos, percebeu-se que a disciplina de Biologia no
Ensino Médio deixou muito a desejar quanto aos aspectos da compreensão da
natureza em si, mas somente modelos teóricos elaborados pelo ser humano,
buscou-se, então, o conceito de VIDA, na história da ciência, influências religiosas,
econômicas, políticas e sociais impulsionaram essa construção.
No Brasil, a primeira tentativa de organização do ensino correspondente ao
atual ensino médio foi a criação do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, em 1838.
Na década de 1950, a tendência da abordagem pedagógica em ciências,
era tratar dos conteúdos considerando os vários grupos de organismos
separadamente, e as suas relações filogenéticas (KRASILCHIK, 2004, p.14). As
aulas práticas tinham como meta tão somente ilustrar as aulas teóricas. Destaca-se,
nesse período, a incorporação curricular de conteúdos decorrentes da produção
científica após Segunda Guerra Mundial.Em 1946, foi criado o Instituto Brasileiro de
Educação, Ciência e Cultura (IBECC), onde que, com as primeiras instituições
brasileiras de produção de materiais didáticos, promovia a melhoria científica dos
136
alunos que ingressariam no ensino superior e, assim , contribuíam significativamente
ao desenvolvimento nacional.
Ainda na década de 1960, conforme Krasilchick (2004), três fatores
provocaram alterações no ensino médio do Brasil:
- o progresso da Biologia;
- a constatação internacional e nacional da importância do ensino de
ciências como fator de desenvolvimento;
- a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 4.O24, de 2 de
dezembro de 1961, que transferiu as decisões curriculares da administração federal
para um sistema de cooperação entre a União, os Estados e os Municípios.
O sistema de ensino brasileiro sofreu mudanças significativas com a promulgação da Lei n.
5.692/71 que reformulou o ensino (básico) estruturando o primeiro e segundo graus. Lei essa, que
trazia, dentre outras alterações, o estabelecimento de um ensino tecnicista e a formação técnica
compulsória para o segundo grau, visando atender o regime vigente, voltado para a ideologia do
nacionalismo desenvolvimentista (DEMARCHI D´AGOSTINI, 2000), onde, ao invés de formar o futuro
cientista ou profissional liberal, mas principalmente ao trabalhador, peça essencial para responder às
demandas do desenvolvimento (KRASILCHIK, 1987, p. 18).
No final da década de 1980 e início da seguinte, no Estado do Paraná, a
Secretaria de Educação propôs o Programa de Reestruturação do Ensino do
Segundo Grau sob o referencial teórico da pedagogia histórico-crítica, na qual o
conteúdo é visto como produção histórica e social, sendo que a instituição escolar
tem a obrigação de oferecer o conhecimento historicamente construído pela
humanidade e o aluno tem o direito de conhecer.
Nessa perspectiva, o ensino de 2º grau deve propiciar aos alunos o domínio de fundamentos das técnicas diversificadas, utilizados no processo de produção e não o mero adestramento de técnicas produtivas. Esta concepção está a exigir medidas a curto, médio e longo prazo, voltadas ao suprimento e apoio à Rede Estadual de Ensino, visando propiciar meios para que ele cumpra suas funções e atinja plenamente seus objetivos, incluindo medidas de avaliação da atual política educacional, como também, das estratégias utilizadas para viabilização das práticas pedagógicas. (PARANÁ, 1993, p.iv)
Para o ensino da disciplina, a proposta estabelecia seis temas que
envolviam as respectivas ciências de referência da Biologia e noções de
desenvolvimento científico e tecnológico:
1 . Relações dos seres vivos e seu meio ambiente;
2 . Organização dos seres vivos;
137
3 . Classificação dos seres vivos;
4 . Heredietariedade e ambiente;
5 . Desenvolvimento científico e tecnológico no campo da Biologia;
6. Saúde humana.
Apesar da tentativa de superar o ensino tradicional e tecnicista com a
pedagogia histórico-crítica, o documento de reestruturação do 2º grau ainda
apresentava os conteúdos de Biologia divididos em blocos tradicionais, reunidos em
temas geradores, reproduzindo o padrão de livros didáticos disponíveis no mercado.
Em 1998, foram promulgadas as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio
(DCNEM – Resolução CNE/CEB nº 03/98), para normatizar a LDB nº 9.394/96.
Em 2003, com as mudanças no cenário político nacional e estadual, iniciou-
se no Paraná um processo de discussão coletiva com objetivo de produzir novas
Diretrizes Curriculares para estabelecer novos rumos e uma identidade para o
ensino de Biologia. A versão final das Diretrizes Curriculares foi editada em 2008.
Estas Diretrizes Curriculares fundamentam-se na concepção histórica da ciência
articulada aos princípios da filosofia da ciência. A partir da dimensão histórica da
disciplina de Biologia, foram identificados os marcos conceituais da construção do
pensamento biológico. Estes marcos foram adotados como critérios para escolha
dos conteúdos estruturantes e dos encaminhamentos metodológicos.
Como elemento da construção científica, a Biologia deve ser entendida
como processo de produção do próprio desenvolvimento humano (ANDERY, 1988).
O avanço da Biologia, portanto, é determinado pelas necessidades materiais do ser
humano com vistas ao seu desenvolvimento, em cada momento histórico.
O ensino da disciplina de Biologia desse estabelecimento tem como
objetivos desenvolver no aluno a capacidade de:
- problematizar a realidade, formular hipóteses, planejar e executar
investigações, dados, estabelecer críticas e conclusões;
- relacionar diversos conhecimentos específicos entre si e com outras áreas
do conhecimento;
- priorizar o desenvolvimento de conceitos cientificamente produzidos;
- refletir constantemente sobre as mudanças de conceitos cientificamente
produzidos em decorrência de questões emergentes.
138
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS
ENSINO MÉDIO
Conteúdos Estruturantes
- Organização dos Seres Vivos
- Mecanismos Biológicos
- Biodiversidade
- Manipulação Genética
Conteúdos Básicos
- Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos.
- Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia.
- Mecanismo de desenvolvimento embriológico.
- Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos.
- Teorias evolutivas.
- Transmissão das características hereditárias.
- Dinâmica dos ecossistemas: relação entre os seres vivos e interdependência com o
ambiente.
- Organismos geneticamente modificados.
CONTEÚDOS EJA ENSINO MÉDIO
Conteúdos Estruturantes
- Organização dos Seres Vivos
- Mecanismos Biológicos
- Biodiversidade
- Manipulação Genética
Conteúdos Básicos
- Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos.
- Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia.
- Mecanismo de desenvolvimento embriológico.
- Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos.
- Teorias evolutivas.
- Transmissão das características hereditárias.
- Dinâmica dos ecossistemas: relação entre os seres vivos e interdependência com o
ambiente.
- Organismos geneticamente modificados.
139
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Em concordância com a Diretriz Curricular do Ensino de Biologia, a
abordagem dos conteúdos deve permitir a integração dos conteúdos estruturantes
de modo que, ao introduzir a classificação dos seres vivos, como tentativa de
conhecer e compreender a diversidade biológica, agrupando-os e categorizando-os,
seja possível, também, discutir o mecanismo de funcionamento, o processo
evolutivo, a extinção das espécies e o surgimento natural e induzido de novos seres
vivos. Deste modo, a abordagem do conteúdo classificação dos seres vivos não se
restringe a um único conteúdo estruturante. Ao adotar este abordagem pedagógica,
o início do trabalho poderia ser o conteúdo específico organismos geneticamente
modificados, partindo-se da compreensão das técnicas de manipulação do DNA,
comparando-as com os processos naturais que determinam a diversidade biológica,
chegando à classificação dos seres vivos. Portanto, é imprescindível que se perceba
a interdependência entre os quatro conteúdos estruturantes. Outro exemplo é a
abordagem do funcionamento dos Sistemas que constituem os diferentes grupos de
seres vivos. Parte-se do conteúdo estruturante Mecanismos Biológicos, incluindo-se
o conteúdo estruturante Organização dos Seres Vivos, que permitirá estabelecer a
comparação entre os sistemas, envolvendo, inclusive, a célula, seus componentes e
respectivas funções. Neste contexto, é importante que se perceba que a célula tanto
pode ser compreendida como elemento da estrutura dos seres vivos quanto um
elemento que permite observar, comparar, agrupar e classificar os seres vivos.
Da mesma forma, a abordagem do conteúdo estruturante Biodiversidade
envolve o reconhecimento da existência dos diferentes grupos e mecanismos
biológicos que determinam a diversidade, envolvendo a variabilidade genética, as
relações ecológicas estabelecidas entre eles e o meio ambiente, e os processos
evolutivos pelos quais os seres vivos têm sofrido modificações naturais e as
produzidas pelo homem.
De acordo com as Diretrizes, os experimentos podem ser o ponto de
partida para desenvolver a compreensão de conceitos ou permitir a aplicação das
ideias discutidas em aula, de modo a levar os alunos a aproximarem teoria e prática
e, ao mesmo tempo, permitir que o professor perceba as explicações e as dúvidas
manifestadas por seus alunos.
140
De acordo com Saviani (1997) e Gasparin (2002), os conteúdos específicos
de Biologia, necessita apoiar-se num processo pedagógico em que:
- a prática social se caracterize como ponto de partida, cujo objetivo é
perceber e denotar, dar significação às concepções alternativas do aluno a partir de
uma visão sincrética, desorganizada, de senso comum a respeito do conteúdo a ser
trabalhado;
- a problematização implique o momento para detectar e apontar as
questões serem resolvidas na prática social e, por consequência, estabelecer que
conhecimentos são necessários para a resolução destas questões e as exigências
sociais de aplicação desse conhecimento;
- a instrumentalização consiste apresentar os conteúdos sistematizados
para que os alunos assimilem e o transformem em instrumento de construção
pessoal e profissional. Os alunos devem se apropriar das ferramentas culturais
necessárias à luta social para superar a condição de exploração em que vivem;
- a catarse seja a fase de apropriação entre o conhecimento adquirido pelo
aluno e o problema em questão. A partir da apropriação dos instrumentos culturais,
transformados em elementos ativos de transformação social, o aluno passa a
entender e elaborar novas estruturas de conhecimento, ou seja, passa da ação para
a conscientização;
- o retorno à prática social se caracterize pela apropriação do saber
concreto e pensado para atuar e transformar as relações de produção que impedem
a construção de uma sociedade mais igualitária. A visão sincrética apresentada pelo
aluno no início do processo passa por um estágio de menor compreensão do
conhecimento científico a uma fase de maior clareza e compreensão, explicitada
numa visão sintética. O processo educacional põe-se a serviço da referida
transformação das relações de produção.
Ao adotar esta estratégia e ao retomar as metodologias que favorecem a
determinação dos marcos conceituais apresentados pelas Diretrizes Curriculares
para o ensino de Biologia, serão considerados os princípios metodológicos usados
naqueles momentos históricos, porém, adequados ao ensino da atualidade.
Devem-se considerar também as aulas demonstrativas como importante
estratégia de ensino. Entretanto, é preciso permitir a participação do aluno e não
apenas tê-lo como observador passivo. Algumas vezes, a atividade prática
141
demonstrativa implica a ideia da existência de verdades definidas e formuladas em
leis já comprovadas, isto é, de uma ciência de realidade imutável.
De outro lado, a atividade prática, como resolução de problemas ou de
hipóteses, pode trazer uma concepção de Ciência diferente, como interpretação da
realidade, de maneira que as teorias e hipóteses são consideradas explicações
provisórias. Nesse caso, estabelece-se maior contato do aluno com o experimento e
com a atitude científica.
Outra estratégia que, além de integrar conhecimentos, veicula uma
concepção sobre a relação homem-ambiente e possibilita novas elaborações em
pesquisa, é o estudo do meio. Este estudo pode ocorrer em locais como: parques,
praças, terrenos baldios, praias, bosques, rios, zoológicos, hortas, mercados, aterros
sanitários, fábricas, etc.
Também os jogos didáticos contribuem para gerar desafios, conforme
Moura (1994), o jogo é considerado uma estratégia impregnada de conteúdos
culturais a serem veiculados na escola. Ele detém conteúdos com finalidade de
desenvolver habilidades de resolução de problemas, o que representa a
oportunidade de traçar planos de ações para atingir determinados objetivos.
Serão utilizados como recursos pedagógicos e tecnológicos: TV Pendrive,
retroprojetor de slides e transparências, microscópio óptico, quadro-de-giz, atlas, etc.
Os conteúdos específicos de Biologia se apoiarão num processo
pedagógico em que a prática social se caracterize como ponto de partida levando a
problematização, a instrumentalização e a catarse retornando à prática social que se
caracterizará na apropriação do saber concreto e pensado.
EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
142
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas
Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
De acordo com a Lei 10.639/03, que torna obrigatória a presença de
conteúdos relacionados à História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, igualmente
deve ser resguardado o espaço para a abordagem da História e Cultura dos Povos
Indígenas, em concordância com a Lei nº 11.645/08, e quanto ao trabalho
envolvendo educação ambiental, em concordância com a Lei nº 9.795/99, que afirma
“A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. Sendo assim,
serão adotadas nas aulas de Biologia onde deverá ser uma prática integrada,
contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos específicos, Cidadania e
Direitos Humanos (Programa Bolsa Família, Educação Fiscal, Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil-PETI, Programa Escola Aberta, Programa Saúde na
Escola); Enfrentamento à Violência (Programa de Educação das Unidades
143
Socioeducativas-PROEDUSE); Prevenção ao uso indevido de Drogas; Educação do
Campo; Gênero e Diversidade Sexual.
4 AVALIAÇÃO
A avaliação é um dos aspectos do processo pedagógico que mais carece de
mudança didática para favorecer uma reflexão crítica de ideias e modificar
comportamentos docentes de “senso comum” muito persistentes (CARVALHO &
GIL-PÉREZ, 2001).
Deve favorecer a formação, o progresso pessoal e a autonomia do aluno,
emitindo-lhe a conscientização do seu próprio caminhar em relação ao seu
conhecimento.
Confronto de ideias ou conceitos construídos através das relações
estabelecidas entre: Homem-Homem e Homem-Natureza e suas mediações, terá
como objetivo fazer com que o aluno compreenda criticamente a realidade.
Considerando o que foi exposto, a avaliação deverá verificar a
aprendizagem, a partir daquilo que é básico e essencial, deve estabelecer relações
e mediações entre Homem e natureza. É fundamental que esta avaliação se
processe de forma contínua.
Através da interação professor-aluno, aluno-aluno, se dará a apropriação e
assimilação dos conceitos.
Portanto, a avaliação se caracteriza como um processo que objetiva
explicar o grau de compreensão da realidade, emergentes na construção do
conceito. Isto se dará através de instrumentos como: trabalhos em grupos e/ou
individual, produções de textos, elaboração de quadro – mural, experimentações,
seminários, atividades escritas (simulados, relatórios, sínteses, autoavaliação);
atividades orais (debates, palestras, apresentações em eventos artísticos, culturais),
pesquisas (de campo e bibliográfica).
Tomando por base as análises desenvolvidas pelas autoras Carvalho e
Hoffmann, considera-se a necessidade de envolvimento dos professores na análise
crítica da própria avaliação. Conforme Carvalho & Gil-Pérez (2001), é preciso que os
professores se envolvam numa análise crítica que aponte conceber e considerar a
avaliação em Biologia com instrumento de aprendizagem que permita fornecer um
144
feedback adequado para promover o avanço dos alunos. Ao considerar o professor
co-responsável pelos resultados que os alunos obtiveram, o foco da pergunta muda
de “quem merece uma valorização positiva e quem não” para “que auxílio precisa
cada aluno para continuar avançando e alcançar os resultados desejados”. Além
disso, introduzir formas de avaliação da prática docente como instrumento para
melhorar o ensino.
Segundo as Diretrizes, ao assumir fundamentos teórico-metodológicos que
garantam uma abordagem pedagógica crítica para o ensino de Biologia, propõe-se
um trabalho pedagógico em que se perceba o processo cognitivo contínuo,
inacabado, portanto, em construção.
Nesta perspectiva, a avaliação como momento do processo ensino
aprendizagem, abandona a idéia de que o erro e a dúvida constituem obstáculos
impostos à continuidade do processo. Ao contrário, o aparecimento de erros e
dúvidas dos alunos constituem importantes elementos para avaliar o processo de
mediação desencadeado pelo professor entre o conhecimento e o aluno. A ação
docente também estará sujeita a avaliação e exigirá observação e investigação
visando à melhoria da qualidade do ensino.
Deste modo, na disciplina de Biologia, avaliar implica um processo cuja
finalidade é obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática
pedagógica para nela intervir e reformular os processos de ensino-aprendizagem.
Pressupõe-se uma tomada de decisão, em que o aluno também tome conhecimento
dos resultados de sua aprendizagem e organize-se para as mudanças necessárias.
Destaca-se que este processo deve procurar atender aos critérios para a
verificação do rendimento escolar previstos na LDB nº 9394/96 que considera a
avaliação como um processo “contínuo e cumulativo, com prevalência dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos...”.
Enfim, adota-se como pressuposto a avaliação como instrumento analítico
do processo de ensino aprendizagem que se configura em um conjunto de ações
pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que
professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de
superarem os obstáculos existentes.
O aluno será avaliado durante todo o processo educativo e espera-se que
ele alcance os seguintes critérios de avaliação:
145
- identificação e comparação das características dos diferentes grupos de
seres vivos;
- estabeleça as características específicas dos micro-organismos, dos
organismos vegetais e animais, e dos vírus;
- classificação dos seres vivos quanto ao número de células, tipo de
organização celular, forma de obtenção de energia e tipo de reprodução;
- reconhecimento e compreensão da classificação filogenética dos seres vivos;
- compreensão da anatomia, morfologia, fisiologia e embriologia dos
sistemas biológicos;
- identificação da estrutura e do funcionamento das organelas
citoplasmáticas;
- reconhecimento da importância e identificação dos mecanismos
bioquímicos e biofísicos que ocorrem no interior das células;
- compreensão dos mecanismos de funcionamento de uma célula;
- comparação das diferenças morfológicas entre os tipos celulares mais
frequentes nos sistemas biológicos;
- reconhecimento e análise das diferentes teorias sobre a origem da vida e a
evolução das espécies;
- reconhecimento da importância da estrutura genética para manutenção da
diversidade dos seres vivos;
- compreensão do processo de transmissão das características hereditárias
entre os seres vivos;
- identificação dos fatores bióticos e abióticos que constituem os
ecossistemas e as relações existentes entre eles;
- compreensão da importância e valorização da diversidade biológica para
manutenção do equilíbrio dos ecossistemas;
- reconhecimento das relações de interdependência entre os seres vivos e
destes com o meio em que vivem;
- identificação de algumas técnicas de manipulação do material genético e
os resultados decorrentes de sua aplicação/utilização;
- compreensão da evolução histórica da construção dos conhecimentos
biotecnológicos aplicados à melhoria da qualidade de vida da população e à solução
de problemas socioambientais;
146
- relacionamento de conhecimentos biotecnológicos às alterações
produzidas pelo homem na diversidade biológica;
- análise e discussão de interesses econômicos, políticos, aspectos éticos e
bioéticos da pesquisa científica que envolvam a manipulação genética.
A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a
10,0 (dez).
O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da
nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados: seminário; atividades
escritas (simulados, relatórios, dissertações, sínteses, autoavaliação); atividades
orais (debates, palestras, apresentações em eventos artísticos, culturais e
esportivos); pesquisas (de campo, bibliográfica); trabalho em grupo e/ou individual.
A prova será objetiva ou subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um
total de dez (10,0).
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como
um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,
permanecendo a nota maior.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Médio serão os seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
147
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,
seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
5 REFERÊNCIAS
ANDERY, M. A. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. São
Paulo: EDUC, 1988.
BIOLOGIA / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. 272 p.
BIOLOGIA: Ensino Médio / organização e seleção de textos Vera Rita da Costa,
Edson Valério da Costa. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Básica, 2006.
148
CARVALHO, A. M. P. & GIL-PÉREZ, D. Formação de professores de ciências:
tendências e inovações. São Paulo: Cortez, 2001.
GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas:
Autores Associados, 2002.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. 4. ed. S. Paulo: EDUSP, 2004.
MAYR, E. Desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade, evolução e
herança. Brasília: UnB, 1998.
MOURA, M. O. A séria busca no jogo: do lúdico na matemática. A educação
matemática em revista. n. 3, Blumenau, 1994.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes curriculares de Biologia para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012. RONAN, C.A. História ilustrada da ciência: Oriente, Roma e Idade Média. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1997. ROSSI, P. O nascimento da ciência moderna na Europa. Bauru, SP: Edusc, 2001. SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas: Autores Associados, 1997.
149
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS
PARA O ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS
Professoras: Elizabeth Cotting dos Santos
Ivone Avelino Deziró
Maria Eunice Ciukailo
RIO BOM
2012
150
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS
1 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo e ensino o
conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista
científico, entende-se por natureza o conjunto de elementos integradores que
constitui o Universo em toda sua complexidade. Ao ser humano cabe interpretar
racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações
entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força,
campo, energia e vida.
A Natureza legitima, então, o objeto de estudo das ciências naturais e da
disciplina de Ciências. De acordo com Lopes (2007), denominar uma determinada
ciência de natural é uma maneira de enunciar tal forma de legitimação.
As relações entre os seres humanos com os demais seres vivos e com a
Natureza ocorrem pela busca de condições favoráveis de sobrevivência. Contudo, a
interferência do ser humano sobre a Natureza possibilita incorporar experiências,
técnicas, conhecimentos e valores produzidos na coletividade e transmitidos
culturalmente. Sendo assim, a cultura, o trabalho e o processo educacional
asseguram a elaboração e a circulação do conhecimento, estabelecem novas
formas de pensar, de dominar a Natureza, de compreendê-la e se apropriar dos
seus recursos. Isso justifica a importância da disciplina como saber escolar.
A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente
construída, que influencia e sofre influências de questões sociais, tecnológicas,
culturais, éticas e políticas (KNELLER, 1980; ANDERY et al., 1998).
Uma opção para conceituar ciência é considerá-la
[...] um conjunto de descrições, interpretações, teorias, leis, modelos, etc.,
visando ao conhecimento de uma parcela da realidade, em contínua
ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma
metodologia especial (metodologia científica). (FREIRE-MAIA, 2000, p. 24)
Refletir sobre a ciência implica em considerá-la como uma construção
coletiva produzida por grupos de pesquisadores e instituições num determinado
151
contexto histórico, num cenário sócio-econômico, tecnológico, cultural, religioso,
ético e político, evitando creditar seus resultados a supostos “cientistas geniais”. [...]
para concretizar este discurso sobre a Ciência “[...] é necessário e imprescindível
determiná-la no tempo e no contexto das realizações humanas, que também são
historicamente determinadas” (RAMOS, 2003, p.16).
Analisar o passado da Ciência, ou seja, sua historicidade, significa
identificar as diferentes formas de pensar sobre a Natureza nos diversos momentos
históricos.
Bachelard (1996) contribuiu de forma significativa com reflexões voltadas à
produção do conhecimento científico. Para esse autor existem três grandes
períodos do desenvolvimento do conhecimento científico.
Estado pré-científico: Compreende tanto a Antiguidade clássica quanto os
séculos de renascimento e de novas buscas, como os séculos XVI, XVII, XVIII.
Esse período foi marcado pela construção racional e empírica do
conhecimento científico, representando a busca da superação das explicações
míticas, com base em sucessivas observações empíricas e descrições técnicas de
fenômenos da natureza, além de intenso registro dos conhecimentos científicos
desde a Antiguidade até fins do século XVIII.
Estado científico: O século XIX foi, um período histórico marcado pelo
estado científico, em que um único método científico é constituído para a
compreensão da Natureza.
O método científico, como estratégia de investigação, é constituído por
procedimentos experimentais, levantamento e teste de hipóteses, axiomatização e
síntese em leis ou teorias.
Nesse período do estado científico buscou-se a universalidade do método
cartesiano de investigação dos fenômenos da Natureza, com maior divulgação do
conhecimento científico em obras caracterizadas por uma linguagem mais
compreensível.
Estado do novo espírito científico: Configura-se, também, como um
período fortemente marcado pela aceleração da produção científica e a necessidade
de divulgação, em que a tecnologia influenciou e sofreu influências dos avanços
científicos.
152
O ensino de Ciências no Brasil foi influenciado pelas relações de poder
que se estabeleceram entre as instituições de produção científica, pelo papel
reservado à educação na socialização desse conhecimento e no conflito de
interesses entre antigas e recentes profissões, “frutos das novas relações de
trabalho que se originaram nas sociedades contemporâneas, centradas na
informação e no consumo” (MARANDINO, 2005, p.162).
Na Primeira República (1889-1930), as poucas instituições escolares que
existiam nas cidades, freqüentadas pelos filhos da elite, contratavam professores
estrangeiros dedicados a ensinar conhecimento científico em caráter formativo. Aos
filhos da classe trabalhadora, principalmente agricultores, era destinado um ensino
em que os professores não tinham formação especializada, trabalhavam em várias
escolas e ensinavam conhecimento científico sob caráter informativo (GHIRALDELLI
JR., 1991).
A disciplina de Ciências iniciou sua consolidação no currículo das escolas
brasileiras com a Reforma Francisco Campos, em 1931, com objetivo de transmitir
conhecimentos científicos provenientes de diferentes ciências naturais de referência
já consolidadas no currículo escolar brasileiro.
De acordo com o documento oficial (GHIRALDELLI JR, 1991), os
conhecimentos científicos foram integrados na disciplina de Ciências Físicas e
Naturais ofertadas nos dois primeiros anos da etapa fundamental. Nos três últimos
anos da etapa fundamental, os conhecimentos científicos eram abordados nas
disciplinas de Física, Química e História Natural.
Na disciplina de Ciências, então, transmitiam-se, informações gerais por
meio de metodologia centrada na aula expositiva, não dialogada, que exigia a
memorização da biografia de cientistas importantes e da divulgação dos
conhecimentos provenientes de suas descobertas. Desse modo, privilegiava-se a
quantidade de informações científicas em prejuízo de uma abordagem de base
investigatória.
Na década de 1940, com a Reforma Capanema, o currículo era organizado
no ensino secundário em dois ciclos, um de quatro e outro de três anos. O primeiro
ciclo, ginasial, distribuía a disciplina de Ciências Naturais nas duas séries finais. Em
linhas gerais, no 3º ano, atual 7ª série do Ensino Fundamental, abordava-se os
seguintes conteúdos: água, ar e solo, noções de botânica e de zoologia e corpo
humano. No 4º ano, atual 8ª série do Ensino Fundamental, prevaleceram as noções
153
de Química e Física e foram retirados alguns conteúdos da proposta anterior que
propiciavam articulação com a realidade. Dessa maneira acentuava-se o caráter
propedêutico da disciplina, objetivando o ingresso dos estudantes da classe média,
mesmo que em minoria, na universidade.
Em meados da década de 1950, o contexto mundial acompanhava uma
tendência em que ciência e tecnologia foram reconhecidas como atividades
essenciais no desenvolvimento econômico, cultural e social (KRASILCHIK, 2000).
As decisões políticas instituídas na LDB n.4024/61 apontaram para o
fortalecimento e consolidação do ensino de Ciências no currículo escolar. Um dos
avanços em relação às reformas educacionais de décadas anteriores foi a ampliação
da participação da disciplina de Ciências Naturais no currículo escolar, ampliando
para todas as séries da etapa ginasial a necessidade do preparo do indivíduo (e da
sociedade como um todo) para o domínio dos recursos científicos e tecnológicos por
meio do exercício do método científico.
Porém, o golpe militar de 1964 impôs mudanças no sentido de direcionar o
ensino como um todo, envolvendo dessa forma os conhecimentos científicos para a
formação do trabalhador, “considerado agora peça importante para o
desenvolvimento econômico do país” (KRASILCHIK, 2000, p.86).
Os acordos entre o Brasil e os EUA, provenientes dos projetos voltados ao
ensino de Ciências, asseguravam ao Brasil assistência técnica e financiamentos
externos, a fim de instituir novas reformas tanto no ensino universitário (Lei nº
5.540/68) quanto no ensino de 1º e 2º graus (Lei nº 5692/71). Tais reformas
marcaram o advento do ensino tecnicista, que pretendia articular a educação ao
sistema produtivo para aperfeiçoar o sistema capitalista. Portanto, os investimentos
na área educacional pretendiam a formação para o mercado de trabalho, de acordo
com as exigências da sociedade industrial e tecnológica.
Apesar da consolidação da disciplina de Ciências Naturais no currículo
escolar e dos investimentos em pesquisas científicas desde os anos de 1950, na
década de 1980 o ensino de Ciências orientava-se por um currículo centrado nos
conteúdos e atrelado a discussões sobre problemas sociais que se avolumaram no
mundo, o que mudava substancialmente os programas vigentes.
O ensino de Ciências, anteriormente focado na formação do futuro cientista ou
na qualificação do trabalhador, volta-se, neste momento histórico, à análise das
154
implicações sociais da produção científica, com vistas a fornecer ao cidadão elementos
para viver melhor e participar do processo de redemocratização, iniciado em 1985.
O método científico cedeu espaço para aproximações entre ciência e
sociedade, o currículo escolar valorizou conteúdos científicos mais próximos do
cotidiano, no sentido de identificar problemas e propor soluções.
Nesse contexto histórico, ao final da década de 1980 e início de 90, a
Secretaria de Estado da Educação propôs o Currículo Básico construído sob o
referencial teórico da pedagogia histórico-crítica.
Em 1990, ainda sob a LDB n.5692/71, apresentou avanços consideráveis
para o ensino de Ciências, assegurando sua legitimidade e constituição de sua
identidade para o momento histórico vigente, pois valorizou a reorganização dos
conteúdos específicos escolares em três eixos norteadores e a integração dos
mesmos em todas as séries do 1º Grau, hoje Ensino Fundamental.
Com a promulgação da LDB n. 9394/96, que estabeleceu as Diretrizes e
Bases para a Educação Nacional, foram produzidos os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN) que propunham uma nova organização curricular em âmbito
federal. O Currículo Básico para o Estado do Paraná foi, oficialmente, substituído
pelos PCN cujos fundamentos contribuíram para a descaracterização da disciplina
de Ciências, pois, nesse documento o quadro conceitual de referência da disciplina
e sua constituição histórica como campo do conhecimento ficaram em segundo
plano.
Em 2003, com as mudanças no cenário político nacional e estadual, iniciou-
se no Paraná um processo de discussão coletiva com objetivo de produzir novas
Diretrizes Curriculares para estabelecer novos rumos e uma nova identidade para o
ensino de Ciências. A versão final das DCEs foi editada em 2008.
O ensino de Ciências deve ser compreendido como processo de formação
de conceito científico, possibilitando a superação das concepções alternativas dos
estudantes e o enriquecimento de sua cultura científica (Lopes, 1999).
Atualmente, considera-se que o ensino de Ciências proporciona condições
para que o estudante seja capaz de identificar problemas, elaborar hipóteses para
explicá-los, planejar e executar ações para investigá-los, analisar e interpretar os
dados, propor e criticar as soluções, tornando-se, assim, sujeito na construção do
conhecimento.
155
Vivemos em um mundo onde as aplicações dos conhecimentos científicos são
chamadas de tecnologia. Para os jovens, a tecnologia e, indiretamente, a Ciência fazem
parte de seu cotidiano, não sendo propriamente símbolos de uma modernidade.
A incursão pela história da ciência permite identificar que não existe um único
método científico, mas a configuração de métodos científicos que se modificaram com o
passar do tempo.
Assim sendo, o ensino da disciplina de Ciências deste Estabelecimento tem
como objetivos propiciar aos alunos:
- romper com obstáculos conceituais;
- adquirir maiores condições de estabelecer relações conceituais,
interdisciplinares e contextuais;
- saber utilizar uma linguagem que permita comunicar-se com o outro e que
possa fazer da aprendizagem dos conceitos científicos algo significativo no seu
cotidiano;
- estabelecer relações “substantivas e não-arbitrárias” entre o que conhece de
aprendizagens anteriores e o que aprende de novo;
- relacionar uma noção a ser aprendida com um conceito já presente na sua
estrutura cognitiva;
- construir seu próprio modelo mental, sua própria rede de relações conceituais
sobre o conhecimento científico escolar;
- atribuir sentido e significado aos conteúdos científicos escolares;
- estabelecer relações entre o mundo natural, o mundo construído pelo homem e
seu cotidiano.
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
Conteúdo Estruturante é entendido como conhecimentos de grande
amplitude que identificam e organizam as disciplinas escolares além de
fundamentarem as abordagens pedagógicas dos conteúdos específicos.
Na disciplina de Ciências, os Conteúdos Estruturantes são construídos a
partir da historicidade dos conceitos científicos e visam superar a fragmentação do
currículo na qual se insere e, também, estruturar a disciplina diante de um processo
acelerado de especialização do seu objeto de estudo e ensino (A. LOPES, 1999).
156
Propõe-se, então, que o ensino de Ciências ocorra por meio de uma
integração conceitual que estabeleça relações entre os conceitos científicos
escolares de diferentes Conteúdos Estruturantes da disciplina (relações conceituais);
entre eles e os conceitos das diferentes disciplinas do Ensino Fundamental (relações
interdisciplinares); entre os conteúdos científicos escolares e o processo de
produção do conhecimento científico (relações contextuais).
2.1 Astronomia
A Astronomia tem um papel importante no Ensino Fundamental, ao ser
entendida como uma das ciências de referência para os conhecimentos sobre a
dinâmica dos corpos celestes, possibilita estudos e discussões sobre a origem e
evolução do Universo.
2.2 Matéria
Neste conteúdo estruturante Matéria propõe-se a abordagem de conteúdos
específicos que privilegiam o estudo da realidade constitutiva dos corpos,
entendidos tradicionalmente como objetos materiais quaisquer que se apresentam à
nossa percepção (RUSS, 1994). Sob o ponto de vista científico, permite
entendimento não somente sobre as coisas perceptíveis como também sobre sua
constituição, indo além daquilo que num primeiro momento vemos, sentimos ou
tocamos.
2.3 Sistemas Biológicos
Este Conteúdo Estruturante aborda a constituição dos sistemas orgânicos
e fisiológicos, bem como suas características específicas de funcionamento, desde
os componentes celulares e suas respectivas funções até o funcionamento dos
sistemas que constituem os diferentes grupos de seres vivos, como por exemplo: a
locomoção, a digestão e a respiração.
2.4 Energia
Este Conteúdo Estruturante propõe o trabalho que possibilita a discussão
do conceito de energia, relativamente novo a se considerar a história da Ciência
desde a Antiguidade.
157
Discute-se tal conceito tendo como princípio o modelo explicativo para
representar, a partir das ideias do calórico, as mudanças de temperatura entre
objetos ou sistemas. Ao propor o calor em substituição à teoria do calórico, a
pesquisa científica concebeu uma das leis mais importantes da ciência, a lei da
conservação da energia.
Sugerem-se algumas abordagens que envolvem conceitos científicos
essenciais para o entendimento de questões sobre a conservação e a transformação
de uma fonte de energia em outra e suas relações com o objeto de estudo da
disciplina de Ciências. São elas:
- formas de energia;
- conversão de energia;
- transmissão de energia;
Tais abordagens não se esgotam nas sugestões apresentadas e podem
ser ampliadas pelo professor em função de interesses regionais ou do avanço na
produção do conhecimento científico.
2.5 Biodiversidade
O conceito de biodiversidade, nos dias atuais, deve ser entendido para
além da mera diversidade de seres vivos. Reduzir o conceito de biodiversidade ao
número de espécies seria o mesmo que considerar a classificação dos seres vivos
limitada ao entendimento de que esses seres são organizados fora do ambiente em
que vivem.
Esse Conteúdo Estruturante visa, por meio dos conteúdos de Ciências, a
compreensão do conceito biodiversidade e demais conceitos intra-relacionados.
Espera-se que o estudante entenda o sistema complexo de conhecimentos
científicos que interagem num processo integrado e dinâmico e que envolve
principalmente a diversidade de espécies atuais e extintas; as relações ecológicas
estabelecidas entre essas espécies e com o ambiente em que se adaptaram,
viveram e ainda vivem; e os processos evolutivos pelos quais tais espécies têm
sofrido transformações.
158
ENSINO FUNDAMENTAL – 6º ANO
Astronomia: Universo, sistema solar, movimentos terrestres, movimentos celestes,
astros.
Matéria: constituição da matéria.
Sistemas Biológicos: níveis de organização celular.
Energia: formas de energia, conversão de energia, transmissão de energia.
Biodiversidade: organização dos seres, ecossistemas, evolução dos seres vivos.
ENSINO FUNDAMENTAL – 7º ANO
Astronomia: Astros, movimentos terrestres, movimentos celestes.
Matéria: constituição da matéria.
Sistemas Biológicos: célula, morfologia e fisiologia dos seres vivos.
Energia: formas de energia, transmissão de energia.
Biodiversidade: origem da vida, organização dos seres vivos; sistemática.
ENSINO FUNDAMENTAL – 8º ANO
Astronomia: origem e evolução do Universo.
Matéria: constituição da matéria.
Sistemas Biológicos: célula, morfologia e fisiologia dos seres vivos.
Energia: formas de energia.
Biodiversidade: evolução dos seres vivos.
ENSINO FUNDAMENTAL – 9º ANO
Astronomia: Astros, gravitação universal.
Matéria: propriedades da matéria.
Sistemas Biológicos: Morfologia e fisiologia dos seres vivos; mecanismos de herança
genética.
Energia: formas de energia, conservação de energia.
Biodiversidade: interações ecológicas.
CONTEÚDOS EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II
Astronomia: Universo, sistema solar, movimentos terrestres, movimentos celestes,
astros, origem e evolução do Universo, gravitação universal.
Matéria: constituição da matéria, propriedades da matéria.
159
Sistemas Biológicos: níveis de organização celular, célula, morfologia e fisiologia dos
seres vivos, mecanismos de herança genética.
Energia: formas de energia, conversão de energia, transmissão de energia,
conservação de energia.
Biodiversidade: organização dos seres, ecossistemas, evolução dos seres vivos,
origem da vida, organização dos seres vivos, sistemática, interações ecológicas.
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Para o ensino de Ciências, se propõe uma prática pedagógica que leve à
integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico.
Ao selecionar os conteúdos a serem ensinados na disciplina de Ciências, o
professor deverá organizar o trabalho docente tendo como referências: o Projeto
Político Pedagógico da escola, os interesses da realidade local e regional onde a
escola está inserida, a análise crítica dos livros didáticos de Ciências disponíveis, as
informações atualizadas sobre os avanços da produção científica, dentre outras
como, por exemplo, o número de aulas semanais ofertadas na matriz curricular.
Na organização do plano de trabalho docente refletiremos a respeito das
relações a serem estabelecidas entre os conteúdos, dos recursos pedagógicos
disponíveis, das estratégias de ensino que podem ser utilizadas e das expectativas
de aprendizagem para um bom resultado final.
Para isso, é necessário que os conteúdos específicos de Ciências sejam
entendidos em sua complexidade de relações conceituais, não dissociados em
áreas de conhecimento físico, químico ou biológico; que estabeleçam relações
interdisciplinares com vistas a contribuir para o entendimento dos conceitos
envolvidos e do objeto de estudo de ciências; e sejam também abordados
envolvendo os contextos tecnológico, social, cultural, ético, político, entre outros que
os envolvem.
O professor de Ciências, responsável pela mediação entre o conhecimento
científico escolar representado por conceitos e modelos e as concepções
alternativas dos estudantes deve lançar mão de encaminhamentos metodológicos
160
que utilizem recursos diversos, planejados com antecedência, para assegurar a
interatividade no processo ensino-aprendizagem e a construção de conceitos de
forma significativa para os estudantes.
Diante da importância da organização do plano de trabalho docente e da
existência de várias possibilidades de abordagens como uso de estratégias e
recursos em aula, entende-se que a opção por uma delas, tão somente, não
contribui para um trabalho pedagógico de qualidade. O professor terá autonomia
para fazer uso de diferentes recursos pedagógicos tais como: livro didático, texto de
jornal, revista científica, música, quadro de giz, globo, mapa, modelo
didático,microscópio, lupa, TV Pen drive, computador, retroprojetor, DVD e o Lúdico.
Assim sendo, por meio de diferentes recursos e estratégias, o processo ensino-
aprendizagem em Ciências resultará em uma rede de interações sociais entre
estudantes, professores e o conhecimento científico escolar selecionado para o
trabalho em um ano letivo.
No ensino de Ciências propomos encaminhamentos metodológicos a
serem valorizados, tais como: a problematização, a contextualização, a
interdisciplinaridade, a pesquisa, a leitura científica, a atividade em grupo, a
atividade experimental, os recursos instrucionais e o lúdico.
EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
161
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas
Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
De acordo com a Lei 10.639/03, que torna obrigatória a presença de
conteúdos relacionados à História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, igualmente
deve ser resguardado o espaço para a abordagem da História e Cultura dos Povos
Indígenas, em concordância com a Lei nº 11.645/08, e quanto ao trabalho
envolvendo educação ambiental, em concordância com a Lei nº 9.795/99, que afirma
“A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. Sendo assim,
serão adotadas nas aulas de Ciências onde deverá ser uma prática integrada,
contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos específicos, Cidadania e
Direitos Humanos (Programa Bolsa Família, Educação Fiscal, Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil-PETI, Programa Escola Aberta, Programa Saúde na
Escola); Enfrentamento à Violência (Programa de Educação das Unidades
Socioeducativas-PROEDUSE); Prevenção ao uso indevido de Drogas; Educação do
Campo; Gênero e Diversidade Sexual.
162
4 AVALIAÇÃO
A avaliação é atividade essencial do processo ensino-aprendizagem dos
conteúdos científicos, e de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96, deve
ser contínua e cumulativa, em relação ao desempenho do estudante, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
Uma possibilidade de valorizar aspectos qualitativos no processo avaliativo
é considerar o que Hoffmann (1991) conceitua como avaliação mediadora em
oposição a um processo classificatório, sentencioso, com base no modelo
“transmitir-verificar-registrar”. Assim, a avaliação como prática pedagógica que
compõe a mediação didática realizada pelo professor é entendida como “ação,
movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos
da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista,
trocando idéias, reorganizando-as” (HOFFMANN, 1991, p. 67).
A ação avaliativa é importante no processo ensino-aprendizagem, pois
pode propiciar um momento de interação e construção de significados, no qual o
estudante também pode aprender. Para que tal ação torne-se significativa, o
professor precisa refletir e planejar sobre os procedimentos a serem utilizados e
superar o modelo consolidado da avaliação tão somente classificatória e excludente.
Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no
contexto das relações que permeiem a construção do conhecimento científico
escolar. Desse modo, a considerar o modelo ensino-aprendizagem, proposto nestas
diretrizes, a avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos que do
estudante, construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de
diferentes estratégias provocativas que envolvem diferentes recursos pedagógicos e
instrucionais. É fundamental que se valorize o que se chama de “erro”, de modo a
retomar a compreensão (equivocada) doe estudante por meio de diversos
instrumentos de ensino e de avaliação.
O “erro” pode sugerir ao professor a maneira como o estudante está
pensando e construindo sua rede de conceitos e significados e, neste contexto, se
apresenta como importante elemento para o professor rever e articular o processo
de ensino, em busca de sua superação. Cabe, então, a seguinte indagação: seria o
“erro” um indicativo de que o estudante permanece com suas concepções
163
alternativas não superadas, apesar da aquisição do conhecimento de conceitos
científicos na escola?
Na aprendizagem significativa, o conteúdo específico ensinado passa a ter
significado real para o estudante e por isso, interage “com idéias relevantes
existentes na estrutura cognitiva do indivíduo” (MOREIRA, 1999, p. 56). Mas, como o
professor de Ciências poderia fazer para investigar se a aprendizagem de conceitos
científicos escolares pelo estudante ocorreu de forma significativa.
A compreensão de um conceito científico escolar implica a aquisição de
significados claros, precisos, diferenciados e transferíveis. Ao investigar se houve tal
compreensão, o professor precisa utilizar instrumentos que permitam uma
verificação mais adequada, por exemplo, a partir da formulação de questões e
problemas novos, não familiares, que exijam a máxima transformação do
conhecimento adquirido, isto é, que o estudante possa expressar em diferentes
contextos a sua representação sobre o conhecimento construído, pois
(...) é muito mais importante ter idéias claras sobre o que é aprendizagem significativa, organizar o ensino de modo a facilitá-la e avaliá-la coerentemente, talvez com novos instrumentos, mas, sobretudo com outra concepção de avaliação. Para avaliar a aprendizagem significativa, muito mais essencial do que instrumentos específicos é a mudança conceitual necessária por quem faz a avaliação (MOREIRA, 1999, p. 63).
A investigação da aprendizagem significativa pelo professor poderia ser por
meio de problematizações envolvendo relações conceituais, interdisciplinares ou
contextuais, ou mesmo a partir da utilização de jogos educativos, entre outras
possibilidades, como o uso de recursos instrucionais que representem como o
estudante tem solucionado os problemas propostos e as relações que tem
estabelecido diante dessas problematizações.
A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a
10,0 (dez).
O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da
nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados: seminário; atividades
164
escritas (simulados, relatórios, dissertações, sínteses, autoavaliação); atividades
orais (debates, palestras, apresentações em eventos artísticos, culturais e
esportivos); pesquisas (de campo, bibliográfica); trabalho em grupo e/ou individual.
A prova será objetiva ou subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total
de dez (10,0).
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como
um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,
permanecendo a nota maior.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotado no Livro Registro de Classe.
O diagnóstico permite saber como os conceitos científicos estão sendo
compreendidos pelo estudante, corrigir os “erros” conceituais para a necessária
retomada do ensino dos conceitos ainda não apropriados, diversificando-se recursos
e estratégias para que ocorra a aprendizagem dos conceitos que envolvem a:
- origem e evolução do universo;
- constituição e propriedades da matéria;
- sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos;
- conservação e transformação de energia;
- diversidade de espécies em relação dinâmica com o ambiente em que
vivem, bem como os processos evolutivos envolvidos.
Em Ciências, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos
científicos. Valoriza-se, desta forma, uma ação pedagógica includente dos
conhecimentos anteriores dos alunos e a interação da dinâmica dos fenômenos
naturais por meio de conceitos científicos.
Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo
ensino-aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos
conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando uma
aprendizagem realmente significativa para sua vida.
165
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II serão os
seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,
seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
166
5 REFERÊNCIAS
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ed. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 2004.
BACHELARD, G. A. A formação do espírito científico: contribuição para uma
psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. Petrópolis: Vozes, 2000.
GHIRALDELLI JR., P. História da educação. São Paulo: Cortez, 1991.
HOFFMANN, J.M. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista.
Educação e Realidade. Porto Alegre, 1991.
KNELLER, G. F. Reformas e realidade: o caso do ensino das Ciências. Revista São
Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 14, n.1, p.85-93, 2000.
KRASILCHIK, M. O professor e o currículo de Ciências. São Paulo: EPU/Edusp,
1987.
LOPES, A. C. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: UERJ, 1999.
______. Currículo e epistemologia. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 2007.
MARANDINO, M. A pesquisa educacional e a produção de saberes nos museus de
ciência. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, Fiocruz, Rio de Janeiro, v. 12,
p.161-181, 2005.
MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa. Brasília: UnB, 1999.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento da Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Ciências para a
Educação Básica. Curitiba, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Cadernos Temáticos Desafios
Educacionais Contemporâneos: Educação Ambiental. Curitiba: SEED, 2008.
167
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e
Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom,
2012.
RAMOS, M. G. Epistemologia e ensino de Ciências: compreensões e perspectivas.
In: MORAES, R. (org.). Construtivismo e ensino de Ciências: reflexões
epistemológicas e metodológicas. Porto Alegre: EDIPRUS, 2003. p. 13-36.
RUSS, J. Dicionário de filosofia. São Paulo: Scipione, 1994.
168
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA
DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PARA A O ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS
E PARA O ENSINO MÉDIO
Professores: Eliane Vogt Rodrigues da Silva
Maria Márcia Deziró
Renan César Deziró
RIO BOM
2012
169
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Através dos diferentes contextos históricos, a Educação Física escolar
determinou o que deveria ensinar. Até o final do século XIX, quase toda a produção
ligada à Educação Física era de caráter médico – higienista, dando grande
importância à ginástica, com o objetivo de conservar e restabelecer a saúde por
meio do exercício.
Porém, no início do século XX, a Educação Física no Brasil incorporou um
novo conteúdo, o esporte. Esta tendência ocorreu pelo desenvolvimento do sistema
capitalista de produção que se preocupa com: o rendimento, a competição, a
técnica, na busca constante de superação e vitória, que persistiu até a década de
70, quando perde sua especificidade.
Nesse mesmo período, surge o movimento da corrente pedagógica da
Psicomotricidade, que veio substituir o conteúdo do esporte, com acentuada
preocupação com o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo do aluno, passando
a Educação Física a ser apenas um meio para aprender conteúdos de outras
disciplinas e um meio socializador. Assim, a Educação Física perde sua
especificidade, uma vez que não tem mais conteúdo próprio e esse passa a ser o
momento mais contraditório da história da disciplina.
Na década de 80, ocorreram discussões pedagógicas, surgindo assim, um
movimento de renovação do pensamento pedagógico na Educação Física, com
propostas que criticavam os paradigmas da aptidão física e da esportivização,
denominadas correntes ou tendências progressistas, denominadas abordagens:
Desenvolvimentista - que defendia o ensino de habilidades motoras; e a
Construtivista - que incluía as dimensões afetivas e cognitivas do movimento
humano, sendo que ambas se fundamentavam na psicologia da aprendizagem.
Porém, da década de 90, surgem duas novas propostas, denominadas
Concepções Críticas da Educação Física. Tais propostas fundamentam-se na crítica
da Educação Física a partir de sua contextualização na sociedade capitalista.
A primeira concepção chamada de Crítico-superadora foi criada por um
grupo de pesquisadores denominados Coletivo de Autores, referendada no livro
Metodologia do Ensino de Educação Física, publicado em 1992, proposta
fundamentada na Pedagogia Histórico-crítica (Saviani, 1979) e aponta como objeto
da Educação Física, a Cultura Corporal que representa as formas culturais do
170
movimentar-se humano, contextualizada e sistematizada nos conteúdos
estruturantes: ESPORTE, GINÁSTICA, LUTAS, DANÇA, JOGOS E
BRINCADEIRAS.
Neste período, surge a segunda proposta, da Teoria Crítica da Educação
Física, denomina-se Crítico-emancipatória, do professor Elenor Kunz, baseada na
perspectiva do movimento humano que constitui o ser no mundo, tornando-se sujeito
a partir do reconhecimento de si no outro, de forma a desenvolver no aluno a
capacidade de analisar e agir criticamente. A Fenomenologia sustenta essa
abordagem metodológica, desenvolvida por Merleau Ponty.
Nesse sentido, partindo das concepções das teorias críticas, a Educação
Física tem como pressuposto básico o desenvolvimento do homem omnilateral, onde
o corpo não deve ser considerado apenas na sua dimensão biológica, mas a partir
de seus determinantes sociais, culturais, econômicos e políticos, que influenciam e
colaboram para a construção da identidade corporal do aluno.
Nesse sentido, a Educação Física contempla o seu objeto de estudo e de
ensino, a Cultura Corporal, tendo como suporte a ideia da reflexão crítica das
inúmeras manifestações ou práticas corporais, com suporte na organização e
sistematização do conhecimento acumulado e historicamente produzido pela
humanidade, na busca de contribuir com um ideal mais amplo de um ser humano
crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também
agente histórico, político, social e cultural.
Nessa perspectiva, a concepção orientadora da Educação Física
fundamenta-se na Teoria Crítica com abordagem metodológica crítico-superadora,
visto que a superação é entendida como ir além, construindo conhecimento e
relacionando-os às práticas corporais ao contexto histórico, político e social, pois é
função da Educação Física, garantir o acesso às variadas formas de conhecimentos
científicos, produzidos pela humanidade, identificando as múltiplas possibilidades de
intervenção, que surgem no cotidiano de cada cultura escolar na sua especificidade.
Nesse sentido, a Educação Física objetiva a formação humana do aluno,
em amplas dimensões, buscando o domínio do conhecimento, contribuindo para que
os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma
expressividade corporal consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais,
com uma visão crítica do mundo, capaz de questionar e transformar a realidade
social em que está inserido.
171
Pretende-se, na Educação Física, atingir os seguintes objetivos:
- Propiciar ao aluno uma visão crítica do mundo e da sociedade na qual está
inserido;
- Desenvolver os conteúdos elencados no currículo de maneira que sejam
relevantes e estejam de acordo com a capacidade do aluno;
- Desenvolver as práticas corporais, tendo como princípio básico o
desenvolvimento do sujeito omnilateral;
- Promover a inclusão;
- Superar da Educação Física o caráter de mera atividade de “prática pela
prática”;
- Proporcionar as várias formas de expressão do corpo:
- do contato corporal e o necessário respeito mútuo que este reclama,
-do grupo, em estabelecer critérios que contemplem todos os
participantes,
- do respeito por aqueles que de alguma forma, não conseguem
realizar o que foi proposto pelo próprio grupo, levando a reflexão das formas
já naturalizadas de preconceitos, sobre a domesticação e violência em relação
ao corpo;
- Utilizar-se da leitura e da produção de textos que auxiliem o aluno a formar
conceitos próprios a partir de seu entendimento da realidade bem como
relatá-los com clareza e coerência, relacionando os referenciais trabalhados
nas aulas de Educação Física e associando-os às outras áreas do
conhecimento, partindo de análises próximas e suas relações com o mundo
globalizado;
- Propiciar aos alunos o direito e o acesso à prática esportiva que privilegie o
coletivo.
- Promover discussão e reflexão sobre: mídia, esportes de alto nível,
modismo, estética, beleza, saúde, consumo, preconceito, exclusão, a ética,
entre outros assuntos.
172
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
Os Conteúdos Estruturantes da Educação Física para a Educação Básica
devem ser abordados em complexidade crescente, isto porque, em cada um dos
níveis de ensino os alunos trazem consigo múltiplas experiências relativas ao
conhecimento sistematizado, que devem ser consideradas no processo de
ensino/aprendizagem.
Cada um dos Conteúdos Estruturantes será tratado sob uma abordagem que
contempla os fundamentos da disciplina, em articulação com aspectos políticos,
históricos, sociais, econômicos, culturais, bem como elementos da subjetividade
representados na valorização do trabalho coletivo, na convivência com as
diferenças, na formação social crítica e autônoma. Os Conteúdos Estruturantes
propostos para a Educação Física na Educação Básica são os seguintes:
Esporte;
Jogos e brincadeiras;
Ginástica;
Lutas;
Dança.
Esporte
Garantir aos alunos o direito de acesso e de reflexão sobre as práticas
esportivas, além de adaptá-las à realidade escolar devem ser ações cotidianas na
escola.
Ao trabalhar o Conteúdo Estruturante ESPORTE, devem ser considerados os
determinantes histórico-sociais responsáveis pela constituição do esporte ao longo
dos anos, tendo em vista a possibilidade de recriação dessa prática corporal,
portanto, o ensino do esporte nas aulas de Educação Física deve sim contemplar o
aprendizado das técnicas táticas e regras básicas das modalidades esportivas, mas
não se limitar a isso.
173
Jogos e Brincadeiras
Os jogos e as brincadeiras são pensados de maneira complementar, mesmo
cada um apresentando suas especificidades, ambos compõem um conjunto de
possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação da realidade.
Tanto os jogos quanto as brincadeiras são conteúdos que podem ser
abordados, conforme a realidade regional e cultural do grupo, tendo como ponto de
partida a valorização das manifestações corporais próprias desse ambiente cultural.
Ginástica
Entende-se que a Ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as
possibilidades de seu corpo. O objeto de ensino deste conteúdo deve ser as
diferentes formas de representação das ginásticas.
Espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os padrões
estéticos, a busca exacerbada pelo culto ao corpo e aos exercícios físicos, bem
como os modismos que atualmente se fazem presentes nas diversas práticas
corporais, inclusive na ginástica.
Lutas
As lutas devem ser abordadas de maneira reflexiva, direcionada a propósitos
mais abrangentes do que somente desenvolver capacidades e potencialidades
físicas. Dessa forma, os alunos precisam perceber e vivenciar essa manifestação
corporal de maneira crítica e consciente, procurando, sempre que possível,
estabelecer relações com a sociedade em que vive.
Dança
Ao trabalhar com a dança no espaço escolar, deve-se tratá-la de maneira
especial considerando-a conteúdo responsável por apresentar as possibilidades de
superação dos limites e das diferenças corporais.
A dança é a manifestação da cultura corporal responsável por tratar o corpo e
suas expressões artísticas, estéticas, sensuais, criativas e técnicas que se
174
concretizam em diferentes práticas, como nas danças típicas (nacionais e regionais),
danças folclóricas, danças de rua, danças clássicas, entre outras.
ENSINO FUNDAMENTAL: 6ºANO
Esporte:
- coletivos e individuais
Jogos e Brincadeiras:
- jogos e brincadeiras populares
- brincadeiras e cantigas de roda
- jogos de tabuleiro
- jogos cooperativos
Dança:
- danças folclóricas
- danças de rua
- danças criativas
Ginástica:
- ginástica rítmica
- ginástica circense
- ginástica geral
Lutas:
- lutas de aproximação
- capoeira
ENSINO FUNDAMENTAL: 7ºANO
Esporte:
- coletivos e individuais
Jogos e Brincadeiras:
- jogos e brincadeiras populares
175
- brincadeiras e cantigas de roda
- jogos de tabuleiro
- jogos cooperativos
Dança:
- danças folclóricas
- danças de rua
- danças criativas
- danças circulares
Ginástica:
- ginástica rítmica
- ginástica circense
- ginástica geral
Lutas:
- lutas de aproximação
- capoeira
ENSINO FUNDAMENTAL: 8ºANO
Esporte:
- coletivos e radicais
Jogos e Brincadeiras:
- jogos e brincadeiras populares
- jogos de tabuleiro
- jogos dramáticos
- jogos cooperativos
Dança:
- danças criativas
- danças circulares
176
Ginástica:
- ginástica rítmica
- ginástica circense
- ginástica geral
Lutas:
- lutas com instrumento mediador
- capoeira
ENSINO FUNDAMENTAL: 9ºANO
Esporte:
- coletivos e radicais
Jogos e Brincadeiras:
- jogos de tabuleiro
- jogos dramáticos
- jogos cooperativos
Dança:
- danças criativas
- danças circulares
Ginástica:
- ginástica rítmica
- ginástica geral
Lutas:
- lutas com instrumento mediador
- capoeira
177
ENSINO MÉDIO
Esporte:
- coletivos
- individuais
- radicais
Jogos e Brincadeiras:
- jogos de tabuleiro
- jogos dramáticos
- jogos cooperativos
Dança:
- danças folclóricas
- danças de rua
- danças de salão
- dança contemporânea
Ginástica:
- ginástica artística/olímpica
- ginástica de condicionamento físico
- ginástica geral
Lutas:
- lutas com aproximação
- lutas que mantêm à distância
- lutas x artes marciais
- lutas com instrumento mediador
- capoeira
178
CONTEÚDOS EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II
Esporte:
- coletivos e individuais
- radicais
Jogos e Brincadeiras:
- jogos e brincadeiras populares
- brincadeiras e cantigas de roda
- jogos de tabuleiro
- jogos cooperativos
- jogos dramáticos
Dança:
- danças folclóricas
- danças de rua
- danças criativas
- danças circulares
Ginástica:
- ginástica rítmica
- ginástica circense
- ginástica geral
Lutas:
- lutas de aproximação
- lutas com instrumento mediador
- capoeira
EJA ENSINO MÉDIO
Esporte:
- coletivos
- individuais
- radicais
179
Jogos e Brincadeiras:
- jogos de tabuleiro
- jogos dramáticos
- jogos cooperativos
Dança:
- danças folclóricas
- danças de rua
- danças de salão
- dança contemporânea
Ginástica:
- ginástica artística/olímpica
- ginástica de condicionamento físico
- ginástica geral
Lutas:
- lutas com aproximação
- lutas que mantêm à distância
- lutas x artes marciais
- lutas com instrumento mediador
- capoeira
De acordo com as DCEs (2008), será desenvolvida uma metodologia que
tenha como eixo central a construção do conhecimento pela práxis, isto é,
proporcionar, ao mesmo tempo, a expressão corporal, o aprendizado das técnicas
próprias dos conteúdos propostos e a reflexão sobre o movimento corporal, segundo
o princípio da complexidade crescente em que um mesmo conteúdo pode ser
discutido tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio.
Na intenção de ampliar o conhecimento do aluno e romper com o método
tradicional de ensinar na Educação Física, as Diretrizes Curriculares contemplam os
elementos articuladores que alargam a compreensão das práticas corporais, indicam
múltiplas possibilidades de intervenção pedagógica em situações que surgem no
cotidiano escolar. São, ao mesmo tempo, fins e meios do processo de
180
ensino/aprendizagem, pois devem transitar pelos Conteúdos Estruturantes e
Específicos de modo a articulá-los o tempo todo. Faz-se necessário integrar e
interligar as práticas corporais de forma mais reflexiva e contextualizada, o que é
possível por meio dos Elementos Articuladores:
Cultura Corporal e Corpo;
Cultura Corporal e Ludicidade;
Cultura Corporal e Saúde;
Cultura Corporal e Mundo do Trabalho;
Cultura Corporal e Desportivização;
Cultura Corporal – Técnica e Tática;
Cultura Corporal e Lazer;
Cultura Corporal e Diversidade;
Cultura Corporal e Mídia.
Cultura Corporal e Corpo
O corpo é entendido, em sua totalidade, ou seja, o ser humano é o seu
corpo, que sente, pensa e age. Os aspectos subjetivos de valorização – ou não – do
corpo devem ser analisados sob uma perspectiva crítica da construção hegemônica
do referencial de beleza e saúde, veiculado por mecanismos mercadológicos e
midiáticos, os quais fazem do corpo uma ferramenta produtiva e um objeto de
consumo.
Cultura Corporal e Ludicidade
Esse elemento articulador ganha relevância porque, ao vivenciar os
aspectos lúdicos que emergem das e nas brincadeiras, o aluno torna-se capaz de
estabelecer conexões entre o imaginário e o real, e de refletir sobre os papéis
assumidos nas relações em grupo. Reconhece e valoriza, também, as formas
particulares que os brinquedos e brincadeiras tomam em distintos contextos e
diferentes momentos históricos, nas variadas comunidades e grupos sociais.
Cultura Corporal e Saúde
Esse elemento articulador permite entender a saúde como construção que
supõe uma dimensão histórico-social. Portanto, é contrária à tendência dominante
de conceber a saúde como simples volição (querer) individual. Os cuidados com a
181
saúde não podem ser atribuídos tão-somente a uma responsabilidade do sujeito,
mas sim, compreendidos no contexto das relações sociais, por meio de práticas e
análises críticas dos discursos a ela relativos.
Cultura Corporal e Mundo do Trabalho
O mundo do trabalho torna-se elemento articulador dos Conteúdos
Estruturantes da Educação Física, na medida em que concentram as relações
sociais de produção/assalariamento vigentes na sociedade, em geral, e na
Educação Física, em específico.
Com a reestrutura produtiva, o trabalhador preterido deve contornar as
tarefas laborais com a máxima flexibilidade (isto é, deve saber trabalhar em equipe,
tomar decisões rapidamente, ter noções, ainda que gerais, de informática, a fim de
manusear as novas tecnologias).
Na crítica a esse processo, o professor poderá propor atividades que
alertem os alunos para os reais sentidos de tal prática, como exemplo dos exercícios
calistênicos, tão difundidos no interior da escola no período da ditadura militar.
Cultura Corporal e Desportivização
O processo de desportivização das práticas corporais é um processo cada
vez mais recorrente, impulsionado pela supervalorização do esporte na atual
sociedade, como, por exemplo, uma Copa do Mundo de Futebol em detrimento de
causas sociais como a fome. Se, na origem do esporte, sua prática condenava
práticas populares por serem uma atividade que não condizia com os interesses da
burguesia em ascensão, que tinham como foco a seleção dos mais habilidosos,
agora, na atualidade, suas luzes estão sobre as práticas que ainda não estão
vinculadas à lógica e às regras previamente fixadas.
Cultura Corporal – Técnica e Tática
Os aspectos técnicos e táticos são elementos que estão presentes nas
mais diversas manifestações corporais, especificamente naquelas que constituem os
conteúdos da Educação Física na escola.
As técnicas e táticas compõem os elementos que constituem e identificam o
legado cultural das diferentes práticas corporais, por isso, não se trata de negar a
importância do aprendizado da diferentes técnicas e táticas. Trata-se, sim, de
182
conceber que o conhecimento sobre essas práticas vai muito além dos elementos
técnicos e táticos. Do contrário, corre-se o risco de reduzir ainda mais as
possibilidades de superar as velhas concepções sobre o corpo, baseadas em
objetivos focados no desenvolvimento de habilidades motoras e no treinamento
físico, por meio das conhecidas progressões pedagógicas.
Cultura Corporal e Lazer
A disciplina de Educação Física tem, entre outros, o objetivo de promover
experiências significativas no tempo e no espaço, de modo que o lazer se torne um
dos elementos articuladores do trabalho pedagógico. Por meio dele os alunos irão
refletir e discutir as diferentes formas de lazer em distintos grupos sociais, em suas
vidas, na vida das famílias, das comunidades culturais e a maneira como cada um
deseja e consegue ocupar seu tempo disponível.
Nesse sentido, o período em que o aluno permanece na escola, cursando o
ensino regular, não se caracteriza como lazer, mas como um tempo de obrigação.
Sendo assim, a escola está proporcionando no âmbito do lazer para seus alunos, no
contraturno, as Atividades de Complementação Curricular, viabilizando o acesso,
permanência e participação dos alunos, em diferentes atividades pedagógicas,
levando à interação com colegas, professores e comunidade.
Cultura Corporal e Diversidade
Propõe-se uma abordagem que privilegie o reconhecimento e a ampliação
da diversidade nas relações sociais. Por isso, as aulas de Educação Física podem
revelar-se excelentes oportunidades de relacionamento, convívio e respeito entre as
diferenças, de desenvolvimento de idéias e de valorização humana, para que o outro
seja considerado.
Destaca-se que a inclusão não representa caridade ou assistencialismo,
mas condição de afirmar a pluralidade, a diferença, o aprendizado com o outro, algo
que todos os alunos devem ter como experiência como experiência formativa.
183
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Os Conteúdos Estruturantes propostos: esporte, dança, ginástica, lutas,
jogos e brincadeiras, serão trabalhados, sobretudo, por uma metodologia que tenha
como eixo central a construção do conhecimento pela práxis, fundamentado no
princípio da complexidade crescente, sendo que, um mesmo conteúdo poder ser
discutido tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio.
O encaminhamento metodológico nas aulas de Educação Física, dá-se
através da apresentação do conteúdo da aula aos alunos e inicialmente deverá ser
feita uma leitura da realidade, sobre aquilo que o aluno traz como referência do
conteúdo proposto.
Em seguida, o Professor propõe desafios e questionamentos sobre aquilo
que os alunos demonstraram saber sobre o conteúdo.
Após o questionamento, o Professor apresenta o conteúdo de forma
organizada e sistematizada, para que os alunos construam e assimilem novos
conhecimentos, de forma contextualizada e através da prática corporal.
Por fim, o Professor buscará a participação dos alunos, na construção de
novas práticas, nas suas variações, vivenciando-as, permitindo, assim, que os
mesmos, através do diálogo, avaliem o processo de ensino e aprendizagem.
EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
184
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas
Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
Serão contemplados, também, os Desafios do Desenvolvimento
Socioeducacional:
- História e Cultura dos Povos Indígenas
- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
- Política Nacional de Educação Ambiental
- Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento da
Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.
Contempla, ainda, a legislação vigente / Desafios do Desenvolvimento
Socioeducacional:
- Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas;
- Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
- Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e
Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenção
ao Uso Indevido de Drogas;
- Lei Federal nº 11525/07 – Direitos da Criança e Adolescente;
- Decreto nº 1143/99 e Portaria nº 413/02 – Educação Tributária.
185
4 AVALIAÇÃO
O processo avaliativo da disciplina de Educação Física será realizado a
partir da avaliação diagnóstica, ao longo do desenvolvimento das atividades
pedagógicas, que permitirá ao professor verificar os avanços e as dificuldades
apresentadas pelos alunos nas diversas manifestações corporais, devendo o
professor reorganizar, sempre que necessário, seu planejamento, buscando
encaminhamentos que propiciem o avanço bem como a superação das dificuldades
encontradas pelos alunos.
Um dos aspectos que deve ser garantido é a não exclusão, isto é, a
avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que
permeie o conjunto das ações pedagógicas e não seja um elemento externo a esse
processo.
O aluno será avaliado durante todo o processo educativo. Para isso serão
utilizados diversos instrumentos e recursos: participação em sala de aula, tarefas
individuais ou em grupos, exercícios orais e práticos, discussões e debates,
pesquisas, provas: orais, escritas, práticas, festivais esportivos.
A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a
10,0 (dez).
O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da
nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou
subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como
um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,
permanecendo a nota maior.
186
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino
Médio serão os seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,
seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
187
8 REFERÊNCIAS
Acervo da Biblioteca do Professor.
BRACHT, Valter. A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física.
Cadernos CEDES, v. 19, n. 48. Campinas, 1999.
EDUCAÇÃO FÍSICA / vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. 248 p.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo básico para a escola
pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 1990.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Cadernos temáticos: a inserção dos conteúdos de História e cultura afro-brasileira
e africana nos currículos escolares. Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Básica. Curitiba,
2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - Ensino
Fundamental e Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - Ensino Fundamental e
Médio. Rio Bom, 2012.
TV Paulo Freire. www.diaadiaeducacao.pr.gov.br
188
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM – PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA DA DISCIPLINA
ENSINO RELIGIOSO
PROFESSORA: Vilma Aparecida de Sene
RIO BOM
2012
189
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O Ensino Religioso oferece subsídios para que os educandos entendam
como grupos sociais se constituem, como se relacionam com o sagrado,
possibilitando esclarecer relações entre as culturas e os espaços produzidos através
das características religiosas.
Na disciplina de Ensino Religioso, qualquer religião será tratada como
conteúdo escolar, uma vez que o Sagrado, enquanto objeto de estudo do ensino
compõe o universo cultural humano e faz parte do modelo de organização de
diferentes sociedades. Assim a disciplina irá propiciar a compreensão, comparação e
análise das diferentes manifestações do Sagrado, com vistas à interpretação dos
seus múltiplos significados. Ainda subsidiará os educandos na compreensão de
conceitos básicos no campo religioso.
A partir desse contexto religião e conhecimento religioso passaram a ser
patrimônios da humanidade, pois, construíram-se historicamente na inter-relação
dos aspectos culturais, sociais, econômicos e políticos. Em virtude disso, a disciplina
de Ensino Religioso passou a orientar-se para a apropriação dos saberes sobre as
expressões e organizações religiosas das diversas culturas na sua relação com
outros campos do conhecimento.
Em termos metodológicos propõe-se um processo de ensino e de
aprendizagem que estimule a construção do conhecimento pelo debate, pela
apresentação de hipótese divergente, da dúvida, real e metódica, do confronto de
idéias, de informações discordantes e, ainda, da exposição competente de
conteúdos formalizados. Opõe-se, portanto a um modelo educacional que centra o
ensino tão somente na transmissão dos conteúdos pelo professor, o que reduz as
possibilidades de participação do aluno e não atende a diversidade cultural e
religiosa.
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS
2.1 – PAISAGEM RELIGIOSA
Uma paisagem religiosa define-se pela combinação de elementos
culturais e naturais que remetem a experiência com o Sagrado e a uma série de
190
representações sobre o transcendente e o imanente, presentes nas diversas
tradições culturais e religiosas. Assim, a paisagem religiosa é parte do espaço social
e cultural construído historicamente pelos grupos humanos, é uma imagem social.
2.2 UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO
Universo Simbólico Religioso pode ser visto como o conjunto de linguagem
que expressa sentidos, comunica e exerce papel relevante para a vida imaginativa e
para a constituição das diferentes religiões do mundo.
2.3 TEXTO SAGRADO
Os textos Sagrados expressam idéias e são o meio de dar viabilidade à
disseminação e a à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e
manifestações religiosas , o que ocorre de diversas maneiras.
O que caracteriza um texto como sagrado é o reconhecimento pelo grupo de
que ele transmite uma mensagem originada do ente sagrado ou, ainda, que favorece
uma aproximação entre os adeptos e o Sagrado.
6º Ano
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
Paisagem Religiosa
Universo Simbólico Religioso
Texto sagrado
Organizações Religiosas
Lugares Sagrados
Textos Sagrados orais ou escritos
Símbolos Religiosos
7º Ano
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
Paisagem Religiosa
Universo Simbólico Religioso
Texto sagrado
Temporalidade Sagrada
Festas Religiosas
Ritos
Vida e Morte
191
CONTEÚDOS EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II
- Organizações Religiosas
- Lugares Sagrados
- Textos Sagrados orais ou escritos
- Símbolos Religiosos
- Temporalidade Sagrada
- Festas Religiosas
- Ritos
- Vida e Morte
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O trabalho com o Ensino Religioso ancora-se na perspectiva da superação
das práticas tradicionais que marcaram o ensino escolar. A metodologia baseia-se
no diálogo, isto é, a partir da experiência religiosa do aluno e de seus conhecimentos
prévios para em seguida, apresentar os conteúdos que serão trabalhados.
Será proposta também, a problematização do conteúdo. Trata-se da
identificação dos principais problemas postos pela prática social de detectar que
questões precisam ser resolvidas no âmbito da prática social e, em conseqüência,
que conhecimento é necessário dominar (Saviani, 1991, 80). Diante do exposto,
pressupõe a elaboração de questões que articulem o conteúdo em estudo à vida do
educando.
Para efetivar esse processo de ensino-aprendizagem com êxito, será
abordada cada expressão do Sagrado do ponto de vista laico, não religioso, sendo
estabelecida uma relação pedagógica frente ao universo das manifestações
religiosas, tomando-o como construção histórico-social e patrimônio cultural da
humanidade, nas explicações da morte e da vida, nos textos e lugares sagrados e
no universo simbólico religioso.
Paisagem religiosa: o objetivo principal de uma organização religiosa é
preservar as orientações contidas nos textos sagrados. Repassar práticas e
transmitir a gerações futuras a economia, a construção e a manutenção do
patrimônio financeiro das organizações religiosas, em uma ordem pré-estabelecida,
o cumprimento de suas finalidades.
192
Universo simbólico religioso: os símbolos formam um sistema complexo de
significados estruturantes das linguagens pelas quais se expressam as diferentes
manifestações humanas, entre elas as tradições religiosas e no campo da vida da
vida espiritual-imaginativa.
Textos sagrados: o sagrado expresso e comunicatível está presente nas
mais diferentes tradições religiosas, apresentadas sob muitas formas. Os textos
sagrados nascem do mito, pois nessa forma simbólica de expressão as pessoas
buscam encontrar explicações para a sua realidade, para a vida e pós-morte.
Lugares sagrados: os lugares sagrados compõem a dimensão da
materialidade do sagrado, reúnem aspectos físicos que orientam as paisagens
religiosas. Nas Diretrizes Curriculares do Ensino Religioso, no que se reporta a
posição dessa disciplina enquanto transmissora de conhecimento científico, procura
efetivar um estudo crítico dos princípios, hipóteses e resultados do conhecimento já
construído a respeito da cultura social e sua diversidade a que se visa a determinar
os funcionamento lógicos, o valor e o alcance do sentido do fenômeno religioso para
o ser humano.
EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
193
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas
Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
A metodologia da disciplina abordará de forma integrada as Leis
10.639/03 referente à História da Cultura Afra – Brasileira e africana; 11.645/08 –
História e Cultura dos Povos Indígenas; e 9795/99 – Política Nacional de Educação
Ambiental. Também incluindo Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal,
Enfrentamento à Violência na Escola e Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.
4 AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA
Para efetivar o processo de avaliação no Ensino Religioso, serão
estabelecidos instrumentos e definidos os critérios que explicitem o quanto o aluno
apropriou do conteúdo específico e foi capaz de relacioná-lo com as outras
disciplinas.
A apropriação dos conteúdos será observada em diferentes situações de
ensino e aprendizagem, como critérios serão observados se o aluno: expressa uma
relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções religiosas diferentes
da sua; aceita as diferenças de credo ou de expressão de fé; reconhece que o
fenômeno religioso é um dado de cultura e de identidade de cada grupo social;
emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do
sagrado.
194
Para a avaliação do conhecimento na disciplina de Ensino Religioso, será
levado em conta as especificidades de oferta e frequência dos alunos nas aulas.
Apesar de não haver aferição de notas ou conceitos que impliquem
aprovação ou reprovação do aluno, o processo avaliativo será registrado por meio
de instrumentos que permitam à escola, ao aluno, aos seus pais ou responsáveis a
identificação dos progressos obtidos na disciplina. Como instrumentos avaliativos
serão adotados: seminário, pesquisa bibliográfica e de campo, debates, relatório etc.
Sendo que a oferta é obrigatória para a escola e de matrícula facultativa
para o aluno.
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase serão os
seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver;
- no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será
avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de notas
na documentação escolar, por não ser objeto de retenção;
- para fins de acréscimo da carga horária da disciplina de Ensino Religioso, na
documentação escolar, o educando deverá ter frequência mínima de setenta
e cinco por cento do total da carga horária da disciplina.
5 BIBLIOGRAFIA
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos
conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares.
Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes curriculares de Ensino Religioso para a Educação Básica. Curitiba,
2008.
195
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Colégio Estadual Dr. Rebouças – Ensino
Fundamental e Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR. Colégio Estadual Dr. Rebouças – Ensino Fundamental e
Médio . Rio Bom, 2012.
196
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE FILOSOFIA
PARA O ENSINO MÉDIO
Professora: Eliane Vogt Rodrigues da Silva
Ilda Fracassi Batista
Sueli dos Santos
RIO BOM
2012
197
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE FILOSOFIA
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O ensino de Filosofia no Ensino Médio volta a ser discutido nas escolas a
partir da Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96, que no seu artigo 36 determina que,
ao final do Ensino Médio, o estudante deverá “dominar os conhecimentos de filosofia
e sociologia necessários ao exercício da cidadania...” Através do Parecer nº 38/2006
do Conselho Nacional de Educação, a filosofia e a sociologia tornam-se, em todo o
Brasil, disciplinas obrigatórias no Ensino Médio. Em nível de Paraná, essa
obrigatoriedade se dá através da Lei Estadual nº 15228 de 25 de julho de 2006.
O reconhecimento legal da disciplina de Filosofia se deu na correção da
LDB em junho de 2008 pela Lei 11.684.
A Filosofia tem como objeto de estudo – o pensamento – levantando
problemas e refletindo sobre eles, construindo conceitos e ideias presentes na
realidade e nos textos clássicos da filosofia. Esse pensamento a partir do pluralismo
filosófico, da Filosofia Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. Quanto aos
conteúdos, há os que são discutidos mais propriamente pela filosofia, sendo que
estes se constituíram historicamente.
Assim, o ensino de Filosofia faz opção pela organização do trabalho
pedagógico através dos conteúdos estruturantes, tomados como conhecimentos
basilares, que se constituíram ao longo da história da Filosofia e de seu ensino, em
épocas, contextos e sociedades diferentes e que, tendo em vista o estudante do
Ensino Médio, ganham especial sentido e significado político, social e educacional.
Neste sentido, os conteúdos estruturantes são: Mito e Filosofia, Teoria do
Conhecimento, Ética, Filosofia da Ciência, Estética, recebendo cada um deles
tratamento diferenciado de acordo com os períodos da história da Filosofia. A
metodologia opera, então, por questionamentos, conceitos e categorias de
pensamento, buscando a totalidade espaço-temporal e sócio-histórica e, também,
significação, estrutura, origem, sentido, razões, finalidades, tendo sempre em vista: o
que? como? por quê?
A disciplina de Filosofia objetiva ainda oferecer aos estudantes uma
possibilidade de compreensão das complexidades do mundo contemporâneo, com
198
suas múltiplas particularidades e especializações e que se manifesta quase sempre
de forma fragmentada; viabilizar interfaces com outras disciplinas na busca de
compreensão do mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da
arte; possibilitar aos estudantes o acesso ao saber filosófico produzido
historicamente como fundamento do pensamento.
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
Os conteúdos estruturantes são recortes feitos a partir da tradição filosófica e
organizam o ensino, mas não esgotam o conhecimento filosófico. Esses conteúdos
são basilares e devem ser trabalhados na perspectiva de pensar os problemas da
vida, com significado histórico e social para os estudantes.
Os conteúdos básicos são recortes feitos a partir dos grandes problemas
presentes nos conteúdos estruturantes e suas relações com o cotidiano dos
estudantes, não podendo distanciar-se do referencial da História da Filosofia.
2.1 Mito e Filosofia
O ensino/aprendizagem deste conteúdo buscará problematizar a superação, a
permanência e as formas de experiência mítica e filosófica no passado e na
atualidade.
2.2 Teoria do conhecimento
Esse conteúdo sugere uma abordagem teórica sobre o conhecimento e
buscará problematizar o sentido, os fundamentos, a possibilidade e a validade do
conhecimento.
2.3 Ética
O recorte dar-se-á a partir dos fundamentos da ação humana e dos valores
que permeiam as relações intersubjetivas, podendo ser problematizados temas
como: valores, virtude, felicidade, liberdade, consciência, vontade, autonomia, etc.
199
2.4 Filosofia e Política
Esse conteúdo tratará das questões de forma contextualizada e partirá da
discussão das relações de poder e da busca de compreensão dos mecanismos que
estruturam e legitimam os sistemas políticos.
2.5 Filosofia da Ciência
A Filosofia da Ciência, entendida como um espaço aberto de discussão sobre
as relações e conexões entre a filosofia e a ciência, partirá das principais hipóteses e
resultados obtidos pela ciência, como também as questões relativas ao
conhecimento e ao processo de produção científica.
2.6 Estética
Este conteúdo descortina muitos assuntos ligados à beleza e buscará a
compreensão da sensibilidade, representação criativa, apreensão intuitiva do mundo
concreto e a forma como ela determina as relações do homem com o mundo e
consigo mesmo.
É básico estudar:
- Saber mítico;
- Saber filosófico;
- Relação Mito e Filosofia;
- Atualidade do mito;
- O que é Filosofia?
- Possibilidades do conhecimento;
- As formas do conhecimento;
- O problema da verdade;
- A questão do método;
- Conhecimento e lógica.
- Ética e moral;
- Pluralidade;
200
- Ética e violência;
- Razão, desejo e vontade;
- Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas;
- Relações entre comunidade e poder;
- Liberdade e igualdade política;
- Política e ideologia;
- Esfera pública privada;
- Cidadania formal e participativa;
- A Democracia.
- Concepções de Ciência;
- Método científico;
- Contribuição e limites da Ciência;
- Ciência e ideologia;
- Natureza da Arte;
- Categorias estéticas: feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, etc.;
- Estética e sociedade.
CONTEÚDOS EJA ENSINO MÉDIO
- Saber mítico;
- Saber filosófico;
- Relação Mito e Filosofia;
- Atualidade do mito;
- O que é Filosofia?
- Possibilidades do conhecimento;
- As formas do conhecimento;
- O problema da verdade;
- A questão do método;
- Conhecimento e lógica.
- Ética e moral;
- Pluralidade;
- Ética e violência;
- Razão, desejo e vontade;
- Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas;
- Relações entre comunidade e poder;
201
- Liberdade e igualdade política;
- Política e ideologia;
- Esfera pública privada;
- Cidadania formal e participativa;
- A Democracia.
- Concepções de Ciência;
- Método científico;
- Contribuição e limites da Ciência;
- Ciência e ideologia;
- Natureza da Arte;
- Categorias estéticas: feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, etc.;
- Estética e sociedade.
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Um dos objetivos do Ensino Médio é a formação pluridimensional e
democrática, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de compreender a
complexidade do mundo contemporâneo, suas múltiplas particularidades e
especializações. Nesse mundo, que se manifesta quase sempre de forma
fragmentada, o estudante não pode prescindir de um saber que opere por
questionamentos, conceitos e categorias e que busque articular o espaço-temporal e
sócio-histórico em que se dá o pensamento e a experiência humana.
Como disciplina na matriz curricular do Ensino Médio, considera-se que a
Filosofia pode viabilizar interfaces com as outras disciplinas para a compreensão do
mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte.
Em vista disso, o trabalho com os conteúdos estruturantes da Filosofia e
seus conteúdos específicos se dará por meio da sensibilização, da problematização,
da investigação filosófica e da criação/recriação de conceitos.
O estudo da Filosofia poderá iniciar-se com a exibição de um filme ou de
uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da audição de uma
música, dinâmica reflexiva, entre outras possibilidades, com o objetivo de instigar e
motivar possíveis relações entre o cotidiano do estudante e o conteúdo filosófico a
ser desenvolvido.
202
Após essa sensibilização inicia-se a problematização, a criação de conceitos,
a partir de discussões sobre o conteúdo, confrontando-os com a história da Filosofia.
Assim, é importante que durante a busca de resolução do problema haja
preocupação com a análise da atualidade, com uma abordagem contemporânea
numa perspectiva de quem dialoga com a vida, formulando seus conceitos e
construindo seu discurso filosófico, procurando entender e analisar filosoficamente o
problema em questão nos diferentes tempos.
Desta forma, é imprescindível que o ensino de Filosofia seja permeado por
atividades investigativas individuais e coletivas que organize e oriente o debate
filosófico, dando-lhe um caráter dinâmico e participativo. Investigar é exercitar o
pensamento de forma metódica, buscando elementos, informações, conhecimentos
para discutir o problema posto. A investigação deverá ocorrer à História da Filosofia
e aos clássicos, seus problemas e possíveis soluções sem perder de vista a
realidade onde o problema está inserido.
Criação/recriação de conceito é o processo pelo qual o estudante se
apropria, pensa e repensa os conceitos problematizados e investigados da tradição
filosófica. Assim sendo, espera-se que o estudante possa argumentar de forma
verbal e escrita, utilizando os conceitos apropriados de forma lógica coerente e
original (criação de conceitos).
EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
203
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas
Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
Dentro dos conteúdos estruturantes e básicos, serão trabalhados
desenvolvimento socioeducacional:
1 - Cidadania e direitos humanos (Programa Bolsa Família, Educação Fiscal,
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil-PETI, Programa Escola Aberta,
Programa Saúde na Escola.
2 - Enfrentamento a Violência(Programa de Educação das Unidades
Socioeducativas – PROEDUSE).
Diversidade
1 – História e Cultura dos Povos Indígenas – Lei 11645/08
2 – História e Cultura Afro-Brasileira Africana – Lei 10639/03
3 – Educação Ambiental
4 – Prevenção ao uso indevido de drogas.
204
4 AVALIAÇÃO
Sendo a Filosofia concebida como prática, como discussão com o outro e
como construção de conceitos, encontra seu sentido na experiência de pensamento
filosófico.
Será levada em conta a atividade com conceitos, a capacidade de construir
e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e
discursos.
Será avaliada a capacidade do estudante do Ensino Médio de trabalhar e
criar conceitos, sob os seguintes pressupostos:
- qual discurso tinha antes;
- qual conceito trabalhou;
- qual discurso tem após.
Sendo assim, a avaliação de Filosofia inicia-se como mobilização para o
conhecimento, por meio da análise comparativa do que o estudante pensava antes e
do que pensa após o estudo. Com isso, é possível entender a avaliação como um
processo.
Para que o aluno tenha um melhor desempenho no processo ensino e
aprendizagem, serão utilizados vários instrumentos avaliativos a fim de que se possa
diagnosticar o nível de aprendizagem e oferecer parâmetros necessários para a
retomada dos conteúdos. Dentre os instrumentos seguem:
atividades escritas (provas dissertativas, provas objetivas, dissertações,
sínteses);
atividades orais (debates, palestras, seminários);
pesquisas (de campo, bibliográfica);
trabalho em grupo e/ou individual.
Os critérios nos dão o rumo certo de uma avaliação eficaz. Portanto, eles
serão estabelecidos conforme o tipo de instrumento avaliativo utilizado para atingir
os objetivos dos conteúdos trabalhados.
Em cada momento da avaliação será levado em conta a capacidade do
aluno quanto a criticidade, argumentação, interpretação, desempenho da
aprendizagem, compreensão dos conteúdos em questão e construção de novos
conceitos a partir dos temas estudados.
205
A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a
10,0 (dez).
O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da
nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou
subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como
um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,
permanecendo a nota maior.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotado no Livro Registro de Classe.
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Médio serão os seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,
seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
206
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
5 REFERÊNCIAS
ABAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2003. ARANTES, Paulo et al. A Filosofia e seu ensino. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1996. ASPIS, R. O professor de Filosofia: o ensino da Filosofia no Ensino Médio como experiência filosófica. In: Cadernos CEDES, n. 64. A filosofia e seu estilo. São Paulo: Cortez; Campinas: CEDES, 2004.
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1998. CORBISIER, R. Introdução à Filosofia. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986. v. I. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a Filosofia? Trad.: Bento Prado Junior e Aleberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro: 34, 1992.
FILOSOFIA / vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. Livro didático público. GALLINA, S. O ensino de Filosofia e a criação de conceitos. In: Cadernos CEDES, n. 64. A filosofia e seu estilo. São Paulo: Cortez; Campinas: CEDES, 2004.
207
GALLO, S.; KOHAN, W.O. (orgs.). Filosofia no Ensino Médio. Petrópolis: Vozes, 2000. GONZALEZ PORTA, M.A. A Filosofia a partir de seus problemas: didática e metodologia do estudo filosófico. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2004. KONDER, L. O futuro da Filosofia da práxis: o pensamento de Marx no século XXI. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. LANGON, M. Filosofia do ensino de Filosofia. In: GALLO, S.; CORNELLI, G.; DANELON, M. (org.). Filosofia do ensino de Filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003. MARX, K.; ENGELS, F. Textos sobre educação e ensino. Trad.: Rubens E. Frias. 4. ed. São Paulo: Centaurus, 2004. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Filosofia para o Ensino Médio. Curitiba, 2008. RANCIÉRI, J. A partilha do sensível: estética e política. Trad.: Mônica Costa Netto. São Paulo: EXO experimental, Ed. 34, 2005. REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia: Patrística e Escolástica. São Paulo: Paulus, 2003. ______. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. 7. ed. São Paulo: Paulus, 2005. v. 1. ______. História da Filosofia: do Humanismo a Kant. 7. ed. São Paulo: Paulus, 2005. v. 2. ______. História da Filosofia: do Romantismo até nossos dias. 9. ed. São Paulo: Paulus, 2005. v. 3. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012. SÁNCHEZ VÁSQUEZ, A. Ética. Trad.: João Dell'Anna. 27. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
208
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE FÍSICA
ENSINO MÉDIO
Professora: Eliane de Fátima Ferreira
Ilda Fracassi Batista
RIO BOM
2012
209
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE FÍSICA
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Desde tempos remotos, a humanidade observa a natureza, na tentativa de
resolver problemas de ordem prática e de garantir subsistência, porém bem mais
tarde é que surgiram as primeiras sistematizações com interesse dos gregos em
explicar as variações cíclicas observadas nos céus. As explicações a respeito do
Universo mudam, em cada época, de acordo com o que se conhece sobre ele.
Aristóteles, no século IV a.C., desenvolveu uma Física para tentar compreender a
nova visão de mundo terrestre. Com São Tomás de Aquino (1225-1274), a filosofia
medieval tentou conciliar a tradição cristã ao pensamento greco-romano,
influenciada, principalmente, por Platão (427-347 a.C.), Aristóteles e a astronomia
geocêntrica. A cosmologia de Ptolomeu foi aceita pela Igreja porque respeitava este
Cosmo: colocava a Terra no centro do Universo.
O polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) propôs o sistema heliocêntrico –
o Sol como centro do Universo, onde a Terra era apenas um dos planetas a girar em
torno desse. Entretanto, tanto os estudos de Copérnico quanto de outros estudiosos
da época apresentavam inconsistências e insuficiências com relação aos modelos
explicativos do Universo, exigindo novos estudos que produziram novos
conhecimentos físicos.
No contexto dos acontecimentos que levaram ao fim da sociedade
medieval, Galileu Galilei (1562-1643) inaugurou a Física que conhecemos hoje. Mas
foram os estudos de Isaac Newton (1642-1727) que vieram a resolver a contradição
entre a Física aristotélica e a Astronomia. Com René Descartes, no século XVII,
estabeleceu-se a imagem de um Universo mecânico e, até meados do século XIX,
todos os problemas, aparentemente, poderiam ser resolvidos pela Física
Newtoniana, pelas leis da termodinâmica e pelas equações de Maxwell. Porém, o
início do século XX foi marcado por uma nova revolução no campo da pesquisa da
Física, quando Albert Einstein apresentou a teoria da relatividade especial.
No Brasil, em 1934, foi criado o curso de Sciencias Physicas, na Faculdade
de Philosofia, Sciencias e Letras da Universidade de São Paulo, para formar
bacharéis e licenciados em Física. Isso permitiu que a Física, como campo de
pesquisa e criação de novos conhecimentos, começasse a se desenvolver
210
efetivamente no país. Os novos fatos científicos do século XX obrigaram os físicos a
refletirem sobre o próprio conceito de ciência, sobre os critérios de verdade e
validade dos modelos científicos, entretanto, o mesmo não ocorreu com o ensino de
Física no Brasil, que não sofreu grandes alterações até meados da década de 1940.
Nos anos de 1980, o Grupo de Reelaboração do Ensino de Física (Gref),
integrado por professores da Rede Estadual Pública de São Paulo e coordenado
pelo Instituto de Física da USP, elaborou uma proposta de ensino cuja abordagem
dos conteúdos escolares deveria partir da vivência de professores e alunos. Tal
proposta colocava o professor no centro do trabalho pedagógico.
No Paraná, as ideias de teóricos e educadores como Dermeval Saviani
mobilizaram as discussões e as ações para implementação dessa perspectiva
pedagógica, que tiveram início, primeiramente, na prefeitura de Curitiba e, depois, na
rede estadual. Desse movimento, nasceram o Currículo Básico e os documentos de
Reestruturação do Ensino de 2º Grau, entre eles o referente à disciplina de Física.
Publicada em 1993, essa proposta de reestruturação do ensino, inclusive
de Física, para as escolas paranaenses, buscava propiciar ao aluno uma sólida
educação geral voltada à compreensão crítica da sociedade para enfrentar as
mudanças e atuar sobre elas, condição improvável sem a aquisição do
conhecimento científico.
A partir de 2003, foi proposta uma mobilização coletiva para elaboração de
novas diretrizes curriculares estaduais, considerando-se a necessidade de um
documento crítico para orientar a prática pedagógica nas escolas paranaenses e o
lapso de tempo em que o professor ficou à margem dessas discussões. A versão
final das Diretrizes foi editada em 2008.
Estas Diretrizes buscam construir um Ensino de Física centrado em
conteúdos e metodologias capazes de levar, aos estudantes, a uma reflexão sobre o
mundo das ciências, sob a perspectiva de que esta não é somente fruto da pura
racionalidade científica, vendo o ensino da Física com mais pessoas e menos álgebra,
através de debates, a força dos princípios e a beleza dos conceitos científicos.
Nesse sentido, o ensino/aprendizagem da Física está voltado à formação
de sujeitos que, em sua formação e cultura, agreguem a visão da natureza, das
produções e das relações humanas.
211
A Física representa uma produção cultural, construída na e pelas relações
sociais e, atualmente, apresenta-se como um campo estruturado de conhecimentos
que permite a compreensão dos fenômenos físicos que cercam o nosso mundo
macroscópico e microscópico. A Física tem como objeto de estudo o Universo, sua
evolução, suas transformações e as interações que nele ocorrem.
A Física, como disciplina escolar, propõe aos estudantes o estudo da
natureza, entendida, segundo Menezes (2005), como realidade material sensível,
ressaltando que os conhecimentos de Física apresentados não são coisas da
natureza, ou a própria natureza, mas modelos elaborados pelo Homem no intuito de
explicar e entender essa natureza;
Suas características permitirão a formação de sujeitos que sejam capazes
de refletir, criticar e influenciar de forma consciente nas tomadas de decisões, não se
tornando alheiros às questões relativas à ciência e à tecnologia.
Assim, a Física é um campo de conhecimentos específicos, em construção
e socialmente reconhecidos. Dessa forma, o ensino da disciplina de Física possui o
objetivo de desenvolver meios para interpretar fatos naturais, para compreender
procedimentos e equipamentos do cotidiano social e profissional, proporcionando o
entendimento histórico da vida social e produtiva, levando à formação de sujeitos
que sejam capazes de compreender o universo, a sua evolução, suas
transformações e as interações que nele se apresentam e a se apropriar do
conhecimento físico, dando ênfase aos aspectos conceituais sem, no entanto,
descartar o formalismo matemático.
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
Os conteúdos estruturantes indicam campos de estudo de Física que, a partir
de desdobramentos em conteúdos pontuais, compreenda o objeto de estudo da
disciplina em toda sua complexidade: o Universo, sua evolução, suas
transformações e as interações que nele ocorrem.
Os conteúdos estruturantes da disciplina de Física são:
Movimento
Termodinâmica
Eletromagnetismo
212
CONTEÚDOS BÁSICOS
1ª SÉRIE
- Momentum e inércia
- Conservação de quantidade de movimento (momentum)
- Variação da quantidade de movimento - Impulso
- 2ª Lei de Newton
- 3ª Lei de Newton e condições de equilíbrio
- Energia e o Princípio da Conservação da energia
- Gravitação
- Educação ambiental
2ª SÉRIE
- Lei da Termodinâmica:
- Lei zero da Termodinâmica,
- 1ª Lei da Termodinâmica e
- 2ª Lei da Termodinâmica
- A natureza da luz e suas propriedades.
- Educação ambiental
3ª SÉRIE
- Carga, corrente elétrica, campo e ondas eletromagnéticas
- Força eletromagnética
- Equações de Maxwell: Lei de Gauss para eletrostática / Lei de Coulomb, Lei de
Ampère, Lei de Gauss magnética, Lei de Faraday
- Educação ambiental
CONTEÚDOS EJA ENSINO MÉDIO
- Momentum e inércia
- Conservação de quantidade de movimento (momentum)
- Variação da quantidade de movimento - Impulso
- 2ª Lei de Newton
- 3ª Lei de Newton e condições de equilíbrio
- Energia e o Princípio da Conservação da energia
213
- Gravitação
- Educação ambiental
- Lei da Termodinâmica:
- Lei zero da Termodinâmica,
- 1ª Lei da Termodinâmica e
- 2ª Lei da Termodinâmica
- A natureza da luz e suas propriedades.
- Educação ambiental
- Carga, corrente elétrica, campo e ondas eletromagnéticas
- Força eletromagnética
- Equações de Maxwell: Lei de Gauss para eletrostática / Lei de Coulomb, Lei de
Ampère, Lei de Gauss magnética, Lei de Faraday
- Educação ambiental
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O ensino e aprendizagem em Física devem partir do conhecimento prévio
dos estudantes, onde se incluem as concepções alternativas ou concepções
espontâneas, sobre as quais a ciência tem um conceito científico.
Sabemos hoje que o estudante constrói ativamente seu conhecimento a
partir de um saber prévio que ele traz para a escola. Por isso, o que ele sabe
inicialmente é de importância fundamental para a aprendizagem de novos conceitos.
Podemos dizer, então, que o aluno já construiu uma concepção
espontânea, aquela que o estudante adquire no seu dia-a-dia, na interação com os
diversos objetos no seu espaço de convivência e que, na escola, se fazem
presentes no momento em que se inicia o processo de ensino-aprendizagem.
A partir da concepção espontânea a escola passa a lidar com o
conhecimento científico historicamente produzido com a finalidade de levar o
estudante a elaborar a sua concepção científica, que envolve um saber
historicamente construído e sistematizado.
A fusão dessas concepções, mediadas pelo professor num processo
organizado e sistematizado, compartilham significados na busca da aprendizagem
que acontece quando as novas informações interagem com o conhecimento prévio
214
do sujeito e, simultaneamente, adicionam, diferenciam, integram, modificam e
enriquecem o conhecimento já existente, podendo inclusive substituí-lo.
Para isso, será considerada a importância da experimentação para uma
melhor compreensão dos fenômenos físicos, tendo como ponto de partida as ideias
espontâneas dos alunos, e assim relacionar teoria e prática, através de experiências
realizadas, levando assim a interação entre os estudantes e entre eles e o professor.
Outros recursos utilizados serão: relatório a partir de dados coletados; uso de
gráficos, tabelas. Também será utilizado o laboratório para a realização dos
experimentos.
Dessa maneira serão trabalhados os conteúdos de Física de forma a
facilitar o processo de aprendizagem, selecionando experiências apropriadas,
encorajando-os ao debate, estimulando o estudante a apresentar seus pontos de
vista, expondo temas selecionados, informando, apontando relações, questionando
a classe com perguntas e problemas desafiadores, fitas de vídeo, DVD, TV
Pendrive, laboratório de informática, pesquisas, entrevistas, jogos e atividades
interdisciplinares desenvolvidas através de projetos.
Todos esses procedimentos metodológicos e outros que possam surgir no
decorrer do ano letivo visam contribuir para desenvolver nos nossos alunos uma
consciência crítica, reflexiva e ativa, promovendo o respeito mútuo, o respeito ao
outro e a possibilidade de falarmos sobre nossas diferenças sem medo, sem receio
e sem preconceito.
EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
215
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas
Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
Será contemplado, também, o Desenvolvimento Socioeducacional:
- Política Nacional de Educação Ambiental – Lei Federal nº 9795/99.
4 AVALIAÇÃO
Ao longo do processo avaliativo, buscar-se-á considerar o progresso dos
estudantes quanto aos aspectos históricos, conceituais e culturais, a evolução das
ideias em Física e a não neutralidade da ciência.
O processo de aprendizagem será avaliado como um todo, não só para
verificar a apropriação do conteúdo, mas para, a partir dela, encontrar subsídios para
intervir.
Dessa forma, a avaliação em Física, verificará os seguintes critérios: a
compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos, a compreensão
de conceitos físicos presentes em textos não científicos e a capacidade de elaborar
relatórios tendo como referência os conceitos, as leis e as teorias sobre um
experimento ou qualquer outro evento que envolva os conhecimentos da Física.
216
No entanto, a avaliação não pode ser utilizada para classificar os alunos
com uma nota, com o objetivo de testar o aluno ou mesmo puni-lo, mas sim auxiliá-lo
na aprendizagem. Logo, a avaliação será utilizada como instrumento para intervir no
processo de aprendizagem dos estudantes, visando o seu crescimento.
A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a
10,0 (dez).
O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da
nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados: trabalho escrito, pesquisa e
de campo, relatório de experiência e resolução de atividades em sala de aula e/ou
em casa.
A prova terá o valor cinco (5,0) e poderá ser objetiva ou subjetiva, somando
um total de dez (10,0).
A recuperação será planejada concomitante ao processo de ensino
aprendizagem conforme diagnóstico levantado no instrumento de avaliação, tendo
em vista a retomada dos conteúdos que não foram apropriados, permanecendo a
nota maior.
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como
um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,
permanecendo a nota maior.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Médio serão os seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
217
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,
seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
5 REFERÊNCIAS
FÍSICA / vários autores. Livro didático público. Curitiba: SEED-PR, 2008. 232 p.
MENEZES, L. C. A matéria – uma aventura do espírito: fundamentos e fronteiras do
conhecimento físico. São Paulo: Livraria da Física, 2005.
218
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos
conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares.
Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares de Física para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012.
219
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
E ENSINO MÉDIO
Professora: Eliane Vogt Rodrigues da Silva
Eufrázio Silva de Oliveira
Keila Rossi
Sueli dos Santos
RIO BOM
2012
220
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Geografia é uma ciência que tem por objeto de estudo o espaço
geográfico – resultante da inter-relação entre objetos e ações.
Para a compreensão desse espaço geográfico essa ciência/disciplina
possui um quadro conceitual de referência: lugar, paisagem, território, redes,
regiões, sociedade e natureza. Assim sendo, o ensino de Geografia neste
Estabelecimento deve levar o aluno a ter uma abordagem crítica desse quadro
conceitual que propõe a análise dos conflitos e contradições sociais, econômicas,
culturais e políticas constitutivas de um determinado espaço, levando em conta as
diferentes formas de organização deste nas escalas local, regional, nacional e
mundial.
A Geografia deve desenvolver no aluno a capacidade de observação, do
senso crítico e da participação. O educando não deve se limitar a descrever, mas
investigar de que maneira um espaço geográfico foi produzido, para que a Geografia
contribua na sua efetiva formação tornando um sujeito capaz de intervir na realidade
de maneira consciente e crítica.
A palavra Geografia é de origem grega: Geographia (geo=terra;
graphos=estudos).
A Geografia é uma ciência muito antiga, cuja evolução está ligada à
civilização, pois as relações com a natureza e com o espaço geográfico fazem parte
das estratégias de sobrevivência dos grupos humanos desde suas primeiras formas
de organização. Já na Antiguidade existiram notáveis geógrafos como Heródoto,
como Estrabão, autor de notáveis obras geográficas; Anaximandro, autor do primeiro
mapa múndi; Eristóstenes, que mediu com grande aproximação a circunferência
terrestre; e muitos outros.
A Geografia, embora muito antiga, só foi vista como ciência no século XIX,
com o surgimento dos grandes geógrafos, alemães e franceses, que separam a
Geografia das Ciências Naturais.
A premissa da geografia como ciência só se efetuou com a formulação dos
três princípios essenciais ao método geográfico, que lhe deu caráter científico. O
221
princípio da extensão teve como principal formulador o geógrafo considerado o pai
da Geografia Humana, o alemão Frederich Ratzel (1844-1904), que é. Segundo o
princípio da extensão, o geógrafo deve localizar o fato geográfico e determinar a sua
área de ocorrência. A necessidade de se delimitar o fato geográfico faz da
Cartografia uma auxiliar indispensável à Geografia.
O princípio da analogia ou da geografia geral estabelece que o estudo de
um fenômeno geográfico supõe a preocupação constante em estabelecer analogia
com fenômeno de igual natureza ocorridos em outras partes do Globo. Este princípio
teve como principais defensores o alemão Carl Ritter (1779-1859) e o francês Paul
Vidal de La Blachi (1845-1918).
O princípio da casualidade estabelece que se deve sempre buscar as
causas e determinar as conseqüências do fato geográfico. Princípio este defendido
pelo geógrafo alemão Alexandre Von Humboldt (1769-1859).
Devemos acrescentar mais dois princípios, aos três princípios básicos que
estabeleceram a metodologia moderna:
- O princípio da conexão ou interação que estabelece que os fatos
geográficos físicos ou humanos nunca aparecem isolados e estão sempre
interligados por elos de relacionamento;
- O princípio da atividade, que determina o caráter dinâmico do fato
geográfico que deve ser estudado em seu passado para poder ser compreendido
num presente e para se ter uma imagem de seu futuro. Estes princípios foram
formulados pelo francês Jean Brunhes (1869-1930).
Vinculados a esses princípios surgiram importantes correntes geográficas:
a Determinista e a Possibilista.
Fundada por Frederich Ratzel, a Escola Determinista teve inúmeros
seguidores na Alemanha e na América do Norte, até o final da Segunda Guerra
Mundial. Segundo essa teoria, “o homem é um produto do meio geográfico em que
vive”, não tendo condições de modificar a ação do meio geográfico ou natural sobre
a sua pessoa, o homem deve submeter-se, pois essa escola partia da premissa de
que quem nasce à beira do mar deve ser pescador, quem vive em regiões de
campos tem que ser pastor e assim por diante. Vinculadas a esse princípio, e com
forte ligação com o determinismo geográfico, estão as teorias de superioridade racial
dos séculos XIX e XX.
222
Tendo como pai o francês Paul Vidal de La Blache, a Escola Possibilista é
antagônica à Escola Determinista, pois ela parte do preceito de que o homem tem
condições de modificar o meio ou adaptar-se a ele levando uma vida normal dentro e
suas possibilidades. Esta escola tem o respaldo dos avanços tecnológicos que
permitem ao homem criar condições de sobrevivência em qualquer parte da Terra.
As idéias geográficas foram inseridas no currículo escolar brasileiro no
século XIX e apareciam de forma indireta nas escolas de primeiras letras, embora só
tenha se consolidado a partir de 1930.
No Estado do Paraná, esse movimento iniciou-se em 1983, quando a
Associação Paranaense de História – APAH – promoveu o primeiro encontro
paranaense de História e Geografia como disciplinas isoladas. Desse encontro foi
produzido um documento, enviado à Secretaria de Estado da Educação. Disso
resultou o parecer 332/84 do Conselho Estadual de Educação, permitindo que as
escolas pudessem optar por ensinar Estudos Sociais ou as disciplinas de Geografia
e História separadamente, desde que respeitado o princípio da integração que
fundamentara o currículo da época. Portanto, não houve o desaparecimento
imediato do ensino de Estudos Sociais. O desmembramento em disciplinas
autônomas só ocorreu após a Resolução n. 06 de 1986 do Conselho Federal de
Educação (PARANÁ, 2008, p.45).
Assim sendo, o ensino da disciplina de Geografia deste Estabelecimento
tem como objetivos:
- possibilitar a compreensão sócio-histórica das relações de produção
capitalista, para que o aluno reflita sobre as questões socioambientais, políticas,
econômicas e culturais materializadas no espaço geográfico;
- desenvolver o raciocínio geográfico visando estabelecer sua importância
na construção da sociedade;
- mobilizar o aluno para o conhecimento, estimulando o raciocínio, a
reflexão e a crítica, de modo que se torne sujeito do seu processo de aprendizagem,
para racioná-lo ao conhecimento científico no sentido de superar o senso comum;
- formar uma consciência espacial proporcionando o conhecimento e
compreensão do mundo atual.
223
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
Os conteúdos estruturantes da Geografia da Educação Básica são
entendidos como saberes e conhecimentos de grande amplitude que identificam e
organizam os campos de estudos desta disciplina escolar, considerados basilares e
fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. A partir deles
derivam-se os conteúdos específicos a serem trabalhados na relação de ensino e
aprendizagem no cotidiano escolar.
DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO;
DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO;
DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
6º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
- Formação e transformação das paisagens naturais e culturais;
- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do
espaço geográfico;
- As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista.
- As diversas regionalizações do espaço geográfico.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população;
- A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade
cultural.
- Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias,
exploração e produção;
- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
7º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
- O espaço rural e a modernização da agricultura;
- A distribuição espacial das atividades produtivas, (re)organização do espaço
geográfico;
224
- A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e das informações.
- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território
brasileiro;
- As diversas regionalizações do espaço brasileiro;
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;
- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e
a urbanização.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população;
- Movimentos migratórios e suas motivações.
- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção.
8º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
- O comércio e suas implicações socioespaciais;
- Circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.
- As diversas regionalizações do espaço geográfico;
- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do
continente americano;
- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
- A distribuição espacial das atividades produtivas, (re)organização do espaço
geográfico;
- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;
- O espaço rural e a modernização da agricultura.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população;
- Os movimentos migratórios e suas motivações;
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
225
9º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL
- Revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da
produção;
- Comércio mundial e as implicações socioespaciais;
- A distribuição da atividades produtivas, a transformação da paisagem e a
(re)organização do espaço geográfico.
- As diversas regionalizações do espaço geográfico;
- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;
- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
- O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual
configuração territorial.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população;
- Movimentos migratórios mundiais e suas motivações;
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção.
ENSINO MÉDIO
- Revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da
produção;
- O comércio e as implicações socioespaciais;
- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do
espaço geográfico;
- A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das
informações;
- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;
- O espaço rural e a modernização da agricultura.
- As diversas regionalizações do espaço geográfico;
- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;
- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
226
- O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual
configuração territorial;
- As implicações socioespaciais do processo de mundialização.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população;
- Os movimentos migratórios e suas motivações;
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;
- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e
a urbanização recente.
- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção;
- A formação e a transformação das paisagens;
- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
CONTEÚDOS – EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II
- Formação e transformação das paisagens naturais e culturais;
- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do
espaço geográfico;
- As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista.
- As diversas regionalizações do espaço geográfico.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população;
- A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade
cultural.
- Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias,
exploração e produção;
- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
- O espaço rural e a modernização da agricultura;
- A distribuição espacial das atividades produtivas, (re)organização do espaço
geográfico;
- A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e das informações.
- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território
brasileiro;
- As diversas regionalizações do espaço brasileiro;
227
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;
- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e
a urbanização.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população;
- Movimentos migratórios e suas motivações.
- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção.
- O comércio e suas implicações socioespaciais;
- Circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.
- As diversas regionalizações do espaço geográfico;
- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do
continente americano;
- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
- A distribuição espacial das atividades produtivas, (re)organização do espaço
geográfico;
- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;
- O espaço rural e a modernização da agricultura.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população;
- Os movimentos migratórios e suas motivações;
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
- Revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da
produção;
- Comércio mundial e as implicações socioespaciais;
- A distribuição da atividades produtivas, a transformação da paisagem e a
(re)organização do espaço geográfico.
- As diversas regionalizações do espaço geográfico;
- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;
- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
- O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual
configuração territorial.
228
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população;
- Movimentos migratórios mundiais e suas motivações;
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção.
CONTEÚDOS DA EJA - ENSINO MÉDIO
- Revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da
produção;
- O comércio e as implicações socioespaciais;
- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do
espaço geográfico;
- A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das
informações;
- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;
- O espaço rural e a modernização da agricultura.
- As diversas regionalizações do espaço geográfico;
- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;
- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
- O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual
configuração territorial;
- As implicações socioespaciais do processo de mundialização.
- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores
estatísticos da população;
- Os movimentos migratórios e suas motivações;
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;
- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e
a urbanização recente.
- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção;
- A formação e a transformação das paisagens;
- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
229
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Os conteúdos geográficos serão trabalhados de uma forma crítica e
dinâmica, mantendo coerência com os fundamentos teóricos propostos.
Para isso, algumas práticas de ensino consideradas fundamentais para o
trabalho pedagógico deverão desenvolver habilidades de elaborar a síntese de
espaço e uma visão crítica de suas formas de representação.
Entre os recursos e instrumentos metodológicos a serem utilizados para
valorizar e conhecer conteúdos específicos de Geografia serão as pesquisas em
jornais, revistas, livros, etc. Um rico encaminhamento metodológico para o estudante
será o de aprender a observar diferentes paisagens a partir de imagens e da
observação indireta, através de fotografias, leituras e confecção de mapas e cartas
cartográficas.
Como recursos tecnológicos, serão utilizados filmes, trechos de filmes,
programas de reportagem e imagens em geral (fotografias, slides, charges,
ilustrações), TV Pendrive e laboratório de informática, com vistas à problematização
dos conteúdos da Geografia, explorados à luz de seus fundamentos teórico-
conceituais. Portanto, serão basilares para pesquisas, leituras, debates, entre outros
procedimentos pedagógicos, passíveis de interpretação, problematização e análises
críticas, sendo que os conteúdos serão organizados numa sequência que
problematize as relações sociedade-natureza e as relações espaço-temporais a
partir do espaço geográfico mundial.
Algumas questões que nortearão essa abordagem: Onde? Quando? Por que
aqui e não em outro lugar? Como é esse lugar? Por que esse lugar é assim? Por
que as coisas estão dispostas desta maneira? Qual o significado desta disposição
espacial?
EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
230
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a
Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação
Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
Dentro dos Conteúdos Estruturantes e Básicos, serão trabalhados os
Desenvolvimento Socioeducacional e a Diversidade.
Desenvolvimento Socioeducacional:
- Cidadania e Direitos Humanos (Programa Bolsa Família, Educação Fiscal,
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI, Programa Escola Aberta,
Programa Saúde na Escola);
- Educação Ambiental – Lei 9795/99;
- Enfrentamento à violência (Programa de Educação das Unidades
Socioeducativas-PROEDUSE);
- Prevenção ao uso indevido de drogas.
231
Diversidade:
- Educação do Campo;
- Gênero e Diversidade Sexual
- História e Cultura dos Povos Indígenas
- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
- Política Nacional de Educação Ambiental
Contempla, também, a legislação vigente:
- Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas;
- Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
- Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e
Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenção
ao Uso Indevido de Drogas.
Os itens acima citados serão trabalhados dentro dos conteúdos.
4 AVALIAÇÃO
A avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem e, por isso, deve
servir não apenas para acompanhar a aprendizagem dos alunos, mas também o
trabalho pedagógico do professor. Tendo como principais critérios de avaliação em
Geografia a formação dos conceitos geográficos básicos e o entendimento das
relações socioespaciais para a compreensão e intervenção na realidade. Será
observado se os alunos formaram os conceitos geográficos e assimilaram as relações
espaço-temporais e sociedade-natureza para compreender o espaço nas diversas
escalas geográficas, contemplando a operacionalização de conceitos, valorizando-se
a noção de que o aluno possa, durante e ao final do percurso, avaliar a realidade
socioespacial em que vive, sob a perspectiva de transformá-la, onde quer que esteja.
Para que se possa espelhar os resultados obtidos pelo aluno em seus
vários aspectos, é importante que a avaliação seja feita com instrumentos variados:
- provas escritas e orais;
- pesquisa em sala ou extra-classe;
- pesquisa de campo;
- seminários e trabalhos extra-classe;
- atividade em grupo ou individual.
232
Para tanto, é necessário que os critérios e formas de avaliação fiquem bem
claros para os alunos, como direito que têm de acompanhar todo o processo.
A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a
10,0 (dez). O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória
da nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou
subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como
um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos.
A recuperação será planejada concomitante ao processo de ensino
aprendizagem conforme diagnóstico levantado no instrumento de avaliação, tendo
em vista a retomada dos conteúdos que não foram apropriados, permanecendo a
nota maior.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotado no Livro Registro de Classe.
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino
Médio serão os seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,
seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
233
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
6 REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos
conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares.
Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012.
234
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA
ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS
E ENSINO MÉDIO
Professora: Edilene Parto Alves Vilela
Eliane Vogt Rodrigues da Silva
Eufrázio Silva de Oliveira
Ilda Fracassi Batista
Sueli dos Santos
RIO BOM
2012
235
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE HISTÓRIA
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
No ensino de História na Educação Básica no Brasil, pretende-se despertar
reflexões a respeito dos aspectos políticos, econômicos, culturais, sociais, e das
relações entre o ensino da disciplina e a produção do conhecimento histórico.
Desta forma, deverá suscitar e explicitar acontecimentos passados, presentes
e „prever‟ os futuros, buscando explicitações da diversidade cultural local onde o
indivíduo está inserido e deste fazer relações com o contexto mundial.
Assim, possibilitará ao aluno compreender a importância da disciplina de
História, evidenciando que o homem é parte da história, produz história, acompanha
o movimento histórico e que o “tempo” histórico não é igual para todas as
sociedades (temporalidade). Portanto, a história deverá possibilitar ao aluno
compreender sua ação e que esta tenha uma logística de ordem, sucessão de
duração e simultaneidade de causa e conseqüência.
A História como disciplina escolar passou a ser obrigatória a partir da criação
do Colégio D. Pedro II em 1837. Neste mesmo ano foi criado o Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro (IHGB), que instituiu a história como disciplina acadêmica e
que a maioria dos professores, além de fazer parte do IHGB, eram os intelectuais
que constituíam os programas escolares, os manuais didáticos e as orientações dos
conteúdos a serem ensinados.
Essas produções foram elaboradas sob a influência da Escola Metódica e do
Positivismo, caracterizadas em linhas gerais pela História Política orientada pela
linearidade dos fatos, pelo uso restrito dos documentos oficiais escritos como fonte e
verdade histórica e, por fim, pela valorização dos heróis.
Propunha uma nacionalidade expressa na síntese das raças branca, índia e
negra, predominando a ideologia do branqueamento. Nesse modelo conservador de
sociedade, o currículo oficial de História tinha como objetivo contribuir para a
legitimação dos valores aristocráticos, no qual o processo histórico conduzido por
líderes excluía a possibilidade das pessoas comuns serem entendidas como sujeitos
históricos. Este modelo de história foi mantido no início da República (1889).
Em 1901, o corpo docente do Colégio D. Pedro II alterou o currículo,
propondo que a História do Brasil passasse a compor a cadeia de História Universal.
236
O retorno da História do Brasil nos currículos escolares deu-se, apenas, no
governo de Getúlio Vargas (1882–1954), vinculado ao projeto político nacionalista do
Estado Novo, por meio da Lei Orgânica do Ensino Secundário de 1942. Cabe
destacar que a escolaridade era restrita à elite. O ensino de História foi marcado
pelos debates sobre a inclusão dos Estudos Sociais na escola desde o início dos
anos 1930.
As experiências norte-americanas na organização da disciplina de Estudos
Sociais passaram a fazer parte dos debates educativos por meio da Escola Nova.
Anísio Teixeira (1900 – 1971), à frente da Diretoria da Instrução Pública Federal,
publicou uma proposta de Estudos Sociais (1934) denominada Programa de
Ciências Sociais.
Com as experiências feitas em 1950 com o PABAEE (Programa de
Assistência Brasileiro-Americano no Ensino Elementar), servindo de referência para
a posterior implantação dos Estudos Sociais no Ensino de Primeiro Grau, por força
da Lei nº 5692/71.
Após a implantação do Regime Militar (1964), o ensino de História manteve
seu caráter estritamente político, pautado no estudo de fontes oficiais e narrado
apenas do ponto de vista factual. Mantiveram-se os grandes heróis como sujeitos da
história. O Estado realizou um amplo programa de reorganização educacional.
A partir da Lei n. 5692/71, no período do regime militar, o Estado deu ênfase
ao currículo e as disciplinas da área de ciências humanas passaram a ser tratadas
de modo pragmático. Na configuração curricular defendida pelo regime militar, as
disciplinas da área de ciências humanas perderam espaço nos currículos. O Estado
objetivava exercer um maior controle ideológico, pois a prática pedagógica era
pautada na transmissão de conteúdos escolares selecionados e sedimentada pelos
livros e manuais didáticos. Os livros tinham conteúdos ideológicos do Estado e o
ensino de História tinha como prioridade ajustar o aluno ao cumprimento dos seus
deveres patriótico-civis privilegiando noções e conceitos básicos para adaptação à
realidade. O ensino de história distanciou-se da produção historiográfica acadêmica,
envolvida em discussões a respeito dos objetos, das fontes, dos métodos, das
concepções e dos referenciais teóricos.
Com essas discussões, houve uma restauração das liberdades individuais e
coletivas no país, tendo como produção diferenciada de materiais didáticos e
paradidáticos com a elaboração de novas propostas curriculares na área em vários
237
Estados. Essa nova produção de livros didáticos procurou incorporar a nova
historiografia.
No Paraná, houve também uma tentativa de aproximar a produção acadêmica
de História ao ensino desta disciplina no Primeiro Grau, fundamentada na pedagogia
histórico-crítica por meio do Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do
Paraná (1990), pautada no materialismo histórico-dialético e em alguns indicadores
da Nova História. Esta proposta confrontou o esvaziamento de conteúdos presente
no ensino de Estudos Sociais no Primeiro Grau e procurou contrariar seus
pressupostos teóricos ao ensino de uma racionalidade histórica linear, factual,
heróico e cronológico, pautado na memorização, nos exercícios de fixação e no
direcionamento dos livros didáticos.
Entretanto, os documentos Currículo Básico para a Escola Pública do Estado
do Paraná (1990) e o da Reestruturação do Ensino de Segundo Grau no Paraná
(1990) apresentaram limitações e os problemas, então, identificados tiveram
implicações significativas para o currículo de História da Rede Pública Estadual. Em
decorrência disso, os professores submeteram-se aos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs) e aos livros didáticos como principais referências para a
organização dos currículos escolares do Ensino Fundamental e Médio.
Porém, o ano de 2003 marcou o início da superação desse processo com a
elaboração das Diretrizes Curriculares para o Ensino de História, envolvendo os
professores da rede estadual em discussões coletivas. Este documento procurou
contemplar a inclusão social, considerando a diversidade cultural e a memória
paranaense. Destacam-se:
* A Lei nº 13.381/01, que torna obrigatório, no Ensino Fundamental e Médio da Rede
Pública Estadual, os conteúdos de História do Paraná;
* a Lei nº 10.639/03, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade da História e
Cultura Afro-Brasileira, seguidas das Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das relações étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana;
* a Lei nº 11645/08, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade do ensino de
História e Cultura dos povos indígenas do Brasil;
* a Lei nº 9795/99: política nacional de Educação Ambiental, Cidadania, Direitos
Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência na Escola e Prevenção ao
Uso Indevido de Drogas.
238
Nas DCEs de História, os conteúdos estruturantes são identificados no
processo histórico de constituição da disciplina e no referencial teórico atual, que
sustenta os campos de investigação da história política, econômico-social e cultura,
à luz da nova Esquerda Inglesa e da Nova História Cultural, inserindo conceitos
relativos à consciência histórica.
Para o Ensino Médio, as DCEs estão relacionadas à história temática,
possibilitando ao estudante a ampliação dos seus conhecimentos, fazendo distinção
entre o passado, presente e elaborando uma previsão do futuro.
Nesta perspectiva, o estudo de História é a compreensão de uma
problemática das ações e reações humanas frente a um processo mutável,
dependendo do contexto em que está inserido, tais como: a fome, desigualdade
social, exclusão social, confronto identitário (individual, social, étnico, sexual, de
gênero, de idade, de propriedade), direitos, deveres, obrigações, local, regional ou
nacional.
Estes indicativos privilegiam uma relação de trabalho, de poder e de cultura.
Esses fenômenos são passíveis de explicar, interpretar e narrar as ações humanas
no tempo e no espaço, sendo que devem ser abordadas didaticamente dentro de um
processo de ensino/aprendizagem, observando os recortes espaço temporal e
conceituais específicos dentro das Diretrizes Curriculares de História.
Finalmente, são objetivos da disciplina:
Desenvolver a capacidade de análise da relação presente-passado no
processo histórico, propiciando ao aluno a formação da consciência histórica,
permitindo que o estudante elabore conceitos, que pense historicamente e
supere a idéia de história como verdade absoluta e imutável.
Contribuir para a construção da consciência histórica tendo como objeto de
estudos os processos históricos relativos às ações e às relações humanas.
Levar o aluno a construir sua autonomia buscando conhecimentos que
propiciem a compreensão mais elaborada sobre a História.
Desenvolver no estudante conhecimento histórico que o leve a reconhecer e
respeitar a diversidade cultural no tempo e espaço em todas suas
manifestações econômicas, políticas e sociais, não mais como história pronta
e acabada, mas passível de reformulação de concepções, contribuindo com a
formação do homem crítico e participativo nas transformações sociais.
239
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
Os Conteúdos Estruturantes de História são de grande amplitude e
fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. São eles:
Relações de Trabalho
Relação de Poder
Relações Culturais
CONTEÚDOS BÁSICOS
ENSINO FUNDAMENTAL
6° ANO
Os Diferentes Sujeitos, Suas Culturas, Suas Histórias.
- A experiência humana no tempo;
- Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo;
- As culturas locais e a cultura comum;
- História do Paraná.
7° ANO
A Constituição Histórica do Mundo Rural e Urbano e a Formação da
Propriedade em Diferentes Tempos e Espaços
- As relações de propriedade;
- A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade;
- As relações entre o campo e a cidade;
- Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.
8° ANO
O Mundo do Trabalho e os Movimentos de Resistência
- História das relações da humanidade com o trabalho;O trabalho e a vida em
sociedade;
- O trabalho e as contradições da modernidade;
- Os trabalhadores e as conquistas de direito;
- Música (Hino do Brasil, Paraná, Rio Bom e Proclamação da República).
240
9° ANO
Relações de Dominação e Resistência: a Formação do Estado e das
Instituições Sociais
- A constituição das instituições sociais;
- A formação do Estado;
- Sujeitos, Guerras e Revoluções.
ENSINO MÉDIO
1ª SÉRIE
Tema 1
Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre.
Tema 2
Urbanização e industrialização
2ª SÉRIE
Tema 3
O Estado e as relações de poder.
Tema 4
Os sujeitos, as revoltas e as guerras.
3ª SÉRIE
Tema 5
Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções.
Tema 6
Cultura e religiosidade
Tema 7
História do Paraná – Lei nº 13381/01
História e Cultura Afro-Brasileira e Cultura Indígena
Sexualidade
Educação Ambiental – Lei Federal nº 9795/99 e Decreto nº 4201/01.
241
CONTEÚDOS EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II
Os Diferentes Sujeitos, Suas Culturas, Suas Histórias.
- A experiência humana no tempo;
- Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo;
- As culturas locais e a cultura comum;
- História do Paraná.
A Constituição Histórica do Mundo Rural e Urbano e a Formação da
Propriedade em Diferentes Tempos e Espaços
- As relações de propriedade;
- A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade;
- As relações entre o campo e a cidade;
- Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.
O Mundo do Trabalho e os Movimentos de Resistência
- História das relações da humanidade com o trabalho;O trabalho e a vida em
sociedade;
- O trabalho e as contradições da modernidade;
- Os trabalhadores e as conquistas de direito;
- Música (Hino do Brasil, Paraná, Rio Bom e Proclamação da República).
Relações de Dominação e Resistência: a Formação do Estado e das
Instituições Sociais
- A constituição das instituições sociais;
- A formação do Estado;
- Sujeitos, Guerras e Revoluções.
ENSINO MÉDIO
- Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre.
- Urbanização e industrialização
- O Estado e as relações de poder.
- Os sujeitos, as revoltas e as guerras.
- Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções.
- Cultura e religiosidade
- História do Paraná – Lei nº 13381/01
- História e Cultura Afro-Brasileira e Cultura Indígena
242
- Sexualidade
- Educação Ambiental – Lei Federal nº 9795/99 e Decreto nº 4201/01.
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A História não se aprende apenas no espaço escolar, pois o estudante tem
acesso a inúmeras informações, imagens e explicações no convívio familiar, nos
festejos, na religião, de caráter local, regional, nacional e mundial. Tem acesso
também às transformações e aos ciclos da natureza, envolve-se com os ritmos
acelerados da vida humana, da televisão e dos videoclipes, são seduzidos pelos
apelos de consumo da sociedade contemporânea e recheiam a imaginação com
ícones recriados a partir de fontes e épocas diversas. Nas convivências entre as
gerações, nos fatos e lembranças dos antepassados e dos outros tempos, crianças
e jovens socializam-se, aprendem regras sociais e costumes, agregam valores,
projetam o futuro e questionam o tempo.
Além disso, o rádio, os livros, as enciclopédias, jornais, revistas, televisão,
cinema, vídeo, computadores e internet também difundem personagens, fatos,
datas, cenários e costumes que instigam meninos e meninas a pensarem sobre
diferentes contextos e vivências humanas.
Entretanto, é necessário diferenciar o saber empírico que os alunos adquirem
de modo informal do conhecimento científico apreendido na escola. Este resulta da
re-elaboração de muitos saberes, é proveniente do diálogo entre muitos
interlocutores e muitas fontes, podendo permanentemente ser reconstruído a partir
dos objetivos sociais, didáticos e pedagógicos. Dele fazem parte às tradições de
ensino da área, as vivências sociais de professores e alunos, o conhecimento fruto
das pesquisas de historiadores, educadores e especialistas das Ciências Humanas.
Para os anos finais do Ensino Fundamental a metodologia proposta será de
estabelecerem-se relações e comparações com a história mundial. Para o Ensino
Médio, a finalidade metodológica será de promover a discussão e a busca de
solução para um tema/problema previamente proposto pelo professor.
Assim, para atingir a finalidade de formar o pensamento histórico no
estudante, caberá ao professor e alunos utilizarem, em sala de aula e nas pesquisas
escolares, os métodos de investigação histórica articulados pelas narrativas
243
históricas desses sujeitos, tornando-se possível perceber que a História pode ser
narrada em diferentes fontes e, que estas subsidiam suas narrativas.
Nesta perspectiva, o trabalho pedagógico deverá ser fundamentado em vários
autores com a finalidade de promover a consciência da necessidade de uma
contextualização social, política e cultural em cada momento histórico, ou seja, o
professor organizará seu trabalho pedagógico por meio do trabalho com vestígios e
fontes históricas diversos, com fundamentação na historiografia, através da
problematização do conteúdo e estruturada por narrativas históricas produzidas
pelos sujeitos.
Para isso, o professor possibilitará ao aluno uso de textos historiográficos,
documentos e imagens (mapas, filmes, fatos, fotos, pesquisas bibliográficas e de
campo, quando possível, etc.), em diferentes momentos e organização (individual,
pequenos grupos, coletivo, oral, por escrito) favorecendo a interação entre professor-
aluno, aluno-aluno e conteúdos estudados, pois permitirá ao aluno realizar análises
críticas da sociedade por meio de uma consciência histórica, sem a pretensão de
fazer do aluno um “pequeno historiador” ou produtor de monografias.
Visando um ensino de qualidade, optou-se acatar algumas sugestões do
historiador Ivo Mattozzi (2004), inclusive observando as três dimensões a que ele se
refere.
Para estudar um tema, será focalizado o acontecimento, processo ou
sujeito que se quer representar do ponto de vista da historiografia;
Será delimitado o tema histórico em um período bem definido,
demarcando referências temporais fixas e estabelecendo uma separação
entre seu início e seu final;
Os professores e alunos definem um espaço ou território de observação
do conteúdo tematizado.
Além disso, a seleção temática deverá ter um sentido a partir da
problematização.
Por exemplo: Selecionado o tema, se utilizará uma das formas para que
ocorra a construção de uma narrativa histórica:
Narração – uma forma de discurso na qual professor e aluno ordena os
fatos históricos que se sucederam em um período de tempo reconstruindo o
processo histórico relativo às mudanças, transformações por meio de
acontecimentos que levem de um contexto inicial a um final;
244
Descrição – sendo a forma de representar um contexto histórico, ela será
utilizada para representar as permanências que ocorrem em diferentes
contextos históricos;
Argumentação, explicação e problematização – fundamentando tanto a
explicação quanto a argumentação histórica.
Assim, a narrativa histórica será a problemática focalizada. A explicação será
a busca das causas e origens de determinadas ações e relações humanas. A
argumentação será a resposta dada à problemática.
Portanto, em sala de aula serão usados documentos escritos, os registros
orais, os testemunhos de história local, documentos contemporâneos (fotografia,
cinema, histórias em quadrinhos, música, livros, jornais, museus, literatura e
informática, etc.), desde que proporcionem o conhecimento histórico, permitindo a
construção de conceitos sobre o passado e o questionamento dos conceitos já
constituídos.
Enfim, a metodologia da disciplina de História não poderá resumir-se à leitura
e „questionários‟ sem sentido. De acordo com as DCEs, este deverá ser um
processo dinâmico, pois caberá ao professor pesquisar as diversas proposições
metodológicas descritas no referido documento ao organizar suas aulas ressaltando
a importância destes conhecimentos na formação de cada um.
EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
245
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas
Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
Será contemplado em Desenvolvimentos Socioeducacionais:
- Cidadania e Direitos Humanos: Programa Bolsa Família, Educação Fiscal,
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil-PETI, Programa Escola Aberta,
Programa Saúde na Escola;
- Enfrentamento à violência: Programa de Educação Unidades
Socioeducativas-PROEDUSE;
- Prevenção ao uso indevido de drogas;
- História e Cultura dos Povos Indígenas;
- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
- Política Nacional de Educação Ambiental.
Contempla, ainda, a legislação vigente / as Diversidades:
- Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas;
- Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
- Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e
Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenção
ao Uso Indevido de Drogas.
246
- Lei nº 13381/01 – História do Paraná;
- Lei Federal nº 11525/07;
- Decreto nº 1143/99 e Portaria nº 413/02 – Educação Tributária;
- Educação do campo;
- Gênero e diversidade.
4 AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de História observará a fundamentação legal
expressa no Regimento Escolar, coerente com a LDBEN, com as DCEs e com o
Projeto Político Pedagógico da escola, terá como objetivo buscar a coerência entre a
concepção de História aqui defendida com as práticas avaliativas que integram o
processo de ensino e aprendizagem e que deverá estar a serviço de todos os
alunos. Assim, no processo educativo, a avaliação servirá como meio de diagnostico
do processo ensino-aprendizagem, investigando além do que o aluno aprendeu
também a prática pedagógica. Desta forma, possibilitará ao professor acompanhar o
desempenho no presente, orientar o desempenho futuro e mudar as práticas
insuficientes, com a finalidade de superar as fragilidades e investir em novas práticas
pedagógicas.
Logo, não basta “constatar” o que o aluno não aprendeu. É necessário ir para
além da avaliação e atribuição de valor. É importante que a avaliação aponte onde o
docente deverá fazer novas intervenções para favorecer a aprendizagem do aluno.
Na organização ou reorganização do trabalho pedagógico deverá ser uma
preocupação do docente a definição dos critérios, estratégias e instrumentos de
avaliação e, deverá ser resultado de reflexão com o coletivo da escola e não uma
ação individual e solitária.
Nesta perspectiva, de acordo com as DCEs de História e as idéias de Luckesi
(2002) de acordo com o momento, o conteúdo e o Regimento Escolar de nosso
Colégio, a avaliação será:
1. Avaliação diagnóstica – que permitirá ao professor identificar o
desenvolvimento da aprendizagem dos alunos para pensar em formas didáticas que
possibilitem a compreensão dos conteúdos a serem trabalhados, servindo, então,
para o professor replanejar e refletir sobre sua prática docente;
247
2. Avaliação formativa – que ocorrerá durante o processo pedagógico e terá
por finalidade retomar os objetivos de ensino propostos para, a partir dos mesmos,
identificar a aprendizagem alcançada desde o início até ao momento avaliado;
3. Avaliação processual – que permitirá ao professor tomar uma amostragem
de objetivos propostos no início do trabalho e identificar se eles estão em
consonância com o perfil dos alunos e com os encaminhamentos metodológicos
utilizados para a compreensão dos conteúdos. A avaliação será feita durante o
processo ensino-aprendizagem.
Vale ressaltar que a complexidade do ato de avaliar, mesmo com estes três
tipos de avaliação, ainda suscitará questões que caberá ao professor buscar as
respostas, como: O que avaliar? Como avaliar? Quem é o responsável pela
avaliação do aluno? Assim, outras atividades de avaliação são apresentadas (cf.
DCEs, p.81):
Atividades que possibilitem a apreensão das idéias históricas dos estudantes
em relação ao tema abordado;
Atividades que permitam desenvolver a capacidade de síntese e redação de
uma narrativa histórica;
Atividades que permitam ao aluno expressar o desenvolvimento de idéias e
conceitos históricos;
Atividades que revelem se o educando se apropriou da capacidade de leitura
de documentos com linguagens contemporâneas, como: cinema, fotografia,
histórias em quadrinho, músicas e televisão, relativos ao conhecimento
histórico;
Atividades com textos, na qual o aluno vai identificar o tema, o contexto em
que foi produzido; ler e identificar as idéias principal e secundária; ser capaz
de compreender as expressões e explicá-las; realizar sua interpretação
comparando-o a outros fatos;
Atividades com imagens – onde o aluno deverá identificar o tema nela
representado, época, contexto; na qual fará a leitura da imagem distinguindo
os personagens, lugares, etc.; explicando o contexto da produção desta
imagem; interpretando-a e valorizando o testemunho sobre a época e os
símbolos apresentados.
248
Assim, para os anos finais do Ensino Fundamental e Médio, a avaliação da
disciplina de História, deverá sempre considerar três aspectos:
A investigação e a apropriação de conceitos históricos pelos
estudantes;
A compreensão das relações da vida humana (Conteúdos
Estruturantes);
O aprendizado dos conteúdos básicos/ temas históricos e específicos.
Após a avaliação diagnóstica, o professor e os alunos revisarão os conteúdos
de modo a superarem as lacunas apresentas durante o processo pedagógico, com
novos encaminhamentos visando à superação das dificuldades constatadas, pois a
finalidade da disciplina de História é que os alunos sejam capazes de identificar
processos históricos, de reconhecer criticamente as relações de poder neles
existentes e se tornarem sujeitos da própria História, intervindo no mundo histórico
de forma consciente.
A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a
10,0 (dez).
O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da
nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou
subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como
um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,
permanecendo a nota maior.
249
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.
O professor poderá optar por diferentes instrumentos de avaliação: forma
oral, forma escrita, objetiva, mista (objetiva e escrita, forma não verbal: maquetes,
desenhos; realizar tarefas, relatórios), portfólio, autoavaliação, entrevista, texto,
pesquisa, coleta de informações. Fazendo uso de diversificados instrumentos de
avaliação, o professor poderá ampliar a sua capacidade de observação.
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino
Médio serão os seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,
seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
250
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
5 REFERÊNCIAS
BRASIL/MEC. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para
incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História
e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. In: Brasil. Ministério da
Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-
raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília:
MEC/Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial/ Secretaria
de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. 2004.
_______. LDB nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. In: BRASIL/MEC. Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.
JUNIOR, Alfredo Boulos. História Geral, Antiga e Medieval. São Paulo: FTD, 1995.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos Temáticos: a inserção dos
conteúdos de Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos
currículos escolares. . Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares de História para a educação básica. Curitiba, 2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e
Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom,
2012.
251
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS
E ENSINO MÉDIO
Professoras: Cleudilene de Souza
Maísa Miriam Oliveira de Paula
Maria Nilda da Silva
Maria Regina de Oliveira
Sandra Maria Haeitmann
RIO BOM
2012
252
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Língua Portuguesa passou a integrar os currículos escolares brasileiros,
como disciplina somente nas últimas décadas do século XIX. Ela é constituída por
uma realidade social e histórica, uma atividade inter-humana que pretende levar o
alunado ao domínio da leitura, da escrita, da fala, em situações formais e a
compreensão da realidade social.
Depois de institucionalizada como disciplina, as primeiras práticas de
ensino moldavam-se ao ensino do Latim, para os poucos que tinham acesso a uma
escolarização mais prolongada e esse caráter elitista continuou até meados do
século XX.
O estudo da Língua Portuguesa foi incluído no currículo sob as formas das
disciplinas Gramática, Retórica e Poética (abrangendo literatura) e, por decreto
imperial, em 1871, foi criado, no Brasil o cargo de Professor de Português.
Com a Lei nº 5692/71 o ensino da disciplina de Português esteve voltado à
qualificação para o trabalho decorrendo a instituição de uma pedagogia tecnicista
pautada na concepção de linguagem como meio de Comunicação (cujo objeto é a
língua vista como código), com um viés mais pragmático e utilitário em detrimento do
aprimoramento das capacidades linguísticas do falante.
A partir desta lei, a disciplina de Português passou a denominar-se, no 1º
grau (nas quatro primeiras séries), Comunicação e Expressão e nas quatro últimas
séries, Comunicação em Língua Portuguesa. De 70 a meados dos anos 80 o ensino
priorizava os exercícios estruturais, técnicas de redação e treinamento de
habilidades de leitura.
No Brasil, a partir dos anos 80 o ensino ganha causa nova com os
paradigmas que envolviam questões de uso, contextuais, que valorizavam o texto
como unidade fundamental de análise. Contribuição, essa, dada pelos pensadores
que integraram o Círculo de Bakhtin, e com eles, o avanço dos estudos em torno da
natureza sociológica da linguagem, ou seja, a língua configura um espaço de
interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação.
253
Atualmente, o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa visa aprimorar
os conhecimentos lingüísticos e discursivos dos alunos, com a finalidade de levá-los
a compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir com
esses discursos, tornando-se sujeitos críticos, produtores dos seus próprios textos,
interagindo-se com outros sujeitos, impulsionando a transformação de sua realidade,
bem como da sociedade onde vive.
Assim sendo, justifica-se a importância do conhecimento da disciplina de
Língua Portuguesa, como saber escolar, dada a contribuição para a formação do
aluno, pois o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa visa aprimorar os
conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos, para que eles possam
compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir com esses
discursos.
Assumindo-se a concepção de língua como prática que se efetiva nas
diferentes instâncias sociais (concepção interacionista da linguagem para o ensino-
aprendizagem da Língua Materna), acorda-se que o objeto de estudo da disciplina é
o Texto.
Nesse sentido, a proposta pedagógica curricular de Língua Portuguesa
objetiva empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la
a cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos
discursos do cotidiano, posicionando-se diante dos mesmos, bem como desenvolver
o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas por meio de práticas
sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratado, os
gêneros e suportes textuais e contexto de produção/leitura.
O ensino de Língua Portuguesa levará o aluno a refletir sobre os textos
produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero e tipo de texto, assim como os
elementos gramaticais empregados na sua organização, além de aprimorar, pelo
contato com os textos literários a capacidade de pensamento crítico e a
sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da literatura, a constituição de
um espaço dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com as práticas da
oralidade, da leitura e da escrita.
Finalizando, a concepção de linguagem é vista como fenômeno social, pois
nasce da necessidade de interação (política, social, econômica) entre os homens.
254
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
O Conteúdo Estruturante de Língua Portuguesa e Literatura é o discurso
como prática social, desdobrando-se em três práticas: oralidade, leitura e escrita,
bem como a análise lingüística que estará presente nas três práticas de modo a
contribuir com o aprimoramento da competência lingüística dos estudantes.
ENSINO FUNDAMENTAL – 6º ANO
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística
serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas
esferas sociais de circulação.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA, LEITURA
E ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA
- Adivinhas
- Anedotas
- Bilhetes
- Cantigas de roda
- Cartão
- Convites
- Aviso
- Biografias
- Autobiografia
- Contos de fadas
- Tirinhas
- Lendas
- Cartazes
- Músicas
- Piadas
- Quadrinhas
- Receitas
- Trava-língua
- Poemas
- Cartum
- Tiras
- Rótulos/embalagens
- Fábulas
- Tema do texto;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Argumentos do texto;
- Elementos extralingüísticos: entonação,
pausas, gestos e outros;
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Léxico;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações lingüísticas;
- Contexto de produção;
- Informatividade;
- Divisão do texto em parágrafo;
- Processo de formação de palavras;
- Acentuação gráfica/ortografia;
- Concordância verbal/nominal;
- Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias,
repetição, recursos semânticos, função das
classes gramaticais, pontuação, recursos
gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras
de linguagem.
255
- História em Quadrinhos
- Narrativas de aventura
- Telegrama
- Entrevista
- Notícia
- Relato de viagem
- Diário de viagem
ENSINO FUNDAMENTAL – 7º ANO
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística
serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas
esferas sociais de circulação.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA, LEITURA
E ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA
- Narrativa de aventura/
fantásticas/míticas
- Narrativas de humor
- Crônica de ficção
- Fábulas
- Músicas/letras de música
- Paródias
- Lendas/mitos
- Diário
- Exposição oral
- Debate
- Causos
- Comunicado
- Provérbios
- Notícia
- Reportagem
- Horóscopo
- Manchete
- Classificados
- Fotos
- Placas
- Pinturas
- Propagandas/slogan
- Tema do texto;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Argumentos do texto;
- Intertextualidade
- Ambiguidade
- Informações explícitas e implícitas
- Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, gestos, etc.;
- Repetição proposital de palavras;
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Léxico;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações lingüísticas;
- Contexto de produção;
- Informatividade;
- Divisão do texto em parágrafo;
- Processo de formação de palavras;
- Acentuação gráfica/ortografia;
- Concordância verbal/nominal;
- Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias,
256
- Histórias em quadrinhos
- Bulas
- Artigo de divulgação científica
- Poema
- Carta ao leitor
- Artigo de opinião
- Memória
repetição, recursos semânticos, função
das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem.
- Semântica.
ENSINO FUNDAMENTAL – 8º ANO
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística
serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas
esferas sociais de circulação.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA, LEITURA
E ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA
- Contos
- Contos de enigma, de terror e
fantástico
- Memórias
- Resumo
- Debate
- Palestras
- Pesquisa
- Relatório
- Exposição oral
- Abaixoassinado
- Entrevista (oral e escrita)
- Seminário
- Carta ao leitor
- Carta do leitor
- Depoimento
- Diário íntimo
- Diário virtual
- Romance de ficção científica
- Artigo de divulgação
- Texto dramático
- Artigo de opinião
- Conteúdo temático;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Intencionalidade do texto;
- Finalidade;
- Argumentos do texto;
- Intertextualidade
- Informações explícitas e implícitas
- Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, expressões facial, corporal e gestual,
etc.;
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Léxico;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações lingüísticas (lexicais, semânticas,
prosódicas, entre outras);
- Contexto de produção;
- Informatividade;
- Concordância verbal/nominal;
- Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias,
repetição, recursos semânticos, função das
257
- Poema
- Artigo de opinião
- Cartum
- Charge
- Classificados
- Anúncios
- Crônica jornalística
- Dialógica/discussão
argumentativa
- Cartazes
- Filmes
- Resenha crítica
- Sinopses de filmes
- Chat
- Fotoblog
classes gramaticais no texto, pontuação,
recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito), figuras de
linguagem.
- Papel sintático e estilístico dos
pronomes na organização, retomadas e
sequenciação do texto
- Semântica
- operadores argumentativos
- ambigüidade
- sentido figurado
- significado das palavras
- expressões que denotam ironia e
humor no texto.
- Vozes sociais presentes no texto;
- Relação de causa e consequência
entre as partes e elementos do texto;
- Elementos semânticos;
- Adequação da fala ao contexto (uso de
conectivos, gírias, repetições, etc.);
- Diferenças e semelhanças entre o
discurso oral e o escrito.
ENSINO FUNDAMENTAL – 9º ANO
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística
serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas
esferas sociais de circulação.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA, LEITURA
E ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA
- Crônicas de ficção/esportivas
- Literatura de cordel
- Pinturas
- Romances
- Poesias
- Música
- Resumos
- Conteúdo temático;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Finalidade;
- Intencionalidade do texto;
- Informatividade;
- Argumentos do texto;
- Conteúdo de produção;
258
- Paródias
- Relatórios
- Cartazes
- Resenha
- Seminário
- Texto de opinião
- Diálogo/discussão
argumentativa
- Carta ao leitor
- Editorial
- Entrevista
- Notícia/reportagem
- Carta de reclamação
- Carta de solicitação
- Conto psicológico
- Conto social
- Conto de amor
- Propaganda
- Texto dramático
- Roteiro
- Depoimentos
- Ofício
- Procuração
- Leis
- Requerimento
- Telejornal
- Teatro
- Intertextualidade;
- Discurso ideológico presente no texto;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, expressões facial, corporal e gestual;
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Léxico;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações lingüísticas (lexicais, semânticas,
prosódias, entre outras);
- Relação de causa e consequência entre as
partes e elementos do texto;
- Partículas conectivas do texto;
- Progressão referencial do texto;
- Divisão do texto em parágrafo;
- Processo de formação de palavras;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia;
- Concordância verbal/nominal;
- Vícios de linguagem;
- Sintaxe de regência;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,
repetição, conectivos, função das classes
gramaticais no texto, pontuação, recursos
gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras
de linguagem.
- Semântica
- operadores argumentativos
- modalizadores
- polissemia
- Expressões que denotam ironia e humor no
texto;
- Adequação da fala ao contexto (uso de gírias,
conectivos, repetições, etc.);
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral
e escrito.
259
ENSINO MÉDIO
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística
serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas
esferas sociais de circulação.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA, LEITURA
E ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA
- Contos
- Crônicas
- Contos de fada contemporâneo
- Textos dramáticos
- Narrativas em geral
- Romance
- Sinopses de filmes
- Charge
- Cartum
- Tiras
- Poemas
- Textos argumentativos
- Diários
- Testemunhos
- Biografia
- Artigos de opinião
- Carta de leitor
- Carta ao leitor
- Reportagem/notícia
- Manchete
- Editorial
- Letras de música
- Paródia
- Propaganda/slogan
- Carta de emprego
- Carta de reclamação
- Carta de solicitação
- Curriculum vitae
- Resumo
- Resenha
- Relatório científico
- Debate regrado
- Conteúdo temático;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Intencionalidade do texto;
- Finalidade do texto;
- Informatividade;
- Referência textual;
- Argumentos do texto;
- Conteúdo de produção;
- Intertextualidade;
- Discurso ideológico presente no texto;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, expressões facial, corporal e gestual;
- Elementos composicionais do gênero;
- Contexto de produção da obra literária;
- Progressão referencial;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações lingüísticas (lexicais, semânticas,
prosódias, entre outras);
- Relação de causa e consequência entre as
partes e elementos do texto;
- Partículas conectivas do texto;
- Progressão referencial do texto;
- Sintaxe de regência;
- Sintaxe de concordância;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,
repetição, recursos semânticos, função das
classes gramaticais no texto, conectores,
pontuação, recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito), figuras de linguagem.
- Semântica
260
- Diálogo/discussão
argumentativa
- Júri simulado
- Telejornal
- Teatro
- Blog
- Chat
- Fotoblog
- Vídeo Clip
- operadores argumentativos
- modalizadores
- Adequação da fala ao contexto (uso de
gíria, repetições, conectivos, etc.);
- Diferenças e semelhanças entre o
discurso oral e escrito;
- Vícios de linguagem;
- Elementos semânticos.
1ª SÉRIE
Gêneros Textuais
- contos de fada contemporâneos
- textos dramáticos
- narrativas em geral
- poemas
- artigos de opinião
- reportagem/notícia
- paródia
- resumo
- debate regrado
- charge
- cartum
- tiras
- textos argumentativos
- letras de músicas
- diálogo/discussão argumentativa
- teatro
- blog
- e-mail.
2ª SÉRIE
Gêneros Textuais
- contos
- charge
261
- cartum
- tiras
- textos argumentativos
- diários
- testemunhos
- biografia
- manchete
- editorial
- propaganda/slogan
- resenha
- diálogo/discussão argumentativa
- júri simulado
- telejornal
- teatro
- chat
- vídeo clip
3ª SÉRIE
Gêneros Textuais
- crônicas
- romance
- charge
- cartum
- tiras
- textos argumentativos
- carta do leitor
- carta ao leitor
- letras de música
- relatório científico
- diálogo/discussão argumentativa.
262
EJA – FASE II: 6º AO 9º ANO
Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social
GÊNEROS TEXTUAIS
PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA,
LEITURA E ORALIDADE. – ANÁLISE
LINGUÍSTICA
- Adivinhas
- Anedotas
- Bilhetes
- Cantigas de roda
- Cartão
- Convites
- Aviso
- Biografias
- Auto-biografia
- Contos de fadas
- Lendas
- Cartazes
- Músicas
- Piadas
- Quadrinhas
- Receitas
- Trava-língua
- Poemas
- Cartum
- Tiras
- Classificados
- Regras de jogo
- Rótulos/embalagens
- Fábulas
- História em Quadrinho
- Narrativas de enigma
- Narrativa de aventura/fantásti-
cas/míticas
- Narrativas de humor
- Crônica de ficção
- Paródias
- Diário
- Exposição oral
- Debates
- Causos
- Tema do texto;
- Conteúdo temático;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Argumentos do texto;
- Intertextualidade;
- Ambiguidade;
- Informações explícitas e implícitas;
- Elementos extralingüísticos: entonação,
pausas, gestos e outros;
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênero;
- Léxico;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações lingüísticas;
- Contexto de produção;
- Informatividade;
- Divisão do texto em parágrafo;
- Processo de formação de palavras;
- Acentuação gráfica/ortografia;
- Concordância verbal/nominal;
- Marcas lingüísticas: coesão, coerência,
repetição, gírias, recursos semânticos, função
das classes gramaticais, pontuação, recursos
gráficos (como aspas, travessão, negrito),
figuras de linguagem.
- Semântica:
- operadores argumentativos
- sentido figurado
- significado das palavras
- expressões que denotam, ironia e humor no
texto;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Relação de causa e conseqüência entre as
263
- Comunicado
- Provérbios
- Notícia
- Reportagem
- Horóscopo
- Manchete
- Fotos
- Placas
- Pinturas
- Propaganda/slogan
- Bulas
- Contos
- Contos populares
- Memórias
- Resumo
- Palestras
- Pesquisa
- Relatório
- Mesa redonda
- Abaixoassinado
- Entrevista (oral e escrita)
- Seminário
- Carta ao leitor
- Carta do leitor
- Depoimento
- Artigo de opinião
- Charge
- Anúncios
- Crônica jornalística
- Diálogo/
discussão argumentativa
- Comercial para TV
- Filmes
- Sinopse de filme
- Resenha crítica
- Blog, chat, fotoblog
- Literatura de cordel
- Romances
- Editorial
- Carta de reclamação
- Carta de solicitação
partes e elementos do texto;
- Papel sintático e estilístico dos pronomes na
organização, retomadas e sequenciação do
texto;
- Operadores argumentativos;
- Discurso ideológico no texto;
- Variações lingüísticas (lexicais, semânticas,
prosódias, entre outras);
- Partículas conectivas do texto;
- Progressão referencial do texto;
- Sintaxe de regência;
- Semântica:
- operadores argumentativos
- modalizadores
- polissemia;
- Diferenças e semelhanças entre o discurso
oral e escrito.
264
- Ofício
- Procuração
- Leis
- Requerimento
- Telejornal
- Telenovela
- Teatro
ENSINO MÉDIO
Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social
GÊNEROS TEXTUAIS
PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA,
LEITURA E ORALIDADE. – ANÁLISE
LINGUÍSTICA
- Contos
- Crônicas
- Conto de fada contemporâneo
- Textos dramáticos
- Narrativas em geral
- Romance
- Sinopses de filmes
- Charge
- Cartum
- Tiras
- Novela fantástica
- Poemas
- Fábulas
- Textos argumentativos
- Diários
-Testemunhos
- Biografia
- Artigos de opinião
- Carta de leitor
- Carta ao leitor
- Reportagem/notícia
- Manchete
- Editorial
- Letras de música
- Paródia
- Propaganda/slogan
- Carta de emprego
- Conteúdo temático;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Intencionalidade do texto;
- Finalidade do texto;
- Informatividade;
- Referência textual;
- Argumentos do texto;
- Conteúdo de produção;
- Intertextualidade;
- Discurso ideológico no texto;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos extralingüísticos: entonação,
pausas, expressões facial, corporal e gestual,
entre outros;
- Discurso direto e indireto;
- Elementos composicionais do gênerlexicais,o;
- Contexto de produção do texto literário;
- Progressão referencial;
- Léxico;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas (lexicais, semânticas,
prosódias, entre outras);
- Relação de causa e conseqüência entre as
partes e elementos do texto;
- Partículas conectivas do texto;
- Progressão referencial do texto;
265
- Carta de reclamação
- Carta de solicitação
- Curriculum vitae
- Resumo
- Resenha
- Relatório científico
- Debate regrado
- Diálogo/
discussão argumentativa
- Júri simulado
- Telejornal
- Teatro
- Blog
- Chat
- Fotoblog
- Video Clip
A partir de determinados
gêneros, serão trabalhadas as
escolas literárias.
- Divisão do texto em parágrafo;
- Processo de formação de palavras;
- Acentuação gráfica/ortografia;
- Concordância verbal/nominal;
- Sintaxe de regência;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,
repetição, recursos semânticos, função das
classes gramaticais no texto, conectores,
pontuação, recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito), figuras de linguagem;
- Semântica:
- operadores argumentativos
- modalizadores
- polissemia;
- Adequação da fala ao contexto( uso de gírias,
repetições, conectivos, etc.);
- Diferenças e semelhanças entre o discurso
oral e escrito;
- Vícios de linguagem;
- Elementos semânticos.
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Os procedimentos didáticos têm como objetivo levar os alunos a pensarem
sobre a língua para poderem compreendê-la e utilizá-la adequadamente.
Na disciplina de Língua Portuguesa assume-se a concepção de linguagem
como prática que se efetiva nas diferentes instâncias sociais, sendo assim, o
Conteúdo Estruturante da disciplina que atende a essa perspectiva é o discurso
como prática social.
Com o objetivo de melhorar o trabalho e o aprendizado em sala de aula,
propõe-se um trabalho pedagógico que se utilize de recursos variados como:
exposição oral, uso da TV Pendrive, multimídia, DVD, músicas, filmes, biblioteca e
laboratório de informática.
A ação pedagógica dessa proposta também abrangerá, em cumprimento à
Lei nº 10639, de 09/01/2003, o conteúdo referente à cultura afro-brasileira e africana,
assim como contemplará a educação do campo atendendo à necessidade dos alunos
266
que vivem na zona rural. Essa ação também está voltada às questões de Educação
Ambiental, Cidadania e Direitos Humanos, Enfrentamento à Violência, Prevenção ao
uso indevido de Drogas e Direito das Crianças e Adolescentes.
Prática da Oralidade
Considerando-se a língua em sua perspectiva histórica e social, o trabalho
com a oralidade precisa pautar-se em situações reais de uso da fala, valorizando-se
a produção de discursos nos quais o aluno realmente se constitua como sujeito do
processo comunicativo. Para o tratamento à oralidade na escola, serão
desenvolvidas em sala de aula atividades que favoreçam o desenvolvimento das
habilidades de falar e ouvir, tais como:
apresentação de temas variados: história de outras culturas (Cultura Afro-
Brasileira), histórias de família, da comunidade, um filme, um livro, etc.;
depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo próprio aluno ou
pessoas de seu convívio;
uso do discurso oral para emitir opiniões, justificar ou defender opções
tomadas, colher e dar informações, fazer e dar entrevistas, apresentar
resumos, expor programações, dar avisos, fazer convites, etc.;
confronto entre os mesmos níveis de registros de forma a constatar as
similaridades e diferenças entre as modalidades oral e escrita;
relato de acontecimentos mantendo-se a unidade temática;
debates, seminários, júri-simulado e outras atividades que possibilitem o
desenvolvimento da argumentação;
análise de entrevistas televisivas ou radiofônicas a partir de gravações para
serem ouvidas, transcritas e analisadas, observando-se as pausas,
hesitações, truncamentos, mudanças de construção textual, descontinuidade
do discurso, grau de formalidade, comparação com outros textos, etc.;
Prática da Leitura
Na concepção interacionista de linguagem, a leitura é entendida como um
processo de produção de sentido que se dá a partir de interações sociais ou
relações dialógicas que acontecem entre dois sujeitos – o autor do texto e o leitor.
Algumas estratégias favorecem, na escola, o envolvimento com a leitura,
como: cercar os alunos de livros que possam ser folheados, selecionados e levados
267
para casa; propiciar um ambiente iluminado e atrativo; organizar cartazes; produzir,
com os alunos, um quadro de avisos sobre o prazer de ler, ilustrado com seus temas
preferidos; leitura oral, de poemas e histórias preferidas; comentários sobre livros
lidos pelo professor e alunos; trazer convidados para ler e comentar sua história de
leitura com a classe; dramatizar textos lidos (incluindo textos de Cultura Afro-
Brasileira); discutir, antes da leitura, o título e as ilustrações da história; encontrar
músicas apropriadas para o momento da leitura; criar momentos em que alunos
exponham suas idéias, opiniões e experiências de leitura; organizar um clube do
livro para que os alunos se reúnam para fazer leituras; escolher o autor do mês ou
do bimestre e trabalhar a leitura de suas obras.
Prática da Escrita
A escrita deve ser pensada e trabalhada em uma perspectiva discursiva
que aborda o texto como unidade potencializadora de sentidos, através da prática
textual. E para isso é preciso despertar nos alunos a motivação pelo ato de escrever,
para que eles se envolvam com os textos que produzem, assumindo de fato a
autoria do que escrevem.
O trabalho com a escrita acontece em vários momentos: o da motivação
para a produção do texto; o da reflexão, que deve preceder e acompanhar todo o
processo de produção; e, finalmente, o da revisão, reestruturação e reescrita do
texto, que acaba se constituindo, também, em um produtivo momento de reflexão.
Quanto aos gêneros previstos para a prática da produção de texto, serão
trabalhados, dentre outros, relatos (histórias de vida); bilhetes, cartas, cartazes,
avisos (textos pragmáticos); poemas, contos e crônicas (textos literários); notícias,
editoriais, cartas de leitor e entrevistas (textos de imprensa); relatórios, resumos de
artigo e verbetes de enciclopédia (textos de divulgação científica). Assim, essa
prática orientará não apenas a produção de textos significativos, como incentivará a
prática da leitura.
Análise Lingüística
O objetivo dessa proposta é formar usuários competentes da língua que,
através da fala, escrita e leitura, exercitem a linguagem de forma consistente e
flexível, adaptando-se a diferentes situações de uso.
268
Sabe-se que quanto mais variado for o contato do aluno com diferentes
tipos e gêneros textuais, mais fácil será assimilar as regularidades que determinam o
uso da norma padrão. Vale lembrar que um texto se faz a partir de elementos como
organização, unidade, coerência, coesão, clareza, dentre outros.
Considerando-se a interlocução como ponto de partida para todo o trabalho
com o texto, os conteúdos gramaticais serão estudados a partir de seus aspectos
funcionais na constituição da unidade de sentido dos enunciados. Daí a importância
de se considerar não só a gramática normativa, mas também outras, como a
descritiva e a internalizada no processo de ensino de Língua Portuguesa.
Literatura
O trabalho com a literatura em sala de aula permite que o aluno perceba
seu papel na interação com o texto, para isso optou-se pelo Método Recepcional,
devido ao papel que se atribui ao leitor, uma vez que este é visto como um sujeito
ativo no processo de leitura, tendo voz em seu contexto. Além disso, esse método
proporciona momentos de debates, reflexões sobre a obra lida, possibilitando ao
aluno ampliações de seus horizontes de expectativas.
Esse trabalho divide-se em cinco etapas e o professor delimitará o tempo
de aplicação de cada uma delas, de acordo com o plano de trabalho docente e
turma.
A primeira etapa é o momento de determinação do horizonte de expectativa
do aluno/leitor. É o momento onde o professor tomará conhecimento da realidade
sócio-cultural dos educandos, no dia-a-dia da sala de aula. Pode-se analisar os
interesses e o nível de leitura a partir de discussões de textos, visitas a biblioteca,
exposição de livros, etc.
A segunda etapa é o momento de atendimento ao horizonte de
expectativas, onde o professor apresenta textos que sejam próximos ao
conhecimento de mundo e às experiências de leitura dos alunos.
Na terceira, acontece a ruptura do horizonte de expectativas. É o momento
de mostrar ao leitor que nem sempre determinada leitura é o que ele espera, suas
certezas podem ser abaladas.
Na quarta etapa, o sujeito é direcionado a um questionamento do horizonte
de expectativas, onde o professor orienta o aluno/leitor a um questionamento e a
uma autoavaliação a partir dos textos oferecidos.
269
A quinta e última etapa do método recepcional é a ampliação do horizonte
de expectativa. As leituras oferecidas ao aluno e trabalho efetuado a partir delas
possibilitam uma reflexão e uma tomada de consciência das mudanças e das
aquisições, levando-o a uma ampliação de seus conhecimentos.
Assim, o docente partirá da recepção dos alunos para, depois de ouvi-los,
aprofundar a leitura e ampliar os horizontes de expectativa deles.
O primeiro olhar para o texto literário, tanto para os alunos do Ensino
Fundamental como do Ensino Médio, deve ser de sensibilidade, de identificação.
No Ensino Médio, além do gosto pela leitura, há a preocupação em garantir
os estudos das escolas literárias.
Serão contemplados, também, de forma interdisciplinar, o Desenvolvimento
Socioeducacional:
- História e Cultura dos Povos Indígenas – Lei nº 11645/08;
- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana – Lei nº 10639/03;
- Política Nacional de Educação Ambiental – Lei nº 9795/99;
- Direito das Crianças e Adolescentes – Lei Federal nº 11525/07;
- Sexualidade Humana;
- Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento à
Violência, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.
EJA - FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
270
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas
Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
4 AVALIAÇÃO
Quanto à avaliação é imprescindível que ela seja contínua e priorize a
qualidade e o processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao longo
do ano letivo. A Lei 9394/96 (LDBEN) dá destaque à chamada avaliação formativa,
vista como mais adequada ao dia-a-dia da sala de aula e como um grande avanço
em relação à avaliação tradicional (somativa ou classificatória).
Não há dúvida de que a avaliação formativa é o melhor caminho para
garantir a aprendizagem de todos os alunos, pois dá ênfase ao aprender. Considera
que os alunos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes e, por ser
contínua e diagnóstica, aponta as dificuldades, possibilitando assim que a
intervenção pedagógica aconteça a todo o tempo.
Nessa perspectiva, a oralidade será avaliada considerando-se a
participação do aluno nos diálogos, relatos e discussões, a clareza que ele mostra
ao expor suas idéias, a fluência de sua fala, o seu desembaraço, a argumentação
271
que ele apresenta ao defender seus pontos de vista e, de modo especial, a sua
capacidade de adequar o discurso/texto aos diferentes interlocutores e situações.
Quanto à leitura, a avaliação dar-se-á através de questões abertas nas
discussões, debates e outras atividades que permitam ao professor avaliar as
estratégias que foram empregadas por eles no decorrer da leitura, a compreensão
do texto lido, o sentido construído, e o seu posicionamento diante do tema, bem
como valorizar a reflexão que o aluno faz a partir do texto, considerando as
diferenças de leituras de mundo e repertório de experiências dos alunos.
Em relação à prática da escrita, os textos dos alunos serão vistos como
uma fase do processo de produção, nunca como um produto final. Portanto, como é
no texto que a língua se manifesta em todos os seus aspectos – discursivos,
textuais, ortográficos e gramaticais. Os elementos linguísticos utilizados nas
produções dos alunos serão avaliados em uma prática reflexiva e contextualizada,
que possibilite a eles a compreensão desses elementos no interior do texto, pois
uma vez entendidos, eles poderão utilizá-los em outras operações lingüísticas
(reestrutura de texto, inclusive).
É utilizando a língua oral e escrita em práticas sociais, sendo avaliados
continuamente em termos desse uso, efetuando operações com a linguagem e
refletindo sobre as diferentes possibilidades de uso da língua que os alunos,
gradativamente, chegarão à almejada proficiência em leitura e escrita, ao letramento.
A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a
10,0 (dez).
O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da
nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou
subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
272
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como
um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,
permanecendo a nota maior.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.
Os critérios de avaliação da EJA Fase II e Ensino Médio serão os
seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
também outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de
ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do
professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
273
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
5 REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos
conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares.
Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba,
2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e
Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom,
2012.
SOUZA, Cassia Garcia de; CAVÉQUIA, Marcia Paganini. Linguagem, criação e
interação. Livro didático. São Paulo: Saraiva, 2004.
274
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PR
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - SÉRIES FINAIS
E PARA O ENSINO MÉDIO
Professoras: Maria Julia Rocha Primon
Maria Eunice Ciukailo Bonfá
Pedrina Corrêa
RIO BOM
2012
275
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Matemática é uma Ciência dinâmica, cujo valor formativo ajuda a estruturar
o pensamento e o raciocínio dedutivo, porém também desempenha um papel
instrumental, pois é uma ferramenta que serve para a vida cotidiana e para muitas
tarefas específicas em quase todas as atividades humanas. É necessário
compreendê-la desde suas origens com o desenvolvimento dos primeiros
conhecimentos, pelos povos das antigas civilizações, até sua constituição como
campo científico. Construída historicamente, a partir das necessidades de
sobrevivência, nas relações do homem com o mundo em que vive e no interior das
relações sociais, como produto histórico, cultural e social.
Suas características permitem conceber o saber matemático como algo
flexível e maleável às inter-relações entre os seus vários conceitos, seus vários
modos de representação e permeável aos problemas nos vários campos científicos.
Caracteriza-se como uma forma de compreender e atuar no mundo e o
conhecimento gerado nessa área do saber, como um fruto da construção humana,
na sua interação constante com o contexto natural.
O ensino deve garantir espaço para que os alunos possam entender e
aprofundar seus conhecimentos matemáticos, mas não isoladamente de outros
conceitos, nem em separado dos problemas e da perspectiva sócio-histórica que
está na origem desses temas. Estes conhecimentos estão diretamente relacionados
ao desenvolvimento de práticas que dizem respeito à resolução de problemas, à
apropriação da linguagem simbólica, à validação de argumentos, à descrição de
modelos e à capacidade de utilizar a matemática na interpretação e intervenção no
cotidiano. A Matemática deve apresentar para o aluno o conhecimento de novas
informações e instrumentos necessários para que seja possível o educando
aprender a vida toda. Saber aprender é a condição básica para prosseguir se
aperfeiçoando ao longo da vida. Sem dúvida, cabe a todas as áreas do ensino,
auxiliar no desenvolvimento da autonomia e da capacidade de pesquisa para que
cada aluno possa confiar em seu próprio conhecimento. Contribuir para a
constatação de regularidades matemáticas, generalizações, apropriações de
linguagem adequada para descrever fenômenos ligados a Matemática e outras
276
áreas de conhecimento; criticar questões sociais, políticas, econômicas e históricas,
utilizando-se do conhecimento científico.
O objeto de estudo desse conhecimento ainda está em construção, porém
está centrado na prática pedagógica e engloba as relações entre o ensino, a
aprendizagem e o conhecimento matemático (FIORENTINI & LORENZATO, 2001), e
envolve o estudo de processos que investigam como o estudante compreende e se
apropria da própria matemática “concebida como um conjunto de resultados,
métodos, procedimentos, algoritmos, etc” (MIGUEL & MIORIM, 2004, p 70).
Investiga também, como o aluno, por intermédio do conhecimento
matemático, desenvolve valores e atitudes de natureza diversa, visando a sua
formação integral como cidadão. Aborda o conhecimento matemático sob uma visão
histórica, de modo que os conceitos são apresentados, discutidos, construídos e
reconstruídos, influenciando na formação do pensamento do aluno (DIRETRIZES
CURICULARES DE MATEMÁTICA, p.47 e p.48).
Segundo as Diretrizes Curriculares de Matemática (2008, p.48):
“... é importante que o professor reflita sobre a sua concepção de Matemática
enquanto campo de conhecimento levando em consideração dois aspectos:
- pode-se conceber a Matemática tal com ela vem exposta na maioria dos
livros didáticos, como algo pronto e acabado, em que os capítulos se encadeiam de
forma linear, sequencial e sem contradições;
- pode-se acompanhar a Matemática em seu desenvolvimento progressivo de
elaboração, de modo a descobrir-se suas hesitações, dúvidas, contradições, as
quais um longo trabalho de reflexão e apuramento consegue eliminar, para que logo
surjam outras hesitações, outras dúvidas, outras contradições no fazer matemático.
Isto é, sempre haverá novos problemas por resolver(CARAÇA, 2002, p.XXIII).
Nessa ação reflexiva, abre-se espaço para um discurso matemático voltado
tanto para aspectos cognitivos como para a relevância social do ensino da
Matemática. Isso implica olhar tanto do ponto de vista do ensinar e do aprender
Matemática, quanto do seu fazer, do seu pensar e da sua construção histórica,
buscando compreendê-los (MEDEIROS, 1987).
O professor balizará sua ação docente, fundamentado numa ação crítica que
conceba a Matemática como atividade humana em construção.
“Pela Educação Matemática, almeja-se um ensino que possibilite aos
estudantes análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação
277
de idéias. Aprende-se Matemática não somente por sua beleza ou pela consistência
de suas teorias, mas, para que, a partir dela, o homem amplie seu conhecimento e,
por conseguinte, contribua para o desenvolvimento da sociedade” (DIRETRIZES
CURRICULARES DE MATEMÁTICA, 2008, p.48).
“É necessário que o processo pedagógico em Matemática contribua para que
o estudante tenha condições de constatar regularidade, generalização e apropriação
de linguagem adequada para descrever e interpretar fenômenos matemáticos e de
outras áreas do conhecimento” (DIRETRIZES CURRICULARES DE MATEMÁTICA,
2008, p.49).
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Desde o período paleolítico (começo da idade da pedra), os números estão
presentes na vida do homem.
Houve uma transformação que gerou progressos acerca do conhecimento de
valores numéricos e de relações espaciais, a partir da passagem de coleta para a
produção de alimentos, quando o homem iniciou a atividade agrícola.
Os ofícios como a cerâmica, a carpintaria e a tecelagem, foram desenvolvidos
quando o homem passou a fixar moradia nos lugares de terra fértil, onde começou a
desenvolver um senso de contagem em registros numéricos, que favoreceram o
surgimento de símbolos especiais, tanto para a contagem quanto para a escrita.
Com a evolução dessas idéias outros povos criaram seus sistemas de
numeração; o atual Sistema de Numeração, denominado indo-arábico, configurou-se
entre povos do Ocidente e do Oriente.
A Matemática desenvolveu-se tanto por aplicação prática, como por
tendências relacionadas ao pensamento abstrato, passando a ter um ramo
denominado Álgebra, um campo do conhecimento matemático que se formou sob
contribuições de diversas culturas, entre elas, egípcia, babilônica, grega, chinesa,
hindu, arábica e da cultura européia renascentista.
278
GRANDEZAS E MEDIDAS
As medidas se tornaram a linguagem fundamental à realização dos negócios
n o mundo do comércio, desde as primeiras civilizações, em que, o homem deparou-
se com noções de maior e menor, de antes e depois, e com isso passou a realizar
comparações entre espaços e entre períodos de tempo, necessitando estabelecer
valores qualitativos e quantitativos. Ou seja, para que pudesse ter uma visão da
realidade, o ser humano precisou medir e criar instrumentos de medida.
Com o passar do tempo, verificou-se a necessidade de padronizar os
sistemas de medidas devido à intensificação das relações sociais e econômicas, isto
é, da expansão do comercio e o surgimento do mercantilismo.
Manejar o sistema monetário é inteirar-se das situações que mensuram o
valor das mercadorias, possibilidade para discutir o valor do trabalho e meio para
entender decisões de ordem econômica no país.
Quanto à informática, é necessário abordá-la nas aulas de Matemática, pois
contribui para compreensão de significados matemáticos e o conhecimento sobre a
tecnologia.
Com a Trigonometria, pretende-se contemplar as relações desenvolvidas a
partir da necessidade do homem de determinar, por exemplo, distâncias
inacessíveis.
O Conteúdo de Grandezas e Medidas favorece o diálogo entre as pessoas,
Estados e diferentes países.
FUNÇÕES
As funções devem ser vistas como construção histórica e dinâmica; estão
presentes nas diversas áreas do conhecimento, modelando matematicamente
situações que, a partir da resolução de problemas possam auxiliar nas atividades
humanas.
O Conteúdo de Funções simbolizou os primeiros sinais de modernização do
ensino de Matemática, podendo inserir mais dinamicidade.
No Ensino Fundamental, a abordagem das Funções, será feita, para que o
aluno elabore o conhecimento da relação de dependência entre duas grandezas, já
no Ensino Médio, as abordagens serão ampliadas e aprofundadas de modo que o
279
aluno consiga identificar regularidades, estabelecer generalizações e apropriar-se da
linguagem matemática para descrever e interpretar fenômenos ligados à Matemática
e a outras áreas do conhecimento.
GEOMETRIAS
O principal foco do desenvolvimento da Geometria é o Egito, os agrimensores
faziam cálculo de área para demarcar terras.
Existe registro para o cálculo da Circunferência, cerca de 3000 a.C no Egito.
A maneira como as Geometrias não Euclidianas foram descobertas, mostra
claramente como “o que é” se impõe sobre o “o que se crê”.
As Geometrias não Euclidianas surgiram graças às atividades de muitos
estudiosos, aparentemente tão distintas, como a Geometria, a Arte e a Lógica. Isto
explica em parte a dificuldade que muitos tiveram em integrar este novo
conhecimento aos acumulados até então.
Na resolução de diferentes situações problema, faz-se necessária uma boa
capacidade de visão geométrico-espacial, idéias de proporcionalidade e
semelhança, a compreensão dos conceitos, área e volume, cálculo de distâncias
entre pontos, coordenadas.
A Geometria, além de ser um elo entre a aritmética e a álgebra, constitui um
conhecimento relevante, inclusive para outras áreas de conhecimento.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÂO
O conteúdo é instituído para que os alunos tenham condições de ler e
interpretar dados estatísticos, construir representações, formular e resolver
problemas que impliquem o recolhimento de dados e análise de informações.
Por meio do tratamento de dados, a Estatística permite dentro da disciplina
de Matemática, realizar pesquisas, coletas de dados e construção de gráficos e
tabelas, possibilitando análise crítica da realidade com o objetivo de refletir sobre a
discriminação, racismo, entre outros, visando a aceitação das diferenças individuais
presentes na sociedade.
280
O estudo da Probabilidade permite lançar diferentes olhares sobre o mundo,
retirando do ensino desta disciplina a idéia de determinismo e exatidão. É um
espaço para a análise e reflexão, considerando os resultados obtidos por aferições.
A Matemática Financeira contribui para a formação de cidadãos mais críticos
frente às exigências da sociedade de consumo. Sua importância se reflete nas
atividades cotidianas de quem precisa lidar com dívidas ou crediários, interpretar
descontos, entender reajustes salariais, escolher aplicações financeiras, entre outras
atividades de caráter financeiro.
A seguir, apresentam-se por série, os conteúdos estruturantes e básicos
sugeridos pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Matemática:
ENSINO FUNDAMENTAL
6 º ANO
NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Sistemas de numeração;
- Números Naturais;
- Múltiplos e divisores;
- Potenciação e radiciação;
- Números fracionários;
- Números decimais;
GRANDEZAS E MEDIDAS
- Medidas de comprimento;
- Medidas de massa;
- Medidas de área;
- Medidas de volume;
- Medidas de tempo;
- Medidas de ângulos;
- Sistema monetário;
281
GEOMETRIAS
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Dados, tabelas e gráficos;
- Porcentagem.
7 º ANO
NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Números Inteiros;
- Números Racionais;
- Equação e Inequação do 1º grau;
- Razão e proporção;
- Regra de três simples;
GRANDEZAS E MEDIDAS
- Medidas de temperatura;
- Medidas de ângulos.
GEOMETRIAS
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometrias não-euclidianas.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Pesquisa Estatística;
- Média Aritmética;
- Moda e mediana;
- Juros simples.
282
8 º ANO
NÚMEROS E ÁLGEBRA
-Números Racionais e Irracionais;
- Sistemas de Equações do 1º grau;
- Potências;
- Monômios e Polinômios;
- Produtos Notáveis;
GRANDEZAS E MEDIDAS
- Medidas de comprimento;
- Medidas de área;
- Medidas de volume;
- Medidas de ângulos.
GEOMETRIAS
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometria Analítica;
- Geometrias não-euclidianas;
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Gráfico e Informação
- População e amostra.
9º ANO
NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Números Reais;
- Propriedades dos radicais;
- Equação do 2º Grau;
- Teorema de Pitágoras;
- Equações Irracionais;
- Equações Biquadradas;
- Regra de Três Composta.
283
GRANDEZAS E MEDIDAS
- Relações Métricas no Triângulo Retângulo;
- Trigonometria no Triângulo Retângulo.
FUNÇÕES
- Noção intuitiva de Função Afim;
- Noção intuitiva de Função Quadrática.
GEOMETRIAS
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometria Analítica;
- Geometrias não-euclidianas.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Noções de Análise Combinatória;
- Noções de Probabilidade;
- Estatística;
- Juros Compostos.
ENSINO MÉDIO
NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Números Reais;
- Equações e Inequações Exponenciais, Logarítmicas e Modulares;
- Sistemas lineares;
- Matrizes e Determinantes;
- Números Complexos;
- Polinômios;
GRANDEZAS E MEDIDAS
- Medidas de Área;
- Medidas de Volume;
284
-Trigonometria;
- Medidas de Grandezas Vetoriais;
- Medidas de Informática;
- Medidas de Energia;
FUNÇÕES
- Função Afim;
- Função Quadrática;
- Função Polinomial;
- Função Exponencial.
- Função Logarítmica;
- Função Trigonométrica;
- Função Modular;
- Progressão Aritmética;
- Progressão Geométrica;
GEOMETRIAS
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometria Analítica;
- Geometrias não-euclidianas;
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Estatística
- Análise Combinatória;
- Binômio de Newton;
- Estudo das Probabilidades;
- Matemática Financeira.
CONTEÚDOS EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II
NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Sistemas de numeração;
- Números Naturais;
285
- Múltiplos e divisores;
- Potenciação e radiciação;
- Números fracionários;
- Números decimais;
- Números inteiros;
- Números racionais e irracionais;
- Equações e Inequações do 1º grau;
- Razão e proporção;
- Regra de três simples;
- Sistema de equação do 1º grau;
- Potências;
- Monômios e polinômios;
- Produtos notáveis;
- Números reais;
- Propriedades dos radicais;
- Equação do 2º grau;
- Teorema de Pitágoras;
- Equações irracionais;
- Equações biquadradas;
- Regras de três composta.
GRANDEZAS E MEDIDAS
- Medidas de comprimento;
- Medidas de massa;
- Medidas de área;
- Medidas de volume;
- Medidas de tempo;
- Medidas de ângulos;
- Medidas de temperatura;
- Relações métricas no triângulo retângulo;
- Trigonometria no triângulo retângulo;
- Sistema monetário;
286
GEOMETRIAS
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometria Analítica;
- Geometria não-eucliadianas.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Dados, tabelas e gráficos;
- Gráfico e informação;
- Porcentagem;
- Pesquisa estatística;
- Média aritmética;
- Moda e mediana;
- Juros simples;
- Juros compostos;
- População e amostra;
- Noções de análise combinatória;
- Noções de probabilidade;
- Estatística.
FUNÇÕES
- Noção intuitiva de função afim;
- Noção intuitiva de função quadrática.
ENSINO MÉDIO
NÚMEROS E ÁLGEBRA
- Números Reais;
- Equações e Inequações Exponenciais, Logarítmicas e Modulares;
- Sistemas lineares;
- Matrizes e determinantes;
- Polinômios;
- Números complexos.
287
GRANDEZAS E MEDIDAS
- Medidas de Área;
- Medida de volume;
- Medida de grandezas vetoriais;
- Medidas de informática;
- Medidas de energia;
- Trigonometria.
FUNÇÕES
- Função Afim;
- Função Quadrática;
- Função Polinomial;
- Função Exponencial.
- Função Logarítmica;
- Função Trigonométrica;
- Função Modular;
- Progressão Aritmética;
- Progressão Geométrica.
GEOMETRIAS
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
- Geometria Analítica;
- Geometrias não-euclidianas.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
- Estatística
- Análise Combinatória;
- Binômio de Newton;
- Estudo das Probabilidades;
- Matemática Financeira.
288
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Serão utilizadas de maneira articuladas, as tendências da Educação
Matemática, Resolução de Problemas, Etnomatemática, Modelagem Matemática,
Mídias Tecnológicas, História da Matemática e Investigações Matemáticas.
O estudo da matemática é resolver problemas, portanto, os professores de
matemática de todos os níveis, ensinarão a arte de resolver problemas, tendo como
primeiro passo, nesse processo, colocar o problema adequadamente.
Nas atividades de Resolução de Problemas, farão a reflexão (pensar sobre o
que se faz, qual o compromisso e com quem) e a discussão, já que, a resolução de
problemas possibilita o desenvolvimento de capacidades, tais como: observação,
estabelecimento de relações, comunicação (diferentes linguagens), argumentação e
validação dos processos, além de estimular formas de raciocínio como intuição,
dedução e estimativa. Essa opção traz implícita a convicção de que o conhecimento
matemático ganha significado quando os alunos têm situações desafiadoras para
resolver e trabalham para desenvolver estratégias de resolução.
“Cabe ao professor assegurar um espaço de discussão no qual os alunos
pensem sobre os problemas que irão resolver, elaborem uma estratégia, apresentem
suas hipóteses e façam o registro da solução encontrada ou de recursos que
utilizaram para chegarem ao resultado.” (DCEs, 2008, p.63).
“As etapas da resolução de problemas são: compreender o problema;
destacar informações, dados importantes do problema, para a sua resolução;
elaborar um plano de resolução; executar o plano; conferir resultados; estabelecer
nova estratégia, se necessário, até chegar a uma solução aceitável (POLYA, 2006).
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná:
“O papel da etnomatemática é reconhecer e registrar questões de relevância
social que produzem o conhecimento matemático.“ “Essa metodologia é uma
importante fonte de investigação da Educação Matemática, por meio de um ensino
que valoriza a história dos estudantes pelo reconhecimento e respeito a suas raízes
culturais.” (p.64)
“O trabalho pedagógico com a modelagem matemática possibilita a
intervenção do estudante nos problemas reais do meio social e cultural em que vive,
por isso, contribui para a sua formação crítica.” (p.65)
289
“Os recursos tecnológicos, como o software, a televisão, as calculadoras, os
aplicativos da internet, entre outros, têm favorecido as experimentações
matemáticas e potencializado formas de resolução de problemas.”(p.65)
“Abordar atividades matemáticas com os recursos tecnológicos enfatiza um
aspecto fundamental da disciplina, que é a experimentação.” (p.66)
“A história da Matemática é um elemento orientador na elaboração de
atividades, na criação das situações-problema, na busca de referências para
compreender melhor os conceitos matemáticos. Possibilita ao aluno analisar e
discutir razões para aceitação de determinados fatos, raciocínios e procedimentos.”
(p.66)
“Na investigação matemática, o aluno é chamado a agir como um
matemático, não apenas porque é solicitado a propor questões, mas, principalmente,
porque formula conjecturas a respeito do que está investigando.” (p.67)
Nas atividades de investigação o que mais interessa é o processo, quando já
esgotou o que explorar, fechou a descoberta, não tem mais o que fazer; lembrando
que existe uma zona nebulosa entre a investigação matemática e resolução de
problemas.
Os níveis podem ser diferentes, é necessário compartilhar, na colaboração é
que o crescimento acontece, essa á uma das vantagens da investigação, há
múltiplas portas de entrada, o sujeito entra na pesquisa, conforma o nível dele. É
importante em Matemática que se dê resposta, é essencial, porque em Matemática é
importante a comunicação.
Utilizaremos alternativas para que a dinâmica ação/construção, reconstrução
e constatação possam ser enfocadas e reelaboradas na prática. Dentre essas
possibilidades, as tecnologias da comunicação, atividades de Laboratório de
Matemática e os jogos que utilizaremos para fornecer contextos de problemas.
Serão dados estímulos ao uso adequado dos meios tecnológicos disponíveis
(desenhos, fotos, máquinas de calcular, vídeos, etc.) como formas de representar,
sistematizar e produzir conhecimento.
Os recursos pedagógicos/tecnológicos são importantes para promover uma
aprendizagem significativa, dando eficácia ao trabalho e contribuindo para facilitar a
aprendizagem de conceitos e procedimentos. Para tanto, serão utilizados:
- livros didáticos e paradidáticos;
290
- mídias (TV pendrive, rádio, vídeo, computador, softwares, internet (TV Paulo
Freire, Portal Dia-a-Dia Educação, retroprojetor, DVD, etc.);
- calculadora;
- jornais, revistas e folhetos de propaganda;
- materiais manipuláveis e instrumentos diversos;
- jogos, divertimentos e quebra-cabeças.
No decorrer do processo ensino aprendizagem, serão desenvolvidos
trabalhos individuais ou coletivos, visando a cooperação e o respeito mútuo, na
relação professor-aluno-saber. Para a formação de um aluno reflexivo e crítico, será
oportunizado aos alunos a investigação, a exploração, a reflexão, o questionamento
a leitura crítica e interpretações de informações complexas, para a compreensão e
tomada de decisões diante das questões políticas, sociais e econômicas, e a
organização de seus conhecimentos matemáticos.
O trabalho estará voltado, na apresentação de aula expositiva e dialogada;
resolução de problemas envolvendo conteúdos aplicados, incentivando o aluno a
construir suas próprias hipóteses, partindo sempre que possível, dos elementos
vivenciados no mundo conhecido dos educandos, por meio de levantamentos
temáticos ou outras formas de diálogo que permitam explicitar as relações do mundo
com a matemática.
Tendo em vista que nesta instituição existem 37% de alunos da zona rural,
neste sentido propõem-se atividades que envolvam suas experiências do dia-a-dia,
valorizando a cultura e a diversidade, a fim de possibilitar novos conhecimentos e
contemplar os saberes da história e da realidade do campo.
EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
291
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a
Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação
Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
Seguindo as tendências matemáticas, embutidas nas situações problemas,
nos jogos, nos gráficos, nos recursos tecnológicos ou nos próprios textos e
conteúdos matemáticos em si, serão trabalhados como Desenvolvimento
Socioeducacional os seguintes conteúdos:
- História do Paraná (Lei nº 13381/01);
- História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena (Lei nº 11645/08);
- Música (Lei nº 11769/08);
- Prevenção ao Uso Indevido de Drogas;
- Sexualidade Humana;
- Educação Ambiental;
- Educação Fiscal;
- Enfrentamento à Violência contra a Criança e o Adolescente;
- Direito das Crianças e Adolescentes (Lei Federal nº 11525/07);
- Educação Tributária – Decreto nº 1143/99 e Portaria nº 413/02;
- Educação Ambiental (Lei Federal nº 9795/99 e Decreto nº 4201/02).
292
4 AVALIAÇÃO
A avaliação atenderá as dimensões trabalhadas levando-se em conta todo o
processo de construção do conhecimento; será formativa, diagnóstica e processual,
devendo refletir o desenvolvimento global do aluno e considerar as características
individuais deste no conjunto dos componentes curriculares cursados, com
preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
Será adotada uma postura que considere os caminhos percorridos pelos
alunos, as suas tentativas de solucionar os problemas propostos e a partir do
diagnóstico de suas deficiências, procurar ampliar a sua visão, o seu saber sobre o
conteúdo em estudo, levando-se a um maior rendimento.
Nessa perspectiva, será utilizada como meio subsidiário da construção do
resultado satisfatório. Servirá como instrumento para orientar a prática do professor
e como possibilidade dos estudantes reverem sua forma de estudar.
O professor acompanhará a aprendizagem dos seus alunos e o
desenvolvimento dos processos cognitivos, na perspectiva de investigar para intervir.
Selecionará os conteúdos, fará encaminhamentos metodológicos com clareza de
critérios de avaliação que elucidam a intencionalidade do ensino, diversificará os
instrumentos e técnicas de avaliação que possibilite aos estudantes variadas
oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento.
Alguns critérios orientarão as atividades avaliativas propostas pelo professor.
“Essas práticas devem possibilitar ao professor verificar se o aluno:
- comunica-se matematicamente, oral ou por escrito (BURIASCO, 2004);
- compreende, por meio da leitura, o problema matemático;
- elabora um plano que possibilite a solução do problema;
- encontra meios diversos para a resolução de um problema matemático;
- realiza o retrospecto da solução de um problema” (DCEs, 2008, p.69).
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná (2008),
p.69 e p.70, no processo pedagógico, o aluno deve ser estimulado a:
- partir de situações-problema internas ou externas à matemática;
- pesquisar acerca de conhecimentos que possam auxiliar na solução dos
problemas;
- elaborar conjecturas, fazer afirmações sobre elas e testá-las;
- perseverar na busca de soluções, mesmo diante de dificuldades;
293
- sistematizar o conhecimento construído a partir da solução encontrada,
generalizando, abstraindo e desvinculando-o de todas as condições particulares;
- socializar os resultados obtidos, utilizando, para isso, uma linguagem
adequada;
- argumentar a favor ou contra os resultados (PAVANELLO & NOGUEIRA,
2006, p.29).
Os instrumentos de avaliação se darão de acordo com as possibilidades
teórico-metodológicas que oferecem para avaliar os critérios estabelecidos,
constituindo-se de provas (não classificatórias), pesquisa bibliográfica, pesquisa de
campo, seminários, construção de tabelas e gráficos, relatórios de aulas, pesquisa
em grupo, trabalho individual, trabalho em grupo, simulados, relatórios, dissertações,
sínteses, autoavaliação, debates, palestras, apresentações em eventos culturais.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a
10,0 (dez).
O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da
nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou
subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como um
todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,
permanecendo a nota maior.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino
Médio serão os seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
294
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,
seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
5 REFERÊNCIAS
BASSANEZI, Rodney C. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática:
uma nova estratégia. São Paulo: Contexto, 2006.
BIEMBENGUT, M. S.; Hein. N. Modelagem matemática no ensino. 4. d. São
Paulo: Contexto, 2005.
295
BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação:
Prova Brasil: ensino fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores.
Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008.
BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação:
SAEB: ensino médio: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília:
MEC, SEB; Inep, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Matemática para
as Séries Finais do Ensino Fundamental e Para o Ensino Médio. Curitiba, 2008.
POLYA, G. A arte de resolver problemas. Tradução: Heitor Lisboa de Araújo. Rio
de Janeiro: Interciência, 2006.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças – EF e
Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças – EF e Médio. Rio Bom,
2012.
VÁRIOS AUTORES. Matemática. Livro didático público. Curitiba: SEED-PR, 2006.
Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas.
Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-brasileira e Africana.
Lei Federal 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental, Cidadania e
Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento à violência na Escola,
Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=5
296
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=127
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=57
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=13
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=91
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=58
297
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
DA DISCIPLINA DE QUÍMICA
ENSINO MÉDIO
Professora: Eliane de Fátima Ferreira
Ilda Fracassi Batista
RIO BOM
2012
298
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Para iniciar as discussões sobre a importância do ensino de Química
considera-se essencial resgatar momentos marcantes sobre a história do
conhecimento químico.
A Química está ligada intimamente a todo o desenvolvimento das
civilizações, a partir das necessidades do homem, tais como as de comunicação, de
sobrevivência, de desenvolvimento de técnicas de domínio, as ações e as teorias
científicas aliadas às práticas de laboratório e ao cotidiano.
De acordo com a legislação de ensino vigente, a função geral da educação é a
formação da cidadania. Para Santos e Schnetzler (2003, p. 47), “cidadania se refere à
participação dos indivíduos na sociedade” e para que isso aconteça é necessário que o
indivíduo disponha de informações para se posicionar quanto ao encaminhamento das
soluções referentes aos problemas sociais que afetam o cidadão.
A partir do avanço tecnológico da sociedade, existe uma dependência muito
grande com relação à química. Por isso, é necessário que os cidadãos conheçam
como utilizar as substâncias no seu dia-a-dia, bem como se posicionar criticamente
com relação aos efeitos ambientais da utilização da química e quanto às decisões
referentes aos problemas sociais que afetam o cidadão.
Santos e Schnetzler (2003, p. 50) citam o reconhecimento do papel central
de ciências – em especial, da química – feito pelos educadores em ciências
brasileiros, que propõem uma educação por meio da ciência e da química. Dessa
forma, o objetivo central é a formação de cidadãos críticos que possam tomar
decisões relevantes na sociedade, relativas a aspectos científicos e tecnológicos.
A educação científica deverá contribuir para preparar o cidadão a fim de
tomar decisões, com consciência do seu papel na sociedade, como indivíduo capaz
de provocar mudanças sociais na busca de melhor qualidade de vida para todos. A
intensão dessas seções foi proporcionar maior articulação dessa ciência com outras,
como a Matemática, a Biologia e a Física e também com os avanços tecnológicos.
O ensino de Química atualmente pretende desenvolver uma abordagem de
construção/reconstrução de significados dos conceitos científicos no contexto da
sala de aula. Isso significa que se pretende ir além do domínio estrito dos conceitos
de Química e desenvolver a compreensão do conhecimento científico e tecnológico.
299
Para isso propomos que o aluno tenha contato com o objeto de estudo da
Química: as substâncias e os materiais. Nesse sentido, o processo será planejado,
organizado e dirigido pelo professor, numa relação dialógica, onde a aprendizagem
dos conceitos químicos realizar-se-á no sentido da organização do conhecimento
científico.
O estudo da disciplina de Química possui os seguintes objetivos:
- formar o cidadão para que ele compreenda e faça uso das informações
químicas básicas necessárias para a sua participação efetiva na sociedade
tecnológica em que vive;
- levar o aluno a compreender os fenômenos químicos mais diretamente
ligados à sua vida cotidiana; a saber manipular as substâncias com as devidas
precauções; a interpretar as informações químicas transmitidas pelos meios de
comunicação; a compreender e avaliar as aplicações e implicações tecnológicas; a
tomar decisões frente aos problemas sociais relativos à química.
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
Os conteúdos estruturantes são fruto de uma reflexão coletiva com os
professores e sua escolha recai sobre três enfoques, que se inter-relacionam, além
dos seus desdobramentos em conteúdos básicos.
MATÉRIA E SUA NATUREZA
Através da construção de uma concepção mais adequada de ciência, o aluno
deixa de achar que a química é um conhecimento de experts, que só pode ser
dominada por especialistas e que, portanto, cabe também a ele participar de
assuntos dessa natureza, pois quando o cidadão sabe tomar decisões
fundamentadas pode influenciar na melhoria de sua qualidade de vida.
BIOGEOQUÍMICA
O cidadão precisa saber que o conhecimento químico deve ser de domínio
público, que qualquer pessoa consegue compreender informações técnicas básicas
que auxiliem a manipular aparelhos, bem como compreender as consequências da
utilização da tecnologia química.
300
Assim, é importante que o aluno aprenda a ler e interpretar instruções de
embalagens sobre a utilização e conservação de produtos químicos, a compreender
cálculos relacionados à concentração dos ingredientes ativos, relacionando-os com o
preço, a atividade química do produto e a sua toxidez. Enfim, o aluno poderá fazer um
balanço das possíveis consequências dos processos tecnológicos presentes em sua vida.
QUÍMICA SINTÉTICA
A química no ensino médio não pode ser ensinada como um fim em si
mesma, mas sim dentro de um ensino contextualizado, no qual o foco seja o preparo
para o exercício consciente da cidadania.
A revolução química, por exemplo, provocou contradições sociais em nossa
sociedade; a partir daí pode-se discutir com os alunos quem são os verdadeiros
beneficiários da riqueza produzida, a exploração exercida pelos grupos dominantes,
as consequências ambientais do desenvolvimento tecnológico e a exclusão da
maioria da população dos benefícios gerados.
CONTEÚDOS BÁSICOS
ENSINO MÉDIO
- Matéria
- Ligação química
- Reações químicas
- Soluções
- Equilíbrio químico
- Velocidade das reações
- Gases
- Radiatividade
- Funções químicas
301
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Na perspectiva de um processo planejado e organizado, a experimentação
favorecerá a apropriação efetiva do conceito e a reflexão contribuirá com a formação
de sujeitos que compreendam e questionem a ciência do seu tempo.
Será utilizada a abordagem experimental porque possibilitará ao aluno a
explicitação, problematização, discussão, investigação e significação dos conceitos
químicos. Desta forma, a Química será tratada com os alunos de modo a possibilitar
o entendimento do mundo e a sua interação com ele. Portanto, a estratégia
metodológica adotada favorecerá a discussão de aspectos sócio-científicos, tratando
das questões ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais relativas à
ciência e tecnologia, rompendo com a pura transmissão de conteúdos,
oportunizando ao professor e ao aluno o desenvolvimento do conhecimento
científico, a apropriação dos conteúdos da Química, sensibilizando-os para um
comprometimento com a vida no planeta.
O trabalho pedagógico do professor será o de problematizar para provocar
o diálogo e a reflexão do aluno para a apreensão do conteúdo apresentado, que
possibilite a apropriação significativa do conhecimento.
Os textos utilizados para leitura no ensino de Química não serão vistos
como se todo o conteúdo estivesse ali presente, mas sim como um instrumento de
mediação na sala de aula, entre aluno-aluno e aluno-professor, possibilitando
levantar novas questões e discussões.
Serão utilizados recursos tecnológicos, tais como: Laboratório de Química,
TV Multimídia, laboratório de informática, DVDs, filmes, livro didático público do
Estado do Paraná, livro didático PNLEM, entre outros.
EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
302
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas
Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
Serão trabalhadas a leitura crítica, a interpretação de informações
complexas, para a compreensão e tomadas de decisões diante das questões
políticas, sociais e econômicas, sendo que dentro dos Conteúdos Estruturantes e
Básicos, serão trabalhados os Desenvolvimentos Socioeducacionais.
- Política Nacional de Educação Ambiental – Lei 9795/99
- Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento da
Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.
Contempla, também, a legislação vigente / Desafios Educacionais
Contemporâneos:
- Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e
Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenção
ao Uso Indevido de Drogas.
303
Diversidade
- História e Cultura dos Povos Indígenas – Lei 11645/08
- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana – Lei 10639/03
- Prevenção ao uso indevido de drogas
- Educação ambiental.
4 AVALIAÇÃO
Em Química, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos
científicos. O processo de construção e reconstrução se dá a partir de uma ação
pedagógica em que a partir de conhecimentos anteriores dos alunos seja permitido
aos mesmos o entendimento e a interação com a dinâmica dos fenômenos naturais
por meio de conceitos químicos.
Para isso, além de provas, serão usados outros instrumentos de avaliação
que contemplem várias formas de expressão dos alunos.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a
10,0 (dez).
O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da
nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados: como: leitura e
interpretação de textos, produção de textos, leitura e interpretação da tabela
periódica, pesquisas bibliográficas, relatórios de aulas em laboratório, apresentação
de seminários, prova oral e escrita, trabalho escrito, pesquisa de campo, relatório de
experiência e resolução de atividades em sala de aula e/ou em casa
A prova terá o valor cinco (5,0) e poderá ser objetiva ou subjetiva, somando
um total de dez (10,0).
A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
304
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como
um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,
permanecendo a nota maior.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotado no Livro Registro de Classe.
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Médio serão os seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,
seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
305
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
5 REFERÊNCIAS
ARCO-VERDE, Prof. Dra. Yvelise Freitas de Souza. Introdução às Diretrizes Curriculares. FELTRE. Ricardo. Química. Livro didático PNLEM. São Paulo: Moderna, 2004. MACEDO, Magno Urbano de; CARVALHO, Antônio. Química. S. Paulo: IBEP. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Cadernos temáticos: a inserção dos conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Química para a Educação Básica. Curitiba, 2008. QUÍMICA / vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. 248 p. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011. REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012. SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos; SCHNETZLER, Roseli Pacheco. Educação em química: compromisso com a cidadania. 3. ed. Ijuí (RS): Unijuí, 2003. SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos; MÓL, Gerson de Souza. Química & sociedade. São Paulo: Nova Geração, 2005. SARDELLA, Antonio. Química. S. Paulo: Ática, 2003.
306
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA
DE SOCIOLOGIA
PARA O ENSINO MÉDIO
Professora: Ilda Fracassi Batista
Sueli dos Santos
RIO BOM
2012
307
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Sociologia tem como objeto de estudo e ensino, o conflito
que se estabelece no interior das relações sociais dos grupos na sociedade, como
se estruturam e atingem as relações entre os indivíduos e a coletividade.
Assim, essas relações materializam-se nas diversas instâncias sociais:
instituições sociais, movimentos sociais, práticas políticas e culturais, as quais
devem ser estudadas em sua especificidade e historicidade. Hoje, já consolidado, o
sistema capitalista não cessa a sua dinâmica, assumindo inéditas formas de
produção, distribuição e opinião, o que implica em novas formas de olhar,
compreender e atuar socialmente.
A trajetória do ensino da Sociologia no contexto escolar brasileiro é
caracterizada por frequentes interrupções, que geram dificuldades para introduzi-la
nas escolas.
Entretanto, a Sociologia no presente tem o papel histórico que vai muito
além da leitura e explicações teóricas da sociedade. Assim, a concepção da
disciplina é a de uma Sociologia crítica, mas os seus conteúdos fundamentam-se em
teorias com diferentes tradições sociológicas: os clássicos, a saber são Karl Marx,
Émile Durkheim, Max Weber e, contemporaneamente, Antonio Gramsci, Pierre
Bourdieu, Florestan Fernandes, entre outros, que também buscaram responder as
questões surgidas nos diferentes contextos das sociedades, pensando nas relações
sociais, econômicas e políticas. As linhas teóricas que, cada uma a seu modo, elege
conteúdos, temáticas, problemáticas, metodologias, concernentes ao contexto
histórico em que foram forjadas, respondem, num campo de interlocução aos
conteúdos, temáticas, problemáticas e metodologias engendrados na realidade
contemporânea.
Segundo Florestan Fernandes (1970), a Sociologia é conceituada como
estudo ordenado dos aspectos elementares e universais da vida social.
Nesta perspectiva, não cabem mais as explicações e compreensões das
normas sociais e institucionais, para a melhor adequação social, ou mesmo para a
mera crítica social, mas sim a desconstrução e desnaturalização do social no sentido
de sua transformação. Os grandes problemas que vivemos hoje, provenientes do
308
acirramento das forças do capitalismo mundial e do desenvolvimento industrial
desenfreado, entre outras causas, exigem indivíduos capazes de romper com a
lógica neoliberal que leva à destruição social e planetária. É tarefa inadiável da
escola e da Sociologia, a formação de novos valores, de uma nova ética e de novas
práticas sociais que apontem para a possibilidade de construção de novas relações
sociais.
Desta forma, é tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e
explicar problemáticas sociais concretas e contextualizadas, desconstruindo pré-
noções e pré-conceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da
autonomia intelectual e ações políticas direcionadas à transformação social.
A exemplo do Estado do Paraná, este Colégio, na disciplina de Sociologia,
propõe ações que contribuam com a promoção da conscientização da comunidade
escolar a respeito da importância do conhecimento sociológico para o aluno do
Ensino Médio.
Assim sendo, objetivamos:
desenvolver um olhar crítico e questionar sobre as relações sociais
percebendo que a realidade social é histórica e socialmente construída
levar o aluno a aprender a pensar sobre a sociedade em que vive e
agir nas diversas instâncias sociais;
propiciar aos alunos as bases para a compreensão de como as
sociedades se organizam, estruturam-se, legitimam-se e se mantêm, habilitando-os
para uma atuação crítica e transformadora.
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
O ensino de Sociologia está fundamentado nos conteúdos estruturantes
que não se resumem a uma listagem de temas e conceitos encadeados de forma
engessada e rígida. Os conteúdos estruturantes são os conteúdos representativos
dos grandes campos do saber, da cultura e do conhecimento universal e devem ser
compreendidos a partir da práxis pedagógica como construção histórica. São eles
que vão instrumentalizar professores e alunos na seleção, organização e
problematização dos conteúdos específicos a partir das necessidades locais e
309
coletivas, sem perder de vista a busca da totalidade, através do estabelecimento de
inter-relações e não da simples soma das partes.
Os conteúdos estruturantes não estão ordenados numa seqüência linear, e
nem seriados, embora a existência de cada um esteja ligada à existência dos outros,
pois a realidade social não está dividida ou compartimentada em disciplinas ou
conteúdos que melhor auxiliem a responder aos problemas sociais vividos pelo
grupo.
Estes problemas estão ligados à faixa etária dos alunos, à localização da
escola, à origem social dos alunos e professores, aos projetos políticos desses
indivíduos e grupos, ao momento histórico vivido, entre outros.
Além disso, os conteúdos específicos podem estar presentes em mais de
um conteúdo estruturante e devem ser problematizados sempre à luz das teorias
sociológicas.
2.1 O processo de socialização e as instituições sociais
Este conteúdo estruturante possibilita o entendimento e a explicação sobre
a dialética dos fenômenos sociais do cotidiano. As instituições devem ser situadas
no tempo e no espaço, inviável estabelecer comparações entre instituições de
sociedade diferentes. Porém, devem ser estudadas suas dinâmicas e contradições,
entendidas como construções sociais, passíveis de críticas e mudanças. Este estudo
favorece o entendimento da dinâmica do processo de socialização.
2.2 Cultura e indústria cultural
Este conteúdo deve problematizar e desnaturalizar os conceitos de cultura
e suas derivações. Possibilita a compreensão das diferentes formas de organização
social. Porém, as diferentes sociedades e grupos sociais não podem ser
comparadas entre si e classificadas como mais ou menos importantes, pois
possuem desenvolvimento político, econômico e social bastante diversificados.
2.3 Trabalho, produção e classes sociais
Este conteúdo estruturante permite discutir com o aluno a organização
social, as mudanças estruturais das sociedades modernas e contemporâneas e as
decorrentes mudanças nas relações de trabalho. Numa perspectiva crítica permite
compreender a construção das relações de trabalho na sociedade capitalista,
310
mudanças no mundo do trabalho nas sociedades contemporâneas neoliberais,
desemprego, subemprego e novas configurações das classes sociais.
2.4 Poder, política e ideologia
Este conteúdo estruturante permite que se discutam as relações de poder
que são permeadas por ideologias. Refere-se à problematização a respeito da
constituição do poder: este não se constitui por si só, mas possui uma estratégia, um
discurso e uma forma para se legitimar. Portanto, em sua forma de efetivação está
embutida a ideologia que se manifesta a partir de práticas políticas. Os conceitos
poderão ser trabalhados separadamente, mas deverão estar sempre em diálogo.
2.5 Direito, cidadania e movimentos sociais
Este conteúdo articula os conceitos de direito, cidadania e movimentos
sociais, pois na análise dos direitos deve-se considerar que esses foram sendo
inscritos nas leis, lentamente, ou foram sendo conquistados pela pressão dos que
não tinham direitos. Portanto, são os direitos que definem a cidadania, ou seja, a
possibilidade do indivíduo ser atuante com direitos e deveres. Entretanto, os direitos
só se tornam plenos e, portanto, elementos da cidadania, se forem exercidos no
cotidiano das ações das pessoas.
Por isso é muito importante estabelecer a vinculação dessa temática com
os movimentos sociais. Estes têm sua existência vinculada à criação de novos
direitos ou no sentido de fazer valer os que já estão escritos na lei.
É básico estudar:
- Processo de socialização;
- Instituições de reinserção (prisões, manicômio, educandário e asilo);
- Instituições sociais (familiares, escolares e religiosas);
- Cidadania e direitos humanos;
- Enfrentamento à violência (Programa de Educação nas Unidades
Socioeducativas – PROEDUSE).
- Diversidade cultural;
- Identidade;
- Indústria cultural;
- Indústria cultural no Brasil;
311
- Questões do gênero;
- Cultura Afro-Brasileira;
- Cultura Indígena;
- O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades;
- Desigualdades sociais;
- Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas
contradições;
- Educação do campo;
- Relações de trabalho;
- Trabalho no Brasil;
- Globalização e neoliberalismo.
- Meios de comunicação de massa;
- Sociedade de consumo;
- Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;
- Democracia, autoritarismo e totalitarismo;
- Estado no Brasil;
- Conceito de poder;
- Conceitos de ideologia;
- Conceitos de dominação e legitimidade;
- Direitos civis, políticos e sociais;
- Direitos humanos;
- Conceito de cidadania;
- Movimentos sociais;
- Movimentos sociais no Brasil;
- ONGs.
CONTEÚDOS DA EJA ENSINO MÉDIO
- Processo de socialização;
- Instituições de reinserção (prisões, manicômio, educandário e asilo);
- Instituições sociais (familiares, escolares e religiosas);
- Cidadania e direitos humanos;
- Enfrentamento à violência (Programa de Educação nas Unidades
Socioeducativas – PROEDUSE).
- Diversidade cultural;
312
- Identidade;
- Indústria cultural;
- Indústria cultural no Brasil;
- Questões do gênero;
- Cultura Afro-Brasileira;
- Cultura Indígena;
- O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades;
- Desigualdades sociais;
- Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas
contradições;
- Educação do campo;
- Relações de trabalho;
- Trabalho no Brasil;
- Globalização e neoliberalismo.
- Meios de comunicação de massa;
- Sociedade de consumo;
- Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;
- Democracia, autoritarismo e totalitarismo;
- Estado no Brasil;
- Conceito de poder;
- Conceitos de ideologia;
- Conceitos de dominação e legitimidade;
- Direitos civis, políticos e sociais;
- Direitos humanos;
- Conceito de cidadania;
- Movimentos sociais;
- Movimentos sociais no Brasil;
- ONGs.
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O ensino de Sociologia pretende através de seus conteúdos estruturantes e
básicos redimensionar os aspectos da realidade para uma análise didática e crítica
313
das problemáticas sociais. Por outro lado, os conteúdos estruturantes e básicos não
devem ser pensados e trabalhados de maneira autônoma. Da mesma forma,
também não exigem uma obediência seqüencial apesar de estarem articulados entre
si, sendo possível o estudo e a apreensão pelos alunos de cada um dos conteúdos
sem a necessidade de uma amarração com os demais.
No ensino de Sociologia serão utilizados múltiplos instrumentos
metodológicos, adequados aos objetivos pretendidos, seja a exposição, a leitura e
esclarecimento do significado dos conceitos e da lógica dos textos (teóricos,
temáticos, literários), a análise, a discussão, a pesquisa de campo e bibliográfica ou
outros sem perder de vista sua relação com a própria construção histórica de
Sociologia crítica, caracterizada por posturas teóricas e práticas favorecedoras ao
desenvolvimento de um pensamento criativo e instigante.
De acordo com as Diretrizes Curriculares de Sociologia para o Ensino
Médio, a iniciação do curso a título de introdução, partirá de uma breve
contextualização da construção histórica da Sociologia e das teorias sociológicas
fundamentais, as quais devem ser retomadas constantemente, numa perspectiva
crítica, no sentido de fundamentar teoricamente as várias possibilidades de
explicação sociológica feita nos recortes da dinâmica social.
Nesta perspectiva, o conhecimento sociológico deverá ir além da definição,
classificação, descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da
realidade social. Assim, é tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e
explicar problemáticas sociais concretas e contextualizadas, desconstruindo pré-
noções e pré-conceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da
autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas à transformação social.
Desta forma, o aluno do Ensino Médio será considerado em sua
especificidade etária, e em sua diversidade cultural, ou seja, além dos aspectos
como a linguagem, interesses pessoais e profissionais e necessidades materiais,
assim como tendo em vista as peculiaridades regionais em que a escola está
inserida e a origem social do aluno, para que os conteúdos trabalhados e a
metodologia utilizada possam responder às necessidades desse grupo social.
Portanto, o ensino da Sociologia colocará o aluno como sujeito de seu
aprendizado e será constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a
rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes.
314
Entre outros encaminhamentos metodológicos próprios do conhecimento
sociológico serão utilizados: a pesquisa de campo e o uso de recursos áudio-visuais,
especialmente vídeos e filmes, para responder às necessidades dos estudantes,
com a intenção de contribuir para a reflexão, pois são dotados de linguagens
próprias e compreendê-las não significa apenas apreciar imagens e sons, mas exige
que o professor proponha uma leitura reflexiva, que siga um roteiro, que contemple
aspectos fundamentais para o conteúdo em estudo.
EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas
Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
315
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
Dentro dos Conteúdos Estruturantes e Básicos, serão trabalhados os
Desafios Educacionais Contemporâneos:
- Desenvolvimento Socioeducacional
- História e Cultura dos Povos Indígenas
- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
- Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento da
Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.
Contempla, também, a legislação vigente / Diversidade:
- Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas;
- Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
- Direito da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº 11525/07.
4 AVALIAÇÃO
Concebendo a avaliação como mecanismo de transformação social e
articulando-a aos objetivos da disciplina, pretende-se a efetivação de uma prática
avaliativa que vise “desnaturalizar” conceitos tomados historicamente como
irrefutáveis e propicie o melhoramento do senso crítico e a conquista de uma maior
participação na sociedade.
Pelo diálogo suscitado em sala de aula, com base em leitura teórica e
ilustrada, a avaliação da disciplina constitui-se em um processo contínuo de
crescimento da percepção da realidade à volta do aluno e faz do professor um
pesquisador.
Na disciplina de Sociologia, a avaliação será diagnóstica e formativa,
identificadas as aprendizagens que foram satisfatoriamente efetuados e também as
que apresentam dificuldades, para que o trabalho docente seja reorientado.
Assim sendo, a avaliação acontecerá de forma continuada, processual, por
estar presente em todos os momentos da prática pedagógica e possibilitar a
constante intervenção para a melhoria do processo de ensino aprendizagem.
316
Como a avaliação é um processo, logo considerará como critérios básicos:
a) apreensão dos conteúdos básicos das ciências;
b) articulados com a prática social;
c) a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;
d) clareza e coerência na exposição das ideias sociológicas;
e) a mudança na forma de olhar e compreender os problemas sociais.
Os instrumentos de avaliação em Sociologia serão atentos, para a
construção de autonomia do educando, pois acompanharão as próprias práticas de
ensino aprendizagem da disciplina, dentre elas: registro de reflexões em debates,
produção de texto que demonstrem capacidade de auto avaliação entre teoria e
prática, seminários, relatórios, provas, pesquisas, entre outros, que visem a clareza
dos adjetivos que se pretende atingir no sentido da apreensão, compreensão,
reflexão dos conteúdos pelo aluno e, sobretudo, expressão oral ou escrita da sua
percepção do mundo.
O processo avaliativo será bimestral composto pela somatória da nota 5,0
(cinco vírgula zero), sendo no mínimo duas atividades diversificadas, utilizando-se
de instrumentos diversificados, mais a nota 5,0 (cinco vírgula zero) proveniente de
uma prova escrita, totalizando nota final 10,0 (dez vírgula zero).
A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos, assim ela ocorrerá com a retomada dos
conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos instrumentos de avaliação e com a
reavaliação do conteúdo já explicado, reexplicado em sala de aula.
No entanto, se mesmo com a recuperação de forma permanente e
concomitante ao processo ensino aprendizagem, o aluno não atingir a média integral
ao final de cada bimestre, ele terá a oportunidade de mais uma avaliação por um
dos instrumentos diversificados, prevalecendo a nota maior.
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino
Médio serão os seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,
317
seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
5 REFERÊNCIAS
FERNANDES, Florestan. Elementos de uma sociologia teórica. São Paulo: Editora Nacional e Editora da USP, 1970. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Diretrizes Curriculares de Sociologia para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012.
SOCIOLOGIA / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. 280 p.
318
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA
DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA
PARA O ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS
E ENSINO MÉDIO
Professoras: Cleudilene de Souza
Cleber Rogerio da Costa
Maísa Míriam de Oliveira
RIO BOM
2012
319
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LEM – INGLÊS
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O ensino de línguas estrangeiras, no Brasil, está relacionado às razões
sociais, econômicas e políticas. No início da colonização, os jesuítas usavam o Latim
como exemplo de língua culta. Após a expulsão dos padres jesuítas do Brasil
implantou-se o sistema de ensino com professores não religiosos que continuaram a
ensinar Latim e o grego.
Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, o ensino das
línguas estrangeiras modernas começa a ser mais valorizado.
Em 1837, o Colégio Pedro II, primeiro em nível secundário no Brasil,
apresentava em seu currículo sete anos de Francês, cinco de Inglês e três de
Alemão.
Em 1916, com a publicação de Cours de Linguística a Génerale por
Ferdinand Saussure, inauguraram-se os estudos da linguagem em caráter científico.
A Reforma Capanema, em 1942, atribui ao ensino secundário um caráter
patriótico e as línguas privilegiadas são o Francês, o Inglês e o Espanhol, que é
introduzido no lugar do Alemão.
Após a Segunda Guerra Mundial, a dependência econômica e cultural do
Brasil em relação aos Estados Unidos intensificou-se e com isso a necessidade de
aprender Inglês tornou-se cada vez maior.
Como uma tentativa de rompimento com a hegemonia de um único idioma
ensinado nas escolas, criou-se em 1982, o Centro de Línguas Estrangeiras, no
Colégio Estadual do Paraná que, posteriormente, expandiu-se em todo o Estado.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394
determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna,
escolhida pela comunidade escolar, no Ensino Fundamental. Já com relação ao
Ensino Médio, a Lei determina que seja incluída uma língua estrangeira moderna
como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em
caráter optativo, dependendo das disponibilidades da instituição.
Atualmente, o ensino da língua estrangeira baseia-se nos pressupostos da
Pedagogia crítica, na abordagem do letramento crítico, propondo-se fazer da aula
um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e
320
cultural, oportunizando-o a engajar-se discursivamente e perceber possibilidades de
construção de significados em relação ao mundo em que vive. Portanto, o aluno
poderá compreender que os significados são sociais e historicamente construídos e,
por isso, passíveis de transformação na prática social.
A Língua Inglesa é considerada uma língua hegemônica, dando particular
acesso à ciência e às tecnologias modernas, à comunicação intercultural e ao
mundo dos negócios, é certamente um diferenciador sócio-cultural. A posição
dominante do inglês no campo dos negócios, na cultura popular e nas relações
acadêmicas internacionais coloca-o como uma língua do poder econômico e dos
interesses sociais. Por esta razão, torna-se ainda mais necessária a sua
aprendizagem, a fim de se criar condições para a negociação, a troca e a integração,
desde que haja consciência crítica suficiente até para se formular contra-discursos
culturais em relação às desigualdades entre países e grupos sociais. Dessa forma,
os alunos passam de meros consumidores passivos de cultura e de conhecimentos
a criadores ativos, pois o uso de uma língua estrangeira é uma forma a mais de agir
no mundo e transformá-lo.
No ensino de Língua estrangeira, a língua, objeto de estudo dessa
disciplina, contempla as relações com a cultura, a ideologia, o sujeito e a identidade.
E o que se pretende com este ensino na Educação Básica é ensinar e aprender
línguas, é também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir
sentidos, formar subjetividades, permitir que se reconheça no uso da língua
estrangeira os diferentes propósitos comunicativos, independente do grau de
proficiência atingido.
Dessa forma, as aulas de língua estrangeira configuram-se como espaços
nos quais identidades são construídas, pelas representações e visões de mundo que
vão sendo reveladas no dia a dia. Objetiva-se que os alunos analisem as questões
sociais, políticas e econômicas da nova ordem mundial, suas implicações e que
desenvolvam uma consciência crítica a respeito do papel das línguas na sociedade.
O ensino de Língua Estrangeira objetiva propiciar ao aluno a capacidade de
perceber a importância da língua, para sua atuação e comunicação com o mundo.
Além de contribuir para que o aluno perceba as diferenças entre os usos, as
convenções e os valores de seu grupo social e os da comunidade que usa a língua
estrangeira, de forma crítica, percebendo que não há um modelo a ser seguido, ou
uma cultura melhor que a outra, mas apenas diferentes possibilidades que os seres
321
humanos elegem para regular suas vidas e que são passíveis de mudanças ao
longo do tempo, posto que o uso da língua corresponde ao contexto histórico e
social de uma comunidade que está em constante movimento e transformação.
O ensino de Língua Inglesa deve proporcionar aos alunos uma forma de
interação com outras culturas, assim como levar o aluno a refletir sobre a língua
como um artefato cultural e também como um produto que constrói e é construído
por determinada(s) comunidade(s) que reagem a determinados acontecimentos com
base em histórias e contextos específicos, pois é através do estudo de uma língua
que temos a constituição das identidades dos alunos tornando-os agentes críticos e
transformadores ao longo da Educação Básica.
Ao apresentar os objetivos de Língua Estrangeira, o professor
proporcionará aos alunos também reflexões em torno da História da Cultura Afro-
Brasileira e Africana, bem como a construção da identidade dos povos do campo,
valorizando-os como sujeitos que possuem laços culturais e valores relacionados à
vida na Terra e assim favorecendo a formação integral do cidadão.
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA
A língua, entendida como interação enquanto espaço de produção de
sentidos, marcado por relações contextuais de poder, terá como Conteúdo
Estruturante o Discurso como prática social, efetivada por meio das práticas
discursivas: prática de leitura, prática de escrita e prática da oralidade.
CONTEÚDO BÁSICOS
6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
GÊNEROS TEXTUAIS
- Álbum de família;
- Fotos;
- Bilhetes;
- Cantigas de roda;
- Cartão;
322
- Cartão postal;
- Narrativas;
- Diálogos;
- Histórias em quadrinhos;
- Textos informativos;
- Mapas;
- E-mail;
- Músicas.
LEITURA
- Identificação do tema
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
ESCRITA
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condições de produção;
- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
- Léxico;
- Coesão e coerência;
323
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
ORALIDADE
- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações lingüísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Pronúncia.
7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
GÊNEROS TEXTUAIS
- Textos narrativos;
- Descrição pessoal;
- História em quadrinhos;
- Textos instrucionais;
- Textos informativos;
- Diálogos;
- Letter;
- E-mail;
- Diário;
- Mapas;
- Blog;
- Pôster;
- Cartaz;
- Quiz – questionário em revista para jovens;
- Músicas.
324
LEITURA
- Identificação do tema
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
ESCRITA
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condições de produção;
- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
325
ORALIDADE
- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações lingüísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Pronúncia.
8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
GÊNEROS TEXTUAIS
- Artigo de jornais;
- Diálogos;
- Descrição;
- Textos informativos;
- Textos instrucionais;
- Receitas;
- Textos narrativos;
- História em quadrinhos;
- Biografia;
- Chats;
- Legendas de fotos;
- Entrevista;
- Pôster;
- Músicas;
- Charge.
LEITURA
- Identificação do tema
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
326
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
ESCRITA
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condições de produção;
- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
ORALIDADE
- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações lingüísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
- Adequação da fala ao contexto;
- Pronúncia.
327
9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
GÊNEROS TEXTUAIS
- Entrevista;
- Anúncios de emprego;
- Textos informativos;
- Notícias;
- Cartum;
- Blog;
- Quiz;
- Artigos de jornais;
- Entrevista online;
- Textos argumentativos;
- Textos narrativos;
- Diálogos;
- História em quadrinhos;
- Placa;
- Poema;
- Banner;
- Cartas pessoais;
- Cartões;
- Roteiro de teatro;
- Resenha;
- Músicas.
LEITURA
- Identificação do tema
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
328
- Discurso direto e indireto;
- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
ESCRITA
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condições de produção;
- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
- Vozes sociais presentes no texto;
- Discurso direto e indireto;
- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
ORALIDADE
- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
329
- Vozes sociais presentes no texto;
- Variações lingüísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
- Adequação da fala ao contexto;
- Pronúncia.
ENSINO MÉDIO
GÊNEROS TEXTUAIS
- Biografia
- Música
- Relatos históricos
- Placas
- Cartas
- Contos de fada
- Textos informativos
- Poéticos
- Cartum
- História em quadrinhos
- Sinopses de filme
- Narrativa de aventuras
- Paródia
- Receitas
- Artigos
- Resenha
- Fábulas
- Horóscopo
- Gráficos
- Mapas
- Artigos de opinião
- Quiz
- Reportagem
330
LEITURA
- Identificação do tema
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Marcadores do discurso;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Discurso direto e indireto;
- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
ESCRITA
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condições de produção;
- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
- Vozes sociais presentes no texto;
- Vozes verbais;
- Discurso direto e indireto;
- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
331
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
ORALIDADE
- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Variações lingüísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
- Adequação da fala ao contexto;
- Pronúncia.
CONTEÚDO EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II
GÊNEROS TEXTUAIS
- Álbum de família;
- Fotos;
- Bilhetes;
- Cantigas de roda;
- Cartão;
- Cartão postal;
- Narrativas;
- Diálogos;
- Histórias em quadrinhos;
- Textos informativos;
- Mapas;
332
- E-mail;
- Músicas;
- Textos narrativos;
- Descrição pessoal;
- Textos instrucionais;
- Letter;
- Diário;
- Blog;
- Pôster;
- Cartaz;
- Quiz – questionário em revista para jovens;
- Artigo de jornais;
- Descrição;
- Receitas;
- Biografia;
- Chats;
- Legendas de fotos;
- Entrevista;
- Charge;
- Anúncios de emprego;
- Notícias;
- Cartum;
- Entrevista online;
- Textos argumentativos;
- Placa;
- Poema;
- Banner;
- Cartas pessoais;
- Cartões;
- Roteiro de teatro;
- Resenha.
LEITURA
- Identificação do tema
333
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia;
- Discurso direto e indireto;
- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto.
ESCRITA
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condições de produção;
- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia;
- Vozes sociais presentes no texto;
334
- Discurso direto e indireto;
- Emprego do sentido conotativo e denotativo do texto.
ORALIDADE
- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações lingüísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Pronúncia;
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
- Adequação da fala ao contexto;
- Vozes sociais presentes no texto.
CONTEÚDOS EJA ENSINO MÉDIO
GÊNEROS TEXTUAIS
- Biografia
- Música
- Relatos históricos
- Placas
- Cartas
- Contos de fada
- Textos informativos
- Poéticos
- Cartum
- História em quadrinhos
- Sinopses de filme
- Narrativa de aventuras
- Paródia
- Receitas
- Artigos
- Resenha
335
- Fábulas
- Horóscopo
- Gráficos
- Mapas
- Artigos de opinião
- Quiz
- Reportagem
LEITURA
- Identificação do tema
- Intertextualidade;
- Intencionalidade;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Marcadores do discurso;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Discurso direto e indireto;
- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
ESCRITA
- Tema do texto;
- Interlocutor;
- Finalidade do texto;
- Intencionalidade do texto;
- Intertextualidade;
- Condições de produção;
336
- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
- Vozes sociais presentes no texto;
- Vozes verbais;
- Discurso direto e indireto;
- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;
- Léxico;
- Coesão e coerência;
- Funções das classes gramaticais no texto;
- Elementos semânticos;
- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);
- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como
aspas, travessão, negrito);
- Variedade linguística;
- Acentuação gráfica;
- Ortografia.
ORALIDADE
- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Vozes sociais presentes no texto;
- Variações lingüísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;
- Adequação da fala ao contexto;
- Pronúncia.
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O trabalho com o ensino da língua estrangeira na sala de aula será
pensado a partir do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais
que meros instrumentos de acesso à informação: as línguas estrangeiras são
337
também possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o
mundo e de construir significados.
A partir do conteúdo estruturante Discurso como prática social, serão
trabalhadas questões linguísticas, sócio-pragmáticas, culturais e discursivas, bem
como as práticas do uso da língua: leitura, oralidade e escrita. O ponto de partida
será o texto verbal e não-verbal, como unidade de linguagem em uso.
O texto apresenta-se como um espaço para a discussão de temáticas
fundamentais para o desenvolvimento intercultural, manifestados por um pensar e
agir críticos, por uma prática cidadã imbuída de respeito às diferentes culturais,
crenças e valores.
Os alunos devem ser envolvidos em atividades críticas e
problematizadoras, que se concretizem por meio da língua e prática social.
Será feito, sempre que possível, um trabalho com textos autênticos, assim
como vídeos, filmes que enfoquem temas referentes a questões sociais emergentes.
Os conteúdos relacionados ao desenvolvimento socioeducacional e
diversidade serão focalizados nas três dimensões da Proposta Pedagógica de LEM
– Inglês: oralidade, leitura e escrita, através de trabalhos orais e escritos diversos,
utilizando diversos gêneros, filmes e músicas que abordem os temas propostos e
que levem à interação.
Será apresentado ao aluno textos de diferentes gêneros textuais:
publicitários, jornalísticos, literários, informativos, de opinião, etc., ressaltando as
suas diferenças estruturais e funcionais, bem como o caráter do público a que se
destina e, sobretudo, aproveitar o conhecimento que ele já tem das suas
experiências com a língua materna.
O trabalho com texto não representa privilegiar a prática da leitura em
detrimento às demais no trabalho em sala de aula, visto que na interação com o
texto pode haver uma complexa mistura da linguagem escrita, visual e oral como,
por exemplo, nas seguintes situações: o professor lê o texto em voz alta, apontando
ora para imagens e ilustrações, ora para palavras escritas na página, não apenas
narrando ou contando uma história, mas realizando perguntas aos alunos. Assim, na
aula de língua estrangeira será possível realizar discussões orais sobre sua
compreensão, bem como produzir textos orais, escritos e/ou visuais, a partir do texto
lido, integrando todas as práticas discursivas neste processo, sendo importante
338
também o uso de materiais visuais, recursos tecnológicos (áudio-visual, TV
Pendrive, internet), que auxiliarão o trabalho pedagógico na sala.
O texto será abordado em seu contexto social de produção, a partir dele e
das necessidades específicas dos alunos, serão selecionados os itens gramaticais
que indiquem a estrutura social de produção assim como a estruturação da língua, a
fim de que se expressem ou construam sentidos aos textos.
Os alunos serão levados a discutir a respeito dos assuntos abordados nos
textos, utilizando a língua materna e sempre que possível expressando ideias em
língua estrangeira mesmo como limitações e para isso os alunos serão expostos a
textos orais (filmes, músicas, relatos, diálogos, etc.) para que se familiarizem com os
sons específicos da língua que estão aprendendo.
Com relação à escrita não podemos esquecer que ela deve ser vista como
uma atividade sociointeracional, ou seja, significativa, pois, em situações reais de
uso, escreve-se para alguém, ou um alguém de quem se constrói uma
representação. Sendo assim, a prática escolar de produção escrita em LE, ainda que
restrita a construção de frases, parágrafos, a um poema ou a uma carta, precisa
fazer desta produção uma atividade menos artificial possível: buscar leitores efetivos
dentro e fora da escola, ou seja, elaborar pequenos textos direcionados a um público
determinado.
EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,
ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva
do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-
se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo de ensino.
339
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos
conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,
a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da
Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas
Diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos
nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais
devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se
restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,
informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
A ação pedagógica dessa proposta abrangerá de forma interdisciplinar o
Desenvolvimento Socioeducacional:
- Cidadania e Direitos Humanos;
- Educação Ambiental – Lei n°9.795/99;
- Enfrentamento à violência;
- Prevenção ao uso indevido de drogas.
Diversidade:
- Gênero e Diversidade Sexual;
- História e Cultura Afro-brasileira e Africana Lei n°10.639/03;
- Direito das Crianças e Adolescentes, Lei Federal n°11.525/07;
- Música, Lei n°11.769/08
340
4 AVALIAÇÃO
A avaliação será parte integrante do processo de aprendizagem e
contribuirá para a construção de saberes.
Ela será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno, considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados e os aspectos qualitativos
prevalecerão sobre os quantitativos.
Além de ser útil para a verificação de aprendizagem dos alunos, a avaliação
servirá principalmente para que o professor repense a sua metodologia e planeje as
suas aulas de acordo com as necessidades de seus alunos.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escala de 0(zero) a
10,0(dez).
O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da
nota 5,0(cinco) referente a atividades realizadas com as práticas de leitura, oralidade
e escrita, e a avaliação de valor 5,0(cinco) poderá ser objetiva e/ou subjetiva
somando um total 10,0(dez).
O aluno será avaliado durante todo o processo educativo nas práticas de
leitura, escrita e oralidade. Para isso serão utilizados diversos instrumentos e
recursos: tarefas individuais ou em grupos, exercícios orais, discussões, pesquisas,
provas objetivas e descritivas, entre outros.
Na leitura é importante que o aluno identifique o tema, realize leitura
compreensiva do texto, localize informações explícitas no texto, amplie seu horizonte
de expectativas, amplie seu léxico, identifique a ideia central do texto, analise as
intenções do autor, dedução dos sentidos de palavras e/ou expressões a partir do
contexto, perceba o ambiente no qual circulam os gêneros.
Na escrita espera-se que o aluno expresse as ideias com clareza,
elabore/reelabore textos de acordo com o encaminhamento do professor atendendo
as situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade ... ), a
continuidade temática, diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;
use recursos textuais com coesão e coerência, informatividade, etc.; utilize
adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo,
pronome, numeral, substantivo, etc.
341
Na oralidade espera-se que o aluno utilize do discurso de acordo com a
situação de produção (formal/informal), apresente suas ideias com clareza,
coerência mesmo que na língua materna, utilize adequadamente entonação,
pausas, gestos e etc., respeite os turnos de fala.
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como
um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,
permanecendo a nota maior.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotado no Livro Registro de Classe.
Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino
Médio serão os seguintes:
- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;
- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)
notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,
seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;
- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os
resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);
- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-
SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da
carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por
cento) na organização individual;
342
- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não
por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.
5 REFERÊNCIAS
Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e Inglês / vários autores. Livro didático público. Curitiba: SEED-PR, 2006. 256 p. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos conteúdos de história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: SEED-PR, 2008. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011. REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012.
343
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL – SALA DE RECURSOS
EDUCAÇÃO BÁSICA
Professora: Marjorie Cristina Aparecida Bueno
RIO BOM
2012
344
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
SALA DE RECURSOS
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Após uma longa trajetória histórica da Educação Especial no Brasil, depara-
se que ela faz parte do sistema geral de ensino, atribuindo a mesma a educação de
alunos que tenham necessidades educativas especiais.
“Cumpre destacar que a Educação Especial é uma” modalidade de
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
alunados portadores de necessidades especiais “(LDB 93494/96) e sua
regulamentação pelas DIRETRIZES NACIONAIS (resolução N 02/01)- A educação
especial tem o objetivo de oferecer recursos e serviços educacionais especializados
aos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais em todo o fluxo
educacional.
O parecer 17/2001 DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO institui as
Diretrizes Nacionais para educação especial na Educação Básica e definiu como
alunos com necessidades educativas especiais aqueles que apresentam, durante o
processo ensino aprendizagem:
- Dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares.
- A nova política educacional para educação especial vem a cada dia se
solidificando, assim todas as crianças e jovens devem estudar em escola regular, è o
que define o DECRETO 6.571 de setembro de 2008, o prazo para que todos os
municípios se ajustem às novas regras vai até o fim de 2010.
Pretende-se com o atendimento especializado na modalidade de educação
especial que o aluno tenha acesso, permanência e sucesso na escola, onde o
mesmo se torne uma pessoa esclarecida quanto às diversidades étnicas, culturais e
sociais presentes no Brasil e no mundo e desta forma aprender a se respeitar, bem
como a respeitar os outros nas suas diferenças na convivência com os mesmos. E a
inclusão é o meio mais favorável para o desenvolvimento integral desses alunos.
345
2 CONTEÚDOS
A educação inclusiva pressupõe a prática de currículos abertos e flexíveis,
comprometidos com o atendimento à diversidade do aluno presente na escola. O
currículo inclusivo deve contar com adaptações para atender à diversidades das
salas de aula dos alunos.
Quando se fala de adaptações curriculares está se falando, sobretudo, em
primeiro lugar, de uma estratégia de planejamento e de atuação docente e, nesse
sentido, de um processo para tratar de responder às necessidades de aprendizagem
de cada aluno [...] fundamentado em uma série de critérios para guiar a tomada de
decisões com respeito ao que é, ao que o aluno ou aluna deve aprender, como e
quando e qual é a melhor forma de organizar o ensino para que todos saiam
beneficiados ( DIRETRIZES CURRICULARES DE EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA
EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA A CONSTRUÇÃO DE CURRICULOS INCLUSIVO, p.
51).
A metodologia de ensino do Colégio Estadual Dr. Rebouças está baseada
na proposta Progressista histórico crítica, ou seja, o objetivo é levar os alunos a
explorarem e descobrirem todas as possibilidades de apropriação do saber
universal, compreendendo a realidade social de forma crítica e democrática para a
transformação da realidade em que se vive.
Considerando a lei de Diretrizes e bases 9394/96 e o Estatuto da Criança e
do Adolescente (Lei Federal nº 11525/07), a escola se propõe a um trabalho
baseado nas diferenças individuais.
Embora os alunos se desenvolvam de maneiras diferentes, a educação cria
condições para o desenvolvimento total de todos os alunos, considerando aqueles
de ordem física, afetiva, cognitiva, ética e social, ou seja, o respeito à diversidade e
desenvolvimento socioeducacional dos alunos é parte crucial dessa proposta.
A tarefa primordial da educação especial é trocar os conteúdos abstratos
pelos mais concretos, compatíveis com a realidade social dos alunos. Como também
visa um ensino voltado à dialética, sexualidade humana, questões que se referem à
violência contra a criança e adolescente, acão, compreensão e participação nesses
interesses, garantindo uma qualidade de ensino, isto é propõe-se estratégias de
adequação de metodologias e avaliação para os alunos com necessidades
educacionais especiais.
346
Com isso a educação especial é uma das mediações pela qual o aluno com
necessidade de aprendizagem especial, pela intervenção do professor e por sua
própria participação ativa, passa de uma experiência confusa e fragmentada a uma
visão organizada.
A seleção e organização dos conteúdos valorizarão as seguintes atividades:
Priorizar áreas e unidade de conteúdos (leitura e escrita), como também enfatizar o
raciocínio lógico e seqüenciar conteúdos para atender à complexibilidade da
aprendizagem.
- Aspectos nas áreas do desenvolvimento, tais como: habilidades cognitivas,
psicomotoras, motoras, linguística, sócio- afetiva.
- Jogos para desenvolver habilidades cognitivas como, abstração, agilidade no uso
do lápis, alerta mental, antecipação visual, assimilação de informações
socioculturais, atenção, atividades visuais, capacidade de analise e síntese,
capacidade de isolar características essenciais das não essenciais, capacidade de
realizar justaposições simples, capacidade de visualização espacial e perceptiva,
caráter dos processos do pensamento, compreensão visual, concentração,
organização espaço-temporal, conhecimentos gerais, coordenação viso motora,
destreza motora fina, direcionalidade, estado de alerta, flexibilidade para trabalhar
com um objeto inicialmente desconhecido, grau de pensamento abstrato, habilidade
lingüística verbal, habilidade lógica matemática, interação, socialização e maturidade
da consciência, rapidez mental, sentido moral, síntese visual.
- Língua portuguesa e matemática: Estes são conteúdos básicos e de
conhecimentos fundamentais para cada série do ensino fundamental ao ensino
médio, considerado imprescindível para a formação conceitual dos estudantes.
Por serem conhecimentos fundamentais, não podem ser suprimidos nem
reduzidos e sim adaptados de modo a enriquecer o aprendizado dos alunos.
Assim, para garantir uma prática pedagógica adequada precisa-se de organização
dos conteúdos e a união de toda comunidade escolar e entender que o espaço de
sala de aula é um lugar de confrontos de diferentes saberes e precisa-se definir
novos critérios para articulá-los, afim de que os alunos cresçam na sua totalidade.
347
3 METODOLOGIA
A modalidade de Educação Especial tem por objetivo contribuir para a
formação do aluno. Diante das experiências interativas de produção de diferentes
linguagens. Onde o mesmo praticando, conhecendo e questionando modificará o
modo de produzir sua vida escolar.
Na Educação Especial não se pode afirmar haver práticas pedagógicas
prontas, fórmulas ou métodos definidos, pois estaríamos desconsiderando a
diversidade e o desenvolvimento socioeducacional.
Logo, a metodologia desenvolvida na Educação Especial em sala de aula,
será no sentido de adequá-la nas várias formas e material alternativo quando, o
comum à turma não for suficiente pra a compreensão do conteúdo. Também precisa
ter uma modificação expressiva dos procedimentos e organização didática da aula
em relação aos demais colegas, como também introdução de métodos específicos,
assim o aluno terá maior aquisição de conhecimentos e habilidades, e o professor o
ajudará a eliminar barreiras para o seu aprendizado.
4 AVALIAÇÃO
A prática de avaliação será primordialmente formativa e com adaptações
nos procedimentos e instrumentos, bem como, com o tempo diferenciado dando
qualidade no processo educativo.
Com essa prática de avaliação contínua e diagnóstica, podem-se considerar
os diferentes ritmos e processos de aprendizagem dos alunos, possibilitando o
acontecimento da intervenção pedagógica no seu devido tempo.
5 REFERÊNCIAS
BRASIL/MEC, Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção
de Currículos Inclusivos. Curitiba- PR, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento da Educação Especial.
348
Política estadual de Educação Especial na perspectiva da inclusão. (texto da
semana pedagógica 2010 de Ed. Especial).
TRANSTORNOS DA APRENDIZAGEM/ NEWRA TELLCHEA ROTTA. Abordagem
Neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.
ROSA, SUELY PEREIRA DA SILVA; DELOU, CRISTINA MARIA CARVALHO;
OLIVEIRA, ELOIZA DA SILVA GOMES DE. Fundamentos teóricos e
metodológicos da Inclusão. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2008.
A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO CONTEXTO SÓCIO ECONÔMICO BRASILEIRO-
Pós- graduação lato senso modalidade a distância – Metodologias inovadoras
aplicadas à Educação Núcleo das Especificidades Pedagógicas: Educação
Especial Inclusiva.
NOVA ESCOLA / EDIÇÃO ESPECIAL N 24. Inclusão como ensinar os conteúdos
do currículo para aluno com deficiência.
349
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA
DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA
PARA O ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS
E PARA O ENSINO MÉDIO
CELEM - ESPANHOL
Professor: Jorge Miguel da Silva
RIO BOM
2012
350
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE LÍNGUA
ESTRANGEIRA MODERNA – CELEM - ESPANHOL
1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O ensino de línguas estrangeiras, no Brasil, está relacionado às razões
sociais, econômicas e políticas. No início da colonização, os jesuítas usavam o Latim
como exemplo de língua culta. Após a expulsão dos padres jesuítas do Brasil
implantou-se o sistema de ensino com professores não religiosos que continuaram a
ensinar Latim e o grego.
Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, o ensino das
línguas estrangeiras modernas começa a ser mais valorizado.
Em 1837, o Colégio Pedro II, primeiro em nível secundário no Brasil,
apresentava em seu currículo sete anos de Francês, cinco de Inglês e três de
Alemão.
Em 1916, com a publicação de Cours de Linguística a Génerale por
Ferdinand Saussure, inauguraram-se os estudos da linguagem em caráter científico.
A Reforma Capanema, em 1942, atribui ao ensino secundário um caráter
patriótico e as línguas privilegiadas são o Francês, o Inglês e o Espanhol, que é
introduzido no lugar do Alemão.
Como uma tentativa de rompimento com a hegemonia de um único idioma
ensinado nas escolas, criou-se em 1982, o Centro de Línguas Estrangeiras, no
Colégio Estadual do Paraná que, posteriormente, expandiu-se em todo o Estado.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394
determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna,
escolhida pela comunidade escolar, no Ensino Fundamental. Já com relação ao
Ensino Médio, a Lei determina que seja incluída uma língua estrangeira moderna
como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em
caráter optativo, dependendo das disponibilidades da instituição.
Em 2005 foi criada a Lei nº 11161, que decreta obrigatória a oferta de língua
espanhola nos estabelecimentos de Ensino Médio. A oferta é obrigatória para a
escola, mas de matrícula facultativa para o aluno, sendo que os estabelecimentos de
ensino têm cinco anos, a partir da data de sua publicação, para implementá-la.
351
Atualmente, o ensino da língua estrangeira baseia-se nos pressupostos da
Pedagogia crítica, ancorada na perspectiva de uma leitura crítica, propondo-se fazer
da aula um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade
linguística e cultural, oportunizando-o a engajar-se discursivamente e perceber
possibilidades de construção de significados em relação ao mundo em que vive.
Portanto, o aluno poderá compreender que os significados são sociais e
historicamente construídos e, por isso, passíveis de transformação na prática social.
A língua estrangeira contempla as relações com a cultura, a ideologia, o
sujeito e a identidade e o que se pretende com este ensino na Educação Básica é
ensinar e aprender língua, é também ensinar e aprender percepções de mundo e
maneiras de construir sentidos, é formar subjetividades, independente do grau de
proficiência atingido. Desse modo as aulas de língua estrangeira configuram-se
como espaços nos quais identidades são construídas, pela forma como as
interações entre professores e alunos são organizadas, pelas representações e
visões de mundo que vão sendo reveladas no dia-a-dia.
A língua é um elemento em constante processo de mutação, por isso ela se
torna um bem comum quando falada por um grande grupo.
No ensino de Língua estrangeira, a língua, objeto de estudo dessa disciplina,
contempla as relações com a cultura, a ideologia, o sujeito e a identidade. E o que
se pretende com este ensino na Educação Básica é ensinar e aprender línguas, é
também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir sentidos,
formar subjetividades, permitir que se reconheça no uso da língua estrangeira os
diferentes propósitos comunicativos, independente do grau de proficiência atingido.
A língua estrangeira é uma ferramenta com a qual podemos nos comunicar
com pessoas do mundo todo, através dela podemos ter acesso a mais informações,
melhorar nossos conceitos e avaliar nossos “pre-conceitos”.
São objetivos dessa disciplina:
- fazer com que o aluno tenha um domínio satisfatório do idioma, valendo-se
disso para um futuro promissor intelectual e profissional;
- preparar o aluno para vestibulares, concursos e provas de títulos onde o
conhecimento e a proficiência na língua são cobrados de forma profunda;
- perceber a importância da Língua Estrangeira e sua utilização na
comunicação universal;
352
- contribuir para que o aluno perceba as diferenças entre os usos, as
convenções e os valores de seu grupo social e os da comunidade que usa a língua
estrangeira, de forma crítica, percebendo que não há um modelo a ser seguido, ou
uma cultura melhor que a outra, mas apenas diferentes possibilidades que os seres
humanos elegem para regular suas vidas e que são passíveis de mudanças ao
longo do tempo, posto que, como a língua, correspondem ao contexto histórico e
social de uma comunidade que está em constante movimento e transformação;
- levar o aluno a considerar o ensino da Língua Espanhola como uma forma
de interação com outras culturas e refletir sobre a língua como um artefato cultural,
como um produto que constrói e é construído por determinada(s) comunidade(s) que
reagem a determinados acontecimentos com base em histórias e contextos
específicos;
- contribuir para a constituição das identidades dos alunos sujeitos como
agentes críticos e transformadores ao longo da Educação Básica;
- preparar o aluno para possíveis viagens por países que têm o espanhol
como língua oficial, haja vista que somos praticamente cercados por eles;
- preparar o aluno para o mercado laboral, pois a informatização está em
ascensão e grande parte dos sites são montados em língua espanhola.
2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS
A língua, entendida como interação enquanto espaço de produção de
sentidos, marcado por relações contextuais de poder, terá como Conteúdo
Estruturante o Discurso, como prática social, efetivada por meio das práticas
discursivas: prática de leitura, prática de escrita e prática da oralidade.
Os conteúdos básicos para o CELEM serão desdobrados a partir de textos
(verbais e não-verbais), considerando seus elementos linguístico-discursivos
(fonético-fonológicos, léxico-semânticos e sintáticos), manifestados nas práticas
discursivas (leitura, escrita e oralidade). Portanto, os textos escolhidos para o
trabalho pedagógico definirão os conteúdos específicos, a serem trabalhados dentro
de cada prática discursiva.
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA O CELEM - 1º ANO
353
Gêneros Discursivos
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise
linguística, serão adotadas como conteúdos básicos os gêneros discursivos
conforme suas esferas sociais de circulação.
Fotos;
Cartões de felicitações;
Bilhetes;
Convites;
Quadrinhas;
Receitas;
Biografias;
Lendas;
Letras de músicas;
Poemas;
Diálogo/Discussão;
Cartazes;
Notícias;
Tiras;
Filmes;
Cartão pessoal;
Músicas;
Provérbios;
Trava-línguas;
Autobiografias;
Histórias em quadrinhos;
Resumos;
Narrativas básicas;
Notícias;
Cartazes;
Anúncios;
Paródias;
Bulas;
Placas;
Rótulos;
354
E-mail;
Horóscopo;
Regras de jogos;
Caricatura;
Classificados;
Folders;
Reportagens;
Torpedos.
Leitura
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidader do texto;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Situcionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade;
Discurso direto e indireto;
Elementos composicionais do gênero;
Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
Polissemia;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;
Léxico.
Escrita
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
355
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade;
Discurso direto e indireto;
Elementos composicionais do gênero;
Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
Polissemia;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem;
Processo de formação de palavras;
Acentuação gráfica;
Ortografia;
Concordância verbal/nominal.
Oralidade
Léxico.
Conteúdo temático;
Finalidade;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Papel do locutor e interlocutor;
Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,
pausas...;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Variações linguísticas;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
Semântica;
Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.
356
CONTEÚDOS BÁSICOS PARA O CELEM – 2.º ANO
Gêneros Discursivos
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística, serão
adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas
sociais de circulação.
Cartão Pessoal;
Adivinhações, Anedotas;
Diário;
Lista de Compras;
Letras de música;
Resumo;
Histórias em quadrinhos;
Narrativas;
Reportagens;
Comercial para TV;
Biografia;
Romances;
Textos dramáticos;
Textos de opinião;
Charges;
Entrevista (oral e escrita);
Horóscopo;
Caricaturas;
Filmes;
Cartão Social;
Canções Culturais;
Contos de Fadas/Contemporâneos;
Relatos;
Classificados;
Tiras;
357
Anúncios;
Blog;
Chat;
Torpedos;
Diálogo/Discussão Argumentativa;
Textos dramáticos;
Tiras;
Paródias;
Manchetes;
Crônicas jornalísticas;
E-mail's;
Vídeo clipe.
Leitura
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade;
Discurso direto e indireto;
Elementos composicionais do gênero;
Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
Polissemia;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,negrito), figuras de
linguagem;
Léxico.
358
Escrita
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade;
Discurso direto e indireto;
Elementos composicionais do gênero;
Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
Polissemia;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem;
Processo de formação de palavras;
Acentuação gráfica;
Ortografia;
Concordância verbal/nominal.
Oralidade
Conteúdo temático;
Finalidade;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Papel do locutor e interlocutor;
Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,
pausas...;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
359
Variações linguísticas;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
Semântica;
Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.
CONTEÚDOS PARA O APRIMORAMENTO ( CELEM)
Gêneros Discursivos
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística,
serão adotadas como conteúdos os gêneros discursivos considerando suas esferas
sociais de circulação.
Gêneros textuais :
Fotos;
Convites;
Quadrinhas;
Receitas;
Biografias;
Lendas;
Letras de músicas;
Poemas;
Diálogo/Discussão;
Cartazes;
Notícias;
Tiras;
Provérbios;
Fábulas
Classificados
Leitura:
Tema do texto;
Interlocutor;
360
Finalidade do texto;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Situcionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade;
Discurso direto e indireto;
Elementos composicionais do gênero;
Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
Polissemia;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras
de linguagem;
Léxico.
Escrita
Tema do texto;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade;
Discurso direto e indireto;
Elementos composicionais do gênero;
Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
Polissemia;
361
Oralidade
Conteúdo temático;
Finalidade;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Papel do locutor e interlocutor;
Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,
pausas...;
Adequação do discurso ao gênero;
Turnos de fala;
Variações linguísticas;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
Semântica;
Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.
- Contemplação à história e cultura Afro-Brasileira e Africana, de acordo com a Lei
10639/03, pois muitas das palavras que compõem nosso vocabulário são oriundas
desses povos;
- Contemplação à Lei 9795/99 sobre Educação Ambiental, sendo necessária a todos
os níveis de ensino;
- Serão trabalhados: a Cidadania, os Direitos Humanos, a Prevenção às Drogas e o
Enfrentamento à Violência;
- Aclaramento sobre gênero e diversidade sexual;
- Importância das escolas indígenas e sobre a educação do campo.
3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Ensinar Língua Estrangeira implica pensar nas ações pedagógicas,
fundamentadas na construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva, engajada
na realidade, privilegiando a relação teoria-prática, na busca do entendimento das
diferentes formas do saber.
362
Visando a nova versão das Diretrizes Curriculares a abordagem
metodológica seguirá alguns aspectos que irão influenciar na escolha das
atividades, como por exemplo, o número de alunos em sala de aula, tempo, material
disponível, etc. Deve-se considerar o aluno como agente ativo no processo de
aprendizagem.
O ensino da Língua Estrangeira, assim como a língua materna, deve ter o
texto como material linguístico articulador da metodologia. Portanto, as aulas terão
como ponto básico o trabalho com o texto, entendido como um material verbal,
produto de uma determinada visão de mundo, de uma intenção e de um momento
de produção, para que o aluno desenvolva um novo pensar sobre o idioma que está
aprendendo. Dessa forma, considera-se a linguagem a partir de temáticas que
exploram os diferentes gêneros discursivos e tipos de textos, com o objetivo de
explorar as práticas discursivas de linguagem – leitura, escrita e oralidade, para
tanto serão utilizados textos como: anedotas, cartões, convites, curriculum vitae,
comunicados, causos, biografias, contos, histórias em quadrinhos, lendas, diálogos,
cartazes, paródias, pinturas, poemas, romances, mapas, anúncios de jornais,
músicas, comerciais de TV, charges, carta ao leitor, entrevistas, filmes, e-mails, site
de relacionamentos, entre outros gêneros passíveis de trabalho.
Durante a prática da oralidade, o professor deve desenvolver um trabalho
gradativo, que permita ao aluno conhecer e usar também a variedade linguística
padrão e entender a necessidade desse uso e determinados contextos sociais,
tendo o entendimento de que poderá usar o dialeto que lhe é peculiar.
Para atingir as estratégias específicas da oralidade os alunos serão
expostos a textos orais, de diferentes discursos enfatizando a abordagem discursiva
da oralidade que vai além do uso funcional da língua aprendendo a expressar ideias
em Língua Espanhola adequando a variedade linguística para as diferentes
situações.
Com relação à escrita, ela será vista como uma atividade sociointeracional,
ou seja, significativa. O docente direcionará as atividades de produção textual
definindo em seu encaminhamento qual o objetivo da produção e para quem se
escreve, em situações reais de uso. Para atingirmos um objetivo claro é preciso que
o aluno produza um diálogo sócio-histórico-ideológico, fundamental para a
construção do seu texto e de sua coerência.
363
A prática da leitura compreende a análise de diferentes linguagens na forma
verbal e não-verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes, charges, outdoors),
cinética (sonora, olfativa, tátil, visual, gustativa) e alfabética. Os diferentes níveis de
leitura possibilitam identificar os elementos da construção do texto, localizar as
informações explícitas, subentender as implícitas, fazer ligação entre o
conhecimento do educando e o texto e estabelecer relações intertextuais.
Como vimos, nas aulas de Língua Estrangeira Moderna serão abordados
vários gêneros textuais, em atividades diversas, para que seja analisada a função de
que cada texto exerce. Para que haja uma efetiva aprendizagem serão levados em
consideração a composição de cada texto, a distribuição de informações, o grau de
informação, a intertextualidade, os elementos coesivos, a coerência e por último,
mas não menos importante, a gramática. O ensino não priorizará a gramática para
trabalhar com o texto, mas também, não a abandonará.
É importante ressaltar que não adianta disponibilizar textos aos alunos sem
uma intenção. O professor provocará a imaginação de seus alunos, enfatizando a
reflexão sobre o uso de cada um deles e avaliando o contexto em que está sendo
inserido.
Por esse motivo é importante que sejam privilegiados os gêneros discursivos
dentro das variadas esferas sociais de circulação, por sua grande importância para o
trabalho na escola e desenvolvimento de seus interlocutores no processo de
aprendizagem.
Bakhtin traz a heterogeneidade, o dialogismo (entenda-se por diálogo entre
interlocutores e diálogo entre discursos). Ele afirma que a linguagem é dialógica,
pois o ser humano precisa de outro para comunicar-se, ainda segundo Bakhtin “a
vida é dialógica por natureza”.
Sendo assim, o discurso não é individual, porque para haver diálogo precisa-
se de pelo menos dois interlocutores, e para haver diálogo entre discursos é
necessário que haja relações com outros discursos, entendidas aqui como textos.
Então, os gêneros do discurso constituem as falas e se organizam historicamente a
partir de novas situações de interação verbal.
Fazendo uso dos mais variados textos para uma real aprendizagem serão
utilizadas estratégias diversificadas como: leitura de poemas em jogral, jogos,
músicas, filmes, entre outras, pois quando esse aluno interagir com textos diversos
perceberá que as formas linguísticas não são idênticas e não assumem o mesmo
364
significado, isto é, são flexíveis e variam de acordo com o contexto e situação em
que o discurso, entendido como fala, é utilizado. Sendo assim, para que haja uma
aprendizagem eficaz temos que fazer uma sondagem e assim levar textos
significativos para os alunos para que eles se sintam parte integrante do processo
de ensino-aprendizagem.
Em cada texto escolhido se levará em consideração o gênero, ou seja, onde
e para que cada tipo de texto é utilizado, para que ele serve. Por exemplo, uma
noticia de jornal é um texto informativo, uma reportagem, um texto midiático? Enfim,
caberá ao professor mostrar a aplicabilidade de cada texto e em que contexto ele
está inserido. Além do gênero se observará o aspecto cultural e interdiscurso que
cada texto possui qual sua influência na nossa cultura e de outros países, para
quem foi escrito, quem escreveu, com qual objetivo, etc.
Quanto à variedade linguística e a análise lingüística, será tomado o cuidado
para não transformar o texto em pretexto para ensinar gramática que não é o
objetivo das mesmas. Analisar linguisticamente um texto é produzir significados por
meio das palavras num todo e não palavra por palavra ou frase por frase como a
gramática “pede”. Ainda como formas de aprendizagem serão feitas pesquisas que
possibilitem ao aluno saber mais sobre o assunto, discussões para aprimoramento
do idioma e valorização da pesquisa feita e produção textual em que o aluno
produzirá seu texto em língua estrangeira com ajuda do professor.
Na Análise Linguística é importante ressaltar a diferença entre o ensino de
gramática e a prática da Análise Linguística, pois no ensino da gramática a língua é
concebida como sistema e na Análise Linguística como ação sujeita às interferências
dos falantes, a palavra, a frase e o período na primeira é privilegiada e na segunda o
texto. Na gramática haverá preferência pelos exercícios estruturais, de identificação
e classificação de unidades/funções morfossintáticas e correção e na Análise
Linguística haverá preferência por questões abertas e atividades de pesquisa, que
exigem comparações e reflexões sobre adequações e efeitos de sentidos.
Através da leitura, pretende-se formar um leitor ativo, ou seja, capaz de
produzir/construir sentidos, perpassando a visão tradicional da leitura condicionada à
interação de informações alargando suas possibilidades de entendimento de mundo.
Na escrita, será utilizada a língua em situações de comunicação escrita na
produção de textos verbais e não verbais e nas atividades de produção textual
365
definindo em seu encaminhamento qual o objetivo da produção e para quem se
escreve o que se escreve em situações reais.
Pela oralidade, os alunos expressarão suas ideias em Língua Espanhola
adequando a variedade linguística para as diferentes situações do dia-a-dia.
O trabalho com diferentes gêneros textuais levará o aluno a perceber a
gama de discursos existentes nos mais variados contextos, bem como, as vozes que
permeiam as relações sociais e as relações de poder.
Serão criadas situações que se assemelhem à realidade, onde um
determinado assunto será levado a cabo a fim de que o aluno aprofunde seus
conhecimentos.
O professor propiciará diálogos diretos sendo ele o interventor, para que se
pratique a fala e vivencie a cultura dos países hispanohablantes.
Todas as aulas serão ministradas na L2, pois assim a sala se torna um
laboratório, pois se considera que o aluno já tem a formação básica necessária para
tal, propiciando com isso que mesmo o aluno que tem dificuldade com o aprendizado
sistêmico seja agraciado com o conhecimento por aquisição.
O professor explorará também textos não verbais, onde o aluno partindo de
seus conhecimentos empíricos deverá conseguir expor idéias não somente lineares
como não lineares.
4 AVALIAÇÃO
A avaliação será parte integrante do processo de ensino e aprendizagem e
contribuirá para a construção de saberes.
Além de ser útil para a verificação de aprendizagem dos alunos, a avaliação
servirá principalmente para que o professor repense a sua metodologia e planeje as
suas aulas de acordo com as necessidades de seus alunos.
O aluno será avaliado durante todo o processo educativo nas práticas de
leitura, escrita e oralidade, observando-se os seguintes critérios de avaliação:
- na leitura, espera-se do aluno: realização de leitura compreensiva do texto;
localização de informações explícitas e implícitas no texto; posicionamento
argumentativo; ampliação do horizonte de expectativas; ampliação do léxico;
percepção do ambiente no qual circula o gênero; identificação da ideia principal do
366
texto; análise das intenções do autor; identificação do tema; dedução dos sentidos
de palavras e/ou expressões a partir do contexto; compreensão das diferenças
decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo/denotativo;
reconhecimento de palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual;
- na escrita, espera-se do aluno: expressão de ideias com clareza;
elaboração de textos atendendo: às situações de produção propostas (gênero,
interlocutor, finalidade ...), à continuidade temática; diferenciação do contexto de uso
da linguagem formal e informal; uso de recursos textuais como: coesão e coerência,
informatividade, intertextualidade, etc.; utilização adequada de recursos linguísticos
como: pontuação, uso e função do artigo, pronome, substantivo, etc.; emprego de
palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo, bem como de
expressões que indicam ironia e humor, em conformidade com o gênero proposto;
- na oralidade, espera-se do aluno: pertinência do uso dos elementos
discursivos, textuais, estruturais e normativos; reconhecimento de palavras e/ou
expressões que estabeleçam a referência textual; utilização do discurso de acordo
com a situação de produção (formal/informal); apresentação de ideias com clareza;
compreensão de argumentos no discurso do outro; exposição objetiva de
argumentos; organização da sequência da fala; respeito aos turnos de fala;
participação ativa em diálogos, relatos, discussões, quando necessário em língua
materna, etc; utilização consciente de expressões faciais, corporais e gestuais, de
pausas e entonação nas exposições orais, entre outros elementos extralingüísticos.
Para isso, serão utilizados diversos instrumentos: tarefas individuais ou em
grupos, provas objetivas e descritivas, pesquisas (de campo, bibliográficas), trabalho
em grupo e/ou individual, atividades escritas (simulados, relatórios, dissertações,
sínteses, autoavaliação; atividades orais (debates, palestras, apresentações em
eventos artísticos e culturais), seminário.
A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o
desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos.
A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a
10,0 (dez).
367
O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da
nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou
subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).
A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:
- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos
instrumentos de avaliação;
- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.
O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como
um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,
permanecendo a nota maior.
Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas
durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do
aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.
Para progressão e certificação dos alunos será exigida a frequência mínima
de 75% (setenta e cinco por cento) e a nota mínima de 6,0 (seis vírgula zero) por
bimestre.
5 REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e Inglês / vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2008. 256 p. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Instrução nº 019/2008 – SUED/SEED. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes curriculares da Educação Básica: Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: SEED-PR, 2008. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e
Médio. Rio Bom, 2011.
REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom,
2012.
368
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROPOSTA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS
PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
RIO BOM
2011
369
OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
A Educação de Jovens e Adultos (EJA), como modalidade educacional que
atende a educandos – trabalhadores, que não tiveram acesso ou continuidade da
escolarização na denominada idade própria, tem como finalidade e objetivos o
compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo que
os educandos aprimorem sua consciência crítica, e adotem atitudes éticas e
compromisso político, para o desenvolvimento da sua autonomia intelectual.
De acordo com Kuenzer (2000, p. 40), o papel fundamental da construção
curricular para a formação dos educandos da Educação de Jovens e Adultos é -
fornecer subsídios para que se afirmem como sujeitos ativos, críticos, criativos e
democráticos. Tendo em vista esta função, a educação deve voltar-se a uma
formação na qual os educandos possam:
- aprender permanentemente;
- refletir de modo crítico;
- agir com responsabilidade individual e coletiva;
- participar do trabalho e da vida coletiva;
- comportar-se de forma solidária;
- acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais;
- enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e
rapidez, a partir do uso metodologicamente adequado de conhecimentos científicos,
tecnológicos e sócio-históricos.
PERFIL DO EDUCANDO
Os educandos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) desta
escola/comunidade são sujeitos com diferentes experiências de vida e que em
algum momento se afastaram da escola devido a fatores sociais, econômicos,
políticos e/ou culturais. Entre esses fatores, destacam-se: o ingresso prematuro no
mundo do trabalho, a evasão ou a repetência escolar, muitas vezes alheios à sua
vontade.
Atualmente, os adolescentes ainda são presença marcante nas escolas de
EJA. A grande maioria é oriunda de um processo educacional fragmentado, marcado
por freqüente evasão e reprovação no Ensino Fundamental e Médio regulares.
370
Os jovens e adultos que procuram a EJA precisam de escolarização formal
tanto por questões pessoais quanto pelas exigências do mundo do trabalho.
Uma outra demanda a ser atendida pela EJA é a de pessoas idosas que
buscam a escola para desenvolver ou ampliar seus conhecimentos, bem como tem
interesse em outras oportunidades de convivência social e realização pessoal.
A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades
educacionais especiais.
Em síntese, o perfil do educando da EJA não se restringe somente a uma
característica etária, mas à diversidade sociocultural, composta por populações do
campo, em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais,
indígenas, entre outros, que demandam uma educação que considere o tempo, os
espaços e sua cultura.
CARACTERIZAÇÃO DO CURSO
Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de
escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus
estudos no Ensino Fundamental ou Médio, assegurando-lhes oportunidades
apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida e de
trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.
Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e
Adultos – Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na
legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no
processo.
Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de
modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como:
1. pesquisa e problematização na produção do conhecimento;
2. desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;
3. registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,
ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e
socialização dos conhecimentos;
4. vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos,
bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.
371
Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano
de estudos e atividades. O Estabelecimento de Ensino deverá disponibilizar o Guia
de Estudos aos educandos, a fim de que este tenha acesso a todas as informações
sobre a organização da modalidade.
Organização Coletiva
Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um
cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início
e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do
currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos
conteúdos de forma coletiva, na relação professor-educandos e considerando os
saberes adquiridos na história de vida de cada educando.
A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré-estabelecido.
Organização Individual
A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que
não têm possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, devido às condições
de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante
classificação, aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou
desistentes quando não há, no momento em que sua matrícula é reativada, turma
organizada coletivamente para a sua inserção. Será programada pela escola e
oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula os dias e
horários das aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas suas condições
de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.
372
NÍVEL DE ENSINO
Ensino Fundamental – Fase II
Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este
estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e
Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo
de formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e
ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.
Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e
possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.
Ensino Médio
O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua
oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de
07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de
Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica.
EDUCAÇÃO ESPECIAL
A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades
educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização
coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem o acesso, a permanência e
o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se
encontram individualmente estes educandos.
Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de
educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles
que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a
legislação assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos
educandos que apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de:
1. deficiências mental, física/neuromotora, visual e auditiva;
373
2. condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou
psiquiátricos;
3. superdotação/altas habilidades.
É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas
e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para
a aprendizagem e participação de todos os alunos.1
Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o
enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem
características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências mas, também, de
condições sócio-culturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito a
receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação escolar.
Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se,
assegurando o direito à igualdade com eqüidade de oportunidades. Isso não
significa o modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e
serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas
singularidades.
AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS
Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas
descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a
grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de
escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e o
regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios
estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.
A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de
100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino
Médio, sendo que a freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e
cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de
aula.
374
FREQUÊNCIA
A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de
100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino
Médio, sendo que a freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e
cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de
aula.
EXAMES SUPLETIVOS
Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao
disposto na Lei nº 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de
Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de
Educação e Trabalho, através da Coordenação da Educação de Jovens e Adultos.
MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO
Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e
Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado
da Educação do Paraná, como material de apoio.
Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, deverão
utilizar outros recursos didáticos.
RECURSOS TECNOLÓGICOS
O cidadão atualmente precisa conhecer e procurar dominar as tecnologias
existentes, através da prática, pois vivemos em tempos de competições cada vez
mais radicais. Assim sendo, o uso da informática garante a possibilidade de construir
estratégias e habilidades necessárias para a compreensão e inserção no mundo
atual com novas formas de expressão e comunicação. Neste enfoque será tratada
como um recurso e estratégia para garantir e ampliar a qualidade do processo
ensino-aprendizagem.
1 1
CARVALHO, R. E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17.
375
O conhecimento e as informações são trabalhadas com aulas dinâmicas e
atividades que contribuam para a aprendizagem e melhoria das práticas sociais do
aluno. Dessa forma, o uso da tecnologia possibilita ensinar e aprender de maneiras
diferentes, transformando a aula em investigação e troca de experiências.
Por tratar-se de um Colégio que trabalha com jovens e adultos, é importante
planejar e desenvolver ações para inserir o educando no mundo da tecnologia e
informática. A sala de informática é um lugar onde os alunos podem lidar com as
informações e tecnologias cada dia mais avançadas, sabendo aplicá-las, quando
necessário.
FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS
A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o
reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o
processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade:
ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando
a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que
regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente
diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a
reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004)
A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional
que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o
compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a
que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações
sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do
desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.
Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação
na qual os educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir
criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e
da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das
mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com
376
agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de
conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos2.
Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e
pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o
processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente com:
o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os
levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;
o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo, crítico
e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça;
os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos –
cultura, trabalho e tempo;
Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre
cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e
estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a mais
próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do acesso
ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e, sua função
antropológica - que considera e valoriza a produção humana ao longo da história.
A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do
trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso
aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular, as
reflexões sobre a função do trabalho na vida humana.
É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos
diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA,
considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do
mundo do trabalho, face à diversidade de suas características.
E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de
Jovens e Adultos no Estado do Paraná:
I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo
diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem
como os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos
processos educativos formais;
2 KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem
do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.
377
II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo
educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar um
ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do
que na relação qualitativa com o conhecimento;
II. Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à
realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculada ao mundo do
trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros;
III. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade
de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva.
A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que
o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua
realidade social;
IV. O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional,
que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares,
mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos
culturais relevantes, estão articulados à realidade na qual o educando se encontra,
viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição
das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento.
Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante incluirá o
desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem
chegar às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber:
- Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu
processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com
conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e
aprendizagem;
- Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios
educandos;
- O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a
objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes
linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar
conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos;
- Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência, nos interesses
do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e do trabalho;
378
- Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos e
democráticos;
Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não
se refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta
modalidade com a diversidade sócio-cultural de seu público, composta, dentre
outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades
educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógico-
curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desse grupos.
CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de
ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como
espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a
compõem, ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e
aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva do
conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-se
no elemento principal de mediação entre educadores e educandos e deve ser
organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura
curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tornar os conhecimentos
significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em
núcleo estruturador do conteúdo do ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de
Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada
em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso
aos conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a
Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação
Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos por essas
diretrizes.
379
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores
propostos nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e
Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento
que não deve se restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, idéias,
princípios, informações etc., mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar
intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a
Educação Básica.
PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO Concepção de Avaliação
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se
estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e
aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados
atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos
expressos na proposta pedagógica.
Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de
reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser
entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma
atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.
A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá
orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes
princípios:
investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações
necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;
contínua: permite a observação permanente do processo ensino-
aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática
pedagógica;
sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,
utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;
380
abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-
escola do educando;
permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos
pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho
pedagógico da escola.
Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao
longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz
curricular, com oferta diária de 04 (quatro) horas-aula por turno, com avaliação
presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem.
Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser
respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação
contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações
que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação
formal, como durante o atual processo de escolarização.
A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais
como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e
pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades
complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de
aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.
É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única
oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas, será analisado pelo
educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e
necessidades, e as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.
Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas
as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06
(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais
escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante
o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se
submeterá na presença do professor, conforme descrito no Regimento
381
Escolar. Na disciplina de Ensino Religioso, as avaliações realizadas no
decorrer do processo ensino-aprendizagem não terão registro de nota
para fins de promoção e certificação.
a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,
sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez
vírgula zero);
para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0
(seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º
3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por
cento) do total da carga horária de cada disciplina na organização
coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual;
o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina,
a média final corresponderá à média aritmética das avaliações
processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis
vírgula zero);
os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados
em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a
regularidade e autenticidade da vida escolar do educando;
o educando portador de necessidades educativas especiais, será
avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de
desenvolver.
Recuperação de Estudos
A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese
de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da
aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará
concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação
382
dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos,
independentemente do nível de apropriação dos mesmos.
A recuperação será também individualizada, organizada com atividades
significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor
diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.
Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos
conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de
exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos
instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.
Aproveitamento de Estudos
O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito,
amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar,
por meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial,
transferência e prosseguimento de estudos.
Classificação e Reclassificação
Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino
utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento
Escolar.
AVALIAÇÃO
o avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente,
permanente;
o as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
383
o para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06
(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais
escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o
processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na
presença do professor, conforme descrito no regimento escolar;
o a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo
os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula
zero);
o para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula
zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e
freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento)do total da carga horária de
cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização
individual;
o o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de
estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao
processo de apropriação dos conhecimentos;
o a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0
(seis vírgula zero);
o os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
o o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado
não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de
desenvolver.
RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese
de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da
aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará
concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação
384
dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos,
independentemente do nível de apropriação dos mesmos.
A recuperação será também individualizada, organizada com atividades
significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor
diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.
Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos
conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de
exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos
instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.
Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação e
reclassificação estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto
na legislação vigente.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição. BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo : Cortez, 1997. CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998. CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17
(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA). Conselho Estadual de Educação - PR
- Deliberação 011/99 – CEE. - Deliberação 014/99 – CEE. - Deliberação 09/01 –CEE. - Deliberação 06/05 – CEE. - Indicação 004/96 – CEE. - Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).
Conselho Nacional de Educação - Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA. - Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. - Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. - Resolução 03/98 – CEB.
Constituição Brasileira – Artigo 205. DELORS, J. Educação : Um tesouro a descobrir. São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : MEC : UNESCO, 1998. DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP : Papirus, 1997. DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de Escolarização da População. mimeog. DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.
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386
COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
RIO BOM - PARANÁ
PROPOSTA PEDAGÓGICA
DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR
CURRICULAR EM CONTRATURNO
EDUCAÇÃO BÁSICA
Professores: Pedrina Corrêa
Renan Cesar Deziró
Vilma de Souza Pereira
RIO BOM
2012
387
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR
CURRICULAR EM CONTRATURNO
ESCOLA: Colégio Estadual Dr. Rebouças – Ensino Fundamental e Médio
NRE: Apucarana MUNICÍPIO: Rio Bom
MACROCAMPO Meio ambiente
ATIVIDADE Educação para a sustentabilidade
TURNO Tarde
NÍVEL DE ENSINO Ensino Fundamental
CONTEÚDO
Matéria – Constituição da matéria Biodiversidade – Interações Ecológicas
OBJETIVO
O objetivo desta atividade é sensibilizar os alunos sobre as diversas alternativas para minimizar as agressões ao planeta, sendo uma delas, a implantação dos 3 Rs. para a conservação e preservação do meio ambiente em que vivem.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O encaminhamento metodológico se dará através de técnicas e instrumentos que possibilitem várias formas de aprendizagem como: interpretação e produção de textos, vídeos, recortes de jornais, revistas, interpretação de fotos, imagens, gráficos, pesquisas bibliográficas, campo e na internet, apresentação e discussão de trabalhos de grupo e individual, construção e representação dos trabalhos, maquetes, confecção de caixa de papel reciclável, cartões (receita: papel reciclável caseiro), entre outros, sob a perspectiva de transformar o meio ambiente, onde quer que esteja. Será trabalhado: tipos de lixo; tipos de reciclagem, cores padrão para materiais recicláveis; coleta seletiva; higienização do material reciclável; papel reciclável (receita caseira). Através de um diagnóstico da situação socioambiental para enfrentamento das mudanças climáticas e dimensionamento do impacto do estilo de vida e padrões de consumo do indivíduo sobre o planeta, serão criados espaços educadores sustentáveis como readequação da escola com o uso racional da água, aproveitando o material reciclado produzido na escola para confecção de maquetes e objetos artesanais.
AVALIAÇÃO
A avaliação será feita através de observação, de forma crítica e dinâmica, permitindo que os alunos se apropriem dos conceitos fundamentais, interligando-os com a realidade próxima e distante dele, estimulando o raciocínio e a reflexão. Será considerado também a mudança de pensamento e atitude dele quanto à aprendizagem, à compreensão, questionamento, criatividade, comprometimento e participação durante as atividades.
PARA O ALUNO: Espera-se que o aluno aprenda os conceitos e saiba provocar mudanças de postura seja qual for o lugar que ele
388
RESULTADOS ESPERADOS
se encontre, transformando-se, portanto, de forma significativa o modo de pensar e as posturas individuais e coletivas para a melhoria da qualidade de vida na escola, na família e na comunidade. PARA A ESCOLA: Espera-se que a escola, através desses conhecimentos sobre educação ambiental, possa dar mais importância ao meio ambiente, ajudando, respeitando, cuidando e amando o espaço que ocupa, com pequenos gestos, fazendo a diferença e, enfim, fazendo a sua parte para um mundo melhor. PARA A COMUNIDADE: Espera-se que a comunidade tenha atitudes que mostre a importância da relação do homem com o Meio Ambiente e com a natureza, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida no planeta, desenvolvendo técnicas e habilidades voltadas para preservação do meio ambiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia. Curitiba, SEED, 2008. www.meioambiente-wikipedia, a enciclopédia livre. www.achetudoregiao.com.br www.suapesquisa.com/temos/meioambiente.htm www.ambientebrasil.com.br BRASIL. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei n. 12305/2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Brasília, 2 de agosto de 2010. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/lei/l12305.htm.
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR
CURRICULAR EM CONTRATURNO
ESCOLA: Colégio Estadual Dr. Rebouças – Ensino Fundamental e Médio
NRE: Apucarana MUNICÍPIO: Rio Bom
MACROCAMPO
Direitos humanos: respeito às identidades de gênero, a orientação sexual, a diversidade étnico-racial, religiosa, cultural, gerencial, ao desenvolvimento da cidadania e promoção da inclusão.
ATIVIDADE Inclusão
TURNO Noite
NÍVEL DE ENSINO Ensino Médio
CONTEÚDO
- Respeito às identidades - Orientação sexual - Diversidade étnico-racial, religiosa e cultural
OBJETIVO Esta atividade tem como objetivo aprofundar conceitos (solidariedade, ética, justiça, equidade...) para o desenvolvimento da formação e promoção humana.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O encaminhamento metodológico desta proposta se dará através de aulas expositivas, debates, trabalhos em grupo, vídeos, pesquisa de campo e internet, palestras, teatro, entre outros. Em sala de aula e em pesquisas serão utilizados pelo professor e alunos os métodos de investigação histórica articulados pelas narrativas históricas desses sujeitos. Serão utilizadas novas mídias e tecnologias educacionais, articulando teoria e prática, vinculando o trabalho intelectual com atividades experimentais. A discussão pedagógica será da promoção da inclusão provocada por meio de vídeos, imagens, notícias de jornais, revistas e web, programas televisivos, filmes e documentários e, também, experienciar as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiências através de atividades/tarefas dirigidas nas seguintes áreas das deficiências: visual, física neuromotora e intelectual.
AVALIAÇÃO
A avaliação se dará através de observação direta durante as atividades diariamente obedecendo os seguintes critérios: participação, criatividade, respeito, compromisso.
RESULTADOS ESPERADOS
PARA O ALUNO: Espera-se que o aluno adquira os conceitos trabalhados e saiba agir diante dos desafios respeitando o direito do outro. PARA A ESCOLA: Espera-se que a escola venha a compreender os conceitos trabalhados e através de suas ações expresse conhecimentos e saberes dentro e fora da escola. PARA A COMUNIDADE: Espera-se que a comunidade, através dos conceitos trabalhados, demonstre valorização da sua própria
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existência, conscientizando e comunicando adequadamente como cidadão capaz, ativo e responsável naquilo que faz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de História. Curitiba, SEED, 2008. ______. Diretrizes Curriculares de Ciências. Curitiba, SEED, 2008. ______. Diretrizes Curriculares de Biologia. Curitiba, SEED, 2008. www.wikipedia.org/wiki/direitos-humanos.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR CURRICULAR EM CONTRATURNO
ESTABELECIMENTO DE ENSINO: COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS –
E.F.M.
MUNICÍPIO: RIO BOM
NÍVEL DE ENSINO: FUNDAMENTAL E MÉDIO
MICROCAMPO: ESPORTE E LAZER
MODALIDADE ESPORTIVA: HANDEBOL
TURNO: A Hora Treinamento será desenvolvida no turno intermediário da tarde, no
horário das 17h às 18:40h. Este horário justifica-se após consulta realizada junto aos
alunos(as), que fizeram esta opção por ser um horário que atenderá alunos dos
turnos manhã e tarde.
CONTEÚDOS: - Fundamentos Básicos do Handebol
- Regras
- Táticas e Técnicas
- Fintas
- Sistemas: ataque e defesa
- Arbitragem
- Jogo propriamente dito
OBJETIVO: Possibilitar aos alunos o acesso à prática esportiva efetiva,
sistematizada, a fim de atender às necessidades socioeducacionais dos alunos.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO: O ensino da modalidade Handebol no
Programa de Atividades Complementares Curriculares/Hora Treinamento, serão
trabalhados em complexidade crescente, vivenciando na prática todos os conteúdos
do Handebol trabalhados de forma lúdica e reflexiva, além da abordagem tática e
técnica. O desenvolvimento das atividades observará a vivência dos alunos para que
estes tenham oportunidade de experimentar nova forma de jogar e se apropriem de
conhecimentos relevantes da cultura corporal.
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AVALIAÇÃO: A avaliação será de forma diagnóstica e contínua para verificar as
dificuldades encontradas.
RESULTADOS ESPERADOS:
Para o aluno: Atender às necessidades socioeducacionais oportunizando e
ampliando a aprendizagem e sua formação como cidadão.
Para a escola: Promover a qualidade de ensino por meio da ampliação do tempo.
Para a comunidade: Utilizar dos espaços e oportunidades educativas promovidas
pela escola.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Educação Física. Curitiba, SEED, 2008. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Instrução Normativa 004/2011. Curitiba, 2011. COLÉGIO Estadual Dr. Rebouças-E.F.M. Projeto Político Pedagógico. Rio Bom,
2011.
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Rio Bom, 30 de setembro de 2011.
PROPONENTES
Diretora: Pedrina Corrêa _____________________________________
Diretora Auxiliar: Maísa Miriam de Oliveira _____________________________________
Pedagogas: Maria de Lourdes Oliveira Verolla _____________________________________
Maria Lucia Guedes de Andrade ____________________________________
Professores e Funcionários:
Ana Cubas _____________________________________
Ângela Maria dos Santos ____________________________________
Benedita Alves de Assis _____________________________________
Cleudilene de Souza _____________________________________
Edilene Parto Alves _____________________________________
Eliane de Fátima Ferreira _____________________________________
Eliane Pereira de Souza Deziró _____________________________________
Eliane Vogt Rodrigues da Silva _____________________________________
Eliza Vogt Rodrigues da Silva Rossi _____________________________________
Elizabeth Cotting dos Santos _____________________________________
Eufrazio Silva de Oliveira _____________________________________
Fernandina Rodrigues da Silva _____________________________________
Ilda Fracassi Batista _____________________________________
Irene Ciukailo _____________________________________
Ivanir Primon _____________________________________
Ivone Natália Avelino _____________________________________
Jorge Miguel da Silva _____________________________________
João Ferreira Braga _____________________________________
Keila Rossi _____________________________________
Leila Aparecida Ferreira _____________________________________
Maria Aparecida Sivirino _____________________________________
Maria Eunice Ciukailo _____________________________________
Maria Julia Rocha Primon _____________________________________
Maria de Lourdes Avelino Matsui _____________________________________
Maria Márcia Deziró _____________________________________
400
Maria Nilda da Silva _____________________________________
Maria Regina de Oliveira _____________________________________
Marjorie Cristina Aparecida Bueno _____________________________________
Renan Cesar Deziró _____________________________________
Sandra Maria Haeitmann _____________________________________
Vicentina do Carmo de Oliveira _____________________________________
Vilma Aparecida de Sene _____________________________________
Vilma de Souza Pereira _____________________________________
Vinicios Alves de Assis _____________________________________
Conselho Escolar:
Pedrina Corrêa _____________________________________
Maria Lucia Guedes de Andrade _____________________________________
Ângela Maria dos Santos _____________________________________
Leila Aparecida Ferreira _____________________________________
Eliane de Fátima Ferreira _____________________________________
Géssica Tainah da Silva _____________________________________
Joselita Pacci Garutti _____________________________________
Ademir Primon _____________________________________
Vilma de Souza Pereira _____________________________________
APMF:
Sandra Aparecida Batista de Oliveira _____________________________________
Delma Aparecida Ferreira Novaes _____________________________________
Vicentina do Carmo de Oliveira _____________________________________
Vinicios Alves de Assis _____________________________________
Sonia Maria Braga _____________________________________
Ademir Primon _____________________________________
Keila Rossi _____________________________________
Fernandina Rodrigues da Silva _____________________________________
Ivone Natália Avelino _____________________________________
Marjorie Cristina Aparecida Bueno _____________________________________
Ivanir Primon Romero _____________________________________
401
Maria de Lourdes Avelino Matsui _____________________________________
Amarildo Pinto de Andrade _____________________________________
Amarilda da Silva Garutti _____________________________________
Regina Aparecida da Cruz _____________________________________
Pedrina Corrêa _____________________________________
Maria de Lourdes Oliveira Verolla _____________________________________
Benedita Alves de Assis _____________________________________
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