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Como citar este material:
ZURRON, Ana Claudia Bensuaski P. Patologia: Patologia e os Conceitos de Saúde e Doença.
Alterações Celular, Funcional e Morfológica do Organismo Frente ao Agente Patológico.
Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.
O primeiro tema deste Caderno de Leitura e Atividades é um convite ao estudo
da patologia, levando você a compreender como as células e o organismo
reagem frente a um agente causador de doenças. O conteúdo desta aula
abrange, ainda, o entendimento dos sinais e sintomas que levam ao
diagnóstico de determinada patologia.
Os diagnósticos de doenças apresentadas pelo paciente são diferenciados,
pois estão fundamentados na reação de cada indivíduo à doença. Quando o
organismo apresenta-se sadio, componentes celulares e moleculares exercem
funções na defesa desse organismo frente a diferentes organismos
patogênicos. Desta forma, quando os componentes imunológicos trabalham a
nosso favor, dificilmente uma doença, ou patologia, se instala em nosso
organismo. No entanto, quando o sistema imune apresenta-se debilitado ou
quando um desses fatores celulares não funciona adequadamente, podemos
ficar doentes.
Assim, mecanismos patológicos acarretam mudanças no funcionamento de
determinadas células e na resposta celular efetiva, envolvendo o estudo de
estruturas moleculares da membrana, chamadas de receptores de membrana.
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Com o apoio do Livro-Texto, das sugestões de leitura, das imagens, dos
exercícios e das aulas, você estará preparado para se aprofundar com maior
facilidade nos estudos e nos demais temas desta disciplina.
Patologia e os Conceitos de Saúde e Doença. Alterações Celular,
Funcional e Morfológica do Organismo Frente ao Agente Patológico
Patologia é o estudo das doenças. A doença é a perturbação da saúde, isto é,
o mal-estar causado por distúrbio físico (orgânico), mental ou social, perdendo-
se o equilíbrio das funções vitais do organismo. O estudo das mais variadas
doenças pode ser feito por diferentes métodos clínicos, bioquímicos,
fisiológicos e imunológicos, abrangendo o estudo completo das doenças
(FARIA, 2009, p. 1).
O conceito de saúde corresponde à condição de sentir-se bem com seu corpo,
mente e espírito. A saúde é medida pela ausência de doença ou dor física. É
uma questão de percepção e medida, pois cada indivíduo pode julgar como
está seu estado de saúde e bem-estar. No entanto, mesmo estando doente,
uma pessoa pode achar que se encontra em uma condição saudável se os
sintomas não aparecerem, se não forem bem-interpretados e se não ocorrerem
complicações iniciais decorrentes da doença (BRAUN; ANDERSON, 2007).
O equilíbrio orgânico também é chamado de homeostasia, em que o próprio
corpo regula esse equilíbrio por meio de mecanismos de regulação celular e
fisiológica. A homeostasia depende da comunicação celular, das funções dos
tecidos e hormônios, dos agentes químicos e dos diversos sistemas de órgãos
do corpo.
A enfermidade é o estado resultante do sofrimento ou estresse. A enfermidade
é julgada pelos sintomas físicos como a dor, embora a doença de estresse
emocional possa acarretar alteração psicológica ou espiritual, muitas vezes
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alterando o humor e a agressividade da pessoa. Assim como a saúde, a
doença é percebida e medida, pois, mesmo quando a doença não é percebida
fisicamente, uma pessoa pode sentir-se doente.
A doença descreve um defeito no funcionamento de célula, tecido, órgão ou
sistema do corpo. Trata-se de uma alteração no funcionamento do organismo,
representando um desafio ao equilíbrio da homeostasia (BRAUN;
ANDERSON, 2007).
Aprender a respeito das doenças é algo muito importante. Entendendo as
reações do funcionamento corporal, é possível fornecer um atendimento de
mais qualidade a seu paciente. Os profissionais de saúde devem se preocupar
também com o paciente, e não só com a doença, sendo um cuidador ouvindo
os sintomas desse paciente. Todas essas características facilitam o
entendimento das doenças.
Existem muitas doenças causadas por vírus (Figura 1.1), e, pelo fato de o vírus
ter a propriedade de mutação, muitas doenças reincidem no organismo, como
a gripe.
Figura 1.1 Um antígeno (vírus) entra em contato com a célula e se replica dentro dela.
Fonte: http://ebsco.smartimagebase.com/viruses-attacking-a-cell/view-item?ItemID=4818. Acesso em: out.
2014
Desta forma, na Figura 1.1 tem-se o quadro de uma doença.
Sabemos que a unidade fundamental do ser vivo é a célula. Seus componentes
estruturais e funcionais contribuem de forma decisiva para a saúde do
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indivíduo. Cada célula é circundada por uma membrana plasmática, que
protege o meio intracelular e cria uma barreira contra todas as interferências
prejudiciais a seu redor. É na membrana plasmática de constituição lipoproteica
(ou seja, lipídios e proteínas) que encontramos estruturas essenciais para a
manutenção da vida.
Figura 1.2 A célula e seus principais constituintes: membrana plasmática, citoplasma (com as organelas
vitais à célula) e núcleo celular, responsável pela reprodução por conter o material genético (DNA).
Fonte: http://goo.gl/0coFmL Acesso em: out. 2014
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A membrana plasmática possui proteínas em sua composição, as quais estão
suspensas em sua totalidade, atuando como receptores de ligação de
substâncias (Figura 1.3). É exatamente nessas estruturas da membrana
plasmática que diferentes compostos biológicos, como os patógenos, e alguns
agentes químicos, como os fármacos e até hormônios, ligam-se para exercer
suas diferentes funções na célula (FRANCO et al., 2010, p. 1-7). Neste caso,
substâncias hidrofílicas se ligam nessas estruturas proteicas, já que não
conseguem atravessar a membrana plasmática e entrar na célula.
Figura 1.3 Receptor de superfície celular (expressão de proteínas na membrana plasmática) ligado a um
macrófago.
Fonte: http://goo.gl/He8y9X Acesso em: 6 out. 2014
Introdução ao Estudo das Células
As células são as unidades funcionais e estruturais dos seres vivos. Com a
modificação e diferenciação celular, as células procariontes (seres vivos sem a
membrana nuclear, cujo material genético está disperso no citoplasma) e
eucariontes (seres vivos com núcleo organizado e material genético DNA, RNA
organizado/envolto pela carioteca) tornaram-se especializadas. A diferenciação
e especialização celular favorecem alterações bioquímicas, morfológicas e
funcionais, que fazem com que uma célula indiferenciada, que exerça funções
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biológicas básicas, essenciais para a sobrevivência da própria célula, seja
capaz de realizar outras funções com grande eficiência (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2013, p. 22).
Principais Componentes Celulares
As células apresentam partes fundamentais: a membrana plasmática, o
citoplasma e o núcleo. O componente celular mais externo do citoplasma é a
membrana plasmática, que limita o meio intracelular e o ambiente extracelular.
A Membrana Plasmática
A membrana plasmática (com espessura de 7,5 a 10,0 nanômetros), ao
microscópio eletrônico, aparece como uma estrutura trilaminar, chamada de
unidade de membrana, comum a todas as membranas existentes na célula. As
membranas celulares são compostas principalmente por duas camadas de
fosfolipídios (com seus grupamentos não polares, hidrofóbicos, ou seja, que
não se misturam com água, e seus grupamentos polares ou hidrofílicos, que se
misturam com água) (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013, p. 22).
Sabe-se que as moléculas proteicas se inserem parcial ou totalmente na
membrana. Algumas delas são proteínas de membrana, poros ou orifícios
dessa membrana, por onde certos íons e moléculas se movimentam para
dentro e para fora da célula. Outras proteínas celulares são receptores de
hormônios (que aparecem no núcleo celular, com uma região específica onde
a molécula se liga, região do elemento responsiva ao hormônio - ERH) ou de
outras moléculas sinalizadoras de caráter hidrofóbico ou de caráter lipídico.
As substâncias lipofílicas como os esteroides (que têm afinidade por lipídeos),
atravessam a membrana plasmática e se ligam no receptor nuclear, conforme
ilustrado na Figura 1.4.
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Figura 1.4 Receptor de estrógeno.
Fonte: http://ebsco.smartimagebase.com/estrogen-receptor/view-item?ItemID=7552. Acesso em: 6 out.
2014
Este tipo de receptor da Figura 1.4 encontra-se no núcleo da célula.
As proteínas de membrana integrais, ou seja, aquelas que fazem parte da
constituição da membrana, são chamadas também de proteínas
transmembranas, que atravessam inteiramente a membrana, aparecendo tanto
na superfície intracelular (citoplasmática) como na extracelular da membrana
(DE ROBERTIS; HIB, 2014).
Quando falamos de patógenos, micro-organismos vivos, vemos esta situação
acontecendo também. Muitas doenças são elucidadas nessas estruturas
moleculares de fundamental importância para o estudo das mais diversas
doenças, muitas ainda sem cura.
A recepção desses sinais ou mensagens da célula alvo ocorre por meio de
diferentes tipos de proteínas receptoras de membrana, que são capazes de
traduzir a mensagem da molécula sinalizadora ou ligante em uma atividade
celular (FRANCO et al., 2010, p. 7).
Quando diferentes micro-organismos entram em contato com nosso corpo, o
sistema imune identifica os antígenos (agentes patogênicos) e se arma como
um verdadeiro exército, composto por células e componentes moleculares
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(Figura 1.5). O sistema imune impede que muitas doenças se manifestem em
nosso organismo, sendo considerado uma de nossas maiores armas de defesa
contra o agente patogênico.
A imunidade inata (que nasce com o indivíduo) é a primeira linha de defesa
contra organismos invasores, enquanto a imunidade adquirida ou adaptativa
age como uma segunda linha de defesa e também protege contra reexposição
ao mesmo patógeno. Cada uma dessas subdivisões principais do sistema
imune tem tanto componentes celulares como humorais, por meio dos quais
elas executam suas funções de proteção frente a um agente invasor.
Figura 1.5 Células do sistema imunológico, que representa a linha de defesa do nosso organismo frente à
invasão de um agente causador de doenças.
Fonte: http://ebsco.smartimagebase.com/white-blood-cells/view-item?ItemID=4028>. Acesso em: out.
2014
O sistema imune adaptativo requer algum tempo para reagir contra um
organismo invasor, enquanto o sistema imune inato inclui sistemas de defesa
que, em sua maior parte, estão constitutivamente presentes e prontos para
serem mobilizados em uma infecção. Finalmente, o sistema adaptativo possui
memória imunológica, que aparece no caso de vacinas. Ele “lembra” que já
encontrou um organismo invasor e reage mais rapidamente à exposição
subsequente do mesmo organismo. Ao contrário, o sistema imune inato não
possui memória imunológica.
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Um exemplo é quando ocorre a aproximação e a ligação de um patógeno na
superfície de um macrófago, célula envolvida com a fagocitose de partículas
estranhas ao nosso organismo. Os receptores de superfície do macrófago
reconhecem a especificidade das moléculas de superfície do patógeno; em
seguida, o macrófago se liga e reconhece o patógeno como uma substância
invasiva. A partir daí, todo o esforço das células do sistema imune é para
destruir o agente causador de doenças.
Saiba Mais!
Imunidade inata ‒ Fagocitose
Por meio deste vídeo, visualizamos o processo de fagocitose, em que uma
célula como um macrófago, ao reconhecer um antígeno, engloba-o e, em
seguida, ativa mecanismos enzimáticos para destruir e expulsar o patógeno.
Disponível em: http://youtu.be/DA_iF07bmoU. Acesso em: 4 out. 2014.
Citoplasma
O citoplasma (ou citosol) é a região da célula onde se encontram as organelas
citoplasmáticas, citoesqueleto, os depósitos de hidratos de carbono, assim
como proteínas, lipídios, íons e pigmentos. As organelas citoplasmáticas
realizam diferentes funções. Assim, as mitocôndrias são essenciais para a
respiração celular; o retículo endoplasmático liso e rugoso, os lisossomos,
peroxissomos e o complexo de Golgi são responsáveis pela síntese de
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proteínas, digestão celular e acúmulo de substâncias essenciais à manutenção
celular.
Núcleo Celular
O núcleo é o centro de controle de todas as atividades celulares, porque
contém, nos cromossomos, todo o genoma (DNA) da célula. Ele contém a
maquinaria para a reprodução celular (duplicação do DNA) e é responsável
pela síntese de todos os tipos de RNAs (RNAr-ribossômico, RNAm-
mensageiro, RNAt-transportador). Esses são exportados para o citoplasma da
célula, realizando a síntese proteica.
O conteúdo intranuclear é separado do citoplasma pelo envoltório nuclear;
porém, o que se vê ao microscópio óptico é principalmente a camada de
cromatina, ou o material genético que o reveste interiormente. O trânsito de
substâncias entre o citoplasma e o núcleo é feito por poros existentes na
membrana nuclear. Íons e moléculas com tamanho inferior a 9 nanômetros
(nm) atravessam livremente a região do complexo do poro na membrana
nuclear. Já moléculas maiores que 9 nm necessitam de um processo mediado
por receptores, o que requer energia do ATP (adenosina trifosfato)
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013, p. 50-51).
Quando os cromossomos estão organizados em conjunto, de acordo com a
forma e o tamanho que apresentam, são chamados de cariótipo. O estudo do
cariótipo fornece resultados de grande interesse, revelando alterações
cromossômicas observadas em tumores, leucemias e outras doenças
hereditárias.
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Saiba Mais!
Design inteligente ‒ viajando dentro da célula
O vídeo trata da composição da membrana celular com a ligação de
hormônios e substâncias em receptores de membrana e mostra como
funciona o meio intracelular com as organelas citoplasmáticas e o núcleo
celular. Todos os componentes se apresentam de maneira dinâmica no
organismo como um todo. Neste vídeo, são observados vários processos que
ocorrem dentro de nossas células, detalhe por detalhe, evidenciando como as
diferentes patologias podem atacar pequenos componentes celulares e alterar
as funções dentro do organismo.
Disponível em: http://youtu.be/CNsyUz36ZDw. Acesso em: 4 out. 2014.
Como as Células se Comunicam por Sinais Químicos
Para atender às necessidades, uma célula possui mecanismos que
permitem: receber sinais do meio externo, traduzir esses sinais através da
membrana plasmática e gerar mensageiros dentro do citoplasma da célula, o
que irá desencadear a resposta celular efetiva. Os sinais que as células
recebem são ligantes, mediadores, hormônios, citocinas,
neurotransmissores, que, por sua vez, encontram receptores nas membranas
das células ou no interior da célula, região responsiva ao hormônio localizado
no núcleo celular (FRANCO et al., 2010, p. 31).
Todas essas substâncias que se ligam em receptores de membrana celular ou
nuclear estão frequentemente buscando vias sinalizadoras que realizam as
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mais diversas funções celulares. Ainda conforme verificado anteriormente,
também no momento de um contato específico de determinada célula exposta
a um antígeno causador de doenças, mais uma vez toda a cascata de reações
enzimáticas citoplasmáticas busca alvos como proteínas, íons, moléculas,
entre outras substâncias, que, por sua vez, estimuladas, irão exercer a função
celular necessária para a sobrevivência celular. Sabe-se que, de certa forma,
mecanismos patológicos acarretam mudanças no funcionamento de
determinadas células e na resposta celular efetiva.
Assim, estudar as características moleculares e genéticas certamente irá
esclarecer e elucidar, em um futuro próximo, a grande maioria das causas e as
soluções das mais variadas doenças, valendo o empenho da ciência neste
aspecto.
Adaptação Celular e Resposta ao Estresse
As estruturas celulares devem adaptar suas funções quando se defrontam com
danos ou lesões celulares, garantindo a sobrevivência das células. As
respostas celulares frente a um agente lesivo ou é a adaptação ou a morte
celular. Os mecanismos que levam à adaptação celular se originam de sinais
que modificaram a função dos genes dessas células. O modo como essas
células respondem a estímulos e lesões forma a base de estudo das diversas
doenças. As respostas vindas dessas células podem estar envolvidas em
mudanças de tamanho, número e estrutura celular (FRANCO et al., 2010, p.
41).
Atrofia significa uma diminuição das células por várias razões, principalmente
quando sinais especializados em gerar resposta celular diminuem ou são
removidos. As fontes desses sinais, em geral, são os hormônios, com alvos
celulares específicos. Um evento semelhante acontece quando sinais neurais
são removidos das células que dependem deles para funcionar normalmente. A
falta de alimentação crônica e até mesmo o envelhecimento diminuem o
tamanho das células e, consequentemente, o tamanho dos órgãos. A atrofia
pode resultar, por sua vez, em manifestação de sinais e sintomas clínicos
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vindos em decorrência da diminuição do tamanho e da função dos órgãos
envolvidos (FRANCO et al., 2010, p. 42).
A hipertrofia é, no entanto, o aumento do tamanho das células. Assim, as
células respondem desta forma por causa do aumento dos sinais tróficos ou de
crescimento. Os sinais responsáveis pelo aumento de hormônios sexuais na
gravidez causam o aumento das mamas, produzindo e liberando o leite. O
aumento da função também pode contribuir para a hipertrofia. No caso de
exercício físico excessivo, frequentemente há o aumento do tamanho das
células e o aumento da massa muscular (FRANCO et al., 2010, p. 43).
A hiperplasia é o aumento do número de células, por meio da sinalização
hormonal e por aumento da carga de trabalho. Por exemplo, o útero responde
ao aumento dos sinais hormonais de estrogênio durante o ciclo menstrual pelo
acréscimo em seu número de células.
A adaptação de células e tecidos a sinais hormonais é um processo dinâmico.
A célula pode sofrer uma série de adaptações em resposta a diversos sinais
durante toda a vida, e esse processo é visto na adaptação do tecido das
mamas durante a vida das mulheres.
A metaplasia é a mudança de um tipo celular para outro. É considerada uma
forma de adaptação celular a um agente estressor persistente. No caso de
pessoas que possuem refluxo gastroesofágico, as células do esôfago são
expostas ao ácido do estômago. Com o tempo, essas células mudam de
epitélio escamoso para epitélio glandular, alterando o tipo de células da região.
Quando o agente estressor causador dessas mudanças é removido, as células,
em geral, retornam a seu estado normal. Na presença de um estressor
persistente, as células podem desenvolver mudanças que levam ao câncer
(FRANCO et al., 2010, p. 43).
A displasia é a mudança verdadeira de tamanho, forma, uniformidade, arranjo
e estrutura das células (Figura 1.6). Como no caso da metaplasia, a displasia
ocorre como resposta da célula a um agente estressor crônico e persistente,
sendo possível que seu processo seja revertido quando o agente estressor for
removido. A displasia é causada pela diferenciação anormal de células em
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divisão, considerada um problema na regulação do crescimento celular.
Quando a reprodução celular ocorre no DNA da célula, este fato é considerado
uma mutação, ou mudanças no material que constitui os cromossomos.
Embora em um primeiro momento essas células não sejam cancerosas,
aparecem como uma mutação inicial que pode progredir para um câncer
(FRANCO et al., 2010, p. 43-44).
Figura 1.6 Células se dividem desordenadamente com mudanças de tamanho, forma, uniformidade,
arranjo e estrutura das células, caracterizando a displasia.
Fonte: http://ebsco.smartimagebase.com/leukemia/view-item?ItemID=24928. Acesso em: 6 out. 2014.
Saiba Mais!
Pólipos endometriais
Este texto fala sobre um tipo de hiperplasia em que as células do endométrio
apresentam lesões benignas, com baixo potencial de malignização.
http://goo.gl/osAAQH Acesso em: 4 out. 2014
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Homeostasia: condição de equilíbrio orgânico, em que células, tecidos, órgãos
e sistemas funcionam bem, fornecendo saúde ao indivíduo. A perda da
homeostasia orgânica pode causar doenças. Assim, determinada alteração
celular pode resultar em perda de equilíbrio, causando enfermidades ou
doenças.
Proteínas de membrana: receptor de membranas/proteínas transmembranas:
proteína integral da membrana celular, com uma parte externa para reconhecer
e se unir a um sinal extracelular de hormônios ou substâncias, e outra porção
dentro da célula, no citoplasma, onde ocorre uma cascata de reações até que o
efeito celular seja realizado.
Receptores de hormônios: quando substâncias lipossolúveis entram na
célula por terem afinidade por lipídios da membrana celular (membrana
plasmática), estas irão exercer seu efeito no núcleo da célula, onde estão os
receptores nucleares.
Citocinas: grupo de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as
células durante o desencadeamento das respostas imunes. Suas principais
funções envolvem a regulação da duração e a intensidade das respostas
específicas, e, ainda, a ativação de células efetoras para as áreas onde se
desenvolvem respostas celulares.
Neurotransmissores: são substâncias químicas produzidas pelos neurônios,
que têm a função de biossinalização. Por meio delas, podem enviar
informações a outras células. Ainda estimulam o impulso nervoso a realizar
uma resposta efetora no órgão ou músculo alvo. Os neurotransmissores agem
por sinapses, que são o ponto de junção do neurônio com outra célula.
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Instruções
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você
encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia
cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
Quando um antígeno ou patógeno entra em seu organismo causando uma
doença, qual a primeira solução ou tentativa de eliminar o agente patogênico
que seu organismo apresenta?
a) Células de memória.
b) Vacinas.
c) Células da imunidade inata, com macrófagos e linfócitos.
d) Células vermelhas.
e) Receptores.
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.
Questão 2
Quando as células encontram um antígeno como um agente causador de
doenças, apresentando alterações que levam à adaptação a esses agentes
agressores, por meio da metaplasia, podemos dizer que essas adaptações:
a) são irreversíveis.
b) podem causar câncer.
c) são reversíveis.
d) mostram diferenciação anormal.
e) mudam de um tipo celular para outro.
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Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.
Questão 3
A resposta celular típica para a diminuição de uma sinalização celular, e
consequente redução da atividade celular, está relacionada com:
a) Atrofia.
b) Hiperplasia.
c) Hipertrofia.
d) Displasia.
e) Metaplasia.
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.
Questão 4
Defina o que são receptores celulares. Qual sua importância no estudo e na
elucidação das mais diversas doenças?
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.
Questão 5
O que são saúde e doença? Descreva a importância do entendimento da
patologia de um paciente e explique quais as principais características que o
profissional de saúde deve observar em seus pacientes.
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.
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Neste tema, você pôde compreender os conceitos de saúde, doença e
patologia. Com base nesses conceitos, você entendeu que, para termos saúde,
nosso organismo deve trabalhar em perfeito equilíbrio com relação à
funcionalidade de células, órgãos e tecidos. Assim, quando seu corpo fornece
uma resposta celular vinda de um sinal em determinado receptor, entende-se a
importância da comunicação celular nas diferentes funções orgânicas, já que
uma falha nessa comunicação de sinais intracelular pode gerar um quadro de
doença.
Ainda, quando o agente patogênico causador de doenças entra em contato
com nosso organismo, existe um verdadeiro exército de células que se arma
para que esse agente patogênico seja eliminado. Uma vez em contato com
células do nosso sistema imune, o patógeno é reconhecido pela expressão de
receptores de superfície celular, que identificam e ameaçam esse agente
patogênico. Células de nosso sistema imune, como linfócitos e macrófagos,
limitam a ação desse agente, expulsando seu conteúdo pelo mecanismo da
fagocitose. Desta forma, o agente agressor será eliminado, e o corpo buscará
incessantemente a volta de seu equilíbrio ou de sua homeostase orgânica.
A partir destes ensinamentos, exercícios e leituras, você poderá prosseguir
com seus estudos nos demais temas da disciplina de Patologia.
BRAUN, C. A.; ANDERSON, C. M. Fisiopatologia: alterações funcionais na
saúde humana. Porto Alegre: Artmed, 2009.
DE ROBERTIS, E. M.; HIB, J. De Robertis. Biologia Celular e Molecular. 16. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
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DESIGN inteligente - viajando dentro da célula (Parte 1 de 2). Disponível em:
http://youtu.be/CNsyUz36ZDw. Acesso em: 4 out. 2014. Tempo: 07:13 minutos.
FARIA, J. L. Patologia Geral: fundamentos das doenças com aplicações
clínicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
FRANCO, M.; MONTENEGRO, M. R.; BRITO, T.; BACCHI, C. E.; ALMEDIDA,
P. C. Patologia ‒ Processos Gerais. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2010.
IMUNIDADE inata - fagocitose. Disponível em: http://youtu.be/DA_iF07bmoU.
Acesso em: 4 out. 2014. Tempo: 0:48 segundos.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica ‒ Texto e Atlas. 12. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
NOGUEIRA, A. A. Pólipos endometriais. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., v. 27, n.
5, 2005.
Questão 1
Resposta: C - células da imunidade inata, com macrófagos e linfócitos.
Uma vez em contato com células do nosso sistema imune, o patógeno é
reconhecido pela expressão de receptores de superfície celular que identificam
e ameaçam esse agente patogênico. Células do nosso sistema imune, como
linfócitos e macrófagos, limitam a ação desse agente, consideradas a primeira
linha de defesa celular imunológica.
Questão 2
Resposta: E - Mudam de um tipo celular para outro.
A metaplasia é a mudança de um tipo celular para outro. É considerada uma
forma de adaptação celular a um agente estressor persistente.
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Questão 3
Resposta: A - Atrofia
A atrofia é uma diminuição das células por várias razões, principalmente
quando sinais especializados em gerar uma resposta celular diminuem ou são
removidos. As fontes desses sinais, em geral, são os hormônios, com alvos
celulares específicos.
Questão 4
Resposta: Receptores celulares são proteínas inseridas na membrana
plasmática que reconhecem sinais extracelulares e enviam mensagens para o
citoplasma da célula, onde ocorre uma cascata de reações, a qual irá culminar
na resposta celular efetora no núcleo. Alguns receptores aparecem dentro do
núcleo, justamente por favorecer substâncias lipídicas que atravessam a
membrana plasmática, indo diretamente para o núcleo realizar sua função
celular.
Questão 5
Resposta: A doença é a perturbação da saúde, isto é, o mal-estar causado por
distúrbio físico (orgânico), mental ou social. O conceito de saúde corresponde à
condição de sentir-se bem com seu corpo, mente e espírito, percebendo a
ausência de doença ou dor física.
O entendimento da patologia dá condições ao profissional de saúde de
fornecer um correto diagnóstico e adequado tratamento da doença. Os
profissionais de saúde devem ouvir os sintomas, as queixas do paciente,
facilitando o entendimento do quadro clínico e demonstrando um cuidado para
com seus pacientes, para que reajam bem e rapidamente ao tratamento.
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