Construtivismo Russo
Universidade de Trás-os-Montes e Alto DouroEscola de Ciências e Tecnologias
Comunicação e Multimédia
História das Artes Visuais Contemporâneas07 de dezembro de 2012
Paulo Miguel Pereira
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Construtivismo Russo
Foi um movimento estético-político, iniciado na Rússia a partir de
1919, que teve forte influência na arquitetura e na arte ocidental.
Consistia em negar a "arte pura" e procurava abolir a ideia de que a
arte é um elemento especial da criação humana, à parte do mundo quotidiano. A
arte, inspirada pelas novas conquistas do novo Estado Operário, deveria se
inspirar nas novas perspetivas abertas pela máquina e pela industrialização
servindo a objetivos sociais e a construção de um mundo socialista.
O construtivismo como movimento ativo durou até 1934, as suas
proposições inovadoras tiveram enorme influência em toda a arte moderna.
Caracterizou-se, de forma bastante genérica, pela utilização constante de
elementos geométricos, cores primárias, fotomontagem e a tipografia sem serifa. O
Construtivismo teve influência profunda na arte moderna e no design moderno e
está inserido no contexto das vanguardas estéticas europeias do início do Século
XX.
Até ao aparecimento do Construtivismo, nenhum movimento na evolução
da arte moderna tinha sido uma expressão tão inserida numa realidade
revolucionária concreta, ou tinha colocado tão explicitamente a função social da arte
como uma questão política.
O Construtivismo tinha a convicção de que o artista podia contribuir para
suprir as necessidades físicas e intelectuais da sociedade como um todo,
relacionando-se diretamente com a produção de máquinas, com a engenharia
arquitetónica e com os meios gráficos e fotográficos de comunicação.
A arte torna-se instrumento de transformação social, participa na reconstrução
do modo de vida e na mudança de revolta da consciência do povo, com o intuito de
satisfazer as necessidades materiais e organizar e sistematizar os sentimentos dos
operários revolucionários.
Para alguns críticos e historiadores, o termo construtivismo toma o “lugar da
arte não-objetiva (as formas puras)” e, para outros, o termo substitui o "objetivismo"
oriundo da cultura dos materiais de Tatlin.
O construtivismo é uma das principais tendências da linha de uma arte útil.
Para interpretar essa "utilidade" basta observar determinadas características
construtivistas:
A busca da técnica da engenharia,
A utilização dos novos materiais,
A tendência para a arquitetura,
O design,
A opção pela atividade coletiva em oposição ao individualismo,
A ideia de construir objetos entendidos como sínteses,
A superação dos limites da arquitetura, da escultura e da pintura, entre outros.
Os artistas construtivistas acreditavam, portanto, que um novo mundo tinha
nascido e que o artista devia ocupar seu lugar ao lado do cientista e do engenheiro.
Eles elogiavam as formas simples e viam na geometria, uma objetividade própria
com novos significados e novas formas. Procuravam a elaboração de coisas
socialmente úteis e acreditavam que a direção materialista de suas obras
desvendaria as qualidades e a expressividade inatas dos materiais.
Tatlin, um dos maiores representantes do
movimento, considerava que a arte deve estar a serviço da
revolução, fabricar coisas para a vida do povo, como antes
fabricava para o luxo dos ricos. Uma das obras mais
simbólicas do construtivismo é o Monumento à III
Internacional, de Tatlin. É constituído por uma gigantesca
espiral de aço contendo três grandes aposentos, totalmente
envidraçados e informativos. Cada um deles gira sobre si
próprio, em tempos diferentes uns dos outros: o superior, de
forma cilíndrica, durante um dia; o do meio, em forma de
pirâmide, leva um mês; o inferior, de forma cúbica, um ano.
Monumento à IIIInternacional
O ano de 1920 é o mais significativo para o movimento. Constitui-se o
primeiro grupo construtivista, que põe à parte toda a forma de arte que não seja
útil e surgem o Instituto de Cultura Artística (Inkhuk) e os Ateliês Técnico-
artísticos Superiores (Vkutemas). Ainda em 1920, verificam-se as primeiras
articulações do Construtivismo e os irmãos Gabo e Pevsner publicam o
Manifesto do Realismo, onde já se pode perceber uma distinção entre o espírito
do Construtivismo e a sua interpretação política. Escrevem, entre outras coisas:
“Não avaliamos o nosso trabalho segundo o critério da beleza, não o pesamos
com o peso da ternura e dos sentimentos. Com o fio de prumo na mão, com os
olhos infalíveis dos dominadores, com um espírito exato como um compasso,
edificamos a nossa época como o universo edifica a sua, como o engenheiro
constrói as pontes e o matemático elabora as fórmulas das órbitas. Sabemos que
tudo tem uma imagem essencial própria: a cadeira, a mesa, a lâmpada, o
telefone, o livro, a casa, o homem. São todos eles mundos completos, com os
seus ritmos e as suas órbitas”.
Cartazes do Construtivismo Russo
Reflexão / Conclusão
O construtivismo russo foi um movimento estético-político, iniciado em
1919, que influenciou muito a arquitetura e a arte ocidental, esta última que
deveria representar as conquistas do estado operário. Este movimento
caracterizou-se, essencialmente, pela utilização de elementos geométricos,
cores primárias, fotomontagem e a tipografia sem serifa.
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Construtivismo_russo
• http://www.esec-josefa-obidos.rcts.pt/cr/ha/seculo_20/construtivismo.htm
• http://designices.com/cartazes-do-construtivismo-russo/
• http://blogs.band.com.br/portrasdaobjetiva/2011/06/13/o-construtivismo-russo/
• http://arquifive.blogspot.pt/
Webgrafia
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