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vagas do ensino superior sem a construção de nenhuma sala de aula e sem a contratação de nenhum professor; este milagre será feito, quer SERRA, por meio do Ensino à Distância, EaD. Em agosto de2008, SERRA mostrou sua disposição: com uma canetada, queria oferecer, por meio da estruturamulti-campi da UNESP, 5.000 vagas do curso de Pedagogia à distância; outros cursos a serem“distanciados”, na primeira fase do programa, serão os de Ciências Sociais e de Filosofia. Some-se

isso, que, na UNESP, a gestão Macari-Herman propôs o Plano de Denvolvimento Institucional, noqual se aponta o EaD como meio para suprir a demanda por expansão de vagas pelos próximos dezanos.

Embora possa soar bonito aos leigos, esse projeto tem consequências e objetivos os maisnefastos. Primeiro, os cursos escolhidos para serem “distanciados”, Pedagogia, Filosofia e CiênciasSociais, estão entre aqueles que mais fornecem elementos para o movimento estudantil; além disso,uma as faculdades mais mobilizadas e com um movimento estudantil dos mais combativos do país, aUNESP-campus Marília, oferece, dentre outros, justamente estes três cursos; SERRA pretende ver areação dos estudantes de Marília, um pólo radicalizado de lutas, para medir qual será a reação nasdemais universidades do estado. SERRA pretende, de todo modo, esvaziar os cursos presenciais

  para, por conseguinte, esvaziar o movimento estudantil, tradicional ponta-de-lança da esquerdacombativa, visando abrir caminho para as reformas neoliberais que ainda guarda na manga.

Segundo, o objetivo declarado de SERRA é desmontar o tripé ensino-pesquisa-extensão,isto é, ele deseja, basicamente, universidades de dois tipos: os “centros de excelência”, aos quaiscaberão a parte “pesquisa-extensão” do tripé, sendo que “pesquisa” deve ser entendida como“inovação tecnológica para as indústrias e latifúndios do agronegócio”, e por “extensão” leia-se“aplicação dessas pesquisas na produção industrial e agropecuária”; do outro lado, o “ensino”, o queresta do tripé, será voltado tanto para formação de mão-de-obra barat e qualificada para as indústriase latifúndios, quanto para a formação em massa de professores do ensino médio e de profissionaisque a burocracia de estado necessita, além dos cursos tradicionalmente ocupados tão-somente pela

elite econônomica, isto é, Medicina, Direito e Engenharias. A UNIVESP tem ainda, claras funçõeseleitoreiras, pois SERRA cobiça abertamente a presidência do país; em 2006 deixou seu maior rivalno interior do PSDB, Alckmin, herdeiro político do finado Covas, queimar-se contra Lulla; em 2008,terminou por anulá-lo frente a seu novo mascote e boi-de-piranha, o DEMO Kassab; agora, comestes programas massificadores de vagas nas universidades, visa fazer frente ao lullo-petismo e seusPROUNI’s, REUNI’s e FIES’es.

Mas já é sabido, vão mais de cento e cinquenta anos, que os capitalistas estão a cavar suas próprias covas. Lá fora, a sanha por lucro dos especuladores internacionais engendrou a pior crise docapitalismo financeiro-monopolista-imperialista internacional desde do crack da Bolsa de Valores de

 New York em 1929. O neoliberalismo, levado a a cabo pelos governos direitistas de Tatcher, Reagan,

Collor e FHC, e pelos governos ditos socialistas de Miterrand, Lulla e dos países do leste europeu pós-URSS, ruí fragorosamente diante da burguesia financeira internacional. A resposta popular nãotarda. Na Grécia, a população, capitaneada pelos estudantes libertários radicais, enfrentou e aindahoje enfrenta com pedras e molotvs as forças da repressão do governo direitista de Karamanlis, comsua política privatista e de arrocho salarial, sendo que o estopim do movimento foi o assassinato pela

  polícia do camarada anarquista Alexis Grigoropoulos; na Itália, um forte movimento estudantilaliado aos trabalhadores fabris e aos funcionários públicos leva a cabo uma greve geral contra asforças neofascistas do prsidente megaempresário Berlusconi; na Espanha, a fúria popular eestudantil destruiu fábricas que seriam fechadas no movimento de fuga dos capitais internacionais;no Chile, a presidente autoproclamada esquerdista Michele Bachelet procede um processo de

  perseguição política aos opositores de seu “democrático regime” neoliberal; na Venezuela,

camaradas socialistas, líderes sindicais, são assassinatos, ninguém sabe se pelas patronais ou se amando do muy amigo Chávez; no Peru, os maoístas do Sendero Luminoso ressurgem após anos de

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letargia; a Bolívia passa por um longo perído pré-revolucionário que somente a presidência deMorales pôde acalmar; até mesmo nos EUA, o baluarte do imperialismo mundial, a demissão detrabalhadores das “três grandes” de Detroit, Ford ,GM e Chrysler, leva medo aos capitalistas, pelasconsequências anti-capitalistas que pode gerar.

O mundo ferve em resposta a crise criada pelos capitalistas. Embora sua condição deeconomia dependente, o Brasil mostrou-se, até agora, mais apto a responder a crise. No entanto, oque era a dita “blindagem” do país à crise, que o lullo-petismo defendia em setembro, foi evoluindo,tornando-se “marolinha” em outubro, “diminuição no ritmo de crescimento” em novembro, até quesemana passada o ministro da Fazenda, Guido Mantega admitiu a possibilidade de recessão, e ogoverno adotou pacotes de incentivo ao consumo.

O horizonte político de nossos tempos foi dado pelo maio de 68 francês, no qual osestudantes, vendo-se na impossibilidade de levar suas lutas até o fim, e recusando enfaticamente adominação do inimigo capitalista, tinaham como um de seus motes: “trabalhadores, tomem nossas

 bandeiras de nossas frágeis mãos e levem-nas até o fim”. Eis o que urge aos movimento estudantils

fazer, e eis nossa tarefa histórica enquanto pesquisadores das condições de vida e da estrutura dedominação nas hipermoderrnas sociedades capitalistas. Os setores combativos do movimentoestudantil, dispostos a lutar contra as causas últimas da precarização do ensino, tais sejam, adominação de toda a sociedade por alguns poucos industriais, empresários e banqueiros, aexploração e marginalização de amplissimos setores da socidade pelos inimigos capitalistas, devemaliar-se aos trabalhadores urbanos, aos desempregados e aos setores radicalizados do campesinatocontra a dominaçao dos vermes capitalistas, dos aristocratas fundiários e dos políticios parasitas esuas organizações que nada mais fazem senão realizar o trabalho sujo que o capitalistas necessitam ese-lhes impõem, além é claro, de ultrapasar na luta as ditas organizações dos estudantes e dostrabalhadores, que nada mais são que correia das patronais, dos ruralistas e das burocraciasacadêmicas; historicamente, tais partidos e organizações serviram como último freio, última barreira

contra as mobilizações.

2009 se aproxima e com ele aproxima-se um o ruído ensurdecedor da intensificação dos processos de dominação e o barulhos das trombetas das lutas para resistir e depor a dominação doinimigo capitalista. O que foi a sanha sanguinária dos militares no Brasil, na América Latina e nomundo, além é claro da barbárie nazi-fascista e dos horror atômico de Hiroshima e Nagasáki,mostra-nos que os cães capitalistas estão dispostos a qualquer coisa para prosseguir com suadominação, e coms eus privilégios. Como contrapartida, devemos estar dispostos a qualquer coisa

 para vencer-lhes, e levar nossas lutas até o fim.

Pautados nestas concepções, o DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES

“HELENIRA REZENDE” da UNESP-FATEC CONVOCA os Diretórios Centrais Estudantis daUSP e da UNICAMP para a construção da luta estudantil estadual e para a construção de umEncontro Regional de Trabalhadores e Estudantes, visando não outra coisa que formar uma unidadeintransponível e inquebrantável contra o inimigo comum, os cães capitalistas, afim defendermosnossos direitos e arrancar aquilo que nos é devido, diante da perspectiva que a grave criseinternacional se-nos impõe.

São Paulo, 18 de dezembro de 2008

DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES “HELENIRA REZENDE” da UNESP-

FATEC