Rio de Janeiro, 29 de maio de 2013
A economia da cultura
João Luiz de Figueiredo
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os estudos econômicos sobre arte, cultura e entretenimento são recentes, sendo essa clássica “negação econômica” derivada de uma crença aristocrática que associa atividades culturais a prestígio e desinteresse. Pensar economicamente arte, cultura e o entretenimento não implica em nivelar a criação humana com os bens produzidos em série.
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Trata-se do reconhecimento de que estes bens e serviços também são presididos por interesses econômicos.
CLÁSSICOS DA ECONOMIA
Adam Smith (1723-1790): Os gastos com a arte inserem-se nas atividades de lazer e não contribuem para a riqueza da nação. A cultura é o domínio do trabalho não-produtivo. A remuneração do artista deve ser elevada em função dos investimentos elevados na educação e na formação. O Estado deveria encorajar a produção do entretenimento, pois acabaria com o humor sombrio das pessoas efeitos externos. Ao mencionar valor de uso, de troca e intangível contribui para a economia do entretenimento.
CLÁSSICOS DA ECONOMIA
Alfred Marshall (1842-1924): “É impossível avaliar objetos como os quadros dos mestres ou as moedas raras; eles são únicos em seu gênero, não têm iguais nem concorrentes.” “O preço do equilíbrio depende muitas vezes do acaso; no entanto um espírito curioso poderia sentir algum prazer em empreender um estudo minucioso do fenômeno.” “Quanto mais um indivíduo ouve música mais aumenta seu gosto por ela.” Exceção a teoria da utilidade marginal decrescente
PRIMEIROS ESTUDOS DE ECONOMIA DA CULTURA
William Bowen e William Baumol: Estudo sobre o espetáculo ao vivo a economia cultural é dependente da subvenção pública. Gary Becker: Estudo sobre o consumo de bens cuja apreciação aumenta com o passar de tempo os comportamentos culturais continuam racionais e maximizadores. Alan Peacock: Discussão sobre política cultural
A CONSOLIDAÇÃO DA ECONOMIA DA CULTURA
Françoise Benhamou (2007): Fator 1: geração de emprego e renda Fator 2: necessidade de avaliação das decisões culturais Fator 3: abertura dos estudos da economia política
DEFINIÇÃO DE UMA ATIVIDADE CULTURAL
David Throsby (2001): Condição 1: criatividade Condição 2: valor simbólico Condição 3: propriedade intelectual
DEFINIÇÃO DE UMA ATIVIDADE CULTURAL
ECONOMIA DA CULTURA
Octavio Getino (1935-2012): Conjunto de atividades diretamente relacionadas com a criação, fabricação, distribuição e comercialização de bens e serviços culturais.
Setores culturais
Valor simbólico
em uma matriz
original
Valor econômico
através dos
processos que
se seguem à criação
ECONOMIA DA CULTURA
Pierre Bourdieu (1930-2002): O homem procura se diferenciar daquilo é rotineiro.
John Kenneth Galbraith (1908-2006): A produção e o consumo de bens da economia da cultura ditarão as regras em um futuro bem próximo
CULTURA, ENTRETENIMENTO E CRIATIVIDADE
A partir da economia da cultura, outros campos da atividade econômica puderam ser definidos, como a economia do entretenimento e a economia criativa.
Economia criativa
Economia do entretenimento
Economia da cultura
• Atividades da cultura e do entretenimento
• Atividades criativas funcionais
• Atividades da cultura
• Atividades do tempo livre
• Atividades repletas de valor simbólico
OS SETORES DA CULTURA
CULTURA
TV, rádio e internet
Cinema
Música
Games e apps
Publicações
Esporte
Eventos
Entretenimento noturno
Jogos e brinquedos
Museus
Artes performáticas
Expressão popular
Patrimônio
Artes plásticas
Turismo
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Peso econômico da economia criativa Mundo (2008): - U$ 2 Trilhões - U$ 600 Bilhões em exportações - 14,4% a.a. de crescimento do comércio mundial (2003-08) Brasil (2010): - 1,7% do emprego no Núcleo da Economia Criativa - 2,5% do PIB no Núcleo da Economia Criativa - 18,2% do PIB relacionado a Economia Criativa
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Peso econômico da economia criativa Rio de Janeiro (2010): - 2,2% do emprego no Núcleo - 3,5% do PIB no Núcleo Cidade do Rio (2010): - 3,1% do emprego no Núcleo - 10% da massa salarial
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Variação do número de empregos formais do núcleo da economia criativa no Estado do Rio de Janeiro (2006-2010)
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Variação do número de empregos formais das atividade relacionadas ao núcleo da economia criativa no Estado do Rio de Janeiro (2006-2010)
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Estabelecimentos do Núcleo da economia criativa no Rio de Janeiro
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Estabelecimentos diretamente relacionados ao Núcleo da economia criativa no Rio de Janeiro
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Análise de um setor cultural
55% 30%
4% 11%
Participação das UF na produção de filmes brasileiros de acordo com a sede da produtora (1995-2011)
RJ
SP
RS
Others
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Análise de um setor cultural
83%
15%
1% 1%
Fatia de mercado do cinema brasileiro por sede da produtora (1995-2011), classificados por público
RJ
SP
RS
Others
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Análise de um setor cultural
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1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012
Fati
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erc
ad
o (
%)
Ano
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Novas perspectivas de desenvolvimento Charles Landry
“Os recursos culturais são a matéria-prima da cidade e sua base de valor; seus ativos em substituição ao carvão, ferro ou ouro”
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Novas perspectivas de desenvolvimento
Não existe lugar no mundo que não possua alguma característica histórica, social e cultural que não possa ser mobilizada produtivamente em prol do seu desenvolvimento socioeconômico.
Cidades desindustrializadas
Cidades de todos os tamanhos
Cidades que nunca se industrializaram
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Novas perspectivas de desenvolvimento
Celso Furtado (1920-2004):
A questão central é a interação da cultura como sistema de valores com o processo de desenvolvimento das forças produtivas.
A CULTURA COMO UM FIM A ECONOMIA COMO UM MEIO
A DIMENSÃO ECONÔMICA DA CULTURA
Novas perspectivas de desenvolvimento Cultura como atividade produtiva e definidora de um ambiente criativo
Fontes de criatividade
Especificidade
territorial
Cultura
Territórios mais livres da competição de custos!!!
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