¦Photographias, vistas instantâneas, desenhos e caricaturai.
REVISTA DA SEMANAEdição semanal Ülustrada do JORNAL DO BRASIL
Redactor-gerente, DR. CÂNDIDO MENDES — Rédactor-chefe, DR. FERNANDO MENDES DE ALMEIDA-Director-technico, GASPAR DE SOUZA
iI
Anno III — W 94 DOMINGO, 2 DE MARÇO Numero: 3oo réis
¦mm
í-m
I
m
nR>
«B9BMBE OMBi:--:-¦¦:¦'.¦¦¦:.-¦ n -¦-.'¦¦
\' .
V ^
''jfe&K
m m
h:mm h
r-*"
¦'4 ^rmcro/rn24-l^crciro-
^ff-S|a H;
PI
:„ *"
¦ ':.',*V':¦ ''"/Am
-Oico uma estranha mi^m^0:
gèm de ti ejía voz <jue 5o W mmt «cu*u.£a goi que escuto.awz permanece cafó%
•!**•
»•¦
3$-T
i
y?X
«8LS*U
^^..^v»*
lA^âJOlfcf>V
:0[j.OoJvKNW.UOí
' ¦¦' ...¦'¦¦¦/¦%
BBS. ¦.'¦¦¦.
P,com s4me„t. PRANZ.SKANER BRÂU «. CERVEM P.EEERER, «...-p..-»-* 'Ira
66 — N. 94 REVISTA DA SEMANA 2 de Março de 1902
¦ ¦¦¦¦
.¦ ....
¦ .
CHRONICAi=J França tem sido sempre o paiz das solemnesJ -^-reparações, assim nas questões internas comoquando julga os factos ou os homens de extranhospaizes. O nervosismo e exaltação do seu tempera-mento, a facilidade em deixar-se empolgar pelassonoridadcs de um patriotismo muitas vezes apre-goado por exploradores de má liga, pelos grandesescamoteadoresda política, levam-na a commeltorgraves injustiças, Jogo
primeiro momento, soííresse dolorosamente noseu orgulho com a decepçlò trazida pela admi-ravel víctòria de Santos Dumont. Vem porém acalma, a reflexíõ, o bom senso, o sentimento dajustiça, iunatos nesse povo tão generoso, tão intelíigente e tno fino e é um francez quem iniciaentre todas as nações latinas uma subscripçâõdestinada a facilitar ao estrangeiro, ao rival, oproseguirnento das suas experiências!
Nno acham que tive razão nas primeiras pa-lavras da chronica?
•lacqtics Boiihomme.
ciosas; e das searas maduras vinha um brilhode ouro vivo e um forte sabor de saúde.
Virgílio passava alli compondo doces buco-licas.
Fiquei-me um dia a pensar se seria o encantodeste retalho de paysagem quasi bíblica, a amo-rosa convivência com os lagos e com as arvoresque formaram assim a alma de Maria enchendoado profundo sentimento das cousas.
As suas rnãos eram alvas como o linho maispuro dos altares, e os olhos, meu Deus, os olhoseram verdes, tio verdes como os da Joanninhâ do
Valle de Santarém.reparadas pela reflexão epela calma. O povo frán-cez raro age de boa fénos seus juízos collecti-vos —persiste no erropor pyrrhonismo. Leal,expontâneo, essencial-mente estheta, a verdadee a belleza das cousas edos espíritos encantam-n'o e seduzem-iVo. Mes-mo quando um vento deinsania perpassa sobrea naç/lo, desvairando ce-rebros e desequilibra rid oconsciências, sempreuma alma forte escapaá vesania para impor asoberania da justiça inl-parcial e serena. A ultimapalavra é sempre daFrança, viveiro fecundode idéas, fonte inexau-rivel de energias.
Em assumptos depatriotismo aceusamosa cada momento a Fran-ça sem nos lembrarmosde que enfermamos damesma doença. De resto,todas as nações peccampor excesso nesta deli-cada matéria. Nenhumapôde atirar á visinha aprimeira pedra. E entàonós, latino-americanose, ainda por cima, me-ridionaes!
O GRANDE DESASTRE DA MORTOKA
r/.'-'!^- ^r^.r^^allii^ V -3fV**' ^íA*^..' ».;^Bj-f^^màmmMVt mmr i^u ^B ilIÊI^Sf^vfííT^^^^SP^^^m^SG^r^maHBm^m^^mumummt^tÊ^ flu
w,>?ri?^VWi^WpíF fflKr '-''.. ' f' ¦*t*.PS'i- fc-S^BB-"-^ r5nfl IP wmwKmwm^mw» ^¦\^^K't^^^BjBi(M^MSri6^S^K-^Su:v.-'-^'tf'>: ¦¦ •4*'ftl?yjS.fQy??lãfrt^BB^^BEt McS^HI V J"
.. ^^^»!~?^^-Wtefc{gff^ffi'^ .£. Ai w << ¦ wmmT< - ^^^wmwlwimwMr^^mwmfêlmmÊfímiml^m'^!!^
í , '.'"y-v'¦¦''¦¦¦,''¦"-;.¦;. :.*'
.
¦¦
:
De todos os proble-masque, atravez dos se-culos, têm ficado por sol-ver,o da navegação aérea ,é, sem duvida, um dos mais aplos a deduzir asentimentalidade dos povos imaginativos, amigosdo novo, do sensacional e do imprevisto. Andamtão banaes as cousas da terra, a civilisaç/io de talarte uniformisou o globo, a sçiéncia premuniu detal sorte a creatüra contra as sorpresas, que nàoseria de extranhar uma invas-lo de spleen a toda aEuropa culta, com um caracter devastador e mor-tifero. Os felizes da vida acabam por ser por ellavencidos e o typo immortal creado por Eçu deQueiroz —o Jacintho da Cidade e as Serras, multi-plica-se por fôrma a justificar uma nova cansamortis. «De que morreu?» —«De massada!» —attestará o assistente.
A França suppunha haver conquistado parasi, com os irmãos Renard, mais esta gloria scien-tifica, a maior porventura da edade contempo-ranea. Não admira pois que, na sorpresa do
Domingo ultimo deu-se, á tarde, na Mortona, um grande desastre, devido á ruptura da correnteprincipal de um guindaste e do qual resultou a morte de um homem, João Corrêa de Azevedo, ficando grave-
mente feridos outros três operários. (Phot. da Revista da Semana.)
MARIAI—'osso lá esquecer tudo isto !...-f- Um casalejo branco entre arvores. Havia
por alli azenhas onde nas noites claras de luar seescutavam nâoseiquemaguas de corações malfada-dos; e entre altos caniçados,o rio — um luminoso fiodágua correndo sobre as areias de ouro fino—can-tava e fugia. Em manhas de verão era suave olhara paysagem do alto da ponte. A roupa lavada es-tendida na verdura da relva, cheirava a sol; o gadomelancólico pastava nas collinas; c na frescuraconsoladora das sebes que as amoras já madurasperfumavam, os idylios mais adoráveis de canduraque os meus olhos têm visto. Por vezes sehtia-se obarulho forte dos remos batendo nas águas silen-
Já na meninice ellatinha um languido geitocontemplativo que faziascismar, e quando olha-va para os altos céos asua tronte cobria-se deluz. Era então que as ai-mas ingênuas lhe cha-mavam Nossa Senhora IHa no coração dos hu-mildes uma tocante can-dura e uma tão viva in-tuição da alma humanaque enternece e sor-prende. Maria lembravabem essa suave judiarbranca como os vergeisde açucenas em flor queourfora encheu as almasde um profundo encanto-e que hoje vem perfu-mando as lendas chris-tãs.
Nas noites escuras,.se ella passava, umnimbo de luz ficava cia-reando os caminhos as-peros e até as arvorespareciam rezar.
Era bem Nossa Se-nhora!
... Nesse tempo es-tava eu doente na aldeia:e como a encontrasse ábeira do casal fazendorenda, escutei-lhe a voz,clara como sinos de ouroe de crystal; cantandona tristeza dolorida dospoentes.
— Maria, quandodaqui me fôr embora, heide ter muita pena!Pena de quê, meu senhor?
N'io sei: mas heide sentir uma grande sau-dade destas arvores, desta casinha branca, daminha amiga, de tudo! Vá lá a gente esquecerestas cousas quando ellas penetram toda a nossavida! Se as perdemos um dia é como quem perde*um ser muito amado !
Olhava-me sorprendida com esses olhos que*sempre foram o meu enlevo :Ha uma cousa que eu lhe queria dizer : mas
tenho medo, porque todas as mulheres a quemfallo nisto costumam rir-se de mim.Eu nlo rio de ninguém !Queria dizer-lhe que a amo muito...
Parou a renda c ficou a olhar-me com os olhos-rasos de lagrimas.
Ella não podia amar, a pobre Maria que per-
âãHf
-J-& -VtlZMwm*W%Mi7E£amemmmW.-WRif!rmÊk-£'- -•¦..¦•:.- sASSfV'" J2&\V-Ji''Sr *¦ ¦'j**Á.mKt>~r.ii'JÊM
A Villa Velha, cidade de pedra natural, perto de Ponta Grossa —Estado do Paraná. Estrada de Ferro Paraná —O rochedo, com o viaduclo Presidente Carvalho.
2 de Março de 1902 REVISTA DA SEMANA 67 — N. 94
¦'¦ flfl P__I_É*ÍI_H1 ____t ' fli ""*
flfl __H_ÉÍÍMl____í '" _-_-_----nrr^B-F '''''': ^ai^bff ^**^^sB loa 1B B^^^flH ¦& •'¦
:fli ¦¦¦wv^-flfl Nk?l£!ltaiHp ¦' ^BB^KBBMyi%KjBSl»BlB8B^^ gKftjwj^S^SsI^, !•--iffiflBBMBrasW^B^Ba ¦'¦
fl Hflfc ^VfLwAfl flB',Ã':'<^fl HBffi^>h_flflB^fc.: \mmmm^mmWmmW^&2íJffimm\wEF*^ ^^^83 ^K ¦¦ vlâíÊr^fl fli
** ''l?'''O?* '^^^^M^^^^^^^^^^^^W^^^^^^^^Hl' ""^^m^:" ' ::^Bi^nfi«fflÍl«fig3rMB' ''¦^B WÊk ""'¦ *
Êm Wm '<:ifl
Ww
' 'j-^S-wSsÊÊ^ /^ .'.¦¦¦ ' *,*%v -. afi ^g • ; ^^fl fl1*" -3 »<3aÍ $; ^[y y' afl B^V^BI flf "J^S .^ f «"^V j&T mmmmm V^ BBBw!r^/' *¦ Z^flBui '""" ^ * -*ctBv*^^H H|*b^ í-.^ #-..-V*-. 4rx» í^
Mmav- % ifmW WmV Mó&fZ- ^mmmW'' 'lãb Vrf-3B BBIfl Hft* V SfinVffffllBSHfliHragfW jhBWHBBbiBIBP^^ ^^^mmmnm^MWmmmm^mm^^' J - f,f 3l ' HF^M sTr^M^
' :-"-;"^ vs""-"'jjsHHw^affiaprtingSffiíflB flfl . ^v,'Wfl^2l^Hp'.^ '''^H * flc^* - ife iB£raPVJEBKflflí^Bflfln^wiflfBHlfl ^Hr*" *S&
ymWÍ^^^'^^im^m^^^ím^iHmmm^nr^YrmTmmmm • ¦ EB 5fll W ' fli BnH RvwnBH Uhm' flfl fljfc»'. \flBL
íkkSJí^ ^HHBB^5^K^^BBwa|fe^S^p^RjpSiB^B!fev? f ¦ , ^flBMKi6Jyy;.yíflfl BE:' wBS MB MB^^flp^Mfe^wífBflBWwVi j
0 proprietário do ultimo era um velho gordoo pachorrento.
Nào se zangou nom deu por páos e por pedras.Mandou fazer uma taboleta modesta em que
dizia :|Eslc é o primeiro hotel desla rua.
Pai.
ALMA -BfíANGAPARA «ORMÉA»
A'ma serena, feita <le luares,Alma d»» santa, immaculada e piedosa,Ungida de uma paz religiosa,No psalterio sagrado dos altares;
Tu que baixaste de alterosos lares,Para amainar-me a carga dolorosaD'esta existência treda e lacrimosa,Em que me pungem maguas e pezares ;
D dxa cahir consoladoramenteSobre a minha cabeça peccadoraO resplendor celeste e a doce calma
Dos teus olhos —tranquillo e alvinitenteLago, que á noite, estrellejando, douraOs pallidos refolhos da minh'alma !
NoNo
GRÊMIO FLUMIHENSK
1. piano - Dr. Cândido de Oliveira Filho, Presente lendoé„. direiu, «.srs „«--^erne* ^
lhfo,reir„ ;^arlesRPaynsford, director dos.conegrloj. c, a «|^%t Raynsfo?a^ secretario Pedro de Lamare,
2o pljmo da esquerda para a direita, os srs. neniiqiiL "dí£'-iy1"'. R.ir,iicia do Conselho D rector; José Willemsens,P i. procurador, irnesto Gre^., * P™"^". JjJ»<ffi™ Wo^elho üSector. (l>hoí. da ItoUa d. Sèmna.)
fumava tudo á volta de si, como um cabaz de rosasque passasse na pureza do luar. ....
Com aquelles olhos e aquella virginal alvura,era iá do céo. „
Foi ahi pelo outomno que sua mãe lhe morreu.Loffo que os cèos começaram a empalhdecere
das arvores cahiam já folhas como andorinhasmortas, a mãe de Maria começou também a enlra-quecer e fechou os olhos, por um poente terno,
quando a luz arroxêa a paysagem e as águas do riovão quasi exangues. E morta, tinha um riso tao lu-
mw. '-wMH
PJ B^r^EHil Kít^-ÍJÉfl¦J mm mZ- Ln&.íB BfjaB
\m\
NOVO SPORT
Km uma rua existiam quatro hotéis.
Corto dia, o proprietário de um delles en-tendeu que um pouco de reclame ivào era máo parachamar a attenção do publico para o seu estabe-lecimento e mandou fazer vistosa taboleta, comos seguintes dizores:
« Este é o primeiro hotel desta cidado. »O vizinho do lado bufou com a história.— Tratante! trapaceiro!... Não ha de ser por
este modo que mo roubas a froguezia. .E, para não ficar por baixo, mandou pintar
também a sua taboleta, onde se lia :« Este é o primeiro hotel do paiz.» ,A mostarda chegou então ao nariz do vizinho
dü '^"Êmbusteiros-I mio pensem que deixarei que
mo tirem a camisa do corpo!... Vou mostrar-lhesouem sou e o que valho!... .9 E dahi a dias ostentava o hotel esse letreiro:
(( bisto é o primeiro hotel do.mundo. »
Ponte sobre o Rio Yapó- Castro -Estado do Paraná.
Duas senhoras estão fallando, diante de umacriança, em uma senhora que comprou dous gêmeos.
E a pequena diz,com o serio de uma mulhersi-1
1- Som duvida que comprando dous teve-osem melhor conta.
0 galo, diante da chaminé, está roncando comdelicia.^
; mam^esinha, diz a pequenita, tire o
gato dahi que se vae queimar.° __ Porque? está dormindo.— Pois nio ouve? Já começa a ferver.
Praça Tiradentes-Curityba-Estado do Paraná.
minoso na bocea desfallecida que parecia repousare sonhar. . , ,
0 puro corpo que gerou o mais ímmacuiaaocoração que eu tenho amado, devia ser assim, üe-via ser do céo .
Quando foi a enterrar entre lyrios que entãofloriam toda a aldeia, Maria quiz acompanhai aaté á sepultura. O caixlo desceu ao coval e Maria,com a voz presa de soluços, teve este grito pro-fundamente humano rl,
Olha ainda, mãe, olha ainda tua pobre nina
que fica sósinha no mundo sem um braço amigo a
que se encoste!...... Posso lá esquecer isto 1
João Grave.
Um pae annuncia á filha que deseja casal-acom um pedicuro.Isso nunca! exclama a menina, é uma pro-fissão pouco poética. . ,n
Como, pateta 1 é a essência da poesia, pelocontrario. iNâo se contam os versos por pes l
Entre porteiros. nnan^O meu inquilino do sexto andar vae casarmuito bem ; parece que vae aparentar-se com uma
grande família.Vamos ! mangou elle com você.Nào senhor, a noiva é a mais velha de qua-
torze irmãos.
GRÊMIO FLUMINENSE Grupo de crianças que tomaram parte na «al«»fc eifcctuada
domingo, 23 de fevereiro. U'bot da /*»!<¦ d» S—V
:¦¦ "
:t
¦ '•¦¦¦,¦-..:'. I <sMaI
Alfredo Britto.
r. ¦:¦'¦!:"¦¦":''-..; ¦V^>^ , .."¦ •. .':¦""/-.•';'.-'.¦ "'.';iv'-i.. '•?..'"•" •.. ¦i--t:,::::- . ¦.¦¦,,:' ¦ .' '¦.,. . ¦;:-..; ¦:-;, ¦ ..••.; ¦¦•:.'•,¦. . .• ; . ;""0*;^
m^m^m^m^i^mmmMmiCfíifmyAÊmEmmmmTiizIwiZfâ
Bi 'r"<!"ri^Í WmCT
¦ ¦¦ ¦-'. ¦¦¦¦.¦; ;:
. .
iiTi*~TriJ-?Wr^TWWiW8KHlWBHB9BMB8ffl
BsSm^Y-^V'"'" J*m\\^^í''Ã^'mt./--'•^¦jmmmv ' ¦ á^l ^^V^^V^W^ BB i - ^^ ^g. Wmmmmm.'- B^^KI^^B^flH ^El* ^H^^^KJ^^Pit1.: '^ÉHI^BJLjI^BÍkSÍ Bf ¦ ' W IrWi H&aBBTO&^i
fln BI flH ^tt> « 3» •s^t'"' ;: >:'_j iS- " ' \ - «j»-r <£jflkâiHf*'>S' s ^p^iSL*, ¦ M ^^£V
¦¦ "-->'- ¦»¦ .-'¦'- .r-j.j' '¦•. *•¦ »n>r- -.*r3y">>^."¦.«:^i^ife\^M6ig-H^?»-?SiraBBH^8Bft^W»BB^^^aHBOB^B^B^MlBi
'
"¦¦•^
; -' ¦ '"
'- .v-JJ: '„¦:' .
;r" "...'„' V' ,»>
¦ ¦' &k ¦ ' -
1
1'-v >-"!
i ¦- .; ,¦ .*'.
* ':.>¦
68 — N. 94 REVISTA DA SEMANA 2 de Março de 1902
B£ TIJ]|PTgB§ A GRANDE LOTERIAToemos enifim uma novidade pelos-*- nossos palcos, sempre tio de-sertos e abandonados.
O Quo Vadis ?, tno anciosa-mente esperado e tão annunciado,subiu finalmente á scena na sextafeira, no Recreio, desempenhadopela companhia Dias Braga; foi umaenchente colossal que repetiu-sehontem e que, certamente, repetir-se-á por muito tempo.
A peça é posta em scena comcapricho, bem ensaiada c sobre oseu desempenho diremos no pro-ximo numero.
No SanfAnna está em ensaios odrama magico-fantnstico do dr.CunhaSalles — A estatua de Olero, peça daqual nos dizem maravilhas, devendosubir á scena em princípios destemez.
À companhia da gentil actrizbrasileira Cinira Polônio está tra-
. balhando em Petropolis, no theatroFloresta, tendo levado á scena Oprin-cipe da Bulgária é A mulher do com-missario, agradando extraordinária-mente em ambas.
Está dando os seus últimos es-pectaculos em S. Paulo a companhiaitaliana de operetas Tomba que atémeados deste mez deve estrearnesta capital, talvez no Apollo.
No Cassino têm estreado novosartistas que agradaram francamente;em breves dias será renovada atroupe deste theatro-concerto.
O Parque Fluminense deu hon-tem e dá hoje dous magníficos fes-tivaes, revestidos do máximo esplen-dor, destinados á subscripção San-tos Dumont.
O High-Life, o elegante theàtri-nho da rua do Lavradio, continuamuito concorrido c tem bons ar-tistas.
Também o Maison Moderne,com q seu bello elenco de artistas de variedades,tem sido muito freqüentado.
TET**'^ ^s. '""' \otf2 Jornal oo^rasíi f
— Anda hoje! Vamos vôr quem roda... naturalmente o grande prêmiofica em casa...
P. V.
AS NOSSAS GRAVURASVN^VWVN.
Actualidade brasileira — O desastre da Mor-tona. — Domingo ultimo, nas officinas do Lloyd Brasi-leiro, na Mortona, occorreu um lamentável desastre, quetrouxe o luto e o desespero ao seio das familias de qua-trOphonrados operários daquellas officinas.
Suspendendo um cepo de ferro em um guindaste
cepo sobre o guindaste, cahiram ao mar, sendo o pri-meiro a muito custo salvo por um tripulante do vaporEspirito Santo, de nome Francisco Ignacio Barbosa,perecendo Azevedo, a despeito dos esforços emprega-dos para salval-o.
Uma das paginas do presente numero é dedicada áreproducção da lamentável occurrencia e uma vistafoi tirada do local do desastre, que também reprodu-zimos.
Grêmio Fluminense — Esta distincta sociedade,inaugurada a 25 do mez passado no bairro do Rio Com-prido, em luxuoso palacete á rua Malvino Reis n. 124,deu, no ultimo domingo, uma brilhante matinée infantilque esteve simplesmente deslumbrante.
tuberculose que de ha muito o minava,este estimado jornalista, comediogra-pho e poeta, quefalleceu na terça feiraultima.
Morreu trabalhando, no seu postode lutador, porque a doença, apezar decruel, nunca lhe obscureceu o talento,sendo disso prova o seu ultimo livrode versos — Magnifical, por assim dizero seu testamento litlerario.
O desventurado Orlando, habitual-mente alegre e convereador, cahira nosúltimos tempos, desde a morte da velhamãe que adorava, em profunda tristezae absoluto recolhimento, vendo-se ra-ramente pelos theatros e rua do Ou-vidor, suas estâncias favoritas.
Orlando Texeira era bastante moçoeas 'lettras,
que já lhe deviam bastante,tinham muito ainda a esperar do seutalento.
POR ESSE MUNDO
Ro anno de 1901 fabricaram-se
na França 30 milhões de kilosde bombons e 35 milhões de kilos dechocolate o que, ao preço médio de3 francos, dá cerca de cem milhõesde francos para cada cousa.
O IUeine Journal, de Berlim,annuncia que se descobriu um novoprocesso para fabricar aço, que otorna ainda mais forte e custa dousterços do seu preço actual.
O vapor Mallacailla, partidode S. Francisco, abalroou, a poucasmilhas das costas da Califórnia, emum navio de vela francez, indo apique pouco tempo depois. Havia abordo 64 passageiros e 60 homenesde equipagem. Faltam apparecer27pessoas.Na abertura do tunnel doS i m p 1 o n trabalham actualmentecerca de seis mil operários. Os em-prezarios contam terminar essa gi-gantesca obra em maio de 1904.
• — Em vários hospitaes de Fran-ça fizeram-se importantes experi-encias de um soro contra o typho-soro descoberto pelo dr. Chante,messe. Os resultados foram : satis-
factorios: segundo parece, 90 por cento dos enfer-mos inoculados foram curados.
Desde 1885 que o dr. Chantemesse estudava avaccina.
Agora pôde dar-se como demonstrado que todoo enfermo submettido ao tratamento com estesoro, nos primeiros dias do accesso do typho seconsidera salvo; e que a enfermidade, atacadano primeiro período, dura uns quinze dias no ma-ximo, depois dos quaes o paciente, sem receiar re-caídas, pode recomeçar a vida normal.
— A ceremonia da coroaçãode EuardoVIIvae
WSÈ& \WWlí^ ~*r •;''•*.. M&k- :vr;iHÉÍ
!...('„;... ... ¦ ,' ir¦'SBEraa^otWá'^' ''"'- JgS?|l|W^II^;^8IHHEyHKMÍM
A fachacla do Club Riachuelense, no Carnaval de 1902. Bibliotheca publica (interior) em S. Luiz do Maranhão.
d ¦
achavam-se vários operários, quando a corrente destepartiu-se cahindo com pavoroso estrondo a pesada mole.
Nem todos os que alh trabalhavam tiveram tempode fugir; quatro operários foram victimas do desastre,sendo os de nomes Manuel Domingos Vaz, Carlos Fer-reira, José Alves e João^Corrôa deAzevedo, feridos to-dos, gravemente, em varias partes do corpo e na ca-beca.
Os doüs últimos, devido á violência da queda do
Nada faltou á deliciosa festa, todos os attractivosalli se coadunaram afim de lhe emprestar um mágicoesplendor.
Vários grupos foram então tirados, dos quaes pu-blicamos dous no presente numero: o da directoria detão sympathica aggremiação e o das crianças que toma-ram parte na inesquecível matinée.
Os mortos da semana.—Orlando Teixeira.—Depois de longos padecimentos foi subjugado pela
custar, segundo affirma o Echo de Paris, a bonitasom ma de cerca <'.e cem milhões de francos.O Correio du Tarde, de Mi li o, acaba depôr-áe em communicnçio telephonica com Paris. Alinha tem 835 kilomelros de comprimento.
A extensão das vinhas francezas, em 1901vera de 1.735.345 hectares e a colheita eslava ava-liada em 57.963.514 hectolilros.
2 de Março de 1902-f. •
REVISTA DA SEMANA
''¦¦&;.!< ':''..'*:-t<:.V:-
69 - N. 94
Modas da Revista. —1 —Elegante blusade setim vermelho, cõÜète de panno amarello,rendas de Chantilly pretas, formando um laçona frente.
—Blusa para soirèe, de. crépe de Chinabranco, todo preguiado. A pala é formada comentremeios enfiados de velludinhos pretos.
— Graciosa blusa de libcrty rosa. A frente,toda de pregas, fecha com pedaços de pannoguarnecido de lindos botões segurando uma gra-^vala de renda-
4—Vestido para menina de 10 annos, defoulard fantasia, enfeitado de velludo estreito.
—Vestido de noiva, de chamai o to branco,forma princeza.
— Vestido de noiva, de setim branco. Asaia, com comprida cauda, é guarnecida em baixo,de cada lado do avental, por uma visla de rendaacabando Com um chou de filo, guarnecido deflores de laranjeira. O corpinho compõe-se deuma só peça e a frente aberla sobre um colletede renda franzida na golla, com abas güarneci-das de flores de laranjeira. Collarinhoalto, man-
gas até ao cotovello, com punhos de renda. Fa-zenda necessária: 20 metros de setim e 75 centi-metros de renda.
7 — Modelos de vestidos para crianças de 2a 9 annos.
m^'.':-'k iã^^m^ ^SÜ^^ p MèÇ*. wSSÊ^
$tá'/l^-"ffl$\;'V^*-.^-,~ _\*^ >L?': '"-*• .^^^íí*-! "; '¦¦_'¦ ''-'~___%j3í_: ~~S - """*'" ' 7-"- •l''.V^- ? '"
'—""¦
"'* *'._''.... -¦- "' ' ' -1"""1— ¦"—!¦""
'!£. .!!¦!¦¦ ¦¦¦'¦.¦¦¦¦i» um '-'"¦-_. ¦ ."-.¦ ¦¦
. ',
I
••'
¦
t
% - N. 94 REVISTA DA SEMANA 2 de Março de 1902
^WkVViBikf "^Bck. m. «MÉT _^__J>
OS CACHIMBOS DO PRESIDENTE
,JO lerem o titulo deste artigo, em que rapidamente descreve-rnos uma collecção de cachimbos offerecida ao coronelTheodoro Roosevelt, presidente da Republica dos EstactosUnidos da America do Norte, é provável que os adversa-rios do tabaco levantem as màos ao céo, indignados. Des-
cansem I Os cachimbos nio suo para uso mas para ornamentação; e nas suaschaminés não.gerará o demo o vapor odorifero incumbido de introduzirmais algumas grammas de nicotina no systema respiratório do iumista.
______
^_\^ãmWf\%\\T _é_^k\ BBBw^^^^bbBBBi! bVJ
bV tJ W/íá IBBBfek- ^B mmwV flfllmmm^^L\ m\\
Br- ~~i_ú_m\¦Vi BBm. ' BI LflflBfl LBV'Bk« dBJBjT^BI BB^^^BB BBlBi BBK*T^^' (^¦¦BBB BJESSãSí^SBBJ BjT ^Bl ¦
¦BbhL. .^ ^BflflflBflBflBflBBjMflBflflBu^uM' '^^^^BBBV BflflflBflflBflflflflflflflflflflflflflflfl
¦ittl bbbb^''<¦ IB^i£ l^ I
BBHBbBBBBbbijw , ^^»j ^BflBflflafBMrVrBi
^^^^^^^bBJ ^^B flfll ^flBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBbT _ ^^^B HbBBbbbíÍÍ?^?'^*" bB» íbbbI LwJ'WLM ^JÊ fl
fl HMBBBa^^^^^
BBBi ^^^ JBflflflBflflflflfl^Bmm^^^w^ttBIbBBJ ^fcrB ^B^BBflflflflflflflflflflflflr^^^Bflflft
¦¦J bBBBBBb^^T^^^^^^ BBr .flfllWmf~ '^WMM BMBb^"~^^^^^^|BHBBJ ^^b j^^^h
bbw BfcBi^^^^^^ ^ .fll HBW^^^^^^^^ Bn^^^BffíBJ BbM*^*. --Am BiBflJ BBBb^-^bibbíhbbibbb^^^^^TBIBJB BBbWt^B, - ¦ BB BB ^BBJ BB .WJ _Wm_m m
."''-;i \u^^^:-^''2'.mm I^íM Blr'''Í[^ IBBJ BM¦: CS' "Í^BBI BBr -!í«HBB BM < - sl2»BH ¦
Lj li Lj I
heróe favorito ; o poli-tico o seu leader pre-ferido.
A introducção daarte nos cachimbos debarro deu em resultadouma nova procura do ar-tigo, transformado devicioso em decorativo eencontrando guarida aténos boudoirs mais ele-gnntes. Os cachimbos debarro que obedecem aumaprcoccupaçno artis-tica, suggerida pela his-
toria, a biographia, a poesia, a mythologia sSo disputados wmftiporpdoscolecionadores e sobretudo pelas, colleccionadorasq n • EstaclosUnidos formam legião. Ora, ninguem ignora o ^)\°^f°%^^"oque as senhoras empregam nessa innocente mania, buscando e encontranao,
miaBWo7*\a--4r ** '^ ^^^^^^^^^^^^^^^IíbííWBMbmb1b^,BbbBBBbbBBBbb1
Dous exemplares rarissimos da collecção franceza.
Alguns exemplares artísticos de cachimbos de barro francezes, na collecção Roosevelt.
Nesta época de manias, uma mania nova é sempre bemvinda e nos Estados-Unidos, a mania do momento consiste em colleccionar cachimbos de barro.O presente feito ao sr. Roosevelt comprehende exemplares da L rança,
BflflflflflflB^ BBbBMbbbbiíb^^. ^-à-mmwmwMmmfT<K^Hf-. .^tUm—————Mm\«/>¦•'' B
BBK" -' '-'BBB Bk'; " >\' .'.r' BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBB¦ > ii\ J «BBBBBfcSfc"<Í68ii-" wi^^dlBBBBBBBBBBBBBBBBlCl^'!»*~^^^^^»--llijBMM»i_^-£^Vt''v^-'*~'^^
BBBÉflBB
fl
^B H^TjliBr"*' VbTb! BB
fl HSiisiiís™B I¦¦ BHwvsS&Sv^^W^^BBBlflV*^ „' ¦ /',,' 7^ ^^^^^~^^^*BBBBMB[bBBm "'BByy3^ riiBWWBBtBBB^BTBltMBWBBii^-B-^ !¦¦¦ I
Bfl bV^hjBBsS^iBEBi ¦¦¦
BB Hbk^Í^a^ '^^9 Bfll
fl fll c*\J3iw^^^^^^^^^t^^^^ flBBJ ^mmr**f , tx ' ¦ .^...y. . -.1. .. _ BbBbBbBbBbBbBbBbBbBbBbBbBbBbBbBbBbBBB * 1-jm ¦
HI^K:B BBjHtapjHj BM|
BBBBBBVbM^ 'afe^i IBBBBBBHBL>;y^-.^aa5BBSr^/ . ; ^BbBbBbBbBbBbBbBBB^^^BBBBBBBIbBbI bBbBhe*^^^'*^ .'' BbVBE^BBmm * ^Bfl BBj-
j_j___m___m m . ;V ¦fl B&ftiíWiiB fl
^V fg * ^feiBBBBBflflflflflflflflflflflflflfll
Cachimbo Torre Eiffel e cachimbo em garra de águia.
Inglaterra, Hollanda e da própria Unino Americana. Muitos delles sãooriginaes no desenho e alguns muito artísticos. Quanto ao estylo, variamdesde o grotesco ao sublime.
0 cachimbo de barro, por via de regra, nem é uma obra de arte nemtem pretenções a isso. Geralmente, obedece a principios stnctamente utili-tarios, compondo-se deum deposito para collo-car o tabaco c de umachaminé direita para dartiragem'ao fumo. Quan-do a arte começou a fazernegaças á industria doscachimbos, contentou-sedurante mui to tempo comligeiras modificações,taes como uma curva gra-ciosa na chaminé, umaornamentação íloreadàou, quando muito, umacarantonha na fornalha.
A, natureza plástica do material com que sào confeccionados os ca-chimbos de barro, presta-se a mil embellezamentos. E assim os fumistas derequintado paladar artístico podem thuribular com o incenso das nuvensperfumadas o perfil das suas visões predilectas: 0 guerreiro o seu
.<
Cachimbo italiano de barro vermelho.
Cachimbos francezes, italianos, allemães e americanos.
com um maravilhoso instineto os exemplares mais raros. Nada as desalenta,nada as dissuade do seu propósito. Algumas das mais ricas e ^artísticascollecções de caixas de rape acham-se hoje, na Europa, em mãos de damasda classe aristocráticae o mesmo diremos dos leques, sellos e outras manias
similares.A mais antign manufactura dos
cachimbos de barro pertence á Ingla-terra, de onde passou para a Hol-landa. O comprido cachimbo hollan-dez de ha muito que é empregadocomo objecto decorativo, apresen-tando alguns exemplares excelientes.Os cachimbos de barro são larga-mente produzidos na Escócia, Fran-ça, Allemanhae nos Estados Unidos.A França tem, comtudo, a primazianos objectos que aspiram á cathego-ria de obras de arte. Nesse particular,Paris e Saint-Ouen são invencíveis.
-Os cachimbos de barro alli manufa-cturados revelam um grande dispen-dio de modelado, uma profunda se-melhança nos retratos e um bellis-simo acabamento nos esmaltes bran-cos, pretos ou multicôres. Os as-sumptos mais communs derivamsimultaneamente da historia antigae moderna, incluindo os aconteci-mentos de actualidade. Os motivosclássicos e populares, poéticos ouhumorísticos, as bellezãs da faunae da flora também têm apreciadores.
A Hollanda produz alguns lypos deliciosos, sendo um dos typos mais apre-ciados a marca Peter Dorni, de Gonda. Finalmente,..a mania das collecçõesdos cachimbos é, no momento actual, uma das mais violentas nos Estados-Unidos.
-mú BflW_m\ Bf-
fl w^^ ' » B1BBr <¦¦.>«¦ BBMfi^BBlIr ' • :'^m\ W^ám-tm\\ W; y. ;''•' '"'mF^*___m IBflflflflBk ,k- -jÊ-\ B'BB; ¦¦T,'___m fl¦¦BB ¦
ipf^^ , t'____\ __W
BLi'JB B
O velho cachimbo «yellow-kid».
CAIPORA !
© Barnabé Soares anda desgostoso da vida !Quer morrer, mas nào quer que a sua morte
seja attribuida a um suicídio.Quando soube que tinha reapparecido a bu-
bonica deu três pulos de contente.Debalde, porém, freqüentou os pontos mais
infeccionados. 0 micróbio nunca quiz saber delle.Viajou dous mezes na Estrada de Ferro Cen-
trai do Brasil, em todos os sentidos. E nem aomenos um pegueno desastre que o consolasse.
De uma feita revestiu-se de animo, e, íingindo-se
embriagado, atirou-se em frenle de um bond ele-ctiico, no Passeio Publico. Encontrou lo^o ummolornciro de (amanha perícia que conseguiu tra-var o carro antes que as rodas passassem sobre ocorpo do infeliz!
Passeou nas barcas Ferry, levou horas e horasjunto a andaimes, atravessou a Guanabara em ca-noas pequenas, dias de vento forte, ceava comoum lorpa, namorou solteiras e casadas, mettia-seem rolos, freqüentava maxixes perigosos, andavana frente das musicas e de todas essas provas sa-hia sempre sào e incólume!
Ul lima mente, poz-se á cata de um homem va-lente, desses que nâo guardam desaforo na algi-beira.
Indicaram-lhe um açougueiro da Praia For-mosa.
E o Barnabé dirigiu-se para lá uma manhãdestas.
Lá estava o homem, de aspecto terrível, em-punhando uma faca enorme com que talhava carne.
Sem mais preâmbulos o Barnabé atirou-lhe emrosto uma ladainha de insultos.
De canalha e ladrão para cima fez-lhe a festa.E o valente nem pestanejava.Foi então que um companheiro disse:— O senhor pode dizer o que quizer. Elle é
surdo!Praf.
2 de Março de 1902 REVISTA DA SEMANA 71 - N. 94
WÁWBÊSBLWsl/,-- .,;¦.t» •¦¦¦:;.: AAJmwE^MimwL:-:4-'¦'•' ¦fl_fl^^^'*v'í? • PÍ^3__ÉÉfl_flflak-'¦ ¦''- '•''r'í;wSih'^^VtV;ií*'í'f^"í'í__flBMHi_lflBBoãSiiiiflil K •••¦-s^^fv<_jBB_Bi__flB BS&.v',j,,,:
''4^^_flfl_ln^flflflB aÉ__ii::'';
IBk_o *.' "•'¦_
¦afl^HflBWsi IbJv_' -'*'• Vi
::;.'« Blfll Ífl^_Í«Í K'
-MB BB—Bi BWJTEbBflflfl—IbK—Cl- '•&&_!1/s^k'*v;:i_fl_i SS_*^R_I i^-^iflfll E-Bfl-ttfl—i-1y^^*?3ÈÍÊÊmm _flc^fl_flrca«Rfl1 ¦Ri
' ^-^Brjfll ^^^HflB^^^-^MBEB^^BBIflUBi_?PPrL- M^^^B^WB^BBB^BBBBBaB ^H^_r?fl^ _[_fl_Bpi
Sy^lWijwfMftÉtiiÉ»—j——_S^^^^^^^P^^wwBBBaiS"^*'*^ víj-^^^^T^^-vvHCSSBmSS^S^^TWWIÉBlÉi——m__li •' * ":l__i_wS?5H&*^2fc-.'' -",¦,•/'91 .- Bmff^MH——1m»iniMWWBBLnIgffiSH.yiT^iffiffiTOrlrr,i
Delegacia Fiscal — Curityba — Estado do Paraná.
COSTXJMES.. .Quem freqüentar uma casa de família brasileira ha deforçosamente ouvir, a miúdo, as seguintes conversa-Ç0 _. para mim a melhor fruta que existe é a )a-ranJL_'
Ora!.. E onde fica o abacaxi! ?"Fallem-me na manga! diz um mocinho sentado
na poltrona... À mangada Bahia é a rainha das ._frutas presentes, passadas ;e futuras.
Da Bahia... pro-testo!., exclama convicta-mente o Antonico. De Per-nambuco, se me faz favor !Mangas, só de Itamaraca.
El porque as de Ita-parica nunca chegaram pa-ra teu bico! redargue !outro.
E entre os dous empe-nha-se renhida discussãosobre o assumpto.
Entretanto a compa-nhia continua a discutirfrutas.
D. Ignez, com a suavoz débil de pessoa doen-te, murmura:
Eu gosto muito desapoty... , .Para mim nao hacomo fruta de conde, diz asra. Thereza com os olhosconcupiscentes e a línguamolhada.
Uma frutinha de queninguém faz caso, mas daqual eu gosto muito, é oiambo — segreda d. Caro-lina ao vizinho.
Jambo? grita o An-tônico, que ou no de longe,isto é fruta de moça. Sótem perfume.E que dizem doabio? pergunta o dono dacasa com o seu vozeirãograve.Todos respondem aomesmo tempo, mas comopiniões disparatadas. Este . .diz que o abio é enjoativo, aquelle o acha delicioso,outro come mas não gosta; — o Antonico dá íim a pole-mica berrando:
Então esqueceram-se do grande abacate/Ah! o abacate é commigo! muge um doutor ma-
gricela, primo da casa. ~ "Apoiado. Fruta por excellencia é o abacate I o
mais é tolice.O Antonico faz troça ao dr. Abacate.
• D. Thereza, um tudo nada ruborisada, disfarça,murmurando:
Muita gente aprecia o melão, porém eu não lheacho graço.
Dividem-se as opiniões sobre o melão, o Antonicogrita como um possesso, defendendo-o (com rape),quando o doutor exclama:
Vosmeces ainda não se lembraram de uma frutasaborosíssima...
Todos se voltam com gesto intemgativo.A excellentissima sra. d. Jaca !
Balburdia. As moças delicadas exclamam: oh! oh!As gordas dão com a cabeça, concordando."Todos riem da jaca.
O incorrigivel Antonico corre açodadamente, der-rúri;áhd" uma cadeira, e tomando a mão do preopinante :
Toque, doutoi ! Ponham-me em frente de umajaca mollc, que eu a comerei até Bernardo voltar. Poucome importa com indigestões!
Opinam todos que a goiaba e o marmello só paradoc'e, á excepção <lo Antonico, que se declara cynica-mente papa-goiabas.
Tendo um irmão motejado por causa do seu amorás goiabas e bananas, o Antonico abespinha-se, e, depé sobre uma cadeira, troveja ;
A banana é a melhor fruta do mundo ! E o fruclobrasileiro por excellencia! Se alguém se astreve a me-noscabar da banana, cresça e appareça!
Muda bruscamente de tom;E esta, padre? Pois não nos íamos esquecendo
do grande caju? • .O caiu foi recebido por um coro de acclamaçoes.Até nhô Cazuza, um genro barbadão e nangudo
que havia sahido da sala, gritou lá do quarto:Ah! falle-me no cajú...Isto sim!Vejam, replicou o Antonico, se ha phrase mais
gmare^"'*- t ¦'^Tv'--1-""'!''";íí':'-;:.v;ív;'"'?-ft"-'"'i"!''"'í'':?W^mBWSmWÊS^*''¦? ' "\
[ • '¦-"'' ' 'O'-' '¦'¦'''¦¦¦¦^."^¦'¦¦•¦¦•¦'^'" ;;"'^'!.'-'/¦'':'-r^'"'. ' :: I
L"v 'yÁ->:\.''}:':^aA:.¦:¦' a . ' '^-"á"
,:v',;':" Ik ,„ , ,-.'^0g3L;.' ..:'>¦'¦'"¦ A. >;' j
ÊÉm mWIIÊÊÊm B-*^'' Ví-ihB iB«;,íl,l!SÍ ^iÀEÃÚSM'Á^W^.''-- - " ' wmWn!!!!!3tm
E^^SjJw^^^Pl^^flS^BBi^^i^^^^^SBiB-FBcl'" """!"'_¦
nW^tfllEMiflME_2Sflfl\ l 1 - ifliflJBti? r«C*V ^/aflrv^flflBJlSflflflfl ffljBrT»Jflffmm&Hmmmw^PM|jlt*jMWBPy*!3UilP-BBmwímSÊw ¦ 1 «3kH5 __1 m^^S^^àTm
ÉÍÉIS¦¦¦¦¦ ;.g'CAí:íA:. ¦-¦¦fAÀ'A<0^'^y\}
'"*>"*¦:'• h '¦'-'". ¦•.. . '• f'._f^•' ¦*'*'* *''^fnÈ
. ^^^^Vj-w-ii/^^^-u¦¦-•¦ v.c,-'* ..¦/."'...tfJ-j-aM-Sfl^aiM—a3flflMBBj3íel_BB—BBDBB—BBJBflBfli—¦'':y""''é -'-;':AAçA^ÍSAri^3^fe;!gr':'^":"' ''"•"'""* v,'m^lÊSmi1nm^^BMBÊ^Sm^^m^mWm\
ÍL*t<t<«—iw >Vf|fcwt'n "*^*"tmi '<Mfâ__Sr9l- 'A' ^ -¦'*-' ^tri'*^!Bf|-^* -| -liTtlSr^l^^+^^ÍJtjBISlÕTFÍ^'*^__<__ -_s immmlSm^wlmTwmm^SmVfl^^l^^.^Aflf** _S_rf^* —6—S_EÉ— WBV^Éffi_fl^SBr-rtiBr^£¦£rrrrflflfl-Bí^TtrBTT-lB^_TTfi 'BÕflBlUflBB-—E3SgB _flBBi
BUEK^E^vBI BH_BL__Hflv^B9_Pj_R_uHHHflfl greji.'ifB B9j^f_i_ wVr flBjrJBP<';,!_fl Kfll
¦¦M^**"'*':í*___flflflfl_SflMliv>3íi3il flflH-l D_TflUH HPm< >*CTinyvJlB—-1
¦| BpW ICtig<flBi__B PT—!. ¦_c-__Bfl_Pji-fl_ B—hfjfll flflPft*^—l- H^^^5BflP__K__Í
flfl BP_Bj JB1 fl\_á_B-SB kC—B—B*^_B«—flflfl_BCB- BBK_M BB—_BBJ¦ Wx?$S TmSm\9V^mm ^L^mrmmt Ak^-BBMB P^BJ flBr^M Br^¥-I flffrWPf—i M-rTBft^^t-vÍTt^'-^1?^^ -P-^flH_5M__Bl ¦_¦¦
flfl HB^T* -BBBflflflfl-!: B-fiiÉflBflBWflflflflB^SB—BB_flhfl.^fejí^B—_BBflBjl vj_íl^flfl—BaBCB> X^V * ^S-BLuBI HBL> BVfl bt <K1II|.BkB¦_» EnH 93G uw^nH In^C Eorw^ISífll ¦_¦» _ff^fl ¦^^^_fCflUK^__lmj Bhct ImbKí BlfW"'fl Bw—Mr^B flyitt JSeBBJ fcBFtflflflj ^p C_S H^Bn^HIVJÍ _?!/_¦ UitfB HflHM^PÉrvV-S Kfll H^flll—SIrBS Ry'iW-yNlB^ M^B^^flrV^1^
As duas pontes sobre o rio Yapó —Castro —Estado do Paraná.
Buvi uma voz que me disse: « Desventurado,
escreve as tuas agonias». Fiquei a pensar noestranho conselho que tão mysteriosamente me che-gára e, abancando, solitário, no silencio da minhasala taciturna e fria, sobre uma folha branca de pa-pel deixei a penna correr livre como um ginete
selvagem pela, vasta ealgida solidão de umasteppe.
Toda a noite longae lenta passou, até queas janellas se foram dou-raiido e o sol alegre deAbril resplandeceu; ma-gnifico.
Depois de lào penosoe incessante trabalharnocturno, por maravilhaachei-me diante da mes-ma folha de papel,brancae virgem, som o rastromais subtil do andar daminha penna ali gera.Nem uma palavra es-cripta....
¦¦AAASSaííAAfiAAM
%&%'tiÊ
A EXCURSÃO DO SR.
Chega esse papel aosteus olhos, formosa; che-ga-o bem perto, tio pertoque a luz das tuas pupil-Ias radiantes aqueça atinta sympathica e hasde ver as lagrimas queahi eslão encantadas ap-parecerem vestidas deluto. Pergunta-lhes—quefazem ellas, como coe-phoras, sobre tão vastae merencoria nevada ?
, , „, „ ...n E ellas responderão, emM,OT8T«0 DA ««ERRA A CAMPOS DO '«{•-A^*'» m^ttTLTaTlma,,a.) unisono dofente.que, sao
j__ i_™u„^r>í. rarino TCiKwnifi íí Viiieia íavdíes. >r¦¦•:"* 0c echos da minha an-gustia repetindo sempre,
soluçadamente, teu nome tão doce, infiel, crudelis-sima, inclemente adorada.
Coelho IVetto.
IO DA «LlfiRiiA A liaitiJPWCT *»v ov»»««w
das lombadas Carlos Eugênio e Villela Tavares.
brasileira, mais melíflua, mais dengosa do que esta: -
Nhô Cazuza, mecê quê chupa caju/ pc;torce-seE assim dizendo, o demônio do rapaz estorce-se
todo e revira os olhos. ^^
- Eu acredito na metempsychose e estou muitoconvencido de que minha alma ainda ha de habitar° C0lPPois
ncabcerrto que não precisas morrer paraisso.
A rua está em borborinho por causa do suici-dio de um velho telhudo.
Sabem por que se enforcou jDizem que andava aborrecido.Pois é um modo singular de distrahir-se.
ww&i^i^IW&^M
¦V _,__, "''-'JÈrB^^flBSBnE^ .'¦• **-"*>' • _B'L—B fl^*í. '<*_Mi âtókL j_I_K HHAk^C'%<T__fll Bw__3_k< dflB
IHfffi Ríhi1, . i^iflBBBBBBbB^BJ—BB flJB_?TB'\jT?p!MBB flflfatx—BB—jflfe.-KL ^B
EX / iff^BBBb-_BB-Wi—jfl_?'-i- s^mmt mw
H*jh _^S^" __í B'1
BBWBBBMBfl—r^lwf ati&SBS&Ti?- I»tl^ -—tfWlBl 1flflflflflflflflflfl_Bflflfl_3_§flfl_!Pl_l_IB flBJS^y.^K.TaN—E^ ^áraawflp 'ol
t ^tt —-Éft. B^JiS^^flB
flS__BvBBflJBJflflÉ__! BT 'T^\tl" Jmmmit " '~wLjffmmmVb'-Wi &* ^r*'Ê BJk í^ *¦[ V
B^B^B B^fliBfraP^ lal Ift^í •* ^o.''-""'•¦. _T _. ^ *f-v ¦ "- 1flflflfl^flfllMfô-lfll w"\a»<_BK ^S|^^lflpB_», ifliinfiiB "* "vrí í i r~«- _•_——D—IX l »^fl^ reHKSg-^ifeãflfl-BaaSi uJCiraBj aaS_J /^ BB I
¦ 1 B Ufl^flB2_Ais^fflHSE - <tÍSÍhí ¦¦«• • «fl! mywt.-^iWkí^Ér ' *I
JlflJflj|flJfljfl_flHflBK3HBM|PS^ /,^!BflB-^mi^i^*^_tf?Jr^a^TOÍ- B_£_8SBHS^^w*' ¦ ?¦?¦• •^^^^^8a^_^r^*^^^^ """ " ^?^^&^Ss_! i- ^flÉrifl_L_»'mP_*_B_^_I^-^_M^S_Mib-.__&r^.*?^&if^^^^>>:-^^_! _Js:".- *4*-rr^Éi^ffls^ '''*-^3fl_S«Bl5_SrS_fi8^flflflBÍS^ •&
¦;¦¦¦-
;¦'¦'
Hospital da Misericórdia. S. LU/ »0 MARAMIAO Estrada velha do Anil.
*¦¦."¦
... .*....
J- l'V•r
72 — N. 94 REVISTA DA SEMANA 2 de Março de 1902
———
«¦:¦".:,..¦¦. '..¦¦•.¦" ¦.,--- :'.¦'' '¦"¦-.¦'
.;:¦'v SíiSiS:" • .'""-"."'.' .'..'*'•*.'."'-. .¦:-'.¦ '.-.; !;.íeít..;"": 'l. ¦' .¦,..'" ¦¦.'¦¦.' "
¦ *' ¦
'•"'' "v. .. ¦>"¦'.'"'¦¦.
í
/fl
*
Photagraphias, vistas instantâneas, dcscnlms c caricaturas . ¦ ¦ v¦¦
¦ -.- ¦
''¦.:
DA Cl 17Edição semanal «lustrada do JORNAL DO BRASIL
Bedactor-gerente, .Dr. CÂNDIDO MENDES - Redactor-chefe, Dr. FERNANDO MENDES DE ALMEIDA - Director-teohnico, GASPAR D^UZA^^ ^
^rnio 111-**. 94 DOMINGO, 2 de março Kuroaíó : 3oo róis! >l
O DESASTRE D» DOMINGO ULTIMO NA «OUTOBA
REVISTA DA SEMANA-Edição semanal ülustrada do JORNAL DO BRASIL
RAOUL DE NAYERY
- "yy\:.(\
yi
(77)
OS ÍDOLOSXIII
João Machu'Nem o sarcasmo, porém, nem a injuria attin-
iam mais aos ouvidos daquelles que iam morrer,iam o céo de muito perto para importar-se ainda
com os pantanaes do mundo. Mais o corpo soffria,succumbia, mais a alma, victoriosa sobre o receioe a dôr, sublimava-se em procura de Deus.
Entre os que oravam na rua e alegravam-se maiscom asanguinaria tragédia de que esperavam o fim,estavam numerosos hospedes habitúaes do tio Ma-thusalem.
Este não abandonara o canto da rua Git-de-Coeur, mas a Ànã, sua criada, tanto para dedicar-seaos negócios públicos, como para vigiar o pessoalda sua meia redonda, estabelecera, na rua Haxo,no meio da calçada, uma tenda, na gual o café, aaguardente e as bebidas mais alcoólicas, indo atéá força do vitriolo, disputavam a preferencia dosconsumidores.
Este monstro feminino julgara de seu deverexhibir as insígnias de suas convicções, e um ayen-tal vermelho, como o de um carniceiro, principiavano seu queixo, em cima do corpinho, e terminavajunto a seus grossos pés, que nadavam nos sapatosprivados dos canos de bota que antigamente osencimavam.
Ella ria, cantava, agitava-se atraz do seu fo-gareiro, com a horrível catadura, recitando phrasesdo Pére Duchéne a seus freguezes, annunciando avictoria dos valentes vermelhos, animando os ul-timos defensores da communa, para que fizessemir pelos ares o que restava de Paris.
Vamos, rapaziada! dizia a Ana. Estaescommedo, ou falta-vos o petróleo? Estaes á esperadesses patifes de Versalhes, e acreditaes que ellesvos perdoarão; guando vos tiverem nas unhas?Nâo é dez nem vinte padrecos que deveis prendere matar como cães, mas agarral-os todos, carregaruma metralhadora e dar-lhe volta até que o ultimodesses pregadoros do diabo cahisse para nuncamais se levantar. Bonita historia de mudar emcorpos de guarda as egrejas: o que era preciso, éa abolição de Deus! Tinheis promettido isso :« Nem ricos, nem padres, nem soldados'.todos re-publicanos! » Estareis por vossa vez, também,acanalhados! Pois a occasiao era boa! Rolae todosos barris de pólvora para os esgotos, e toca adansar a grande ,dansa! Quem me quer, que eugosto de bailar ?
Sempre gaiata, esta Nanica! disse um ho-mem vestido com a farda de commandante dosvingadores da communa.
—- Ah! és tu, João Machü ! respondeu a Anã.O que queres que te sirva ?
Cousa que queime! respondeu, que queimemuito!
A Ana encheu a transbordar um copo de aguar-dente.
A' tua saúde, Anã ! disse João Machü, e cor-responde-me.
E's tu que pagas?Como é justo; tu vendes a tua fazenda, nãoa gastas.
A Anã encheu dous copo, estendeu um paraJoão Machü, e tocou o outro no do galé.A teu casamento! disse elle.
A Anã poz o copo em cima da mesa.Náo é para rjr, João Machü, disse; sabes
bem que nunca se achará um homem queacceiteacriada de Mathusalem.
Acreditas?Estou certa.E jurarias ta"o depressa como sempre, que
nunca, nunca agradaste a alguém?Súbito rubor passou pela cara da hedionda cre-
atura.Por que fallas assim, Machü ? :Por que,respondeu o commandante dos vin-
gadores da communa, encontrei o outro dia umsujeitinho por quem muito te interessas.
Mathusalem, talvez?A esse tu serves, mas não o amas.Quem è, então?Hor-do-Patibulo.
Tu o viste?! exclamou a Anã, correndo parao galé. Vi-o.
Onde?Na prefeitura de policia; faz parte dos vin-
gadores.E se os soldados de Versailles o agarrarem ?E' provável que lhe faltaria tempo para ca-
sar-se comtigo. Basta de brinquedos como este! disse a
criada de Mathusalem; não quero que o prendam,por que o matariam!
Ahi está! Ahi está! só com a idéa do perigoque corre, já mostras as unhas e dentes. Quandoeu te dizia... .
Dizias uma tolice, respondeu friamente aNanica Não quero que elle seja agarrado, é ver-i
dade, mas só eu sei, eu só, ouves, João Machú, omotivo por que a sua vida me e cara.
Não tens confiança nos amigos; é malfeito.Sabes onde elle está agora?Como queres tu que de um dia para outro
se saiba onde as pessoas vão parar, pelos temposde espingardeamentocomo o actual.' Amanna,wi-vez, tu e eu estaremos mortos, minha Nanica.
Eu, logo que vir dar cabo dos que nnchamas suas litanias de dentro dessa adega, volta ei
para a casa paternal de Mathusalem. be W°r-do-Patibulo carecer de asylo, mandem-no, tenho umesconderijo. Podes acompanhal-o se quizeres, «atode Adega. a„*i t?„
Ohl muito pouco me conheces, Ana! luesconder-me! Hão de achar-me atraz da ultima toar-ricada, com o ultimo vingador da communa, e m-ro-te que não me agarrarão vivo! Detonai a peiieemquanto foi possível; se a partida está perdidapara nós, farei saltar o toutiço em qualquer canto.
(Continua.)
n>*RECREAÇÕES
As soluções dos problemas publicados no nossonumero passado são as seguintes :
Da charada castello-vidense, Arrelia; da charadabenedictina, Maça; e da charada josephinica, Apoa.
Paladino, Aguinaldo, Hidalgo, Nicephoro, Carmen,Clio, Bôer, Carmelita, Francisco Telles e Carlota Mo-rena solveram todos os três problemas; Glorinha,Dudú, Dagmar e Heitor Lima os dous primeiros; Nna-zinha, Marilia e Gondoleiro os dous últimos.
Para hoje apresentamos :charada archi-novissima (Aymoré)
3_2—4—3—3— Melancholia em cima de satisfação,duplo cansaço.
CHARADA NÉO-BISADA (Hidalgo)
2—3 — S O a mulher faz escarneo.CHARADA GUARANY [Peru) . ;
2—A briga tem seu traço.«V/N^\^\^S> k.
TORNIQUETESOLUÇÃO DO PROBLEMA N, 78
Deitando pelos olhos dos circumstãntes.PROBLEMA N. 79
Quaes são os devedores que nunca faltam ao pa-sramentos?
CORRESPONDÊNCIA
Aymoré c Bocr. — Recebemos.A reli i medes Júnior.
XADREZPROBLEMA N. 115 — Dr. Theophilo Torres (Rio)
Pretas (3)
W/M 'WM/
WM 'WMí"
Brancas (7) — Mate em 3 lances
PROBLEMA N. 116 —Dr. Antônio Pires (Rio)Pretas (9i
1 ¦wè
Ws. PÍWyW/v'tom*i ü ümm, ,k ip^pllf í fP|fm w,tonw m
wm 1\ _
Solução do problema n. 111 (Dr. Antônio Pires)1-C 6 B, R 5 D-2--C 4 R x etc.1_ R 3 D ou PX G-2-D 2 T x etc.1_ , P 5 B, T 6 T ou C 7 R — 2 — C5 G x etc.1 , outra —2 —C 4 R —x, etc.
Solução do problema n. 112 (Capo)1-D4CD, P4R-2-D4Rx, etc.1- , P 5 D-2-DX P D, etc,
Resolvidos pelos srs.: Theo, Lafs, Silvano, Mlle B.Vedo, Alipio de Oliveira, Jofemo,Roberts, Dr. B.
I, !,:
: ¦ vi* vir
,'¦',
E.G. R. (Palmyrà), Dr. C. L., Caíssano e Salvio;Anto e 109 (anterior) K. R.
n. 112,
\r\^syx/\/v/v*
EN PASSANT
Deve inaugurar-se hoje, no edifício do CassinoFluminense, sede do Club dos Diários, a sal.) de xadrez,onde, a convite cia distincta directoria deste club, seinstallará o Centro Enxadrista desta Capital.
A sala destinada a essa diversão é a que- fica ádireita de quem-entra, a mesma em que se effectuouo nXatch telegraphico Brasil-Argentina.
E' um grande serviço que o Club dos Diáriospresta ao aristocrático jogo de xadrez, facultando umlocal verdadeiramente digno dos insignes cavalheirosque o cultivam.
Partida n. 37 — (Gambtto Evans)(Com o partido do C. D.)
Brancas (Zukertort) Pretas (C. W. Phillips)P 4 P 4 RC 3 BR C 3 B D
3B4BD B4BD4 P 4 C BX!P5P3BD B4TD
Roque P 3 DP 4 PXP
8D3CD D3BR9P5R PXPR,10B5CR D3CR11 TR1R B 3 C D12CXPR cx;c^13 TX C RI B14 PX BXP15 T 1 P 4 B D.16 TX B B 3 R17 DX T 1 B D18 D^Tx! Abandonam.
Toda a correspondência deve ser dirigida para aredacção do Jornal do Brasil, á rua Gonçalves Diasn. 54, * Secção de Xadrez x,
lleibas.
LOTERIAESPERANÇA
EXT DIÁRIASEM
WÈÈM e ARACAJU'Os bilhetes acham-se á venda em todas as localida-
des do Brasil e especialmente na agencia geral á rua 'Visconde do Rio Branco n. 67, Nictheroy — O representante da companhia, M. MELLO.
¦
J
í
Brancas (12; — Mate em 2 lances
LOTERIAS DA CANDEARIAEm beneficio do Recolhimento de 1S. da Piedade
Sob a immediataresponsabilidade da mesma Irmandade, decretos
municipaes ns. 543, 7 de maiode 1898 e 779, de 3 de novembro de 190O
PRÊMIO MAIOR "',20:000*000Acceitam-se pedidos de números certos para todas
as loterias. Os pedidos do interior ripvem vir acompa-nhados do respectivo sello. As encommendas são res-peitadas até á véspera do dia da extracção.
As vendas verificam-se até uma hora antes daextracção.
AGENCIA GERAL
88 RUA DOS OURIVES 88 tO AGENTE GERAL. \\
JOSÉ JOAQUIM DO ROSÁRIO. \{
1
vv./:'— •. ¦.. ¦ ...
I
mm ,-fUi
WsESB
REVISTA DA SEMANA—Edição semanal illustrada do JORNAL DO BRASIL
LYCETOL MAMADO EFFIVESCENTE 2Preparado pólos Pharmacouticos fc*
P O Lycetol (tartrato de dimethyl piperazma) L|ôo mais poderoso dissolvente do ácido uri jo, @)(f e. sob a fôrma agradável e elegante de gra- f)anulado efervescente, corresponde âs seguinte*. £
INDICAÇÕES g)fe) Diathese urica, areias, cálculos biliáres, e f®^vesicaes, inflammações dos rins e da bexiga,. t(| rheumatismo, gota, dermatoses inflamniatorias, g(f arterio-sclerose, eólicas, nèphriticas, etc., etc. f)modo de Usar r
Toma-se pela manha, ao meio-dia e á noite, \%&^ na áohQ ao conteúdo de uma a duas medidas @J(das que acompanham o frasco) de uma vtz, '
è dissolvido em água simples ou em outro li-Çquido, ou então ás refeições, segundo a recom-^mendaçao do medico. (Vide a Bulla).
8, RUA PRIMEIRO DE MARÇO, 8IRIO IDE JANEIRO
A SUL AMERICAé a mais importante
Companhia de segurosst ""~CbDEVIDA
Funccioriando no Brasil
Possuo fundo de garantia — Realizado em di-nheiro e superior a Rs. 8.500:000f)00
Já emittiu seguros no valor superior aRs. 100.000.000^000
Pagou por sinistros mais da Rs.. 2.500:000$000.
Única Companhia Brasileira que funecionanas Republicas Argentina. Uruguay. Chile, Per o,
Bolívia. Equador e Paraguay
SEDE SOCIAL
56. Rua do OuvidorRIO DE JANEIRO
COMPANHIADE
Loterias Nacionaes do BrasilSKDK: CAPITAL FEDERAI/
RUA NOVA DO OUVIDOR 92 e 92 ACaixa do Correio o. 41
Endereço telegrapMco — LOTERIAS
LOTERIAS DA CAPITAL r KDEf\AIEXTRAtCÔEUjDUJOSE' l. 92
LOTERIA DA CAPITALEXTRACÇÃO
SABBADO Io DE MARÇOÁS 3 HORAS DA TARDE
IV. 44 - 44a
50:OOOíOOOInteiros 68000, oitavos 750 réis
Sabbado 8 de março próximoÁS 3 HORAS DA TARDE
N. 75 - 9a
00:0008000Inteiros 15$000 — Vigésimos 750 réis
Os bilhetes acham-se á venda nas agencias geraesde Camões & C, becco das Cancellas n. 2 A, endereçotelegraphico PEKIN, caixa do Correio 946 e Luiz Vel-loso «& c, rua Nova do Ouvidor n. 10, endereço tele-graphiço LUZVEL, caixa do Correio 817, as quaes sórecebem era pagamento e pagam bilhetes premiadosdas loterias da Capital Federal e encarregam-se dequaesquer pedidos, rogando-se a maior clareia nasdireeções.
Acceitam-se agentes no interior e nos Estados, dar-do-se vantajosa commissào.
e a queda do cabelloEffeito 4tf
PRODIGIOSA PREPARAÇÃO J?CONTRA A GASPA J&
Fcerto em oito 4Qw
dias 4ÇÍ*^O VENDE-SE
AT DEPÓSITOS :
jQf Casa Merino, rua do Ouvidor*V n. 129, e rua Gonçalves Dias d. 57.
EMtodas as casas de per-
fumarias
iPHOTOGRAPHIAI
Grande sortimento de material photo-graphiço, recebido directamente; machi-nas, chapas, papeis, produetos chimicos,etc, etc.
Acaba de sahir do prelo a nova edi-ção do catalogo, contendo as formulasusadas pelos principaes photographos eamadores desta Capital e da Europa.
—«DISTRIBUIÇÃO GRATUITA»—
bp$tb§çbto52 I\aa Gopçalties Dias 52
SOBRADO
<*
Ç\To/\*~
^^"^
OFriCINAS GRAPHICAS
JORNAL DO BRASIL
REVISTA DA SEMANAOS TRABALHOS
SÃO EXECUTADOS COM PERFEIÇÃOA
119/t tf ¦ ¦//¦
/t.
.-":"*>,
MODICIDADE
^
JEZLERE1 o fabricante de charutos mais antigo
e mais acreditado da Bahia. Emprega paraa confecção de seus charutos —fumo velho
de safras anteriores — Experimentem as
marcas : CONCÓRDIA, IRMÃS, BENJAMIM
VICT0RIA, CREME e AROMATICOS.
A' venda em todas as charutariasE NO
DEPOSITO DOS AGENTES•BOÍiEL & G.
62 Rua da Quitanda 62
Sff Jt
%?.
*í«u DHimÃimniàÊs
' —&*£—
*| A. F. de Sá Rego<%Y ESPECIALISTA
*l 1 RUA GONÇALVES DIAS 1 $_)E(-
í\í PRAIA DE BOTAFOGO 2128Í
(St (D(MiÍaüt>aSociedade de seguros mútuos sobre
a vida, terrestres e marítimos
EMITTE APÓLICESde seguro de vida com resgate em dinheiro
mediante sorteio annual emvida do segurado, desde o primeiro anno
de seguro.Seguros realizados. . . . 85.000:000*000
Pedir prospectos naSEDE SOCIAL Á
7 RUA DA CANDELÁRIA 7
' <& ^s « I ! ® i*m. ** Uü ?*~' -. 5 >!VO'•o "i i O
cJ ^ sS S g o£ #!V^ ^ si:: :^ ;^^ •>• ^^ 5553 ¦<,»•!
^^ Wi ^^ I CO © $ (ú aj
S%> g. «-* I'. R: v
±ri ^^ S Tt ¦—3 © tj X
v; g, t .s ri ,^1
I 0 ¦ 1 f li *0 ° í ;Ü *
REVISTA DA SEMANA - Edição ssmanal illustrada do JORNAL BO BRASIL
i •¦¦ •
ARÍSTOQUÜA ll|||> per m
r
"¦¦ "¦"¦—'-*»•—'•' ¦!• IMMI->Ml«MUBMlll«ll «WlMndNtlJ
, 0 visconde Simplicio Milifcão é paupérrimo. Levanta-se maldesponta á manhã e faz a sua tõilette num copo de pequenasdimensões, ; Aí
' *™."U'.j w.i*<i>i.»m——_—_.,«« „, 0Mm>xiuniJ
Depois enverniza as botinas e fal-as seccar por meio de umique japonez. . (
E,' - y¦>lVÍ',^.tf .«'li»...'-!*.: V ...j.'i ¦ ¦•*'.'i«A».».~-.l«JJ- iíV'1-: ¦¦'. -. . '¦¦¦.¦'.."¦:¦ Ml
rfl1?""^ ¦ l .""rT—,f~Tririii n i |i. ¦CTii<mi..iiii,-rr
f^*L.'iiJI • ivi * **'!'*; '¦'¦$! 1.'/"^
i**»'»'>»i«i'«i««»i BBBBIHBjN^Bfefl ^__f^
tu.,., t_-—I Himilllll IIIIMI WIM11MMH--HI
Pinta as meias com cores combinadas.
Anles de vesti,- o paletot còlloca os punhos e ,.,,,11,,.mito
-!mih\\-q vestido dos pés á cabeça. Prepara então o seu guarda-vn, meíhmdo a bengala em uma capa de panno. fe
Anles de sahir de casa come qualquer cotisa, na folia de nào «•leite,. E agora toca a flanar, a Iodos encantando K»ni :V >iutelegância.
Top Related