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EDUCAÇÃO EM SERViÇO - TREINAMENTO PARA ALUNOS DO 4 ° ANO DE ENFERMAGEM

Maria Madalena Ferrari Criva ri 1 7

Maria Lúcia da Silva 1 8

R ESUMO: R e l ata o conta to de a c a d êmicos d e enferm a g e m c o m o

trei n a m e n to e rec i c l a g e m d e u m a e q u i p e d e f u n c i o n ários d a en­ferm a g e m d e u m hospita l gera l . a través d e u m projeto d e extensão. Observ a mos q u e a partic ipação n esse projeto reforç ou nos a c a d ê m i cos d e e nferm a g e m a i m p ortâ n c i a do p a p e l e d u c a tivo do enfermeiro e

m ostrou-nos a n e c ess id a d e de c o n ta tos fre q ü e n tes entre a c a d ê m icos d e

enferm a g e m e s u a f u n ç ã o e d u cativ a , para q u e a pós formados poss a m desenvolver a e d u c a ç ã o e m serv iço , pri n c i p a l m ente j u n to à s u a e q u i p e d e tra b a l h o , c o m segura n ç a .

UNIT E RMOS: E d u c a ç ã o - P a p e l e d u c a tivo d o Enfermeiro .

I NTRODUÇÃO

O enferme i ro no decorrer de sua vida profi ss iona l desempenha papé is como : o ass istencia l , o adm in i strativo e o educat ivo. re lacionando-se com a equ ipe de traba lho , pacientes , fam í l i a e comun idade . É o l íder da equ ipe de enfermagem, e os membros que cdmpõem esta equ ipe são os responsáveis pe la ass istência prestada ao paciente du rante as 24 horas do d ia . Rea l iza r educação em serv iço é interferi r d i retamente na melhoria da qua l idade de serv iço a ser oferecida ao c l iente , além d i sso . o papel educativo do enferme i ro auxi l i a na estrutu ração dos demais papé is .

Para desempenhar esta função , o profiss iona l precisa desenvolver uma caracterist ica importante que é a comun icação , essência para a concretização da i nteração que envolve um processo educativo . Com esse objet ivo a proposta fo i desenvolver ativ idades de comun icação du rante a d iscip l i na de re lações i nterpessoa i s , onde o acadêmico estava desenvolvendo estudos ma is aprofun­dados acerca desse assunto . Propusemos-nos a co locar o acadêm ico do 4° ano em contato com o tre inamento e recic lagem de uma equ ipe de funcionários de enfermagem de um hosp ita l gera l , fazendo com que essa partic ipação fosse o mais próx imo possíve l da rea l idade que após formados v ivenc iarão com suas equ ipes de traba lho .

Com esta proposta os a lunos part ici param de um projeto de extensão com os segu intes objet ivos para que fossem capazes de :

- Levantar temas bás icos junto à popu lação a lvo .

1 - Enferme i ra do setor de Educação Conti nuada do Hospi ta l Evangél ico de Londrina . I � Enfermeira docente da discip l ina Relações I nterpessoa i s do Centro de Estudos Superiores de

Londri na .

R. nras. I�·nli.mll . Bras í l ia . v . -lI). n . I p. 65 -74. jan . /mar. 1 1)1)6

- Pr iorizar os temas de acordo com as expectativas e necess idades do pessoal de enfermagem

- Elaborar o processo de tre inamento . - Executar o tre i namento . - Ava l ia r o processo v ivenciado

A part i r desta at iv idade desenvolv ida pelos a lunos . e laborou-se este traba lho objetivando co letar dados que re latassem a percepção do a luno com re lação ao processo v lvenclado

REVISÃO DE LITERATURA

Crivar? entende "como de crucia l va lor o desenvolv imento de um processo educativo , contí nuo , d inâm ico , s istemático , envolvendo o traba lho durante o efetuar de suas ativ idades , va lorizando suas experiências , sua h i stória . seus sentimentos , seus conhecimentos e ava l iando esse processo educativo , de forma ta mbém s istemát ica para o aproveitamento do mesmo" .

Vie ira et a i , apud Padilha5 , afi rmam que a educação é essencia lmente uma ativ idade humana de com un icação . Sendo um ser socia l . o homem com u n lca­se com o fato re lacionando-se . A educação s ign i f ica todos os p rocessos pe los quais o homem adqu i re compreensão do mundo. bem como apt idâo para l idar com seus prob lemas .

Padilha complementa que a educação em serv iço é fundamenta l para uma tomada de consciência da necess idade de formação s istemática , programada de modo a ati ng i r todos os n íve is de pessoa l , oferecendo a todos oportu n idade de cresc imento profiss iona l e pessoa l .

Rodrigues6 ressa lta q u e a educação em serv iço , proporcionada de modo crítico e construt ivo , constitu i o e lemento fundamental para a transformação dos serv iços de saúde .

Ch a ves et a l 1 acred itam que os traba lhadores , depo is que são se lecionados , raramente estão prontos para um desempenho eficaz . Até I mesmo os empregados com longo tempo de serv iço precisam de tre inamento , po is este os ajuda a ev i tar a obso lênc ia e a desempenhar melhor suas ativ idades .

Ressa lta também que a educação em serv iço em enfermagem s ign if ica a aqu is ição progress iva de competência , que só será reconhecida á medida que a qua l idade do cu idado se reve la na tota l idade da prática de ass istência de enfermagem.

Para Cas tro, apud Crivar?- . educação em serv iço é um p rocesso p lanejado, que se efet iva no ambiente de traba lho , v isando o preparo do pessoal para faci l i ta r a sua adaptação e o desenvolv imento das qua l idades pos it ivas que permitam o seu progresso .

Cha ves et a l 1 colocam que o tre inamento serve como um processo de transformação quando empregados não tre inados são transformados em traba lhadores capazes , pe lo menos quanto ao aspecto de con hecimentos .

I? Um.\". Fn/CrIJl . B rasí l i a . \ ' . -lI) . I I 1 p. (»)-7-l. ja l l . /mar. 1 1)')(, (,(,

Crivar/- coloca que a educação deve ser reciclada . e conseqüentemente modernizada , opondo-se efetivamente aos dogmas da inércia , já que tem no seu bojo o d inam ismo do cotid iano , do meio socia l i nexoravelmente c íc l ico no qua l está i n serida .

O acadêmico de enfermagem é um futu ro profi ss iona l , sendo por isso necessár io ser tre inado no seu processo educaciona l para o desempenho do seu papel educativo .

Sousa7 afirma que o empenho por mudanças no ens ino da enfermagem decorre da necess idade de que a formação do enferme i ro deve ser ajustada ás crescentes ex igênc ias de saúde da popu lação , com curri cu los adequados á rea l idade socia l .

Bas tos, apud Rodrigues6 , coloca que a necess idade de manter atua l izado o pessoal da saúde torna-se ev idente , ao mesmo tempo que se torna necessária a mudança no conteúdo da educação , que não pode ma is restri ng i r-se aos con hecimentos práticos puramente ut i l itá rios que serão u ltrapassados rap idamente ; deve e la permit i r a cada um adqu i ri r apt idões que faci l item adaptações às ci rcunstãncias .

Para Padilha4 . o enferme i ro é um educador em qua lquer campo de atuação, seja no . ens ino ou em serv i ço , e tal função é tão i m portante quanto a ass istencia l , adm in i strativa ou cient ífica . po is estas , sem a educação , de ixam de ter s ign if icado . Portanto , a formação u n ivers itária deve ser fundamental para que o enferme i ro adqu i ra uma v isão educativa do seu traba lho perante a equ i ­pe , fam i l i a res e comu n idade .

Souza7 enfatiza que os prob lemas l i gados à defi n ição do papel do enferme i ro passa certamente pela compreensão , aprofundamento e apr imoramento das funções do superv isor . em que ele deve assumi r i ntegra lmente as tarefas de capacitação dos serv iços .

A O M . S 3 precon iza que o processo educativo . a lém de aumentar a eficiência da organ ização , aumenta a sati sfação dos agentes no traba lho , e deve ser cons iderada um e lemento essencia l no processo da carre i ra a ser oferecido a cada traba lhador , i nd iv idua lmente , como um d i re ito bás ico .

U m s i stema adequado d e ed ucação , segundo a O . M . S . , apresenta a s segu intes característ icas : a ) u n iversa l idade : deve m in i stra r educação a todos o s membros de cada categoria de pessoal de saúde : b ) deve s e r baseada n a aná l i se d a s necess idades ; c ) deve s e r seqüencia l e progress iva du rante toda a carre i ra do traba lhador: d ) deve estimu la r a cooperação entre esco la e serviço; e ) deve estar estritamente re lacionada com outros s i stemas de formação de recursos h umanos de saúde em part icu lar .

A aprend izagem deve estar re lacionada à v ivência do traba lhador . Os p rofi ss iona is de uma mane i ra gera l aproveitarão melhor as oportun idades quanto mais p róximas e las forem das suas rea l idades e mot ivações .

Rodrigues ressa lta q u e o campo da medic ina e m gera l , pe la s u a natureza , parece que é onde se tem adqu i rido ma ior experiência em educação . Complementa a inda que é por meio do pape l de educador. v i ncu lado às suas

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experiências práticas , que os enfermeiros vão entender o s ign if icado dos novos conceitos e seu papel face a e les .

Coloca também que o profiss iona l pode se tornar marg ina l izado não só pela ignorânc ia dos avanços da ciência ou da sua prática como também pelo esquecimento dos conheci mentos adqu i ridos através da escola ou da prática ; portanto , para operaciona l izar um projeto inovador na área de saúde , é essencia l a formação e reciclagem de recursos humanos .

Para Sousa? , a prática de enfermagem deve atuar de forma i novadora nas institu ições e na comun idade , p roporcionando uma ass istência i ntegral que envo lve s imu ltaneamente o atend imento ind iv idua l curativo com o aspecto social e preventivo . Deve também levar em conta suas re lações i nterpessoa is dentro da equ ipe de saúde onde vai prevalecer a competência técn ica .

Acrescenta , a inda , q u e a s ráp idas transformações socia is e cientif icas requerem que a enfermagem se adapte ás crescentes exigênc ias de saúde da popu lação e cr ie e lementos que tornem operaciona l o s istema de serv iços da popu lação .

Atua lmente busca-se na área da saúde uma otim ização do s i stema , tornando-o efetivo e eficiente . Para tanto , todos os profiss iona is da área de saúde devem envolver-se com esta proposta , i n ic iando seus esforços numa atuação i ntegrante .

Segundo Carruf, apud padilh a4 • nosso crescimento i nte lectua l e emocional depende das hab i l idades rea is que temos para estabelecer re lações construtivas no sentido de obter-se a compreensão e a aqu iescência de quem precisa de ajuda . Portanto , a prática pedagóg ica não pode ser desv incu lada da ass istencia l para não corrermos o r isco de formarmos enferme i ros sem uma visão amp la da saúde hosp ita lar e comun itária , coerente com a rea l idade .

METODOLOGIA

o presente estudo fo i desenvolvido junto a 20 acadêmicos do curso de enfermagem , que partici param do projeto de extensão intitu lado - EDUCAÇÃO EM S E RViÇO TR E I NAMENTO PA RA ALU NOS DO 4° ANO DE EN FERMAG EM.

Esta ativ idade de extensão aconteceu durante o ano de 1 994 em um hosp ita l de médio porte , com aprox imadamente 240 le i tos . da c idade de Londrina no estado do Paraná ; que serve como campo de estág io para o curso de enfermagem de uma institu ição particu lar de ens ino superior também loca l izada na c idade de Londrina , estado do Paraná .

Todos os a lunos que cursavam o 4° ano deste curso partici param desta ativ idade . Tota l izavam 20 a lunos que foram d iv id idos em g ru pos de 6. 7 e 7 alunos respectivamente . A supervisão era fe ita pela professora da d iscip l ina Relações I nterpessoa is e pela enfermeira da Educação Conti nuada do hosp ita l .

Esta ativ idade era rea l izada durante o horário de traba lho da equ ipe de enfermagem do período vespertino , por ser o horário menos atri bu lado de ativ idades hosp ita lares , e desenvolv ida gera lmente na sa la destinada ao lanche dos funcionários , por ser este o ún ico loca l d ispon ive l nos setores .

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o projeto de i nser ir o a luno de g raduação em ativ idade de educação em serv iço con stava dos seg u intes passos :

1 . Os a l unos reun iam-se com as superv i soras em uma sa la do hosp i ta l , onde receb iam todas as orientações re lat ivas à d inâm ica da ativ idade . N esta oportun idade cada part ic ipante esco lh ia seu setor de atuação entre u n idades méd ico-ci rú rg icas , matern idade . ped iatri a , berçário e hemod inâm ica , de acordo com sua p referência e com a d ispon ib i l idade do hosp i ta l .

2 O a luno permanecia no setor esco lh ido , apresentando-se aos fu ncionários , explanando sobre os objet ivos da educação em serviço, fornecendo deta lhes sobre o projeto e co letando junto às equ ipes temas que poderiam ser abordados . após se leção de todas as sugestões , eram e le itos 3 assuntos cons iderados priori tários por todos .

3 De posse dos temas esco lh idos , a l unos e superv isores reu n iam-se na b ib l ioteca da facu ldade para levantamento b ib l iográfico e as dev idas orientações ind iv idua is sobre como as pa lestras deveriam ser montadas e que recursos cada a luno poder ia ut i l izar para faci l i tar o aprend izado da equ ipe acerca dos assuntos determ i nados .

4 . A part i r da í cada a luno passava a traba lhar os temas que deveriam ser apresentados , rea l izando estudos e organ izando sua pa lestra por i nte i ro . Esta ativ idade era desenvolv ida sob superv isão i nd i reta , ou seja . o a luno só p rocurava o professor se houvesse necess idade .

5 . Concl u idas as pa lestras , eram rea l izadas novas reu n iões (norma lmente em três d ias ) onde cada estudante apresentava seus assuntos para os dema is . Esta apresentação serv ia de tre ino para o a luno e de revisão ou aprend izado para os dema is . Estes encontros antecederam em pe lo menos uma semana os tre inamentos com a equ ipe de enfermagem, para que cada acadêmico pudesse rea l izar as a lterações necessárias . Estas poss íve is mod ificações eram suger idas pelos superv isores e demais a lunos ouv intes .

6 . Com tudo acertado , os a lunos d i rig iam-se aos setores para rea l ização dos tre inamentos . A equ ipe de enfermagem de cada u n idade era d iv id ida em dup la ; enquanto do is membros ass ist iam as pa lestras os demais p restavam ass istência aos pacientes . Portanto , cada a luno repetia sua au la quantas vezes fossem necessár ias de acordo com a d ispon ib i l idade e o n ú mero de func ionários de cada u n idade . Este tre inamento t inha a duração de três d ias consecutivos , onde d ia riamente era abordado um tema d iferente , gastando-se no máx imo 40 m inutos por apresentação .

7 . Term inados os tre inamentos . cada func ionário receb ia uma folha de ava l iação , onde ser iam dadas notas variando de O a 1 0 nos segu intes itens : - re lacionamento entre ele e o i nstrutor - recursos aud iov isua is -tempo gasto pe lo i nstrutor para expor o assunto - clareza e domín io do i nstrutor na exposição do assunto - loca l e horário do tre inamento -ava l iação de como ti nha s ido sua aprend izagem e sugestões . Concom itante a isso os a l unos tam bém preench iam u m outro formu lário contendo os mesmos itens em s i stema de auto - ava l iação . Ao fina l , os a l unos receb iam o seu i nstrumento e o i nstrumento ut i l izado pelos funcionários para que pudessem compara r as notas dadas e as

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receb idas , percebendo a d iferença entre como ele se v iu e como fo i v isto enquanto i nstrutor.

Todo este processo fo i repetido com cada grupo de a lunos . Para a coleta de dados desta pesqu isa uti l izou-se de um formu lário

(Anexo 1 ) constando de perg untas abertas e fechadas , referi ndo-se á experiênc ia v ivenciada no p rojeto .

A tabu lação dos dados fo i rea l izada através de números i nte i ros e porcentagem .

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Na d i scussão dos resu ltados será abordada a v ivência dos a l unos neste projeto .

Coletar estas i nformações é de grande importância para o progresso do traba lho desenvolv ido , v i sto que educação em serviço é uma ativ idade inerente ao p rofiss iona l enfermei ro .

Dos dezenove questionários d i stribu ídos aos a lunos , q uatorze foram devolv idos e t iveram seus resu ltados tabu lados e ana l i sados .

TABELA 1 : Distribu ição dos a lunos quanto à questão "Você sentiu d ifi ­cu ldade no leva ntamento dos temas ?"

Pela anál ise dos dados da Tabela 1 , pode-se observar que a malona dos a lunos 1 3 (92 , 83%) re lataram não terem sent ido d if icu ldades no levantamento dos temas e apenas 1 (7 , 1 4%) referi u te r encontrado d ificu ldades nesta etapa e a legou ter s ido pe lo des interesse de a lguns funcionários .

Este des interesse demonstrado por uma pequena porcentagem de funcionários também contribu i para a experiência vivenciada pelo a luno , v isto que ele teve que tre inar sua capacidade de criativ idade e motivação quanto à necess idade de aprimoramento técn ico-cient ífico po is , para PA D I LHA (4) , a educação em serv iço não funciona se não houver o envo lv imento partic ipativo de toda equ ipe no processo . demonstrando o quanto é importante o traba lho e o comprometimento conjunto , na obtenção dos resu ltados esperados .

TABELA 2 : D istribu ição dos a lunos quanto à q uestão "Você sentiu d ifi ­cu ldades na confecção das au las ?"

R. Hms. Fn/álll . Bras í l ia . v . � I) . n . 1 p. (í 5 -7�. jan ./mar. 1 1) % 70

Os dados da Tabela 2 demonstram que apenas 3 (2 1 ,43%) dos a lunos sent i ram d if icu ldades na confecção das au las . sendo que os motivos apresentados foram a fa lta de tempo para e laboração das ativ idades e desconhecimento dos assuntos selec ionados pelos func ionários . 1 1 (78 , 57%) dos entrevistados re latam não terem tido prob lemas na confecção das au las .

TABELA 3 : D istribu ição dos a lunos quanto à q uestão "Você sentiu d ifi­cu ldades na rea l ização das au las ?"

A aná l i se da Tabela 3 nos mostra que 1 2 (85 , 72%) dos ana is cadêmicos referi ram não terem encontrado obstácu los na rea l ização do tre inamento com os funcionários e 2 ( 1 4 , 28%) re lataram que s im e afi rmaram que esta era uma experiênc ia m u ito nova para e les .

Para C HAVES et a i ( 1 ) o tre inamento de funcionários é imprescind ível e deve-se sobrepor a qua lquer d ificu ldade , cons iderando-se que quanto menos se tre ina o pessoal ma is i ntensamente é preciso superv is ionar.

TABELA 4 : Os dados da Tabela 4 referem-se à questão "Houve a lguma d i ­ficu ldade no seu re lac ionamento com os func ionários ?"

A aná l i se dos dados da Tabe la 4 demonstra que 1 1 (78 , 57%) dos a lunos não t iveram prob lemas de re lacionamento com os funcionários e 3 (2 1 ,43%) referi ram d if icu ldades de re lacionamento a legando que a lguns membros da equ ipe não demonstraram interesse nos tre inamentos e outros reclamaram do loca l em que os traba lhos estavam sendo rea l izados .

Acred ita-se que a necess idade de aprend izagem e aperfe içoamento seja inerente à maioria dos seres h umanos . Conforme San tos et a i , apud Padilha4 , a educação continuada é um processo conti nuo e p lanejado que v isa prop ic iar ao homem ascensão pessoal e profiss iona l .

TABELA 5 : D istribu ição d o s a lunos segundo à q uestão "Você sentiu a lgu­ma d ificu ldade no re lac ionamento com os enfermei ros ?"

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Quanto à d ificuldade de re lac ionamento com os enferme i ros ; 1 3 (92 , 86%) dos acadêmicos relataram que essa re lação fo i tranqü i la , que os erlfertneiros das un idades contribu í ram para o bom andamento dos tre inamentos colaborando em todos os aspectos ; apenas 1 (7 , 1 4%) referi u prob lemas de entrosamento com o enfermeiro responsável pela un idade .

TABELA 6 : Distribu ição dos a lunos quanto à contribu ição ou não do pro­jeto na sua vida profiss ional

Todos os g raduandos - 14 ( 1 00 , 00%) - foram unân imes em afi rmar que a part ic ipação neste projeto contribu i rá para sua v ida profiss iona l .

Este t ipo de ativ idade proporcionou resu ltados posit ivos na formação dos acadêmicos ; segundo padilha4 , os a lunos do curso de graduação são futu ros profiss iona is e, se não obtiverem uma educação adequada ao p resente , or ientada ao futu ro e que enfatize a reflexão , serão sempre rot ine i ros e jamais agentes de mudança .

TABELA 7 : Distribu ição dos a lunos quanto à s u a op in ião sobre o s aspec­tos positivos do projeto.

OBS. : - Os a lunos deram mais que uma resposta a esta q uestão . Pe los dados desta Tabela observa-se que a maior ia - 5 (26 , 32%) -

respondeu que este projeto faci l itou o re lacionamento entre e les e os demais membros da equ ipe , e a mesma proporção - 5 (26 , 32%) - referi u aperfe içoamento no seu próprio con hecimento científico .

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TABELA 8 : Distribu ição dos a lunos quanto às críticas com relação ao projeto.

A Tabela 8 demonstra que 1 0 (6 1 , 50%) não fizeram críticas ao p rojeto, 2 ( 1 2 , 50%) sugeri ram que todo o processo de desenvolv imento dos traba lhos fosse ma is longo , 2 ( 1 2 , 50%) que houvesse um loca l ma is adequado para o tre inamento e não sa la de lanche, 1 (6 ,25%) que os enfermei ros partici passem de forma mais efetiva inclu indo uma ajuda na confecção e execução dos tre inamentos e 2 (6 , 25%) que os funcionários fossem ma is estimu lados a participar através de melhoria no p lano de cargos ou pagamento de horas ex­tras .

A tota l idade dos dados co letados refletem a importância da ut i l ização de técn icas comun icativas pelo a luno , do exercício da criativ idade, da motivação e da importância do p lanejamento part icipat ivo da equ ipe envolv ida .

Cons ideramos q u e esta prática deva estar inserida no aprend izado do a luno , p reparando-o para o desempenho de seu pape l profiss iona l .

CONSIDERAÇÕES F INAIS

A anál ise dos resu ltados nos poss ib i l i ta conclu i r que : - A ma io r parte dos acadêmicos (92 ,68%) não senti ram d ificu ldades quanto

ao levantamento dos temas . - Apenas 2 1 ,43% sentiram d ificu ldades na confecção das au las . - Doze a lunos (85 , 72%) referi ram não terem encontrado obstácu los na

rea l ização do tre inamento e onze (78 , 57%) re lataram não terem t ido p rob lemas de re lacionamento com os funcionários .

- Somente 1 a luno (7 , 1 4%) colocou prob lemas de entrosamento com o enferme i ro responsável pe la un idade .

- Todos foram unân imes em afi rmar que a part ic ipação neste projeto contribu i rá para sua v ida profiss iona l , citando como pontos pos it ivos me lhora no relacionamento com enferme i ros e funcionár ios , amp l iação dos seus p róprios conhecimentos técn ico - científicos , fornecimento de subs íd ios para sua futura v ida p rofiss iona l , desenvolv imento dos aspectos d idáticos e educativos , a lém da oportun idade de aprimoramento .

- A ma ioria - 1 0 (62 , 50%) - não fez nenhuma crítica ao p rojeto .

CRíTICAS E SUGESTÕES FEITAS PELOS ACADÊM ICOS

1 . Desenvolver o p rojeto em um período mais longo . 2 . M in i strar as au las em loca l ma is apropr iado.

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3 . Maior envolv imento e participação do enfermeiro da un idade . 4 . Estimu lar a participação dos funcionários através de melhorias no p lano

de cargos e sa lários ou pagamento de horas extras . Espera-se que a d ivu lgação deste relato possa contribu i r na imp lantação de

novos projetos que ressa ltem a importância do papel educativo do enfermeiro .

ABSTRACT: This work reports the trainee-nurses contact with recycling of a nursing team at a general hospital through an extension project. It has been observed that the participation in thsi project reinforced to the trainee-nurses the importance of the nurses educative role and have showed us the necessity of more frequent contacts between trainee­nurses and their educational role, so that, after graduation, they will be able to develop education in service, mainly next .to their work-team with security .

K EYWORDS: Educatiçm - Nurse Educational Role

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