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Entrevista Psicológica em Aconselhamento Psicológico

Profª. Janaina Seixas

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DEFINIÇÃO

• A entrevista psicológica é um processo bidirecional de interação, entre duas ou mais pessoas com o propósito previamente fixado no qual uma delas, o entrevistador, procura saber o que acontece com a outra, o entrevistado, procurando agir conforme esse conhecimento (WIENS apud NUNES, In: CUNHA, 1993).

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A importância da entrevista

• A entrevista é o principal instrumento na investigação/intervenção

Por meio da entrevista é possível colher informações valiosas para:

• o diagnóstico clínico, • para conhecimento da dinâmica afetiva do

paciente, • além de permitir o início de uma intervenção.

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Tipos de entrevista em saúde mental

• Diagnóstica – Visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente, bem como as indicações terapêuticas adequadas. Coleta de dados sobre a história do paciente e sua motivação para o tratamento. Quase sempre, a entrevista diagnóstica é parte de um processo mais amplo de avaliação clínica que inclui testagem psicológica;

• Psicoterápica – Procura colocar em prática estratégia de intervenção psicológica nas diversas abordagens para acompanhar o paciente, esclarecer suas dificuldades, tentando ajudá-lo à solucionar seus problemas;

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Tipos de entrevista em saúde mental

• Encaminhamento – Logo no início da entrevista, deve ficar claro para o entrevistado, que a mesma tem como objetivo indicar seu tratamento, e que este não será conduzido pelo entrevistador.

• Seleção – O entrevistador deve ter um conhecimento prévio do currículo do entrevistado, do perfil do cargo, deve fazer uma sondagem sobre as informações que o candidato tem a respeito da empresa, e destacar os aspectos mais significativos do examinando em relação à vaga pleiteada, etc.;

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Tipos de entrevista em saúde mental

• Desligamento – Identifica os benefícios do tratamento por ocasião da alta do paciente, examina junto com ele os planos da pós-alta ou a necessidade de trabalhar algum problema ainda pendente. Também é utilizada com o funcionário que está deixando a empresa, e tem como o objetivo obter um feedback sobre o ambiente de trabalho, para providenciais intervenções do psicólogo em caso, por exemplo, de alta rotatividade de demissão num determinado setor;

• De Pesquisa – Investiga temas em áreas das mais diversas ciências

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Entrevista Inicial

• Semidirigida, durante a qual o sujeito fica livre para expor seus problemas.

• O empenho do terapeuta nessa primeira entrevista pode ter uma influência decisiva na continuidade ou no abandono do tratamento

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Entrevista Inicial

• As primeiras impressões sobre o entrevistado, sua aparência, comportamento durante a espera, são dados que serão analisados pelo entrevistador, e que podem facilitar o processo de análise do caso.

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Entrevista Inicial

• O modo de chegada do paciente à consulta (por si mesmo, enviado por alguém ou a conselho de alguém, etc.);

• O tipo de relação que o paciente procura estabelecer com o seu terapeuta;

• As queixas iniciais verbalizadas pelo paciente, em particular a maneira pela qual ele formula seu pedido de ajuda (ou sua ausência de pedido).

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Entrevista Inicial

• A partir dessas impressões e expectativas, entrevistador e entrevistado constroem mutuamente suas transferências, contratransferências, e resistências

• Um clima de confiança proporcionado pelo entrevistador facilita que o entrevistando revele seus pensamentos e sentimentos sem tanta defesa, portanto, com menos distorções

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Entrevista Inicial

• No final dessa entrevista devem ficar esclarecidos os seguintes pontos: horários, duração das sessões, honorários, formas de pagamento (quando particular), condições para administrar instrumentos de testagem e para as condições de consulta a terceiros.

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TIPOS DE ENTREVISTA

• Entrevista Informal (livre ou não-estruturada) – É o tipo menos estruturado, e só se distingue da simples conversação porque tem como objetivo básico a coleta de dados. O que se pretende é a obtenção de uma visão geral do problema pesquisado, bem como a identificação de alguns aspectos da personalidade do entrevistado;

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TIPOS DE ENTREVISTA

• Entrevista Focalizada (semi-estruturada ou semidirigida) – É tão livre quanto a informal, todavia, enfoca um tema bem específico. Permite ao entrevistado falar livremente sobre o assunto, mas quando este se desvia do tema original o entrevistador deve se esforçar para sua retomada;

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TIPOS DE ENTREVISTA

• Entrevista por PautasEntrevista por Pautas (semi-estruturada ou semidirigida) – Apresenta certo grau de estruturação, já que se guia por uma relação de pontos de interesses que o entrevistador vai explorando ao longo do seu curso. As pautas devem ser ordenadas e guardar certa relação entre si. O entrevistador faz poucas perguntas diretas e deixa o entrevistado falar livremente à medida que se refere às pautas assimiladas. Quando este, por ventura, se afasta, o entrevistador intervém de maneira sutil, para preservar a espontaneidade da entrevista;

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TIPOS DE ENTREVISTA

• Entrevista Estruturada (fechada) – Desenvolve-se a partir de uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanecem invariável para todos os entrevistados, que geralmente são em grande número. Por possibilitar o tratamento quantitativo dos dados, este tipo de entrevista torna-se o mais adequado para o desenvolvimento de levantamentos sociais.

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A ENTREVISTA QUANTO AO SEU REFERENCIAL TEÓRICO

Perspectiva PsicanalíticaPerspectiva Psicanalítica – Tem como base os pressupostos dos conteúdos inconscientes. O entrevistador busca avaliar a motivação inconsciente, o funcionamento psíquico e a organização da personalidade do entrevistado. A entrevista é orientada para a psicodinâmica da estrutura intrapsíquica ou das relações objetais e funcionamento interpessoal;

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A ENTREVISTA QUANTO AO SEU REFERENCIAL TEÓRICO

Perspectiva Existencial-humanista – Não procura formular um diagnóstico, e sim, verificar se o interesse do indivíduo está auto-realizado ou não. Aqui não existe uma técnica específica de entrevista, estas são consideradas pelos existencialistas como manipulação. O entrevistador reflete o que ouve, pergunta com cuidado, e tenta reconhecer os sentimentos do entrevistado;

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A ENTREVISTA QUANTO AO SEU REFERENCIAL TEÓRICO

Perspectiva Fenomenológica – Estuda a influência dos pressupostos e dos preconceitos sobre a mente, e que os acionam ao estruturar a experiência e atribuir-lhe um significado. Além de uma atitude aberta e receptiva, é necessário que o entrevistador atue como observador participante, e que, assim, seja capaz de avaliar criticamente, através de sua experiência clínica e conhecimento teórico, o que está ocorrendo na entrevista.

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DINÂMICA DA ENTREVISTA

• O entrevistador, no seu papel de técnico, não deve expor suas reações e nem sua história de vida.

• Não deve permitir em ser considerado como um amigo pelo entrevistado e, nem entrar em relação comercial, de amizade ou de qualquer outro benefício que não seja o pagamento dos seus honorários.

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DINÂMICA DA ENTREVISTA

• Necessariamente, o entrevistado que fala muito não traz à tona aspectos relevantes das suas dificuldades. A linguagem que é um meio de transmitir informação, mas poderá ser também uma maneira poderosa de se evitar uma verdadeira comunicação (BLEGER, 1980).

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DINÂMICA DA ENTREVISTA

• O silêncio é uma expressão não-verbal que muitas vezes comunica bem mais que as palavras.

• O silêncio é, geralmente, o fantasma do entrevistador iniciante.

• Ele pode ser também uma tentativa de encobrir a faceta de um momento o qual o sujeito não consegue enfrentar.

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DINÂMICA DA ENTREVISTA

• Castilho (1995) cita uma série de tipos de silêncio que são comuns nas dinâmicas de grupo, mas que também ocorrem, com bastante freqüência, no processo de entrevista, etc. Para ilustrar foram destacados alguns tipos de silêncio:

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TIPOS DE SILÊNCIO

• Silêncio de Tensão – É a expressão da ansiedade. Facilmente observado através da postura corporal tensa ou inquieta do entrevistado, da sua respiração ofegante, do tamborilar dos dedos, etc.;

• Silêncio de Medo – Deixa o entrevistado petrificado, na sua tentativa de fugir de uma situação psicologicamente ameaçadora. Esse silêncio suscita muita tensão e, como conseqüência, forte descarga psicossomática;

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TIPOS DE SILÊNCIO

• Silêncio de Reflexão – Surge normalmente após a intervenção do entrevistador, ou logo após um feedback, ou mesmo depois do entrevistador ter passado por algum tipo de vivência. Nele, observa-se a ausência de tensão, há um recolhimento introspectivo de elaboração mental; - Silêncio de Desinteresse – O indivíduo perde o foco da atenção, camufla resistência, se desinteressa pela situação externa porque interiormente ela o atinge.

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SILÊNCIO

• As pausas e silêncios são, quase sempre, embaraçosos para o entrevistador. Nesses momentos, possivelmente, o entrevistado está revivendo experiências que não consegue expressar verbalmente. Quando as pausas forem longas, o entrevistador poderá retomar um tópico anterior que estava sendo discutido;

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Algumas recomendações

• O entrevistador deve ter o cuidado para não transformar a entrevista numa conversa social.

• “Como posso ajudá-lo?”, é uma boa maneira de se iniciar uma entrevista;

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Algumas recomendações

• O entrevistador não deve completar as frases do entrevistado. Devem-se evitar perguntas que induzam respostas do tipo “sim” ou “não”. Não interromper o fluxo do pensamento do entrevistado, a não ser que ele se perca em idéias que fogem dos tópicos da entrevista;

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Algumas recomendações

• É necessário trocar o pronome pessoal “eu”, pelo uso de expressões mais vagas, tais como: “parece que ...”; “parece melhor ...”;

• A atitude do entrevistador deve ser de aceitação completa das vivências do entrevistado. Não deve haver discussão de pontos de vista;

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Algumas técnicas

QUESTIONAMENTO: • P. ”Quando criança , eu sempre estava com

problemas”. • T. “Que tipos de problemas?”

REFLEXÃO: • P. “Parece que eu não consigo chegar a lugar

nenhum na vida”. • T. “A tua falta de progresso te deixa frustrado”

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Algumas técnicas

REEXPOSIÇÃO: • P. “ Os pensamentos voam na minha cabeça. Eu

não consigo me concentrar. Estou tão confuso”. • T. “Essas coisas estranhas na sua cabeça estão

te perturbando”.

CLARIFICAÇÃO: • P. “ Minha mãe fica fora a maior parte do tempo

‘a noite, me deixa sozinha. Ela volta nas horas mais estranhas, e ‘as vezes nem volta...”

• T. “ O que sua mãe faz quando se ausenta dessa maneira?”

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Algumas técnicas

AUTO-REVELAÇÃO: • P. “ As pessoas não entendem o que significa

não ser capaz de aprender...” • T. “ Conheço outras pessoas que também

tinham dificuldades com leitura. Mas você pode sair-se bem deste problema. Você é capaz!

EXPLORAÇÃO: • P. “Meu pai costumava me bater”. • T. “ Fale mais sobre isso. Com que freqüência

ele te batia? Porque ele fazia isso?

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Algumas recomendações

• Identificar mecanismos de defesa presentes no paciente: risos, perguntas inadequadas, crítica, evitando falar de si.

Com a entrevista é possível estabelecer uma relação de confiança e de esperança oferecendo acolhimento, demonstração de afeto, respeito e atenção.

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Algumas recomendações

• O tempo de entrevista deve ser marcado, e o entrevistado será comunicado de quanto tempo dispõe. Se necessário, marca-se outra (s) entrevista (s). Deve-se limitar o número de assuntos em cada sessão para não confundir o entrevistado;

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Algumas recomendações

• Recomenda-se fazer o resumo do que fora discutido em cada final de entrevista. E que o entrevistador faça uma síntese para o entrevistado do que foi abordado na sessão;

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Algumas recomendações

• O término da entrevista não deve transformar-se numa conversa social, sem nenhuma relação com os problemas discutidos. Isto pode prejudicar o resultado da entrevista.

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