Download - espeCiaL 177 anos de petrÓpoLis · 2020-02-28 · especial 177 anos da fundação de petrópolis petrÓpolis: como tudo comeÇou e as vocaÇÕes profissionais cidade se consolida

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Março de 2020 • proibida a venda separadaMente

petrÓpoLis investe eM teCnoLoGia de ponta

espeCiaL 177 anos de petrÓpoLis

Especial 177 anos da fundação de Petrópolis

PETRÓPOLIS: COMO TUDO COMEÇOU E AS VOCAÇÕES PROFISSIONAIS

CIDADE SE CONSOLIDA COMO CENTRO TECNOLÓGICO20

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AVANÇO NA SAÚDE: HOSPITAL DE OLHOS É NOVIDADE NA CIDADE36

28 SERRATEC VISA POSSIBILITAR QUE INDÚS-TRIA DE TI CRESÇA NA REGIÃO SERRANA

PROJETO PETRÓPOLIS CIDADE UNIVERSI-TÁRIA GANHA FORÇA42

SAIBA QUAIS AS PRINCIPAIS ATRAÇÕES DE PETRÓPOLIS QUE PRECISAM SER VISITADAS56

50 PROJETO QUE ESTIMULA O TURISMO EM SECRETÁRIO VENCEU PRÊMIO FEDERAL

EM CADA RUA HÁ MAIS UM PEDACINHO DA HISTÓRIA PETROPOLITANA64A GASTRONOMIA DE PETRÓPOLIS68A DIFERENÇA DE MODA E ROUPA DEN-TRO DO CENÁRIO PETROPOLITANO74

DiretorFrancisco de Orleans e Bragança

Gerência ComercialClaudia [email protected](24) 2244-2420

Coordenação geralThaciana Ferrante

Jornalismo Produção e textoThaciana Ferrante - [email protected](24) 2244-2429

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CapaJosé Francisco de Oliveira

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Impressão Tribuna de Petrópolis

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ExPEDIENTEÍNDICE

PROJETOS SOCIAIS MOSTRAM SOLIDA-RIEDADE PETROPOLITANA80

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Editorial

História, boa gastronomia, referência no setor têxtil, e cultura em todo canto. Esta é a cidade de Petrópolis. Mas não apenas isso! Nos últimos anos o município se destacou também nos setores da educação e tecnologia. O número de universidades particulares, públicas e de

ensino a distância impressiona, assim como a permanência e chegada de empresas voltadas para o desenvolvimento de importantes pesquisas e tecnologias. E é justamente isso que você verá na revista dos 177 anos de Petrópolis.

Um exemplo desta evolução é o supercomputador Santos Dumont, que funciona dentro do La-boratório Nacional de Computação Científica (LNCC). O equipamento tem capacidade de realizar 4,1 quatrilhões de operações matemáticas por segundo, e é o maior computador da América Latina disponível para pesquisas científicas. Ele é capaz de solucionar problemas de mais alta complexida-de, que requerem altíssima velocidade de processamento matemático e de manipulação de grandes bases de dados.

Além disso, uma iniciativa empresarial pretende transformar a Região Serrana na Serra Carioca Tecnológica. As metas até 2021 são de 30% de crescimento; aumento de 170 para 180 no número de empreendimentos; criação de mais 360 postos de trabalho, e por ai vai. O projeto é liderado pelo Serratec com participação da Firjan, LNCC, Sindicato das Indústrias Eletrônicas- Sinditec, Faeterj, Fa-etec, Governo do Estado do Rio e prefeituras de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. A proposta principal é dar condições favoráveis para que a indústria de tecnologia da informação (TI) cresça e desenvolva as cidades, com novos empregos, mais empresas e negócios.

Os projetos previstos para este ano em Petrópolis corroboram o que os especialistas falam sobre as novas profissões de sucesso. Segundo uma pesquisa da consultoria de recrutamento Robert Half, as 10 profissões e carreiras mais promissoras estão diretamente relacionadas à tendência da digitali-zação. O destaque ficou com as profissões que envolvem análise do comportamento do consumidor, como em compras online, por exemplo.

Em 2020 a cidade contará ainda com o Hospital de Olhos Dr. Tannure. O serviço é habilitado pela Rio Transplantes, para realização de transplantes de córneas na região, além de ampliar a oferta de uma nova gama de serviços em cirurgias oculares.

Mas claro, que todas essas novidades ficam ainda melhores envoltas nas tradicionais atrações da cidade. Os pontos turísticos continuam sendo os responsáveis pela vinda de tantos turistas à cidade. Assim como os hoteis e restaurantes de qualidade, que diferem ainda mais Petrópolis de outros mu-nicípios. As belezas naturais aliadas a ações promovidas por moradores, como o Polo Gastronômico e Turismo de Secretário, e o Polo Gastronômico de Petrópolis.

Para fechar com chave de ouro, e não menos importante, o tema solidariedade não poderia ficar de fora da revista que homenageia o aniversário da cidade. Afinal de contas, esta é uma caracterís-tica dos petropolitanos que fazem questão de criar projetos sociais. Atualmente muitas ações estão em andamento e são responsáveis por levar um pouco de conforto a centenas de pessoas e famílias carentes.

Thaciane FerranteJornalista

[email protected]

FOTO: ALExANDRE CARIUS

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petrópolis: como tudo começou e as vocações profissionais quecontinuaram na cidade

ARQUIVO / JOAQUIM ELOY

Em 1822, o imperador brasi leiro Dom Pe-dro I, hospedou-se na

fazenda do padre Correia e ficou encantado com a região. Diante disso, adquiriu a pro-priedade vizinha, conhecida como Fazenda do Córrego Seco, que passou a ser cha-mada Imperial Fazenda do Córrego Seco, onde ele pre-tendia construir um palácio. Pode-se dizer então que o imperador foi o primeiro tu-rista da cidade de Petrópolis.

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Mas logo depois ele foi embora para Portugal e a propriedade pas-sou para o filho D. Pedro II. Este, imperador, aos 18 anos de idade, assinou no dia 16 de março de 1843, o decreto imperial que determinava o assentamento de uma povoação, além da construção de uma residência de verão na Serra da Estrela. Em ato concomitante, ele assina o projeto de Julio Koeler, e constrói o palácio com acompanhamento e incentivo do mordomo Paulo Barbosa da Silva.

A partir de então, durante o verão, a cidade se tornava a capital do Impé-rio do Brasil, com a mudança de toda a corte. Em 29 de setembro de 1857, a localidade foi elevada à condição de cidade. Em 1861, foi inaugurada a primeira rodovia macadamizada do Brasil, a Estrada União e Indústria, ligando a cidade a Juiz de Fora. Em 1883, a estrada de ferro chegou à ci-dade por iniciativa do Barão de Mauá.

FOTOS: SERRA DRONE

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nascia o turismoIndependentemente da época do ano, era em Petrópolis que moravam os re-

presentantes diplomáticos estrangeiros na maior parte do período imperial. “Dom Pedro II, com sua família inicia um áureo período para Petrópolis, ao receber amigos, visitantes, que constroem casas no Centro Histórico, acom-panhando o imperador em suas subidas para a cidade. Não se falava em turismo mas a grande movimentação de visitantes nas épocas do vera-neio anual do imperador, tornaram o município uma região de muitos visitantes fixos e sazonais”, explicou o historiador, autor e editor, Joaquim Eloy Duarte dos Santos.

Diante disso, pode-se dizer que o turismo foi a primeira vocação de Petrópolis, e que atualmente é um dos principais segmentos da cidade. “A atividade turística, assim denominada, surge com o advento do período republicano sob o idealista João Roberto d´Escragnolle, com a fundação da agência de turismo “Alex”. Era denominado como um empreendimento de propa-ganda, afinal ele era jornalista e publicista com uma grande paixão por Petrópolis”, relembrou Joaquim.

FOTOS: SERRA DRONE

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Além das publicações para corporificar e registrar seu ideal, João Roberto fez corretagem de imóveis, sob eficiente divulgação na cidade e extensiva ao Rio de Janeiro. O entusiasmo que possuía inspirou a criação do Sindicato de Iniciativa de Turismo do Município de Petrópo-lis. Na década de 1920, ele era integrado por expressivas autoridades federais, estaduais e locais.

João Roberto d´Escragnolle criou frases de impacto, tais como: “Passar um dia em Petrópo-lis é o melhor tônico”; “Agência Alex, tudo faz e tudo informa”; “A Empresa Alex encarrega-se de todos os serviços que possam interessar aos senhores veranistas e ao público”; Editora das revistas “Verão em Petrópolis”, Guia Alex” e “Anuário do Estado do Rio”.

“Durante alguns anos ele manteve a revista “Verão em Petrópolis”, de circulação nos meses de dezembro a março de cada ano. Ela conti-nha várias seções de informação, literatura, movimentação dos veranistas no sobe-desce na serra, cinema, propaganda de estabelecimentos industrias e comerciais, coleção que é uma joia de informações úteis e de conteúdo histórico, com muitos exemplares no Arquivo Histórico de Petrópolis. Inclusive um dos editores do jornal foi o poeta Joaquim Gomes dos Santos, fundador da Academia Petropolitana de Letras e meu pai”, contou o historiador.

O trabalho dedicado e o seu talento para a publicidade, ensejou o desejo municipal de explorar o turismo, embora tendo o Município atravessado tempos desfavoráveis quanto à pre-servação do patrimônio edificado de Petrópolis, mas conseguindo manter alguns exemplares da arquitetura urbana, Segundo Eloy.

“Relembrando d´Escragnolle, pode-se afir-mar, hoje, que Petrópolis possui, sim, vocação para a exploração do turismo, fato comprovado e observado pelo grande publicista e jornalista no momento no qual o mundo experimentava modificações e novas experiências, vislumbrando ele que o patrimônio petropolitano era especial e que merecia ser visto e visitado pelos cidadãos de todo mundo”, salientou.

publicidade e jornalismo se tornam marca registrada da cidade

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N ão é novidade que muitas profissões têm sido extintas ou estão previstas para acabar. Muitas discussões em torno disso são realizadas, e uma

corrida por novas especializações já pode ser sentida em diversas áreas. Com destaque para o setor de tecnologia, que assim como já ocorre no Brasil, acontecerá de forma

cada vez mais potente em Petrópolis. A cidade se consolida todos os anos como centro tecnológico e tem projetos importantes em andamento.

Segundo uma pesquisa da consultoria de recrutamento Robert Half, as 10 profissões e carreiras mais promissoras estão diretamente relacionadas à tendência da digitalização.

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GETTYIMAGES

O destaque ficou com as profissões que envolvem análise do comportamento do consumidor, como em compras online. O cargo de gerente de e-commerce foi considerado o mais promissor do mercado, citado por 41% dos entrevistados. Outro setor que teve destaque foi o de profissões relaciona-das à aprendizagem digital, sobretudo dentro das empresas. O e-learning, ou seja, o aprendizado online corporativo, ocupa o segundo lugar da lista, com 40% das respostas.

Já o Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), mostra que as áreas de metalmecânica e energia estão entre as que mais vão exigir capacitação de técnicos. O estudo também aponta a demanda nos níveis superior e de qualificação.

O estado do Rio de Janeiro terá de qualificar 656.256 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento entre 2019 e 2023. A demanda prevista pelo estudo inclui, em sua maioria, o

aperfeiçoamento (formação continuada) de trabalhadores que já estão empregados. Em parcela menor (21%) estão aqueles que precisam de capacitação para ingressar no mercado de trabalho (formação inicial). Nesse grupo estão pessoas que vão ocupar tanto novas vagas quanto postos já existentes e que se tornam disponíveis devido a aposen-tadorias, entre outras razões.

As áreas que mais vão demandar a capacitação de profissionais com formação técnica no Rio de Janeiro são transversais; metalmecânica; energia e telecomunicações; logística e transporte; e eletroeletrônica. Profissionais com qualificação transversal trabalham em qualquer segmento, como técnicos em eletrotécnica e técnicos de controle da produção.

Dentro desse cenário tecnológico, Petrópolis continu-ará com destaque para os setores têxtil, gastronômico, e de turismo.

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Em um país com 12 milhões de desempregados é difícil acreditar que sobram oportuni-dades em determinados setores, mas é verdade. O excesso de vagas e ausência de pessoas capacitadas faz com que o Brasil tenha que qualificar 24 mil trabalhadores por ano para atender as necessidades das empresas de tecnologia, como mostra a pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

Para atingir a meta de dobrar o setor de software e serviços em seis anos, 70 mil pro-fissionais serão demandados ao ano até 2024. Uma dessas vagas já foi preenchida por Luiz Felipe de Oliveira Lopes, de 22 anos. Aluno do programa de Residência de Software do Serratec, Luiz Felipe vem buscando oportunidades de formar carreira no setor.

“Minha vida mudou completamente após a capacitação. Minhas chances de ingres-sar na área sem conhecer as pessoas ou sem experiência no currículo eram pequenas. Hoje, logo após a conclusão do curso, já consegui um emprego e estou muito feliz com as minhas perspectivas. É onde eu quero estar”, garante.

Hudson Ferreira Nunes, 33 anos, também mudou de área para se arriscar em um novo emprego. Era morador de São Gonçalo, largou a construção civil e se mudou para a Serra para se dedicar ao curso, buscando novas perspectivas e agora comemora o novo emprego. “Estou muito feliz pela oportunidade de poder ter estudado e, consequentemente, ser con-tratado. Agora parto para uma nova fase que é o desenvolvimento profissional, um desafio maior ainda”, comemora.

A possibilidade de seguir carreira na área também encanta Daiana Barizon, mais uma contratada depois da Residência de Software: “Ganhei novos conhecimentos que não encontrei nem na faculdade de TI. Hoje me vejo fazendo o que gosto e com a chance de alçar voos mais altos”, diz.

Os três fazem parte do grupo de 66 profissionais formados na primeira turma do programa criado para suprir a carência profissional das empresas. Deste total, 35 já estão empregados.

Marcelo Carius, presidente do Serratec, destaca o compromisso socioeconômico da iniciativa, já que além de incentivar a melhoria dos negócios na serra, dá novas pos-sibilidades às pessoas que buscam uma carreira profissional ou a entrada no mercado de trabalho. “Esta iniciativa traz impactos sociais e econômicos muito positivos para a cidade e região, já que, sendo gratuito e com conteúdo atualizado com o mercado, oferece a arrancada para o conhecimento e a prática na área de tecnologia, proporciona oportunidades reais de empregabilidade, incentiva novos negócios e serve como atrativo para a chegada e criação de empresas”, afirma.

programa capacita novos trabalhadores para suprir carência de profissionais no setor de tecnologia

Marcelo Carius, presidente do Serratec

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O empresário ressalta ainda que o setor de TI deverá ter novo crescimento em 2020, seguindo os bons números registrados nos últimos anos, o que pode trazer mais benefícios para a região. “Estamos executando um bom planejamento de olho no futuro do setor. As empresas que já fazem parte do nosso arranjo produtivo poderão expandir seus negócios e novas companhias poderão iniciar suas atividades nas cidades em bus-ca dessa mão de obra qualificada”, destaca o empresário.

Guilherme Alves é diretor de uma empresa de TI em Petrópolis e fez parte do grupo de empresários que financiou a Residência de Sof-tware. Segundo ele, a decisão de participar de um processo que con-tribui com a formação profissional é parte do DNA da empresa. “Ao lon-go de nossa trajetória, sempre bus-camos parcerias com universidades e fazemos formação de profissionais pensando tanto no crescimento das pessoas que fazem parte do nosso time como em criar oportunidades e gerar riqueza para a nossa cidade. Por isso, poder participar e influenciar um programa de formação como a Residência de

Software é sensacional, pois nos possibilita ter profissionais de alto nível e isso é fundamental para o crescimento da

empresa”, explica o empresário, que comemora a contratação de 17 resi-dentes recém egressos do Programa.

Mais de duas mil pessoas já se inscreveram para participar do pro-cesso de seleção do programa, que será composto por prova online, presencial e entrevista. O projeto tem realização do Serratec e apoio da Firjan, Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Go-verno do Estado do Rio, Faeterj, pre-feituras de Petrópolis e Teresópolis e Sinditec (Sindicato das Indústrias Eletrônicas). No segundo semestre de 2020, haverá turma, também, em Nova Friburgo.

A iniciativa Serratec conta atu-almente com 170 empresas com cerca de três mil funcionários e uma movimentação de R$ 550 milhões/ano em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. As metas até 2021 são para a criação de pelo menos mais 10 empresas, 360 postos de

trabalho, faturamento de R$ 715 milhões e 630 novos desenvolvedores para a região.

Guilherme Alves, diretor de TI

O segmento de tecnologia reúne muitas profissões

já do presente e do futuro, algumas que sequer

foram descobertas ainda. A transformação digital,

em curso, requer e requererá muitos profissionais de

tecnologia para dar conta de questões não apenas

complexas da vida em sociedade, mas também cotidianas, do dia-a-dia.”

Guilherme Alves, diretor de TI

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FABIANO VENEZA / FIRJAN

U ma iniciativa empresarial pretende transformar a região serrana do Rio de Janeiro na Serra Carioca Tecnológica. A proposta é ousada, mas caminha

com passos firmes para o sucesso. As metas até 2021 são de 30% de crescimento; aumento de 170 para 180 no número de empreendimentos; criação de mais 360 postos de trabalho, além dos três mil que já existem atualmente; e incrementar em até 30% a geração de novos negócios, elevando o faturamento anual para R$ 715 milhões, além de 630 novos desenvolvedores.

O projeto é liderado pelo Serratec com participa-ção da Firjan, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Sinditec (Sindicato das Indústrias Eletrônicas), Faeterj, Faetec, Governo do Estado do Rio e prefeituras de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. A proposta principal é dar condições favoráveis para

que a indústria de Tecnologia da Informação (TI) cresça e desenvolva as cidades, com novos empregos, mais empresas e negócios.

“Somos hoje o amadurecimento de um processo que começou há 20 anos, com a vinda do LNCC para Petrópolis e o estudo da FGV indicando a vocação da cidade para o segmento de TICs (Tecnologias da Informação e Comuni-cações). Dentre as razões indicadas pelo estudo para este caminho estavam: a geografia da cidade, aliada à restrita legislação de uso e ocupação do solo, considerando os patrimônios ambiental e cultural-paisagístico da nossa cidade; o nível educacional e a presença de universida-des e centros de ensino e pesquisa, com destaque para o LNCC, como potencial âncora daquele novo momento para Petrópolis, à época, entre outras”, explicou Marcelo Carius, CEO Neki IT e presidente do Serratec.

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Foi naquele período, mais espe-cificamente em 1999, que surgiu o Petrópolis-Tecnópolis. De lá pra cá, o movimento teve diversas nuan-ces, com mais e menos projeção e influência em diferentes momen-tos. As empresas de tecnologia que aqui nasceram foram crescendo e se desenvolvendo. Outras univer-sidades chegaram, inclusive com cursos na área de tecnologia. Novas empresas se instalaram na cidade, entre elas a Orange, importante mundialmente na área de teleco-municações. O LNCC também ga-nhou mais proeminência no cenário nacional e internacional e, assim, o setor de tecnologia foi ganhando mais corpo, principalmente no bairro Quitandinha.

Este contexto promoveu maior engajamento dos empresários de tecnologia que, há cerca de três anos, se aliaram e desenharam novas estratégias para alavancar o setor. Em junho de 2019, foi fun-dado o Serratec, uma instituição sem fins lucrativos, formalmente constituída com o propósito de reestruturar e fortalecer o arranjo produtivo de TICs; não mais ape-nas em Petrópolis, mas também em Teresópolis e Friburgo, com um olhar regionalizado, visto o potencial do setor de tecnologia na Região Serrana do Rio de Janeiro.

“Há décadas o país sofre com a desindustrialização, então ver um programa tão bem pensado como este que une todas as pontas soltas, dá esperança na retomada da economia, principalmente na nossa região. É a possibilidade de mais inovação e mais competiti-vidade para nossas empresas de tecnologia”, disse o presidente da Firjan Serrana, Júlio Talon.

ARQUIVO TRIBUNA

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“A tecnologia está em tudo e em todos os lugares e os pro-f iss ionais devem estar sempre atualizados para garantir o seu fortalecimento no mercado de trabalho. Isso vale para todas as áreas. Acredito que o setor de TI deve se destacar ainda mais no futuro, na construção de novas tecnologias capazes de auxiliar no desenvolvimento das atividades e

na conquista das metas de cada empresa. Petrópolis já se can-didatou para sediar um laboratório de inteligência artificial – o governo federal deve instalar oito no país – e esperamos que isso agregue ainda mais desenvolvimento no setor tecnológico da cidade. Para dar celeridade no processo de crescimento da cidade no setor, precisamos garantir a atratividade, isso também diz respeito às condições das estradas que nos trazem para Pe-trópolis, como a BR-040. A proximidade com o Rio e o fato de Petrópolis ser considerada a cidade mais segura do Estado nos leva a crer que o futuro será promissor no quesito chegada de novas empresas”, disse o prefeito Bernardo Rossi.

O crescimento do Serratec e do setor de TI em Petrópolis é balizado em projetos estruturantes: a criação de infraestrutura adequada para as cidades diminuindo os impactos para a chegada de novos empreendimentos; a geração de negócios; e a formação de profissionais para preencher os quadros das empresas da re-gião, o que já é realizado com o Programa Residência da Software.

A iniciativa oferece oportunidades reais principalmente para os jovens construírem carreiras profissionais dentro da tecnolo-gia, como colaboradores de empresas ou empreendedo-res, e não precisarem deixar a cidade, como aconteceu e ainda acontece, gerando uma evasão de talentos e reverten-do em menos riqueza para o território, no médio e longo prazos. A primeira turma da Residência de Software formou 66 desenvolvedores de softwa-res e web. Duas novas turmas serão iniciadas em março com 140 alunos: 70 em Petrópolis e 70 em Teresópolis. No segundo semestre será a vez de Nova Friburgo ganhar uma turma.

“Esta iniciativa traz impac-tos sociais e econômicos muito positivos para a cidade e região, já que, sendo gratuito e com conteúdo atualizado com o mercado, oferece a arrancada para o conhecimento. E a prática na área tecnológica proporciona oportunidades reais de empregabilidade, incentiva novos negócios e serve como atrativo para a chegada e criação de empresas”, afirma Marcelo.

Ainda segundo Marcelo Carius, há uma carência mundial de profissionais especializados em soluções tecnológicas. Logo, é preciso disponibilizar trabalhadores competentes para atender

o déficit laboral que as companhias têm hoje e futuramente lucrar com a chegada de novas empresas. Ele destacou ainda o compromisso socioeconômico da iniciativa, já que além de incen-tivar a melhoria dos negócios na serra, dá novas possibilidades às pessoas que buscam uma carreira profissional ou a entrada no mercado de trabalho.

“Eu entendo que o arranjo produtivo só vai crescer quando pudermos produzir propriedade intelectual que, por sua vez, de-

manda profissionais qua-lificados, ou seja, capital humano capaz de traduzir uma ideia em software. E dentre estes profissionais, os programadores têm grande importância, pois estão na base, no início da cadeia produtiva, segmen-to escolhido por nós para alavancar a transformação de que precisamos. Em janeiro de 2020, formamos a primeira turma, quase 70 novos programadores, por meio deste programa emergente, estruturante e promissor, que costumo

descrever como uma política pública, já que tem como compo-nentes principais a educação e a geração de emprego e renda, com potencial, portanto, de impactos positivos em curto e médio prazos no território, promovendo o desenvolvimento local. Este Programa é também uma resposta ao apagão de mão de obra no setor de tecnologia, onde sobram vagas e faltam profissionais. Ou seja, com a disponibilidade de profissionais qualificados, as empresas locais podem crescer e o ambiente auspicioso impul-siona a atração e criação de novas empresas”, avaliou.

“Petrópolis tem no setor tecnológico uma vocação fortalecida pelas empresas de ponta que funcionam na cidade, pelo Serratec e também por sediar o LNCC, um destaque na promoção da tecnologia, com o supercomputador Santos Dumont, referência no país. A prefeitura de Petrópolis vem trabalhando para incentivar cada vez mais o crescimento do setor, como é o caso da criação da Lei da Inovação, que constitui dispositivos necessários para incentivo e

aproximação dos estudantes das grandes empresas e academias. Ainda pensando no futuro, Petrópolis continua trabalhando para o desenvolvimen-to do setor. Um exemplo disso é a construção da parceria público-privada de SmartCity que está em andamento e prevê a instalação de uma rede de conectividade e tecnologias da informação e comunicação avançadas aplicadas aos serviços e estruturas públicas que deverão ser usados para se obter melhores resultados em serviços como iluminação pública, iluminação artística, semáforos e controle da mobilidade urbana, câmeras de videomo-nitoramento, sensores diversos, roteadores de wi-fi públicos e aplicativos, gerenciados por um Centro de Controle Operacional”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Fiorini.

Carência de profissionais

Marcelo Carius, presidente do Serratec DIVULGAÇÃO

Bernardo Rossi, prefeito de Petrópolis Fiorini, Desenvolvimento Econômico

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ARQUIVO TRIBUNA

Dentro desse cenário é impossível deixar de destacar a importância e representatividade do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), criado em 1980, e que em maio completa 40 anos de existência, com sede na Urca, Rio de Janeiro. Em 1998 o LNCC se mudou para uma nova sede no bairro Quitandinha, em Petrópolis, o que possibilitou a instalação do primeiro centro nacional de supercomputador e a implantação dos cursos de pós-graduação.

Devido a sua importância para o desenvolvimento científico e tecnológico do país, sendo uma referência em Computação Científica e sediando o maior centro de supercomputação da América Latina, o LNCC atrai pesquisadores de todo o Brasil e de diversos países, cooperando com instituições nacionais e no exterior, na Europa, Américas, Ásia e África. Assim, constitui-se em um polo e referência científica, um fato que é certamente

benéfico à imagem da cidade de Petrópolis, atraindo recursos humanos de alta qualificação e empresas de alta tecnologia. Suas atividades de formação pós-graduada também têm um impacto positivo sobre a cidade.

“O LNCC é uma Unidade de Pesquisa vinculada ao Mi-nistério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações com três principais missões: realizar pesquisa e desenvolvi-mento na área de Computação Científica, que é o uso de métodos matemáticos e computacionais na modelagem e simulação de fenômenos naturais; disponibilizar um ambiente computacional de mais alto desempenho a toda comunidade científica do país; e formar recursos humanos a nível de pós-graduação em Modelagem Computacional, oferecendo curso de Mestrado e Doutorado e treinamento avançado”, explicou o diretor do LNCC Augusto Gadelha.

LnCC

Atualmente, o LNCC disponibiliza um supercomputador, o Santos Dumont, com capacidade de realizar 4,1 quatri-lhões de operações matemáticas por segundo. É o maior computador da América Latina disponível para pesquisas científicas. Esse supercomputador é necessário para a solu-ção de problemas de mais alta complexidade que requerem altíssima velocidade de processamento matemático e de manipulação de grandes bases de dados.

“Tais problemas surgem em diversas áreas do conhecimen-to com importantes aplicações para a sociedade. Mais de 200 projetos estão ou já foram realizados no Santos Dumont por pesquisadores de todo o Brasil em áreas como Química, Física, Engenharias, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Geoci-ências, Meteorologia, Ciências dos Materiais, Biodiversidade, Astronomia, Matemática, Estatística, Farmácia, Economia, Oceanografia, Ciências Agrárias etc”, disse Augusto.

supercomputador

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Em suas atividades de pesquisa, o LNCC tem desenvol-vido importantes projetos em diversas áreas: modelagem e simulação computacional de processos no setor de Óleo e Gás, tendo contribuído com a modelagem de reservatórios de hidrocarbonetos, com aplicações na exploração de pe-tróleo na camada do pré-sal; modelagem e simulação de sistemas de energias alternativas; modelagem molecular de sistemas biológicos com aplicações na síntese de fármacos; desenvolvimento de métodos estatísticos e computacionais em Bioinformática e Biologia Computacional, realizando também análises de genomas (sequenciamento genético) em seu Laboratório de Bioinformática; modelagem em hemodi-

nâmica, com simulação numérica do sistema cardiovascular, dando suporte a profissionais de saúde; na área de Ciência de Dados, desenvolve métodos de gerenciamento e análise de grandes bases de dados (Big Data) com aplicações nas áreas de Petróleo e Gás, Astronomia, Bioquímica, Esporte, Ecologia e Saúde; pesquisas em Segurança Cibernética e em Computação Quântica; pesquisas em diversas outras áreas, tais como em sistemas de Controles e em proces-samento de sinais digitais; modelagem computacional de crescimento tumoral, métodos de Inteligência Artificial têm sido pesquisados e aplicados em vários dos projetos acima mencionados.

pesquisas variadas

O LNCC abriga o Santos Dumont, uma das 500 máquinas mais poderosas do mundo e a maior plataforma computacional da América Latina, que processa dados de pesquisas estratégicas nas áreas de saúde, biodiver-

sidade, biotecnologia, entre outras, utilizado por empresas e pela comunidade científica nacional e internacional. Por isso, Petrópolis é hoje uma das candidatas também para receber um Laboratório Nacional de Inteligência Artificial, fruto de um edital aberto, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

DIVULGAÇÃO

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A cada ano, Petrópolis se reinventa e oferece novi-dades principalmente relacionadas à área médica. Em 2020, não poderia ser diferente. Desta vez, a

abertura do Hospital de Olhos Dr. Tannure vai incrementar ainda mais os serviços oferecidos à população da Região Serrana do estado do Rio de Janeiro.

avanço na saúde: Hospital de olhos é novidade na cidade

FOTOS: DIVULGAÇÃO

CAPA

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A Clínica de Olhos Dr. Tannure, que nasceu na cidade em 1978, na Rua Paulo Barbosa, tem grande importância na área de serviços em saúde. Com os avanços da medicina oftalmológica, principalmente no setor tecnológico, diag-nósticos e tratamentos, a clínica passou por uma ampla reestruturação liderada, em 1992, pelo médico Guilherme Tannure. Em 2005, foi expandida para um casarão na Ave-nida Ipiranga, em pleno Centro Histórico. A nova estrutura, passou a contar com tecnologia de ponta em diagnose e terapia, incluindo um amplo Complexo Cirúrgico Oftalmo-lógico, composto por salas equipadas com microscópios para cirurgias de catara e de retina, e transplante de córnea, atendendo a grande demanda de pacientes de todos os municípios do Rio de Janeiro e de outros estados.

“Fizemos alguns investimentos em novas tecnologias de microcirurgias e conseguimos viabilizar a mudança de clínica para o Hospital de Olhos Dr. Tannure, que é um serviço habilitado pela Rio Transplantes, para realização de transplantes de córneas na região, além de ampliar a oferta de uma nova gama de serviços em cirurgias oculares. Os trabalhos são coordenados por uma experiente equipe mé-dica multidisciplinar, formada por mais de trinta profissionais que são referências nas suas áreas de atuação”, destaca Dr. Guilherme Tannure.

Outro papel importante do Hospital de Olhos Dr. Tannure é contribuir na formação de novos médicos especialistas, através da pós-graduação da PUC Rio, bem como convênio firmado com a Faculdade de Medicina de Petrópolis para treinamento em anestesia oftalmológica para os residentes do Hospital de Ensino Alcides Carneiro - SEHAC.

Em pleno funcionamento, o Hospital de Olhos Dr. Tan-nure, localizado na Av. Ipiranga 298, Centro Histórico, já é reconhecido como um dos principais hospitais da especia-lidade médica no Estado do Rio de Janeiro.

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Cada vez mais Petrópolis abriga universidades presenciais e de ensino a distância. Atualmente, são oferecidos cursos nas mais diferentes áreas, o

que segundo especialistas é essencial para o crescimento da cidade. O administrador de formação com especia-lização em gestão de pessoas e professor universitário, Rodrigo Monteiro, ressalta que a cidade já é reconhecida em vários fóruns como referência na educação.

Ainda de acordo com ele, ter isso como diferen-cial possibilita um bom movimento econômico no município. “Estamos falando de pessoas que vêm de outras regiões para estudar aqui. Então temos gastos com moradia, comércio, alimentação, entre outros. Além disso, os próprios petropolitanos não precisam mais deixar a cidade em busca de profissionalização, uma vez que existe ensino infantil, técnico e superior, privado e/ou público, de qualidade.

O projeto Petrópolis Cidade Universitária reforça

ainda mais essa ideia e representa um modelo de de-senvolvimento econômico, social e cultural centrado na atuação das universidades como indutores desse desenvolvimento. Instituições de ensino, pesquisa e extensão assumem posição estratégica na geração de riquezas. Além de produzirem e divulgarem conheci-mento, formarem profissionais qualificados, criarem novas tecnologias e participarem da solução dos pro-blemas e desafios locais e regionais.

“A atração de estudantes e professores de outras localidades, o desenvolvimento de simpósios, con-gressos e eventos movimentam o setor de serviços, a partir das necessidades da comunidade acadêmica em hotelaria, alimentação, lazer, consumo de bens em geral, movimentando a economia local. Contudo, uma cidade universitária, como a que se pretende para Petrópolis, não se constitui apenas com a presença de instituições de educação superior. O

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modelo que favoreceria Petrópolis seria aquele construído a partir da articulação das diversas instituições universitárias e de pesquisa entre si e com os demais atores políticos e do setor produtivo, na elabo-ração de um plano estratégico de potencialização desses benefícios, de investimentos em ambiente favorável à atração de estudantes e professores, de desenvolvimento de projetos conjuntos, explorando as potencialidades específicas de cada instituição”, afirmou a diretora geral da Faculdade de Medicina de Petrópolis e da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), Maria Isabel de Sá Earp de Resende Chaves.

Segundo ela, a ideia do projeto surgiu no contexto da implantação do ensino superior na cidade, quando o reitor Arthur Sá Earp Neto vislumbrou Petrópolis destacando-se no cenário nacional a partir do desenvolvimento de cursos superiores, com a atração de pesquisadores, alunos e profes-sores qualificados que produziriam conhecimento científico e gerariam desenvolvimento econômico para o Município.

O Projeto Petrópolis Cidade Universitária foi então atualizado e in-corporado ao planejamento institucional da FMP/Fase; e apresentado a setores produtivos e outras universidades, como forma de contribuição para o desenvolvimento de Petrópolis. “Neste momento, o projeto toma contornos mais definidos com os primeiros passos na articulação das instituições universitárias locais e na sensibilização dos setores público e privado para seus benefícios. O título de cidade universitária representa-ria uma mudança de paradigma na inter-relação das universidades e no

processo de desenvolvimento social e econômico de Petrópolis. As universidades hoje sediadas em Petrópolis estariam trabalhando articuladas para o desenvolvimento e projeção da cidade”, destacou.

A Fase e a FMP possuem mais de 50 anos de atuação em Petrópolis, com os cursos de graduação em Medi-cina, Nutrição, Administração, Enfermagem, Licenciatura em Enfermagem, Psicologia, Odontologia, Radiologia, Gestão Pública e Recursos Humanos, além dos inúmeros cursos de extensão, pós-graduação, inclusive mais de 10 programas de residência médica e multiprofissional. Sua trajetória de qualidade, com elevados conceitos no MEC, aponta para a sua transformação em Centro Universitário ainda neste ano.

Maria Isabel de Sá Earp, diretora geral da FMP / Fase

Cada vez mais opções de ensinoPetrópolis abriga um grande número de uni-

versidades. Cada uma delas com especializações e características únicas, que possibilitam um leque imenso de graduação. Entre elas está a Estácio de Sá, que atua há quase 50 anos no segmento de ensino superior. A instituição foi criada em 1970 na faculdade de Direito, em uma pequena casa na zona norte do Rio de Janeiro. Seu fundador, o magistrado João Uchôa Cavalcanti Netto, criou um projeto pedagógico inovador, conseguindo, em pouco tempo, que o curso se tornasse um modelo de ensino na área de Direito no Brasil. Hoje, a ins-tituição está presente em 23 estados e no Distrito Federal, por meio do ensino presencial, e em todo o Brasil com o EaD, contando com mais de 575 mil alunos matriculados. A capilaridade nacional da instituição é representada por mais de 90 campi

(estrategicamente localizados nas proximidades das residências e dos locais de trabalho dos alunos) e quase mil polos de ensino a distância.

São oferecidos cursos de Graduação e Pós-graduação (lato sensu e stricto sensu), além de soluções corporativas e cursos de extensão. Aposta na tecnologia e na inovação como diferenciais para aprimorar o aprendizado, com currículos alinhados às necessidades do mercado de trabalho. A atual geração de matrizes curriculares incorpora inovações metodológicas, e consolida o uso intensivo de tecno-logias digitais, promovendo a articulação e integração entre a sala de aula presencial e o ambiente virtual. As instituições e cursos da Estácio são reconhecidas pelo MEC com elevados conceitos de qualidade. No segmento, é uma das instituições que melhor conse-gue conjugar escala e qualidade de ensino.

ALEXANDRE CARIUS

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estácio petrópolisDesde 2001, a Estácio Petrópolis está presente na cidade. Além dos cursos digi-

tais disponibilizados nacionalmente pela instituição, a Unidade Petrópolis oferece 18 cursos de graduação presencial. A grande novidade de 2020 é o lançamento do curso de Medicina Veterinária, que vem para atender uma antiga demanda do município.

“Estamos com projetos na área de saúde e esporte para a cidade. Ainda no primeiro semestre deste ano apresentaremos algumas parcerias que vão mobilizar vários cursos de nossa instituição e beneficiar a população”, acrescenta o gestor acadêmico, Fernando Petrocelli de Azeredo.

o ead estácioAtualmente, a Estácio conta com cerca de mil polos, presentes em mais de 500

municípios pelo País. De um total de 575 mil estudantes, 267 mil são de ensino a distância, e, considerando os resultados do terceiro trimestre de 2019, houve um aumento de 25% na base de alunos EaD em relação a 2018. Já na captação, o cres-cimento do EaD da instituição foi de 65% e, na modalidade presencial, de 20%. A modalidade de ensino a distância recebeu conceito máximo (nota 5, numa escala de 1 a 5) do MEC. A Estácio começou a oferecer disciplinas digitais em 2006 e, três anos depois, cursos totalmente online na modalidade de Ensino a Distância (EAD).

RODRIGO PROENÇA

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No momento são atendidos 150 alunos. “A UERJ é reconhecida como uma uni-versidade pública de qualidade e isso se reflete aqui também. Temos um corpo de professores especialmente concursado para esta unidade, todos doutores, muitos com pós doutorado, inclusive no exterior. Grande parte tem experiência profissional comprovada e se dedica tempo integral ao curso. Temos feito uma aproximação com a cidade, onde fazemos projetos envolvendo alunos e professores, em urbanismo, em educação patrimonial, em restauro, com entidades públicas locais e comunidades. O departamento de arquitetura é afiliado à ESDI, Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ, considerada uma das melhores escolas de design do país, o que é um diferencial de origem. Temos já um curso de especialização, em Gestão de Restauro, em funcio-namento e estamos ultimando um mestrado profissional em curto espaço de tempo”, contou o professor e coordenador do Campus UERJ Petrópolis, Freddy Van Camp.

UERJA chegada da UERJ Petrópolis, em 2015, é tida como uma grande con-

quista para a cidade. A unidade está dentro da política de interiorização da universidade pública no estado. A escolha de iniciar com um curso de arquitetura, o primeiro da universidade, foi por solicitação da comunidade local e era uma aspiração de muitos anos, somente atendida nesta época. O curso que está iniciando o 9º semestre, de um total de 10, tem se destacado por suas características muito próprias. O foco inicial é de atender as áreas de restauro e reuso, de adequação geológica e topográfica e da habitação social, que elegemos como prioritárias, para Petrópolis, sem deixar de atender a outras aplicações da arquitetura.

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Primeira instituição de ensino superior instalada na Cidade Imperial, a Universidade Católica de Pe-trópolis foi fundada em maio de 1953. Começou com a criação da sociedade civil Faculdades Cató-licas Petropolitanas, por iniciativa do então Bispo Diocesano Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, oferecendo o curso de Direito - instalado em 1954, em um imóvel no bairro Retiro. Com a aquisição, em 1956, do prédio onde funcionou durante muito tempo um dos mais requintados hotéis da região, o Hotel Orleans, na Rua Barão do Amazonas, foi criada também a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e, mais tarde, a de Engenharia Industrial.

Em 1961, a fusão das três faculdades resultou na fundação da Universidade Católica de Petró-polis, instituição reconhecida pelo Decreto 383, de 20 de dezembro de 1961, publicado no Diário Oficial da União em 21 de dezembro de 1961. A Universidade foi solenemente instalada em 11 de

março de 1962 e, em seguida, experimentou uma forte expansão, com a abertura de novos cursos.

No final da década de 60, a Universidade adquiriu as instalações do Colégio Notre Dame de Sion, na Rua Benjamin Constant, e levou para o espaço toda a sua administração e boa parte de seus alunos. No novo campus fundou, em 27 de fevereiro de 1969, o Colégio de Aplicação, que tinha como finalidade propiciar campo de estágio e pesquisa aos alunos da Faculdade de Educação. Hoje, o colégio é um dos mais tradi-cionais e referência de ensino de qualidade desde a Educação Infantil, além de manter seu objetivo de ser um colégio de aplicação para diversos outros cursos da Universidade.

Atualmente, a UCP conta com 24 cursos de graduação, sendo três oferecidos também na mo-dalidade a distância, além das pós-graduações, com os mestrado, doutorado, especializações e MBA.

planos futurosPara os próximos anos, a UCP pretende ampliar o investimento na modalidade de ensino a distância

e na expansão da Universidade com polos EAD em outras cidades, indo ao encontro da nova tendência de ensino superior no Brasil.

Não menos importante também estão presentes na cidade a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), e o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Su-ckow da Fonseca (Cefet). Assim como as de ensino a distância Unopar, Uninter, Cruzeiro, entre outras.

UCp

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A lém da diversidade gastronômica, Petrópolis conta com muitos pro-fissionais renomados. Um deles

é o chef Dann Mattos, criador do Polo Gastronômico e Turístico de Secretário, que recebeu o Prêmio Nacional de Turismo 2019 do governo Federal, conhecido como o Oscar do Turismo. O projeto foi criado em abril do ano passado e já atraiu diversos visitantes para a comunidade em busca da

história e culinária locais. Segundo Dann, o projeto tem como

objetivo impulsionar e dar visibilidade a Se-cretário, que é rica em produtores locais. O chef inclusive afirma que sempre utilizou o que é produzido na região para a preparação de diferentes receitas. Entre os principais ingredientes estão cogumelos, verduras, legumes, temperos, frutas, geleias, doce de leite, cachaça, cerveja e vinho.

projeto que estimula o turismo em secretário venceu prêmio dogoverno federal

FOTOS: MÁRCIA RODRIGUES / OSEIAS BARBOSA

Chef Dann Mattos

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sobre secretário No século xVIII Secretário foi uma sesmaria que pertencia ao se-

cretário da Câmara da Capitania do Rio de Janeiro. Ele foi o homem conhecido como José Ferreira da Fonte nome do secretário que deu origem a identificação do vilarejo. O secretário tinha como incumbência manter conservado o caminho que ligava as Minas Gerais ao Rio, e combater, em nome da Coroa Portuguesa, assaltos e contrabandos. Era o tempo dos tropeiros e dos homens que se arriscavam pelas matas em busca de fortuna.

Nas margens deste caminho surgiram grandes fazendas, uma pequena vila, uma igreja e depois uma escola. Ao longo da história Se-cretário ganhou fama como uma ótima região para varanistas descan-sarem, e também para moradia. “Muitas fazendas foram loteadas e se transformaram em condomínios. A população fixa e flutuante cresceu, e mesmo conservando as características rurais, o perfil de Secretário vem se adaptando aos novos tempos”, contou o chef Dann Mattos.

Atualmente Secretário é um bairro do Distrito de Pedro do Rio, em Petrópolis. Trata-se de um vale, cortado por rios, cheio de caminhos e pequenas localidades.

“Quanto mais eu conhecia a região e os produtores, mais sentia a necessidade de valorizar as qualidades dos produtos locais. então iniciei um processo para catalogar todos os produtos e suas origens. Isso me fez conhecer caminhos históricos, ruínas e suas narrativas, e possibilitou ainda que eu estreitasse laços com a comunidade. Este envolvimento me trouxe também a curiosidade de estudar a história do local, e ai descobri um verdadeiro tesouro arqueológico e um universo de sabores que poderiam ser utilizados em prol do turismo”, contou emocionado.

O projeto consiste em um passeio pela região de Secretário e Sebollas (distrito de Paraíba do Sul). De van, os visitantes conhecem produções artesanais de queijos e doces, onde tomam um café colonial, conhecem uma cachaçaria, uma vinícola e o Museu de Tiradentes, terminando com um almoço no bistrô Le Coq. Durante o passeio, eles também são informados sobre a história da região.

“Os visitantes desgustam geleias e compotas produzidas de forma artesanal, com destaque para o doce de leite e o queijo frescal. Eles tam-bém conhecem a única vinícola do Estado do Rio de Janeiro, e provam um bom vinho de terras fluminenses. Continuando o roteiro, eles são levados para a charmosa Vila de Sebollas, onde está localizado o Museu Sacro-Histórico de Tiradentes, e conhecem um pouco sobre a história do alferes Joaquim José da Silva xavier, o Tiradentes (1746-1792). Depois ainda têm o momento de experimentar a cachaça mais famosa da região, que possui inúmeros sabores. Ao retornarem eles têm uma experiência no bistrô, com um delicioso almoço, composto de entrada, prato principal e sobremesa, preparados especialmente para o roteiro”, explicou o chef.

Serviço: Rota Secretário – circuito turístico e gastronômicoPasseios agendados pelo telefone (21) 99732-5152, (24) 2228-

1615, ou pelas páginas no Instagram: lecoqbarebistro e chefdann-mattos, e site: www.lecoqbarebistro.com.br

http://www.turismo.gov.br/images/Premio-Nacional-do-Turismo-2019

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Q ue Petrópolis é uma cidade turística todos já sabem. Mas quais locais visitar? Seja morador ou turista sempre bate aquela

dúvida de em qual atrativo ir primeiro, ou incluir na rota de passeios. Pensando nisso, a Associação de Guias de Turismo da cidade (AGP) preparou um guia para lá de especial.

A AGP foi fundada em 2 de fevereiro de 1984, com o intuito de organizar o trabalho dos profis-

sionais do segmento. Já em 1986, a associação dos cicerones de Petrópolis, como era chamada, recebeu o título de utilidade pública pelos serviços prestados à educação e cultura na cidade. Hoje, todos os 30 guias são credenciados pelo Ministério do Turismo.

Então imagina visitar todos os locais indicados por eles, em segurança e tendo verdadeiras aulas de história sobre os atrativos?

roteiro turístico: saibao que você não pode perder em petrópolis

FOTOS: ALEXANDRE CARIUSMuseu Imperial

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romantismo ValE Do amor - passagem obrigatória para quem busca paz,

tranquilidade, contato com a natureza e contemplação. Recebe visi-tantes de vários lugares e surpreende pela beleza dos jardins e mensa-gens durante o trajeto. Os atrativos são ligados a diferentes religiões. Existem áreas voltadas para culturas orientais, uma capela franciscana a céu aberto, espaço para meditação, cachoeira de Aruanda ligada às religiões indígenas e à umbanda e muito mais. Funciona de 8h às 17h. Oferece café da manhã para grupos mediante agendamento prévio. Ingresso: R$12 por pessoa.

orquIDárIo BInot - no local existe uma variedade incrível de orquídeas, bromélias, suculentas e várias outras espécies. É a antiga chácara do Dr. Jean Baptiste Binot, botânico e paisagista francês, que veio ao Brasil convidado pelo Imperador Dom Pedro II para planejar os jardins do Palácio Imperial, onde existe atualmente o Museu Im-perial. O filho do Dr. Binot, Pedro Binot, criou o Orquidário que fica no Retiro, pertinho do Centro Histórico. O local é considerado um marco da floricultura no Brasil e que funciona até hoje. A entrada é franca. Funciona de segunda a sábado de 7h às 17h. Não abre aos domingos e feriados.

FazEnDa Da SamamBaIa - a história do local antecede a de Petrópolis. Datada de 1723, a Fazenda tem jardins projetados por Burle Max e uma capela atribuída ao Mestre Valentim. Além de conhecer esse lindo patrimônio histórico e cultural, é possível se hospedar lá e agendar um almoço delicioso. A Fazenda fica no Samambaia, a menos de 10 minutos do Centro Histórico. Ingresso para visitação: R$10 por pessoa.

Curiosidadesla GranDE ValléE - lugar encantador em meio às monta-

nhas de Itaipava. Por lá passaram pilotos franceses que estiveram no Brasil na década de 30. Eles faziam parte da Companhia de Aviação Aéropostale. Entre esses pilotos estava Antoine Saint-Exupéry, autor do livro “O Pequeno Príncipe”. As visitas são me-diante agendamento prévio. O ingresso custa R$ 25 por pessoa.

GallEry 275 - muSEu DE motoS CláSSICaS - criado por um apaixonado por motocicletas clássicas, fica na Mosela. São mais de 100 modelos que os visitantes podem ver de pertinho e fotografar. O ingresso custa R$ 20 por pessoa. A visitação é mediante agendamento prévio para grupos.

Locais religiosos CatEDral São PEDro DE alCântara - Ícone da arquitetura neogótica francesa em

Petrópolis, a Catedral de São Pedro de Alcântara guarda relíquias da história, como o mausoléu imperial onde estão os restos mortais da família imperial brasileira e os famosos vitrais. É a igreja católica mais importante da região e um dos atrativos turísticos mais visitados da cidade.

IGrEJa lutErana - Situada na Rua Ipiranga no Centro Histórico, é um dos templos religiosos mais antigos da cidade, datado de 1863. Foi construído por colonos germânicos em estilo gótico alemão. Aos sábados, é possível assistir um lindo concerto no órgão da igreja, realizado pelo organista Thiago Tavares às 15h. A visita ao templo é gratuita. A entrada para o concerto custa R$ 20 por pessoa.

mESquIta BaItul awal - Localizada na Estrada da Saudade, pertinho do Cen-tro Histórico, a Mesquita tem despertado a curiosidade dos moradores e visitantes. Lá, é possível conhecer melhor os hábitos dos muçulmanos. Os membros da comunidade recebem muito bem as pessoas e promovem uma visita guiada. A entrada é franca, com agendamento prévio dos grupos.

moStEIro Da VIrGEm - Atrativo religioso beneditino bem no meio do Centro Histórico. Tem missas com canto gregoriano aos domingos. As irmãs responsáveis pelo templo vendem produtos religiosos para ajudar a manter o mosteiro. Lá é possível encontrar também pães e os famosos biscoitos produzidos por elas. A entrada é franca, mas é necessário agendamento prévio dos grupos.

Vale do Amor

Catedral São Pedro do Alcantara

Gallery 275, Museu de Motos Clássicas

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Gastronomia VInhoS E lICorES maIworm - Essa família de colonos

germânicos chegou a Petrópolis logo após a fundação da cidade e já trazia receitas de vinhos e licores. Fabricam desde 1845 uma grande variedade de produtos e recebem os visitantes em sua sede, no bairro Quarteirão Brasileiro. Atendem diariamente em horário comercial. Para grupos, recomenda-se agendar previamente a visita. A entrada é franca.

SítIo DaS BromélIaS - Localizado em Itaipava, o local é um convite para quem gosta de boa gastronomia e cerveja artesanal. É possível visitar as instalações da Cervejaria Alter, marca petropo-litana, que ainda oferece degustação de petiscos produzidos no próprio sítio. No local ainda tem uma loja com produtos da região e bromélias. O ingresso custa R$ 25 por pessoa. É necessário agen-damento prévio para grupos, e o almoço é sob consulta.

CIrCuIto CErVEJEIro DE PEtróPolIS - Petrópolis foi reco-nhecida como a Capital Estadual da Cerveja, devido as mais de 20 cervejarias próprias. Nas visitas às instalações é possível aprender os tipos de cervejas produzidas pelas marcas da cidade. As visitas são realizadas mediante agendamento prévio dos grupos.

CaStElo DE ItaIPaVa - O castelo em estilo medieval constru-ído em Itaipava em 1920 encanta milhares de visitantes, turistas e moradores da cidade pela beleza e imponência. No local funcionam um hotel, restaurantes e uma loja com diferentes produtos. Além disso o espaço oferece um chope de fabricação própria. O ingresso para visitação custa R$ 12 por pessoa durante a semana, e R$ 15 por pessoa aos fins de semana e feriados.

hortomErCaDo munICIPal - É possível encontrar produ-tos fresquinhos da região, como flores, doces, queijos, produtos orgânicos, artesanato, mel etc. Valoriza a produção local e estimula a agricultura familiar. É sempre ponto de parada em Itaipava. A entrada é franca, e funciona aos sábados, das 8h às 16h, e, aos domingos e feriados, das 8h às 13h.

parques e produções rurais CIrCuIto ECorrural CamInhoS Do BrEJal - Maior

produtor de orgânicos do Estado do Rio de Janeiro, o circuito reúne diversas propriedades abertas ao público no distrito da Posse. Nestes locais o visitante pode sentir o cheirinho da terra, ver como a agricultura familiar é importante para toda a região, e conhecer a realidade rural. Isso sem falar nas guloseimas produ-zidas na região. É possível visitar e almoçar, desde que seja feito o agendamento prévio.

CIrCuIto araraS - ValE DaS VIDEIraS - Começa por uma passeio contemplativo pela Estrada Bernardo Coutinho, observan-do os atrativos naturais por todo o trajeto. Nesta região o visitante encontra artesanato, alambique de cachaça artesanal, delicates-sens, e restaurantes de alta gastronomi. Além disso, as trilhas são um atrativo a mais para quem gosta de cicloturismo e ecoturismo.

ParquE CrEmErIE - Linda área verde próxima à entrada da cidade. O local é arborizado, com espaço para piquenique, par-quinho infantil, piscina e pedalinhos (os ingressos para o passeio podem ser adquiridos na lanchonete). O parque, que era uma antiga fábrica de laticínios no século xIx, tem entrada franca e funciona de terça a domingo, das 8h30 às 17h.

ParquE naCIonal Da SErra DoS órGãoS: É uma das áreas de proteção ambiental mais antigas do Brasil. Fundado em 1939, conta com cachoeiras, piscinas naturais, montanhas para escalada, trilhas e muito mais. Tem alojamentos para os visitantes nas partes mais altas do parque. É importante sempre ter a presen-ça de um guia de turismo credenciado pelo Ministério do Turismo especializado em atrativos naturais, para segurança dos visitantes.

CaChoEIraS - O Poço do Rocio (acesso pela BR-040 sentido Rio), Poço da Rocinha (Secretário) que tem acesso por Pedro do Rio, Cachoeira da Macumba ou Cachoeira dos 13, na BR-495, estrada que liga Petrópolis a Teresópolis, e a Cachoeira da Ponte Funda, no Vale das Videiras, que tem acesso por Araras, estão entre as mais procuradas. Dentro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos também existem locais incríveis para passeios em meio à natureza.

Castelo de Itaipava

Parque Cremerie

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ModaPolos de Moda - Petrópolis é um lugar que atrai muitos visitantes

por conta dos seus polos de moda. Rua Teresa, Feirinha de Itaipava e Bingen têm muitas lojas de roupas e acessórios com precinhos especiais. Não podem ficar de fora do roteiro de visita.

pontos turísticos tradicionais

aGPContato: (24)9 8842-3235.

Facebook: Associação de Guias de Turismo de Petrópolis Instagram: @guiaspetropolis

Museu de Porcelana

Feirinha de Itaipava

muSEu Do artESanato - Casa de Cultura Cocco Barçante - Primeiro Museu do Artesanato do Estado do Rio de Janeiro. Tem mais de 250 peças em seu acervo produzidas por artesãos de comunida-des do Estado com materiais recicláveis. O museu visa o conceito de museologia social. Os artistas reutilizam materiais recicláveis como papel, tecido, garrafas pet, peças de computadores e muito mais. No local existe uma lojinha onde os visitantes podem adquirir alguns produtos artesanais. O ingresso custa R$ 10 por pessoa.

muSEu DE PorCElana - Inaugurado em junho de 2018, reúne mais de 1300 peças, em sua maioria, de porcelana europeia. Muitas delas são de animais e impressionam pelo realismo e detalhes das pinturas feitas à mão. O local funciona de terça a domingo, e o ingresso custa R$ 15 por pessoa. O museu fica na Avenida Barão de Amazonas, no Centro.

PaláCIo ItaBoraí - O antigo casarão do século xIx foi sede do governo estadual, e atualmente abriga a Fiocruz em Petrópolis. Ele abriga exposições temporárias e tem trilhas na área externa com plantas ornamentais, medicinais, aromáticas e ainda uma coleção de insetos. A entrada é franca, e o funcionamento ocorre de terça a sábado, das 9h às 16h (visitação interna), e de 9h às 17h (visitação externa).

muSEu CaSa Do Colono - O local conta com acervo composto por móveis, imagens, ferramentas e utensílios que eram utilizados por colonos germânicos no século xIx. É interessante para entender os hábitos das famílias que chegaram à cidade logo após sua fundação e sua importância para a cultura e para a história de Petrópolis. A entrada é franca. O espaço funciona de terça a domingo, de 8h30 às 16h.

muSEu ImPErIal - Principal cartão postal de Petrópolis, o Palácio de Verão da Família Imperial é um dos museus mais visitados do Brasil e guarda relíquias da nossa história. Com um jardim preservado e agradável, é um con-vite à um passeio por suas alamedas. Na sala das viaturas, é possível admirar os modelos dos veículos da época e fazer uma verdadeira viagem no tempo. No interior do Palácio, muitas peças do acervo nos contam os hábitos sociais e políticos daquele tempo e a importância da Família Imperial. O ingresso custa R$ 10,00 por pessoa. A visitação ocorre de terça a domingo, de 10h30 às 17h.

PaláCIo quItanDInha - Criado para ser o maior cassino hotel da América Latina, o Quitandinha reúne arquitetura, história, cultura e esteve no auge do glamour entre celebridades e políticos da década de 40. Atualmente é gerido pelo Sesc e aberto ao público. No local são promovidos eventos culturais. O ingresso custa R$ 10 por pessoa, e a visitação é de terça a domingo, de 9h30 às 17h.

Palácio Quitandinha

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Todas as cidades, de qualquer dimensão ou importância, desde tempos muito dis-tantes, emprestam nomes a logradouros

públicos como uma forma de homenagear per-sonalidades, feitos históricos, a natureza, estados d´alma, enfim, de acordo com a sensibilidade humana que vem do povo.

Em Petrópolis, por ser um povoado criado

pelo Imperador D. Pedro II, onde o monarca fez edificar sua moradia de verão, alguns logradouros homenageavam a família imperial: praça D. Pe-dro, praça D, Afonso, rua D. Januária, Imperatriz, Imperador, do Mordomo etc. até que a república, em 1889, exigiu a mudança de algumas ruas e praças, em favor de nomes e feitos não ligados ao regime deposto.

em cada rua há maisum pedacinho dahistória petropolitana

FOTO: ROGÉRIO DE PAULAAvenida Koeler

Por Joaquim Eloy

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O tempo passou, a Avenida 15 de No-vembro e a Rua 7 de Setembro voltaram aos nomes originais de Rua do Imperador e Rua da Imperatriz respectivamente. E, assim, foi crescendo a toponímia petropolitana, com al-gumas mudanças de nomes, de acordo com o momento político, como o Largo D. Afonso, homenagem ao príncipe imperial, primogêni-to, herdeiro do trono imperial e que faleceu em tenra idade, que na República passou a ser Praça da Liberdade, em seguida Rui Bar-bosa, a partir do falecimento em Petrópolis do destacado político e estadista e, por fim, retornando a Praça da Liberdade porque o povo jamais deixou de assim chamá-la.

Uma artéria no Centro Histórico teve mui-tos nomes, localizada no Morro do Cruzeiro, adotando essa denominação por muitos anos. Porém, ao falecer, na Paraíba, o companheiro

de chapa de Getúlio Vargas, João Pessoa, assassinado, o esperto estadista Getúlio criou grande comoção nacional, trouxe o corpo para sepultamento no Rio de Janeiro e, já pre-sidente, ordenou que o nome de João Pessoa passasse a figurar nas cidades do país. Petró-polis, importante cidade de veraneio, sede do governo do país nos veraneios presidenciais, retirou o nome de Cruzeiro e denominou-a João Pessoa. Ao falecer o estimado médico e político, ex-prefeito municipal, ficou resolvi-do que o ilustre personagem teria seu nome imortalizado em artéria do Centro Histórico. Como João Pessoa nada representava para o município, pois jamais estivera por aqui, seu nome foi defenestrado e a homenagem passou ao Dr. Nelson de Sá Earp, com muita justiça, oportunidade e real merecimento”, explicou o historiador Joaquim Eloy.

Rua do Imperador ALEXANDRE CARIUS

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Rua 16 de Março

Rua da Imperatriz Rua Ipiranga

Uma outra rua, no Centro Histórico, que mudou de nome, o que não foi bem aceito pela população, foi a Avenida Piabanha, banhada pelo riacho, artéria aristocrática e que mudou para Avenida Presidente Kennedy, por ocasião da grande comoção mundial diante do assassinato do grande estadista norte-americano. Passados alguns anos, verificado o fato da nenhuma relação de John Fitzgerald Kennedy com Petrópolis, a Câ-mara Municipal fez retornar o nome de Piabanha.

A Rua Centenário, aberta à paralela da rua do Imperador, nas costas do casario da quadra que começa na praça D. Pedro II, que por ser

criada no ano do centenário da Independência do Brasil, 1922, recebeu esse nome, passou a 16 de março quando foi comemorado o centenário da cidade e mais tarde estendida até a rua Dr. Nelson de Sá Earp.

“Um feito notável ocorreu no final do século xx, quando a Câmara Municipal resolveu nominar um espaço junto ao obe-lisco dos colonizadores de “Largo da Boca Maldita”, porque ali funcionava o Café Rio Branco, era local de cafezinhos e bate-papos entre a população, e também políticos, onde se falava bastante da vida alheia.

FOTOS: ALEXANDRE CARIUS

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Com tanta influência dos colonizadores e imi-grantes em Petrópolis, a gastronomia da cidade se tornou referência nos quesitos qualidade

e variedade. Ao longo de duas décadas o município ganha cada vez mais força no segmento e atrai muitos turistas todos os anos, que fazem questão de experi-mentar as delícias da serra. Os produtos fresquinhos produzidos na região, aliados aos renomados chefs , fizeram da cidade um dos melhores polos gastronômi-cos do país.

a gastronomiade petrópolis

Sa Carola

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De acordo com a Consultora da Federação Estadual de Conventions & Visitors Bureau, Márcia de Paula, o olhar para a gastronomia precisa ser macro. Isso porque os clientes hoje querem a experiência, mas também buscam transparência, sustentabilidade, e desejam saber qual impacto ambiental muitas vezes é gerado na região do que é produzido. Então a cidade se mostra todos os anos mais organizada e engajada em melhorar o segmento, que já é considerado um dos grandes atrativos de Petrópolis.

“Gastronomia é terra, clima, ambiente, agricultor, nature-za, produtor, é fogo, tecnologia, cozinheiro(a), chef, equipe, sustentabilidade, alquimia, sabor, visual e paladar. O Petró-polis Gourmet, nestes 20 anos, em muito agregou valor ao segmento, dando visibilidade e oportunidades à gastronomia e seus atores, com todo protagonismo que ela merece. O Polo Gastronômico é uma realidade não só aqui, mas em várias cidades da Região Serrana, tendo como principal incentivador

o SEBRAE e empresários, sempre muito sensíveis e ligados a oportunidades, conectividade e mudanças”, opinou Márcia.

Atualmente a cidade conta, por exemplo, com núcleos gastronômicos que se destacam por suas cozinhas. É o caso do Valparaiso Gourmet, que está cada vez mais organizado. “Temos pessoas novas que, com sabedoria, exploram as atuais tendências e usam muita criatividade. assim como os mais tradicionais, que se mantém muitas vezes com nova roupagem, mas firmes na excelente tradição que os preserva”, avaliou.

Toda a região, desde o Centro Histórico, passando por Corrêas, Itaipava, Araras, Secretário, Rocio e arredores, mostra uma gastronomia simples e ao mesmo tempo, requintada, multifacetada, que passa pelo à la carte, buffet’s, cozinha internacional até a típica cozinha brasileira. Vegana ou não. “Estamos em franca expansão, felizmente! Vivendo a inquie-tação natural tão inerente e própria da gastronomia”, afirmou.

Grande Hotel Luigi

Maíz Oliveiras

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polo gastronômico de petrópolis

O Polo Gastronômico de Petrópolis é um grupo associativista que tem como meta desenvolver as interrelações entre seus 30 associados, criar novas formas de comércio e de divulgação dos produtos e serviços, e tambem atua na capacitação dos colaboradores. O projeto nasceu em 2018 com parceria do Sebrae, dentro de um programa de desenvolvimento para os estabeleci-mentos ligados à gastronomia.

“A ideia é divulgar esses empreendimentos, seja nas mídias, em feiras ou eventos, onde os participantes têm oportunidade de mostrar e vender os produtos. Pensando nisso, o polo criou junto com ao Petrópollis Convention & Visitors Bureau (PCVB) o Mercado Gourmet, evento satélite do Petropolis Gourmet direcionado à indústria e comércio da gastronomia. Além disso, realizaremos eventos de capacitação e de incremento do comércio local, como rodada de ne-gócios”, disse o presidente do polo gastrônomico, Alexandre Manoel Vieira de Carvalho.

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A moda é muito mais que desfiles e peças exóticas. Desde a ori-gem ela sempre esteve atrelada

aos acontecimentos históricos de cada época. Por meio dela, é possível inclusive contextualizar hábitos e costumes, es-tudar o cenário econômico e, indo mais além, até mesmo analisar as motivações humanas em um lapso de tempo. Não dá para negar que Petrópolis tem uma liga-ção estreita com o setor de confecção têxtil, por sempre ter fabricado tecidos e depois roupas. Por conta disso, tem papel significativo o segmento, no inte-rior do Estado.

De acordo com professora e con-sultora de moda e estilo Marcia Borges, as pessoas tendem a confundir roupa e moda. Ainda segundo ela, roupa é, prin-cipalmente hoje, a parte mais evidente da moda. Então, é normal ligar Petrópolis à moda. Acontece que moda e roupa não são a mesma coisa. A moda é uma forma de expressão, que pode usar a roupa como manifestação. Já a roupa é algo concreto, que pode ou não ser moda. Diante disso, Marcia acredita que a ci-dade faz roupa, mas não faz moda (em sua maioria) daí a dificuldade que setor enfrenta nos últimos anos.

a diferença de moda e roupa dentro do cenáriopetropolitano

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Apesar disso, as perspectivas para o mercado da moda, no Brasil e no mundo são ótimas. “Vale ressaltar que a roupa sem identidade perde cada vez mais espaço. Isso significa que quando uma marca acerta na linguagem com um determinado público é perfeito. Ela terá muito para cres-cer e se consolidar no ramo. Contudo, enquanto algumas acreditarem que basta copiar as peças que estão em alta e oferecer por preços melhores, elas permanecerão em um terreno insólito. No primeiro momento a estratégia pode até dar certo, mas apenas isto não sustenta a marca. Hoje é preciso ter identidade, comunicação direta e clara com o mercado alvo”, salientou.

Falar isso pode parecer exagero, mas a verdade é que todos os mercados de trabalho estão mais desafiadores, o que obviamente exige mais daqueles que estão iniciando seus projetos, daí a necessidade de conhecimentos mais es-pecíficos e estratégicos. “Quando confundimos moda com roupa podemos achar que ser bom modelista, desenhista ou costureiro basta, mas isso não é suficiente. O profissional da moda precisa entender de mercado, viabilidade econômica e industrial, e tem que ter uma visão amplificada de tudo. Para isso precisa de formação específica”, afirmou.

Marcia afirma, ainda, que atualmente um dos profissio-nais mais importante do segmento é o designer de moda. “A visão do designer na concepção dos produtos, do início ao fim, deve levar em consideração o público-alvo, uso, custo, concorrentes e o descarte”, disse.

Lorena Borges, venceu o concurso do Fashion for Future, que selecionou seis universitários entre 300 inscritos de todo Brasil, e ganhou uma bolsa do curso para novos designers. “Renascer” foi o moodboard produzido pela estudante que tinha como objetivo apresentar “A tradição artesanal de Florença”. Os estudos na Itália iniciam no dia 22 de junho deste ano, e lá ela terá a oportunidade de aprender sobre a cultura da moda local do país, que se destacou pela alta costura e é berço de estilistas mundialmente consagrados.

A estudante de moda cursa o segundo período na Uni-versidade Estácio, e teve como maior incentivadora a coorde-nadora do curso Marcia Borges. “Não me sentia preparada, pois sabia que concorreria com alunos bem mais experientes, mas ela sempre disse que seria possível e me ajudou em todo o processo”, conta.

Para Marcia, a satisfação de ver a aluna se destacando no mercado, ainda tão nova, é motivo de muito orgulho. “Acho que ela é o exemplo das possibilidades que esta área pode oferecer. No mundo todo a moda está bem aquecida e a formação específica é super bem-vinda. Milão tem várias instituições importantes que preparam para atuação mundial. Tenho certeza que a experiência vai agregar e abrir novos horizontes para Lorena. Ela é uma aluna dedicada, vai apro-veitar muito, espero que as empresas aqui possam reconhecer e abrir suas portas para ela e para os nossos alunos. Eles têm conhecimento que pode contribuir demais na consolidação das marcas de nossa região”, disse satisfeita.

aluna de petrópolis ganha prêmio em Milão

Marcia Borges, professora e consultora de moda

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ALEXANDRE CARIUS

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o estilo do petropolitanoO jeito de se vestir do petropolitano também é um ponto

que pode ser levado em consideração na hora de criar. “Vemos aqui na cidade o perfil mais clássico de se vestir. Sem dúvida, isso tem relação com a aristocracia que fundou a cidade e acabou deixando nos modos e hábitos dos moradores características mais discretas. Somando-se a isso existe a questão climática. Tem-se uma predominância de escolhas por cores mais neutras, como preto, branco, cinza, marinho e por aí vai. Até mesmo na hora de escolher estampas, o petropolitano tende a selecionar as menos coloridas”, disse.

Algumas marcas de novos designers na cidade podem evidenciar isso. A marca Júnior Costa, por exemplo, aposta na moda autoral, com perfil sustentável, buscando tecidos mais naturais e design atemporal, que é um nicho que cresce muito. “As coleções sempre apostam nas cores mais clássicas, com um toque das tendências”, concluiu Marcia.

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Incentivo ao esporte, arrecadação de alimentos e roupas, doação de cestas básicas às famílias caren-tes, ações especiais em datas comemorativas como o

Natal, e a Páscoa. Isso é apenas uma parte de tudo que é

feito em Petrópolis. São dezenas de projetos sociais que contam com ajuda de muitos voluntários em benefício do outro. A ideia é ajudar no que for possível, pessoas que muitas vezes não possuem o mínimo.

projetos sociais mostramsolidariedade petropolitana

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Fazemos a diferença Uma destas inciativas é o Fazemos a Diferença. O grupo foi criado pelas amigas Fabíola

xavier Nunes e Francine Magalhães em 2011, na Cidade Imperial, e hoje possui uma equipe engajada em tudo que diz respeito a solidariedade. O projeto atua em várias frentes, como a doação de cestas básicas, materiais de limpeza e higiene, faz parcerias com profissionais específicos para fornecer atendimento gratuito a famílias, e se mobiliza em todas as datas comemorativas do ano.

“Queremos ampliar cada vez mais a esfera de contribuições para as pessoas que necessi-tam e também encorajar aqueles que têm condições de ajudar, mesmo que de forma tímida. Diferentes instituições da cidade recebem auxílio do projeto. Para nós a solidariedade começa em casa, entre nossos familiares, e vai para a rua. O que queremos é alcançar sempre mais gente, para que elas próprias se mobilizem para ajudar um vizinho, um conhecido ou o bair-ro em que vivem, independente de fazer ou não parte de algum projeto. Acreditamos que despertar isso nas pessoas é espalhar por aí um pouco dessa nossa paixão e isso de fato faz a diferença”, disse Fabiola.

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Outro projeto que ajuda centenas de pessoas na cidade é a Comac, que completou 50 anos de existência. Criada a partir da vontade de empresários petropolitanos capitaneados por Germano Valente, a instituição iniciou as atividades como um abrigo para menores infratores de Petrópolis e região vizinha, quando ainda a legislação para crianças e adolescentes era regida pelo extinto código de menores. Posteriormente, voltou suas atividades para a educação infantil e, até 2017, era o maior centro público de educação infantil de Petrópolis, atendendo cerca de 240 crianças desde o berçário até o período pré-escolar. Nos primeiros anos também desenvolveu atividades sociais vol-tadas à qualificação de adolescentes para inserção no mercado de trabalho através do tradicional Curso de Patrulheiros.

A partir de 2010, com a chegada da jornalista Fernanda Ferreira a presidência da instituição, outros programas, projetos e serviços foram implantados e desenvolvidos na COMAC, o que aumentou consideravelmente o número de usuários assis-tidos. O primeiro projeto a ser implantado foi o atual Acredi-tar, que qualifica pessoas com deficiência para o mercado de trabalho, como alternativa às empresas que precisam cumprir a quota da legislação, mas que não encontram pessoas com autonomia para desenvolver atividades laborais; dentro das limitações de cada aluno. O projeto já encaminhou mais de 30 jovens para diversas empresas petropolitanas.

Seguindo a linha de qualificação profissional, a Comac se registrou no Programa Jovem Aprendiz, que hoje qualifica quase 200 adolescentes e jovens em empresas parceiras da instituição. Em 2011 foi iniciado o projeto COMAC Costurando com Amor – By Fátima Bastos, que já qualificou mais de 100 mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade social ou que sofriam violência doméstica e familiar. Além de atuar na Lei Federal de Resíduos Sólidos, aproveitando materiais que iriam para o lixo, como banners, que são transformados em pastas, mochilas e outros brindes. Após as eleições de 2012, 2,5 toneladas de placas de candidatos em mesas foram transformadas, mochilas e estojo para a alunos da Educação Infantil”, contou Fernanda.

Além disso, o esporte é bem desenvolvido no local, e conta com diversos projetos neste segmento, como: judô, futebol infantil e juvenil, futebol feminino, natação, e este ano, através de uma doação pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança (CMDCA), iniciará também o voleibol. No judô, a instituição é federada e tem a frente o sansei Ronaldo França.

Funcionando de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 e das 13 às 17h, a COMAC de Petrópolis está localizada a Rua doutor Sá Earp, 88 – parte A –Morin (ao lado da Águas do Imperador). Para visitar, não precisa agendar.

Comac

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onG sal para terraOutro projeto que se destaca é a Ong Sal para Terra, criado em 1999 no Retiro, e que

sempre contou apenas com ajuda de voluntários. O projeto atende crianças e adolescentes em risco social das comunidades do Neylor, Alemão, São Luiz e outras. Atualmente 100 alunos com idade entre 6 e 17 anos, são beneficiados. Vale ressaltar que a rede de apoio se estende a cerca de 348 pessoas, que fazem parte das famílias dos beneficiados diretamente pelo projeto.

“A instituição funciona em um galpão alugado, no valor de R$ 4 mil, e ainda possui as despesas de funcionários de base como cozinha, manutenção, secretaria, inspetora. Assim como luz, água, entre outros. Ela não é governamental, e toda despesa é mantida através de doações mensais de pessoas físicas da cidade. Além disso, empresas parceiras também ajudam em projetos específicos, através da dedução no imposto de renda via Funcria”, disse o presidente Adilson Malaquias.

Existe atualmente uma lista de espera com mais de 130 crianças das comunidades próximas que têm necessidade de participar da instituição. Porém, devido à limitação de voluntários e também financeira, hoje, a ONG só tem condições de atender 100 crianças. O Sal para Terra funciona de segunda a sexta-feira de 8h às 17h, na Rua Felipe Camarão, 435 - Retiro. Mais informaçães podem ser obtidas através do telefone: (24) 2291-5018.

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