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Sangue e as Defesas do Corpo

A digestão é o processo de quebra das substâncias ingeridas, por outras menores, que são absorvidas e utilizadas em nosso metabolismo para nos fornecer os nutrientes necessários ao funcionamento normal do organismo. O sistema digestivo humano teve uma mudança de nomenclatura no ano de 1996, passando a se chamar sistema digestório. Início da digestão A digestão ocorre em diversas etapas sincronizadas. Começa na boca, por meio da saliva, língua e dentes. A saliva é produzida pelas glândulas salivares, na região abaixo da língua e possui uma substância chamada de ptialina, ou amilase salivar. A saliva possui a função de umedecer os alimentos para poderem ser deglutidos, além de começar a digestão do amido pela ação da amilase salivar e promover defesa contra agentes agressores que tentem invadir o corpo pela boca. A língua tem papilas gustativas que detectam o sabor dos alimentos. Já os dentes tem o objetivo de quebrar o alimento para facilitar sua deglutição. Os dentes são compostos de:

Esmalte: Superfície externa do dente. É transparente e o tecido mais duro do corpo humano. Formado de sais de cálcio e fósforo, forma a coroa do dente e protege os tecidos mais internos e sensíveis do dente, contra agentes externos. Dentina: é o corpo principal do dente, apresenta coloração desde branca até amarelada. É responsável pela sustentação dos demais tecidos dentais. É um tecido vivo muito sensível, que fica logo abaixo do esmalte. Polpa: É a cavidade interna do dente, composta por fibras nervosas, vasos sangüíneos e linfáticos. É responsável pela nutrição e sensibilidade dental. Cemento: É a camada externa que fica dentro do alvéolo dental, na porção da raiz. Quando os dentes são expostos a esforços excessivos, torna-se mais espesso e forte. Membrana periodontal – É uma camada que protege a raiz do dente e fica na região entre o osso alveolar e a dentina. Protegido pela gengiva.

Após passar pela boca, o alimento é direcionado para o esôfago, onde vai ao estômago. O conjunto de tudo que foi ingerido pelo indivíduo e está nesse caminho ao estômago é chamado de bolo alimentar. Ali ele sofre a ação de enzimas digestivas presentes no suco gástrico e passa a ser chamado de quimo ao ser levado aos intestinos. Assim que chega à primeira parte do intestino delgado, chamado duodeno, o quimo também será alvo de enzimas pancreáticas e da bile. A bile é uma enzima produzida no fígado, constituída de 95% de água e sais minerais como a bilirrubina e o colesterol. Do fígado a bile vai para a vesícula biliar. De lá ela desse pelo colédoco e vai até o duodeno auxiliar na digestão de lipídeos.

O intestino delgado possui uma série de microvilosidades, que são especializações das células para absorver os nutrientes. Aumentam a superfície de absorção dos nutrientes, como uma espécie de ‘toalha’ que puxa os nutrientes. O intestino delgado é formado por 3 partes: no duodeno ocorre a digestão dos nutrientes pelas enzimas lípase, amilase, tripsina, nuclease, etc. Então a absorção será feita no jejuno e íleo.

O intestino grosso é responsável pela absorção de água e formação de fezes. Caso ocorra o acúmulo de água, as fezes não serão formadas corretamente, saindo a água junto com as fezes, como na diarreia. Em contrapartida, a falta de água nas fezes promove um ressecamento e dificuldade de defecar (por isso não devemos segurar muito tempo para ir ao banheiro).

Apesar de não digerirmos a celulose, é importante a ingestão de verduras, pois fornecem fibras, assim como os cereais. As fibras auxiliam na digestão e formação de fezes, evitando prisão de ventre e diminuindo o risco de doenças cardíacas e câncer do colo intestinal.

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Necessitamos de seis nutrientes básicos, que são essenciais para a vida. Veja abaixo quais são eles e onde são digeridos:

1. Carboidratos (açucares ou glicídios) – Sua digestão começa na boca, através da amilase salivar, depois será quebrada no duodeno através da amilase pancreática e absorvida no jejuno e íleo. Há 3 tipos principais de carboidratos: Monossacarídeos (são açúcares glicídios mais simples, como a glicose, frutose e galactose); Dissacarídeos (são formados pela união de dois monossacarídeos. A glicose com a galactose forma o dissacarídeo lactose); Polissacarídeos (açúcares formados pela união de várias moléculas de glicose. Amido e glicogênio tem função energética e celulose e quitina tem função estrutural).

2. Lipídios (gorduras) – São quebradas em ácidos graxos e glicerídeos. São muito importantes para diversas funções, como formação da membrana plasmática, absorção de proteínas e produção de hormônios. Sua digestão será realizada diretamente no duodeno, pela ação da lípase e bile. A absorção será feita também no jejuno e íleo.

3. Proteínas – Inicia-se no estômago, pela ação da pepsina, depois é concluída no duodeno pela ação da tripsina. Assim como os carboidratos e lipídios, sua absorção é feita ao nível do jejuno e íleo. As proteínas são formadas de aminoácidos. O aminoácido é uma subunidade formadora de proteínas, um conjunto de 3 bases nitrogenadas. No nosso corpo temos 20 aminoácidos essenciais, estes são responsáveis por montar todas as proteínas do nosso corpo. Alguns aminoácidos são produzidos em nosso corpo, mas outros devem ser adquiridos na alimentação, principalmente com produtos naturais. Dependendo da proteína, usa-se um número diferente de aminoácidos. A insulina possui 51, enquanto a hemoglobina é formada por nada menos que 574 aminoácidos.

4. Vitaminas – São substâncias reguladoras de nosso metabolismo, presentes em pequenas quantidades nos alimentos. São classificadas em Lipossolúveis: Vitaminas que são solúveis apenas em lipídios (gordura), como a vitamina A (retinol) e D (ergocalciforol) e Hidrossolúveis: Vitaminas que são solúveis apenas em água, como as vitaminas B1, (tiamina) B2 (riboflavina), B6 (niacina), B12 (cianocobalamina) e C (ácido ascórbico). São absorvidos diretamente em seus receptores.

5. Minerais – Cálcio, potássio, sódio, ferro, iodo, flúor, etc. São absorvidos diretamente em seus receptores. Para saber mais sobre a função de cada um, confira a Especialidade de Nutrição.

6. Água – É absorvida diretamente no intestino grosso. Possui funções muito importantes no organismo, por isso é reabsorvida constantemente em sua maioria quando passa pelos rins.

Produzindo energia A energia do nosso corpo é produzida pela quebra de moléculas de glicose e oxigênio, originando ATP (adenosina-tri-phosfato). O ATP é uma substância que, quando quebrada, libera fosfato e fornece energia para o nosso corpo realizar funções vitais. É produzido em nossa respiração, através de 3 reações químicas: Glicólise (quebra do glicose em ácido pirúvico, ocorre no citoplasma e fornece 2 ATP), Ciclo de Krebs (o ácido pirúvico formado na glicólise é quebrado, libera gás carbônico e fornece 2 ATP) e Cadeia Respiratória (etapa que produz 34 ATP com a utilização do oxigênio). O oxigênio é fundamental para a realização da 3

a fase, onde ocorre a

fosforilação oxidativa.

Vendo na prática

Digestão do amido pelo teste de Iodo Material necessário – amido de milho (maisena), solução de iodo diluída, quatro tubos de ensaio, uma vela e saliva. Procedimento – Dissolva metade de uma colher de chá de amido (maisena) em meio copo de água e coloque um pouco em cada tubo de ensaio até a altura de 2 a 3 cm de altura. Marque os tubos com núme-ros 1, 2 e 3. Acrescente saliva ao tubo número 2 (é só cuspir no tubo até acrescentar mais 1 cm de altura). Misture bem a saliva com o amido movimentando o tubo em círculos. Acrescente saliva fervida no tubo de ensaio 3, mas não cuspa diretamente no tubo. Cuspa em outro até chegar a 2 cm. Coloque mais 1 cm de água e aqueça. Deixe por algumas horas em repouso e depois coloque iodo nos 3 tubos. O 1

o tubo terá ao final água +

amido + iodo; no 2o tubo teremos

água + amido + saliva + iodo; e no 3o

tubo teremos água + amido + saliva fervida + iodo. Resultados – O tubo 2 não ficará azul porque a amilase presente na saliva quebrou o amido em maltose e glicose. O tubo 3 terá amido sem alteração, pois a amilase salivar perde sua capacidade de ativar a reação por ter sido muito aquecida.