Ética: compromisso com a
convivência
Lia Diskin
Pós-graduação em Jogos Cooperativos Turma 10
22, 23 e 24 de maio de 2009
Universo Terra Vida
Vertebrados Répteis
Mamíferos Antropóides. Hominídeos
Homo sapiens Cidade, Estado
Filosofia
14 bilhões de anos5 bilhões de anos2 bilhões e meio600 milhões de anos300 milhões de anos200 milhões de anos10 milhões de anos4 milhões de anos140 mil a 100 mil anos10 mil anos3.500 anos
Edgar MorinFONTE: O Paradigma Perdido – a natureza humana
ETHOS (com eta inicial): morada, habitat, toca de animais, refúgio, ninho, estábulo.
Pressupõe espaços onde:
1. A sobrevivência está garantida pelas condições naturais que constituem o entorno do organismo;
2. A ameaça à existência por parte de predadores está atenuada;
3. Há possibilidades de conforto, segurança e familiaridade com seus pares.
ETHOS (com épsilon inicial): caráter, hábito, índole, natureza, costume.
Diz respeito ao comportamento que resulta de um constante repetir-se de atos que visam ao bem
comum.
Neste sentido pode-se falar de uma ética normativa (Kant) e de uma ética não-normativa (Espinosa).
A primeira lida com deveres e obrigações; a segunda com as ações e paixões tendo em vista a felicidade.
MOR-MORES: norma, costume, conforme os bons costumes, regra.
Toda moral é normativa, isto é, determina um repertório de comportamentos, costumes e valores que visam perpetuar uma determinada organização
social.
Constitui um sistema fechado, onde não há espaço para o imprevisível, o aleatório e a criatividade.
Conseqüentemente há repetição, conservação e exaltação do passado.
A moral determina a ação conforme as regras, as normas instituídas.
A ética questiona aquilo que funda a moral, analisa as fontes, suas bases e princípios. É uma reflexão sobre a moral.
Portanto a moral se herda,ao passo que a ética
se constrói, se conquista.
A ética trata de estabelecer e manter as comunidades que viabilizam nossas vidas, e que abarcam, no mínimo, três diferentes esferas de relacionamento:
• a relação consigo mesmo;• a relação com os outros (família, • amigos, trabalho, vizinhança, etc);• a relação com o mundo.
ÉTICACompromisso que se assume voluntariamenteConsentimento livre versus obediência
automáticaAutoconstrução de si mesmo (práxis)Vigência de leis internas que fazem menos
necessárias as leis externasRespeito pela inteligência e singularidade de
cada criatura humana
ÉTICA NA ESCOLA YOGA - HINDUÍSMO
1. Não-violência (Ahimsa)
2. Veracidade, sinceridade (Satya)
3. Não apropriar-se do indébito (Asteya)
4. Moderação da sensualidade (Bramacharya)
5. Não criação de necessidades desnecessárias (Aparigraha)
TRADIÇÃO THERAVADA
1. Fala correta
2. Ação correta
3. Meios de vida corretos
ÉTICA NO BUDISMO
1. Tirar a vida
2. Tomar o que não é dado
3. Má conduta sexual
4. Dizer falsidades
5. Difamação
ÉTICA NO BUDISMO
TRADIÇÃO MAHAYANA
6. Palavras ríspidas
7. Palavras vãs
8. Cobiça
9. Malquerença
10.Visão errônea ou distorção da realidade
DECÁLOGO JUDAICO
1. Não terá outros deuses diante de mim. Não farás imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo da terra, ou nas águas que estão debaixo da terra. Não te prostrarás diante desses deuses e não os servirás, porque eu, Iahweh teu Deus, sou um Deus ciumento, que puno a iniqüidade dos pais sobre os filhos até a terceira ou quarta geração dos que me odeiam, mas que também ajo com amor até a milésima geração para aqueles que me amam e guardam meus mandamentos.
2. Não pronunciarás em vão o nome de Iahweh teu Deus, porque Iahweh não deixará impune aquele que pronunciar em vão o seu nome.
3. Lembra-te do dia do sábado para santifica-lo. Trabalharás durante seis dias e farás toda a tua obra. O sétimo dia, porém, é o sábado de Iahweh teu Deus. Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu animal, nem o estrangeiro que está em tuas portas. Porque em seis dias Iahweh fez o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contêm, mas repousou no sétimo dia; por isso Iahweh abençoou o dia do sábado e o santificou.
4. Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que Iahweh, teu Deus, te dá.
5. Amar a Deus sobre todas as coisas
6. Não matarás
7. Não cometerás adultério
8. Não roubarás
9. Não apresentarás falso testemunho contra teu próximo
10. Não cobiçarás a casa de teu próximo, não cobiçarás a sua mulher, nem o seu escravo, nem a sua escrava, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo.
OS DEZ MANDAMENTOS CRISTÃOS
1. Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo
2. Não jurar seu santo nome em vão3. Guardar os domingos e festas de guarda4. Honrar pai e mãe5. Não matar6. Guardar a castidade7. Não furtar8. Não levantar falso testemunho9. Não desejar a mulher do próximo10.Não cobiçar as coisas alheias
OS CINCO PILARES DO ISLÃ
1. Não há divindade a não ser o único deus e Mohamed é seu profeta
2. Rezar voltado para Meca cinco vezes por dia, do alvorecer à noite
3. Pagar o imposto obrigatório de 2,5% dos rendimentos anuais devido aos pobres
4. Jejuar durante o mês do Ramadã, do nascer ao pôr-do-sol
5. Fazer a peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida
A mudança torna-se necessária quando o repertório de valores - direções e significados - já não dá
conta da realidade, ou não promove satisfação
e visão de futuro.
Contradição, pluralidade, indeterminação, aleatoriedade e relativismo encontram-se na raiz
de toda mudança.
Resistência Conservação Revolução
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Segurança PESSOA Desenvolvimento
Cada ser humano tem dois sistemas de forças em seu interior: o da segurança e das posições defensivas por medo, que inclinam ao retrocesso, à fixação no passado, a não querer correr riscos. E o do desenvolvimento, que empurra para frente, em direção à totalidade e unicidade do Ser, confiante no mundo exterior e no funcionamento pleno de todas as suas capacidades.
Baseado na obra de Abraham H. Maslow:Em Direção a uma Psicologia do Ser
Maximizar perigos Maximizar atrativos
SEGURANÇA PESSOA DESENVOLVIMENTO
Minimizar atrativos Minimizar perigos
Considerando as desigualdades gigantescas que se traduzem em violência, desalento e impotência – imobilizando as novas gerações e seus talentos – percebemos em gestação uma ética inclusiva, cujo fermento são o diálogo e a cooperação.
Entendemos por diálogo a validade e legitimação do outro, interlocutor natural da vida. E por cooperação, o princípio de interdependência (rede) de todos os organismos vivos.
O Objetivo do Diálogo
O Diálogo é o primeiro passo em direção à convivência, visto que por meio da comunicação e da escuta resgatamos, antes de tudo, nosso senso de vida comunitária. Quando o Diálogo se efetiva, os habitantes deste planeta honram uma prática muito antiga, que é a de buscar uma comunicação atenciosa com o outro e o entendimento mútuo, fundamentados na realidade prática de conviver num mundo de diversidades.
Fonte: Crossing the Divide – Dialogue among Civilizations, p. 37, organizado por Giandomenico Picco, Representante do Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, 2001
DIÁLOGO
Visa abrir questões
Visa mostrar
Visa estabelecer relações
Visa compartilhar idéias
Visa questionar e aprender
Visa compreender
Vê a interação partes/todo
Faz emergir idéias
Busca pluralidade de idéias
DISCUSSÃO / DEBATE
Visa fechar questões
Visa convencer
Visa demarcar posições
Visa defender idéias
Visa persuadir e ensinar
Visa explicar
Visa as partes em separado
Descarta as idéias “vencidas”
Busca acordos
Thot 76: “Diálogo um método de reflexão conjunta e observação compartilhada da experiência”, Humberto Mariotti
PRÉ-REQUISITOS DO DIÁLOGO
Intencionalidade (aprendizagem)
Respeito - o que não significa concordar, aceitar ou submeter-se
Abordar as questões a nível dos valores e não das crenças
“Nós devemos ser
a mudança que queremos ver no mundo”.
Mahatma Gandhi
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