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PEÇAS

Em um mundo ideal, os automóveis seriam movidos a energia elé-trica, gerada pelos raios de sol e a banda The Eus tocaria apenas comamplificadores valvulados e guitarras da marca Gibson. Não conhe-ce a banda The Eus? É a banda dos sonhos de Arnaldo Baptista, for-mada por Jack Bruce e Ginger Baker, do Cream, no baixo e bateria,respectivamente. Tony Kaye (Yes) no teclado e Jimmy Page (Led Ze-ppelin) na guitarra.

PANTEÃO Arnaldo Baptista, criador do Mutantes (fotos acima) - queformou junto com o irmão Sérgio Dias e a ex-esposa Rita Lee - temalgumas obsessões pacíficas, típicas das lendas do rock. Uma, inclu-sive, compartilha com um contemporâneo: Neil Young, a por carrosmovidos a eletricidade, que não emitam nenhum poluente. Masnem por isso o canadense de voz chorosa tem cacife para cantar noThe Eus. Aliás, nem Arnaldo se arriscaria a tocar.

ENTREVISTA Essa foi uma das histórias que o mutante contou co-mo primeiro entrevistado da terceira temporada do Estranho Mun-do do Zé do Caixão, talk show apresentado pelo cineasta José Moji-ca Martins (acima à direita) e exibido no Canal Brasil (pode ser vis-to no link: http://migre.me/CEBl).

CINZAS O sorumbático personagem instiga os convidados a roga-rem uma praga e Arnaldo praguejou tudo que queima. "Gasolina,petróleo, carvão. Porque o ser humano tem uma mania, uma piro-mania, eu acho. Tudo que ele quer para energia, ele queima em vezde usar o sol para produzir eletricidade e conter a poluição no mun-do", disse o mutante, que se uniu a Zé do Caixão, usando unhas pos-tiças gigantes para maldizer os combustíveis fósseis.

MALDIÇÃO Depois foi a vez de o cineasta reforçar as palavras domutante e, como sempre faz, conclamou a todos a obedecer ao pe-dido de seu convidado, caso contrário: "Não é praga de mãe, é praga

FAÍSCAS DA UTOPIA

de Zé do Caixão e é forte. Que sua língua se transforme em cobra edevore todo seu intestino e você fique com as tripas para fora e se ar-raste por toda a eternidade sentindo as dores do inferno", rogou. Nasequência Arnaldo emenda: "Faço das 'trips' coração".

CANÇÃO A obsessão pela "eletricidade solar" de Arnaldo já foi canta-da na música ‘Deve ser amor’ do disco Let it Bed (2004): "Eletricida-de solar nos carros / Não poluem e nem gastam água / Lambidas nautopia / Deve ser amor o que estou sentindo / Só pode ser amor queestou sentindo / Tenho certeza que é amor o que estou sentindo /Aqui agora, cantando e tocando pra você / Te entretendo".

PROJETO Três anos mais velho que o mutante, o canadense NeilYoung também cultiva sua mania com o automóvel elétrico. Já em-penhou mais de US$ 500 mil em um projeto para transformar umLincoln Continental 1959 em carro movido a energia elétrica e gásnatural, o projeto LincVolt (foto ao lado).

GURU Na sexta-feira, o site do projeto noticiou que o mecânico res-ponsável pela transformação, Johnathan Goodwin, fazia os últimosajustes no moderno painel interno do Lincoln. O objetivo é cruzarEUA e Canadá com a banheirona elétrica, mostrando a viabilidadedo projeto. Aliás, Young confia tanto em seu mecânico que uma dasmúsicas de seu último disco Fork in the Road (2009) é dedicada a ele,chamada de Johny Magic: "JohnyMagic had a way with metal / Oneday in a garage far a way /He met destiny/ In the form of a heavymetal Continental" (Johny Magic tinha um jeito com metal / um dia,em uma garagem distante / Ele encontrou o destino / Na forma deum Continental pesadão).

CERTEIRO Aliás, não é só a música para o guru mecânico que se re-fere ao universo automotivo. O título do disco também diz respei-to e dá a ideia da possibilidade de um novo caminho na estrada (Bi-furcação). Lançado há um ano, a obra foi mais uma flecha no auge dacrise da indústria automotiva americana. Mais sobre o projeto deYoung no site www.lincvolt.com

NOVO CAMINHO Integrantes da mesma geração do rock — é claro

que em continentes e idiomas diferentes — Arnaldo e Young dão adimensão de como a percepção muda. Ídolos que continuam a ar-rebanhar seguidores já entoaram músicas intrinsecamente ligadasaos motores potentes, assim como levaram uma vida como se acombustão não tivesse fim. Agora, buscam a faísca limpa.

BAD TRIP Uma medida desse passado de fumaça pode ser lida emuma matéria que a revista Trip publicou, em setembro de 2009, re-contando a história da jornada de Arnaldo Baptista com um amigo,em uma viagem de motocicleta pela América Latina, em 1970, noauge do sucesso dos Mutantes. A ideia inicial de Arnaldo era ir atéos EUA em uma BMW R50 de 500cm³ de cilindrada de 1951. Porém,o mutante comprou cartas escritas com LSD, o vendedor foi preso,ele ficou com medo das sobras e resolveu voltar do Panamá. O ami-go continuou o trajeto e chegou até o Canadá. Depois, Arnaldo che-gou a participar de uma corrida em Interlagos.

PLANOS Quando perguntado se ainda gosta de motos respondeu:"Meu desejo agora é construir uma com motor elétrico, movida aenergia solar, para fazer outra viagem". O destino: "A Lua! Eu iriapara a Lua."

ROBERT GALLBRAITH/REUTERS

O CRUZEIRO/ARQUIVO EM - 1970 EUGÊNIO GURGEL/ESP. EM/D.A PRESS - 21/4/07 PEDRO VILELA/ESP. EM/D.A PRESS - 31/7/08