FACULDADE MERIDIONAL – IMED
ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO
Julia Trevizan Mezzomo
Centro de Convivência para Idosos com Parque Urbano integrado
Passo Fundo
2018
2
Julia Trevizan Mezzomo
Centro de Convivência para Idosos com Parque Urbano integrado
Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar de Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para a aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação da Professora Mestre em Design Amanda Bertoni.
Passo Fundo
2018
3
Julia Trevizan Mezzomo
Centro de Convivência para Idosos com Parque Urbano integrado
Banca Examinadora
Amanda Bertoni
Mestre em Design
Orientadora
Camila Ricci
Especializada em Gestão e Projeto de Edificações Sustentáveis
Membro avaliador
Giulie Anna Baldissera Leitte Teixeira
Mestra com louvor em Arquitetura e Urbanismo
Membro avaliador
Passo Fundo
2018
4
AGRADECIMENTOS
Dedico o presente trabalho, primeiramente a Deus, por guiar meu caminho e me
mostrar que as coisas acontecem no tempo certo. Dedico a minha família, como forma
de agradecimento por toda base e incentivo, sendo eles os responsáveis pela
realização deste sonho. As pessoas mais próximas, amigos e colegas de trabalho,
agradeço a paciência e apoio durante essa trajetória. Agradeço todos os professores
do curso de Arquitetura e Urbanismo, em especial, com todo o coração, agradeço a
minha orientadora Prof. Amanda Bertoni, por toda atenção e por não medir a ajuda
dada e auxílio neste trabalho.
“Se ainda está na sua cabeça, é porque vale a pena arriscar”.
- Paulo Coelho.
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RESUMO
O presente trabalho aborda um projeto de um Centro de Convivência com Parque
Urbano integrado, que apresenta a importância de espaços direcionados para os idosos,
nos quais busca-se integrar, valorizar e priorizar bem-estar do idoso, para que o mesmo
envelheça de forma saudável, ativa e com qualidade de vida. O Centro de Convivência,
surge como uma alternativa diária aos idosos, sendo possível conviver não só com os
demais usuários da mesma faixa etária, mas sim, com a comunidade, fazendo com que
o idoso se sinta parte integrante da sociedade, de forma ativa e satisfatória. O parque
urbano, integra-se com o centro de convivência para tornar o local convidativo e usual à
toda cidade, buscando através do mesmo, unir a população com os idosos que utilizaram
o espaço. A massa verde, atenderá crianças, adolescentes, adultos e a melhor idade,
através de um vasto programa de necessidades, que contemplará a todos, além de
valorizar o município, através de um espaço atrativo, que mesmo na cidade, proporciona
contato com a natureza de forma alegre e benéfica.
Palavras-chave: Centro de convivência, Idosos, Parque Urbano, Comunidade.
ABSTRACT
The present work deals with a project of a Center of Coexistence with Integrated Urban
Park, which presents the importance of spaces directed to the elderly, in which it is sought to
integrate, value and prioritize the elderly's well-being, so that it grows older healthy, active and
quality of life. The Coexistence Center emerges as a daily alternative to the elderly, being
possible to live not only with other users of the same age group, but with the community,
making the elderly feel an integral part of society, in an active and satisfactory. The urban park
integrates with the coexistence center to make the place inviting and usual to the whole city,
seeking through it, to unite the population with the elderly who used the space. The green
mass, will attend children, adolescents, adults and the best age, through a vast program of
needs, which will include everyone, in addition to valuing the city, through an attractive space,
which even in the city, provides contact with nature in a joyous and beneficial way.
Keywords: Center for coexistence, Elderly people, Urban Park, Community.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Os três pilares da estrutura política para o envelhecimento ativo ................................................ 14
Figura 02: Determinantes do envelhecimento ativo ....................................................................................... 15
Figura 03: Implantação .................................................................................................................................. 21
Figura 04: Cortes ........................................................................................................................................... 22
Figura 05: Zoneamento .................................................................................................................................. 24
Figura 06: Imagens do projeto ....................................................................................................................... 24
Figura 07: Imagens do projeto ....................................................................................................................... 25
Figura 08: Imagens do projeto ....................................................................................................................... 26
Figura 09: Implantação .................................................................................................................................. 27
Figura 10: Fachadas ...................................................................................................................................... 27
Figura 11: Setorização ................................................................................................................................... 28
Figura 12: Imagens do projeto ....................................................................................................................... 30
Figura 13: Diagrama ...................................................................................................................................... 31
Figura 14: Implantação .................................................................................................................................. 32
Figura 15: Planta Baixa .................................................................................................................................. 33
Figura 16: Imagens do Projeto ....................................................................................................................... 34
Figura 17: Mapa Nolli ..................................................................................................................................... 37
Figura 18: Mapa de Usos ............................................................................................................................... 37
Figura 19: Mapa de Alturas ............................................................................................................................ 38
Figura 20: Mapa de Intensidade de fluxo, sentido de vias e parada de ônibus ............................................. 39
Figura 21: Mapa de Rede Elétrica ................................................................................................................. 39
Figura 22: Mapa de Esgoto Pluvial ................................................................................................................ 40
Figura 23: Mapa de Esgoto Cloacal ............................................................................................................... 40
Figura 24: Mapa de Vegetação Urbana ......................................................................................................... 41
Figura 25: Mapa do terreno/ventos/orientação solar ..................................................................................... 42
Figura 26: Entorno – Rua João Brandalise .................................................................................................... 43
Figura 27: Entorno – Rua Henrique Lenzi ...................................................................................................... 43
Figura 28: Entorno ......................................................................................................................................... 43
Figura 29: Entorno ......................................................................................................................................... 43
Figura 30: Curvas de Níveis ........................................................................................................................... 44
Figura 31: Corte Longitudinal e Transversal .................................................................................................. 44
Figura 32: Simulação de curvas de níveis do terreno .................................................................................... 44
Figura 33: Skyline Rua Henrique Lenzi .......................................................................................................... 45
Figura 34: Skyline Rua João Brandalise ........................................................................................................ 45
Figura 35: Skyline Rua sem nome ................................................................................................................. 45
Figura 36: Skyline Rua sem nome ................................................................................................................. 45
Figura 37: Imagens de referência .................................................................................................................. 49
Figura 38: Organograma/Fluxograma ............................................................................................................ 52
Figura 39: Proposta de Zoneamento 01 ........................................................................................................ 52
Figura 40: Proposta de Zoneamento 02 ........................................................................................................ 53
Figura 41: Proposta de Zoneamento 03 ........................................................................................................ 53
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LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Programa de Necessidades – Casa do Avô ........................................................................ 22
Tabela 02: Programa de Necessidades – Casa para a Terceira Idade ................................................. 28
Tabela 03: Programa de Necessidades – Na Natureza Selvagem ....................................................... 33
Tabela 04: Programa de Necessidades – Setor Social ......................................................................... 51
Tabela 05: Programa de Necessidades – Setor Administrativo ............................................................ 51
Tabela 06: Programa de Necessidades – Setor de Serviço .................................................................. 51
Tabela 07: Programa de Necessidades – Parque Urbano .................................................................... 51
8
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................... 4
RESUMO .................................................................................................................................................. 5
ABSTRACT .............................................................................................................................................. 5
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................ 7
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................... 8
SUMÁRIO ................................................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 01: INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10
CAPÍTULO 02: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 12
2.1 Introdução ao Capítulo ..................................................................................................................... 12
2.2 Processo de Envelhecimento e suas categorias ............................................................................. 12
2.3 Envelhecimento Ativo ....................................................................................................................... 13
2.3.1 Qualidade de vida da pessoa idosa .............................................................................................. 16
2.4 Espaços físicos para a participação e integração social ................................................................. 17
2.4.1 Centro de Convivência para idosos .............................................................................................. 18
2.4.2 Parque Urbano .............................................................................................................................. 19
2.5 Estudo de Caso ................................................................................................................................ 21
2.5.1 Residência do Avô ........................................................................................................................ 21
2.5.1.1 Ficha Técnica ............................................................................................................................. 21
2.5.1.2 Implantação ................................................................................................................................ 21
2.5.1.3 Programa de Necessidades ....................................................................................................... 22
2.5.1.4 Funcionalidade ........................................................................................................................... 23
2.5.1.5 Forma ......................................................................................................................................... 24
2.5.2 Casa para a Terceira Idade........................................................................................................... 26
2.5.2.1 Ficha Técnica ............................................................................................................................. 26
2.5.2.2 Implantação ................................................................................................................................ 26
2.5.2.3 Programa de Necessidades ....................................................................................................... 27
2.5.2.4 Funcionalidade ........................................................................................................................... 29
2.5.2.5 Forma ......................................................................................................................................... 30
2.5.3 Na natureza Selvagem .................................................................................................................. 31
2.5.3.1 Ficha Técnica ............................................................................................................................. 31
2.5.3.2 Implantação ................................................................................................................................ 31
2.5.3.3 Programa de Necessidades ....................................................................................................... 32
2.5.3.4 Funcionalidade ........................................................................................................................... 33
2.5.3.5 Forma ......................................................................................................................................... 35
CAPÍTULO 03: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ......................................................... 36
3.1 Introdução ao Capítulo ..................................................................................................................... 36
3.2 Contextualização Regional ............................................................................................................... 36
3.3 Mapa Nolli, Uso do Solo e Altura das Edificações ........................................................................... 36
9
3.4 Infraestrutura Urbana ....................................................................................................................... 38
3.5 Características Específicas do Terreno ........................................................................................... 41
3.6 Síntese de Legislações e Normativas .............................................................................................. 46
3.6.1 Normas de funcionamento de serviços de atenção ao idoso no Brasil ........................................ 46
3.6.2 Plano Diretor ................................................................................................................................. 46
3.6.3 NBR 9070 ...................................................................................................................................... 47
CAPÍTULO 04: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS ................................................................. 48
4.3 Diretrizes de Arquitetura ................................................................................................................... 48
4.4 Diretrizes Urbanísticas ..................................................................................................................... 50
CAPÍTULO 05: PARTIDO GERAL ........................................................................................................ 51
5.1: Introdução........................................................................................................................................ 51
5.2: Programa de Necessidades ............................................................................................................ 51
5.3: Organograma/Fluxograma .............................................................................................................. 52
5.4: Proposta de Zoneamento ................................................................................................................ 52
CAPÍTULO 06: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 55
ANEXOS ................................................................................................................................................ 57
10
CAPÍTULO 01: INTRODUÇÃO
A parcela da população considerada idosa é toda aquela que atinge 60 anos
ou mais de idade (BRASIL, 2003). Contudo, segundo a Organização Mundial da
Saúde, de acordo com a expectativa de vida este marco etário se modifica, sendo de
65 anos em países desenvolvidos e 55 anos em países subdesenvolvidos (OMS,
2005). A importância em se discutir acerca dos idosos se dá em razão da inversão da
pirâmide etária mundial, que de um número maior de pessoas jovens vem se
invertendo para um número maior de pessoas mais velhas (GOMES et al, 2008).
Dados da OMS (2005) corroboram este fato ao revelar que a previsão para o
ano de 2020 é que a população idosa alcance os 13% do total da população brasileira.
Enquanto para o IBGE (2018) dos atuais 76,25 anos de expectativa de vida em uma
projeção para 2050 as pessoas devem alcançar os 80,57 anos de idade. A região
nordeste do estado do Rio Grande do Sul, segundo dados do IBGE (2010), destaca-
se pelo alto índice de longevidade da população. Apenas na cidade de Paraí de um
total de 6.812 habitantes, 967 habitantes possuem 60 anos ou mais, ou seja, 14,19%
da população local já é idosa (IBGE, 2010).
Do ponto de vista arquitetônico e urbanístico essa maior longevidade da
população é acompanhada por desafios, tais como a atual falta de adequação das
cidades as mudanças provocadas pelo processo de envelhecimento (OMS, 2012).
Ainda, é necessário criar ambientes que permitam que os idosos possam continuar
participando e interagindo socialmente junto as demais pessoas. Com o objetivo de
fortalecer as atividades associativas e contribuir com o envelhecimento ativo da
população, o centro de convivência para idosos surge como uma alternativa que
contribui com todo e qualquer idoso, ao contrário do centro dia para idosos, que busca
suprir a população idosa com carência funcional, oferecendo desde cuidados básicos
necessários quanto a promoção de cidadania e de vivencia social.
Juntamente com o centro de convivência, o parque urbano integra-se ao local,
oferecendo uma alternativa de lazer para a população geral e incentivando o contato
com os idosos, possibilitando a integração com a natureza e atividades gerais. Visto
como uma possibilidade de aprendizado e coletividade, o parque integrado ao centro
de convivência, irá fortalecer a necessidade de conviver e viver junto (GATTI,
ZANDONADE, 2017).
11
Na cidade de Paraí especificamente, os idosos possuem um pequeno espaço
para encontros semanais, no qual ocorre uma programação adaptada pelo governo
local, porém, sem estrutura adequada e itens básicos para atender as necessidades
mínimas da população idosa, dessa maneira, o projeto em questão, irá suprir não
apenas as necessidades dos usuários, mas também contribuir com o crescimento do
município. Já a intenção de um parque urbano, une-se com a necessidade local de
um espaço pensado e projetado para lazer e diversão, o qual, integrado ao centro de
vivencia, fortalecera o convívio e incentivará uma melhora na qualidade de vida tanto
dos idosos, como dos demais frequentadores do parque.
Neste sentido, o objetivo geral da monografia é estudar as informações
necessárias para a criação de um espaço de lazer e convívio. Enquanto seus objetivos
específicos são: investigar as características arquitetônicas e urbanísticas
necessárias para que haja integração dos usuários com o meio ambiente e a
promoção de sua saúde física, mental e social.
12
CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO
Nesta parte será apresentada a revisão de literatura que apresenta os
principais assuntos pertinentes a compreensão do tema escolhido para o projeto.
Assim, são apresentados os seguintes assuntos: processo de envelhecimento e
divisão das categorias, envelhecimento ativo, espaços físicos para a participação e
integração social e todo aporte arquitetônico necessário para a execução de um
parque urbano com centro de convivência para o idoso.
2.2 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E SUAS CATEGORIAS
O processo de envelhecimento é dinâmico, progressivo e irreversível, os quais
ligam-se fatores tanto psíquicos e sociais, como biológicos. Dentro dos aspectos
biológicos, o envelhecimento se classifica em três divisões: envelhecimento primário,
envelhecimento secundário e envelhecimento terciário. O primeiro estágio dá-se pelo
envelhecimento normal ou senescente, sendo um processo da humanidade, atingindo
a todos de forma gradual e progressiva (BIRREN, 1996 apud FECHINE; TROMIERI,
2012).
O segundo ponto do envelhecimento, podendo ser chamado de patológico, é
variável e resultante de variações externas, sendo diferente para cada indivíduo, tendo
como características fatores culturais, geográficos e cronológicos, ou seja, cada
reação será influenciada pelo estilo de vida de cada indivíduo. O último estágio do
envelhecimento, caracteriza-se como terminal, devido a perdas físicas e cognitivas,
ocasionadas pelo acumular da idade (BIRREN, 1996 apud FECHINE; TROMIERI,
2012).
Assim, apesar do estilo de vida modificar o processo a maneira com a qual o
envelhecimento acontece para cada um, é possível segundo Schaie e Willis (1996),
classificar os idosos em três categorias: velhos jovens, dos 65 aos 80 anos de idade,
onde o indivíduo continua ativo, podendo ser comparado aos adultos de meia idade;
velhos, dos 80 aos 90 anos, os idosos apresentam maior fragilidade física, muitas
vezes sendo dependentes de familiares, por outras, ainda levam uma vida normal e
completa; e velhos velhos, acima dos 90 anos, considera-se essa faixa etária da vida,
como um período de necessidades de apoios, tanto físico com mental.
13
Schneider (2008), considera ainda que existem três estágios de idade:
cronológica, psicológica e social, sendo elas:
- Idade Cronológica: refere-se somente ao número de anos desde o nascimento, não
sendo um marcador de índice de desenvolvimento.
- Idade Psicológica: são as competências do comportamento, o qual pode ser
alterado, abrangendo a inteligência, memória e motivação.
- Idade Social: é definida pelos hábitos pessoais e sociais, sendo definida por
performances individuais.
Em relação aos aspectos sociais e culturais, muitos definem a velhice como o
ponto alto da sabedoria, serenidade e bom senso, já outros como um de dependência
familiar, vulnerabilidade, em que ocorre a perda das atividades da vida diária
(FECHINE; TROMIERI, 2012). Segundo MAZZA (2004) inclusão e valorização do
idoso deve ser respeitada e o envelhecimento ser entendido como uma etapa de vida
diferenciada para cada indivíduo, para que o mesmo possa desenvolver o sentido de
pertença e sentir-se parte integrante da sociedade.
Embora já exista um pré-conceito estabelecido sobre o velho e velhice, sendo
sinônimo de fim de vida, tristeza e incapacidade, é necessário ter uma visão
diferenciada onde o idoso possa estabelecer papéis na sociedade, a qual poderá
trazer contribuições significativas a melhoria da qualidade de vida do idoso e favorecer
uma mudança de identidade (NERI, 1997 apud DUARTE, Lidiane, 2014).
Com base no que foi escrito, apesar do conceito do idoso ser definido
principalmente em função da idade, poderá sempre estar sujeito a arbitrariedades,
caracterizado pela idade psicológica ou subjetiva de cada ser humano, que é referida
a capacidade do aceite-se e do ajuste-se, ou seja, a forma e o valor que cada pessoa
dá aos ciclos da vida (VILLA; RIVADENEIRA, 1999).
2.3 ENVELHECIMENTO ATIVO
O envelhecimento populacional está crescendo em proporções cada vez
maiores e mais rápida, sendo estudadas alternativas para torná-lo uma experiência
positiva. Por exemplo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou o conceito de
“envelhecimento ativo”, o qual define-se como um processo de otimização das
oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a
qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas. Ao ser analisado o
14
termo “envelhecimento ativo”, enfatiza-se que o termo “ativo”, não necessariamente
está correlacionado ao estar fisicamente ativo, mas sim, aumentar a expectativa de
vida saudável e a qualidade de vida para todas pessoas (OMS, 2005).
FIGURA 01: Os três pilares da estrutura política para o envelhecimento ativo. Fonte: OMS, 2005.
Com base nos pilares do envelhecimento ativo (Figura 01), a garantia de um
final de ciclo saudável se completaria, através dos seguintes aspectos:
- Saúde: refere-se ao bem-estar físico, mental e social.
- Participação: oportunidades de envolvimento tanto em processos políticos, como em
aspectos da vida em comunidade (social, educativo); e
- Segurança: os direitos humanos no processo de envelhecimento reconhecem aos
mais velhos a igualdade de oportunidades e tratamento em todos os aspectos da vida
à medida que envelhecem.
Portanto, no momento em que o indivíduo explora e entende seu potencial,
tanto relativo ao bem-estar físico, como social e mental, proporcionando-se
participações nas questões econômicas, culturais, espirituais e cívicas, o conceito de
envelhecimento ativo passa a ter e fazer-se mais presente e com sentido na vida dos
idosos (FERREIRA, 2009 apud AZEVEDO, 2015). Para Ribeiro e Paúl (2011), para
um envelhecimento bem-sucedido, é implacável a presença familiar e de amigos, bem
como envolver-se como cidadão em contextos sociais.
15
Quando analisamos os determinantes para um processo de envelhecimento de
qualidade, nos deparamos com uma série de fatores que envolvem indivíduos,
famílias e nações, os quais são (ONU, 2015):
- Transversais: englobando a cultura e o gênero, determinado como aspecto cultural,
o envelhecimento das pessoas e como gênero, nas questões políticas e no bem-estar
das pessoas;
- Relacionados com os serviços de saúde e o serviço social: imprescindível para a não
discriminação dos indivíduos e cuidados básicos de saúde física e mental, para que
os idosos sejam tratados com respeito e dignidade;
- Comportamental: baseado em cuidar da saúde como bem essencial em todo o ciclo
da vida, englobando o consumo do tabaco, atividades físicas, alimentação saudável,
saúde oral, álcool e ingestão de medicamentosos;
- Aspectos pessoais: envolvendo a biologia e a genética, resulta em um conjunto de
combinações alimentares, ambientais e de estilo de vida;
- Relacionado com ambiente físico: importantes e determinantes para o bem-estar e
qualidade de vida da pessoa idosa, os quais transmitem segurança no processo de
envelhecimento;
- Sociais: compondo-se desde aprendizagem, apoio social, educação, segurança,
sendo que a falta desses itens pode levar ao isolamento do idoso;
- Econômicos: engloba o rendimento, proteção social e trabalho, no qual o rendimento
é utilizado para o viver diário, a proteção social sendo essencial e o trabalho como
fator importante durante toda vida, fator que estimula o rendimento.
FIGURA 02: Determinantes do envelhecimento ativo. Fonte: OMS, 2005.
16
Após constatar que o processo do envelhecimento depende não somente da
nossa genética, mas sobretudo de hábitos que temos ao longo de nossa vida, destaca-
se a importância e a necessidade do desenvolvimento de estratégias para uma melhor
qualidade no envelhecimento, sendo elas apoiadas em aspectos físicos, emocionais
e sociais, pois acredita-se que o envelhecimento está ancorado com a qualidade de
vida e saúde de todos os indivíduos (OMS, 2005).
2.3.1 QUALIDADE DE VIDA DA PESSOA IDOSA
“Qualidade de vida é a percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida,
no contexto da cultura e sistema de valores nos quais vive, e em relação aos seus
valores, expectativas, padrões e preocupações” (OMS, 2005). Desta forma, engloba
desde a saúde física até a mental, influenciando principalmente o nível de
dependência do idoso, refletindo as percepções que os indivíduos possuem sob a
satisfação, ou não, de suas necessidades, independente do estado físico ou
condições sócios-econômicas (PEREIRA et al, 2006 apud SANTOS, 2014). Para Neri
(1997), a qualidade de vida não depende de fatores biológicos, psicológicos ou
sociais, mas sim, da interação de pessoas em mudança, as quais vivem em uma
sociedade em mudança (FALCONE, 2004 apud SANTOS, 2014).
Assim, os fatores que envolvem a qualidade de vida, podem ser separados em
objetivos e subjetivos, ou seja, físicos e mentais, sendo que a parte objetiva engloba
a funcionalidade física, social e a competência comportamental, já os fatores mentais,
agrega as percepções de valores, sentimentos, expectativas e o bem-estar
psicológico (SANTOS, 2014). Outra divisão possível está amparada em três âmbitos:
o primeiro, destaca os aspectos materiais e imateriais, respectivamente as
necessidades básicas e o patrimônio cultural e o bem estar; o segundo, diz respeito
aos aspectos individuais e coletivos, mutuamente se referindo as condições
econômicas, pessoais e familiares e aos serviços básicos e públicos; já o terceiro
âmbito, engloba as diferenças da qualidade de vida (QV), a qual varia de pessoa para
pessoa, sendo o resultado, uma combinação de fatores dos dois primeiros âmbitos
(SUZUKI, 2006 apud SANTOS, 2014).
Com isso, a avaliação da saúde física e a qualidade de vida do idoso, pode ser
melhorada através de inúmeras alternativas, desde a implementação de propostas de
intervenção em programas geriátricos e políticas sociais, com o objetivo de enaltecer
17
o bem-estar durante o envelhecimento (PEREIRA, 2006), tanto a introdução de
atividades físicas amparada a uma alimentação saudável para desenvolver uma
melhora no envelhecimento e na QV dos idosos (SANTOS, 2014).
2.4 ESPAÇOS FÍSICOS PARA A PARTICIPAÇÃO E INTEGRAÇÃO SOCIAL
Os espaços físicos são construídos para a comunidade e para seu uso, tanto
para o desenvolvimento e crescimento econômico, como para o viver bem, sendo que
através destes espaços, o convívio, a troca de experiências e todo processo
participativo, fomenta e incentiva as pessoas, na qual, além de contribuir com o lazer,
faz-se exercer a cidadania na comunidade, promovendo o aprendizado social e a
participação nos projetos urbanísticos, que são em grande parte, desenvolvido pela
comunidade (GATTI, 2013).
2.4.1 CENTRO DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS
Intitulado com base no fortalecimento de atividades, produtivas, promocionais
e associativas, o centro de convivência para idosos, é um espaço no qual são
desenvolvidas maneiras de revigorar a qualidade de vida do idoso, contribuindo para
um envelhecimento ativo, além de promover participação social, cidadania e
integração na sociedade, contribuindo para a autonomia dos usuários e a prevenção
do isolamento social (MPAS/SEAS, 2001).
Tem por foco o desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, no fortalecimento de vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de situações de risco social. A intervenção social deve ser pautada nas características, interesses e demandas dessa faixa etária e considerar que a vivência em grupo, as experimentações artísticas, culturais, esportivas e de lazer e a valorização das experiencias vividas constituem formas privilegiadas de expressão, interação e proteção social. Devem incluir vivências que valorizam suas experiencias e que estimulem e potencialize a condição de escolher e decidir. (Governo do Estado de São Paulo, 2014).
Priorizando e objetivando o bem-estar do idoso, o planejamento das atividades
a serem realizadas no Centro de Convivência do Idoso, está fundamentada em três
principais eixos: fortalecimento do convívio familiar e comunitário; mobilização para a
cidadania e participação social; envelhecimento ativo, autonomia e protagonismo.
Todo e qualquer trabalho realizado dentro do espaço, será analisado e pensado no
18
impacto deste sob o idoso, sendo que deverão ser ofertadas palestras com variados
assuntos, agregando desde assuntos com temáticas atuais, quanto temas do
interesse ao idoso, além de oficinas, atividades físicas e socioculturais (GOVERNO
DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2014). Visando a auto sustentação dos centros,
poderá ser ofertado projetos de capacitação, que desenvolvam a gestão do espaço,
na qual, os frequentadores terão maior contato com o mercado na sociedade,
entendendo e participando ativamente do mesmo (MPAS/SEAS, 2001).
Abaixo, será apresentado algumas das alternativas de atividades que podem
ser realizadas no centro de convivência (MPAS/SEAS, 2001):
- Artísticas/culturais: baseadas em teatros, oficinas, pintura, artesanato, sendo
que estas atividades, buscam incentivar a criatividade e a memória dos idosos;
- Educativas: com intuito de manter a informação presente na vida dos usuários,
através de palestras, ciclos de debate, sobre assuntos importantes e que são notícias
no mundo, incentivando o sentimento de pertença dos mesmos;
- Lazer: através de jogos, filmes, comemorações em datas festivas, as quais
fazem uso da troca de experiências entre os frequentadores;
- Atividades físicas: ginásticas, alongamentos, caminhadas, contribuindo com a
saúde dos idosos e buscando uma melhora na qualidade de vida através da prática
de exercício;
- Social: buscando a inserção desses na comunidade, passeios pela cidade,
excursões, viagens, completam as atividades, em busca do envolver-se comunitário.
Em busca da melhor qualidade de vida para o idoso, os espaços destinados
aos mesmos, deve seguir normativas estabelecidas na Associação Brasileira de
Normas Técnicas e da Portaria 810 do Ministério da Saúde, mais especificamente
para espaços de idoso, a normativa NBR9050, privilegiando a qualidade de vida e a
condição de autonomia para o idoso, que são mais vulneráveis e possuem limitações
em função do processo de envelhecimento. Os elementos do local, devem estar
focados no natural, destacando a iluminação e ventilação, além de áreas externas
com bancos, espaço de jardinagem e destacando o “sentir-se bem”, sendo a
construção, seu segundo lar. O espaço do idoso, é pensado para atuar de forma
positiva sob a memória física e afetiva, sendo capaz de resgatar experiências e
hábitos antigos, e trazê-los para o cotidiano atual (MPAS/SEAS, 2001).
19
2.4.2 PARQUE URBANO
Envolvendo desde função ecológica, estética e de lazer, os parques urbanos
proporcionam uma melhoria tanto na funcionalidade quanto na ambientação da cidade
(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2005). Projetos urbanos, além de promoverem
a participação comunitária, é lei em nosso país, a qual determina: “gestão democrática
por meio da participação da população e de associações representativas dos vários
segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamentos de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano” (GATTI, 2013). Assim, os parques:
entram como um elemento essencial para o bem-estar da população, pois tem a finalidade de melhorar a qualidade de vida pela recreação, pelo paisagismo e pela preservação ambiental, o que quer dizer que as áreas verdes urbanas são de extrema importância para a qualidade de vida urbana, elas agem simultaneamente sobre o lado físico e mental do homem, absorvendo ruídos, atenuando o calor do sol, melhorando a qualidade do ar, contribuindo para a formação e o aprimoramento do olhar estético, etc. Além de que desempenham um papel fundamental na paisagem urbana, porque constituem um espaço dentro do sistema urbano onde as condições ecológicas se aproximam das condições normais da natureza. (SILVA, 2008).
O lazer nestes espaços, acontece pela união do ambiente e de indivíduos, e
deve apresentar segurança e conforto, trazendo além do bem-estar, representações
imaginárias, as quais fazem recordar tempos vividos e experiências subjetivas. O
homem e o ambiente não podem ser considerados estranhos, mas complemento um
do outro, sendo uma influência recíproca (GIRALDI, 2014). Para que os habitantes
desfrutem destas áreas verdes, e se sintam atraídos por tal, é necessário um
cronograma de atividades para tornar o parque valorizado, podendo ser fornecido
além do lazer, atividades sociais, esportivas e culturais (MAYMONE, 2009).
Assim, para o melhor funcionamento dos parques e fazer com que o mesmo
cumpra seu papel, são necessários diversos usos, além de visuais interessantes e
perspectivas variadas, para que os usuários possam sentir-se parte do local. Tais
estratégias devem ser atingidas através de elementos arquitetônicos, áreas
sombreadas, hierarquias espaciais, disponibilidade de espaços físicos variados,
acessibilidade e elementos de interesse da sociedade, cujos habitantes ao se
inserirem ao local, possam desfrutar de momentos únicos, afetivos e ser notório as
emoções que o espaço possui (MAYMONE, 2009).
Ao buscar um local para a comunidade, as áreas verdes surgem como
elemento essencial para a população, através da recreação, paisagismo e pelas
20
oportunidades que se encontram nestes ambientes, agindo não apenas no lado físico
e mental do homem, mas também, na malha urbana da cidade (MAYMONE, 2009).
Quando inserido junto com um espaço de lazer direcionado aos idosos, que incentiva
e busca um envelhecimento saudável, investe-se principalmente na vivência
comunitária, instigando principalmente, o convívio de diversas gerações em um
mesmo local, no qual, será possível um crescimento pessoal dos usuários e um passo
para a cidade, promovendo desenvolvimento municipal e exclusivo dos usuários
(MAYMONE, 2009).
2.5 ESTUDOS DE CASO
Nesta parte serão demonstrados três estudos de caso que serviram como
referência projetual.
2.5.1 Residência do Avô
Arquitetos: Taller DIEZ 05, sendo o arquiteto responsável, Manuel Herrera Gil
Localização: Córdoba, Veracruz, México
Área do Projeto: 780m²
Ano do Projeto: 2016
2.5.1.2 Implantação
O projeto em análise, está localizado dentro de um parque municipal, próximo
ao centro da cidade, o qual está próximo a hospitais, comércios e residências. O
parque possui uma extensão de aproximadamente 4 hectares e o terreno ao qual o
projeto foi inserido, possui pouca inclinação, sendo possível projetar grande parte da
edificação no nível do terreno, e outra pequena parte, elevada sob pilotis. Com o intuito
de gerar pouco impacto ao meio inserido, a edificação de apenas um nível, propicia
vistas diretas de todo o ambiente externo, permitindo integração do meio externo e
possibilitando fácil acesso de ambos os lados.
21
Figura 03: Implantação
Fonte: Archdaily (2017)
Figura 04: Cortes Fonte: Archdaily (2017)
2.5.1.3 Programa de Necessidades
A Casa do Avô, com o objetivo de acolher idosos durante o dia, permite
atividades em comunidade, seguindo um programa baseado em normas necessárias,
no qual o projeto foi direcionado para ser executado. Assim, com o intuito de integrar
o ambiente interno e externo, ao meio natural, os espaços da edificação são
distribuídos através de salas para oficinas, terraços dispostos ao ar livre, áreas para
multiusos, além do setor de serviço. O projeto, em virtude do local ao qual foi inserido,
permite aos usuários usufruir de diversas maneiras o ambiente externo, através de
atividades, caminhadas, lazer, trazendo para os idosos, aconchego, e possibilitando
programas de necessidades diferentes.
22
Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
Recepção 54m² Mesas, cadeiras e sofá
Salas Multiusos 27m² Mesas, cadeiras, armários, sofá e balcão
Auditório 120m² Cadeiras e palco
Ambulatório 8m² Mesa de atendimento, maca, armários e balcão
Sanitário Feminino 8.75m² Bacia sanitária, pia e divisórias
Sanitário Masculino 8.75m² Bacia sanitária, mictórios, pia e divisórias
Cozinha 35m² Balcão, mesa, pia, fogão, geladeira e armários
Secretaria 45m² Mesas, cadeiras e armários
Depósitos 4m² Armários
Circulações 200m² -
Tabela 01: Programa de Necessidades Fonte: Autor (2018).
2.5.1.4 Funcionalidade
O projeto, conta com uma distribuição dos ambientes de forma prática e de fácil
utilização, fator contribuinte para os idosos, sendo que os mesmos, podem usufruir
todos os ambientes sem dificuldades. A planta baixa do projeto de apenas um nível,
tem o acesso principal ocorrido pela recepção, a qual permite acesso ao auditório e a
todos ambientes sociais, desde as salas de oficinas, até o terraço coberto e os
sanitários. O setor administrativo e o setor de serviço, tem seu acesso pelo pátio
coberto, que permite visualização e alcança todos demais ambientes do projeto,
através de grandes circulações.
O arquiteto utilizou no projeto elementos naturais, sendo que a iluminação se
dá através de grandes janelas de vidros e claraboias distribuídas pelo centro, que
além de integrar e permitir visualizar o ambiente externo, são utilizadas para
possibilitar ventilação cruzada através da disposição das janelas e portas e da forma
orgânica da planta baixa.
Ao entrar em qualquer ambiente proposto no projeto, é possível visualizar o
todo da edificação, atendendo o conceito de refúgio, pois todos os caminhos levam
ao pátio coberto central, no qual ocorre o maior contato com o externo. A função da
planta baixa permite acessibilidade de qualquer indivíduo, não havendo uma
separação de setores, mas sim, um local fluído em todos os ambientes, permitindo e
instigando o visualizar. O fluxo dentro da edificação não possui divisão, sendo que os
setores se completam, um dependendo do outro para o acesso. No setor de serviço,
há uma entrada por um dos depósitos, que leva a cozinha, sendo este o único acesso
23
ao interior da edificação, além da recepção. Os materiais utilizados no interior do
projeto, foram utilizados como aliados a funcionalidade, como exemplo, as divisórias
das salas de oficinas, não possuem uma porta que separa uma sala da outra,
permitindo livre uso, outro exemplo, é a utilização do vidro em todos ambientes.
Figura 05: Zoneamento Fonte: Adaptada pelo autor
Figura 06: Imagens do Projeto
Fonte: Archdaily (2017)
Administrativo Serviço Social
24
2.5.1.5 Forma
A planta baixa da Residência do Avô, iniciou-se através de um elemento
principal: o local. No terreno ao qual o projeto está inserido, possui duas grandes
árvores, que foram mantidas, sendo essas, as norteadoras de toda a forma e
organização funcional. Partindo da intenção de integrar o interno e externo, o arquiteto
buscou na vegetação, o protagonista de seu projeto; as árvores mantidas na
edificação, permitem a entrada de luz natural ao ambiente interno e todo o eixo de
circulação, foi criado devido ao externo, sendo esses direcionados ao visual.
A volumetria é produzida através de formas orgânicas retangulares que se
encaixam; com um total de quatro retângulos, o projeto foi criado, seguindo a
angulação do terreno de esquina, o qual contribuiu para a forma da planta baixa,
permitindo locar e assentar a edificação no mesmo, com apenas um nível.
Os materiais utilizados no projeto, propiciam a sensação de aconchego e calor,
sendo utilizados tanto no interior da obra, como no exterior, os mesmos materiais.
Para as fachadas, foi aplicado concreto bruto e o uso de pedras irregulares em alguns
locais, sendo a viga de sustentação e detalhes dos peitoris, pintados de marrom,
lembrando a madeira; os peitoris, feitos de estrutura metálica preta, sustentam vidro
no seu meio. O uso da estrutura metálica está presente nas janelas da fachada
principal, sendo essas usufruídas como brises soleil, permitindo o controle da
luminosidade interna.
Figura 07: Imagens do Projeto
Fonte: Archdaily (2017)
Para o interior da edificação, toda estrutura metálica foi mantida preta, e o uso
da madeira pode ser observado em detalhes do projeto, como nas divisórias das salas;
para o piso, foi utilizado cerâmica imitando concreto, sendo este um material quente.
25
A iluminação interna, quando necessária, se dá através de luminárias pendentes e
iluminação pontual, mas, todo o projeto basta-se pela iluminação natural em grande
parte do tempo. O uso do vidro, além de estar presente nas divisórias, rodeia as
árvores mantidas no interior do projeto, protagonizando uma obra interna.
Figura 08: Imagens do Projeto
Fonte: Archdaily (2017)
O uso desses materiais, integrados ao verde externo, criam uma sensação de
bem-estar, por serem considerados materiais quentes, os quais, acompanhados com
a forma linear da edificação, desenvolvem a sensação de refúgio buscada pelo autor
da obra e acolhem os idosos, mostrando que a arquitetura, aliada com elementos
naturais, podem formar uma linda obra de arte, a qual contribui tanto para o
desenvolver da função de centro de convivência, como para o envelhecimento dos
usuários, ajudando na saúde física, mental, pois se o usuário se sente bem um local,
a mente trabalha bem e esses são fatores necessários para uma vida boa.
2.5.2 Casa para a Terceira Idade
2.5.2.1 Ficha Técnica
Arquitetos: Baena Casamor Arquitectes
Localização: Barcelona, Espanha
Área do Projeto: 1.144m²
Ano do Projeto: 2008
2.5.2.2 Implantação
O Projeto em análise, locado em um parque no centro de Barcelona, adaptado
e cuidadosamente projetado em um dos canteiros dos Jardins do Príncep de Girona,
foi construído pelo governo público local, sendo este, uma obra na qual os usuários,
26
tanto do parque como do edifício, possam se sentir confortáveis e pudessem se
identificar.
Locado em um terreno de esquina, o projeto integra-se com o local, criando
uma relação intensa com o parque, participando tanto da linguagem como do
funcionamento do mesmo. Disposto em dois níveis e um subsolo, o edifício é utilizado
como mirante no local, pois permite visualizar todo o entorno do parque e algumas
ruas laterais, sendo relacionado ao parque durante o processo de criação, permitindo
afirmar que o edifício complementa o espaço urbano.
Figura 09: Implantação
Fonte: Google Earth (Acesso: 2018)
Por ser um projeto inserido em meio urbano, o arquiteto possibilitou um acesso
direto da rua ao centro do parque, evitando que o mesmo se torna um empecilho,
devido ao seu volume e usos, cujo assentamento ao terreno, deu-se de forma leve e
equilibrada.
Figura 10: Fachadas Fonte: Archdaily (2013)
Projeto
27
2.5.2.3 Programa de Necessidades
Distribuído estrategicamente em três níveis, o programa de necessidades
divide-se em quatro setores, social, administrativo, educacional e serviço. O primeiro
piso, subsolo, contém um espaço multiuso, sendo seu acesso diretamente pelo
parque; este espaço pode ser utilizado como sala de eventos, auditório, sendo um
local informal para o uso coletivo.
No térreo, com acesso também pelo parque, é possível atravessar a edificação,
através de um corredor que interliga a rua e o parque. Neste pavimento, encontra-se
o setor social, o qual possui salas para oficinas, sala de informática; e o setor
administrativo, composto por secretaria, direção e sala de reuniões. Já no primeiro
pavimento, dispõe apenas do setor educacional, no qual está inserido salas de aulas,
salas de oficinas, sendo este pavimento destinado a atividades únicas aos idosos,
diferentes dos demais que permite livre acesso ao público.
Planta Baixa Subsolo Planta Baixa Térreo
Planta Baixa Primeiro Pavimento
Figura 11: Setorização Fonte: Dantas (2015)
Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
Recreação Multiuso 95m² -
Depósito 28m² -
Lavabo 3.75m² Bacia sanitária e cuba
Banheiros 12m² Bacia sanitária e cuba
Circulação Vertical 9m² -
Foyer 32,70m² Cadeiras e bancos
Espaços Informais 35m² Mesas, cadeiras e bancos
28
Sala de Reunião 30m² Mesas, cadeiras, balcão e armários
Administração 16m² Mesas, cadeiras e balcão
Auditório 140m² Mesa e cadeiras
Salas de Aula 35m² Mesas, cadeiras, balcão e armários
Tabela 02: Programa de Necessidades Fonte: Autor (2018).
2.5.2.4 Funcionalidade
Ao projetar-se a Casa para a Terceira Idade, nota-se preocupação do arquiteto
ao locar os espaços, sendo a organização da planta baixa em malha, com conexão
dos ambientes. Os fluxos da edificação, organizam-se de modo que os setores
educacional e social, formam um eixo de ligação, o qual é responsável pela integração
de todo o projeto.
Ao objetivar a identificação dos idosos ao entrar na edificação, o arquiteto
utilizou-se de uma arquitetura doméstica e próxima. A planta baixa, no térreo e no
primeiro pavimento, é basicamente no mesmo formato, no qual a circulação alongada,
dá acesso a todos ambientes do andar; no subsolo, a planta baixa possui um espaço
grande com circulação livre. O pavimento térreo possui a maior integração de setores,
no qual, o acesso a todos ambientes se dá pelo foyer, sendo que o mesmo é
responsável pela travessia possível da rua ao centro do parque; neste pavimento, o
fluxo de pessoas é alto, e os ambientes são em grande parte integrados, permitindo a
troca de convívio social.
Tratando-se de uma edificação direcionado ao uso do público idoso, adotou-se
medidas de acessibilidade universal em todos os ambientes, na qual foi utilizada
elevadores, rampas de acesso e apoios, tanto corrimãos como a utilização de guarda-
corpo. O uso de elementos naturais foi proposto e pensado de forma a fazer que os
idosos se sintam em suas residências, sendo que esses elementos foram
conquistados devidos as habilidades projetuais.
Setor Educacional Setor Social Setor Administrativo
Setor Serviço
29
Figura 12: Imagens do Projeto Fonte: Archdaily (2013)
2.5.2.5 Forma
Apresentando pureza e equilíbrio das linhas e dos volumes, o projeto é
composto por volume retangular, com jogo de cheios e vazios, que possuem
concordância formal. A forma e a função da edificação se encaixam e se completam
nos detalhes do projeto, cujo o edifício participa da linguagem, dos materiais e do
funcionamento do local onde está inserido, sendo concebido pelos arquitetos e
habitantes, como um elemento de entrada e saída do parque, e não como algo que
foi colocado na malha urbana.
Para favorecer a habitabilidade do edifício, o autor utiliza-se de técnicas
construtivas, como o uso de grandes aberturas em vidro, que dão acesso aos terraços,
os quais são protegidos com brises de madeira, que permitem a entrada de luz natural,
estratégia utilizada nas duas fachadas principais do projeto, além de permitir grande
fluxo de ventilação; o uso da madeira faz referência ao mobiliário urbano utilizado no
parque, para compor uma ligação arquitetônica. A utilização do concreto e do aço na
parte estrutural da casa, formam uma combinação com a madeira, sendo que esses
materiais proporcionam conforto e aconchego aos usuários. O uso do tijolo vermelho
nas duas fachadas menores, serve como barreira e artifício de projeto, no qual o
objetivo era preservar de certo modo a segurança dos idosos, além de contribuir com
os condicionantes ambientais.
A escolha dos materiais, como exemplo, a madeira e o tijolo, foi influenciada e
baseada no envelhecimento, pois assim como as pessoas com o passar do ano
envelhecem e mudam suas características físicas, os materiais também possuem
30
essa propriedade, que com o passar do tempo, iram envelhecer naturalmente,
mudando alguns dos seus desempenhos técnicos, como a cor e a textura.
2.5.3 Na Natureza Selvagem
2.5.3.1 Ficha Técnica
Arquitetos: Openfabric - Francesco Garofalo, Daryl Mulvihill, Bárbara Constantino
Localização: Grevenlingenveld, Holanda
Área do Projeto: 5.100m²
Ano do Projeto: 2015
2.5.3.2 Implantação
Projetado para criar dois mundos diferentes aos usuários, sendo um feito pelo
homem e outro natural, o projeto inserido no meio urbano, com seu interior natural e
selvagem, está localizado em uma praça, que possui 8.100m², em um dos bairros da
cidade. A escolha de implantar o parque nesta região, é devido à sua localização, a
qual possui uma escola em frente à praça e nos seus arredores, prédios residências
e comércio; o local, antes “esquecido” pelos moradores, ganhou sentido após a
construção do parque, proporcionando um espaço de múltiplos usos.
Antes e depois da Implantação
Figura 13: Diagrama Fonte: Archdaily (2017)
O terreno ocupa uma quadra inteira e seu perfil topográfico favoreceu para o
programa de necessidades implantado, pois possui curvas de níveis naturais,
contribuindo para o desenho do projeto. Cada espaço pensado, foi projetado para
diferentes tipos de brincadeiras, as quais se envolvem com o local, sendo uma mistura
de natureza e cidade.
A revitalizar o local, os arquitetos buscam inserir em meio a rotina das cidades,
um refúgio, direcionado principalmente para as crianças, sendo que a vegetação, os
31
caminhos, as formas, proporcionam uma experiência diferente a aqueles que não
possuem contato com o natural, além de contribuir para o bairro, tanto no visual e
estética, como no diferencial implantado.
Figura 14: Implantação Fonte: Google Earth (Acesso: 2018)
2.5.3.3 Programa de Necessidades
O projeto foi planejado para envolver dois mundos, nos quais, os usuários
utilizam tanto da arquitetura como da imaginação para criar seus espaços dentro do
parque. Separado em exterior e interior, por um elemento conhecido como “a fita”, o
programa de necessidades de na sua parte visível é composto por quadras esportivas,
playground, caixa de areia, pista de skate e bicicleta, espaços para caminhadas, além
de bancos, mesas e locais para lazer pessoal, nos quais, é possível visualizar
praticamente toda a extensão do parque.
No centro do parque, conhecido como a parte selvagem, os usuários são
convidados, através da sua imaginação, criar brincadeiras e formas de lazer, cujo
objetivo principal, é o contato com a natureza, sendo possível subir em árvores e
desfrutar de um espaço único, que em grandes cidades, está em falta.
Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
Exterior 5.000m² Playground, bancos, mesas, pistas, quadras de esportes
Interior 4.100m² Vegetação Tabela 03: Programa de Necessidades
Fonte: Autor (2018).
Escola
32
Figura 15: Planta Baixa
Fonte: Archdaily (2017)
O zoneamento do local, está setorizado pelas linhas orgânicas em vermelho,
sendo que dentro desta, está reservado o espaço natural, e no seu exterior, as demais
atividades, e espaços com grama para a população. A infraestrutura do parque, conta
com banheiros masculinos e femininos, além de um espaço, no qual bebedouros
estão locados; a iluminação é feita através de postes metálicos, espalhados pelo
parque. Com uma grande área, o projeto possui diversas formas de ser utilizado,
atingindo público de todas as idades.
2.5.3.4 Funcionalidade
Ao buscar referências em mundos completamente diferentes, os arquitetos
utilizaram de um espaço verde, existente no centro do parque, para zonear os demais
ambientes. Ao sair da área verde, o principal material utilizado pelo arquiteto, foi o
concreto, que por ser um material com fácil uso, possibilitou criar diversas formas de
volumes, sendo capaz de criar as separações do programa de necessidades, sem
deixar transparecer que o mesmo foi utilizado como “barreira”.
A fita presente em toda divisão do projeto, projetada para ser um elemento
lúdico, possui elementos de um playground tradicional, adaptados na estrutura de
concreto e possibilita escaladas, que dão acesso a parte natural do parque; o
mobiliário existente, é feito de concreto, sendo a base dos mesmos, madeira. Ao redor
das quadras poliesportivas, utilizou-se o espaço em curvas, para formar caminhos,
33
sendo possível percorrer os mesmos tanto com o uso de bicicletas e afins, como com
caminhadas, cujos caminhos, percorrem toda a extensão do parque.
A massa verde existente no parque, composta basicamente por gramíneas,
flores, e algumas árvores de grande porte, para agregar no aconchego do parque
através de sombras e possibilitar o uso das mesmas como forma de brincadeira, foram
escolhidas tanto para criar uma variedade de visuais durante o ano, como para
proporcionar estudos da escola, através da biodiversidade, além de fornecerem ao
bairro, uma paisagem que constantemente estará em mudanças.
Figura 16: Imagens do Projeto
Fonte: Archdaily (2017)
2.5.3.5 Forma
A forma com que o parque foi projetado, segue formas orgânicas, construídas
através de linhas curvas, que delimitam espaços, e possibilitam diversos usos nas
suas “voltas”, cujo objetivo, é destinar a cada local, usos possíveis de diversas formas,
permitindo dizer, que o projeto possui planta livre, pois não é delimitado apenas para
algumas atividades.
Ao utilizar materiais, como a madeira e o concreto, que são considerados
materiais quentes, os arquitetos possibilitaram aos usuários, a sensação de bem-estar
e aconchego, que misturados ao verde dos elementos naturais, contribui para o sentir-
se bem, pois permite que o contato com a natureza seja possível, mesmo em meio a
34
diversas edificações e a correria da cidade, pode-se promover a integração das
pessoas com o meio ambiente, contribuindo com a saúde física e mental dos usuários.
As formas e as funções que o parque exerce, encaixam-se perfeitamente ao
local, que de esquina a esquina, proporciona diferentes visuais, tanto aos moradores
como para a cidade, sendo concebido pelos habitantes, como elemento local e
estrutura do bairro, cujas atividades realizadas dentro deste espaço, possibilitam
encontrar, ver e sentir o mundo de uma forma diferente.
35
CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
3.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO
Nesta parte será apresentado o diagnóstico da área de implantação.
3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL
O centro de convivência para o idoso e o parque urbano, serão implantados na
cidade de Paraí, Rio Grande do Sul, Brasil. O município, com uma população estimada
de 6.812 habitantes (IBGE, 2010), está locado ao norte do estado, distante 90km da
cidade de Passo Fundo, sendo vizinho das cidades de Casca - RS e Nova Araçá –
RS. A cidade tem características interioranas, apresentando vegetação de campos
abertos e matas nativas, sendo o clima subtropical úmido.
O terreno escolhido, localizado nas proximidades de uma área de preservação
ambiental e de uma área verde, possui topografia praticamente plana, que ao juntar-
se com as manchas verdes, possibilita usufruir os espaços para caminhadas,
preservando o local e contribuindo para a preservação, além de valorizar o espaço
através do contato da natureza. O local possui pouca movimentação de veículos,
garantindo maior segurança aos usuários, pois o terreno está implantado em uma área
cuja rua principal, termina em frente, facilitando o acesso e preservando a região; além
de estar no centro da cidade, próximo a hospitais, mercados e praça central.
3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES
Os mapas a seguir demonstram o entorno do terreno de implantação do projeto,
considerando 500 metros de entorno. O mapa Nolli (fig.16), apresenta os cheios e
vazios do local, mostrando uma área em crescimento, com grande quantidade de
massa verde. O mapa de usos (fig.17), exemplifica as atividades que ocorrem no local,
apresentando grande quantidade de uso misto. O mapa de alturas (fig.18), demostra
que o local possui grande diversidade, fato ocorrido pelo crescimento da cidade.
36
Figura 17: Mapa Nolli
Fonte: Google Maps (2018) Adaptado pela Autora.
Figura 18: Mapa de Usos
Fonte: Google Maps (2018) Adaptado pela Autora.
37
Figura 19: Mapa de Alturas
Fonte: Google Maps (2018) Adaptado pela Autora.
3.4 INFRAESTRUTURA URBANA
O local do projeto apresenta pouco fluxo de veículos, por ser uma rua sem
saída, utilizada apenas por moradores locais, porém, o terreno encontra-se próximo
ao centro da cidade, que torna o movimento local moderado. As ruas da cidade
possuem duas vias com, com sentido duplo, exceto a rua lateral à praça, que apenas
desce. A cidade possui uma parada de ônibus, utilizada tanto para o transporte público
como para ônibus intermunicipais, locada ao lado da principal praça.
O terreno é contemplado com rede de energia e com fornecimento de água,
porém, a cidade não possui mapas que demonstrem o local onde estão passando os
canos de fornecimento, fato que causa transtornos quando ocorrem problemas nesta
parte da infraestrutura da cidade. O esgoto, antigamente era direcionado ao principal
rio da cidade, porém, atualmente utiliza-se fossa séptica individual de cada residência.
Devido ao fato de o terreno estar locado próximo as áreas verdes da cidade e
de uma área de preservação ambiental, o local possui grande massa de vegetação;
nas suas proximidades, podendo-se notar algumas manchas verdes, sendo isto,
considerado um fator positivo da cidade.
38
Figura 20: Mapa de intensidade de fluxo, sentido de vias e parada de ônibus
Fonte: Google Maps (2018) Adaptado pela Autora.
Figura 21: Mapa de Rede Elétrica
Fonte: Google Maps (2018) Adaptado pela Autora.
39
Figura 22: Mapa de Esgoto Pluvial
Fonte: Google Maps (2018) Adaptado pela Autora.
Figura 23: Mapa de Esgoto Cloacal
Fonte: Google Maps (2018) Adaptado pela Autora.
40
Figura 24: Mapa de Vegetação Urbana
Fonte: Google Maps (2018) Adaptado pela Autora.
3.5 ACESSIBILIDADE, MOBILIDADE E CENTRALIDADES
A cidade de Paraí possui algumas diretrizes voltadas para a acessibilidade,
mas, pode-se considerar que as mesmas estão locadas apenas na avenida principal,
as demais ruas, tanto por não possuírem calçadas em alguns casos, como por não
seguir as normativas, não possuem acessibilidade, dificultando o acesso para todos
os morados, destacando os PCDS.
O tráfego na cidade é considerado tranquilo, a maioria das vias possuem fluxo
leve de veículos, sendo que apenas três delas, que acessam as entradas e saídas do
município, possuem tráfego moderado, apenas ambas permitem a circulação de
veículos pesados. A mobilidade urbana local é considerada organizada, devido ao
baixo número de habitantes e ao trânsito tranquilo.
3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO
O terreno está localizado em uma esquina, entre as ruas João Bransalise e
Henrique Lenzi, sendo está, uma rua sem saída, devido a uma área verde que se
encontra entre as quadras; atualmente, o local não possui uso, tendo no mesmo,
apenas vegetação. O local escolhido possui uma área total de 9.996,55m², sendo que
destes, apenas 1.999,40² são direcionados para a construção do centro de
41
convivência, os demais, estão locados em áreas verdes ou APP, sendo direcionados
apenas para o parque urbano.
Ao analisar o entorno, encontra-se um gabarito de vizinhança de fachada com
no máximo três pavimentos, vias com sentido duplo e uma infraestrutura considerável
boa, com boca de lobo, poste de energia locados próximo ao terreno; o local não
possui calçadas, sendo direcionado ao dono do terreno, fazê-la.
A topografia do terreno, no local onde será construído o centro, é praticamente
plana, restando algumas diferenças no nível, nas áreas verdes; devido à altura das
edificações vizinhas, será possível usufruir de boa iluminação e ventilação natural,
além de aproveitar a mancha verde locada no terreno.
Figura 25: Mapa do terreno/ventos/orientação solar
Fonte: Google Maps (2018) Adaptado pela Autora.
42
FIGURA 26: Entorno – Rua João Brandalise.
Fonte: Autora (Foto tirada de dentro do terreno)
FIGURA 27: Entorno – Rua Henrique Lenzi.
Fonte: Autora (Foto tirada de dentro do terreno)
FIGURA 28: Entorno.
Fonte: Autora (Foto tirada de dentro do terreno)
FIGURA 29: Entorno.
Fonte: Autora (Foto tirada de dentro do terreno)
43
FIGURA 30: Curvas de Níveis.
Fonte: Autora
FIGURA 31: Corte Longitudinal e Transversal (respectivamente).
Fonte: Autora
FIGURA 32: Simulação de curvas de níveis do terreno.
Fonte: Autora
Distância Distância
44
FIGURA 33: Skyline Rua Henrique Lenzi
Fonte: Autora
FIGURA 34: Skyline Rua João Brandalise
Fonte: Autora
FIGURA 35: Skyline Rua sem Nome
Fonte: Autora
FIGURA 36: Skyline Rua sem Nome
Fonte: Autora
45
3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS
3.6.1 Normas de funcionamento de serviços de atenção ao idoso no Brasil
Segundo as normativas ao idoso, o terreno deve ser parcialmente plano, e
quando inclinado, o mesmo deve possuir rampas para vencer os desníveis. Deve-se
prever áreas verdes, com caminhos e bancos, além de espaços para diversas
atividades. Deve ser contemplado 15% de área permeável sobre o total do terreno
livre de construção (SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS).
Os pisos externos e internos devem ser de fácil limpeza, uniformes e contínuos,
além de possuir faixa tátil. O estacionamento deve ter ao mínimo uma vaga com
tamanha compatível ao de uma ambulância e um espaço adicional de 1,20 metros,
facilitando a circulação de maca/cadeira de rodas (SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E
NORMATIVAS).
As áreas internas devem ser dotadas de luz de vigília, campainhas e sistema
de emergência e rápido escoamento de usuários; deve-se ter no mínimo duas portas,
sendo uma apenas para serviço e outra para acesso comum; as saídas de emergência
devem ser sinalizadas. Para os sanitários, deve-se usar uma bacia sanitária para cada
seis usuários, não sendo permitido utilizar revestimentos com brilho e reflexo e as
barras de apoio devem ser pintadas em cores contrastantes para fácil reconhecimento
(SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS).
Para conforto e qualidade dos idosos, algumas normas complementares foram
estabelecidas, como: pintar o primeiro e último espelho da escada com cor
contrastante; variar cor das paredes e portas, além dos revestimentos (SÍNTESE DE
LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS).
3.6.2 Plano Diretor
O terreno está localizado na Zona de Transição com TO=80%, CA= 2,5 para
comércio, devendo apresentar recuos mínimos de 4 metros frontais e 2 metros nas
laterais; as vagas de estacionamento não devem estar nos recuos do terreno.
Os passeios públicos deverão ser executados preferencialmente por basalto,
sendo a construção do mesmo, responsabilidade do proprietário, os muros laterais
aos lotes, podem ter no máximo 2 metros de altura (PLANO DIRETOR DE PARAÍ).
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3.6.3 NBR 9050
O projeto estará de acordo com a norma de acessibilidades, contendo rampas
de acesso, piso podotátil, acesso universal, banheiros para usuários PCD, circulações
e portas com dimensões adequados, além de todos requisitos necessários pré-
estabelecidos na norma.
47
CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS
4.1 INTRODUÇÃO
Nesta parte será apresentado o conceito de projeto e suas principais diretrizes ...
4.2 CONCEITO DO PROJETO
O conceito escolhido para o centro de convivência do idoso e para o parque
urbano, trata-se da busca pela integração, tanto entre pessoas como entre pessoas e
o ambiente natural do local escolhido para o projeto. Assim, o projeto buscará
proporcionar bem-estar, alegria e despertar sensações na população ao unir o centro
ao parque, o interior com o exterior.
Portanto, baseia-se na ideia de um convite a busca por uma maior qualidade
de vida para o idoso e o resto da população, quebrando os preconceitos aos idosos,
através do convívio, participação, inclusão e principalmente, através do amor. Assim,
a ideia de integração entre pessoas e a quebra do preconceito parte da visualização
de uma “linha do tempo”, baseada em todas as fases da vida, fazendo-nos pensar o
quão importante é cada momento e como devemos aproveitá-lo, convidando a viver
essa experiencia e fazer parte da vida do idoso, pois como cita George Washington:
“até onde você vai na vida depende de ser eterno como os jovens, compadecido com
os idosos, simpático com os esforçados e tolerante com os fracos e fortes. Porque em
algum momento da vida, você vai perceber que já foi tudo isso”.
4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA
Através da funcionalidade arquitetônica, prioriza-se a utilização de elementos
naturais, como a iluminação e a ventilação, buscando fácil circulação e organização
da planta baixa, além de locar estrategicamente os ambientes, proporcionando
qualidade e conforto no dia a dia. Para integrar o interior com o exterior e explorar os
visuais do terreno, irá ser utilizado grandes aberturas, zenitais e uso do vidro, material
que proporciona transparência, unindo e permitindo o contato com a natureza e
interação entre os usuários, fazendo com que estes, sintam-se parte do todo.
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Os materiais a serem utilizados (concreto, a madeira e o vidro) estimulam o
conforto, visual e físico, pois quando empregados de maneira correta, proporcionaram
aconchego no período de permanência, por serem considerados materiais quentes e
de fácil uso, permitindo formar diferentes estilos e formas. Ao ser adicionado demais
componentes ao projeto, como cores e texturas, busca-se estimular a criatividade,
interação e comodidade, fortalecendo e deixando a rotina no centro agradável.
O terreno, devido sua localização em meio a uma mancha verde, torna possível
unir a vegetação existente ao projeto, sendo possível manter algumas plantas no
desenho da planta baixa, tonificando até mesmo com a vegetação, o conceito da
integração. Objetivando e dando ênfase ao idoso, o projeto busca componentes
dinâmicos na arquitetura para fortalecer a qualidade de vida dos usuários.
FIGURA 37: Imagens de referência, devido a utilização dos materiais, organização da planta.
Fonte: Archdaily, 2018
49
4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS
Para as diretrizes urbanísticas, propõe-se inserção de pavimentação para o
passeio público e melhoria no existente, sendo que este seguirá as normativas
estabelecidas, com aplicação de piso podotátil, uso de corrimão, além de arborização
para melhor conforto e visual; será implantado rampas de acesso na calçada e
melhoria na iluminação pública.
No setor do parque urbano, utiliza-se os três pilares do envelhecimento ativo
para integrar o centro de convivência e os idosos, na comunidade, através do
desenvolver do parque. Através dos determinantes da estrutura política do
envelhecimento, busca-se através da saúde, desenvolver atividades físicas, com o
uso de percurso para caminhadas, academia ao ar livre, playgrouns, espaços verdes
para usos diferenciados; no setor participação, convida-se a comunidade a usufruir o
espaço com caminhos contemplativos, locais de lazer com bancos, além de convidar
os usuários do parque a participar do centro urbano, tanto através de visitas quanto
com palestras, oficinas.
No pilar da segurança, utiliza-se de guarita para o local, a qual além de servir
para o espaço do parque, une-se com o centro, tornando o local mais convidativo,
tanto durante o dia como a noite; além disso, através da permeabilidade visual
proposta, com locais abertos, é possível maior controle. O parque poderá ser palco
de eventos da comunidade, atividades alternativas, possibilitando a inserção de food
trucks, por exemplo, fator que agregaria tanto para a segurança como para a
participação, possibilitando maior tempo de permanência no espaço.
Os eixos definidos no parque, abraçaram o centro de convivência, fazendo com
que o mesmo se torne um componente pertencente a cidade, ao urbano, não deixando
o mesmo “perdido” no espaço, mas parte dele. As diretrizes urbanísticas propostas,
serão direcionadas para a integração do projeto a ser construído com o entorno já
existente; cada espaço terá uma sensação diferenciada, com contornos, curvas e
aproveitamento da área, nos lembrando a linha do tempo da vida, implantado no local
que através do centro de convivência, irá direcionar os caminhos para playgrounds,
academia ao ar livre, espaço de contemplação, podendo proporcionar um momento
de reflexão, pois integrará todas as idades e fases da vida, em um único espaço, nos
lembrando que um dia, também faremos parte do que é considerado a melhor idade.
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CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL
5.1 INTRODUÇÃO
Nesta parte será apresentado o partido geral do projeto.
5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES
Tabela 04: Programa de Necessidades Centro de Convivência: Setor Social
Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
Recepção 20m² Mesa de trabalho, cadeira, sofá
Sala Multiuso 30m² Mesas de trabalho, cadeiras, armários
Espaço de Convivência 100m² Mesas, cadeiras, sofás, armários
Salão de Festas/Auditório 120m² Bancos, mesas, palco, cadeiras
Restaurante 150m² Mesas, cadeiras
Copa 50m² Balcão, pia, geladeira, mesa
Sanitários 30m² Bacia sanitária, pia
Fonte: Autor (2018).
Tabela 05: Programa de Necessidades Centro de Convivência: Setor Administrativo
Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
Diretoria/Sala de Reuniões 20m² Mesa de trabalho, cadeira
Secretaria 20m² Mesa de trabalho, cadeira
Copa 15m² Balcão, pia, geladeira, mesa
Fonte: Autor (2018).
Tabela 06: Programa de Necessidades Centro de Convivência: Setor de Serviço
Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
Almoxarifado/DML 20m² Armários
Depósito 20m² Armários
Sanitários/Vestiários 20m² Bacia sanitária, pia
Ambulatório 20m² Maca, mesa de atendimento, armários
Fonte: Autor (2018).
Tabela 07: Programa de Necessidades Parque Urbano
Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
Caminhos/ Espaços de descanso - Bancos, mesas, iluminação
Playground - Brinquedos
Playground PCD - Brinquedos
Academia ao ar livre - Aparelhos para ginástica
Pista de Skate - -
Auditório - Arquibancada
Food Truck - Mesas, cadeiras
Sanitários - Bacia sanitária, pia
Fonte: Autor (2018).
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5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA
FIGURA 38: Zoneamento
Fonte: Autora, 2018
5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
FIGURA 39: Proposta de Zoneamento 01
Fonte: Autora, 2018
Parque Urbano Setor Social Setor Administrativo Setor de Serviço
Acesso Principal
Acesso Serviço
Acesso Parque Urbano
N
Caminhos
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FIGURA 40: Proposta de Zoneamento 02
Fonte: Autora, 2018
FIGURA 41: Proposta de Zoneamento 03
Fonte: Autora, 2018
A proposta de zoneamento escolhida, foi a figura 40: Proposta de Zoneamento
03; a escolha pela mesma, foi em função, primeiramente, das visuais do terreno,
destacando as áreas verdes e o entorno como um todo. Ao locar as manchas, foi
pensado que o setor social, seria o centro de toda a edificação, e o parque urbano,
integraria todo o centro de convivência, tornando o espaço um só.
O setor administrativo, posicionado na entrada, possui visual para a rua; o setor
de serviço, locado atrás da administração, possui entrada lateral, sendo exclusivo para
Acesso Principal
Acesso Parque Urbano
Acesso Serviço Acesso
Serviço
Parque Urbano Setor Social Setor Administrativo Setor de Serviço Caminhos
Acesso Principal
Acesso Parque Urbano Acesso
Serviço Acesso Serviço
Parque Urbano Setor Social Setor Administrativo Setor de Serviço Caminhos
N
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serviços do centro de convivência; já o setor de serviço locado ao Sul, é próprio do
restaurante, com entrada lateral, como será possível visualizar na planta baixa. O
setor social, possuirá suas salas de oficinas, ao norte, e demais ambientes espalhados
no centro, com vista para todo ambiente externo, podendo visualizar integralmente o
parque urbano. As manchas do parque, são espaços onde estarão: playground, pista
de skate, academia ao ar livre, espaço de contemplação, espaço com mesas,
auditório, além de caminhos, que se unem e se interligam formando um único
percurso.
A escolha deste estudo de mancha para o centro de convivência, busca, além
de uma melhor distribuição dos espaços, aproveitar os elementos naturais, através da
iluminação e ventilação, fatores que contribuem para um melhor conforto dos
usuários. Para o parque, utilizou-se todo o espaço, locando os lugares de forma
contemplativa para todas as idades, fazendo com que, mesmo estando em um mesmo
local, cada um possua seu espaço direcionado, com atividades específicas, que
agradam e contentam todos os utilitários.
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CAPÍTULO 6: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9.050/2004.
Acessibilidade. Rio de Janeiro. ABNT, 2004
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integrada. 2015. Dissertação acadêmica de mestrado, Escola Superior de
Enfermagem do Porto, Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitária, 2015.
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2014. A nova velhice – uma visão multidisciplinar, Centro Universitário Plínio Leite,
2014.
DANTAS, Lívia. Casa para a Terceira Idade. 2015. Centro de Referência para
Idosos, Universidade do Ceará, 2015.
DUARTE, Lidiane. O processo de Institucionalização do idoso e as
territorialidades: espaço como lugar? 2014. Estudo interdisciplinar do
envelhecimento, UNIVALE, Universidade de Vale do Rio Doce, 2014.
FECHINE, Basílio; TROMIERI, Nicolino. O processo de envelhecimento: As
principais alterações que acontecem com os idosos com o passar do tempo.
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diferentes vertentes. 2014. Artigos temáticos – Ambiência, Curso de Lazer e
Turismo, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo,
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2014. Guia de Orientações Técnicas Centro de Convivência do Idoso, Secretaria do
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56
ANEXOS
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