Farmacodinâmica Anestésicos locais
Histórico � Oficialmente a cocaína foi o primeiro
anestésico local. � Isolada em 1860, utilizada como energizante psiquíco, por Freud, foi testada como anestésico
oftálmico em 1884. � Substuida pela procaína em 1905 � Lidocaína, 1943
COCAÍNA
PROCAÍNA
LIDOCAÍNA
Química � Região com anel aromático � Cadeia lateral básica � Ligação éster hidrolizada em PABA(alergênico) � Amida, resistência metabólica � pKa 8 – 9, determina a velocidade de ação e ação
dependente de pH (inflamação) Lidocaína e mepivacaína (pKa 7,6-7,8): ação rápida Procaína, tetracaína e bupivacaína (pKa 8,1-8,9): ação lenta
ÉSTERES E AMIDAS � Ésteres
� Elevada toxicidade: não disponíveis em tubetes para uso em seringas de carpule (odontologia)
� Amidas: � Mais estáveis, podem ser autoclavadas � Menos hiperssenssibilidade � Maior duração de ação, metabolismo
hepático
COCAÍNA LIDOCAÍNA
� Estereoisomeria determina potencia e toxicidade, aminoácidos dos canais (levógeros)
� Bupivacaína racemica cardiotóxica (levobupivacaína)
� Solução ácida para bases ionizadas, consumo de tampões extracelulares, redução do bloqueio (taquifilaxia)
Mecanismo
� Ligação ao canal de sódio � Inativação por impedimento do influxo de sódio � Ação mais rápida sobre fibras menores � Bloqueio de canais de Na+, voltagem dependentes � Canais dependentes de ligante não
conseguem produzir propagação de sinal
Mecanismo � Bloqueio fásico, depende de estimulação para
abertura dos canais e entrada de anestésicos � Ligação de moléculas a receptores inativados,
estabilidade do bloqueio.
Mecanismo � Modificação da estrutura da membrana. � A interrupção do impulso nervoso não é específica,
provocando alteração em outros sentidos
Classificação � Injetáveis:
� De baixa potência e curta duração � Procaína
� De potência e duração intermediárias � Lidocaína, Prilocaína
� De alta potência e longa duração � Tetracaína, Bupivacaína, Ropivacaína, Dibucaína
� Superficiais: � Solúveis
� Lidocaína, Tetracaína
� Insolúveis � Benzocaína
Usos � Suturas � Pequenos tumores de pele � Dissecções vasculares � Analgesia pós operatória � Regionalizada � Menor impacto na fisiologia � Pequena absorção sistemica
Farmacocinética � Áreas vascularizadas tem maior absorção
sistemica. � Doses maiores são linearmente mais absorvidas,
independente de concentração e velocidade injeção
� Eliminação pulmonar limita concentração sistêmica, prejudicada por propanolol
Aplicações
Aplicações:
� Prilocaína/felipressina (mais consumida) � Anestesia pulpar de 60 min � Utilizada tanto para procedimentos de 10min
(preparo cavitário simples). Como para procedimentos mais demorados
� Mepivacaína 3% sem vasoconstritor � Anestesia de 20min. Infiltrativa e 40 bloqueio � Baixa vasodilatação � Lidocaína sem vasoconstritor duração de
ação 5 min.
Aplicações � Bupivacaína 0,5% e eprinefrina 1:200.000
� 3 horas de anestesia pulpar e 12 horas em tecidos moles.
� Certo grau pós-operatório � Latência de 6 a 10 min. � Alta potência e toxicidade � Indicada para grande dor pós-operatória
Precauções � Crianças ou pacientes psiquiátricos
� Efeito duradouro pode possibilitar ferimentos automutilação (mepivacaína 3%)
� Pacientes cardíacos podem receber no máximo dois tubetes (adrenalina 1:100.000) mepivacaína causa pouca vasodilatação, prilocaína não altera pressão � Pacientes com pressão acima de 180mmHg, devem ser
tratados em hospitais
Precauções � Gestante: lidocaína 2% mais adrenalina 1:100.000 (2
tubetes), evitar mepicavacaína lento metabolismo fetal e prilocaína (metemoglobinemia)
� Diabéticos: adrenalina (catecolaminas hiperglicêmica), preferencia por prilocaina e felipressina.
� Idosos: amidas necessitam de extenso metabolismo hepático, articaína biotransformada por colinesterases plasmáticas, metabolitos inertes, menor toxicidade para rino-comprometidos
Toxicidade � SNC
� Rápida passagem BHE � Efeitos dose-dependentes
� Baixas doses, depressão � Altas doses excitação e convulsão
� Bloqueio de neurônios inibitórios, � Baixa ligação a pp’s, pH e clearence aumentam
toxicidade � Epinefrina reduz risco
Vasoconstritores � Aminas simpatomiméticas
� Adrenalina, noradrenalina, levonordefrina e fenilifrina (lidocaína)
� Adrenalina, efeito rebote, atraso na cicatrização, e exacerbação de dor pós-operatória
� Felipressina � Prilocaína (solução mais usada no Brasil) � Não produz alterações cardíacas, � Não garante hemostasia, atuação no leito venoso,
não age sobre receptores alfa e beta adrenérgicos
Toxicidade � Cardiovasculares
� Doses maiores que as toxicas no SNC � Lidocaína, hipotensão, bradicardia e hipóxia. Bupivacaína
colapso cardiocirculatório por disritmias ventriculares, difíceis de serem revertidas com ressuscitação
� Tratamento: � suporte ventilatório e cardiovascular, com intubação
orotraqueal, se necessário, � tiopental (50-100 mg), midazolam (2-5 mg) ou propofol (1
mg/ kg) em caso de convulsões � lidocaína, com hipotensão e bradicardia. Na reversão
pode ser usada efedrina (10-30 mg) ou atropina (0,01 mg/kg)
Farmacodinâmica Hipnóticos: farmacologia dos transtornos de ansiedade
Transtornos de ansiedade � Transtorno de Pânico:
� Início súbito, sintomas físicos e duração limitada (ataque de pânico).
� sensação de sufocação, de morte iminente, taquicardia, tonteiras, sudorese, tremores, sensação de perda do controle ou de “ficar louco”, alterações gastrointestinais.
� Primeiros ataques inesperados, depois ataques com ansiedade antecipatória, ou desencadeados por alguma visualização � Evoluem para Agorafobia e são extremamente limitantes
Transtornos de ansiedade � Transtorno de Ansiedade Social
� Sintomas desencadeados quando o paciente é observado pelo os outros (escrever, assinar, comer e fazer uma apresentação na presença dos outros)
� tremores, sudorese, enrubescimento, dificuldade de concentração “branco na cabeça”, palpitações, tonteira e sensação de desmaio.
� Início na infância e exacerbação na adolescência e fase adulta � A evolução pode trazer complicações com álcool e drogas
Transtornos de ansiedade
� Transtorno Obsessivo Compulsivo: � Obsessão: pensamento repetitivo, intrusivo, associado
com ansiedade, fora do controle da pessoa. � Compulsão: atos ou comportamentos repetitivos
realizados com o intuito de evitar a ansiedade. � Atos relacionados com limpeza, verificação e
contagem
� Transtorno de ansiedade generalizada � Manifestações de ansiedade, não ocorrem na forma
de ataques � Expectativa apreensiva ou preocupação exagerada,
mórbida � Inquietude, cansaço, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, insônia e sudorese � Início precoce, relatos de pacientes que sempre foram “nervosos” � Evolução para cronicidade
Transtornos de ansiedade
Prevalência de Distúrbios de Ansiedade por toda a vida e em 12 meses
Distúrbios de Ansiedade Vida (%) 12-Meses (%)
� Distúrbio de Pânico 3.5 2.3 � Agorafobia sem pânico 5.3 2.6 � Fobia Social 13.3 7.9 � Fobia Simples 11.3 8.8 � Dist. Ansiedade Generalizada 5.1 3.1
Dist. Estresse Pós-Traumático 7.6 3.9
� Qualquer dist. de ansiedade 28.7 19.3
AGENTES ANSIOLÍTICOS Nomes Genéricos Nomes Comerciais Doses Diárias (mg/dia)
� BENZODIAZEPINAS � Clordiazepóxido Librium, outros 10-100 � Diazepam Valium, outros 2-40 � Oxazepam Serax, others 30-120 � Clorazepato Tranxilene 15-60 � Lorazepam Lorax, outros 1-10 � Prazepam Centrax 20-60 � Halazepam Paxipam 60-160 � Alprazolam Frontal, outros 0.75-4 � AZASPIRONAS � Buspirona Buspar, outros 15-60 � ANTIDEPRESSANTS � ISRS Sertralina, outros 25-250 � Venlafaxina Effexor, outros 75-375 � Duloxetina Cymbalta 30-120
Propriedades ansiolíticos 1) Redução da latência do sono (tempo até
dormir). 2) Aumento da duração do estágio 2 NREM. 3) Redução da duração do sono REM. 4) Redução da duração do sono de ondas lentas
(quando pesadelos e sonambulismo ocorrem).
Ocorre tolerância após 1-2 semanas.
Depressão Respiratória
Coma/ Anestesia
Ataxia
Sedação
Ansiolítico
Anticonvulsante
DOSE
RESPO
NSE
BARBS BDZs
ETOH
Farmacodinâmica � Benzodiazepinas
� Local específico de ligação no receptor GABAA � Potencializa o GABA � Efeitos serotonérgicos (e.g., clonazepam)
� Azaspirona (e.g., buspirona) � Agonista dos receptores 5-HT1A: agudamente, ↓ disparo
no corno dorsal dos núcleos da rafe; cronicamente, dessensibilização → ↓ atividade do receptor
� Beta-bloqueadores � β receptores centrais e periféricos, pós-sinápticos
� Clonidina � Agonista dos receptores α2-adrenérgicos, centrais, pré-
sinápticos � Antidepressivos
GABA � Neurotransmissor inibitório
� Ampla distribuição no SNC
� Ação inibitória local, portanto, altera rapidamente o débito neuronal
� Dissensibilização para os efeitos inibitórios com a estimulação crônica do GABA
Benzodiazepínicos � Efeito rápido, padrão ouro, referência
farmacológica pré-clínica avalia efeitos de benzodiazepínicos em ratos, não ansiedade.
� 35% dos pcs. Retornam ao nível normal de ansiedade, 40% apresentam melhora moderada
� Tratamento de 6 semanas para 50% dos pacientes, mínimo 4 semanas
� Tratamento prolongado não apresenta tolerância � Retirada gradual � Tendência a desenvolver dependência e abuso
Farmacocinetica
Efeitos adversos � Sedação e prejuízo da performance
Habilidades psicomotoras: dirigir; atividades físicas perigosas; uso de máquinas perigosas, especialmente nas fases iniciasi do tratamento
� Distúrbio da memória Amnésia anterógrada (desejável antes de cirurgias, outros procedimentos). Dose-dependente, e pode não desenvolver tolerância. Mais provável com triazolam
� Desinibição Possíveis fatores de risco: história de agressão, impulsividade, personalidade antisocial
Buspirona � Agonista parcial do receptor 5-HT1A � Atuação em receptores pré-sinápticos
somatodendríticos (auto-receptores), atuação pós-sinápticos, competindo com a serotonina e reduzindo a atividade.
� Não foram encontrados riscos de dependência ou abstinência
� Não interage com álcool � Não apresenta sedação ou prejuízo psicomotor � Potência equivalente aos benzodiazepínicos
Buspirona � Início de ação mais demorado � Menos eficaz nos sintomas somáticos e
autonômicos / mais eficaz sintomas psiquicos � Efeitos colaterais:
� Náusea, vertigem, cefaléia, nervosismo e excitação
� Questionamento quanto a potência e eficácia � Preço: 31,16 10mg/20comp.
Outras abordagens para ansiendade
� Antidepressivos � Tricíclicos: eficácia comparável aos BZD, discussão sobre
a interferência da redução de sintomas depressivos. Indicada para sintomas psíquicos. Sucesso no auxílio a retirada gradual de BZD
� Inibidores seletivos da recaptação de serotonina: útil no combate de comorbidade de sintomas depressivos.
� Inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina: resposta de 42% em duas semanas, venlafaxina importante alternativa terapêutica
� Beta-bloqueadores: � Ação periférica, sintomas somáticos, ansiedade
situacional, desepenho público
� Anti-histamínicos: � Hidroxizina, efeito em pacientes na primeira
semana, ansiedade psíquica
� Antipsicóticos: � Baixas doses, apresentam efeito ansiolítico, mas
efeitos colaterias extrapiramidais, olanzapina
Plantas medicinais � Piper methysticum:
� Efeito ansiolítico geral da planta, redução significativa da ansiedade. Risco de dano hepático
� Passiflora incarnata: � Estudo clínico comparado a oxizazepam, encontrou
resultados similares
� Valeriana officinalis: � Comparada com diazepam e placebo não
apresentou diferença entre nenhum dos grupos
� Gingko biloba: � Mais eficaz que placebo, ensaio curto pacientes
ainda apresentavam sintomatologia
Interações � Efeitos farmacodinâmicos aditivos (e.g., álcool) � Abstinênia BZD quando outras drogas que
aumentam o risco de convulsão são usadas � Inibem o metabolismo dos BZD (e.g., nefazodona
via P450 3A 3/4 inibe o metabolismo do triazolam) � Diazepam pode elevar os nivéis séricos da
digoxina e fenitoína
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