FRANCISCO JOSÉ PEREIRA DE CAMPOS CARVALHO
FORMAÇÃO DO DISCURSO NA PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIO DE
TELEJORNALISMO
CURITIBA 2006
FRANCISCO JOSÉ PEREIRA DE CAMPOS CARVALHO
FORMAÇÃO DO DISCURSO NA PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIO DE
TELEJORNALISMO
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Letras Português, Universidade Federal do Paraná como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Estudos Lingüísticos.
Orientador: Profa. Lígia Negri Co-Orientador: Prof. João Somma
CURITIBA 2006
ii
TERMO DE APROVAÇÃO
FRANCISCO JOSÉ PEREIRA DE CAMPOS CARVALHO
FORMAÇÃO DO DISCURSO NA PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIO DE
TELEJORNALISMO
Monografia aprovada como requisito parcial à conclusão do Curso de Graduação
em Letras Português – Bacharelado em Estudos Lingüísticos, Setor de Ciências
Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Paraná, pela seguinte banca
examinadora:
Profa. Lígia Negri Orientador
Departamento de .........., UFPR
Prof. João Somma
Co-Orientador
Departamento de .........., UFPR
Curitiba, 6 de dezembro de 2006.
iii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS................................................................................................. IV
LISTA DE QUADROS................................................................................................ V
LISTA DE TABELAS ................................................................................................ VI
RESUMO.................................................................................................................. VII
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................1
2 DESCRIÇÃO..........................................................................................................3
3 METODOLOGIA....................................................................................................8
3.1 ELABORAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO................................................................8
3.1.1 Materiais e Equipamentos.................................................................................8
3.1.2 Captação das Imagens .....................................................................................8
3.1.3 Entrevistas ........................................................................................................8
3.1.4 Edição e Montagem ..........................................................................................9
3.2 TESTE DE AVALIAÇÃO POR ESPECTADORES..............................................10
3.2.1 Aspectos Gerais..............................................................................................10
3.2.2 Sobre a Apresentação.....................................................................................10
3.2.3 Questionário Aplicado .....................................................................................11
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................12
4.1 ELABORAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO..............................................................12
4.1.1 Entrevistas ......................................................................................................12
4.1.2 Edição .............................................................................................................15
4.2 SOBRE A APRESENTAÇÃO.............................................................................17
4.3 AVALIAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS .........................................17
5 CONCLUSÕES....................................................................................................28
REFERÊNCIAS.........................................................................................................29
ANEXOS ...................................................................................................................31
iv
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - RESPOSTAS AFIRMATIVAS SOBRE A INTERFERÊNCIA DA
ARGUMENTAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO NO PONTO DE VISTA
.......................................................................................................32
FIGURA 2 - RESPOSTAS NEGATIVAS SOBRE A INTERFERÊNCIA DA
ARGUMENTAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO NO PONTO DE VISTA”
.......................................................................................................33
FIGURA 3 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADORES 1 E 2* .....34
FIGURA 4 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 3..................35
FIGURA 5 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 4..................36
FIGURA 6 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 5..................36
FIGURA 7 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 6..................37
FIGURA 8 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 7..................37
FIGURA 9 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 8..................37
FIGURA 10 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 9................38
FIGURA 11 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 10..............38
FIGURA 12 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 11..............38
FIGURA 13 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 12..............39
FIGURA 14 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADORES 13 E 14.39
FIGURA 15 - RESPOSTAS À QUESTÕES 4............................................................40
FIGURA 16 - RESPOSTAS À QUESTÕES 4............................................................41
v
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - ENTREVISTAS REALIZADAS ............................................................13
QUADRO 2 - INFORMAÇÕES ADICIONAIS AO QUESTIONÁRIO OBTIDAS NAS
ENTREVISTAS....................................................................................15
vi
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - QUANTITATIVOS DE TEMPO EM SEGUNDOS TOTAIS E
PERCENTUAIS NA CAPTAÇÃO BRUTA NAS ENTREVISTAS
REALIZADAS E NA VERSÃO A.....................................................16
TABELA 2 - RELAÇÕES DO EQUILÍBRIO DE TEMPO REALIZADAS NA VERSÃO A.....17
vii
RESUMO
O presente trabalho tem como objeto o estudo da formação do discurso em
documentário de telejornalismo, no sentido da focalização na recepção da fala e a
formação do discurso para o espectador, em um documentário experimental,
elaborado dentro dos padrões formais vigentes para a televisão, onde o efeito da
fala é isolado, ou maximizado, para avaliação de espectadores em uma versão
preliminar sem efeitos imagéticos, inserts, narrador e identificação dos entrevistados,
cujas imagens editadas são mostradas em enquadramento equivalente e neutro, no
sentido de minimizar os efeitos da imagem na recepção, e avaliar possível eficácia
da recepção to texto falado do documentário, avaliando assim a importância da fala
dos entrevistados na recepção. Os resultados obtidos da avaliação dos
questionários aplicados indicam a predominância do discurso dos espectadores ao
entendimento do texto da versão apresentada, a essencialidade do uso de recursos
imagéticos para compreensão e a conseqüente necessidade do uso de inserts e de
um narrador para eficácia do audiovisual, e, a possibilidade de uso da análise do
discurso dos espectadores para orientação dos recursos complementares de
imagem e edição final do documentário.
1
1 INTRODUÇÃO
O trabalho teve origem na análise do curta metragem Ilha das Flores,
realizada durante a disciplina HL 245 Análise do Discurso, no segundo semestre de
2005, e na observação dos efeitos de sentido dos discursos produzidos em função
do som e das imagens. Ocorre que, esse filme utiliza de recursos de linguagem da
propaganda, do cinema e da televisão, de modo a produzir o efeito desejado,
inclusive da apresentação da realidade de tal maneira que a ficção se mistura ao
documental, ficando no espectador uma visão clara do documentado. Neste caso
específico a narração propriamente dita, assume uma importância definitiva, quando
as imagens tendem a serem complementares à fala, de certo modo contrariando a
tradição da linguagem cinematográfica considerada em si mesma. Especificamente,
nesse caso, o curta metragem assume uma linguagem predominantemente
televisiva, onde a fala condiciona as imagens conforme um roteiro detalhadamente
pré-elaborado, relegando o poder intrínseco das imagens a um plano,
eventualmente, de menor importância.
Esse tipo de tendência é defendido, atualmente, por muitos profissionais da
área de televisão, que não entendem necessariamente como sendo fundamentais a
função da montagem do audiovisual, e o poder imagético decorrente de seus efeitos.
No entanto, com a melhoria na qualidade da imagem com a vinda da televisão
digital, alguns profissionais de televisão prevêem a tendência ao uso de linguagem
cinematográfica na televisão, onde a fala complementa as imagens. Assim sendo a
avaliação da importância da fala, em relação às imagens pode ser considerada
importante e oportuna.
No presente trabalho, são focalizadas as relações entre fala/imagem e a
formação do discurso do documentário elaborado para o espectador, cujo objetivo é
avaliar o efeito do sentido na formação do discurso em função do espectador, em um
documentário experimental, elaborado dentro dos padrões formais vigentes para a
televisão, onde a avaliação da importância da fala na recepção dos entrevistados é
realizada a partir de uma versão apresentada, em que as imagens editadas dos
entrevistados são mostradas aos espectadores que realizarão a avaliação, em
2
enquadramento equivalente e neutro, no sentido de minimizar os efeitos imagéticos
na recepção.
3
2 DESCRIÇÃO
A linguagem cinematográfica tem sido exaustivamente estudada (MARTIN,
1985; RAMOS, 2005 a. b; AUMONT, 1990; MURCH, 2004) e enfatiza,
principalmente, a imagem como ponto central, embora não descarte a importância
do som e da fala, sendo comum a tônica de em primeiro lugar narrar através das
imagens, e não necessariamente com imagens e fala. Nesse sentido, o uso de
recursos de fala como voice over, onde se ouve narrador durante o filme, e diálogos
são considerados como objetivos a serem minimizados e utilizados somente quando
estritamente necessários: as imagens devem falar por si, e as seqüências de
imagens determinam a linguagem que será compreendida pela audiência.
O espectador, ao longo dos tempos, aprendeu a entender a maioria das
seqüências de imagens, inclusive efeitos complexos como metáforas, marcas de
saltos temporais, elipses, e ainda com uma leitura que, geralmente, entende
instintivamente as imagens que antecipam uma ação ou significado (TADDEI, 1981).
Considera-se que, o cinema moderno, propriamente dito, iniciou-se com
Griffith, na segunda década do século XX, pericialmente evidenciado no filme Birth of
a Nation, e com Eisenstein que estabelece os princípios básicos da montagem em
sua obra principal e emblemática: O Encouraçado Potemkim. Na realidade esse
último filme é tido como o marco inicial principal do nascimento cinema moderno,
embora Eisenstein tenha concebido sua produção a partir do estudo exaustivo do
filme Intolerância de Griffith. Comenta-se que Eisenstein teria demorado mais de
dois anos em seus estudos no planejamento estético do Encouraçado Potemkim
que somado aos elementos discursivos planejados para atender a um projeto
estético de difusão e propaganda para o governo russo, que patrocinava seus
trabalhos, resultam no sistema de montagem utilizado e, consequentemente, o
marco zero para o cinema moderno.
Com Eisensteim, além do cinema moderno, nasce também o cinema
documental e os fundamentos do uso de imagens para a semiótica cinematográfica,
ou um discurso imagético, e, junto com esse cinema documental, nasce o cinema
pedagógico e educativo.
4
O uso das imagens passa, então, a ser cada vez mais sofisticado com os
planos seqüência, montagens e cores para diferentes finalidades como, por
exemplo, as cores usadas por Godard em Pierrot Lê Fout, em plena Nouvelle
Vague, ou recentemente por diretores como Almodóvar, Kurosawa, Saura, e até
mesmo nos hollywoodianos Kubrik ou Spielberg.
As imagens são as fontes principais de leitura do filme, conforme TADDEI
(1981) “o cinema é linguagem feita de imagens, quer dizer, feita de sinais (naturais)
dos contornos materiais concretos e sensíveis das coisas”. Convém notar que são
atribuídos significados inclusive à imagens acidentais de filmagem, como formas
intencionais de discurso dos diretores. Como exemplo de discussões intermináveis
pode ser citada a esfinge mostrada na cena do cavalo caindo da ponte do filme
Outubro de Eisenstein, que não passa de uma imagem captada na mesma margem
do rio, perto da ponte onde foi filmada a queda do cavalo, e que, devido ao
repertório da audiência, que não reconhece a existência de um monumento egípcio
na Rússia, polemiza entre a arte e um discurso produzido, entre o planejamento do
diretor ou o acidental utilizado pelo diretor, e os decorrentes e conseqüentes efeitos
estéticos, nesse sentido pura literatura, e efeito de literalidade.
A partir da segunda metade do século XX o cinema documental adquire uma
forma em que a presença do narrador em voice over se torna uma solução constante
e aceitável, inicialmente pela apresentação de documentários relativos à Segunda
Guerra Mundial. O uso do narrador se torna essencial nas décadas de 50 e 60 dos
documentários propaganda, principalmente os americanos, com temas como corrida
espacial ou american way of life. Nesse ponto é interessante notar que o cinema, no
início do século XX, nasce, praticamente com um narrador na forma de quadros de
legendas, intercalados com as seqüências de imagens, que explicam a estória.
Com a popularização da televisão, cada vez mais a linguagem imagética é
substituída pela voz, onde o diálogo prevalece independentemente dos conflitos
existentes entre voz e imagem. É interessante notar que grande parte dos seriados
da televisão americana são mostrados em planos gerais, com a maximização da fala
como forma de linguagem cinematográfica.
Da mesma maneira, na televisão brasileira, as novelas são puros diálogos,
sempre mostrados com uma seqüência pré-determinada de plano médio a closes,
que tornam as imagens, e a linguagem das imagens, praticamente desnecessárias,
5
quando, na concepção de muitos, são justificados como tal, a título de que as
novelas devem ser entendidas pelos diálogos, face às características de
entretenimento simultâneo aos afazeres domésticos.
É interessante notar que, progressivamente o público brasileiro tem se
habituado tanto à forma da linguagem televisiva, de modo que filmes que utilizam
desta linguagem acabam se tornando populares, exatamente em função desta
própria linguagem, como por exemplo, o filme Se Eu Fosse Você ( ).
Diante deste panorama, existe ainda a possibilidade da captação, com
eficácia da linguagem imagética, que produz um discurso pelo público? Ou, a fala
predomina para o público atual transformando a linguagem cinematográfica a
simples complementos, ou elementos de literalidade?
A resposta a essas perguntas, pode estar na aceitação da linguagem
televisiva, com valorização dos diálogos, linguagem esta de fácil compreensão do
grande público, existindo sucessos econômicos de filmes que usam linguagem
televisiva, como por exemplos Réquiem for a Dream, La Virgen de Los Cicários ou
também nacionais como Cama de Gato, eventualmente indicando uma tendência.
No entanto, contrastando, em documentários feitos para a televisão,
principalmente após a Primeira Guerra do Golfo, as produções passaram a se utilizar
cada vez mais da linguagem cinematográfica semiótica como dominante, em
complementação à fala, em princípio, mas que nos últimos anos se tornaram
exagerados de tal modo que os documentários são sinônimos de obras de pura
retórica de imagens.
Simultaneamente, a situação do uso de linguagem ficcional cinematográfica
para documentários está sendo ampliada, inclusive na televisão brasileira, onde já
podem ser vistas reportagens metafóricas em programas como Fantástico. Nesse
ponto convém analisar o recente uso de ficcionalização exagerada, realizada pela
televisão americana, nas reportagens sobre o furacão Catrina, que passaram a dar
um tom poético ao drama dos inundados.
No Brasil, recentemente, com o governo Lula está ocorrendo o fenômeno do
incentivo governamental, em larga escala, para a realização de documentários,
consequentemente, nos últimos anos foram criados vários cursos de pós-graduação
em documentários cinematográficos, inclusive em Curitiba.
6
Assim, o número de documentários realizados no país está aumentando
significativamente, embora muitos desses possam ser considerados ingênuos. Cada
vez mais sobressai o viés do documentário ficcionalizado, confeccionado de modo
autoral, que nem sempre é avaliado como tal pelo público. Muitos documentários
são de qualidade questionável, ou mesmo obras de propaganda, muitas sem
escrúpulos, destacando-se as realizadas sob o rótulo de meio ambiente.
Recentemente, tem sido observado um forte aumento uso da linguagem
cinematográfica imagética em documentários para modificar conteúdos, como
exemplos diretos bastam os exemplos dos documentários sobre guerra e terrorismo
que foram elaborados pós o onze de setembro. Como contraponto, é interessante
notar que muitas vezes o uso desses recursos de montagem, e de linguagem,
podem levam inclusive a perdas de credibilidade, resultando em humor, o que pode
representar um retorno para maior uso maior da fala como forma de validação, para
documentários eficazes.
Nesse ponto, é interessante notar que os recursos de montagem e de
linguagem imagética são extremamente importantes como recursos para manter a
atenção do público, e que podem ter efeitos interessantes de mudança nos
documentários, quando utilizados com ponderação. Como bom exemplo, diferentes
efeitos de montagem podem-se vistos no documentário Edifício Máster, de Eduardo
Coutinho, considerado por muitos o melhor documentarista brasileiro dos últimos
anos, onde é possível uma montagem aleatória dos depoimentos durante a exibição
do DVD, com fins de entretenimento.
Considerando-se o momento atual, e a vinda da televisão de alta resolução
é possível que o já preconizado uso da linguagem imagética em documentários
atinja níveis tais, em que o uso da fala tenda a ser relegado a importância ainda
menor, atingindo um ponto de sistemática tentativa de mudança das falas dos
documentários. Nesse sentido o presente trabalho pode representar um ponto de
partida para estudos mais complexos, que tem como objeto o estudo da formação do
discurso em documentário de telejornalismo, no sentido da focalização na recepção
da fala e a formação do discurso para o espectador. Para tanto parte-se das
hipóteses de trabalho:
7
1. O aumento atual da importância da fala em audiovisuais é tal que
já permite a recepção eficaz de um documentário pelo
espectador;
2. É possível estudar o formação do discurso do documentário
através da avaliação do discurso dos espectadores;
3. É possível inferir sobre a necessidade da imagética e efeitos
complementares audiovisuais para eficácia de recepção
conforme o resultado do estudo da formação do discurso do
documentário através da avaliação do discurso dos
espectadores; e,
4. É possível estudar um documentário através da avaliação do
discurso dos espectadores, e assim, contribuir para as
discussões atuais sobre a importância do uso de imagens e fala
em documentários.
Com estas hipótese em vista, os estudos foram realizados a partir de um
documentário experimental, com um tema polêmico: Impostos sobre o Salário. Este
documentário foi elaborado dentro dos padrões formais vigentes para a televisão, no
tocante às entrevistas, onde o efeito da fala é isolado, ou maximizado, para
avaliação de espectadores em uma versão preliminar de avaliação neutralizando
efeitos imagéticos, sem inserts, não utilizando-se de narrador ou identificação dos
entrevistados, cujas imagens editadas são mostradas em enquadramentos
equivalentes e neutros, no sentido de minimizar os efeitos de imagem na recepção,
e avaliar a possível eficácia da recepção do texto falado do documentário, avaliando
assim a importância da fala dos entrevistados na recepção.
8
3 METODOLOGIA
3.1 ELABORAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO
3.1.1 Materiais e Equipamentos
A fita utilizada foi Sony DVC Premiun código DVM60PRL e padrões de cor
Cromex nas cores azul, vermelho, cinza e branco.
A gravação das entrevistas para a elaboração do documentário foi realizada
no estúdio de televisão do Departamento de Comunicação - DECON da UFPR, onde
foram utilizadas três câmeras JVC GY100 ....., um microfone de lapela ........, e um
microfone cardiode ....posicionado sobre a mesa.
O sistema de iluminação utilizado era composto de três refletores, dois
frontais com difusor de luz (papel vegetal montado na bandeira francesa) dispostos
em ângulo de aproximadamente 90º, e um refletor com função de backlight montado
superiormente em ângulo de aproximadamente 60º ao entrevistado.
A apresentação foi realizada com projetor Epson modelo..... e som com ......
3.1.2 Captação das Imagens
A disposição das câmeras foi especificada de modo a proporcionar
enquadramento neutro na câmera dois (frontal), contra-plongê na câmera um e
plongê na câmera três, estas últimas disposta em um ângulo de aproximadamente
120º. As câmeras foram reguladas com aproximadamente a mesma distância focal
e setup. A sincronização foi realizada através do pulso sonoro de uma matraca.
3.1.3 Entrevistas
As entrevistas foram conduzidas de modo que as perguntas básicas fossem
respondidas em ordem cronológica, sem interrupção das respostas, com a
9
minimização de perguntas complementares que, quando ocorreram, foram para a
obtenção de ilustrações ou de complementação de idéias.
Antes das entrevistas, as seguintes perguntas básicas, foram apresentadas
aos entrevistados:
1. Face à atual conjuntura, e eventual reforma tributária, como
você analisa a situação dos impostos em geral, e especificamente
os sobre o salário?
2. Na sua ótica, qual seria a melhor função para a previdência
social?
3. Previdência social privada ou governamental? Quais os prós e
contra de cada sistema?
4. A respeito do imposto de renda sobre o salário, este deve fazer
parte da arrecadação ou é uma forma fácil de arrecadar?
5. Considerando que o salário costuma ser visto como caro para
quem paga e pouco par quem recebe, o salário acaba sendo
considerado “baixo” independentemente das funções exercidas na
iniciativa privada ou governamental. Quais seriam as justificativas
do uso não direcionado, pelo governo, dos encargos e impostos
sobre o salário?
6. O que faria se fosse presidente do Brasil?
7. Considerações gerais.
De modo a ser obtido uma variedade de opiniões, que inclui aspectos
institucionais e da população, foram os seguintes entrevistados selecionados:
3.1.4 Edição e Montagem
As imagens captadas foram editadas em ilha de edição não-linear,
utilizando-se do programa Adobe Première Pro 2.0 e Soundforge 8.0, para as
imagens e equalização do som. As cores foram devidamente equalizadas, conforme
os padrões Cromex, bem como pequenas diferenças de enquadramento da câmera
10
2 (neutra), para elaboração da edição de teste. O som foi equalizado em termos de
volume, preservando os diferentes timbres de voz.
Após as decupagens, considerando o conteúdo de cada fala, os trechos
selecionados foram montados de modo a proporcionar um fluxo de informações
coerente e auto-sustentável, sem a necessidade de narrador. Esta primeira
montagem foi realizada em duas versões, para serem submetidas à avaliação de
recepção, na Versão A, o texto intercalou os diferentes entrevistados de modo a
contrapor idéias. A Versão B, se diferenciou da Versão A pela edição, onde as
mesmas imagens de cada entrevistado, e a seqüência do documentário, foram re-
organizadas de modo linear, em relação ao conteúdo, para que cada idéia fosse
concluída, minimizando os contrapontos, e também, diferenças de opinião entre os
entrevistados.
3.2 TESTE DE AVALIAÇÃO POR ESPECTADORES
3.2.1 Aspectos Gerais
Como audiência para avaliação foi utilizada da turma da disciplina Análise do
Discurso HL 245, do Departamento de Letras da Universidade Federal do Paraná,
disciplina esta optativa, onde predominam alunos do curso de Letras dos últimos
períodos deste curso.
3.2.2 Sobre a Apresentação
A apresentação foi realizada, iniciando-se por uma breve explanação do
objetivo e projetada Versão A, seguida da Versão B, incompleta devido a pane
durante os últimos quatro minutos da apresentação, e de uma discussão.
11
3.2.3 Questionário Aplicado
A avaliação da recepção foi realizada por escrito, por alunos voluntários,
com a utilização do seguinte questionário:
1 Qual a sua opinião sobre impostos? E impostos sobre o salário?
2 Qual a posição do documentário sobre impostos sobre o salário?
3 A argumentação do documentário interferiu no seu ponto de
vista? Por quê?
4 Há um argumento preponderante no documentário?
5 Há diferença no ponto de vista dos dois documentários?
6 Considerações gerais.
12
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ELABORAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO
4.1.1 Entrevistas
Com o objetivo de balanceamento de pontos de vista, o planejamento inicial
previa entrevistas com representantes de um setor do governo, de instituições não-
governamentais, de indústrias, trabalhadores e pessoas da população. Destes todas
as entrevistas foram possíveis de serem realizadas, exceto com representante do
setor governomental, devido à impossibilidade de se agendar gravação, no período
da elaboração do documentário, eventualmente em função de ser época eleitoral.
Foram realizadas oito entrevistas, conforme apresentado no Quadro 1
(página 13), onde pode ser visto uma amostra de diferentes setores da sociedade,
que, mesmo na auxência de representante do governo, mantém representatividade
em relação a formadores de opinião e a população em geral. Vale mencionar que,
os depoimentos do setor governo deverão ser possivelmente captados, em uma
outra tentativa, em época oportuna da finalização do documentário, quando estão
previstas entrevistas adicionais, inclusive as do tipo “fala povo” e ilustrações com
imagens externas, como por exemplo supermercados e lojas.
13
QUADRO 1 - ENTREVISTAS REALIZADAS
Instituição Entrevistado Ocupação
Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT
Gilberto Luis do Amaral Presidente
Federação das Indústrias do Estado do Paraná -FIEP
Maurilio Leopoldo Schmidt Coordenador do Departamento Econômico
Universidade Federal do Paraná - UFPR
Divonir Pereira Santana Funcionário / técnico
UNIFAE – Centro Universitário
Lucas Desordi Economista / professor
Família Zuleica Terezinha Krupczk Doméstica
Associação Brasileira da Industria Hoteleira
Claudio José Antunes Presidente da Seccional Paraná
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos - DIEESE
Cid Cordeiro Técnico do DIEESE Paraná
Central Única dos Trabalhadores - CUT
Roni Anderson Barbosa Presidente da CUT no Paraná
Profissional Liberal Julio Assis Gehler Advogado
Durante a realização das entrevistas, destacou-se a eficiência da “revisão
geral com o entrevistado”, que, além de ter facilitado a própria entrevista, teve o
efeito de proporcionar a liberdade a cada entrevistado para colocar, além da
resposta às questões, outros posicionamentos e pontos de vista. Esse fato pode ser
verificado pela pergunta realizada por todos os entrevistados sobre o fato de se as
“ideias que fugissem ao tema poderiam ser colocadas” .
14
Nesse sentido, convém notar que, o planejamento do documentário
elaborado, teve como base os princípios, na entrevista e em sua forma, o
preconizados conforme os padrões da BBC segundo WATTS (1990), e executado de
forma metódica durante todas as entrevistas, enfatizando-se a revisão geral com o
entrevistado, quando WATTS (1990) afirma:
Deixe-o pensar um pouco nas respostas que ele gostaria de dar. Em alguns casos ele pode até sugerir um ponto diferente para ser questionado – não há razão para não se aceitar a a sugestão, se ela fizer sentido. [página.....]
A estratégia para as entrevistas foi a de proporcionar a realização
espontânea do discurso de cada entrevistado, inclusive com a orientação fornecida
pela qual não seria necessária a preocupação com o tempo das respostas, em
função de ser uma gravação em estúdio.
Assim sendo, no cômpito geral, pode-se afirmar que foram produzidos os
efeitos desejados de tranquilidade e espontaneidade para as entrevistas, e que, no
tocante ao conteúdo, obtida uma significativa quantidade de informações adicionais
ao questionário, evidenciando o fato da realização dos diferentes dircursos, com a
minimização de artefatos decorrentes da entrevista. Nesse sentido, convém notar
que, com o objetido intrínseco deste trabalho, foram explorados através de
perguntas adicionais, conforme o andamento de cada entrevista, pontos relevantes
complementares que são mostrados no Quadro 2 (página 15).
Na avaliação realizada durante a revisão e decupagem das fitas foi possível
notar que as informações adicionais ao questionário original obtidas se tornaram tão,
ou mais, importantes que aquelas específicas solicitadas nas questões originais, o
que refletiu melhorando a qualidade da informação na montagem das versões de
teste.
15
QUADRO 2 - INFORMAÇÕES ADICIONAIS AO QUESTIONÁRIO OBTIDAS NAS ENTREVISTAS
Entrevistado Informação Adicional Fornecida pelo Entrevistado
Cid Cordeiro Conceituação de impostos sobre salário
Claudio José Antunes Emprego e burocracia, setor hoteleiro
Divonir Pereira Santana Simplificação e imposto único, desigualdade de tratamento do funcionalismo
Gilberto Luis do Amaral Enfoque histórico e esplicação sobre os tipos de impostos e tributos
Julio Assis Gehler Questões legais
Lucas Desordi Comparação com outros países
Maurilio Leopoldo Schmidt Situação industrial, comparação com outros países, aspectos históricos.
Roni Anderson Barbosa Conquistas, direitos adquiridos pelos trabalhadores
Zuleica Terezinha Krupczk Dificuldade de emprego
4.1.2 Edição
A edição foi realizada aós a avliação do conteúdo de cada entrevista e
montada de modo a proporcionar uma versão o mais equilibrada possível, inclusive
em realção aos tempos de fala dos entrevistados, independentemente da duração
de cada entrevista.
A duração das entrevistas, em termos de captação bruta, e o tempo da fala
de cada entrevistado na edição é mostrado na Tabela 1(página.16). É importante
notar que a duração de cada entrevista foi resultado da fala de cada entrevistado,
uma vez que estes tiveram a liberdade de responder cada pergunta sem interrupção.
Na elaboração da versão de teste, foram selecionadas o mais relevante de
cada fala e foi buscado um equilíbrio de conteúdo em termos qualitativos, que de
certo modo também refletiu em aspectos quantitativos como pode ser visto na
Tabela 2 (página 17), refletindo o objetivo da elaboração de uma versão o mais
equilibrada possível, apartir do material obtido nas entrevistas.
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TABELA 1 - QUANTITATIVOS DE TEMPO EM SEGUNDOS TOTAIS E PERCENTUAIS NA CAPTAÇÃO BRUTA NAS ENTREVISTAS REALIZADAS E NA VERSÃO A
Versão A Captação Bruta Entrevistado
Tempo (Seg)
Tempo (%)
Tempo (seg)
Tempo (%)
Cid Cordeiro 113 5,58 1210 4,80
Claudio José Antunes
229 11,33 4322 17,14
Divonir Pereira Santana
156 7,69 1049 4,16
Gilberto Luis do Amaral
402 19,85 5245 20,80
Julio Assis Gehler 402 19,85 5137 20,37
Lucas Desordi 247 12,2 1169 4,64
Maurilio Leopoldo Schmidt
256 12,64 5296 21,00
Roni Anderson Barbosa
90 4,45 1402 5,56
Zuleica Terezinha Krupczk
127 6,28 505 2,00
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TABELA 2 - RELAÇÕES DO EQUILÍBRIO DE TEMPO REALIZADAS NA VERSÃO A
Grupo de Entrevistados Entrevistado Tempo Percentual na Versão A
(%)
Assalariados Divonir Pereira Santana Zuleica Terezinha Krupczk
13,97
Sindicalistas Cid Cordeiro Roni Anderson Barbosa
24,30
Representantes do Empresariado
Claudio José Antunes Maurilio Leopoldo Schmidt
23,97
Universidade - Economista
Lucas Desordi 12,20
ONG Gilberto Luis do Amaral 12,64
Profissional Liberal Julio Assis Gehler 19,85
4.2 SOBRE A APRESENTAÇÃO
A apresentação da Versão A, transcorreu normalmente, porém a Versão B foi
interrompida, devido à pane no sistema, qualdo faltavam aproximadamente quatro
minutos do final.
Após a apresentação foi realizada uma discussão sobre o apresentado, onde
foram manifestadas diferentes ideias, ocorrendo o consenso que as duas versões
apresentadas foram praticamente equivalentes.
4.3 AVALIAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS
O questionário aplicado foi respondido por 14 espectadores, desses, somente
um avaliador menciona ter avaliado as versões A e B do documentário.
Considerando que a Versão B esteve prejudicada durante a apresentação devido à
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pane, e ainda que durante as discussões não tebham sido evidenciadas opiniões
relativas a uma significativa diferença entre as duas versões, a atual avaliação dos
questionários aplicados será realizada considerando somente a Versão A, e a
decorrente recepção dessa edição onde as informações são colocadas em forma de
contraponto entre as opiniões dos entrevistados.
Nesse momento é importante mencionar que a segunda versão, Versão B,
apresentava o fluxo de idéias de forma mais linear, evitando-se a intercalação de
idéias contrastantes que significassem posicionamentos diferentes. Acontece que,
na discussão realizada após a apresentação, a recepção dos espectadores foi de
que todos os entrevistados, apresentavam o mesmo posicionamento, e que não
haveria distinções entre as opiniões sobre a forma e aplicação dos impostos, fato
esse que não confere com as falas da versão editada, onde, grosso modo cada
entrevistado apresenta o seu posicionamento decorrente de seu discurso, em
posições diferenciadas, que vão desde a concentração da arrecadação em impostos
diretos, à simples desoneração de impostos em geral, ou simplesmente do salário.
A pergunta central do questionário pode ser considerada como sendo a
terceira pergunta: “A argumentação do documentário interferiu no seu ponto de
vista? Por quê?”, ou seja, o papel dos fatos novos apresentados do documentário
que proporcionaram a reflexão do espectador. Das 14 pessoas entrevistadas 3
responderam afirmativamente e 11 negaram a interferência do documentário no
ponto de vista (Figuras 1 e 2, páginas 34 e 35).
Os três espectadores que consideraram a interferência do documentário no
ponto de vista (Figura 1, página 34), justificaram, em uma última análise, em função
do conteúdo, ou seja das informações apresentadas, sendo que um dos
espectadores efetua um comentário, também, sobre a forma de apresentação “Uma
enxurrada de opiniões atiradas à queima-roupa...”, o quê, de certo modo, reflete o
objetivo da edição da Versão A, que seria o de mostrar um contraponto entre as
diferentes idéias dos entrevistados. Nesse ponto, é importante notar que a
recepção deste espectador quando classifica o conteúdo das falas do documentário
como “... opiniões...”, ou seja, que houve interferência em sua própria opinião, logo
indicando uma ponderação das diferentes opiniões e forma de reflexão sobre o
tema. Esse fenômeno da reflexão do espectador, também aconteceu com os outros
dois espectadores que responderam à questão três afirmativamente, como
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evidenciados pelos textos utilizados “Na verdade... ampliou meu ponto de vista.” e
“Agregou maiores informações...” onde na verdade e agregou indicam a ocorrência
de processos de reflexão e a conseqüente eficiência na recepção.
Contrastando com os espectadores que afirmaram interferência, a grande
maioria, 11 responderam que as opiniões não interferiram e indicaram seus motivos
sobre o porquê da não-interferência.
Quatro espectadores apresentaram recalcitrância sobre o tema, indicando
que o documentário apresenta um tema de conhecimento de domínio público,
através de afirmações como “...essas discussões já estão banalizadas.”, “Porque
são coisas que muitos sabem...”, “...tema bem recorrente atualmente.”, e “...pois
tudo que se falou já é sabido...”.
Seis espectadores citaram já terem algum tipo de opinião própria como
justificativa para a não interferência, usando afirmações como “... minha opinião é
fundamentada num curso de educação fiscal que participei...’, “Eu já sabia que há
muitos impostos sobre o meu salário.”, “Porque eu já pensava parecido antes...”,
“...não traz muita informação para uma mudança de opinião.”, “... porque o meu
ponto de vista coincide com o do documentário.”, e “Nada interfere em meu ponto de
vista, sobretudo quando não tenho opinião sobre o tema.”
De certo modo, ao se afirmar que a opinião própria pré-existente justifica a
não-interferência pode-se inferir sobre a possibilidade de o discurso individual
sobrepor-se às possibilidades de interferência. A maioria (cinco) apresenta uma re-
afirmação de idiotipicidade marcada por expressões como “minha opinião”, “eu já
pensava”, “porque o meu ponto de vista” ou ”nada interfere em meu ponto de vista”,
ou seja uma referenciarão em particularidades individuais eventualmente singulares
ou idiotípicas.
Convém salientar que a identificação de um espectador com a opinião do
documentário “... porque o meu ponto de vista coincide com o do documentário.”, e
uma resposta que o documentário não interferiu no ponto de vista, indicando motivo
relativo ao próprio documentário “... só discorrem sobre o mesmo ponto de vista.”,
podem indicar o reconhecimento do discurso produzido na versão apresentada, ou
mesmo problemas técnicos de elaboração do documentário, que ao se pretender
uma versão em contraponto, de forma quase dialógica, esta não evidenciou uma
distinção entre as opiniões dos entrevistados, que não coincidiram muitas vezes nem
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foram homogêneas, exceto em um ponto: uma crítica generalizada à atual
conjuntura tributário-fiscal. Provavelmente este último aspecto predominou.
É interessante também notar que, para os que afirmaram não-interferência,
seria de se esperar que entre os motivos alegados predominassem os de ordem
individual, ocorreram enunciados em primeira pessoa, e os relativos especificamente
a falhas do documentário apresentado, provavelmente, podem indicar, também, um
certo descontentamento com o tema.
Para se avaliar a recepção, no sentido da inflência dos discursos nos
espectadores, foram elaboradas as questões 1 e 2, onde, em primeiro lugar é
emitida a própria opinião do espectador e, em seguida, a posição do documentário.
Porém, antes de proceder a avaliação destas questões, é importante mencionar o
conteúdo das declarações constantes na versão apresentada, nesse ponto, em
relação à síntese da fala de cada entrevistado e a edição realizada:
1. Todos os entrevistados se mostraram descontentes sobre a
conjuntura fiscal e a edição do documentário tentou mostrar este
descontentamento.
2. Quatro entrevistados consideraram a carga tributária sobre os
salários, alta, porém o problema principal localizado na aplicação
dos recursos pelo governo, desses, três se preocuparam,
principalmente, com o retorno dos impostos em benefícios para o
assalariado.
3. Um entrevistado considera a carga tributária sobre os salários alta
e que a carga sobre os salários deve ser reduzida para gerar
empregos.
4. Quatro entevistados estão preocupados principalmente sobre os
impostos sobre o consumo.
5. A edição do documentário tendou mostrar todas essas opiniões, e
ainda, a complexidade burocrática e a voracidade arrecadativa,
aliada à falta de vontade política governamental de se equacionar
a questão fiscal-tributária.
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Tendo em vista esta considerações, é possível notar uma predominância do
discurso dos espectadores sobre o conteúdo do documentário, na resposta sobre
qual a posição do documentário.
Na resposta à segunda questão, somente dois espectadores indicaram que
havia posições distintas, no documentário, a respeito de impostos sobre o salário
“Todas (ou quase todas) as pessoas se pronunciaram contrariamente.” e “A opinião
da maioria dos entrevistados...” (Figuras 3 e 4, páginas 34 e 35), este último
espectador também efetua uma avaliação mais longa sobre o documentário,
abordando outros aspectos. Esse número reduzido de espectadores que
reconheceram diferentes posições dos entrevistados pode ser explicado em função
da forma não usual da Versão apresentada, sem a identificação dos entrevistados,
sem narrador ou inserts explicativos, e ainda com relação à quantidade de
informações, muitas acompanhadadas de termos técnicos somadas a pouca clareza
de algumas falas. No entanto, como será apresentado em seqüência, existem
elementos que possibiltam evidenciar, também, motivos relativos ao próprio discurso
dos espectadores.
É interessante notar que um desses espectadores, responde que o
documentário opina sobre a necessidade de se abaixarem todos os impostos (Figura
3, página 34), o quê não deixa de estar presente, no documentário, lato sensu, uma
vez que, a grande maioria dos entrevistados não é necessariamente a favor da
redução de todos os impostos, porém há os que defendem o aumento dos impostos
sobre salário, desde que ocorra a diminuição dos impostos sobre o consumo.
Os demais espectadores respodem à segunda questão de modo a reforçar
ou completar o próprio discurso, independentemente, muitas vezes, da fidelidade em
relação ao documentário, com a introdução de conceitos próprios, como se fossem
parte integrante do documentário, ou seja se apropriando do documentário como
forma de validação do próprio discurso, exemplos podem ser vistos nas respostas
constantes nas Figuras 5 a 14 (páginas 36 a 39)
Alguns partem para uma análie tecnica, como forma de retória, com a
introdução de elementos de complexidade combinados à afirmações de cunho
autoral em primeira pessoa.
Na Figura 5 (página 36), o espectador apresenta uma enunciação técnica
como verdade comprovada, emite sua opinião com marcação de individualidade
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“Considero particularmente perverso...” e conclui através da avaliação do
documentário como completação de opinião já emitida “Há o consenço de que essa
modalidade de impostos penalisa a cadeia produtiva.” , e ainda, introduz
complexidade com o uso do termo “... cadeia produtiva.”, termo este muito discutido,
atualmente, de modo técnico-ideológico, nos meios econômicos, quando no
documentário este termo sequer é usado, ou se fala sobre a relação entre impostos
sobre o salário e cadeia produtiva. Porém, ao se falar em “penalização da cadeia
produtiva” pode ser considerado necessário para completar, e reforçar, o já afirmado
por esse espectador, dentro do economês da conjuntura atual “... desaquecimento
do consumo com tudo que isso envolve.”, o que do ponto de vista técnico até pode
estar correto, porém não foi assunto do documentário. Assim sendo, levando-se em
conta o repertório técnico mostrado por esse avaliador, pode-se inferir sobre a
predominância da ótica deste espectador, sobre a do documentário como uma
reafirmação das próprias idéias.
Outro exemplo de análise de complementação da análise do próprio
discurso pode ser visto na Figura 6 (página 36), onde a opinião desse espectador
pode ser considerada como coincidente com o mostrado no documentário, quando,
de fato, conforme o documentário, os impostos sobre o salário são “... algo
complexo.”, não existe visibilidade da aplicação dos recursos oriundos sobre
impostos sobre o salário, “... não sabermos onde o recurso dos impostos é
empregado.”, e mau uso dos recursos sem nenhuma responsabilização por este
mau uso, “A fiscalização é falha, fraquíssima para dizer a verdade, quase
inexistente.”, opiniões estas que podem ser consideradas como contidas no
documentário. Porém, a avaliação desse espectador sobre a opinião do
documentário é quase uma conclusão da própria avaliação, usando-se uma idéia
apresentada no documentário, por três entrevistados sobre o imposto de renda como
sendo a posição do documentário.
Outro exemplo de compatibilidade do discurso, pode ser visto na
Figura 7 (página 37), neste caso a resposta à questão sobre a posição do
documentário “Seria cabível uma cobrança se o salário fosse digno.” é praticamente
uma conclusão lógica a resposta sobre a posição desse espectador “Quanto aos
impostos sobre salários seria justo se justo fosse a quantia recebida.”, onde “...
salário fosse digno.” está complementando e re-afirmando a ideia de “... se justo
23
fosse a quantia recebida”. É importante também mencionar sobre esse avaliador a
semlhança do texto escrito com a fala de um dos entrevistados, o que pode ser uma
cincidência ou um intertexto da fala do entrevistado para realização do próprio
discurso.
No Figura 8 (página 37), o espectador apresenta sua posição de modo
enfática “Acho absurdo...” e até mesmo hiperbólica “... pagamos até sobre o ar que
respiramos,...”, e conclui afirmando sobre a posição do documentário “O
documentário é contra o imposto sobre a renda da pessoa física.”, o quê não
representa a posição da maioria dos entrevistados no documentário, porém está de
acordo e complementar ao enunciado na resposta da questão um. Possivelmente, à
esse espectador, a posição do documentário percebida foi a que estaria coerente
com as suas ideias.
Outro exemplo de focalização sintética da avaliação conforme o próprio
posicionamento pode ser visto na Figura 9 (página 37), onde o espectador menciona
como única posição do documentário algo que de fato foi falado no documentário “...
os impostos são muitos e mal usados.”, mas que está totalmente de acorco com a
posição do espectador “Os impostos são muito altos e o dinheiro é mal usado.”.
Neste caso os demais posicionamentos do documentário se tornaram menos
importantes para esse espectador.
Uma avaliação interessante pode ser vista na Figura 10 (página 38), onde a
posição do espectador coincide, até certo ponto com a posição do documentário,
porém, quando fala sobre o documentário adiciona “... os impostos são muito altos e
prejudiciais à população.” , de certo modo complementa a ideia de sua posição “...
porém exessiva, aumentando os gastos e os rombos no salário da população.”, caso
em ambas respostas se assuma que trata-se de impostos sobre o salárioo, conforme
perguntado, as duas respostas passam a ter unidade. De um modo ou de outro, o
fato é que esse espectador não menciona as demais posições assumidas no
documentário e sim as que são compatíveis com o próprio discurso.
De modo semelhante, porém de forma mais direta, ocorre na avaliação
mostrada na Figura 11 (página 38), onde o espectador se identifica com um ponto
específico do documentário “... sofri na pele esse excesso de impostos sobre o
salário dos funcionários.” , e ainda, afirma categoricamente sobre a posição do
documentário “A mesma que a minha.”. Acontece que mem todos os entrevistados
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compartilharam da mesma opinião sobre impostos sobre o salário, e outros assuntos
relevantes também foram abordados, mas, na prática, somente ficopu evidente, para
esse espectador, como posição do documentário o aspecto de interesse específico,
na realidade a reafirmação do próprio discurso categoricamente.
Na mesma linha de avaliação, a da preponderância dos aspectos que
afetam o espectador diretamente, a avaliação mostrada na Figura 12 (página 38),
denota a revolta com os impostos sobre salário “... sei é que pagamos muito pelo
pouco que o governo oferece...” se transforma em uma complementação do próprio
discurso em uma afirmação onde se atribui homogeneidade de posicionamento dos
entrevistados no documentário, fato que não ocorre no documentário “Os
entrevistados condenam os impostos sobre o salário e concordam que isso deve ser
mudado, ...”.
Uma avaliação interessante é mostrada na Figura 13 (página 39), onde o
posicionamento desse espectador coincide com algumas ideias transmitidas no
documentário, que questionam a aplicação dos recursos arrecadados em geral.
Porém, Na parte final da resposta a questão um, apresenta seu posicionamento
específico sobre os impostos sobre o salário “Os impostos sobre o salário também
são muito injustos.”, porém quando responde a questão sobre o posicionamento do
documentário utiliza-se do mesmo termo “injusto” “O sistema de tributação sobre
salários é injusto...”, nesse sentido este espectador avalia o documentário como
emitindo uma opinião única, nesse caso coincidente com do espectador. De certo
modo a resposta sobre a posição do documentário, complementa a posição do
espectador e dá contonuidade da enunciação de um discurso, o quê pode
representar uma recepção parcial da informação do documentário, qual seja das
informações concordantes com o discurso.
Na Figura 14 (pagina 39), são encontradas duas avaliações que, de certo
modo possuem a mesma característica de sintetizar o posicionamento do
documentário em uma única posição “Que há um exagero na arrecadação.” e “O
documentário se coloca contra a alta taxa cobrada de impostos sobre o salario.”,
essas avaliações emboram não apresentem as diferentes opiniões dos entrevistados
no documentário, sintetizam uma ideia aproximada do documentário.
Quando os espectadores respondem a questão 4, “Há um argumento
preponderante no documentário?”, todos respondem haver um argumento
25
preponderante, ocorrendo nesta resposta tanto o reconhecimento de aspectos
específicos do documentário como continuidade da realização dos próprios
discursos, em alguns casos já fornecendo elementos para a identificação do ethos
dos espectadores, no entanto não seria o caso desta avaliação neste presente
trabalho.
Algumas observações podem ser consideradas totalmente complementares
de um discurso definido, como por exemplo do espectador 4, que continua a incluir
os elementos de complexidade “... a fiscalidade no país e confusa...”, que nem é o
argumento preponderante do documentário, não se discutiu fiscalidade, e sim
complexidade tributária, e um dos entrevistados propõe uma reforma fiscal. No caso
dessa avaliação o mais importante se localiza no termo “...injusta.”, inclusive grifado
de modo enfático, que completa, na prática uma certa retórica iniciada nas respostas
às questões 1 e 2 (ver Figura 5, página 36).
Outro exemplo interessante foi do espectador 9 (Figura 15 e também Figura
10, páginas 40 e 38), que enfatiza a utilização do depoimento do início e final da
Versão A, onde o ojetivo da edição foi sensibilizar sobre a questão do desemprego e
conjuntura atual. A avaliação desse espectador pode ser considerada como
decorrente do efeito estético produzido, que em última análise pode ser considerado
como o objetivo principal do cineasta que induz à uma ficcionalização com
sinestesia, ou da linguagem da propaganda para introdução sequencial de um
conceito ou apresentação enfática de uma contradição ficcionalizada. De certo modo
neste caso ocorreu a interação da imagem com a fala, conforme se espera para uma
boa recepção.
Esse mesmo efeito ocorre com a resposta do espectador 11 (Figura 16 e
também Figura 12, (páginas 41 e 38), que também focaliza abertura e final da
versão apresentada do documentário, onde sintetiza todo o argumento do
documentário “A visão simplificada da moça...” , ou seja como em uma forma
metafórica de apresentação do argumento principal do documentário, o quê de certa
forma seria o esperado para esta Versão A.
Embora outras avaliações possam ser realizadas para o conteúdo das
Figura 15 e 16 (páginas 40 e 41), estas indicariam uma dificuldade de recepção
precisa do conteúdo das entrevistas, e ainda seria necessário para tal afirmação a
análise do texto do documentário propriamente dito, e do corpo de cada entrevista,
26
que não seria o objetivo específico deste trabalho, no entanto pode-se prever com
as avaliações realizadas até o momento a necessidade imperativa para boa
qualidade de recepção do uso de efeitos de imagem, condução do documentário por
um narrador e o uso adequado de inserts. De certo modo, somente a fala tende a
não ser suficiente no sentido da eficácia do documentário, com a refairmação dos
próprios discursos do espectadores, em uma leitura imprecisa do argumento do
documentário.
Assim, para a recepção da versão conforme apresentada, sem inserts e sem
um narrador que direcione e explique o conteúdo, o resultado da imprecisão
observada da recepção, ou seja da impossibilidade de recepção dos diferentes
pontos de vista do documentário, provavelmente pode ser explicada, pelo fato
unissono de todos os entrevistados apresentarem posiocionamento restritivo ao
atual sistema fiscal, a maioria também à carga tributária, e a constante rejeição
histórica da população em relação aos impostos, que, provavelmente influenciaram
os espectadores. Ou seja, nas opiniões dos espectadores, que foram um tanto
quanto homogêneas e mostraram dificuldades em diferenciar os posicionamentos
dos entrevistados, ocorre a predominância de um discurso consolidado,
proporcionando em última análise a predominancia da inclusão desse discurso
individual de cada espectador, com reafirmação de posicionamentos idiotípicos.
Nesse sendido ao prevalecer o discurso dos próprios espectadores, sobre o
entendimento do apresentado pelos diferentes entrevistados, a hipótese inicial do
trabalho (o aumento atual da importância da fala em audiovisuais é tal que já permite
a recepção eficaz de um documentário pelo espectador) passa a ser rejeitada,
questionando a aluzida modificação nos espectadores devido ao hábito à linguagem
televisiva. Assim sendo, o modo eficiente de fundamentar e contrapor não pode ser
baseado na fala dos entrevistados simplesmente, e provavelmente também com o
uso de um narrador da fala do narrador, que eventualmente deva ser mais
importante pela sua imagem anterior ao documentário, preferencialmente uma
imagem icônica já consagrada.
Nesse momento torna-se oportuno especular, e neste caso partindo de
observações pessoais de quem escre esta discussão, que a eficácia da fala no curta
metragem Ilha das Flôres, provavelmente se deve aos efeitos repetitivos e as
imagens na sinestesia decorrente. Nessa possibilidade, retorna-se ao ponto de
27
partida e a valoração dos recursos imagéticos como indispensáveis, para compor as
soluções de estruturação e formatação de um documentário eficiente em transmitir,
em completação necessária aos elementos da fala no documentário.
28
5 CONCLUSÕES
Considerando os resultados obtidos é possível concluir:
1. Predominância do discurso dos espectadores ao
entendimento sobre o entendimento do
apresentado pelos diferentes entrevistados, na
versão apresentada. Nesse sendido ao
prevalecendo o discurso dos próprios
espectadores sobre o conteúdo do documentário.
2. Rejeição da hipótese inicial do trabalho (o
aumento atual da importância da fala em
audiovisuais é tal que já permite a recepção eficaz
de um documentário pelo espectador).
3. Essencialidade do uso de recursos imagéticos e a
conseqüente necessidade do uso de inserts, com
eventual uso de um narrador, para eficácia do
audiovisual.
4. Existe a possibilidade de uso da análise do
discurso dos espectadores para orientação dos
recursos complementares de imagem e edição
final do documentário.
29
REFERÊNCIAS
AUMONT, Jacquea. A Imagem. São Paulo. Papirus. 2005 BRANDÃO, Helena H. Nagamine. Introdução à Análise do Discurso. São Paulo. Unicamp. 2004 BRAIT, Beth. Ironia em Perspectiva Polifônica. São Paulo. Unicamp. 1996 FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e Mudança Social. Brasília. UNB. 2001 FORT, Mônica Cristina. Televisão Educativa - A Responsabilidade Pública e as Preferências do Espectador. São Paulo. Annablume. 2006. MACIEL, Luiz Carlos. O poder do Climax. Rio de Janeiro. Record. 2003. MARTIN, Marcel. A Linguagem Cinematográfica. São Paulo. Editora Brasiliense. 2003. MURCH, Walter. Num Piscar de Olhos. Rio de Janeiro. Zahar. 2004. RAMOS, Fernão Pessoa. Teoria Contemporânea do Cinema – Pós-Estruturalismo e Filosofia Analítica. São Paulo. Senac. 2005 RAMOS, Fernão Pessoa. Teoria Contemporânea do Cinema – Documentário e Narrativa Ficcional. São Paulo. Senac. 2005 RODRIGUES, Chris. O Cinema e a Produção. Rio de Janeiro. FAPERJ. 2005.
30
TADDEI, Nazareno. Leitura estrutural do Filme. São Paulo. Loyola. 1981 TURNER, Graeme. Cinema Como Prática Social. São Paulo. Summus. 1997 WATTS, Harris. On Camera – O Curso da Produção de Filme e Vídeo da BBC. São Paulo. Summus. 1990 WATTS, Harris. Direção de Câmera – Um Manual de Técnicas de Vídeo e Cinema. São Paulo. Summus. 1999
31
ANEXOS
32
FIGURA 1 - RESPOSTAS AFIRMATIVAS SOBRE A INTERFERÊNCIA DA ARGUMENTAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO NO PONTO DE VISTA
33
FIGURA 2 - RESPOSTAS NEGATIVAS SOBRE A INTERFERÊNCIA DA ARGUMENTAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO NO PONTO DE VISTA”
34
FIGURA 3 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADORES 1 E 2*
*baixar (ficou apagado durante a digitalização)
35
FIGURA 4 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 3
36
FIGURA 5 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 4
FIGURA 6 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 5
37
FIGURA 7 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 6
FIGURA 8 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 7
FIGURA 9 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 8
38
FIGURA 10 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 9
FIGURA 11 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 10
FIGURA 12 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 11
39
FIGURA 13 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADOR 12
FIGURA 14 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES 1 E 2 DO ESPECTADORES 13 E 14
40
FIGURA 15 - RESPOSTAS À QUESTÕES 4
41
FIGURA 16 - RESPOSTAS À QUESTÕES 4
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