FOTOJORNALISMO IAula 5
26/04/2016Profa. Julia Dantas de Oliveira Penteado
A ESTÉTICA DE GRANDES NOMES DO
FOTOJORNALISMO
Henri Cartier-Bresson (França / 1908 – 2004) ■ Considerado o pai do
fotojornalismo e da fotografia de rua
■ Resume a fotografia como o “Instante decisivo”: "Fotografar é encontrar o momento decisivo, é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração."
■ Não tão preocupado com corte e com a nitidez da foto
■ Mais preocupado com a “geometria” e o instante capturado
Foto: Henri Cartier-Bresson/Magnum Photos
“Mito do momento decisivo”
Foto: Henri Cartier-Bresson/Magnum Photos
Foto: Henri Cartier-Bresson/Magnum Photos
Foto: Henri Cartier-Bresson/Magnum Photos
Foto: Henri Cartier-Bresson/Magnum Photos
Foto: Henri Cartier-Bresson/Magnum Photos
Foto: Henri Cartier-Bresson/Magnum Photos
Foto: Henri Cartier-Bresson/Magnum Photos
Foto: Henri Cartier-Bresson/Magnum Photos
“Para ‘dar um significado’ ao mundo, é preciso sentir-se envolvido no que se
enquadra pelo visor. Essa atitude requer concentração, uma mente
disciplinada, sensibilidade e um senso de geometria – é através de uma grande economia de significados que se alcança a simplicidade da expressão.”
(Henri Cartier-Bresson)
Lições:• Foco na geometria: enxergue a
cena como uma pintura • Seja paciente para captar o
momento certo • Acostume-se com a câmera até
que você não pense para fotografar
• Seja discreto
Diane Arbus (EUA / 1923 – 1971)
■ Retratos de figuras estranhas ou pessoas marginalizadas pela sociedade
■ Fotografias em formato quadrado
■ Começou fotografando vizinhos e conhecidos
■ Uso do flash – texturas trazem significado às fotos
Foto: Diane Arbus
Foto: Diane Arbus
Foto: Diane Arbus
Foto: Diane Arbus
Foto: Diane Arbus
“Para mim, o assunto da foto é sempre mais importante do que a foto. E mais complicado. Eu até tenho um sentimento
pelo papel, mas não como algo sagrado. Na verdade eu penso no que aquilo é, sobre o que aquilo é. A foto tem que ser sobre algo. E este algo é sempre mais extraordinário do
que o que a própria foto.”(Diane Arbus)
Lições:• Vá a lugares onde nunca esteve• Conheça seus preconceitos e o
efeito que eles têm sobre suas fotografias
• Não tenha medo de fotografar a realidade, mesmo que ela não seja bonita
• Admire seus assuntos. Conheça as pessoas que vai fotografar
• Não “arrume” os seus assuntos; arrume-se você
Weegee (Ucrânia – EUA / 1899 – 1968) ■ Fotógrafo freelancer para
jornais■ Nova Iorque, Anos 30 e 40 ■ Um dos precursores da
fotografia de rua com flash (adicionando senso de drama, surrealismo)
■ Fotografias granuladas em preto e branco: senso de realidade crua
■ Era conhecido pela rapidez e faro da notícia
■ Fotografava desde morte e violência a bailes de gala
Foto: Weegee
Foto: Weegee
Foto: Weegee
Foto: Weegee
Foto: Weegee
Foto: Weegee
“A fotografia de notícias te ensina a pensar rápido, ser seguro de si, ter autoconfiança. Quando você vai em busca de uma história,
você não pode voltar pra tentar de novo. Você tem que conseguir.”
(Weegee, 1958)Lições:• Capturar o contexto: ajuda a
humanizar a cena • Apontar a câmera para outro lugar:
espectadores de uma cena de crime, pessoas afetadas pelo incêndio (e não o fogo)
• Sempre estar preparado com sua câmera
• Conheça bem o local onde vai fotografar para conseguir ter pontos de vista diferentes
• Capturar expressões
Robert Capa (Hungria / 1913 – 1954)
■ O maior fotógrafo de guerra da história
■ Por ir para a linha de combate, são fotos intensas e com alta carga emocional
■ Defendia os direitos de controle dos fotógrafos sobre suas obras, criando a Agência Magnum
■ Fotos usadas para documentar a história (algumas ganharam importância anos depois)
Guerra civil espanhola. (1936) Foto: Robert Capa/Magnum Photos
Foto: Robert Capa/Magnum Photos
Mulheres choram em funeral de soldados italianos. (1943) Foto: Robert Capa/Magnum Photos
Piloto americano na Tunísia. (1943) Foto: Robert Capa/Magnum Photos
Soldado americano é atingido por sniper alemão. (1945) Foto: Robert Capa/Magnum Photos
“Dia D”. (1944) Foto: Robert Capa/Magnum Photos
“Dia D”. (1944) Foto: Robert Capa/Magnum Photos
“Se as suas fotos não estão boas, você não está perto o
bastante.”(Robert Capa)
Lições:• Busque fazer fotos que as pessoas irão se
lembrar pelo propósito social• Seja corajoso: em uma guerra ou em
qualquer outro evento social • É mais importante captar emoções e o
momento decisivo do que as questões técnicas
W. Eugene Smith (EUA / 1918 – 1978)
■ Considerado um dos maiores fotógrafos da história
■ Fotógrafo com abordagem humanitária e social
■ Criador das Picture stories (sequência de fotos com narrativa)
■ Cuidado excessivo com a pós-produção (impressão)
■ Um dos fotógrafos que mais produziram na história
Homem francês chora enquanto exército alemão invade Paris. (1940) Foto: W. Eugene Smith/Magnum Photos.
Foto: W. Eugene Smith/Magnum Photos
Foto: W. Eugene Smith/Magnum Photos
Foto: W. Eugene Smith/Magnum Photos
Trabalhador de usina siderúrgica em Pittsburgh. Foto: W. Eugene Smith/Magnum Photos (1955)
Médico visita pacientes a pé no estado do Colorado. Foto: W. Eugene Smith/Magnum Photos (1948)
Pittsburgh. Foto: W. Eugene Smith/Magnum Photos (1955)
“Eu acredito que o fotógrafo deveria ter algum motivo ou propósito. Eu odiaria arriscar minha vida para tirar uma foto qualquer para o Daily News, mas se isso pudesse mudar a opinião de alguém contra
Guerra, então eu acho que isso poderia valer a minha vida.”
(W. Eugene Smith)
Lições:• Tenha um propósito por trás das
fotos• Descubra por que você quer
fotografar • Seja respeitoso com as pessoas
que vai fotografar • Seja curioso, persistente e tenha
um trabalho consistente• Uma boa fotografia leva tempo e
muito trabalho
Sebastião Salgado (Brasil)
■ Imagens poderosas, com forte contraste entre o preto e o branco
■ Conteúdo político e ideológico
■ Pessoas, natureza, paisagens
■ Fotos que informam as pessoas e denunciam situações para impelir a fazer a diferença
■ Viajou o mundo para encontrar boas fotos
Foto: Sebastião Salgado
Foto: Sebastião Salgado
Foto: Sebastião Salgado
Foto: Sebastião Salgado
Foto: Sebastião Salgado
Foto: Sebastião Salgado
Foto: Sebastião Salgado
“O que eu quero é que o mundo se lembre dos problemas e das pessoas que eu fotografo. O que eu
quero é criar uma discussão sobre o que está acontecendo ao redor do mundo e provocar algum
debate com essas fotos. Nada mais que isso.” (Sebastião Salgado)
Lições:• Você fotografa com sua ideologia• O seu “estilo” não está nas técnicas
que você usa, mas no olhar que você tem
• Informe-se sobre o mundo ao redor para encontrar um propósito na fotografia
• Conte uma história através de várias fotos – “projeto fotográfico” ao invés do “instante decisivo”
• Projetos de longa duração para criar intimidade com o tema a ser fotografado
• A foto mostra sua relação com o fotografado
Outros nomes que se destacam no Brasil
Pedro Martinelli, 1973
Pedro Martinelli
Evandro Teixeira – Canudos 100 anos depois (1997)
Evandro Teixeira – Canudos 100 anos depois (1997)
Evandro Teixeira – Ditadura Militar
Maureen Bisilliat – Fotógrafa da alma brasileira
Maureen Bisilliat – Fotógrafa da alma brasileira
Maureen Bisilliat – Fotógrafa da alma brasileira
Religião e Liberdade. Nair Benedicto (1980)
Nair Benedicto – Serra Pelada.
Nair Benedicto. Índia Arara, no Pará, em 1983
Trabalho individual: exercício do olhar na fotografia de rua (street photography)
A partir da estética dos fotógrafos apresentados, escolha uma rua de sua cidade e represente o que ela significa para você sob seu olhar fotográfico. Deverão ser entregues 5 fotos em preto-e-branco e um texto de abertura, onde você irá explicar qual(is) fotógrafo(s) serviu de inspiração estética para a realização das fotos e por quê.Forma de entrega:- Arquivo de texto no Google Drive (colar as fotos após texto de
abertura) em pasta cujo link será disponibilizado no arquivo da ementa da disciplina
Critérios de avaliação:- Consonância das fotos com a estética do fotógrafo escolhido pelo
aluno (caso seja escolhido mais de um, indicar abaixo da foto referente)
- Criatividade na abordagem dos sujeitos e temas fotografados
Quantidade de pontos: 4Data de entrega: 10/05
PRÓXIMA AULA:OS GÊNEROS DO
FOTOJORNALISMO
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