Coluna cervical alta
FRATURAS DO CÔNDILO OCCIPTAL
Fratura bastante rara
Causado por traumas de alta energia
Acometem indivíduos jovens masculino com 20 a 30 anos
Classificada por Anderson e Montesano(1988) em 3 tipos:
Tipo 1
Observa fratura impactada do côndilo occiptal
O mecanismo de trauma é a carga axial do crânio sobre o atlas
Pouco desvio dos fragmentos
A membrana tectorial esta intacta (estável)
Tipo 2
Observa-se uma fratura da base do crânio com traço em direção ao forame magno
O mecanismo de trauma é direto regional
É uma fratura estável
Tipo 3
É uma fratura-avulsão do côndilo occipital pelo ligamento alar
Causada por rotação ou inclinação lateral da cabeça ou pela associação dos dois movimentos
Lesão potencialmente instável devido a lesão ligamentar contra lateral
QUADRO CLINICO
Bastante inespecifico geralmente vindo associado a um TCE
Pode ter dor na face posterior do pescoço e espasmo da musculatura paravertebral
Raramente se observa paralisia dos pares cranianos IX, X e XI
DIAGNÓSTICO:
Fraturas de difícil diagnósticos com as técnicas radiograficas tradicionais
TC é o método de escolha
TRATAMENTO:
Tratamento conservador evolui com bons resultados (sem restrição da mobilidade)
Preconizam-se o uso do colar tipo Philadelphia para os casos tipo 1 ou 2
Tipo 3 halogesso ou gesso tipo Minerva
PROGNÓSTICO:
As lesões isoladas tem um bom prognóstico
Como se trata de uma fratura intraarticular os pacientes podem evoluir com cefaléia cervicogênica
Fraturas e luxações de C1 e C2
FRATURAS DO ATLAS
Uma compressão axial do crânio sobre o atlas forçando-o sobre o áxis determinando a ruptura dos arcos anterior e posterior constitui a fratura de Jefferson
Podem ocorrer fraturas isoladas do arco posterior (compressão vertical com a cabeça em extensão)
A ruptura do ligamento transverso é outra lesão associada
Nas fraturas de Jefferson é fundamental para o prognóstico saber se houve ou não a ruptura do ligamento transverso
O diagnóstico é feito em radiografia AP da articulação C1 e C2 devendo-se observar a continuidade e o alinhamento das massas laterais
Afastamento maior de 7mm sugere ruptura do ligamento transverso
Se ocorrer ruptura do ligamento haverá instabilidade C1 e C2 facilitando a ocorrência de luxação
O tratamento indicado é redução por tração craniana e imobilização por 3 a 4 meses
Nos casos que houver ruptura do ligamento transverso será necessária a artrodese occipitocervical
LUXAÇÕES ATLAS- ÁXIS
As luxações entre o occipital e o atlas com sobrevida do paciente são excepcionais
As luxações C1 e C2 puras são possíveis por um violento mecanismo de flexão com ruptura do ligamento transverso
As subluxações são mais freqüentes (AR)
O diagnóstico radiográfico da luxação C1 e C2 é feito em perfil, quando a distancia entre a margem posterior do arco anterior do atlas e a margem anterior do dente do áxis for maior que 3mm no adulto e 5mm na criança
O tratamento será sempre cirúrgico (artrodese)
FRATURAS DO DENTE DO ÁXIS
Podem ou não apresentar desvio
Mecanismo é pouco claro
Pode ocorrer desvio anterior na fratura luxação C1 e C2 (hiperflexão)
Desvio posterior(mecanismo de hiperextensão)
Nas crianças não ocorreu a ossificação completa da vértebra (10 a 11 anos)
A sintomatologia é vaga com queixas de cervicalgia e restrição de movimento do pescoço
Podem ter dor violenta e dificuldade a movimentação
A classificação de Anderson e D’Alonso (1974)– Tipo 1: Fratura do ápice do dente do áxis
– Tipo 2: Fratura da base do dente áxis *
– Tipo 3: Fratura atingindo o corpo do áxis
O tratamento consiste na redução por tração e imobilização até 5 meses (artrodese?)
FRATURA DO ENFORCADO:
Também chamada de espondilolistese traumática do áxis
É a fratura típica por hiperextensão e distração
Ocorre fratura dos pedículos com o deslizamento sobre C3
Esta fratura poucas vezes condiciona lesão medular porque produz um alargamento do canal medular
Tratamento é com redução da tração e imobilização com gesso tipo Minerva por 3 meses
Alguns autores preconizam a artrodese
Fraturas da coluna cervical baixa C3/C7
Devido as importantes diferenças anatômicas existentes no chamado complexo occipitocervical e as demais vértebras da coluna cervical (C3-C7) é que o estudo das lesões desse segmento é feito de forma separada.
Classificação do grupo AO
Baseia-se da morfologia da lesão e esta fundamentada do fato que o mecanismo da lesão esta relacionado à morfopatologia da fratura
Existem de fato dois mecanismos que produzem diretamente as lesões da coluna cervical: rotação e translação.
As três forças básicas são compressão, distração e torção.
As lesões mais freqüentes na pratica clinica são:
– flexão-compressão
– flexão-distração
– compressão vertical
– compressão extensão
– distração-extensão
– rotação
A- Estagio 1 afilamento da margem vertebral ântero-superior com aspecto arredondado no seu contorno. A coluna média e posterior estão intactas.
B- Estagio 2 a obliqüidade da porção anterior do corpo vertebral com perda da altura da coluna anterior. A porção ântero-inferior com aspecto de bico.
C- Estagio 3 a linha de fratura passa obliquidamente da superfície anterior pelo corpo da vértebra até a placa subcondral inferior
D- Estagio 4 ocorreu uma subluxação leve menor de 3mm na margem ínfero-posterior da vértebra para dentro do canal neural.
E- Estagio 5 essa lesão representa a falência total dos ligamentos de todas as colunas com uma migração posterior com mais de 3mm. Esta é uma lesão instável.
A- Estagio 1: falência do complexo ligamentar posterior com subluxação e aumento das divergências dos processos espinhosos ao nível da lesão
B- Estagio 2: luxação unifacitária a migração do corpo vertebral com uma luxação facetária unilateral não é maior que 25%, o grau de falência dos ligamentos posteriores podem variar de parcial até completa
C- Estagio 3: luxação bifacetária com desvio anterior do corpo vertebral de cerca de 50%
D- Estagio 4: luxação de todo o corpo vertebral com lesão de todo o complexo ligamentar
A- Estagio 1: fratura da superfície superior ou inferior da vértebra com deformidade em cúpula. Não há falência do complexo ligamentar anterior ou posterior
B- Estagio 2: fratura tanto da superfície superior como da inferior. Estruturas ligamentares permanecem intactas.
C- Estagio 3: diminuição da porção central da vértebra com os fragmentos desviados em múltiplas direções inclusive para o canal neural.
D- Estagio 4: lesão ligamentar posterior, anterior e média com a porção posterior do corpo vertebral luxada para o canal medular.
A- Estagio 1: fratura do arco vertebral unilateral com ou sem desvio rotatório anterior do corpo vertebral
B- Estagio 2: fraturas bilaminares
C- Estagio 3: fratura do arco vertebral com todo o corpo vertebral desviado anteriormente e falência do complexo ligamentar com o comprometimento das três colunas. Frequentemente resulta em lesão medular completa.
A- Estagio 1: falência do complexo ligamentar anterior ou fratura transversa não deformante do centro do corpo vertebral.
B- Estagio 2: falência de todos os três complexos ligamentares e apresenta desvio da parte posterior do corpo vertebral para o canal medular
A- Estagio 1: esta lesão consiste numa fratura compressão assimétrica do corpo vertebral e esta frequentemente associada com fratura do arco vertebral do mesmo lado.
B- Estagio 2: a compressão assimétrica lateral do centro do corpo vertebral com falência ligamentar do lado contralateral com separação do processo articular
Classificação das fraturas da coluna cervical baixa (C3-C7) preconizada
pelo grupo AO
A- Compressão
A.1- Impactação
A.2- Split (reparação)
A.3- Explosão
B- Distração
B.1- Lesão posterior com corpo vertebral íntegro
B.1.1- Distensão grave
B.1.2- Luxação bilateral
B.1.3- Fratura luxação bilateral
B.2- Lesão posterior + fratura tipo A
B.1.1- Distensão grave
B.1.2- Luxação bilateral
B.1.3- Fratura luxação bilateral
B.3- Distração anterior - hiperextensão
B.3.1- Sem luxação
B.3.2- Luxação posterior
B.3.3- Luxação anterior
C- Rotação
C.1- Fratura-luxação facetária unilateral
C.2- Luxação facetária unilateral
C.3- Fratura separação do maciço articular (pura + tipo A + tipo B)
TRATAMENTO:
Essas lesões exigem tratamento de urgência pois podem ser determinantes de lesão medular
Na presença de lesão medular há um importante componente de edema
A pulsoterapia tem a finalidade de diminuir o edema
Medilprenidsolona 30mg/kg na 1º hora e 5,4mg/kh/h nas 23 horas seguintes ( 8 horas)
As luxações devem ser reduzidas mediante tração com halo craniano
O peso inicial é de 4 a 8 kg
A cada 30’ é feito um controle radiográfico aumentando-se a tração até ser conseguida a redução
Após a redução reduz a tração para 4 a 5 kg
A redução por manipulação sob anestesia é contra indicada
Uma vez obtida a redução esta indicado o tratamento cirúrgico ou conservador com gesso tipo Minerva ou halo gesso por 3 meses
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