Gerson Machado de Avillez
- Universo Diamante -
CRÔNICAS ATEMPORAIS (Timelless Chronicles)
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CRÔNICAS ATEMPORAIS ®
Gerson Machado de Avillez
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Título Original
Crônicas Atemporais
Capa
Gerson Machado de Avillez
Revisão
Gerson Machado de Avillez
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Prefácio Romance do Tempo
Logo após 'Crônicas do Tempo' acabei por perceber que tal
projeto saiu melhor que concebi originalmente, e assim acabei viciado
em minha própria criação e universo o que me levou a esta continuação
direta de 'Crônicas do Tempo', apesar de que após da concepção do
original em seu final surpresa resolvi colocar os contos diretamente
ligados como capítulos episódicos mesmo que concebidos para
funcionar individualmente tanto como no todo em concordância com
sua premissa original. Aqui o livro finalmente ganha status de thriller -
não mero romance mesmo que agregue alguns destes elementos – sob
uma síntese entre os demais gêneros literários. Mesmo que os padrões
limites auto-impostos de informações e argumentos igualmente devem
servir a qualidade, jamais a quantidade, abrangendo mais no universo
proposto em 'Quantum of Time' e retornando a premissa original de
novela episódica como seriados, do qual fora concebido primeiramente
os rascunhos de argumentos de T.E.M.P.U.S.
Entretanto, não se pode pensar numa continuação sem se re-
inventar, tem de trazer algo novo e diferencial que justifique tal e assim
se diferencie de um mero enlatado sem sentimentos, novas concepções
de pensar além do senso comum estipulado mesmo que evite fugir da
premissa original. A sofisticação conceitual é necessária virtualmente,
evoluí-lo, mesmo que não seja contra os fundamentos originais
propostos numa mitologia original se aprofundando não numa
desfiguração conceitual onde se resume numa contradição teórica, aqui
quero buscar parâmetros que expliquem e comprovem determinado
ponto de vista e nisso entra a ciência onde as entidades sombrias
representam o exato oposto, o transtorno do saber e da lei geral do
universo. A autocrítica auto-homenagem mitológico se tornam
importantes neste caso, sobretudo não sobre si mesma, mas
valorizando a humanidade. LOST se aprimorou sobre outras séries
inclusive em suas faltas, e eu procuro fazer o mesmo evitando os
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autoclichês como bordões conceituais, que acreditam se tornar verdade
pela mera repetição. Assim não quis me limitar a contar histórias
anteriores e posteriores numa mera re-visitação, mas sim explicar
algumas ligações contando estes detalhes apenas se necessário.
Busco fugir das conceituais meramente por identificação por
temer a criação de problemas retribuítivos assim criando meus próprios
e originais conceitos mesmo que sem contrariar a verdade-mor do livro
sagrado, assim como inviabilidades em nossa realidade como
personagens que simplesmente voem e tenham superpoderes
miraculosamente inexplicáveis. Vale lembrar que apesar de partir de
conceitos e crenças particulares principalmente propostos em 'ECCE
LIBRO' e ‘Cronologos’, nada mais é do que ficção-cientifica, para
aqueles que sabem isso distinguir. Mas as propostas são de buscar
trazer uma nova visão sobre o Tempo e nosso próprio pensamento. O
que é a realidade e o tempo? Como estes se distinguem dos sonhos?
Qual é nosso propósito neste mundo e de onde viemos? O que é
destino e propósito? Nossa razão e realidade poderia ser mero fruto da
perceptividade limitada assim como nossa própria interação perante o
quantum do tempo? O que é o mal? Justamente são destes temas e
questões que tratam na linha de discussão deste livro dando
continuidade ao anterior, como o mister supra-sumo verdadeiro do sci-
fi, assim como tantos outros filmes que não somente entretém, mas
levam a tais questões tal como fez os não menos sensacionais ‘Efeito
Borboleta’ e ‘Minorty Report’. Mesmo que os conceitos da Narcose
Temporal propostos em ‘Butterfly Effect’ sejam anteriores ao proposto
neste filme, mas nestes casos o feedback inspirativo (não plagiador) foi
interessante.
Sendo mentira ou verdade, as questões e desdobramentos
especulativo e filosófico não são tão absurdos, pois deve-se lembrar
que décadas antes do homem na lua ou dos submarinos Julio Verne já
os escrevia. A ficção-cientifica assim não é a personificação da mentira
ou da verdade, mas dos sonhos e anseios quando não até mesmos ecos
temporais por mentes de criatividade ansiosa.
Este livro não é um debate sobre religião, mas os debates estão
na linha moral de propostas inerentes a paradoxos e os desdobramentos
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filosóficos das possibilidades das viagens do tempo tal como as demais
tecnologias, abrangendo assim o ético e razão. Mas tão pouco é uma
propaganda governamental de qualquer sistema político-econômico,
mesmo que procure constantemente jamais contradizer minha crença
no cristianismo pelo fato de na prática nada ter visto de melhor, mas
falo acima disto de teorias científicas mesmo que poderia explicar
alguns casos tidos como sobrenaturais. Assim entre contornos pessoais
por ser um autor meramente autônomo e teses a conceitual de contar
um ótimo argumento nestas estórias, mesmo que sob condições
pedantes por vezes de terror absoluto. Porém aqui resolvi dedicar-me
mais aos diálogos não tão explorados nos contos anteriores de
‘Crônicas Temporais’, talvez como um reflexo subliminar de minhas
necessidades sociais.
As minhas concepções sobre o universo devem ser
consistemente compreendida nas propostas conceituais de ‘Ecce Libro’
assim como as demais obras de não-ficção, fugindo das contradições
que representam a anomia – em causa ou efeito quando não sua quebra
- e rumando aos paradoxos em explicações imparciais de legislações
universais do que se propõe como Logos funcionando neste mosaico
que deve se encaixar sob todos os sentidos tanto de perto quanto de
longe, por dentro e por fora, fugindo de esteorótipos desequilibrados
ou extremados que levam ao erro conceitual perceptivo, mas para isso
sendo necessário a compreensão de que a busca da onisciência e
onipresença pelo homem se resume o erro por si só, o desvario
impossível de autograndeza de se achar criatura-criadora, mas quando
tal sendo funcional apenas pela onisofia. Desde modo, ao se abordar o
paradigma da mente humana e sua consciência ainda inexplicável
perante a própria ciência a determinar o que liga-se ao suposto espírito
e a relatividade perceptiva proposta nas conceituais de mundos
paralelos, não representando uma contra verdade ou sua ausência, mas
sim parcialidade relativa perceptiva de nossa consciência. Afinal a
concepção tanto do tempo quando da realidade dela dependem de
modo que um mundo paralelo in concrecto se determinaria como uma
contradição aos próprios conceitos do espírito único. Logo, aqui o
tocante discursivo sobre tais nada mais é que resultantes da
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interatividade quântica de nosso saber provocando a sobrecarga de
memórias na referida na hipotética Narcose temporal que curiosamente
liga-se a Flor de mil-petálas que na realidade os homo nulus buscam
desesperadamente atingir, com a resultante de consciência anomia.
Assim os homo nulus são um disparate paralelos aos demônios os
decaídos, anomias que querem alcançar Logos Paradoxia-mor, numa
representação física-espiritual da anomia, pois em suma são a
contradição, por isso são ‘nulo’ pois se auto-anulam conceitualmente,
tal como a nós.
O Tempo pode e é mudado por nós, não é uma via de mão
única, mas fluídico a transcorrer em todas direções, e sua oposição
ainda ao propor mundos paralelos é nada mais que exemplar
contradição, pois o mesmo seria resultante de nosso interação, mesmo
que as realidades diferentes possam ser meramente perceptivas. Aqui o
Tempo como ‘T’ maiúsculo serve para designar o acronológico, ao
passo que ‘Atemporal’ representa assim o Anti do ‘t’ menor, ou seja,
além da cronologia onde estes supostos (semi)deuses e anjos não são
quimeras parciais de credo, mas podendo se explicar junto a tantos
outros fenômenos como a dos OVNIS e onde os males ligam-se a
anomia que é a exemplificação plena do mal e antinatural ou
subnatural. Assim nomes, títulos e situações aqui nada mais servem
para exemplificar a conceitual proposta onde exige-se flexibilidade
mental desprendida de partes e mero “agora”, pois é justamente a
ditadura do pensar o erro-mor da contradição (“minha crença é a
melhor e correta, não se fala mais sobre isso”).
Aqui 'Crônicas Atemporais' trata das fundações da própria
T.E.M.P.U.S. e seu conflito com as misteriosas entidades sombrias
chamada homo nulus e o vilão Designium onde a busca pelos cinco
desaparecidos após um dos primeiros experimentos de Tempo se
tornará vital. Enquanto John Roberts no passado (Oitavo Peregrino)
após evitar uma guerra entre judeus e mulçumanos e salvar a linhagem
Seth foge dos Templários e faz um acordo secreto para guardar os
segredos das viagens temporais, chamada Ordo Christianitas Ad
Ventus que, porém um destes acaba se pervertendo se aliando aos
homo nulus, onde funda a precursora da Bug´s Time do qual Álvaro
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Watchman participa. Separados numa outra linha temporal Octavios
após encontrar um dos cinco desaparecidos do incidente do futuro, que
lucrava no século XX com descobertas temporais (Sem Previsão) e
resolve pedir auxilio do lendário Nikola Tesla para tentar retornar a
T.E.M.P.U.S., onde acaba por rumar de encontro a um acidente
temporal no Triangulo Das Bermudas para consegui-lo, porém retorna
muito mais no tempo indo parar numa antiga civilização das
americanas, onde agora completamente barbudo descobrirá que alguns
segredos rompem não somente o tempo, mas o espaço (Mitos dos
Tempos) onde ele seria uma entidade chamada Kukulkan ligada a
Quetzalcoatl que, no entanto, gera uma religião duvidosa por um
primitivo povo. Ao conseguir retornar a T.E.M.P.U.S. Octavios
começa a apresentar sintomas da Narcose Temporal, mas vai a uma
missão onde armadura de John Roberts junto um artefato criado por ele
e Tesla vai parar nas mãos de uma facção de pesquisadores nazistas
liderada pelo misterioso Designium em meio a Segunda Guerra
Mundial junto a misteriosa pedra espacial sendo necessário eles se aliar
a outros nazistas para impedir tal, e após cair num lapso temporal se vê
preso num loop onde passa acreditar que tudo que viveu fora um
devaneio (Requiem da Humanidade). Após John Roberts acordar
descobre que estava sofrendo dos princípios de uma Narcose Temporal
que perdurou por um tumor anomia, mas fora curado após operado na
T.E.M.P.U.S. Porém ele agora calvo terá de enfrentar como um
temponauta honorário com Dayane e Octavios contra uma aberração
espaço-temporal surgida no futuro que acaba por atingir a terra no
passado e onde encontraram a lenda do desaparecimento de Ronoake
(Anomia) enquanto Kaab e Hanus enfrentam um desvio adaptativo
evolucionário onde criaturas grotescas surgem, plantas carnívoras
gigantes, insetos carnívoros, morcegos diurnos, répteis humanóides e
mamíferos ultra-sexuais infestam o mundo criando amalgamas
humanóides por cruzamentos inter espécie em lugares secretos do
espaço-tempo terreno contando com o apoio de um dos cinco, o
misterioso anti-herói Max Zulu, onde se param com uma estranha
cidade “temporal” que não deveria existir (Uma Cidade Qualquer),
mas que não impedirá uma última investida de Designium e as
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misteriosas entidades no futuro nas próprias fundações da
T.E.M.P.U.S. visando a destruir (Anomia of Solage e Meia-Noite da
humanidade). O objetivo de ataque a T.E.M.P.U.S. é de eliminar as
próprias pendências cronológicas num paradoxo anomia que visem
tornar Desinigmin existente por si só! Porém enquanto John Roberts é
enviado de volta ao passado, estes conseguem eliminar Octavios que,
entretanto ressurge junto a Max Zulu milagrosamente revelando um
segredo restante da pilar de Seth e Zulu revelando o traidor da
T.E.M.P.U.S.
"Quando eu estiver diante de Deus, no fim da vida, espero não
ter mais nenhum pingo de talento, para dizer: ‘Usei tudo o que
me deu’."
Erma Bombeck
Após o argumento original o natural foi se aprimorar e assim
alguns ajustes e mudanças que tornam muito mais interessante o
argumento central. Alguns contos separados novamente foram
associados como fruto da união de projetos anteriores como mil
histórias do fim do mundo e a própria novela T.E.M.P.U.S., reuniu os
argumentos de ‘O Oitavo Peregrino que deveria ser um livro e alguns
contos deslocados de ‘Devaneios Oníricos’, tal como ‘Uma cidade
qualquer foi um conto original do primeiro livro, e alguns outros que
servem para narrar algumas lacunas não preenchidas em ‘Crônicas do
Tempo’, aqui se interligando, porém aqui não se trata de Flashbacks ou
Flashfowards como seriados tipo Lost, pois não segue a cronologia
linear, sendo o presente uma mera questão de pesperctiva, Réquiem da
Humanidade é um exemplo. Assim o livro é ao mesmo tempo um
prequel e sequel, mesmo que me perdoe J.J.Abrams mas o sidefoward
é meu desde o "Crônicas Temporais". O conto introdutório
anteriormente introduzido no livro-crítica ‘Procurando o Novo’ tem
por pretensa exemplificar um mundo do qual as coisas constantemente
se repetem redundantemente onde o personagem-título sendo fictício
demonstra o despertar da sociedade diante da redundância mesmo
diante de aparente novidades e modas, mas que são formas travestidas
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das mesmas velhas coisas anteriores que não levam a lugar algum
apenas direcionando tal personagem a uma completa imersão num
mundo de clichês, tão vivos nos cinemas autorais. É uma ironia sobre
clichês, apesar de ser inicialmente bastante dramático, mesmo tendo
um argumento complexo filosoficamente se declina na realidade
originalmente muito mais ao humor involuntário pelas situações que se
coloca o personagem pelas repetições deliberadamente absurdas como
condutor da narrativa utilizando-se dos principais clichês catalogados
em "Procurando o Novo", demonstrando a importância das obras
anteriores de não-ficção junto a esta tal como o próprio ‘Ecce Libro’.
Desejo que seja uma boa viagem imaginária e reflexiva aos sabores do
intelecto que os levem a pesquisar e compreender os fenômenos que
nos cerca de forma imparcial e correta perante os fatos, que tais que
lêem sejam como mero entretenimento ou linha discursiva, pois o
fundamental é poder justamente estimular o pensamento livre e longe
de formulas pré-estabelecidas sem querer com isso estabelecer-se uma
verdade irrefutável e inquestionável, mas justamente levar a
questionar, a verdadeira luta contra a ditadura do saber, o mister do
conhecimento é não decorar qualquer proposta, mas aprende-la e
investigar a verdade.
"O destino embaralha as cartas, e nós jogamos."
Arthur Schopenhauer
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Índice
Parte I – O Oitavo Peregrino – pág.15
John Roberts no passado após se ver obrigado a se juntar aos
Templários foge com auxílio de Octavios onde acabam por impedir
uma guerra entre judeus e os chamados hashishin graças uma
conspiração interna de alguns dos Templários para eliminar a linhagem
Seth.
Parte II - Sem Previsão – pág.64
Octavios vai parar num ponto onde um desaparecido dum dos
primeiros experimentos da T.E.M.P.U.S. lucra milhares de dólares com
descobertas e histórias roubadas da T.E.M.P.U.S. tornando o mundo
cada vez mais imprevisível caoticamente. Pede auxilio de Nikola Tesla
e um relojoeiro na criação de um equipamento para retornar no tempo,
mas algo parece sair errado.
Parte III – Mitos dos Tempos – pág.96
Após passar a ser venerado como um deus alienígena para um povo
das americanas séculos antes da descoberta ocidental, Octavios agora
barbudo terá de contar com auxilio de um misterioso viajante, uma
espécie de semideus que o salva de dois estranhos humanóides gêmeos
simétricos, porém ele passa a ser venerado como Kukulkan, a serpente
voadora.
Parte IV - Eyes Only – pág.125
Octavios antes da Narcose Temporal é enviado a encontrar um pacto e
homem de família Roberts no passado e é levado a Segunda Guerra
Mundial enquanto alguns continuam onde precisarão do auxilio de
pesquisadores nazistas para fugir graças ao misterioso Designium, um
Seth Pervertido disposto a utilizar de um projeto secreto nazista
chamado Die Glocke para criar anomias para fugir.
Parte V - Requiem da Humanidade – pág.158
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John Roberts acredita que tudo que viveu fora um devaneio ao acordar
como um escritor num mundo do qual seria oriundo extremamente
repetitivo que, no entanto, passam a persegui-lo após descobrir um
outro homem com identidade exatamente igual à dele.
Parte VI - Fantasmas do Tempo – pág.189
2052, depois de um experimento global realizado num dia 29 de
fevereiro, um dos fundadores da T.E.M.P.U.S., Leonel Lennox, num
futuro remoto se vê preso num tipo de wormhole graças a interferência
dos homo nulus. Misteriosamente leva ao desaparecimento instantâneo
da humanidade onde apenas ele se torna o único habitante da terra
tendo de conviver apenas com espectros humanos que ficaram presos a
uma outra realidade. Seria ele quem teria ficado preso na outra
realidade? Seria ele o causador da anomia espaço-temporal?
Parte VII - Anomia – pág.213
Após John Roberts acordar descobre que estava sofrendo dos
princípios de uma Narcose Temporal que perdurou por um tumor
anomia. E terá de enfrentar como um temponauta honorário com a
equipe uma aberração espaço-temporal de surgida bomba quântica no
futuro que atinge a terra no passado ligando a lenda do
desaparecimento de Ronoake e desvios adaptativos onde criaturas
grotescas surgem, infestando o mundo e criando amalgamas
humanóides por cruzamentos inter espécie.
Parte VIII - Uma Cidade Qualquer – Pág.244
A Prisão Perfeita: Um lugar perdido num ponto do espaço-tempo
continum aparentemente guardando pessoas abduzidas de diversos
lugares do tempo, vivem numa penumbra existencial onde parecem
servir um governo contra-natural, mas que na realidade seria a
preparação de um exército para invadir a T.E.M.P.U.S. Dominic
Kaspar, um jovem desiludido pode por fim a isso.
Parte IX – Anomia of Solage – pág.260
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Depois que uma sonda enviada quando a terra acabou misteriosamente
caí na terra séculos antes, a T.E.M.P.U.S. se vê numa intriga espaço-
temporal envolvendo os homo nulus e a Bug´s Time que estariam
tramando uma invasão a T.E.M.P.U.S. que poderia ser
simultaneamente a causa do fim do mundo, eventos que se ligam a
Síndrome Celestial. Eles tentaram num último esforço impedir a
verdade por John Roberts.
Parte X - Meia-Noite da humanidade – Pág.289
Homens recrutados de diversos locais do espaço-tempo simplesmente
aniquilam a ZT do Brasil e torna em ruínas a ZT Londres. Stoneset em
vão é atacado por estranhas entidades que dizem procurar as pedras do
Alasca, enquanto John Roberts ao retornar no passado observa uma
tempestade anomia.
Appendix: Apêndices de Crônicas Atemporais – pág.300
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Parte I
O Oitavo Peregrino Gold Age: Honor and Glory
Houve tempos remotos onde mesmo após séculos e séculos após a
morte e a ressurreição de um homem ao qual se referia todos milagres
perdurou a cortar civilizações e culturas inteiras, onde seu lugar se
tornou sagrado e nestes tempos, em pleno século XII na Jerusalém, seu
nome se tornou alvo de milhares de peregrinos que junto a um povo
não menos forte a disputavam como Meca por seu profeta Maomé.
Eram os tempos dos cruzados onde a terra pobre entre miseráveis e
homens e mulheres fé dividiam e faziam de tudo em busca de milagres,
tempos dominados pela Ordem dos Templários e outras ordens
militares, assim como tantos outros que pouco a pouco se desviavam
de seus ideais. Porém um homem diferente dos demais que caminhava
por estas terras certamente teria respostas.
"A honra não consiste em não cair nunca, mas levantar cada vez
que se cai."
Confúcio
Castelo Peregrino, Reino Latino de Jerusalém, entre a Palestina e Terra
Santa, 1137.
O vento soprava silencioso, mas persistente diante de uma pequena
multidão de gente miserável, no geral camponeses que vagavam com
suas carroças a carregarem palhas e lenha em meio a gritos de crianças
que brincavam, e de animais como de bodes, bovinos, a galinhas. A
Grande maioria era de viajantes e peregrinos que rumaram a Jerusalém
em busca de bênçãos e milagres, mas acabaram por estender-se raízes
por lá nas mediações da cidade Santa de Israel, talvez por viverem não
menos miseravelmente em outros lugares. Porém, aquele lugar
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aparentemente estava monopolizado, não era mais qualquer um que
fazia riquezas, a não ser que conseguisse alguma filiação e
recrutamento aos Templários que cresciam rapidamente em poder e
número.
Aqueles homens e mulheres exibiam eventuais sorrisos com os
dentes apodrecidos e roupas envelhecidas, seus olhos não eram tão
vivos, mas havia esperança para elas ao buscar locais considerados
sagrados mediante o livro sagrado, como se o lugar fizesse milagres,
mas tão raro era qualquer testemunho tal como achar pepitas de ouro
no deserto. Mas, dentre os seus casebres e cabanas pobres se erguia um
imponente castelo onde se havia muitas e muitas riquezas, uma quase
espécie de banco medieval. Em sua entrada, muitos destes camponeses
estavam em fila a entregar ofertas, pesos e pedágios, os poucos bens
materiais que tinham a cavalheiros templários por taxas constantes de
pagamento que os enriqueciam desenfreadamente. Não obstante, eles
mantinham alguns segredos protegidos como modo de resguardar sua
qualidade de vida soberba e luxuriante que muitos destes viviam, desde
uma descoberta realizada há alguns anos eles enriqueceram
profundamente transtornando de forma desfigurada sua missão original
a algo que visava o próprio benefício.
Porém um homem que com olhar entristecido e profundo que
vagava com uma pesada roupa como colete protetor de elos e botas
igualmente pesadas entre coberto por um manto branco com sua cruz
vermelha. Quase como um fantasma, trazia profundas semelhanças
com um jovem de um longínquo futuro, este, porém não se chamava
mais por John Roberts um lendário homem que casualmente acabara
indo parar lá, mas sim Heidrun Adail, o nome que adorara afim de não
transtornar a linha do tempo do qual chegou até mesmo revelar num
momento, mas a alto custo, e temendo repercussões nas linhas futura e
assim sobre ele próprio resolveu negar. Ele surgiu a contemplar do alto
do muro do castelo a pequena multidão de miseráveis a vagar como um
mar de gente completamente passivo de comandos exteriores e a
qualquer fulgor que se figurasse a crescer entre eles, quando em meio a
fila, uma linda jovem estava com o cesto onde se havia algumas
especiarias a ofertar aqueles homens, mas que ao chegar sua vez um
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destes cavalheiros com um largo sorriso apodrecido lançou-lhe olhar
de desejo se levantando e a agarrando junto a mais dois homens e a
levou até um canto.
- Ela é quem ama Heidrun Adail? - disse um deles - pelo jeito
garantimos nossa cota de prazer, Abbas Hartmut.
Abbas Hartmut, colocou a mão no nariz e lançou um riso
abafado de tentação ao contemplar os seios da moça, e estes a levaram
para dentro enquanto ele os seguia dando risinhos de escárnio, mesmo
que a moça pálida por não saber o que fariam com ela apenas obedeceu
por temer pior represarias. Porém, John Roberts que apenas não vivia
numa condição de pior escravidão graças a alguns outros cavalheiros
que mantinham as condições originais propostas pela Santa Sé,
comentou com um destes que desceu e sacando com grande e veloz
destreza a espada sobre o pescoço de um deles disse:
- Não gosto de brincar com a morte, mas tão pouco não
costumo negar que para alguns cuja existência se limita a nos trazer
dor e roubo é inevitável - disse ele agora descendo a espada até suas
calças abertas próximo a sua virilha o fazendo estremecer diante da
jovem que agora se encontrava ajoelhada.
O cavalheiro Abbas Hartmut, um homem branco quase
cinzento como as nuvens que se dispunham pelo céu a se espalharem
como as cinzas dos corpos de muitos mortos nas cruzadas pela força do
vento, um jovem soberbo que meses atrás entregara seu próprio amigo
a morrer numa embosca no fim de uma cruzada, porém, ele então
agora balbuciando palavras quase indecifráveis com claras babas a
escorrer de sua boca disse que apenas a fazia rezar naquele lugar por
não aceitar as condições. Porém, ele se virou a jovem e a perguntou.
- Mesmo que não seja uma de nós, procuramos zelar por nossa
imagem, mesmo que infelizmente alguns destes pareça fazer nosso
esforço vão. - disse ele e então prosseguiu - diga-me minha cara, é
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verdade? Pois alguns vivem de tomar as que de outros amam por serem
incapazes de ter quem os ame.
A Jovem negou tudo o que fora dito por aqueles homens, que
diante do povo revelava quais tipos eram, trazendo horror àquela gente,
mas fora levados a serem punidos. A Santa Sé, já andava observando
eles enviando eventuais bispos e delegados e até alguns ligados a
inquisição sob diversas denúncias que se sucediam mesmo que aos
olhos do agora Heidrun Adail nem todos eram tão néscios de
conhecimento e fieis apenas para com a injustiça e hipocrisia. Subsistia
mesmo que ainda longe de ser justiçado pelo que lhe ocorrera, porém,
acreditava que alguns daqueles homens agiam na boa fé, mesmo que
muitos entregues a conceitos ligados a maneira como fora encontrado
em suas crenças que pouco a pouco se distanciava mais do Vaticano, e
que por mais que ele tentasse explicar o absurdo da situação, parecia
vão.
Para ser sincero, ele ganhava se não comida - de má qualidade
- e dormia num chão duro perto da torre onde sentia o frequente odor
dos porcos abaixo, não tinha nada deles a não ser obrigado a vestir
àquelas roupas quentes e pesadas e fazer eventuais poses ao exterior
por simplesmente ter lhes contado e dito alguns argumentos notórios
para salvar-se sob a promessa de mais posterior, assim foram de grande
valia e que os fortaleceram nas riquezas mesmo que muitos passaram a
chantagear os demais com o conhecimento que o mantinha vivo. Mas
nem mesmo isso o tornava digno de ser minimamente respeitado e de
ser ouvido no mais, e retribuído proporcionalmente, pois eram muito
facilmente ofendidos aqueles homens, e muitos simplesmente o
espreitava constantemente com olhares maliciosos sob muitos
aspectos, especial Abbas Hartmut que constantemente observava o que
fazia e como costumava escrever, andando como sorrateiros por entre
sombras e frestas de portas fechadas, mesmo que nada tivesse a não ser
conhecimentos dos quais muitos, obviamente não contou nem contaria
por temer não somente resultar em sua morte, mas a transtornar o
tempo.
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Seu olhar vazio e quase sem fé, contemplava a multidão apenas
a perguntar se qualquer coisa que lá fizesse de melhor valeria a pena,
pois de seu ponto de vista perceptivo, o futuro, tudo aquilo já havia
ocorrido. Mas haviam estranhos rumores, mesmo que fossem
constantemente deixando de fora, de alguma trama envolvendo um
grupo de mulçumanos num provável ataque em Jerusalém, do qual
tinham por dever de origem guardar os caminhos, mas que perante a
riqueza que obtinham ficava claro que cada vez mais sua própria
existência se torcia numa contradição quanto mais mediante os votos
deles aceitos livremente e objetivamente desde sua criação. O
problema é que, não fora por seu próprio mérito, mas sim em grande
parte de Heidrun Adail. Afim, se houvesse alguém que deveria estar
rico e a usufruir seria ele, não homens que nem mesmo eram capazes
de compreender as questões morais e físicas mediante o tempo
colocadas por ele, se não viver a dizer qualquer coisa que se fosse
genial nunca discordasse deles, a salvo exceções, como Sahar
Aaminah, um cavalheiro magro com barba esbranquiçada, discreto e
elegante que tem a oportunidade de trocar algumas palavras e idéias
dos quais aparentemente alguns dos seus parecia compartilhar com
certa comoção, eram estilosos e de bom viver, mas não por custa dele
meramente estes mantinham sua posição com sagacidade de sabedoria
verdadeiramente nobre como pessoas distintas no portar diário. Por
vezes parecia que ele gostaria de tirar Heidrun Adail para algum lugar
realmente seguro, pois sabia que alguns deles tinham más intenções,
mas infelizmente sua vontade mesmo que como um líder não era
soberana em relação ao líder da Ordem, Robert de Craon. Apesar de
ser filhos de judeus seu nome era mulçumano, pois tais viveram
algumas gerações entre estes, mesmo que procurassem manter os
costumes originais.
E assim fora numa tarde, que este e um outro homem que não
vira se aproximou dele e o chamou. E então Sahar Aaminah se virou a
Heidrun Adail e disse:
- Este homem veio a nós e mesmo que não o conheçamos,
parece que nos conhece como ninguém. Seja lá de onde veio este
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viajante, ele diz lhe conhecer, e realmente nos disse algumas coisas que
não haveria como saber.
Atrás mais cinco dos homens de Sahar Aaminah, do qual
parecia compartilhar anteriormente a mesma posição verdadeiramente
nobre com aquele homem estava a observar o tal homem enquanto
comentavam ao pé do ouvido sobre ele. Mas, sobretudo a aparência do
homem - mesmo que este não o conhecesse antes - era bastante
conhecida de Heidrun, só não se lembrava de quem. Porém,
sabiamente ele preferiu nada dizer sobre tal apenas acenando com a
cabeça a fim de ver o que aquele homem tinha a dizer-lhe e assim foi,
após Sahar Aaminah se retirar mesmo que com obvia desconfiança,
afinal mesmo assim eles gostavam de ter controle sobre tudo, até
mesmo sobre o que não tinham.
- Sei quem você é John Roberts - disse o homem em voz baixa
com o capuz ocultando boa parte de seu rosto e deixando Roberts
simplesmente completamente perplexo. - não precisa mentir para mim.
Porém relutando por acreditar ser algum tipo de feitiçaria ou
adivinhação, Adail, deu um passo atrás e se virou como quem fosse se
retirar apenas dizendo não saber do que ele falava. Mas o homem
colocou sua mão sobre seu ombro de maneira firme a segura-lo e disse:
- Sei que não deveria estar nesta linha temporal e que tem
segredos que não pode revelar aqui, neste tempo. Você não é o único. -
disse o homem num tom baixo, mas firme.
- Não sei quem é você ou como sabe sobre mim e meu
conhecimento, mas porque lhe confiaria minha fé?
O homem então abaixou o capuz e disse - Meu nome é John
Octavios.
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A essa altura, a luz do sol já se esvairia por de trás dos montes
do campo árido onde vivia aquela pobre população de camponeses
apenas iluminando seu rosto algumas luzes de fogueiras e velas que
pouco-a-pouco se acendiam. John Roberts então frangiu a testa a
enrugado numa perplexidade que lhe proporcionou um certo
desconforto até se centrar novamente. E dizer:
- Nunca o conheci pessoalmente. Você era de meu tempo? -
Questionou Roberts a ele.
- Não exatamente, mas não tenho tempo a explicar, estamos
sendo observados, só quero que saiba que estou providenciando um
modo de retira-lo deste lugar, pois sua posição não é exatamente esta
em que se encontra, você não é um agente passivo do tempo. -
Octavios então virou-se para trás desconfiado - Preste atenção, para
todos efeitos, sou um cavalheiro de Portugal, Otávio Ramos da coroa
portuguesa, consegui algum apoio junto a família real de lá, eles são
muito impressionáveis com meu conhecimento. Porém alguma coisa
está ocorrendo aqui, que pode transtornar o tempo, e não creio que seja
você. Mil negativos, mil negativos! - completou ele praticamente
praguejando, seja lá o que ele quis dizer.
Um súbito arrepio sobreveio nos braços Adail, que pela
primeira vez em muitos anos ficou sem palavras de tamanho
surpreendido por aquilo, a última vez fora com uma jovem nos tempos
que trabalhava no Alasca. Mas o homem saiu tão repentinamente
quando surgiu apenas falando algo com Sahar Aaminah. Era noite John
Roberts e não conseguia dormir, apenas ficou a contemplar a fraca luz
da vela que iluminava a palha do chão entre mil pensamentos sobre o
que poderia estar ocorrendo naquele lugar e com ele mesmo.
Quando um som interrompeu seu profundo pensar silencioso
fazendo a porta se abrir e um fedor de suor velho entrou. Era Abbas
Hartmut que com uma vela nas mãos o puxou pelos braços e começou
a escarnecer dele dizendo coisas como, "vamos seu tosco, quem você
acha que é para receber visitas?"
Ao sair no mais claro, notou mais outros homens que com ele
estava que imediatamente começaram dele zombar puxando suas
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roupas quando o chefe da bagunça, Abbas Hartmut, o empurrou numa
cadeira e disse:
- Sente-se na cadeira seu tosco! Vi você comentando com
Sahar Aaminah sobre nós! Você acha que vai ficar assim? Você é
nada!
Mesmo que aquelas ofensas fossem não menos que mentiras
descarada por parte daquele homem repleto de rancor e inveja, John
sentia-se obviamente não somente constrangido mas até mesmo com
sua vida em risco. Porém, novamente um ruído os interrompeu em
meio a noite, e desta vezes não era a turma de Abbas, mas levou este a
se aproximar da sacada próxima a torre onde costumava ficar John ao
fim da tarde para saber de onde vinha o som quando um flecha
irrompeu do lado de fora atravessando seu ombro e o fazendo cair de
cima até um monte de palha. Ao verem isto rapidamente os homens
sacaram as espadas mesmo que em parte andando tortos pelo caminho,
e ao abrirem a portão do Castelo tentaram atingir em vão um vulto que
se lançou até atrás de uma moita com um golpe de espada
completamente torto fazendo quase Abbas cair ao chão com a
manobra, mas, ao se virar ele notou dois de seus homens mortos no
chão e ao olhar para a cadeira onde estava John não mais lá se
encontrava, e assim começou a gritar por socorro dos demais
templários, mas era tarde.
Non inultus premor
Em meio ao mato dos grandes campos do oriente médio, apenas sob a
luz do luar cortado por brilhos cada vez mais distantes de tochas de
alguns soldados Templários que saiam ao encalço de Roberts e aquele
que o libertou, Octavios que corria ferozmente carregando uma besta –
arma aprimorada dos arcos e flechas - entres os diversos motes de mato
junto a dois homens não menos misteriosos. Ainda em meio a corrida
Octavio disse para John ofegante ao encontrar seis cavalos escondidos
atrás de um pequeno monte enquanto preparava para subi-los:
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- Por mais que sejam bons, nunca, jamais dê as costas a um
Templário até que se tenha certeza se é digno de confiança imparcial!
John Roberts subiu o cavalo enquanto escutu dos demais
homens, algumas palavras em francês e com eles foram trotando até se
perderem por completo na escuridão do horizonte quando finalmente
chegaram a um local onde ficava os chamados Franj, ou Cavalheiros
Francos, um pequeno forte que em meio ao escuro Roberts não era
capaz de identificar o local a não ser algumas edificações e armas de
proteção como dois Trebuchet após o muro. Porém somente agora John
Roberts conseguiu contemplar a face dos demais cavalheiros que
acompanhavam. Eles vestiam uma fina cota de malha com capacetes e
escudos que apesar de serem feitos de madeira dois destes (os demais
de metal), eram artesanalmente acabados a demonstrar uma arte onde
utilizando-se de adornos de couro.
Lado dentro após descerem do cavalo, um homem não menos
peculiar com aparência esbelta e nobre surgiu perante eles e cruzou os
braços após algumas intraduzíveis palavras em francês respondida por
Octavios, ou melhor Otávio Ramos. Depois o homem se voltou a
Roberts.
- Adail, espero que tenha ótimas palavras a justificar tal
operação, pois mesmo que estes Templários apresentem riscos, são
infelizmente poderosos demais para nos arriscar um conflito. –
completou o homem numa língua carregada no sotaque francês e
completou – espero que justifique, pois aqueles são, digamos
inflexíveis.
John, sem saber o que dizer olhou para Otávio Ramos, pois
pela apresentação percebeu que alguns segredos relacionados ao tempo
não poderia contar, mas para sua sorte o silêncio que antes deveria ser
preenchido pelas palavras dele, fora completado por Otávios ao dizer
que todos estavam cansados e deveriam esperar o sol raiar para
debaterem sobre o assunto, oportunidade perfeita para poder explicar
tudo que ocorria a John Roberts. E assim eles se retiraram até alguns
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aposentos simples, porém muito mais seguros e limpos que o anterior,
onde ao fechar a porta Octavios disse, ao retirar sua espada das costas a
colocando encostada na parede.
- O Quatum do tempo está oscilando por estes locais! – disse
Octavios – Apesar de ter vindo aqui inicialmente para leva-lo de volta
a sua linha temporal descobri algumas coisas de enorme valor
envolvendo você John e por isso querem te matar, é a anomia que
curiosamente está intervindo por aqui em contra-ponto com uma
linhagem que conseguimos rastrear, como alvo desta anomia, Seth.
- Que tal me contar primeiro quem é você e como aqui veio
parar? – disse Roberts de modo enfático.
- Sou um temponauta, e não poderei ficar muito tempo aqui.
Por isso vou-lhe instruir o mais rápido possível, pois é de suma
importância o que tem ocorrido na adaptabilidade do quantum contigo
nesta linha temporal, que influí diretamente no futuro. Os olhos da
anomia estão sobre nós.
Neste momento Roberts notou uma pulseira discretamente
colocada sob a cota de malha de sua roupa de cavalheiro, quando lhe
mostrou e começou a lhe contar segredos inerentes a própria
T.E.M.P.U.S., de onde vinha e de como ele e seus próprios
descendentes tinham enorme poder ativo não somente na fundação da
T.E.M.P.U.S., mas com eventos futuros e agora passado. John Roberts
sentou-se no chão e prestou atenção cuidadosamente em tudo que ele
dizia por longas horas da noite até o sol quase finalmente completar
mais uma volta sobre nosso mundo e com sua luz a revelar o horizonte
e o que nele se escondia.
- Não ficaremos aqui. – disse Octavios – porém nossos
movimentos são perigosos, pois estamos indo para lados onde estes
não costumam ir, assim todo cuidado é pouco, pois podem tentar nos
acusar. – completou – Mas diga ao Don René de que você é o presente
conterrâneo de Seth, assim como Saladino é para os Nobres de
Ayúbida. Eles são nosso objetivo, alguns destes aliados a alguns
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fedayin e templários aparentemente descobriram o que não deveria,
Seth, e querem elimina-los por completo.
Tudo transcorreu conforme planejado no dialogo com o nobre
René, porém, ainda pairava sob seus olhos firmes alguma dúvida e
ressalvas sobre quem seria este sujeito chamado Heidrun Adail. Assim
com certo voto de desconfiança, René depositou sobre os cavalos de
Roberts e Octavios alguns mantimentos e cota, agradecendo a eles por
informações tão importantes sobre tecnologias mesmo que tenha sido
apenas alguns conceitos irrelevantes perante as oscilações quânticas
estudadas antes por Octavios, e assim rumaram em direção ao
horizonte, por longas horas de cavalgada sob o sol até que pararam
próxima as pequenas ruínas, numa sombra.
- Não gosto de mentir, e não costuma ser um prazer, e já que
creio que isto não seja uma estória de ficção receio que menti – disse
Roberts.
- Meu caro, talvez não seja mentira o que você disse. –
completou Octavios - porém ao seu tempo. Levante-se lhe mostrarei
como empunhar uma espada.
- Já tive a oportunidade de utiliza-la antes, mesmo que aqueles
homens preferissem me deixar desarmado para não poder me defender.
Assim Octavios sacou a espada e numa posição de ataque a
manobrou habilmente até virar seu punho para Roberts oferecendo-a
para ele pegar.
- Sinta o peso. – disse Octavios – ela foi feita sob medida pela
família Real Portuguesa como um presente quase secreto. Ela tem
lamina dobrada personalizada com um oito - de Octavios - incrustado
em sua lamina até uma rosa dos ventos.
John observou atentamente a belíssima espada e após isso
manobrou-a como quem cortasse o vento, e como seus movimentos
apesar de inicialmente serem desajeitados pelo peso que ainda não se
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acostumara rapidamente começou a realizar alguns movimentos que
demonstravam grande perícia onde o vento parecia assoviar com cada
momento como signo de respeito profundo por aquele belo artefato.
- Creio que esteja em ti a função de ser hábil no que faz – disse
Octavios demonstrando surpresa – ao contraio de alguns que ostentam
títulos, mas não habilidades equivalentes. Essa espada é sua, é nossa
John. Mas use-a com destreza também de mente, pois o combate não
reside apenas em empunhar espadas.
Octavios, pegou um pouco de água para limpar seu rosto do
suor e oferecer o mesmo a John que abriu um pouco a cota de malha de
sua roupa a revelar uma tatuagem que dizia: Non inultus premor, o que
fez Octavios lançar um rápido riso mas não de escárnio se não
demonstrando felicidade e disse quase que como para si próprio.
- Como Stoneset disse mudam-se o nome, mas jamais a pessoa.
- Quem é Stoneset? – Perguntou Roberts
- Digamos que seja um descendente futuro seu, que deu
continuidade em seu importante trabalho. Talvez algum dia possa
conhece-lo, foi ele quem me recrutou na T.E.M.P.U.S.
Octavios então após dizer que era hora de voltarem a cavalgar
arrumou seus mantimentos nos cavalos e pegou a besta para substituir
a espada dada a Roberts, mas retirou de dentro duma bolsa um pequeno
livro e jogo-o para Roberts.
- Vai ser muito útil este livro. Transcreva, mas jamais deixem o
roubarem!
John o abriu e sem muito esforço percebeu que obviamente
aquele livro não era daquele tempo, mas sim do futuro trazendo
diversas datas de eventos espaço-temporais como Triangulo das
Bermudas e em outras partes do mundo, assim como descrições das
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formulas mesma que cifradas sob um código-mestre intitulado 541-
751.
Entretanto, no momento em que Octavios montava o cavalo
um homem sai de meio as ruínas a atacar Roberts. De pele escura,
parecia inicialmente um mulçumano pela maneira como se vestia,
porém ao investir contra ele rapidamente notou sob seu rosto uma
enorme cicatriz que vinha de sua testa até a bochecha passando sobre
seu olho esquerdo completamente cego. No entanto, aquilo não
impedia a destreza do homem que investiu com a espada mesmo que
aparentemente cansado até que numa manobra o homem recuou caindo
sobre si mesmo e deixando o pescoço vulnerável, que apesar de John
apontar-lhe apenas ameaçou a se identificar.
- Zulu! Não me mate! Apenas busco impedir o mesmo que
vocês!
- Impedir o que? – perguntou Roberts
- O fim do mundo! Vocês também querem matar Seth! – disse
o homem suado ao chão, mas com voz firme e forte como quem
estivesse decidido no que sabia.
John neste momento virou-se para Octavios, porém antes que
ele pudesse perguntar algo, o homem aproveitou a distração de Roberts
a sair astutamente até sumir nas ruínas. Será que o homem havia
ouvido a conversa deles?
Entre os Anjos e os Demônios
Mesmo mediante estas novas dúvidas que permeavam eles, pois o
próprio Octavios mediante as leituras feitas em sua pulseira quântica
notou uma obvia discrepância a determinar que aquele homem não
pertencia aquela linha temporal, aquele período de tempo onde se
encontravam agora. Mas, prosseguiram até o fim da tarde quando o sol
se impressionou e cansado se escondeu por de trás dos montes no
horizonte permitindo as estrelas iluminarem o céu em seu lugar. E foi
quando estes não mais esperavam encontrar o que desejavam quando
atrás de umas colinas sob o inicio da noite viram um acampamento.
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John Roberts e Octavios saíram de seus cavalos e agachados se
aproximaram da beirada da colina a observar aqueles homens.
Mesmo que resguardado naquela linha temporal Octavios
retirou dentre seus itens um pequeno binóculo de visão noturna o que
definitivamente deixariam aqueles homens completamente pasmos
com tal tecnologia. Logo, Octavios, que havia feito um estudo,
brienfing, de missão antes de rumar a este período logo notou pelo
modo de vestir que eram os Hashishin um grupo xiita de mulçumanos
extremistas conhecidos por saques e ataques violentos em prol de sua
fé e crença. Mas isso ainda não era nada quando ele notou dois
cavalheiros se aproximar do local. Eram Templários, que uma vez
reconhecidos Octavios passou a Roberts os binóculos e este os
reconheceu por Amir Mahafara e Abbas Hartmut, dois supostos
mulçumanos que desejavam o matar quando estava no Castelo
Peregrino antes de ser liberto por Octavios. Mas isso ainda não era
tudo ao constatar duas milícias armadas completamente opostas e
rivais de credo se aproximarem livre e cordialmente, mas recebida por
Ayúbida, considerado o mais alto nível de nobreza entre os cavalheiros
mulçumanos!
- Certamente este encontro não tem bom cheiro. Esse fedayin –
nome dado a quinta em hierarquia dos Hashishin – é na verdade um
Ayúbida. Certamente os Saladinos não gostariam de saber desta vida
dupla deles. - Terminou Octavios
- Assim como nós de estarmos aqui – disse Octavios – mesmo
que aleguemos ser espiões, alguns dentre os Templários agora deve me
considerar igualmente após ter fugido.
- Eu sei meu caro jovem, por isso devemos ser igualmente
astutos. Para fugir do laço, mas graças a Deus temos alguns
brinquedinhos a nosso favor, e eles os denunciam quanticamente. –
Terminou ele olhando para sua pulseira.
- O que fazemos? – perguntou Jonh Roberts
- Vamos nos aproximar, quem sabe podemos ver mais de perto
o que ocorre. – disse Octavios – Seguirei com o apoio deste artefato
que denunciará qualquer mudança temporal com nossa presença.
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Então eles desceram lentamente a colina até correrem
abaixados até atrás de uma pedra onde observaram um soldado que
fazia guarda acabar de se retirar dando as costas e seguiram até outro
lado, onde outra pedra impedia a visão direta deles. Octavios observou
mais uma vez sua pulseira e acenou com a cabeça dizendo que estava
tudo legal e prosseguiram até ter uma visão de uns 35 metros deles.
- Você reconheceu o Ayúbida? – Perguntou John Roberts a
Octavios, mas ele apenas respondeu negando com a cabeça.
Ao focar um pouco mais o pequeno aparelho conseguiu
amplificar o som do que eles conversavam. Porém havia muito ruído o
que deixou preocupado Octavios por achar se tratar de interferência
quântica. Mas tão logo eles notaram que eles pareciam estar utilizando
de alguns artefatos muito antigos para evocar algo. Seria algum tipo de
ritual? Mesmo que como parte dos estudos de brienfing de Octavios,
estudar até mesmo demonologia e angeologia, pois naquele caso muito
isto envolvia, sobretudo pelo fato de que muitos outros registravam
manifestações de uma entidade sombria chamada pela TEMPUS de
homo nulus presentes em muitas tragédias como em períodos antes de
terremotos e outros, como responsáveis por ‘más novas’.
E ali pelo jeito não se fez diferente, quando ao notar que alguns
atos condiziam com o comutar de status potencializador deles por
oferendas violentas e uma estranha soma de adivinhação neste caso
não como as comuns dos típicos videntes, mas com claro intuito de
transtornar a linha do tempo favorecendo sua aparição / evocação desta
entidade que recebia o nome de nulus por isso, procurava curiosamente
estar a anular não somente a realidade a transtornando, mas a própria
verdade. E não demorou muito para que verdadeiras anomalias
quânticas começassem a surgir em seu pequeno visor da pulseira
obrigando eles se retirarem do lugar quando os soldados rapidamente
sentiram-se alvoroçados o que poderia denunciar a presença deles.
- 30 -
- Mesmo que a aparência destes homo nulus sejam as mais
variadas muitas vezes sua forma real é descrita como a similaridade
das sombras, eles podem passar algumas informações eventuais sobre
o futuro estritamente para transtorna-las, a enganar muitos por toda
nossa história. – disse Octavios após subir novamente a colina onde
estavam os cavalos ao aguarda-los – não são humanos como nós, nem
mesmo o foram.
- Seriam eles o mesmo que demônios ou anjos caídos –
perguntou John Roberts.
- Não poderia afirmar nem negar em absoluto, mas pelo menos
podem enganar como um ou outro. – disse Octavios em resposta a John
Roberts – porém, devemos nos focar agora nos desdobramentos que
estes seres provocam sobre este lugar, precisamos procurar aquele seu
contato dos Templários para revelar o que está ocorrendo.
Assim os dois partiram de lá até algum local distante e
escondido o suficiente para que estivessem razoavelmente seguros para
passar a noite, sem qualquer aparição surpresa dos Hashishin.
No dia seguinte o sol surgiu sobre eles e não sabendo ser efeito
do calor ou de algo que sonhos Octavios revelou sentir uma estranha
tontura ao acordar e um estado de confusão de memórias que diz não
ter sentido antes, mas eles estavam aparentemente preparados para
aquele sol a não dar qualquer trégua mediante constantes torções do
chão pelo calor intenso que se intensificava a cada hora os deixando
completamente fracos de tanto calor perante o corpo que estagnado
pelo suor parecia estar prestes a sucumbir. Porém não demorou muito a
encontrarem um pequeno mote de arvores que crescia e parecia
denunciar uma pequena lagoa, ou algo assim.
No dia seguinte o sol surgiu sobre eles aparentemente
preparado a não dar qualquer trégua mediante constantes torções
ópticas do chão pelo calor intenso que se intensificava a cada hora os
deixando completamente fracos de tanto calor perante o corpo que
estagnado pelo suor parecia estar prestes a sucumbir. Porém não
demorou muito a encontrarem um pequeno mote de arvores que crescia
e parecia denunciar uma pequena lagoa, ou algo assim.
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Ao chegarem lá, Octavios tirou o elmo, e capacete, um
pequeno turbante e mergulharam numa pequena poça de água que
parecia ser limpa o suficiente para poderem ao menos se lavar, e dar
sentido pleno e total a palavra Oásis, como uma biota de paraíso em
meio do nada.
Após isto Octavios sentou-se e comeu um pouco dos
mantimentos dividindo-o com John Roberts sob a sombra de um
coqueiro. Octavios aproveitou a oportunidade para poder ver os
diálogos da noite anterior com mais calma e consegue traduzir alguns
trechos onde falavam de que a linhagem Seth estava próxima como
alvo deles, a ser eliminada.
John Octavios compartilhou as informações com Roberts e
mesmo que não tivesse ainda informações completas sobre o caso
sabiam que deveriam impedir tal, pois era o motivo da discrepância
quântica seja provocada por Roberts ao chegar lá ou não. Mas tinham
de pedir auxílio cooperativo entre algumas pessoas do qual Roberts se
tornara chave por estar pouco a pouco fazendo parte daquele período
mediante suas leituras. Por fim, Octavios resolveu arriscar aproximar-
se de Sahar Aaminah a fim de relatar os ocorridos e contar para ele
sobre quem ele acreditava ser Adail, mas apenas no momento poderia
saber de acordo como o tempo se transtornava quanticamente.
Ao chegarem novamente a terra Santa, John Roberts tratou de
cobrir o rosto com o turbante como se fosse um mulçumano
acompanhado por Octavios que apesar de não carregar qualquer
insígnia passou a ser chamado de Cavalheiro Misterioso do Norte. Mas
logo que entraram a cidade e passaram entre a multidão dentre os quais
muitos com cabeça raspada por infestações de piolhos, sentiram-se
hostilizados por rumores constantes sobre os mulçumanos de que
queriam invadir o local. Mas temendo ser reconhecido não retirou até
que entrasse numa das cavernas do local enquanto ficaria a aguardar
Octavios retornar do Castelo Peregrino. Porém para sua curiosidade,
encontrou lá dentro meio que por acaso dois vasos onde contiam
pergaminhos, resolveu vê-los discretamente, mas por não compreender
a língua e temer que poderiam ainda ser descobertos no futuro o largou
em seu devido local.
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Enquanto Octavios se aproximava do castelo Peregrino, viu
alguns soldados se agitarem do qual imediatamente Abbas saí e vai até
Sahar Aaminah dizer que o cavalheiro misterioso estava retornando até
eles. Então da porta Octavios parou dizendo e chamou.
- Sou Otávio Ramos aliado da Coroa Portuguesa. Desejo
dirigir a palavra a Sahar Aaminah. Receio ser de interesse dele.
Um dos soldados demonstrando profundo desdém e ao dar as
costas para chamar o homem cuspiu ao chão como clara ofensa, porém
antes mesmo que ele chega-se até Sahar Aaminah, Abbas já estava lá
reclamando com Sahar Aaminah e falando palavras de que tal
cavalheiro deveria ser mal. Obviamente que Sahar Aaminah não
negaria ou afirmaria, pois sendo um homem de parecer neutro e
imparcial buscava tentar dar exemplo de mediante o povo que vivia
entre o medo traumático dos Templários e o fugir especialmente após
os rumores que se espalhavam entre o povo sobre os mulçumanos.
Sahar Aaminah surge elegante como sempre, mas com um
olhar vazio e frio de quem apenas estivesse cumprindo uma norma de
etiqueta.
- Perdoe-me, incomodar o senhor cujos exemplos de
cavalheirismo ecoam por entre o povo, como esperança de confiar
perante seus cavalheiros, mesmo constantes e infelizes casos de
violência e injustiça a vocês atribuídos. – disse Octavios o
reverenciando – mas receio que em minhas viagens tenha notícias que
não tornem mais este lugar seguro ao senhor quando ao povo.
- O que seria honrado e educado cavalheiro misterioso? – disse
ele retribuindo o respeito, mesmo que a retribuição fosse do próprio
Octavios.
Octavios naquele momento temia por sua vida, pois ao contar
tal, não poderia mostrar fotos que comprovassem o que iria dizer ao
homem, de modo que seria apenas sua palavra o que na boca de Abbas
– que rondava o local por frestas a observar nervosamente - poderia
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soar duvidosos, afinal apesar de passar a ser conhecido por dar
informações circunstanciais sobre diversas coisas naqueles tempos o
que lhe rendeu justamente diversos títulos em pouquíssimo tempo,
ainda assim era um estranho e entre confiar nele ou num dos seus não
seria surpresa se ele confiasse no Abbas e sua língua pronta a inventar
males inclusive contra John Roberts que vivia quase como escravo a
ser abatido naquele local.
- O certo se faz duvidoso na boca daqueles que não distinguem
lendas de fatos meu senhor, e por isso o povo teme, por não saber o
que podem se tornar, mas receio que o que tenha a lhe contar exija um
pouco de restrição pessoal. Fiquei eu sabendo sobre que Heidrun Adail
fugiu, tenho informações sobre seu fugir, porém, também de algumas
que este revelara sobre o que ocorre aqui. – disse Otávios – porém
necessito que confie em mim mesmo em tempos onde os homens se
tornem mais cruéis que animais.
Mesmo apresentando ressalvas de dúvidas, por acreditar que
fora ele obviamente o responsável, este chamou um dos seus, e após
dirigir-lhe a palavra apontando em direção Otávio e então pegou sua
espada e montou sobre seu cavalo e veio galopante até onde estava
Otávios e parando a sua volta disse:
- Se até o por do sol não ressurgir, saberemos a quem culpar.
- Quanto a isso não tenho o que me preocupar senhor, pois
certamente se o fizerem mal, a mim também fará.
Assim seguiram e após galoparem por entre o povo por alguns
minutos chegaram até um lugar próximo aos montes onde Jesus Cristo
fizeram milagres em suas inúmeras passagens em seu ministério onde
pessoas aparentemente se desligavam da miséria a orarem nos locais
desejando milagres e bênçãos, em grande parte os fazendo crer ser uma
ilusão, o que aumentava a instabilidade naqueles tempos.
Lá eles saem dos cavalos os deixando sob a sombra presos
próximos a um tanque de água e sobem uma pequena murada onde
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leva a uma colina, onde por fim encontrasse a entrada desta caverna
escondida. Lá dentro uma luz de velas lança sombras distorcidas contra
as paredes de pedra como se temessem ao próprio homem que lá
estava. John Roberts havia padecido tantas coisas que sinceramente
mesmo Sahar Aaminah não confiaria sob tais circunstâncias.
Mas Sahar Aaminah demonstrou grande surpresa e afeição ao
encontra-lo mesmo que se reluta-se a expor tal. Assim cruzou os
braços em sua pompa tentando se manter frio e imóvel como se fosse
uma pedra e sem nada dizer assim permaneceu até que Octavios
interrompe-se o silêncio quase junto a Heidrun Adail.
- Encontramos Heidrun Adail, a nos pedir auxílio – disse
Otávio mesmo que fosse uma mentira falando diretamente, pois fora
ele quem o tirou de lá sem que Roberts pedisse socorro, mesmo que
seus olhos isso conclamasse todos os dias – e tão logo não demorou a
descobrirmos que as coisas que ele disse são verdades irrecusáveis, e
longe daqui descobrimos algumas associações suspeitas sobre sua
gente. Por acaso alguém de vocês tem associações com mulçumanos
xiitas como os Hashishin?
- Porque levanta tais suspeitas? Meus homens jamais me
trairiam! – disse Sahar Aaminah com firmeza – pois se o fazem que
digam seus nomes e me tragam provas!
- Amir Mahafara e Abbas Hartmut, talvez não sejam
exatamente que o senhor pensa ser, mas como nestes tempos da
palavra dos homens e a própria verdade se faz duvidosa – disse
Otácvios – talvez tenha sido uma miragem o que vimos sob o horizonte
ao inicio da noite. Não obstante, muitos já sabem de mim e deste
jovem do qual colhemos estima de realezas e gente nobre, tal como
nosso parecer já é conhecido aos olhos do povo, de modo que se nos
punir por apenas relatar o que põe em risco este povo e vocês e da
condição que Abil se encontrava, não seria um exemplo a honrar os
nomes que aqui já viveram, a não ser que prefiram optar a serem
conhecidos como meros carrascos.
- Por acaso dúvida de nossa ciência e sabedoria? – disse Sahar
Aaminah – por acaso eu sou homem vão de puni-los por mero parecer
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e em parcialidade? Não obstante não posso eu acreditar num fugitivo e
num forasteiro por meras palavras!
- Não questiono de modo algum sua posição ou nobreza
espiritual, pelo contrário, sua cordialidade e humanidade perante nós e
em me receber – disse Otávios que parou por um momento e após
observar discretamente seu leitor quânticos cerrou a vista e prosseguir
após olhar para Roberts – talvez tenha provas, porém, o senhor deve se
surpreender com que temos.
- Quanto a isso não tema homem! – disse Sahar Aaminah em
tom de soberba repentinamente alterado – Já perdi tempo meu vindo
aqui, posso me acometer de mais uma loucura!
Porém neste momento John retirou a malha que havia sobre o
aparelho que tinha em seu pulso exibindo luzes e um pequeno visor,
fazendo ele quase ir para trás em dúvida. Numa clara confusão mesmo
que rapidamente tenha buscado sua posição anterior como quem nada
o surpreendesse.
- Se que pode parecer absurdo ou loucura, mas como o senhor
se questionava de onde surgi estivera o tempo todo correto, tanto eu
quanto Otávios que aqui se encontra não somos originais deste lugar. –
disse Roberts – Somos peregrinos do tempo.
Nisso Otávio lhe mostrou o visor de seu aparelho. Porém
claramente sentindo-se vulnerável ele se recusou a ver mais e disse.
- Não sei que tipo de feitiçaria vocês tem aqui, mas se não são
deste lugar então devem ser sacrificados! – disse Sahar Aaminah
completamente perdido e desorientado falando palavras quase
trocadas.
- O Senhor não é capaz de compreender. – disse Otávios – o
problema é justamente nos querer matar, alguns eventos tem os levado
ao engano, vocês estão sendo ludibriados e o senhor será traído neste
rumo que toma. O mero fato de estarmos lhe dirigindo a palavra pode
transtornar algo poderoso no tempo chamado quantum.
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Porém neste exato momento eles foram interrompidos por
barulhos de passos que entravam a caverna exibindo sombras
tenebrosas e cumpridas que se estendiam nervosamente sobre eles os
fazendo sacar suas espadas, e Otávios sua besta. E para surpresa de
Sahar Aaminah eram exatamente Amir Mahafara e Abbas Hartmut
junto a um punhado de homens que ao ver Adail lá imediatamente
chamou Sahar Aaminah de traidor.
Mus umi non fidit antro
Eles rendidos pelo fato de se verem em óbvia desvantagem numérica
acabar por desistir mesmo que Sahar constantemente tentasse explicar
a situação. Porém, Abbas via naquela oportunidade a chance perfeita
para poder subir na hierarquia quanto mais após pegar um de seus
líderes fazendo aquilo enquanto preparava seus planos sombrios contra
o povo. O homem ao ver Roberts lançou-lhe um sorriso plenamente
malicioso como quem demonstrasse que não somente voltaria a
escravidão, mas os fatos que ele vivia todos os dias apontava de quem
certamente iria sofrer nas mãos daquele homem vil.
Assim foram os três presos sobre seus cavalos atravessando a
cidade sob os olhos de todos, onde Abbas a frente dizia aos gritos:
"Aqui temos traidores, nosso cachorrinho fugiu sob apoio deles e eles
serão sacrificados!"
O Povo não demonstrava nada além de pavor, pois sabia que
tipo de homens eram aqueles que estavam presos, John Roberts
literalmente havia fabricado dinheiro para toda essa gente os
enriquecendo e como retribuição sofria aquela cena lastimável
mediante um povo praticamente apático. Assim constrangedoramente
eles chegaram de volta ao Castelo Peregrino, porém em sua entrada
John Roberts reconheceu um olhar, metade cego e cuja cicatriz varava
o rosto, era o homem misterioso que encontrara no deserto, que lhe
olhou diretamente desta vez com um capuz sobre o rosto.
O Portão do lugar se abriu e após entrarem fora levados até a
sala onde Roberts costumava dormir no chão e lá ficaram até que um
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dos homens de confiança de Sahar Aaminah, se aproximou como quem
surpreendido, mas antes que algo pudesse dizer.
- Preciso que confie em mim, mais uma vez Násser. – falou
Sahar Aaminah - Descobri elementos que levem a crer que Abbas e
Amir Mahafara estão tramando sob o juramento do Vaticano.
- Como o senhor acharia que poderia tirar-lhe daqui? -
perguntou Násser de forma objetiva a seu mestre.
- Você precisa ir até os Hospitaleiros pedir auxílio, lá tenho
homens poderosos de confiança e o delegado do Vaticano deve estar
por lá, para saberem o que ocorre aqui. - Disse Sahar, e viu apenas
Násser acenar com a cabeça e se retirar.
Porém, quando Abbas entrou trazendo uma pequena maleta,
John Roberts previu com grande certeza de que seria um dia
longamente doloroso especialmente para ele do qual aquele homem
nutria profunda inveja e ódio contra Roberts. E assim ele retirou da
maleta uma faca com serra e se aproximou com um sorriso sádico
como quem tivesse com profundo prazer "Finalmente vou poder
tortura-lhe com toda liberdade."
Mas antes mesmo que este começasse ele escutou um de seus
homens grunhir do lado de fora e como se caísse sobre a porta fechada
fez Abbas abri-la e quando o fez o homem caiu morto com flechadas
no peito. A expressão de rancor no rosto do homem fora tanta que ele
empunhou a espada e gritou para outro que estava agachado do outro
lado da murada, porém ao correr até ele tomou uma flechada em cheio
na cabeça a atravessando como se fosse uma maçã, caindo morto no
ato. Abbas saiu correndo até quando viu um homem utilizando uma
corda se levantar sobre o muro, Abbas era um grande medroso,
somente agia em companhia de seus capangas e vendo-se sozinho
fugiu. Quanto ao homem misterioso entrou coberto com o capuz e John
Roberts perguntou quem era ele afinal.
- Já lhe disse que meu nome é Zulu. Max Zulu Milles. Talvez
tenha me enganado quanto a você e lhe peço sinceras desculpas com
- 38 -
este ato, junto a seus amigos. - respondeu o homem enquanto
desamarrava os três.
Os dois, ao saírem enquanto via Max arrumar o arco sob suas
costas junto à espada, desceram pelo mesmo lugar que ele subiu se
jogando sobre um monte de femo, e deixando seus cavalos para trás
apenas subindo sobre o cavalo de Max Zulu onde guardava mais um
que carregaram os dois pela cidade quando os portões do castelo se
abriu enviando dezenas de cavalheiros atrás deles. Os homens corriam
a toda velocidade galopando em meio às ruas quase atropelando quem
cruzasse seus caminhos e logo Max e os libertos viram-se rapidamente
serem alcançados, até quando ao chegarem ao fim da rua viram mais
um grupo de Templários surgir os fechando, estavam encurralados se
não fosse por um detalhe: os Hospitaleiros chegavam junto com Násser
e ao verem aquela situação se viram num impasse onde restava apenas
para o povo correr deixando as ruas rapidamente vazias.
- Aqui é o Lorde Monttgorry, em nome dos Hospitaleiros o que
está ocorrendo aqui?
Os homens de Abbas já haviam empunhado espadas prontas a
atacarem Max e seu grupo quando viram-se em número similar do
outro lado da rua pelos Hospitaleiros o fazendo obviamente recuar.
- Não cruzemos nossas espadas irmãos aliados - disse
astuciosamente Abbas - defendamos o povo das mãos destes traidores
da fé cristã!
Porém, antes que prosseguisse Sahar gritou falando.
- Palavras mentirosas são a deste homem! - disse - Eles tramam
contra nossa Ordem e povo, assim como nossa fé!
- E em qual destas palavras deveria eu crer? - perguntou o
Lorde
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- Por acaso não seria eu o homem de posição e que muito
trouxe a nós, tal como seu amigo que aqui se encontra em posição de
desonra? - disse Roberts junto a Octavios. - Se por acaso estamos nós
mentido sobre o que ocorre, e nada fazemos nestas terras a não ser
miséria, mas creio que junto a estes homens tenha muito mais feito em
dinheiro e pela fé que qualquer um em tempos recentes, mas se
estamos mentido, que derrame nosso sangue diante do povo e sua fama
voz será por condenação!
- Vejam! Vejam a insolência deste homem! - disse
astuciosamente Abbas - Falas como se fosse um nobre a ter seus pés
beijados enquanto preparam-se para nos destruir!
- Se fosse então má astúcia defenderia muito dos seus? - disse
Roberts - Ou por acaso falto-lhes com respeito lhes roubando e
humilhando como estes homens que vos fala.
- Basta! - disse o Lorde - Como superior presente ordeno que
todos abaixem suas armas! Estes homens virão comigo ter com o
delegado da Santa Sé.
Mesmo contrariado assim fez Abbas e seus homens enquanto
novamente Octvaios e Sahar se viram novamente na situação que agora
queriam fugir.
Eles foram conduzidos pelas estreitas ruas até os campos
abertos aonde chegaram ao delegado que lá se encontrava sobre
descobertas recentes de possíveis heresias e de que alguns homens
estariam praticando homossexualismo na terra Santa. Imediatamente
notaram que alguns homens não se portavam como devidos cavalheiros
perante o povo o que trazia crescente desconfiança ao Vaticano e
Papado, mesmo que constantes ofertas, jogos políticos e econômicos
estivessem em cena.
Porém ao adentrarem os corredores da pequena fortaleza, um
dos homens veio ao delegado a reclamar que um dos homens havia
desaparecido, Max. Ao se aproximarem de Otávio Ramos, o
perguntaram assim como Sahar e Roberts que definitivamente não
notaram nada. Entretanto, Otávios desviou o olhar até seu pulso
discretamente a fim de tentar observar se havia ocorrido qualquer
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mudança de discrepância espaço-temporal a ser denunciada pelo
quantum. Mas o soldado ao ver aquilo avançou sobre ele a fim de ver o
que tinha no pulso sendo apenas salvo por Roberts que interveio a
tempo de impedir que ele o fizesse e descobrisse o segredo tecnológico
que tinham.
- Ali! Foi por aquele corredor! – gritou Roberts.
Realmente, havia passado por lá um homem muito parecido
com ele, com vestes similares mesmo que obviamente não deveria ser
ele, pois para quem estava amarrado sobre um cavalo dificilmente
saltaria tão habilmente e simplesmente passearia diante dos olhos
deles. Não chegava ser uma mentira completa, mesmo que aquele não
fosse o feitio de Roberts.
Depois que retiraram eles o delegado do Vaticano e o Lorde
Monttgorry resolveu desamarrar Sahar e olhou para Roberts e Octavios
com desconfiança, mas ao pensar sobre o que eles já haviam feito
resolveu cumprir justamente uma correspondente atitude digna, pois
ele odiava se ver como um hipócrita.
- Não sou nenhum tipo de pervertido a blasfemar não somente
sobre o nome de Deus e nosso credo, mas também aqueles que nos
proporcionam melhoras, como alguns relatos não admito que nossos
homens ajam como bandidos hipócritas entre o povo – disse o
Delegado – O Vaticano tem notícias curiosas sobre vocês dois, vocês
são quase minha missão secreta.
Após entrarem no local, passaram algumas perguntas pelo
mesmo, mas sem atos de ameaças ou tortura – não vejo motivo para
isso – dizia. O homem elegante com seu crucifixo, se retirou após ser
chamado quando já era inicio da noite e então entrou junto com ao
Lorde a observa-los então este os disse.
- Vocês devem sair da Terra Santa, para longe deles,
principalmente Heidrun Adail, pois pelo jeito alguns Templários estão
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irredutíveis a querer mata-lo por acreditar ser algum tipo de divindade.
- Eles costumam pisotear, humilhar e matar o que adoram? –
perguntou Otávios.
- Você sabe no que alguns crêem, e são capazes de se
destruírem apenas para satisfazer sua vontade e extremismo. – disse o
Lorde olhando para Heidrun Adail, falando diretamente a ele.
- Vou com vocês, os levarei até uma pessoa a fim de esclarecer
esta história - disse o delegado.
Assim os homens se prepararam ainda no meio da noite para
saírem, porém, quando Octavios estava ao portão Roberts comentou
com ele sobre quase terem descoberto a pulseira dele, mas para sua
surpresa quando a verificava novamente a noite enquanto o delegado
não vinha. Fora surpreendido por um peregrino que por lá passava no
escuro e ao ver as luzes de seu aparelho comentou nervosamente com
claros sinais de embriagueis:
- Este homem é o Cristo, vi sair de suas mãos luzes e fogo!
Esta é a segunda Vinda de nosso Cristo a estabelecer seu reino na terra
sagrada! Pronunciemos suas novas ao povo!
Com mais aquela situação constrangedora Octavios temia que
surgisse o delegado no momento, mas quando este surgiu o próprio
Roberts começou a falar nervosamente com este.
- Delegado? Blasfêmia! Este homem chama Otávio Ramos de
Cristo, quando nem mesmo ressuscita mortos, louco deve ser! – disse
ele.
Porém casos de fanatismo extremista eram freqüentes por
aquele lugar, principalmente por pessoas ávidas por milagres o que
levava muitas vezes a erros categóricos e até mortes, sem falar na
própria guerra “santa”. Mas o Delegado tinha outras preocupações
maiores a um mero extremista que via Jesus até mesmo em ferro
fundido de espadas. E assim partiram praticamente ignorando o
- 42 -
homem, Násser, Sahar, Otávio, Heidrun Adail como era conhecido
entre eles, John Roberts, e por fim o bispo que se chamava Alexis Anor
Zanini.
- Essa foi por pouco – disse Otávio para Roberts um pouco
atrás do delegado e Sahar a frente. – Você viu como raios desapareceu
aquele sujeito que nos salvou do castelo Peregrino?
- Não faço a menor idéia começava achar que era um dos seus
– respondeu Roberts.
- Não mesmo, eu saberia, mas houveram leituras quântico-
temporais estranhas no momento em que fugiu. – disse ele.
O Oitavo dia
Assim eles seguiram cavalgando até o amanhecer à procura de um
mulçumano nobre que morava entre as colinas do deserto. Porém o sol
tornava-se escaldante e mesmo que tivesse água e tenham efetuado
paradas no caminho pareciam já desgastados da longa noite sobre os
cavalos. Mas quando acreditavam não mais nada encontrar
viram um falcão que sobrevoando o deserto e passou-lhe rasantes
seguidos até desaparecer como quem tivesse protegendo um ninho.
Tão logo, Sahar afirmou se tratar do Falcão de Osmar Olavo, um
Ayúbida com quem junto ao delegado se aproximava, e não demorou
muito a surgir imponente sob a colina o homem tendo seu falcão
pousado sobre sua mão protegida por uma grossa luva contra o vento
que remexia as malhas do senhor e as penas do belíssimo pássaro. Seu
traje era de seda de Damasco com turbante feito em linho egípcio, com
arabescos de ouro. Apesar de serem polígamos, aquele grupo não era
um grupo fechado como os Hashishin e costumavam ter um rígido
código moral especialmente para que exaltasse suas qualidades e
nobreza respeitável.
Assim tão logo, outros homens surgiram de locais antes
ocultos lhes apontando armas, mas sob a ordem dele a abaixaram
abrindo caminho para ele.
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- Perdoe meu pássaro - disse ele - mas ele é uma quase
extensão minha, meus olhos para o que não vejo, e certamente de
espírito mais nobre que muitos dos homens que vagam por aqui. Meu
nome é Osmar Olavo, e defendo nossa fé e meu povo com honradez e
respeito, o que lhes trazem aqui?
Certamente aquele pássaro parecia nutrir uma relação de
simbiose com respeito onde após os orientarem até um lugar de sombra
onde havia água fresca e límpida este os contou que para se ter tal não
se é muito esforço de cria-lo livremente, bastando tratar assim como
qualquer criatura que caminhe sobre o mundo com respeito e este o
retribuirá proporcionalmente em plena confiança, e sempre retornará e
o defenderá. Assim ele não considerava tão pouco seu dono, mas
amigo daquele pássaro tão belo e por isso pronto a defende-lo –
deveriam ensinar esses truques a alguns que se intitulam cavalheiros –
pensou Roberts consigo mesmo. Mas ao entrarem no local arejado e
completamente civilizado mesmo que em harmonia com a natureza a
seu redor, Otávio imediatamente reconheceu um homem que havia
visto dois dias atrás, um Hashishin que vestia-se como um daqueles
Ayúbidas de Saladino. O Ayúbida se aproximou e Osmar o vendo
resolveu lhes apresentar:
- Este Saliba Tânuz, um dos nossos conterrâneos de confiança -
disse Osmar para os cincos que lá estavam.
O Homem que mascava discretamente algo os cumprimentou
respeitosamente sem nada dar a entender. Mal parecia o homem que
tramava naquele acampamento contra eles, apenas alguns dias atrás.
Porém, astutamente Roberts quis conhece-lo um pouco melhor e para
sua surpresa não demorou, este a lhe oferecer um pouco de hashishe o
que era uma das características comum dos Hashishin de onde vinha
inclusive seu nome. Definitivamente Roberts não mais tinha dúvidas
de que era aquele o homem.
Enquanto isso Osmar Olava colocava seu Falcão sobre um
poleiro donde ficava a observar o horizonte eventualmente alçando
- 44 -
alguns vôos no geral para alguma caça própria, outras atacando e
alertando os demais de viajantes que passassem lá por perto.
- Fico honrado com sua presença aqui Bispo Alexis Anor
Zanini, mesmo mediante nossas diferenças devo admitir que o
Vaticano sabe escolher seus porta-vozes. - disse Osmar.
- Não buscamos nós a guerra, mas sim conciliar os povos nesta
terra sofrida, e de mistérios e de nossos profetas, e apenas retirar
aqueles que proferem blasfêmia entre os nossos, tornado tal lugar
inseguro a peregrinos ou mulçumanos. No entanto, a honra é recíproca
- disse o Bispo inclinando levemente sua cabeça como respeito.
- Porém como bem sabes infelizmente não controlamos tudo,
não bastando historicamente e em credo diferentes há extremistas de
ambos lados que não se interessam em coexistir, mas sim se combater.
- disse Osmar - Não obstante, todos os esforços sejam diplomáticos ou
legislados tem sido constantemente sabotados em ambos de nossos
lados.
Enquanto eles conversavam Saliba Tânuz observava
atentamente cada palavra dita, mesmo que sob certa distância como se
quisesse ler os lábios deles. Foi neste momento quando Otávio e
Roberts começavam a relaxar do calor externo que entraram alguns
guardas correndo falando num fluente árabe que eles não eram capazes
de entender, quando viram Osmar ter interrompido a conversa antes
mesmo que o Bispo chegasse ao ponto em que envolviam Roberts e
Otávio. Alguns soldados para fora correram e ao perguntarem do que
se tratava, o Bispo disse terem encontrado alguém ferido.
Otávios e os demais de seu grupo saíram para ver o que ocorria
quando encontraram um homem caído sendo arrastado pelos braços
por dois dos homens de Osmar. Ao levarem lá para dentro
completamente ferido lhe deram água e este recobrou sua consciência
lentamente. Otávio discretamente fez uma leitura em seu aparelho a
observar que era o homem quem procurava, um dos da linhagem de
Seth!
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- Qual seu nome? - perguntou o Bispo Alexis Anor Zanini
- Jobson, Jobson Xenomedes Stoneset. - Respondeu o homem
praticamente sem força e com diversos hematomas pelo corpo.
Neste momento Roberts que sempre ficava ao lado de Otávio
como um quase líder particular, lhe perguntou o óbvio como se
praticamente tivesse adivinhado.
- É um Seth? - perguntou
- Creio que sim mediante as leituras, mas seria provável que
talvez nem ele mesmo saiba - disse Otávios - Mas digamos que pelo
jeito não fomos os únicos a rastrear sua linhagem, como não sei.
- Homo nulus? - disse Roberts
- Provável - concordou Otávio - obviamente para querer anula-
los do existir.
Conforme o homem melhorava, Otávio se aproximou enquanto
deitado numa confortável cama permanecia imóvel, queimado pelo sol,
com cortes, lacerações e hematomas, percebeu-se que obviamente ele
fugira de alguém ou algo. Saliba Tânuz, rondava o lugar passando em
frente constantemente a lançar olhares perturbadores como quem
estivesse claramente preocupado de que revelasse algo que o
comprometesse, porém, enquanto isso o Bispo e Osmar revelavam o
que eles tinham descoberto e após temiam, no entanto, revelar que pelo
menos um dos traidores andava com eles.
- De onde você és caro Xenomedes? - perguntou Otávio -
quem lhe fez tais feridas?
- Vim de longe, onde uma vila fora dizimada, preciso de
refúgio, onde...alguns...dos parentes se encontram... - completou ele
com certa dificuldade quase se engasgando.
- Qual seria sua linhagem e família? - Perguntou Otávio.
- Tal se perde pelo tempo, nebuloso mediante tantas guerras,
dolorosa nossa origem, mas não estou certo de onde venho. -
respondeu ele lentamente.
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- Nós iremos salvar os seus! - disse Otávios enfaticamente.
Porém quando Osmar se aproximava deles, o homem viu
Saliba Tânuz e arregalou os olhos a apontar-lhe os dedos: - Ele...ele,
eles estava lá, assistiu da colina!
Quando Saliba Tânuz viu a expressão dele, no entanto, saiu
praticamente correndo antes que Osmar notasse, pois sabia que sua
trama de massacre e guerra seria desmascarada.
Completamente surpreso com tudo aquilo Osmar sentou-se
sentindo-se profundamente traído naquele homem que viva no luxo
dele, a desfrutar até mesmo de mulheres no harém quase secreto deles.
Mas quando Osmar mandou seus homens chamá-lo, este já havia
saindo a galope rumo ao horizonte.
- Receio que vocês agora também estejam em perigo, o veneno
deles tem sido de acusar de traição àqueles que traem, o mesmo
sucedeu a Sahar Aaminah e até mesmo eu. - disse Otávio
- Conheço este jogo! - disse Sahar Aaminah - Por acaso fora
ele quem viu com Abbas e seu cão fiel?
- Sim, mas receio que um dos motivos não seja apenas a
guerra, mas eliminar a gente deste homem - disse Otávios - precisamos
tirar os seus, resgata-los.
- Podem contar comigo! - disse Sahar Aaminah demonstrando
um tom de bravura antes não visto numa habitual conversa.
Tão logo que seguiu as informações de Xenomedes eles
prepararam soldados de Osmar junto ao pessoal de Otávios e Sahar
Aaminah, este dizendo poder agora contar com o apoio do Bispo - logo
o Vaticano - e conseqüentemente de alguns Templários mesmo que
causasse algumas divisões.
E então eles rumaram até o local determinado por Xenomedes
enquanto Násser seguia como mensageiro aos Hospitaleiros e o
Vaticano.
Porém o que viu Násser no caminho jamais esquecerá. Uma
aldeia de peregrinos nas mediações da Terra Santa sendo
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completamente saqueado e destroçado a espadadas por Templários
ressurgentes. Quem teria mandado o ataque? Quem organizara aquilo?
Não bastando, ver o mesmo rosto de Abbas, este viu a de alguns
Hashishin disfarçados de Templários! Ele não estava certo se eram
mulçumanos ou peregrinos cristãos, mas certamente aquilo provocaria
repercussões, porém um dos homens o viu do algo do monte e fazendo
sinal aos demais matou estes correrem até ele a galopadas enquanto
lançava-lhe flechadas e sacavam suas espadas. Násser correu
galopando tudo que podia com seu veloz cavalo puro sangue, mas estes
eram muitos e tal bufava ao cansaço após alguns minutos quando um
flecha o atingiu nos lombos fazendo este desequilibrar e num galope
levantar suas patas dianteiras após parar caindo e depois se levantando.
Násser estava com o rosto no pó mesmo que o céu nebuloso começasse
a fazer cair chuva onde pouco a pouco as gotas abafavam a nuvem de
poeira e o solo seco. Násser levantasse e sacando sua espada com
despreza feroz a empunha mesmo que sabendo que aqueles homens
não queriam uma luta justa os cercando e lançando uma flechada como
uma seta venenosa em seu peito. Ainda assim feroz quando um dos
homens se aproximou lançou um golpe fatal de espada vindo de seu
braço - arrancando com espada e tudo - até suas costas após passar por
ele a galope caindo em seguida contra outros cavalheiros. Mas aqueles
homens não tinham dó. Násser caindo de joelhos no chão com o
ferimento apenas observou Abbas descer do cavalo com um olhar
sorrisos sádicos de satisfação.
- Sempre tive vontade de fazer isso com o favorito de Sahar
Aaminah. Você e sua pompa, essa inteligência indulgente! - disse ele
com profundo rancor - Por acaso vê livros e suas criações salvar eles,
seu sonhadores desgraçados, pessoas como você e Heidrun Adail
devem morrer vivem de criar motivos e leis que castrem nossa
vontade! O futuro é a guerra!
Assim ele o decapitou diante dos olhos dos demais homens
enquanto os observavam.
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Enquanto isso Otávios chegava ao local designado por
Xenomedes, uma caverna aonde ao chegarem algumas pedras rolam do
alto, demonstrando que alguém os observava. Eles ficaram de sobre
aviso e soltaram de seus cavalos enquanto os homens de Osmar
montavam guarda de vigilância quando um flecha bateu no solo aos
pés de Roberts. Rapidamente Otávio sacou sua besta a apontar para os
lados quando viu pequeno papel preso a flecha. Era um bilhete que
uma vez desenrolado dizia para eles saírem de lá. Porém, Otávios
gritou com toda sua voz a dizer que não vieram a lhes fazer mal, mas
sim resgata-los d adversário iminente. O silêncio se manteve na colina
fazendo os homens apenas ouvir o eco da voz de Roberts pelo longo
corredor de pedras. Porém uma outra flechada bateu no chão, desta vez
aos pés de Otávios. Eles se entreolharam, e Otávios receoso se abaixou
a pegar o bilhete e quando o abriu viu a seguinte mensagem em latim:
Non inultus premor
Exatamente a mensagem da tatuagem de Roberts, ele apenas
esticou sua mão a Roberts após chamá-lo discretamente por “Heidrun
Adail!” Este coçou a cabeça abaixo do elmo de seu capacete, mas
quando deu um passo a frente escutou o chacoalhar de pedras do alto
da colina. Um desmoronamento sobre eles! O som sucedeu fora
ensurdecedor, dando apenas tempo dos homens saírem correndo cada
qual a seu lado protegendo-se o quanto podiam, uma nuvem de poeira
branca se levantou a seu redor cobrindo a tudo, quando de repente um
golpe atingiu certeiro Otávio no rosto o arrastando.
Tudo ficou escuro e quando ele abriu os olhos, viu apenas uma
sucessão de borrões e formarem lentamente silhuetas desconfiadas
sobre ele enquanto uma voz persistente gritava a seu ouvido: “Quem
são vocês e o que querem conosco! Vieram violar nossas mulheres
como faziam com qualquer uma do qual me aproximava?”
- Viemos a mando de Jobson Xenomedes, um dos seus, de sua
linhagem.
Então subitamente os homens se afastaram e se entre olharam
preocupados, afinal eram poucos e estavam sendo caçados,
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praticamente castrados a fazerem sua sucessão natural de linha. Um
senhor então idoso se aproximou a dizer:
- Não queremos ser mais seus brinquedinhos, mas se o que
disse fora verdade onde está ele? – disse o homem calmamente.
- Seguro com os homens de um certo Osmar. – respondeu ele –
agora se puderem me soltar, pois a recepção já fora demasiada
agradável preciso falar com nossos homens.
O homem acenou com a cabeça e então um a um foram saindo
da caverna onde se escondiam para sobreviver enquanto a poeira se
assentava lentamente e os homens de Osmar se levantavam ainda
atordoados. O velho então acenou para o alto da colina onde saiu um
homem e a desceu. Eles preparam pedras equilibradas a rolarem colina
abaixo para atingi-los como defesa se prosseguissem.
- Nos perdoem o percalço – disse o homem – iremos onde está
nosso Xenomedes, a muito separado de nós.
Otávios se limpava assim como os demais obviamente
aborrecidos pelo caso, mas os compreenderam, pois certamente não
fariam o mesmo, pois não seriam capazes de ter a mesma idéia genial
de convencer seus raptores a desistir. A maneira como viviam por
aquele lugar, era uma tristeza, como confinados obrigatoriamente a
cavernas como ancestrais dos nefelins a viver num platonismo
hipócrita até que conseguissem um meio de irem a um lugar seguro.
Dentre alguns homens, saíram mulheres somando cerca de 35 pessoas.
Mas uma dentre as demais chamou atenção de Roberts, cujos olhos
lindos e delicados demonstrava todo estado de sincera verdade entre os
seus mesmo que seu corpo coberto por malhas belas mesmo que
encardidas pela poeira, seu nome era Aagje Stoneset,uma virgem que
tinha proteção dos demais e que ao verem que tais homens eram
confiáveis – pois não a tocaram – seguiram o longo percurso.
Assim no caminho de volta, todos seguros sob a proteção dos
demais, Octávios parecia estar introspectivo a observar
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silenciosamente o visor de sua pulseira o que incomodava Roberts por
temer que começassem a desconfiar. Enquanto isso o bispo relatava
tudo que estava ocorrendo e esperava que Násser tivesse entregado o
recado.
Foi quando Octavios se aproximou de Roberts calmamente
lado a lado com seus cavalos quando este estava próximo dos demais.
- Vejo que tens observado certa jovem - disse ele.
Porém Roberts cerrou a visão e fechou o semblante dizendo.
- Me perdoe, mas desde quando isso passa a ser de sua conta? -
respondeu enfaticamente - por acaso ela tem compromisso com um de
vocês ou a ti ela ama?
- De forma alguma. - disse Octavios - mesmo que estes tempos
não sejam tão selvagens, compreendo sua visão, muitos dentre estes
costumam viver a lançar olhares maliciosos onde você lança os seus
apenas a lhe julgar e executar falsos juízos. Definitivamente não tem
muito que fazerem de produtivo por este mundo, como muitos de nós a
não ser copular e limitar a existência de muitos ao mesmo. Mas
acredite, existe sentimentos legítimos.
- Acredite, o que uns chamam por amor prefiro chamar de dor,
se você diz saber de mim, pelo jeito mais que eu mesmo, deve saber,
amor não reside no repetir do erro e da mera dor, amor não é suicídio
sentimental. - disse John Roberts.
- Amor não é uma palavra John, mas concausa de plena
bondade, são mais que palavras e poemas resultantes, mas atitudes
correspondentes. Amar é entregar um pedacinho de algo somente seu
para alguém que de fato é digno de tal por valoriza-lo, entregar com
exclusividade apenas para quem ama, e esta não deixar ninguém tirar
retribuindo de igual modo. Não existe "amor" solitário e unilateral de
eterno e vão sacrifício platônico, este é amor tolo, dos masoquistas. -
disse Octavios - Portanto esqueça os que disso muito falam, pois pouco
dizem se não o contrário na prática, pois não se pode tanto explicar,
mas no certo apenas o vulgarizam. Amor ninguém pode tocar ou
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apenas provocar ferimentos, se o faz então não o é. Amor não é um
rótulo de mercadoria popular onde simplesmente se coloca preços
muitas vezes irregulares e desproporcionais.
- Como dizem, seria como voar sem asas, ou talvez suas
próprias asas. É o encontro único de unificação de dois no espiritual,
simbiose da alma. Sublime status? - disse John Roberts.
- Chame do que quiser, o nome pouco importa - disse Octavios
- mas é algo muito mais raro e por isso valioso, do que muitos dizem.
Amor é um lugar onde ninguém pode tocar, só seu e de quem ama, não
diga a ninguém. Mas certamente quando digo que você tem muito mais
haver com ela do que pensa, acredite, mesmo que não seja um mero
cupido. Você não tem somente de protege-la John, mas não entregarei
detalhes, pois a beleza nisso está na descoberta, sentimentos
verdadeiros não podem ser meramente induzidos como num apertar de
botões, pois não é um mero jogo, talvez você descubra quando chegar
o momento. - completou Octavios.
- E como você sabe disso? - perguntou John Roberts
- Porque este sentimento quando verdadeiro não é somente
nobre, mas rompe o tempo. - respondeu John Octavios.
Quando chegaram a noite no local onde morava Osmar
receberam, porém uma notícia ruim. Násser teria sido morto durante
um ataque de autoria ainda duvidosa a um acampamento. O que os
deixavam preocupados é que não muito longe da terra Santa rumava
um pequeno exército em direção à mesma, porém Osmar, dizia não ser
seus homens, mas sim Hashishin. John Roberts virou-se a perguntar
sigilosamente a Octavios se aquilo seria normal, pois não se lembrava
de tal nos livros de história. Porém, desconhecia tal, mesmo que nada
na mesma terra santa o saberia.
- Temos de impedir isso. Poderá manchar a imagem dos
mulçumanos por séculos – disse Osmas – Vamos encontrar estes
homens, seja quem forem, defender nossa honra mesmo que este
pequeno exército nosso.
- Nós não temos nenhum plano - disse Heidrun Adail.
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- Mas temos um objetivo e motivo. – respondeu Osmar –
partiremos logo, descansem enquanto preparemos nossos soldados,
ficaram alguns aqui a proteger a família de Xenomedes.
Do Combate Secreto
Quando lá fora o um silêncio fúnebre se alastrava pela escuridão
apenas cortada pelo nem tão silencioso vento que fazia as penas do
Falcão de Osmar ficarem a esvoaçar gloriosamente, Roberts observa da
pequena abertura que dava ao exterior onde também repousava o
Falcão. Não se poderia ver muita coisa se não as luzes das estrelas no
horizonte a brilharem com uma intensidade tão magnífica que se
tornava possível ver os contornos dos braços de nossa galáxia como se
fossem nuvens brilhosas do mais alto quilate. Roberts pensava do qual
aquela imensidão não somente se limitava aquela galáxia tão pouco,
mas muito além. Porém, quando apenas ouvia a silenciosa sinfonia das
estrelas a cintilar oscilantes no céu um ruído repentino ocorreu abaixo
dos aposentos onde estava Aagje Stoneset e os demais. Roberts desceu
correndo as curtas escadas circulares naquela pequena fortaleza
incrustada nas rochas até ver um vulto de um homem correr sorrateiro
por seus estreitos corredores. Roberts chegou a porta e viu Aagje
chorando assustada e então seguiu a sombra misteriosa até um ponto
onde não havia saída para ele poder, após de sacar a faca, ver que era
Saliba Tânuz. Ele se virou com um sorriso seco no rosto e investiu
sobre Robert com uma faca curvada a fim de perfura-lhe sua barriga,
mas Roberts desviou-se puxando seu braço adiante se utilizando sua
própria investida até cair sobre alguns jarros de água e azeite que lá
estavam. Porém, ele não desistiu e levantou-se atacando-o desta vez
por cima com as duas mãos juntas a segurar a faca sobre seu peito,
mas Roberts o segurou com a faca apenas alguns centímetros sobre tal
enquanto seu rosto contorcia a expressão de raiva. Porém quando a
faca quase perfurava seu peito, vários homens surgiram no local
empunhando espadas a ameaça-lo. Saliba Tânuz, parou e abaixo a faca,
porém com a mesma expressão de sadismo, proferiu algumas palavras
intraduzíveis em árabe e cravou a faca em si próprio, na barriga o
fazendo cair no chão de joelhos, quando ele viu seus olhos ficarem
- 53 -
vermelhos e sua sombra se contorcer como se algo saísse dele e num
grito sufocado caiu curvado no chão, quando o Bispo Alexis Anor
Zanini surgiu a observar a cena, certamente uma possessão. Retirou,
então, o crucifixo do bolso sobre o homem a proferir palavras de latim,
mas antes que acabasse tal estava sem um suspiro de vida.
Porém, antes de qualquer coisa Roberts correu ao quarto onde
estava Aagje Stoneset e agora se encontrava com seus pais ao seu lado
enquanto ela curvada abraçando suas pernas dobradas chorava
silenciosa. Roberts se abaixou e perguntou o que o homem tinha feito,
mas ela respondeu que a tentou esfaqueá-la, mas que acordara instantes
antes. John Roberts pegou em sua mão e disse-lhe palavras de conforto
e de que estavam seguros. A jovem o olhou nos olhos e lhe agradeceu
assim como teve o consentimento respeitoso de seus pais ao acenar
com a cabeça.
- Graças a Deus, estava acordado - disse à senhora -
provavelmente seu amigo Otávio Ramos sabe quem escolhe como
aliado e defensor.
Xenomedes se aproximou agora recuperado, e Heidrun Adail
após colocar-lhe uma das mãos sobre os ombros disse-lhe para zelar
por eles enquanto estaria longe, ele respondeu que sabia manejar a
espada e machados assim como muitos dos demais, não bastando à
guarda montada na pequena fortaleza. Heidrun Adail, então acenou e
retirou-se quando viu Octavios próximo à porta do local olhando para
ele. Octavios então o seguiu e disse que Heidrun Adail deveria ficar
naquela linha temporal não somente porque não mais poderia retornar
sem transtornar o tempo dele, que para assegurar-se de que os Stoneset
ficariam protegidos.
Já surgiam os primeiros raios solares que parecia denunciar o
combate diário da noite contra o dia, onde as poucas estrelas persistiam
a serem obscurecidas pelo sol escaldante que irradiava pelas areias
quentes do deserto. Mais o frio da noite ainda persistia e era neste
momento que Roberts viu quase secretamente Osmar Olavo no topo da
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colina que era como o terraço de sua fortaleza secreta a estar de joelhos
sobre um pequeno tapete a descer seu rosto sobre este respirando o pó
da terra numa oração a Alá.
Antes que fosse dizer algo, ele preferiu apenas a contemplar a
cena silencioso como o amanhecer, mas ao acabar este se virou a ele
perguntou se os homens já estavam prontos, Roberts apenas acenou
com a cabeça e então Osmar dobrou seu pequeno tapete depois de
limpa-lo e guardo-o carinhosamente enquanto eles descendo viram os
demais fazerem a mesma coisa. Osmar veio até o falcão que parecendo
o reconhecer como num salto de felicidade foi até seu pulso já
protegido pela luva de couro, e assim juntou-se aos demais homens em
formação lá fora já visíveis da janela onde estava o Falcão. Foi quando
Otávios surgiu junto a um homem e lhe mostrou uma armadura a
Roberts dizendo-o: veste e certamente resistirá!
Foi longe o percurso e árduo seu seguir, Sahar parecia estar
visivelmente entristecido pela perda de Násser, mas não menos que
com seu desejo de vingança por tal. Não obstante, sentia-se traído por
aquela escória que viviam de trazer desgraças e destruir vidas. Osmar,
seguia com seu standard à frente e logo atrás Otávio Ramos e Heidrun
Adail sucedido por sua vez por Bispo Alexis Anor Zanini apenas como
observador a dar apoio espiritual a Otávios e Sahar ao seu lado, rumo a
um combate não descrito em qualquer livro conhecido ao povo.
Porém ao longe uma pequena mancha avermelhada parecia se
mover e tomar forma pouco a pouco contra o sol que agora nem mais
encima estava, mas já se dirigiam próximos aos montes do deserto.
Aqueles que se tornavam como pontos, similares a formigas eram
numerosos, um tanto quanto os que eram do pequeno exército de
Osmar e seguido por fumaça que pareciam preceder incêndios e
assassinatos foram sucedidos pouco a pouco por pequenos gritos ao
longe ao verem o mesmo se aproximar. Osmar então parou e
levantando sua mão esquerda acenou aos seus homens que silenciosos
apenas viam suas pequenas bandeiras tremular com o vento que
soprava a favor e aliviar aquele calor. Quando do outro lado um
homem fez movimento similar e se aproximou num suposto dialogo.
Vindo seguido de mais dois homens galopando em seus cavalos
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velozes disse-lhe ao chegar numa demonstração de destreza com seu
garanhão. Era Abbas Hartmut e Amir Mahafara junto a um árabe
provavelmente Hashishin, quando apontando para o alto disse-lhe
Amir a Sahar:
- Daremos a ti Sahar uma chance de retornar ao ventre de sua
ordem, antes que o vento mude. Não terás o mesmo posto, não terás a
mesma posição. - disse-lhe com grande soberba - matemos Heidrun
Adail para comemorar e este exército que nos siga ou morra.
- Traidores! - respondeu Sahar com firme repúdio - Não fui em
quem traí ordem algum - mas vocês tomaram a dianteira contra todos,
somente porque muitos vos seguem os seguirei? Mataram os poucos
que eram de espírito nobre, mataram Násser, e ousam me falar?
Porém naquele instante mesmo vendo se tratar de algo pessoa,
o exército aliado era de Osmar que vendo-se diante daquilo proferiu
tais palavras:
- Este homem que vos acusam é cavalheiro e não apenas por
título, tal como Heidrun Adail que perseguem por puro rancor assim
como seu mestre Otávios Ramos. Vocês se aliaram a traidores de nosso
povo, que nos traíram em nosso âmago e nos vem com estas palavras
mentirosas? Temos aqui um representante de vossa Santa Sé e nós de
nosso Maomé, neste acordo contra o acordo de vocês.
Rindo então com claro desdém de respeito para com eles por se
acharem em vantagem numérica disse Abbas:
- Então saiam de nosso caminho ou vos atropelaremos como a
gazela do campo e a donzela com seu sentimento frívolo.
Em meio à discussão o silêncio se fez quando a voz de Heidrun
Adail se levantou dizendo.
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- Quem são a julgar os sentimentos e coração duma mulher ou
de um nobre homem por meros títulos? Ou talvez dum homem que
tenha feito mais em pouco tempo do que vocês com todas as suas
ostentações de rotulo e demonstrações de vilania e injustiça? Vivem
balbuciando a desonrar homens honrados por querer oferecer o que lhe
é próprio enquanto vocês vagam como a doença do campo a dizimar
centenas e devora-las pelo coração! Bárbaros, não nos contaminaram
com seu rancor!
Então um pequeno coro se fez entre os soldados de Osmar
quase como num grito de guerra, quando este sentindo-se desprotegido
e assim que nada era seus homens cuspiram ao chão com rancor e
recuaram não sem antes dizer Amir Mahafara: "Passaremos aqui,
pedras entre a terra santa! Quem não é dos nossos nos é inferior!"
Os homens se misturam a multidão dos seus, quando gritos
irromperam e flechas sobre veio fazendo apenas estes levantarem seus
escudos a se protegerem. Uma atingiu diretamente a armadura de
Roberts, mas em vão, fazendo Osmar em seguida apenas apontar-lhe a
espada alto e gritar "atacar" após a primeira leva de flechas. Seu Falcão
decolou e sumiu pelos céus, mas sabiamente mais alto que as flechas
atingiam enquanto o Bispo Alexis recuava até uma colina a observar,
não era papel com tais votos daqueles se envolver em derramamentos
de sangue.
Os homens se aproximaram como se fossem carros na contra-
mão em rota de colisão, fazendo apenas entre os gritos sons de ferro
das espadas a baterem uma nas outras enquanto o sol se esvairia
fazendo deles silhuetas ensangüentadas a jorrarem sangue. Abbas
matando um a um ferozmente inclusive os que até mesmo no chão
estavam inúteis, incluindo os seus, tendo seu rosto coberto de sangue
como um animal, uma espécie de vampiro quando contemplou Roberts
seus olhos cerraram como de um cão feroz que se dirigiu a ele com
toda força como se fosse uma folha de papel a ser cortada, mas
defendido prontamente por um golpe de espada dele e assim suculento
diversos golpes entre tantos outros. Porém, quando pouco-a-pouco
vencia o confronto Amir Mahafara surgiu por trás covardemente a lhe
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aplicar um golpe que entrou entre as ligas de sua armadura, mas ao ver
isso Sahar como quem surgindo do nada lhe desferiu um golpe certeiro
sobre a cabeça apenas dando tempo de Roberts olha-lo em
agradecimento e seguiu em meio a multidão. Otávios se aproximou
com sinal claro de querer protege-lo por temer por sua vida, porém
grande era o combate e feroz o ataque quando Abbas ainda persistia
após fugir da derrota eminente por combate de Roberts apenas
surgindo novamente no momento oportuno por já demonstrar claro
cansaço o desferindo uma espada no peito que não foi pior porque
Otávio o atingiu na dobra da armadura atravessando seu peito e o
matando.
Porém, quando este olhava por Roberts caído ao chão e vendo
que já poucos homens restavam de pé a lutar Abbas num último golpe
o atingiu no pulso exatamente onde estava sua pulseira fazendo gerar
uma pequena onda de impacto no local chamando atenção dos demais.
Otávios olhou para Roberts nervosamente antes que algo dissesse e
simplesmente desapareceu diante dos olhos inclusive de Abbas que
morreu agora assombrado pela dúvida.
Nisso um homem enorme com um machado surgiu
simplesmente aniquilando diversos dos hashinshin ali presentes,
gritando ferozmente limpou o caminho como um touro arrastando suas
presas numa tourada mesmo que ferido por duas flechadas e em
seguida caiu.
Tudo escureceu, Roberts abriu os olhos e contemplou
novamente o céu ainda claro e o Falcão a sobrevoa-lo quando tentou
levantar-se apoiando-se na espada e viu Sahar morto ao chão nem sabia
como, ele ficara desacordado e vivo por pura sorte quando ao olhar ao
horizonte viram diversos hashinshin que sobreviveram correr
montando os cavalos completamente ensangüentados, mas de repente
se viu cara a cara com um destes que sem espada ao vê-lo sacou uma
faca, mas na hora que fora investir contra Osmar que surgia cansado,
mas triunfante surgiu ao céu antes que Roberts investisse contra o
homem perverso seu falcão num ataque certeiro no rosto do homem
que lhe atingiu a faca na ave, mas antes que algo mais ocorresse
recebeu um golpe fatal de Roberts.
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A ave caída no chão, foi pega gentilmente por Osmar que com
carinho a protegeu num pedaço de seda a enrolado e estancando a
ferida e disse a Roberts.
- Obrigado meu jovem.
- Agradeça a ave, pois boas personalidades transcende o
humano. - completou Roberts.
Os poucos homens que restavam mal tinha forças a gritar sua
vitória, mas ainda assim caminhavam aliviados por terem sobrevivido
entre tantos corpos. Apenas cerca de uma dezena viveram para
servirem de testemunho ao evento ali descrito, dos quais os poucos que
fugiram não se havia garantias de sobreviver uma vez que não tinham
água. Porém quando Osmar perguntara a Roberts onde jazia Otávios,
uma luz já no inicio da noite iluminou o local com vinda do céu. Mas
não como algo doloroso ou fatigante lhes trouxeram felicitações onde
do alto da colina parecia obscurer a vista dos demais. Sua intensiva de
tons amarelos apenas traziam a estes homens cansados um renovo de fé
mediante o milagre que praticamente ali ocorrera enquanto Alexis
descia a colina oposta a contemplar o mesmo enquanto fazia o sinal da
cruz. Pouco-a-pouco sua forma parecia a se tornar semelhante à de um
homem, mas cujas luzes lhes formavam suas asas que eram mais de
duas. Assim tão logo, não somente Alexis como os demais se
ajoelharam e ao pó reconheceram a miséria que eles sobreviveram
como se tal os tivessem lhe prestado algum auxílio. Osmar, não mais
sabia dizer qual era sua fé, mas certamente como um cristão realizou o
mesmo ato do Bispo reconhecendo-se como tal.
Porém como se algo vos falassem por pensamento sobre o que
naquele lugar ocorreu seguro estiveram de que o mal não atingira seu
objetivo e de que muito provavelmente não poderiam contar das
façanhas ali ocorridas se não ostentar para si tal experimento como
título do qual qualquer homem pode ter sem permissão ou por simples
querer.
Desaparecendo tão rápido quanto surgiu, a luz se misturou as
estrelas desaparecendo entre o lindo céu que surgia diante deles que
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agora sem palavras seguiam a preparar seus cavalos silenciosos numa
penumbra entre a vitória e o mistério e assim seguiram noite adentro se
sentindo sujos e indignos pelo sangue de homens tão vis ali
derramados. Osmar com nobre seu falcão em sua mão percebera que
suas feridas cicatrizaram e ele agora após beber água senti-se forte
assim como os demais. Assim seguiram Heidrun Adail, Bispo Alexis
Anor Zanini, e o fiel amigo de Osmar Muhamed Aanisan tal como
Osmar Olavo e os poucos soldados que naquele dia tiveram seus status
multiplicados por uma obra do "acaso".
Vici Ad Anomia
Quando chegaram completamente sujos e feridos durante as primeiras
horas do dia seguinte, Xenomedes surgiu a contempla-los, mas todos
apenas permaneceram em silêncio, porém um olhar diferente lançou
Aagje Stoneset ao ver que Heidrun Adail sobreviveu as atrocidades dos
homens sangrentos e então a gente de Xenomedes tratou de junto aos
guardiões do lugar lhes trazer água quente e provisões para se
limparem, não havia muito a dizer realmente se não de que foi algo que
eles jamais pensaram passar.
Tão logo Aagje Stoneset cuidou de Heidrun Adail que ainda se
perguntava para onde havia parado Octavios, enquanto com um pano
úmido Aagje Stoneset lhe limpou o rosto ensangüentado como quem
na realidade limpasse a alma dolorida da lama daquela miséria no
campo de batalha. Seus olhos trocaram como palavras silenciosas de
reciproquidade do qual ninguém mais poderia ler ou escutar, foi algo
apenas deles, dos dois.
Logo, no dia seguinte aqueles homens tão civilizados a se
entregarem a tamanha violência pareciam carregar a dor do remorso da
perda de companheiros no retorno ao estado civilizado do qual alguns
pareciam esquecer no front. Perdoe-me, diziam uns aos outros por
eventuais confusões que tinham cometido entre seus amigos no
combate, mas isso agora não importava, eles haviam vencido pelo
menos por enquanto, mas era algo que não poderiam contar por algum
motivo, pelo ocorrido de diversas descobertas aqueles que não a
deveriam ter descobertos Roberts juntar-se-ia apenas a um encontro
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improvável, mas muito nobre em verdade, os homens se perguntavam
sobre como Otávio Ramos com seu pulso brilhante desapareceu diante
de seus olhos criando torções “como um vento de realidade” a sua
volta conforme suas próprias palavras, e o que viram ao fim do
combate seria um anjo? O que fosse certamente havia mudado a vida
de Osmar para sempre, além de qualquer letra ou argumento o que
viveram foi único, foi um milagre.
Uma vez vendo Roberts - para todos efeitos, Heidrun Adail - o
que eles haviam sobrevivido e presenciado, constou-se este tratado
como uma Ordem, a resguardar daqueles perniciosos cujo intento eram
matar, roubar e destruir em toda forma de desproporcionalidade a
transtornar tal verdade, se nestas mãos caíssem, mesmo que distante
em tecnologia. Roberts então revelou seus conhecimentos aqueles
confiáveis homens que com demonstrações factuais os assistiram
calados e pasmos, mas sem realizar errôneos acréscimos típico dos
ignorantes daquela época. Foram estes então a uma capela vazia e
longe dos blasfemos que o Vaticano combatia. Estes homens então
convocados mediante a importância deste trabalho sério acima de olhos
escusos e loucos por tocar em dor, sucederam cada qual com seu credo
mesmo que sinceramente Osmar e os seus mudaram secretamente sua
visão sobre o cristianismo mediante o vivenciado, foi quando Heidrun
Adail parado de pé com um pequeno papel os seis outros presentes
começou a ler um breve discurso onde deveriam assinar papéis de
responsabilidade pelo que era dito ali e de qualquer vazamento ilícito
realizado por homens vãos.
- A Ciência mundana da telúrica geocentrista apenas é uma
ínfima bolha mediante a um universo de possibilidades do Tempo do
qual devemos proteger daqueles que não conseguem se desprender dos
esteorotipos telúricos de controle e terror. - disse John Roberts - Não
devemos de modo algum utilizarmos destes conhecimentos a anular e
transtornar o tempo, em atitudes irracionais, e que desta estrela do
espaço-tempo a nos orientar a verdade em Cristo e não somente ao
norte e sul mundanos, mas sim ondulares do tempo, pois no espaço não
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existe encima ou embaixo tal como no tempo apenas antes e depois
mediante a mera perceptividade do agora.
- Que aqui se decrete Ordo Christianitas Ad Ventus do qual
todo e qualquer usurpador se anule a demonstrar a desonra e toda
torção pela injustiça perante a verdade de se glorificar pela
incapacidade de consciência mediante o quantum. Ao Oitavo que aqui
não se encontra, honras, e a linhagem Seth perseguida pela vilania da
desonra cujo intento é defender ao seu propósito futuro maior, aqueles
cujas babas proferem o rancor e ódio maquiavélico, duma
deteriorização intelectual, em seus falsos juízos de pura vergonha.
Então o Bispo Alexis Anor Zanini, interviu ao fim destas
palavras a dizer diante de Osmar Olavo, Heidrun Adail (John Roberts),
Muhamed Aanisan, Xenomedes:
- Como um propósito de proteger o conhecimento da verdade,
não ocultá-lo ou torce-lo a seu bel prazer, mas mediante os fatos
presentes tal como em Cristo. Daqueles cujos olhos cobiçosos de
rancor apenas em sua negatividade subtraí o positivo, a cobrar pelo que
não provém, a medir o incalculável, a nos constranger e limitar por
uma concepção de Deus ditador a nos atingir no pensar e em nosso
coração, não livremente a sua vontade. Corrobo Ordo Christianitas Ad
Ventus pelo Papa a honrar não somente nossa fé correta, mas nossa
liberdade em Cristo em nosso viver de livre escolher mediante nosso
pensar consciente. - Alexis Anor Zanini fez uma pausa a contemplar os
demais presentes e então prosseguiu - que aqui não se faça meras
palavras ou letras que apenas matam tal como os que as lançam como
batedoras de suas perversões, mas sentido e razão mediante os
segredos protegidos acima dos credos de nossos fieis aqui presente
com respeito a seu credo. Que todos aqui presentes digam amém.
Assim, os homens seguiram sob as luzes de velas a assinar
com uma pena sobre um papel onde relatava apenas o superficial
inexplicável para os de fora pela complexidade dos temas e suas
finalidades protetivas contra a injustiça e toda sucessão desordenada
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meramente ligada ao material. Após o término mesmo aqueles que não
preferiam a fé do cristianismo, cumprimentaram os demais que foram
exemplos do que na verdade era a fé autêntica e de grande honradez.
Após isso, cada quando trocaram algumas lembranças e
presentes feitos sob medida para lembrar deste acordo secreto mediante
tal situação onde tocariam informações mediante qualquer anomia
observada e seguiram seu caminho como se nunca tivessem se
conhecido algum dia.
Um lugar secreto para amar, onde reine o poético prosaico em
algum lugar daquele passado. Foi num destes lugares que Heidrun
Adail e Aagje Stoneset passeavam onde nenhum mal e dor alcance, um
pequeno paraíso no espaço-tempo, onde toque tais como os corações
dos amantes, foi este lugar onde rumou John Roberts e os de
Xenomedes. E agora eles caminham por belos campos como se fossem
dois sentimentos exclusivos num coração, onde apenas os próprios
podem tocar e viver. Roberts começava a escrever seus diários sobre o
que ocorrera, assim como transcrever alguns pontos sobre as janelas
temporais de falha telúrica prevista em diversos pontos do espaço-
tempo e o chamou, O Tratado do Tempo assinado como Heidrun
Adail. Alguns poucos meses se passaram desde que a sangrenta batalha
entre os sedentos insanos sucederam em seu rancor. Desde então
Roberts aprimorara seus conhecimentos e sua armadura utilizada na
batalha começou a realizar diversas modificações e experimentos
mesmo mediante a tecnologia tão rudimentar da época num pequeno e
improvisado laboratório, junto a um pequeno fragmento da pedra
deixada por Octavios. Se preparava a fugir para um local seguro junto
a jovem Aagje Stoneset em toda sua delicadeza e graciosidade onde
viveriam seguros dos vis perseguidores.
Heidrun Adail, viu Xenomedes preparando-se para um trajeto
solitário a encontrar o seu sonho literal, separando mantimentos e
preparando um cavalo bom, o melhor para a longa viagem só por
desertos e perigos quando se virou a Heidrun Adail e o cumprimentou
assim curvou-se a sua prima Aagje Stoneset e disse:
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- Vocês têm um grande homem aqui, dos quais sobreviveram
aos que tal não valorizaram, zele por ele e certamente lhe fará o
proporcional, pois muito ainda tem a criar. - e então virou-se até ele e
prosseguiu - algo me diz que você já era dos nossos, sinto-me honrado
não somente por toda semelhança, mas poder ter combatido ao seu
lado honrado homem.
- Faço minhas suas palavras se me permitir a honra de toma-las
emprestas, grande Xenomedes, que algum dia nos encontre! - terminou
Heidrun Adail.
Assim o homem seguiu a porta da casa onde a abriu em com
um grande sorriso disse.
- Certamente nos veremos. - disse ele com um sorriso
encantador de felicidade - Como amo estas viagens, espero que fique
longe dos que nos trazem dor. Adeus!
Saiu ele como quem estivesse cantarolando algo muito baixo,
quase sussurrando. Mas mesmo que a saudade já bate-se ele se
lembrou de que agora estaria distante dos loucos que apenas vos trazia
dor e poderia finalmente poder viver um pouco de verdade, então ele
olhou nos olhos da bela donzela e segurou em sua mão, pois agora
tinham um ao outro a quem confiar e todo tempo do mundo para poder
curtir um ao outro longe de rótulos e dor de homens vis e sanguinários
e ladrões que não tinham vida própria...
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Parte II
Sem Previsão
Marcapasso do Tempo
John Octavios, um homem além do tempo. Como se tivesse tido um
sonho acorda praticamente sufocado, se levanta e se vê em um beco
pobre em Nova York provavelmente no século XX. Cercado de muito
papelão e muito lixo este assustado e completamente desorientado se
levanta cambaleante como se tivesse bebido uma garrafa de cachaça
inteira, para tão logo notar que além de uma enorme dor de cabeça, sua
pulseira de Quantum está quebrada por uma lasca em seu meio
provocado por um golpe de espada. Desanimado e sem saber o que
fazer este portando roupas completamente desconformes do tempo
chama a atenção de um mendigo que ao vê-lo nestes trajes dele
debocha, mas tão logo vendo haver algo de valor naquilo Octavios
oferece seu colete de elmos ligados em troca de sua roupa, afinal seria
melhor para ele caminhar como um morador de rua do que como um
cavalheiro medieval até que se localizasse evidentemente.
Mais um surto de confusão lhe sobrevém, algo entre a amnésia
e confusão de memórias que o leva a se questionar quem é e onde está.
Ao sair na rua carros velhos passavam ruidosamente enquanto pessoas
com ternos vagavam de um lado a outro quando este vê num dos
jornais o período do tempo em que se encontra, 5 de maio 1908, New
York Times. Então repentinamente começa a chover enquanto a
poucos instantes fazia sol, mas não só, a observar a água que corria da
calha de um dos imóveis a cair completamente irregular como se
oscilasse suas seqüências de queda numa dispersão sobre as poças
completamente estranha provocando ondas desconformes e
desproporcionais.
Ele coloca a mão num dos seus bolsos e nota haver alguns
dobrões de ouro de onde veio, seja tenha sido verdade ou não, mas o
suficiente para trocar por outras roupas e comer, pois após aqui sentia
seu estomago como se tivesse vida própria a roncar. Ao entrar numa
loja de penhores ele mostra o dobrão para o homem que após vê-lo de
perto fica impressionado e em troca pede dólares, e um relógio de
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bolso com o desenho de uma rosa dos ventos, sendo atendido
imediatamente, pois o sujeito pareceu ficar particularmente
impressionado como dobrão, porém ao sair, John Octavios por acaso
esbarra numa peça de abajur antigo que caí sobre uma pilha de caixas
que caí sobre um vidro o quebrando e com o barulho distraindo um
motorista que bate com o carro no poste e em seguia os demais carros
atrás num engavetamento. Impressionado com a situação o homem
ainda tendo os dobrões em suas mãos observa como algo tão pequeno
pode ter provocado tamanha seqüência de acidentes, mas Octavios
ainda confuso saí enquanto a pensar consigo mesmo sobre as
condições atípicas daquele mundo como se algo tivesse simplesmente
errado com o se poderia chamar de marcapasso do tempo onde os
extremos da imprevisibilidade tanto quando oposto sempre liga-se ao
erro e negativismo expostos nas seqüências de grande
desproporcionalidade contra a lei de equilíbrio universal. Porém, não
sabendo se tal é provocado por sua presença vai até outro lugar a
comprar roupas melhores e típicas do período e em seguida a um
restaurante onde finalmente come, quando vê um homem passar com
uma revista mostrando na capa a foto de um homem com braços
cruzados tendo um outro a seu fundo com um sorriso no rosto, que
estranhamente lhe era familiar sob o seguinte título: Andy Wellignton
é Deus? Saiba tudo sobre como este homem ficou rico com suas idéias
e histórias geniais!
Rapidamente Octavios tem um insight sobre aquele homem
que já havia visto antes mas não se lembra onde, mas que certamente
por tamanha imprevisibilidade certamente estava longe de ser um
Deus. Assim ele se levanta e corre até um jornaleiro onde compra um
exemplar da revista e abre desfolhando nervosamente quando a revista
simplesmente rasga do nada em suas mãos fazendo-se desmantelar-se,
mas ao ver um papel desta onde diz que numa entrevista parecia
falando sobre ilusões e a realidade e de que sua criação era a melhor
"um debate filosófico com Andy" dizia o título. Mais abaixo tal falava
tarde de autógrafos com o glorioso Andy na Brodway e seu novo
projeto 'Procurando o Jardim Secreto' um thriller pós-apocalíptico
emocionante!
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John Octavios parece paralisado com aquilo tudo aquela
situação presa a um agora sem previsão das conseqüências futuras a
médio e longo prazo onde numa reportagem aparecia até mesmo
falando sobre meteorologias perplexos com uma atípica condição
climática de extremos e imprevisíveis “só podemos falar do agora”
dizia o papel.
Seu rosto olhando ao vazio emergiu em suas memórias
embaralhadas como cartas num poker a lembrar quem era o homem,
quando um insight mais completo lhe veio sobre este certo Andy, este
era um jovem que havia se perdido supostamente no tempo junto a
outros após oito num acidente quando se realizava os primeiros
experimentos temporais do futuro, a mudança atípica na linha do
tempo num contra destino de anomia conforme antes debatido por
Teogoras determinava que falecimentos irracionais estão a determinar
ecos e interferências temporais mediante as residuais quânticas do
consciente, no que ele preferiria chamar de “fantasmas metafísicos”,
mas tal parecia até mesmo ter excedido tal por romper a linha do tempo
comum. Mas como ele foi parar lá sem que soubessem ou fossem
registrados pela história conhecida dele ou da T.E.M.P.U.S? As
propostas de mundos paralelos não correspondiam às expectativas da
T.E.M.P.U.S., por isso Octavios se recusava ter parado num mundo
onde este homem se tornou famoso as custas dele. Ele parecia ter
adquirido conhecimentos inclusive após a própria formulação da
T.E.M.P.U.S. e estava alterando a linha temporal a seu bel prazer
utilizando numa outra linha temporal, tais conhecimentos que não
poderiam ser utilizadas de seus autores tal como da CEET do qual
Octavios fazia parte e algum tempo procurava estas pessoas.
Obviamente John sem nem pestanejar se dirigiu ao local onde o
homem estaria.
Ao chegar lá após passar por placas onde falava de uma
apresentação de um certo Nikola Tesla, aplausos e aplausos onde Andy
surgiu ligeiramente ruborizado com tanto esplendor das informações
que não lhe pertenciam enquanto carregando um copo de Wiski e
vestindo um smoke ao se lado uma mulher estranha - particularmente
Octavios tinha dúvidas se era mulher - estendeu as mãos e depois
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colocou seu braço direito sobre o peito se abaixando como
agradecimento aos aplausos e imediatamente um jovem com uma
revista gritou em meio a flashs de fotos: "Você é o melhor!"
- Grato! Vocês devem se perguntar sobre toda beleza de minha
obra e genialidade - disse Andy enquanto mulheres lindas vestindo
plumas e fumando cigarros cumpridos e finos paravam ao seu lado. -
Mas o meu novo projeto tratará de dois viajantes no tempo, um homem
chamado Gustavo e John Fiennes que vêm de um futuro próximo! - ele
é interrompido pelos aplausos quando de repente em meio a multidão
vê Octavios olhando firmemente para ele e de repente se assusta
deixando a pergunta feita por um repórter sem ser respondida, quando
ele finalmente se localiza e diz:
- O filme tratará de um personagem chamado Gustavo que se
torna muito mal e rouba conhecimentos do Tempo! Sim, tudo que
vivemos é uma ilusão, sim eles voltarão para o Futuro, De Volta para o
Futuro! - aplausos nervosos da platéia em delírio, quando de repente
um garçom tropeça e caí com uma bandeja cheia de bebidas.
Algo estava errado com o marcapasso do Tempo provocado
por algo poderoso que atingiu sua metafísica obviamente provocada
por torções do conhecimento aplicado de forma não somente usurpada,
mas injusta num outro tempo do qual não pertencia, Andy não havia
simplesmente feito uma descoberta sozinho ou por muito trabalho no
que pesquisou solitariamente como o co-fundador da T.E.M.P.U.S.,
Leonel Lennox que, no entanto, um de seus experimentos fugiu ao
controle.
Aquilo deixou Octavios invocado, como pode aquele homem
que nem temponauta era simplesmente roubar as informações e ainda
querer retrata-lo como se fosse o vilão? Gustavo era claramente uma
versão dele naquele mundo plagiado de Andy. Não bastando ele ainda
olhou para Octavios fazendo um semblante de quem estivesse se
vingando de algo que ele nem fizera! Porém pacientemente Octavios
esperou até o fim do discurso de ego inflamado de Andy em sua
autoglorificação para após dar dezenas de autógrafos esperar junto aos
- 68 -
fãs sua oportunidade de lhe dirigir a palavra. Mas quando chegou a vez
dele Andy ao lado da mulher estranha demonstrou tamanho desdém
como se nem o conhecesse apenas dizendo para sair logo após receber
uma foto com ele e a mulher autografado, mas antes que saísse John
Octavios disse.
- Você não pertence a essa linha do tempo e está usando algo
que não é seu, não foi você quem criou ou escreveu! – disse Octavios.
- Ora, ora, temos aqui um fã enaltecido. – disse Andy – Não
leve tão a sério estas histórias de ficção científica meu caro!
- Mas como raios você sabe quem sou se nunca lhe vi
pessoalmente? – disse Octavios – quer que comece a falar sobre quem
é você aqui?
Diante disso Andy ficou completamente sem jeito e olhando
para os lados apenas sussurrou:
- Espere acabar isso que converso com você, mas, por favor
sem alarde! – disse Andy agora sorrindo para poder disfarçar suas
mascaras diante de todos.
A Chuva parou tão repentinamente quanto começou. Agora,
essa era a palavra a determinar unicamente o que todos naquele lugar
viviam naquele lugar, certamente se seu medidor quântico funcionasse
determinaria flutuações quânticas tão grandes que varariam as escalas
isso se até mesmo não provocassem mudanças na elasticidade do
tempo o tornando por vezes mais rápido ou mais lento, imperceptível
obviamente aos relógios comuns, mas percebidos apenas sutilmente a
consciências mais apuradas. Não bastando tais oscilações como um
pendulo aumentava enormemente o nível da caótica ao negativismo
residual, onde sua aceleração mesmo que não detectável a qualquer
relógio estagnaria gradualmente aquela realidade de forma similar ao
homo nulus em sua busca perpetua contra a verdade numa incessante
busca pela anulação de vidas a uma redundância existencial. Assim,
Octavios ficou parado na saída de trás do auditório à espera de Andy
para poder lhe dirigir a palavra enquanto encarava um cartaz sobre as
proezas das descobertas de Nikola Tesla. Este notável homem que por
- 69 -
si só foi alvo de sabotagens que buscaram o anular por sua vida,
haviam feito descobertas – algumas das quais secretas – muito
aproveitáveis a T.E.M.P.U.S. num futuro distante, mesmo que sua
posição de constante perseguição o obrigou a sobreviver em união
aqueles que na prática não gostavam muito de seus inventos, mas
muito provavelmente seria útil a Octavios para tentar sair daquela linha
temporal “atípica”, isto é se aquele louco não o resolvesse mata-lo
antes. Foi quando a porta de abriu e saiu Andy e a estranha mulher com
ele, que ao demonstrar um fiapo de consciência deu um sorriso sem
graça mediante a situação em que colocara Octavios.
- Você veio de 2052 após um experimento de um certo Lennox
dar errado – disse Octavios – mas como você veio aqui parar? E
descobriu todas estas coisas que apenas ocorreriam no futuro?
- Ai cara, tudo que sei é que de repente acordei neste lugar me
lembrando não somente de meu futuro, mas do seu. – disse ele – tinha
que sobreviver não mendigar e apenas resolvi utilizar estes
conhecimentos para poder melhorar minha condição.
- Estas histórias não são suas! Não foi você quem criou, mas
pelo que parece você não somente sobreviveu como superou suas
expectativas não acha – disse Octavios apontando para todo luxo em
que vivia e a capa da revista em suas mãos. Se você sabe sobre nós,
deve saber o que revelações do futuro ao passado pode provocar, isto
desestruturou todo este ponto do espaço-tempo. Não se trata de uma
mera previsão ou ficção cientifica e você sabe!
- O que você quer que eu faça? Vendo tudo isso como se fosse
ficção? Ninguém acredita! – disse ele.
- Não importa! Toda torção sobre a verdade provoca torções
sobre a realidade e seus transtornos sobre o tempo podem ser
incalculáveis a médio e longo prazo principalmente se for
conhecimentos do futuro, por mais que se deseje segurar um dos lados
vazará para outro, pois a injustiça conceitual sempre estará a escoar,
acho que este caos comprova que se é impossível ter controle sobre
todas as nuances e variáveis.
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Andy, porém vendo-se claramente em desvantagem moral,
estando errado mediante os fatos começou a gaguejar, pois todo seu
feito tão pouco foi por talento próprio, mas roubo e injustiça sobre
Octavios e assim recuou dizendo alto: Jesus! Quando surgiu um
homem – seu guarda-costas sacando uma arma de seu casaco sob clara
ameaça.
- Não tem jeito, você é como os ordinários das histórias que
você roubou, nada faz você perceberem o óbvio da verdade. – disse
Octavios – isso tem conseqüências queira ou não, está além do poder
de qualquer homem neste mundo, você não é Deus Andy e Jesus está
acima de sua injustiça!
Octavios sentiu-se seriamente em risco e vendo-se que não era
mais possível dialogar, pois nada poderia convencer aquele homem a
tomar uma atitude mais sensata, rapidamente seguiu até a rua
resolveria esperar um certo Nikola Tesla.
Do Outro lado do Espelho
Algumas horas após o show de horrores e injustiça promovido por
Andy Wellington, Octavios solitário e amargurado finalmente viram
Tesla subir ao palco após um equipamento seu ser ligando emitindo
raios para todos os lados. Sua fama de excêntrico e anti-social – tinha
traumas de tocar pessoas – apenas exaltava um dos réves da
genialidade evidentemente um passo a frente na evolução humana,
transtornos e até mesmo casos de amnésia eventuais lhe sobreviam
com seu intenso trabalho naquele lugar. Mas John Octavios mesmo
diante de tudo aquilo esqueceu seus problemas se colocando numa
posição de fã que certamente o era, mesmo que fosse dum tempo muito
posterior ao dele. Assim o estranho Tesla entrou no local igualmente
estranhamente cativante como se fosse carente do reconhecimento
justo de seu trabalho e tamanho de sua personalidade e história
simplesmente notáveis, Octavios estava diante de um gênio verdadeiro
em fim praticamente injustiçado pela história e por invejosos.
Porém quando ele começava a exibição de um de seus
maquinários um ruído como numa explosão surgiu a explodir raios
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para todos os lados fazendo as luzes do local se apagarem e todos
saírem correndo! Em seguida o equipamento enorme caiu no chão
provocando um estrondo ainda maior e fogo que parecia se alastrar.
Foi obra de Thomas Edison, sabotagem dele! Um dos de Tesla dizia
aos berros. Mas certamente não o era, se não um eventual e evidente
crescimento do que alguns chamavam de lei de Murphy.
Porém, quando Tesla abaixando sobre si mesmo colocou as
mãos na testa Octavios se aproximou e lhe estendeu a mão a toca-lo,
porém antes mesmo que o tocasse este se levantou repentinamente a
olha-lo assustado e disse como se estivesse surpreso:
- Quem é você?
Tesla curioso com o que ocorreu acabou aceitando o convite de
Octavios a tomar um drink não muito longe dali. Mesmo que
claramente deprimido em especial com o último ocorrido sentia-se
completamente inútil como se todo seu trabalho fosse vão, mas ao
receber uma palavra de Octavios em que disse saber o que ele sentia
Tesla se tornou mais receptivo.
- Sei que às vezes parecem haver forças negativas que as são
por parecer estar constantemente a trabalhar contra nós, subtraindo do
significo de nosso viver. - disse Octavios. - Mas mesmo que às vezes
tudo possa parecer perder sentido, podemos encontra-lo sim.
- Apenas quero compartilhar com o mundo dos meus talentos e
o que posso fazer! - disse Tesla finalmente num claro desabafo - mas a
cada passo que dou em frente parece que algo nos faz recuar dois!
- Deve ser difícil para um gênio como você viver cercado de
moscas que apenas lhe infernizam, mas mesmo que eles tentem não
vão conseguir apaga-lo, pois a verdade não se apaga, no tempo fica
gravado para sempre independente das variáveis. - Disse Octavios
Neste momento Tesla ficou curioso com seu jeito peculiar de
falar e então mudando repentinamente o rumo do dialogo lhe
perguntou:
- Mas afinal o que lhe trás o senhor a mim Dr.Octavios? O que
deseja de mim?
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- Você faz serviços onde recebe dinheiro e em troca construí
equipamentos e inventos para esta gente, e mantém sigilo sobre o
assunto - disse Octavios - Não quero nada diferente disto, porém, o que
tenho a lhe oferecer pode ser muito mais valioso do que dinheiro.
- Vivemos num mundo capitalista Sr.Octavios, infelizmente
idéias não o move, mas sim dinheiro - disse Tesla.
- Mas são as idéias que fazem dinheiro meu caro jovem, e esse
é o futuro. - disse Octavios
- E você por acaso seria algum profeta? - Perguntou Tesla
ironizando-o.
- De certo modo sim - respondeu Octavios rindo baixinho -
Porém, você deve saber disso como ninguém, especialmente num
mundo se tornando tão rapidamente caótico e negativo como este.
- Então percebo que tenho aqui, também um fã que estudou
sobre mim - disse Tesla
- Mas não como extremistas que lhe são como moscas sobre
uma carniça. - Respondeu Octavios - Não obstante, já que chegamos ao
ponto receio que devamos tratar de negócios se assim o senhor aceitar
o que lhe tenho a oferecer.
John Octavios sabia que não poderia passar simplesmente
qualquer conhecimento futuro, pois assim incorreria exatamente no
mesmo erro de Andy Wellington mesmo que neste caso Tesla soubesse
guardar segredo apenas a aprimorar suas pesquisas, era um homem de
ciência. Porém mediante os estudos de Octavios sobre paradoxismo ele
sabia que não poderia simplesmente falar tudo para quando poder
voltar a T.E.M.P.U.S. anular a chegada de Andy e assim tornando
desnecessária sua chegada naquele local, logo caindo na contradição
do tempo onde por não realizar tal viagem anularia sua forma de
impedir a própria chegada de Andy o levando assim a repetição do
mesmo. Mas sabiamente Octavios sabia que ele estaria a realizar
projetos e experimentos com o que ele chamou de Raio da Morte,
mesmo que tal assim como sua máquina de ressonância que seguia os
mesmos parâmetros freqüências poderiam ser utilizados numa janela
de tempo do Triangulo das Bermudas mesmo que ele não soubesse
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quando seria. Deste modo Octavios estaria apenas antecipar Tesla em
seu conhecimento sendo na realidade ele a oferece-lo e assim ao invés
de criar um transtorno anulatório do tempo criaria um paradoxo auto-
completativo, pois curiosamente parte das pesquisas posteriores foram
feitas encima das de Tesla!
Claro, que Octavios teve muito cuidado ao saber o que contava
dizendo apenas se tratar de um projeto chamado Filadélfia que de fato
existiria alguns anos à frente - após o final da Segunda Guerra Mundial
- assim apenas criando vultos de histórias conspiratórias jamais
confirmadas ou negadas plenamente pela história, John Octavios
novamente faria parte das lendas da humanidade.
- Você sabe que minha área de especialidade é a eletrônica -
disse Tesla ao contar o que queria que fizesse aproveitando que estava
num período que tinha bons investidores nele.
- Mas também sei que, sobretudo você é um homem das
ciências e onde estiver a verdade, utilizando-se da eletrônica ou não
você tentará alcança-la! - disse Octavios de forma tentadora – mas,
sobretudo meu caro e lendário Tesla, lhe ofereço a oportunidade de dar
seguimento aos experimentos com tais conhecimentos, e os
desdobramentos deste campo podem ser utilizado de formas
impensáveis, acredite.
Tesla simplesmente sentiu-se como uma criança novamente
com a oportunidade de ter novos brinquedos em mãos para poder
contemplar as possibilidades da ciência e seu proveito para a
humanidade e contendo sua empolgação - afinal não queria dar tanto
na pinta - disse apenas onde conseguiria tais itens necessários para tal.
- Talvez precise de um sino e fazer uma visita ao Vaticano -
disse Octavios colocando as mãos sob queixo - afinal não sei se seria
interessante fazer um cruzeiro a uma estação baleeira abandonada no
Alasca.
Telsa perplexo e curioso mesmo que desajeitado estendeu sua
mão com seus tiques de quem temia tocar uma pessoa, mas mesmo
assim apertou sua mão com um sorriso no rosto olhando com ar de
curiosidade para seus olhos selando uma amizade e parceria jamais
descrita. As amizades são trocas, disse Octavios consigo mesmo, não
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vias de mão única e tenho certeza que os bons sempre tem algo de
muito bom a oferecer uns aos outros. Porém como garantia Octavios
lhe fez esboços de cálculos que ele ainda iria descobrir para seu Raio
de Morte como pagamento adiantado.
- Que o que tratamos aqui neste tempo permaneça entre nós, e
apenas nós. - disse Octavios.
A linguagem de Octavios deixava Tesla desconcertado, afinal
porque falava tanto em tempo e variáveis, porém tão logo quando saiu
ao ver um bueiro ter sua tampa jogada para fora com o passar de um
calhambeque sobre a direção deles entendeu o porque do significado, o
carro perdeu o controle e bateu num outro e a tapa rolando salto pela
vitrine de uma loja destruindo o vidro e os manequins, mas quando
Tesla deu um passo em frente tropeçou sendo apenas impedido de cair
de cara no chão por Octavios.
- Devemos ter cuidado com "acidentes" - disse ele limpando o
terno de Tesla que ficou completamente desajeitado diante de tal ato.
Foi quando um sino tocou na cidade chamando a atenção deles, era de
uma catedral de lá próxima, mas o som simplesmente silenciou-se
sendo sucedido por um ruído de impacto do sino no chão.
- Então Newton descobre a gravidade - disse Octavios rindo -
Acho temos nosso sino!
John Octavios e ele rumaram até o local onde um padre e o
coroinha observava o sino no chão sobre alguns bancos quebrados, por
sorte, não havia ninguém lá! Foi então que Octavios retirou mais um
dobrão de seu bolso e ofereceu ao homem dizendo.
- Aos bons tempos, sou um colecionador e desejo comprar esta
sucata. - disse Octavios, obviamente para desvalorizar o que queria
adquirir,e que certamente rapidamente vai ganhar valor imensurável,
até mais do que pensa.
- Notou como tudo parece andar despencado ultimamente? -
perguntou Tesla curioso após encontrar um de seus assistentes. - Deixe
que meus assistentes se encarregam de levar o sino para meus
laboratórios mesmo que não compreenda o porque.
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- Apenas siga as instruções tal como seus assistentes as suas
que certamente você vai ter entendimento posterior, e não se
arrependerá, garanto. - disse Octavios - Porém, agora tenho que fazer
uma viagem, mas preciso de alguém a me acompanhar.
Porém, quando um dos jovens foi dado a seguir Octavios, este
notou que um dos homens de Andy Wellignton os vigiavam o levando
a relatar sobre o caso para Tesla mesmo que de modo apenas
superficial, dizendo que tal nada mais era que um usurpador pronto a
sabotar seus esforços e por isso deveria ser impedido.
Moscas do Tempo
Roma, Vaticano. John Octavios após desembarcar na Itália seguiu sem
demora até a Santa sé junto com o assistente de Nikola Tesla chamado
Anthony e após chegarem até a biblioteca onde haviam relíquias
diversas abertas apenas parcialmente a visitação Octavios, porém
indentificou-se e falou que procurava por arquivos relacionados a um
certo Heidrun Adail e um delegado e bispo da Santa Inquisição dos
tempos medievais chamado Alexis Anor Zanini, o jovem que atendia
portando trajes típicos dos frades se retirou a falar com um padre que
mais ao fundo se encontrava e este imediatamente olhou para Octavios
e o jovem que o acompanha como se tivesse surpreendido pelo fato.
Este se dirigiu a ele e rapidamente lhe perguntou seu nome.
- Sou John Octavios, vim de longe a pesquisar tais arquivos
que sei que estão indisponíveis ao público. - respondeu ele.
- Mas como o senhor ficou sabendo deste livro, Sr.Octavios? -
respondeu o homem.
- Foi você quem disse ser livro meu caro, não eu. - respondeu
ele em tom de sarcasmo e continuou - Mas creio que seu nome seja
'Tractatus Ad Tempus'.
O homem praticamente arregalou os olhos de susto com tal
afirmação, porém sem exitar curvou a cabeça pedindo para aguardar
um pouco e se retirou, apenas retornando algum tempo depois com um
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manuscrito nem tão grande, mas cujos papéis claramente envelhecidos
demonstrava que sua grandeza se encontrava no tempo. Com muito
cuidado ele então colocou sobre um pequeno balcão onde o abriu
lentamente retirando o pano de proteção e disse.
- Este livro é uma relíquia muito preciosa para nós e por isso
praticamente em se encontra segredo, pois trás algumas informações
precisamente curiosas a respeito do futuro. - disse o homem -
pensávamos se tratar de um livro profético ou um apócrifo, porém é
datado de aproximadamente do século XII e faz poucas menções
bíblicas, escrito como o senhor afirmou por um certo e distinto
cavalheiro misterioso chamado Heidrun Adail e passado pelo Bispo
Alexis Anor Zanini. Não sei como o senhor conheceu a história, mas
apenas estamos lhe oferecendo tal porque no mesmo dava instruções
de apenas ser entregue a quem soubesse seu nome e procedência.
- Fico muito agradecido pelo zelo com estas informações caro
irmão. - disse Octavios - receio que não demoremos muito com este.
- Este livro é muito valioso para nós - disse o homem -
Portanto mesmo que estejamos apenas seguindo o que nele contém por
respeito ao seu autor, gostaríamos de saber como o senhor soube deste
e o que pretende com tal.
- Se não disser, não altera o pedido do mesmo, amado, portanto
receio que no momento deverá apenas contar com minha confiança e
sincero agradecimento, pois tão logo será devolvido em segurança, não
sou homem desonrado a mentir nestes negócios. - respondeu Octavios,
que após se afastar viu o frade que o havia atendido inicialmente
praticamente cochichar curioso ao pé do ouvido do homem que
entregou o livro enquanto este passava por uma fileira de antiguíssimos
livros e outras peças raras num tipo de museu sacro sob a grande
curiosidade do jovem Anthony.
No caminho para o Hotel após sigilosamente tirar uma cópia
das páginas principais deste ao atravessar a rua este seguiu até um café
próximo dali onde ao ver um caminhão descarregar antiguidades
simplesmente um sujeito caiu no chão derrubando um caixote repleto
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de peças de platina e ouro a caírem no chão diante de todos na rua.
Rapidamente os homens encarregados vieram ao local para poder
recolher novamente quando John puxava uma cadeira a sentar, mas
Anthony o puxou por pouco lhe mostrando que ela estava quebrada e
certamente iria cair. Octavios agradeceu e sentou noutra cadeira e
começou a desfolhar as páginas do valioso livro lentamente, quando o
jovem interrompeu perguntando.
- Me perdoe Dr.Octavios, mas qual a relevância deste livro
para o projeto do senhor?
- Muito mais do que você imagine, jovem Anthony. -
respondeu ele sem tirar os olhos do mesmo, quando chegou numa
sessão de páginas repletas de datas em ordem cronológica até chegar
ao ano presente, 1908. Ele então viu mais três especificações escritas
em inglês dizendo:
- Falha Telúrica de forte intensidade como janela temporal às
8:17 (am) em 15 de janeiro de 1908, local e hora das ilhas Bikini.
Local não exato, oscilante.
- Anomalia espaço-temporal resultando tempestade
eletromagnética com provável discrepância espaço-temporal as 18:43
em 25 de março de 1908 nas mediações da Flórida.
- Janela temporal de difícil alcance nas proximidades das ilhas
Bikini as 13:08 aproximadamente, 13 de junho de 1908 (estranha
imprevisibilidade caótica extremada).
- Achei! - disse Octavios apontando o dedo e fazendo Anthony
se inclinar diante do livro curiosamente - Este é o período mais
próximo!
- O que é isto Doutor? - perguntou o jovem.
- Podemos dizer que sejam prazos para que seu chefe consiga
construir o equipamento para um experimento cientifico sensacional
digamos. - respondeu Octavios quando virou mais algumas páginas a
notar outras datas aonde muitos aviões e navios iriam se perder nos
anos seguintes.
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- Uma pena que não poderemos fazer nada por estes. - acabou
pensando alto e apenas deixando o jovem ainda mais confuso.
O Jovem olhou espantando para o papel onde diversas datas se
dispunham dizendo como, 4 de março de 1918, 30 de outubro de 1954
e assim seguidamente até que ao final da década de 70 simplesmente
fica um enorme espaço com raríssimas ocorrências de datas similares
com suas respectivas descrições. Quando repentinamente um vento
forte veio sobre eles arrastando diversos guardas-sol e derrubando
placas fazendo com que Octavios recolhesse as páginas, mas não sem
uma das cópias voar fazendo Anthony correr para pega-la de volta.
Começou a chover torrencialmente então e estes correram até o hotel
que ficava a uma quadra dali.
Eles foram para o Hotel onde finalmente após um banho
Octavios sentou-se em sua cama para dormir um pouco, pois estaria
devolvendo o livro ao Vaticano no amanhecer enquanto ainda chovia
forte fazendo as gotas escorrerem pelo vidro da janela em disposições
estranhas o fazendo ir até tal e abri-la.
Rapidamente ele notou que a calha de cima fazia com que as
goteiras caíssem ao invés de retas até o chão, tal como a chuva,
simplesmente parecesse fazer zingue-zangue como se dois ventos
contrários estivessem sobre elas. Ele então fechou a janela e quando ia
pegar um copo de água que havia deixado sobre uma mesinha um raio
caiu o assustando quando levava este até a boca para somente então
notar que havia uma mosca dentro do copo a se remexer nervosamente
na tentativa de sair da água. Ao observar aqui, Octavios ficou intrigado
ao notar os estranhos movimentos e ondulações provocadas pela
mosca, mas então outro estrondo ocorreu, mas mesmo que parecendo
um raio não o era, fui no quarto do jovem Anthony o fazendo se dirigir
imediatamente para lá quando ao abrir a porta tomou uma coronhada
certeira em seu rosto sem saber quem era, mas certamente um bandido.
Então o que estava a sua volta se apagou para Octavios.
Ao abrir os olhos vendo tudo embaçado viu Anthony amarrado
e uma mulher estranha, exatamente a mesma que acompanhasse Andy
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naquele dia quando esta viu ele acordar e se dirigiu a ele e com uma
voz grossa disse:
- Você é o tão comentado por Andy porque afinal, heim - disse
à pessoa que na verdade era um homem travestido.
Ele sentou-se, mas como se fosse uma mulher com uma faca
na mão e disse.
- Me perdoe, meu nome é Lorriane, parece que você tem
algumas preciosidades para Andy - disse ela mostrando o livro que ele
havia pegado no Vaticano. - A propósito seu servente não sabe fazer
direito, essa gente quando fica nervosa não consegue de forma alguma
se expressar sexualmente. Mas fui gostosinho.
Ela então levantou e com um movimento repentino cortou a
garganta do jovem com a faca em sua mão fazendo jorrar o seu sangue
no quarto enquanto ela ria com a cena demonstrando toda sua
perversão e prazer naquilo. John Octavios completamente assustado
murmurou algo que não se compreendia, pois estava amordaçado
quando ela se aproximou dele com a faca e brincando com ela passou
por seu rosto e pescoço quando disse.
- Você está suando muito, mas até que é atraente - disse ela
apertando agora seu rosto com uma das mãos e lhe lascou um beijo,
após tirar-lhe a mordaça. - Se você se comportar prometo que não sofre
belo Octonaut. - terminou ela.
Só neste momento Octavios notou que haviam mais dois
homens no lugar, pois afinal aquela "donzela" não iria fazer nada
sozinha, mas a cena que seguiu foi simplesmente bizarra ela começou a
dançar na sua frente como se quisesse seduzi-lo quando Octavios notou
- ainda tendo suas mãos amarradas atrás da cadeira - que a madeira
desta estava cedendo quando num movimento brusco ele a quebrou se
levantando sobre ela que caiu no chão deixando a faca ir para o lado
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dele dando tempo dele a pegar repentinamente quando os homens
retiraram suas armas a aponta-lo dando tempo apenas para Octavios
saltar sobre Lorriene e colocar a faca também em seus pescoço como
ameaça e garantia de se viver.
- Vocês podem arriscar atirar em mim, e matar ela enquanto
envio estava faca em seu gogó de macho. - disse Octavios todo torto
por causa das vendas nas mãos - ou me entregar o livro e deixar-me
sair.
Lorriene rapidamente acenou que sim para os homens quando
um destes abaixo a arma e lentamente entregou o livro a John Octavios
enquanto ele rapidamente tirava as presas de seus pulsos e voltando a
faca ao pescoço de Lorriene disse para estes lhe entregar suas armas.
Rapidamente John se levantou e viu o jovem morto no chão e se retirou
rapidamente pela porta praticamente voando pelo corredor antes que
eles aparecessem. Ele precisava urgentemente encontrar Nikola Tesla!
Ainda era noite e sinceramente não sabia para onde ir. E tão
pouco tempo a polícia local estaria o procurando como suspeito de
assassinato, ele resolveu então se dirigir ao aeroporto e esperar o mais
próximo vôo que ao chegar lá descobriu que seria apenas as 6 da
manhã. Rapidamente Octavios embrulhou o livro o destinando ao local
de onde havia pegado pedindo a um dos homens da guarda do
Vaticano para entrega-lo em mãos, pois não o poderia por estar
fechado.
Ao sentar-se nos bancos do aeroporto sentiu-se mais aliviado
com a segurança local até que adormeceu após observar seu relógio de
bolso quando teve um sonho muito estranho. Como se estivesse no
futuro Octavios aparentemente havia fundado junto a outros um centro
de pesquisas chamado Sindicato dos Filósofos, onde para sua surpresa
um jovem muito conhecido dele chamado John Roberts trabalhou num
experimento, porém chamado Gary Kane!
Assim repentinamente ele acorda após um incidente e a
constatar que já eram 6 horas e as pessoas se dirigiam ao local do
embarque. Ao entrar Octavios pensou seriamente o que seria aquilo
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uma vez que tais sonhos pareciam surgir como memórias vividas dele,
talvez graças às modificações no quantum do tempo naquele período
fazendo com que alterasse até mesmo seu nascimento assim como a do
próprio John Roberts. Ele estava sem sua pulseira de quantum assim
sua mera presença naquele tempo estava provocar oscilações temporais
claras mesmo mediante todo seu zelo e discrição, além das provocadas
por Andy de forma muito mais anômala diretamente que ele pelo uso
aberto de conhecimentos futuros que nem pertenciam a ele.
O Relojoeiro Ao chegar nos laboratórios de Nikola Tesla, ele rapidamente notou que
o local era protegido por uma cerca elétrica. Ao ser atendido, Octavios
sem saber como explicar o ocorrido lhe contou o que contou com o
jovem assistente dele. Completamente preocupado e entristecido com o
caso – afinal já não bastasse o acidente dos dias anteriores no teatro.
Deixou alguns investidores receosos afinal uma clara campanha contra
ele e os seus pareciam estar em voga plenamente, e assim além do
pesar da perda daquele talentoso rapaz e suas repercussões ainda teria
de aturar dos fatos nas mãos de homens como Andy. Porém apesar dos
problemas Octavios tinha que persistir em preparar o maquinário a
tempo para aquele período de falha espaço-temporal. Assim em
segredo Octavios retirou de sua pulseira quântica um pequeno
fragmento da pedra para utilizar no sino onde ligado a outros
equipamentos deveria produzir ondas vibratórias em freqüências que
alinhadas a falha no Triangulo das Bermudas o estabilizaria o
suficiente para transportar o barco – e ele – junto. Porém agora eles
precisavam se dirigir a um homem misterioso que trabalhava com
relógios que segundo o mesmo livro descrevia como “proporcionador
atemporal da peça restante”, uma espécie de cronômetro a regular e
medir as mudanças e variáveis temporais como uma espécie de
pulseira quântica rudimentar.
Ao chegarem ao local, relógios pequenos e grandes, de todos
tamanhos se dispunham num constante ritmo coreografado e
orquestrado como num coral de tic-tac´s. Foi quando um senhor magro
e simpático surgiu dentre eles e lhes perguntou o que desejavam,
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porém antes mesmo que respondessem este olhou ao relógio e disse
para tamparem os ouvidos, pois acabou de completar 6 horas da tarde e
todos os relógios se dispunhavam a berrar numa coreografia
embaralhada de diversos sons e 'toing´s' contínuos do qual tornava-se
impossível ouvir qualquer outra coisa. Tesla entrou em pânico e
simplesmente caiu no chão a se contorcer com os enormes ruídos a sua
hiper-sensibilidade. Quando o som parou, Octavios e o senhor tentaram
ajuda-lo a levantar e com o pedido de desculpas do próprio mediante
tal condição o homem prosseguiu.
- O senhores podem comprar relógios, mas não subornar o
tempo ao mais lento ou mais rápido, nada o segura. - Disse o homem. -
Aqui temos relógios de bolso, portáteis, e este exclusivo modelo de
pulso criado por um distinto brasileiro, chamado Santos Dumont.
- Na verdade não é isto que nos trás aqui. - disse Octavios
- Tenho conhecimentos de que você é a pessoa a nos auxiliar
num projeto que envolve além dos meros marcadores de tempo como
estes relógios, mas precisamos determinar as variáveis de oscilações. -
disse Octavios - para podermos sintonizar a freqüências com nosso
experimento.
- Percebo que sabes mais que o comum sabe. - respondeu o
homem misterioso - mas como?
- Não creio que esta seja a pergunta que importa no momento. -
respondeu Octavios enquanto Tesla ainda nervoso com os sons dos
relógios se ajeitava. - Temos gente trabalhando constantemente contra
nós criando toda forma de desproporção mediante conhecimentos
futuros de forma ilícita. O fato é que se eles prosseguirem deste modo
tolamente eles serão capazes até mesmo de destruir o trabalho de Tesla
o que não pode ocorrer de forma alguma.
- Seu nome é Octavios, correto? - disse o homem - Mas antes
que você então me pergunte como sei seu nome, respondo com suas
mesmas palavras.
Octavios ficou então sem palavras como se aquele homem
literalmente as tivesse tirado de sua boca, assim como Tesla
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completamente perplexo pra não dizer zonzo com tudo aquilo. O
homem então os orientou até um local no fundo do estabelecimento
enquanto parecia falar normalmente como se todas ocorrências até ali
fossem comuns.
- Amo este lugar, pois tenho tudo que eu preciso, não existem
perturbações nem mesmo gente importuna do qual visitas como a de
vocês não se enquadram obviamente - disse o homem - sempre é bom
receber cavalheiros gentis como vocês sempre a poder somar aos meus
conhecimentos e minha vida social, claro.
O homem obviamente não parecia estar muito acostumado a
receber visitas tanto que parecia um pouco deslocado socialmente com
o aparecimento repentino destes, mas em suas próprias palavras a
social era como andar de bicicleta, jamais se esquece.
- Existe gente louca e pervertida lá fora meus caros - disse ele -
por isso todo cuidado é pouco. - Disse ele abrindo um pequeno sistema
de segurança muito incomum naquele período de tempo onde este
utilizava de um relógio como senha para abrir algo similar a um cofre.
Até que lá dentro este entre alguns objetos de antiguidade como
relógios de água, areia e outros trouxeram até ele uma caixa onde tirou
um objeto circular e o ligou emitindo pequenas luzes e disse:
- Parece que este objeto lhe esperava Octavios - disse ele
revelando alguns desenhos interessantes como um "oito" disposto no
centro de um cronômetro dentro de outro cujos ponteiros pareciam
funcionar em velocidades diferentes, fazendo números de três dígitos
girarem a demonstrar constantemente variações. - Mas não o entregue
em mãos erradas, pois os danos serão piores, a fonte de injustiça desta
gente cujas resultantes sabemos está em condições de vida patéticas
como a de muitos, mesmo mediante grandes feitos, existe anomia
desproporcional maior que isto? Cuidado com estes, pois os que muito
cobram são os que menos tem de bom a oferecer. Porém, este aqui
apenas determina as resultantes de padrões caóticos simétricos de fonte
temporal.
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O homem simplesmente deu tal nas mãos de Octavios sem
nada mais dizer com um sorriso amigável no rosto, o homem calvo
pegou então uma muleta se seguiu andando como quem estivesse
cansado quando Octavios interrompeu dizendo:
- O senhor não me pedirá nada em troca?
- Não seria errado se eu até mesmo fosse um mercenário -
disse o homem - porém, não fiz tal objeto não derramei uma gota de
suor e sacrifício se quer para tal, esse aparelho é teu, sou apenas seu
guardião.
- Mas para completar, o interferir do consciente humano no
quântico como variável das constantes deve ser determinado em sua
intensidade de alcance tanto espaço quanto temporalmente.
Ao sair após despedir-se do estranho relojoeiro John Octavios
percebe que havia começado a nevar fortemente sobre Nova York,
rapidamente formando quantidade de montes desproporcionais nas ruas
quando observa um floco de neve pousar sobre seu braço esquerdo e o
pega. Octavios pergunta se Tesla tem um microscópio em seu
laboratório e responde que sim mesmo que curioso com o porque e
assim estes seguem até o objeto onde Octavios após pegar um bocado
de neve o dispõe neste microscópio a observa-los quando nota que
todos apresentam formações fractais completamente desconformes e
falhas sem qualquer indicio de simétrico regular, quando finalmente
sem conter-se Tesla pergunta.
- Porque você está verificando isto?
- Observe você e descobrirá. - respondeu Octavios e em
seguida Tesla se inclinou sobre o microscópio e vendo as formações se
levantou surpreso ao dizer.
- Parece fugir aos padrões normais do simétrico comum - disse
- mas porque?
- Aqui temos a resposta para os problemas das imprevisíveis
que temos enfrentado, o erro. Conforme o livro 'Cronologos' os
- 85 -
elementos simétricos são fundamentais tanto em resultante quanto
formação para o universo em seu nível de caótica previsível e
imprevisível. Os extremos da imprevisibilidade ocorrem pela ausência
de proporção equivalente de forças re-ativas responsáveis por imagens
simétricas em suas formações como signo da previsibilidade mediante
a intensidade de sua simetrização.
- Fascinante - Respondeu Tesla - não conheço este livro.
- Creio que não - disse Octavios, afinal não poderia dizer-lhe
que apenas seria escrito muitas décadas depois. - A questão é que a
fonte de desequilíbrio aqui parece ser proporcionada por uma
desestruturação do Tempo resultando conflitos nas demais forças
interagentes. Creio que pela propagação de conhecimentos antes de
serem descobertos naturalmente em sua linha temporal de origem. Isso
atingiu o Tempo como um soco e cada pulsação de imprevisibilidade
seria como compulsões do Tempo, ondulações repulsivas.
- Mas você então afirma que simplesmente deveria estar morto,
pois vi algo muitos anos atrás para poder me salvar de morrer preso de
baixo dágua assim como tenho certeza de ter visto um flash seu a
antecipar-me ante de ti. - questionou Tesla.
- Muito diferente nestes casos - respondeu Octavios - Nestes
casos foram ressonâncias temporais por algum motivo, similar às
chamadas profecias bíblicas que, porém não afetam o tempo por terem
pontos de revelação não exatos suficiente a impedir sua mudança total,
mesmo assim provocando nuances a exemplo das sete cartas do
Apocalipse. Pois somente o ato faz o fato, e qualquer tipo de nevoa
sobre a verdade representa-se como uma torção à realidade, pois a
mesma advém de tal.
- Receio que agora estejamos fugindo do empirismo - disse
Tesla.
- Nem tanto quanto pensa, pois na Bíblia se é possível
encontrar fatos notáveis sobre o futuro em claras antecipações à
própria ciência, sem que estes jamais tivessem visto tais elementos e
conhecimentos por isso chamada revelação o retirar deste véu de
obscurecimento mesmo que além dos sentidos comuns do homem tal
- 86 -
como você - disse Octavios - Porém confesso que realmente não seja
nosso foco no momento, por isso devemos retornar ao nosso trabalho
quanto antes, antes que o clima piore por estas torções.
Temporal Brain Storm
Longos dias se passaram no laboratório de Tesla onde seguindo as
instruções de Octavios ele e seus assistentes faziam surgir um
maquinário diferente de tudo já construído por Tesla e seus homens a
começar a tomar proporções a cada teste. Dedicação intelectual total
onde muitos dobravam noites seguidas e muitas vezes nem chegavam
irem em casa apenas dedicando-se a tal sob o sigilo do experimento.
Num dos deste testes "sino" todo local vibrou provocando
ressonâncias a alguns quilômetros o que pouco a pouco chamava
atenção da população. Mas não somente tal, alguns relatos do qual
diferenciações no horário de relógios constantemente desajustados
ocorriam nas mediações. Obviamente que aquilo chamou atenção do
ganancioso Andy em sua pretensa de manipular e ter controle absoluto
sobre tudo que envolvesse aquilo. Verdade seja dita, que ele não
conseguia conceber ter algo que ele não pudesse ver ou controlar e
logo olheiros eram frequentemente visto nas mediações onde segundo
os homens de Tesla uma possível aliança com Thomas Edison teria
sido feita. Sendo paranóia ou não, a verdade é que definitivamente eles
mesmos a esta altura se tornaram alvo de especulações e teorias. Eles
não construíam um mero anunciador do vento, mas um alterador
quântico-temporal que fomentado em sincronismo com o fenômeno do
Triangulo das Bermudas certamente deixaria margem para uma janela
temporal.
Antes que aqueles homens surgissem com todos os pretextos
para incomodar aqueles homens, Octavios viu que deveria impedido-
los de seus propósitos escusos e egoístas, desejavam mais que ninguém
tornar a vida de Tesla de um sonho a um pesadelo, todos seus dons a
maldições.
- Querem me jogar na pobreza - disse Tesla.
- 87 -
- Creio que sim, é um mal não próprio dos gênios, mas que
atraí estes tipos de parasitas - disse Octavios - Porém, dons não são
pesos, mas asas, com elas um brasileiro voou.
Octavios se identificou bastante com Tesla sobretudo porque
seus estranhos surtos de visões se assemelhavam muito com que ele
passou freqüentemente cada vez mais. Como se fosse algum tipo de
narcose temporal a embaralhar informações e conhecimentos de
tempos futuros a curto ou médio prazo. Ele sentia-se assim como o
misterioso relojoeiro, como um sensitivo que são como os morcegos,
não se guiam apenas pelo que vêem, mas pelas ressonâncias temporais.
Cada vez mais Tesla sentia-se desconfortável mediante sua imersão no
trabalho onde sente medo de que as pessoas as toquem pela
hipersensibilidade onde os efeitos da narcose temporal o aguça os
sentidos o tornando supersensível principalmente após encontrar
Octavios. Seria como ele se encontrar um passo a frente na evolução
humana sensorialmente falando, mas que apresentou transtornos pela
grande capacidade não plenamente controlada.
No entanto, o calibrador frequencial feito apartir do aparato
oferecido pelo Relojoeiro quase pronto ficou junto o tecnológico
conhecido erroneamente por 'Máquina de Terremoto de Tesla" e que
dali surgiria o seu Raio da Morte ao alinhar - nestes casos - as
vibrações freqüências a partir do sino. Porém quando quase ficou
concluído os homens de Andy surgiram junto a policia como quem
tivesse os denunciado pela criação de algum tipo de arma. Aqueles
homens torcidos do querer se não meramente pelo próprio gostavam de
monopolizar qualquer coisa que eles senti-se não ter controle total
inclusive sobre o querer.
- Verdades são facas afiadas do qual somente se pode usar com
sinceridade e fere o mentiroso. - disse Octavios ao ver os carros se
aproximarem - o transtorno temporal que Andy está provocando com
suas torções pelo desvio desta tem se tornando de extrema
imprevisibilidade.
- 88 -
A Sorte, porém, era de que o maquinário estava completamente
pronto se não pequenos ajustes que poderiam ser feitos no trajeto até o
local de destino, um barco comprado por Octavios em troca de
conhecimentos importantes sobre alguns elementos que em tão breve
iriam ocorrer, aos próprios. Assim, os homens de Tesla após atenderem
a policia e perceberem que queriam entrar no local junto com Andy
para poder saberem o que realizavam e assim botar tudo a perder
mesmo que crime algum ali houvesse, rapidamente carregaram os
equipamentos até um caminhão, pois mesmo que os argumentos de
Tesla bastasse a policia a fazendo sair, os homens de Andy persistiram
no local a cerca-los e tentarem até mesmo entrar por não admitirem de
forma alguma não terem domínio sobre aquilo. Logo as portas foram
cercadas e vendo que a situação se agravou após um destes se ferir
gravemente num dos utensílios de proteção de Tesla rapidamente
empunharam armas e atiraram sobre uma das portas. Quando os
homens entraram o caminhão saiu jogando-se sobre a porta arrastando-
a junto aos carros de Andy.
Quando já estavam no porto a tirarem os equipamentos do
caminhão para o barco, ao longe Octavios notou os carros de Andy se
aproximar obcecadamente a persegui-los, e ao saltarem, quando o
barco já zarpou estes começaram a atirar enquanto Andy visivelmente
transtornado gritou ao lado de Lorriene que sem qualquer expressão
observou eles navegarem, para mar aberto em águas internacionais.
Durante uma noite, após dois dias de navegação até o local
determinado a faltar apenas mais dois dias determinados a janela de
tempo aberta pela falha telúrica, o tempo se tornava cada vez mais
instável constantemente surgindo temporais como quem urgissem, não
somente ao fim da tarde, mas durante o dia que fechava
repentinamente como as tempestades de verão de lugares tropicais.
Porém, aquela noite longe de quaisquer luzes da cidade, o céu límpido
manifestava estrelas vistas como poucas vezes apenas ofuscada
parcialmente por uma lua no horizonte que se dispunha a se erguer
lentamente. Seu reflexo em águas tranquilas naquele momento
- 89 -
transparecia uma paz longe de qualquer ato de violência levando
Octavios a bombordo refletir, uma vez que gostaria de escrever um
diário, mas naquelas ocasiões nem mesmo haveria certeza de que
poderia levar tal consigo.
Foi quando ele escutou as águas harmoniosas sob aquele céu
de incontáveis estrelas se remexer espumando não muito longe do
barco revelando uma carcaça imensa de um ser formidável do qual a
formosura não poderia se expressar naquele momento. Uma Jubarte
que imigrava de um local a outro. Dentre seres que vagam pelo mundo
carregando seus mistérios onde marcas de prováveis batalhas
inimagináveis ao homem por seres talvez apenas descrito na
criptozoologia seriam capazes de descrever. John Octavios sentiu-se
não mais solitário naquele momento, mas como se visse num espelho
foi como se encontrasse com aquele animal, a vagar por águas e águas
vivendo numa criptohistória indescritíveis por sua característica
meramente científica do qual se encontrava, não interferir com o
natural daquele tempo. Sendo assim Octavios mais deslocado que o
gigante ser marinho, pois se encontrava distante de seu mundo, não
sendo obrigado a viver numa hipocrisia contraditória, mas ser discreto
mediante tal.
Porém, certamente se tudo corresse corretamente como ele
planejou tão logo estariam com os seus companheiros totalmente
confiáveis a poder relatar os porquês da missão que ainda não foram
respondidos pelo próprio. Férias num lugar intocável pelos homens
tolos em algum lugar do espaço-tempo em que poderia usufruir dum
pequeno paraíso, ou talvez em sua linha temporal de origem a poder
ser conhecido pelo que sempre foi, um cronologo, um temponauta, o
notável Octnaut e seus feitos.
Entretanto, mesmo que aquela jubarte não lhe dirigisse
palavras ao homem, como em compreensão pelo que passava, colocou
fora d'água seus pequenos olhos a expressar dores mútuas, olhos que,
entretanto, enxergavam mais distante que quaisquer seres. Foi quando
uma pequena luz surgiu no horizonte a tomar forma, mas uma forma
negativa do qual remetia o terror aquele ser, um baleeiro como
daqueles japoneses que caçavam indiscriminadamente estes pacíficos
- 90 -
seres viajantes do inimaginável. Foi quando a baleia como se virasse
em sua direção soltou um enorme jato de água como um humano a
bufar por mais uma perseguição eminente. Seres tolos muitas vezes
eram aqueles homens, parecia falar com Octavios a jubarte, e então
submergiu nas águas pacificas e maravilhosas como se tivesse se
perdido nas nevoas do tempo.
Um homem chamou Octavios, era um dos assistentes de Tesla
dizendo que aquele barco era identificável - segundo fontes pelo rádio -
como o mesmo que estava no porto de onde zarparam, pego por Andy
Wellington!
Tão logo ao aproximar, Octavios se viu com um elo de ligação
muito mais profundo com aquela jubarte do que pensou, como sendo
uma baleia estava sendo perseguido por aqueles homens tendo por
testemunha apenas as estrelas, o mar e o luar pequeno no horizonte.
Tão mais próximo ficou se ouvia gritos dos homens a se armar por uma
abordagem de grande violência a tomar o navio desta vez sem qualquer
preocupação jurídica, pois se encontravam e águas internacionais tal
como julgavam o tempo ser. Lá dentro, Octavios sugeriu utilizar um
pouco da fonte de combustível mesmo que limitado para ativar o
equipamento contra eles como forma de desestruturar a embarcação da
vilania, mas tão logo o tempo curto de duração poderia intervir em seu
objetivo do qual deveria utilizar de força total para poder se alinhar
com a falha no Triangulo das Bermudas. Eles não tinham tantas armas
e ao verem por binóculo os homens navegavam rápidos e neuróticos
pelo mar armados com o melhor de seu tempo, tornando a abordagem
inevitável por aqueles assassinos cruéis, entretanto, quando esta parava
ao lado da embarcação de Octavios e Tesla - que a esta altura
começava a expor revertérios pela sua hiper-sensibilidade - um barco
desce do baleeiro repleto de homens armados, mas que no momento
que tocaram a carcaça daquele barco um imenso solavanco vindo de
baixo levantou tão grande espuma que numa só onda virou o bote para
longe como se um soco vindo das águas emergisse revelando ser
aquela jubarte que parecia nutrir um trauma profundo e natural daquele
tipo de homens. Tão logo viu-se os mesmos sitiadores jogados para
todos os lados a ficarem a deriva jogando suas armas pesadas para não
- 91 -
afundarem e agora pedirem socorro aos mesmos homens que
pretendiam matar.
Porém estático com o súbito ocorrido Octavios e os dois
homens de Tesla apenas assistiam a cena daqueles tolos soberanos
entregue ao rancor fundamentado daquele agora monstro marinho que
tão logo jogou-se contra eles enquanto iam ficando para trás nas ondas
do mar tal como os tolos nas ondas do tempo.
Arpões e mais armas se preparam do baleeiro, desta vez contra
o cachalote jubarte que ao passar pelo lado toma um pelas costas de
forma covarde tão típico como eles, mas com tal agulha fincada em seu
corpo por uma corda esta mergulhou carregando o arpão junto graças à
inexperiência dos tolos marinhos, dando uma choaqualhada no casco
do navio em troco e desaparecendo em seguida como se tivesse se
teletransportado. Aquilo deu tempo para que Octavios colocasse o seu
barco a deixa-los para trás, mas que aqueles obcecados mais uma vez
pareceu - após pegar os poucos que sobreviveram à deriva - seguir a
toda força, mas sem saber que a mesma jubarte em definitivo havia
comprado o combate de Octavios como um aliando formidável e
completamente inesperado. A jubarte surge outra vez ao lado do barco
de Octavios desta vez diante dos olhos de todos trazendo de volta ao
consciente Tesla que parecia mergulhar no pânico sensorial, seus olhos
como quem estivessem com lágrimas desceu novamente a desaparecer,
mas tão logo realizando um salto magnífico contra o casco do baleeiro
o fazendo quase virar. Desta vez os poucos homens que ficaram de pé
lançaram tiros e arpões contra esta, mas vendo novamente sua
proximidade Octavios pegou armas junto aos dois assistentes de Tesla
e lhe lançou diversos tiros atingindo dois a caírem no mar, desta vez
era o gigante de metal que parecia estar ferido, mas mesmo assim
numa fúria seguia perseguia revelando ao próximo olhar gelado de
Andy Wellignto desta vez obcecado a mata-los.
O tempo sem que notasse se fechou mais uma vez, e agora
raios tomavam conta daquela arena em que Andy parecia vibrar
gritando de ódio por vê-los prosseguir, desta vez o barco que parecia
afundar lentamente pelo golpe desferido pela jubarte parecia navegar
como de lado com a cauda lentamente desnivelando todo baleeiro
- 92 -
quando uma forte chuva começou a cair torrencialmente e como um
deus da miséria Andy todo encharcado viu-se novamente próximo a
eles quando pegou uma arma e ele mesmo andando inclinado sobre o
navio torto apontou e começou atirar contra o barco de Octavios
quando repentinamente outro solavanco atingiu o baleeiro fazendo com
que Andy fosse jogado longe no mar junto com a arma, mas sem dizer
uma só palavra permaneceu a olhar para Octavios que agora colocou
sua cabeça pela janela de seu pequeno barco a contemplar ele levanto a
arma e ainda apontar em direção a Octavios quando a jubarte numa
última e grandiosa investida se lançou sobre o homem o fazendo
desaparecer entre a espuma das águas nervosas.
Foi assim que Octavios se viu livre de Andy Welligton,
homem rico de mulheres e dinheiro as custas do sacrifício e miséria de
Octavios quando tão rapidamente quanto surgiu o temporal se
desvaneceu revelando novamente o formoso céu estrelado.
The Joy Of Quantum
Ao prosseguirem rumo ao fenômeno quântico da área de convergência
temporal já no dia 13 de junho, naquele experimento estritamente
científico, Octavios se perguntou o porque daquela gente, uma vez que
se lembrou de um grupo chamado Bug´s Time do qual costumava
matar em extermínio todos aqueles que não concordassem com seus
ideais. Eram pessoas como estas por de trás dos piores atos da
humanidade, genocídios, violência, discriminações das quais minavam
a nós mesmos como civilização nos desfigurando conceitualmente por
se desviarem das leis e de algo pleno perante a verdade factual o que
deixou ao logo da história verdadeiros rombos e presentes apenas nos
piores momentos da mesma. Assim ao ver o horizonte, Octavios
contemplou como quem senti-se o que ainda viria sobre aquele mundo,
do holocausto, a guerras e guerras sucedidas por genocídios não tão
diferentes dos que ocorreriam na Segunda guerra mundial, fossem pelo
comunismo ou meros credos rotuladores. Perdemos séculos e séculos
sobre este mundo combatendo a nós mesmos em nossos semelhantes
por incapacidade de dividirem o mundo com aqueles não
- 93 -
compartilhavam das mesmas opiniões, enquanto tínhamos um universo
de possibilidades e descobertas a nos aguardar.
O mundo se desfiguraria cada vez mais até finalmente
conseguirem sobreviver aquelas anomias conceituais que faziam a
humanidade regredir a menos que primatas sem qualquer senso de
proporção por serem ainda mais estúpidos e violentos em profundos
rancores, até finalmente poderem perder seus tabus falsídicos de
presunção e pseudo-superioridade que transtornavam até mesmo a
ciência factual, impedindo o progresso pleno e natural. Mas assim
como aquele que obcecado por destruir Octavios apenas provou que o
tempo é um poder que se desconhece o que é capaz e de onde é, e que
não se pode brincar com a linha temporal, assim como muitos fazem
com pessoas mediante algo que não são capazes de compreender.
Foi finalmente no inicio do dia que Octavios chegou vivo ao
local determinado onde esperaria até o horário específico para acionar
seu equipamento concentrando todo combustível para gerar os campos
vibratórios necessários. Tesla temia que tal provocasse transtornos e
até matasse alguém ou criasse câncer, mas se os cálculos de Octavios
estivessem corretos na pior das hipóteses poderia ocorrer é Octavios
ser impulsionado para algum lugar do espaço-tempo indeterminado.
Foi exatamente isso que preocupava Octavios, pois uma vez saindo
daquela linha temporal a janela não tinha qualquer ponto de exatidão a
ser determinado similarmente a um wormhole nos tempos pouco
adiante do que veio de onde veio, sendo capazes da fuga daqueles que
deixaram nosso mundo em espaçonaves em busca de outros mundos, o
que levou ele a pergunta porque raios a humanidade só foi aprender
com seus erros tão tarde? Pois aquela altura não mais havia chance de
repeti-los em elementos tão fracos funcionalmente que nos condenava
a não menos que isso, repetir nos fazendo de meros repetentes neste
mundo.
Entretanto, ao se focar no trabalho as águas calmas das
mediações das ilhas bikini as 12:27 (pm), o céu parecia estar em
constante movimento ao revelar constantes mudanças nas temperaturas
e variáveis inconstantes, chuva e sol se sucediam em diversos lugares.
Raios então sucederam em pontos diversos do horizonte entrecortados
- 94 -
por locais em que as nuvens ficavam esparsas deixando raios solares
tocar as águas tranqüilos atipicamente. O primeiro teste com o
maquinário foi realizado com sucesso demonstrando que todas as
condições propostas por Octavios pareciam corretas para Tesla o
deixando realmente perplexo com as conjunções que se formavam no
céu até que por volta das um da tarde, eles notaram como se uma
nuvem, uma espécie de nevoa começasse a se formar e foi então que
Octavios desceu a um bote e navegou a alguns metros do barco onde se
encontrava Tesla que direcionou o raio do maquinário a vibrar em sua
direção. A estranha nevoa que inicialmente cobria o horizonte deixou
as bússolas desorientadas a não se fixar num ponto específico dos
pólos magnéticos quando o céu perdeu a tonalidade natural ficando
numa cor alaranjada e Octavios simplesmente já sem ser visto no meio
da nevoa falou por rádio para acionar o equipamento. Tesla ficou
eufórico com as condições que o cercavam por jamais ter visto algo
similar a constatar que fazia parte dum experimento único e
indescritível paras as ciências exatas de empíricas deste então mediante
argumentos falhos e ambíguos, mas em suas descrições no diário
demonstravam que a objetividade do projeto pareceu a ele como se
tirasse o mesmo de seu próprio eixo.
Enquanto isso Octavios só em seu bote, viu que com o receptor
de quantum improvisado o maquinário estava alinhado com as
freqüências do evento eletromagnético aparente, mas do qual já
identificou oscilações temporais e a produção de alguns "ecos" de si
próprio até que o mundo a sua volta se embaralhou e então as nuvens
se dispersaram aleatoriamente tornando novamente o local claro
apenas fazendo com que Tesla visualizasse seu bote vazio a alguns
metros de seu barco. Com o maquinário desligado eles dirigiram o
barco até o local do bote e com binóculos seus dois assistentes
observaram em todas direções qualquer vestígio deixado por Octavios
quando um fiapo de rasgo no céu pareceu diante de seus olhos a se
fechar e suas bússola voltarem ao normal apontando para seus pólos
magnéticos, da abertura espaço-temporal registrada diante de seus
olhos e mais, por uma rudimentar maquina fotográfica de um de seus
assistentes, provas conclusivas do que ocorreu naquele lugar seria
- 95 -
descrito por muitos como um milagre, mas sendo na realidade até mais
que um mero credo qualquer a justificar qualquer atitude de má fé.
O Silêncio tomou conta do pequeno barco parado em meio ao
mar até que estes simplesmente sem o que dizer - pois o magnífico
ocorrido disse por si só - resolveram marcar trajeto de retorno até seu
lar e assim foram, perplexos por algo que guardaram para si, para
sempre, pois poucos foram os que realmente presenciaram um
fenômeno tão único e singular, e assim quem os poderiam julgar? Ou
dizer o que viram ou o que deveriam fazer?
No entanto, ao chegarem no porto as autoridades
governamentais os aguardavam mediante o ocorrido nas mediações e
foram escoltados por um barco da guarda-costeira até que ao verem o
barco o artefato definido pelo mesmo como "Projeto científico de
provável risco as condições da civilização" foi apreendido por um
homem que apesar de parecer acompanhar aquelas autoridades seguiu
com este artefato triunfante até nunca mais ser visto. Uma arma sem
precedentes que poderia ser capaz de realizar as maiores maravilhas
assim como horrores. O misterioso homem vestindo um sobretudo com
um chapéu marron sobre a cabeça apenas se identificou por
Designium, e desde aquele dia Nikola Tesla tentou recriar condições
similares deste experimento em vão mas após presenciar tal nunca
mais foi o mesmo.
- 96 -
Parte III
Mitos dos Tempos
O Futuro do passado
Londres, 2043. Uma cidade enorme está diante do horizonte, mas
completamente em ruínas, prédios gigantes abandonados com suas
janelas quebradas e ao fundo se dispunha o Big Bean com seu eterno
relógio agora com seus ponteiros parados para sempre, marcando
12:21. Dois homens dentro ruas desertas de gente, mas repletas de
destroços de carros andam armados com dois rifles empunhado em
suas costas. Vindo de algum lugar, mas sem saberem para onde iriam.
Os dois eram ainda razoavelmente jovens, mas com suas vidas
interrompidas no seu auge. Um destes virou-se para o homem que
caminhava ao seu lado cujos passos firmes parecia seguir o compasso
dele:
- Eles vão lhe pegar, Octavios. Os ordinários, nunca desistem
por isso o mundo está assim. - disse o homem demonstrando uma
amizade fielmente incondicional - Nossos gênios não impediram 2012
apenas adiaram sua data.
- Não se preocupe comigo - disse Octavios mostrando em seu
pescoço um cordão contendo algum tipo de ampola - o vírus letal se
me tocarem os farão se arrepender de terem existido, em alguns
momentos as DST se tornaram uma dádiva neste mundo sujo.
- Nossa expectativa de vida caiu mesmo - completou o
companheiro de Octavios - não há quem viva muito neste mundo, mas
ao menos os ponteiros deste velho relógio estão certos duas vezes ao
dia.
- O milagre tornou-se maldição, e a maldição milagre. -
terminou Octavios.
O que ele carregava em seu pescoço era uma versão mais feroz
e instável da SIDA criada por alguns cientistas como forma de
sobreviverem às perversões descontroladas dos ordinários e os usavam
em ampolas do qual se vivessem cercados as usava como um tipo de
"remédio moral" de efeito quase instantâneo.
- 97 -
Foi quando um tiro certeiro e repentino cortou o silêncio da
cidade atravessando o crânio do jovem ao seu lado o fazendo cair
morto instantaneamente.
- Robson! - gritou Octavios - Não!
Ele correu em seguida até entre as pilastras de um enorme
prédio em ruínas e pegando seu rifle rastejou dentre escombros de
alguma explosão anterior quando ele escutou um trinque ao pé de seu
ouvido.
- Adoro vermes - disse o homem que apontava a arma a ele. -
Adoro faze-los rastejar, mas fico grato Octavios nem precisei pedir.
Foi quando ele se virou e rapidamente se vendo cercado pegou
a ampola de seu pescoço, mas na hora que iria crava-la em seu pulso
um homem empurrou com a arma para o chão.
- Octavios, você nasceu para ser nossa mulher - disse o homem
com cabelos brancos.
Mas vendo que o inferno por aqueles seres potrefos viria sobre ele,
ainda assim se arrastou após uma forte pancada e cravou a ampola em
seu pescoço e começou a rir.
- Se divirtam com meu sangue vampiros! Se divirtam com seus
coitos já que é apenas o que fazem. Mas lembre-se de usar viagra
porque não sabem nada além disso. - disse Octavios e então uma série
de ponta pés lhe veio até que novamente uma sucessão de tiros se
ouviu simplesmente aniquilando não uma, mas várias cabeças duma
vez.
Octavios sem nem saber quem eram se rastejou mais pela lama
que se encontrava daquela cidade chuvosa e eternamente cinzenta até
um bueiro onde entrou e saiu correndo completamente torto até cair
sobre a água suja dos esgotos, mas prosseguir desesperadamente até
parar num lugar onde ele costumava chamar por lar.
Repleto de engenhos ele pegou o que podia incluindo um
pouco de comida, mesmo que soubesse que agora com aquela doença
não viveria se não mais que alguns anos graças a seu biótipo
geneticamente forte constatado por exames. Normalmente Octavios
vivia de comer ratos de esgoto, pois aqueles proibiam até mesmo que
lhe enviasse comida e assim levantou uma arapuca com uma corda
- 98 -
para aqueles que chegassem ao local ativando uma mina que explodiria
com eles juntos.
Ele começou a caminhar e caminhar pelos longos corredores
com cheiro de podridão, se arrastando e já sentindo os primeiros
efeitos da doença que ele se infectara. Agora ninguém mais me tocará
sem trazer esta praga para si mesmo, já que não posso ter mulher nem
família, pensou ele consigo mesmo. Ele abriu um diário e começou a
ler sobre o que ele mesmo escreveu sobre os crimes que foi obrigado a
cometer para sobreviver aquele mundo hostil dominado pelos
ordinários. Todos choram um dia, todos choram...
Foi quando ao se encontrar numa das paredes sentiu um tijolo
em falso que ao empurrar caiu e junto com ele caiu a parede e com a
parede revelou um lugar estranho a seus olhos diferente de tudo que já
viu naquela cidade. Ele acendeu sua lanterna e vendo o lugar notou
diversos equipamentos que apesar de parecerem ultramodernos
estavam tão envelhecidos, telas, monitores, teclados, mesas, e um
galpão contendo equipamento enormes que nunca seus olhos havia
visto e ao tirar o pó duma placa com suas mãos viu escrito: TEMPUS
ZN Conorte.
Um novo estalido se ouviu atrás dele e ele se virou quando viu o
homem que jogou a luz sobre seu rosto apenas perguntou quem era e
ele disse:
- O que lhe salvou neste mundo no qual até ficar doente é
melhor? - disse a voz misteriosa.
- Que lugar é esse?- perguntou Octavios aflito. - porque está
abandonado?
- Você vê o fim de algo antes mesmo de ter começado, a
questão não é o que haveria aqui, mas sim do que haverá no futuro,
futuro do passado. - disse o homem misterioso. - Somente os tolos
deste mundo dizem que "está feito" para aquilo que apenas sempre
quiseram fazer, mas até o inevitável a eles se faz duvidoso, acredite. A
propósito, meu nome é Stoneset, Herbet Stoneset. - completou
abaixando as luzes de sua lanterna do rosto de Octavios.
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Octavios permaneceu imóvel e calado ainda sem conseguir
compreender uma só palavra dita pelo homem. Quando Stoneset
interrompeu dizendo:
- Você é o homem Octavios, você é um Ás na manga do
Tempo, é um Seth, venha conosco nós não somente lhe curaremos de
tal doença como de qualquer outra como lhe daremos o que nunca teve
com eles, dignidade.
- Como você sabe meu nome? - perguntou Octavios
- Seu nome corre os tempos, a TEMPUS este lugar que assiste
as ruínas, posso não saber o que ocorreu aqui, mas sei que o lugar que
existe você poderá ser você, ser reconhecido e não sobreviver ao terror
daqueles homens cruéis. - disse Stoneset.
Octavios ao ouvir aquilo se encolhe no chão abraçando suas
pernas a chorar em prantos, por alívio de saber que existia alguém que
seus segredos poderiam ser compartilhados, alguém estranho, mas
confiável, não um louco que não tentar impedir o pior como trabalha
pra ele se realizar. Assim Octavios foi resgatado da lama a dedicar-se
por algo maior que lhe trouxe todo sentido de existir ao contrário
daquele mundo imundo.
Resonance Of Fate
Yucatán, finais século XV. Em meio uma densa floresta tropical um
homem com parecer muito diferente dos nativos locais que se
esperavam surge. Um homem barbudo que em meio uma clareira
parece plantar milho para seu sustento quando dois homens nativos
surgem correndo do mato falando uma língua do qual seria
desconhecida levando o homem de barba grisalha responder no mesmo
modo de falar. De costas podemos ver ele observar os dois homens que
se abaixaram diante dele demonstrando profundo respeito e se
retiraram correndo para dentro da mata novamente, após falarem
Kukulcán!
Esse homem era Octavios, após três longos anos sobrevivendo
à selva viu-se a necessidade de usar seu farto conhecimento para
sobreviver e impressionar o povo local a lhe respeitar, mas passando a
ser visto como um deus, a Serpente emplumada. Pois alguns o
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confundiram dizendo ser ele o homem de alguma profecia. Ainda era
vívido o dia em que lá surgiu no fim da manhã pela posição do sol,
quando o povo espantado por alguma aparição anterior de algum tipo
de OVNI acreditaram que ele foi deixado por esta "nave". Sem saber
falar uma palavra se quer da língua daquela gente logo cercado pelo
povo que mal sabia se o adoravam ou o mataria, os primitivos o qual a
qualquer coisa diferente o comum era sinal de espanto a deixa-los
numa euforia perigosa. Sendo levado para dentro da selva chegou ele
até uma pequena cidade que começava a ser erguida por pedras acima
de pedras quando realizou "mágica" diante dos olhos deles ao resolver
um de seus problemas com seu conhecimento tecnológico fazendo
estes se ajoelharem diante dele e o chamarem Kukulcán.
Desde então passou a ser reverenciado e cortejado pelos
melhores frutos da terra, em parte graças a suas técnicas de plantio por
ele passadas, o povo temia até mesmo toca-lo por acreditar que
poderiam morrer fulminados, assim Octavios pouco-a-pouco aprendeu
sua língua e logo tratou de desmistificar o excesso das tendências
extremistas daquele povo ignorante, e assim estes lhe ofereciam suas
melhores mulheres, as melhores ofertas daquela cidade que crescia no
coração da América Central.
Não é que Octavios não gostasse de ser tratado por um
verdadeiro deus – ele tentou inúmeras vezes dizer o oposto - por aquele
povo carente, mas sentia-se só, aquele não era seu local, seu tempo, sua
vida. Sua barba agora cumprida já exibia o quão velho ficou Octavios
com o passar de tanto tempo e sofrimento, mesmo que agora como um
deus apenas aqueles que Kukulcán permitisse toca-lo lhes tocavam,
Octavios tinha um povo sob ele, os selvagens foram contidos de seus
impulsos estúpidos e pareciam cada vez mais ganhar contornos duma
verdadeira civilização a crescer e frutificar, e assim passaram a
depender dos conselhos e feitos de Kukulcán em todas suas áreas.
O Vazio de Octavios, no entanto, era por saudade daqueles que
lhe salvaram de homens mais vis e selvagens aos seus próprios
impulsos que daquele povo humilde e que se tornaram uma espécie de
família a substituir a sua que fora destroçada num futuro que se tornou
seu passado de miséria.
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Octavios não tenha nenhum equipamento para poder saber em
que período do tempo estava a não ser tentar fazer medições pela
posição das estrelas para tentar determinar por seu conhecimento
básico sobre astronomia o período aproximado que se encontrava
naquele lugar, até mesmo chegou fazer um relógio de sol e um de água,
mas por receio do que tal conhecimento poderia provocar ele acabou
por desfaze-los e viver de contar o tempo pela posição dos astros
exclusivamente. Num processo similar ao que levou os cientistas
calculares o período em que foram construídas as pirâmides de Gizé,
por exemplo, uma vez que o eixo da terra se desloca ao longo dos
milhares de anos e tais construções fora feitas com suas posições tendo
por base sua alinhamento com pólo norte e as estrelas.
John Octavios se tornou um homem nostálgico de tempos
futuros que pare ele passou, a lembrar das repercussões do que seu
consciente pode provocar naquele período de tempo perante o futuro,
John Octavios se tornou um homem à frente de seu tempo. Só não mais
desiludido com a situação por ser tratado com muito respeito não
somente pelos homens, mas especialmente mulheres onde Octavios se
viu prestes a se apaixonar por uma virgem a ele oferecido.
Stoneset surge a orientar Octavios completamente limpo pelos
corredores daquele lugar arejado após um rápido tratamento por
injeção de nanorobores para lhe curar a variante da SIDA que ele se
contaminou. Foi uma combinação de vírus modificados em laboratório
por uma sofisticada engenharia genética especificamente codificado
em seu RNA a caçar os vírus HIV como uma doença feita para destruir
outra doença se tornando inativa após sua destruição total como uma
espécie de anticorpos extracorporal a ser expelido pela urina. Graças, a
Deus este conhecimento na prática não era utilizado naqueles tempos,
onde quase ciborgues turbinados por todo tipo de drogas e terapias
genéticas se tornavam maquinas de sexo que mal dormiam se tornando
assim como não tão diferentes que mortos-vivo, cujo período de vida
médio não passava a de 60 anos quando começavam apresentar
desgaste físico e efeitos colaterais.
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- Você deve sentir uma febre contra os dois tipos de vírus, mas
dentro de alguns dias não terá mais doença alguma. – disse Stoneset –
Esse processo engenhoso similar ao Gene Specific é aplicado também
no cancro onde vírus programados a localizar anomia no DNA de
células as atacam apenas parando ao receberem um sinal induzido
similar ao do quorum sensing das bactérias, um frequêncial
sensacional.
- Como vocês conseguiram fazer tais descobertas? - Perguntou
Octavios ainda no leito da enfermaria em algum lugar do futuro.
- Tal você nos responderá daqui alguns anos Octavios. – disse
Stoneset – Você mostrou para mim o meio e o caminho. Seus crimes
serão esquecidos Octavios, e seus talentos lembrados pela eternidade. -
disse Stoneset - Sabemos que seus crimes foram para sobreviver, mas
seus talentos são para nós vitais. Seríamos mais estúpidos que os
estúpidos ordinários que lhes caçaram injustamente por toda sua vida a
lhe condenar em tamanha miséria. Homens maus nunca desistem de
suas maldades, pois são maus, nós não desistimos porque vimos e
fazemos o impossível. Temos em mãos não somente o melhor do
conhecimento em sua singularidade, mas, sobretudo somos
amadurecidos o suficiente para termos tal. Nós apenas criaremos
condições humanas para você se desenvolver livremente com o suporte
necessário e recompensatório para tal. Aqui não é o paraíso, mas não
precisamos conhecer o tempo todo a dor para saber o que é ruim, não
precisamos da amargura pra saborear o doce. Não se preocupe que
entendemos e compreendemos a condição de gênio que se pressionado
nada faz.
A Seguir Octavios foi orientado ao treinamento típico de um
agente mesmo que já houvesse talentos e habilidades com armas
típicas. O Treinamento físico-sensorial contou além do treinamento
físico habitual o aprendizado de artes marciais para auto defesa e uso
das armas especiais, porém as três classes posteriores deste
treinamento são eliminatórias. A primeira estes novos agentes devem
passar quatro dias com vendas nos olhos num terreno repleto de
desafios onde deverão resolver estes apenas utilizando a audição e
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olfato para aprimora-los, o segundo vocês deverão pegar uma fina e
natural folha de pedra de poucos milímetros de espessura e de
dimensões de apenas uns 25 cm, e subir o alto deste monte correndo, e
se esta partir-se demonstrará que não és apto para as viagens temporais
no frágil equilíbrio do mundo que os maus rompem pela brutalidade
sem proporção. Se passar recitará o que nela está escrito após
decodificá-la com a palavra-chave no topo e então receberás o
proporcional prémio justo. O último desafio será um combate num
labirinto de espelhos, dentre seis, cada qual utilizando armas de tinta
com cores diferentes, deverão um caçar o outro, mas sem atirar contra
os espelhos do qual contará como pontuação negativa. Somente um
escolhido será para trabalho em campo, quem não atirar contra reflexos
de seus opositores. Os demais serão dedicados como auxiliares nas
bases e sede da T.E.M.P.U.S..
John Octavios não somente passou nos testes como um dos
melhores como se tornou um homem diferente em dignidade antes
destituído de esperanças a vagar apenas sobrevivendo pelo mundo.
Sabendo-se que seus conceitos herdados geneticamente e criações que
realizou para aquele mundo, Octavios foi condenado a morrer por
aqueles bárbaros em tribunais da miséria contra qualquer lei justamente
por tanto já ter realizado de bom e sendo obrigado a se tornar um
marginal por ter sido abandonado pelo verdadeiro governo e seu povo
agora moribundo a vagar perdidos agonizando no sentido de viver,
tendo somente por companheiro Robson um jovem que teve também
tudo que fora seu destruído. Não era tão inteligente, mas o suficiente
para sobreviver, afinal naquele mundo de anarquia hostil não
importava quem era inteligente e fazer grandes descobertas, mas sim a
mentira, corrupção e crueldade, os que mais a realizavam, “melhores”
eram.
Mas aquele dia, seja onde fosse no local do espaço-tempo foi
diferente de todos que Octavios já teve, um dos melhores momentos de
toda sua passagem por este mundo, uma inauguração da ZN Conorte
de Londres em meados do século XIX.
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Todos em trajes de gala com uniformes típicos da
T.E.M.P.U.S. em formaturas de agentes cronologos e topologos foram
levados até a pedra fundamental visível após a construção daquele
ponto do espaço-tempo desconhecido aos nativos da superfície, um
fragmento dos pilares de Seth encontrado num deserto do oriente
médio. As pessoas observaram Octavios entrar junto a Stoneset e
rapidamente um homem distinto dos demais se aproximou se
apresentando, era Teogoras o sucessor de Herbet Stoneset.
- Este homem a quem vos fala é um de nossos gênios – disse
Stoneset sobre Teogoras – meu sucessor natural na hierarquia da
T.E.M.P.U.S. por laços-consanguineo e você deve ser o dele. Ele anda
desenvolvendo os estudos aprimorados sobre teorias da
Monoconsciência, Biconsciência, policonsciência dos quais as
variáveis podem provocar o que ele chama de Narcose Temporal que
por apresentar sentidos em vários sentidos temporais comprova o
extra-sensorial.
- Muita satisfação em conhece-lo – disse Teogoras – somente
os melhores, os Seth estão no topo da TEMPUS, e como tal temos
justificar nosso posto a realizar grandes descobertas por nós mesmos.
- Vocês então descobriram se Deus existe de fato? – perguntou
Octavios – com tantos feitos e evoluções conceituais...
- Tal questão nunca foi descartada meu caro e futuro amigo. –
disse Teogoras – o que é mais interessante nisso tudo é que existem
períodos do espaço-tempo que parecem bloqueados mesmo que muita
informação exista no quantum. Ou seja, presumimos que exista algo
maior que nós. Afinal nosso próprio cérebro não é preparado para a
sobrecarga consciente dos tempos o que provocaria a Narcose
Temporal.
Eles foram interrompidos quando Stoneset próximo a pedra
fundamental começou a falar um discurso sobre a inauguração daquele
lugar batendo leve com uma pequena colher sob uma taça de cristal e
começou:
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- Meus amados, aqui estão a mais uma inauguração dentre três
em pontos específicos do espaço-tempo a triangular a verdade de
maneira empírica e imparcial no estudo das oscilações do quantum em
simultâneo não somente sob o espaço, mas pelo mundo. Somos apenas
um dentre três espaçonaves neste imenso espaço de possibilidade do
Tempo para nossa sede em nosso saudoso futuro, mas eterno futuro.
Por este mundo e seus secretos para que possam ser tocados por
mentes sãs sem torções de ego, pois estamos apenas competindo com
nosso próprio eu, a sermos melhores que nós mesmos, que toda medida
seja individual para nos superarmos não em relação ao próximo, mas
conquistemos respostas que possam nos salvar do fim apenas adiado
pelos segredos que guardo e apenas compartilhado aos meus futuros
sucessores. Que usufruam seus trabalhos, façam o que ninguém jamais
fez, vejam o que nenhum olho jamais viu e cheguem a lugares deste
mundo onde nem a imaginação tocou, para contemplarem do topo uma
vista singular da eternidade. Amém.
Todos aplaudiram e então uma música clássica começou a
tocar, Bach, St.Matthew Passion enquanto as pessoas começavam a
passear pelo salão da T.E.M.P.U.S. repletos de equipamentos
sofisticadíssimos, os mesmos que Octavios presenciou em ruínas o
fazendo perplexo mas rapidamente tal noção de estranheza
desapareceu quando algumas pessoas dele se aproximaram após
cumprimentar Stoneset. Quando veio um senhor de idade conhecido
por grandes descobertas que levaram a construção da teia de viagens
temporais, Leonnel Lennox.
- Vivemos tempos muito empolgantes sem dúvidas! - disse o
homem após se apresentar - Fico honrado em conhece-lo Dr.Octavios
poderei assim chamá-lo.
- E eu sou Kimberley Kaab, me parece que serei seu parceiro
em sua primeira missão, apesar de não ser formado por esta ZT. - disse
um jovem que parecia estar começando na TEMPUS assim como ele. -
Vim de um passado, salvo de morrer e descobri um mundo de
maravilhas infindáveis.
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As pessoas se confraternizaram alegres e felizes naquele
momento singular tocaram suas taças e entre conversas e risos
Octavios sentiu-se tão feliz como poucas vezes em toda sua miserável
vida até então. E assim rapidamente se identificou com aqueles que
compartilhavam das mesmas motivações e ideais que ele, como se já
fossem amigos de longa data, a sorrirem entre eventuais olhares
brilhantes de felicidade com aquele momento e uma mulher duma
beleza singular lhe surgiu dizendo, branca com os cabelos loiríssimos
até quase a cintura:
- Octavios, finalmente podemos cumprimentar aqueles que
tentam fazer deste mundo um lugar melhor - disse ela e em seguida se
identificou - Sou Dayanne Conrad, uma topologa, pode-se dizer que
sou da corregedoria deste lugar aqui, assim como este ao meu lado
Joseph Hanus.
Octavios por alguns momentos pensou se o que ele viu era um
sonho, ser reconhecido, ter gente que ele simplesmente não somente se
identificou, mas podia confiar, pois todos estavam naquele mesmo
barco, que segundo as palavras de Stoneset confiar mutuamente era
vital. Octavios finalmente ficou vivo, vivo como nunca com seu rosto
corado pouco a pouco se libertando dos receios de ser apunhalado e ou
traído, e agir feito um animal por seus instintos de sobreviver.
Paradoxo Ilimitado
O sol daquele período do ano tal como do período em que chegou
ficava exatamente por cima estendendo longas horas de intenso calor
somente suprimido pela floresta úmida mediante algumas fontes de
água. Talvez por isso alguns passavam a lhe chamar até mesmo como
um tipo de deus-sol o que soou ao ouvidos de John Octavios como um
absurdo, as noites claras e estreladas estavam a demonstrar exatamente
que tais longicuas luzes estavam a sufocar constantemente os olhares
de qualquer possibilidade de se julgar de tal forma a este povo
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primitivo e por isso mesmo que hospitaleiro de constantes cuidados
com suas tendências extraordinárias ao sobrenatural, extremista.
Assim foi numa destas noites estreladas enquanto após se
deitar com a bela virgem numa pequena casa feita de bambu e madeira
que Octavios ao sair no escuro notou perante os céus algo incomum
aos olhos humanos até mesmo aqueles acostumados a verem as coisas
mais incríveis possíveis e impossíveis. Uma fugaz luz desceu como de
além órbita a uma impressionante velocidade como sendo uma estrela
cadente, porém sob as camadas mais baixas desta reduziu rapidamente
sua velocidade como se estivesse a realizar uma aproximação
cuidadosa tal como as aeronaves de seu tempo.
Suas luzes se modificaram a demonstrar definitivamente que
não se tratava de um mero bólido, mas antes seus movimentos
pareciam deliberar - mesmo que sem qualquer motivo aparente, se não
de exibição - movimentos altamente inclinados e com grandes saltos de
velocidade a demonstrar claramente seje o que fosse certamente não
pertencia a tecnologia humana conhecida por ele. Este objeto então se
dirigiu até atrás duma montanha a uns quilômetros daquele lugar a
desaparecer, mas como sendo tarde da noite, obviamente Octavios
preferiu retornar a seu humilde leito a repousar ao lado da bela jovem.
Porém, tão logo Octavios viu-se como não sendo o único
visitante a viajar de "terras longínquas" a chegarem aquele lugar.
Faltava muito, até perante seus cálculos o mundo ocidental chegar
aquele local e descobri-lo como o 'Novo Mundo' e instalar logo mais
acima do hemisfério uma das maiores civilizações de todos os tempos.
Entretanto, dois homens esbeltos - quase albinos - e dum
parecer claro, completamente desprovidos de pêlos e calvos como se
não demonstrassem quase quaisquer expressões em seus rostos como
sendo uma espécie de mascara chegaram à pequena cidade que crescia,
eram como gêmeos perfeitamente simétricos a completarem um o
movimento do outro de maneira oposta simetricamente. Tão logo
trataram de impressionar os habitantes de igual modo que fez Octavios
com feitos considerados a estes como milagrosos e sobrenaturais, e em
descrições de desenhos nas colunas do que desejariam construir
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apareceram incrustados ao se intitularem como "anjos" dos quais suas
asas estariam ocultas pela luz do dia.
Não que Octavios viu-se em sério risco com sua autoridade
perante o povo local naturalmente conquistada por seus grandes
conhecimentos futuros, mas que estes chamaram atenção por serem
diferentes de qualquer outro temponauta que ele conhecesse e
duvidando de seus propósitos tratou de tentar aproximar-se, porém
estes estranhamente se comportaram de aparente igual forma perante
Octavios.
Tão logo, os dois arrebataram para si diversas mulheres do
local e instigado pelas perguntas e questões em relação a sua
procedência Octavios resolveu seguir a única pista que tinha, a do
avistamento naquela noite incomum. Assim, Octavios e sua longa
barba grisalha, portanto um cajado seguiu com um jovem, portanto
água e comida numa curta expedição por aquelas matas até atrás
daquela montanha a descobrir qualquer coisa que ligassem a origem
dos viajantes que segundo descrições de lá vieram.
O longo e árduo caminho por densas matas abrindo-se trilhas
com seus rudimentares equipamentos de corte, Octavios após muitas
horas, quando o sol já se escondia por de trás daquela montanha do
qual quase alcançava o cume, ele do alto viu-se com uma singular vista
que estendeu-se num entardecer cujo horizonte perdia-se a seus olhos e
vendo-se cansados Octavios que o jovem tolteca prepararam uma
pequena fogueira para ali passarem a noite partindo ao amanhecer.
Mas as lacunas de um vazio lhe perpetuavam pelo fato de que
mesmo que agora sendo aquele lugar seu lar não sentia-se parte deste.
Hebert Stoneset faz um convite a John Octavios onde após se
formar vai até a sede da T.E.M.P.U.S. na linha do tempo em que foi
oriunda, num esplendoroso futuro de infindáveis descobertas segundo
o próprio Hebert Stoneset. Porém o tom dele era de que todo aquele
quase paraíso iria desaparecer graças a um cataclismo sem precedentes
oriundo das fronteiras do espaço-tempo.
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- O Fim vem, o fim vem - disse ele - mesmo meu olhar sobre
nosso futuro não consegui impedir quando não fomos nós mesmos a
construir o fim, isto é, os egocêntricos ordinários, fora nosso próprio
consciente, quando finalmente conseguimos alcançar o esplendor de
nossa evolução. Mas ao menos o mundo poderia ter acabado antes de
termos construído todas estas maravilhas tecnologias a nos possibilitar
conhecer outros mundos! Por isso somos vitais - concluí Stoneset num
quase surto de euforia extravagante ao finalmente se dirigir a uma das
janelas da T.E.M.P.U.S. após sair do wormhole.
Fato, Octavios não se esqueceu de tal vista nem em longos
anos. Florestas de grande formosura se estendiam como um tapete por
terras, mesmo que entre cortadas por caminhos suspensos sobre elas,
ou túneis quase infindáveis, uma cidade quase inteira construída sobre
a floresta onde carros sem rodas a flutuar silenciosamente transitavam
num grande fluxo sobre estas pistas suspensas até perder-se de vista
junto aos vários gigantes de concreto e fibra de vidro que cresciam a
formar como se fosse quase espelhos refletindo o céu azul e límpido
daquele majestoso lugar enquanto pássaros dividiam espaço entre os
prédios, e ao fundo do lado esquerdo daquela impressionante vista uma
gigantesca rampa se erguia sobre o mar que ao ser perguntado por
Octavios o que era tal obra Stoneset disse ser uma pista de lançamento
de espaçonaves que faziam a ponte lua-terra, mas agora utilizado a um
experimento duma tecnologia similar a da T.E.M.P.U.S. - o próprio
Lennox participa deste projeto - constrói no espaço uma magnífica
espaçonave feitas a cruzar a galáxia a buscar outras formas de vida e
um outro lugar habitável.
- Sua fascinante tecnologia utiliza-se de sistemas vibracionais
aprimorados duma artefato similar ao giroscópio, mas utilizando-se
duma fonte inesgotável do próprio quantum nos alinhamos a
freqüências calculadas deste para nos alinhar com as ondas temporais
anteriores pertinentes aos pontos específicos do espaço-tempo do qual
desejamos ir. Na realidade é como uma espécie de T.E.M.P.U.S.
- 110 -
espacial. - completou Stoneset triunfante após respirar fundo a
demonstrar seu orgulho das maravilhas daquele mundo.
Octavios permaneceu sem palavras, ali parado quase estático
sem o que perguntar ao vislumbrar tamanha formosura e avanço
conseguido e então antes mesmo que pensasse em formular uma
pergunta Stoneset prosseguiu após o curto silêncio dele.
- Não temos doenças aqui, nosso corpo pode ser
constantemente reparado apartir de partes re-criadas de nossas próprias
células tronco e podemos viver mais de cem anos facilmente, nossos
radicais livres são quimeras a muito por nós compreendidas e
contornadas. - disse Stoneset - Apesar de preferimos a concepção 'in
natura' de nossa descendência podemos alterar melhorar e aprimorar
nossos embriões geneticamente eliminando possíveis doenças
herdadas, aprimorando qualidades, e após o crescimento por alguns
implantes e modificação amplificar nossos sentidos como visão e
audição. Porém, a maior maravilha de nós mesmos é o que nestes
tempos começam a descobrir explorar os ínfimos de nossa mente e seu
potencial inonimavel e termos descoberto coisas simplesmente
fascinantes, John! O resultado disso tudo, daqui algumas poucas
décadas nos levarão a curvatura de singularidade, muitos sentem-se
como quase deuses ao romper as medidas.
Finalmente John Octavios após recobrar-se de tamanha
maravilha virou-se a Octavios a lhe perguntar.
- Então eles sabem do que virá ao futuro? Das descobertas ao
seu derradeiro e fatal fim?
- Não! Infelizmente não - disse Stoneset - somente eu e
Teogoras, e agora você, evidentemente, sabem das resultantes, o povo
sabem quem somos e o que fazemos e que sobre o futuro nada
podemos contar, não podemos colocar em risco a nós mesmos nestes
casos, chegamos tentar intervir no fim, porém, não conseguimos êxito
se não de combater crescentes ameaças em outros tempos, é como se
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algo ocorresse simultaneamente em linhas diversas linhas temporais de
maneira interligada, isso é muito estranho.
Após aquele papo na sacada do imenso prédio da T.E.M.P.U.S.
diante da brisa e o sol já amarelado pelo seu por, fazendo parecer que o
céu se tornava dourado, Stoneset conduziu Octavios até o pátio onde
alguns visitantes - boa parte turistas - passavam. Rapidamente estes
portando roupas estranhas ao ver de Octavios se dirigiram a Stoneset a
cumprimenta-lo com grande orgulho sobre as histórias relatadas por ele
sobre o passado. Havia até mesmo uma linha de entretenimento
destinada a produção de documentários sobre nossa história resgatando
pontos completamente obscuros até então nas páginas dos livros.
Stoneset passou ao lado de um grande holograma onde mostrava
imagens dele e Lennox, já idoso, se cumprimentando na fundação e
então seguiram adiante.
- Infelizmente para conquistarmos paz e vencer toda nossas
dores e doenças tivemos de sobreviver àquela guerra que dizimou dois
bilhões de pessoas Octavios, mas hoje com o planejamento
populacional e a extinção da pobreza podemos nunca mais fazer com
que ajam descontroles demográficos. - disse Stoneset. - Porém agora
devemos tratar de negócios como um homem do tempo que agora eis.
Eles foram para uma sala de brienfing onde uma grande tela
holográfica dispunha imagens das outras ZT T.E.M.P.U.S. e seus
horários num continuo wormhole que alguns apelidavam
carionhasamente de ponte área espaço-temporal. Dentro deste lugar
Octavios pegou sua pasta com fotos, mapas e fichas sobre sua primeira
missão quando ele encontrou um empolgado Kaab ao seu lado a
cumprimenta-lo com um sorriso e disse.
- Vamos mostrar o quão inteligentes somos, Octavios e valer o
que sabemos!
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Depois disso Stoneset chamou Octavios até seu escritório
particular onde após sentar-se enquanto Octavios desfolhava o briefing
ele começou:
- Você vai a missão de uns seis anos no começo do século XXI
onde seu propósito é de criar condições que possibilitem o resgate de
John Roberts e que se assegure seja libertando do silo no Alasca e
procurar pistas que levem aos cinco desaparecidos do experimento de
Lennox. Você terá o apoio de algumas pessoas confiáveis da Defense
Inteligence Agency onde desenvolverá projetos virtuais, mesmo que
alguns não sejam confiáveis lá, e alguns de fora vão querer mata-lo por
simplesmente não concordar com eles. Mas não se preocupe, pois a
grande maioria deles apenas pensam em sexo. A missão é vital para se
impedir o fim do mundo ou ao menos atrasa-lo quanto mais possível.
Você contará com o apoio como informante Kaab.
- Tal missão não afetará nossa linha temporal? - perguntou
Octavios
- Sim, mas como Seth estaremos sempre aqui independente das
variáveis que sim haverão. - respondeu Stoneset. - Nós Seth somos as
constantes nas variáveis e inconstantes, acima das oscilações mutáveis
do querer alheio, como um tipo de pilar de sustentação ao Tempo,
neste mundo ao menos, a designação do propósito ao um fim de
continuidade. Como, não me pergunte, mas certamente tal explica
porque outras forças desejam tanto nos destruir numa Cassandra
patética, mas também procurar atingir o ser humano em geral. O que
eles procuram em nós está em nossa mente, não cérebro. Algo que eles
não tem. - disse Stoneset. - A mente desde os primórdios fora um
mistério para a ciência humana, mas curiosamente mais que um
mistério a chave para segredos relativo ao próprio tempo quântico. O
que eles buscam a um modo de tentar atingir nosso livre-arbítrio e
pelos Seth uma errônea designação, contra o natural que nos
encontramos de sobreviver a todas variáveis do habitat, é como se
fossémos um nível mais nosso existir vital para os demais e por isso
como desejam constantemente nos eliminar deste, e não somos muitos
se não uma linhagem oprimida constantemente.
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- Você quer dizer que tal liga-se ao conceitual de liberdade em
nossa mente? - Perguntou Octavios.
- Desde o primeiro evento de experimento temporal realizada
casionalmente por Lennox, ele percebeu que sua mente consciente
apresentava um nível de interatividade temporal muito improvável até
então perante a ciência. O problema residia no fato de que ele era um
Asperger e como tal, assim como sensitivos são conscientemente mais
sensíveis...
- Mas onde isso leva exatamente? - perguntou
- O problema é que sabíamos que a mente humana era capaz de
gerar campos eletromagnéticos muito sensíveis e que representavam a
identidade de cada um. Porém, mesmo que a nível quântico tal não
fosse capaz de realizar grandes alterações por tais serem tão ínfimas
não era perceptível por aparelhos do período. Porém, a nível temporal
tal como previsto e teorias como a do efeito borboleta mediante a
distância de interação temporal esta variação cresce exponencialmente
em nível interativo. - Completou Stoneset
- Você quer dizer que o mero perceber pode alterar o tempo a
nível quântico? - perguntou
- Sim e não. Em nossa linha padrão de tempo essas mudanças
são ínfimas por estarmos com as mesmas assinaturas comum do tempo
oriundo como se acompanhássemos suas ondulações, podendo apenas
variar em maior número no que se considera o passo óbvio evolutivo
dos Asperger e sensitismo por mentes que buscavam o constante
autocontrole e jamais podem ser dominadas como a de Lennox. – fez
então pausa e após olhar em volta prosseguiu. Tais mentes apresentam
um nível de assinatura tão sutil e fino do qual apenas alguns
conseguiram em meu futuro desenvolver capacidades telepáticas
mesmo que exclusivamente parciais de comunicação, mas que ao
contrário de alguns ocorrem em concordância plena entre duas mentes
por identificação de assinaturas o que a indução forçada do mesmo
curiosamente diminui seu impacto alterando a assinatura a uma leitura
anômala, algo que não somente se liga ao conceito de livre-arbítrio,
mas pode ser sua expressão, o querer livre. Alguns chamaram isso de
Pensamento Quântico Gêmeo, e tal era justamente o que
- 114 -
aparentemente estes seres buscam em nós por curiosamente serem
incapazes de apresentar o mesmo nível de interatividade quântica, por
meio a anulações, por isso homo nulus.
Após sair e finalmente rumar para tal linha do tempo passada,
Octavios foi apresentado a pulseira quântica colocada em sua mão
esquerda, feita para ser discreto como pouco mais que um sofisticado
relógio sob pretextos de que media-se suas condições físicas o que não
era mentira, mas que, porém, era como quase um supercomputador a
registrar por diversos sensores as menores variáveis em diversos níveis
e forças.
Paradox Way
Ao amanhecer uma leve nevoa esbranquiçada tomava conta da
montanha de onde estavam, rapidamente se dissipando enquanto estes
comiam algo, não demorou a revelar o quão lindo era aquele lado da
montanha enquanto desciam entre rochas e algumas nascentes de águas
límpidas. O sol cujos raios ainda não alcançavam aqueles lados, apenas
faziam um pequeno espetáculo ao cortar entre as arvores mais altas em
meio a residual da nevoa. Octavios se perguntava o porque daquele
povo primitivo chegou até referir-se a ele como homem do sol, uma
vez que as noites escuras não eram mais claras com ele, e não demais
tão logo quando alcançasse horas mais avançadas do dia o sol
demonstrava uma faceta cruel por um calor escaldante do qual poucos
eram os que suportassem não fosse as arvores e algumas nascentes nem
tão freqüentes. Mas não demorou Octavios encontrar numa estranha
formação rochosa um artefato que parecia esconder-se dos olhos não
comuns ao local, porém a luz daquele horário denunciou a posição do
objeto metálico que reluziu como quase um espelho entre a vegetação.
Com grande dificuldade de acesso Octavios e o jovem se arriscaram
por pedras íngremes e repletas de lodo pelo movimento de águas
pluviais e as noites muitas vezes úmidas utilizando algumas cordas
rudimentares e alguns equipamentos improvisados por Octavios estes
conseguiram alcançar o ponto donde para sua surpresa puderam
contemplar uma marca feita num platô de pedra quase como uma
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extensa placa de pedra reta, na parte mais inferior a posição do objeto
onde um símbolo estranho com dois círculos riscado ao meio, talvez
para designar a posição onde se encontrava o objeto para outros objetos
que por ventura o procurassem. Obviamente aquele sinal era feito para
ser visto do alto, do céu, para indicar a posição deste artefato.
Mas ao chegarem rapidamente o jovem começou a referir tal
objeto como sendo "casa dos deuses" em sua própria língua e com
medo de tocar tal chegou quase se desequilibrar a beira das pedras
sendo seguro por Octavios. Realmente era impressionante o quão
aquele povo poderia ser facilmente ludibriado e assim induzido por
qualquer um com maior conhecimento graças sua ignorância em
considerar qualquer coisa diferente como 'divino' ou dos 'deuses'.
Octavios, no entanto, rapidamente chegou a aeronave a constatar ser a
mesma vista por ele alguns poucos dias atrás para poder notar que
obviamente a tecnologia dela era desconhecida por completo, mesmo a
ele que vinha dum futuro de grandes descobertas cientificas. Octavios,
entretanto, não conseguiu descobrir nenhum ponto de entrada visível,
qualquer indicio de porta ou janela com sendo uma liga metálica
desconhecida para ele onde não havia dobras ou junções, mesmo que
completamente sólido.
Frustrado com tal o fato de não ter conseguido nada que lhe
desse uma pista sobre a origem e intenção dos seres Octavios rumou
pela trilha de volta sob o intenso sol da tarde, mas desta vez chegando
ao inicio da noite de volta a cidade tolteca. Mas para sua surpresa estes
homens sentados sobre tronos feitos por eles e recebendo oferendas tão
logo viraram os atos de Octavios como sendo ruins fazendo este povo
passar a desconfiar dele, e mais rumores de que tais seres pediam seu
sacrifício como deus dos toltecas, se intitulado mensageiros dele.
Obviamente aquilo enfureceu Octavios ao perceber que sem nem ao
menos ser consultado pelos lideres do povo sobre tais questões e uma
vez que havia feito tantas descobertas de grande valia para estes, pelo
mero fato de sua aparência incomum e por estes demonstrarem alguns
outros conhecimentos considerados milagrosos perante o povo.
Pouco a pouco, o clima no local esquentava onde cada qual
parecia estar desconfiando de suas próprias sombras e constantes
- 116 -
brigas ocorriam, e não menos indícios de uma praga a começar fazer
vítimas imediatamente foi ligada a Octavios provavelmente por
intrigas provocadas por estes seres estranhos que buscavam a todo
custo evitar Octavios como se temessem que algo fosse descoberto.
Não demorou muito para que numa noite alguns se
aproximassem da pequena tenda de Octavios carregando tochas de
fogo e pedindo para que a jovem que ele tomou se retirasse, em tom de
ameaça disseram que os deuses ordenavam o sacrifício dele para poder
curar a praga eminente. Sem saber o que dizer se não de que tais atos
eram grandes mentiras colocadas por estes seres - mesmo que Octavios
não poderia desmascara-los por realmente não saber sua procedência -
ele sentiu-se claramente ameaçado sendo apenas salvo por dentre estes
que pediu para que se calassem. Quando ele se virou, notou que era
ninguém menos que Kaab seu parceiro disfarçado!
Como, e desde quanto andava entre o povo ele não sabia, mas
pouco se importou se não com o fato de que salvou Octavios de um
principio de tumulto:
- Sou de carne e osso, vocês estão vendo? - disse Octavios na
língua deles - Não curei os seus, pois não faço milagres, não sou um
deus, mas tão pouco trouxe tais doenças que vocês dizem aqui!
Aliviado por ter sido salvo por Kaab das mãos dos cada vez
mais atordoados toltecas, imediatamente Kaab relatou como e quanto
tempo chegou naquele lugar nas pesquisas espaço-temporais para
poder localizar seu paradeiro depois do incidente medieval com os
templários.
- Conseguimos rastrear sinais seus no inicio do século XX,
porém o quantum ficou turvo criando curvaturas reflexivas desta linha,
creio que você tenha encontrado um dos cinco desaparecidos do tempo,
certo? - terminou Kaab perguntando.
- Sim, porém apesar de ter morrido, creio que temos outros
problemas com estes estranhos aqui. Porque não conseguiram me tirar
antes daqui? - perguntou Octavios praticamente reclamando.
- 117 -
- Infelizmente andamos tendo dificuldades em focalizar
determinados pontos do espaço-tempo mais do que antes. Algo está
ocorrendo a provocar tais anomalias, mesmo que parecemos eliminar
dum lado doutro surge novamente, num outro ponto do espaço-tempo.
- disse Kaab - e mesmo depois de localiza-lo aqui, não conseguimos
fixar antes no tempo, para evitar que vocês passassem três anos
sozinho aqui.
- Receio que agora não adianta lamentar meu tempo perdido.
Temos que descobrir o que está ocorrendo aqui, mas devo lhe dizer que
tal tecnologia desconheço por completo. - disse Octavios a Kaab.
- Você sugere ser extraterrenos? - perguntou Kaab curioso -
Sempre nos perguntamos por tais pistas, no entanto, mesmo após
começarmos nossas viagens não foi explicado tais sinais como nossos.
- Nem do outro lado do espelho. - completou Octavios -
encontrei o transporte deles doutro lado daquela montanha - disse ele
apontando para a direção - visualizarei sua aterrissagem vindo de além
atmosfera. Realizei uma expedição com um jovem tolteca até lá e o
que vi me surpreendeu, tal artefato é feito dum material que jamais vi.
- Receio que tenhamos um paradoxo de alta magnitude em
nossas mãos. - disse Kaab.
- Mil negativos, mil negativos! - completou Octavios enquanto
pegava suas coisas até irem de volta a cidade, afinal o tumulto já havia
cessado.
Ao chegarem no local Kaab relatou que os homens estavam
seguindo os planos da construção de algum tipo de templo, mas que de
acordo com pesquisas parecia ser algum tipo de repositório de energia
a provocar oscilações quânticas podendo ser tanto positivas quanto
negativas.
- Esse fenômeno incrível é uma demonstração do poder destes
que não sabemos ao certo se teêm ligação com os homo nulus se não os
mesmos. Mas sabemos que onde existem tais construções ao menos em
alguns momentos ocorreram grandes discrepâncias quânticas como se
tal servisse para canalizar algum tipo de sinal ou onda proveniente do
- 118 -
espaço. - disse Kaab. - porém, não existe até agora nenhuma evidência
de quem sejam tais.
- Mas certamente explicaria muita coisa. - disse Octavios
Porém, em meio à trilha pela selva algo pareceu se esvoaçar
por entre a vegetação, a remexendo rapidamente, e como se tivesse
saltado para algum outro ponto. Tal foi o alvoroço que pássaros
voaram e até mesmo outros animais passaram por entre eles mesmo
sendo habituados por aqueles locais a serem caçados.
O rápido reboliço assustou ambos e levou imediatamente Kaab
a observar sua pulseira quântica para poder tentar determinar o tipo de
interferência que este, e seja o que for, provocou, e para sua surpresa
viu o sinal saltar bruscamente e em seguida retornar ao normal. Mas
sem verem mais qualquer outro sinal, estes seguiram até a cidade onde
todos pareciam estar a trabalhar na construção do dito templo, e
mesmo que sendo reverenciado por alguns Octavios sentiu-se
estranhamente hostilizado. Algo estava ocorrendo, mas agora estavam
determinados a utilizarem toda sua influência para chegarem os
misteriosos visitantes.
Assim na porta eles se depararam a notar que foram
bloqueados mesmo que o homem se ajoelharam a pedir suplicas a
Octavios, porém ignorando tal Kaab disse que deveria vê-lo ou
Octavios utilizaria seus poderes de deuses para entrar. Aquilo assustou
Octavios que fez ele se virar imediatamente para Kaab como quem o
repreendesse com os olhos, mas Kaab piscou para ele em sinal de
confiança e então Octavios prosseguiu.
- Exijo eu falar com estes senhores viajantes! Se não haverão
danos!
- Não posso eu meu senhor, tenho ordens diretas dos deuses! -
disse o homem abaixando a cabeça com grande e claro temor de
Octavios.
- Então que assim seja. - disse ele decidido.
- 119 -
Kaab acenou para ele a mostrar discretamente sua pulseira
quântica e ao apertar um botão provocou diversas ondulações de
ressonâncias que fizeram criar torções que trepidaram as rochas que
estavam sendo colocadas no local e o homem a cair de joelhos
implorando por sua vida.
- Quão grandioso és este milagre a comprovar seu poder
Kulkulkan, quem sou eu a impedir sua vontade! - disse o homem
assustado visivelmente em sua língua.
Mas diante daquilo nem precisaram entrar que os ruídos
provocados fizeram chegar os dois viajantes a eles num claro confronto
pedindo para que o homem saísse e assim o fez correndo.
- Vejo que finalmente. - disse um destes e sendo completado
pelo outro - não enganamos mais vocês!
- Mas sabes. - disse um e o outro completou - que não podem
nos enfrentar viajantes do tempo. - e o outro seguiu - existem coisas
muito - e seguindo a outro completou - maiores que vocês!
- O que estão fazendo com este povo? Porque constroem tais
Templos-piramides? - Perguntou Octavios coçando sua barba e
tentando impedir de demonstrar mais curiosidade que medo.
- Não são meros templos como tantos outros - disse um e em
seguida completado por outro - são canais de ligação, mas não é de
vossa conta! - os dois olharam um a outro e então seguiram olhando
para Octavios - Agora, você deve ser eliminado - e o outro completou -
da existência.
- Terão de passar por cima de mim! - disse Kaab apontando
para sua pulseira quântica.
Foi então que os dois levantaram sua mão e criaram ecos
modulares parecidos com os ecos temporais parecendo fundir a
imagem dos dois idênticos homens numa só e fez com que Kaab
simplesmente fosse jogado longe sobre o mato.
- 120 -
Aquilo deixou Octavios furioso, e sem se acovardar ele pegou
um pedaço de pau mesmo que nada fosse diante daquilo, porém antes
que apontasse para ele estes olharam para a mata onde viram pássaros
voar e as arvores sacudindo como se algo passasse por ela a rasgando.
Estes então olharam um ao outro e seguindo movimentos exatos saíram
deixando Octavios como se temesse tal.
Nunca Octavios viu tal poder em todo o tempo que esteve vivo
viajando no tempo e confrontando o futuro de fantásticas descobertas e
o fim das doenças, de modo que ele quando foi levantar seu parceiro se
perguntou se realmente aqueles seres não seriam algum tipo de deus
por tamanho poder milagroso sem aparente tecnologia, tal como eles
utilizavam, nenhum homem detinha tal poder, seriam algum tipo de
viajantes temporais ainda mais evoluídos que eles? Extraterrenos?
Porém, tão logo Kaab parecia claramente irritado e decidido a
seguir o rastro das criaturas mesmo que agora o povo parecia estar em
polvorosa com a situação, e assim viram que eles pareciam ir em
direção a montanha de onde vieram para encontrar seu artefato. Eles o
seguiram por cerca de uma hora até que repentinamente um dos dois
viajantes "gêmeos" parece seguir o movimento imprevisto do outro,
mas antecipando um repentino ataque e destruiu uma série de arbustos
abrindo uma pequena clareira na floresta. Ao verem tal Octavios e
Kaab se jogaram no chão assustados ao notar que parecia ainda haver
algo mais poderoso, em que aqueles seres que agora pareciam lutar por
si próprios.
Foi quando Octavios e Kaab completamente estáticos
assistiram algo que fizeram eles sentirem-se não muito diferentes dos
nativos toltecas, um ser surgiu como quem flutuasse pela grama tendo
cruzado seus braços e fazendo com que algo como um vento saísse de
seus pés a levaram folhagens para todos os lados, e para seu espanto
este ser esbelto, cumprido e com uma pele diferente da nossa. Um dos
seres "gêmeos" saltou sobre ele num ato desesperado e num só golpe
desapareceu fazendo a imagem do outro trepidar e este riu mesmo que
claramente amedrontado a dizer, algo numa língua que eles não
souberam compreender, mas antes de algo foi também aniquilado, mas
- 121 -
sem deixar rastro é como se tivesse apenas criado algumas oscilações
temporais.
O ser então parou diante deles como se soubessem da presença
deles ali e então falou a eles dizendo em sua própria língua.
- Estão seguros agora e por momento. Voltem a sua linha
temporal e relatem que tão logo a batalha começará, a tempestade dos
tempos. - disse o ser demonstrando-se benéfico.
- Mas e estes viajantes? O que lhes ocorreu? - perguntou
Octavios.
- Octavios - disse o ser sabendo seu nome - ecos reflexivos não
morrem, mas sim o original, compreende agora porque eles se
completavam sincronizadamente? - Mas vão agora e digam que
seguirão viagem ao mar, pois aqui o dano já foi feito.
Obviamente sem pestanejar mediante tamanha demonstração
não somente de poder inexplicável, mas conhecimento, restou apenas a
Octavios concordar com a cabeça com agradecimento, mas quando se
retirava Kaab não resistiu e perguntou:
- Quem é você afinal? É algum tipo de anjo ou deus?
- Mais ou menos isto, mas sugiro que vão agora. - disse o ser.
Universo em Três Tempos
Após retornarem a T.E.M.P.U.S. Octavios a caminhar entre os seus,
completamente diferente do que era pela passagem longa de tempo
para ele, mas curta para os seus fazendo deles como algo mais que
memórias vivas numa mente com saudades, todos os observavam
quando Teogoras lhe disse ser bom tê-lo de volta entre seus fiéis
amigos quando pararam suas tarefas a recebe-lo observando seus
passos com espanto ao vê-lo envelhecido de tal maneira.
Diante do espelho se observou, sua pele enrugada levemente
pelo sol e as condições que viveu, mas tranqüilo por finalmente
encontrar seus pertences no pequeno, mas confortável quarto seu,
retirou sua barba lentamente e teve seu cabelo aparado adequadamente
- 122 -
o fazendo ele se lembrar de como ele mesmo costumou sempre ser.
Finalmente aliviado por poder cortar seu cabelo, porém as repercussões
levaram a grandes tragédias no passado após saírem, verdadeiros
massacres eram realizados em nome duma fé do qual acreditavam que
os sacrifícios agradavam tal “entidade” que era Octavios.
Para todos daquele lugar a única surpresa é que ele envelheceu
em questão de minutos enquanto para ele passou-se quase quatro anos
de situações insólitas, mas finalmente sentiu-se seguro como nos
tempos em que foi resgatado por Stoneset agora aposentado em algum
lugar do espaço-tempo de modo similar a John Roberts. Mas ao
encontrar Kaab estes se dirigiram a sala de conferências para poderem
passar o relatório ao novo chefe da T.E.M.P.U.S. Conorte, Teogoras.
Seriam aqueles alienígenas mesmo? Os estranhos gêmeos pareciam ser
ecos reflexivos, mas qual seria o original? Infelizmente no relatório
deles permaneceram mais perguntas que respostas mediante as
ocorrências aos olhos de Teogoras desconhecidas por completo. Mas
como sucessor em hierarquia de Teogoras este lhe virou dizendo.
- Sempre nos confrontamos com perguntas, cujas respostas
estão além de nosso conhecimento. Somos humildes em reconhecer tal
condição, perguntas maiores que nós. - disse ele - Porém, creio que tal
mistério será respondido ao seu tempo, ficamos muito felizes por ter
você de volta Octavios, os bons não tem prazo de validade.
- E sobre a missão em New York do século XX? - perguntou
Octavios.
- Apesar de termos captado grandes oscilações quânticas por
lá, aparentemente a linha temporal está como sempre deveria, talvez
por você ter retornado ao tempo, não sei ao certo. - disse ele. - porém,
o sino que você descreveu curiosamente descobrimos algo sobre ele,
tal existe de fato e se tornou alvo de disputas entre duas facções
opostas do nazismo, uma muito má.
Octavios demonstrou-se claramente perplexo com tais
desdobramentos provocado por suas interações e sobre um dos cinco
desaparecidos, apesar de Teogoras acreditar em Octavios ele disse não
- 123 -
ter encontrado qualquer vestígio dele no referido período onde esteve
presente, mesmo que tais conceituais de mundos paralelos
freqüentemente fossem descartadas pela T.E.M.P.U.S.. Talvez tenham
se tornado ecos assim como Lennox teria se tornado num período de
tempo, eles não sabiam ao certo...
No século XXI John Octavios se encontra numa reunião com
importantes pessoas da Defense Inteligence Agency após dois anos de
missão a debater um problema ético imensurável.
- O abismo que se cria são de dois mundos irreconciliáveis, um
legal e outro maquiavélico abaixo das leis cujo confronto será
inevitável numa colisão moral que poderá mergulhar o mundo numa
anarquia global, o quadro se torna imprevisível...
Após sair, Octavios chegou ao seu laboratório onde realizava
um experimento secretamente com nanotecnologia modificando vírus a
uma mutação. Inicialmente utilizando o próprio vírus da SIDA
modificado a simplesmente se combaterem parecia surtir os primeiros
resultados positivos na contenção da doença, o que ele demonstrou
com um sorriso de satisfação em seu rosto. Re-programar vírus com tal
tecnologia se tornou algo maravilhoso, mas apenas em mãos de
pessoas eticamente corretas e com iguais boas pretensas, mal sabia ele
o que estava a lhe vir onde em três tempos o homem da T.E.M.P.U.S.
teve um estranho reflexo de estranheza sobre ele ao ver uma foto de
onde John Roberts veio, um lugar no Rio de Janeiro chamado Pedra da
Gávea, ele se virou e olhou-se no espelho como se visse quase outro
Octavios, um eco seu...
Porém, mal sabia ele que há muitos séculos atrás naquele
mesmo lugar onde viu na foto do lado oculto desta pedra uma grande
construção se realizou diante das grandes florestas tropicas num lugar
completamente desconhecido ao mundo ocidental, um paraíso perdido
dum espaço-tempo nunca tocado pelo homem moderno. Uma face se
ergueu esculpido e entalhado naquela grande pedra onde um rosto se
formou, um homem do qual a aparência era John Octavios, gravado
- 124 -
para sempre nas linhas do espaço-tempo diante de pássaros como
memórias perdidas apenas a nossa civilização, mas guardadas para
sempre onde por de trás desta pedra entalhes paralelos orientava a uma
secreta caverna cujo acesso não se poderia aos primitivos daquele
período e que guardava um estranho artefato, a pulseira quântica
quebrada de Octavios. Como tal foi ali parar, antes mesmo que os
toltecas existissem? Como saber se não de que Octavios se tornou parte
do mosaico cujo esplendor apenas se contempla em totalidade por
peças desconhecidas pela humanidade...
- 125 -
Parte IV
Eyes Only
Tabus do tempo: Petra Ad Seth
Aproximadamente 5.000 anos atrás nas mediações das cidades de
Moabe um homem montado numa jumenta após caminhar um longo
período pelo deserto deixando habitações chega finalmente do alto das
colinas a ter uma vista de um enorme acampamento que se estendia ao
horizonte repleto de barracas de diversos tipos. Ele desce lentamente
até se deparar com um camping um pouco separado dos demais
próximos a algumas formações rochosas onde alguns homens
trabalhavam carregando pedras. Ao se aproximar os homens pararam
de fazer o que faziam a observa-lo quando este soltou de sua jumenta e
se dirigiu a um homem que veio a seu encontro.
- Venho eu em paz até a vocês em nome dos moabitas, me
chamo Balaão - disse o viajante mesmo que mal conseguia conter sua
curiosidade sobre o que aqueles homens faziam nas formações
rochosas - venho trazer palavras em nome de Balaque.
- Paz seja contigo - respondeu o homem - Mas no que
poderíamos nós ser úteis se não nosso grande líder.
- Talvez vos possa me dirigir a este - respondeu Balaão.
Neste momento outros dois homens se aproximaram e o que
atendeu Balão virou-se para estes que vinham o que chamou atenção
de Balaão ao que faziam lá e então ele disse.
- O que fazem nas colinas de Moabe? - perguntou Balaão
finalmente sem conter a curiosidade
- Temos nós negócios de nossos antepassados aqui, muito
antes de qualquer cidade aqui crescer e surgir. - respondeu o homem -
Mas levarei você até quem deseja, Moisés nosso líder.
- Que seja então - respondeu Balaão contrariadamente ao ver
que o homem simplesmente não quis falar sobre seu negócio naquelas
pedras.
- 126 -
Assim caminhou Balaão ao lado do homem montado a seu
cavalo que se identificou por Rochael até se orientado a falar com
algum representante do povo que, no entanto, não foi Moisés. Porém,
Balaão perplexo não conseguiu dizer as palavras que deveria dizer ao
povo, mas sem conter-se após ter visto o que considerou improvável e
sua curiosidade movida pela cobiça seguiu novamente ao local donde
acampava Rochael e os seus, quase como sendo uma tribo de Israel,
pois acreditou ele se tratar de pedras de grande valor que ali se
encontrava e esperando a noite cair desceu silencioso até o local vendo
o camping ao lado quando adentrou um lance de pedras e passando
como numa quase caverna viu junto o material escavado conchas do
mar e um pilar com desenhos que se erguia separadamente dentre as
rochas endurecida pelo passar dos anos. Nestes desenhos dos quais
faziam disposições de contagens relacionadas aos astros e ao Tempo
como sendo informações que ele desconhecia por completo. Assim
utilizando-se duma pequena tocha as iluminou, mas sem compreender
o significado daquilo quando um zunido de espada lhe surgiu por de
trás. Era Rochael e mais um homem que protegeu o local daquela
intromissão.
- Não existe nada a ser compreendido por você aqui. - disse
Rochael rispidamente. - Apenas memórias daqueles que nos colocarem
e nosso mundo.
- Muito mais parece ser isto do que aparenta - disse o homem.
- Mas nada há que possa ser compreendido por ti Balaão -
insistiu Rochael - São verdades dos quais protegemos até seu próprio
tempo, não mentiras ou ambigüidades, apenas lê o que não é próprio a
sua língua.
Não se dando por satisfeito Balaão saiu e retornando a jurou
que sua jumenta começou a relatar sobre o que fora visto. Porém seu
respeito mediante o relatado apenas o fez sentir-se inferiorizado e por
isso a escrever sobre tais como uma linhagem de Sete como Deus, mas
ao mesmo que deveriam ser mortos num falso juízo de fé torcida. E
- 127 -
assim o deixou seu escrito posteriormente sobre uma rocha não muito
longe dali para os que descobrissem. Quando prosseguiu com seu
plano a tentar fazer o povo de Israel tropeçar em mentiras para que não
tomassem aquela cidade e após tal apenas se dirigiu ao povo dizendo
sobre Rochael e Sete.
- Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto;
uma estrela procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel, que ferirá os
termos dos moabitas, e destruirá todos os filhos de Sete.
O povo sem entender apenas assistiu o homem se retirar como
quem estivesse triunfante, mas mesmo assim registrando em seus
livros, a compartilhar de um rancor contra Sete que levou a destruição
aparente dos pilares no combate que sucedeu e numa tentativa
constante de adentrarem seus segredos que ainda assim foram salvos
geração após geração, sem que a praga de rancor de Balaão fosse
completa.
Londres, século XIX
John Octavios parece se divertir relaxando um pouco com um
sofisticado engenho virtual que recreativo que utiliza sua própria
psiquê para um tipo de software de realidade que entrecruza memórias
dele mesmo com um jogo de realidade interativa recriando-as em
simbiose com sua própria mente. Tal equipamento, obviamente vindo
do futuro destoa completamente do mundo da superfície, onde
inclusive não se trata de um mero brinquedo, mas um sistema de
investigação da psique que teve suas origens na primeira metade do
século XXI. Muito bom para ele era tal de modo que o fez
praticamente viajar nestes tempos onde teve participação ativa como
um temponauta, mas sendo conhecido como filosofo e cientista dos
meios de biologia e informática.
Mesmo que sendo constantemente oprimido em décadas mais adiante
quando de fato nasceu e assim foi oriundo, Octavios aparentemente
gostou do fato de poder viajar com o melhor de suas lembranças,
mesmo que ultimamente andava tendo estranhos problemas de
- 128 -
memórias onde em aparentes sonhos ele parecia viver em realidades
diferentes, e assim tão logo ele teve um estranho surto quando viu a si
próprio como num tipo de realidade diferente diante de um jovem lhe
mostrando uma caixa do qual disse guardar segredos para a fé humana
e a salvação do mundo. A Caixa de Auster que, no entanto, era um tipo
de placebo. Tal despertar de memórias lhe provocou uma grande
confusão o deixando literalmente tonto e fazendo ele se retirar do
equipamento assustado e transpirando. Um tipo de mascara com alguns
leds que indicavam a movimentação e intensidade dos pulsos de seus
neurônios que obviamente soou um pequeno alarme quando ocorreu
tal. Octavios imediatamente salvou tal visualização num pequeno disco
e levou para a enfermaria onde foi questionar o psiquiatra sobre tal.
- Tenho tido tais sonhos, mas que se embaralham em minha
mente, deixando-me confuso sobre de onde vim na primeira missão
que tive no século XXI. Talvez fruto de algum tipo de interação a
sobrecarregar meu córtex, o que é isto? - perguntou Octavios
estendendo a mão ao doutor com o disco para ele ver.
- Você não é o único a relatar tal fenômeno, acredito ser um
dos efeitos colaterais de nossa interação com o tempo fora de nossa
própria linha temporal de origem, não estamos fisicamente preparados
para tal. - respondeu o doutor colocando o disco e fazendo surgir
leituras em seu monitor sobre suas memórias. - Muito interessante, mas
somente posso cruzar alguns dados a seu favor, com sua devida
permissão a acessar sua mente do qual apenas a ti pertence suas
memórias. - concluiu o homem.
- Talvez esteja precisando de umas férias, pois mesmo que este
trabalho em si seja algo magnífico e seu salário seja acesso a
informações formidáveis e um usufruir destas tecnologias de algo que
mais nenhum pode, talvez procurar um dos pontos secretos do espaço-
tempo fosse legal. - disse Octavios.
- Sei como deve ter sido sua última missão naquele lugar com
tantos primitivos. Mas alguns elementos exigem um senso de
emergencial, afinal nada pode substituir seu consciente, sua mente do
qual somente em si próprio com sua própria permissão. - disse o doutor
- 129 -
e prosseguiu - claro, aqui não somos monstros e como homens do
cientifico empírico indicarei tal a Teogoras, pois mesmo que seje um
dom poder fazer parte disto, seu corpo e mente cansam e precisam se
recrear muito mediante este stress.
- Fico grato por tal. - disse Octavios, mas antes que saísse um
sinal solicitando sua presença, justamente Teogoras quem o lhe
solicitou.
Após chegar até o local onde se encontrou Teogoras sentando
em sua mesa vendo focado o monitor de seu micro quando ele desviou
o olhar a Octavios onde agradeceu por ter vindo e pediu desculpas por
atrapalhar seu merecido descanso, afinal Teogoras apesar de ser um
homem rigoroso conhecia muito o conceito de retribuição como meio
de fazer valer todo esforço dos presentes fazendo ele criar uma
reputação de homem justo e honesto mesmo que não compartilhasse da
mesma aura de mito do antecessor Herbet Stoneset, e por isso
aposentos confortáveis e acesso a sistemas recreativos faziam destas
pessoas sempre empolgadas tanto em suas missões quanto no dia-a-dia
interno da T.E.M.P.U.S. Conorte.
Porém, assim que tão logo recebeu Octavios este o orientou a
segui-lo até onde ficava a exposição através de um vidro à prova de
fogo e bala a pedra fundamental daquela ZT, um fragmento do que
dizia ser um dos pilares de Seth. Aquele pedaço antigo de pedra era um
achado arqueológico valioso do qual ele acreditou se tratar duma das
provas das viagens temporais pelo fato de que contia codificado não
somente conhecimentos de localização de alguns astros onde
possivelmente contiam vida, mas de uma das principais equações que
permitiram a concepção de viagens temporais, algo que foi
razoavelmente influente em cultos como a do setianismo.
- Este é um dos achados mais incríveis junto à do homem
fossilizado com o que aparenta ser uma pulseira quântica recém
descoberto e vindo pra cá. - disse Teogoras. - Mas espantosamente este
fragmento descoberto por acaso em 2046 no final da guerra nos lados
do Oriente médio, serviu para que Lennox completasse sua equação
- 130 -
que permitiu as viagens no tempo! – ele fez uma pausa a observar os
desenhos da pedra e prosseguiu - Conhecimentos sobre lugares
desconhecidos, pela ciência, em período como Sirius B, do qual um
povo indígena chamado Dogons, na África (Mali, uma região do antigo
Sudão francês) compartilham, nossas investigações determinam que
teriam semelhanças herdadas com antigos egípcios e algumas ligações
com judeus antigos, talvez do tempo de Moisés, logo, provavelmente
Seth.
- Fascinante, mas onde o senhor quer chegar? - perguntou
Octavios
- Recebemos estranhas leituras quânticas da ZT Coneste que
identificou uma área de discrepância na Europa exatamente no período
da Segunda Guerra Mundial. - disse Teogoras - Segundo nossas
sondagens iniciais percebemos que mesmo que seus relatos fantasmas
do inicio do século XX não corrobem, alguns elementos o levam a tal,
o sino que você desenvolveu com Nikola Tesla, e este artefato a
provocar a onda de discrepâncias espaço-temporal neste período, estão
fazendo algum experimento com este.
- Como pode ser possível? - perguntou Octavios.
- Assim como os segredos que ainda contém esta pedra,
queremos que você descubra! - disse Teogoras. - Receio que esta
missão seja feita sob medida para você, mas não só. Queremos John
Roberts nisso também.
- Porque? - perguntou Octavios - ele está protegido num ponto
do espaço-tempo secreto.
- Porque encontramos informações transcritas e descobertas
por ele nas mãos destes homens do século XX, John. - disse Teogoras -
e quando algo é criado por uma mente, a maior qualificação é uma
investigação pela própria. Ou você pretende tirar conclusões pelo mero
achar?
- Mas você não pretende que mate Hitler ou evite o
holocausto? - perguntou Octavios num tom cético.
- Você sabe que não podemos influir em nada na história até a
descoberta oriunda temporalmente das viagens temporais, afinal para
- 131 -
nós tal já ocorreu. - disse Teogoras. - Você não pertenceu à década de
1940, John.
Tractatus Ad Tempus
Uma vez tendo recebido tal brienfing de modo tão particular, Octavios
admitiu a si mesmo que tinha até alguma curiosidade em conhecer
aqueles tempos, mesmo que numa passagem discreta e com a promessa
de ter uma excelente retribuição, ferias num lugar maravilhoso a seu
escolher ou usufruir um pouco do futuro onde pode ser reconhecido,
relatando seus atos e fatos passados em grandes aventuras pelo tempo
que ele já tinha em sua bagagem. Mas passando pela preparação onde
recebeu roupas adequadas ao período, informações, nomes, e
calibrando sua pulseira quântica diante do maquinário peculiar que
gerava energia suficiente para abrir o wormhole a romper as barreiras
do espaço-tempo até a freqüência desejada, Octavios se viu empolgado
mesmo sabendo que retornaria primeiramente ao passado para buscar
John Roberts, ou melhor chamá-lo a participar como temponauta
honorário.
Rapidamente no local de transferência temporal Teogoras
acenou para John após perguntar se estava legal com ele e pronto
levando este a concordar quando um campo forte gerou ondas no
compartimento isolado da T.E.M.P.U.S. criando torções temporais
contida apenas pelo isolamento quântico até que ele pouco-a-pouco
tornou-se como um "eco múltiplo" e desapareceu por completo.
Um céu límpido diante de maravilhosos campos verdes cujo
gramado era um convite a um piquenique, ao horizonte algumas
nuvens flutuavam a vagar pelo imenso azul como algodões. O vento
cortava as plantas as fazendo balançar livremente dum lado a outro
como numa dança prosaica e harmoniosa enquanto pássaros cantavam
completando a trilha sonora ritmada pela suave brisa apenas
interrompida por um súbito vácuo a gerar um movimento de vento
repentino a provocar um solavanco nestas plantas. Surge então John
Octavios naquele quase paraíso onde qualquer forma de violência não
atingia mesmo que em tempos violentos, mas que mediante todos
- 132 -
relatos o homem oriundo daquele tempo não o alcançaria pelo menos
no próximo século.
Logo, Octavios notou latidos a se aproximar, eram dois lindos
cães ladradores como anunciantes da visita inesperada. Octavios olha
para sua pulseira e percebe que naquele lugar havia se passados seis
anos após sua saída depois do incidente de Jerusalém, e tão logo surge
um homem da janela a abrir a porta de uma humilde, mas confortável a
aconchegante casa. John Roberts caminha lentamente chamando os
cães para que retorne e abre um sorriso de surpresa e felicidade ao ver
Octavios novamente após todos aqueles anos.
- Que sorte me trouxe os bons ventos hoje! - exclamou Roberts
- Surpresas agradáveis sempre me dá vontade de deixar as portas de
meu humilde lar abertas. Por onde andaste?
- Felicitações da TEMPUS em nome do Tempo. - respondeu
Octavios com um sorriso receptivo ao rosto. - Espero eu não ter lhe
interrompido em negócio algum!
- Como você poderia tal? - perguntou Octavios estendendo a
mão esquerda em direção ao seu lar como convite - Siga-me e venha
tomar um chá antes de me dizer o que lhe trás aqui.
Seguido pelos dois felizes cães saltando e cheirando Octavios,
John Roberts passou por um jardim lindo e empurrou a porta de
madeira da edificação feita de pedra a revelar sons de crianças
gritando.
- Não se admire com a bagunça, meus filhos são pessoas
ansiosas pelo saber, e fazer, diga-se de passagem. - disse Roberts.
Tão logo Octavios surpreso ao perceber que agora havia tido
filhos com a jovem parente de Xenomedes que surgiu com o chá na
mão sorridente e em seguida pegou os filhos os levando para o quarto
afim de deixa-los conversar, enquanto Octavios não deixou de notar
diversos livros, peças de madeira, pedra e relógios que Roberts
- 133 -
construía naquele lugar e ao fundo a armadura dele completamente
"turbinada" de mecanismos engenhosos que chamavam atenção.
- Quão agradável é constatar que um homem justo possa ainda
criar raízes e deixar suas sementes por este mundo! - disse Octavios -
Você tem belos filhos aqui, creio.
- Fico grato, afinal em grande parte foi graças a ti, mesmo que
tal seja mais que uma vontade, mas necessidade ao futuro creio. -
respondeu John Roberts.
Octavios, notou o quão havia adaptado seus conhecimentos
mediante o mínimo suporte primitivo daquele lugar a realizar
experimentos num laboratório improvisado utilizando peças feitas por
ele mesmo mediante algumas ferramentas fornecidas pela própria
T.E.M.P.U.S., mesmo que em minoria mediante o receio de transtorno
temporal, não obstante o lugar de grande tranqüilidade e formosura
mediante o habitat longe de pessoas más Octavios sentiu-se livre para
poder criar e recriar, e cuidar de sua linda e carinhosa mulher. Porém
tão logo Octavios virou-se a pegar o livro que ele havia pegado há
tantos anos no futuro lá no Vaticano 'Tractatus Ad Tempus', no inicio
do século XX.
- Por onde você esteve Jonh Octavios? - Perguntou John
Roberts - conte o que há de novo! Procuramos por você após a batalha,
mas desapareceu diante dos olhos, apenas recebi notícias suas por um
outro misterioso homem que me trouxe tais ferramentas que utilizo,
apenas dizendo que você estava seguro. Seu nome era Kaab,
Kimberley Kaab.
- Curioso ele nada me relatou. - refletiu Octavios - Mas você
ficaria impressionado com o que ocorreu após ter sumido deste tempo!
- disse Octavios - Minha pulseira foi atingida e fui parar longe no
espaço-tempo. Porém creio ter negócios mais importantes a tratar
contigo do qual certamente lhe contarei o mais pelo caminho.
- 134 -
- Fale, afinal o quanto você disse até hoje foi mentira? -
respondeu John Roberts. - Talvez devamos dar um pouco de tempo ao
Tempo. - concluiu ele.
Assim o papo seguiu até que os últimos raios do sol se
escondessem por de trás de algumas montanhas ao horizonte cobertas
pela fina neve que apenas os alcança naqueles campos verdejantes no
inverno, onde John Roberts profundamente interessado no assusto e
desdobramentos de sua viagem temporal e seus feitos naquele mesmo
local conversavam. Tão logo a luz do sol foi substituída por luzes de
velas e lampiões, mas nada que impedisse mediante o coral agora de
grilos. John Roberts vivia feliz naquele lugar longe do egocentrismo
antropotorcido conforme costumava dizer em suas próprias palavras, e
ficou simplesmente sem palavras com as desventuras de Octavios no
nem tão breve período de tempo em que ficou perdido.
- Então quer dizer que lhe consideravam um deus naqueles
tempos não distante daqui? - perguntou John Roberts. - surpreendente
como primitivos ao ficarem fascinado com suas descobertas trabalham
contraditoriamente contra o que você mesmo diz a determinar absurdos
desproporcionais. Mas como poderia eu deixar este lar com meus
filhos e mulher aqui solitários?
- O tempo é uma questão de Tempo. - disse Octavios - como
sabes pela própria relatividade de Einstein o período em que fica
ausente não significa o período em que saiu do local necessariamente.
Precisamos de você porque foi você quem construiu tais conceitos que
me salvaram no século XX. Estou certo de que será uma aventura
agradável a você.
- Uma aventura?! - perguntou John Roberts num sarcasmo
alarmante - os desdobramentos destas "aventuras" através dos tempos
podem criar transtornos maiores!
- Não tema quanto isso. - disse Octavios - você receberá o
equipamento adequado e terá o meu pleno auxílio. - disse ele lhe
mostrando um de dentro de seu sobretudo um outro monitorador
quântico e alguns outros objetos menores.
- 135 -
Tão longo que se viu que as horas daquele dia eram avançadas,
e sabendo estes que na realidade pouco importa eles saírem
rapidamente ou não, John Octavios seguiu o convite de Roberts em
dormir em seu aconchegante lar enquanto ele pareceu muito
interessado em seus filhos que se tornaram muito sociáveis com o
mesmo. Ali residia uma família feliz que repousava tranqüilamente sob
a sombra da TEMPUS na opção do local distante de todo e qualquer
mal do qual freqüentemente os perseguiam a viverem de modo
adequado a uma criação para seus filhos antes que a civilização e seus
males lá alcançassem. Óbvio, que sua mulher estranhou suas
vestimentas atípicas com aquele período, mas afinal não havia sido a
única vez que viu coisas estranhas, do qual seu marido John Roberts
freqüentemente realizava em experimentos com parafernálias
esquisitas recebidas por um homem ainda mais estranho, mas nada que
ela soubesse mais, seu marido lhe contava pouco por temer o que
poderia ocorrer em conseqüência.
John Roberts a sós com sua amada Aagje em seu quarto sobre
sua confortável cama a abraçou carinhosamente e entre seus braços ela
se recostou até seu ombro, Roberts desejou poder lhe contar sobre os
feitos incríveis e até mesmo de onde veio, mas para ela era um
misterioso amante que veio de lugar algum direto a seus braços. E
agora Roberts a deixaria não sabia por quanto tempo e assim num tom
de quase alarmismo seu rosto correu lentamente até seu pescoço e
sentir seu cheiro suave enquanto sua respiração parecia sintonizar-se
com a dele, sua formosura lhe deixava simplesmente entregue, não
bastando sua voz doce e grandemente compladicente para com o
sofrimento dele, no entanto, nem sempre palavras eram necessárias se
não um olhar que parecia brilhar mesmo diante do escuro. John
Roberts, por vezes sentia-se o homem mais sortudo do mundo em ter
tal mulher com ele, a ponto de às vezes querer lhe dizer e expressar
todas suas magoas, mas que impossibilitado lhes substituía por caricias
e eventuais lágrimas. Suas mão sobre sua barriga a passear até seus
belos seios carinhosamente e o toque suave de seus lábios nos seus
como um selo de que eles compartilhavam algo exclusivo do qual
- 136 -
ninguém mais poderia ter, seus movimentos eram apenas causas dum
sentimento ímpar apenas ganhando par na unificação de seus corações
e corpos num só a se envolverem arrancando lentamente os lençóis da
cama, mediante a intensidade maior de sua respiração e suspiros de
prazer. O suor por vezes pareciam como lágrimas de felicidade e
satisfação mútua como uma coreografia de formosura que somente os
dois poderiam compartilhar. John Roberts poderia morrer assim, que
morreria feliz, depois de suas realizações e feitos, finalmente sentia-se
um homem realizado com tantos feitos...
Porém tão logo ao amanhecer, os dois homens após um
desjejum partiram a uma caminhada do qual desapareceram do alto da
colina enquanto Aagje Stoneset cuidava de seus filhos, porém Octavios
e Roberts partiram na realidade a muitas e muitas auroras adiante que a
mente dos moradores daquele local poderia presumir.
18 de julho de 1943, algum lugar da Polônia invadida.
Foi como se John Roberts tivesse apagado e desperto num local
ritmado por seqüências intermináveis de explosões, ao se levantar viu
Octavios cambaleando sobre suas próprias bases como resultado de
mais uma transferência temporal, cujos efeitos costuma atordoar.
Porém, tão logo eles começaram a se situar e perceber uma cidade
desolada e destruída, em ruínas, por constantes ataques aéreos e por
terra, uma tentativa dos aliados de retomar a Polônia invadida anos
atrás. Ao ver o céu enevoado por uma camada cinza de fumaça e
cheiro de pólvora, John Roberts notou que baterias antiáreas lançavam
intermináveis tiros para o alto a fim de atingir esquadras de aviões que
lançavam sucessões de bombas sobre os prédios. Eventuais pessoas
corriam sorrateiramente entre os escombros carregando seus filhos se
protegendo da maneira que poderiam. Octavios puxou Roberts ainda
atordoado com o ataque e pela viagem até para dentro de um
restaurante destruído onde retirou papéis de seu bolso e lhe ajeitou
sobre a cabeça o quepe nazista da SS, Schwarze Sonne, o disfarce para
adentrar as instalações dum secreto experimento que lá ocorria com o
sino de Tesla que ganhou o nome de Die Glocke. Ele segurou o rosto
de Robert com firmeza a dizer:
- 137 -
- Olha pra mim! Preste atenção! Se focalize! - disse ele com
num tom severo - A pulseira que você está não deixem que as vejam,
ouviu? Deixe que fale tudo com essa gente, não diga nada se não o
essencial que você arranhe no alemão.
John Roberts apenas acenou com a cabeça concordando, e em
seguida Octavios olhou para o mapa em suas mãos e a localização de
onde estavam tal como o período em comparação a pulseira quântica.
- Há uma margem de erro para o salto temporal. - disse ele -
mediante a interferência quântica pode variar entre minutos e dias,
metros a quilômetros, mas creio que tivemos uma margem de acerto
razoável, apenas erramos exatas 22 horas e 32 minutos. Vamos,
estamos apenas seis quadras do local.
Eles seguiram agachados com suas fardas negras saindo do
local para não chamarem atenção mediante tiros que agora se ouviam
no fim das ruas. Repentinamente uma explosão ensurdeceu seus
ouvidos fazendo estilhaços caírem para todos os lados, fazendo apenas
Roberts virar-se em direção a um choro de criança, quando viu uma
mulher morta e ensangüentada no chão. Crimes de guerra. Octavios, o
puxa novamente pedindo para que não tente fazer nada e apenas o siga.
Foi quando finalmente viram dois soldados parados num lugar que
aparentemente não havia qualquer entrada visível próximo as minas de
Wenceslau que ao os verem sinalizaram e ao chegarem perto, os
cumprimentaram com a saudação nazista e em seguida um destes
disse:
- Identifikation bitte!
- Wir Herr Joseph Octavios - disse Octavios retirando de seu
bolso uma identificação da SS obviamente criada pela TEMPUS.
- Wir Herr Hans Roberts - disse John Roberts um pouco
embaraçado retirando atrapalhadamente de seu bolso sua identificação
e vendo o tal embaraço Octavios seguiu dizendo.
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- Wir kamen auf den Namen Hitler für das Projekt dringend.
Vendo que sua documentação estava em ordem estes soldados
apenas acenou com a cabeça e lhes dando as costas viraram-se abrindo
uma porta que estava no chão, escondida. Era um Bunker onde
experimentos eram realizados com o chamado Die Glocke, o sino de
Tesla era realizado.
Ao descerem mediante alguns tremores provocados por
explosões lá fora que faziam descer pó do teto rapidamente Octavios
viu um homem que não tinha uma aparência alemã. Segundo as fotos e
orientações dadas por Teogoras era um dos possíveis cinco
desaparecidos dum experimento futuro, um homem chamado pelos
alemães de Beschreibung Schmerz, ou traduzindo Desígnio da dor. Por
este nome, obviamente ele não deveria esperar que fosse um homem
bom e justo, mas mesmo mediante sua pose vestindo um longo
sobretudo negro destoava dos demais homens que, no entanto, seguiam
suas ordens. Segundo fontes era um homem secreto da Schwarze
Sonne, guardião do castelo Wewelsburg, na cidade Paderborn do qual
se pretendia tornar como “centro do universo”, como um dos monstros
por de trás de experimentos e torturas físicas lideradas por Menguele,
por exemplo. Rapidamente o homem se aproximou dos dois, e vendo
isto Octavios perguntou:
- Herr Doktor Beschreibung Schmerz? Wir Herr Joseph
Octavios.
- Zufriedenheit - respondeu ele com um sorriso no rosto e
fazendo a reverência nazista também para Roberts.
Die Glocke: Queimando um Picasso
Rapidamente John Roberts apenas assistiu o dialogo entre
Beschreibung Schmerz e Octavios sem entender muita coisa onde
apenas foram orientados a segui-lo até um nível ainda mais abaixo da
superfície que os fizeram visualizar um grande poço por onde um
elevador descia até chegar um local onde um zumbido intermitente
seguia de maneira constante e irritante, quando a porta se abriu
- 139 -
Octavios viu o sino que seu amigo Nikola Tesla construiu cercado por
homens de jaleco branco com ferramentas e equipamentos fazendo
leituras a sua volta sem toca-lo. Ele retirou seu quepe quase
assombrado pela visão do artefato em sua familiaridade particular com
seu mesmo passado "fantasma".
- Die Glocke - disse Beschreibung Schmerz direcionando sua
mão para o artefato com um sorriso de satisfação no rosto.
Tal artefato entre eles era considerado um Wunderwaffe, uma
super-arma alemã mesmo ainda em fase de experimentação.
Naturalmente, que Octavios sabia que tal não havia sido criado por eles
mesmo que tivessem somado algumas adaptações e turbinagens que ele
ainda não compreendia quais eram. Paul Joseph Göbbels do ministério
de Propaganda do Terceiro Reich, visava utiliza-la mais como
mecanismo de ameaça do que arma efetiva, pois cria se tratar de algum
tipo de máquina capaz de abrir um portal dimensional, no caso a
permitir estabilizar um wormhole natural e permitir passagem, e do
qual seu uso incorreto também poderia criar verdadeiras anomalias a
partir do momento em que alcançava a energia de ponto zero onde as
ondas de freqüências sintonizadas erroneamente poderia tanto provocar
câncer quanto a fazer pessoas entrarem em coma.
As dimensões de 2,6 metros de diâmetro e 3,6 a 5,0 de largura
não impressionariam a John Roberts tanto se não fosse pelas histórias
relatadas por Octavios, do qual ele permaneceu parado apenas a
contemplar este. Rapidamente ao se aproximar deste, Octavios
discretamente fez uma leitura em seu isolante quântico que pareceu
interagir no funcionamento deste a faze-lo discretamente se afastar ao
ver o homem misterioso falar para Roberts:
- Isso não é bom. Está emanando radiação a interagir com o
quantum, talvez estas adaptações - disse ele apontando para dois
cilindros translúcidos que carregavam um líquido prateado como
mercúrio numa luminosidade próxima ao violeta chamado Xerum 525.
- 140 -
Nisso rapidamente retornou Beschreibung Schmerz
acompanhado de um homem que os cumprimento sem as formalidades
nazistas se identificando por Jakob Sporrenberg.
Aquele homem fora um dos maiores responsáveis conhecidos
pelas atrocidades então secretas do nazismo, mas que mediante
registros desapareceram. Octavios sabia que estava cercado de
usurpadores e assassinos e não poderiam falsear, se não eles seriam
suas próximas vítimas. Foi então que um dos cientistas alemães vira-se
para Octavios e com expressão de espantado diz:
- Doppelgänger! Doppelgänger!
- O que ele quis dizer? - Perguntou Roberts discretamente, mas
não menos assustado.
- Talvez você não queira saber. - Respondeu Octavios quase
sussurrando.
Eles seguiram até um local onde anotações eram feitas após
tentarem disfarçar o espanto do alemão diante de Octavios, como se o
tivesse visto antes, e rapidamente Octavios trocou algumas palavras
Jakob dizendo ter algumas informações que faltavam para fazer
funcionar tal artefato, mas na realidade para preparar uma sabotagem a
fim de que não provoque uma falha no espaço-tempo continum, pois
estes não tinham conhecimento dos usos freqüências modulados que
em alinhações discrepantes com as ondas temporais poderiam provocar
grandes problemas. Porém, Jakob andava muito irritado com os
constantes ataques norte-americanos e aliados contra a Polônia, cada
vez mais pertos, em parte por saberem por meio de sua inteligência que
naquele local contia informações sigilosas roubada em grande parte de
patentes de Nikola Tesla que se declinava a viver na miséria mesmo
depois de tantos feitos, graças a estes monstros sem escrúpulos moral
qualquer, o que era o risco maior. Porém após repassar alguns cálculos
que surpreendeu Jakob e o sempre próximo Beschreibung Schmerz
cujo olhar parecia sobre eles numa presunçosa superioridade, viu-se
que as horas eram avançadas e para seguir o fuso dos demais - e para
não chamar atenção deles - resolveram ceder ao convite de dormirem
- 141 -
um pouco afinal a viagem havia sido stressante, de fato. A aparência de
Beschreibung Schmerz era impressionantemente plástica como se
tivesse uma simetria que somada a sua frieza lhe fazia parecer como
um tipo de ciborgue.
Ao chegarem até o local onde estavam sós, finalmente viram
naquela oportunidade, o momento perfeito para passarem parte do
plano sobre o que faziam uma vez que John Roberts apenas
compreendeu as partes dos cálculos e poucas palavras do dialogo deles.
- Confesso que sinto muita saudade de meu tempo - disse John
Roberts.
- Sei. Mas você não pode voltar ao seu tempo novamente do
qual é oriundo se não meramente por consciência, tudo que pode
ocorrer ao ver a si mesmo é se não um eco existencial de si, tal como
se ao observar diante de um espelho. - disse Octavios – Não sei porque
este local está assim.
- Mas creio que tenha um amigo neste tempo. - disse John
Roberts
- Não estou certo de que ele se lembre de mim. - respondeu
Octavios – Mas Tesla é um bom homem, mas pertence a um quase
devaneio temporal. Porém vamos nos concentrar primeiramente em
nossa missão, pois sinto haver algo de muito errado nisso. Temos de
encontrar o livro que você mesmo escreveu no medieval, o 'Tractatus
ad Tempus' que teria seguido por um consórcio do Vaticano chamado
Maistrini dedicado as pesquisas envolvendo a suposição de viagens
temporais por tal partindo de dissidentes da Ordo Christianitas ad
Tempus fundada por você, para evitar os vazamentos de viagens
temporais no passado.
- O livro estaria aqui? - perguntou John Roberts
- Creio que sim, pois desapareceu do Vaticano poucos anos
antes do começo da Segunda Guerra Mundial com a subida do III
Reinch ao poder. - respondeu Octavios.
- O Vaticano estaria envolvido com as ocorrências aqui? -
perguntou John Roberts alarmado.
- 142 -
- Creio que não, mas sim de dissidentes deles como este
estranho Beschreibung Schmerz.
Após reavaliarem tal, Octavios e Robert se deitaram num
beliche estreito, mas minimamente confortável a fim de dormirem
mesmo que eventualmente alguns tremores eram ouvidos deixando na
dúvida se era provocado pelas explosões na superfície ou experimentos
contínuos no sino de Tesla o que preocupava Octavios do qual Herr
Doktor Beschreibung Schmerz obviamente parecia ter algo muito
maior a esconder deles. Claro, que os cálculos passados por Octavios
eram apenas uma distração para estes serem levados a acreditarem no
que faziam por lá o que obtém aparente sucesso.
John Roberts ao acordar constata estar num lugar
completamente diferente do que pensava estar, cercado por duas lindas
mulheres rapidamente ficou confuso por não saber o que estava
vivendo, antes era um sonho. Ao se levantar notou que estava numa
boa forma física como nunca estivera antes, quando uma das lindas
mulheres se levanta e por de trás dele acaricia seu ombro perguntando.
- Como dormiu meu Amantti Amatore. - disse ela encostando
seu rosto em sua nuca. - hoje teremos uma tarde de autógrafos com
seus fãs, para o lançamento de seu livro. - disse ela.
- Então finalmente me tornei profissional? - disse ele.
- Como assim? Você é um grande escritor Amatore, um dos
melhores!
Rapidamente ele se afastou da mulher e a olhou com olhos de
espanto e estranheza - quem é você? - Perguntou ele.
A mulher riu e fez cara com quem ele estivesse brincando, e
em seguida apontou-lhe o dedo dizendo que ele estava viajando demais
nos seus escritos.
- Estava na Alemanha! - disse ele - durante a segunda guerra
mundial.
- 143 -
- Sei. - disse ela - o nome deste capítulo que é o quarto é 'Eyes
Only' do seu 'Crônicas Atemporais'. Você fez até uma menção a nós
neste capítulo lembra?
Rapidamente ele pegou o livro que estava entre outros sobre
uma escrivaninha e desfolhou vendo exatamente os relatos deste lá. Ele
arregalou os olhos com espanto dizendo:
- Como é possível?
- Vamos meu neném, teremos um dia maravilhoso hoje. - disse
ela.
John Roberts acorda assustado e ofegante a notar que na
realidade era aquele o sonho. Que sonho diga-se de passagem, saído do
luxo para uma masmorra nos subterrâneos nazistas no meio do
formigueiro do III Reinch. Ele olhou para suas próprias mãos a notar
que agora não era um sonho, mas sim aquela a realidade.
Foi quando escutou abaixo dele Octavios se levantar assustado
batendo a cabeça abaixo dele.
- Por acaso também teve algum sonho bizarro. - perguntou
John Roberts.
Octavios com a mão no nariz apenas acenou, e ao retirar viu
sangue que saia deste fazendo Robert mudar seu semblante a descer
rapidamente para acudi-lo. Octavios, porém parecia mais preocupado a
ver sua pulseira quântica e notar que as discrepâncias estavam ainda
maiores.
- Talvez tal interferência esteja afetando nossa origem no
espaço-tempo. - disse ele enxugando as mãos e nariz com um pano
úmido dado por Roberts. - sonhei que estava num mundo onde você se
tornou um escritor famoso onde adquiriu tais lembranças por algum
tipo de narcose temporal similar a que estamos sofrendo, similar ao
que ocorreu com Nikola Tesla.
- 144 -
- Engenhoso, simplesmente fantástico. - disse John Roberts. -
Mas certamente preferiria viver daquela maneira que esta.
Ao subirem depois de um rápido, mas farto café da manhã,
Octavios parecia muito preocupado com o que ocorria naquele local,
mas rapidamente tiveram sua atenção chamada ao verem a armadura
de John Roberts feita a séculos atrás junto a outras armas medievais.
Quando aproveitando um descuido de Jakob, ele entrou em sua cabine
compartilhada pelo Beschreibung Schmerz, enquanto John Roberts
discretamente vigiava a entrada. Ele viu diversos relatórios de alguns
cientistas que entraram em coma misteriosamente e apresentaram
diversos sintomas como sangramento pelo nariz e até mesmo o
desenvolvimento de câncer no cérebro. Efeitos colaterais graves do que
faziam naquele local. Quando Octavios falou baixo - achei!
John Roberts ao se virar e ver o livro ficou perplexo o quão
parecia envelhecida sua própria obra naquele lugar e disse:
- Quem diria, eu criando relíquias. O que fazemos agora?
Porém, antes mesmo que Octavios respondesse sua pergunta
apenas ouviu uma voz atrás como um vulto contra a luz a dizer
- Es war nur ein Fehler.
Ao revelar-se, Beschreibung Schmerz com um sorriso seco no
rosto e apontando uma arma para eles, fechou a porta e pediu em seu
idioma para que se sentassem.
- Quem é você afinal? - perguntou John Octavios assustado e
curioso - Você faz parte do Maistrini?
- Por favor, aquela gente do Vaticano são uns fracos! - disse
Beschreibung Schmerz com um sorriso no rosto. - Procuro por muitos
anos um meio de sair desta linha temporal e finalmente alcançar meu
próprio desígnio sobre o mundo!
- 145 -
- Você se infiltrou entre eles apenas para poder transtornar o
tempo? - Perguntou John Roberts.
- Não vamos nos enganar, vocês sabem tanto quem sou quanto
eu sei quem são. Apesar do que vocês pensam mesmo que Ordo
Cristianitas Ad Ventus tenha se tornado por muitas gerações uma mera
sociedade do meme cujas histórias passadas para os descendentes de
suas testemunhas se tornaram não mais que lendas, se tornaram um
grande estorvo pra nossos planos, uma pedra em meu sapato, assim
digamos. - respondeu Beschreibung Schmerz - Uma lástima a constatar
que vocês tão certinhos e presos às leis temporais patéticas não
resolvam submete-las e ainda ser meus ancestrais!
- Você também é um Seth? - perguntou John Roberts – Porque,
tenta aniquilar sua própria origem?
- Você não entende, não? - disse Beschreibung Schmerz - Um
Seth sempre existirá pateticamente, assim mata-los é apenas um
exercício impossível e divertido, mas apenas a provar que nós podemos
submeter o próprio Tempo a nós!
- Então você está por de trás da perseguição contra nós? -
Perguntou Roberts
- Creio que seja eu a fazer as perguntas por aqui, meu jovem. -
respondeu Beschreibung Schmerz - Afinal sou eu quem posso mata-los
com esta arma! Mas para responder sua pergunta, não. Não sou eu a
perseguir a tanto tempo, caí nesta linha temporal a uns 17 anos graças
ao trouxa do Lennox. Mas o problema é que sua sujeira permitiu que
alguns dissidentes do Hashishin e Templários seguissem seus rastros e
se infiltrasse na Ordo Christianitas Ad Tempus fazendo desta uma
sociedade tão secreta que nem mesmo a mais secreta destes sabem a
não ser as malas do Mastrinni que tinha seu belo-livro trunfo em mãos.
Porém, vendo isto John Octavios interrompeu dizendo:
- Pensei que a realidade passada com Tesla tivesse apenas se
tornando um eco após retornar ao passado. - disse Octavios. - Mas
como você sabia sobre ele e eu?
- 146 -
- Já disse que sou um Seth, estou em todas as variáveis como
constante. Ou você vai dizer que acredita em fadas? Por favor, de onde
você acha que surgiu essas lendinhas idiotas? - disse Designium -
Foram alguns dos nossos que não se conformavam, e sabendo de nosso
domínio parcial sobre a caótica resolvemos utiliza-lo. Apenas derrube
uma peça e uma reação se inicia, uma pedra diminuta pode criar
grandes ondulações na água. Assim se o fizerem conosco, brincam
com algo que desconhecem, por isso ao invés de mata-los devo sugerir,
juntem-se a mim!
John Roberts riu simplesmente ridicularizando o convite dele.
O que obviamente deixou enfurecido e lhe desferindo um golpe.
- Você é louco! - disse Octavios - Se cada fatalidade pode ter
repercussões na teia metafísica quanto mais um temponauta! Porém,
lhe perguntou como Nikola Tesla desenvolveu o sino, se não esteve
comigo? Uma vez que tal apenas fora um eco temporal - perguntou
Octavios.
- Você se esqueceu que ele é um caso aparte, a frente dos
demais, ele percebe as nuances temporais extra-sensorialmente assim
como outras descobertas realizadas de formas "milagrosas". Mas
porque acha que ficou em segredo tal projeto, e ninguém sabe que foi
ele a realizar? Muitos dos estúpidos são incapazes de compreender tal
evolução, mas com este sino talvez mostre tal poder para os demais
neste lugar! E é claro vou fugir através do tempo...
Beschreibung Schmerz se dirigiu para a porta enquanto John
Roberts limpava o rosto do sangue em seu nariz e chamou Jakob
Sporrenberg lhe dizendo em alemão palavras que eles não conseguiram
ouvir ao certo.
- Eles vão criar um problema aqui, estão longe de ter as
freqüências corretas, muita gente vai morrer se acionar esta máquina da
maneira como diz, pois tal nada vai criar se não anomias escalares. -
- 147 -
disse Octavios a John Roberts. - Mas pelo jeito caímos numa
armadilha.
Jakob Sporrenberg se aproximou deles com um sorriso cínico
no rosto e disse próximo ao rosto de John Roberts.
- Sie sehen jetzt, anomalie.
Zero Absoluto
Então aconteceu que Jakob após mandar alguns de seus soldados os
amarrarem, os levaram até o sino onde viram Beschreibung Schmerz
junto a outros cientistas visivelmente contrariados darem seguimento a
ativação do maquinário do sino, gerando um zumbido forte de maneira
crescente, até que pouco a pouco se tornasse insuportável. John
Roberts e Octavios discretamente notaram em suas pulseiras - ainda
não descobertas - que tal parecia agredir o próprio equipamento deles,
o sobrecarregando. Porém, tal, aos ouvidos de Beschreibung Schmerz
era como uma agradável sinfonia a lhe proporcionar um prazer
imensurável especialmente ao ver os demais sofrerem seus efeitos, e
até mesmo ele, que estava por de trás de uma parede de chumbo, que
na realidade pouco protegia, mas sua dor pouco importava, pois
vibrava aparentemente na mesma intensidade que o aparelho
provocava no local, quando assistiu diversos dos seus caírem um a um
de joelhos no chão.
- Beenden Sie den Test! - gritou em alemão um destes
correndo para desligar, e assim o fez silenciando todo local duma
maneira fúnebre mesmo que pouco a pouco os demais levantassem.
Beschreibung Schmerz se dirigiu ao cientista e o esbofeteou no
rosto por ter feito tal. Em seguida Schmerz e Jakob Sporrenberg os
levaram até um ponto da instalação, a uma parede atrás do sino onde
havia uma grande cela com diversos judeus que pareciam jazidos
mortos no chão empoçados sobre seu próprio sangue.
- 148 -
- Você é mal! - gritou Octavios - Porque vocês estão matando
tais?
- Quanto mais melhor! - disse ele - Vamos recomeçar uma
nova ciência Octavios, esquecer o que já foi criado! Criemos nossa
própria verdade, nossa realidade!
- Você quer dizer esquecer os fatos, e simplesmente tentar
apagar tudo que somos e fizemos, todas nossas descobertas? -
perguntou Octavios.
- Você não vê a beleza do que estamos criando aqui? -
respondeu ele com outra pergunta, e saiu o dando as costas com grande
desdém, os deixando entre os judeus mortos inclusive mulheres e
crianças.
Os homens de Beschreibung Schmerz, mesmo contrariados
fizeram a contagem dos mortos judeus e incluindo os dentre eles, o que
totalizou cerca de 60 pessoas, todas posteriormente levadas até a
superfície, e numa só vala enterradas juntas, mesmo mediante o fogo
cruzado da invasão. - Malditos números! - disse um deles
murmurando.
Após isto Beschreibung Schmerz ordenou que um de seus
homens levassem alguns artefatos para um local seguro e assim
separaram de documentos a alguns elementos como a armadura
modificada por John Roberts séculos atrás quando o homem disse –
Paris poderia ser um bom lugar, nas catacumbas talvez.
Eles sabiam que não tinham sido mais afetados pelo
experimento graças a seu isolante quântico, porém ainda assim seus
efeitos eram bastante fortes. Passaram-se pouco mais de um dia quando
John Roberts adormeceu após sentir grande tontura.
- Senhor presidente, João Roberto? Está uma bagunça em
Brasília. Acorde! - disse um homem de terno para ele. Lentamente
então ele se levanta a notar algo estranho no local e quando ele sai vê
galinhas passeando pelo planalto enquanto alguns homens de bermuda
e terno corriam atrás. Estava em Brasília, no Brasil!
- 149 -
Rapidamente ele se dirige ao espelho e se vê bastante acima do
peso, mas percebe que alguém andava realizando algum protesto
bastante sarcástico por aquele local soltando galinhas pelo jardim da
presidência. Foi quando o telefone toca e ele o pega ainda atordoado e
após atender ouve uma voz familiar:
- Sr.João Roberto? Sou eu João Otávio!
Aquilo o deixou ainda mais confuso, parecia um sonho
bastante surreal de modo que permaneceu quieto ao telefone e ele
apenas seguiu dizendo.
- O que estamos fazendo aqui? Não deveríamos estar
impedindo um experimento nazista? - disse Octavios.
- Do que você está falando? Voltou a beber? - disse ele sem
certeza do que acreditar quando notou sangue sair de seu nariz e o fez
desmaiar apagando sobre a mesa do escritório oficial.
John Roberts acorda, no bunker assustado colocando sua mão
sobre o nariz e vendo que não havia sangrado nada, em seguida
percebe Octavios dormindo e o acorda que reage de forma igualmente
assustada.
- Sonhei que estava no Brasil e falava com você! - disse ele -
Fui o único ou você também?
- Creio que se foi um sonho, foi digamos um sonho bastante
compartilhado, pois me lembro de ter falado com você! - disse John
Roberts
- Mil negativos! - exclamou ele - o que está acontecendo neste
lugar?
Já era noite quando tal ocorreu, e um dos cientistas surgiram
diante da cela onde os interrompendo começou a lhes dirigir a palavra
no idioma deles, carregado pelo sotaque alemão e quase sussurrando
dizendo:
- 150 -
- Não sei quem são vocês estranhos. Seriam de fato o que
sussurram? Temponautas? - disse - mas certamente devem ser homens
honestos tentando lutar contra estas atrocidades creio, porém, lamento,
somente queria fazer ciência de maneira moral. Ele nos fez promessas
grandiosas e pensávamos que não tivéssemos de nos entregar a algo tão
inescrupuloso.
- Quando realizamos um experimento cientifico legítimo, do
qual os conhecimentos poderosíssimos caiem em mãos erradas e sem
qualquer senso moral, podem criar tragédias, o que é um segredo de
estado, do qual este é. No Tempo, o que é do futuro ao futuro, e do
passado ao passado. - disse John Roberts - Cada informação ao seu
concebedor original, as torções da verdade e conseqüentemente da
realidade surgem quando estes as roubam e utilizam erroneamente em
injustiça.
- Nada faz esta gente deixar seu ego-estufa. - disse o homem -
Hitler, apenas parece seguir com seus preceitos de que tais ou tal é
superior a outrém ou tais, nós a eles. Mas na realidade ele apenas quer
saber do luxo e opulência de onde comanda suas tropas dos quais não
são mais que números e nomes a receber ordens a partir de um mapa
jogado sobre uma mesa com seus ministros.
- O pior é que o mesmo tende a se repetir no futuro - disse
Octavios decidido - Foram os conceitos de auto-superioridade que
levaram ao holocausto, a fonte dos preconceitos com as medidas,
tamanho, cor, idade e sexo, talvez da mesma fonte de anomia.
- Existem judeus bons aqui que fizeram parte do experimento,
mas são eliminados arbitrariamente por estes meros conceitos. - disse o
homem.
- Assim como certamente grande parte de seus homens são
pessoas ótimas. - disse Octavios - por isso nesta guerra o que ganha é a
ignorância, pois no mais todos perdem muito. Se todos os homens
fossem julgados não pelo "achar" mas sim por seus feitos bons ou
maus, por seus dons e descobertas próprias o mundo seria um lugar
melhor. Porém, creio que você precise nos tirar daqui, para impedir tal,
pois resta pouco tempo para a invasão.
- 151 -
O homem então olha para trás e retira uma chave do bolso e
em seguida a gira na fechadura os fazendo sair do local.
- Meu nome é Robert Wolfberg - disse o homem - sou um
físico e astrônomo recrutado pelo III Reinch, tenho alguns amigos que
compartilham comigo da mesma opinião, confie em mim.
Mesmo receosos não por ele - que transparecia sinceridade -
seguiram temendo ser descobertos quando um outro alemão, este loiro
branquíssimo e de olhos azuis, os viram, mas parecia estar com
Wolfberg a orienta-los pelos corredores. Com ele indo a frente sempre
verificando se havia algum outro, chegaram a uma sala fechada onde
estes diziam ser segura momentaneamente até tentarem os tirar de lá.
- Você é mesmo um dos lendários fundadores da Ordo
Christianita Ad Tempus? - perguntou Wolfberg - Fico honrado em
conhece-lo! Realmente fantástico poder conhecer um temponauta!
John Robert ficou sem jeito até porque mesmo que estes não
conhecessem no geral o que ocorriam e quem eram - afinal Octavios é
quem era um temponauta de fato - John Roberts apenas acenou com a
cabeça, pois mesmo assim era muito importante para a TEMPUS,
assim como a Ordo Christianita Ad Tempus, fundada pelo próprio
mesmo que alguns a torcessem em seus segredos até então.
- Precisamos sabotar este maquinário, se não muitos outros
podem morrer aqui. - disse John Octavios enquanto o loiro observava
calado por não saber falar sua língua.
- Não somente tal, mas creio aqui haver algo que talvez
interesse a vocês muito. - disse Wolfberg quando um terceiro homem
surgiu na sala carregando algo embrulhado no pano e o abriu
lentamente diante deles.
- Estas peças dizem ser parte de um outro fragmento - disse
Wolfberg – antigo, que parece ter informações sobre vocês.
- 152 -
- É um fragmento do pilar de Seth! - disse Octavios - Temos
uma parte dele na Conorte, talvez explique alguns pontos não
decifrados deste além da própria equação. Onde conseguiu?
- Herr Beschreibung Schmerz trouxe para cá junto com o
'Tractatus Ad Tempus' e o sino, creio que fazia parte do arcevo do
consórcio Maistrinni do Vaticano. - respondeu Wolfberg enquanto
enrolou novamente o fragmento nos panos e o entregou junto ao livro.
– Vamos, temos pouco tempo até descobrirem!
Quando saiam do local um alarme tocou, temendo se era pela
invasão dos aliados ou por terem descoberto o roubo dos artefatos e
por soltarem os homens. Resolveram correr rapidamente os
escondendo através duma pequena porta, porém, antes que fizessem
algo um estalido ressoou pelas costas deles e um tiro seguiu ferindo
mortalmente o loiro que com eles estava o fazendo cair no chão de
joelhos e sangrar pela boca até cair de bruços desfalecido. Era
Beschreibung Schmerz que disse com raiva dizendo - verdammt
bastards! - e olhou em seguida para sua mão esquerda dizendo
"Fatality Seth!". Cerrou a visão sobre eles quando vinham mais
soldados e disse - Kommen! Die Russen sind eindringenden
Amerikaner und haben wenig Zeit!
Imediatamente amarraram novamente os homens, desta vez
também Roberts Wolfberg e os levaram para sala do sino para deixa-
los sofrer seus efeitos enquanto ele se dirigia para trás de sua parede de
chumbo. A sorte é que Beschreibung Schmerz não conhecia tão
perfeitamente o próprio funcionamento, tal como as frequências destes,
sendo quase um experimento de autodestruição. Antes animais e
plantas havia desenvolvido sintomas cancerosos e outros elementos
que os levaram a morrer, e por isso visto pela SS mais como uma arma
do que artefato temporal.
Quelle der Zeit
O Local próximo onde se encontrava o sino era o local decorado com
algumas armas medievais como machados e espadas, foi então que
Octvaios percebeu a mesma espada que utilizara séculos atrás e havia
- 153 -
sido passada para John Roberts, forjada pelos portugueses
especialmente para Octavios.
- Ainda sabe lutar de espada? - perguntou Octavios
- Porque pergunta? Estamos amarrados e eles com armas de
fogo! - disse John Roberts.
- Tenho um plano. - respondeu Octavios apenas dizendo isto.
Foi quando ele cortou a corda da mão roçando uma parte
sobressalente da pulseira. - parece quase um canivete suíço - pensou
ele. Porém, Jakob após descansar de cálculos, se aproximou dele e
notou que havia se soltado. Gritando aos soldados e descobrindo sua
pulseira e mostrando a Designium, deu tempo, no entanto, suficiente
para que John Roberts fizesse o mesmo se soltando e puxando a espada
da parede atravessando um dos homens e passando tal no peito de
outro deixando sua arma cair, sucedido por uma manobra ágil e a
colocando para trás a fim de que não ferisse os seus. Rapidamente John
Octavios pegou a arma deles e soltou os dois cientistas alemães que
estavam com eles, quando surgiu outros homens lhes apontando as
armas, mas Jakob gritou dizendo para que não atirassem naquele local
- Nicht schießen hier! - disse.
Neste momento um destes abaixou a arma Longer e com um
sorriso pegou uma espada do local e em seguida realizou uma série de
movimentos como um convite a uma batalha entre os dois. John
Roberts olhou para Octavios - armado, mas igualmente receoso em
atirar a não ser que vissem que iriam morrer - e o homem avançou
sobre ele quando Roberts movimentou a espada em resposta. Os dois
começaram um embate no meio da sala, entre mesas com microscópios
e tubos de ensaio que iam sendo quebrados ao chão seguiram lutando
quando os outros homens pegaram as demais espadas e até machados
indo em direção a eles mesmo que mal as soubesse manusear, assim
dando tempo de Octavios correr com os demais. Todo local tremeu os
deixando momentaneamente atordoados - um ataque aliado - pensou
Octavios, devem estar invadido. Octavios apontou a arma para o sino
como ameaça se viessem, e assim eles pararam diante dele mesmo
- 154 -
sendo em maior número. A essa altura os cientistas haviam se retirado
correndo pelos corredores enquanto Jakob aos berros gritava que tinha
que ligar o equipamento o quanto antes.
Enquanto isso o homem que lutava com John Roberts o
desferiu um corte no ombro quando este esbarrou na última mesa da
sala, mas rapidamente virando o encurralar contra ele e desferindo um
golpe fatal. Roberts tirou a espada ensangüentada do homem e viu o
símbolo de Octavios nela e disse - Parece que passou-se pouco tempo!
Sempre com ótimo fio!
O alarme soava e tão logo vendo-se encurralado Octavios viu
apenas os dois alemães amigos irem para de trás do sino e puxarem
dois fios quando viu da pequena janela de chumbo Jakob correr após
ativar o equipamento, e rapidamente fazendo o oscilador aumentar
exponencialmente por sobrecarga pelos dois fios retirados. Vendo este
alarme - que a esta altura se confundia com o da invasão e incidente
interno - os homens entraram em desespero e começaram a correr para
todas as direções enquanto Jakob e Beschreibung Schmerz xingavam
de dentro da cabine por eles os abandonarem acionando um botão para
fechar as portas de emergência. - O último a sair desligue, por favor -
disse Designium ao ligar o sino com força total diante da invasão
eminente.
Vendo isto, Octavios, John Roberts e Wolfberg junto com o
outro cientista alemão correram até o elevador, que havia subido com
os homens que tinham conseguido fugir.
Apertando o botão que chamou o elevador notaram que lá
encima a situação não era das melhores, uma vez que descia poeira e
cinzas mediante frequentes tremores, quando de repente viu um
homem cair gritando pelo enorme poço do elevador até seu fundo e
desaparecer nele. Octavios e Roberts notaram que tal interferência
impedia a sintonização de suas pulseiras para que saíssem de lá
provocando uma interferência que deixou até mesmo estas
desorientadas como bússolas num nevoeiro do triangulo das bermudas.
Viram, então, que somente restava fugir para o mais longe possível,
pois a onda de anomia residual certamente poderia matar a todos
naquele local. Subindo o elevador mediante vibrações cada vez
- 155 -
maiores que perturbava de tal modo suas pulseiras que pareciam estar
quase desligando, notaram a espessa poeira da derrubada de paredes
pelos aliados, e vendo corpos de soldados no chão perceberam que
estariam ainda em perigo por acharem obviamente que os dois também
eram da SS, afinal estavam uniformizados e com documentos.
Repentinamente soldados surgiram diante de Wolfberg e ele e os
demais se renderam (talvez ele quisesse que John Roberts ganhasse
tempo), mas que sendo visto como cientistas foram levados seguros
enquanto Octavios e Roberts se esconderam.
Rapidamente eles tiraram seus sobretudos e seus quedes e
correndo até em cima ao notarem que os soldados aliados estavam
igualmente desorientados com as ondas provocadas abaixo nos
subterrâneos aproveitaram o momento para entrarem num triciclo
destes que estava parado e deram partida quando um abalo maior fez
com que o chão vibrasse de modo que quase perderam o controle, não
bastando o terreno já acidentado por ruínas e carcaças de outros
veículos abandonados em chamas. Porém seguiram, mas não sem antes
notarem sua presença como sendo inimigo deles e começaram a atirar
quando uma edificação sobre o pequeno canhão caiu sobre eles os
soterrando.
- Somos aliados infiltrados - gritava John Roberts - não atirem.
- mas era em vão.
Lá embaixo um grande distúrbio parecia ruir os pilares da
edificação subterrânea quando um portal temporal se abriu diante dos
olhos de Designium que juntando suas mãos sorriu dizendo -
finalmente!
Ao entrar nesta desapareceu, e Sporrenberg ao tentar fazer o
mesmo viu um dos pilares cair sobre o gerador criando uma sobrecarga
no equipamento de modo que criou um zumbido tão intenso que fez
todos presentes na sala em desespero cobrirem seus ouvidos e
começarem a sangrar pelo nariz e depois pelos ouvidos e olhos. Foi
quando uma onda de torção tão grande seguiu atingindo estes que
agonizando caíram ao chão e Jakob ao levantar seu braço direito o viu
- 156 -
atrofiar como se decrescesse em sua frentenum tipo de retrocesso
biotemporal, assim como os demais membros. Um cientista colocava
suas mãos entre as pernas completamente ensangüentado e então um a
um foram se incinerando numa Combustão Humana Espontânea
caindo de joelhos até que os escombros os cobrissem.
Enquanto isso a situação de Octavios e Roberts que haviam
deixando Roberts Wolfberg que tinha se rendido, para trás, era que eles
se viram num ponto que estava cercados, mas para sua sorte o protetor
quântico havia alcançado sua normalidade fora da interferência
negativa do experimento nos subterrâneos, lhes dando tempo para se
esconderem e ativarem tal simplesmente desaparecendo daquele tempo
junto com os artefatos.
Ao re-surgirem de volta a T.E.M.P.U.S. John Roberts, porém
caí desmaiado num aparente coma. Levado até o local seguro onde
suas atividades cerebrais foram monitoradas, para espanto de Octavios
parecia estar funcionando numa freqüência desconhecida como se
estivesse consciente. Os homens do local ficaram assustados com o que
ocorria e vendo os revés da missão Dayane Conrad se aproximou
pedindo para que Octavios lhe fizesse um relatório detalhado sobre o
que ocorreu em sua missão que apesar de terem sabotado o sino
aparentemente, Designium conseguiu êxito ao fugir através do tempo.
John Octavios se encontrava muito cansado tanto física quando
psicologicamente, mas ainda assim seguiu com tal sendo depois
interrogado pela mesma a fim de saberem o que estava ocorrendo.
Enquanto isso, Teogoras muito curioso com o fragmento do
pilar encontrado o levou até o local onde se encontrava o outro pedaço
maior deste a coloca-lo duma maneira que se encaixou perfeitamente
formando uma figura maior, que, no entanto, não lhe fazia sentido
aparente algum. Mas compreendendo uma parte maior dos cálculos lá
propostos e alguma informação aparentemente relacionada a
T.E.M.P.U.S.! Algum tipo de alerta...
O livro fora devolvido ao Vaticano, assim como a espada de
Octavios fora levada junto ao acervo arqueológico da T.E.MP.U.S., o
tesouro material além do documental e de conhecimento, este maior
- 157 -
que qualquer outro jamais registrado na história da humanidade se não
um futuro distante e por isso alvo de tantos ataques e inveja de outros
que sabendo de tal tesouro parecia querer sabotar os Tempunautas
como Octavios tal como o próprio Roberts. Talvez o segredo da tão
duradoura perseguição...
Mas ao fim da Segunda Guerra Mundial, a cidade em ruínas
fazia emergir diante dos olhos alheios de moradores que retornavam
pouco a pouco, diversos soldados russos e americanos a tirarem
entulhos e restos do desabamento subterrâneo quando finalmente
tiveram acesso ao túnel do elevador até onde se encontrava o sino.
Porém, quando o descobriram uma briga interna fez com que estes
caíssem num tiroteio numa disputa entre tal artefato, entre tantos outros
saqueados literalmente após a guerra inclusive dentre o próprio povo
invadido e isolado em campos de concentração. Mas tal sino se
encontrava sem as partes necessárias, que estavam destruídas
parcialmente tal como as informações que jamais conseguiriam afim de
coloca-la para funcionar novamente. Peças soltas como aquelas nada
eram sem o verdadeiro tesouro do conhecimento, fazendo eles terem
algo não mais que um mero e engenhoso artefato enigmático. Graças, a
incapacidade de muitos destes de dialogar, matando boa parte dos
cientistas apenas rendendo Roberts Wolfberg quando fugia do local,
mas certo como era, não abriu a boca a lhes entregar quaisquer
segredos dos quais, na realidade não sabia nem poderia provar, e
mesmo sendo levado pelos norte-americanos como parte de uma
operação que saqueou o os experimentos dos nazistas seguiram a
realizar alguns experimentos não mais que interessantes e entregar
apenas alguns aspectos do experimento, do qual nem ele mesmo sabia
as freqüências corretas. Peças de um mosaico do qual estes pareciam
na realidade apenas capazes de catar migalhas, enquanto o sino
carregado para um enorme galpão num lugar frio se via um documento
emitido onde estampado entre agências de inteligência do mundo como
'Eyes Only' do qual somente os funcionários que tinham autorização
podiam apenas ver o artefato neste depósito inóspito numa secreta base
da URSS chamada Saratov.
- 158 -
Parte V
Requiem da humanidade
Quod sapiens prius facit, stultus posterius
Silêncio e escuro. Era isso que praticamente tomava o lugar até ser
rompido o silêncio por um ritmo intermitente de gotas d'água em
algum lugar. Ao vagar pelos cômodos o som aumenta gradualmente até
que vemos uma torneira a despejar lenta e constantemente gotas d'água
que ao caírem sobre uma banheira cria ondulações perfeitamente
circulares a se propagarem e se rebaterem de volta. Mas de repente,
sem qualquer explicação, seu ritmo diminuiu até simplesmente
paralisar-se, a gota em meio a sua queda paralisa. Como poderia algo
simplesmente parar temporalmente sem que as próprias propriedades
vibratórias provocadas e permitidas pelo tempo simplesmente
estancassem qualquer forma de existência? Deveria ser algo mais
rápido que o tempo, uma onisciência onipresente, a velocidade
absoluta, sendo capaz de vagar através desta casa até a rua enquanto
um tiroteio ocorria vagando entre bandidos e policia até encontrar um
grupo de crianças a brincar com um hidrante aberto no meio da rua.
Suas gotículas pareciam flutuar paralisadas no ar enquanto estas
igualmente paradas sorrindo diante do calor intenso. Uma sucessão de
clichês, banais urbanas, uma sucessão de repetições que mediante o
barulho acorda o pobre homem que tentava viajar em seus devaneios
adormecidos.
Assustado e ainda em meio ao escuro só podemos ver sua
silhueta a vagar pelas sombras até ao banheiro quando ao acender a luz
vemos um rosto que é familiar, muito familiar.
Após lavar o rosto e contemplar sua própria face com certo
espanto, este lentamente se dirige ainda em tom de dúvida adormecida
a fechar a torneira cessando a goteira. Mas para a surpresa dele mesmo
numa estranha dúvida de identidade ao ligar a Tv que passava uma
reportagem com Isabel Lourenço e pegar sua carteira vê o nome menos
improvável possível John Doe Demócrito.
Quem sou? Meu nome não era Jonh Roberts? Quem são meus
pais? Onde estou? Quem sou? Um turbilhão de memórias
- 159 -
repentinamente escoavam em sua mente a deixa-lo confuso e lhe
provocando tonteira. O telefone toca simplesmente interrompendo os
pensamentos de John, era seu empresário cobrando os manuscritos de
seu trabalho para cumprir o contrato e finalmente conseguir alguma
coisa para si. John fica desnorteado ao contemplar numa mesa uma
máquina de escrever e muitos papéis jogados sobre ela e como num
estalo lembra-se da penumbra criativa que vivera ao acordar. -
Simplesmente não consigo criar nada novo – respondeu John quase
que involuntariamente, mas antes que percebesse já havia falado. Antes
que falasse mais alguma coisa, o homem o interrompeu dizendo que
seus fãs esperavam a publicação de seu novo trabalho. Que fãs?
Ele se dirigiu a janela e ao abri-la viu-se numa pequena
comunidade pobre onde se ouvia tiros. Que raios de escritor sou?
Ninguém prestava atenção nele, ninguém o conhecia, na verdade era
ele a se sentir ninguém, John Doe. Ao ler os textos viu, no entanto, que
a história contata nada mais era que a dele mesmo ao enfrentar a Bug´s
Time de Carlos Watchman, como pode? Perplexo leu alguns parágrafos
do seu livro intitulado ‘Crônicas do Tempo’ para perceber que a obra
de ficção era a realidade, ou seria a realidade que acreditava viver a
ficção? Então pensou com si próprio: Não estou entre templários
medievais, nem sobrevivendo a Santa Inquisição.
Porém algo parecia incomoda-lo profundamente ao rever seus
escritos estranhamente familiares sendo mais que meros devaneios
vividos, mas num dos papéis viu uma estranha carta com ameaças
diretas a ele sobre algumas propostas em seu livro onde uma foto
rabiscada com um homem morto dizia palavras como ‘acidentes
ocorrem’. Mas abaixo um papel do MIT onde assinado por Rachel
Smoths deixava um telefone.
Suas mãos correm pela testa que rapidamente exprimiu suor a
catar as gotículas que desta escorriam, e em seguida olhou o calendário
para poder ver o dia que estava, e era nada mais que seu presente.
Talvez estivesse sofrendo uma alucinação e tudo que vivera fora
apenas um devaneio temporal onde por nisto trabalhar acabara
sonhando. A primeira coisa que pensou então fora procurar Octavios,
mas ao procurar qualquer contato simplesmente até ele, e sabia que
- 160 -
Rachel tinha contato com ele, mesmo que ao seu ver tinha morrido.
Mas ao ligar ao telefone informado no final do papel para sua surpresa
a própria Rachel Smoths atende.
- Rachel? Você está viva – disse ele ao demonstrar surpresa.
- Quem fala? – respondeu ela perguntando e demonstrando
curiosidade.
- É John Roberts! Não reconhece minha voz?
- Com quem você quer falar meu caro? – respondeu ela, então
num tom frio como se ele fosse algum tipo de doido.
Ficando então por um instante confuso num breve momento
sem responder, até que interrompeu o silêncio perguntando:
- Posso falar com Octavios?
- Dr.Octavios faleceu! – disse a mulher asperamente.
John desligou o telefone e em silêncio permaneceu até ser
interrompido repentinamente pela campainha do telefone que ao
atender uma voz fina, mas firme perguntou direta e friamente.
- Sr.John Doe Demócrito
- Sim – respondeu John curioso.
- Aqui é a investigadora Ranya Zinara, gostaria de encontra-lo
para lhe fazer algumas perguntas, seria possível?
- Sim, mas do que se trata? – disse John demonstrando
surpresa.
- Encontramos um corpo de um homem a dois dias numa
cidade vizinha, e nele digamos que havia digitais que batem
com a sua.
Como poderia aquilo, ele não havia saído de casa e havia álibi
de sobra para provar que não estava no local, mas curiosamente
também aquela mulher revelará haver provas circunstânciais sobre o
envolvimento dele em algum crime.
- 161 -
Ao chegar no local adentrando a porta de vidro, todos os
oficiais, portanto grandes olheiras e cuja maioria comiam rosquinhas, o
observavam com profunda curiosidade, entre alguns cochichos
intraduzíveis. Enquanto aguardava, ele observou uma mulher histérica
dentro da delegacia, notou um quadro onde diversas fotos de
desaparecidos se disponham cujos nomes de crianças eram Sean Silva,
Sean Roberts, e um homem que apesar de muito de John diferente era
chamado de John Doe Campbell. Ao ser conduzido até a sala de Ranya
e sentar na cadeira de sua mesa, a mulher branca de meia idade e com
cabelos curtos entrou na sala e sentou-se com uma pasta e após respirar
fundo como se tomasse força disse:
- Realmente estou perplexa. Todos nós aqui estamos, Sr. John -
disse ela - não sei se é um erro de nosso sistema, mas ao verificar as
digitais encontramos a de outro homem que morreu há muitas décadas
atrás, em 1974. – completou ela estendendo a mão com um cartão dela,
com seu telefone: 555-7575.
- Eu não era nem nascido - respondeu John.
- Porém, não foram somente as digitais similares, Sr.John, mas
pelo jeito a aparência - disse ela ao tirar uma foto da pasta que ao virar
para ele mostrou um rosto de um homem idêntico a ele.
- Seu nome era Yves - disse ela, completando ao levantar
sobrancelha. E então colocou a foto dele ao lado de sua foto atual.
O silêncio tomou-se à volta e apesar deles terem entrado num
lugar um pouco mais privativo, algumas pessoas observavam ao longe
pela porta entreaberta. Então ela se levantou fechou a porta e voltou a
sentar-se olhando fixamente para ele.
- Não sei o que dizer, mas curiosamente havia escrito sobre um
personagem similar num livro meu. - disse John.
- Gostaria muito de vê-lo. Mas tenho de perguntar onde esteve
há dois dias atrás. - disse ela para John.
- Em minha casa escrevendo meu manuscrito, pois tenho
prazos estipulados a serem cumpridos pelo meu empresário para poder
- 162 -
ganhar meu sustento e publicarem minha obra. Receio se não entrega-
lo perco o contrato e não posso viver de ar.
- Presumo que sim, Sr.John, mas mesmo que este homem lhe
dê dinheiro e salário também temos os mesmos compromissos aqui,
sendo na realidade um pouco mais sérios, pois envolve crimes de
sangue. - Ranya então virou-se e pegou a foto da vítima que para sua
surpresa era ninguém menos de Octavios! - Sabe quem é este homem?
- Perguntou ela.
Rochelle´s Eyes
Foi inevitável John não demonstrar surpresa, pois ele juraria que o
conhecia, mesmo que anteriormente já soubesse, por telefone, que
havia morrido. Mas para sua surpresa, era ele a vítima do crime que
envolvia seu nome, suas digitais, num enigma que rompia os segredos
de seus próprios contos que contia ele como referência. Como seria
possível? John ficou sem respostas para aquela pergunta e num espanto
apenas acenou com a cabeça confirmando que o conhecia, mas não era
capaz de dizer se o conhecia pessoalmente, pois mesmo que memórias
aparentemente contraditórias martelassem em sua cabeça ele sentia que
não. Porém, apesar disso John retirou uma pasta, com uma cópia
inacabada de seu livro para Ranya com ressalvas de não divulgado por
questões obvias de direitos autorais.
Ele saiu com mais perguntas que respostas em sua cabeça, mas
teve a curiosa idéia de procurar uma outra pessoa que lhe via em
mente, uma vez que os contatos que ele acreditava haver pareciam
seguir vidas onde desconhecia a existência dele por completo. John
Doe ganha significado literal ao seu nome, um pleno anônimo, um
escrito nem mesmo reconhecido por seu trabalho mesmo que naquele
contrato visse a oportunidade de mudar para melhor sua condição.
No caminho para casa, entre memórias, se perguntava se estava
ficando louco mediante o que ocorria, mas isso não explicava as
ocorrências onde aparentemente ele havia ou descoberto pessoas que
deveria existir apenas em seu imaginário, ou como alguns fanáticos
certamente acreditariam que sua própria mente criara aquilo, tornando-
o real. Seria tudo uma alucinação? A pouco ele acreditava ser o próprio
- 163 -
John Roberts, mas era apenas um João Ninguém, talvez ele tenha
viajado no próprio personagem em sua crise criativa...
Mas entre alguns que havia tentado anteriormente ele resolveu
ligar para a única pessoa que ainda não havia feito contato, uma bela e
genial jovem cientista Rochelle Nickols, que curiosamente parecia
saber seu telefone de cor. A tocar o telefone rapidamente fora atendido
e assim que solicitado, passado para ela que atendeu ao telefone com
um sonoro "oi"?
- Sra.Rochelle? A senhora conhece um certo John Doe ou John
Roberts? - Perguntou ele que para sua surpresa respondeu, um "talvez"
bastante estranho.
- Sou ele - disse John demonstrando ainda um pouco de
insegurança, mas sendo sucedido por um incomodo silêncio que
permeava a ligação. Até ele mesmo interromper novamente e dizer -
pode parece loucura, mas após a morte de Octavios creio tanto eu
quanto você poder ter alguma ligação com tal crime.
- Como assim? - disse ela com sua voz doce, mas firme. - Só vi
pessoalmente Octavios uma vez num congresso sobre a anomia virtual
do TerrAlfa.
- Eu sei que pode soar loucura, mas preciso encontra-la
pessoalmente. - disse ele num apelo sonoro, novamente sucedido pelo
silêncio, até que ela disse para surpresa dele:
- Bom, daqui, três horas no Chá Imax, pode ser?
- Feito.
Após isso ela desligou o telefone o fazendo mergulhar
novamente em seus pensamentos silenciosos e indeferíveis para que
estava de fora, o fazendo mudar os itinerários até o local determinado
que já lhe era conhecido.
Ao entrar lá estava parada de pé, Rochelle, de forma elegante
deixando a mostra um pequeno crucifixo de Jesus Cristo, a quem ela
chamava de maior celebridade de todos os tempos. Cheirosa, era uma
companhia agradável a todos seus sentidos, bela de se ver e de se
conversar por horas a fio, na verdade John parecia ser sinceramente
- 164 -
apaixonado por seus olhos cujo olhar singelo confrontava-se com uma
personalidade firme e de muita sagacidade intelectual. Era quase como
o John Roberts de calcinha, só que pelo jeito muito sucedida no que
fazia.
Para seu espanto Rochelle o reconheceu com um breve e
tímido sorriso até ser conduzida por ele até o local onde sentaram-se,
mas John transpareceu o nervoso, não somente de sua timidez, mas
pela situação.
- Desculpe solicita-la desta maneira, tão repentinamente. Não
pretendo tomar muito de seu tempo, Sra.Rochelle. - Disse ele.
- Olha, não tenho certeza de quem você possa ser, mas estou
aqui porque também tenho dúvidas - disse ela.
- Sobre o que? - perguntou com curiosidade antes mesmo de
concluir o que iria falar.
- Receio que tenha uma estranha impressão de que o conheça
mesmo que conscientemente deva recusar, mas, sobretudo com seu
envolvimento com Octavios após morrer.
- Creio que seja uma contradição afirma que me conhece e ao
mesmo tempo não. - disse ele - Porém este não é o caso exatamente se
não de me sugerir como possa eu saber sobre determinadas coisas que
não haveria como saber.
Jonh então retirou duma pasta um manuscrito descrevendo
todo seu ambiente de trabalho, que ao lê-lo certamente ela sentiu frio
na espinha pela precisão dos relatos, mesmo que aquele Jonh Roberts
fosse como uma memória vaga para ela, mas ficou divida por uma
paixão que nutria por ele e a realidade que vivia, não como uma
hipocrisia, mas que a obrigava dizer: - Você é algum tipo de demente
tarado?
- Não sou Rochelle, e você sabe disso! Talvez você tenha tido
sonhos que não é capaz de explicar o como ou porque, mas é como se
eu tivesse de algum modo em algum tempo vivido com você.
- 165 -
- E daí? - disse ela se relutando acreditar mesmo que
transparecesse certo interesse proporcional ao medo.
- Preciso que você me dê informações, nós pesquisamos sobre
isso antes, temos certeza.
A determinação dele a deixou desconcertada, e mesmo ela
parecia agora deslocada e a transpirar olhando em volta. Mas fez uma
expressão ao tirar um laptop da pasta e ao abri-lo entraram em alguns
arquivos que falava sobre o assunto.
- Não sei porque estou fazendo isso. Lhe passo tais
informações e sigo meu caminho.
John acenou com a cabeça e se inclinou para ver na tela do
laptop onde uma figura antiga e bizarra saltava sobre a tela. Sob o
título de Doppelgänger. O lendário monstro alemão que teria o poder
de se tornar uma cópia exata de uma pessoa que escolhe e passa a
acompanhar, como se pouco-a-pouco roubasse o seu ser numa espécie
demoníaca de 'Talentoso Ripley'. Vindo dos termos alemães doppel
que significa duplo, réplica ou duplicata e gänger que significa
andante, ambulante ou aquele que vaga. Porém ao seguir o texto,
noutro aspecto o Doppelgänger pode ser caracterizado como um
distúrbio mental onde a vítima assiste a uma representação de si
própria, quando não até mesmo ligada a dupla personalidade. Há casos
verídicos onde alguns expressam os mais variados relatos teóricos de
anomalia temporal e até mesmo a própria visualização como no futuro.
- Pode parecer absurdo, mas tenho tido estranhos sonhos com
você, seja lá quem for de fato - Disse Rochelle.
- Vim trabalhando por anos num projeto teórico sobre
mecânica temporal, e aparentemente algum experimento seria
estranhamente capaz de geral algum tipo de ressonância temporal
como se fossem ecos existenciais a refletirem numa falsa existência,
como um reflexo torcido de nós mesmo por ondulações temporais.
Estive prestes a descobrir algo muito grande envolvendo o Tempo, mas
- 166 -
fui obrigado a desistir. Mas senti o cheiro da verdade, e é algo muito
bom. Algo não quer que a humanidade descubra a verdade.
- Viagem no tempo e mundos paralelos? - perguntou ela.
- Não exatamente, mas e se o que você acredita ser realidade
na verdade é apenas um eco, cujas memórias aparentemente
conflitantes nada mais seriam que as resultantes da verdadeira
realidade ao qual pertencemos. São como de javu, sonhos surreais ao
passo que o próprio mundo não pareça tão real.
- Talvez tenha outro nome para isso, John. Esquizofrenia. -
disse ela quase ironizando.
- Pode ser, mas de mesmo modo tem gente que acredita na
reencarnação com sustento menos forte que este, e não são chamados
de loucos, por exemplo, mas acreditar em maior escala, isso também os
fariam de loucos. - disse ele.
- É um ponto de vista original, mas vai além de minha ossada,
você deve saber presumo. - Respondeu Rochelle. Agora se me permite,
tenho que seguir, pois já acho por demais louco ter vindo encontra-lo.
Repentinamente então ela se levantou fechando o laptop e se
dirigindo para fora do local retirando as chaves de seu carro, mas se
virando e dando uma rápida olhada atrás num tom de não estar
convencida do que ela mesmo disse. Seus olhos não mentiam.
O Fim do novo
Paredes e paredes, corredores e corredores intermináveis se sucediam
onde qual John de repente se viu perdido. Inicialmente caminhando por
eles a procura duma saída, ou ponto a se chegar não demorou muito, no
entanto, que fosse tomado pouco a pouco por um nervosismo ao ouvir
ruídos como de besouro do outro lado das paredes do qual não
conseguia subir. Assim John começou a correr, indo de um lado a
outro, mas a todo ponto parecia não mais variações do mesmo, mesmo
que o ruído agora mais próximo parecia tomar contornos de vozes
humanóides mesmo que pronunciando palavras intraduzíveis para ele.
- 167 -
Agora transpirando, corria ofegante por entre estas paredes até parar
numa estranha sala onde um homem sentado escrevia. John se
aproximou, e quando este homem levantou o rosto era exatamente
como ele, porém um pouco gordo e então este o encarou dizendo: "sou
eu!"
- Onde está Octavios, Yuri! - Perguntou então John, como se
soubesse quem era, mesmo sem saber.
- Não está aqui, garanto - respondeu ele ironicamente ao olhar
para seu bolso enquanto sua mão tocava este bolso, e então começa a
rir.
John como se corresse de si próprio sai correndo e ouve os
ruídos destes seres babulgiando um monte de palavras intraduzíveis
quando este simplesmente tropeça em sua própria sombra e caí. Ao
levantar, o seu rosto, nota a sombra se contorcer separado a ele e ataca-
lo quando num grito se afasta deste mundo a contemplar o labirinto de
fora, era sua própria digital do dedo polegar!
John Doe acorda em polvorosa, ofegante e olha para o relógio.
5:41 da madrugada, amanhecendo. Ele então se pergunta o que faz ali?
Porque estava vivendo aquele mundo novamente? Queria ele ter
retornando a sua linha temporal do qual era oriundo, mas fora
impedido por Octavios, e agora estava ali num aparente 'presente'
destorcido apenas vendo sucessões das mesmas coisas, como
simplesmente estivesse perdido num filme repletos de clichês. Mas de
repente nota algo em seu nariz. Estava sangrando. O que houve?
Aquele sonho era vivido demais para ser apenas um sonho, havia algo
enfadonho nele que o fez tremer nas bases como se um frio o tomasse
conta, o devorando mesmo que transpirasse de nervoso.
John se lavou no banheiro. Se recomponha John, temos de
prosseguir! Pensou ele consigo próprio. John liga o rádio e ouve o
radialista dizer: "Bom dia, hoje é um novo dia!" Foi então que após
pensar teve uma idéia inteligente de tentar chegar até o TerrAlfa, pois
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sabia que de alguma forma que poderia ter ligação com a consciência e
a misteriosa pedra do Alasca.
O céu estava cinzento. Ao sair de casa uma senhora com a cara
sonolenta se aproxima dele o pedindo para resgatar um gatinho que
está preso sobre a árvore, este resolve faze-lo, mas sem dar-se muito ao
trabalho o gato se assusta com ele e desce correndo. John, então se
dirige a máquina de refrigerante e coloca uma moeda, mas ao
selecionar o refrigerante - uma Pepsi - esta não sai e engolhe a ficha.
Nervoso, então ele bate na máquina quando dois homens - um negro e
outro branco - que bebiam saem e perguntam se ele está com algum
problema, porém quando estes o começaram a empurra-lo ameaçando
bate-lo, um raio caí e começa a chover imediatamente, John aproveita
o momento empurra um dos homens que caí bruscamente sobre uma
janela de vidro a espatifando e então ele saí sorrateiro deixando os dois
brutamontes par trás, não demorou muito caminhar até um local onde
pudesse ter acesso ao jornais antigos para pesquisar sobre Yves,
entretanto ainda no caminho a chuva parou igualmente de forma
repentina, mas ao entrar no local John Doe vê num carro dois homens
vigiando ele, mesmo que fingissem ler jornal. Naquele momento ele
teve uma estranha sensação de realmente já ter visto aquilo, nem que
fosse num filme, mas prosseguiu.
Lá dentro, os arquivos procurados por datas e locais onde
teriam ocorrido a suposta morte de Yves, e viu notícias estranhas nos
jornais como: “Investigações sobre morte de escritor volta a estaca
zero”. Onde mostrava uma foto de Yves com um de seus livros na mão
sorrindo. “Yves foi encontrado em petição de miséria: resta agora
colocar a casa em ordem”. Ao ler um pouco sobre a notícia, descobre
que o crime ocorreu num lugar onde curiosamente funcionária um dos
laboratórios da MIT sobre estudos de computação e tempo. E assim ele
segue para lá imediatamente.
Ao chegar, no entanto, ele descobre um lugar completamente
abandonado, em ruínas o prédio se tornou abrigo de mendigos entre os
quais curiosamente pensa ver Octavios entre eles, mas ao se aproximar
e colocar sua mão sobre seu ombro nota que era outro homem. O lugar
é escuro, ele tenta acender a lanterna em vão, o cheiro de podre e urina
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parece se alastrar pelos corredores, mas uma música vindo baixo de
algum lugar, uma música antiga, que ao buscar sua origem - onde ao
final encontra uma luz piscando - o som enguiça e começa a se repetir,
é uma vitrola enguiçada em meio alguns equipamentos jogados e
enferrujados repleto de teias e ratos asquerosos que vagam sorrateiros
entre tais. O que aconteceu? Perguntou para si próprio. John vê um
armário fechado, mas estranhamente tem um pressentimento, deve
haver alguém morto lá dentro. Ao se dirigir lentamente abre a porta e
caí o corpo de um aparentemente morador de rua. John olha em torno,
e resolve ver em seus bolsos e encontra um papel e algumas fotos de
Rochelle.
Ela deve correr perigo, pensou com si próprio. Mas quando ele
se vira se depara com um homem alto vestindo sobretudo que o tenta
atingi-lo com uma coronhada de arma, mas como se pressentisse ele se
desvia e pega uma barra de ferro no chão o atingido, quando um
estalido de arma soa atrás dele novamente, era outro homem a rende-
lo.
John é levado vendado daquele lugar decrépito e decadente,
aquele poço de tristeza e melancolia até um quarto velho onde
finalmente suas vendas são retiradas. John se levanta e olha por uma
fresta deste cômodo a notar que os responsáveis estão vendo na Tv um
seriado, talvez LOST, enquanto outros jogam carta e comem pizza
ruídosamente como quase animais falando de boca cheia.
John pede para ir ao banheiro, e mesmo ao perguntar porque o
pegaram e quem eram estes nada disseram. Porém, para sua surpresa
percebe misteiorsamente uma facilidade especial de fuga pela janela do
banheiro de onde era o prédio onde agora se encontrava. Ele então pula
sobre uma cesta de lixo de onde saí correndo. Porém antes que
conseguisse sair do pequeno beco onde se encontrava um dos capangas
surgem da janela e grita para pega-lo. John corre e pula o muro de uma
casa onde no quintal havia um homem fazendo churrasco o assustando,
mas antes que fizesse algo outros pularam atrás. Ele pula mais um
muro e desta vez uma linda mulher de biquíni deitada numa cadeira
mesmo que com o tempo nublado, muito estranho aquilo pensa ele,
parecia ser para chamar sua atenção. Mas antes mesmo que pensasse
- 170 -
mais sobre a mulher um cão vem latindo correndo atrás dele o que faz
entrar numa das casas onde se depara com uma velhinha que quase o
atinge com a vassoura.
Correndo agora pela rua, ele vê um shopping e resolve entrar,
lá dentro caminha ainda que assustado, entretanto lento para não
chamar atenção, quando um dos homens o avistam saca a arma e atira
quando John passava por de trás de um menino carregando balões que
estouram com o tiro, todos no lugar entram em pânico o que faz ele
aproveitar a oportunidade e fugir.
John Doe acredita ter pouco tempo, pois a vida de Rochelle
deve estar em perigo, assim ele entra num bar e se dirige ao balcão
onde ao pedir informações sobre onde teria telefone, mas antes que a
completasse ele olhou para um local e percebeu que era lá onde havia
um. John procura o nome de Rochelle no catalogo telefone e arranca a
folha - todos fazem isso nos filmes, porque não posso eu fazer, pensou
ele - mas quando liga para ela caí na secretária telefônica o obrigando
apenas deixar um recado: Você corre perigo!
John agora liga para o MIT onde para seu espanto Yates atende
a voz de um conhecido.
- Yates? é John lembra-se de mim? - perguntou quase
nervosamente.
- Não - quem é?
- Estão me seguindo, e creio que não seja a DIA ou FBI.
Acredito que Rochelle esteja em perigo, você precisa falar com ela,
estou indo próximo a cabana de férias de Ângelus Bishop.
Antes mesmo que Yates pensasse em falar algo John desliga o
telefone. Porém ao desligar os dois homens que havia o encontrado no
refrigerante, aparecem no bar novamente querendo arrumar briga com
ele, porém, desta vez John prevendo tal, faz algo impensável
simplesmente agarrando uma senhora gorda a beijando, deixando os
homens completamente deslocados e saí, enquanto a gordinha sorri
com o beijo recebido.
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John finalmente encontra seu carro estacionando há algumas
quadras do prédio onde havia ido originalmente. Entretanto, ao entrar
nota que perdeu a chave da ignição, claro, ele tinha uma reserva no
para sol. Durante o percurso ele reflete no caminho a fim de tentar
entender o que ocorria com ele, o que ele fez? Como ele fará para sair
daquilo?
Aquela "realidade" era estranha demais para ele, John tinha
certeza de que aquele não era correto, seus sonhos se tornavam surreais
demais, às vezes mais que a própria realidade. Tudo estava se
repetindo infinitamente e como num filme tal conclusão apontava para
um previsível final pateticamente triste. Tenho que conseguir uma
amostra da pedra e utiliza-lo no acelerador de partículas, seria o único
modo de tentar voltar a sua realidade, pensou. Para isso novamente iria
precisado auxílio de Rochelle que naquele instante o ruído das rodas de
seu carro sobre o solo feito de pequenas pedras irrompia o silêncio no
inicio da noite, com seus faróis cortando a escuridão. Meu pequeno
oásis no inferno de imundice daquele mundo.
- Você de novo? - perguntou Rochelle ao sair do carro com um
homem aparentemente um guarda pra protege-la.
- De novo. É uma questão muito interessante Rochelle, talvez o
'X' da questão. Juro que realmente o que tenho vivido hoje não é foi
nada de novo. Alguém quer me matar assim como fez com o meu
"clone sei lá do que", me rendendo uma sucessão de situações nenhum
pouco elaboradas ou originais digamos.
- O que você quer que eu faça? - Perguntou ela - Você disse
que também corro perigo, porque?
- Não posso responder, pois não sei ainda. - disse John - Mas
parece que essa gente quer matar, apenas para matar, creio ser um risco
para o mundo previsível deles. Você não tem notado a repetição
constante de padrões rotineiros no cotidiano? Sempre os mesmo
crimes, violência, sexo, e injustiça? Tem algo errado, parece que onde
deveriam funcionar laboratórios se tornou um repositório de mendigos
e viciados que querem fugir deste mundo. - Vá direto ao ponto - disse
Rochelle.
- 172 -
- Sabemos nós aqui que você na realidade não realiza apenas
experimentos e pesquisas na área de biologia e mutações, mas tem
pesquisado extra-oficialmente sobre a pedra encontrada no Alasca.
Acredito que possa haver algo nela que você possa descobrir que
justamente levam estes a querer mata-la.
- Como você sabe disto? - Perguntou Rochelle após olhar para
o guarda ao seu lado.
- Não me pergunte como, uma vez que você não acreditou em
minha resposta anterior. Mas esta pedra tem algumas propriedade
vibratórias curiosas, como aparentemente deter dentro de si algum tipo
de luz que se auto-reflete indeterminadamente. O que ela emite não é
uma radiação comum, mas sim sutis torções temporais que se
canalizadas pode permitir até mesmo viagens temporais.
- Como você sabe destas informações, John? - no momento em
que Rochelle disse isto, o homem sacou a arma e apontou para ele
claramente na intenção de prende-lo. Porém para surpresa deles um tiro
irrompeu atingindo o homem em seu peito seguidamente o fazendo
cair no chão morto.
Abaixados, John e Rochelle se aproximam agachados mas não
sem tempo de verem sair de trás da cabana Ranya junto a um homem
armado com rifle. Com um olhar maligno sobre John, ela parece pouco
se importar com a vida de qualquer outro, assim como a deles. O
homem aponta então a arma para John, mas é interrompido por ela
dizendo:
- Não mate ele ainda, pode ser útil. Antes tiremos as
informações dele.
O homem o agarra e arrastando-o após amarrar Rochelle - não
sei deixar de contemplar seus seios com um sorriso cobiçoso - o leva
para dentro da cabana, mas após amarra-lo numa cadeira e ao bater
nele logo percebe que tortura não surte muitos efeitos, não
simplesmente por estar nervoso não conseguir raciocinar direito
mediante a dor, que falando ou não saberá que acabará morto. Ranya
- 173 -
então se aproxima, e após olhar com profundo desdém para Rochelle
diz:
- Depois vocês podem se divertir com ela. Mas agora este John
Doe não pode desprender o povo de nossa vontade. - diz Ranya com
claro rancor e então prossegue agora em direção a John - sei que você
não é um simples zé ninguém, mas se acha que pode brincar com seu
próprio reflexo no espelho também estará enganado.
- Não sei do que você está falando.
- Você tem que morrer John! Você nasceu pra morrer! Você é
o erro em nossos cálculos - gritou ela então repentinamente deixando
saliva escorrer por sua boca como se fosse um cão raivoso a balbuciar
palavras de profundo rancor contra ele.
- Nem tudo pode ser calculado ou previsto neste mundo - disse
ele com o rosto sangrando e também escorrendo baba de sua boca por
ter sido esbofeteado no rosto diversas vezes. - Pensava eu que você
tivesse compromisso com as leis.
- Tenho compromisso é com algo maior John, tenho
compromisso com o controle, controle absoluto! E você está
atrapalhando nosso programa - disse ela com os olhos quase faiscando
- nada pode escapar ao nosso controle, e posso não saber como você
pode estar no passado, mas por isso mesmo deve ser deletado.
- Vocês têm medo de qualquer coisa inexplicável a seus
preceitos? - disse ele rindo sarcasticamente mesmo que visivelmente
desgastado - não se pode esconder o que vocês não têm controle sobre
ou consiga explicar sob seus conceitos, existe algo muito mais
poderoso que vocês no universo.
- Você não conseguirá provar seus argumentos, não
deixaremos! - gritou ela, balançando a arma na mão sobre seu rosto.
Neste momento, sem que percebessem Rochelle se soltava das
cordas que amarravam suas mãos para trás, utilizando-se de um pedaço
de espelho quebrado, enquanto o homem observava o pequeno
espetáculo daquela mulher que agora se revelava como uma louca
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descontrolada, disposta a qualquer coisa para não ter contrariado o que
acreditava ser sua verdade indiscutível e indebativel.
O rifle do homem está encostado sobre a porta fechada da
cabana enquanto ele agora empunhava uma faca com serra nas mãos.
Ranya então esbofeteou-a John o fazendo cuspir sangue e falando
coisas sem sentido como "você está cheio de ódio" mesmo que
visivelmente ela estivesse.
O homem então se aproxima e levanta a faca e aproveitando
este momento, Rochelle se esgueira até o rifle após se soltar quando
escutam um estalido por de trás de Ranya, o rifle engatilhado contra
ela. O homem vira-se rapidamente, mas vendo que apenas tinha uma
faca fica imóvel. Ranya então com arma na mão, ri para Rochelle e diz
para abaixar a arma.
Neste momento, Rochelle exita, pois mesmo que tivesse
treinamento em armas não era uma eximia atiradora ou assassina fria
como aparentava ser Ranya, e aproveitando isso Ranya levanta
repentinamente a arma contra ela, mas como num reflexo Rochelle
atira a fazendo cair. Vendo isto o homem com a faca nas mãos solta
um gruindo e parte para cima de Rochelle desviando o rifle e fazendo-a
bater contra o vidro da porta que se quebra. Neste momento, John
mesmo amarrado na cadeira, vendo que obviamente ela não era pário
para um homem com quase o dobro de tamanho dela, parte mesmo
amarrado na cadeira, sobre ele, apenas fazendo este desviar a atenção
por alguns instantes, mas o suficiente para poder dar tempo a Rochelle
de reagir correndo até a arma nas mãos de Ranya caída no chão e
aponta contra o homem dando uma sucessão de tiros sobre seu peito
quando avançava sobre ela com a faca não mão, pronto para picota-la
toda.
Rochelle assiste o homem cair ainda apontando a arma para
ele, e ofegante se arrasta até John caído no chão amarrado na cadeira e
pegando a faca do homem corta as cordas o soltado.
- Vamos sair deste lugar - diz ele.
- 175 -
Ao abrirem a porta, eles saem correndo, porém quando estes
iam em direção ao carro, Rochelle se dá conta de que a chave estava
dentro da cabana, e quando pensa em olhar para trás vê Ranya saindo
pela porta com o Rifle nas mãos e gritando "morraaaa" começa atirar
sobre eles.
John somente consegue empurrar Rochelle com toda força para
de trás do carro a fazendo cair no chão de terra, mas antes que ele
possa sugerir algo, ela corre agachada para o bosque mesmo que ele
grite: para lá não!
- Porque não? - pergunta ela por de trás de uma moita,
enquanto Ranya começa a caminhar em direção ao carro com o barulho
de seus passos sobre a areia pedregosa.
- Você vai acabar tropeçando numa raiz e caindo - diz ele
nervosamente encostado abaixado na lataria do carro do outro lado de
onde Ranya se aproxima. Um outro homem então surge em sua frente,
mas para Ranya que lhe fez um sinal, se dirige em direção à moita
como se não percebesse John. Ele pega a arma para apontar-lhe, mas
quando vê Ranya está sobre ele lhe apontando o rifle, só dando tempo
dele dizer: corre!
- Levante-se lentamente. - disse Ranya limpando a boca
sangrando, provavelmente pelo efeito do tiro em seu peito, mas
abrindo a camisa para revelar um colete a prova de balas. - queria
brincar com você antes, mas receio que não teremos muito tempo.
Porém, quando John se levantava pegou em sua mão um
punhado de areia mediante aquela situação de desproporcionalidade
plena e quando ela menos pensava jogou sobre seu rosto a fazendo
gritar e dar um tiro, mas a esmo por não ver onde ele estava. Nisso
John empurra o rifle e toma de sua mão virando o coldre contra sua
cabeça e a fazendo cair no chão desmaiada. Ele então sem nem pensar
corre em direção ao bosque...
Lá o homem corria em meio ao escuro como um cão a farejar
Rochelle, sentindo seu suor mas como se guiado por seus feromônios
selvagens enquanto ela saltava sobre as raízes de arvores através dos
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poucos fiapos de luz que restava em parte da lua, e em parte da própria
cabana não muito longe dali, quando de repente ao olhar para trás
vendo-o se aproximar tropeça com um dos pés numa raiz e caí
bruscamente no chão.
O homem então se aproxima apontando-lhe a arma e diz.
- como um saco de batatas caindo. É uma pena matar tão
rápido uma gracinha como você.
Então o estalido do engatilhar se ouve e em meio ao escuro o
som do tiro. Ele matou Rochelle?
Para surpresa dela mesma, seus olhos ainda brilhavam no
escuro, vendo com espanto o homem enorme cair de joelhos com a
boca sangrando fartamente e revelando John logo atrás, dizendo:
- Isso não é maneira de tratar uma donzela em perigo.
Porém, o homem ainda balbuciando fez John se aproximar em
parte por piedade, mas aproveitar para tirar informações. Ele então
retira rasgando parte do moletom e o enrola sobre o ferimento,
enquanto pergunta:
- Quem são vocês, e o que querem afinal? Você não são do
governo!?
- Não, fazemos parte de um programa de previsão sócio-
antropológica e sua existência está atrapalhando o programa de
controle absoluto. - disse ele balbuciando - nem todos queriam ser
como eu, mas algo nos compele, me perdoe...
O homem após dizer estas palavras paralisa seus olhos ao
vazio enquanto John e Rochelle assiste a cena silenciosamente. Eles
então se levantam e se dirigem novamente para a cabana após pegar a
arma dele, mas apenas para tentarem agora sair daquele lugar o quanto
antes, por temer que outros surjam querendo os matar. Mas ao chegar
no local para surpresa dele, o corpo de Ranya havia sumido, ele então
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olhou para Rochelle e diz para saírem de lá o mais rápido possível. Ele
abre a porta do carro sem chaves, pois o vidro está quebrado, mas ao
entrar ela diz que perdeu as chaves, mas John para surpresa dela abaixa
o para sol e tira uma cópia de lá, o que faz Rochelle olhar com surpresa
e desconfiança para ele que apenas diz:
- Força do hábito.
No caminho inicialmente eles ficaram em silêncio. Mas logo
ela como se tentasse se segurar acabou perguntando:
- Como raios vocês sabia que iria tropeçar no bosque? Você é
algum tipo de vidente?
- Por acaso não é o que acaba ocorrendo com as donzelas
vulneráveis? - respondeu ele com outra pergunta - Parece que aqui as
coisas são muito previsíveis, só isso. Sobretudo parece que neste
mundo Murphy é uma quimera aliada de alguns, mas também sei
utiliza-la a meu favor.
- Legal, você me impressionou, seja lá o que esteja
acontecendo dou-lhe o beneficio da dúvida sobre o que eu mesmo
questionei antes. Desculpe por ter sido rude e não ter acreditado em
você e obrigado por ter me salvado.
- Bom, mas preciso de um favor seu então - disse ele - preciso
acessar o terrAlfa e procurar um hipnoterapeuta.
- Olha, acho que depois de hoje todos nós precisamos de
terapia imparcial, mas não creio que seja o momento oportuno ainda -
disse ela ironizando. - Vou entrar em contato com a Defense Intelice
Agency para saber o que devemos fazer.
Porém antes que eles completasse o dialogo, John olhou pelo
pára-brisa e antes e gritou: "Cuidado!"
Neste momento, uma mulher surgiu no meio da rua quando
começava a chover torrencialmente do nada, era Ranya Zinara, toda
encharcada a apontar-lhe a arma contra o carro em movimento, mas
sem tempo de desviar a atropelou, fazendo seu corpo rachar o pára-
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brisa. O carro perdeu o controle e acabou por bater contra uma arvore.
Eles ainda que um pouco tontos com o impacto saíram em meio à
chuva empunhando as armas em mãos, mas ao chegar no local, seu
corpo se dispunha completamente imóvel com os olhos abertos assim
como a boca. Estava morta.
Ecos do Vazio
Após finalmente chegarem na casa de Rochelle, John liga a tv e estava
passando 'De Volta para o Futuro Parte II' ele muda, e está passando
'Cidade das Sombras'. Mas sem muito o que fazer naquele momento, e
por ela estar claramente introspectiva preferiram ir dormir, e assim
John deitado no sofá da sala dela pega no sono, mas sem ter qualquer
sonho, desta vez para sua própria surpresa acorda repentinamente
durante a madrugada e vê a Tv ligada enquanto passava um comercial
do Polishop em que um homem vendendo uma faca diz "Esqueça tudo
que você já viu!"
Ao levantar John vai até o banheiro lavar o rosto quando sem
querer bate com o cotovelo num frasco contendo tintura de cabelo caí
sobre uma bacia de água, e o seu conteúdo ao se entornar duma forma
perfeitamente simétrica, ele para a observar a cena da dispersão do
produto como se ao cair na água completamente parada simplesmente
criassem ondulações simétricas resultantes em variáveis imprevisíveis.
Mas não contendo-se John joga a água pelo ralo e a enche novamente,
então ele joga novamente mais do conteúdo do frasco para observar, e
nota que ao cair na mesma posição anterior à dispersão do produto se
dispersa aparentemente de forma exatamente igual a anterior.
Claramente assustando John recua com a cena como se fosse um claro
deja vu a ponto de fazer ele esfregar as vistas por crer ter sido engano
dele por ter acabado de acordar, mas não era...
Rochelle surge com o cabelo lindamente arrumado, mas com
uma cara pálida dizendo não ter conseguido dormir e estranhamente
nenhum sonho a não ser um único pesadelo exatamente igual a da
semana anterior. Sem o que dizer John junto a ela fazem um farto café
da manhã e prossegue.
- 179 -
Ao chegarem no lugar onde era realizada a hipnose, um
simpático, mas apático senhor por tal responsável, ele se identificou o
cumprimentando por Ulva. O nome estranho chamou atenção de John
como se já tivesse ouvido antes, mas ignorando por acreditar ser mais
um fruto de seu cansaço seguiu enfrente enquanto Rochelle linda, mas
visivelmente esgotada os observava.
Ulva era um homem altivo, mas estranhamente distante
daquela realidade, mas como bom profissional rapidamente o induziu
ao relaxamento o fazendo emergir em imagens desconhecidas para o
próprio John, ele estava num estado descrito como Hipnoíde. Porém,
para a surpresa dele sua mente parecia vagar num lugar muito diferente
daquele onde um homem de meia idade parecia viver num futuro
razoavelmente distante.
Em meio a equipamentos computadorizados e uma espécie de
Acelerador de Partículas, utilizava a pedra do Alasca a fim de
desvendar suas propriedade e assim recria-la. Ele aciona o
equipamento e utilizando-se de um pequeno gravador, faz um pequeno
relatório dos acontecimentos.
- Estranhamente parece criar ressonâncias quânticas que fogem
a escala, isso parece repercutir me larga escala em nosso mundo
mediante as leis previstas do tempo fluídico.
De repente o homem parou como se alguém o observasse e
completasse tal observação ao dizer sintindo-se como se estranhamente
estivesse sendo observado, não sei se isso é um efeito residual. Mas
acho que seriamos capazes de recriar estas pedras mesmo que sem o
mesmo potencial.
Depois fora como se tivesse o visto num outro dia, onde ao
chegar ao local rende um dos funcionários plantonistas e inicia o
experimento em maior intensidade, porém para a surpresa dele
observar que os relógios marcavam outro horário, como se ele tivesse
regredido ao dia anterior.
- Receio que talvez tenha descoberto a viagem temporal. –
disse ele. – Porém, isso provoca alguns efeitos que não sou capaz de
- 180 -
determinar, é como se estivesse predisposto a repetir os mesmos atos
do dia anterior. A oscilações quânticas que fogem a escala, temos de
criar algum tipo de isolamento quântico para impedir isso, é como uma
radiação residual que vara o tempo! Farei algumas modificações e
repetirei o procedimento!
John ao sinal de Ulva acorda ainda mais confuso do que antes,
apesar de ter descrito tais efeitos para seu hipnotizador este parece não
se surpreender. Após saírem do local sinceramente decepcionado com
os resultando que não trouxeram resposta ao menos clara, John ao
escutar de Rochelle que havia – para sua surpresa - uma sede da Bug´s
Time próxima dali, resolveram para lá seguir.
No caminho observam as pessoas na cidade caminharem com
olhos profundos e grandes olheiras de forma apática quando um
homem carregando uma bandeja de doces tropeça e caí de cara no chão
com o traseiro para o alto, fazendo estes doces se espalharem pelo
chão. Ele os recolhe e volta andar como se nada ocorresse, mas logo
adiante tropeça e caí novamente exatamente na mesma posição de
antes, fazendo todos os doces se espalharem numa disposição
exatamente igual a anterior enquanto John observa ele se levantar
novamente e se aproxima deles, John diz para Rochelle observar: "Ele
caíra de novo agora". E caí numa mesma disposição de doces
espalhados no chão com a cara no chão e o traseiro para o alto em
seguida recolhendo os doces da mesma maneira, Rochelle
impressionada com a situação pergunta como ele sabia e ele responde:
- Foram exatos 11 passos antes de cair. Eu contei.
Rochelle sem palavras nada disse a não ser olhar para ele com
uma cara de cansada, mas impressionada. O pobre homem com o olhar
vazio e agora com nariz já sangrando parecia um robô apenas guiado
por sentidos de instintos primários e óbvios a caminhar, sem um mero
querer.
- 181 -
- Isso só tende a piorar - disse John – um efeito é que essa
anomia tende apontar para me eliminar numa igual repetição vazia... -
completou John com expressão de preocupação - mas apenas para
confirmar as repetições, afinal o que busca a anomia se não eliminar o
normal? Aqui estas mesmas repetições vazias tendem a tentar me
eliminar por representar o vazio e eu o imprevisto e novo. Será que se
me crucificarem ressuscitarei - terminou ele num tom de sarcasmo.
Quando finalmente o guarda saiu do local pontualmente, John
e Rochelle saíram a tentar entrar disfarçadamente na Bug´s Time.
Caminharam como se fossem funcionários entre os demais enquanto
observava os locais, quando chegaram a um lugar monitorado por
câmeras que parecia regular o movimento do corpo das pessoas as
medindo.
- É aqui onde realizam o experimento, o programa. - mas
estranhamente Rochelle parece estar distraída e com dificuldades e dar
respostas claras, complexas e objetivas como se pouco a pouco sua
consciência se dispersasse.
Porém, o estranho equipamento que vigiava o local
demonstrou num monitor uma série de desenhos geométricos de
medida com cálculos e números sobre a posição de seus membros,
expressões e movimento fazendo surgir uma disposição de infindáveis
números e termos que demonstravam os sentimentos deles ou se estava
inseguros. Não bastando tal artefato curiosamente lançava uma medida
quântica sobre eles para poder determinar a parcialidade de sua
previsibilidade que para a surpresa de John disparou um alarme
vermelho ao dizer: "Elemento com previsibilidade de 14%, Nível
crítico! Nível Crítico!"
Rapidamente dois homens surgiram com as mãos no bolso
como se ele fosse algum tipo de assaltante, mas para a surpresa deles,
John respondeu acidamente estendendo as mãos:
- 182 -
- Sou apenas uma pessoa criativa e original, sou apenas eu
mesmo.
Um dos homens puxou um rádio e falou algo quando não
demorou muito a surgir um homem desta vez muito familiar a ele.
Álvaro Watchman!
Para surpresa de John desta vez o homem o reconheceu e disse
como se aquilo não o assustasse:
- John! Esperava por você!
A Essa altura John tinha certeza de que o livro que escrevi não
era meramente um devaneio, mas ou uma clara previsão ou
simplesmente a verdade. Porém mecanicamente Rochelle olhou para
Watchman como se aquilo nada fosse e após Watchman convida-los a
entrar com estranha cordialidade ela o seguiu sem questionar. John a
olhou nos olhos, mas ela não o olhou de volta.
Pouco a pouco parecia um boneco vazio de querer se não
apenas simula-lo, para decepção de John como se aquilo fosse nada
mais que uma decepção, Rochelle Nickohls conseguiu ser uma mulher
com atitudes verdadeiramente diferentes das demais que haviam
topado com John, se valorizava e não fazia atos de grotesca
promiscuidade como um robô recebendo comandos de um cafetão.
Enquanto caminhavam John continuou a olha-la então subitamente
resolveu dizer:
- Você vai continuar com essa cara de peixe morto ou vai fazer
algum esboço emotivo?
- Estou me sentindo estranha John – disse ela – às vezes parece
que isso é um sonho. Na realidade um pesadelo.
Ao chegarem ao local, John observa as pessoas que monitoram
os equipamentos externos de monitoramento de previsões astrológicas,
infindáveis monitores onde um destes um funcionário fora pego a
observar uma mulher tomando banho deixando Watchman
- 183 -
envergonhado diante dos jovens. Porém após apresentar o local como
Sistema de Previsões Antropologias Quântico-Fractal (SPAQF) como
extensão do próprio TerrAlfa que era um complemento a controlar o
querer do povo, se virou e disse orgulho para John:
- Quando Einstein disse que Deus não brincava de jogar dados
parece ser verdade, e nós fazemos o mesmo!
Porém, John não demonstrou nenhuma felicidade ou surpresa
com tudo aquilo e disse enfaticamente pra Watchman.
- Vocês não são Deus! E Isso não é uma mera caixa de
Skinner, Watchman, o que ocorre aqui não é normal. Existe um índice
de regularidade de transferência de padrões caóticos, as margens de
imprevisibilidade, que devem manter um nível padrão de
imprevisibilidade percentual. - disse ele - quando este ultrapassa as
variáveis excedendo enormes nuances ou simplesmente estas nuances
se tornam praticamente imperceptíveis percentuais é porque há algo
errado de muito sério. Essa margem de acerto e erro não pode sair
destes parâmetros-margem pré-estabelecidos onde à previsão absoluta
somente poderia se dar por uma “profecia” o que está longe de ser o
caso pela generalização.
- Como você sabe disso tudo? - perguntou Rochelle como se o
seu QI tivesse uma queda vertiginosa e repentina. - pensava que isto
somente se identificava em quadros específicos de estudos estatísticos.
- Acredite em mim, pode ser aplicado no que se chama de
caótica quântica, assim como fazem aqui, mas que neste caso é para
suprimir as variáveis. Mas é o principio de Heinsenberg, não se poderia
simplesmente calcular tudo sem demonstrar margens de erro ou fuga
de cálculos e números tornando tal impossível, o que ocorre aqui é uma
anomia quântica. Quando a previsibilidade chega a níveis tão elevados
em que as variáveis são ínfimas determina a estagnação generalizada
do ser, o livre-arbítrio, a criatividade, o novo, talvez por isso vocês tem
tido dificuldade para dormir numa apatia incomum e eu represento a
- 184 -
chave nisso, pois curiosamente não me prendo a este quadro de anomia
e por isso oferecendo aparente risco por determinar o indeterminado.
- Isso é loucura! - disse Watchman - mas o que posso fazer, o
que podemos fazer?
- Pela milésima vez digo, pode parecer loucura sim, mas por
isso mesmo não é normal. - disse Roberts - estamos a mil negativos,
mil negativos! – expresou Roberts tomando as palavras de Octavios - E
sinceramente alguns dos seus ao quererem me matar com certeza
piorara as coisas. Sangue gera sangue.
- Você está afetando nosso programa! – disse Watchman –
Você não consegue se enquadrar em nossos quadros de previsibilidade
destinatária!
- O mistério se encontra no querer, e pelo jeito por isso é
combatido aqui, pois para vocês previsão é controle e controle é
previsão assim o sistema de previsibilidade tende até mesmo prever os
movimentos do governo se não induzi-lo de alguma forma.
Porém, aquela conversa parecia redundante assim como tudo
naquele mundo, pois certamente mesmo que no fiapo de humanidade
de Watchman certamente ele não daria o braço a torcer, pois pensavam
apenas em beneficio próprio para lucrarem com todas aquelas
manipulações graças a alguns segredos temporais do próprio TerrAlfa
mesmo que claramente eles pareciam apenas se aproveitar das
resultantes de algo talvez de algum experimento realizado no futuro
conforme ele presenciou e que utilizavam de nossa consciência
coletiva para poder alterar o tempo, mas curiosamente a anomia parece
realizar o mesmo numa coletividade. Mas mesmo que Watchman fosse
receptivo com ele sabia que lá estava correndo claro perigo e de lá
tinham de se retirar.
Rancor Temporal
Partindo-se de sua hipnoide, John rumou com Rochelle até um lugar
restrito e seguro a fim de entrar no TerrAlfa a entrar até lá como o fator
surpresa estancar toda aquela repetição redundante onde o querer de
todos se resume a números e ele próprio era atacada como uma mera
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criação excedente que fugiu ao controle e que por querer fugir daquilo
deveria ser perseguido. Neste lugar não adianta esquecer o passado,
pois o futuro é uma exata repetição anterior.
Rochelle lê lança um último olhar vazio onde um fiapo de
sentimentos sinceros ainda, com esforço emergem e ela diz:
- Te amo John, sempre quis dizer isso pessoalmente lhe
encarando em seus olhos.
Porém, John com seus olhos brilhantes por sentimentos jamais
consumados e reciproquidade sabendo do que passaram quando o
mundo era um pouco menos previsível, que como aquilo sendo apenas
um devaneio temporal, patético e redundante, disse:
- Gosto muito de você, e não gosto nada disso, não sei porque.
Mas isso é apenas um devaneio Rochelle, onde te conheci você era
uma mulher esplendida. E disso jamais esquecerei.
Ela então demonstrando fragilidade mexeu seus belos cabelos
ruivos chorando e apenas disse:
- Lamento muito que este mundo seja tão horrível e
deprimentemente previsível. Não podemos ter sentimentos, mas te
amo, e isso é verdadeiro, pelo menos isso é.
Naquele momento John a contemplou uma última vez mesmo
que seu coração fervilha-se de milhões de sentimentos que desejaria
com todas as forças do mundo expor, mas procurou se focar e com
seus olhos repletos de carinho e desejo de um último beijo disse adeus.
Lembrou-se de conceitos como Bio-PK, onde ao saber que seu poder
de influência poderia simplesmente trazer aos padrões de
previsibilidade ao normal libertando-os de tudo aquilo e nem emergiu
enquanto cães lá fora latiam como se alguém chegasse. Porém
enquanto homens armados entravam no local e Rochelle permanecia
apenas inerte completamente a mercê da vontade deles, John
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mergulhava no mundo de cores artificiais habitado por pessoas-
números se focando da melhor maneira possível fazendo com que estes
homens simplesmente tivessem seus equipamentos de leitura em curto
e ficasse tão desorientados por dependerem de todo aquele aparato com
seus comunicadores agora mudos como se tornassem formigas
desligadas de seu formigueiro enquanto lá fora pessoas e carros
simplesmente pararam em meio a rua e as pessoas deles saíssem e
olhassem para si próprias como se pela primeira vez descobrissem que
eram seres livres, conscientes e portadores de livre-arbítrio. O sistema
caiu, o TerrAlfa estagnou e aquele mundo desapareceu para John e
apenas escutou um vago eco de um amor jamais consumado.
Rochelle, seus olhos, seu toque, sua respiração, sua delicadeza,
seu gênio, seu beijo dado naquele bloco de gelo chamado Iceberg.
Queria muito e muito dizer-lhe, mas não posso, não posso ser eu, não
aqui. Mas jamais te esquecerei. Adeus, foi bom revê-la apesar de
tudo...
Existem pessoas cuja existência apenas se justifica numa
função de tirar o nosso sentido de existir numa eterna repetição do erro
a demonstrar o vazio desta existência. Ao retornar neste passado que é
seu futuro demonstra-se que nem tudo pode-se tornar, mas as vezes se
transtornar, apenas a uma repetição vazia e assim desprovido de
qualquer sentido. Por isso para “John Doe” aquele mundo se tornou a
perda de si próprio, um purgatório existencial de nosso eu mediante o
querer de modo que para ele quanto para tantos outros, um vago eco de
um anterior sonho de utopia desfeito numa civilização que parece
desmoronar e perder a alma em essência, a humanidade.
Um infinito e redundante ciclo ressoante de agonia onde tudo
parece se estilizar artificialmente numa verdadeira indústria
involuntária de clichês maquiavélicos cujos atores são cada "cidadão".
Entretanto, curiosamente mediante essa força anomia, John Doe
Demócrito se tornou à personificação da agonia de uma sociedade em
estágio terminal de vida, como um corpo moribundo, repleto de
chagas, onde os cidadãos-números monitorados por câmeras
infravermelhas e quânticas, espalhadas pela cidade apenas dá a
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verdadeira dimensão do que tais são para tal governo: apenas números,
a serem calculados estatisticamente.
John Doe seria apenas um Doppelgänger de John Roberts
existencial de um passado ou presente esquecidos? Aquele mundo de
John Doe, seja reflexo ou não, se tornou espiritualmente doloroso, os
imprevistos e caos são guiados por um maquiavelismo governamental
implantado por este TerrAlfa que aqui conseguiu êxito. Mas a alto
custo, mas apenas uma simetria desconforme onde o mundo gira e
sempre volta ao mesmo lugar como um velho relógio de ponteiro que
marca à mesma hora todo dia, um eco temporal ressoante infinitamente
amplificado pelas vibrações de seu herói assimilado pela fé humana de
conseguir se tornar livre, em busca de um fim do propósito e
conclusão, num mundo em que nunca há final mediante motivo e
conclusão.
John Doe acaba sendo não mais que espécie de fractal de si
próprio para este mundo, por uma simetria temporal causada por uma
experiência temporal que prendeu esta linha temporal num infinito
Loop determinando o fim do novo, do criativo, e de novas descobertas,
onde seus conceitos passam a ser abominados, por um programa que
re-cria mundo em fractais, e apesar de não os controlar, prevê através
de cálculos as possibilidades do imprevisto, podendo através da
interação influenciar no seu andamento a fim de tomar a direção
querida, a anomia se torna nomia. E justamente John Doe por
representar o novo estes descobrem sua existência e passa a persegui-
lo. Porém, por não haver nada de novo, não há criatividade,
originalidade e o novo, apesar de ser constantemente pregado, à muito
não existe, o pioneirismo fora sepultado e substituído por recordes e
recordes ilógicos num mundo preso a clichês repetitivos, um
abominável mundo novo.
"Bom dia, hoje é um novo dia" se houve no rádio enquanto ao
amanhecer pessoas caminham em direção ao trabalho como gado ao
abate! Aquele mundo fora deixado para trás a se tornar não mais que
isso, um mero eco vazio de propósito ou fim.
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Parte VI
Fantasmas do Tempo
Futuro Revistado
28 de fevereiro de 2052, Arkansas, Texas. Um conversível preto com
um design simplesmente único como se fosse uma quase máquina de
formula um, mas com os contornos unificados e completamente
fechado se aproxima de um local aparentemente abandonado, como
uma indústria desativada, uma Ferrari, um modelo novo, que
contrastava belamente com aquele local dos períodos pós-guerra
mundial. O carro para exibindo um som baixo duma antiga música do
Eric Clapton - Secret Garden, e a porta se abre após o som ser
desligado onde podemos observar os passos de um homem que ruma
em direção a uma porta construída de algum metal brilhante e
desconforme com a ferrugem de todo aquele lugar vazio, e cujo
silêncio apenas era interrompido por ruídos de ratos e de objetos que
eventualmente caiam com o vento. Ele retira um cartão de
identificação do bolso onde podemos ver o nome Leonel Lennox,
PMTO (Pesquisas de Mecânica Temporal Ondular) Setor 6, ele passa o
cartão num pequeno painel que emite um estalido e faz se abrir
revelando uma tela onde ele coloca sua mão esquerda e olha num visor.
A porta se abre revelando um ambiente ainda mais destoante do
exterior. Um lugar frio, refrigerado e completamente arejado com luzes
azuladas que rapidamente revelam computadores interligados mediante
um som intermitente do sistema de ventilação refrigerada do local.
Seus passos prosseguem até encostar sua maleta numa mesa
após dizer bom dia para um dos assistentes que lá passou a noite
apenas o aguardava para terminar seu turno. Em Seguida ele abre um
embrulho de papel onde retira um sanduíche e vemos sua boca a
começar mastiga-lo, enquanto senta-se e num teclado digita no monitor
uma senha para projeto experimental: TEMPUS.
Ao entrar numa outra tela do micro é revelado a posição de um
artefato identificado por 'The Stone', ele aciona algo e se levanta aonde
vai até um grande corredor repleto de cabos que se perdiam ao
horizonte a encontrar um imenso objeto circular que se estende
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igualmente a seu final ao longo deste interminável corredor circular.
Aparentemente tranqüilo naquele lugar que era seguro, e revelava uma
espécie de Acelerador de Partículas que começa a emitir um sinal
quando vemos seu rosto. Um homem de meia idade, calvo, elegante.
Repentinamente um ruído intermitente interrompe e faz ele
correr de volta até o computador cray 3001 quando vê as leituras e diz
para um pequeno gravador ao retira-lo do bolso:
- Estranhamente parece criar ressonâncias quânticas de
taquions e observações de similares quixtons que fogem a escala, isso
parece repercutir em larga escala em nosso mundo mediante as leis
previstas do tempo ondular em seu fluir ressoante.
Então ele se vira a um relógio de alta precisão e vê a hora, e
em seguida observa pelo monitor das câmeras um outro relógio
distante a notar uma variação de tempo de milésimos, mas o suficiente
para perceber as alterações que provocou.
Ele re-avaliou os cálculos, mas as discrepâncias eram enormes
a nível quântico. Está faltando algo nisso, pensou ele com si próprio.
Assim Lennox passou o restante do dia revendo cálculos e o conjunto
de equações formuladas muito tempo antes por seus precursores, talvez
devesse haver algum tipo de isolamento quântico, pois o campo gerado
por tal parece exceder a escala criando discrepâncias, ou talvez seja
resultante do poder interativo de nosso consciente conforme previsto
sob experimentos de engenhosidade tão complexa como este, em que
registrava tão pequenas variações em nossa psique que antes não eram
percebidas pela tecnologia anterior.
Porém, mediante tantas perguntas Lennox ao fim do dia
claramente exausto de tanto pensar sobre as suposta flutuação no
conjunto de equações e formulas de Gerson, resolveu seguir para seu
lar dando continuidade no dia seguinte, apenas deixando em seu lugar
um dos pesquisadores para dar continuidade ao pensamento e cálculos
de Lennox, porém, se assustou com algo que parecia ter visto passar no
reflexo dos metais do equipamento fazendo algum barulho.
- 191 -
Ao amanhecer seus movimentos e atos foram quase idênticos
ao do dia anterior, porém, rendendo um dos funcionários dele que
permaneceu à noite lá dando continuidade nos cálculos, e logo após
rende-lo e se atualizar sobre os possíveis progressos. Desta vez ele
pega seu pequeno gravador e anuncia que realizará um experimento de
maior intensidade desta vez, e isto sucedeu, mas aparentemente não
resultou qualquer efeito, mas o que deixou surpreendido foi ao
observar que os relógios marcavam horários diferentes, como se ele
tivesse regredido ao dia anterior, o que levou ele a seguinte conclusão.
- Receio que talvez tenha descoberto a viagem temporal. -
disse ele. - Porém mesmo pendente de repetição dos experimentos,
provocam alguns efeitos que não sou capaz de determinar, é como se
estivesse predisposto a repetir os mesmos atos do dia anterior. A
oscilações quânticas que fogem a escala, temos de criar algum tipo de
isolamento quântico para impedir isso já que não funcionou, é como
uma radiação residual que vara o tempo! Farei algumas modificações e
repetirei o procedimento!
Entretanto, havia algo de muito errado com tudo a sua volta
além do que pensava estar. Ao ligar a Tv esta simplesmente ficou
muda e sem qualquer sinal a não ser alguns ruídos estranhos. Ele pegou
o telefone e estava mudo. Assustando com aquilo ele resolveu seguir
até a porta do laboratório e ao abrir em seu terraço a contemplar o
local, mesmo que pouca vida lá tivesse constatou que não havia uma só
ave a voar, ou aqueles roedores que freqüentemente espreitavam, e
nem movimentos de aviões ou qualquer outra aeronave nos ares, como
se o próprio vento tivesse parado de soprar e ficasse estagnado de
qualquer existir numa estática onde as pessoas pareciam ter sumido,
todos, inclusive os guardas que ficavam em pontos a proteger o local.
Ele observa seu relógio a notar que estava apagado. O que houve? O
que deu de errado no projeto?
O silêncio tomou conta de todo lugar, acreditando se tratar
apenas do fato de estar cansado mentalmente resolveu seguir até o
exterior, no terraço passado por um pequeno jardim de inverno que
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havia no interior do prédio destoando com o concreto e ferro que eram
cortados por tijolos velhos da construção original. Lá de cima olhou
novamente ao seu avançado X-Palm uma versão moderna do celular e
computadores de mão que se ligava diretamente ao sistema do prédio
tendo por wi-fi acessando o sistema de segurança e notou se havia
alguma variação entre sua hora e a hora do relógio do qual ele havia
direcionado sua câmera. Entretanto qualquer outro sinal além do wi-fi
havia interferência e não conseguiu realizar qualquer ligação, de igual
modo sintonizar qualquer tipo de Tv virtual ou de ondas abertas. Já era
fim de tarde e no horizonte agora dourado o silêncio ecoava de tal
maneira que parecia estar diante da face dum imenso vale mesmo que a
sua frente se estendiam grandes prédios metálicos recém construídos
diante de outras edificações em ruínas desde a Terceira Grande Guerra.
Não haviam pássaros, cães, vento. Ao chegar da sacada procurou um
dos seguranças em vão e por meio do wi-fi tentou contata-lo em vão,
sem resultado. Lennox sentia-se estranhamente só.
Aturdido com aquilo que lhe ocorria desligou os equipamentos,
pegou sua maleta e retirando as chaves magnéticas do bolso seguiu até
seu carro a fim de ir pra casa, pois ainda assim algo insistia que seria
apenas cansaço e algum tipo de falha ocorrida naquele local e uma vez
em seu lar simplesmente entraria em contato com a empresa de
segurança assim como os seus companheiros de equipe.
Ao entrar no veiculo, este se acendeu após reconhecer
pequenas mudanças em seus batimentos cardíacos, pois estava nervoso
devido o caso, porém ainda assim traçou curso até seu lar, mas à
medida que saiu do local onde havia a antiga indústria desativada o
carro se viu em lugares não menos desolados e desertos que aquele
onde trabalhou por longos meses. A noite caiu, e ele estava apenas a
uns 5 minutos de seu lar mesmo que seu GPS não funcionasse. Lennox
parou o carro em meio a uma movimentada via de acesso no centro da
cidade a contemplar todo comercio fechado e carros parados
encostados na rua e até mesmo no meio do caminho.
Ele saiu e contemplou a cena assustado e levou sua mão a
cabeça calva, se sentou no veículo e após ficar parado por um tempo
observando a sua volta re-ligou o carro e acelerou até finalmente
- 193 -
chegar a seu lar a uns três quarteirões dali. Ao subir pelo elevador
chegou a sua porta que ao entrar as luzes de seu apartamento se
acenderam o cumprimentando com um relaxante som ambiente.
Colocou as chaves sobre uma mesa e chamou por seu cachorro
em vão, ele também havia simplesmente desaparecido. Ligou a Tv, e
procurou algum sinal novamente em seu celular agora quase em pânico
com a situação, mas em vão o fazendo procurar remédios calmantes
após constatar que sua pressão havia subido e retirou o X-Plam de seu
pulso que o colocou enquanto dirigia para acessa-lo e ver
constantemente o que ocorria.
Ele se sentou no sofá e após pegar uma antiga revista com as
fotos de John Roberts, sorriu ao ler a reportagem observando as
condições em que ele desenvolveu suas teses e descobriu tais leis
inerentes ao tempo. Ele se deitou com uma pequena garrafa de Rum e
diante dos retratos dele com personalidades ao fim da Guerra
demonstrando o quão importante de fato sempre foi, um dos criadores
de novos tipos de armamentos não-letais, mas que simplesmente
incapacitava o inimigo em larga escala, sendo um dos responsáveis
pelo fim desta guerra que quase devastou o mundo. Um artefato capaz
de simplesmente anular a consciência de tropas as fazendo mergulhar
num coma pela emissão de um raio a distância como uma versão
aprimorada e sem os graves efeitos colaterais da HAARP para o clima
do mundo, e sendo apartir daí responsável por ele finalmente fazer
importantes descobertas sobre a interação da mente humana e o
quantum tal como o tempo. Lennox, se tornou um gênio
comprovadamente para aquele mundo a beira da ruína completa e
assim merecidamente tinha sobre suas estantes prêmios como o Nobel
de física e da paz.
Lennox adormeceu com sua mão esquerda caída no chão
segurando o copo vazio. Mesmo que os calmantes do futuro
induzissem até mesmo o estado de sono REM e não apresentar efeitos
colaterais em reação ao álcool, beber naquelas circunstâncias não foi a
melhor das opções, pois mesmo que cada vez mais descobertas
notáveis surgissem como os primeiros passos dados por um certo
Octavios na descoberta para a cura da SIDA, não haviam descoberto a
- 194 -
cura para o porre duma noite de embriaguez fazendo sua cabeça latejar
de dor ao amanhecer enquanto caminhou lentamente até o seu moderno
banheiro, e ainda acreditando que aquilo se tratava apenas de um
pesadelo. Lavou o rosto e seguiu até seu X-Palm onde viu que dia era,
um de março as 10:51 da manhã. Pegou algo para comer na geladeira e
seguiu até seu laboratório novamente.
No caminho ele notou que nada havia mudado a sua volta,
casas, prédios e ruas desertas, carros parados como se tivessem sido
abandonados enquanto no céu sem qualquer nuvem parecia não menos
estático.
Diários de Lennox - Fantasmas Metafísicos
Não havia ninguém na entrada do local onde ficava os laboratórios do
experimento TEMPUS, ele entra e segue por seus corredores frios
rapidamente, e num tom decidido como que tivesse tido alguma idéia
do que ocorreu com seu mundo então senta-se na cadeira onde acessa o
cray 3001 e re-faz leituras tanto de sua própria mente quanto a do local
por todos os tipos de energia, partícula ou força que pudesse sair da
escalda de normalidade, e então nota leituras nunca antes observadas
de sua própria consciência que o levou a se perguntar sobre o que
ocorreu com ele? Teria ele sido atingido pelo experimento a alterar sua
percepção? Pois simplesmente soou um absurdo ter sido tal projeto
fazer a humanidade desaparecer diante de seus olhos. Mas havia algo
errado com aquele lugar, ou talvez ele havia ido parar em algum tipo
de dimensão a dispersar ao imaterial, sua mente mesmo que sua
interação fosse parcial com este mundo em relação a objetos
inanimados.
Ele procurou em livros de pesquisa sobre qualquer caso similar
e não o encontra, assim segue até outros livros onde houve das mais
variadas propostas, de espíritos fantasmas a dimensões paralelas a se
entre cruzar com livros antigos de um certo Stephen King, pura
imaginação pensou ele, mas ainda assim os argumentos científicos não
explicavam tais propostas. Seria por causa então da conjunção de
planetas ou por ser ano bissexto? Os anos bissextos surgem por uma
discrepância nos cálculos dos dias solares onde as sobras das horas são
- 195 -
adicionadas há um ano excedente com um dia a mais. Mas deve haver
algo mais pensou ele.
Foi neste momento que um ruído interrompeu seu pensamento
e ao correr em direção a tal observou um pequeno relógio caído no
chão. Como este caiu uma vez que aparentemente não há mais forças
interagentes neste mundo, nem vento, nem quantum? Estou eu preso
em minha própria mente? Será um devaneio?
Porém, como se fosse para responder sua pergunta o ruído se
repetiu e desta vez ele observou uma sombra sorrateira pelo reflexo
metálico de um dos cilindros de resfriamento do maquinário.
Não poderia ser nenhum animal naquele local, até porque
somente o consciente quântico do ser humano não se compara com a
dos animais, cujo potencial interativo era muito inferior e limitado
apenas pela força física. Mas ao seguir tal viu o reflexo de algo por um
espelho metálico próximo, algo como um vulto a vagar como se
corresse de mim. Olhou para o espelho e em volta, porém, nada vi. O
diário sobre a mesa deu uma idéia do que fazer enquanto as pesquisas
sobre o campo de Mesmer eram feitas e simuladas no Cray 3001. Um
diário a relatar a solidão do qual se encontra dia após dia.
28 de abril de 2052. O Que move o mundo? Desde as primeiras
observações de Newton a Galileu, sobre as forças interagentes sobre o
universo percebemos que dos astros que se movem e por sua interação
não somente eletromagnética, mas mediante a própria relatividade em
proporção à massa do corpo que está a afetar nosso mundo sutilmente
assim com a lua suas marés. Mas onde começa e onde termina tais
interações? Qual são os limites entre astronomia e astrologia? O tempo
está a se mover assim como a se interagir mediante a intensidade
destes corpos, assim como nossa própria consciência livre a interagir
neste mundo como pedras a criar ondulações no oceano do espaço-
tempo do qual Aristóteles apenas passou perto.
Mesmo que não saiba exatamente se teria sido resultantes de
forças mediante um momento específico do tempo em relação à
interação externa destes, certamente sei que tais interações que estão a
gerar as estações do ano, tal como ritmos poucas vezes expressos de
- 196 -
forma facilmente perceptível, não poderiam determinar as nuances que
resultou neste problema. Seriam interferências de tempestades solares
imprevistas?
Vencemos os rudimentos ferozes do preconceito e dos
absurdos indiscutíveis do qual por falta de fatos e provas apenas se
escoram por uma inflexibilidade do querer contra o tempo, nosso
passado que são nada mais que nossas raízes e origens no tempo, por
julgamentos superficiais do 'agora' e que jamais admitem terem seus
credos debatidos ou outros divergentes.
Estou trabalhando num campo de isolamento quântico como
resposta ao fenômeno que tem ocorrido aqui, como uma clara torção à
realidade. Bastante similar ao Campo de Mesmer este, porém não
necessita de um giroscópio que antes feito de forma rudimentar se
escorava tal procedimento. Foi utilizado algo similar no projeto 'Never
Mind' durante a Terceira Guerra para proteger os soldados aliados no
front contra as interferências de consciência, ainda hoje, porém, não
esqueço-me do incidente ocorrido no front da África em 23 de janeiro
2042.
Experimentos anteriores em pequena escala haviam surtido
efeitos positivos sem os efeitos colaterais do que chamaram para meu
azar de 'Síndrome de Lennox' uma torção de consciência que levava
suas vítimas a extrema violência. Os acertos foram feitos mediante
pequenas nuances frequênciais para tal que não ocorresse no front e
assim foi. Os soldados aliados armados com a variante do campo de
Mesmer seguiram até o forte do adversário após receber uma carga do
Black-program Never Mind. Parecia um local morto. Com mascaras a
enxergar durante a noite e tendo nos visores elementos que fizessem
leituras das modificações climático-energéticas do local rapidamente
ao entrar no lugar sem ser lhes oferecida qualquer residência, onde
corpos de soldados caídos sem qualquer sangue ou sinal de violência se
dispunham em seus devidos postos segurando suas armas como uma
resposta positiva de que o ataque funcionou sem maior revés. Porém, à
medida que avançaram, gritos começaram a ser ouvidos no fundo dos
corredores. Os soldados em constante contato com a base do projeto do
qual monitorava alertou sobre o incidente e rapidamente se prepararam
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para um eventual confronto direto, mas o que encontraram naquele
lugar estes soldados - assim como eu - jamais esquecerei. Havia sangue
por todo lado, partes de corpos mutilados e ao fim no bunker de
seguranças os remanescentes se digladiavam se mutilando mutuamente
que ao verem os soldados os atacaram como se fossem não mais do
que animais raivosos demonstrando uma força física além do comum
notado anteriormente, e simplesmente desconhecendo de quem eram
antes de tal.
Os soldados obviamente os aniquilaram por temer que os
ferissem mesmo que aparentemente tenham esquecido até mesmo de
como usarem as armas de projeteis os atacando com objetos que lhes
viam a frente, um regressivismo nato a um estado de plena selvageria
anomia, que estarreceu os homens do grupo especial de elite que
participou do projeto. Claro, que incidente acabou sendo acobertado
pelos governos aliados, mas permaneceu em nossas memórias como
um terror duma face de malignidade que jamais vimos antes...
Porém, leituras realizadas sobre minha própria mente
determinaram que não estou sofrendo do mal daqueles homens ou
similar, muitos menos a própria Síndrome que é minha chará, mas
leituras que de fato não poderia determinar em paralelos, afinal se
tratando de minha própria consciência e terceiros como poderia eu ter
certeza de algo assim?
Mesmo que experimentos como o de Momento Londres
pudessem dar-me respostas sobre tais leituras a fim de tentar reiniciar
todo experimento que me levou a tal condição, certamente não
responderia o principal. O que aconteceu?
Se descobrimos algo em pesquisas diversas é que os olhos
sensíveis são os que enxergam mais, mas que curiosamente são os mais
voláteis a brutalidade ofuscante, como os gênios sendo em sua
perceptividade aguçada os altos ruídos não somente audíveis
interferem nas receptações como telescópios terrenos que apontando
para o céu são obscurecidos pela poluição e luzes das cidades que
ofuscam não somente a visão do mesmo, mas de nós diante do céu pelo
cotidiano de autrora e a correria substituída por explosões de guerras
- 198 -
pelo ser humano sempre com pressa em realizar o pior, caminhando a
lugar algum chegar. Tal não se demonstra diferente quando se trata em
ciência onde os detalhes muitas vezes praticamente imperceptíveis
podem fazer toda diferença, mas talvez a solidão esteja justamente
ofuscando minha razão de modo que me perguntou se estou eu vendo
algo que não existe. É como se as sombras pouco a pouco ganhassem
vida própria a tramarem contra mim, como a própria luz com esta se
fundisse num ser híbrido que, no entanto, sente-se o arrepio infernal de
um frio inexpressável por minha razão cada vez mais falível. Preciso
conversar, sinto falta de minha amada e musa de inspiração, talvez
sejam devaneios de uma mente cansada a buscar o escape racional no
irracional como uma porta de saída à situação em que vivo.
Curiosamente o experimento realizado quando presenciei tais
vultos pareceram reagir como interação aos campos que resultaram
num similar Momento Londres. Foi como se tivesse visto, mesmo que
por instantes, um eco de mim mesmo no passado a refletir
interferências como se eu mesmo tivesse me percebido vagamente no
passado. Talvez esteja perto de uma resposta, ecos de consciência tal
como ecos de mortes cujos conscientes de pessoas possam vagar
ressoantes pelo tempo como residuais que rompessem a sutil teia
metafísica no que alguns chamam por fantasmas, seria por fim sob
algum aspecto a pseudociência, ciência?
Se analisarmos estes estão em toda parte pela ciência, dos
reflexos nas estrelas e seus ecos temporais correspondentes apenas a
sua imagem, estes nunca correspondem o ser em essência, mesmo que
curiosamente talvez aqui, neste caso, possa ter interagido comigo
mesmo.
Na realidade creio que lembro-me desta cena, pouco antes de
iniciar o experimento que me prendeu neste "mundo" a vagar entre o
cilindro metálico onde me encontrava quando ocorreu.
Sempre fui lúcido o suficiente, porém para distinguir ciência
de religião mesmo que com nossos avanços descobrimos e
desmistificamos muitos dos fenômenos antes descritos misticamente,
mas afinal qual é a barreira entre um e outro? Entre o brilho eterno
- 199 -
duma estrela a bilhões de anos aos fenômenos da mente e seus ainda
inexplorados poderes?
Sendo estes ecos temporais interagentes ou não certamente
desqualificaria a proposta da Ponte de Einstein-Rossen que na
realidade não dobra o espaço-tempo do qual a força bruta seria
imensuravelmente ilógica, o que é um absurdo, mas sim rompe suas
barreiras frequênciais como os anéis das arvores a determinarem os
períodos ondulares de seu crescimento. John Roberts deve estar
correto, a verdadeira religião não contradiz a verdadeira ciência por
mais que esta possa parecer marginal, dos ciclos infindáveis, afinal
todos somos como ecos torcidos de nossos ancestrais em busca do
verdadeiro equilíbrio e proporção do qual se resume a justiça do
universo em suas legislações apenas interrompida por um grilhão de
anomalia vertente como o câncer em nossas vísceras. A ciência antes
considerada marginal e proposta por John Roberts e o misterioso John
Octavios parecer não mais a ser enfim, afinal jamais contrariou as leis
universais anteriores de Einstein a Newton.
Talvez esteja perto de descobrir a fonte de energia inesgotável,
ou curas de doenças que ainda nem surgiram como se apenas
aguardassem serem descobertas pelo veio da ignorância como as
plantas da Amazônia entregues a extinção antes que ao menos fossem
descobertas em seus valores medicinais.
Mind´s World
Passaram-se três meses desde que saí de minha realidade, a esta prisão
por onde passei a vagar nas horas vagas entres lojas e estabelecimentos
desertos, lendo e vendo o que costumava ser parte da vida alheia, casas
vazias, carros abandonados, apartamentos que certamente receberam
muito sentimento de casais, filhos recém nascidos, a desamores, dores,
e por fotos vidas que nunca vi ou compartilhei. Somos resultantes de
nosso passado e escolhas, somos ecos de nós mesmos a vibrar por um
universo a procura de um sentido, proporção.
O Cemitério não parecia deserto, mas assombrado mais do que
nunca, mas pelo que? As árvores estáticas pela ausência de vento e dos
cantos de pássaros que amenizavam as dores dos vivos, assim como
- 200 -
dos mortos, pareciam evidenciar mais as dores do vazio retumbante
como se apenas as sobras destas arvores realizassem suas sinfonias
dolorosas perante uma mente exausta de tanta maldade. Mas tão logo
noto como se um vento movesse o solo a presenciar pegadas deixadas
pelo "nada", pego meu visor quântico do qual faço leituras discrepantes
e aparentemente contraditórias como se as fizessem de dois mundos
diferentes, duas leituras para uma só visão? Mas algo se move e com
este visor as vejo como se algo tomasse forma entre outras a uma
lapide, meu enterro!
Lá estavam flores e pessoas que choravam, mas dum passado
do qual não pertenço, minha amada, minha musa, meu cão, minha tia, e
alguns amigos do projeto. Na Lápide vazia por um enterro simbólico
diz 14 de junho de 2052, flores são jogadas sobre um caixão vazio
enterrando o vazio, mas os deixando vivo em seus corações por
perguntas sem resposta, por uma verdade soterrada pelo segredo,
jamais pela contradição.
Ah! Quero tocar minha amada! Preciso dizer que lá estou,
sentir sua pele, sua respiração a ouriçar meus pelos num arrepio que
provoca um frio em minha barriga como se fosse nosso primeiro
encontro, no primeiro beijo cujo molhando morno parecia ser
combustor para reações muito além de químicas, tenho certeza que é
ela, conheço seu jeito, seus movimentos, seu cabelo a esvoaçar com o
vento que agora não sinto e como orgasmo que mútuo
compartilhávamos como numa sinfonia cuja ausência agora me
provoca agonia. Nada substituí o toque, o ato...
Mas percebo que não somente eu estou a observar de fora, mas
como se minha sombra estivesse ao meu lado não somente a me imitar,
mas inverter meus atos como uma laranja mecânica de um reflexo no
espelho pervertido a se virar pouco a pouco contra mim. Mais fria que
o vento mais frio, mas cuja intensidade não se mede por termômetros a
se juntar as demais entre as lápides cujos corpos jazidos pareciam
agonizar em suas residuais de consciência, são os verdadeiros
fantasmas que parecer emitir outros tipos de sinais que ainda não
decifrei, mas gravei no receptor para buscar uma interpretação nos
laboratórios...
- 201 -
No laboratório já durante a noite constato numa verificação das
informações de leituras gravadas que estes são sinas de áudio, como
sussurros dispersos e variados, de vozes ecoadas e perdidas, mas cujo
apenas pequenos trechos pude perceber que estão invertidos como num
backsmashing, não muito diferente da Lei de Zipf. Palavras
aparentemente sem nexo, mas normalmente negativas como de vocês
rocas dizendo nomes e palavras como 'die Lennox, die' ou então até
mesmo nomes que desconheço como algo chamado 'Stoneset' e 'mate
Roberts'. Talvez aqueles do final do século XX estivessem certos sobre
mensagens em álbuns músicas mesmo que obviamente muitos
brincassem com tais, mas certamente Pinky floyd nunca mais será
ouvido de mesmo modo por mim.
Refiz algumas adaptações de leituras no visor do qual
amplifiquei o espectro de alcance frequêncial a fim de captar mais
leituras tal como um acessório ainda improvisado que busque
redimensionar meu campo "quântico" do qual fora de suas freqüências
padrões podem gerar até mesmo doenças, algo como ocorrido com as
próprias descobertas de outro notório cientista do século XX sobre
campos telúricos.
23 de abril de 2052. Mesmo após utilizar este visor e conseguir captar
diversos elementos e "vultos" discrepantes em relação ao espaço-
tempo oriundo sugere como sendo um eco convergente de tempo,
como se o local onde estivesse pudesse ter acesso visual a pontos
determinados do espaço-tempo. Talvez tal concepção explique o
porque deste lugar parecer estático como se o tempo nele não se
movesse o que me leva obviamente a perguntas sobre eu mesmo e
como estou vivo, é como se estivesse fora do tempo a observar
diversas épocas e eras, e assim tal posição pouco importasse, se não
uma cronologia particular deste ponto de vista. Seria possível?
O mais estranho e peculiar, no entanto, pode ser resultado de
minha mente cansada com o isolamento onde tenho observado muitas
destas leituras misteriosamente dentre os espelhos, o que não me soa
muito científico, mas como se vivesse uma alucinação. Não bastando
- 202 -
ocorrências estranhas tem disposto aparentemente algo como sombras
a vagar sob o sol como se saíssem de seu eixo a simplesmente andarem
livres sendo mais que algo impresso numa outra forma, mas a ganhar
entorno verdadeiro como um corpo a se mover com profundidade e
oscilasse entre a escuridão, mas com pontos estranhamente luminosos
dentro de si. O que seria isto? A cada experimento realizado com
campos de Lennox por liberação de energias em doses e freqüências
específicas esta realidade torna-se cada vez mais estranha, como se
fosse algo por de trás da realidade, mas que pareça contrariar algumas
leis descritas, como se, no entanto, pudesse interagir parcialmente com
a realidade que busco tocar vendo por vezes as pessoas caminharem
como fantasmas sem poder toca-las, mas podendo interagir
parcialmente com alguns objetos que as fazem se assustar como se
observassem tal interação. Como seu eu fosse um fantasma mesmo que
elas sejam assim para mim.
O Metafísico Temporal 25 de abril de 2052. Retornei ao meu lar, e lá notei discrepâncias de
leituras onde o programa adotado ao visor receptor de sensores de
leituras quânticas que são capazes de determinar o período de tempo
exato que nos encontramos, por catalogo de diversas freqüências
temporais de períodos específicos fui capaz de determinar leituras
diferentes como se estas se misturassem e demonstrassem tais vultos
de atos situacionais muitas vezes embaralhados. Assim resolvi fazer
modificações no Acelerador de partículas de modo a produzir força
suficiente a gerar um campo frequencial que se alinhe com tais
freqüências especificas de modo que pela tabela construída por mim e
minha equipe se é capaz de determinar tal leitura com uma precisão
razoável mesmo que interferências diversas possam provocar
oscilações que dificultem sua sintonização fina com este período de
tempo. Ou seja, se conseguir êxito certamente terei descoberto um
modo de ao menos viajar no tempo parcialmente!
Porém, a força necessária para a produção de tal campo deve
ser proporcional à distância da referida freqüência de modo que
tornaria virtualmente impossível com a tecnologia disponível a
- 203 -
possibilidade de mergulhar mais distante no passado. Preciso fazer
modificações no gerador quântico e melhorar o campo por ele
produzido. Porém, nada disso ainda explica como estou aqui preso,
talvez tal engenho tenha produzido algum tipo de wormhole do qual a
profusão de tempo relativo demonstre-se que tenha ficado preso dentro
dele, pois mesmo que em nossa realidade possa durar apenas uma
fração de milésimos aqui dentro pode-se demonstrar a eternidade! Se
tal tese for verdadeira assim poderia estica-lo mediante tal força gerada
até o ponto do espaço-tempo que quiser, porém tais podem gerar
interferências e flutuações perceptíveis por equipamentos específicos,
mas podendo interferir negativamente no tempo o que me coloca em
paradoxos temporais estipulados teoricamente por John Roberts e
Gerson.
Talvez a criação aprimorada de um campo de proteção de
Lennox poderia impedir que tal interferência seja maior podendo
danificar esta estrutura metafísica do tempo, a teia temporal.
27 de abril de 2052. Depois de passar dois dias trabalhando em
cálculos e fazendo testes com o acelerador de partículas tais teorias
parecem ser comprováveis de ser verdadeiras! Estou prestes a
sintonizar um ponto do espaço-tempo tão logo após meu
“desaparecimento”, porém o curioso é que daqui sigo ainda assim uma
cronologia particular do qual utilizando como ponto de referência o
tempo do qual sou oriundo.
18:16. Algo deu errado. Aparentemente os estranhos vultos
interferiram na interação gerada pelo campo a criar problemas no
próprio engine, estranhamente eles apresentaram-se como ecos
refletindo a si próprios como ressonâncias multiplicativas como se as
contemplassem num tempo "paralisado" sucessivo, é difícil de se
explicar tal observação. Tentarei novamente.
22:46. Depois de concentrar energia suficiente o campo conseguiu
abrir uma visualização do espaço-tempo simplesmente perfeita e clara!
Pude visualizar o relógio do espaço-tempo sintonizado com clareza
- 204 -
suficiente e com uma margem de erro de poucas horas, porém, tão logo
fui capaz de ver um dos guardas junto a um policial e como se me
percebesse tornou tal visualização complicada e novamente nebulosa
se perdendo, fazendo com que os estranhos vultos agora como borrões
de luz crescessem com tal dificultando o trabalho e me fazendo
desligar tal. Senti um profundo medo mediante tal espectro cujas
leituras não corresponde nada racionalmente natural legislado no
universo, muito estranho, mas no saldo geral considerei tal projeto um
sucesso!
30 de Abril de 2052. Aparentemente após alguns experimentos creio
que das viagens tempo-frequenciais pode acabar por atingir
diretamente as mentes aproximadas em seu tempo oriundo talvez
porque a ressonância de nossos corpos estejam normalmente em
sincronia com as resultantes eletromagnéticas de maneira interativa
onde as próprias mentes estão a provocar - em menor intensidade -
ondulações em feedback. Tais concepções nos permitiram aprimorar
uma tecnologia que nos dá acesso parcial a uma leitura da mente pela
identificação frequencial da mesma. Talvez tal explique porque estão
muitas vezes a suceder a evazividade por meio de sonhos onde
permanecem as residuais adquiridas muitas vezes sem se perceber pelo
sensorial consciente, mas curiosamente por uma monitoração detalhada
de meu próprio estado de sono REM nestes períodos em que me
encontro nesta condição um sonho me surgiu duma maneira que jamais
fui capaz de interpretar segundo a óptica de Freud, ou qualquer outro
estudioso sobre as explicações do sono, a confrontar tal teoria
possivelmente a justificando. Neste sonho um adulto completamente
calvo surge diante de mim e comigo conversa, este do qual não
lembro-me de jamais ter visto começou então a me dizer cálculos e
equações detalhadas sobre os procedimentos a serem tomados numa
sintonização mais fina destas freqüências, por fim parecia eu
reconheço-lo, mas como um personagem do qual sou fã, John Roberts
que há muitas décadas atrás teria desaparecido num incidente num
imenso bloco de neve sob a mesma perspectiva temporal
possivelmente.
- 205 -
Ao acordar constatei para minha surpresa que tais cálculos
batem! E assim dou graças a Deus por ter todo aparato cientifico
necessário por um investimento muito zeloso daqueles que
resguardaram-me em segurança plena tais projetos desenvolvidos aqui
tendo acesso às informações, ferramentas e um ótimo salário mesmo
que agora tal pareça pouco importar.
Mas algumas leituras discrepantes que batem com as destes
estranhos "espectros" parecem ter aumentado cada vez mais sua
incidência em plena negativa a interagir aparentemente sabotando
todos meus esforços para com este descobrimento magnífico e sem
precedentes por mais fantástico que seja. Mais uma vez observo estes
aparentemente criar rupturas, erros, derrubar objetos e até mesmo
interferências frequênciais mais grosseiras como se buscasse me
aterrorizar e até mesmo me sabotar, anular-me por completo. Tais te
me provocado enorme desconforto, não obstante, a condição de
isolamento stressante em que sou submetido a longas semanas.
23:35. Estou perto de ativar um teste de maior intensidade neste
domínio em que me encontro preso, esta bolha temporal do qual
consigo ter acesso a diversos pontos do espaço-tempo parcialmente,
datado para o dia em que o experimento me prendeu a isto
prosseguirei, sinto incomodo e muito tenso como se tais seres
estivessem a me cercar observando-me e a exalar um estranho frio
mórbido que me remete a um medo primitivo.
Todos os dados foram checados e os compressores calibrados
para poder determinar a condição de inicio do teste onde concentra-se
força nos condutores pela grande extensão de subterrâneos que agora
soam como corredores de medo repletos de "sombras" malignas.
Obviamente o foco será em mim mesmo a criar uma onda
frequencialmente oposta a que estou preso como uma tentativa de
anular o wormhole onde me encontro ou prender-me em segurança a
retirar-me de tal. O zunido rapidamente é sentido a aumentar
intensidade e estes seres parecem nenhum pouco gostar de tal, o que
estranhamente parece me indicar que estou no caminho certo.
- 206 -
23:46. Escuto sussurros ao contrário, pensei em traduzi-los, mas creio
que sejam apenas distrações a fim de me desconcentrar nestes cálculos,
duvido que fale algo bom se não apenas desejos em matar-me, tal
como nomes e fatos que nem ao menos conheço. Este laboratório
tornou-se pior que uma mansão assombrada por espectros vazios de
puro terror, mas tento seguir firme sem dar atenção a tais ocorrências
colocando meu visor enquanto espero chegar ao ponto exato de ruptura
a se enviar a carga de choque a produzir este campo, que neste caso é
muito mais que uma simulação.
23:51. Ponto de emissão confirmado, lançando a carga pelos
condutores a culminar na criação do campo, índices altos de
discrepâncias temporais me preocupam. Os seres parecem agonizar
aparentemente derrubando objetos pela sala, abre-se uma brecha que
assegure que meu feito segue o procedimento correto, mas uma ferida
apareceu em meu corpo, aparentemente estes seres tornaram-se mais
fortes e querem me ferir, matar-me!
27 de março de 2052, às 15:35.
O local não mais isolado para perícia que investigava o
desaparecimento Lennox, agora, porém encontrava deserto, pois tal
projeto ficou suspenso durante o período em que ele sumiu, porém,
alguns ruídos junto ao zumbido tipicamente comum a do maquinário
quando ligado em suas simulações surgiram a criar um som de vácuo e
em seguida retornando ao silêncio total. Uma fina nevoa surgiu entorno
de uma pessoa e quando se desfez pouco a pouco se viu Lennox ao
chão zonzo, mas tentando-se erguer novamente quando. Ainda
desorientado, ele caminha sentindo frio por seu corpo e até ao cray
3001 senta-se a iniciar as tarefas de rotina descobrindo que estava no
local de onde saiu com a defasagem de um mês. Mesmo que tenha
errado em muito o período ainda assim tal comprovou-se ao menos em
sua perspectiva como uma viagem temporal completa em que ao
observar, sobretudo seu relógio constatou a diferença de período-hora.
Ele ligou a pequena Tv e a transmissão era normal, passando um
seriando antigo dos da primeira década do século XXI, e em seguida
- 207 -
seu X-Palm percebeu ter ligação normal e ligando para o lar de sua
amada esta atendeu, mas recusando-se acreditar que era ele, desligou.
Ele saiu, e seu carro de fato não mais se encontrava lá - lógico, por
acreditar-se até mesmo que havia morrido - mas tão logo viu um
segurança de terceira idade que costumava ficar lá durante a noite o
reconhecendo imediatamente e ficando tão assustado que quase atirou
contra ele.
- Senhor Lennox? Por tudo que há de melhor, não creio vê-lo
aqui! O senhor foi dado por morto! E não achamos vestígios de sua
saída do prédio por qualquer câmera de segurança, como pode?
- Pelo jeito, não mais! - respondeu Lennox - mas talvez por fim
seu salário valha a pena mais do que ficar parado sem nada a fazer!
- Certamente - respondeu ele pegando o rádio imediatamente
para comunicar aos demais.
Tão logo, Lennox voltou a ser notícia nos jornais referindo-se a
ele como um a retornar da morte, quase como uma divindade. O
milagre, mesmo que Lennox rapidamente tratou de explicar perante a
ciência tal "erro milagroso". Sua amada chegou até mesmo desmaiar ao
saber deste fato tamanha surpresa que tiveram, graças a Deus Lennox
não mais estava preso naquela bolha de horror solitário dum vácuo
existencial. Porém, quando se passou o enorme alvoroço com seu re-
aparecimento alguns seguranças trataram de relatar terem visto em
vários momentos vultos que se assemelhavam a ele, tal como em
espelhos, durante todo o mês em que havia desaparecido, tanto que
alguns em desespero mesmo vivendo num século cético - com razão,
afinal foram os extremistas responsáveis pelas maiores atrocidades -
chamaram até mesmo um padre, nada que resolvesse obviamente.
Flight From the Future
Ao ligar a Tv um programa especial, um documentário revela sobre
uma das maiores mentes de seu tempo, na realidade a frente de seu
tempo, onde desde sua infância até as descobertas científicas que
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revolucionaram tal fizeram dele o homem mais poderoso de seu tempo,
Leonel Lennox.
"Leonel Lennox, nasceu numa pequena cidade do interior do
Texas. Filho de pais brasileiros rapidamente se destacou no
colegial por sua criatividade e talentos como em desenhos e
dimensão espacial. Com o inicio da III Grande Guerra, porém
as oportunidades se fecharam de modo que não pode realizar a
faculdade desejada e assim após servir no front da África
rapidamente seu talento com concepções que buscassem trazer
facilidades as pessoas de seu grupamento se destacou sendo
chamado para o setor de inteligência, tal fez com que Lennox
aprendesse com outros que lá serviam como o professor de física
Jameson Joe a compartilhar teorias e teses sobre a tese de John
Roberts em relação ao tempo e tão logo mesmo sem faculdade,
mas reconhecido por seu pensamento e como um gênio foi
chamado junto a este para o setor de desenvolvimento de novas
armas conceituais, onde lá desenvolveram o modificador de
consciência mesmo que levando a 'Síndrome de Lennox' o efeito
colateral provocado por oscilações frequênciais com a mente e
que custou a vida de Jameson Joe, porém rendendo a este um
nobel póstumo da paz pela descoberta duma eficaz arma
pacifica que permitiu os soldados inimigos entrar num profundo
coma o que se tornou vital para se vencer a guerra contra a
União Avisista, chamados popularmente por ordinários, um
crescente grupo terrorista. A seguir em experimentos num
Acelerardor de Partículas construído no Texas, Lennox
descobriu que tais campos não somente interagia com a mente
humana, mas com o próprio tempo quando ao ficar preso no que
ele acredita ter sido um buraco de minhoca quando chegou a ser
dado como morto e descobriu o que pode ser as viagens
temporais, fazendo dele um dos mais poderosos e ricos homens,
comprando empresas e investimentos enormes em novos tipos
tecnologias conceituais que ele mesmo desenvolveu em grande
parte, tais que possibilitam as viagens temporais. Hoje casado e
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pai de quatro filhos se diz ainda estar no meio de um percurso
de grandes descobertas que mudaram para sempre a face da
humanidade."
Ao sair duma reunião com grandes personalidades do meio
científico como parte de um projeto para impedir o efeito estufa,
flashes de fotos e diversos repórteres se aproximaram fazendo-lhe
diversas perguntas ao mesmo tempo quando uma delas gritou.
- Você é um deus! – Exlcmaou o entrevistador, porém vendo
isto ele respondeu rindo.
- Só me chamem assim quando tiver ações de 51% de todas
empresas do mundo. - disse ele - Então realmente serei poderoso o
suficiente para se poder dizer que tenho domínio sobre a maior parte
do mundo e que assim ele gira ao meu redor e depende de mim.
Quando cada acionista do planeta depender de meu parecer claro e
direto sobre investimentos e opiniões sobre qualquer assunto
pertinente.
- Mas como você se sente tornando-se uma das maiores
personalidades de todos os tempos? Sendo conhecido e reconhecido
nos lugares mais remotos do mundo? - perguntou um outro repórter.
- Prefiro eu ser conhecido pelo meu trabalho, minhas
descobertas e meu nome do que pelo que sou. - disse ele e em seguida
finalizando e saindo em direção a uma limusine dourada que o
esperava enquanto alguns seguranças afastava as pessoas dele ainda
fazendo diversas perguntas.
Ao chegar na premiação, este recebe seus prêmios e sob
aplausos sente-se cansado de tanto ser ovacionado e espiado por
paparazzos e assim segue ao banheiro do luxoso auditório onde ao
entrar o lugar feito de pedras brancas até as paredes e com maçanetas
de ouro entrou e após "tirar a água do joelho" lava suas mãos quando
vê um homem de meia-idade se aproximar dele pelo espelho. Este
rapidamente se vira tendo a impressão de que era novamente o
pesadelo que viveu, mas o homem estava realmente lá e este lhe diz:
- 210 -
- Você então é o grande Leonel Lennox? Seria como nos
quadrinhos, Lex Luthor? - disse ele sorrindo.
- Longe de ser tão excêntrico. - respondeu ele com naturalidade
- não tenho a pretensa de dominar o mundo, mas apenas fazer o que
sempre soube fazer!
- Quando tal pode estar certo de que conseguiu êxito! - disse o
homem também lavando suas mãos - E muito mais num próximo
futuro, mas que certamente não ecoara somente no futuro, mas no
passado...
Neste momento Lennox virou-se assustado para o homem e
achando se tratar de algum tipo de fã extremista e psicótico - ele temia
esse tipo de gente - perguntou tentando disfarçar.
- Qual é seu nome?
- Herbet Stoneset! - respondeu o homem - Pode estar certo de
que descobriu as viagens temporais, pois eu vim do futuro.
Neste momento Lennox gelou e quase saiu correndo a pedir
auxílio dos seguranças. Mas ainda persistindo em manter a compostura
respondeu num tom de sarcasmo.
- Então diga-me o que ocorrerá tão logo!
- Entrará daqui três minutos - disse ele olhando para o relógio -
um senhor com bengala.
E ele rindo, disse que tal até se o fosse nada provava, pois
poderia estar combinado tal situação como uma peça pra ele.
- Ligue a Tv e descobrirá que o time a vencer o campeonato
brasileiro desta vez será o Coríntias por 6 a zero no último jogo que
está ocorrendo. - ao completar tal frase viu a porta se abrir e um
homem de bengala entrar, então este olhou para Lennox com um
- 211 -
sorriso, e Lennox por sua vez respirou fundo num tom de reprovação e
quando saia Stoneset falou:
- Tão logo quando descobrir que o que digo é verdade procure
por um jovem chamado Enzo Stoneset que será meu pai daqui a três
semanas, então me recrute e acompanhe meu crescimento, pois
também sou importante.
Ao sair Lennox sentiu-se obviamente irritado com toda aquela
loucura de fanáticos e extremistas do qual acreditou estar cercado tal
como o misterioso homem que lhe abordou no banheiro, mas não
demorou ao sair do local até seu lar ao ver na Tv que realmente tal time
venceu o torneio com o mesmo número de gols para sua surpresa o que
o deixou sinceramente confuso, pois fez sentido.
Assim ele começou a pesquisar sobre o referido nome na
internet quando localizou um site de um certo físico chamado Enzo
Stoneset, um homem moreno de meia idade que com os cabelos
levemente grisalhos utilizando-se óculos inspirava confiança. Tinha
ficado um pouco famoso ao aprimorar alguns conceitos propostos por
John Octavios no inicio do século assim como tal site falava de quem
era este homem. Não se demorou um mês e Lennox entrou em contato
com ele para poder lhe perguntar se era pai - tal pergunta foi feita
discretamente durante uma conversa sobre os temas estudados por eles,
por temer cair na esquisitice - e este disse que estaria para ter tal filho
do qual colocaria o nome de Hebert. Aquilo bastou para uma sensação
de estranheza perdurar até seus ossos quando ele viu que certamente
haveria de ter uma amizade duradoura com este homem e sua família.
E foi num dia destes enquanto buscou um meio de aprimorar as
sintonias e estabilização deste wormhohle que recebeu uma ligação em
seu laboratório lhe informando sobre o incidente ocorrido há dois
meses atrás em que algumas pessoas desapareceram aos arredores do
laboratório na ocasião que utilizando-se de equipamentos de leituras
descritos por ele, achou-se o mesmo tipo de leitura dada ao seu
desaparecimento, eram cinco nomes, de cinco homens, um dentre eles
um carregador de seu laboratório que chamavam por Designium, um
- 212 -
jovem chamado Max Miles Zulu, Andy Welligton, Elora Adrastéia e
um certo Anderton Mirta.
- 213 -
Parte VII
Anomia
Involução
O som de batidas como numa porta soam três vezes seguidas "toc toc
toc" quando do escuro os olhos de John Roberts se abrem e assiste
diante dele uma mulher alva e com longos cabelos loiros de braços
cruzados diante dele em pé e ao seu lado um homem sentado numa
pequena mesa enquanto um médico o observa.
- Despertando - disse ele e em seguida olhando para a mulher
se retira.
Desorientado John Roberts senta-se assustado ainda mole e
observa eletrodos ligados a sua cabeça e monitores ultramodernos
realizando diversas leituras quando ele gaguejando pergunta.
- on-on-onde estou? Quando? Quem são vocês?
- Fique tranqüilo? Você está na TEMPUS Conorte. Havia
ficado desacordado num estranho tipo de coma por três dias na
cronologia local. - respondeu a mulher - meu nome é Dayane Conrad e
este é Joseph Hanus, somos os monitores corretores da TEMPUS e
estamos investigados um possível traidor interno, somos do Comitê
Especial de Estudos Temporais (CEET).
Neste momento enquanto a mulher falava a ele, este pega um
pequeno espelho que lá havia e se olha para observar que está
completamente calvo, assim ele passa as mãos sobre a pele
entrecortada por diversos eletrodos colocados a fim de monitora-lo,
mas ainda mais, havia um corte na parte traseira de seu crânio fechado
por pontos indicando que havia sido operado.
- Não foi nada demais. - respondeu o homem sentado - Apenas
retiramos um coagulo, acreditamos que você estivesse desenvolvendo
- 214 -
um tumor, mas foi menos que isto, mesmo que tal não se explique. Não
faríamos nada além disso sem sua permissão.
- Sonhei com um homem distinto que teria descoberto as
viagens temporais. Seria seu nome Lennox? - perguntou ele ainda
desorientado e tendo por resposta os dois agentes se entre olhando.
- Fascinante. Nunca subestime o poder da mente. - respondeu
Dayane - Enfim o que Teogoras e Stoneset tem tido sobre a possível
narcose temporal abre precedentes inacreditáveis. Você deve o ter visto
mesmo...
- O coagulo ocorreu porque seu crânio a pressão aumentou
muito devido à sobrecarga de informações pelo córtex, em alguns
casos ocorrem o surgimento de até mesmo câncer. - disse Joseph
Hanus. – Porém, não estamos aqui por isto, mas sim porque
gostaríamos de ter seu testemunho sobre o incidente nazista e este
Designium, segundo monitoramentos ele fugiu e acreditamos que tenha
contato com gente daqui de dentro, por conhecimentos específicos, a
menos que ele sofra do mesmo "mal" que você. - completou ele
sinalizando com aspas entre os dedos.
- Temos que nos certificar de qualquer informação que possa
vir ser relevante, o vazamento de conhecimentos sem permissão
expressa e utilizados por outros tal como o incidente de Andy
Welligton pode criar grandes problemas. - disse Dayane.
Neste momento eles foram interrompidos por uma batida na
porta "toc toc toc" e ao abrir era John Octavios que entrou e olhou para
os agentes e em seguida disse resmungando.
- Não é só porque estamos no século XIX que não signifique
que tenhamos que usar portas não-automáticas. - neste momento então
se dirigiu a John Roberts e disse - Mas fico feliz que você esteja
sentido-se melhor John, ficamos preocupados com seu estado, parecia
imerso num estado além do REM, pensei que havia sido uma falha no
transporte novamente para cá. - disse Octavios.
- 215 -
- Pensei que realmente tivesse dado errado. - respondeu John
Roberts - visualizei o tempo do qual sou oriundo, mas tudo estava
estranho e você havia morrido.
- Isso explicaria as estranhas leituras daquele período após
você entrar neste estado - disse Octavios - possivelmente mais um eco
temporal, o aumento de sua incidência tem preocupado muito todos
nós.
- Então estou na TEMPUS? - perguntou John Roberts - os
aposentos não parecem tão diferentes de onde vim.
- E não é pra ser! - respondeu Octavios - este lugar não foi
feito para existir pra sempre, a salvo perante a eternidade do qual neste
tempo será eterno. Porém, receio que tenhamos muito a fazer e a lhe
ser dito por aqui. A começar por estes senhores com quem lhe
receberam de volta ao mundo físico.
- Mas nós esperaremos que você se recomponha. - disse
Dayane - sabemos o quão importante é e que obviamente vai precisar
estar descansado para dar respostas do que precisamos, afinal a pressão
pelo jeito quase lhe matou ao invés de trazer respostas.
Após trocar-se das roupas típicas de hospital com suas roupas
que se encontravam dobradas próximo a ele, se dirigiu junto a Octavios
até o centro de controle onde se vislumbrou com a parafernália
construída mostrando cálculos, horas diversas, algumas imagens de
câmeras - acreditou ele ser das entradas da T.E.M.P.U.S. com a
superfície - e um grande telão translúcido tal como imagens
holográficas que visualizassem facilitar os trabalhos da equipe central
da T.E.M.P.U.S. ZT Conorte. Tal chegou a tanto que por um instante
chegou a dizer para esquecer sobre o que tinha dito sobre achar os
aposentos similares à de seu tempo, afinal mesmo que tudo aquilo não
ficasse lá para sempre, sempre estará lá naquela linha do tempo, assim
como cada qual em seu lugar e neste aspecto não menos eterno que as
luzes fosseis das estrelas.
Tão logo se dirigiu a ele Teogoras que vindo mancando de sua
perna parcialmente escorado sob a muleta lhe cumprimentou dizendo-
se muito feliz em poder finalmente conhece-lo. Porém, havia algo que
- 216 -
perturbava o pessoal daquela sala, uma luz vermelha piscando como
sendo um alarme.
- Qual problema temos desta vez? - Perguntou Octavios
quando um dos assistentes de comunicação vestindo um macacão
vermelho se aproximou dizendo.
- Perdoe-me interrompe-los, porém, encontramos uma outra
área de enorme discrepância espaço-temporal, queremos enviar uma
sonda para abrir uma janela temporal e ver se há condições de enviar
um grupo de reconhecimento. - disse o homem.
- Feito, permissão concedida. Diga-me o local e período -
respondeu Teogoras
- Aparentemente, senhor, é no século V antes de Cristo em
algum lugar da América do Norte, creio que onde será o Arizona. O
mais curioso é que as estruturas lidas são modernas como deste tempo!
Teogoras suspirou fundo como se aquilo fosse normal, uma
operação de rotina mesmo que estressante e então se virou para eles e
disse:
- Como se pode notar infelizmente não poderei dar atenção
pessoal suficiente, nossa equipe tem sido substituída freqüentemente
em intervalos de descansos, pois os stress tem sido grande, o
“continum espaço-tempo” tem parecido mais um queijo suíço de tantas
bolhas temporais e anomias que rompem suas ondas frequênciais como
estas ultimamente. Me parece óbvio que há intervenções negativas de
outrém, talvez este caso acabe por comprovar.
Neste momento um outro alarme soa, desta vez sonoro,
fazendo alguns dos monitores correrem de um lado a outro
modificando imagens na tela e falando entre si, e neste momento tanto
Octavios quanto Teogoras se dirigiram a ver do que se tratava
enquanto John Roberts ainda completamente perdido em meio aquela
tecnologia assistiu de braços cruzados enquanto estes falavam de
- 217 -
termos que ele desconhecia por completo, por mais que seu
conhecimento já fosse farto o bastante sobre eles.
- Senhor temos um desvio temporal nível 5 - disse um homem
enxugando a testa que transpirava - porém é há aproximadamente cerca
de um milhão de anos atrás - completou ele antônimo.
Um outro homem então se levantou e disse - Tal tem se
espalhado e criado ecos existenciais, anomias, mas não creio que seja a
origem dos demais.
Vendo isto, Octavios então se virou até John Roberts e pediu
para que o seguisse.
- O que está acontecendo aqui?- perguntou John Roberts
assustando a Octavios. - Que nível desvio nível cinco é este?
- Aparentemente o quantum do tempo é de impossível correção
plena, sempre está surgindo novas anomias - disse Octavios num tom
tranqüilizador - A escala Stoneset regula os cinco níveis de anomias
espaço-temporais em nível crescente de gravidade.
- Estamos seguros? - Perguntou John Roberts
- Apesar do nível cinco demonstrar-se com mais que causador
de ecos existenciais torcidos mediante a flor de mil pétalas,
normalmente não nos atinge, mas às vezes é tão grave que pode gerar
danos a estrutura temporal do qual vivemos por não ser meramente
completiva ou de correção. Porém, a maioria das vezes passa a ser
considerados abertamente não mais que um Folie a Deux ou uma mera
síndrome de Ekbom, isto é alucinação por sugestão. A maioria das
vezes, os monitoramentos têm registrado tal com a presença precursora
dos homo nulus que em alguns casos ocorridos a exemplo dos Estados
Unidos chegou ganhar o nome de Mothman, ou homem mariposas.
Eventualmente estes criam pontos do espaço-tempo interrompidos ao
continum flutuando de um lado a outro no tempo como as relacionadas
a algumas lendas como a de Bragadoon, Paititi e Akator, acredito que
tais bolhas temporais sejam provas da gravidade da anomia espaço-
temporal.
- 218 -
- Realmente impressionante - respondeu John Roberts.
- Estes são meus aposentos, fique a vontade, pois receio que
Teogoras precisará de mim, tão logo Dayane deve lhe procura-lo -
disse Octavios pegando um objeto e dizendo em seguida para coloca-lo
em sua cabeça, pois era um tipo de videogame futurista.
- Muito melhor que o TerrAlfa - disse John Roberts após
coloca-lo na cabeça.
Tão logo ao sair Teogoras havia convocado uma reunião de
emergência na sala de conferências convocando todos do topo assim
como seus melhores agentes como Kimberley Kaab e junto Joseph
Hanus quando Octavios chegou e viu toda sala se escurecer e abrindo
uma tela de contado com Stoneset. Repleto de chuvisco e alguns ecos
residuais sua tempo-conferência foi convocada como emergencial
direto de seus aposentos em algum lugar do espaço tempo a ser
compartilhado com as demais ZT da T.E.M.P.U.S. dividindo as telas.
- Somos da Conoeste, espaço-tempo oriundo subterrâneos de
São Paulo, século XVIII. A disposição sinal de áudio e vídeo
compreensíveis.
- Somos da Coneste, espaço-tempo oriundo cavernas Nevada,
século III. Sinal de áudio e vídeo compreensíveis.
- Triangulação espaço-temporal em tempo real estabelecida
com sucesso senhor. - disse um homem para Teogoras.
- Bom, já que minha aposentadoria foi interrompida - disse
Stoneset pelo vídeo - aguardo todos dados e relatórios resumidos das
três ZT da TEMPUS a serem analisadas posteriormente pelo comitê
sediado no futuro. Mas de certo receio pelo percebido que todas as
leituras sem sido recebidas simultaneamente pelas três ZT, todas com
leituras similares da origem das duas anomias espaço-temporais.
- Exato - disse Teogoras - porém obviamente não temos
fornecimento de energia suficiente para gerar um campo até este ponto
passado de ruptura, tal missão somente pode ser realizada diretamente
do futuro donde estamos sediados.
- 219 -
- Óbvio - respondeu Stoneset - coloquem Octavios como líder
do grupo de campo e verifiquem qual anomia interfere em qual.
- Acreditamos que já temos tal resposta - disse Teogoras e
apontando uma caneta para a tela mostrando um gráfico tridimensional
com linhas temporais ondulares sobrepostas - ela vem do futuro!
Rapidamente cochichos se ouviram não somente na sala, mas
pela expressão dos demais na tempo-conferência demonstrando
enorme surpresa.
- Segundo leituras quânticas seguimos uma assinatura de
interferência desde o projeto de Lennox que foi precursor da própria
TEMPUS, acredito que relacionado com os cinco desaparecidos. -
respondeu Teogoras.- Precisamos de algumas idéias brilhantes sua
Stoneset.
- Não creio que tal anomia tenha sido causa por Lennox - disse
Stoneset no meio de um repentino turbilhão de chuvisco e ecos
temporais com expressões sobrepostas. - Foi muito retardada sua
resultante, deve ter ligação direta com os cinco desaparecidos e é
lógico, estes espectros nulus.
Neste instante Dayane entra na sala interrompendo eles
dizendo:
- Temos novas informações sobre as interferências de anomia -
disse fazendo todos se virarem para ela - registramos leituras que
identificam dois dos desaparecidos no espaço-tempo, pelo menos.
- Ótimo - disse Teogoras - relate para nós.
- Senhores - disse ela - creio que minhas dúvidas estão sanadas
no tocante a uma possível sabotagem, algumas leituras de
conhecimentos não podem se ligar de modo algum à mera interferência
mental pelo quantum do tempo na referida narcose temporal estudada
por Teogoras. Mas creio, que de fato haja um traidor entre nós,
possivelmente a criar a sabotagem no experimento de Lennox no
futuro.
- 220 -
Novamente as pessoas começaram a falar umas com as outras
assustadas com tal.
- Você é uma agente genial Dayane - disse Teogoras enquanto
Octavios apenas observava - Porém acredito que tal afirmação seria
precipitada.
- Seria apenas uma tese não fosse uma investigação mais
afundo sobre tais leituras, algo foi feito deliberadamente para poder
transportar aqueles cinco. - disse ela.
- Silêncio! - disse Stoneset percebendo o grande alvoroço na
sala - escutemos ela!
- O relatório está neste momento sendo concluído por meu
assistente, acabei que pegar o testemunho de John Roberts e parece
corrobar tal hipótese - completou ela. - os dados específicos têm sido
disposto em relação a um índice de ocorrências destas anomias desde
sua descoberta. A maioria confere.
Passaram-se umas três horas até John Roberts nos aposentos de
Octavios receber uma nova visita, desta vez de Teogoras e Octavios
juntos. Rapidamente interrompido da pequena viagem mental pelo
sistema daquele tipo engenhoso de videogame do qual Roberts parecia
tão concentrado – tanto, que mal queria ser interrompido externamente
-, quando finalmente o tirou vendo Teogoras parado a sua frente
segurando firme sua bengala e disse:
- É incrível constatar como sempre acabamos por necessitar de
você - disse ele enquanto John Roberts apenas levantou as
sobrancelhas como quem nada soubesse.
- No relatório de Dayane descobrimos que algumas leituras
batem com sua presença, não como causador, mas simplesmente como
perseguido. - disse Octavios - Apesar dela aparentemente identificar as
leituras residuais dos homo nulus estes sugerem necessitar de alguns
humanos enquanto outros a serem descartados como você, por ser um
- 221 -
Seth. Porém, há leituras completativas futuras de sua presença do qual
acreditamos ser vital. Ecos ressonantes se sua presença.
- Resumindo - disse Teogoras - precisamos de você no grupo
de Octavios.
- Grupo para o que? - disse Roberts coçando sua cabeça calva.
- Para a investigação de uma das fontes da anomia espaço-
temporal, serão lançados diretamente do futuro de nossa sede a um
passado muito remoto. - disse Tegoroas - Afinal espírito aventureiro
sempre foi seu forte. Você tem 4 horas para pensar e nos encontrar na
sala de conferência particular.
Abyssus abyssum invocat
Depois de pensar durante todo este período, não sem antes desejar
retornar aos braços de Aagje em seu seguro lar longe de qualquer
violência e perversidade, entretanto percebendo que tal causa era
justificável em combater uma fonte donde jorrava toda maldade, cujo
um dos objetivos inclusive era destruí-los deste mundo, ele se dirigiu à
sala de conferência junto a Octavios, onde o plano foi debatido por
Teogoras junto a Kaab, Hanus e Dayane.
- O objetivo dos homo nulus é anular as ondulações temporais
numa sabotagem da linha temporal levando a um evento desconhecido
personificado pelo surgimento da matéria Darktron similar ao quixton.
- disse Teogoras - porém estamos trabalhando numa antimatéria que
busque igualmente anular os darktrons do qual aparentemente afeta até
mesmo nosso consciente, o anulando em seu livre arbítrio.
- Você quer dizer que viramos meros robores sem querer
próprio? - perguntou Hanus
- Mais ou menos isso. - respondeu Teogoras. - Bom, segundo
sondagens feitas, o ponto de ruptura espaço-temporal foi provocado
por algum tipo de bomba quântica que vara o tempo nos dois sentidos,
passado e futuro, a criar torções genéticas e evolucionarias. Agora
Dayane vai mostrar um estudo sobre tal.
- 222 -
Dayane Conrad se dirige à frente com uma pasta e abre e em
seguida aponta para a tela onde imagens surgem e começa a falar:
- A fonte fora uma bomba quântica colocada a milhares de
anos que leva desvios adaptativos desativando parcialmente o gene hox
o que faz com que ocorram cruzamentos interespécies criando
verdadeiros amalgamas aberrativos, inclusive entre homens e animais.
- disse ela quando Octavios sussurrando ao lado de Octavios disse, mil
negativos!
- O incidente de Chernobyl ocorrido no tempo cronológico
terreno de 1986 não somente destruiu a cidade matando milhares de
pessoas e fazendo desaparecer diversas espécies da fauna. Porém,
posteriormente foram descobertas diversas mutações nas ruínas da
cidade. A exemplo destas ilustrações feita por uma mulher chamada
Cornelia Hesse-Honegger em 1967. - terminou ela apontado para tela
onde apareceram pequenos insetos mutantes. - mesmo que tais
mutações tenham sido pequenas graças à influência limitada deste tipo
de radiação, mas tiveram outros pares posteriores durante a última
guerra por armas sujas. Sobretudo a suposição da bomba quântica de
procedência desconhecida sugere o surgimento do terrorismo temporal
que tem por função não mais que destruir o tempo anulando nossa
própria espécie numa anomia que perambula sem qualquer função pelo
mundo e acredito parcialmente que sua onda provocada já esteja
afetando a linha temporal a criar seres classificados pela
criptozoologia, tal como tipos de doenças peculiares, assim como as
resultantes da radiação comum onde surgem verdadeiras quimeras
humanóides por uma avançada Heteroplasia. - ela novamente aponta
para a tela onde revela fotos de seres considerados lendas ou
simplesmente fruto do folclore popular. - Constatamos o surgimento de
um Fireweed, um crescimento descontrolado de cianobactérias que
liberar poderosas toxinas no mar o tornando similar aos mares
primitivos nas mediações da ZT coneste tal como casos crescentes de
hipertricose uma doença que transtorna humanos e que deu origem à
lenda do lobisomem e outros seres como o Yokai ao passo que também
- 223 -
pode gerar o oposto e curiosamente tende atacar classes de genes
específicos como a dos Seth.
- Você então sugere que até mesmo a lenda dos vampiros
sugadores de sangue pode ter tido origem nesta anomia? - disse John
Roberts.
- Possível. - respondeu ela - estamos vasculhando toda linha
temporal a trás disto, o vampirismo curiosamente como lenda se
determina como uma doença que atinge classes específicas não sendo
hereditário, óbvio.
- E sobre a estranha cidade espaço-temporal anômica? -
perguntou Octavios.
- Estamos também pesquisando e aparentemente foi arrastada
através do tempo para este ponto específico, tão logo o brienfing
também será passado para vocês. - respondeu Teogoras. - Porém, no
momento a missão de vocês e localizar estas quimeras em sua origem e
elimina-las, alguns curiosamente são como amalgamas interespécies
que teriam dado origem a outras lendas como a dos dragões e das
próprias quimeras, e são incrivelmente violentos e agressivos. -
terminou ele e em seguida agradeceu Dayane pela instrução - Obrigado
Dayane.
- Octavios é o líder do grupo de campo e deve zelar pela
observação de Dayane e Hanus. Vocês terão 22 horas para se
prepararem recebendo instruções e armamentos específicos que não
deixem rastros interferentes espaço-temporal, terão 6 horas para dormir
neste tempo antes de se prepararem para o desembargue espaço-
temporal. - disse Teogoras - estão dispensados.
Após sair, John Roberts observou a postura realmente
exemplar e lúcida de Dayane como um exemplo de coragem ao sexo
feminino, e ela se aproximou dele e o cumprimentado disse que seria
uma honra fazer parte de uma equipe de mitos temporais, e então
Joseph Hanus disse:
- Não se preocupem, apesar de não termos muitas experiências
em campo nosso treinamento cobre tais expectativas, e graças a nossa
- 224 -
tecnologia e a experiência de Kaab e Octavios estou certo de que a
missão terá êxito, ao contrário leituras irregulares já demonstrariam
uma margem de erro maior.
Após saírem de lá, mesmo ansioso, John Roberts sentia um
pouco de medo e desconforto mediante o risco da missão, porém
aqueles agentes lhe passaram grande segurança ao tratarem do assunto
firmes e demonstrando grande coragem a exemplo da própria Dayane
Conrad. Tão logo ele se dirigiu novamente ao aposento de Octavios
onde este sugeriu descansar um pouco por um sono induzido, pois a
missão poderia durar dias e até meses, e assim foi.
O homem acorda e vai ao banheiro urinar, era John Roberts,
porém, este quando abre sua calça observa que simplesmente não tinha
pênis, como se tivesse nascido sem ele! Como se tal anomia o tivesse
atingido de tal modo que transtornou sua existência. Ele deu um salto
da cama acordando assustado e suado ruborizado inclusive tirando do
sono Octavios que perguntou o que houve quando ele ia ao banheiro
não lavar o rosto, mas se certificar de que estava legal com ele.
- Foi apenas um pesadelo. Psicológico, creio. - respondeu John
Roberts a retornar. - Me pergunto sobre algo, e se os próprios
Neandertais tivessem surgido nesta anomia por algum tipo de
cruzamento ou mera mutação?
- Não sei, mas certamente parece tal anomia não segue nem
mesmo padrões de genes mais fortes ou fracos simplesmente os
destruindo indiscriminadamente. - disse Octavios – Porém, por sorte
você acordou faltando apenas 40 minutos para acordamos mesmo. Não
se preocupe.
Ao comerem algo, eles seguiram até o saguão onde trajes de
proteção com mascaras e diversos tipos de armas que jamais viu
estavam dispostos como se fosse uma loja peculiar do futuro de venda
de armas.
- 225 -
- Vocês devem ganhar um bom salário por este serviço. -
indagou John Roberts.
- Pode estar certo, assim como você também terá seu lucro,
mas o melhor de tudo é o que vivemos. - respondeu Dayane Conrad.
- Aqui nos tempos uma arma metagênica. - interrompeu Hanus
- esta tem por função pegar uma amostra do gene dominante da anomia
e criar um vírus que a atinja como uma doença de gene específico só
que muito mais poderosa e especifica pura e simplesmente porque se
trata de nano-robos, vírus de silício criados e programados em
laboratório.
- Fascinante - disse Roberts pegando uma cápsula nas mãos.
- E este é uma bomba negra. Tem por função criar um campo
de sucção dimensional em determinado ponto do espaço similar as
condições de um buraco negro controlado. - completou Joseph Hanus.
- estas duas armas estarão apenas à disposição minha e de Octavios por
serem os únicos competentes a utiliza-las e conter a explosão de
tempo.
- Acabamos de registrar uma forma de vida subterrânea que se
enquadra com o padrão de um macro-vírus que se estende por
quilômetros, meu trabalho será registrar todos estes padrões de vida
singulares antes de vocês as eliminarem - disse Dayane, enquanto
Roberts sentia-se como criança diante daquele “brinquedo”.
Enquanto eles pegavam outras armas incomuns do qual John
Roberts não fazia a menor idéia do que eram, Teogoras surgiu na porta
e chamou John Roberts para ir até um lugar. Sentiu-se lisonjeiro com
tal chamado, afinal o homem mais importante da TEMPUS não
costumava fazer convites tão particulares como estes, mas como
Roberts era um caso a parte parece se justificar a exceção. Octavios o
olhou com orgulho e sinalizou para ir com ele.
Legis Ad Tempus
Sigilosamente então Teogoras conduziu John Roberts entre a sala de
controle central até um dos locais de treinamento dos novos
- 226 -
temponautas, num labirinto de espelhos onde após revelar alguns
segredos a ele pergunta.
- Sabe para que foi criada esta sala de espelhos?
- Seria para treino de pesperctivas e tiro para treinamento dos
aspirantes a temponautas? - respondeu perguntando John Roberts
- Não apenas um jogo meu caro Roberts. Mas é o que se
resume muito da realidade onde nem sempre o que aparenta não é,
alguns caminhos podem ser ilusão, pois tudo no universo se resume a
reflexos e ressonâncias proporcionais de medidas, ou nem tanto,
mediante a precisão das forças em suas discrepâncias e torções. -
respondeu Teogoras - tal como o próprio tempo.
- E quando o espelho é torto, ele reflete torcidamente este
reflexo o diminuindo ou aumentando. - completou John Roberts -
retorna o que lhe foi refletido sem proporção equivalente logo fugindo
ao natural.
- Existem espelhos tortos no caminho, mas eles apenas torcem
a realidade, não a verdade, os fatos. Não atire em ecos existenciais
Roberts - disse Teogoras - às vezes seu próprio reflexo pode assusta-lo,
mas assim como você erra outros também podem, veja além dos
espelhos e acerte seu alvo.
- Os espelhos seriam como pessoas? - perguntou Roberts
- Eles são consciências, John Roberts, é a percepção que se
rebate, como você percebe e se percebe, cada qual reflete de forma
similar, mas nunca igual nesta sala, por isso todos são diferentes, mas
assim como a realidade é reflexo da verdade, estes não podem mentir,
mas simplesmente torcer a verdade a rebatendo, interagindo numa
contradição no máximo. - respondeu Teogoras. - Mentiras não refletem
na realidade apenas se perpetuam como um meme ao contrário dos
fatos.
Então ele olhou ao espelho e deu uma volta observando os
demais espelhos onde reflexos dele repleto de ondulações, magro,
gordo, baixo e alto surgiam, assim como diversos "eus" refletidos
infinitamente por entre seus corredores que deste modo se tornava fácil
- 227 -
se perder e não encontrar saída, afinal não se poderia determinar a
mera vista qual caminho era o correto, se deveria utilizar algo mais,
mas sem o original o reflexo não existe. E então Teogoras prosseguiu.
- Não devemos de modo algum alterar o passado, seria um tiro
no pé de nossa própria existência - disse ele - a salvo exceções, como
você, você é um Seth e independe as mudanças sempre virá a existir e
pré-existir. Algumas coisas nem voltando ao tempo consegue se
apagar, muito menos a verdade...
- Mas porque tal? - se perguntou John Roberts
- O universo necessita de constantes na inconstante, como
resultante de algo maior. Você não é a perfeição, mas sim filho dela,
algo concausual inexpressivel e por isso alguns desejam tanto seguir o
oposto querer que você apenas dê pra trás. Mas por isso é centro da
maior das histórias, resultante da busca pelo equilíbrio do universo.
- Tal é uma condição genética? - perguntou ele.
- A maioria das vezes, mas nem sempre. De Noé a outros
foram Seth, Octavios também é um seth, porém dum nível maior,
Moisés era um Seth, assim como um certo "deus" egípcio, no entanto,
este desviado a anomia. - respondeu ele.
- E Jesus Cristo - indagou ele, não demonstrando o sarcasmo
por respeito à pessoa de Teogoras.
- Jesus Cristo é algo que não se enquadra nisto, pois estava
acima de todo natural, assim não fosse não faria milagres
inquestionáveis, ele curiosamente parecia acertar o ponto de anomia se
submetendo a ela do qual toda repetição fora apenas um eco temporal
vazio. Talvez tal explique porque morreu e ressuscitou - disse ele
passando a mão na cabeça quase introspectivo. - Este ponto do espaço-
tempo é de difícil visualização. - concluiu.
- Mas você é descendente da própria linhagem que protege, e
agora faz parte assim com Octavios, porém ele não sabe, pois ainda
não ocorreu.
- Ele não é um Seth genético. - disse John Roberts
- Não, mas tão logo seus filhos sim. - disse Teogoras - ele terá
algo com uma descendente sua. Sei que parece loucura, mas não é.
- 228 -
John Roberts virou-se ao espelho onde se viu enorme e diante
de outros, vários John Roberts refletidos sucessivamente até se tornar
incontáveis. Teogoras sorriu após dizer tal e assim eles saíram de lá.
Todos eles então se encontraram no local de transporte onde a
sede da T.E.M.P.U.S. diretamente do futuro desviaria energia
suficiente para o wormhole ser aberto diretamente ao passado. O
primeiro grupo formado por Octavios, Roberts e Dayane partiu
enquanto o outro formado por Kaab e Hanus foi afim exterminar as
anomias.
Mesmo mediante a experiência anterior de muitos deles
obviamente a tensão era evidente pelo fato de ser algo que provocava
sensações muito estranhas, tanto que muitos sofriam de males como a
narcose temporal.
Eles se posicionaram diante de Teogoras e o assistente técnico,
quando um zunido começou a ecoar forte em seus ouvidos e uma
torção azulada surgiu criando ecos, e como um buraco fez com que a
aparência deles se alongassem como se fossem elásticos dando
oscilações que tornava visível até mesmo os ossos deles e então
desapareceram diante de seus olhos.
Ao surgirem no local coberto por uma escassa vegetação típica
de florestas equatoriais, onde o horizonte vazio e ausente de qualquer
construção do qual um dia seria uma cidade, parecia revelar ser um
lugar comum, onde eventuais sons de pássaros e outros ruídos
ocorriam. Tão logo que se passou a náusea provocada pelo transporte
de deslocamento da barreira espaço-temporal Octavios imediatamente
se focalizou no visor para procurar a anomia biológica subterrânea que
se estenderia por vários quilômetros abaixo deles. Rapidamente
procuraram uma abertura por alguma fenda no solo, uma caverna que
desse acesso a estes subterrâneos. Rapidamente Dayane Conrad
lembrou a eles que tal lugar era próximo a uma das primeiras colônias
inglesas, na América do Norte que teria tido um fim rápido e
misteriosamente insolúvel.
- 229 -
- Fizemos algumas leituras deste ponto do espaço-tempo que,
no entanto, nunca havíamos estudado antes. - disse Dayane - talvez o
fim desta colônia tenha alguma ligação com esta anomia de acordo
com leituras realizadas e que sugere uma assinatura de consciência
quântica similar a um dos desaparecidos dentre os cinco do futuro.
- Mas nosso foco não é intervir no incidente de Ronoake -
disse Octavios - mas sim destruir a anomia subterrânea. O Macro-
vírus.
- Evidentemente - responde ela - porém, entraremos em
contato com a conorte afim de possíveis mudanças na missão
dependendo do grau de influência da anomia neste incidente.-
completou ela enquanto junto aos demais se dirigiam a uma pequena
caverna que daria acesso ao local.
- É aqui. - respondeu Octavios olhando para o visor de
quantum, enquanto John Roberts com uma pistola sônica olhava ao
redor pela vegetação.
- Tenho a impressão de que estamos sendo observados - disse
ele.
- Não há nada em meu visor, deve ser residual. - respondeu
Octavios - vamos, temos muito que fazer e a descobrir.
Tão logo que entraram, a luz do exterior sumiu dando lugar a
uma escuridão que, porém rapidamente deu lugar a pequenos pontos
luminosos.
- São algumas variações de seres com luciferase - disse Dayane
- as leituras quânticas dizem que são oriundos daqui mesmo. Só os
seres que vivem no escuro desenvolvem esta habilidade singular.
- Para alguém da CEET até que você conhece muito de
biologia - disse Roberts.
- Mas em meu tempo fui bióloga até sabotarem meu avião pra
morrer, sendo salva pouco antes pela TEMPUS. - respondeu ela.
- Porque? - perguntou Roberts enquanto utilizando um visor de
visão noturna observava tais criaturas.
- 230 -
- Digamos que descobri algumas coisas na "natureza" que não
gostaram muito, anomias talvez originadas deste incidente - respondeu
ela - e como tal, quando os fatos não estão a favor deles, alguns tentam
"apagar", porém, nossa existência.
Após alguns minutos de caminhada em descida até o local
finalmente se depararam, com organismos desconformes que parecia
mais uma enorme e única alga terrena que se estendia até as partes de
rochas que não se poderia ver. Porém, havia algumas pequenas
oscilações como pequenos movimentos em reação a presença deles.
Tão logo Dayane colheu algumas amostras do ser e tirou algumas fotos
enquanto Octavios preparou a arma metagênica com amostras e
leituras da mesma.
- Lançarei os vírus sintéticos. - disse Octavios - eles são
biodegradáveis e após a realização da tarefa se desintegram no solo se
juntando ao humo.
Tão logo Octavios lançou um pequeno spray sobre o ser, que
pareceu imediatamente reagir a este, se movendo e fazendo
rapidamente um pequeno abalo sísmico ocorrer revelando o potencial
do ser os assustando.
- Incrível este ser não? Mesmo que seja um só ser, suas partes
separadas reagem em concordância como se tivesse algum tipo de
Quorum Sensing - disse ela ao notar a amostra se mover - mas é
melhor sairmos daqui caso desmorone a caverna.
Assim tão logo subiram a superfície enquanto sucessivos
pequenos abalos sísmicos ocorriam tornando-se visível até a vegetação
por alvoroçar os pássaros que fugiam, em seguida, percebendo tal.
Rapidamente mandaram um sinal de comunicação pedindo autorização
de Teogoras para iniciar uma observação da colônia que ficaria acima
deste ser gigante, a apenas alguns quilômetros dali, e assim obtiveram
- 231 -
uma vez que os sismos deveriam se estender até lá, logo já ser um tipo
de interferência negativa com aquele ponto do espaço-tempo.
Ao logo de uma hora caminharam se orientando pelo visor e
observando as oscilações do ser pelo subterrâneo por uma monitoração
que acompanhava os sinais dos nano-robores que se espalhavam por
ele, quando a vegetação a frente se moveu e fizeram estes apontar suas
armas pensando se tratar de algum animal assustado com o sismo,
porém, revelando-se ser um homem que saiu correndo como se fugisse
de algo. Era um homem bastante conhecido dele no incidente do século
XII, Max Milles Zulu, um dos cinco desaparecidos do espaço-tempo
que somente depois Roberts e Octavios descobriram!
Rapidamente eles apontaram as armas para o homem que
vestido como escravo, no entanto, não deu a menor atenção ou
surpresa, e continuou a correr os deixando legitimamente preocupados.
- Eu vou atrás - disse John Roberts recebendo o aceno de
consentimento de Octavios, afinal tinham pendências.
Tão logo John Roberts começou atravessar a vegetação
correndo, porém percebeu que não estava sozinho. Entretanto, sem dar
atenção a isto prosseguiu até que Zulu chegou à beira de um penhasco
e vendo-se sem pra onde correr parou ofegante e virou-se para John
Roberts o esperando surgir.
- Receio que vocês chegaram um pouco tarde pra variar, para
viajantes temporais atrasos são uma quase contradição, não acha? -
disse Max ainda ofegante, porém num tom sarcástico.
- De quem você está fugindo? - perguntou John Roberts lhe
apontando a arma.
- A pergunta correta não é de quem, mas sim do que. -
respondeu ele levantando as mãos. - Vamos lá, estou desarmado,
abaixe a arma.
John Roberts lembando-se de ter sido salvo por ele mesmo que
antes fora derrubado pelo mesmo resolveu abaixar a arma mesmo que
- 232 -
desconfiado olhando a volta quando Max se aproximou e num
movimento súbito lhe tirou a arma e lhe deu um empurrão que o fez
cair no chão e em seguida o imobilizou e disse:
- Sabemos que você não é um mero John Doe, mas que
também isso não é mais uma mera brincadeira na frente do espelho. -
disse Max.
- Afinal quem é você? Porque está fazendo isso? - perguntou
Roberts com o rosto no chão.
- Quem sou não importa, mas sim para o que sou. Mas não sou
exatamente o vilão, apenas uma pessoa que se viu obrigado a fazer o
serviço sujo para evitar o pior. - respondeu ele.
- Você é quem matou o pessoal da colônia? - perguntou
Roberts enquanto era amarrado com uma corda que Max tinha
escondida. - Maquiavelismo não é exatamente algo novo ou original
neste ramo, mas na prática tenho visto apenas criar mais problemas. -
prosseguiu Roberts em tom de sarcasmo. - Porém você ainda não
explicou o que está acontecendo.
- Receio que não deva. Mas também receio que sua posição é
desfavorável a tais piadinhas. - disse o homem misterioso.
Neste momento, mesmo que disfarçadamente John notou em
seu pulso esquerdo uma pulseira de nível quântico similar a da
TEMPUS, que ao ser identificada por ele, o homem notou, e sorriu
dizendo.
- Você é muito perceptivo John, mas infelizmente tento
proteger alguns interesses da própria TEMPUS assim como nosso
próprio mundo, de algo muito maior que a TEMPUS. Vocês não sabem
nem da metade. – disse Max Zulu
- Você não é da TEMPUS. E se sabe mais que eu deve também
saber que se me matar terá conseqüências muito ruins sob todos
aspectos. - respondeu Roberts.
- Posso ser rude, mas não idiota. - disse ele - Na realidade vim
ter contigo, algumas trocas de informações necessárias, protege-lo.
- 233 -
- Depois do que você falou? - perguntou John enquanto - Se
quer me proteger, porque me prende e me ameaça?
- Posso fazer-lhe uma pergunta? - falou o homem
- Já que perguntou... - disse ele com sarcasmo.
- Você por acaso sabe há quanto tempo às entidades sombrias
neste mundo? - disse ele
- Não, mas talvez tempo suficiente para nos infernizar assim
como você. - respondeu Roberts - O que você quer conosco? Roubar
nossa carteira e nós estuprar? - disse ele ironizando mesmo que
claramente tenso.
- Não sou um ordinário, nem mero trombadinha, mas aqui não
lidamos como meros marginais às leis de qualquer governo, mas sim
perante as próprias leis do universo físico-temporal - disse ele. - Mas se
você prometer se comportar te soltarei logo.
- Para onde você acha que iria, pode falar, tenho todo tempo do
mundo. - disse Roberts.
- Parece haver uma corrida para se atingir essa tal de flor de
mil pétalas - disse Max - mas não somente de homens, mas outros
seres que apenas usam alguns.
The Lost Colony
Tão logo que seguiu o dialogo e Max se acalmou ele começou a relatar
que acabou envolvido naquilo tudo por acaso, mas se viu obrigado não
somente a salvar a si próprio, mas ao saber de determinadas coisas
disse ter vindo de um "futuro" quando a própria TEMPUS foi destruída
e enviado por seus remanescentes. Claro, que na cronologia particular
e fechada desta eles não poderiam interferir com si próprios e assim ele
estando de fora acabou se tornando uma agente honorário mesmo após
o fim desta em sua retomada das cinzas.
- Mas quem, e como destruíram a TEMPUS? - perguntou John
Roberts.
- Algumas coisas têm instrução de não revelar ainda -
respondeu ele - pois pode transtornar a linha do espaço tempo em
espacial à linha dentro da linha que vocês criaram com a TEMPUS
- 234 -
como forma de tentar observar o tempo de fora, similarmente ao
incidente de Lennox que me jogou nisto. Agora se levante e me leve
até Octavios, pois precisamos conversar.
Tão logo que retornaram até a colônia ela já estava
completamente dizimada, porém deserta, e pelas leituras do visor de
quantum dos dois, Octavios e Dayane lá estavam caminhando pelo
local desolado e completamente estarrecidos pelo que ocorria.
- Acho que nos influenciamos o incidente de roanoke - disse
Dayane se lamentando.
- Duvido um pouco. - respondeu Octavios - uma rápida
passada pelo monitoramento temporal observamos uma normalidade
aparente.
- "Normalidade" a que notei me observando? - disse John
Roberts surgindo repentinamente diante dos dois junto a Max.
- Porque este homem não está preso? - perguntou Octavios -
Você deveria tê-lo rendido, ele deve estar com Designnium!
- Não é comigo que você deveria se preocupar - respondeu
Max Zulu - mas sim com o que está escrito naquela arvore - disse ele
apontando para o local.
John Octavios desconfiado seguiu até o local com Dayane após
este empunhar a arma e dizer que se tentar algo mataria com a arma na
carga limite. Na madeira estava entalhado 'CROATOAN', do qual fez
leituras dos talhos na árvore e disse aparentemente estar normal.
- Tirando o fato de estarmos presenciando o surgimento de
uma lenda urbana do futuro e do folclore norte-americano, não há nada
que seja de interesse meramente histórico. - completou.
- Pois é. Tão logo virá John White e descobrirá tal a entrar para
os livros e etc. - disse Max ironizando - Porém, Croatoan não é apenas
de ligação a uma tribo indígena local, mas sim o nome de uma entidade
sombria, um homo nulus que passou a ser adorado entre os índios pelo
- 235 -
engano. Eles estão brincando conosco, não são meros arqueólogos
como alguns. - completou.
- Você está sugerindo que um homo nulus foi responsável pelo
fim desta colônia? -perguntou Octavios apontando para os talhos na
madeira.
- Não é um qualquer, mas sim um dos mais poderosos, e ele
não matou a população daqui, mas digamos que a abduziu. - respondeu
ele - talvez estejam formando um pequeno exército.
- Exército de abduzidos humanos pra que? - perguntou ele
- Uma só peça derrubada pode causar o fim, principalmente se
for uma importante. - disse Max - porém, obviamente muito fica ao seu
entorno, o que faz ser a TEMPUS ser a TEMPUS.
- Você quer dizer que querem destruir os Seth para tentar
destruir a TEMPUS? - disse Dayane.
- Agora sim você está quente. - respondeu Max ele com
sarcasmo.
- Mas como?! - perguntou John Roberts.
- Primeiramente como vocês sabem existem lugares no espaço-
tempo do qual vocês não conseguem acessar, vocês se limitam a
preencher lacunas ou corrigir falhas temporais. De Éden a Shangri-la,
existem, porém outros pontos que não são assim tão positivos. -
completou ele.
- Você vai começar a falar de Lemúria e atlantis? Você então
vai dar uma aula de kripto.História para nós, por favor, nos poupe! -
disse John Roberts irritado.
- Espere! - disse Octavios o interrompendo - talvez ele esteja
correto nisso. Você se refere a uma cidade-anomia que não deveria
existir? Nos a registramos junto ao surgimento da anomia subterrânea
neste local!
- Exato! - respondeu Max Zulu lhe apontando o dedo - Tal
deverá ser parecida como uma cidade comum, porém seus habitantes
são alguns destes abduzidos aparentemente "reclicados" a viver numa
penumbra estranha, tipo contra-natural onde seus talentos devem ser
negados a justificar como anomia, é uma cópia da realidade, como um
plágio anomia nosso. Esta é uma das características comum. E lá deve
- 236 -
haver mais um dos cinco desaparecidos creio. Mesmo que alguns casos
estas aparições de cidades podem ser reflexos ressoantes de outros
tempos.
- Como você sabe disto tudo? - perguntou Dayane.
- Tenho acesso a informações que vocês ainda não tem, assim
digamos, mas sou muito mais dos seus que você pensa. - respondeu ele
- agora que esclareci vocês dê-me licença que tenho de sair.
Assim ele se dirigiu para o meio da vegetação deixando os três
praticamente sem palavras enquanto os observavam com o visor de
quantum no pulso que ele mexia sem nem ao menos temer a arma de
Octavios que lhe era apontada quando de repente se virou e disse:
- Ah! Se você encontrarem, mas alguma cidade que fique
deserta do nada, pode ter certeza que tem influência do mesmo ser
desta viu? E John você vai me encontrar antes de conhece-lo, pegue
leve comigo. - terminou Max e então simplesmente desapareceu, no
mato, e daquele tempo diante do visor de Dayane, enquanto John
Roberts ficou sem nada entender.
Sem mais o que fazer naquele local, tudo que restou a eles foi
retornar a TEMPUS depois de Dayane e Roberts tirar algumas fotos do
local e colher quanto mais dados o possível, e assim ao retornarem
relataram toda ocorrência diretamente a Teogoras que ficou igualmente
perplexo e impotente por saber que não poderia adiantar-se muito no
tempo da própria TEMPUS a não ser uma pessoa, Hebert Stoneset.
- Entrarei em contato direto com eles, porém a missão na
cidade-anomia está em andamento com Kaab e Hanus, vocês precisam
ir até lá encontra-los, porém paralelo a nossa própria linha temporal
interna. - disse Teogoras. - O objetivo é libertar as pessoas da anomia
que lá se encontra e de fato algumas informações batem, e parece haver
pessoas abduzidas de diversos locais do espaço-tempo por lá, a
viverem sem nem saberem quem são e contra seu próprio natural, o
que sempre foram.
- 237 -
Cansados com a última viagem, afinal mais do que qualquer
coisa o transporte dimensional isto provocava eles tiraram apenas seis
horas de descanso deixando Dayane lá, por temer o que poderia lhe
ocorrer e assim partiram apenas John Roberts e Octavios, pesquisando
antes por uma pequena janela temporal um modo de se infiltrarem
junto a Kaab e Hanus, porém as notícias de lá não eram boas,
aparentemente os dois após terem eliminado algumas criaturas
amalgamas haviam sido pegos e provavelmente iriam querer os
assimilar a anomia!
The Time Supremacy
Enquanto isso a muitos milhares de anos atrás em algum lugar da
África. Lugar este cuja densa nevoa de gases dum pântano parecia
conflitar-se com as águas do mar a se rebaterem nervosamente contra
as pedras, no que se via pelo horizonte eram silhuetas de vegetações
incomuns as típicas samambaias gigantes do período cretáceo, mas
estas intercaladas por grades "bocas-flores" que na realidade eram
armadilhas de enormes plantas carnívoras a devorar animais de porte
médio assim como enormes insetos com ferrões. Tão logo que
surgiram naquele local inóspito Joseph Hanus e Kimberley Kaab
perceberam que sem suas mascaras se intoxicariam a seguirem pelo
local as trajando assim como armas de projeteis articulado -
adaptadores de distância - típicas do final do século XXI.
- Acho que este é o ponto do espaço-tempo mais longe que
fomos - indagou Hanus ao seguirem pelo local que os faziam sentir-se
mais como astronautas num mundo estranho que terrenos em seu
planeta de origem.
- Desvios evolucionários aqui podem gerar uma nova raça de
hominídeo - disse Hanus
- Como no filme Planeta dos Macacos? - disse Kaab em tom de
sarcasmo - pensei que já tivesse ocorrido a exemplo dos neandertais!
- Sem brincadeiras. Devemos destruir o foco desta anomia
seguindo o precursor de quantum. - disse Hanus.
- 238 -
Neste momento um zunido rompeu por de trás deles os
fazendo virar bruscamente apontando suas armas para sua direção. Era
um inseto enorme com um grande ferrão, quando de repente uma
planta carnívora o devorou inteiro.
- Este bicho está descrito em nosso catalogo? As leituras são
naturais? - perguntou Kaab demonstrando legítimo medo.
- Não. - respondeu ele - é algum tipo de inseto carnívoro e
venenoso. Óbvio que este ponto do espaço tempo não conseguimos
pesquisar muito, pois exige muito gasto de energia, uma vez acabamos
por gerar um blecaute no Brasil e Paraguai em 2009 por causa disto.
Mas vamos ao foco da anomia é por aqui. - Terminou ele apontando o
dedo para o sudeste após olhar o monitor de quantum.
Não demorou muito até chegarem a um local desolado distante
das formas de plantas originais vistas na chegada deles a este local
hostil, revelando um vácuo por uma enorme cratera como um buraco
que se estendia por quase um quilometro.
- Uma explosão? - indagou Kaab olhando o leitor de quantum
assustado.
- Sim - respondeu Hanus vendo também leitor - uma bomba de
quantum diria conforme descrito apenas em teoria por Teogoras.
Parece que alguém foi além e criou uma verdadeira. Observe o leitor,
parece revelar uma seqüência de formas de vidas a de redor.
- Impressionante. - respondeu Kaab. - mas também medonho,
vamos lago fazer o que temos e sair daqui.
O som abafado de suas vozes pareciam ecoar ainda mais
inóspitas naquele mundo repleto de gases e fumaça onde pipocavam
seres esquisitos de todos os lados, quando repentinamente um ruído
como de terra e lama se moveu em sua direção revelando da nevoa um
ser completamente bizarro que abriu-se uma enorme boca, não
- 239 -
bastando à vista do local que os compreendia ver diversos vultos de
seres que vagavam pelo local.
- Acho que para este temos classificação pela criptozoologia
contemporânea - disse Hanus - um Dobhar Chu um tipo de crocodilo
"mamífero" que é peludo e gigante.
- Pode ser também um Pakicetus remanescente. - indagou
Kaab.
- Pode, mas as leituras não batem. Vamos, temos que acionar a
bomba de antitempo no centro de onde foi colocada a anterior. - disse
Hanus. - ele deve gerar um campo de onda de impacto que rompe as
direções espaciais, mas retrocedendo no tempo criando um pequeno
vácuo temporal como um buraco negro de condições controladas.
- Você é o expert não eu. - disse Kaab demonstrando medo
genuíno quando novamente um ruído irrompeu novamente pelos ares
revelando um enorme mamífero alado que sobre eles voou, fazendo
Hanus atirar imediatamente contra este o derrubando no chão morto.
- O circo de horrores deve ter começado aqui. - disse Kaab -
obrigado por me livrar desta! Seria um Ahool - perguntou ele vendo
imagens referentes pelo leitor de quantum.
- Ou um Kongamato, um tipo de morcego gigante, estudado
pela criptozoologia que pelo jeito nunca terão a chance de provar se foi
verdade, pois lá é apenas um eco daqui.
- Mas pode ser também um Asema como da lenda do
Suriname. - disse Kaab revelando um claro declínio ao mistificar o
assunto.
- Qualquer hora você acreditará que aquela ilhota é um peixe
gigante como o Jasconius. - respondeu Hanus apontando para um
aglomerado de rochas não longe no mar.
A estranha explosão de vida que naquele local ocorreu
demonstrava um desvio completamente bizarro, mas mesmo que estes
estivesse monitorando cada passo por vídeos e fotos tal como leituras
de quaisquer energias e suas fontes, o lugar atraiu em muito o olhar de
pesquisador de Joseph Hanus pelo fascínio dos desdobramentos que
- 240 -
lhe proporcionou a diversidade semi-alienigeno que lá habitava num
habitat praticamente singular em todo espaço-tempo continum. Da
ilhota naquele local, um enorme pescoço se ergue da água revelando
um ser exótico que, no entanto, parecia ser o único original.
- Creio que agora encontramos um Champ como a do lago
Champlain dos Estados Unidos! ou seria um Mokele-mbembe ou
Morgawr? - apontou ao longe Kaab.
- Vamos Kaab, deve ser apenas um plesiossauro do qual relatos
futuros podem ser não mais que uma transladação acidental ou
renascente mesmo.
- Mas tal explicaria o porque tais relatos são tão vagos e
confusos - respondeu Kaab e em seguida resmungando ao descer o
buraco do local repleto de pedras. - repare, as leituras saltam!
- Por isso não podemos perder tempo, certamente o sinal difuso
deve impedir que saiamos a partir deste ponto. - respondeu Hanus
concentrado em seu objetivo por mais interassado que tivesse.
- Poderíamos comercializar a idéia com um jurassic park
anomia. Uma pena. - disse Kaab.
- Vai render um bom documentário para nosso futuro com todo
material coletado. - respondeu seu parceiro já muitos passos à frente.
- Quero que coloque o nome daquele bicho, o meu! Eu
descobri! - disse Kaab rindo.
A esta altura Hanus que costuma ser um homem sério já estava
se irritando com Kaab em tanto fazer piadas como uma maneira de
extravasar seu medo do local. Mas não demorou muito quando no
centro da cratera se encontraram, e Hanus retirou duma mochila atrás
dele um artefato não muito grande cabendo nas duas mãos e em
seguindo o colocando no chão para aciona-lo. Tão logo o timer marcou
18 minutos, um pouco mais de tempo que levaram para eles chegarem
até lá, a fim de dar tempo de que saíssem até um ponto de sinal mais
estável do espaço-tempo. Porém, quando Hanus colocou o dispositivo
acionado e seguiu em passos acelerados novamente um ruído nervoso
surgiu entre eles, na verdade vários.
- 241 -
- São humanóides! - disse Hanus.
- Talvez os pares do Loup-Garou ou Orange Kubu da
Indonésia. - disse Kaab olhando para o visor de quantum, mas desta
vez demonstrando claro o nervosismo ao apontar sua arma para
diversas direções.
O que se viu em seguida, no entanto, não se configurava com
qualquer primata, mas seres humanóides como reptilianos, um destes
montados sobre uma espécie de crocodilo-rinocerante em que a
criptohistória futura relatava como um Emela-Ntouka junto a outro ser
ainda mais bizarro como um amalgama ambulante, como um anfíbio
que tinha apenas as pernas dianteiras classificado por Tatzelwurm.
- Legal, o zoológico do bizarro nos visitou. - disse Kaab dando
um tiro em seguida, sem pensar praticamente.
- Não atire! - gritou Hanus apontando as mãos para ele - Isso
pode provocar mais sua raiva, vamos sair.
Porém, o estrago foi feito quando Kaab deu aquele tiro fazendo
gritos ecoarem pelo local pelas bocas dos próprios reptilianos fosse
eles nativos dali ou não, e em seguida começarem a correr atrás deles o
forçando ao mesmo, correr
Já havia passado longos minutos quando alcançaram o topo da
cratera saindo desta quando Kaab praticamente aliviado viu um objeto
saltar da espessa nevoa sobre ele. Era a bomba ativada colocada por
Hanus, restando apenas 5 minutos!
Eles nem ao menos conseguiram dizer nada, apenas se olharam
num profundo medo pelo esforço vão e agora até mesmo Hanus quase
em pânico não podia negar o problema.
- Presumo que você possa desativa-la. - disse Kaab jogando a
bomba pro seu colo.
- A questão é se consigo a tempo destes monstros chegarem! -
respondeu ele passando a luva sobre o capacete como se tentasse
- 242 -
enxugar o suor, pois estava realmente suando. - arme guarda e atire pra
matar! - disse ele para Kaab.
Os zumbidos aumentavam em meio a nevoa como se fossem
mortos-vivos dum filme de terror em sua insurreição, quando Hanus
simplesmente afastou suas duas mãos da bomba que estava no chão
dizendo:
- Acabei com o problema! Tive uma grande idéia! - falou ele
nervosamente vendo que restava agora pouco mais de 2 minutos.
Joseph Hanus pegou sua arma de assalto similar a um rifle e
com um projétil sobressalente do lado de fora do cano, pegou uma
massa e uma corda fina que tinha e amarrou a pequena - mas potente -
bomba no projétil e recalculou a trajetória do tiro em relação ao peso
da bomba amplificando o impulso do tiro no contador.
- MacGayer, espero que você saiba o que faz. - disse Kaab.
Mas sem responder ele apontou a arma para o alto em direção
ao centro da cratera a atirou no momento em que as criaturas bizarras
começavam a surgir da nevoa sobre eles. Eles observaram a trajetória
do objeto por um momento e em seguida eles correram como se já
soubesse que se não o fizesse não somente poderiam ser atacados pelas
criaturas como mortos pela explosão correrem. Até que chegaram a
beira do mar, nas rochas, e ativaram por seus visores a fim de que
fossem lançados a próxima fase da missão deixando um vácuo
temporal sobre os seres horrorosos que saltavam sobre eles no
momento, armados com lanças e facas. Porém, um clarão irrompendo
por de trás os fazendo olharem e ao ver seus corpos como se
começassem a decrescer, agonizaram até terem seus tamanhos
reduzidos a serem engolidos pela luz não menos bizarra mediante
aquele local deixando um eco quase non-sense dos seres que o
precederam.
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Hanus e Kaab ressurgiram assustados no chão, mas num lugar
aparentemente muito melhor que aquele, atmosfera com céu azul,
vegetação aparentemente comum o que fez Hanus retirar o capacete-
mascara aliviado e em seguida Kaab que ao ver as leituras de que tal
havia conseguido sucesso fez Kaab começar a rir e em seguida Hanus
no chão de terra, quando repentinamente um barulho do mato surgiu
revelando diversos homens que apontaram antigas armas de projeteis
como do século XX para eles. Da frigideira para panela de pressão.
- Grandes saltos evolucionários, mas um pequeno passo para a
humanidade. - disse Kaab.
- 244 -
Parte VIII
Uma Cidade Qualquer
Equinócio do Tempo
Um lindo campo cujo gramado esvoaçando com o vento tranqüilo que
soava por este longo campo repleto de flores amarelas próximo ao mar
cujos sons das ondas pareciam ritmar o movimento destas foi
interrompido por um som de sininhos revelando uma bicicleta com
dois jovens - na verdade um jovem casal de pré-adolescentes. Caíram
sobre o gramado e rolaram rindo das brincadeiras que faziam, sem
qualquer preocupação. Porém, rapidamente uma sombra surgiu
aparentemente do nada sobre eles revelando dois homens grandes que
com um sorriso maldoso revelando seus dentes podres lhes cercaram
fechando seus punhos como que fossem ataca-los violentamente. E
então gritos irrompeu a sinfonia dos ventos e ondas até uma pequena e
aconchegante cidade típica do mediterrâneo, construída a beira do mar,
e revelou assim outros homens similares que pareciam vir de todos os
lados a cercando.
O tempo se passou, e logo a seguir o que se viu foi uma cidade
deserta cujas portas e janelas ainda abertas diante da noite abriam e se
fechavam sem parar com um vento, cruelmente gélido quando
repentinamente um clarão aparentemente devorou todas as formas de
construções daquela simpática cidade de remotos tempos a uma
penumbra existencial, deixando apenas uma enorme cratera apenas
iluminado pela luz da lua.
Muito distante daquele lugar no espaço-tempo, silhuetas altas
de diversas residências se dispunham no horizonte se confrontando em
contraste com o habitat externo de selva e o céu azul. Parecia mais
como um pedaço de civilização dentro de alguma floresta equatorial
típicas em locais como da Europa.
Era uma cidade aparentemente como outra qualquer. As
pessoas tinham uma rotina, um cotidiano do qual aparentava um lugar
comum bem como outras cidades. No entanto, essa cidade além da
superfície do aparente era diferente, havia algo como um fantasma que
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rondava estampado nos rostos de cada um dos habitantes como reflexo
de algo jamais dito como uma mokita sem expressão, o medo sentia-se
no olhar das pessoas, em cada gesto, algo que parecia leva-los a muitas
vezes se trancarem dentro de seus lares em determinados períodos após
o trabalho. Era como se elas não fossem verdadeiras, não fossem elas
mesmas, a felicidade soava mais como uma mera palavra, um placebo
induzido por misteriosos sonhos que conflitavam com eventuais
memórias destoantes sobre suas origens, pois elas não tinha passado,
não tinham origem, não tinham história, não tinham identidades, mas
como papéis vagavam carregados por ventos artificiais a sopra-las para
onde quisessem.
Havia um mal que parecia vagar sorrateiramente por cada rua
deserta daquela cidade, de sombra em sombra a pular adentrando nem
sempre as casas, mas o ímpeto das pessoas as tornando em seres
covardes e acorvadados. De perto, então, a cidade ganha contornos
perigosamente tristes.
Mais uma manhã, Dominic Kaspar, um jovem típico daquela
cidade, de aparência rústica, cabelos crespos completamente rebelados
e com dois dentes faltantes em sua boca, era de baixa estatura e
curiosamente um padrão de beleza naquela cidade. Muito respeitado
pelos habitantes e os visitantes que ao passarem no posto de gasolina
que ele trabalhava a beira de uma suposta interestadual do qual
ninguém jamais ousou atravessar de fato. Dominic parecia ser uma
quase celebridade, pois mesmo que a cidade estivesse localizada no
meio do nada, todos pareciam conhece-lo, ainda que sendo um simples
frentista, pois ele era um grande filosofo e escritor.
No entanto, algo o incomodava juntamente aos demais, um
amigo muito estimado por ele simplesmente desapareceu do dia para a
noite. Porém, isto não era muito falado entre as pessoas daquele lugar
misteriosamente, simplesmente a população todos os meses mudava
seu número de habitantes para menor, encolhendo literalmente. Uns
chegavam dizer escondidos que se tratava de um caso de abdução por
alienígenas, e outros ataque de vampiros, e até mesmo duma trama de
temponautas quando não lá estavam abduzidos. Mas estes que tal
- 246 -
diziam, de um dia para outro, ou também sumiam ou ressurgiam como
se fossem verdadeiros mortos-vivos ignorando tudo e a todos.
Mas argoz dor do desaparecimento como uma pedra no rim
soou tal como uma gota dágua restante na constante sensação de
estranheza de Dominic, desde que ocorrera tal caso o entregando a uma
silenciosa paranóia assim como os demais a rondar cada esquina
daquela cidade de ilusões.
Assim ao sair do trabalho ele passou numa barraca para tomar
caldo de cana que ele tanto amava, naquele quase conglomerado de
culturas divergentes como se fosse um pouco de cada cidade.
Aproveitando a oportunidade resolveu trocar umas palavras com o
homem que fazia o caldo, um astrofísico que se identificou por
Octavius, e lá se encontrou a tempo mesmo que tais novos habitantes
não fossem surpresa assim como os desaparecidos. Após Octavius
mostrar alguns cálculos complexos de física quântica este agradeceu,
porém, em troca discretamente perguntou por dois homens que
estariam e trajes muito pouco usuais áquele local. Após ignorar ter os
visto mesmo que o bizarro e sinistro não fosse exatamente um
escândalo naquele local, Dominic acostumado com mais este pedido se
retirou agradecendo.
Mas um dia havia chegado ao fim, e ele sobreviveu para repetir
e se repetir, novamente e novamente no dia seguinte e assim quando
rumava a residência uma pessoa o chamou. Era Deolinda, uma
engraxate que era sua vizinha pedindo para espera-lo para ir junto com
ela antes de anoitecer. E assim foi. No caminho enquanto ia
escurecendo e as luzes dos postes iam se ascendendo uma por uma,
seguindo algum tipo de ordem, ela perguntou como ele se sentia após o
desaparecimento de seu amigo, afinal ele era PhD em psicologia, pobre
garçom. Mas sem muito o que dizerem, claramente em seus olhares
expunha determinados receios até que ela entrou em sua casa, depois
de se despedir dele, e a luz do poste enfrente a casa dele se apagam,
misteriosamente, como muitas vezes ocorria.
Depois de tomar um banho e relaxar, este se sentou para ver Tv
antes de dormir como todos os dias fazia após chegar do trabalho
doloroso e muito mal remunerado, enquanto passava num programa
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uma entrevista com a escritora Odemira Násser e o cantor Saião Mirta,
da rica família Mirta. Dominic pega uma foto em que tirara com seu
amigo desaparecido. Johnson Scott, muito bonito, alto e moreno,
Dominic com seu olhar exalava quase palavras de tristeza enquanto se
escutava as pessoas na Tv debatendo alegremente temas sobre contos
filosóficos do livro de Odemira, entrevista que já havia passado umas
cinco vezes. Este então pegou um pequeno papel, onde Octavius, o
homem do caldo de cana lhe passou, que ao virar havia alguns números
do qual na realidade era um código para Dominic, uma mensagem, que
ao decifrar revelou uma pessoa que deveria procurar para saber sobre o
seu amigo desaparecido. Era João da Silva...
Como consegui perceber isto? Se perguntou Dominic e seguiu
endagando-se, quem era João da Silva? Alias quem era Octavius? Se
perguntou o pobre homem desiludido e carcomido dia após dia por um
vazio retumbante que ecoava em seu coração como se tal pedido fosse
seu próprio sentido de existir, mediante essa doença do vazio
existencial que todos os dias parecia não somente mata-lo em lentas
punhaladas, mas a população como lemmings deliberadamente
orientados a um penhasco sem fundo, sem fim.
Todo Talento deve se castigado?
No dia seguinte, Dominic se levantou subitamente a perceber que havia
adormecido ali mesmo, no sofá. Correu, principalmente porque queria
encontrar-se a tempo com sua vizinha. Deolinda era uma bela mulher
do qual Dominic com dificuldade se aproximou mesmo sendo sua
vizinha. O local verdadeiramente, não fosse pelos problemas sociais
traziam ventos frescos de esperança, como daqueles que num renovo
distante da poluição da interferência faziam todos os que sonhavam
acreditar que estes sonhos de liberdade poderiam ser possíveis. Isto é,
aqueles que ainda se lembravam. Após comer rapidamente, como
quem come andando praticamente engolindo o desjejum seguiu aos
tropeços deixando o papel com as anotações para trás e abriu a porta da
casa com uma maçã na boca como se fosse um alvo de treinamento de
tiro ou um porco abatido indo para o forno.
- 248 -
Porém, tão logo, percebeu que não era o único a sair naquele
horário, praticamente todos os vizinhos se dirigiam quase
sincronizadamente aos seus portões como se fossem robores recebendo
comandos por choque, enquanto os postes por sua vez apagavam suas
luzes aleatoriamente. Mas obviamente seus olhos no momento apenas
procuravam Deolinda que se revelou na casa ao lado com seus cabelos
arrepiados com um súbito vento dando-lhe a impressão de ser como
uma medusa. Mas ignorando tal, rapidamente se dirigiu a jovem
segurando suas pastas enquanto ela ajeitava seu cabelo e então
seguiram conversando pela rua junto a tantos outros que assim faziam.
De fato ela havia dado todos os sinais típicos de uma jovem
que estava legitimamente interessada nele, e talvez por isso quando
chegaram ao local onde ela trabalhava, uma sapataria ficaram por
alguns minutos conversando quando surgindo um guarda do nada e
levantou seu cassetete entre os dois e sorrindo para a jovem encostou
tal sobre seus seios e disse para o homem.
- Você está proibido de fazer sexo.
- Porque? - o indagou - Só estava conversando com ela!
- Você usou seus talentos para lucrar com estes! - disse o
homem após apreciar o traseiro da mulher - Deus errou ao faze-lo deste
modo! E por isso deve pagar...
- Você quer dizer que Deus não sabe o que faz? Um teste
vocacional nesta cidade a destruiria - disse Dominic, enquanto
Deolinda demonstrou verdadeiro nervosismo e assim ele continuou. -
O chão é o mesmo para todos nós, a terra, assim como o ar é o mesmo,
assim como as leis sejam naturais ou de um governo.
- Não ouse desafiar a autocracia! - disse quase esbravejando o
homem - cada um é cada um, para ser todos cuidados de cada um.
Antes que ele respondesse mais alguma coisa, o homem
levantou o cacete lhe ameaçando atingi-lo na cabeça enquanto as
pessoas olhavam e fingiam que não viam o que ocorria por demonstrar
profundo medo.
- 249 -
O homem retirou um papel de advertência para ele e então este
guardou em seu bolso, dizendo em seguida que estaria observando
especialmente ele. Uma vez tendo acabado seu prazeroso contato com
a jovem, Dominic se despediu obviamente entristecido como quem a
dissesse acordado de um sonho para um pesadelo que era aquele
mundo, e assim se focando num modo de fugir e poder ser ele mesmo,
finalmente ter um sentido de existir, e agora ele tinha um nome por
mais improvável que fosse, e o nome era João da Silva. Este misterioso
homem ninguém sabia quem era, ou onde morava. Era um senhor do
qual se dizia ser responsável por todos os ditos populares daquela
cidade, o narrador por de trás de cada mito ou lenda, a fonte legítima
de todo o saber daquele lugar. Era um anônimo famoso, era alguém,
era ninguém, era mais um meme peranbulante por mentes desesperadas
que uma pessoa a compartilhar espaço com sonhos discrepantes onde
cada qual vislumbravam estarem em lugares e tempos diferentes.
E por isso, no dia seguinte, aproveitando que era sua folga
depois de seis anos de trabalhos sem férias, ele resolve seguir as pistas
dadas por Octavius, chegando até um barraco no pé do morro onde
morava um senhor idoso, que ao perguntarem as crianças que
cercavam um menino negro de uma perna só, veio até Dominic e disse
que a casa dele era ali mesmo. Após com certa dificuldade conseguir
passar por elas, bateu na porta e escutou uma voz abafada dizendo para
entrar. O som da Tv entrecortava o ranger da porta e logo viu um
homem curvado sentado de costas para a entrada. Estava escuro e
assim não era possível ver seu rosto, apenas a textura do ambiente
mudava graças à variação das luzes da tela da Tv.
No entanto, curiosamente João parecia saber o porque dele
estar ali. E disse sem demora se queria saber onde estava seu amigo.
Impressionado, Dominic, estranhou de tal modo que por uns instantes
chegou a pensar que este estaria envolvido de alguma forma, e quis se
aproximar dele para ver seu rosto, mas antes que pudesse este se
levantou e foi até a cozinha.
Daquele lugar escuro, ele pegou algo, e receoso Dominic deu
dois passos atrás, quando ao se aproximar a luz da Tv iluminou parte
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de seu corpo revelando ser na realidade uma xícara de chá para ele, que
cordialmente lhe ofereceu estendendo a mão para ele se sentar.
Dominic, num misto de respeito e medo falou que a muito
ouvia falar dele, mas não poderia se demorar, quando então João pegou
um papel e anotando algo com um lápis velho e muito pequeno disse
que deveria evitar os "controladores de massa", eles eram o próprio
inferno. Foi então que ao levantar o papel revelou uma série de
inúmeros nomes de tantos e tantos outros desaparecidos naquela
cidade. Mas a pergunta que ele fez, foi o que mais chamou atenção de
Dominic.
- Você se lembra quando era criança? Ou talvez quem é sua
avó, suas tias? - perguntou João.
Porém, como compelido quase automaticamente este
respondeu que tal pouco importava naquele momento se não aqueles
que conhecia e sumiram. Não bastando descontente com tal, Dominic
disse que seu amigo, por não ser o único a desaparecer, havia
desaparecido em circunstâncias similares aos demais, do qual havia
dito para Dominic um dia antes que havia visto algo que o assustara
muito, e nervoso parecia literalmente ter corrido para sua casa.
João então receoso disse para ele que a fonte de todas as suas
dúvidas e perguntas estavam na chamada Pizzaria do Anoitecer, um
imenso restaurante mantido pelos Mirta, e frequantado pelas
celebridades da cidade. Desapontado, Dominic saiu.
O curioso, no entanto, é que os Mirta na realidade não era uma
família, mas como se autodenominavam aqueles que controlavam a
pequena cidade de poucos quilômetros quadrados no meio do vazio, do
nada, com uma estrada que diziam chegar a lugar algum. Eram homens
e uma misteriosa mulher assombrosamente bizarra.
Após ficar o resto do dia refletindo no banco de uma praça,
resolveu ir até a tal Pizzaria durante a noite. No caminho encontrou
uma antiga amiga dele, uma ex-miss que se prostituía por cinco 'inras',
a moeda local. Ao revelar que estava indo até o local, ela disse que não
seria tratado com respeito, afinal ela mesma era obrigada a viver
- 251 -
naquela vida por mais bela que fosse. E ao lembrar de seu amigo, um
chef de cozinha daquele restaurante que trabalhava como camelô, após
ser substituído por um dos novos Mirta que cozinhava para um
botequim, ela falou que naquele lugar não iria ter oportunidade
alguma, mas antes iria ser tratado como um bicho.
Mas Dominic, como ingênuo persistente, seguiu em frente. Ao
chegar sentiu uma clara discriminação, as pessoas olhavam para ele
com tamanho desdém que fazia ele se sentir desconfortável naquele
lugar. Não estava desarrumado mas, era como se todos discretamente o
observassem adentrando o recinto por pouco não sendo abordado por
um segurança que por falta de motivos não poderia coloca-lo para fora.
Mas ficara rodeando próximo quando o vira se aproximar de um
garçom.
O Desconforto era tanto, que o fazia se sentir quase como um
marginal naquele lugar, mesmo que sendo em puro luxo, e repleto de
gente importante, ele sentia penetrar por seus olhos tamanha
negatividade que o fazia sentir-se enfraquecido até a exaustão, como se
algo subtraísse suas forças. Após falar com o garçom ficou a aguardar
o gerente.
Ao olhar para a mesa do lado observou que lá estava Odemira,
extremamente gorda e com os cabelos desgrenhados, ela não tirava os
olhos dele como se o secasse, assim como Saião Mirta, um dos seres
mais esquisitos que já vira, calvo, baixinho e com um imenso nariz, ele
no entanto estava cercado por duas mulheres espetacularmente belas.
Até hoje, Dominic não era capaz de compreender como um homem
que cantava tão mal conseguiu ganhar discos de platina e de ouro,
enquanto todos diziam que os escritos de Dominic eram medíocres.
No entanto, o pensamento de Dominic lhe escapava, sentia-se
como se tudo a sua volta começasse a girar até sua vista escurecer que
ao virar-se para o lado simplesmente desabou sobre uma mesa
derrubando diversos pratos e fazendo a maior barulheira. Desta vez
fora ele quem apagou...
Ao abrir os olhos, o embaçar ia desaparecendo lentamente até
os objetos a sua volta começarem a tomar forma e tornando-o capaz de
- 252 -
tentar identificar o lugar onde estava, porém era outro recinto,
igualmente opulento e enorme, mas vazio.
Seus olhos rapidamente correram de um lado a outro sem
encontrar ninguém o deixando nervoso, até que ao se levantar viu um
homem na porta de um elevador, como uma espécie de recepcionista
que lia um livro chamado 'Através do Espelho'. Assustado, Dominic
lhe perguntou o que lhe acontecera e o homem disse:
- Você apagou, então lhe trouxe até aqui, pois não desejava
falar com Baron Mirta?
Surpreso por ter conseguido mediante os obstáculos, Dominic
presumiu que fora pelo fato de desmaiar e que para não se chamar à
atenção fora levado para lá. Baron Mirta era o patriarca desta fictícia
família Mirta presente em todos os lugares, da política, na arte, e até
nas religiões, numa espécie de monopólio do qual os colocava numa
posição de cobrar impostos, mais impostos do povo, por qualquer
coisa.
Ao se levantar, o homem do elevador então abriu a porta e
apertou a tecla de um dos andares sem que ele visse. Ao entrar e a
porta fechar depois de um breve interlúdio sob a trilha sonora de um
funk (play-back), a porta se abriu revelando uma imensa mesa na
frente de uma janela cuja vista revelava toda a cidade. No meio do
enorme sofá vermelho, estava Baron Mirta quase como que se
estivesse sendo engolido por ele enquanto um homem estranho de
sobretudo duma aparência completamente simétrica e plástica saiu do
local. Ele então se virou de uma dezena de diversos monitores de onde
via todo o movimento não somente da pizzaria, mas da cidade e antes
que este dissesse algo ele falou que não poderia dar a resposta de onde
estava seu amigo.
Novamente surpreso Dominic antes que abrisse a boca, ficava
se perguntando como estas pessoas conseguiam saber de tudo antes
dele saber, e o principal como sempre um dizia que outro tinha
resposta, e quem deveria tê-la de fato. Baron então falou algo que o
- 253 -
deixou ainda mais confuso, ele disse que não era quem
verdadeiramente governava.
Havia um homem próximo a uma usina hidrelétrica que no
subterrâneo vigiava cada habitante e era responsável pelas luzes da
cidade. Identificando-o apenas como O Zelador, deveria procura-lo a
fim de sanar suas dúvidas.
O Zelador
Muito desapontado Dominic saiu do recinto passando por todos no
restaurante que em silêncio agora os acompanhava, era muito mórbido.
Ao pegar a rua, por onde ele passava as luzes dos postes apagavam,
mas não era meramente azar, ele agora era capaz perfeitamente de
entender aquilo. Na central de luz da cidade havia uma enorme sala do
qual contia os interruptores de cada poste público da cidade do qual um
homem ao anoitecer ia passando por uma escada como daquelas das
bibliotecas acendendo tudo, interruptor por interruptor, era O Zelador.
Porém, ao lado havia uma outra sala maior, repleta de
monitores de câmeras externas e internas onde se acompanhava o
movimento de todos da cidade e aqueles que ele não gostava ia até ao
relativo interruptor e apagava a luz dos postes onde este passasse.
Entretanto, após Dominic pegar um ônibus desapareceu.
Depois de um longo período de silêncio que agonizava O Zelador, ele
de repente escutou o som da campainha. Tomando imenso susto ao
localizar a equivalente câmera, ele se deparou com o rosto imenso de
Dominic na tela, fazendo este cair da cadeira e perder os óculos fundo
de garrafa que ele usava, apenas re-encontrado após tatear alguns
instantes. Revoltado, este vai até a porta da usina pegando um micro-
fone e fala que não vai deixa-lo entrar.
Determinado, porém, Dominic jogou seu casaco sobre um
cercado de arame, sobre este farpado do alto e pulou. Nervoso, o
Zelador completamente magricela então abriu um painel onde revelava
mais algumas câmeras e junto alguns botões, apertou um que fez abrir
um buraco no chão que o jogaria diretamente do alto da represa, mas
Dominic se esquivou se agarrando num cano que se partiu deixando
escapar muita fumaça, mas não antes dele sair da armadilha. Seguindo
- 254 -
enquanto o Zelador aos berros dizia que iria mata-lo, acionou uma rede
que vindo do chão visava prende-lo, mas esta nem perto dele passou.
Ao alcançar a porta, com um chute ele a abriu, dando tempo
apenas do Zelador sair correndo dando uns grunhidos finos e histéricos
e deixando um livro que lia no caminho 'O Mágico de Oz'. Tremendo
por de trás de um imenso computador que emitia um ruído intermitente
e constante, O Zelador disse que os ordinários chegariam logo, logo
ali. Perplexo Dominic o agarrou pelo jaleco sujo e o levantando disse
que queria saber do amigo dele. Então nervoso o Zelador disse.
- Somente Adrastéia sabe, não brinque com Deus, pois Ela é.
Já sem paciência Dominic perguntou onde deveria acha-la, e o
largando foi até os monitores e num teclado digitou o nome dela
enquanto O Zelador se encolhia num canto em pânico. Então piscou na
tela a mensagem escrita: nível restrito vermelho. Franzindo então a
testa Dominic se virou e viu que O Zelador tinha um cartão com este
acesso pendurado no jaleco. Arrancando-o passa este no computador e
dá um click revelando o lugar, exatamente no prédio onde era a
pizzaria.
Ao retornar a Pizzaria um homem na portaria diz que ele não
pode entrar, mas quando ele revela o cartão vermelho este se assusta e
diz para ir por de trás, no acesso de empregados. Ao entrar por um
estreito corredor e segui-lo até o fim leva um enorme susto ao ver uns
homens passando com um volumoso tapete tirado de um caminhão,
mas que ao verem o crachá na mão dele pararam recuando com grande
temor. Chegou até o acesso, a um elevador, e ao apertar o botão
fazendo este abrir a porta e o homem que antes o havia atendido fica
em pânico ao ver o cartão na mão dele ao passa-lo no painel do
elevador, liberando um andar não especificado neste e, em seguida
aperta o botão para o próximo andar que ao chegar neste saí correndo
por um longo corredor até entrar num banheiro próximo a seu fim.
De repente, silêncio se faz, e a porta ao se abrir revela um lugar
estranhamente deserto. Porém, um grunhido o chamou a atenção, eram
dois homens que por uma pequena janela de poucos centímetros
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tentavam se expressar com os olhos pedindo socorro e murmurando
algo indecifrável por estarem com uma atadura na boca. Dominic sai
receoso e escutando seus próprios passos ecoando no pelo saguão
vazio e segue até a maior das portas locais, a única que estava escrito
Elora Adrastéia, a maior, e foi até ela. Ao abrir viu curiosamente uma
mulher com um vestido velho e sujo tendo a única saída outra janela
que mostrava a vista de toda cidade tal como a de Baron, mas esta
ainda mais alta. Dominic tentou abrir a porta próxima, porém, em vão,
e então disse que tentaria voltar.
Elora Adrastéia, essa mulher ele só havia curiosamente visto
em sonhos, na realidade pesadelos do qual parecia querer falar-le
coisas ruins, mas ali ela tinha um charuto na mão, e de uma aparência
suja, branca, quase Albina, se virou mostrando uma aparência
simplesmente feia, repleta de espinhas no rosto que apesar da idade
dava-lhe uma impressão indescritível, enquanto em suas mãos tinha
dezenas de pastas e uma antiga máquina de escrever onde ela escrevia
destinos absurdos para muitas pessoas. Numa das pastas o nome de seu
amigo, diante desta com uma cara de desdém ergueu até ele sem falar
nada, e cuidadosamente ele a desfolhou, vendo fotos e detalhes
íntimos, até ver uma página escrita seguimento do Caso #1, Ordem
785. Com o tom de revolta suprimida pelo medo de estar diante
daquela estranha mulher, ele ainda perguntou porque e o que aquilo
significava, e ela então começou a contar uma história muito antiga.
Future Imperfect
Elora Adrastéia, ainda era jovem, num lugar muito distante dali, mais
do que ele era capaz de imaginar, pois sua distância era medida,
sobretudo em tempo, não quilômetros. Enquanto caminhava por um
lugar abandonado encontrou um estranho objeto dentro das ruínas de
uma indústria. Era uma pequena agenda do qual ao abrir viu relatos de
estranhos de outros tempos e uma estranha pétala multicolorida que
jamais havia visto. Perplexa com aquilo olhou a volta como se um
ruído ocorresse. Foi quando então, o chão e as paredes tal como o ar a
sua volta oscilassem e simplesmente desaparecessem a sua volta.
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Ela desmaiou e ao acordar acreditando se tratar de um mero
desmaio se levantou, mas para perceber que se encontrava num lugar
diferente, muito diferente do que ela jamais esteve, onde se encontram
aquela cidade. Ela caminhou até que finalmente encontrou um outro
homem, Anderton Mirta, que se dizia estar na mesma situação, os dois
igualmente desorientados, porém, tão logo foram abordados no imenso
espaço vazio em que se encontravam numa floresta equatoria,l um
homem estranho de aparência plástica que se identificou por
Designium, este homem lhe falou que ele fazia parte de algo especial
que mudaria o mundo e o tempo para sempre e tão logo outros
chegariam aquele local. O tempo passou, e mesmo que naquele lugar
houvesse um pequeno celeiro onde os dois ficaram nada aconteceu,
estes então leram uma agenda, descobriram que tal tinha sido escrita
misteriosamente naquele lugar onde haveria dois corpos enterrados.
E Nesta tal misteriosa pétala teria poderes sobrenaturais de ver
o futuro, passado e alternativas mediante o livre-arbítrio. Ao utilizarem
tal, Adrastéia teve para sempre sua percepção alterada ao ter uma
compreensão única daquele lugar através dos tempos, e insights futuros
de que deveria construir algo naquele local, porém num ataque de
delírio e devaneio esta impediu que Anderton Mirta a utilizasse mais, e
tão logo, este passou a espia-la com a invenção de tirar tal relíquia que
a fez saber de coisas que não tinha como saber inclusive sobre ele
mesmo.
Porém, na manhã seguintes pessoas estranhas e igualmente
perdidas começaram a aparecer pelo enorme terreno deserto cercado de
florestas, se questionando sobre onde estavam e quem ela era. Os dois
assim sentindo-se ameaçados de seu segredo, resolveram ocultai-lo,
mas sendo constantemente vistos, um dos jovens num dia o
descobrium, e num ataque de delírio Adrastéia o apunhalou o matando
durante a noite. Desesperada, pediu auxílio de Anderton para ocultar o
corpo dos demais junto aos dois mortos, porém, os outros sentiram sua
falta, criando um clima negativo. Um homem se aproximou certo dia e
os chantagenado disse que havia os visto enterrando o corpo e se não
quisesse que revelasse seu segredo deveria contar-lhe o que mais
- 257 -
escondiam, mas ambos cobiçosos dissimularam e ao demonstrar
ganância armaram um laço para lhe matar igualmente, e assim foi.
Mas eles não esperavam que o local que se construía a seu
entorno tomava grande vulto, com casas rústicas e de madeira e tão
logo se vendo isolados e sem esperanças de retornar a seu tempo, pois
todos conforme se conheciam notaram que cada um era duma parte
diferente não somente do mundo, mas do tempo, resolveram assim
começarem uma comunidade tendo sob a liderança, por ter
conhecimentos estranhos sobre aquele local a própria Adrastéia. Mas
estes não sabiam porque, um número crescente de pessoas desaparecia,
o que pouco a pouco levavam a Anderton e Adrastéia como suspeitos
por na realidade matar um a um a fim de ocultar seus segredos e fonte
secreta de seu saber. Até que num certo dia as pessoas tramaram contra
os dois e estes encurralados em seu celeiro matando Anderton, e ela em
desespero notou que o misterioso Designium havia retornado.
Junto com outros homens, rapidamente tratou de dispersar a
multidão fazendo revelações esplendorosas de onde veio e o porque de
lá estarem. Porém, tão logo à medida que todo tipo de tecnologia para
lá era levada eles começaram a ter sonhos tão estranhos que pareciam
os consumir em suas memórias até que eles as foram perdendo, pouco
a pouco, assim como suas identidades e voltando a se perguntarem
quem eram, de onde eram, e o que faziam, apenas quebrados por
sonhos eventuais sobre seu tempo de origem. E assim nasceu esta
cidade, numa penumbra existencial onde apenas Designium retorna a
levar alguns destes ao seu benefício próprio e que ela mesma
desconhece, como se ele fosse um ceifador, enquanto Adrastéia se
incumbia de escrever sobre o que aqueles homens e mulheres daquela
cidade tinham de fazer. E assim o celeiro se tornou uma pizzaria onde
reinava a mediocridade e a mentira como centro de todas as
assombrações daquela não menos estranha população. Neste momento
Dominic finalmente compreendeu o porque de seus sonhos, como
vindo dum lugar distante dali, no século XVI em algum lugar do
Oriente Médio. Enquanto seu amigo sempre lhe contava sonhos de que
vinha dum lugar chamado Alemanha pós-segunda guerra mundial,
após encontrar um bunker nazista desativado.
- 258 -
Naquele lugar estavam os arquivos, o amigo de Dominic havia
visto um daqueles que descobriram a verdade e fora levado pelo
Designium a um desígnio até mesmo a ela obscuro. Apenas lhe sendo
dito que havia chegado sua hora.
Tal ocorreu com a chegada de dois visitantes estranhos que
diziam que os libertariam daquela cidade, homens que se encontravam
presos na cela que ele havia visto. Seus nomes era Hanus e Kaab.
Desde então aquilo não mais se sustentava, e indo ao fundo
descobriu os vestígios daquela dita pétala, mas Adrastéia ao vê-lo se
aproximar com uma bengala o atingiu chamando a segurança, mas não
sem antes ele quebrar a janela e um enorme vendaval entrar jogado
para fora do prédio todos os arquivos sobre as pessoas.
Estava amanhecendo, quando se viu cercado por capangas
daquela gente, mas era tarde, o que se viu eram pessoas de todos os
lados saindo de suas casas pegando os inúmeros arquivos sobre a vida
delas, que eram vigiadas, controladas, todos olharam para cima e então
Adrastéia se ajoelhou em dores no chão e sem agüentar infartou.
Dominic então seguiu até a cela donde já aberta e escapando
notou um vulto ao virar do fim do corredor, onde o estranho homem do
qual ela lhe falava estava falando com um dos dois presos enquanto
outro caído se encontrou, seguindo a este e vendo que estava sendo
visto, Desinginium desferiu o soco contra o preso caindo no chão de
joelhos, mas ao abrir a porta do elevador surgiu o homem que Dominic
conheceu em pouco tempo, Octavius, que com algum tipo de arma
apontou-lhe para Designium, mas este ignorando conseguiu fugir. Um
outro homem lhe seguia. Os dois então se viraram e lhe agradeceram
por fazer tal descoberta a eles, pois eles não queriam levantar suspeitos
naquele local como os dois presos fizeram.
- Você mesmo libertou essa gente destes homens - disse
Octavius mostrando da janela dezenas de pessoas vindo em direção
àquele local que cercado os seus seguranças se viram obrigados a se
render diante de uma silenciosa multidão.
- Lhe agradeço, pois nós não podíamos fazer isto, para não nos
expor – disse um homem e em seguida se apresentando - John Roberts.
- 259 -
- Mas há quanto tempo aqui estão? - indagou o jovem.
- O suficiente para que tomasse posições importantes. -
respondeu Octavios
Essa é a história de Dominic Kaspar, um homem que mudou
uma cidade inteira, onde todos voltaram a sorrir espontaneamente e ele
como bom cidadão rumou a sua casa, até que ao abrir a porta viu que a
luz do poste hoje não se apagara, e foi dormir um bom sono, sem saber
o que ocorreria no dia posterior, em meio aos gritos de seus
moradores...
- 260 -
Parte IX
Anomia of Solage
Estorvo Temporal
2013. Órbita terrestre, um satélite com o símbolo da Bug´s Time gira
numa órbita estacionária entre os Estados Unidos e as Américas se
interligando a outros numa rede que rivaliza com a de grupos de
comunicação e científicos. O mundo mal sabia, mas acabara de ser
salvo graças aos atos de John Octavios como um personagem
conhecido a impedir os vetores que levariam ao fim do mundo. Foi
dele o argumento que se tornou possível criar uma sonda a ser enviada
ao Sol a fim de transtornar uma tempestade solar para que não se
virasse contra a terra provocando a queda completa dos sistemas de
comunicação e eletrônicos.
Na frente do satélite se torna visível o símbolo da Bug´s Time
com seus ponteiros, tendo ao lado os captadores e espelhos de suas
asas, quando de repente uma pequena luz verde começa a piscar como
se enviasse algum tipo de sinal mudando para vermelho. Um objeto de
fora desta órbita surge por de trás do satélite terreno em grande
velocidade, e em direção sua direção até que seu tamanho revela-se
cerca de umas 30 vezes maiores colidindo contra ele, e simplesmente o
destruindo. É um UTR (Uncorrelated Targets Reports) não um mero
bólido, porém estacionando numa órbita regular em torno do pequeno
planeta azul.
Os alarmes de diversas agências que monitoram não somente
os satélites, mas de possíveis asteróides em rota de colisão soam a
determinar tal objeto de tamanho peculiar aos demais.
Rapidamente o ônibus espacial Columbia que estava na
ocasião estacionado a ISS é enviado com um suporte de combustível e
suprimento extra a fim de se acoplar e fazer imagens do objeto.
Apesar de sua superfície estar claramente marcada por
pequenos buracos provocados por pequenos meteoritos, o tornando no
externo parcialmente queimado, este sem dúvidas era um artefato
- 261 -
artificial construído por algum tipo de inteligência de fora da terra.
- Receio que tenhamos descoberto provas conclusivas sobre
vida fora da Terra. - disse um dos homens da NASA ao fazer imagens
ao vivo para a terra. - permissão para acoplar e interceptar tal UTR.
- Permissão concedida - respondeu Houston
Dois homens trajando seus universos saíram de seu
compartimento utilizando-se de propulsão para alcança-lo e
encontrando uma comporta que utilizando um sistema simples de
abertura conseguiram abri-la. Ao entrarem o ambiente amplo, mas
escuro apenas era irrompido pelas luzes das lanternas de seus trajes que
rapidamente iluminou algo que os deixaram confusos. Palavras escritas
em português e inglês 'Ark of Time' onde em diversos compartimentos
haviam nomes de amostras genéticas de plantas, e animais diversos,
coletâneas de nossa história, com músicas, filmes, obras de artes e
literatura, um pedaço completo de nosso mundo compactado naquele
artefato onde ao se acessar um computador viu-se a data 2254.
A Nasa e as demais agências espaciais entraram em polvorosa,
mesmo que tais imagens não tivessem sido divulgadas para o mundo,
pela rápida intervenção de diversos homens como Álvaro Watchman,
queria descobrir do que se tratava aquilo. Um objeto vindo diretamente
do futuro e revelar que nosso mundo havia acabado.
John Octavios está a flutuar, mas como dentro de um fluído
fino como se fosse dentro de um útero simplesmente viu suar partes e
membros transcenderem recuando no crescimento até que ele se tornou
um feto novamente.
Era um sonho, Octavios acordou perplexo com tal e ao receber
o contato de sua fonte dentro do DIA descobriu sobre o incidente na
órbita terrestre, completamente estarrecido resolveu contatar a
T.E.M.P.U.S. secretamente sobre o ocorrido, a ser relatado diretamente
a Teogoras. A transmissão de dados do vídeo era péssima, graças à
interferência provocada pela recente entropia.
- 262 -
- Você quer dizer que a concorrência de vocês são os ÓVNIS?
- perguntou Octavios - e o papo de estarmos sós no mundo?
- Chame do que quiser, eles trabalham nisso aparentemente
mais tempo que nós, e dominam a tecnologia para tal, mesmo que
querem algo em nós que não sejam capaz de ter. - respondeu Teogoras.
– Porém, acredito particularmente que este caso tenha sido uma
interferência para nos sabotar a nós mesmos, ataque medíocre típico
dos homo nulus.
- Eles não podem atuar diretamente deste modo. - disse
Octavios
- Por isso mesmo vivem de sabotar, roubar, anular e utilizar
seus pares para atuar diretamente em seu lugar. - respondeu sem
paciência Teogoras.
- Podemos impedir isso numa missão preventiva a nós
mesmos? - indagou Octavios.
- Não podemos nos contatar a nós mesmos no passado
existencial para interferir numa missão anterior. Os danos que
provocariam podem ser imprevisíveis e irremediáveis. Por tanto neste
caso, quando este artefato trazendo descobertas e história do futuro,
talvez seja um favor que Watchman esteja fazendo em impedir a
publicação, mesmo que involuntariamente.
- Concordo - respondeu ele - Porém me preocupa se lá tiver
informações sobre nós, anos querer sabotar.
- Infelizmente é um risco que temos que correr. Desligando, e
retorne a base, sua missão foi cumprida com sucesso, não se prenda ao
sucesso deste lugar. - finalizou Teogoras.
- Afirmativo. - terminou Octavios a ligação intertemporal.
Octavios sabia que havia gente cuja mentalidade medíocre e
injustificável, que pós fogo na biblioteca de Alexandria, impedia a
verdade de ser revelada se não contra os fatos numa falsificação da
realidade. Mesmo que no caso da T.E.M.P.U.S. por estar fora de sua
linha temporal oriunda tinha por diretriz não faze-lo a salvo exceção de
Octavios, os transtornos históricos que estes provocavam no mundo
eram imensuráveis, sendo capazes de criar guerras por mera disputa de
- 263 -
conhecimentos onde pessoas que viviam em condições sub-humanas
deveria se submeter as suas regras parciais e injustas de constante
castigo mesmo que num lado completamente oposto estivesse
expostas, hipocritamente expostas.
Alguns anos depois após esta missão dentro da T.E.M.P.U.S.,
na Zona Neutra XT-1001 Conorte, um dia antes da perda de contato
com as demais, a Zona Temporal Neutra 086 Conoeste. Alguns novos
agentes após aceitarem a missão nobre da T.E.M.P.U.S. resolveram
participar do programa de nossos temponautas, aspirantes após os
conhecimentos adquiridos. Estes salvos após incidentes de diversos
pontos do espaço-tempo onde diversos abduzidos de outras épocas
eram colocados, e viviam praticamente sem memória. Entre estes
estavam alguns sobreviventes de Ronoake e Dominic Kaspar que teve
papel importante na cidade secreta e graças a Deus poderia ser alguém
por seus próprios talentos, e se encontrou empolgado após ter suas
memórias recuperadas junto aos demais que agora, não poderia
retornar ao tempo original, afinal já eram crescidos pra dizer no
mínimo.
John Octavios foi designado a instruí-los, apresentando o
recinto após os testes preliminares destes aspirantes e depois de
conhecer o próprio futuro de quando a T.E.M.P.U.S. foi fundada, onde
os demais permanecerem numa re-integração no esplendido lugar onde
a pobreza era o único ser extinto junto à injustiça e a dor.
- O nome verdadeiro deste lugar deveria ser segredo científico,
pois aqui é onde estes correm como o sangue nas veias de seu corpo,
segredos bons e segredos venosos, segredos de todas as cores e
tamanhos, mas por isso mesmo você precisa de um que seja apenas seu
e diga apenas a respeito de você, mas ninguém, um segredo criado ou
não, sentido ou pensado do qual você possa se segurar quando o tempo
fechar e não tiver como correr. - disse Octavios para os aspirantes e em
seguida perguntou. - Alguma pergunta?
- A quanto tempo existe a TEMPUS? - disse um deles
- 264 -
- Depende, cronologicamente na terra? Pois se o é não seria
mentira dizer que estamos há séculos. Mas a existência de serviço de
nossas bases ultra-secretas? Não mais que uns 28 anos numa
cronologia própria, mesmo que incluindo a interrupção daria uns 50
anos de acordo com a cronologia local. Mais alguém? - disse Octavios
quando apontou para Dominic que levantou a mão.
- Se uma pessoa morre numa linha temporal, no passado,
continua viva, então para onde vai a alma? - perguntou.
- Isso aqui não é aula de teologia ou religião meu caro, mas
ciência. Porém, Teogoras, não confundam seu nome, tem algumas
teorias formuladas sobre tal chamada poli-consciência. -finalizou
Octavios
Um outro jovem levantou a mão e perguntou sob a permissão
de Octavios.
- Se o futuro não existe e você é um agente do futuro, logo não
deveria existir. - disse outro destes.
- Tais concepções são estudas por anos pelo nosso Teogoras e
como disse se resume nas concepções de policiência ou multi-
consciência. - respondeu Octavios - Porém, como se podem perceber,
não podemos retornar mais de duas vezes as mesmas linhas temporais
resumindo nossas viagens à observação mediante o isolamento do
quantum, ao preenchimento de lacunas e correções temporais.
Após as perguntas serem finalizadas os jovens foram
orientados pelos grandes saguões do local onde diversos trabalhavam
enquanto Octavios explicava cada um destes lugares em particular aos
seus alunos.
- Como podem observar - disse Octavios - Neste nosso
pequeno acervo consta artefatos lisonjeiros que provam nossas viagens
temporais através dos tempos, mesmo que aqui, não esteja o mapa de
Piri-reis e as pilhas rudimentares feitas por Stoneset em tempos
- 265 -
remotos. Artefatos conhecidos em linhas temporais futuras
abertamente.
Em seguida chegaram ao local onde os equipamentos diversos
utilizados pelos temponautas eram usados, tecnologias ultramodernas
que graças ao trabalho dos gênios da T.E.M.P.U.S. foram
desenvolvidos em pleno suporte técnico e condições de trabalho. E
assim ele pegou o medidor quântico utilizado por eles nas missões pelo
espaço-tempo e disse:
- Como vocês podem observar esta é a pulseira quântica, sem
ela vocês não são nada em suas missões temporais, estas fazem leituras
de entropias e regularidades quânticas e suas interferências pertinente à
interação e observação previamente planejada, do qual um único átomo
pode criar uma explosão nuclear. Tenham em mente isto. - disse
Octavios e após um curto tempo de silêncio disse - Os Taquions e
outras partículas devem sempre corresponder cotas equilibradas de
limites que não podem ser menores nem excessivos a criar distúrbios
nas teias metafísicas do tempo quântico, cujos exemplos das simetrias
proporcionais são provas do caos positivo e negativos mediante
interações temporais dos qual a tese da flor de mil pétalas são provas
das ressonâncias temporais proporcionais.
Ao finalizar este discurso, porém Octavios sente náuseas e
tonteira e sai e após pedir desculpas se retira do recinto deixando para
seu auxiliar os orientar até suas salas de aulas teóricas.
Anibal Ad Portas
Teogoras carregando uma Pasta com a sigla TDAC (Temporal
Denfense And Correction) sobre propostas de um grupo de campo
avançado liderada diretamente pelos Topologos, se dirigiu aos
aposentos de Otcavios onde o perguntou como se sentia, uma vez que
tais náuseas e sangramentos pelo nariz fossem cada vez mais
freqüentes corrobando com seus estudos sobre multi-consciência. Mal
que andava sofrendo outros agentes como Hanus após o incidente da
- 266 -
cidade secreta. Havia se passados dois dias desde que Octavios
abandonou a turma de aspirantes a temponautas e sentindo-se tal se
confinou em seus aposentos com um breve tratamento neurológico.
Uma estranha interferência nas comunicações havia se acentuado
fazendo a comunicação entre as demais caírem fosse na Zona Neutra
XT-1001 Conorte deles, a Zona Temporal Neutra 086 Conoeste e
Coneste, graças a anomia do qual Octavios já havia achado incidios no
tempo em que ficou no século XXI para salvar John Roberts e impedir
o fim do mundo. Vendo porém, a similaridade de tal evento com a
anomalia que destruiu o mundo no futuro, Teogoras convocou
Octavios junto a John Roberts antes de retornar ao seu tempo numa
missão para contemplarem o futuro pós-apocalípco.
- Como meu sucessor, creio que seja natural compartilhar com
você este segredo do qual o mistério ainda não deciframos por
completo. - disse Teogoras - por tanto a não ser que não esteja em
condições físicos e psicológicas lhe convoco para tal.
Assim foi, uma vez que uma missão futura não poderia alterar
necessariamente o passado a salvo a exceção do incidente de Lennox.
Teogoras após reunir os dois, caminhando sob uma bengala
instruiu Octavios e John Roberts até o CEET e de lá programou um
wormhole para um lugar do futuro que segundo eles somente os
fundadores da T.E.M.P.U.S. foram até então. Ao se transportarem
surgiram atordoados diante de uma longa cordilheira pontuda que
recortava nuvens negras e avermelhadas que se estendia até o fim do
horizonte, um lugar inóspito, cinzento e que não havia quaisquer tipos
de fauna e flora.
- Estamos numa Zona de Crepúsculo - disse Teogoras -
Somente Herbet Stoneset, eu e Lennox conhecemos este ponto do
espaço-tempo. Estamos no futuro de nosso mundo, isto é, sua
destruição.
- Este lugar é a terra do futuro? - exclamou Octavios enquanto
um vento quente vinha em sua direção.
- 267 -
- O que um dia era algo chamado terra. - respondeu Teogoras e
deu dois passos à frente com sua bengala continuando enquanto
contemplava o horizonte - Um enorme asteróide colidiu contra nós no
final do século XXII, em sentido anti-horário fazendo simplesmente a
terra parar sua rotação e consumindo toda superfície aniquilando quase
nossa atmosfera. O que sucedeu é que uma face vive numa gélida
penumbra de escuridão e outra sob um interminável e escaldante dia de
sol terrivelmente quente. Somente estes pontos onde não se é nem
noite e dia é que o clima se torna suportável, porém a formas de vida
extremamente hostis.
- Zonas de Crepúsculo - completou John Roberts.
- Exato. - disse Teogoras - muitos fugiram pelo espaço para
justamente os lugares determinados no pilar de Seth, mas nós
permanecemos, a TEMPUS ganhou seu verdadeiro sentido de existir e
tentar compreender porque só conseguimos adiar o fim do mundo, não
impedi-lo por completo.
Neste momento um pequeno tremor surgiu num ponto onde
notaram sob a terra um ser a irromper como um verme gigante repleto
de espinhos e enormes dentes em sua boca multifacetada. Fazia
lembrar uma versão muito maior e pior a do Allergorhai Horhai uma
lenda de um tipo de "superminhoca" da Mongólia. Teogoras assim
prosseguiu a relatar tudo sobre o que ocorreu neste mundo, agora não
menos alienígena que qualquer outro como marte...
26 de Maio de 2217
A Humanidade estava em seu apogeu, a T.E.M.P.U.S. prosseguia em
sua missão de conhecer pontos de nossa história obsoletos quando
topamos com elementos incomuns independentes da época do tempo.
Uma anomia, algo que crescia a carcomer o que era nosso universo,
desde então percebemos que algo estava errado. Chegamos pensar que
fosse nossa própria culpa por algum erro que provocamos na linha
temporal a determinar tal anomia que parecia ir contra as leis naturais
do universo, até então somente Hebert Stoneset conhecia o sombrio
futuro que nos aguardava como seu maior segredo inerente a
T.E.M.P.U.S. numa de suas primeiras viagens com apoio de Lennox.
- 268 -
Havia neste período um grupo da maior elite intelectual que o
mundo já viu, pessoas realmente sobre-comuns dotadas de capacidades
superiores às demais graças a um aprimoramento genético onde
características que os possibilitavam feitos e poderes antes impossíveis,
tirando-se exceções ao longo de nossa existênci, tais a os faziam serem
capazes de viajar por mentes, os chamados imaginologos, outros com
capacidade de principio de telecinese entre outros poderes
assombrosos. Alguns Seth obviamente eram parte deste grupo assim
como o próprio Stoneset e um certo Apocon Keystone. Ele conseguia
ser o mais poderoso mentalmente dentre os demais, de modo que logo
que se percebeu que o poder da mente fazia do poder de nosso corpo
menos do que nada, a mente é que importa realmente.
Ao logo de toda nossa existência percebemos que perto dos
animais da natureza sempre fomos em proporção e relação os mais
fracos fisicamente, mas o que nos fez vencer foi justamente nosso
maior diferencial, a mente, o poder da mente sobre o corpo. Assim
mesmo que algumas elites tentassem se especificar em aprimoramentos
físicos nada eram perto dos mentais. Este grupo era capaz de grandes
feitos, descobertas, pouco a pouco revelou as chaves de nossa mente
para o universo de modo que fez o ser humano conseguir expandir aos
limites jamais explorador por nossa mente. Vencemos as pestes,
pragas, fome, miséria, a dor, pouco a pouco descobrimos que a nossa
verdadeira razão de existir estava a desvendar os segredos do universo
e nossa própria mente.
Porém, algo deu errado no dia 26 de maio de 2252 quando
Apocon Keystone supostamente teria visualizado um asteróide que se
desviando do cinturão de Oort rumou em rota de colisão com a terra.
Muitos acreditaram por se tratar do fato de uma intriga entre o grupo
dos banais dedicados ao corpo que o desejavam mata-lo, e como
resposta a sua poderosa mente inconscientemente atraiu este asteróide
do qual a colisão foi inevitável. Armas e tiros foram lançados, mas
apenas a criar outras partes deste contra nosso mundo, foi se tentado
desvia-lo, mas em vão, ele parecia atraído pela terra como um pedaço
de metal por um imã. Assim seguiu-se tentativas secretas da própria
T.E.M.P.U.S. por tentar evitar tal, retornando no tempo e procurando
- 269 -
Apocon Keystone e tentando impedir a intriga para mata-lo o que
certamente o impediu de realizar grandes descobertas graças à
interferência destes vazios homens. Mas ainda assim algo deu errado,
varou o tempo como um eco a se repetir de maneiras diferentes em
diversas épocas e períodos, uma força anomia crescia gradualmente em
proporção em diversos pontos do espaço tempo criado torções de
repetições e ecos infindáveis.
Em parte descobrimos que a mente de Apocon conseguiu varar
não somente o espaço, mas o tempo como um semideus a navegar por
nuances e ecos temporais e assim até mesmo interferir com esta
positivamente. O problema não era ele, mas mesmo todos nossos
esforços não impediram o fim do mundo, houveram até mesmo aqueles
que sugerissem mata-lo, mas tal proposta criou oscilações ainda piores
favorecendo a anomia, a loucura temporal contra a legislação do
universo.
Todos sabiam que deveriam tomar uma decisão, nem todos
poderiam ser salvos e assim se dividiram em dois grupos, um que se
dirigiu a explorar os pontos do espaço-tempo determinados como
habitáveis e outros por buscar exílio no passado de nosso mundo, em
pontos de espaço-tempo secretos onde criaram pequenas cidades onde
coexistiam pacificamente com seu habitat afim de que não
transtornasse a linha do tempo de modo algum. Porém, além dos erros
de alguns que não conseguiram conter-se em explorar a nós mesmos
como deuses, houveram casos estranhos de outras interferências não
determináveis como a enfrentada por Octavios nas Américas.
Enquanto os demais lançaram sondas em direções especificas
do espaço com informações sobre nosso mundo e toda nossa existência
como verdadeiras arcas espaciais contendo amostras de genes e outros.
O asteróide surgia a tornar nossas noites em dia e cuja
dramática entrada na atmosfera perpetuou o sentimento daqueles que lá
permaneceram por não poderem ser carregados, tal como os poucos
moradores da lua agora abandonados, a contemplar o último
crepúsculo, e o maior e mais tristes do amanhecer, o amanhecer
cósmico do asteróide a consumir todo o planeta com uma enorme onda
de impacto cujo centro de re-encontro expulsou vestígios de nosso
- 270 -
mundo pelo espaço e a separando da lua e parando seu movimento de
rotação. O mundo se escureceu numa penumbra de décadas duma
espessa nuvem de fumaça cuja atmosfera arruinada somente após logos
anos se recuperou parcialmente a isto que vocês vêem aqui. Porém, o
curioso que mesmo que toda forma de vida tenha sido destruída, restou
algo entre suas ruínas que com o passar dos séculos se transformou a
sobrevivência como verdadeiros seres pós-históricos, os únicos a
habitarem este mundo agora tão hostil...
Ao ouvirem tal, Octavios e John Roberts completamente
perplexos e destituídos de palavras por tal, sentiram uma tristeza a
toma-los de modo que os enfraqueceu nas pernas, o conceito de
imaginar que havia um futuro de tempo indeterminado pela frente
soava incrível, porém agora o oposto soava não menos desolador e
bizarro. Enquanto ao lado esquerdo do horizonte se observou uma
enorme nuvem em alta velocidade, em que Teogoras disse se tratar de
um grande furacão que durava a mais de uma década similar ao de
Júpiter e seu 'olho' vermelho.
- Existe um embate interminável de forças opostas ao longo de
todo nosso existir - disse Teogoras - Algo que suprime todo sentido e
razão de existir, o propósito mediante as legislações imparciais do
universo responsável por toda proporcionalidade e equilíbrio, e uma
oposta a destituir nossa existência contra nossos talentos e dotes a nós
anular de qualquer sentido a um vazio contra o que somos e temos de
fazer realmente, uma anomia, que não obstante, parece carcomer o
tempo a criar verdadeiras anomias posteriores. Por isso, nós lutamos a
conter tal força de anomia ao longo do espaço-tempo que curiosamente
parece não só persistir em vencer no nosso futuro. E muitos as
venceram antes, mas apenas a atrasa-las um pouco mais as
sobrepujando por feitos considerados milagrosos.
Após saírem daquele lugar medonhos o silêncio introspectivo
tomou conta de todos, especialmente Octavios e John Roberts. Porém,
este quando ajeitava seu cabelo negro que já havia crescido desde as
- 271 -
últimas missões a se preparar para o seio de sua família a cuidar de
seus pequenos filhos se aproximaram-se de Teogoras e lhe perguntou o
porque de ter revelado tais descobertas a ele. Mas este apenas com um
sorriso, disse que foi necessário dado o seu nível influente, mas que, no
entanto, tudo que tinha de se preocupar no momento era em usufruir de
sua amada, no passado.
John Roberts acenou respeitosamente a ambos em
recripocuidade, homens nobres numa missão nobre do qual John
Roberts sentia-se orgulhoso em fazer parte, finalmente tinha algum
sentido de existir. Assim, a imagem deles se torceu diante de seus
olhos o fazendo aparecer no local a muitos quilômetros de onde tinha
seu secreto e humilde, mas confortável lar, mas que recobrar
consciência completamente desorientado levantou-se se deparando
com Max Zulu igualmente desorientado como se tivesse saído do
mesmo wormhole. Nervoso e temeroso com as atitudes nenhum pouco
civilizada de seu último encontro com ele, John Roberts se levantou,
mas este igualmente assustado ficou em posição defensiva, mas não
impedindo um empurrão de John Roberts sobre ele o fazendo rolar por
um pequeno penhasco repleto de mato, dando apenas tempo de John
Roberts perguntar quem ele era. Mesmo que tal atitude o tenha feito
sentir o tom de revanchismo mediante seu encontro nenhum pouco
sociável com ele, rapidamente se lembrou das próprias palavras do
estranho sujeito que lhe disse que o encontraria numa posição de
desvantagem, pedindo para que pegasse leve com ele.
Mas John Roberts pouco se importou com o homem, e seguiu a
passos rápidos entre uma trilha até após algumas horas visualizar seu
antigo lar...
Designnium´s Delirium
Cronologia local: seis de outubro de 1896. Havia se passado um dia
desde que John Roberts havia saído de volta ao seu tempo onde após
um breve dialogo, Octavios foi convocado para uma reunião dentro
três horas. Logo, assim sendo Octavios dormiu e após mais um
estranho sonho, desta vez com a própria anomia no futuro, ele se
dirigiu à sala de conferências ás 13:41. Aparentemente numa
- 272 -
averiguação na superfície alguns anos antes naquele mesmo local Kaab
havia perdido seu sinal com a base e assim Octavios resolveu
intercepta-lo. E assim sucedeu tal missão onde a anomia, no entanto,
pareceu crescer mesmo que com dificuldade conseguiram estabelecer
as conexões e forçando Octavios acabar por envolver uma civil nativa
daquele tempo, com quem teve um envolvimento mais particular.
Porém, mesmo não sabiam eles em todo seu conhecimento
sobre o tempo que uma anomia contra-destinatária consumiria numa
emboscada tirando a vida de Octavios por um infectado, mas antes
mesmo que lamentassem estes sua perda mal sabiam que era apenas o
começo de um ataque aos agentes da T.E.M.P.U.S., Joseph Hanus
entrou num profundo coma onde sem poder acordar permaneceu inerte
diante de um ataque sincronizado as demais bases através do tempo
demonstrando que as teorias de Dayane estavam corretas, havia um
traidor entre eles, porém tarde, pois ela havia desaparecido...
Entre tubos de ensaios, microscópios em algum lugar do
espaço-tempo do século XXI Designium nasceu, forjando em
laboratórios secretos após o inicio duma guerra onde a Rússia após um
saque em Saratov teve um certo sino roubado e utilizado na incubação
destes genes que sofreram uma estranha mutação simétrica donde junto
a genes do próprio Álvaro Watchman este surgiu como um híbrido
humanóide, pois não se sabia ao certo o quanto era humano esta
estranha criança dotada de estranhas capacidades de gerar campos de
aparente anomia a criar verdadeiros erros e degeneração, de certo
metade dele corriam genes de John Roberts, o jovem que preso por sua
capacidade a um modo de viver sub-humano resistia até finalmente se
liberto graças aos esforços dos enviados de Octavios.
Designnium cresceu e como um homem frio e de extrema
perversidade se tornou temido entre os seus, uma criatura criada por
meios duvidosos e que não se sabia ser uma criatura de Deus, mas um
homem artificial criado por mentes moralmente torcidas enfurnando
em seus laboratórios.
Com sangue Designium conquistou não o respeito, mas o
medo dos seus, vivendo na opulência graças a seu "dom" para matar e
- 273 -
sabotar seus inimigos se destacou na guerra e na sub-guerra. Lá estava
Designium diante de um largo campo de plantação chinês onde
observava a distância os camponeses a plantar seus sustentos a espera
de que colhessem no dia seguinte seus mantimentos, aqueles eram, no
entanto, aliados aos seus inimigos que buscavam re-estabeleceras
condições socialmente habitáveis e minimamente justas naquele
mundo a vencer estes ordinários homens. Quando este com um sorriso
após falar num pequeno comunicador viu uma aeronave se aproximar e
despejar uma carga de Napalm sobre a plantação a consumindo em
fogo num rápido furor, assim como as casas destes que saíram de
dentro delas ou pegando fogo ou simplesmente rolando pelo chão em
desespero em meio a prantos.
Designium juntou suas mãos como se rezasse diante daquela
visão e como se não soubesse se sorria ou chorava demonstrou grande
emoção com aquilo, esticou os braços e chorou vendo o sofrimento
deles e dizendo o quão lindo era tal, parecia não querer sair de lá e tão
pouco comunicar o sucesso de sua missão.
- Lindo demais! Lindo demais! - exclamou ele enquanto o
outro homem se comunicava com a Bug´s Time - Coitados estão
sofrendo, isso é muito lindo!
Seu rosto perfeitamente simétrico parecia destoar da
desproporção de seu pensamento, onde sua obsessão mesmo vivendo
em anonimato demonstrava um senso estético e ético tão estranho -
para não dizer bizarro - quanto sua forma incomum.
- Vamos! - disse o homem que estava com ele - Estamos sendo
aguardados a retornar para a base.
Porém Designium não admitia parar de olhar diante daquela
cena até que o último corpo flamejante caísse morto no chão enquanto
suas casas eram consumidas como papel pelo fogo. Ele se retirou, mas
se retirou triste por ver que alguns escaparam, afinal poderia render
mais sofrimento!
- 274 -
Quando os anos se passaram, finalmente os males pareciam ser
vencidos diante do mundo, porém, aparentemente herdando as
qualidades de seu meio pai, Designium persistiu e resistiu, seguindo
muito tempo depois até o lugar de onde Lennox foi realizar o primeiro
experimento temporal, por acaso. Secretamente algumas informações
compartilhadas desde que o misterioso satélite foi usurpado pelos
remanescentes da Bug´s Time como Designium do qual datavam
aquele período do tempo onde tal experimento seria realizado. Assim
seguindo como um quase script estes o seguiam a risca buscando
recriar todas as condições para as viagens temporais não bastando os
conhecimentos inerentes a Ordo Christianistas Ad Tempus do qual foi
formada a Bug´s Time em sua origem como seus remanescentes. Eles
criam religiosamente nas viagens temporais com meio de se atingir a
Deus, serem Deus, e em seu íntimo já especulavam sobre os supostos
temponautas, mediante provas existentes.
Imagine então os quais eram aqueles tempos empolgantes para
mentes torcidas como a de Designium, que não somente buscava
interferir nos experimentos e descobertas como até usurpa-los para se
considerarem donos da verdade.
Lembravam eles de Watchman que como um quase Deus
realizou o experimento casualmente naquele estranho iceberg que
levou John Roberts ao passado, e assim acreditavam fazer a vontade de
Deus, e mais queriam fazer mais: criar eles mesmos suas leis do
tempo...
Imagine Designium como um anônimo a vagar pelas frestas da
história a sabotar a ciência e a história? Como um mero contador dos
equipamentos dos laboratórios se aproximou de Lennox a espia-lo, o
ingênuo homem mal imaginava o que fazia naquele local, para o bem e
para o mal.
Seguiu seu experimento, mas antes que o fizesse Designium
entrou em seu sistema a modificar circuitos e intensidade de energias a
induzir um campo que permitisse atingir outros através dos tempos e
assim foi. Designium que aguardou pacientemente escondido pela
ativação do sistema foi engolido pelo tempo mesmo que junto a outros
- 275 -
quatro, e antecipando seus pares foi parar em algum lugar do espaço-
tempo por onde vagou e espiar e contemplar dores alheias e assim
também as criou. Era a Primeira Guerra Mundial, soldados histéricos
com tanto estress, cegos pelo gás mostarda, e perdidos em si mesmos
pareciam vagar de um lado a outro destituído do sentido de existir, e
assim ele encontrou um jovem Adolf Hitler e se maravilhou.
Vagou mais, e ele até encontrar um certo grupo chamado
Pionierkommando 36 em 22 de abril de 1915, eram 17 horas da tarde
quando os soldados num campo de batalha pode contemplar uma
espessa nuvem amarelo-esverdeada se aproximar, os levando ao
pânico, uns corriam e outros sem saber para onde ir ficavam pasmos
parados ao contemplar sua lenta aproximação com o vento, estas os
engoliram como uma tempestade deixando apenas corpos agonizantes
no chão ao passar. Foi dali que Designium encontrou então perdido um
certo Kimberley Kaab, ao fim da Primeira Guerra até que diante do
fato que morreria novamente foi resgatado por um temponauta num
lugar obscuro mesmo que este estranhou algo como se notasse sua
presença. E ele se maravilhou...
Vendo isto logo desejou estes, e viu que tais lendas eram
verdades, e como uma questão de Tempo saberia que seria re-
descoberto pelos seus, mas não sem passar mais de duas décadas nestes
tempos se infiltrando e conquistando até o incidente do sino na
Polônia. Ao conseguir sair de volta ao seu tempo foi recebido com
vislumbre pelos seus, seguiu ao local onde vendo que estes
conseguiram com limitações tal capacidade, mas sabiam que seguiam
contra aqueles que sem saber os combatia, a T.E.M.P.U.S., mas agindo
assim na clandestinidade tal como das leis universais tramarem seus
próprios planos contra a T.E.M.P.U.S. em segredo para tomarem seu
lugar tal como a criatura o criador, até que chegou aquele dia onde um
pequeno exército formado por diversos através do tempo usurpados, de
suas rotinas diárias com meros abduzidos se posicionaram contra eles.
Todos ainda sentiam o peso da perda de Octavios quando
perceberam o padrão por de trás das leituras a determinar a
procedência da interferência que se auto-alimentava da anomia nas
- 276 -
fronteiras do sistema solar mesmo que permanecesse obscura sua
ligação, mas a comprovar com tal nível de entropia se atrelava à teia do
caos negativamente. O alarme de invasão, porém soou junto as demais
bases através do Tempo.
De um lado, no Brasil uma caravela surgiu como cortando um
nevoeiro de modo inesperado até aportar a barlavento nos portos de
São Paulo, mas o que lhes traziam não eram bons ventos, mas só vento
tempestuoso tal com a da estranha neblina que cobriu tal cidade ainda
nascente. Seguiram com estranho desdém até o porto e desceu como
sendo guardas imperiais diretamente dos poderosos de Portugal, a se
dirigirem, porém a uma missão do qual ninguém jamais imaginava, até
um local nos subterrâneos apenas mostrando papéis – falsificados –
com supostos pedidos do Imperador para visitar estranhas instalações
ainda em construção dos esgotos de São Paulo, porém o que buscavam
não eram meros esgotos ou um subterrâneo qualquer, mas algo além
das paredes de rocha e das de tijolo que todos os seus operários
desconheciam haver.
- Vois me cê, deve sair deste local com seus homens. - Disse
um destes com uma estranha e fria pompa. E por terem suas armas e
posições assim o fizeram.
Ao cercar e invadir a base secreta da T.E.M.P.U.S., do qual
portas não haviam se não pelos wormholes, todos aqueles que lá se
encontravam após explodirem as paredes com cargas de dinamite do
próprio local de trabalho, um a um foram mortos impiedosamente,
tirando-os que tinham os segredos e senhas de acesso ao sistema, sendo
estes torturados, mas graças ao sistema de segurança que visualizava e
monitorava as condições psicológicas destes – assim como sua
habitabilidade – a não revela-las pouco conseguiram. E assim foram
invadidos e somente três dos seus sobreviveram, massacrados
secretamente e devorados pelo tempo, soterrados pelas entranhas do
solo e duma cidade que lhes serviu por lápide de enorme concreto, não
sem antes seus equipamentos e todo tecnologia possível fosse
saqueada.
- 277 -
Enquanto isso na velha Londres, Teogoras nervoso com sua
bengala a cutucar o chão como quem fosse seus inimigos, caminhou
mesmo com dificuldade de um lado a outro enquanto aqueles perversos
e cruéis homens espreitavam buscando a falha na defesa para entrar no
local, quando por monitoramentos perceberam que a ZT do Brasil
sucumbia parcialmente, e a de Londres também seguia o mesmo rumo.
- Temos um traidor! - exclamou Teogoras diante da Tempo-
conferência - precisávamos de Octavios neste momento. Dayane e
Kaab estão provavelmente mortos. O que fazemos?
- Não podemos arriscar um de nossos agentes da TEMPUS cair
nas mãos destes homens. Pois se existe algo que eles sabem de melhor
e aplicar a dor, essa gente transpira o inferno independente do que se
digam. - disse Stoneset num tempo-conferência.
- Mas o que eles querem tanto de nós? - Perguntou Octavios
- Essa gente deve ser apenas batedores anomia dos homo
nulus. - respondeu Teogoras nervoso diretamente ao seu par dos
Estados Unidos em seu passado remoto.
- Estamos falando de anjos e demônios? - perguntou este num
quase sarcasmo - Em todas as minhas viagens nunca vi Deus!
- As evidências da existência do mal, não desqualifica a
existência de algo da mais pura bondade, algo imensurável e
sobrenatural. O porque acha que os homo nulus tanto desejam nos usar
para atingir a nossa "pobre" concepção da flor de mil pétalas?
Porém, aqueles homens agora desorientados se armaram com o
melhor que tinham assim que suas portas foram explodidas um
combate se travou por homens indistintos e como re-programados de
outro tempo, em seus uniformes o símbolo da Bug´s Time como um
relógio, justamente o horário que marcava na cronologia interna deles.
Judas Ad Tempus
Uma mosca passa pela tubulação de ar voando em zigue-zague, e
saindo pelas frestas horizontais do ar-condicionado vindo sobre os
- 278 -
aspirantes que estavam em formação, homens estes que mesmo com o
local refrigerado tinham alguns destes, como Dominic Kaspar, o suor
escorrendo pela testa após formar gotículas numa curta fileira de gotas
quando o zumbido intermitente do não tão pequeno ser alado passado
por seu ouvido esquerdo e o fez levantar sua mão que passou próximo
ao irritante ser. Por um rápido momento Dominic se perguntou como
um inseto conseguiu entrar naquele local uma vez que mesmo não
sendo como a ZT do Brasil era fechado e poucos saiam dali por tais
portas. Talvez fosse algum tipo de mosca pré-histórica que atravessou
o wormhole quando Octavios retornou com Jhenny e Kaab, a julgar
pelo tamanho. Entretanto, naquele momento tal pouco importava, pois
sabiam eles que teriam de enfrentar pela frente.
Todos os homens se armam com o melhor que tem para
guardarem as duas únicas entradas da T.E.M.P.U.S. de Londres,
mesmo que alguns dos aspirantes recebessem antigas armas de
projeteis. Tendo uma porta cujo lado externo imitava uma parede tal
como a do metrô, aparentemente a tecnologia daqueles homens
invasores era capaz de detectar através destas paredes qualquer tipo de
material metálico ou que não fosse verdadeiramente feito de barro,
mármore ou concreto. Deste modo mesmo com o segredo para que tal
porta abri-se o que alguns agentes que saiam para superfície chamavam
carinhosa e sarcasticamente de "Open de Sessámo" ou "Abracadabra",
mesmo que tal estivesse longe de ser o ali Babá e os quarenta ladrões,
aqueles invasores – estes sim ladrões - poderiam com um pouco de
esforço identificar a entrada do local e arrumarem um modo de abrir a
porta.
Tão rápido foi que até mesmo os aspirantes a temponauta
como Dominic Kaspar receberam armas mesmo que sob a supervisão
de outro temponauta experiente, a ficarem em locais específicos
aguardando tal ataque do qual irrompeu por uma explosão que
derrubou a porta como sinal de que o combate começou. Tiros e
pequenas explosões irromperam pelos corredores enquanto, alguns
corriam. Neste instante sem saberem, alguns desertaram pelo portal
wormhole fugindo para outras linhas temporais do qual antes mesmo
que Teogoras tivesse oportunidade de perceber e verificar, o
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mainframe central foi atingido e se tornou inoperável de qualquer outra
estação portátil de seus pequenos computadores pulso.
Alguns dos aspirantes rapidamente se viram encurralados pelos
homens de Designium que agiam friamente matando a todos
indiscriminadamente, quando tinha tal oportunidade, até mesmo
quando se rendiam, na realidade agiam feito robores como se tivessem
sido programados a comportamentos pré-estabelecidos de manobra
ofensiva sempre realizando os mesmos movimentos. Neste momento
Dominc Kaspar orientou alguns dos colegas aspirantes até a sala de
treinamento de espelhos onde correram, mas que pela inexperiência
rapidamente muitos se perderam no labirinto.
Porém, os homens da Bug´s Time aparentemente tal como
máquinas tiveram dificuldade e agir neste local, constantemente
atirando contra o reflexo dos homens que viam inclusive sobre suas
próprias imagens, estilhaçando pedaços de espelhos onde alguns
acabaram por morrer pelos fragmentos. Neste momento Dominic viu
aquele que antes desaparecido era seu amigo na Cidade Secreta e
vendo tal o incitou a reconhece-lo, por palavras amistosas, porém,
mesmo aparentemente diante dele por um momento o semblante do
homem mudou ao ouvir as palavras do jovem Dominic, este como se
estivesse a contemplar o vazio que exalava de dentro dele por seus
olhos, porém, levantou a arma e atirou, porém atingindo um reflexo de
Dominic que se despedaçou. Neste momento Dominic viu que seu
colega não mais o era, mas foi substituído por um ser que destituiu o
verdadeiro homem que havia nele, como se tivesse se tornando não
mais do que uma carcaça a agir e reagir sob parâmetros e diretrizes
nele implantado.
O homem branco e de cabelos loiros então levantou a arma em
direção a todos espelhos, como se recebendo ordens externas a
obedeceu disparando para os lados em intensidade limite de sua
máquina de matar fazendo com que os muros daquele labirinto se
tornassem num monte de espinhos de vidro a saltarem para todos os
lados atingindo o próprio, mas que como se fosse um pouco mais que
um ciborgue apenas contorceu levemente o rosto no sentido de dor,
- 280 -
mas sem dizer um "ai" prosseguiu até que a munição da arma de
projéteis parou de disparar, pois acabara a munição.
O silêncio tomou o local com as poucas paredes que
permaneceram de pé, por serem solidificadas em concreto fazendo-se
apenas o ruído de vidro quebrando sob os pés do homem que caminhou
lentamente sobre os cacos do chão provocando uma sensação de medo
nos que haviam se escondido e apenas ouvia tal entre os corpos tanto
dos inimigos quanto dos aliados. Entretanto neste momento no fim de
uma das paredes, espelhos se dispunham fazendo surgir novos reflexos
de Dominic que num estalido engatou uma antiga arma de projétil em
sua direção e lhe disse.
- Não sei no que você se tornou, mas não posso deixar matar-
me! Largue a arma!
O homem não esboçou qualquer reação de volta e ao ver seu
próprio ombro jorrar sangue por um grande pedaço de vidro nele
fincado notou que verdadeiramente com quem ele falava não mais
morava naquele corpo, mas deve ter perdido seu consciente em algum
lugar secreto de sua mente. E então vendo o homem que se encontrou
encurralado este retirou o caco de seu ombro com uma das mãos que
por estar sem munição resolveu ataca-lo com o próprio, sendo, porém
impedido por um tiro sobre a perna, e ainda assim resistindo e
insistindo em mata-lo, quando um tiro fatal lhe foi dado.
O corpo então lentamente caiu sobre os pedaços de espelho no
chão multiplicando o reflexo de Dominic diante do corpo cujo cada um
se curvou de desgosto, este seguiu sobre o jazido corpo sem emoções
não muito diferente quando estava de pé, e percebeu nos seus olhos
igualmente vazios de qualquer entendimento e porque algo que ele
agora sentia ao se ver nos pedaços de espelho fragmentados pelo chão,
como se o seu reflexo fragmentado sobre eles fossem pedaços de seu
próprio eu decepcionado com a situação. Dominic estava partido em
pedaços, como os espelhos desfeito por dentro, desconstruído como se
tivesse se autotraído.
- 281 -
Mas uma voz interrompeu a introspecção, Teogoras gritando
junto a outros temponautas armados os chamou para baterem em
retirada após ativarem o sistema de autodestruição como modo de
proteger a tecnologia lá contida. Foi quando uma outra voz estranha
corta a de Teogoras concebendo um súbito silêncio sombrio como se
suas palavras mais frias que o zero absoluto congelassem suas almas
naquele tempo. Era Designnium do qual rapidamente notaram
Kimberley Kaab sair de trás dele sob sua proteção.
- Todos temos sombras Teogoras - disse Kaab - Ser um homem
sem sombras significar ser um homem invisível, inexistente.
- Nossas sombras nada são sem nós, nada são além de
replicantes residuais de nossa existência, tal como os reflexos nestes
espelhos. - respondeu Teogoras - Entretanto, o que vocês fazem se não
comprometer toda a linha temporal, no anulando ao inexistir? Porque
nos traíste se tinha o que necessitava e desejou?
- Simplesmente percebi que não sendo um Seth jamais poderia
alcançar o topo de TEMPUS e seus segredos, seu poder e superar a
narcose temporal e conhecer os segredos da mente e do Tempo. - disse
Kaab - queria apenas compartilhar e como ser um deus como vocês! E
Designnium, o mesmo que me salvou outra vez, me salvou daqueles
pervertidos, e me prometeu seus poderes, e com eles um mundo de
possibilidades infinitas! E vocês onde estavam quando era torturado na
cidade secreta? Ele me revelou segredos do Tempo e me salvou!
Neste momento Teogoras virou-se para Designium e lhe disse:
- Vocês criaram um outro grupo com nossa tecnologia, nossas
descobertas, para nos destruir pouco se importando com as
repercussões do Tempo, a estrutura espaço-temporal. - disse Octavios.
- Vocês não traíram apenas nós, mas a humanidade! Porque foram
incapazes de simplesmente ser nossos parceiros, fazer sociedade
conosco!
- Apenas estamos a nos inserir nas legislações universais,
queremos e podemos refaze-las! - disse Designium - Para isso bastou
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uma forcinha de vocês mesmos como sólidas constantes temporais,
entregando ferramentas necessárias, dando corda para que depois nós
puxássemos! Mas os pouparei deste momento Scooby-doo. Lamento
por Dayane, até me simpatizei por ela além, mas estava me
atrapalhando...
- Desgraçado, você matou Dayane Conrad! - exclamou furioso
Teogoras - o fóssil então encontrado é dela?
Kaab acenou com a cabeça e disse que precisava de alguém
para forjar sua morte no passado. Porém ainda ironizou a dizer que eles
não foram capazes de identificar pelos ossos se era mulher ou homem.
Tempus ad Mirabilis
Na superfície de Londres as sombras dividiam lugar com seus
habitantes sob o céu cinzento de espessas nuvens a constantemente
ameaçar chover. Entre estes lugares repletos de becos e frestas por
onde mendigos e prostitutas revestiam a clara decadência do local no
período, Joseph Hanus surgiu vestindo uma cartola preta e um casaco
como um quase sobretudo, este caminhou apressadamente como se
estivesse com medo, quando repentinamente ao virar numa rua, na
esquina, topou com um homem do qual este derrubou uma pasta cheia
de papéis que este carregava e sem jeito com tal situação Hanus se
abaixou mas deixando expor seu visor de quantum no pulso estarreceu
o homem que vendo tal segurou seu pulso e olhou para ele assustado.
- Que tecnologia dos infernos é esta? - indagou o homem num
tom tipicamente primitivo diante de tal avançada tecnologia.
Hanus olha para os lados assustado e puxa seu braço das mãos
do homem e em seguida o segura pelo ombro após pegar seus papéis e
diz:
- Sou apenas um viajante que venho de terras distantes. - disse
ele sem graça e olhando em volta.
- 283 -
- Mas de que terras trazem tal artefato miraculoso? Ou seria
feitiçaria?
Neste momento, Hanus notou dois homens que lhe seguiam e
assim praticamente puxou o homem da esquina que completamente
vislumbrado com tal descoberta seguiram pelas ruas quando este
apesar de notar que tal estava sendo seguido respondeu como se todo
seu susto fosse com tal descoberta. O sujeito com um cavanhaque
grisalho emprumado sob um bom terno e de parecer simpático lhe foi
atencioso. Deveria ter os uns 60 anos e com um sotaque francês o que
lhe dava mais o tom cortez se apresentando em seguida:
- Meu nome é Júlio, Júlio Verne. Sou escritor e creio ter
encontrado alguma inspiração em ti. - disse o homem num profundo
respeito - porém, receio que no momento você esteja necessitando mais
de socorro que minha condição financeira, pois não tenho lucro com
meus trabalhos.
- Veja meu caro! - disse Hanus nervoso - Estais certo de que
necessito de seu auxílio, porém, não faça tal de descrever-me em tal
tecnologia, acredite, lhe trará problemas. Mas vejo quem és, e sei de
seu talento, assim certamente lhe darei argumento, mas não estes.
Os homens seguem juntos até um bar onde Julio sentia-se
avontade para poder beber e até mesmo afogar as magoas, naquele
lugar alguns bons amigos de copo praticamente moravam naquele
recinto, um dos poucos em que eles podiam sentir-se em casa. Existem
bares e bares, costumava dizer eles de passagem por aquele local onde
alguns aspirantes a escritores se encontraram. O ano era 1863 e ele
escrevia 'Viagem ao centro da terra', mas buscava inspiração para um
livro que o teor científico ultrapassasse o comum antes abordado por
ele.
Obviamente, Hanus, não sentiu-se à vontade no local, mas
permaneceu tempo o suficiente a notar que os homens que lhe seguia
sentiram-se incomodados lá, por justamente perceber que tal Julio
Verne era deles chegado e assim se retiraram como bons forasteiros.
- 284 -
Da esquina, entretanto, se encontrava um outro homem cujo capuz
cobia seu rosto apenas revelando quem era quando estes homens dele
se aproximou, era Kimberley Kaab.
Mas enquanto isso na T.E.M.P.U.S. alguns tempos após tal
incidente classificado pelo próprio Teogoras, agora se via rendido
diante dos homens de Designium e seu agora aliado Kaab, seguindo
praticamente em fileiras como gado ao abate, quando repentinamente
um ruído oco cortou o ar tão subitamente quanto o surgir de Designium
para aqueles homens fazendo com que um dos que armados estavam
contra os homens da T.E.M.P.U.S. caísse morto no chão. Ainda
estavam na sala de espelhos quando uma voz em seguida irrompeu os
homens que agora apontavam para todos os lados a procura do
atirador.
- Como vocês amam o peso da gravidade! - disse a voz - como
se não pesassem em suas consciências que vivem na gravidade zero!
Kaab gelou ao ouvir tal voz, percebendo lhe ser familiar
quando ao se virar um outro tiro irrompeu antes que ele levantasse sua
arma e em seguida surgiu, John Octavios.
- Como raios pode estar vivo, se lhe vi morrer com meus olhos
ao distante? - indagou ele que agora tinha a arma de Octavios apontada
sobre ele fazendo com que os homens de Designnium ficassem
imóveis.
- Vocês brincam numa sala de espelhos e não sabem? -
indagou Octavios como resposta. - São vocês a caçar e criar quimeras,
matando reflexos, um mero eco existencial de mim provocado pela
mesma anomia que compartilham. Vítimas de si próprios!
- Não tenho dúvidas de que você é um homem surpreendente -
disse Designium ao ver a cena friamente. - Não obstante, receio que
Kaab não me seja mais importante. - completou ele olhando para seus
homens como sinal para deixar mata-lo.
- 285 -
Entretanto, vendo que Designnium igual a qualquer um apenas
utilizava a seus fins e depois matava se possível, Octavios viu que não
se importariam com o refém que tinha em suas mãos e para poder tirar
qualquer chance de tal atiraram sobre Kaab que morreu
instantaneamente, e em seguida Octavios atirou sobre outro dos
homens o matando dando, porém, tempo suficiente para que os demais
que deles eram reféns corressem cada qual para um lado, quando todos
- inclusive os invasores - se esconderam, mas dando tempo a Octavios
de pegar Teogoras que junto a Dominic seguiram agachados entre os
espelhos que restavam, ate ficarem num canto e Teogoras olhar
assustado para Octavios dizer:
- Tem certeza que é você mesmo? Como? Sabemos da
multiconsciência, mas como um "reflexo" pode transpassar deste
modo? E se você for o reflexo? - disse Teogoras momentaneamente
mais fascinado com o milagre ocorrido do que com a situação de
perigo que se encontravam.
- Vamos lá, você estudou sobre Doppelgänger! - respondeu
Octavios - Mas tenho pouco tempo para explicações agora. Temos que
fugir daqui. Receio que descobri um mistério que restou para o pilar de
Seth.
Ao saírem do local Dominic olhando para trás, ao corpo de seu
colega notou a mesma mosca que havia visto não muito longe dali,
agora pousada sobre o corpo jazido deste. Seguiram então John
Octavios, que aprendeu a conhecer a planta daquele lugar melhor até
mesmo que Teogoras e Stoneset, seguiram por alguns pontos após
conseguir entrar no sistema de segurança interligado utilizando seu
registro intransferível de digital, íris e voz onde no pequeno monitor se
viu imagens selecionadas das câmeras de monitoramento tanto
externas quanto internas do local para saberem onde estava se
dirigindo, esperando os homens saírem ou acabarem de passar pelos
locais onde se dirigiam.
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- Antes de acionar remotamente o capacitor de direcionamento
do wormhole, receio que temos de ir até a pedra fundamental de
TEMPUS. - disse Octavios para Teogoras enquanto Dominic apenas os
seguia sem muito entender o que ocorria.
Com certa dificuldade Teogoras chegou até o local agachado
com auxílio de Dominic onde contemplaram a pedra do pilar de Seth
diante de seus olhos. Ao abrir a compota de vidro, Octavios enquanto
Dominic fazia guarda, pegou com uma das mãos a pedra e observando
os desenhos pegou um dos papéis de relatórios e documentos que
estavam sobre o chão quando começou a fazer desenhos das escritas
hebraicas contidas nele juntando palavras como num quebra-cabeça do
qual juntando o fragmento que antes restava ele notou que se encaixou
não somente perfeitamente quanto pareceu descrever um mapa, porém,
um mapa não como terreno, mas planetário de estrelas em disposições
espaço-temporal junto a fragmentos numéricos que sugeriam ser da
equação.
Enquanto isso barulho de explosões e gritos em meio a tiros
eram ouvidos pelos corredores e salas da T.E.M.P.U.S. quando
repentinamente Dominic começa a atirar em direção a um alvo e
recebendo tiros de volta. Vendo que não tinham muito tempo,
Teogoras disse:
- Espero que além dos documentos salvos da TEMPUS, espero
que tenha descoberto algo muito importante.
- Sei o que estou fazendo. - disse Teogoras - coodernadas para
onde devemos ir entre outras.
Neste momento uma voz gritou do corredor após se ouvir um
tiro.
- Não atire, estou com vocês! – disse a voz.
- 287 -
Então Octavios foi até o local enquanto adicionava as
coodernadas em seu visor de quantum remotamente a direcionar o
wormhole artificial, quando viu o sujeito.
- Max Zulu? - disse Octavios ao tirar o rosto do visor. - Você é
um deles! - exclamou ele olhando para Dominic que, entretanto
abaixou a arma e disse.
- Ele tem a mesma pulseira que vocês, e além do mais matou
dois daqueles homens. - disse Dominic.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou Teogoras.
- Fui enviado por você mesmo - Respondeu praticamente
ironizando-o e deixando Teogoras confuso. - Vim do futuro da própria
TEMPUS após sua destruição! Apesar de alguns terem fugido para o
futuro, receio que nosso colega Octavios esteja correto, não devemos
retornar ao futuro agora.
Entretanto, muitos dos anteriores ao escaparem pelo tempo
notaram um estranho mal funcionamento do qual uma abertura atípica
do wormhole provocou uma concepção de imagem incomum conforme
relatado nos arquivos emergenciais da T.E.M.P.U.S. onde se notificava
o termo 'manfuncionalmento' e 'discrepância de procedência não
identificada', mas estes ainda assim mergulharam pelo vortex aberto
cuja imagem transcrever raios na semelhança as pétalas da flor de mil
pétalas que, entretanto um ser de aparente tranqüilidade pareceu querer
atravessa-lo.
Ao ver este vídeo rapidamente eles demonstraram legítima
preocupação por acreditar que as descrições de Stoneset estavam
corretas sobre as interferências nestas viagens temporais por dois tipos
distintos de seres diametralmente opostos em essência e objetivos. Mas
vendo-se eles praticamente cercados, viram que não estavam sozinhos
sob a presença destes seres misteriosos e de grande poder não
identificável pela ciência deles. E assim foram pelo wormhole sendo
transladados diante dos muitos que fugiam e aqueles invasores que
perceberam eles no local, não dando tempo a estes lhe tocar. Afinal de
seres assim só se poderia esperar milagres.
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Parte X
Meia-Noite da humanidade
Logotopos & Cronologos
O Sol está prestes a se tornar uma supernova. Mas como, se antes se
encontra em sua idade média? Tal pergunta fez com que os cientistas
ficassem confusos e desorientados, afinal atividades fortes e fora do
comum passaram a criar tempestades e ventos solares que provocaram
incidentes diversos na terra, destruindo equipamentos eletrônicos,
provocando blackouts e doenças, sua intensidade se amplificou como
se houvesse dois sois lado a lado. Estranhamente o fenômeno no
sentido oposto nas fronteiras do sistema solar parecia exercer uma
ligação importável com a das tempestades solares como se algo os
ligassem.
- Aparentemente uma ruptura no espaço-tempo continuo está
em andamento afetando diretamente a estabilidade do sol. - disse um
dos homens num seminário ao lado de John Octavios. - acredito que se
tal anomia não for contida pode fazer o sistema solar entrar em colapso
e só Deus sabe mais o que.
- Surgir algo como um buraco negro? - perguntou outro
homem.
- Sim, mas capaz de sugar não somente luz, mas o tempo, para
si, e provavelmente varando o próprio tempo - disse Octavios atraindo
os olhares para ele. - Este evento sem dúvidas altera o nível de entropia
em escala quântica, mas generalizada, ou seja, toda caótica inerente ao
espaço-tempo criando flutuações extremas desta entropia.
- E o que você sugere para conter tal anomia? - perguntou um
dos homens de barba grisalha.
- Temos que saber melhor como ela funciona e criar algum
dispositivo capaz de criar ondas opostas a esta a fim de anular seu
efeito. - respondeu ele, mas deixando os demais sem compreender -
Falo de uma bomba negra, cujo se utiliza não do poder to átomo para
explodir, mas do quantum numa ligação que sob determinada
- 290 -
freqüência pode consumir o efeito oposto, similar a um buraco negro
de curta duração.
- Você sugere a criação de uma arma do qual desconhecemos,
para um evento que pouco sabemos? - disse um dos homens.
- Se os senhores tiver argumento melhor... - respondeu ele -
Podemos, entretanto lançar mão de algumas sondas ao sol a tentar
bloquear com espelhos a passagem de parte das tempestades, mas seria
bastante ineficaz sobre outros aspectos, além de dispendioso.
Um vez vendo isto, estes seguiram aquele mundo que sem
dúvidas era muito moderno em relação ao nosso, mas não o bastante
para terem construído tal tecnologia, fazendo com que Octavios
visualizasse fenômeno similar ao presenciado por ele adormecido pelas
discrepâncias espaço-temporais provocadas por suas viagens
temporais, a narcose temporal e a flor de mil pétalas.
O lugar deste mundo sucedia a um clima mais quente que do
deserto a sessões de trevas absolutas do qual quando não matava os
expostos os traziam estranhas doenças de pele que pareciam mais
torna-los como seres escamosos por algum tipo de radiação não
determinada que lhes provocava tal mutação. O que levou Octavios se
perguntar como aquele mundo aconteceu? O que na viagem temporal
fez ele interagir com este reflexo que parecia tornar as atitudes das
pessoas torcidas como se criassem ecos delas mesmas? Não bastando
seu visor de quantum parecia literalmente surtar com as explosões
solares vistas a olho nu, quando repentinamente ele saltou no tempo
saindo daquele lugar.
Ao acordar se viu caído nas ruas de Londres sem compreender
o que lhe ocorreu, quando uma dor intermitente por súbita sobrecarga
de informação por memórias em seu cérebro o fez se contorcer
colocando suas mãos sobre a cabeça enquanto se levantava. Ele viu seu
visor de quantum e notou que funcionava corretamente e teve imagens
em sua própria cabeça de que teria morrido ao passo que levou ele a
crer que somente poderia ser um Seth do qual morrer da condição
comum provocaria enorme dado metafísico e assim no quantum.
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Lentamente ele caminhou até os subterrâneos onde viu homens
estranhos andarem carregando o símbolo da Bug´s Time - como pode?
Se perguntou - e foi assim que ele chegou ao local onde pareceu ter,
repentinamente sob sua mente o enigma do pilar de Seth resolvido.
Após Max contar rapidamente o que ocorreu com Octavios
dizendo que foi o próprio que lhe contou quando o recrutou, ele falou
sobre que somente ele poderia retornar a interagir nas missões da
própria T.E.M.P.U.S. por estar fora do tempo deles.
- Vocês sem saberem criaram uma bolha temporal do qual teve
participação na anomia, tal parece seguir uma cronologia particular,
porém, mas uma defasagem de tempo similar à relatividade. - tentou
explicar Max - por isso estou aqui, para tentar corrigir alguns erros e
salvo-los das discrepâncias a criar flutuações temporais e oscilações
enormes.
- Resumindo? - disse Octavios junto a Teogoras com cara de
assustado.
- Qualquer coisa de ruim pode acontecer até sairmos desta
bolha temporal, é uma zona de entropia negativa. - responde Max e
apontou para Teogoras - foi você mesmo quem explicou isso pra mim.
Sem palavras, entretanto, eles não questionaram mediante o
tamanho de informações corretas que passou inclusive sobre o próprio
Octavios, de modo que permaneceu vital eles naquele momento seguir
Max Zulu. Enquanto agora um alarme soava, era a de explosão da
T.E.M.P.U.S. Eles correram e viram que outros homens da Bug´s Time
também corriam pelos corredores, porém entre a fumaça e faíscas
surgiram Designnium estranhamente imponente diante daquilo. E
gritou a eles dizendo:
- Octavios! Somos Seths, se isto desmoronar e acabar conosco
você sabe o que pode ocorrer! - disse ele rindo - O caos “ocasional”
nos protege!
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Mas sem dar atenção ao que dizia eles seguiram correndo até
um local onde o sinal se tornou melhor receptivo para o transporte. -
Não se preocupe - disse Teogoras para Octavios - nós, salvamos todo o
conhecimento, documentos e arquivos. Porém neste momento o
comunicador temporal tocou era Stoneset que ao atender nervosamente
notou grande interferência a lançar ecos crescentes de sua própria
imagens como fantasmas, mas a realizar atos diferentes do mesmo.
Rapidamente ele relatou os acontecimentos e disse que estava saindo
do local para coodernadas passada por Octavios e disse ao finalizar:
lamento. E finalmente eles se transportaram até as coodernadas
destinadas nas pedras de Seth.
Ao desligar o comunicador, Hebert Stonset seguiu em direção
ao belo e exótico jardim de sua casa cuja vista para uma fauna e flora
extintas nos tempos do homem moderno mantinham espécimes
fantásticos e muitos desconhecidos até mesmo por fósseis. Porém, o
que viu Stoneset ao horizonte ao entardecer foram objetos estranhos
que desceram do céu em grande velocidade entrando na atmosfera
como pequenos bólidos.
Já surgiam as primeiras estrelas intocáveis no céu, quando ele
avistou tal do qual pensando ser uma estrela rapidamente se
demonstrou como sendo mais que isso, rapidamente a intensidade de
suas luzes refletiram-se no mar como se fossem pequenos sóis em
movimento oscilante.
Estes aterrissaram a poucos metros de sua casa onde atrás dum
mote de grandes plantas e samambaias gigantes que obscureceram sua
visão. Rapidamente o que se sentiu, entretanto, ao contrário do que ele
descrevia do que ele chamou de Teo sapiens era um medo profundo
como se um frio o atingisse até a alma provocando dores psíquicas,
estes surgiram como quase robores a caminhar pela areia sem qualquer
esboço de emoção, onde uma forma sombria não muito diferente dos
homo nulus pouco a pouco tomava forma diante de seus olhos e o que
viu não fora nada bom. Olhos grandes similares a de grays, porém, pele
escamosa num tom esverdeado e altos quando um destes levantou a
mão esquerda em sua direção e lhe disse em sua própria língua:
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- Procuramos nós as pedras do Alasca. Leve-nos até elas!
Hebert Stoneset como um homem sábio e muito experiente em
suas inúmeras missões não costumava se atemorizar por qualquer
motivo, mas tal abriu precedentes que ele mesmo desconhecia cujo
potencial parecia ser maior do que qualquer coisa que já tenha
enfrentando tirando-se os poucos incidentes com os tais Teo Sapiens.
Sem saber o que responder apenas lhe disse que não sabia onde tais se
encontravam, mesmo que fragmentos houvesse dentro dos próprios
visores de quantum dos temponautas.
Sucedeu então que estes como se concentrando-se em seus
olhos fixamente o paralisou num estranho estado de transe como se
penetrasse em sua mente em busca de respostas, e em seguida o
jogando longe o que fez cair desacordado. Os dois seres passaram
pelos dois cães assustados e acuados e foi até seus equipamentos onde
havia um monitorador de quantum e estes o abriu com uma só pancada
retirando de dentro dele a estranha pedra.
Eyes Anomia: Mil abaixo de zero
Em meio ao escuro um alarme soava continuamente com um esboço de
voz do qual não se era possível compreender quando Joseph Hanus
abriu seus olhos e vislumbrar o ambiente ao seu redor completamente
deserto. Ele se levantou lentamente da maca para constatar que estava
na T.E.M.P.U.S., porém só. Rapidamente colocou sua mão sobre a
cabeça atordoado e ainda se lembrando do surto de memórias em seu
cérebro onde encontrou Octavios vivendo como um tipo de relojoeiro
entre outros onde pareceu tomar ciência de algo que não havia como
tomar deste modo.
A Flor de mil pétalas, eu vi! Pensou ele com si próprio,
entretanto, havia algo de errado com aquele lugar do qual lhes chamou
atenção mais repentinamente a se focar naquilo. Ele caminhou após
retirar eletrodos de sua cabeça calva e com cicatrizes para poder notar
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no monitor que suas leituras cerebrais estavam sendo analisadas
constantemente, mas ao seguir alguns passos viu um dos médicos caído
morto no chão afogado em seu próprio sangue. Ele se lembrou de tudo
que lhe havia ocorrido e como parou naquele lugar, mas não se
lembrou o que aconteceu ali, quando a voz em meio ao alarme soou
mais clara dizendo que o local estava a explodir "procedimento de
autodestruição por segurança de informação tecnológica". Disse tal voz
quase robótica.
Ele caminhou pelos corredores e mais corpos haviam,
temponautas, aspirantes e um homem com um uniforme diferente, com
o símbolo da Bug´s Time. De repente, um jovem saiu de trás duma
mesa sobre ele era um dos sobreviventes que haviam ficado para trás
clamando por socorro. Hanus se concentrou e correu até o centro a fim
de tentar desativar o sistema de autodestruição, quando viu três homens
saírem correndo carregando equipamentos diversos - eram os malditos
pilhadores da Bug´s Time - mesmo que provavelmente Teogoras tenha
salvado o principal em seus arquivos. Não conseguiu desativar junto ao
jovem e tão pouco o sistema de wormholes funcionava (provavelmente
desativado pelo último a sair, que, entretanto esqueceu de apagar a
luz), e então num último ato pegou uma das roupas nativas do tempo
da superfície e correu com o jovem até a porta da T.E.M.P.U.S. que se
encontrava arrombada. Eles se esgueiraram pelos corredores indo parar
em catacumbas onde pequenos tremores começaram ocorrer e sombras
dos homens da Bug´s Time corriam sorrateiramente até que ao sair na
superfície viu um pequeno tumulto no local com prostitutas e homens
correndo assustados de um lado a outro quando uma espécie de "eco"
refletiu seus movimentos os deixando desorientados, mas estáticos.
Este era o fim da ZT XP-1001 de Londres, e agora Hanus está por
conta própria junto com aquele jovem sem saber a quem recorrer...
Joseph Hanus ainda se lembrava de quando era um jovem
espião quando em meio a guerra fria foi capturado pelos adversários
russos que após lhe torturarem de diversos modos lhe prenderam numa
cela escura e fria, sem cama onde recebia sua comida no chão. Passou
ele naquele lugar muitos dias sob as constantes torturas psicológicas de
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vozes de pessoas que rondavam a cela lhes falando particularidades e o
ameaçando. Num certo dia alguns ruídos o acordaram, algo como
objetos sendo posicionados a sua volta cuja porta da cela encontrava-se
aberta e então as luzes de poderosos holofotes se acenderam
repentinamente sobre ele o cegando temporariamente. Vozes de
homens cheia de sotaque começaram a lhes fazer perguntas sobre sua
missão e informações e ele tentando vê-los mal conseguia esboçar suas
silhuetas que pareciam sombras em meio aquela luz sem proporção
sobre ele, porém haviam cinco homens, armados e com objetos
cortantes e de tortura estes o pegaram do chão pelos braços e o
arrastaram pelo corredor onde ele começou finalmente ver algo a sua
volta, mas fechar os olhos era melhor, ele tinha de pensar num modo
de sair daquela gélida prisão russa quanto antes...
Não atoa tal era chamada cortina de ferro, assim como o
regime chinês cortina de bambu, mas mesmo que em tempos atuais ele
buscasse outro nome para designar os atos dos ordinários, foi ali que
ele se forjou da pior maneira possível, sobrevivendo ao horror que lhe
deixou cicatrizes irrecuperáveis até através dos sonhos.
Após ser esbofeteado, levar choques, tapas, cuspes e ser
xingando em seu idioma ele foi deixado sozinho amarrado de pé
pendurado pelos braços que estavam amarrados, quando ele viu uma
faca no chão. Estivou então seus pés até ela e puxando-a até si se
contorceu conseguindo a levar até a boca, afinal já havia sido ginasta
olímpico, se inclinando conseguiu com muito custo cortar a corda de
um dos braços e assim o outro se tornou mais fácil. Sentindo-se quase
um Houdini ele pegou um jaleco e guardou a faca dentro, mas vendo
que haviam homens na porta seguiu por trás onde numa pequena janela
enrolou um pano nas mãos e a quebrou revelando uma pequena
tubulação de ar por onde rastejou por longos metros até de deparar com
a saída do local, uma outra janela que dava para um exterior onde uma
densa neve caia, mas sem pestanejar ele saiu.
Entretanto rapidamente um alarme soou e carros saíram do
local repletos de soldados quando ele correu a um beco repleto de lixo
praticamente implorando em silêncio por si mesmo quando viu um
- 296 -
homem surgir diante dele como repentinamente, era Teogoras que lhe
disse rapidamente.
- Se quiser viver sugiro que me siga rapidamente.
Obviamente mesmo sem saber quem era tal homem este o
seguiu quando ouviu o barulho de carros e homens correndo no beco
atrás dele e dando tiros sobre o lixo por achar que lá estava escondido,
e estaria não fosse Teogoras.
Teogoras segurou nele e disse para nele confiar quando
ativando algo em seu pulso simplesmente viu aquele lugar desaparecer
diante de seus olhos indo parar na T.E.M.P.U.S.
Interludium: Compass of Quantum
Alguns muitos dos fugitivos do espaço-tempo que agiram por liberdade
própria contrariando o pedido de Teogoras, tentaram retornar ao futuro
donde a base da T.E.M.P.U.S. foi fundada, porém, no ato de desespero
mesmo notando o erro de funcionamento do sistema interligado de
wormhole seguiram e foram parar num local desconhecido a seus
olhos.
Não demorou muito para que os primeiros ao se recobrarem
conscientemente da viagem procurarem por suas tecnologias não
somente contato com as bases da T.E.M.P.U.S. espalhadas pelo espaço-
tempo, mas sim a central do futuro ao conceberem estar no local
errado, entretanto foi em vão. Seus equipamentos não recebiam
qualquer sinal de atemporalidade ou de comunicação-temporal
aparentemente desligados tornando tais pulseiras apenas passíveis de
identificar o local do espaço-tempo onde foram parar, Brasil de
aproximadamente 10.000 anos antes de Cristo!
Desolados com tal percepção e vendo-se presos naquele tempo
por não serem capazes de se re-conectar ao sistema de wormholes
seguiram por longos anos como se a T.E.M.P.U.S. não mais existisse e
tão logo com seu conhecimento se depararam com povos nômades do
local que lhes trataram com grande temor por estes conhecimentos
comprovadamente superior. Muitos destes então seguiram as
- 297 -
mediações de onde um dia seria o Rio de Janeiro, onde utilizando-se de
suas técnicas buscaram um meio de deixar seus recados apenas áqueles
que lhes conheciam do futuro e foi então que encontrando uma isolada
caverna sob a pedra da gávea diante do esplendido mar que se estendia
até ao horizonte lhe desceram por equipamentos manufaturados pelos
próprios construindo talhes paralelos nas pedras como indicação, e em
seu interior cujo acesso apenas poderia ser com auxílio destes
equipamentos deixaram uma de suas pulseiras de quantum sob uma
pedra preciosa encontrada no local e sob transcrições descreveram
pelas liga dos mesmos a história do qual eram tratados como quase
deuses entre aquele povo. Mas seguiram eles e contando a lenda dum
homem cujas viagens no tempo realizou grandes feitos fizeram um
rosto sob a outra face da pedra onde aqueles primitivos lhe chamaram
de rei do infinito, este homem era Octavios.
Mas ainda nestas lendas seguriam eles deixando por seus
caminhos grandes riquezas e descobertas, mas que não perduraram
para sempre por quererem por tais conhecimentos pouco a pouco
manipular este povo que não demorou a descobrirem estarem sendo
enganados, mas suas lendas tal como a cidade onde moraram e
passaram suas gerações era de grande esplendor e passaram a ser
conhecidas por Akator até seu fim súbito por algo inexplicável
permanecendo assim de mente em mente, por geração a geração entre
os nativos daquele lugar.
Algum lugar do século XV. John Roberts finalmente se
aproxima de seu lar após constatar uma defasagem de apenas uns 46
minutos de ausência no visor de quantum desde quando retornou no
tempo - o retirando em seguida - naquele período desde quando saiu
até o trajeto percorrido. Finalmente ele avista seu lar e contempla sua
formosa mulher a caminhar só pelo jardim, ela o vê, e se aproxima dele
com um sorriso receptivo no rosto a criar um visual incrível mediante
aqueles belos campos formosos e brilhantes com uma suave luz do sol
e com o mar a alguns metros a vista no horizonte e das montanhas
cobertas com uma camada de neve noutro. Então ela o abraçou com
seus cabelos esvoaçantes sob o vento que cortava o gramado leve e
- 298 -
pequenas plantas, e então perguntou carinhosamente após alisar seu
rosto.
- Onde esteve Heidrun? Procurei você por todo local.
- Fui apenas regar as raízes de uma flor e refletir sobre o tempo
hoje. - respondeu ele olhando em seus olhos, agora um pouco tristes.
- Você está diferente, não havia notado em você estas rugas. -
disse ela ao continuar acariciando sua face.
- Vamos entrar, ver como estão nossos filhos. - disse ele
praticamente a ignorando, mas na realidade disfarçando.
Lá dentro seus filhos brincavam tranqüilamente, e ele, então,
silenciosamente a contempla-los os viu com muito afeto, mas
preocupação. No entanto, um temporal estava a se formar no horizonte
chamando a atenção de seus filhos do qual sabia que eram muito mais
que meros filhos. Nuvens cinzas carregadas e um forte vendaval a
adentrar pela janela fazendo as cortinas voarem, quase apagando a
lareira. Estamos sendo observados por algo ruim, pois estamos em
risco, pensou ele consigo mesmo quando um dos filhos lhe perguntou.
- Papai, o que que é isso no horizonte?
Enquanto isso em outro ponto do espaço-tempo um homem
chamado por Joseph Ávila, um descente de John Roberts preso numa
caravela observa o mesmo fenômeno no céu a despertar os viajantes
durante a madrugada, mas sendo muito mais que um mero temporal,
mas algo que parecia atingir as vísceras do céu como se engolisse as
próprias estrelas. O pobre homem preso como um escravo vindo da
África levantou suas mãos presas por correntes a contemplar tal evento
como se pudesse toca-las através das frestas de madeira da embarcação
do qual se encontrava no porão enquanto os passos nervosos de
homens dum lado a outro caminhavam nervosos diante deste evento.
O dia clareou e a luz do sol veio e foi como os muitos dias que
se sucederam até quando começou a cair água congelada dos céus, e
foi numa destas noites que Joseph teve um sonho, sonho que
- 299 -
aparamente outro do seu teve, e se viram onde um estranho ser cujo
parecer era a do mesmo visto por Kaab e Octavios na América do sul
contemplaram os dois homens puxando por uma só linha áqueles dois
tempos numa só direção. O sedento homem por liberdade, na
esperança de ser recompensado por seus feitos criou fé mesmo sendo
tal apenas um sonho como quem visse anjos do qual, entretanto, as
palavras ditas para o outro homem - John Roberts - foram interpretadas
apenas por ele mesmo.
“O tempo voltou a ficar seguro desta guerra, além do que vossa
tecnologia pode tocar, mas terão de auxiliar Octavios, e juntos recrutar
outros sabendo-se que são peça fundamental do mosaico.”
Como Joseph poderia fazer tal? Preso estava, nas mãos de
homens que apenas os queriam usar e depois descartar porque nada
tinham a lhe dar, mas sem preoculpar-se encostou sua leve cabeça e
voltou a dormir a espera dum outro sonho como este, quer tenha sido
mero sonho ou não...
Enquanto no outro tempo, John Roberts despertou com as
mesmas perguntas de quem era tal ser e tal homem que viu, ofegante e
assustado se recostou novamente no travesseiro a pensar
silenciosamente quando sua mulher acordou, e lhe dirigiu a palavra a
perguntar-lhe que mesmo confortável leito, o que tivera por sonho, ou
pesadelo? E ele respondeu:
- Aanjie, tive somente um sonho estranho...
- 300 -
APPENDIX Apêndices de Crônicas Atemporais
O Universo Conceitual Segundo a TEMPUS
Desde os primórdios quando os primeiros organismos vagavam pelo
mundo se determinou um preceito de sobrevivência por associações
mediante a natureza em comum. Os seres em suas mais diversas
espécies e classes, os considerados mais inteligente aprenderam a
desenvolver uma maneira comum de se viver em famílias protegendo
seus descentes, ancestrais, dos elefantes que choram seus mortos, ao
Deus que na Bíblia teria instituído a família como a primeira
instituição do mundo, termo que acabou por designar a diversidade do
reino animal e vegetal em sua complexidade. Fora por tais mecanismos
que povos sobreviveram por séculos e séculos à infiltração de povos
inimigos e destrutivos, aqueles que apenas parece desintegrar todo esse
complexo desenvolvido pelo maior dos engenheiros. O caos agora
oscilando como um pendulo, um barco em marés irregulares num
contra-destino parece ir de extremos a outro, mas como a anular as
ondas temporais, nossas genealogias, descobertas, os fatos, histórias,
anular a nós mesmos a nos tornar semelhante àqueles que isso
planejam, homo nulus.
Se vamos sobreviver? Parece que desta vez nem o tempo tem
respostas para uma batalha que rompe nossa cronologia como se fosse
uma mera folha de papel, mas em algum lugar certamente existirão
respostas...
Algumas curiosidades é que pensei em colocar um momento
em que Octavios encontra o corpo de um homem aparentemente
similar a ele nas florestas das Américas do passado no conto 'Mitos do
Tempo', mas apesar de ter por objetivo lançar a pergunta sobre quem
era tal - o verdadeiro serpente emplumada ou um reflexo dele mesmo
alguns anos à frente - acabei deixando de lado pura e simplesmente por
considerar mais um mistério desnecessário. Aqui a pretensa não foi de
se colocar contra religião, mas simplesmente porque o personagem
lendário verdadeiro aparentemente não tinha qualquer relação religiosa
com tal, tomando este vulto apenas posteriormente pelo povo local
- 301 -
numa mistificação seja deliberada ou não, o que é a proposta central
deste, separando o cientifico da religião a exemplo de 'O Oitavo
Peregrino' onde novamente é colocado à posição mediante a ciência
dos referidos anjos, mesmo que o cientifico serve para quase tocar ou
compreender estes nos exemplos posteriores. Obvio que parte deste
mosaico proposto que em seu limite é apenas extrabíblico se completa
com o livro 'Síndrome Celestial', que infelizmente sofre grandes
interferências diversas por plágios. Não obstante, deste modo a única
preensão é se não de formular uma teoria do tudo mediante o
especulativo não num sincretismo pretensas pseudodomínio da
verdade, não sendo uma "nova bíblia" - o que dá medo - mas antes a
reconhecido mesmo devido o crédito que como histórias humanas
verídicas pertence ao domínio público tal como o próprio narrado da
serpente emplumada aqui pega emprestado uma vez que o semelhante -
homem branco de olhos azuis - se assemelhariam.
O Tempo é o maior responsável pela grande variação de
fenômenos universais sejam explicados ou não, dentre estes sejam por
permissão do Tempo ou simplesmente resultante deste, manifesta-se
um universo rico de variações perceptivas simplesmente inscritíveis
perante o homem, e ocultado por muitos por temer que possam os
diminuir conceitualmente mediante a magnitude do maior fenômeno
energético responsável pelo o Universo em si. Mesmo de tempos
diferentes Octavios não existe sem John Roberts de mesmo que John
Roberts não existe sem Octavios, tal como a própria existência da
T.E.M.P.U.S. deles depende, e assim o mundo como reflexos
interagentes.
Em meio a isso sobrevive a T.E.M.P.U.S. cujos feitos tem de
ser não somente pesquisar sobre a natureza do que é o tempo, mas
resguardar nossa linha temporal de outros misteriosos seres que
parecem vagar pela existência a muito mais tempo. O Tempo
transcorre em todas as direções, ondular suas ondas perfeitamente
circulares apenas tem sua resistência quebrar por algo vibratoriamente
que ofereça maior resistência contra o Tempo, e destes surgem toda a
gama de fenômenos partindo-se de conceituais legisladas e simples, os
ecos temporais nada são como exemplo responsáveis muitas vezes por
- 302 -
fenômenos descritos por alguns como fantasmas ou mundos paralelos
transcrever a reflexão do Quantum do Tempo que contém informações
ainda indecifráveis ao todo para os cientistas da Tempos. Em meio a
isto algo, uma força, que parece querer anular as ondas temporais a
atingi-la em sua fonte, os homo nulus, que contam com auxilio de
outros seres de procedência não menos misteriosa que uns chamam de
alienígenas que nos estudam por séculos em busca de respostas em
nossa mente para a questão perceptiva do quantum, o livre-arbítrio
num poder interativo que estes são incapazes de conceber, tal com
memórias misteriosamente guardadas em nossos próprios genes de
forma aparentemente e igualmente quântica que alguns poderiam
definir a resultante aparente como reencarnação, mas não mais que
memórias ancestrais guardadas na linha do Tempo. Estes seres
malévolos, nos enganam por séculos, se transformam no que nós
desejamos, de falecidos a anjos até mesmo, fazendo o possível para
poder tocar o ponto chave de nossa ligação, os sentimentos, nosso
querer, nosso coração, mesmo que por vezes pela violência, são não
mais que a personificação da contradição e anomia que muitas vezes
está a transtornar nossa consciência. Essa poderosa anomia que cresce
pelo universo partindo deste mundo é responsável por algumas das
discrepâncias mais berrantes, da origem de lendas de criaturas
maléficas como lobisomens e até mesmo os vampiros, é a
representação do rancor e o que se trata por negativo neste mundo,
prendendo o mundo em constantes ressonâncias temporais, ecos vazios
de existência, o fim do novo.
Aqui a conceitual de antagonismo propõe uma profusão de
extremos opostos numa luta por anulação mútua, não auto-
completação. Tal argumento mesmo que batido, no entanto, não se
limita a um embate dialético ou maniqueísta em deliberação, aqui a
divisão personificada nas entidades sombrias está justamente como o
verdadeiro véu de escuridade a verdade no universo, quase como uma
personificação inteligente do quixton, aqui chamado por darktrons, não
se trata do típico e banal conceito de luz Vs trevas, mas sim de
anulação onde tal embate mais que material é concausual assim
espiritual onde tal dualismo e materialidade anomia apenas resultante.
- 303 -
Tal personificação por transtornar elementos pode se transtornar e
assim porque não figurar-se por luz? Aqui tudo que torce e distorce a
verdade a escondendo se demonstra como tal anomia. Fica claro assim
que tal objetivo destas entidades é não mesmo que tentar perverter as
próprias leis do universo. A inspiração destes seres é de origem de
sonhos meus (pesadelos) onde tais nas duas ocasiões representam não a
escuridão em suma, mas sim a contradição. No sonho que inspirou
Unknow Mainstrem (Crônicas Temporais), tais são observados como
sombras no céu a sugar nosso ser, existência, e razão como se a nos
tornar em nada e por isso batizado por mim com este nome. Noutro se
identificam mais pessoalmente como sombras que ganham vida própria
e assim consciência.
Estas entidades sombrias tem seus representantes entre os
humanos. Eles conhecem nossa fisiologia em nossas fraquezas e
pontos fortes como poucos seres no universo, mas somos para eles não
menos que degraus para atingir seus desígnios questionáveis, usados e
manipulados por cordas como fantoches num cenário em que a verdade
parece se perder mediante a perceptividade e realidades ambíguas. A
realidade nunca fora absoluta, mas para se buscar a verdade nela nem
sempre devemos, por isso, confiar em nossos sentidos, mas alguns
seres assim como seus equivalentes humanos nos querem na penumbra
do conhecimento em atingir a verdade inexpugnável nem que para isso,
usem de toda violência possível, buscar a verdade tornou-se um grande
perigo. Fuja deles, sobreviva, mas se estes o cercar evite discordar
deles.
O Medidor de Quantum e a revisão das viagens temporais
O universo repleto de possibilidades tecnológicas, onde num futuro da
descoberta da cura para a SIDA, engenhosas armas a um maquinário
capaz de gerar wormhole artificiais e estabilizar olutro, que são capazes
de se sintonizar com freqüências de outros tempos rompendo suas
ondulações. Entre todos os aparatos ultratecnológicos deste vislumbre
do futuro, o mais usual de todos está um pequeno artefato colocado no
pulso dos chamados cronologos ou topologos, os temponautas com a
chamada popularmente entre ele por pulseira quântica. Na realidade
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parecendo mais um bracelete, revestido duma liga metálica apenas
feita num futuro, a tornam mais resistente e conter o material
utilizando-se da misteriosa pedra e xerum 525. Sendo capazes de
passar informações sobre interações do quantum com suas presenças
em determinadas linhas temporais tal como leituras diversas de
energias, forças e eletromagnetismo funciona como um isolante a criar
um pequeno campo quantum a seu entrono como forma de diminuir tal
influência nas viagens temporais. Passando freqüentes assinaturas para
o tempo de onde é oriundo através duma comunicação intertemporal
onde todos os dados são constantemente atualizados este pequeno
artefato é como um pequeno supercomputador a dar precisos dados de
localização espaço-temporal, e a canalizar wormholes produzidos pelas
T.E.M.P.U.S. de seus tempos oriundos para outros pontos específicos
do espaço-tempo. Não obstante, utiliza de um mecanismo de busca
onde se determinar pequenos wormholes naturais que se interligam na
teia do espaço-tempo terreno os amplificando ao canalizar energia das
ZT da TEMPUS.
Sem estes artefatos o campo quântico que protege os
temponautas estagnam podendo os fazer inclusive saltar por algum
outro ponto do espaço-tempo de maneira imprevisível. Tal serve para
poder também localizar zonas de anomia ou anomias provocadas por
vetores intertemporais ou interdimensionais mediante as imprecisões
quânticas casuais ou concausuais.
Sobre a Ordo Christianita Ad Ventus
Desde o seu fundamento por Heidrun Adail com auxílio dos
Xenomedes Stoneset, Alexis Anor Zanini no século XII, Osmar Olavo
entre outros poucos após presenciarem uma manifestação de
singularidade a fim de resguardar os segredos pertinentes às viagens
temporais no passado. Os chamados Cavalheiros Inexpugnáveis apesar
de ter sido inicialmente não mais que uma sociedade do meme de
cunho cristão acabou por ganhar outros contornos por seus segredos
terem sido passados de geração em geração por seus guardiões. Porém,
com o misterioso livro guardado pelo Consórcio Secreto do Vaticano
chamado Maistrini, cujo título é ‘Tratactus Ad Tempus’ supostamente
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escrito pelo templário Heidrun Adail contém segredos pertinentes a
fenômenos temporais e eletromagnéticos ao longo dos tempos assim
como a misteriosa armadura por ele construída que dariam pistas sobre
as viagens temporais. Livro que teria sido utilizados supostamente no
obscuro e duvidoso projeto Philadelphia.
Entre os elementos ditos no livro ‘Tratactus Ad Tempus’
estariam da suposta hierarquia adotada posteriormente como uma
sociedade super secreta a procurar desvendar os segredos do Tempo
assim como de seus supostos viajantes temporais. Como símbolo a
estrela dos ventos que seria uma analogia para a lenda Flor de mil-
pétalas num paralelo as horas do dia e posições de direção, e por isso
também sendo chamada por alguns de Ordo Christianitas Rosae Ad
Ventus (OCRV), mesmo que seja uma corruptela ganhando outras
ligações com importância algum com os fundamentos iniciais do
mesmo. Seus níveis se divide em módulos que se interagiam entre si
demonstrando sua posição mediante o cristianismo, por ter sido
protegido do mesmo.
1 - Norte: Jaspe - Primeiro Discípulo do Filoverbalismo:
Paulo, com um livro e uma espada (Hora / grau: 12:00 / 0) –
Escudo: “Crescit in egregios parva juventa viros” (Salmos
85.10)
2 – Noroeste - Safira: Seguidor da Eqüidade ou Cavalheiro /
Amazonas da Onisofia (Caballarius Inexpugnabilis) - Tomé,
com uma lança (Hora / grau: 13:30 / 45°) – Escudo: “A digito
cognoscitur leo” (II Co 13.8) - Agora um cristianita!
3 - Oeste: Calcedônia - Honrado cavalheiro ou dama do
Advento (Hora / grau: 15:00 / 90°) – Escudo: “Alteri ne facias
quod tibi fieri non vis” (Pr. 21.8)
4 - Sudoeste: Esmeralda – Diácono da verdade (Hora / grau:
16:30 / 135°) – Escudo: “Aequitas praeferitur rigore” (Pr 2.7)
5 - Sul: Sardônia - Guia Apolíneo: Bartolomeu, com um livro
(Hora / grau: 18:00 / 180°) – Escudo: (Pr 18.15)
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6 - Sudeste: Sárdio - Avoengo Espiritual: José, com um
pergaminho (Hora / grau: 19:30 / 225°) – Escudo: “Docem
velle summs est eruditio” (João 15.15)
7 - Leste: Crisólito: Peregrino Designado (Peregrinus ad
vertatis verbalis perfectus) - (Hora / grau: 21:00 / 270°) –
Escudo: “Dictum et factum” (II Co 13.11b)
8 - Nordeste: Berilio: Guerreiros Inexpugnáveis da paz
(Prophetes ad Veritas Singularis) - Mateus, com um machado
- (Hora / grau: 22:30 / 310°) - Escudo: "Audacem reddit felis
absentia murem: Fallacia alia aliam trudit" (Salmos 91.4)
Segundo Modulo
9 - Norte dourado: Topázio: Lorde Inexpugnabilis ou
Primeiro Mestre de 8 - João, com uma cobra (Hora / grau:
12:00 / 0) – Escudo: “Amicus certus in re incerta cernitur”
10 - Oeste Dourado: Crisópraso: Guardião da Bússola Verbalis
ou Guardianus Ad Veritatis (Guardianus Ad Veritatis) - (Hora
/ grau: 15:00 / 90°) – Escudo: “Beati monoculi in terra
caecorum” (Jó 4.3)
11- Sul Dourado: Terceiro Mestre de 8 ou Guardião da Chave
Dourada (Hora / grau: 18:00 / 180°) – Escudo: “Bene imperat
qui bene paruit aliquando” (Pr 14.8)
12 - Leste Dourado: Ametista - Quarto Mestre de 8, Guardião
Ametista ou Palatinus Ad Veritatis (Hora / grau: 21:00 / 270°)
- Sabedoria e proteção: “Barba non facit philosophum: Non
deterret sapientem mors (Cicero)”
Arbor ex fructu cognoscitur
Arbor bona fructus bonos facit
A fructibus eorum cognoscetis eos
Non male sedet qui bonis adhaeret
A Combinação destes em duplas (mestre e discípulo, sem
conotação templária) do primeiro nível com a do segundo formula uma
grande quantidade de horários relacionando o mestre dourado como
- 307 -
horas e o discípulo minutos (tendo a variação numérica de 7 a 8
minutos entre cada), resultando em 32 onde 4 mestres recebiam 8
discípulos cada, estes referidos em sua combinação iniciado no grau
zero (norte) onde no final forma uma rosa dos ventos num quadrado,
conforme descrito por horas grau abaixo. São 32 ventos nas suas 32
direções, assim os desenvolvimento destes em relação a cada um dos 4
mestres não se posiciona em tal, como representa cada uma destas
posições, as dos quatro cantos do mundo:
Si mea non coenes, gratior hospes es
Aspirando Idéias
O Limite entre plágio e inspiração pode ser sutil e por isso muitas
vezes fácil de se ludibriar mesmo que por outras vezes seja tão berrante
que se identifique claramente como plágio. Posso assim determinar tal
como sendo percentual onde tal excede o ponto comum conceitual que
oriente o dito autor a uma criação própria, mas do qual a ausência de
respeito para com o original inspirado pode também se incluir como
um dos fatores decisivos para sua definição, ou seja, ausência de
menção mediante o artigo 46 do código brasileiro, seja por
homenagem-tributo ou crédito como fonte biográfica. Como se diz
comumente é quase impossível se criar algo 100% original, entretanto,
mesmo que num roteiro semelhanças possam ocorrer em detalhes
irrelevantes existem aqueles filmes e séries cujas propostas inspirem
outrem num nível de meme ou meramente casual. Por isso aqui neste
texto como tributo justo a tais inspirações conscientes ou não, as
menciono, mesmo que no primeiro 'Crônicas Temporais' as menções
tenha sido ditas até mesmo anteriormente aos contos, neste o faço sob
forma deste texto. A despeito dos plágios que mais uma vez se
sucedem a dificultar se não destruir meu trabalho, 'Fringe' transcreveu
os Seth a um personagem chamado September numa premissa similar
onde busca-se salvar Peter como um quase paralelo a John Roberts.
Mesmo que estes sejam incapazes de se retratar diante das evidências
claras de tal, afetando meu trabalho que não é remunerado, aqui deixo
- 308 -
o pesar sobre a conduta obscena e escandalosa como exemplo factual
de falta de talento.
Uma das consultas e inspirações relevantes sem dúvidas foi o
livro 'Eram os deuses astronautas' que apesar de haver alguns
argumentos posteriormente comprovados como errôneos trás muitos
fatos relevantes e informações sobre estes seres mais adiantados em
tecnologia e conhecimento do que nós. 'Triangulo das Bermudas' de
Charles Bernitz também serviu de inspiração e consulta informal sobre
os desdobramentos especialmente sobre o conto 'Sem previsão' que
incluem datas legítimas de algumas ocorrências do fenômeno.
Não é de hoje que argumentos sobre viagens temporais
rodeiam o imaginário humano como sonho-comum sendo não uma
convenção, mas tema de H.G.Wells a filmes mais modernos e não
menos inesquecíveis como a trilogia 'De Volta Para o Futuro' onde
estes chegam a ganhar regras imaginárias, assim como seriados como
‘Voyager’, do qual acompanhei desde a infância mesmo que não me
lembre claramente, mas inspiraram meu universo composto por estes
livros. Existem ainda livros do qual não li até o fechando deste
manuscrito como ‘Operação Cavalo de Tróia’, do qual se trata como
verídico por seu autor, J.J. Bernitz e não sem o grau de semelhança.
Aqui, neste 'Crônicas Atemporais' resolvi reformular tais
regras submetidas invariavelmente num argumento-tese que vise
amarrar as pontas soltas das anteriores desde o livro 'Ecce Libro' e pelo
livro-base 'Kairos: O Livro do Tempo' anteriormente chamado por
'Fronteira de Deus' de modo similar a Isaac Asminov sobre os robores.
As propostas de viagens temporais por "coincidência" ganharam peso
com o filme 'Efeito Borboleta' onde inclusive é quase expresso o
conceito da narcose temporal mesmo que em meus escritos estes sejam
anteriores, logo sendo um aparente mero feedback. Existe outro do
qual tem algumas semelhanças apesar de não ter me inspirado
conscientemente, como ‘O Som do Trovão’. Já ‘Time Cop’, outro
filme cujo protagonista foi Van Danne, que lida com os
desdobramentos das viagens temporais sob o signo duma agência
temporal, porém na mesma convencional abordagem, mas alguns
elementos comuns como os momentos do transporte temporal trazem
- 309 -
semelhanças com as ondas temporais propostas em 'Kairos'. Porém,
entre os filmes do gênero se existe um que sempre é inspirativo,
‘Minority Report’ (não retórica em si), e há um seriado que mesmo não
sendo acompanhado por mim é uma quase inspiração coincidente,
'Contratempos', que relata as viagens temporais de um sujeito
encarnando personagens históricos mesmo que aqui sem a mesma
profundidade verossímil tal como alguns episódios excelentes do
seriado 'The Dead Zone' onde a inspiração justamente deve ser
mencionada assim como a do episódio 'Inner Light' de 'Jornada Nas
Estrelas - A Nova Geração', onde chego a fazer um tributo quase
aberto a este. O conceito de aparentemente se viver outra pessoa
durante um curto tempo foi fascinante e já quase um tema explorado
em outros filmes como ‘Décimo Terceiro Andar’ e ‘Avatar’, mesmo
que no 'Crônicas Temporais' tais memórias sejam mais, digamos,
realistas e não condizendo com um curto período de tempo
necessariamente. Muito digno de ser lembrado é o clássico cult
"Alucinações do passado" é outro projeto interessante de ser notado
pelo tematicamente surpreendente final.
Mesmo que 'LOST' e 'Matrix' possa ter tido algum nível
influente, não superam de modo algum o filme 'Décimo Terceiro
Andar' do qual inclusive considero muito superior poeticamente
falando que o próprio 'Matrix' por sua sensibilidade ao relatar a
condição do que seja algo conscientemente vivo, vida artificial,
chegando a ser claramente mencionado nos três contos da série 'Rex
Virtualis', mas cuja concepção de mundos dentro de mundos coincidem
parcialmente - e aqui involuntário - com as propostas da flor de mil
pétalas e outros "mundos" reflexivos, tal como o conceito de viagens
de consciência a outrem inclusive em que 'Matrix' chupou deste em sua
continuação 'Reloaded', mas virou tema recorrente em outros filmes
como o já mencionado 'Avatar' deixando assim o posto de proposta
exclusiva ao ser publicado e discutido abertamente, e por isto tema
debatível. Porém, tal filme assim como outros citados são dignos de
serem homenageados por muitas vezes ter a qualidade moral-artistíca
muito melhor, afinal nem sempre o maior é o melhor. Enquanto LOST
poderia até dizer que o episódio ‘The Constant’ teria alguma
- 310 -
inspiração, porém os argumentos propostos neste são posteriormente
similar aos meus, novamente.
As inspirações mais interessantes, no entanto, estão pelo conto
'Uma Cidade Qualquer' em que filmes como 'Cidade das Sombras' do
qual é uma inspiração geral inclusive até demasiada pelo filme 'Matrix'
que relata uma cidade onde seus moradores sofrem um experimento
coletivo por alienígenas que alteram a psique destes, tendo suas
memórias delatadas, mas do qual um destes adquire um poder sem
precedentes para quebrar a rotina opressora deste lugar. Numa 'cidade
qualquer' os experimentos sendo similares, mas suas fundações como
lugar secreto do espaço-tempo se determinam num ciclo vicioso sem
fim responsável pelo controle opressor e os desaparecimentos sendo
estes influenciados pelo excelente filme francês 'Cidade das Crianças
Perdidas' onde o tom de ficção-cientifica como tributo dá espaço a um
mister de fantasia deliberadamente quase infantil do filme ao conto. No
'Cidade das Crianças Perdidas' crianças são seqüestradas e seus sonhos
roubados, numa metáfora perfeita para o que ocorre em 'Uma Cidade
Qualquer'. Um outro seriado interessante de se notar dentro da mesma
temática indicada é o The 4400 que mesmo haver elementos similares
em outros como Supernatural, aqui a semelhança é coincidente, tal
como no mediano ‘A Vila’. A trama que envolve diversos
desaparecidos em diversos pontos do espaço-tempo re-aparecem todos
duma só vez apresentando, porém, superpoderes. Não se pode deixar
de citar neste sentido 'Show de Truman' que funciona no sentido de
expressar uma mentira dominante, que é a própria cidade em questão.
Tendo-se em vista, no entanto, que os argumentos originais de 'Uma
Cidade Qualquer' são mais antigos que o próprio 'Crônicas Temporais'
e que pelo nível de percepção involuntária no período em que tive tal
'insight' resolvi deixa-lo praticamente intacto, como um exemplo quase
profético.
Dialogando: Ficção ou Fato?
Mundos Paralelos e encontros com si próprio em linhas temporais
passadas ou futuras. O impossível pelas leis naturais apenas permitidos
pelo imaginário humano nos levou as perguntas essenciais sobre nós
- 311 -
mesmos, mas desde as descobertas da Relatividade de Einstein e o
aprimoramento de nosso conhecimento sobre o quantum nos fez
entender que nossa existência é uma constante jornada através do
Tempo, e assim rompe-la é uma possibilidade mesmo que improvável
mediante nossa tecnologia atual. Livros como ‘Kairos: O Livro do
Tempo’, já decreta que os mistérios do tempo são a última fronteira
entre o homem e a verdade rotulada por Deus, nos levando a debates
sobre o espírito, livre-arbítrio, e seus desdobramentos. Mas somos
únicos tanto como espécie, tanto quanto individuo de modo que
encontrar a si próprio num mundo físico implicaria um erro não
somente de inviabilidade quântica, mas espiritual: não podemos ter
duas almas numa divisão conceitual, ou quanto mais infinitas, em
infindáveis mundos paralelos mesmo que tal seja uma demonstração de
nossos poderes interativos espaço-temporalmente a nível quântico, pois
se todos fossemos presos a um destino acima do querer não haveria
qualquer nuance. As respostas para isso estão em nossa própria mente,
somos resultado de nossas próprias escolhas ativas de modo que todos
os excedentes se resumem a não menos reflexos e reflexões de nossas
atitudes mediante o rumo nosso neste mundo.
Mesmo sendo apenas uma lenda, o mito de Doppelgänger
serve perfeitamente para ilustrar sob diversos aspectos muitos dos
fenômenos observados na humanidade, dos déjàvu, aos fantasmas que
seriam não mais que ressonâncias temporais de um tempo ondular dos
quais outros seres lendários sejam tidos como espirituais (demônios)
ou aberrativos descritos pela criptozoologia e em diversas culturas
como os japoneses Yokai, mitos vezes descritos como partindo de
aberrações genéticas dentre os inúmeros segredos de nossos genes
como o Gene Hox e o DNA Junk onde relata-se casos verídicos sobre
pessoas que ao receberem órgãos doados passaram a ter visões da vida
do doador, o que poderia da veracidade a conceitos como da memória
genética onde propõe até mesmo explicação para alguns fenômenos
tido como reencarnação. Sob o aspecto mental demonstra-se aqui uma
ligação com tantos fenômenos tidos por paranormais, das projeções
astrais e sonhos premonitórios onde estabelece ligação com a hipnose,
e outros como Hipnoíde e Narcolépsia.
- 312 -
Conceitos mais recentes que propõe supercondutividade na
medula humana daria sentido aos fenômenos da mente numa ligação
com o mundo quântico, a justificar-se a inexplicável capacidade
interativa deste e até mesmo ligar-se sob certos aspectos ainda vagos,
mas pesquisados por projetos como Consciência Global tal como
outros eventos tidos como Folie a Deux e o placebo, como uma
interação física de nossa consciência no quantum, mesmo que sob
nosso próprio corpo inicialmente, mas até mesmo a nível micro, as
bactérias estabelecem meios de comunicação chamado Quorum
pesquisado por empresas como Quorex. Nota-se aqui, poderia-se até
mesmo relacionar o fim abrupto e anômalo duma pessoa acabar por
provocar um eco temporal ou residual desta consciência em relação ao
quantum que poderia alguns chamar de fantasmas, o que de certo modo
não seria mentira pois poderia conter sim traços da própria consciência
do individuo. Nota-se assim que os mundos paralelos estão em nossa
própria mente, de igual modo foi eu capaz de conceber um aqui, ou
seja, todos demais 'eu´s' seriam não mais que flutuações de nossa
própria consciência a nível quântico, projeções.
Como o tema central, sobretudo determina-se a questão do
Tempo quântico em sua óbvia ligação fluídica e por isso ressoante e
reflexiva, com o mundo material e nossa consciência podendo por sua
vez explicar uma série de outros eventos físicos e astronômicos tal
como outras lendas como as Bragadoon e Paititi, no Brasil como outros
ecos temporais e lugares nunca alcançados pelo homem ao menos
moderno revelando que alguns mitos de cidades perdidas podem ser
verídicos, tal como alguns animais classificados pela criptozoologia
que apesar de ser considerada uma pseudociência comprovou a
existência ainda hoje de alguns animais considerados extintos como os
pré-históricos celacanto, mas que nos demais casos – tal como de
vampiros e lobisomens, sejam lendas.
As entidades sombrias por sua vez poderiam perfeitamente ter
um paralelo de responsabilidade pelos Darktrons e outros elementos, e
se ligar a outras lendas como a do Mothman dito que sempre surgem
em lugares antes de sua destruição, são seres repensáveis apenas por
trazer as ‘más novas’ ou seja, são ligados direta ou indiretamente e
- 313 -
responsáveis por tudo ligado à tristeza, dor e violência. Estes
fenômenos curiosamente tem grande semelhança com outro grande
conhecido, os ÓVNIS. Tido como o incomprovavel comprovado,
mesmo mediante a grande maioria de fraudes, é um fenômeno verídico
inclusive já testificado pelo autor, do qual entre as teorias está não
somente de seres extraterrenos, mas dimensionais e(ou) temporais. Tal
como as abduções inexplicáveis por OVNIs também sejam fato mesmo
mediante a grande margem de invencionices de testemunhos errados, e
tão pouco sabe-se se há alguma ligação com viagens temporais mesmo
que relatos novamente na bíblia indiquem fenômenos similares, não
somente sobre o arrebatamento, mas de transladações similares a dos
temponautas como Elias e Enoque.
Tal síntese acrescida da anomia representada pelos homo nulus
cuja pretensa nada mais é que buscar anular as ondas temporais pela
contradição analítica aonde o próprio termo assombração vem do
termo sombra. Seria então um universo simples em leis, mas complexo
em fenômenos resultantes ou discrepantes, sobretudo um universo de
muitas e muitas possibilidades e em eterna expansão. Somente então
será necessário separar ficção de realidade e mito da verdade e curtir a
viagem se não explica-los perante tal. Tirem suas conclusões com as
teorias e teses propostas, pois o que maior se propõe é do debate.
Mesmo nos argumentos de ‘Rex Virtualis: Mistério na Ilha Branca’ no
primeiro livro se escora em fatos, onde, por exemplo, um imenso
iceberg de aproximadamente 2,5 mil km² com 400 metros de altura se
desprendeu do Glaciar Mertz (Antártida) após a colisão com outro
iceberg chamado B9B desprendido em 1987, tendo o poder de alterar o
fluxo das águas por bloquear este fluxo no sul da Austrália e assim
perturbar a biodiversidade da região.
Por sua vez sobre a suposta linhagem de Seth descrita em
diversos trechos da Bíblia são de fatos verdades, mesmo que tenham se
perdido nas nevoas de nosso cronologia falha, e que por tão desejada e
assim invejada a destruí-la acabou-se perdendo sua genealogia, mas
que por tal perseguição acredito ter função e propósito. O nome Sete
significa do hebraico designado, e originalmente no livro sagrado é
tido como um filho que nasceu após a morte de Abel (Genises 5.3),
- 314 -
porém mencionado muito pouco se não referido na enciclopédia bíblica
como "raça desconhecida" citada em Número 24.17, os filhos de Sete,
provavelmente os descendentes do mesmo. Mas sendo hoje esta
existente ou não, o que aqui relato não seria menos mentira que supor
uma linhagem de Jesus onde não há qualquer referência bíblica ou
histórica razoável, mesmo que conceitos do Santo Graal não tenham
sido discutidos tal como da linhagem Merovigions se não apenas
ficando como sugestão e aparentemente até mesmo a bíblia negar
como em Atos 13.6. Mas particularmente apenas aceito como fato
religioso o que é descrito conforme o livro sagrado, mesmo que
valendo-se lembrar até mesmo um dos conceitos originais deste
colocava tal como sendo na realidade uma pedra tal como nos contos
do Rei Arthur, o que poderia ser não mais que uma torção.
Sobretudo conceitos sobre a linhagem de Seth até hoje são
discutidas onde num livro chamado 'Antiguidades Judaicas' (Flavio
Josefo) teriam criado dois pilares chamado por 'pilares de sete' onde
estariam registradas descobertas científicas, invenções principalmente
no campo da astronomia, baseado nas supostas previsões de Adão
sobre o dilúvio como forma de assegurar a perpetuação destes
conhecimentos. Segundo um apócrifo gnóstico chamado "A Revelação
de Adão" descoberto em 1945 no Egito (Nag-Hammadi), Adão é
descrito como pai de Seth responsável por passar todo conhecimento
secreto a ele: "Estas são as revelações que Adão desvelou ao seu filho
Seth; e o seu filho ensinou a seus descendentes. Este é o conhecimento
secreto que Adão entregou a Seth; é o santo de batismo daqueles que
adquirem o conhecimento eterno..."
Até mesmo existe um antigo movimento gnóstico chamado
Setianismo (no inglês, Sethianism) dedicado à devoção a Sete que
segundo estes teriam sido escolhidos por Deus a criar a sociedade
humana perfeita. Este movimento seria anterior ao próprio cristianismo
sendo judaica mesmo que com ligações ao platonismo. Assim o
contexto mostrado no conto 'Anibal Ad Portas' em que relata o
encontro de Balaão com os Seth na re-descoberta dos pilares de Sete
são apenas especulações fictícias por não terem bases sólidas mesmo
que tão pouco se proponha como doutrina ou evangelho, mas que no
- 315 -
conto levou Balaão a dizer a praga descrita em Números 24.17. Apesar
de jamais haver conhecimento destes supostos pilares, existem não
somente um, porém, vários casos de povos ao longo dos tempos com
avançado conhecimento em diversos ramos como astronomia ao caso
dos Dogons, uma tribo real da África mencionada em 'Eys Only' onde
foram pesquisados para um livro chamado The Sirius Mystery (O
Mistério de Sirius) do Robert K. G. Temple, um especialista em
sânscrito da Universidade da Pensilvânia.
Do mapa de Pire Reis, as linhas de Nazca aqui o conhecimento
de estrelas invisível a tecnologia do período demonstra no mínimo o
tom de mistério mesmo que obviamente mistificado num mitologia
particular. Já a Ordo Cristianitas Ad Ventus foi criada puramente por
mim e determinadamente como não mais que uma Sociedade do
Meme, assim como os conceitos da própria Bug´s Time, T.E.M.P.U.S.
e a Ordo Christianita Ad Peregrinus. Entretanto os argumentos do
suposto consórcio chamado Maistrini são mera ficção e não tem
qualquer relação com segredos de Fátima e qualquer outro. Ao passo
que a Bug´s Time é aquele que tem por objetivo subverter as leis
temporais. Seu nome é um trocadilho com o nome dos problemas
dados aos computadores na virada do milênio com insetos, ou seja,
uma maquina de problemas que está sempre a dificultar quando não
romper as legislações universais.
Porém, o misterioso sino utilizado nos experimentos de
Beschreibung Schmerz – Designium, personagem fictício cujo nome
do alemão significa ‘designar dores’ - acredita-se ser verdadeiro e que
teria matado cerca de 60 pessoas nas mediações da fronteira Theca
relacionado a projetos secretos que supostamente envolveria a
tecnologia de discos voadores, mas sendo realmente muito similar as
desenvolvidas por Nikola Tesla apesar de não se saber qualquer
ligação. Por sua vez Jakob Sporrenberg, foi um personagem real, um
general da SS que foi um dos responsáveis por experiências grotescas
com judeus e que fugiu após o final da guerra sem jamais ser
encontrado.
Sobre ‘Mitos dos Tempos’ os Toltecas e o mito de Kulkulkan
são verídicos e compartilhados por outras civilizações americanas
- 316 -
antes do velho mundo aqui chegar. Sobre a pedra da Gávea apesar da
referida Face do imperador ser considerada apenas um devaneio
aqueles que enxergam desenhos onde não há, existem entalhes
estranhamente simétricos por de trás a orientar a um ponto cego desta
pedra, onde relatos num livro diz-se haver uma caverna não acessível
as pessoas de tempos remotos havendo inscrições que se ligariam aos
maias. Apesar de ter feito tal pergunta a National Geographic estes
disseram desconhecer qualquer informação, mas que li num livro sobre
Atlântida e que tais entalhes vi com meus próprios olhos quando lá
subi. Sobre os personagens gêmeos simétricos apesar de serem
completamente fictício, há desenhos e inscrições entre achados
arqueológicos que fazem imagens similares de anjos relatados na
Bíblia. Quanto a Ronoake o incidente verídico cujo nome Croatoan
realmente foi encontrado talhado numa árvore, porém, diversas teorias
indicam que os habitantes da vila teriam se misturado aos índios,
mesmo que pendam de provas mediante os fatos.
Já as visões do futuro pós-histórico por Teogoras, Octavios e
John Roberts alguns elementos corrobam tal como fato possível onde a
exemplo do terremoto ocorrido no Chile no final de fevereiro de 2010
comprovou que se tal foi capaz de interferir no movimento da rotação
mesmo que neste caso diminuindo duma maneira infimamente
imperpecptivel, chegando a ser publicado pela revista Bussness Week
onde o cientista da NASA Richard Gross confirmou tal onde por
cálculos feitos por sua equipe, constataram que a terra se deslocou 8
cm de seu eixo e perdeu 1,26 microssegundos de rotação o que será
então que um asteróide colidido de modo estratégico causaria ao nosso
planeta ou talvez bombas nucleares? Se sua rota fosse no sentido
contrário a rotação da terra poderia não somente fazer a terra
desacelerar radicalmente como sair de sua órbita, criando cenários
muito similares aos propostos no conto, neste caso completamente
estático não somente dias e noites superlongos e assim de temperatura
extremas, mas verdadeiras zonas de crepúsculos.
- 317 -
Lista de nomes
Aagje Stoneset: Uma virgem,
parente de Xenomedes da
linhagem Seth que se casa com
John Roberts no conto 'O
Oitavo Peregrino', significa do
grego, formosa.
Abbas Hartmut: Amigo de
Amir Mahafara é um dos
Templários traidores do conto
'O Oitavo Peregrino'.
Albert Tucson: Investigador
criminal descendente de índios
nos contos Rex Virtualis.
Amir Mahafara: Um cruel
Templário traidor no conto ‘O
Oitavo Peregrino’.
Andy Wellignton: Um
empresário inescrupuloso e
cruel que lucra com
descobertas e histórias de
temponautas como Octavios,
no conto Sem Previsão.
Anthony: Um assistente
fictício de Nikola Tesla que
morre nas mãos de um
transformista chamado
Lorriene no conto ‘Sem
Previsão’.
Alexis Anor Zanini: O Bispo
é um delegado enviado pelo
Vaticano a investigar possíveis
heresias na Terra Santa e
protege Octavios e Roberts no
conto, ‘O Oitavo Peregrino’.
Alvaro Watchman: O
fundador da misteriosa Bug´s
time e responsável pelo
TerrAlfa no contos de Rex
Virtualis.
Akihiro Sadao: Investigador
japonês no conto Rex Virtualis
II
Amantti Amatore: um eco
existencial fantasma de John
Roberts, onde é um escritor de
sucesso casado com quatro
mulheres que aparece num
sonho de Roberts em Crônicas
Atemporais.
Anderton Mirta: Um dos
cinco desaparecidos morto no
conto 'Uma Cidade Qualquer'.
Anemone Aniceto: Mercenário que faz parte do
Ordo Cristianita Peregrinus em
Éden.
Angelus Bishop: Chefe de
segurança da equipe do MIT.
Apocon Keystone: Poderoso
imaginológo do futuro do qual
a tentativa de mata-lo acabou
por provocar o fim do mundo.
Arquiofonte: Personagem
relatado no mito de
Xenomedes em Éden.
Aster Hamilton: Um
mercenário grego do grupo
318
Ordo Cristianita Peregrinus em
Éden.
Athos Vougan: Espião
legionário no grupo Ordo
Cristianita Peregrinus em
Éden.
Beschreibung Schmerz: Um
dos nomes de Designium
durante a Segunda Guerra
Mundial no conto 'Eyes Only'.
Bianor: um dos Líder dos
ordinários no conto Éden.
Brittany Century: Genial
mulher resgatada por Octavios
no conto Unknow Mainstream.
Chikako Aiko Kame: Traduzindo os nomes em
respectivas ordem, Filho da
sabedoria, homem brilhante e
tartaruga, um signo da
longevidade. Um cientista que
seria morto após viver sob
condições inóspitas pela Bug´s
Time, mas servindo a
T.E.M.P.U.S. após ser liberto e
salvo, no livro Acrologias.
Chikako Hajime: Um
prisioneiro hacker encontrado
no Japão no conto Rex
Virtualis II.
Chieko Chiharu: Mil bençãos,
mil nascentes. Um dos
responsáveis pela recriação do
PAT ao lado Chikako que foi
salvo dos extremistas da Bug´s
Time, no livro Acrologias.
Dayanne Conrad: Uma
temponauta topologa em 'Mitos
dos Tempos'.
Designium: Também
conhecido por Beschreibung
Schmerz entre os nazistas é um
misterioso Seth de aparência
hiper-simetrica que é
pervertido, a determinar
(designar) anomias em ‘Eyes
Only’. Consta como sendo um
dos cinco desaparecidos do
tempo.
Deolinda: Vizinha de Dominic
no conto 'Uma Cidade
Qualquer'.
Dominic Kaspar: Um jovem
genial e desiludido no conto
'Uma Cidade Qualquer' que
posteriormente é recrutado na
TEMPUS.
Éderson Montgomery: General da Defense Agency
Inteligence procurado pelo
grupo Ordo Cristianita
Peregrinus, do conto Éden.
Edwin Farrell: Ex-membro da
Legião Estrangeira no grupo
Ordo Cristianita Peregrinus
que resgata Yves em Éden.
Elora Adrastéia: Um das
cinco desaparecidas do espaço-
319
tempo no conto 'Uma Cidade
Qualquer'.
Eric Cardino: Um ex-
presidente morto no conto
Éden.
Eric Fingal: Personagem da
história lida por Yuri no conto
Praeteritus Perfectus.
Enzo Stoneset: Um físico dos
anos 50 do século XXI, pai de
Herbet Stoneset no conto
'Fantasmas do Tempo'.
Fedon Wade: O bispo líder do
grupo que resgatará Yves, no
conto Éden.
Garnet Melahel: Suposto anjo
dimensional que guardaria a
entrada para o Éden, no conto
de mesmo nome.
Gary Kane: Cientista
responsável pela descoberta da
Matéria Espelhada em 1969:
Praeteritus Percfetus, um
fantasma reflexivo de John
Roberts.
Gene Ravell: Ordinário que
tortura Octavios no conto
Unknow Mainstream.
Gesur Nierming: Um escravo
em Unknow Mainstream,
fantasma existencial de John
Roberts.
Hebert Stoneset: Um dos
fundadores da TEMPUS,
presente nos contos Quantum
of Time e Anibal Ad Portas.
Heidrun Adail: Um nome
adotado por John Roberts no
conto 'O Oitavo Peregrino'.
Herbie Pool: Geneticista no
conto Rex Virtualis II.
Herbie Von Zanquarius: Cientista traidor do Sindicato
dos Filósofos no conto
Kriptofbia.
Hugh Sacha:um ex-agente da
KGB que faz parte da Bug
Time no conto Rex Virtualis II.
Isabel Lorenço: Repórter
brasileira no conto Rex
Virtualis III.
Jameson Joe: Um cientista
militar companheiro de Leonel
Lennox no final da terceira
década do século XXI, no
conto 'Fantasmas do Tempo'.
Jakob Sporrenberg: Um
cientista e general verdadeiro
do III Reinch que desapareceu
após a Segunda Guerra
Mundial.
Jenny Laureen: Uma
descendente de John Roberts
que tem um filho de Octavios
no século XIX e é protegida da
deteriorização social, no conto
Quantum of Time.
320
João da Silva: Um disfarce de
John Roberts no conto 'Uma
Cidade Qualquer'.
John Doe Demócrito: Fantasma reflexivo anômalo de
John Roberts em Requiem da
Humanidade.
John Roberts: O personagem
que viaja no tempo a completar
sua própria linhagem como
descendente de si próprio nos
três Rex Virtuais e em
Crônicas Atemporais.
John Smiths: Cientista virtual
teórico em Ex Virtualis.
Joseph Avila: Descendente de
John Roberts em Rex Virtualis
Parte II.
Joseph Hanus: Um
Temponauta que sofre da
Narcose Temporal no conto
Quantum of Time, cujos ecos
existenciais se refletem em
Ulva e no relojoeiro no conto
‘Sem Previsão’.
Jonathan Haydan Strong: hacker que auxilia Roberts no
conto Rex Virtualis II.
Josie: Mulher da equipe de
Yuri que morre em
Kriptofobia.
Julia Fill: Investigadora
criminal no Alasca, no conto
Ex Virtualis.
Lane Isra Raja: Uma das
mulheres do grupo de Suzanna
no conto Éden.
Leonel Lennox: Um cientista
responsável pelo primeiro
experimento oficial de viagem
no tempo.
Loriene: Um transformista que
vive com Andy Welligton no
conto ‘Sem Previsão’.
Lory Ferguson: Um hacker
fanático extremista seguidor de
Watchman nos contos Rex
Virtualis II e III.
Kermit Maxwell: Um
cientista amigo de Dionísio no
conto ‘A Sete Passos do
Paraíso’ dentro do conto
‘Quantum os Time’.
Kimberley Kaab: Um
Temponauta parceiro de
Octavios que acaba morrendo
na pré-história tendo seus ossos
encontrados fossilizados no
futuro pela TEMPUS, no conto
Quantum of Time.
Knox Damon: Legionário
Atirador excepcional do grupo
Ordo Cristianita Peregrinus
que se torna amigo de Yves, no
conto Éden.
Malvino Bronwen: Investigador no conto
Kriptofobia.
321
Marshal Gale: Um paralítico
extremista da Bug´s Time no
conto Rex Virtualis II.
Max Zulu Milles: Um dos
misteriosos não pertencente a
TEMPUS.
Melahel, Yehudi Martin: A
Sete passos do paraíso, é uma
variação de eco existencial de
John Roberts, no conto
Quantum of Time.
Monique Burnier: Senhora
que morre misteriosamente no
Brasil, no conto Rex Virtualis
II.
Násser: Fiel aprendiz de Sahar
no conto 'O Oitavo Peregrino'.
Nikola Tesla: Personagem real
conhecido pela descoberta da
corrente alternada cuja
trajetória e envolta em
mistérios.
Octavios, John: Um dos
primeiros agentes da TEMPUS
e descendente de John Roberts
no livro ‘Crônicas do Tempo’ e
‘Crônicas Atemporais’.
Odemira Násser: Uma
escritora cega de um olho no
conto 'Uma Cidade Qualquer'
Osmar Olavo: um nobre
Ayúbida que esteve presente na
fundação da Ordo Christianitas
Ad Ventus, no conto 'O Oitavo
Peregrino'.
Otávio Ramos: Outro nome de
Octavios identificado no conto
‘Oitavo Peregrino’, de
'Crônicas Atemporais'.
Percy Rufus: A besta dos
olhos vermelhos, no conto
Éden.
Porchat Penafort: Traidor do
grupo Ordo Cristianita
Peregrinus, conhecido por ser
mercador de mulheres em
Éden.
Rachel Smoths: Cientista
computacional que tenta
resgatar John Roberts em Ex
Virtualis.
Ranya Zinara: Misteriosa
investigadora que faz parte do
programa secreto de controle
caótico, no conto Réquiem da
Humanidade.
Relojoeiro: Misterioso
personagem sem nome do
conto ‘Sem Previsão’ que na
realidade é um eco existencial
de Joseph Hanus de ‘Quantum
of Time’.
Richard Newman: Um dos
fundadores do Sindicato dos
Filósofos que sofre de TOC, no
conto Kriptofobia.
Robert Wolfberg: Um físico e
astrônomo alemão no conto
'Eyes Only' também presente
322
no livro 'Psiquiatra de Fuher'
como uma vítima de histeria.
Rochelle Nickols: Uma genial
e bela cientista bióloga em Rex
Virtualis III e Requiem da
Humanidade.
Sahar Aaminah: Um nobre
cavalheiro templário que
depois se alia a John Roberts,
no conto ‘Oitavo Peregrino’.
Saião Mirta: Um cantor no
conto 'Uma Cidade Qualquer'.
Saliba Tânuz: Um Ayúbida
mulçumano que na realidade é
um Hashishin xiita que faz
parte do complô para destruir a
linhagem Seth em ‘O Oitavo
Peregrino’.
Simetric Twin: Dois
misteriosos viajantes
provavelmente do espaço que
seriam como reflexo oposto e
exato um do outro, no conto
‘Mitos dos Tempos’.
Shimomura Abner
Nakamoto: investigador
virtual da MIT, nos contos Rex
Virtualis.
Spation Venter: Biólogo no
conto Rex Virtualis III.
Suzanna Menes: A líder de um
grupo de mulheres
sobreviventes dos ordinários
no conto Éden.
Tatsuya: Misterioso japonês
extremista pertencente ao
grupo Bug´s Time, no conto
Rex Virtualis II.
Teogoras: Diretor e um dos
fundadores da TEMPUS, no
conto Quantum Of Time e no
livro ‘Crônicas Atemporais’.
Theodore Mitnick: Ex-hacker
filho de brasileiros que se alia
ao grupo de John Roberts nos
contos Rex Virtualis.
Tino Dionísio: Um cientista
que persegue Melahel no conto
Sete Passados do Paraíso, de
Quantum of Time.
Ulva Sansone: Uma ex
curandeira cega amiga de
Tucson no conto Rex Virtualis
III e re-aparecendo como um
homem preso injustamente no
conto Praeteritus Perfectus,
sendo apenas reflexos de
Joseph Hanus.
Xarif Nabih: Protetor de uma
pequena cidade que se une ao
grupo dos 7 Peregrinos
substituindo Prochat no conto
Éden.
Xenir: Mãe protetora de
Xenomedes no mito relatado
no conto Éden.
Xenomedes Stoneset, Jobson: Um descente de John Roberts
323
no conto ‘Éden’ e ‘O Oitavo
Peregrino’.
Yates Winston: Professor do
MIT nos contos Rex Virtualis
II e III.
Yogini Newman: Psicopata
assassino e estuprador que
doou os órgãos a Gary Kane no
conto Praeteritus Perfectus.
Yves Pálmer: Variação
fantasma de John Roberts em
Éden.
Yuri Zelliva: Um cientista
responsável pelas descoberta
das variáveis temporais
fluídicas. Fantasma
dimensional e variável de John
Roberts (Kriptofobia)
Zahara Úlima: Mulher que
segue os 7 peregrinos no conto
Éden.
Zayd Parsifal: o líder da
pequena cidade invadida pelos
ordinários no conto Éden.
Zemina: Irmã de Roberts no
conto, Rex Virtualis II.
324
Bibliografia Referencial:
- Ecce Libro - o Livro das Sinteses - Gerson Machado de Avillez -
2009
- Cronologos: Fronteiras do Tempo - Gerson Machado de Avillez -
2010
- Eram os deuses astronautas - Eric Von Danikien
- The Sirius Mystery (0 Mistério de Sírius) - Robert K. G. Temple
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