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MINISTÉRIO DA SAÚDE
GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO
CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E PESQUISA EM SAÚDE – ESCOLA GHC
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – FIOCRUZ
INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA EM SAÚDE - ICICT
O PERFIL DO PACIENTE ATENDIDO POR UM PROGRAMA DE CONTROLE DE HIPERTENSÃO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE
SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL
GRAZIELE DA SILVA FERREIRA
ORIENTADORA: LUCIANE BERTO BENEDETTI
PORTO ALEGRE
2012
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GRAZIELE DA SILVA FERREIRA
O PERFIL DO PACIENTE ATENDIDO POR UM PROGRAMA DE CO NTROLE DE HIPERTENSÃO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE UM MU NICÍPIO DO
RIO GRANDE DO SUL
Porto Alegre
2012
Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Informação Científica e Tecnológica em Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ Orientadora: Luciane Berto Benedetti
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RESUMO
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco para doenças do
aparelho circulatório. O Brasil está passando por um momento de transição epidemiológica
onde crescem os casos de doenças crônicas como a HAS. O Ministério da Saúde apresentou
nos últimos anos diversos programas para prevenção, diagnóstico e controle do tratamento. O
Hiperdia tem como finalidade reorganizar serviços para ofertar atenção contínua aos pacientes
dando ênfase à identificação de casos suspeitos, elaboração de protocolos e treinamento dos
profissionais. Juntamente foi criado o Sis-Hiperdia, que é um sistema de cadastramento e
acompanhamento de hipertensos e diabéticos.
O tratamento da hipertensão abrange mudanças de hábitos de vida e tratamento
medicamentoso. A adesão ao tratamento é uma problemática principalmente em doenças
crônicas. Vários fatores influenciam a adesão ao tratamento e é de grande importância que
esses fatores sejam abordados adequadamente pela equipe de saúde. O projeto a seguir tem
como objetivo avaliar o perfil epidemiológico de usuários cadastrados no programa Hiperdia,
no município de Nova Santa Rita, identificando possíveis fatores que levam ao abandono do
tratamento para desenvolvimento de ações para prevenção e controle de hipertensão. A
análise dos dados será feita pelo programa SPSS versão 16. Serão utilizados os testes T e o
teste de Qui-quadrado, e análise por regressão múltipla de Poisson. O nível de significância
será de 0,05. Para análise das questões abertas, será utilizado o método de análise de
conteúdo.
Palavras-chave: Hipertensão; perfil de saúde; adesão à medicação
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 5
2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 7
3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 9
3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................ 9
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 9
4 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 10
4.1 HIPERTENSÃO.................................................................................................. 10
4.2 A HIPERTENSÃO ARTERIAL NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE ............................................................................................................... 12
4.3 ADESÃO AO TRATAMENTO.......................................................................... 15
4.4 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS.......................................... 18
4.5 PREVENÇÃO E TRATAMENTO...................................................................... 19
4.6 UNIDADE BÁSICA DE FISIOTERAPIA PEDREIRA..................................... 21
5 METODOLOGIA .............................................................................................. 23
5.1 PESQUISA........................................................................................................... 23
5.2 PARTICIPANTES........................................................................................... 23
5.3 INSTRUMENTOS............................................................................................... 23
5.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS................................................ 25
5.5 ANÁLISE DOS DADOS..................................................................................... 25
5.6 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................................... 25
5.7 DIVULGAÇÃO................................................................................................... 26
6 ORÇAMENTO ................................................................................................... 27
7 CRONOGRAMA ............................................................................................... 28
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 29
APÊNDICE A .............................................................................................................. 35
APÊNDICE B .............................................................................................................. 36
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1 INTRODUÇÃO
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco para
doenças do aparelho circulatório. É uma doença de grande importância e peculiaridade devido
ao seu curso inicial assintomático e por favorecer o aparecimento de complicações sistêmicas.
Em geral, quanto maior a pressão sanguínea, maior o risco de desenvolver doenças.
Não há um valor pressórico definido onde as chances de desenvolver doenças sejam maiores,
pois o risco é contínuo.
O Brasil passa por um período de transição epidemiológica em que aumentam os casos
de doenças crônicas não transmissíveis que demandam longos tratamentos, muitas vezes com
dificuldade de manutenção devido à ausência de sintomas.
O Ministério da Saúde (MS) vem, nos últimos anos, implantando programas e
incentivando campanhas de prevenção, diagnóstico e controle da HAS. Essas medidas visam
apoiar a implantação de políticas públicas de saúde para prevenção e controle dos fatores de
risco, diminuindo o número de intercorrências e evitando complicações sistêmicas passíveis
de internação.
O tratamento da hipertensão abrange medidas medicamentosas e mudanças de estilo
de vida. Neste caso, quando o tratamento é de longa duração, a baixa adesão aos programas de
controle e ao tratamento farmacológico constitui uma problemática para o curso da doença.
Vários fatores estão envolvidos na baixa adesão ao tratamento, dentre eles, fatores intrínsecos
do paciente e fatores socioeconômicos.
Cabe ao profissional desenvolver métodos que aumentem a adesão aos programas de
controle de hipertensão. Para isso, é fundamental conhecer o perfil do público alvo, com o
propósito de aprimorar a maneira de abordar a doença e conscientizar o paciente sobre a
importância do tratamento. Para atingir este objetivo, devem ser utilizadas todas as opções
disponíveis, inclusive medidas educativas específicas para aquele usuário, garantindo assim
um bom resultado nos métodos aplicados.
Considerando a baixa aderência ao tratamento e as características da população,
juntamente com o avanço do número de pessoas com HAS, este projeto tem como objetivo
descrever o perfil epidemiológico dos usuários cadastrados no programa Hiperdia na Unidade
Básica de Fisioterapia Pedreira, no município de Nova Santa Rita, buscando melhorar as
medidas de prevenção e controle da hipertensão.
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Trata-se de uma pesquisa transversal, com abordagem quantitativa. Será aplicado um
questionário semi-estruturado à população participante do estudo no qual serão coletados
dados de perfil sóciodemográfico, perfil clínico, questões referentes à adesão ao tratamento e
relação do paciente frente ao programa de tratamento. A análise dos dados será feita pelo
programa SPSS versão 16. Para avaliar o nível de conhecimento utilizaremos os testes Qui-
quadrado e a análise por regressão múltipla de Poisson. Para análise de variáveis contínuas
será utilizado o teste T. Para análise de variáveis categóricas será utilizado o teste de Qui-
quadrado. Para avaliar qual dos fatores é associado de forma independente será utilizada a
análise por regressão múltipla de Poisson. O nível de significância será de 0,05.
Para a análise das questões abertas será utilizado o método de análise de conteúdo.
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2 JUSTIFICATIVA
Nos últimos anos têm crescido os investimentos para a prevenção da Hipertensão
Arterial Sistêmica (HAS). O Brasil lançou em 2011 o Plano de Ações Estratégicas para o
Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, para o período de 2011 a 2022. Em
de 2013 o Ministério da Saúde irá realizar em 1.600 municípios a Pesquisa Nacional em
Saúde, na qual serão realizados exames com a finalidade de obter informações acerca de
hábitos alimentares, tabagismo, uso de bebidas alcoólicas, prática de atividade física e fatores
comportamentais associados a hábitos saudáveis. A ação quer investigar a atenção dispensada
aos pacientes hipertensos, incluindo acesso aos medicamentos e exames e quanto à
continuidade ao cuidado1.
Considerando as atitudes dos pacientes frente ao tratamento e as barreiras para
participação e adesão ao tratamento, que impedem a obtenção de resultados satisfatórios e
frustram a equipe multidisciplinar, torna-se necessário detalhar os motivos pelos quais os
pacientes não aderem ao tratamento, sejam eles relacionados à equipe ou ao tratamento.
Uma eficaz abordagem contra a HAS deve ser combinada a outras estratégias focadas
para a redução dos fatores de risco para doenças cardíacas. Tais abordagens incluem
geralmente: dieta saudável, perda de peso, consumo moderado de álcool e atividade física
regular2.
A educação em saúde é um meio alternativo para guiar as pessoas a adotarem
mudanças para prevenir e/ou controlar os fatores de risco da HAS, motivando-os a manter o
tratamento de forma ativa3.
Prevenir e tratar a HAS envolve, essencialmente, educação para incorporar mudanças
de hábitos de vida4. Fazem parte do tratamento não medicamentoso da doença, juntamente
com a prática de exercícios regulares, redução do teor de sal na dieta, controle de peso,
combate ao etilismo e ao tabagismo, que apesar de serem muito difundidos entre os pacientes,
são pouco seguidos ou erroneamente interpretados.
É de suma importância identificar na população-alvo quais são as variáveis que estão
relacionadas ao abandono do tratamento e ao não cumprimento das orientações terapêuticas
(adesão à medicação e a modificação do estilo de vida).
Tendo como base as informações do perfil epidemiológico dos pacientes, podem-se
descobrir fatores de risco para HAS e fatores que agravem a doença5. A grande importância
de conhecer o perfil epidemiológico do paciente hipertenso usuário do sistema de saúde é
8
obter e fornecer aos profissionais dados que possibilitem controle sobre a doença, além de
direcionar as ações de controle da doença6.
Ressalta-se a importância da abordagem profissional diante do paciente, para que essa
abordagem ocorra dentro de suas percepções, para que conheça sua doença, desenvolva auto-
responsabilidade assumindo papel ativo e modificando seu comportamento frente à saúde,
mantendo sentimentos positivos7.
9
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Descrever o perfil epidemiológico dos usuários cadastrados no programa Hiperdia em
uma Unidade de Saúde do bairro Pedreira, no município de Nova Santa Rita, buscando
melhorar as medidas de prevenção e controle da Hipertensão Arterial Sistêmica.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Identificar fatores que levem ao abandono do tratamento, resultando em baixa adesão;
• Avaliar o conhecimento da população sobre a doença;
• Desenvolver ações educativas/preventivas visando à prevenção e controle da
Hipertensão Arterial Sistêmica.
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4 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 HIPERTENSÃO
O estudo dos fenômenos que ocorrem no interior dos vasos sanguíneos iniciou nos
tempos da Grécia Antiga. O médico grego Herófilo, grande anatomista, descreveu o pulso
como um fenômeno que ocorre no interior dos vasos. Por volta de 1856, o cirurgião Faivre,
realizou a primeira aferição da pressão durante uma cirurgia e, a partir desta década, inicia-se
uma busca por valores de normalidade8.
Inicialmente, a elevação da pressão arterial era uma adaptação ao estreitamento das
artérias. Em 1896, o italiano Riva-Rocci cria o esfigmomanômetro, tornando possível a
medida auscultatória indireta da pressão arterial9.
A pressão arterial é definida como o produto da relação entre o débito cardíaco e a
resistência vascular periférica10. A resistência vascular periférica sofre interferência de
mecanismos vasoconstritores e vasodilatadores, como o sistema nervoso simpático, o sistema
renina angiotensina e a modulação endotelial11.
O aumento da espessura da parede dos vasos potencializa o efeito vasoconstritor,
aumentando ainda mais a resistência vascular periférica11. Diferentes mecanismos controlam
os níveis de pressão no corpo humano; estes podem ser componentes tônicos (responsáveis
pela manutenção da pressão) e componentes fásicos (responsáveis pela variação momento a
momento). Estes mecanismos regulam a reatividade e o calibre vascular, a distribuição dos
líquidos dentro e fora dos vasos e o débito cardíaco12.
O nível normal de pressão arterial é mantido pelo equilíbrio homeostático. Quando há
alteração no equilíbrio, ocorre a hipertensão primária. Este equilíbrio pode ser alterado por
fatores ambientais e psicoemocionais, entre outros12.
O aumento da resistência vascular periférica é um fator que predispõe o
desenvolvimento da HAS. O diâmetro dos vasos varia de acordo com a contração da
musculatura lisa dos vasos, mas também está ligado aos níveis de hipertrofia das paredes e
também de seu constante remodelamento. Fatores como a atividade simpática articulada pelas
aferências de diferentes reflexos e por substâncias constritoras ou dilatadoras influenciam a
variação do tônus vascular12.
Em certos casos de hipertensão há fatores desencadeantes bem definidos que devem
ser diagnosticados, para controlar a pressão arterial. Esses casos são definidos como
11
hipertensão secundária13, tendo prevalência de cerca de 3 a 5% dos casos de hipertensão no
Brasil14.
Os primeiros critérios para valores diagnósticos de hipertensão arterial foram muito
diferentes na primeira metade do século passado, variando de 140X90 mmHg para Ayman
(1943) a 180X100 mmHg para Burguess (1948)15.
Atualmente, a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão classifica os níveis de pressão em
pacientes acima de 18 anos de acordo com a tabela abaixo.
Tabela 1: valores de pressão arterial
Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório (>18 anos) Classificação Pressão sistólica (mmHg) Pressão diastólica (mmHg) Ótima <120 <80 Normal <130 <85 Limítrofe 130-139 85-89 Hipertensão estágio I 140-149 90-99 Hipertensão estágio II 160-179 100-109 Hipertensão estágio III ≥ 180 ≥ 110 Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90 Quando as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da pressão arterial. *pressão normal-alta ou pré-hipertensão são termos que se equivalem na literatura. Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010.
A princípio os primeiros medicamentos tinham pouco efeito no controle da pressão e
técnicas como simpatectomia bilateral utilizada em pacientes com hipertensão maligna,
juntamente com a adoção da dieta de Kempner composta por 400g diárias de arroz,
acompanhados por frutas, açucarados, sendo hipocalórica, hipoprotéica, hipossódica e
insípida15 sendo estes os principais pilares do tratamento da HAS.
Em meados da década de 1950, foram desenvolvidos vários medicamentos, entre eles,
o hexametônio, que entrou em desuso devido à toxicidade9.
A partir da década de 1970, baseado nos resultados dos estudos de Framingham, que
realizou um estudo de coorte de seguimento por dez anos, onde relacionou fatores para
doenças coronarianas e em especial a HAS, reconheceu-se a necessidade de tratar a
hipertensão nos casos graves e, em casos onde existam complicações como: cardiopatia
hipertensiva, doença coronariana, doença renal hipertensiva e também de tratamento de casos
assintomáticos, prevenindo consequências como doenças cardíacas, renais, cerebrovasculares
e vasculares periféricas9.
12
Também na década de 1970 surgiram alguns dos medicamentos que ainda fazem parte
do tratamento de vários pacientes como os betabloqueadores adrenérgicos e os antagonistas
do canal de cálcio. Em 1977, Crushman e colaboradores apresentaram o captopril15.
A HAS é uma doença crônica que não tem cura, mas sim controle e objetivo do
tratamento é reduzir a morbidade e a mortalidade cardiovascular16.
O diagnóstico de HAS é feito pela medida casual da pressão arterial que deverá ser
repetida no mínimo três vezes em condições ideais. A hipertensão é definida como valores de
pressão sistólica ≥140 mmHg e/ou pressão diastólica ≥90 mmHg em medidas de
consultório14, sendo que, para confirmar o diagnóstico da hipertensão é necessário avaliar o
resultado da verificação da pressão arterial, juntamente com resultados de exames
laboratoriais e físicos17.
4.2 A HIPERTENSÃO ARTERIAL NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE
O Brasil tem uma tradição histórica de intervenção estatal no âmbito da política social.
A conquista dos direitos sociais, por meio de lutas do movimento sindical e operário, garantiu
aos brasileiros o direito de ter acesso ao meio de vida e de bem-estar social, ratificados pela
Constituição Brasileira de 1988, onde o 6° artigo assegura “a saúde, a educação, o trabalho, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade, a assistência aos
desamparados” como direitos sociais18.
Nas últimas décadas, está acontecendo um aumento na implementação de ações
preventivas, tratamento e controle da hipertensão arterial sistêmica, através da reorganização
do Sistema Único de Saúde (SUS), dando à rede básica de saúde maior poder de resolução nas
questões relacionadas à doença4.
O Ministério da Saúde (MS) desenvolveu inúmeros programas para o controle das
doenças de grande impacto como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus
(DM).
Em 2001, o MS instaurou um plano de reorganização da Atenção à Saúde, através da
portaria GM nº 393 de 29/03/2001, que teve como estratégia aumentar a prevenção, o
diagnóstico e o controle da HAS e do DM, possibilitando a redução de internações, a queda
na procura por pronto-atendimento, diminuição de gastos desnecessários para tratamento de
complicações evitáveis, queda na mortalidade cardiovascular e aposentadorias precoces19.
13
Em 2002, através da portaria GM n° 371/02 surge o Programa Nacional de Assistência
Farmacêutica para HAS e DM (Hiperdia), como parte complementar do Plano Nacional de
Reorganização da Atenção Primária. Coloca como responsabilidade do gestor federal a
aquisição e disponibilização aos municípios de medicamentos para tratamento da HAS e
DM19.
Com a finalidade de reorganizar serviços, para ofertar de atenção contínua e
qualificada aos portadores de HAS, foi priorizado neste plano a confirmação de casos
suspeitos, elaboração de protocolos de atendimento clínico e treinamento dos profissionais de
saúde, assegurando a distribuição gratuita de medicação. Também houve a criação de um
sistema informatizado de cadastro e acompanhamento de hipertensos denominado Sis-
Hiperdia, também conhecido como Hiperdia20.
O Hiperdia tem como objetivos:
• Oferecer continuamente à rede básica de saúde os medicamentos para HAS e DM
definidos e propostos pelo MS;
• Realizar o acompanhamento e avaliação dos impactos na morbimortalidade para essas
doenças, impactos esses ocorridos pela implementação do programa;
• Realizar um cadastro dos portadores de HAS e DM, com auxílio do Cadastro Nacional
de Portadores e HAS e DM21;
• Acompanhar os pacientes portadores de HAS e DM em todas as unidades básicas do
SUS;
• Fornecer informações para trabalhadores e gestores de saúde, para aquisição,
dispensação e distribuição de medicamentos para todos os usuários cadastrados nesse
programa22.
O sistema de cadastramento Hiperdia é formado pelos subsistemas municipal e
federal, de maneira que dados gerados nas Secretarias Municipais de Saúde (SMS)
formam uma base de dados nacional que pode ser acessada por qualquer ponto que tenha
acesso à internet, através do site do DATASUS, que é o órgão do MS responsável pelos
sistemas informatizados20.
As informações são coletadas através do preenchimento da Ficha de Cadastro do
paciente hipertenso e/ou diabético pelo profissional de saúde. Os dados formam um banco
de dados que torna possível a obtenção de Relatórios e Gráficos de esfera federal, estadual
e municipal20.
14
O sistema deve ser continuamente alimentado com informações acerca de óbitos e
mudanças de endereço, evitando duplicatas de registros, mantendo maior fidedignidade dos
números de pacientes que utilizam os serviços20. O gerenciamento do acompanhamento do
paciente é feito através de uma planilha que permite a monitorização dos pacientes
cadastrados20.
Alcançar o sucesso com as doenças crônicas permanece sendo um desafio ao sistema
de saúde. Desafio que será maior para sistemas de saúde que não tenham implantado o
sistema de atenção primária à saúde2. Este é um dos problemas em sistemas onde, de um lado,
existe a situação de aumento exponencial de condições crônicas, e de outro, um sistema de
saúde que atua de forma seccionada, atuando de forma episódica e reativa, dirigida para
atenção a condições crônicas e situações de agudizações das condições crônicas2.
O gerenciamento das ações de controle da HAS inclui ações articuladas de vigilância
da hipertensão, das comorbidades e de seus determinantes, da integralidade do cuidado e da
promoção da saúde23.
Sistemas confiáveis de monitoramento são essenciais para garantir que haja retorno
dos investimentos para hipertensão. Para isso é necessário que exista o registro completo de
informações. Do mesmo modo, inquéritos populacionais regulares e representativos são
formas eficazes de monitorar tendências nos fatores de risco para compreensão de
intervenções prioritárias2.
4.3 ADESÃO AO TRATAMENTO
A adesão ao tratamento tem sido monitorada desde o tempo de Hipócrates, quando os
efeitos das poções administradas eram anotados caso o paciente tomasse ou não. Os métodos
de avaliação de adesão podem ser divididos em métodos diretos e indiretos, cada um com
suas vantagens e desvantagens, e nenhum padrão-ouro24.
Muitos pesquisadores relacionam o termo adesão somente ao tratamento
medicamentoso, mas este termo se refere a outros comportamentos intrínsecos à saúde, que
vão além do simples seguimento da prescrição de medicamentos, envolvendo também fatores
socioeconômicos, além de aspectos relacionados ao tratamento, ao pacientes e à própria
doença25.
Existem alguns termos que são usados como sinônimos de adesão, porém existem
algumas diferenças entre eles que devem ser esclarecidas.
15
O termo complacência pode ser definido como: até que ponto o comportamento do
paciente coincide com a prescrição clínica, levando em consideração o tipo de comportamento
dos pacientes que não seguem os conselhos dos profissionais de saúde. Concordância diz
respeito ao comum acordo entre paciente e equipe sobre o plano de tratamento e o uso dos
medicamentos prescritos26.
O termo adesão faz referência à interação formada entre fornecedor, paciente e
sistema de saúde, “um processo comportamental, sob influência do ambiente em que vivem os
pacientes, os prestadores de cuidados em saúde e os sistemas de saúde prestadores de
cuidados”26.
Mais recentemente, a Organização Mundial da Saúde definiu aderência como a
medida de comportamento de uma pessoa (tomando medicação, seguindo uma dieta e/ou
fazendo uma mudança no estilo de vida), em concordância com recomendações pactuadas
junto ao prestador de cuidados de saúde. O termo persistência se refere ao tempo em que o
paciente permanece engajado ao tratamento com a dosagem prescrita26.
Mesmo com comprovada eficiência terapêutica medicamentosa, a baixa adesão
terapêutica tem sido preocupante9. Em um estudo americano, feito com pacientes hipertensos,
o resultado mostra que mais de dois terços dos pacientes estavam cientes da doença e
tomavam precaução e 90% estavam em tratamento. Os dois fatores mais problemáticos para
adesão ao tratamento são: falta de efetividade em fornecer solução para a alteração de pressão
e não aderência do paciente às recomendações do tratamento26.
Apesar da grande disponibilidade de agentes anti-hipertensivos eficientes, apenas 65%
dos pacientes recebe o tratamento indicado e, desses, apenas 50% o mantém após um ano26.
No Brasil, cerca de 30 a 40% dos pacientes que iniciam o tratamento optam por
abandoná-lo e um empecilho para a equipe de saúde é enfatizar para o paciente o caráter
crônico de sua doença27. Alguns estudos observacionais demonstram que a maior parte dos
pacientes com diagnóstico de HAS apresenta má-adesão ao tratamento e apenas 22% dos
doentes seguem todas as orientações médicas, incluindo tomar a medicação no horário e
realizar as mudanças no estilo de vida28, 29.
Vários motivos podem ser apontados para o abandono do tratamento e, embora este
não seja um problema exclusivo da hipertensão arterial sistêmica, a não-adesão às condutas
anti-hipertensivas é uma situação muito complexa3. Além das dificuldades normais referentes
ao acompanhamento médico, como efeitos adversos dos medicamentos, difícil acesso ao
sistema de saúde, dificuldades financeiras, inadaptação entre médico e paciente; existem
16
também fatores que são comuns da hipertensão, entre eles a ausência de sintomas nos
primeiros 15 a 20 anos e a cronicidade da doença, que a tornam uma doença de difícil
intervenção28.
As causas de não adesão dos pacientes podem ser explicadas pela teoria dos modelos
estruturais. Esses modelos servem para identificar grupos de pacientes com maior tendência
ao abandono ou ao não cumprimento do tratamento medicamentoso.
As intervenções que podem ser feitas, visando à adesão ao tratamento, no caso da
hipertensão podem ser do tipo:
• Ações educativas, direcionadas para mudança de comportamentos.
• Cuidado continuado, de longa duração, apoiado na atenção primária à saúde.
• Capacitação de pacientes, com apoio familiar, mantendo a autonomia do
cuidado e na solução de problemas, participando das decisões clínicas sob
supervisão das equipes de saúde2.
Para a OMS “A adesão é um fator multidimensional determinado pela interação de
cinco fatores denominados como “dimensões”, no qual os fatores relacionados ao paciente são
apenas um determinante”30.
Dentre os vários fatores que podem influenciar na adesão ao tratamento da
hipertensão arterial sistêmica, estão relacionados os seguintes10:
• Paciente: sexo, etnia, idade, escolaridade, estado civil e nível socioeconômico;
• Doença: cronicidade, consequências tardias, ausência de sintomas;
• Crenças de saúde, hábitos de vida e culturais: percepção da seriedade do problema,
desconhecimento, experiência com a doença no contexto familiar e auto-estima;
• Tratamento, onde está inserida a qualidade de vida: custos, efeitos indesejáveis,
esquemas terapêuticos complexos;
• Instituição política de saúde: acesso aos serviços de saúde, tempo de espera associado
a tempo de atendimento;
• Fatores associados ao relacionamento com a equipe de saúde: empatia com a equipe.
Nos modelos de atenção direcionados para doenças crônicas são necessárias
intervenções que compreendam promoção da saúde e prevenção em grupos de risco, medidas
que devem ser estabelecidas a longo, médio e curto prazo2.
O caráter multifatorial da HAS torna essa doença um modelo adequado para a
implantação do trabalho de uma equipe multidisciplinar; os vários objetivos exigem diferentes
abordagens para aumentar o sucesso do controle da hipertensão arterial.
17
Nesse tipo de abordagem, existe a vantagem de alcançar um número maior de
pacientes e cada paciente poderá ser um replicador de conhecimentos e atitudes. As ações
realizadas pela equipe multiprofissional incluem ações de promoção à saúde, treinamento de
profissionais e ações assistenciais individuais e em grupo de acordo com a especificidade e
participação em pesquisas em saúde. Os componentes da equipe multiprofissional devem
trabalhar conforme com os limites de sua formação.
A equipe dispõe de vários recursos para orientação, educação e motivação de modo
que, modificando hábitos de vida, diminua fatores de risco cardiovasculares e estimule o uso
contínuo de medicamentos quando necessários.
Os recursos disponíveis incluem contato individual, reuniões, palestras, simpósios,
folhetos, peças teatrais, músicas e vídeos educativos, devendo-se considerar as
particularidades de cada região e a linguagem adequada à população atendida.
Além disso, devem ser realizadas reuniões periódicas com a equipe multiprofissional
para avaliação criteriosa das ações desenvolvidas, modificação de possíveis incoerências e
novas orientações, quando necessário31.
A educação em saúde, trabalhada em forma de grupos, possibilita ao indivíduo e à
comunidade decidir sobre seus próprios destinos e a capacitação de indivíduos para que estes
atuem na melhoria de saúde e qualidade de vida. Permite o aprofundamento de discussões e
conhecimentos, as pessoas superam suas dificuldades, ganham autonomia, melhores
condições de saúde e melhor qualidade de vida3.
4.4 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS
O grupo de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) é composto
predominantemente por doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças respiratórias
crônicas, e desde 1972 é visto com preocupação, inclusive em países não industrializados32.
Um dos fatores que explica o aumento das DCNT é o processo chamado transição
epidemiológica, que trata das mudanças que ocorrem nos padrões de morbimortalidade de
uma determinada população no decorrer de um certo período, geralmente seguida por
mudanças demográficas, sociais e econômicas18.
São as principais causas de morte no mundo, gerando diminuição de qualidade de
vida, limitações nas atividades laborais e de lazer, além de acarretar prejuízos para
18
comunidade e aumentar as desigualdades. Das 57 milhões de mortes mundiais em 2008, 36
milhões, ou 63%, acontecem devido as DCNT23.
No caso do Brasil, a transição demográfica pela qual o país passou teve como
resultado o aumento da expectativa de vida e o aumento do número de idosos em comparação
com jovens. Isso se traduziu em um número maior de doenças crônicas18. Observa-se um
aumento das DCNT relacionada ao aumento da expectativa de vida da população que, por
consequência, fica mais tempo exposta aos fatores de risco desencadeantes de DCNT32.
As doenças crônicas não transmissíveis acometem, em geral, a população adulta de
idade entre 15 e 65 anos. Nessa faixa etária, o risco de adoecer e morrer por doenças
parasitárias diminui e, em contraste, surgem doenças relacionadas ao estilo de vida (hábitos e
comportamentos). A exposição aos fatores de risco no ambiente de trabalho e outros fatores
aumenta o risco para algumas doenças18.
São quatro os principais fatores de risco comuns às DCNTs: tabagismo, sedentarismo,
alimentação não saudável e álcool. Além disso, a hipertensão está relacionada a outras
doenças crônicas como doença renal crônica e diabetes, entre outras23.
A HAS é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, sendo a mais
frequente das doenças crônicas atendidas em ambulatórios28, 33.
A prevenção das DCNTs é muito importante, pois traz benefícios econômicos, além
de ser menos oneroso do que o custeio da doença2. A OMS orienta sobre a importância do
desenvolvimento de estratégias para a prevenção e controle de DCNT, que incluam
monitoramento integrado e padronizado18.
A prevenção inclui abordagens primárias, secundárias ou terciárias, que possuem
diferenças quanto aos objetivos específicos e os grupos-alvo respectivos.
• A prevenção primária é orientada à prevenção dos fatores de risco que possam
futuramente causar a doença.
• A prevenção secundária tem como meta identificar a doença em fase inicial
para que possa ser tratada.
• Prevenção terciária é focada nas pessoas que já sofrem da doença, de modo a
cuidar desta doença, ajustando-a à nova condição de vida2.
19
4.5 PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Conhecer características que influenciem o cotidiano com a doença e o tratamento são
fatores que melhoram a implementação da assistência ao hipertenso34.
A simples criação de políticas e/ou programas para prevenção de doenças não garante
a resolução de problemas. É necessário que exista adesão às políticas por parte dos pacientes,
e isso depende de o paciente saber sobre sua condição de saúde, de estar comprometido com o
tratamento, e da equipe, que deve estar atuante através de esclarecimentos e incentivo35.
Outro fator importante é o apoio familiar. A presença da família junto ao paciente faz
com que ele se sinta seguro e amparado no convívio com a doença16.
Para que a tentativa de controle da doença produza o efeito esperado, é necessário
valorizar o indivíduo, respeitando suas crenças, ideias, valores, pensamentos e sentimentos
sobre a doença. Muitas unidades de saúde, em alguns casos, não têm conhecimento da
população que atendem e por isso não abordam esta população com efetividade16, 36.
O tratamento não medicamentoso da HAS compreende mudanças de estilo de vida
como alimentação controlada, baixo consumo de sódio e álcool, combate ao estresse,
sedentarismo e tabagismo, que devem ser estimulados desde a infância.
A prevenção primária enfatiza este eixo de tratamento, para redução de pressão
arterial, principalmente em pacientes com pressão limítrofe. Medidas medicamentosas são
bem toleradas para prevenção de HAS em jovens com fatores de risco. Além disso, para
pacientes com níveis limítrofes de pressão, considera-se o tratamento apenas em casos de
risco cardiovascular alto ou muito alto14.
A medicação anti-hipertensiva é atualmente bem tolerada, sendo que é preferível usar
baixas doses de medicação combinadas entre diferentes métodos de ação, para se alcançar a
meta na redução da pressão com o mínimo de efeito colateral37.
Quanto aos fatores de risco modificáveis, existem mudanças que podem ser
implementadas com o apoio do governo e do setor privado.
Para diminuir o tabagismo pode-se aumentar taxas para cigarros e produtos similares,
usar alertas nas embalagens de cigarro, aprovar leis que limitem os espaços para fumantes,
oferecer apoio e tratamento para quem deseja parar de fumar, realizar medidas educativas e de
promoção de saúde2.
Outro fator importante que deve ser controlado é a quantidade de sódio na alimentação
do paciente, através da regulamentação da dosagem de cloreto de sódio nos alimentos
20
processados e semiprocessados, da diminuição da concentração de sal em alimentos; com
apoio das indústrias alimentícias, pactuar e promover o uso de substitutivos do cloreto de
sódio2.
A necessidade humana diária de sal é de cerca de 3g a 5g e grande parte da população,
incluindo crianças, consome níveis acima da necessidade. O consumo diário de sal acima de
5g é um fator que predispõe a doenças do aparelho circulatório, hipertensão, aumentando a
probabilidade de um episódio de acidente vascular encefálico23; o consumo médio do
brasileiro corresponde ao dobro do recomendado14.
O uso excessivo de álcool deve ser combatido através de medidas como aumento das
taxas das bebidas, limitar e regrar a publicidade e limitar o acesso ao uso.
Dietas saudáveis devem ser incentivadas, assim como o consumo de alimentação
saudável.
Os riscos cardiovasculares podem ser prevenidos melhorando o acesso aos serviços de
saúde e à assistência farmacêutica23.
A mudança no estilo de vida é uma tarefa difícil, uma vez que despende uma grande
energia e investimento físico, mental e emocional, e a maioria das pessoas não consegue fazê-
la e incorporá-la ao cotidiano por muito tempo3.
Ultimamente tem-se dado grande ênfase para essas mudanças no estilo de vida, que
devem ser incorporadas por todos os pacientes, incluindo os que se encontram em tratamento
medicamentoso e por pacientes que possuam histórico de antecedentes familiares7.
Quanto à promoção de saúde, são de grande importância as ações direcionadas à
educação e à prática de prevenção de fatores de risco, já que com essas medidas pretende-se
vislumbrar uma boa qualidade de vida da população7.
O exercício físico e o combate ao sedentarismo fazem parte das estratégias de
prevenção à HAS. A realização de atividade física provoca diminuição nos níveis de
pressão38. Para manter uma boa saúde cardiovascular e qualidade de vida, recomenda-se que
todo o adulto realize no mínimo 30 minutos de atividade física moderada, pelo menos cinco
vezes por semana14.
O MS lançou em 2001 o programa Academias em Saúde, que deve ser implantado em
4 mil municípios até 2015. O programa compreende a construção de espaços que incentivem a
atividade física/práticas corporais. Algumas cidades já contam com praças públicas equipadas
com aparelhos de ginástica disponíveis para a população23.
21
4.6 UNIDADE BÁSICA DE FISIOTERAPIA PEDREIRA
O município de Nova Santa Rita fica a 25 Km de Porto Alegre, na região
metropolitana. Criado em 20 de março de 1992, tem uma população de aproximadamente
22.716 mil habitantes e uma área de 218km2 39, 40, 41.
Seu sistema de saúde é composto por 80% de estabelecimentos municipais e 20% de
estabelecimentos privados39, 40, 41. O município conta com 4 estabelecimentos de saúde, sendo
dois centros de saúde/unidade básica, um posto de saúde e uma unidade de apoio, diagnose e
terapia42.
A unidade básica de fisioterapia Pedreira conta com dois fisioterapeutas, um técnico
de enfermagem, dois auxiliares administrativos, três médicos, um dentista e um servente.
Realiza serviço de atendimento médico, pediatra, fisioterapêutico, odontológico e de
enfermagem, com funcionamento das 7h às 18h, de segunda à sexta.
O cadastro do programa Hiperdia é feito pela técnica de enfermagem, que preenche a
ficha de cadastro e verifica peso, altura e circunferência abdominal do indivíduo, além de
verificar a pressão arterial e realizar o teste de HGT. Semanalmente é realizada a reunião do
grupo de atividades físicas, quando a população realiza atividades físicas sob a orientação do
fisioterapeuta. Previamente os pacientes verificam a pressão.
A escolha da unidade foi feita devido ao fácil acesso para a pesquisadora e por ser a
unidade em que o responsável pelo grupo de atividades físicas é o fisioterapeuta.
No ano de 2012, até o mês de agosto, foram cadastrados 203 pacientes com
hipertensão, sendo que o maior número de hipertensos encontra-se na faixa etária de 55-59
anos43.
22
5 METODOLOGIA
5.1 PESQUISA
Trata-se de um estudo descritivo, transversal e quantitativo. Uma vantagem deste tipo
de estudo é o baixo custo e o alto poder descritivo de prevalência, pois será estudada uma
determinada nosologia em um determinado período de tempo44.
Estudos quantitativos normalmente seguem um plano previamente estabelecido e
buscam quantificar ou medir eventos através de análise estatística45.
5.2 PARTICIPANTES
O projeto será desenvolvido na Unidade Básica de Fisioterapia Pedreira, no município
de Nova Santa Rita.
Os participantes serão pacientes cadastrados no programa Hiperdia na Unidade Básica
de Fisioterapia da Pedreira em Nova Santa Rita, tendo como critérios de inclusão: pacientes
maiores de 18 anos, que aceitaram participar da pesquisa através da assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido.
Serão excluídos pacientes que apresentarem dificuldades em compreender o
questionário, pacientes com doenças crônico-degenerativas debilitantes, sequelas neurológicas
ou doenças mentais que limitem o poder de decisão e a autonomia.
5.3 INSTRUMENTOS
Para a coleta de dados utilizou-se um questionário elaborado pela autora (APÊNDICE
B), onde serão coletadas as seguintes variáveis necessárias para a análise que será realizada.
Para o perfil sociodemográfico serão coletados os seguintes dados: idade, gênero,
escolaridade (medida em categorias de anos de estudo), estado civil, ocupação. O perfil
clínico foi determinado a partir da coleta dos seguintes dados: peso, altura, IMC, pressão
arterial, doenças associadas (AVC, Diabetes Mellitus, doença renal crônica e trombose),
presença de fatores de risco associados (álcool, tabagismo, sedentarismo, dislipidemias,
estresse, dieta rica em colesterol).
23
A aferição das medidas antropométricas será realizada anteriormente à aplicação do
questionário. O peso e a altura serão aferidos por uma balança Filizola® com régua graduada
para verificação de altura certificada pelo INMETRO. A pressão arterial será aferida seguindo
as recomendações da VI Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2010. Será utilizado
esfigmomanômetro aneróide, devidamente calibrado14. O IMC será calculado seguindo as
diretrizes da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica46.
Para medir a adesão ao tratamento foram utilizados o questionário de Batalla, Moriski-
Green e Haynes-Sackett.
O teste de Batalla é composto por três perguntas e foi criado inicialmente para avaliar
o nível de conhecimento dos pacientes sobre HAS, porém mais tarde começou a ser usado
como preditor da adesão ao tratamento pela forte correlação entre adesão e conhecimento. São
classificados como aderentes os pacientes que respondem corretamente às questões. Esse
questionário foi testado em estudos que verificaram alta sensibilidade e um alto valor
preditivo47.
1. A hipertensão arterial sistêmica é uma doença para a vida toda?
2. A hipertensão arterial sistêmica pode ser controlada com dieta e/ou
medicamentos?
3. Cite dois órgãos que podem ser afetados pela pressão elevada48.
O teste de Moriski-Green é uma medida criada em 1986. Mede adesão à terapia
medicamentosa, levando em conta os seguintes critérios: esquecimento, falta de cuidado,
interrupção do tratamento com melhora dos sintomas e interrupção do tratamento com piora
dos sintomas. É um instrumento validado em português, espanhol e inglês49. A pontuação das
respostas consiste em SIM= 0 (zero) ou NÃO=1, com pontuação máxima de quatro pontos,
onde zero significa menor adesão e quatro, maior adesão50. O teste é composto por quatro
perguntas:
1. Você, alguma vez, esquece de tomar seu remédio?
2. Você, às vezes, é descuidado quanto ao horário de tomar seu remédio?
3. Quando você se sente bem, alguma vez você deixa de tomar o remédio?
4. Quando você se sente mal com remédio, às vezes deixa de tomá-lo?
As respostas foram pontuadas em Sim=0 e Não=1, sendo que os que tivessem 0
a 3 pontos são classificados como NÃO ADERENTES e 4 pontos como ADERENTES.51
24
O teste de Haynes-Sackett baseia-se em perguntar ao paciente sobre seu nível de
adesão ao tratamento, composto por duas partes, sendo que na primeira parte cria-se um
ambiente propício para que o paciente se sinta à vontade. As perguntas feitas são:
1. A maioria dos pacientes tem dificuldades para tomar seus comprimidos. Você
tem dificuldade em tomar os seus?
2. Neste último mês, quantas vezes você esqueceu de tomar o seu remédio?
A taxa de adesão é expressa em % de comprimidos calculada segundo a fórmula:
(número de dias esquecidos/30) X 100. Serão considerados não aderentes aqueles com adesão
menor do que 80% ou maior do que 110%47.
5.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Após aprovação e autorização do Comitê de Ética e Pesquisa do município e da
Secretaria Municipal de Saúde de Nova Santa Rita será realizada a aplicação do questionário.
O instrumento de coleta de dados será aplicado em um dia do grupo de exercícios,
sendo que a aplicação do questionário será supervisionada pela pesquisadora. Este será
aplicado após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE)(APÊNDICE A), com tempo previsto de preenchimento de no máximo 30 minutos.
5.5 ANÁLISE DOS DADOS
Todos os dados coletados serão tabulados e analisados utilizando o programa
S.P.S.S.® versão 16. Para avaliar conhecimento utilizaremos os testes Qui-quadrado, teste T e
a análise por regressão múltipla de Poisson. Para a análise das variáveis contínuas será
utilizado o teste T e para as variáveis categóricas o teste de Qui-quadrado. Para avaliar qual
dos fatores é associado de forma independente será utilizada a análise por regressão múltipla
de Poisson. O nível de significância neste testudo será de 0,05. Para a análise das questões
abertas será utilizado o método de análise de conteúdo. A análise de conteúdo surgiu nos
Estados Unidos no início do século XX, para analisar o material jornalístico. A abordagem
pode tanto qualitativa, como quantitativa. No enfoque quantitativo se traça uma frequência
das características que se repetem no conteúdo do texto53.
25
5.6 ASPECTOS ÉTICOS
Serão seguidas as normas da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde52. O
projeto será submetido à apreciação do Comitê de Pesquisa e Ética do Grupo Hospitalar
Conceição e à Secretaria Municipal de Saúde de Nova Santa Rita. Aos participantes, será
solicitada sua autorização para inclusão na pesquisa, sem identificá-los, para garantia de sigilo
de identidade. Os sujeitos serão informados de que os dados da pesquisa poderão ser
publicados posteriormente. A participação da pesquisa não implicará em risco para os
participantes e os mesmos têm o direito em desistir de participar da pesquisa a qualquer
momento.
O TCLE deverá ser assinado em duas vias, ficando uma com o participante e outra via
com a pesquisadora. As informações obtidas com o questionário ficarão guardadas com a
pesquisadora durante cinco anos, sendo destruídas após este período.
5.7 DIVULGAÇÃO
Os resultados da pesquisa serão divulgados por meio da apresentação dos resultados à
Secretaria Municipal de Nova Santa Rita.
Os resultados da pesquisa poderão ser apresentados na Revista do GHC e em outros
espaços relevantes como congressos, seminários, jornadas, entre outros.
26
6 ORÇAMENTO
Os custos da pesquisa serão de responsabilidade da pesquisadora, não acarretando em
gastos para a instituição e para os participantes da pesquisa.
MATERIAL QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO ($) VALOR TOTAL ($)
Folhas A4 1000 14,00 28,00
Cartucho para
impressão
4 50,00 200,00
CD 5 1,00 5,00
Canetas 10 1,00 10,00
Computador 1 1.500,00 1.500,00
Impressora 1 299,00 299,00
Tranporte 100 4,15 415,00
Total 2457,00
27
7 CRONOGRAMA
Meses (2012-2013)
Atividades Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar
Elaboração do
projeto de pesquisa
X X X X X
Revisão de
bibliografia
X X X
Entrega projeto
GHC
X
Seminário de
apresentação
X X
Coleta de dados X X
Apresentação ao
Comitê de Ética em
Pesquisa
X
Submissão ao
Comitê de Ética em
Pesquisa
X X
Análise dos dados X X
Redação do
trabalho
X X
Apresentação dos
resultados
X
28
REFERÊNCIAS
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47. MELCHIORS, Ana Carolina. Hipertensão arterial: análise dos fatores relacionados com o controle pressórico e a qualidade de vida. 2008. 156 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Setor de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.
48. RODRÍGUEZ CHAMORRO, Miguel Ángel et al. Revisión de tests de medición del cumplimiento terapêutico utilizados em La práctica clínica. Atencion Primaria, Barcelona, v. 40, n. 8, p. 413-417, 2008.
49. BORGES, José Wicto Pereira et al. Utilização de questionários validados para mensurar a adesão ao tratamento da hipertensão arterial: uma revisão integrativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 46, n. 2, p. 487-94, abr. 2012.
50. UNGARI, Andrea Queiróz. Adesão ao tratamento farmacológico de pacientes hipertensos seguidos nos Núcleos de Saúde da Família do município de Ribeirão Preto SP. 2007. 96 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) – Departamento de Medicina Social, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, 2007.
51. CAVALARI, Eliana. Adesão ao tratamento: estudo entre portadores de hipertensão arterial em seguimento ambulatorial. Revista Enfermagem UERJ, Vila Isabel, v. 20, n.1, p. 67-72, jan./mar. 2012.
52. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. 1996. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/reso_96.htm>. Acesso em: 23 set. 2012.
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53. CAREGNATO, Rita Catalina; MUTTI, Regina. Pesquisa Qualitativa: Análise de discurso versus análise de conteúdo.Texto e Contexto Enfermagem. Santa Catarina, v.15, n. 4, p. 679-84, out./dez. 2006.
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APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O senhor(a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa intitulado: O perfil do paciente atendido por um programa de controle de hipertensão em uma unidade básica de saúde de um município do Rio Grande do Sul
Esta pesquisa é sobre Pressão Alta (Hipertensão Arterial Sistêmica), sendo o objetivo do estudo descrever o perfil epidemiológico dos usuários cadastrados no programa Hiperdia em uma Unidade de Saúde do bairro Pedreira em Nova Santa Rita, buscando melhorar as medidas de prevenção e controle da hipertensão.
Será realizada pela fisioterapeuta Graziele da Silva Ferreira, aluna do programa de pós-graduação lato sensu em Informação Científica e Tecnológica em Saúde, do Grupo Hospitalar Conceição em parceria com a FIOCRUZ, sob orientação da Profª Luciane Berto Benedetti e ocorrerá em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Nova Santa Rita.
A pesquisa não trará riscos à saúde, o único desconforto será a verificação da pressão arterial, peso e altura. Será realizada uma pesquisa através da aplicação de um questionário que deverá ser preenchido no tempo máximo de 30 (trinta) minutos.
Solicitamos sua colaboração para realização das entrevistas, como também sua autorização para apresentar os resultados desta pesquisa em eventos na área da saúde e publicação em revistas científicas. Em caso de publicação e divulgação dos dados a pesquisadora se compromete a manter sigilo sobre as informações pessoais.
Esclarecemos que sua participação é voluntária e não há obrigação de participar da pesquisa ou fornecer dados ou ainda colaborar com as atividades desenvolvidas pelo pesquisador.
A pesquisadora estará à disposição para qualquer esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa, através do telefone 34796870, pelo e-mail: [email protected], ou então na Unidade Básica de Fisioterapia no endereço: rua da Pedreira N° 471, Nova Santa Rita, RS.
Declaro que recebi cópia do presente termo de consentimento. Em caso de dúvidas éticas, poderei entrar em contato com o Coordenador do Comitê
de Ética em Pesquisa do GHC, através do telefone (51) 3351-2407 ou diretamente na Sede da Escola GHC, no endereço: rua Francisco Trein, n°328, Bairro Cristo Redentor, Porto Alegre, RS.
Diante do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido(a) e dou meu consentimento para participar da pesquisa e para divulgação dos resultados. Estou ciente que receberei uma cópia deste documento.
Nova Santa Rita, ____ de _____________ de _______. Nome do participante:__________________________________. Assinatura do participante:______________________________. Nome da Pesquisadora: Graziele S. Ferreira Assinatura da pesquisadora: _____________________________.
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APÊNDICE B - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
ORIGEM DO PACIENTE Data da entrevista:___/___/___
Questionário n °: Data de nascimento:___/___/___ Idade: Sexo: ( ) masculino ( ) feminino Estado Civil: ( ) solteiro(a) ( ) casado(a) ( ) viúvo(a)
Ocupação/ Profissão:
Escolaridade (assinale com x):
1.( ) analfabeto 2.( ) 1 a 4 anos de estudo 3.( ) 5 a 8 anos de estudo 4.( ) 8 a 12 anos de estudo 5.( ) mais de 12 anos
Renda familiar:
1.( ) menos de um salário mínimo 2.( ) de 1 a 3 salários mínimos 3.( ) de 4 a 7 salários mínimos 4( ) mais de 7 salários mínimos
PERFIL CLÍNICO:
Peso: Altura: IMC: PA: Doenças associadas:
1.( ) AVC 2.( ) Diabetes Mellitus 3.( ) Doença renal crônica 4.( ) Trombose
Fatores de risco associados:
1.( ) álcool 2.( ) Tabagismo 3.( ) Sedentarismo 4.( ) Dislipedemias 5.( ) Estresse 6.( ) Dieta rica em colesterol
ADESÃO AO TRATAMENTO
HAYNE E SACKETT
1 A maioria das pessoas tem dificuldades para tomar seus medicamentos. Você tem alguma?
( ) sim ( ) não
2 Nos últimos 7 dias, quantas vezes você não tomou os medicamentos? ______________
MORINSKY-GREEN
1 Esquece alguma vez de tomar os medicamentos para hipertensão? ( ) sim ( ) não 2 Toma os medicamentos na hora indicada? ( ) sim ( ) não 3 Quando se encontra bem, deixa de tomar seus medicamentos? ( ) sim ( ) não 4 Se alguma vez se sente mal, deixa de tomar seus medicamentos? ( ) sim ( ) não
TESTE DE BATALLA
1 A hipertensão arterial é uma doença para toda a vida? ( ) sim ( ) não 2 A hipertensão pode ser controlada com dieta e/ou remédios? ( ) sim ( ) não 3 Cite dois ou mais órgãos afetados pelo aumento da pressão arterial: __________________________
Responda SIM ou NÃO:
A parte mais difícil do tratamento é:
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Manter uma dieta balanceada ( ) sim ( ) não Lembrar de tomar o remédio na hora certa ( ) sim ( ) não Fazer o exercício físico ( ) sim ( ) não Vir ao serviço de saúde ( ) sim ( ) não Buscar o medicamento ( ) sim ( ) não Outros (cite): _________________________________________________________________ Frequenta o grupo de exercícios? Por quê?_____________________________________________________________________
Na sua opinião, para que servem os grupos de exercícios? Qual a importância?_____________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Assinale o que o impede de frequentar o grupo
( ) Eu não gosto de me expor ( ) Eu acho perda de tempo ( ) Eu não tenho companhia para ir ( ) Moro longe e não consigo transporte ( ) Meus familiares não se importam ( ) Estou trabalhando no horário ( ) Eu tenho vergonha ( ) Outros:________________________________________________________________
Qual sua sugestão para intervenções em hipertensão no Posto de Saúde?
( ) Palestras ( ) Distribuição de folders ( ) Reuniões em grupo ( ) Consultas individuais ( ) Confecção de banners e cartazes ( ) Mais dias de atividade física ( ) Atividades físicas diferenciadas ( tai chi, pilates)
Você sabe por que é cadastrado no Hiperdia? ( ) sim ( ) não
Acha importante fazer o cadastro? ( ) sim ( ) não
Por quê?_______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________
Acha necessário fazer o acompanhamento mensal no posto? ( ) sim ( ) não
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