Graziele da Silva Ferreira[1].

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1 MINISTÉRIO DA SAÚDE GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E PESQUISA EM SAÚDE – ESCOLA GHC FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – FIOCRUZ INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM SAÚDE - ICICT O PERFIL DO PACIENTE ATENDIDO POR UM PROGRAMA DE CONTROLE DE HIPERTENSÃO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL GRAZIELE DA SILVA FERREIRA ORIENTADORA: LUCIANE BERTO BENEDETTI PORTO ALEGRE 2012

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1

MINISTÉRIO DA SAÚDE

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO

CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E PESQUISA EM SAÚDE – ESCOLA GHC

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – FIOCRUZ

INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E

TECNOLÓGICA EM SAÚDE - ICICT

O PERFIL DO PACIENTE ATENDIDO POR UM PROGRAMA DE CONTROLE DE HIPERTENSÃO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL

GRAZIELE DA SILVA FERREIRA

ORIENTADORA: LUCIANE BERTO BENEDETTI

PORTO ALEGRE

2012

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GRAZIELE DA SILVA FERREIRA

O PERFIL DO PACIENTE ATENDIDO POR UM PROGRAMA DE CO NTROLE DE HIPERTENSÃO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE UM MU NICÍPIO DO

RIO GRANDE DO SUL

Porto Alegre

2012

Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de especialista em Informação Científica e Tecnológica em Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ Orientadora: Luciane Berto Benedetti

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RESUMO

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco para doenças do

aparelho circulatório. O Brasil está passando por um momento de transição epidemiológica

onde crescem os casos de doenças crônicas como a HAS. O Ministério da Saúde apresentou

nos últimos anos diversos programas para prevenção, diagnóstico e controle do tratamento. O

Hiperdia tem como finalidade reorganizar serviços para ofertar atenção contínua aos pacientes

dando ênfase à identificação de casos suspeitos, elaboração de protocolos e treinamento dos

profissionais. Juntamente foi criado o Sis-Hiperdia, que é um sistema de cadastramento e

acompanhamento de hipertensos e diabéticos.

O tratamento da hipertensão abrange mudanças de hábitos de vida e tratamento

medicamentoso. A adesão ao tratamento é uma problemática principalmente em doenças

crônicas. Vários fatores influenciam a adesão ao tratamento e é de grande importância que

esses fatores sejam abordados adequadamente pela equipe de saúde. O projeto a seguir tem

como objetivo avaliar o perfil epidemiológico de usuários cadastrados no programa Hiperdia,

no município de Nova Santa Rita, identificando possíveis fatores que levam ao abandono do

tratamento para desenvolvimento de ações para prevenção e controle de hipertensão. A

análise dos dados será feita pelo programa SPSS versão 16. Serão utilizados os testes T e o

teste de Qui-quadrado, e análise por regressão múltipla de Poisson. O nível de significância

será de 0,05. Para análise das questões abertas, será utilizado o método de análise de

conteúdo.

Palavras-chave: Hipertensão; perfil de saúde; adesão à medicação

Page 4: Graziele da Silva Ferreira[1].

4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 5

2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 7

3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 9

3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................ 9

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 9

4 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 10

4.1 HIPERTENSÃO.................................................................................................. 10

4.2 A HIPERTENSÃO ARTERIAL NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE ............................................................................................................... 12

4.3 ADESÃO AO TRATAMENTO.......................................................................... 15

4.4 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS.......................................... 18

4.5 PREVENÇÃO E TRATAMENTO...................................................................... 19

4.6 UNIDADE BÁSICA DE FISIOTERAPIA PEDREIRA..................................... 21

5 METODOLOGIA .............................................................................................. 23

5.1 PESQUISA........................................................................................................... 23

5.2 PARTICIPANTES........................................................................................... 23

5.3 INSTRUMENTOS............................................................................................... 23

5.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS................................................ 25

5.5 ANÁLISE DOS DADOS..................................................................................... 25

5.6 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................................... 25

5.7 DIVULGAÇÃO................................................................................................... 26

6 ORÇAMENTO ................................................................................................... 27

7 CRONOGRAMA ............................................................................................... 28

REFERÊNCIAS............................................................................................................. 29

APÊNDICE A .............................................................................................................. 35

APÊNDICE B .............................................................................................................. 36

Page 5: Graziele da Silva Ferreira[1].

5

1 INTRODUÇÃO

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco para

doenças do aparelho circulatório. É uma doença de grande importância e peculiaridade devido

ao seu curso inicial assintomático e por favorecer o aparecimento de complicações sistêmicas.

Em geral, quanto maior a pressão sanguínea, maior o risco de desenvolver doenças.

Não há um valor pressórico definido onde as chances de desenvolver doenças sejam maiores,

pois o risco é contínuo.

O Brasil passa por um período de transição epidemiológica em que aumentam os casos

de doenças crônicas não transmissíveis que demandam longos tratamentos, muitas vezes com

dificuldade de manutenção devido à ausência de sintomas.

O Ministério da Saúde (MS) vem, nos últimos anos, implantando programas e

incentivando campanhas de prevenção, diagnóstico e controle da HAS. Essas medidas visam

apoiar a implantação de políticas públicas de saúde para prevenção e controle dos fatores de

risco, diminuindo o número de intercorrências e evitando complicações sistêmicas passíveis

de internação.

O tratamento da hipertensão abrange medidas medicamentosas e mudanças de estilo

de vida. Neste caso, quando o tratamento é de longa duração, a baixa adesão aos programas de

controle e ao tratamento farmacológico constitui uma problemática para o curso da doença.

Vários fatores estão envolvidos na baixa adesão ao tratamento, dentre eles, fatores intrínsecos

do paciente e fatores socioeconômicos.

Cabe ao profissional desenvolver métodos que aumentem a adesão aos programas de

controle de hipertensão. Para isso, é fundamental conhecer o perfil do público alvo, com o

propósito de aprimorar a maneira de abordar a doença e conscientizar o paciente sobre a

importância do tratamento. Para atingir este objetivo, devem ser utilizadas todas as opções

disponíveis, inclusive medidas educativas específicas para aquele usuário, garantindo assim

um bom resultado nos métodos aplicados.

Considerando a baixa aderência ao tratamento e as características da população,

juntamente com o avanço do número de pessoas com HAS, este projeto tem como objetivo

descrever o perfil epidemiológico dos usuários cadastrados no programa Hiperdia na Unidade

Básica de Fisioterapia Pedreira, no município de Nova Santa Rita, buscando melhorar as

medidas de prevenção e controle da hipertensão.

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6

Trata-se de uma pesquisa transversal, com abordagem quantitativa. Será aplicado um

questionário semi-estruturado à população participante do estudo no qual serão coletados

dados de perfil sóciodemográfico, perfil clínico, questões referentes à adesão ao tratamento e

relação do paciente frente ao programa de tratamento. A análise dos dados será feita pelo

programa SPSS versão 16. Para avaliar o nível de conhecimento utilizaremos os testes Qui-

quadrado e a análise por regressão múltipla de Poisson. Para análise de variáveis contínuas

será utilizado o teste T. Para análise de variáveis categóricas será utilizado o teste de Qui-

quadrado. Para avaliar qual dos fatores é associado de forma independente será utilizada a

análise por regressão múltipla de Poisson. O nível de significância será de 0,05.

Para a análise das questões abertas será utilizado o método de análise de conteúdo.

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7

2 JUSTIFICATIVA

Nos últimos anos têm crescido os investimentos para a prevenção da Hipertensão

Arterial Sistêmica (HAS). O Brasil lançou em 2011 o Plano de Ações Estratégicas para o

Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, para o período de 2011 a 2022. Em

de 2013 o Ministério da Saúde irá realizar em 1.600 municípios a Pesquisa Nacional em

Saúde, na qual serão realizados exames com a finalidade de obter informações acerca de

hábitos alimentares, tabagismo, uso de bebidas alcoólicas, prática de atividade física e fatores

comportamentais associados a hábitos saudáveis. A ação quer investigar a atenção dispensada

aos pacientes hipertensos, incluindo acesso aos medicamentos e exames e quanto à

continuidade ao cuidado1.

Considerando as atitudes dos pacientes frente ao tratamento e as barreiras para

participação e adesão ao tratamento, que impedem a obtenção de resultados satisfatórios e

frustram a equipe multidisciplinar, torna-se necessário detalhar os motivos pelos quais os

pacientes não aderem ao tratamento, sejam eles relacionados à equipe ou ao tratamento.

Uma eficaz abordagem contra a HAS deve ser combinada a outras estratégias focadas

para a redução dos fatores de risco para doenças cardíacas. Tais abordagens incluem

geralmente: dieta saudável, perda de peso, consumo moderado de álcool e atividade física

regular2.

A educação em saúde é um meio alternativo para guiar as pessoas a adotarem

mudanças para prevenir e/ou controlar os fatores de risco da HAS, motivando-os a manter o

tratamento de forma ativa3.

Prevenir e tratar a HAS envolve, essencialmente, educação para incorporar mudanças

de hábitos de vida4. Fazem parte do tratamento não medicamentoso da doença, juntamente

com a prática de exercícios regulares, redução do teor de sal na dieta, controle de peso,

combate ao etilismo e ao tabagismo, que apesar de serem muito difundidos entre os pacientes,

são pouco seguidos ou erroneamente interpretados.

É de suma importância identificar na população-alvo quais são as variáveis que estão

relacionadas ao abandono do tratamento e ao não cumprimento das orientações terapêuticas

(adesão à medicação e a modificação do estilo de vida).

Tendo como base as informações do perfil epidemiológico dos pacientes, podem-se

descobrir fatores de risco para HAS e fatores que agravem a doença5. A grande importância

de conhecer o perfil epidemiológico do paciente hipertenso usuário do sistema de saúde é

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8

obter e fornecer aos profissionais dados que possibilitem controle sobre a doença, além de

direcionar as ações de controle da doença6.

Ressalta-se a importância da abordagem profissional diante do paciente, para que essa

abordagem ocorra dentro de suas percepções, para que conheça sua doença, desenvolva auto-

responsabilidade assumindo papel ativo e modificando seu comportamento frente à saúde,

mantendo sentimentos positivos7.

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9

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil epidemiológico dos usuários cadastrados no programa Hiperdia em

uma Unidade de Saúde do bairro Pedreira, no município de Nova Santa Rita, buscando

melhorar as medidas de prevenção e controle da Hipertensão Arterial Sistêmica.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar fatores que levem ao abandono do tratamento, resultando em baixa adesão;

• Avaliar o conhecimento da população sobre a doença;

• Desenvolver ações educativas/preventivas visando à prevenção e controle da

Hipertensão Arterial Sistêmica.

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10

4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 HIPERTENSÃO

O estudo dos fenômenos que ocorrem no interior dos vasos sanguíneos iniciou nos

tempos da Grécia Antiga. O médico grego Herófilo, grande anatomista, descreveu o pulso

como um fenômeno que ocorre no interior dos vasos. Por volta de 1856, o cirurgião Faivre,

realizou a primeira aferição da pressão durante uma cirurgia e, a partir desta década, inicia-se

uma busca por valores de normalidade8.

Inicialmente, a elevação da pressão arterial era uma adaptação ao estreitamento das

artérias. Em 1896, o italiano Riva-Rocci cria o esfigmomanômetro, tornando possível a

medida auscultatória indireta da pressão arterial9.

A pressão arterial é definida como o produto da relação entre o débito cardíaco e a

resistência vascular periférica10. A resistência vascular periférica sofre interferência de

mecanismos vasoconstritores e vasodilatadores, como o sistema nervoso simpático, o sistema

renina angiotensina e a modulação endotelial11.

O aumento da espessura da parede dos vasos potencializa o efeito vasoconstritor,

aumentando ainda mais a resistência vascular periférica11. Diferentes mecanismos controlam

os níveis de pressão no corpo humano; estes podem ser componentes tônicos (responsáveis

pela manutenção da pressão) e componentes fásicos (responsáveis pela variação momento a

momento). Estes mecanismos regulam a reatividade e o calibre vascular, a distribuição dos

líquidos dentro e fora dos vasos e o débito cardíaco12.

O nível normal de pressão arterial é mantido pelo equilíbrio homeostático. Quando há

alteração no equilíbrio, ocorre a hipertensão primária. Este equilíbrio pode ser alterado por

fatores ambientais e psicoemocionais, entre outros12.

O aumento da resistência vascular periférica é um fator que predispõe o

desenvolvimento da HAS. O diâmetro dos vasos varia de acordo com a contração da

musculatura lisa dos vasos, mas também está ligado aos níveis de hipertrofia das paredes e

também de seu constante remodelamento. Fatores como a atividade simpática articulada pelas

aferências de diferentes reflexos e por substâncias constritoras ou dilatadoras influenciam a

variação do tônus vascular12.

Em certos casos de hipertensão há fatores desencadeantes bem definidos que devem

ser diagnosticados, para controlar a pressão arterial. Esses casos são definidos como

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11

hipertensão secundária13, tendo prevalência de cerca de 3 a 5% dos casos de hipertensão no

Brasil14.

Os primeiros critérios para valores diagnósticos de hipertensão arterial foram muito

diferentes na primeira metade do século passado, variando de 140X90 mmHg para Ayman

(1943) a 180X100 mmHg para Burguess (1948)15.

Atualmente, a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão classifica os níveis de pressão em

pacientes acima de 18 anos de acordo com a tabela abaixo.

Tabela 1: valores de pressão arterial

Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório (>18 anos) Classificação Pressão sistólica (mmHg) Pressão diastólica (mmHg) Ótima <120 <80 Normal <130 <85 Limítrofe 130-139 85-89 Hipertensão estágio I 140-149 90-99 Hipertensão estágio II 160-179 100-109 Hipertensão estágio III ≥ 180 ≥ 110 Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90 Quando as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da pressão arterial. *pressão normal-alta ou pré-hipertensão são termos que se equivalem na literatura. Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010.

A princípio os primeiros medicamentos tinham pouco efeito no controle da pressão e

técnicas como simpatectomia bilateral utilizada em pacientes com hipertensão maligna,

juntamente com a adoção da dieta de Kempner composta por 400g diárias de arroz,

acompanhados por frutas, açucarados, sendo hipocalórica, hipoprotéica, hipossódica e

insípida15 sendo estes os principais pilares do tratamento da HAS.

Em meados da década de 1950, foram desenvolvidos vários medicamentos, entre eles,

o hexametônio, que entrou em desuso devido à toxicidade9.

A partir da década de 1970, baseado nos resultados dos estudos de Framingham, que

realizou um estudo de coorte de seguimento por dez anos, onde relacionou fatores para

doenças coronarianas e em especial a HAS, reconheceu-se a necessidade de tratar a

hipertensão nos casos graves e, em casos onde existam complicações como: cardiopatia

hipertensiva, doença coronariana, doença renal hipertensiva e também de tratamento de casos

assintomáticos, prevenindo consequências como doenças cardíacas, renais, cerebrovasculares

e vasculares periféricas9.

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12

Também na década de 1970 surgiram alguns dos medicamentos que ainda fazem parte

do tratamento de vários pacientes como os betabloqueadores adrenérgicos e os antagonistas

do canal de cálcio. Em 1977, Crushman e colaboradores apresentaram o captopril15.

A HAS é uma doença crônica que não tem cura, mas sim controle e objetivo do

tratamento é reduzir a morbidade e a mortalidade cardiovascular16.

O diagnóstico de HAS é feito pela medida casual da pressão arterial que deverá ser

repetida no mínimo três vezes em condições ideais. A hipertensão é definida como valores de

pressão sistólica ≥140 mmHg e/ou pressão diastólica ≥90 mmHg em medidas de

consultório14, sendo que, para confirmar o diagnóstico da hipertensão é necessário avaliar o

resultado da verificação da pressão arterial, juntamente com resultados de exames

laboratoriais e físicos17.

4.2 A HIPERTENSÃO ARTERIAL NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE

O Brasil tem uma tradição histórica de intervenção estatal no âmbito da política social.

A conquista dos direitos sociais, por meio de lutas do movimento sindical e operário, garantiu

aos brasileiros o direito de ter acesso ao meio de vida e de bem-estar social, ratificados pela

Constituição Brasileira de 1988, onde o 6° artigo assegura “a saúde, a educação, o trabalho, o

lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade, a assistência aos

desamparados” como direitos sociais18.

Nas últimas décadas, está acontecendo um aumento na implementação de ações

preventivas, tratamento e controle da hipertensão arterial sistêmica, através da reorganização

do Sistema Único de Saúde (SUS), dando à rede básica de saúde maior poder de resolução nas

questões relacionadas à doença4.

O Ministério da Saúde (MS) desenvolveu inúmeros programas para o controle das

doenças de grande impacto como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus

(DM).

Em 2001, o MS instaurou um plano de reorganização da Atenção à Saúde, através da

portaria GM nº 393 de 29/03/2001, que teve como estratégia aumentar a prevenção, o

diagnóstico e o controle da HAS e do DM, possibilitando a redução de internações, a queda

na procura por pronto-atendimento, diminuição de gastos desnecessários para tratamento de

complicações evitáveis, queda na mortalidade cardiovascular e aposentadorias precoces19.

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13

Em 2002, através da portaria GM n° 371/02 surge o Programa Nacional de Assistência

Farmacêutica para HAS e DM (Hiperdia), como parte complementar do Plano Nacional de

Reorganização da Atenção Primária. Coloca como responsabilidade do gestor federal a

aquisição e disponibilização aos municípios de medicamentos para tratamento da HAS e

DM19.

Com a finalidade de reorganizar serviços, para ofertar de atenção contínua e

qualificada aos portadores de HAS, foi priorizado neste plano a confirmação de casos

suspeitos, elaboração de protocolos de atendimento clínico e treinamento dos profissionais de

saúde, assegurando a distribuição gratuita de medicação. Também houve a criação de um

sistema informatizado de cadastro e acompanhamento de hipertensos denominado Sis-

Hiperdia, também conhecido como Hiperdia20.

O Hiperdia tem como objetivos:

• Oferecer continuamente à rede básica de saúde os medicamentos para HAS e DM

definidos e propostos pelo MS;

• Realizar o acompanhamento e avaliação dos impactos na morbimortalidade para essas

doenças, impactos esses ocorridos pela implementação do programa;

• Realizar um cadastro dos portadores de HAS e DM, com auxílio do Cadastro Nacional

de Portadores e HAS e DM21;

• Acompanhar os pacientes portadores de HAS e DM em todas as unidades básicas do

SUS;

• Fornecer informações para trabalhadores e gestores de saúde, para aquisição,

dispensação e distribuição de medicamentos para todos os usuários cadastrados nesse

programa22.

O sistema de cadastramento Hiperdia é formado pelos subsistemas municipal e

federal, de maneira que dados gerados nas Secretarias Municipais de Saúde (SMS)

formam uma base de dados nacional que pode ser acessada por qualquer ponto que tenha

acesso à internet, através do site do DATASUS, que é o órgão do MS responsável pelos

sistemas informatizados20.

As informações são coletadas através do preenchimento da Ficha de Cadastro do

paciente hipertenso e/ou diabético pelo profissional de saúde. Os dados formam um banco

de dados que torna possível a obtenção de Relatórios e Gráficos de esfera federal, estadual

e municipal20.

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14

O sistema deve ser continuamente alimentado com informações acerca de óbitos e

mudanças de endereço, evitando duplicatas de registros, mantendo maior fidedignidade dos

números de pacientes que utilizam os serviços20. O gerenciamento do acompanhamento do

paciente é feito através de uma planilha que permite a monitorização dos pacientes

cadastrados20.

Alcançar o sucesso com as doenças crônicas permanece sendo um desafio ao sistema

de saúde. Desafio que será maior para sistemas de saúde que não tenham implantado o

sistema de atenção primária à saúde2. Este é um dos problemas em sistemas onde, de um lado,

existe a situação de aumento exponencial de condições crônicas, e de outro, um sistema de

saúde que atua de forma seccionada, atuando de forma episódica e reativa, dirigida para

atenção a condições crônicas e situações de agudizações das condições crônicas2.

O gerenciamento das ações de controle da HAS inclui ações articuladas de vigilância

da hipertensão, das comorbidades e de seus determinantes, da integralidade do cuidado e da

promoção da saúde23.

Sistemas confiáveis de monitoramento são essenciais para garantir que haja retorno

dos investimentos para hipertensão. Para isso é necessário que exista o registro completo de

informações. Do mesmo modo, inquéritos populacionais regulares e representativos são

formas eficazes de monitorar tendências nos fatores de risco para compreensão de

intervenções prioritárias2.

4.3 ADESÃO AO TRATAMENTO

A adesão ao tratamento tem sido monitorada desde o tempo de Hipócrates, quando os

efeitos das poções administradas eram anotados caso o paciente tomasse ou não. Os métodos

de avaliação de adesão podem ser divididos em métodos diretos e indiretos, cada um com

suas vantagens e desvantagens, e nenhum padrão-ouro24.

Muitos pesquisadores relacionam o termo adesão somente ao tratamento

medicamentoso, mas este termo se refere a outros comportamentos intrínsecos à saúde, que

vão além do simples seguimento da prescrição de medicamentos, envolvendo também fatores

socioeconômicos, além de aspectos relacionados ao tratamento, ao pacientes e à própria

doença25.

Existem alguns termos que são usados como sinônimos de adesão, porém existem

algumas diferenças entre eles que devem ser esclarecidas.

Page 15: Graziele da Silva Ferreira[1].

15

O termo complacência pode ser definido como: até que ponto o comportamento do

paciente coincide com a prescrição clínica, levando em consideração o tipo de comportamento

dos pacientes que não seguem os conselhos dos profissionais de saúde. Concordância diz

respeito ao comum acordo entre paciente e equipe sobre o plano de tratamento e o uso dos

medicamentos prescritos26.

O termo adesão faz referência à interação formada entre fornecedor, paciente e

sistema de saúde, “um processo comportamental, sob influência do ambiente em que vivem os

pacientes, os prestadores de cuidados em saúde e os sistemas de saúde prestadores de

cuidados”26.

Mais recentemente, a Organização Mundial da Saúde definiu aderência como a

medida de comportamento de uma pessoa (tomando medicação, seguindo uma dieta e/ou

fazendo uma mudança no estilo de vida), em concordância com recomendações pactuadas

junto ao prestador de cuidados de saúde. O termo persistência se refere ao tempo em que o

paciente permanece engajado ao tratamento com a dosagem prescrita26.

Mesmo com comprovada eficiência terapêutica medicamentosa, a baixa adesão

terapêutica tem sido preocupante9. Em um estudo americano, feito com pacientes hipertensos,

o resultado mostra que mais de dois terços dos pacientes estavam cientes da doença e

tomavam precaução e 90% estavam em tratamento. Os dois fatores mais problemáticos para

adesão ao tratamento são: falta de efetividade em fornecer solução para a alteração de pressão

e não aderência do paciente às recomendações do tratamento26.

Apesar da grande disponibilidade de agentes anti-hipertensivos eficientes, apenas 65%

dos pacientes recebe o tratamento indicado e, desses, apenas 50% o mantém após um ano26.

No Brasil, cerca de 30 a 40% dos pacientes que iniciam o tratamento optam por

abandoná-lo e um empecilho para a equipe de saúde é enfatizar para o paciente o caráter

crônico de sua doença27. Alguns estudos observacionais demonstram que a maior parte dos

pacientes com diagnóstico de HAS apresenta má-adesão ao tratamento e apenas 22% dos

doentes seguem todas as orientações médicas, incluindo tomar a medicação no horário e

realizar as mudanças no estilo de vida28, 29.

Vários motivos podem ser apontados para o abandono do tratamento e, embora este

não seja um problema exclusivo da hipertensão arterial sistêmica, a não-adesão às condutas

anti-hipertensivas é uma situação muito complexa3. Além das dificuldades normais referentes

ao acompanhamento médico, como efeitos adversos dos medicamentos, difícil acesso ao

sistema de saúde, dificuldades financeiras, inadaptação entre médico e paciente; existem

Page 16: Graziele da Silva Ferreira[1].

16

também fatores que são comuns da hipertensão, entre eles a ausência de sintomas nos

primeiros 15 a 20 anos e a cronicidade da doença, que a tornam uma doença de difícil

intervenção28.

As causas de não adesão dos pacientes podem ser explicadas pela teoria dos modelos

estruturais. Esses modelos servem para identificar grupos de pacientes com maior tendência

ao abandono ou ao não cumprimento do tratamento medicamentoso.

As intervenções que podem ser feitas, visando à adesão ao tratamento, no caso da

hipertensão podem ser do tipo:

• Ações educativas, direcionadas para mudança de comportamentos.

• Cuidado continuado, de longa duração, apoiado na atenção primária à saúde.

• Capacitação de pacientes, com apoio familiar, mantendo a autonomia do

cuidado e na solução de problemas, participando das decisões clínicas sob

supervisão das equipes de saúde2.

Para a OMS “A adesão é um fator multidimensional determinado pela interação de

cinco fatores denominados como “dimensões”, no qual os fatores relacionados ao paciente são

apenas um determinante”30.

Dentre os vários fatores que podem influenciar na adesão ao tratamento da

hipertensão arterial sistêmica, estão relacionados os seguintes10:

• Paciente: sexo, etnia, idade, escolaridade, estado civil e nível socioeconômico;

• Doença: cronicidade, consequências tardias, ausência de sintomas;

• Crenças de saúde, hábitos de vida e culturais: percepção da seriedade do problema,

desconhecimento, experiência com a doença no contexto familiar e auto-estima;

• Tratamento, onde está inserida a qualidade de vida: custos, efeitos indesejáveis,

esquemas terapêuticos complexos;

• Instituição política de saúde: acesso aos serviços de saúde, tempo de espera associado

a tempo de atendimento;

• Fatores associados ao relacionamento com a equipe de saúde: empatia com a equipe.

Nos modelos de atenção direcionados para doenças crônicas são necessárias

intervenções que compreendam promoção da saúde e prevenção em grupos de risco, medidas

que devem ser estabelecidas a longo, médio e curto prazo2.

O caráter multifatorial da HAS torna essa doença um modelo adequado para a

implantação do trabalho de uma equipe multidisciplinar; os vários objetivos exigem diferentes

abordagens para aumentar o sucesso do controle da hipertensão arterial.

Page 17: Graziele da Silva Ferreira[1].

17

Nesse tipo de abordagem, existe a vantagem de alcançar um número maior de

pacientes e cada paciente poderá ser um replicador de conhecimentos e atitudes. As ações

realizadas pela equipe multiprofissional incluem ações de promoção à saúde, treinamento de

profissionais e ações assistenciais individuais e em grupo de acordo com a especificidade e

participação em pesquisas em saúde. Os componentes da equipe multiprofissional devem

trabalhar conforme com os limites de sua formação.

A equipe dispõe de vários recursos para orientação, educação e motivação de modo

que, modificando hábitos de vida, diminua fatores de risco cardiovasculares e estimule o uso

contínuo de medicamentos quando necessários.

Os recursos disponíveis incluem contato individual, reuniões, palestras, simpósios,

folhetos, peças teatrais, músicas e vídeos educativos, devendo-se considerar as

particularidades de cada região e a linguagem adequada à população atendida.

Além disso, devem ser realizadas reuniões periódicas com a equipe multiprofissional

para avaliação criteriosa das ações desenvolvidas, modificação de possíveis incoerências e

novas orientações, quando necessário31.

A educação em saúde, trabalhada em forma de grupos, possibilita ao indivíduo e à

comunidade decidir sobre seus próprios destinos e a capacitação de indivíduos para que estes

atuem na melhoria de saúde e qualidade de vida. Permite o aprofundamento de discussões e

conhecimentos, as pessoas superam suas dificuldades, ganham autonomia, melhores

condições de saúde e melhor qualidade de vida3.

4.4 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS

O grupo de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) é composto

predominantemente por doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças respiratórias

crônicas, e desde 1972 é visto com preocupação, inclusive em países não industrializados32.

Um dos fatores que explica o aumento das DCNT é o processo chamado transição

epidemiológica, que trata das mudanças que ocorrem nos padrões de morbimortalidade de

uma determinada população no decorrer de um certo período, geralmente seguida por

mudanças demográficas, sociais e econômicas18.

São as principais causas de morte no mundo, gerando diminuição de qualidade de

vida, limitações nas atividades laborais e de lazer, além de acarretar prejuízos para

Page 18: Graziele da Silva Ferreira[1].

18

comunidade e aumentar as desigualdades. Das 57 milhões de mortes mundiais em 2008, 36

milhões, ou 63%, acontecem devido as DCNT23.

No caso do Brasil, a transição demográfica pela qual o país passou teve como

resultado o aumento da expectativa de vida e o aumento do número de idosos em comparação

com jovens. Isso se traduziu em um número maior de doenças crônicas18. Observa-se um

aumento das DCNT relacionada ao aumento da expectativa de vida da população que, por

consequência, fica mais tempo exposta aos fatores de risco desencadeantes de DCNT32.

As doenças crônicas não transmissíveis acometem, em geral, a população adulta de

idade entre 15 e 65 anos. Nessa faixa etária, o risco de adoecer e morrer por doenças

parasitárias diminui e, em contraste, surgem doenças relacionadas ao estilo de vida (hábitos e

comportamentos). A exposição aos fatores de risco no ambiente de trabalho e outros fatores

aumenta o risco para algumas doenças18.

São quatro os principais fatores de risco comuns às DCNTs: tabagismo, sedentarismo,

alimentação não saudável e álcool. Além disso, a hipertensão está relacionada a outras

doenças crônicas como doença renal crônica e diabetes, entre outras23.

A HAS é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, sendo a mais

frequente das doenças crônicas atendidas em ambulatórios28, 33.

A prevenção das DCNTs é muito importante, pois traz benefícios econômicos, além

de ser menos oneroso do que o custeio da doença2. A OMS orienta sobre a importância do

desenvolvimento de estratégias para a prevenção e controle de DCNT, que incluam

monitoramento integrado e padronizado18.

A prevenção inclui abordagens primárias, secundárias ou terciárias, que possuem

diferenças quanto aos objetivos específicos e os grupos-alvo respectivos.

• A prevenção primária é orientada à prevenção dos fatores de risco que possam

futuramente causar a doença.

• A prevenção secundária tem como meta identificar a doença em fase inicial

para que possa ser tratada.

• Prevenção terciária é focada nas pessoas que já sofrem da doença, de modo a

cuidar desta doença, ajustando-a à nova condição de vida2.

Page 19: Graziele da Silva Ferreira[1].

19

4.5 PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Conhecer características que influenciem o cotidiano com a doença e o tratamento são

fatores que melhoram a implementação da assistência ao hipertenso34.

A simples criação de políticas e/ou programas para prevenção de doenças não garante

a resolução de problemas. É necessário que exista adesão às políticas por parte dos pacientes,

e isso depende de o paciente saber sobre sua condição de saúde, de estar comprometido com o

tratamento, e da equipe, que deve estar atuante através de esclarecimentos e incentivo35.

Outro fator importante é o apoio familiar. A presença da família junto ao paciente faz

com que ele se sinta seguro e amparado no convívio com a doença16.

Para que a tentativa de controle da doença produza o efeito esperado, é necessário

valorizar o indivíduo, respeitando suas crenças, ideias, valores, pensamentos e sentimentos

sobre a doença. Muitas unidades de saúde, em alguns casos, não têm conhecimento da

população que atendem e por isso não abordam esta população com efetividade16, 36.

O tratamento não medicamentoso da HAS compreende mudanças de estilo de vida

como alimentação controlada, baixo consumo de sódio e álcool, combate ao estresse,

sedentarismo e tabagismo, que devem ser estimulados desde a infância.

A prevenção primária enfatiza este eixo de tratamento, para redução de pressão

arterial, principalmente em pacientes com pressão limítrofe. Medidas medicamentosas são

bem toleradas para prevenção de HAS em jovens com fatores de risco. Além disso, para

pacientes com níveis limítrofes de pressão, considera-se o tratamento apenas em casos de

risco cardiovascular alto ou muito alto14.

A medicação anti-hipertensiva é atualmente bem tolerada, sendo que é preferível usar

baixas doses de medicação combinadas entre diferentes métodos de ação, para se alcançar a

meta na redução da pressão com o mínimo de efeito colateral37.

Quanto aos fatores de risco modificáveis, existem mudanças que podem ser

implementadas com o apoio do governo e do setor privado.

Para diminuir o tabagismo pode-se aumentar taxas para cigarros e produtos similares,

usar alertas nas embalagens de cigarro, aprovar leis que limitem os espaços para fumantes,

oferecer apoio e tratamento para quem deseja parar de fumar, realizar medidas educativas e de

promoção de saúde2.

Outro fator importante que deve ser controlado é a quantidade de sódio na alimentação

do paciente, através da regulamentação da dosagem de cloreto de sódio nos alimentos

Page 20: Graziele da Silva Ferreira[1].

20

processados e semiprocessados, da diminuição da concentração de sal em alimentos; com

apoio das indústrias alimentícias, pactuar e promover o uso de substitutivos do cloreto de

sódio2.

A necessidade humana diária de sal é de cerca de 3g a 5g e grande parte da população,

incluindo crianças, consome níveis acima da necessidade. O consumo diário de sal acima de

5g é um fator que predispõe a doenças do aparelho circulatório, hipertensão, aumentando a

probabilidade de um episódio de acidente vascular encefálico23; o consumo médio do

brasileiro corresponde ao dobro do recomendado14.

O uso excessivo de álcool deve ser combatido através de medidas como aumento das

taxas das bebidas, limitar e regrar a publicidade e limitar o acesso ao uso.

Dietas saudáveis devem ser incentivadas, assim como o consumo de alimentação

saudável.

Os riscos cardiovasculares podem ser prevenidos melhorando o acesso aos serviços de

saúde e à assistência farmacêutica23.

A mudança no estilo de vida é uma tarefa difícil, uma vez que despende uma grande

energia e investimento físico, mental e emocional, e a maioria das pessoas não consegue fazê-

la e incorporá-la ao cotidiano por muito tempo3.

Ultimamente tem-se dado grande ênfase para essas mudanças no estilo de vida, que

devem ser incorporadas por todos os pacientes, incluindo os que se encontram em tratamento

medicamentoso e por pacientes que possuam histórico de antecedentes familiares7.

Quanto à promoção de saúde, são de grande importância as ações direcionadas à

educação e à prática de prevenção de fatores de risco, já que com essas medidas pretende-se

vislumbrar uma boa qualidade de vida da população7.

O exercício físico e o combate ao sedentarismo fazem parte das estratégias de

prevenção à HAS. A realização de atividade física provoca diminuição nos níveis de

pressão38. Para manter uma boa saúde cardiovascular e qualidade de vida, recomenda-se que

todo o adulto realize no mínimo 30 minutos de atividade física moderada, pelo menos cinco

vezes por semana14.

O MS lançou em 2001 o programa Academias em Saúde, que deve ser implantado em

4 mil municípios até 2015. O programa compreende a construção de espaços que incentivem a

atividade física/práticas corporais. Algumas cidades já contam com praças públicas equipadas

com aparelhos de ginástica disponíveis para a população23.

Page 21: Graziele da Silva Ferreira[1].

21

4.6 UNIDADE BÁSICA DE FISIOTERAPIA PEDREIRA

O município de Nova Santa Rita fica a 25 Km de Porto Alegre, na região

metropolitana. Criado em 20 de março de 1992, tem uma população de aproximadamente

22.716 mil habitantes e uma área de 218km2 39, 40, 41.

Seu sistema de saúde é composto por 80% de estabelecimentos municipais e 20% de

estabelecimentos privados39, 40, 41. O município conta com 4 estabelecimentos de saúde, sendo

dois centros de saúde/unidade básica, um posto de saúde e uma unidade de apoio, diagnose e

terapia42.

A unidade básica de fisioterapia Pedreira conta com dois fisioterapeutas, um técnico

de enfermagem, dois auxiliares administrativos, três médicos, um dentista e um servente.

Realiza serviço de atendimento médico, pediatra, fisioterapêutico, odontológico e de

enfermagem, com funcionamento das 7h às 18h, de segunda à sexta.

O cadastro do programa Hiperdia é feito pela técnica de enfermagem, que preenche a

ficha de cadastro e verifica peso, altura e circunferência abdominal do indivíduo, além de

verificar a pressão arterial e realizar o teste de HGT. Semanalmente é realizada a reunião do

grupo de atividades físicas, quando a população realiza atividades físicas sob a orientação do

fisioterapeuta. Previamente os pacientes verificam a pressão.

A escolha da unidade foi feita devido ao fácil acesso para a pesquisadora e por ser a

unidade em que o responsável pelo grupo de atividades físicas é o fisioterapeuta.

No ano de 2012, até o mês de agosto, foram cadastrados 203 pacientes com

hipertensão, sendo que o maior número de hipertensos encontra-se na faixa etária de 55-59

anos43.

Page 22: Graziele da Silva Ferreira[1].

22

5 METODOLOGIA

5.1 PESQUISA

Trata-se de um estudo descritivo, transversal e quantitativo. Uma vantagem deste tipo

de estudo é o baixo custo e o alto poder descritivo de prevalência, pois será estudada uma

determinada nosologia em um determinado período de tempo44.

Estudos quantitativos normalmente seguem um plano previamente estabelecido e

buscam quantificar ou medir eventos através de análise estatística45.

5.2 PARTICIPANTES

O projeto será desenvolvido na Unidade Básica de Fisioterapia Pedreira, no município

de Nova Santa Rita.

Os participantes serão pacientes cadastrados no programa Hiperdia na Unidade Básica

de Fisioterapia da Pedreira em Nova Santa Rita, tendo como critérios de inclusão: pacientes

maiores de 18 anos, que aceitaram participar da pesquisa através da assinatura do termo de

consentimento livre e esclarecido.

Serão excluídos pacientes que apresentarem dificuldades em compreender o

questionário, pacientes com doenças crônico-degenerativas debilitantes, sequelas neurológicas

ou doenças mentais que limitem o poder de decisão e a autonomia.

5.3 INSTRUMENTOS

Para a coleta de dados utilizou-se um questionário elaborado pela autora (APÊNDICE

B), onde serão coletadas as seguintes variáveis necessárias para a análise que será realizada.

Para o perfil sociodemográfico serão coletados os seguintes dados: idade, gênero,

escolaridade (medida em categorias de anos de estudo), estado civil, ocupação. O perfil

clínico foi determinado a partir da coleta dos seguintes dados: peso, altura, IMC, pressão

arterial, doenças associadas (AVC, Diabetes Mellitus, doença renal crônica e trombose),

presença de fatores de risco associados (álcool, tabagismo, sedentarismo, dislipidemias,

estresse, dieta rica em colesterol).

Page 23: Graziele da Silva Ferreira[1].

23

A aferição das medidas antropométricas será realizada anteriormente à aplicação do

questionário. O peso e a altura serão aferidos por uma balança Filizola® com régua graduada

para verificação de altura certificada pelo INMETRO. A pressão arterial será aferida seguindo

as recomendações da VI Diretriz Brasileira de Hipertensão, 2010. Será utilizado

esfigmomanômetro aneróide, devidamente calibrado14. O IMC será calculado seguindo as

diretrizes da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica46.

Para medir a adesão ao tratamento foram utilizados o questionário de Batalla, Moriski-

Green e Haynes-Sackett.

O teste de Batalla é composto por três perguntas e foi criado inicialmente para avaliar

o nível de conhecimento dos pacientes sobre HAS, porém mais tarde começou a ser usado

como preditor da adesão ao tratamento pela forte correlação entre adesão e conhecimento. São

classificados como aderentes os pacientes que respondem corretamente às questões. Esse

questionário foi testado em estudos que verificaram alta sensibilidade e um alto valor

preditivo47.

1. A hipertensão arterial sistêmica é uma doença para a vida toda?

2. A hipertensão arterial sistêmica pode ser controlada com dieta e/ou

medicamentos?

3. Cite dois órgãos que podem ser afetados pela pressão elevada48.

O teste de Moriski-Green é uma medida criada em 1986. Mede adesão à terapia

medicamentosa, levando em conta os seguintes critérios: esquecimento, falta de cuidado,

interrupção do tratamento com melhora dos sintomas e interrupção do tratamento com piora

dos sintomas. É um instrumento validado em português, espanhol e inglês49. A pontuação das

respostas consiste em SIM= 0 (zero) ou NÃO=1, com pontuação máxima de quatro pontos,

onde zero significa menor adesão e quatro, maior adesão50. O teste é composto por quatro

perguntas:

1. Você, alguma vez, esquece de tomar seu remédio?

2. Você, às vezes, é descuidado quanto ao horário de tomar seu remédio?

3. Quando você se sente bem, alguma vez você deixa de tomar o remédio?

4. Quando você se sente mal com remédio, às vezes deixa de tomá-lo?

As respostas foram pontuadas em Sim=0 e Não=1, sendo que os que tivessem 0

a 3 pontos são classificados como NÃO ADERENTES e 4 pontos como ADERENTES.51

Page 24: Graziele da Silva Ferreira[1].

24

O teste de Haynes-Sackett baseia-se em perguntar ao paciente sobre seu nível de

adesão ao tratamento, composto por duas partes, sendo que na primeira parte cria-se um

ambiente propício para que o paciente se sinta à vontade. As perguntas feitas são:

1. A maioria dos pacientes tem dificuldades para tomar seus comprimidos. Você

tem dificuldade em tomar os seus?

2. Neste último mês, quantas vezes você esqueceu de tomar o seu remédio?

A taxa de adesão é expressa em % de comprimidos calculada segundo a fórmula:

(número de dias esquecidos/30) X 100. Serão considerados não aderentes aqueles com adesão

menor do que 80% ou maior do que 110%47.

5.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Após aprovação e autorização do Comitê de Ética e Pesquisa do município e da

Secretaria Municipal de Saúde de Nova Santa Rita será realizada a aplicação do questionário.

O instrumento de coleta de dados será aplicado em um dia do grupo de exercícios,

sendo que a aplicação do questionário será supervisionada pela pesquisadora. Este será

aplicado após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE)(APÊNDICE A), com tempo previsto de preenchimento de no máximo 30 minutos.

5.5 ANÁLISE DOS DADOS

Todos os dados coletados serão tabulados e analisados utilizando o programa

S.P.S.S.® versão 16. Para avaliar conhecimento utilizaremos os testes Qui-quadrado, teste T e

a análise por regressão múltipla de Poisson. Para a análise das variáveis contínuas será

utilizado o teste T e para as variáveis categóricas o teste de Qui-quadrado. Para avaliar qual

dos fatores é associado de forma independente será utilizada a análise por regressão múltipla

de Poisson. O nível de significância neste testudo será de 0,05. Para a análise das questões

abertas será utilizado o método de análise de conteúdo. A análise de conteúdo surgiu nos

Estados Unidos no início do século XX, para analisar o material jornalístico. A abordagem

pode tanto qualitativa, como quantitativa. No enfoque quantitativo se traça uma frequência

das características que se repetem no conteúdo do texto53.

Page 25: Graziele da Silva Ferreira[1].

25

5.6 ASPECTOS ÉTICOS

Serão seguidas as normas da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde52. O

projeto será submetido à apreciação do Comitê de Pesquisa e Ética do Grupo Hospitalar

Conceição e à Secretaria Municipal de Saúde de Nova Santa Rita. Aos participantes, será

solicitada sua autorização para inclusão na pesquisa, sem identificá-los, para garantia de sigilo

de identidade. Os sujeitos serão informados de que os dados da pesquisa poderão ser

publicados posteriormente. A participação da pesquisa não implicará em risco para os

participantes e os mesmos têm o direito em desistir de participar da pesquisa a qualquer

momento.

O TCLE deverá ser assinado em duas vias, ficando uma com o participante e outra via

com a pesquisadora. As informações obtidas com o questionário ficarão guardadas com a

pesquisadora durante cinco anos, sendo destruídas após este período.

5.7 DIVULGAÇÃO

Os resultados da pesquisa serão divulgados por meio da apresentação dos resultados à

Secretaria Municipal de Nova Santa Rita.

Os resultados da pesquisa poderão ser apresentados na Revista do GHC e em outros

espaços relevantes como congressos, seminários, jornadas, entre outros.

Page 26: Graziele da Silva Ferreira[1].

26

6 ORÇAMENTO

Os custos da pesquisa serão de responsabilidade da pesquisadora, não acarretando em

gastos para a instituição e para os participantes da pesquisa.

MATERIAL QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO ($) VALOR TOTAL ($)

Folhas A4 1000 14,00 28,00

Cartucho para

impressão

4 50,00 200,00

CD 5 1,00 5,00

Canetas 10 1,00 10,00

Computador 1 1.500,00 1.500,00

Impressora 1 299,00 299,00

Tranporte 100 4,15 415,00

Total 2457,00

Page 27: Graziele da Silva Ferreira[1].

27

7 CRONOGRAMA

Meses (2012-2013)

Atividades Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar

Elaboração do

projeto de pesquisa

X X X X X

Revisão de

bibliografia

X X X

Entrega projeto

GHC

X

Seminário de

apresentação

X X

Coleta de dados X X

Apresentação ao

Comitê de Ética em

Pesquisa

X

Submissão ao

Comitê de Ética em

Pesquisa

X X

Análise dos dados X X

Redação do

trabalho

X X

Apresentação dos

resultados

X

Page 28: Graziele da Silva Ferreira[1].

28

REFERÊNCIAS

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Page 30: Graziele da Silva Ferreira[1].

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42. BRASIL. Ministério da Saúde. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Cadastramento Nacional dos Estabelecimentos em Saúde. Brasília, DF, Disponível em:

Page 32: Graziele da Silva Ferreira[1].

32

<http://cnes.datasus.gov.br/Lista_Es_Municipio.asp?VEstado=43&VCodMunicipio=431337&NomeEstado=RIO GRANDE DO SUL>. Acesso em: 23 set. 2012.

43. BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de cadastramento e acompanhamento de hipertensos e diabéticos. Hipertensão por faixa etária segundo município. Brasília, DF: Ed. Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: <http://hiperdia.datasus.gov.br/>. Acesso em: 23 set. 2012.

44. BASTOS, João Luiz Dornelles; DUQUIA, Rodrigo Pereira. Um dos delineamentos mais empregados em epidemiologia: estudo tranversal. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 17, n. 4, p. 229-232, out./dez. 2007.

45. NEVES, José Luis. Pesquisa qualitativa- características, usos e possibilidades. Caderno de pesquisas em administração, São Paulo, v. 1, n. 3, p.1-5, jul./dez. 1996.

46. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA

SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. Itapevi, 2009/2010. Disponível em: <http://www.abeso.org.br/pdf/diretrizes_brasileiras_obesidade_2009_2010_1.pdf>. Acesso em: 31 out. 2012.

47. MELCHIORS, Ana Carolina. Hipertensão arterial: análise dos fatores relacionados com o controle pressórico e a qualidade de vida. 2008. 156 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Setor de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.

48. RODRÍGUEZ CHAMORRO, Miguel Ángel et al. Revisión de tests de medición del cumplimiento terapêutico utilizados em La práctica clínica. Atencion Primaria, Barcelona, v. 40, n. 8, p. 413-417, 2008.

49. BORGES, José Wicto Pereira et al. Utilização de questionários validados para mensurar a adesão ao tratamento da hipertensão arterial: uma revisão integrativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 46, n. 2, p. 487-94, abr. 2012.

50. UNGARI, Andrea Queiróz. Adesão ao tratamento farmacológico de pacientes hipertensos seguidos nos Núcleos de Saúde da Família do município de Ribeirão Preto SP. 2007. 96 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) – Departamento de Medicina Social, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, 2007.

51. CAVALARI, Eliana. Adesão ao tratamento: estudo entre portadores de hipertensão arterial em seguimento ambulatorial. Revista Enfermagem UERJ, Vila Isabel, v. 20, n.1, p. 67-72, jan./mar. 2012.

52. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. 1996. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/reso_96.htm>. Acesso em: 23 set. 2012.

Page 33: Graziele da Silva Ferreira[1].

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53. CAREGNATO, Rita Catalina; MUTTI, Regina. Pesquisa Qualitativa: Análise de discurso versus análise de conteúdo.Texto e Contexto Enfermagem. Santa Catarina, v.15, n. 4, p. 679-84, out./dez. 2006.

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APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

O senhor(a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa intitulado: O perfil do paciente atendido por um programa de controle de hipertensão em uma unidade básica de saúde de um município do Rio Grande do Sul

Esta pesquisa é sobre Pressão Alta (Hipertensão Arterial Sistêmica), sendo o objetivo do estudo descrever o perfil epidemiológico dos usuários cadastrados no programa Hiperdia em uma Unidade de Saúde do bairro Pedreira em Nova Santa Rita, buscando melhorar as medidas de prevenção e controle da hipertensão.

Será realizada pela fisioterapeuta Graziele da Silva Ferreira, aluna do programa de pós-graduação lato sensu em Informação Científica e Tecnológica em Saúde, do Grupo Hospitalar Conceição em parceria com a FIOCRUZ, sob orientação da Profª Luciane Berto Benedetti e ocorrerá em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Nova Santa Rita.

A pesquisa não trará riscos à saúde, o único desconforto será a verificação da pressão arterial, peso e altura. Será realizada uma pesquisa através da aplicação de um questionário que deverá ser preenchido no tempo máximo de 30 (trinta) minutos.

Solicitamos sua colaboração para realização das entrevistas, como também sua autorização para apresentar os resultados desta pesquisa em eventos na área da saúde e publicação em revistas científicas. Em caso de publicação e divulgação dos dados a pesquisadora se compromete a manter sigilo sobre as informações pessoais.

Esclarecemos que sua participação é voluntária e não há obrigação de participar da pesquisa ou fornecer dados ou ainda colaborar com as atividades desenvolvidas pelo pesquisador.

A pesquisadora estará à disposição para qualquer esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa, através do telefone 34796870, pelo e-mail: [email protected], ou então na Unidade Básica de Fisioterapia no endereço: rua da Pedreira N° 471, Nova Santa Rita, RS.

Declaro que recebi cópia do presente termo de consentimento. Em caso de dúvidas éticas, poderei entrar em contato com o Coordenador do Comitê

de Ética em Pesquisa do GHC, através do telefone (51) 3351-2407 ou diretamente na Sede da Escola GHC, no endereço: rua Francisco Trein, n°328, Bairro Cristo Redentor, Porto Alegre, RS.

Diante do exposto, declaro que fui devidamente esclarecido(a) e dou meu consentimento para participar da pesquisa e para divulgação dos resultados. Estou ciente que receberei uma cópia deste documento.

Nova Santa Rita, ____ de _____________ de _______. Nome do participante:__________________________________. Assinatura do participante:______________________________. Nome da Pesquisadora: Graziele S. Ferreira Assinatura da pesquisadora: _____________________________.

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APÊNDICE B - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

ORIGEM DO PACIENTE Data da entrevista:___/___/___

Questionário n °: Data de nascimento:___/___/___ Idade: Sexo: ( ) masculino ( ) feminino Estado Civil: ( ) solteiro(a) ( ) casado(a) ( ) viúvo(a)

Ocupação/ Profissão:

Escolaridade (assinale com x):

1.( ) analfabeto 2.( ) 1 a 4 anos de estudo 3.( ) 5 a 8 anos de estudo 4.( ) 8 a 12 anos de estudo 5.( ) mais de 12 anos

Renda familiar:

1.( ) menos de um salário mínimo 2.( ) de 1 a 3 salários mínimos 3.( ) de 4 a 7 salários mínimos 4( ) mais de 7 salários mínimos

PERFIL CLÍNICO:

Peso: Altura: IMC: PA: Doenças associadas:

1.( ) AVC 2.( ) Diabetes Mellitus 3.( ) Doença renal crônica 4.( ) Trombose

Fatores de risco associados:

1.( ) álcool 2.( ) Tabagismo 3.( ) Sedentarismo 4.( ) Dislipedemias 5.( ) Estresse 6.( ) Dieta rica em colesterol

ADESÃO AO TRATAMENTO

HAYNE E SACKETT

1 A maioria das pessoas tem dificuldades para tomar seus medicamentos. Você tem alguma?

( ) sim ( ) não

2 Nos últimos 7 dias, quantas vezes você não tomou os medicamentos? ______________

MORINSKY-GREEN

1 Esquece alguma vez de tomar os medicamentos para hipertensão? ( ) sim ( ) não 2 Toma os medicamentos na hora indicada? ( ) sim ( ) não 3 Quando se encontra bem, deixa de tomar seus medicamentos? ( ) sim ( ) não 4 Se alguma vez se sente mal, deixa de tomar seus medicamentos? ( ) sim ( ) não

TESTE DE BATALLA

1 A hipertensão arterial é uma doença para toda a vida? ( ) sim ( ) não 2 A hipertensão pode ser controlada com dieta e/ou remédios? ( ) sim ( ) não 3 Cite dois ou mais órgãos afetados pelo aumento da pressão arterial: __________________________

Responda SIM ou NÃO:

A parte mais difícil do tratamento é:

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Manter uma dieta balanceada ( ) sim ( ) não Lembrar de tomar o remédio na hora certa ( ) sim ( ) não Fazer o exercício físico ( ) sim ( ) não Vir ao serviço de saúde ( ) sim ( ) não Buscar o medicamento ( ) sim ( ) não Outros (cite): _________________________________________________________________ Frequenta o grupo de exercícios? Por quê?_____________________________________________________________________

Na sua opinião, para que servem os grupos de exercícios? Qual a importância?_____________

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Assinale o que o impede de frequentar o grupo

( ) Eu não gosto de me expor ( ) Eu acho perda de tempo ( ) Eu não tenho companhia para ir ( ) Moro longe e não consigo transporte ( ) Meus familiares não se importam ( ) Estou trabalhando no horário ( ) Eu tenho vergonha ( ) Outros:________________________________________________________________

Qual sua sugestão para intervenções em hipertensão no Posto de Saúde?

( ) Palestras ( ) Distribuição de folders ( ) Reuniões em grupo ( ) Consultas individuais ( ) Confecção de banners e cartazes ( ) Mais dias de atividade física ( ) Atividades físicas diferenciadas ( tai chi, pilates)

Você sabe por que é cadastrado no Hiperdia? ( ) sim ( ) não

Acha importante fazer o cadastro? ( ) sim ( ) não

Por quê?_______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

Acha necessário fazer o acompanhamento mensal no posto? ( ) sim ( ) não