UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAFACULDADE DE CII:NCIAS AGRARIASCURSO DE MEDICINA VETERINARIA
HIPERPLASIA CiSTICA ENDOMETRIAL - PIOMETRA(CADELAS E GATAS)
CURITIBA2002
LINDSAY GRIGOLETTI
HIPERPLASIA CiSTICA ENDOMETRIAL - PIOMETRA(CADELAS E GATAS)
Trabalho de Conclusao deCurso apresentado ao Cursode Medicina Veterinaria daUniversidade Tuiuti doParana, como requisito parcialpara a obten9Ao do titu.lo deMedico Veterinario.Orientadora: Prof. Andrea Barros
CURITIBA2002
SUMARIO
LlSTA DE ILUSTRAc;:OES 3
RESUMO 4
INTRODUc;:Ao........................................ 5
4 DESCRIc;:Ao DOS CONCEITOS RELACIONADOS COM A HIPERPLASIA
CiSTICA ENDOMETRIAL - PIOMETRA......... 6
4.1 ETIOLOGIA ..
4.2 SINAIS CLiNICOS ...
4.3 DIAGNOSTlCO ...
4.4 TRATAMENTO ..
4.5 PROGNOSTICO ...
6
9
13
15
23
CONCLUsAo , 25
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................ 26
1.LlSTA DE ILUSTRAC;:OES
FIGURA 1 - Ovarios clsticos e utero com hiperplasia cistica endometrial de umaMastiff com 2 an os de idade, no cia durante 12 semanas.. 8
FIGURA 2 - Utero friavel e aumentacfo de tamanho em um animal com piometra .. 8
TABELA 1- Resumo da Classifica~o de Dow de Hiperplasia Cistica do Endometrio- Piometra. 13
2.RESUMO
Na pratica da dinica de pequenos anima is, os medicos veterinarios sao
freqOentemente confrontados com 0 quadro de piometra em cadeJas. Em gatas
raramente ocorra. Devern decidir rapidamente sobre a melhor forma de tratamento
quando se trata uma situa~o de risco de vida da paciente. Esta revisao tern como
objetivo a descric;ao dos conceitos dentro da hiperplasia cistica endometrial e
consequentemente da piometra. Aborda-se tanto a etiologia como as sinais e
achados clinicos. bern como aspectos do diagn6stico desta patotogia. Com relayao
ao tratamento, sao considerados tanto a abordagem medicamentosa quanta a
cirurgica e a importlmcia de cada urna delas.
Unitermos: Cadelas, hiperpJasia cistica endometrial, piometra.
Abstract:
Small animal clinicians are frequently confronted by cases of pyometra in bitches.
In cat the incident is rare. Having to decide quickly about the best treatment when it is
a life-threatening situation. This review is aimed at describing the concepts in the
cystic endometrial hyperplasia and consequently in the pyometra. The etiology,
signals and clinical findings and aspects of the pathology diagnosis are reviewed.
Regarding treatment, both medical and surgical approaches are into account and
importance of each one.
Key-words: Bitches, cystic endometrial hyperplasia, pyometra.
3.INTRODUC;AO
A vagina apresenta urna flora bacteriana normal residente. Durante 0 estra, a cervix
relaxa e estas bacterias s~o capazes de entrar no utero. Geralmente 0 mecanisme
de defesa do utero e capaz de eliminar estas bacterias, ou algum mecanismo na
cervix (possivelmenle muco) pode prevenir a sua entrada. Em particular entretanto,
as femeas com hiperplasia cistica endometrial. parecem incapazes de eliminar estas
bacterias que pod em sobreviver no fluido cistico. 0 cresci menta de bacterias no
utero eventualmente estimula 0 acumulo de exsudato inflamatorio. 0 organismo
geralmente isolado destes casos e a E. coli. A administra
4. DESCRICiiO DOS CONCEITOS RELACIONADOS COM A HIPERPLASIA
CiSTICA ENDOMETRIAL - PIOMETRA
4.1.Etiologia
A hiperplasia clstica do endometria (HeEl induzida pel a progesterona e a
primeira lesao no desenvolvimenlo da piomelra.(ETTINGER, 1992, p. 1878-1881). Eo
um disturbio do utero potencialmente fatal.( NELSON e COUTO, 2001, p.681-B83).
A res posta fisiol6gica normal do endometria a progesterona e exagerada. As
glandulas endometria is tarnam-S8 cisticas e repletas de liquido, e 0 liquido S9
acumula no lumem uterino.(ETTINGER, 1992, p. 1878-1881). A progesterona
suprime 0 sistema imune local, eslimulando as glt:1ndu"lasendometriais a produzir
secreyaes favoraveis ao crescirnento bacteriano. diminuindo a contratilidade do
miometrio e fechando a cervix, prevenindo a drenagem do exsudato uteri no
decorrente. A hiperplasia endometrial causada pel a progesterona ocorre com ou
sem estrogeno. 0 estrogeno, param, aumenta profundamente a gravidade da
enfermidade atraves do aumento do numero de receptores para progesterona no
endometria. Esta piometra se desenvolve em 25% das cadelas que recebem
estradiol como urn abortivo (no acasalamento indesejado) durante a
diestro.(.OSTWALD et aI., 1998, p. 381-383).
A Escherichia coli e a bacteria mais freqOentemente isolada de gatas e cadelas
com piometra.(Richard W. Nelson). Ha uma boa evidencia de que capas de E coli
tern uma afinidade para 0 epih~lio do trato urinario e musculo delgado, como tambem
o endometrio e a miometrio na fase progesterona. Se as organismos de tratos
urinarios estao envolvidos na patogenia ales devem ganhar entrada ao utero no
estro, quando 0 canal cervical esta aberto. Normalmente pode-se dizer que a utero,
na fase estrogenica, e capaz de eliminar esta contaminayao bacteriol6gica, maspode ser significante que na cadela 0 inicio do estra esta associ ado com 0 aum.,ento
da concentrayao plasmatica de progesterona, proveniente da luteinizayao dos
foliculos de Graaf.( CHANDLER et aI., 1989, p. 506-509). Outras bacterias como
Streptococcus, Staphilococcus, Pseudomonas, Proteus, Klebsiella, Salmonella, e
infeces bacterianas mistas tambem ocorrem.(ETTINGER,1992, p. 1878-1881).
Apesar da infecyao bacteriana nao iniciar a patogenia de HCE-Piometra, ela e aprincipal causa da morbidade e mortalidade associadas a piometra.( NELSON e
COUTO, 2001, p. 681-683).
Quando a progesterona e administrada em cadelas ooferectomizadas, as lesOes
da HCE e todos os sintomas tipicos de piometra s~o produzidos. Nenhuma dessas
les6es e produzida quando 0 estrogenio e administrado sozinho. A ocorrencia deHCE e piometra ap6s a administra~o ex6gena de progesterona e dose e dura~o-de pendente tanto na cadela como na gata. Uma patologia uterina semethante foi
descrita apas a administrayao de compostos progestacionais como a progesterona,
acetato de melengestrol, acetato de megestrol, acetato de medroxiprogesterona, 17-
a-acetoxiprogesterona, e acetato de dormadinona em cadelas. A ocorrencia de HCE
e piometra tern side descrita freqOentemente ap6s a administrayao de acetato de
megestrol e medroxiprogesterona a gatas intactas e parcial mente histerectomizadas.
Em adi~o Ii HCE, as progestinas ex6genas causam supressao do c6rtex adrenal
em cadelas e gatas. Embora 0 estrogenio eXOgenosozinho nao provoque HCE ou
piometra, ele potencia os efeitos da progesterona.(ETTINGER,1992, p. 1878-1881).
A patogenese da piometra parece ser similar em gatas e cadelas. A molestia emenos prevalente em gatas, porque estes animais sao ovuladores induzidos, que
necessitam do coito antes que ocorra 0 desenllolvimento do tecido luteo, e que
ocorra a subsequente secreyao de progesterona. A medicayao progestacional
empregada no tratamento de algumas molestias cutaneas felinas pode ser
respons8.11el par incidlmcia mais elevada de piometra em gatas nao-fecundadas.(
BOJRAB, 1996, p. 666-669).
FIGURA 1 - Oviirios cisticos e utero com hiperplasiaclstica endometrial de uma Mastiff com 2 anos de idade.no cio durante 12 seman as.
II
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FIGURA 2 - Utero friiivel e aumentadode tarnanho em urn animal com piometra.
4.2.Sinais Clinicos
Segundo a pesquisa de Dow, citada por ETTINGER (1992, p. 1878-1881), quatro
tipos cHnicos e histologicos de HCE-piometra na cadela e na gata foram descritos.
Os animais com 0 tipo I de HCE nao apresentam sintomas de molestia exceto por
um corrimento vaginal sanguinolento em algumas gatas, e urn corrirnento vaginal
mucosa em algumas cadelas. Macrosc6pica e histologicamente, ocorria HCE sem
inflama
10
nas cadelas como nas gatas. As celulas plasmaticas e Qutras celulas mononucleares
foram as infiltrados celulares predominantemente encontrados no tipo III de HCE-
piometra em gatas. A aparimcia histol6gica do tipo IV de HCE-piometra variou de
acordo com a abertura da cervix nas cadelas e gatas. Quando a cervix estava
"aberta", os cornos uterinos Ileralmente tinham menos do que 3 cm de di~metro.
Havia HCE, fibrose, e hipertrofia do miometrio. Quando a cervix estava "fechada",
havia extrema distensao uterina, uma parede uterina fina, e atrofia
endometrial.(ETTINGER, 1992, p. 1878-1881).
Embora as cadelas e gatas sob a inftu~ncia da progesterana end6gena (lase
luteinica) ou ex6gena, e as cadelas em fase luteinica recebendo estr6genos
exogenos, estejam evidentemente sob a maior risco de desenvolverem HCE, 0(5)
motiva(s) porque somente algumas famaas sao afetadas e desconhecido. N~o
existem diferenyas aparentes nas concentrar;:aes de progesterona ou estrogenos
nae conjugados no sangue de cadelas com piometra, cadelas com falsa gestayao,
ou cadelas norma is na fase luteinica do cido estral. Nao existe evidencia de que as
irregularidades do estra, a lalsa gestayao, ou a lalta de gestayao anterior estejam de
algum modo associadas com a ocorrencia de piometra na cadela. Em exame feito
em 245 cadelas, um hist6rico anterior de falsa gesta~o foi real mente mais comum
em cadelas sem piometra do que nas cadelas com piometra. Embora as alterayOes
hiperplasicas ten ham sido descritas, 0 autor sugeriu que a progesterona seria 0
agente causal para ambas as condic;6es. Finalmente, as anormalidades ffsicas que
impedem a drenagem do utero podem favorecer 0 desenvolvimento de
piometra.(ETTINGER, 1992, p. 1878-1881).
II
Davida ao fata da cadela normalmente apresentar urna fase luteinica longa, e
urna vez que a gata 56 apresenta a fase lutefnica quando e induzida a ovular, a
piometra devia ser mais comum em cadelas do que em gatas. Dow registrou que a
piometra ocorria com urna freqO~ncia tres vezes maior em cadelas do que em gatas.
Os sintomas clinicos da HCE-piometra s~o essencialmente iguais para am bas as
esptkies. Os sintomas de piometra tornam-se evidentes durante a fase luteinica,
geratmante quatro a dez semanas ap6s 0 astra, au apas a administrar;ao ex6gena
de progestin as. Os sintomas incluem depressao, anorexia, vbmitos, diarn~ia,
polidipsia e poliuria. Par Dutro lado, estes sintomas nao especffrcos com urn hist6rico
de exposi\'1io a progestina, s~o sugestivos de piometra. 0 corrimento vaginalpurulento esta presente em 75% das cadelas com piometra.(ETIINGER, 1992, p.
1878-1881).
Varios graus de depress:3o e desidrata
12
diferencial sao extrema mente variaveis. Pode haver leucopenia e desvio a esquerda
degenerativD, au, alternativamente, a contagem leucocitaria total pode atingir
200.000/~d. Pode-s8 detectar anemia, hiperglobulinemia, alou hiperfibrinogenemia. A
azotemia e comum. A isostenuria e a proteinuria foram isoladamente encontradas
em 30% das cadelas com piometra.(ETTINGER, 1992, p. 1878-1881).
As lesoes renais associadas com piometra lem sido investigadas. Ocorre uma
redu~o na capacidade de concentrar a urina, associ ada com a infecc;ao bacteriana
do utero, porem ela nao ocorre associada com a manipulayao hormonal, na
ausfmcia de infe~o bacteriana. as tubulos tarnam-S8 irresponsivos ao harmonia
antidiuretico, porem freqOentemente ainda possuem capacidade de diluir a urina. As
lesOes tubulares foram encontradas atraves da microscopia. Bacterias intactas,
fixadas ao epitelio tubular, tambem foram descritas. 0 prejuizo na capacidade
tubular de concentrar a urina contribui para a poliuria, com polidipsia compensatoria.
As lesOes glomerulares caracteristicas da deposiyao de imunocomplexos foram
identificadas pela microscopia eletrbnica e estudos imunofiuorescentes de biopsias
renais de cadelas com piometra. Os estudos realizados ~in vitro" utilizando E. coli
obtida de cadelas com piometra de ocorrencia natural, demonstraram a afinidade de
liga~ao da Ecoli pelo epitelio da bexiga urinaria, epitelio parietal e visceral da
ca.psula de Bowman, e epih31io tubular renal. As les6es renais associadas com
piometra sao potencial mente reverslveis ap6s a remo~o do antigeno bacteriano
atraves da ovario-histerectomia.(ETTINGER, 1992, p. 1878-1881).
13
TABELA 1 - Resumo da Classilicac;ao de Dow de Hiperplasia Cistica doEndometrio-Piometra
TIPOI Hiperplasia cistica do endometrioAus~ncia de inftamac;aoAus~neia de sintomas elinices exceto par umcorrimento vaginal moderado
TIPOII Hiperplasia cistica do endometriaCom infiltrado de calulas plasmaticas (callela)Com infiltrado de PMN (gata)Doenya clinica moderada
TIPOIII Hiperplasia cistica do endometriaAbcessos ao radar das gltindulas endometriaisClinicamente enfermoInliltrac;ao de PMN no endometria e talvez nomiometrio (cadela)Infiltral'llo mononuclear (gata)
TIPOIV Cervix aberta: hiperplasia cistica do endometria,fibrose. hipertrofia do miometrioCervix fechada: extrema distensao uterina, paredeuterina delgada, atrolia endometrial
4.3.Diagn6stico
A piometra e diagnosticada com base na ocorrencia dos sinais clinicos durante 0
diestro ou apes a administrar;.ao exegena de progestinas, pela presenc;a de
corrimento vulvar septico e pela identificac;ao de aumento de volume uteri no por
radiografias e ultra~sonografia abdominais. Devem ser realizados hemograma
completo, perfil bioquimico serico e urinalise para a detecvao de anormalidades
metab61icas associadas a sepse e avalial'll0 da funl'llo renal.(NELSON e COUTO,
2001, p. 681-683).
Neutrofilia com desvio a esquerda, monocitose e evidencia de toxicidade deleuc6citos s~o achados mais importantes do hemograma. 0 numero de leuc6citos
pode chegar a 100.000 a 200.000hd. Em caso de sepse grave, pode estar presente
leucopenia com desvio esquerda degenerativo. Tambem pode ocorrer discreta
anemia arregenerativa normocitica normocromica.(NELSON e COUTO, 2001, p.
681-983).
As anormalidades bioquimicas incluem hiperproteinemia, hiperglobulinemia e
azotemia. Ocasionalmente, a alanina-aminotransferase e a fosfatase alcalina est~o
ligeiramente elevadas, provavelmente em decorrencia de hip6xia e septicemia. Os
achados da urinalise incluem isostenuria ou proteinuria em um terva das cadelas
com piometra. E comum a presenc;a de bacteriuria. Muitas das alterac;oes renais
pareeem ser secundarias a glomerulonefrite por complexos imunes e interfer~ncia de
endotoxinas bacterianas na resposta tubular renal ao hormonio antidiuretico, embora
Qutros fat ores desconhecidos pare~m contribuir. Estas alteragaes renais
normalmente sa.o reversiveis apas a remo903o da fonte de antigenos
bacterianos.(NELSON e COUTO, 2001, p. 681-683).
A citologia vaginal revela a presen~ de urn exsudato septico, as vezes com
eelulas endometriais. Os achados citol6gioos costumam ser anormais, mesmo na
auseneia visivel de corrimento. Os resultados da cultura e do antibiograma do
exsudato uterino identificam 0 agente e os antibi6ticos apropriados para 0
tratamento. (NELSON e COUTO, 2001, p. 681-683).
o diagnostico diferencial rna is importante para a piometra e a gestayao. Ambasas condi
15
n~o deve haver desvio a esquerda ou sintomas de toxicidade. Uma contagemdiferencial de leucocitos deve ser realizada nos animais suspeitos de piometra. A
presen
16
septioemia e/au endotoxemia, se ja nao existirem. T erapia com liquidos intravenosos
e indicada para correyao de deficits existentes, para manuten~o da perfusaotecidual adequada e para melhora da func;a.o renal. Em cadelas, diversos estudos
demonstraram que 0 progn6stico piora S9 a azotemia nao for corrigida antes do
tratamento cirurgico. A antibioticoterapia deve ser iniciada imediatamente. Devem
ser utiHzados antibi6ticos bactericidas de ample espectro com eficacia contra E.coli,
como sulfonamidas-trimetoprim, ampicilina au amoxicilina-clavulanato, enquanto as
resultados da cultura e do antibiograrna sao aguardados. 0 antibi6tico adequado
deve entao ser manti do por 2 a 3 semanas.(NELSON e COUTO, 2001, p. 681-
17
metab6licas graves provocadas pela piometra. Todavia a Qvario-histerectomia e aunica escolha razoavel para animais gravemente doentes, pois a extirpayao cirurgica
e imediata, 0 que n~o ocorre na evacua~o do conteudo uterine infectado comtratamento cifnioo. A Qvario-histerectomia e curativa, eliminando as comp1icas:6esadvindas de anestesia, cirurgia ou progressao da doenya. (NELSON e COUTO,
2001, p. 681-(;83).
Tratamento cirurgico. Os protooolos anestesicos variam muito, dependendo do
estado do paciente. Os animais com doen~ sist~mica precisam ser monitorados
proximamente durante uma anastesia. Etes podem ser induzidos com urn opiaceo
mais diazepam, administrados em dosagens crescentes, conforme 0 necessaria
para intubar. Se uma intubac;aonao for possivel, poder-se-a administrar etomidato
au do sag ens reduzidas de tiopental au propofo!. Sa n~o sa encontrar disponrval
atomidato, c~as arritmicos poderao ser pre-medicados com oximorfona e induzidos
com tiopental a lidocaina. Nessa ultimo caso, deve-se calcular 9 mg/kg de cada um,
a administrar metade de inicio, intravenosamente. Dave-se administrar uma droga
adicional para permitir que a cadela seja intubada. Garalmente, nao sa dava
administrar intravenosamente mais que 6 mglkg de lidocalna, para evitar
intoxica~o. 0 isoflurano constitui 0 inalat6rio de escolha, pais causa depressao
cardiaca minima, a sua induyao e recuperayao sao geralmente rapidas. Nesses
pacientes, deve-se monitorar proximamente a profundidade anestesica.(FOSSUM et
al . 2002, p. 602-607).
Em animais com piomatra, deve-se corrigir a hipotensao antes da cirurQia e
evita-Ia durante e apos a mesma. Animais com proteinas totais inferiores a 4 g/dL ou
albumina inferior a 1,5 gldL podem se beneficiar da administrac;aoperioperat6ria de
col6ide. Os col6ides podem ser administrados pre, intra e/ou pOs-operatoriamente,
ate uma dose total de 20 mLlkg/dia. Caso se administrem col6ides durante a cirurgia
(7 a 10 mLlkg), dever-se-a tratar a hipotensao intra-operatoria aguda com
eristal6ides. Para suporte inotr6pico, durante a cirurgia, podem-se administrar
dobutamina (2 a 10 ~Lg/kg/min,intravenosamente) ou dopamina (2 a 10 1l9/kg/min,
intravenosamente). A dobutamina e menos arritmogl~l'nica e cronotropica que adopamina e sera preferida se 0 paeiente estiver hipotenso e anurico. Caso se
encontre anurico e normotenso. Podera ser preferivel dopamina em dose baixa (0,5
a 1,5 Ilg/kg/min, intravenosamente) mais furosemida (0,2 mg/kg, intravenosamente).
Esses pacientes devem ser monitorados quanto a arritmias ou taquicardia.(FOSSUM
et aI., 2002, p. 602-607).
o paciente deve ser posicionado ern decubito dorsal, para urna celiotomia na
linha media ventraL Deve-se depilar e pre para para cirurgia asseptica 0 abdome
ventral inteiro.(FOSSUM et aI., 2002, p.602-B07).
Tecnica cirurgica. Exponha 0 abdome p~r uma inciseD na linha media ventral,
eomec;;ando 2 a 3 em caudalmente a cartilagem xif6ide, e estendendo-se ate 0 pubis.
Explore 0 abdome, e localize 0 utero distendido. Observe evidencias de peritonite
(inflama~o de serosa, aumento de fluido abdominal, petequias). Obtenha fluido
abdominal para cultura, eva cue a bexiga por meio de cistocentece, e colete uma
amostra urinaria para cultura e analise, se nao for enviada anteriormente. Exteriorize
cui dado samente 0 utero, sem aplicer presseo ou trayao excessiva. Urn utero
preenchido com fluido fica freqOenternente friavel; portanto, levante-o ern vez de
puxa-Io para fora do abdome. Nao use gancho de castra~o para localizar e
exteriorizar 0 utero, pois este pode se lacerar. Nao corrija urna tor
19
isso liberara bacterias e toxinas. Isole 0 utero do abdome com tamp6es de
laparotomia ou toalhas esterilizadas. Coloque pinc;as e ligaduras, exceto que se
pode resseccionar a cervix alam dos ovarios, dos cornas uteri nos e do corpo uteri no.
Ugue as pedlculos com urn material de sutura monofilamentar absorvivel (au seja,
polidioxanona ou poligliconato 2-0 ou 3-0), e transeccione na jun~o da cervix e da
vagina. Lave completamente a coto vaginal. Colha amostras de cultura do conteudo
uteri no sem cantaminar 0 campo cirurgico. Remova as tampOes de laparotomia e
troque as instrumentas, luvas e campos estereis contaminados. Lave a abdome e
tache a inciseD rotineiramenta. Envie 0 trato para avalia~o patol6gica.(FOSSUM et
ai, 2002, p. 602-
20
piometra de coto pode sa associar a urn tecido ovariano residual. Nesses casas, 0
coto rest ante dave ser excisado e 0 tecido ovariano residual dave ser removido.
Qutras complicac;:68S pod em incluir anorexia, letargia, anemia, pirexia, vornito e
ictericia. A maior parte das complicaes S8 resolve dentro de 2 semanas de
cirurgia.(FOSSUM et aI., 2002, p. 602-607).
Tratamento com prostaglandina. 0 tratamento cJrnico da piometra com
prostaglandina F2u (PGF2u) pode ser considerado no caso de lemeas de alto valor
reprodutivQ que n~o estao intensamente doentes. Nos Estados Unidos, 0 usa de
prostaglandinas n~o foi aprovado para pequenos anima is. As prostaglandinas das
series F provocam contra90es miometricas que podem evacuar 0 utero S8 a cervix
estiver patente. Em geral, a cervix dilata-s8 em res posta a presseo exercida contra
ela. No entanto, existe risco de a dilatayao nao ocorrer tao rap ida mente quanto
necessaria para que haja evacuayao do conteudo pela cervix da gata au da cadela
com piametra "fechada". Assim, pade acorrer ruptura uterina e extravasamenta de
seu conteudo para 0 abdome.(NELSON e COUTO, 2001, p. 681-683).
As prostaglandin as tam bern provocam lute61ise ou suprimem a esteroidogl~mese
ovariana, rernovendo a fonte de progesterona responsavel pel a doenr;a. A lute61ise
pode au nao ocorrer durante 0 tratamento de piometra com PGF2a., dependendo da
lase do diestro, da dose de PGF2a e da dura,.ao do tratamento. E meros prov
2'
que para aquelas sam drenagem. Para 0 tratamento de piametra, a PGF2a. natural
(Lutalyse; Upjohn Co., Kalamazoo, Mich.) e administrada por via subcutanea, umaou duas vazes ao dia, na dose de 0,1 a 0,25 mglkg, ate 0 esvaziamento do utero.
Normalmente, hi! necessidade de 3 a 5 dias de tratamento. 0 volume de corrimento
vulvar dave aumentar a medida que 0 utero esvazia. Com a tratamento, 0 corrimentoS8 torna menes pUfulento e mais mucoso ou sanguinolento. 0 tamanho do utero
volta ao tamanho normal quando a utero sa esvazia, mas HEC pode persistir. 0
tamanho uterino pode sar avaliado par palpat;ao abdominal, radiografia au ultra-
sonografia. Sa necessaria, 0 tratamento dave continuar por mats de 5 dias, mas
existem evidencias de que a fertilidade diminu; nos animais que requerem
tratamento prolongado ou repetido em rela91!o aqueles que recebem urn periodo
men or ou apenas um perfodo de tratamento. A ovario-histerectomia deve ser
reconsiderada em animai. que necessitam de tratamento prolongado.(NELSON e
COUTO, 2001, p. 681-683).
sao comuns rea96es adversas nos animais tratados com PGF2a., incluindo
respirayao ofegante, saliv8c;80, emasa, defecayao, miC98o, midriase e
comportamento de fazer ninhos. Comportamentos de lambedura exagerada e
vocalizayao podem sar observados em gatas. As reac;Oes adversas desenvolvem-se
5 minutos apos a aplica~o da PGF2a e podem durar de 30 a 60 minutos. A
gravidade das reaC;Oes esta diretamente ralacionada a dose e inversamente
relacionada ao tempo de tratamento. As reay6es adversas tornam-se mais leves nas
aplicac;iies subsequentes.(NELSON e COUTO, 2001, p. 681-683).
Em cadelas, a dose letal media de PGF2u e de 5,13 mg/kg. Foram relatadas
dificuldade respirat6ria grave e ataxia em gatas que recebaram 5 mg/kg, mas n~o
houve 6bito. As prost.aglandinas sinteticas como cloprostenol e fluprostenol sao mais
potentes do que a PGF2o; natural e t~m poucos efeitos sistemicos em outras
especies. No entanto, sua eficacia no tratamento da piometra e sua dose adequada
ainda precisam ser estabelecidas. Em face dos efeitos colaterais das
prostaglandinas F2a:, est~o sendo estudadas outras alternativas. A supressao da
progesterona seria vantajosa no tratamento da piometra. Infelizmente, as doses
luteoliticas da PGF2Ct estao associadas a efeitos sistemicos indesejflVeis. Como a
prolactina e luteotropica. a adiyao de urn antagonista da prolactina como abromocriptina ou a cabergolina pode reduzir a dose de prostaglandina e seus efeitos
colaterais. Estudos preliminares com uma combina~o de prostaglandina e
antagonistas da prolactina produziram resultados diversos. Estudos preliminares
com a anti progestin a aglepristona, urn inibidor competitiv~ que se liga aos receptores
de progesterona, revelaram resultados positiv~s como agente unico de tratamento
para a piometra canina. Ainda na.o foi estabelecida a feriilidade subseqOente em
animais tratados.(NELSON e COUTO, 2001, p. 681-683).
A justificativa para a op~o pelo tratamento clinica, em lugar do tratamento
cirurgico, de piometra e 0 desejo do proprietario em reproduzir as f~measacometidas. As femeas podem acasalar no proximo cicio com a utilizayao de
tecnicas adequadas de manejo. Contudo, isto pode de algum modo ser mais
importante em cadelas do que em gatas, pois aquelas terao estimulayao de
progesterona, fator predispanente para a desenvolvimento de HCE-piometra, par
pelo menos 60 dias apas cada cicio, ocorrendo ou nao concepyao. Em gatas, a
produyao de progesterona estli ligada a induyao da ovulayao ou apas a ovulayao
espontanea. Foram relatadas taxas de gestayao de 40 a 82% em cadelas que
23
receberam PGF2u para a tratamenta da piametra aberta. A idade da cadela e a
gravidade da HCE e da patalogia uterina alteram as taxas de gesta~o. Fllmeas
mais jovens tern maior possibilidade de engravidar nos cidos subsequentes. Apenas
urna entre quatro cadelas com piometra fechada foi tratada desta maneira com
sucesso. Gatas que receberam PGF2a para 0 tratamento de piometra aberta
tiveram taxa de gesta~o de 71 a 88%. Em cadelas tratadas com PGF2u, 0 intervalo
interestro pode ser menor do que a normal.(NELSON e COUTO, 2001, p. 68t -{)83).
Apos 0 tratamento com PGF2a. pode ooorrer recidiva da piometra. Apesar de
existirem apenas alguns relates de achados de biopsia uterina apas 0 tratamento, a
HCE estava presente em f~meas que receberam PGF2u. No entanto, como 0 animal
ciclou apas 0 tratamento, nao sa sa be S8 isto representa persistimcia ou recidiva da
HCE. Em cadelas, as taxas de recidiva relatada sao de 77% durante um periodo de
27 meses. Em gatas, existem relatas de taxa de recidiva de 15%. Assirn, como a
capacidade reprodutiva e limitada pel a reddiva, 0 numero desejado de ninhadas
deve ser obtido 0 quanto antes. Apesar de haver alguns relatos de tratamento clinico
bem-sucedido para a piometra recidivante de gatas e cadelas, a ovario-histerectomia
e normal mente recomendada. (NELSON e COUTO, 2001, p. 681-{)83).4.5. Progn6stico
A morte ocorre geralmente sem terapia cirurgica ou medica; no entanto, alguns
animais se recuperam apes a regressao do corpo luteo e a drenagem uterina
espontimea. Nesses anima is, e comum a recorr~ncia de piometra no diestro
subsequen1e. Nas cadelas, a piometra persiste comumente ou recidiva apes uma
terapia com prostaglandinas. No entanto, apos terapia com prostaglandinas, produz-
se pelo menos uma ninhada normal em 40 a 74% das cadelas (Meyers-Wallen,
Goldschmidt, Flickinger, 1987) e 81% das gatas (Davidson, Feldman, Nelson, 1992),
o prognostico ap6s uma cirurgia sera bom casa S8 evite a contamina~o abdominal,
S8 controle 0 choque e a sepse e S8 revertam as danos renais par meio de
fluidoterapia e eliminayao de anligenos bacterianos (recuperayao de 84%) (Hardy e
Osborne, 1974), Pode ocorrer morte quando as anormalidades metab61icas ficam
graves e nao responsivas a uma terapia apropriada,(FUSSOM et aI., 2002, p, 602-
607),
25
5.CONCLU;:;Ao
A hiperplasia cfstica do endometrio induzida pel a progesterona e a primeira lesaono desenvolvimanto da piometra. Como uma septicemia e/ou uma endotoxamia
podem estar presentes, esse disturbio do utero pode se tomar fatal. As gatas sao
menos acometidas que as cadelas por serem ovuladoras induzidas. Sinais clinicos
como corrimento vaginal, depressao, anorexia, vomitos, diarreia, polidpsia e poliuria
sao sugestivos de piometra. Exames radiograficos e sangufneos sao essen cia is no
diagnostico dessa patologia. Porem a ultra-sonografia ainda e a melhor escolha na
diferenciayao de gestavao. Muitas vezes os efeitos colaterais do tratamento com
prostaglandinas estao presentes. Sendo geralmente utilizado em cadelas
destinadas a reprodu~o. A ovario-histerectomia e 0 tratamento de escolha e e
importante sempre estar associado com fluidoterapia e antibioticoterapia. Deve-se
lembrar que mesmo com 0 tratamento cirurgico recomendado a femea afetada pode
nao estar livre da morte, ja que a infec;:ao bacteriana asta. presente. No auxilio a
prevenc;:ao, a ovario-histerectomia sempre que possivel deve ser indicada.
26
6.REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALLEN, W. E. et al. Sistema Genital. In: CHANDLER, E. A et al. Medicina eTerap~utica de Caninos. Manole Ltda, 1989. p. 506-509.
JOHNSON, C. A. Molestias do Utero. In: ETTINGER, S. J. Tratado de MedicinaIntern a Veterinaria. Manale Ltda, 1992. p. 1878-1881.
WYKES, P. M., OLSON, P. N. Molestias do Utero. In: BOJRAB, M. J. Mecanismosda Molestia na Cirurgia dos Pequenos Animais. 2.ed. Manole Ltda, 1996. p. 666-669.
OSTWALD, D. A. et al. Segredo da Medicina Veterinaria. Porto Alegre: Artmed,1998. p. 381-383.
NELSON, R, W.; COUTO, C. G. Medicina Interna de Pequenos Animais. 2.ed.Guanabara Koogan, 2001. p. 681-683.
FOSSUM, T W. et al. Cirurgia de Pequenos Animais. Roca Ltda, 2002. p. 602-607.
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAFACULDADE DE CIENCIAS AGRARIASCURSO DE MEDICINA VETERINARIA
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO
"T.C.C."
LINDSAY GRIGOLETTI
CURITIBA2002
ReitorLuiz Guilherl11e Rangel Santos
Pro-Reitor AdministrativoCarlos Eduardo Rangel santos
Pr6~Reitora AcademicaCarrnem Luiza da Silva
Pr6~Reitor de PlanejamentoAfonso Celso Rangel Santos
Secreta ria GeralDenise Carneiro de Campos
Diretor da Faculdade de Ciencias AgrariasProf. Clovis Manoel Pena
Coordenador do Curso de Medicina VeterinariaProf. Wilson MendesProf. halo Minardi
Coordenador do Estagio do Curso de Medicina VeterinariaProf. Sergio Jose Meireles Bronze
CAMPUS TORRESAv. Comendador Franco, 1860CEP: 80215-090 - Jardim Bot~nicoFane (41) 263-3424
APRESENTACAO
Este Trabalho de Conclusao de Curso (TCC), e urn dos requisitos para a
obtem;ao do titulo de Medico Veterin
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAFACULDADE DE CIENCIAS AGRARIASCURSO DE MEDICINA VETERINARIA
RELATORIO DO ESTAGIO CURRICULAR
CURITIBA2002
LINDSAY GRIGOLETTI
RELAT6RI0 DO ESTAGIO CURRICULAR
Trabalho de Conclusao deCurso apresentado ao Cursode Medicina Veteriniuia daUniversidade Tuiuti doParana, como requisito parcialpara a obtenyao do titulo deMedico Veterinario.Orientadora: ProfO!. Andrea Barros
CURITIBA2002
AGRADECtMENTOS
Agradecimentos especiais 80 Dr. Vicente Lopes, pela sua paciencia e
compreenS80, e a professora Andrea Barros. As orientayaes deles fcramimprescindiveis na realizayAo deste trabalho de conclusao do curso.
as agradecimentos VaG tambem ao proprietario e a administradora da Clinica
Veterinaria Wistuba, Glenoir e Irene Wistuba, par me aceitarem como estagiaria e
pela amizade.
Finalmente, gostaria de agradecer a duas pessoas que amo: minha m~e Carole meu namorado Rodotpho. Etes compreenderam que os deixassem de lado em
alguns momentos para realiza~o do desenvolvimento do presente relat6rio de
85t8gio. Alem do importante apoio que me dao na vida passoal e profissional.
SUMARIO
LlSTA DE ILUSTRAyC>ES , 9
2 LlSTA DE ABREVIATURAS 10
RESUMO 11
4 INTRODUyAO 13
DESCRlyAO DO LOCAL DO ESTAGIO 14
6 CAsuisTICA DE TODOS OS CASOS CLiNICOS E CIRURGICOS
ACOMPANHADOS DURANTE 0 PERioDO DO ESTAGIO 19
7 DESCRlyAo DE ALGUNS CASOS CLiNICOS 26
7.1 HERNIA PERINEAL. ................................................................................ 26
26
27
28
....................................... 28
34
...... 34
35
......................... 36
7.2 HIPERPLASIA E PROLAPSO VAGINAL.............................................. 36
7.1.1 ETIOLOGIA ...
7.1.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS ...
7.1.3 DIAGNOSTICO ...
7.1.4 TRATAMENTO ....
7.1.5 PROGNOSTICO ...
7.1.6 RELATO DO CASO ..
7.1.7 DISCUssAo ....
7.1.8 CONCLusAo ...
7.2.1 ETIOLOGIA E CARACTERisTICAS CLiNICAS .. 36
7.2.2 DIAGNOSTICO ... 36
7.2.3 TRATAMENTO ... 38
7.2.4 RELATO DO CASO .. 41
7.2.5 DISCussAo .... 41
7.2.6 CONCLUSAO 43
7.3 FALSA GESTAt;:AO ,. 44
7.3.1 ETIOLOGIA... . 44
7.3.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS 45
45
. 45
.................................................. 47
48
48
7.4 OTITE EXTERNA................................................................................. 49
7.3.3 DIAGNOSTICO.....
7.3.4 TRATAMENTO..
7.3.5 RELATO DOCASO...
7.3.6 DISCUSSAO...
7.3.7 CONCLUSAO...
7.4.1 ETIOLOGIA... 49
7.4.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS E DIAGNOSTICO... 52
7.4.3 TRATAMENTO... 56
7.4.4 RELATO DOCASO... ............ 61
7.4.5 DISCUSSAO... 62
7.4.6 CONCLUSAO.. 62
7.5 DERMATITE ALERGICA POR PICADA DE PULGA 63
7.5.1 ETIOLOGIA... ........... 63
7.5.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS... ......... 63
7.5.3 DIAGNOSTICO... ........... 63
7.5.4 TRATAMENTO E PREVEN
7.6 ACANTOSE NIGRICANTE. 68
7.6.1 ETIOLOGIA ... ... 6B
7.6.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS ... 6B
7.6.3 DIAGN6STICO .... 68
7.6.4 TRATAMENTO ..... 69
7.6.5 RELATO DO CASO .... 69
7.6.6 DISCUSSAO ... 70
7.6.7 CONCLUSAO .... 70
7.7 GASTRITE AGUDA ................................................................ 71
7.7.1 ETIOLOGIA... . 71
7.7.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS... . . 71
7.7.3 DIAGN6STICO.... .......................................... 71
7.7.4 TRATAMENTO... 72
7.7.5 PROGN6STICO... 72
7.7.6 RELATO DO CASO... 73
7.7.7 DISCUSSAO , 73
7.7.B CONCLUSAO ... 74
7.8 GASTROENTERITE POR ANCYLOSTOMA................................ 74
7.B.1 ETIOLOGIA ... . 74
7.B.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS... 74
7.S.3 DIAGN6STICO... 75
7.B.4 TRATAMENTO... 76
7.B.5 PROGN6STICO... 76
7.S.6 RELATO DO CASO... 76
7.8.7 DISCUssAo .
7.8.8 CONCLUsAo .
. 77
.. 78
7.9 DIARREIA INDUZIDA POR ALiMENTA;:Ao 78
...... 78
.79
79
........................................... 79
.............................................. ,..80
80
7.9.1 ETIOLOGIA...
7.9.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS...
7.9.3 DIAGNOSTICO...
7.9.4 TRATAMENTO...
7.9.5 PROGNOSTICO...
7.9.6 RELATO DO CASO...
7.9.7 DIScussAo ...
7.9.8 CONCLUsAo ...
81
..... 82
7.10 ESCABIOSE (SARNA SARCQPTICA) 82
7.10.1 ETIOLOGIA...
7.10.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS..
7.10.3DIAGNOSTICO .
7.10.4 TRATAMENTO .
7.10.5 RELATO DO CASO..
7.10.6DIScussAo .
7.10.7 CONCLUsAo .
....... 82
83
83
84
85
86
87
7.11 CLAMIDIOSE 87
7.11.1 ETIOLOGIA... 87
7.11.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS...
7.11.3 DIAGNOSTICO .
7.11.4 TRATAMENTO .
87
88
88
7.11.5 RELATO DO CASO... ..89
. 90
90
7.11.6 DISCUssAo ...
7.11.7 CONCLUsAo ...
7.12 ULCERA SUPERFICIAL DA CORNEA....................................... 90
7.12.1 ETIOLOGIA....
7.12.2 CARACTERlsTICAS CLiNICAS...
7.12.3 DIAGNOSTICO..
7.12.4 TRATAMENTO...
7.12.5 RELATO DO CASO.....
7.12.6 DISCUssAo ...
...... .... 90
............................ ~93
93
................... 96
.... 97
7.12.7 CONCLUsAo ..... . , 97
7.13 PARVOVIROSE CANINA 97
7.13.1 ETIOLOGIA ...
7.13.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS..
7.13.3 DIAGNOSTICO...
7.13.4 TRATAMENTO E PREVENCAO...
97
98
99
............................. 99
7.13.5 RELATO DO CASO 100
7.13.6 DISCUssAo ..
7.13.7 CONCLUSAo ...
102
102
7.14 RINOTRAQUEiTE. 102
7.14.1 ETIOLOGIA... 102
7.14.2 CARACTERisTICAS CLiNICAS... 103
7.14.3 DIAGNOSTICO..
7.14.4 TRATAMENTO...
. ,104
.......................................................1%
7.14.5 RELATO DO CASO ..
7.14.6 DISCUssAo ...
. 106
7.14.7 CONCLUsAo .
......... .........107
107
8 CONCLUsAo FINAL.. 108
9 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 109
1.LISTA DE ILUSTRA~C>ES
TABELA 1- Esquema de Vacina.ao em Caes 16
TABELA 2- Esquema de Vacina
2.LlSTA DE ABREVIATURAS
% pereentagem
mg.
Kg
~lg/Kg .
........... miligramas
quilos
.. .. " umicrogramas par quilo
........... centfmetros
. parvovirus canino
" adenovirus canino
.................................................. rinotraqueite viral felina
herpesvirus felino I
moh~stia respirat6ria superior
virus da leucemia felina
intramuscular
. subcutaneo
endovenoso
ovario-histerectomia
sem ra~ defenida
1 vez ao dia
2 vezes aD dia
em.
pvc.
CAV.
RVF.
HVF-1.
DRS.
VLFe.
1M.
SC.
EV.
OHE.
SRD.
s.Ld.
b.Ld.
3.RESUMO
o relat6rio em quest~o tern como objetivo descrever 0 estagio de conclusao do
curso realizado na area de pequenos animais, mais especificamente de caes e
gatos, na elinice Veterinaria Wistuba. 0 estagio teve inido no dia 26 de fevereiro e
foi concluido no dia 13 de junho do ano de 2002 na cidade de Curitiba. De acordo
com as norm as da Universidade, 322 horas foram cumpridas sob orienta~o do
medico veterinario Vicente Lopes. 0 desenvolvimento do presente relatorio fai
orientado pela professora Andrea Barros. Nele est:!lo descritos 0 local do estagio;
incluindo informa90es ffsicas, funcionamento, equipamentos disponiveis,
atendimento e rotina da clinica; e alguns casas da clinics medica e cirurgica
destacando-se as causas, sinais, diagn6sticos e tratamentos de cada urn. A
exposi~o das discuss6es e conclus6es tambem constam neste trabalho.
Resumen:
EI informe en cuesti6n bene como finalidad describir el estagio del conclusion del
curso efectuado en la area del pequel10sanimales, mas especificamiente del perro y
gatos, en la Clinica Vetennaria Wistuba. EI estagio teve inicio en el dia 26 del febrero
y fue concluido en el dia 13 del junio del allo del 2002 en la ciudad del Curitiba.
Conforme las normas de la Universidad, 322 horas fueron cumplidas con la
orientacion del medico veienmJrio Vicente Lopes. EI desarrollo del relatono fue
orientado por la profesora Andrea Barros. Eston contenidos el local del estagio,
inc/uso info(maciones fisicas, funcionamiento, equipamientos disponibles. consuJtas
y (tllina de la clfnica; y algunos casos de /a cffnice mooica y quin)rgica. Las causas,
los signos, los diagn6slicos y el lralamienlo del cada uno fuemn destacados. La
exposici6n de las discusiones y conclusiones tambien eston net trabajo.
13
4,INTRODUCiio
No estagio foram acompanhados os atendimentos clinicos e cirUrgicos em caes
e gatos. Pode-se observar a retina da clfnica quanta as patologias e funcionamento
em geral e com isso destaca-Ios e descreve-Ios no relat6rio. As descrity6es das
deen
15
A Clinica I composta par nove veterinarios, administradora Irene Wistuba e sua
secreta ria, duas recepcionistas, dais auxiliares, uma mo~ para limpeza e dois
tDsadores
o atendimento e 24 horas com exce~o do pet shop que fica disponivel ate as19 horas. Sernpre he urn veterimirio plantonista. 0 veterinario orientador deste
relat6rio, Dr. Vicente, permanece na Clinica Veterinaria Wistuba as teryas, quartas.quintas e sextas das 14 as 20 horas e alguns sabados.
Os equipamentos que a C!lnica pas sui sao: raio X, rel/eladora de raio X,
ultrassonografia, ultrasson para remoc;ao de tartare, eletrocauterioJeletrobisturi,
motor de baixa rotac;.ao para polimento dentario, eletrocardiograma, foea cirur~ico,
negastoc6pio, incubadora para filhotes, incubadora para esteriliza~o dos
instrumentos cirurgicos, broncosc6pio, aparelho para ventila9Ao control ada,
microscopio. Alem de otoscopios, estetosoopios, oftalmoscopios, cortadores de
unhas e instrumentos cirurglcos disponfveis aos veterinarios
Exames complementares como raia X, ultrassonografia e raspadas sao
realizados na propria Clfnica. 0 sangue colhido e enviado para os laboratorios e
estes retornam os resultados dos exames solicitados.
Par serem importantes dentro da desaiC;ao da rotina da dinica; a esquema de
vacinayao, desverminayao e as misturas anestesicas dotadas estario detalhadas a
seguir.
16
Esquemas de vacina~ao em caes e gatos usados na Clinica Veterinaria
Wistuba:
TABELA 1 - Esquema de Vacina~o em Caes:Idade do Animal ~ Tipo da Vacina
45-60 Dias l' Dose Vacina Octupla (Fort Dodge)75-90 Dias (3 meses) 2' Dose Vacina-Octupla (Fort Dodge)105-120 Dias (4 meses) 3' DoseVacina.Octupla.(Fort Dodge)135-150 Dias (5 meses) Vacina Anti-Rabi~(lJirbac)-A partir de 1 Ano e 2 Dose Unica Anual Vacina Octupla (Fort Dodge)+ Anti-meses Rabica (Virbac)A partir de 3 Anos Dose Unica Anual Vacina OetupTa (Fort Dodge) ou
Sextupla (Fort Dodge)_+ Anti-Rabica (Virbac)A partir de 7 Anos Dose Unica Anual Vacina Oetupla (Fort Dodge) ou
Sextupla (Fort Dodge) ou Triplice (Fort Dodge) + Anti-Rabica (Vlrbae)
TABELA 2 - Esquema de Vacina~o em Gatos:Idade do Animal Tipo da Vacina
60 Dias l' Dose Vacina Quadrupla - Eclipse 4 (Fort Dodge)90 Dias (3 meses) 2' Dose Vacina QuadruRla - Eclipse 4 (Fort Dodge)120 Dias (4 meses) Vacina Anti-RabicaA partir de 1 Ano Dose Unica Anual Vacina Quadru~la (Fort Dodge) ou Triplice
(Fort Dodge) + Anti-Rabica (Virbac)
Esquemas de Desvermina~ao em cAes e gatos usados na CHnica Veterinaria
Wistuba:
TABELA 3 - Esquema de Desvermina~o em Caes:Idade do Animal Vermicidas e Doses
Ate 5 Meses Administrar 3-4 dias apos cada vacinaDrontal@ puppy (pirantel, febantel) - 1 ml para cada kg depeso vivo
D-epois de 5 Meses Administrar-=-a cad~3 meses em caes que permanecem amaior parte do tempo fora de casaDrontal plus (praziquantel, pirantel, febantei) - ate 5 kg --+ 'h
~ comprimido; de 6 a -10 k9-sL1 comprimido; de 11.a 20 kg- -> 2
17
comprimidos; de 21 a 30 kg --+ 3 comprimidos; de 31 a 40 kg--+ 4 comprimidos.Drontal~ (praziquantel, pirantel) - idemDroncit (praziquantel) para caes - idem. Acima de 41 kgseguir a'I1[QQQr ,., comprimido; de 2 a 3 kg -) Y. docomprimido; de 3 a 4 kg --+ 1 comprimidoDroncit (praziquantel) para gatos - 1 comprimido para cada10 kg de peso vivo
A partir de 4 Meses Administrar a cada 6 meses em gatos que permanecem amaior parte do tempo dentro de casa (de apartamento)Masmas vermicidas e doses ja citadas
Misturas Anestesicas para caes mais usadas na eUnica Veterinaria Wistuba:
Mistura Anestesica 1: Quetamina (Vetaset/Ketaset) - frasco/anpola de 10 mlcom 50 mg/ml
Xilazina (Dosipe~/Rompum) - 1,1 mg/kg, EV1,1 - 2,2 mgl1
Anestesia para gatos mais utilizada na Clinica Wistuba:
Primeiramente Atropina, 10 minutos depois Xilazina (Rompum) e 10 minutos apesQuetamina (Vetaset).
19
6.CAsuisTICA DE TODOS OS CASOS CLiNICOS E CIRURGICOS
ACOMPANHADOS DURANTE 0 PERioDO DO ESTAGIO
A seguir estar~o descritos todos as casas dinicos e cirurgicos observados na
Clinica Veterinaria Wistuba durante 0 periodo em que 0 estagio curricular foi
realizado.
TABELA 5 - Casos elinices observados desde 26 de fevereiro a 13 de junhode 2002, a maior parte no periodo da tarde, na Cliniea Veterimiria Wistuba.
Casas Clinicos - Especies Total
Aeantose Nigrieante Canina
Atopia Canina 5
Celulite do Pastor Alemao Canina
Dermatite alergiea por pieada de pulgas - Canina 15
Dermatite par hipersensibilidade alimentar Canina 7
Dermatofitose Can ina e Felina 11
Impetigo Canina 7
Malasseziase cutanea Canina 3Peticulose Canina 2
Sarna demodecica Canina ~6
Sarna sarcoptica Canina ?O
Sarna notoedrica Felina -2
Seborreia oleo 58 Canina 16
Seborreia seea Canina 9
(97)
20
Blefarite stafiloc6cica Canina
Catarata Canina 8
eeratite pannus Canina ,1
Ceratite bacteriana Canina 3
Conjuntivite par clamidiose Feliner 2
Glaucoma Canina 5
Ulcera da c6rnea Canina e Felina 11
Uveite par trauma Can ina e Felina 5
Sindrome uvea dermatol6gica - Canina(37)
Otite bacteriana Canina 38
OUte fungica (Malassezia) Canina 15
OUte externa bacteriana + fungica Canina 11
Sarna otodecica Canina 21
(~5)
Asma felina Felina 4
Bronquite alergica Felina 2
Calicivirose Felina
Cinomose Canina 7
Peritonite inferoosa felina Felina 6
Pneumonia par aspirayao Cimina 2
Rinotraqueite Felina 24
21
Sindrome das vias aereas braquecefalicas Canina 3
Traqueobronquite infecciosa canina Canina 11
(60)
Endocardite infecciosa Canina
Endocardiose da Valvula Mitral Can ina 2
Miocardiopatia dilatada Canina
(4)
Colite nervosa Can ina
Coronavirose Canina 2
Estenose esofagica Canina 2
Estomatite -CaninaGastrite Aguda Canina 9
Gastrite Cr6nica ~Canina 4
Gastroenterite de origem alimentar Canina 21
Gastroenterite par Canina 3
Ancylostoma caninum
Gastroenterite per Qutros parasitas Canina 7
Gastroenterite par corpo estranho _Can ina e Felina 3
Gastroenterit.e par drogas Can ina e Felina 5
Gastroenterite par toxinas Can ina 2
Gengivite felina Felina
Hepatite aguda Canina 9
22
Insuficiencia Pancreatica Ex6crina Canina
Inlussucepc;ao intestinal Canina
Megaesolago cong~nito Canina 2
Parvovirose Canina 32
Ulcera gastrica Can ina 8
(114)
Calculo renal Canina 2
Calculo vesical -canina 3
Calculo uretral Canina 5
Cistite bacteriana Canina 3
Rim policistico Canina
Sindrome urologica felina Felina 5
(19)
Aborto - Brucelose -=""- Canina
Cislo ovariano Canina 3
Falsa gestac;ao Canina 14
Gestac;ao Canina 6
Hiperplasia clstica endometrial - Piometra Can ina 20
Neoplasia mamaria Canina 29
Criptorquidismo Canina 2
(75)
Diabete -melitus Canina 6
23
Hipotiroidismo Canina 10
Hiperadrenocorticismo Canirt9 5
Hiperestrogenismo Can ina
(22)
Displasia coxo-femoral Canina 3
Fratura do femur Canina
F ratura do umero Canina 2
Fratura da infise mandibular-=--~- Can ina
Luxa,ao patelar Canina 11
Osteoartrite Canina 13
(31)
Avulsao do plexo braquial Canlna .1
Convulsao Canina 5
Lesao do nerve ciatico par inje9Bo Canina
Protusao do disco intervetebral do tipo I Canina 3
Sindrome vestibular por infec,ao do ouvido medio Canina 2
(12)
~(&56)
TABELA 6 - Casas cirurgicos abservados desde 26 de fevereiro a 13 de junhade 2002, a maior parte no periodo da tarde, na CHnica Veterinaria Wistuba.
Casos Cirurgicos Esp cies T9tal
Caudectomia Can ina 8
Conchotomia Canina 12
Retirada do dedo-de-labo Canina 5
Orquiectomia Canina e Felina 27
Ovario-histerectomia Can ina e Felina 56
Redugao de hernia perineal Canina
Reduc;ao de hiperplasia vaginal Canina
Retirada de tumor de mama Canina 27
Vasectomia Canina 6
Ceratectomia para retirada de-derm6ide- Canina
Ectropion Canina 4
Entropion Canina 7
Flap da 3' palpebra Canina
Reposigao da 3' palpebra Canina
(157)
GRAAco 1 Com porac;1o qUinto Oilincidl:ncil decase.: da cllnica medica (1J e da cilnici
cirurglca (2)
~1
76%
GRAAco 2 Percentagem do numcrode cDe.(2) e de gate.:-(1) atendldos na Clinic Veterinaria Wi.tuba durante 0 estagio
14%
66%
26
7.DESCRIIYAO DE ALGUNS CASOS DA CLiNiCA MEDICA E CIRURGICA EM
CAES EGATOS
7.1.HERNIA PERINEAL
7.1.1.Etiologia
A hernia perineal ocorre quando a diafragma pelvico (isto a, as musculos
coccigeos e elevadores do anus) enfraquece e permite que 0 canal retal S8 desvie
lateralmente.(NELSON e COUTO, 2001, p. 365 e 366). A causa do enfraquecimento
do diafragma pelvico e pouoo compreendida, mas acredita-se que S8 assode comhorm6nios masculinos, esfon;o e fraqueza ou atrofia museu lares congenitas ou
adquiridas. 0 diafragma pelvico e mais forte nas cadelas que nos dies machos.
Qualquer afe""ao que cause esfon;o pode estressar a diafragma pelvico.(FUSSOM
et aI., 2002, p. 369-394).
A herniayao pode ser uni au bilateral. 0 conteudo herniario e circundado par
urna camada fina de fascia perineal (saca herniario), tecido subcutaneo e pele. 0
saca hernia rio pade conter gordura pelvica ou retroperitoneal, fluido seroso, reto
desviado au dilatado, diverticula retal, prostata, bexiga au intestino delgado. Os
gatos apresentam, geraJmenta, somente a reto dentro do saco herniario. Os 6rg805
deslocados no interior da hernia podem ficar obstruidos e astrangulados. Obstn.Jt;ao
ou estrangulamento viscerais sa associarao com deteriora~o rapida, a menes que
sa corrija a obstru;;aa au a aprisionamento.(FUSSOM et al., 2002, p. 389-394).
27
7.1.2.Caracteristicas Clinicas
E principalmente encontrada em caes idosos nao-castrados (especialmente das
ra~s Boston Terrier, Boxer, Corgis e Pequines); as gatos raramente sao
acometidos. A maiaria dos animais sao [evados para exame par causa de disquezia,
constipac;:ao ou aumento de volume perineal; entretanto, a hemia9Bo da bexiga
neste disturbio pode causar uremia p6s-renal intensa com depress~o e
28
v6mito.(NELSON e COUTO, 2001, p. 365 e 366). Outros sinais silo obstipa9ao,
tenesmo, prolapso retal, estranguria, anuria e flatulencia.(FUSSOM et aI., 2002, p.
389-394).
7,1,3,Diagnostico
o exame digital do reto deve revelar des via relal. aus~ncia da musculatura desuporte e/au urn diverticula retal. 0 clinico dave procurar pela retrofiex8o da bexiga
no processo herniario. Sa houver duvida, a area perineal dave ser aspirada para
verificar sa a urina esta presante.(NELSON e COUTO, 2001, p. 365 a 366).
Raramente S8 precisa de radiografias simples; no entante, estas podem revelar a
posic;ao da bexiga e da prostata e urna assimetria au urn aumento de tamanho. 0
registro radiografico de retroflexao da bexiga requar. freqOentemente, uretrograma
e/ou urn cistograma. Administra~o de bario oral au retal demonstra a posiryao do
colon e do reto. Tambem e passlvel identificaya:o ultrassonografica da be.xiga e da
prostata.(FUSSOM et aI., 2002, p. 389-394).
Os pacientes com retroflexao vesical apresentam freqOentemente azotffmia,
hiperclemia, hiperfosfatemia, a leucocitose neulrofilica.(FUSSOM at aI., 2002, p.
389-394).
7.1.4. Tratamento
o objetivo do tratamento clinico e aliviar e evitar constipa~o e disuria, evitar umestrangulamento de 6rg~os. Oeve.-se corrigir os fatores causadores (ou seja,
obstru9Ao ou infecyao do trato urinario, megac6lon, prostatite). Algumas vezes,
consegue-se manter a defecayao normal usanda laxantes, amolecedores fecais,
altera90es dieteticas, enemas peri6dicos, e/ou evacuayao retal manual. Pode-se
29
descomprimir a bexiga por meio de centese ou cateteriza
]0
Oeve-S8 administrar amolecedores feeais 2 a 3 dias antes da cirurgia. Deve-s8
evacuar 0 intestino grosso com laxantes, catarticos, enemas e extra~o manual.
Apes a indu~o anestesica, deve-se administrar intravenosamente antibi6ticos
profilaticos eficazes contra microrganismos Gram-negativos e anaer6bios. Sa a
bexiga se encontrar retroflexionada no interior da hernia, deve-se colocar urn cateter
urinario au realizar cistocentese, atraves do perinea, para aliviar 0 desconforto e
evitar deteriora
}!
herniorrafia, realize castra",o caudal por incisao perineal mediana.(FUSSOM at aI.,
2002, p. 389-394).
Herniorrafia Tradicional ou Anat6mica. Pre-posicione fics de sutura
monofilamentares 0 ou 2-0 em suturas interrompidas simples, usa-S8 uma agulha
curva e grande. Comeee a colocacao da sutura entre 0 esfincter anal externo e os
museu los elevador anal, coccfgeo, ou ambos. Espace as suturas em menDS de 1 em
de intervalo. A medida que a coloca~ progride ventral e lateralmente, incorpore 0
ligamenta sacrotuberoso para reparo segura, S9 for necessaria. Coloque suturas
atraves, em vez de ao redor, do ligamenta sacrotuberosD para evitar aprisionamento
do nerva ciaiico. Oriente as suturas ventrais entre 0 esfincter anal externo e 0
musculo obturador interno. Fique ciante dos vasoso e nervos pudendos em todos os
momentos para evitar traumatizar essas estruturas. Amarre os fios de sutura,
comer;.ando dorsal mente e progredinda ventral mente. Antes de amarrar os ultimos
poucos fios de sutura, remova 0 tampa.o usado para manter a reduc;ao. Avalie 0
reparo; colaque suturas adicianais se fraquezas au defeitos persistirem. Lave a area.
Feche a tecido subcutaneo com padrt'la de aproxima~o interrompida ou continuo
(por exemplo, polidioxanona ou poligliconato 3-D ou 4-D), e a pele com padra,? de
aproxima",o interrompido (por exemplo, miilon 3'0 ou 4-0).(FUSSOM et aI., 2002, p.
389-394).
flGURA 1122 r-",,, 'v'" .t ""., ; ..., ..,:,.) -j.:"r.'i';''' I"? I',I I '.' ,1,\. ~~ '.r,j:;..-.!"-r""l~ t;Z"".;;o '-:~".'.-..n;.,,~-:>!
L------.1G~3_Te~c~n~~~a~d.~----Hemiorrafia AnatOmice au TradiCiont1l.
Hemiorrafia por Transposi~Ao do Musculo Obturador Interno. Incise a fascia
e 0 periosteo ao longo da borda caudal do isquio e da origem do musculo obturador
interno. Usando um elevador periosteal, levante a periostea e 0 musculo obturador
interno do isquio (A). Transponha dorsomedialmente ou recue a musculo no interior
do defeito, para permitir aproxima~o entre as musculos coccigao e elevador anal e
a esfincter anal externo. Sa for necessario, transeccione 0 tendao de inseryao do
musculo obturador interno para oonseguir uma cobertura adequada do defeito. 0
tendao obturader interno e freqOentemente dificil de visualizar, tornando diffcil
transea;:ao. Tenha cuidado para evitar uma transeet;ao dos vasos gluteais caudais e
do nervo perineal. Pn3-ooloque suturas interrompidas simples, tal como na tecnica
tradicional. Comece por aproximayao des musculos elevador anal e coccigeo
combinadas com a esfincter anal externo dorsal mente. Depois, coloque suturas
entre a musculo obturador interno e a esfincter anal externo medialmente, as
394).
musculos elevador anal e coccigeo lateralmente (B).(FUSSOM et aI., 2002, p. 389-
(IOU." '. t:u A. ...'",,~... ".1, -".1 ;
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FIGURA 4 - cnica a HemlOrrafiapor ransposi 0 0 uscu 0Obturador Interno.
No p6s-operat6rio devem ser administrados analgesicos, conforme necessaria,
para minimizar a esfon;o e a prolapso retal. Se ocorrer prolapso retal, deve-se
colocar uma sutura em balsa de tabaco. Em pacientes ur~micos, deve-se continuar
com fluidoterapia. Compressas mornas aplicadas no local cirurgico, duas a tr~s
vezes ao dia, diminuem a incha90 e a irrita~o perineal. Pode-se interromper os
antibi6ticos dentro de 12 horas, a menos que tecidos isquemicos, necrosados au
contaminados ja se encontrassem presentes antes da cirurgia au que a paciente se
encontre debilitado. Depois da herniorrafia, devem-se monitorar esses pacientes
quanto a sinais de infe~o de ferimento (vermelhidflo, dor, incha90, secrec;flo).
Deve-se continuar com amolacadores feeais por 1 a 2 mesas.(FUSSOM et aI., 2002,
p. 389-394).
7.1.5.Progn6stico
o prognostico e bom a reservado.(NELSON e COUTO, 2001, p. 365 e 366).Nos pacientes afetados, a defeeal'ao deve ser facilitada pcr tratamento clinico e
dieteticD. 0 perigo de terapi8 medica prolongada e que a bexiga, a intestino ~u a
pr6stata ficar~opresos na hernia, com consequencia de risco para a vida. Quando a
cirurgia e realizada par urn cirurgi~oexperiente, 0 prognostico torna-S9 razoavel aborn. Os pacientes com retroflexao vesical apresentam 0 prognostico pior.
Herniorrafia naG corrigira anormalidades neurol6gicas preexistentes (incompetencia
de esfincter anal ou comprometimento da inervayao vesieal).(FUSSOM at aI., 2002,
p. 389-394).
7.1.6. Relato do Caso
7.1.6.1.Anamnese:
Nome: Tedy
Raya: SRD
Especie: Canina
Sexo: Macho
Idade: 9 anos
o proprietario estava preocupado com 0 aparecimento em poucos dias de urnamassa volumos8 lateral ao anus do ~o. Ah~m disso, 0 animal estava com
obstipayao e anorexia. Outra informayao importante foi que 0 cao nao tinha sido
castrado.
35
7.1.6.2.Exame fisico: Evidenciou-se que 0 animal estava apatico. Atraves da
palpa~o da massa, percebeu-se que a mesma era flacida e em seu interior tinha-se
a impressao que havia Hquido. Detectou~se tambem urn aumento bilateral simetrico
da pr6stata (hiperplasia benigna prostatica) atraves da palpac;Aoretal.
7.1.6.3.Diagnostico: Diagnosticou-se ser uma hernia perineal atraves dos sinais
clinicos e anamnese.
7.1.6.4. Tratamento: 0 tratamento foj cirurgico. Tanto a reaproximayao da
musculatura quanta a castra~o foram realizados.
A anestesia administrada foi da rnistur8 1 ja descrita anteriormente. Durante a
cirurgia 0 animal recebeu f1uidoterapia (Ringer Lactato) e 1 ml de antibi6tico
bactericida penicilina G benzatina (Benzetacil) 1M.Ap6s ter permanecido um dia na
clinica para observa~o, foi para casa.
o p6s--cirurgico constituiu-se de duas aplica
36
aumento de volume e 0 exame digital retal fcram utilizados para S9 chegar ao
diagnostico, pois cemo foi citado por FUSSOM et al. (2002) e NELSON e COUTO
(2001) raramente as radiografias e exames ultrassonogn3fices sao necessarios. Com
relayao ao tratamenta, a castra~o fol realizada para auxiliar a reduyao da hernia e
da prostata tambem. A tecnica de escelha foi a Herniorrafia Anatomica ou
Tradicional A antibioticoterapia leve a objetivo de nao permitir urna septicemia e a
dieta especial para facilitar a defeca"ao do animal. Conforme 0 tratamento descrito
petos autores, amolecedores feeais e laxantes tambem poderiam ter sido utilizados.
7.1.8. Conclusao
Concluiu-se que a anamnese associ ada aos sinais clinicos e importante para S8
chegar a um diagnostico, que a castrac;.ao e fundamental em animais que nao saodestinados a reproduyao e que urn tratamento imediato e feito de maneira adequada
favorecem 0 prognostico.
7.2.HIPERPLASIA E PROLAPSO VAGINAL
7.2.1.Etiologia e Caracterlsticas Cllnicss
Durante 0 proestro e a estra, a vagina fica edemaciada e hiperplasica. Algumas
vezes, essas attera90es s~o tAo grandes que 0 tecido vaginal projeta-se da vulva.
Esta condi"ao e cenhecida cemo hiperplasia vaginal au pro/apsa vaginal, porque
estas s~o as alterac;:6es fisicas e macrosc6picas mais proeminentes. Inicialmente, 0
aumento de volume resulta de acumulo de Ifquido de edema; assim, alguns
teriogenologistas tern recomendado que ela seja chamada edema vaginal. 0
prolapso, ou protrusao, deste tecido edemaciado e hiperplasico nao deve ser
37
confundido com 0 prolapso vaginal ou uteri no que raramente ocorre durante 0
parto.(NELSON e COUTO, 2001, p. 680 e 681).
Hiperplasia/prolapso vaginal ocorre exclusivamente em cadelas durante os
period os de estimulo estrogenico. Oesta forma, 0 disturbio e identificado durante 0
proestro e 0 estro. Em algumas cadelas, 0 prolapso recidiva no final do diestro ou
durante 0 parto, quando pequenas quantidades de estrogenio podem ser
secretadas. 0 grau de edema e hiperplasia e muito variavel. Pode ser identificadoapenas durante a palpa~o vaginal (prolapso vaginal do tipo I) ou pode prolapsar-se
da vulva (prolapso vaginal do tipo II). Apesar do teeido que prolapsa da vulva
parecer exagerado, ele normalmente envolve apenas cerca de 1em do comprimento
do assoalho vaginal, imediatamente cranial ao orificio uretral externo. A amplitude evariavel. pois as vezes consiste em uma uni~o longa e outras vezes envolve uma
pon;:ao maior do comprimento do assoalho vaginal. Menos comumente, 0 tecido
hiperplasico acomete a circunferencia da vagina (tipo III). Neste caso, tambem 0
tecido edemaciado hiperplasico se localiza na regiEio do orifido uretral; 0 restante da
vagina esta normal.(NELSON e COUTO, 2001, p. 680 e (581).
7.2.2.Diagnostico
o diagn6stico do prolapso vaginal baseia~sena anarnnese enos achados doexame fisioo. As cadelas pedem sar levadas ao veterinario porque nao aceitam a
copula ou per causa da presanya de urna massa que sa insinua pel a vulva. A
anamnese indica que a cadala esta no proestro ou no astra. Caso eontrario, 0
estimulo estragenico pode ser confirmado por dtologia vaginal. Em caso de duvida,
o tecido hiperplasico pode sar difereneiado de neoplasia vaginal com base na
analise citologica de material obtido por aspira9l\o eam agulha fina.(NELSON e
COUTO, 2001, p. 680 a 681).
A palpa9l\o digital da vagina mostra que a massa se origina da por9l\o ventr,!1da
vagina, imediatamente cranial ao orificio uretral. Todo 0 restante da vagina
permanece normal. Sa 0 teeida edematoso for pequeno 0 suficiente para estar
contido na vagina a no vestibulo, ele e normal mente bem macio, brilhante e rosa-claro a opalescente (edematoso). Se 0 teeido prolapsa da vulva, ele e seea, sembrilha e enrugado. Com a exposic;ao continua podem aparecer fissuras e
ulcera.(NELSON e COUTO, 2001, p. 680 e 681).
7.2.3.Tratamento
o tratamento do adema vaginal e principalmente de suporte. 0 edama e a
hiperplasia podem ter resolu9l\o espont~nea quando a fase folicular do cicio e a
produyao ovariana de estrogenio cessa. Isto pode sar acelerado pela ovario-
histerectomia, que tambem previne recidiva de hiperplasia/prolapso vaginal. Ap6s a
ooforectomia, 0 edema a a hiperplasia sa resolvem em 5 a 7 dias. Pode ser tentada
a induyaa da avulayaa com harmonia liberadar de gonadatrapina, mas naa fai
publicado nenhum resultado de estudos que demonstram a acelerayao da
recuperayaa. Se hiperplasialprolapsa impedir a c6pula, a inseminayaa artificial pade
ser realizada. Apesar do tecido edemaciado hiperplasico S8 localizar sobre 0 orificio
externa da uretra, a fluxa de urina dificilmente e bloqueado.(NELSON e COUTO,2001, p. 680 e 681).
Se a mucosa estiver lesada, 0 tecido edemaciado 8.XPOStO deve ser protegiqo de
trauma e infec9Bo. Isto e conseguido com a ap1icacao de antibi6ticos t6picos ( p. ex.,
bacitracina-neomicina-polimixina) ou cremes contendo antibi6tico e corticoster6ides
e limpeza do teeido (SOIUc;80 salina marna au agua marna com Fisohex) de acordo
com a necessidade. Pode ser colacado um colar elizabetano para a preven9ao da
aufomutilar;ao, mas raramente e necessaria. A pele perineal e vulvar subjacente
deve ser avaliada, pais pode estar macerada. Camas muito irritantes, como de palha
au madeira, nao devem ser utilizadas. 0 tecido grav8mente lesado au necrosado
deve ser remavida cirurgicamente.(NELSON e COUTO, 2001, p. 680 e 681).
A amputaylla do tecido edemaciado fai considerada em femeas reprodutoras,
mas deve ser reservada para anirnais muito valiosos. A hemorragia resultante deste
procedimento e normal mente muito significativa, independente de boa tecnica
cirurgica. A amputa~o do tecido hiperplasico nao evita recidiva em ciclos estrais
subseqLlentes, mas a gravidade do prolapsa pode estar bastante reduzida.(NELSON
e COUTO, 2001, p. 680 e ~81).
Recomenda-se uma ovario-histerectomia para evitar recorrencia e lesao na
mucosa evert ida. Massas grandes em protusao pod ern exigir redu~o manual' par
episiotamia e suturas vulvares para evitar recorr~ncias, ate que a tecido edematoso
retrai-se. Nao se recomenda a resse~o do teeido em protusao sem OHE, pois 0
procedimento S8 associa a uma hemorragia significativa e n~o avita a recorrencia
durante as ciclos estrais subsequentes. Recomenda-se a resse~o do teeida em
protusao quando esta S8 encontrar gravemente danificado au necrosado.
Recomenda-se ovario-histerectomia e excisao QU bi6psia de massa para todos as
tumores vaginais, exceto TVT. Muitos tumores vaginais encontram-se sob influencia
hormonal, e regridem ap6s uma OHE.(FOSSUM et aI., 2002, p. 607-609).
Para a OHE, 0 paciente dave sar posicionado em decubito dorsal. Devern-s8
depilar e preparar para cirurgia asseptica a abdome ventral inteiro e a perinea. Uma
episiotomia requar que 0 animal seja reposicionado em uma posi~o perineal (au
saja, decubito ventral, membros pelvicos sabre a borda de uma mesa acolchoada,
cauda fixada dorsal mente sobre as costas).(FOSSUM et aI., 2002, p. 607-609).
T ,;cnica Cirurgica. Realize uma OHE e fa9
continuas (por exemplo, polidioxanona ou poligliconato 3-D ou 4-0). 0 edema deve
se resolver dentro de 5 a 7 dias apOs uma OHE.(FOSSUM et aI., 2002, p. 607-{l09).
Os pacientes devem sar sustentados pOs-operatoriamente com fluidos e
analgesicos, conforme 0 necessario. Oevem~se aplicar compressas frias
imediatamente ap6s a episiotomia e compressas marnas no dia seguinte para
reduzir a inflamayao e a incha90. 0 autotraumatismo pode resultar em deisooncia
devido ao desconforto perineal associ ado a episiotomia a/ou as suturas vulv~res;
p6s- operatoriamente, dave-sa usar urn colar elisabetano, urn balds, au barras
laterais. Deve-se palpar a vagina 5 a 7 dias ap6s a reduc;;ao da massa e/ou a OHE, e
as suturas vulvares devertio sar removidas S9 a eversao tecidual tiver regredido com
urn risco minima de nova protusao. 'Pode ocorrer hemorragia apes amputa
7.2.5.1.Anamnese:
Nome: Mila
Ral"': Boxer
Especie: Canina
Sexo: F1>mea
Idade: 2 anos
Peso: 25 Kg
A queixa do proprietario era de que a cadala estava apresentando urn aumento
vaginal exagerado. Alem da presenc;a de anorexia, constipayao e disuria. Segundo
o dono, a boxer 9stava entrando no cio devido a data do cio anterior.
7.2.5.2.Exame fisico: Femea apresentando hiperplasia vaginal do tipo II. Estava
apatica e percebeu-se que sentia dar a palpa9Bo. 0 tecido edematoso estava urnpouco seeo e sem brilho.
7.2.5.3.Diagn6slico: Chegou-se ao diagnostico de hiperplasia vaginal pelos
sinais clinioos observados e pel a anamneS9.
7.2.5.4. Tratamento: Aplica~o de D,S ml de flumixin-meglumine (Banamine) 1M
durante a consulta. Prescrito cetoprofeno (Ketofen) durante 7 dias. Retornou para
revis8:o e observou-se que nao houve melhora. 0 tratamento passou a ser cirurgico.
Primeiro a ovariohisterectomia fai realizada, mas nao resolveu por completo. A
redu~o do tecido hiperplasico teve que ser feita.
Nesta ultima cirurgia, 0 animal recebeu mistura anestesica 1 ja descrita
anteriormente. Durante 0 procedimento cirurgico permaneceu com fluidoterapia
(Ringer Lactato). A aplica~o de 2 ml de antibi6tico bactericida penicilina G
benzatina (Benzetacil) 1M foi efetuada.
No pos-cirurgico a aplicaC;8o de 2 ml de antibiotico bactericida penicilina G
benzatina (Benzetacil) 1M em dois dias alternadamente e 0 repouso fcram
fundamentais. 0 retorno final, no decimo dia, seria para retirada dos pontos.
A redw;:ao da hiperplasia ocorreu favorecendo 0 progn6stico.
7.2.S.Discussao
Conforme descrito por NELSON e COUTO (2001) algumas vezes durante 0
proestro e estra ha um exagero no aumento do tecido vaginal. De aeordo com a
anamnese, foi isso 0 que aconteceu com a Boxer. A pratusAo era do tipo II da
descric;ao dos autores ja citados. 0 diagnostico foi baseado na anamnese, e
observa980 e paJpa9Ao do teeido edematoso. N~o foi necessario a citologia vaginal
para diferenciar de uma neoplasia. A cirurgia de amputayao do teeido hiperplasico
leve que ser realizada porque 0 tratamento de suporte e a ovario-histereetomia nao
foram 0 suficiente para urna completa redu.yao. A castrac;ao provavelmente evitara
urna recipiva.
o pragnostico foi favoravel depois da cirurgia.7.2.7. Conclusao
E importante diferenciar um aumento edemaeiado do teeido vaginal de urna
neoplasia. Com i550 fazer uma boa anamnese e observar bern os sinais clinicos s~o
fundamentais. Em caso de duvidas deve-se realizar urn exame citol6gico. 0
tratamento cirurgico rnuitas vezes e 0 de melhor resultado. A ovario-histerectomia e
essencial na preven980 ou no prognostieo. Sem a ovario-histerectomia uma recidiva
nao pode ser descartada. A assoeia~o com administrac;ao rnedicamentosa favorece
a tratamento.
7.3.FALSA GESTAyAO
7.3.1.Etiologia
A falsa gestayao e um fenbmeno clinico em que fameas nao-prenhes exibem
comportamento maternal e sinais fisicos de gesta~o no final do diestro (fase lutea).
Os termos falsa gesta
Em cadelas, a falsa gesta,ao e considerada normal. Ela n~o esta associada anenhuma anormalidade reprodutiva, como piometra au infertilidade. Na verdade,
ocorre exatamente 0 contrario, a falsa gesta,ao indica que ocorreu ovula,ao no cicio
precedente e que 0 eixo hipotal~mico-hipofisario-gonadal esta intacto. N:3o S9 sabe
a motivo palo qual algumas cadelas sao marS propensas a desenvolver as sintomas
e nem por que a gravidade deles varia com cada ciclo.(NELSON e COUTO, 2001, p.
689 e 690).
7.3.2.Caracteristicas Clinicas
A falsa gesta,ao e caracterizada pelo desenvolvimento de comportamentomaterna, como fazer ninhos e adotar objetos inanimados au Qutros animais, assim
como 0 desenvolvimento das gl~ndlilas mamarias e galactorreia (produy8o de leite
naG associ ada a gestac;ao e parte). Qutros sinais mais preocupantes, da perspectiva
do proprietario, incluem: mal-estar, irritabilidade, aumento de volume abdominal,
anorexia e vOmito. Os sinais assemelham-se muito aos da gestayao.{NELSON e
COUTO, 2001, p.689 e (390).
7,3,3.Diagn6stico
A falsa gesta~o e diagnosticada com base na anamnese enos achados fisicosem urna cadela nao prenhe ou, menos comumente, em uma gata no final do diestro.
Para excluir gestayao podem ser realizados exames como radiografias e ultra-
sonografia.(NELSON e COUTO, 2001, p. 689 e 690).
7.3.4.Tratamento
Os sinais clinicos da falsa gestac;ao sao autolimitantes. e normal mente hit
resolu980 ap6s 2 au 3 semanas. Tratamento usualmente naa e necessario. A auto-amamentayao (Iambedura das gl~ndulas mamarias) e a ap1ica9Bo de compressas
frias au marnas au autra esrimulo nas glandulas mamarias pode promover a
lact8r;:ao e devem ser evitadas. A suspensaa da alimentac,;ao par 24 horas, seguida
de aumento gradual (3 a 5 dias) ate alcanvar as quantidades habituais, ajuda a
reduzir a lacta~o. Cadelas com sintomas comportamentais exagerados podem
reeeber tranqOilizar;;aa leve. No entanto, os fenotiazinicos podem aumentar a
secre"ao de prolactina, e seu uso deve ser evitado.(NELSON e COUTO, 2001, p.
689 e 690).
Como mencionado anteriormente, a falsa gesta9ll0 e normal e autolimitante emcadelas, nao havendo necessidade de tratamento. Se tratada, isto e feito mais coma propos ito de agradar a proprietBria do que para beneficiar a animal. Casa sinais
cHnicos graves persistam par mais de 2 a 3 semanas, deve-s9 investigar a presEmc;a
de hipotireoidismo. Progestinas como 0 acetato de megestrol e androgenios (i.e.,
mibolerona, 0,016 mg/Kg/dia) suprimsm a secrec;ao de prolactina e assim dimin"uem
as manifestac;6es clfnicas da falsa gesta9ll0. Como seria esperado, os sinais clfnicos
recidivam ap6s a suspensao das progestinas. Isto oeorre porque 0 declinio das
concentra0es de progesterona estimula a libera~o de prolactina. Desta forma, as
progestinas nao sao reeomendadas para 0 tratamento da falsa gesta"ao.(NELSON e
COUTO, 2001, p. 689 e \390)
Drogas que inibem a liberayao de prolactina, como agonistas da dopamina e
antagonistas da serotonina, sao eficazes na melhora dos sinais ffsico's e
comportamentais da falsa gesta~o em cadelas, mas provocam efeitos colaterais.
Nos Estados Unidos, nao sao comercializados para usa veterinario. 0 efeito
colateral mais comum dos agonistas da dopamina bromocriptina e cabergolina e 0vomito. A redul'ao da dose e a administra"ao da droga ap6s as refeiyiJes ajudam a
",
reduzir as vomitos. A dose sugerida para bromocriptina (Parlodsl; Sandoz, East
Hanover, N.J.) e 10 fig/Kg 2 vezes ao dia, por via oral, durante 10 a 14 dias A'i0se
de cabergolina (Galastop; Boehringer Ingelheim Richfield, CT) de 5 fig/Kg,
diariamente, par via oral, causa melhora em 3 a 4, com a resoluyao dos sinais em 7
dias. EmenDS comum a ocorrencia de vomitos em animais tratados com cabergolina
do que com bromocriptina. 0 antagonista de serotonina metergolina tar:nbem inibe a
secrec;ao de prolactina. Ele nao provoca vtlmitos, mas pode causar
hiperexcitabilidade, agressao e lamentos. A dose sugerida de metergolina
(Contra lac; Virbac) e 0,1 mg/Kg, 2 vezes ao dia. durante 8 dias. A falsa gesta9"l0pode recidivar nos pr6ximos ciclos estrais. A ovario-histerectomia realizada aurante
a anestro impede a recidiva.(NELSON e COUTO, 2001, p. 689 e 690).
7.3.5.Relato do Caso
7.3.5.1.Anamnese:
Nome: Cherry
Ra
7.3.5.3.Diagnostico: Devido a anamnese e ao exame fisico, a falsa gestayao
pOdeser diagnosticada.
7.3.5.4. Tralamenla: Foi prescrito a administra,ao de Y; comprimido de
metergolina (Contralac 5) a cada 12 horas durante 4 a 8 dias dependenda da
escassez do leite.
7.3.6.Discuss30
Nao se descobriu a causa do surgimento da falsa gestat;ao na cadela. Mas,
como foi citado por NELSON e COUTO (2001), 0 aparecimento e consideradonormal em cadelas. 0 comportamento materna e presenc;a dos sinais c1inicos
(vornito, rnal-estar, galactorreia, adotar objetos inanimados) que a femea apresentou
estao de acordo com a descriyao dos auto res ja atados. 0 exame radiografico nao
foi realizado porque a proprietaria relatou que a cadela nao tinha cruzado. Segundo
NELSON e COUTO (2001), a radiografia e importante no diagn6stico diferencial degesta,ao.
Nao foi preciso reduyao da alimenta9tlo e nem usa de tranqOilizantes, pais as
altera915es nao eram exageradas. A metergolina inibe a secre9Ao de prolaCtina
(NELSON e COUTO, 2001). Por possuir assa a9ilO foi prescrito seu uso no
tratamento.
7.3.7. Conclus30
Concluiu~se que a falsa gesta980 nao e urna doen~ preocupante. Na maioriadas vezes as sinais cHnicos sao autolimitantes.
o tratamento geralrnente e indicado para satisfazer os proprietarios e naquelescasos em que os sinais clinicos estejam mais exagerados. A ovario-histerectomia e
.9
importante na preven980 de altera90es como a falsa gesta~o. Deve-s9 sempre
recomenda-Ia, principal mente em cadelas nao destinadas a reprodu~o.
7.4.0Iile Extema
7.4.1.Etiologia
Os possiveis fatares envolvidos no desencadeamento de uma otite extern a sao
muitos. Eles variam desde problemas inerentes a estrutura do ouvido propria mente
dita ate doenyas cutaneas concomitantes, sendo que, independente da causa, 0
processo patologico decorrente e 0 me sma. A inflamac;ao do tegumenta pode sar
vista como uma hiperemia e uma tumefa~o edematosa; 0 balan~r da cabeya e a
autotraumatismo exacerbam essa resposta. A descarga ceruminosa que asia
constantemente presente aumenta nos casas em que existir urn subseqOente
envoi vimento bacteriano au fungico. Se 0 processo permanecer sem tratamento, 0
circula viciasa resultante de infiama
50
urna ventilayao adequada do canal auditiv~ extema I necessaria para permitir que a
secagem ocorra. Os tipos de pavilhao auricular que nao fieam em pe, como as do
Cocker Spanial ou do Bassel Hound, impedem uma adequada ventila~o do canal,
contribuindo para 0 acumulo de cera e de restas de tecido no ouvido. Da masma
maneira, 0 lumem estreito do canal do Poodle Miniatura, com suas pregas bastante
juntas, rehf!m mais facilmente a cera no ouvido, e ha aquales ~es, como 0 PastorAlemao e 0 Dachshund que se beneficiam de urn canal luminal adequado, mas que
possuem normalmente urna produc;ao excess iva de cera. Urn pouco de pelo sempre
asta presente no canal auditivo externo da maiaria das ra9-C3s, mas as raryas que
apresentam urna quanti dade excessiva de pelos sofrem mais as efaitos do acumulo
de cera, e da falta de drenagem e ventila~o adequadas. A contorma~o do ouvido
aparentemente desempenha urna Dutra fun9Bo na etiolog18 da otite extema, na qual
numerosos microorganismos parecem estar associ ados com estas variaes
estruturais. Entao, os Poodle Miniature parecem ser predispostos a apresentar
infeces fungicas puras ou infea;Oes mistas de fungos e bacterias gram-positivas,
enquanto naquelas ra9CIS que apresentam 0 pavilh~o auricular pendular sao as
bacterias gram-negativas as mais comumente encontradas na otite externa. (Pugh e
col., 1974).(CHANDLER et aI., 1989, p. 53-59).
Apesar da sama de ouvido Otodectes cynotis ser, indubitavelmente, a causa
mais comum de otite externa nos gatos, ela tern urna significlmcia menor no cao
(Frazer, 1965; Pugh e col., 1974). 0 quadro clinico da otocariase varia entre as duas
especies; somente nos gatos jovens sinais graves s~o observados, enquanto 0 gato
adulto tolerar extremamente bem mesmo as infecc;aes massivas. Na verdade, muitos
felinos que foram tratados parecem sar resistentes a reinfesta~o (Joshua, 1965).
51
Entretanto, em urn cao de qualquer idade a presenc;a de urna sarna e sempre
notada, ja que produz urna rea~o aguda, caracterizada par balanc;ar intenso da
cabeya, traumatismo no ouvido devido ao ato de coyar e uma descarga seca no
inicio.(CHANDLER at aI., 1989, p. 53-59).
Deve-se lembrar que 0 revestimento tecidual do canal auditiva externo e urnaextensao da pele corporea, sando que a (mica diferenya pratica e a presen
52
bacterias gram-negativas, existem como comensais no ouvido normal, e muito maisprovavel que eles e:xen;:am seu sfeito patogE!:nico como agentes seeundarios (Frazer
e col., 1970). Nao h
53
abaixo da saliemcia cartilaginosa do ouvido externo podem oearrer, como
conseqOt~mcia do autotraumatismo. 0 pad ante pade inclinar sua caber;a par 0 lado
afetado e, sa a ouvido estiver extrema mente delarosa, poderao ser natadas
depressao e passivel inapetencia. Nessa contexto, urna anamnese completa eimportante para investigar a causa inieial, e urn exame ffsico completo ira revelar a
possibilidade de urna doent;a cut~nea concomitante. Os linfonodos submandibulares
podem estar aumentados. 0 diagnostico da causa inieial requer urn exame completo
do ouvido e, apesar de que a tempo e os numeros devem sempre ditar a extensao
do procedimento diagnostico, ate certa ponto, e verdade dizer que em alguns
paciente 0 diagnostico satisfat6rio demorara somente alguns minutas e, em autros a
exame feito sob anestesia e indispensavel. Uma pratica comum e a de aplicar umaterapia sintamatica par uma semana, como urn pracesso de exclusao, adian
d) Radiografia do ouvido medio
o tegumenta esters hiperemico e possivelmente edematoso nos processosagudos, e estara hipertrofiado a hiperplasico com a oclusao au estenose do canal
auditivo externo, nos estados cr6nicos. A colorayao do exsudato pode sar urn guia
para 0 tipo de microorganismo presente. As infeCes puras por Pifyrosporum canis
(Malassezia canis) e as infeC6es mistas de P. canis e estafilococos podem ser
indicadas par urna descarga marrom escura e negra; as infeces
predominantemente par estafilococos ou estreptococos podem sar jndicada~ par
secreyees amarelo-escuro au marrom-claro, enquanto as bacterias gram-negativas
podem sar caracterizadas par urna secre~o amarelo-daro (Frazer e col., 1961,
1970; Pugh e col., 1974). E claro que a identifica~o especifica do - lipode
microorganismo presente requer a coleta da secreyao com urn ~swab para um
subseqOente diagnostico laboratorial. 0 Kswab~ dave ser colhido cuidadosamf?nte:
ele deve ser passado no local antes qua qualquer limpeza tenha side feita, sendo
que a pele ou 0 cabelo ao redor do ouvido na:o devem ser tocados. Mesmo
assumindo que 0 ~swab possa ser dificil de ser colhido, e que tenha sido
encaminhado rapidamente ao laboratorio, algumas vezes 0 resultado final pode ser
dificil de interpretar. A impor1~ncia relativa dos microorganismos isolados pode ser
muito dificil de sar atribuida, a menos que 0 exame bacteriologico seja, pelo menes
semiquantitativ~, e determinado tipo de microorganismo seja suspeitado. Oepois
disso, a antibioticoterapia especifica podera ser aplicada.(CHANDLER et aI., 1989,
p.53-59).
Urn exame complete do canal auditiv~ externo requer 0 uso do otosc6pio. A
sarna do ouvido e do tamanho da caberya de urn alfinete, aparecendo branca com a
55
luz do otoscopio. Era e negativamente fototr6pica, e seus movimentos rapidos sao
prontamente identificados. As sarnas existem sa mente em cuvidos secos, sendo que
evitarao urn canal em que a secre~o for umida. Em varios casas, 0 canal auditiv~
externo devera ser limpo e, possivelmente 0 usa de anestesia em pacientes agitados
com os ouvidos doloridos podera ser necessario. A idenlifica.;ao e retirada de corpos
estranhos e 0 diagnostico de ulcerat;ao do tegumenta necessitam, invariavelmente,
de anestesia, e esse e urn procedimento essencial para 0 exame da membranatimp~nica.A extensao e a forma do canal auditivo externo com SUBS pregas na
divisao das poryaes horizontal e vertical requerem a usa de urn especulo 10ngo.
Esse exame e desconfortavel, portanto, mesma no cuvida saudavel. A limpeza
adequada da parte horizontal do canal e dificil, a menos que seja utilizada a agulhade Spreull. A delicada lavagem cern uma solu,ao a 0,5% de cetrimide e indicada,
mas masma assim a membrana timpanica doante podera ser faeilmente rompida 58
nao S8 tomar cuidado. Urna vez que 0 canal auditivo externo distal tenha side
adequadamente limpo, a membrana timpanica normal poderc~ ser vista como urna
por.;ao esbranqui
56
7.4.3.Tratamento
Limpeza do Conduto Auditivo. Depois de firmado 0 diagnostico, 0 primeiro e
essencial passo no tratamento cHnico da olite externa e a minuciosa limpeza doconduto auditivo. 0 medicamento otol6gioo topioo pode nao ser efetivo, se aplicado
a um ouvido rep leta de exsudato. 0 material ceruminoso pode inalivar alguns
medicamentos, ah~m de aluar como barreira mecll.nica para as superffcies cutaneas
infectadas. Em casos brandos de olite externa, este quadro pode ser acompanhado
pela repelida aplica.,ao (duas a qualro vezes diarias) de rnedicarnenlos olol6gicos
combinadas com propriedades ceruminoliticas, bern como antibacterianas ou
antimicoticas. Em tais pacientes, a maior parte do material ex.sudativo tera sido
dissolvida e eliminada do conduto auditivo dentro de dais a tres dias. Apes este
periodo de administrayao medicamentosa intensiva, a aplica~o do medicamento
pode sofrer redugao, para uma au duas vezes ao dia, por mais 10 a 14
dias.(ETTINGER, 1992, p. 264-,266).
Em pacientes com otite externa mais grave, ou quando a cooperayao do dono do
animal e questionavel, as pacientes deverao ser sedados, ou colocados sob
anestesia geral, para completa higienizar;ao. Enquanto sob anestesia geral, 0
conduto auditivo externo deve ser examinado para a presenya da membrana
timpanica. Os pelos devem ser arrancados ou aparados do conduto auditivo. Os
restos teciduais sao removidos par suave irrigac;ao do canal, com uma solu~o anti-
s"plica aquecida (solu.,ao de clorexidina a 0,5% e a 10% de beladina). Urn agenle
ceruminoHtico deve ser aplicado as orelhas 10 a 15 minutos antes de irrigagao,
dependendo do carater do material exsudativo, para que seja facilitada a sua
remog:Jo. Urna solury:io salina esteril e aquecida deve ser usada, se houver qualquer
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indicaqAo de ruptura da membrana timpanica, visto que a clorexidina e Qutras
soluyOes para irrigac;ao sabidamente causam labirintite. Urn pequeno caleter, tuba
de polietileno, ou 0 instrumento "Water P
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