História da Igreja Antiga.
Manual do Mestre
CompiladorJaime Morales Herrera
I. GERAIS
Curso: História da Igreja Antiga
Professor: Jaime Morales Herrera
Duração: 8 semanas
II. DESCRIÇÃO
No presente curso se estudará a igreja cristã na perspectiva histórica desde o
Pentecostes – evento que se considera como nascimento da igreja – até a desintegração do
Império Romano de Ocidente (476 d.C), considerando os movimentos de caráter
eclesiástico, social, cultural e político que contribuem em sua formação teológica, litúrgica
e missionária da cristandade.
III. CRONOGRAMA
Semana 1:
Introdução – Leitura e designação de temas
Tema 1: As Perseguições do Império Romano
Semana 2:
Tema 2: Heresias Antenienses
Capítulos 1-4 do livro de Justo González
Semana 3:
Tema 3: Cismas provocados pela perseguição
Tema 4: Desenvolvimento do episcopado
Capítulos 5-8 do livro de Justo González
Semana 4:
Tema 5: Heresias Trinitárias
Capítulos 9-12 do livro de Justo González
Semana 5:
Tema 6: Heresias Cristológicas
Capítulos 13-16 do livro de Justo González
Semana 6:
Tema 7: Controvérsia Pelagiana
Capítulos 17-20 do livro de Justo González
Semana 7:
Tema 8: Primeiros Concílios Ecumênicos
Capítulos 21-25 do livro de Justo González
Semana 8: Exame
IV. AVALIAÇÃO A NÍVEL DE LICENCIATURA
1. Assistência a cada um das oito sessões. 10%.
2. Ler os correspondentes capítulos do livro de Justo González, História do Cristianismo,
Tomo I, designados a cada lição e contestar as perguntas referentes a isto. 35%
3. Fazer um relatório de leitura de cada apêndice. 10%.
4. Pesquisa e exposição de um dos temas do curso, o primeiro tema se sugere que seja
exposto pelo tutor do curso, devido a urgência deste. Os demais podem ser designados
voluntariamente. De cada tema se oferecerá um quadro resumo que pode servir de
esboço ao estudante para sua própria pesquisa. Espera-se que além do livro de Justo
González, o estudante cite ao menos outras duas fontes. 25%
5. Exame final. 20%
V. AVALIAÇÃO A NIVEL DE MESTRADO
1. Cumprir com os itens 1-5 para a avaliação a nível de licenciatura. 2. Ser facilitador para a aula e ser avaliado por: a. os estudantes b. o professor supervisor c. uma auto avaliação
3. Em vez de ler 300 páginas de leitura, tem que ler 600 páginas.
SEMANA 1
TEMA 1: PERSEGUIÇÕES DO IMPÉRIO ROMANO
Data Imperador Natureza e extensão da perseguição
64 Nero Tomou lugar em Roma e seus arredores unicamente.
Os cristãos foram acusados de incendiar Roma.
As medidas sádicas incluíram queimar os cristãos vivos
para iluminar os jardins de Nero.
90-96 Domiciano Caprichosa, esporádica, centrada em Roma e Ásia
Menor.
Os cristãos foram perseguidos por recusarem oferecer
incenso ao imperador.
98-117 Trajano Aplicada esporadicamente.
Os Cristãos eram executados se os encontrassem, mas
não eram caçados.
117-138 Adriano Aplicada esporadicamente.
A política de Trajano continuou.
161-180 Marco Aurélio O imperador era um estóico que se opôs ao
cristianismo.
Os Cristãos foram culpados pelos desastres naturais.
202-211 Sétimo Severo Proibiu a conversão ao cristianismo.
235-236 Maximiano Ordenou a execução dos clérigos.
249-251 Décio Foi a primeira perseguição universal.
Foi ordenado oferecer incenso ao imperador.
Retorna ao paganismo requerendo a exterminação do
cristianismo.
257-260 Valeriano As propriedades dos cristãos foram confiscadas.
Foi proibido aos cristãos se reunirem.
303-311 Dioclesiano A pior perseguição de todas.
Galerio As igrejas foram destruídas, as Bíblias queimadas.
Todos os direitos civis dos cristãos foram suspensos.
Os sacrifícios aos deuses eram exigidos.
SEMANA 2
TEMA 2: HERESIAS ANTENIENSES
Heresia Mestres Informação histórica Principais Características
Ebionismo Cristãos
judaizantes
Originado na Palestina no séc.
primeiro, posteriormente chegou
à Ásia Menor.
Feito especialmente por judeus
cristãos.
Usavam o Evangelho de Mateus
em aramaico.
Ensinavam que o cumprimento da lei
mosaica era necessário para a salvação.
Negavam a deidade de Cristo, o tinham
como profeta.
Rejeitam os escritos de Paulo.
Veneravam a Pedro e Jacó.
Gnosticismo Simão o mago
Cerinto
Basilides
Saturnino
Valentino
Taciano
Tem suas raízes no platonismo.
Influenciado pelo misticismo
oriental.
O pecado tem origem no corpo material (a
matéria é má)
A salvação é a libertação do espírito de
um corpo de pecado.
Produzia sensualidade ou ascetismo
extremo.
Usavam interpretação alegórica.
O corpo de Cristo foi somente uma
aparição (fantasma) – docetismo.
Distinguiam entre Cristo e Jesus.
Marcionismo Marción c. 160 Um tipo específico de gnosticismo.
O mundo é completamente mal.
O deus deste mundo é jeová (o demiurgo),
sobre este, está o Deus não conhecido.
Rejeitava tudo o que tinha ver com a
matéria.
Negavam que Cristo fosse
verdadeiramente homem.
Negavam o nascimento de Cristo.
Montanismo Montano
Priscilla
Maximila
Originado na Frígia.
Estende-se a Roma e África do
Norte.
Geralmente ortodoxos na doutrina.
Esperavam o iminente começo do
milênio.
Tertuliano Priscila e Maximilia abandonam
seus maridos
Praticavam a glossolalia
Os matrimônios não eram de tudo bom ou
mau.
Afirmavam ter visões e revelações do
Espírito Santo.
Praticavam um ascetismo extremo.
Oposto a arte de qualquer tipo.
Maniqueísmo Maní da
Pérsia
Originado na Pérsia
Continha muitos elementos do
zoroastrismo
Dualismo absoluto (luz vs escuridão).
Cristo representava a luz, Satã a
escuridão.
Diziam que os apóstolos corromperam os
ensinamentos de Cristo, Maní as revelava
de forma pura.
Maní dizia ser o paracleto prometido por
Cristo.
Docetistas e ascéticos.
Semana 2
Guia de perguntas
Capítulos 1-4 de Justo González
1. Qual fato histórico marca o nascimento da igreja cristã? (cap. 1)
A vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecoste.
2. Dê duas razões da importância do judaísmo da dispersão para a história da igreja cristã (cap. 2).
A nova fé se estendeu mais rapidamente pelo Império Romano e o judaísmo proporcionou a tradução do AT para o grego.
3. Quais características distinguiam o judaísmo da dispersão de seu congênere na Palestina? (cap. 2)
Uso do grego e seu maior contato com a cultura helenista.
4. Qual foi o ponto neurálgico que desatou a perseguição? (cap. 2)
O sincretismo.
5. Descreva as "religiões de mistério". Inclua exemplos. (cap. 2)
Não centralizavam sua fé nos velhos deuses do Olimpo. Mito de Ísis e Osíris, culto a Mitra (deus de origem persa).
6. Mencione as tradições filosóficas que foram utilizadas pelo cristianismo contra as acusações que deveriam enfrentar no
primeiro séc. de sua existência. (cap. 2)
Tradição platônica e o estoicismo.
7. Por que causa os cristãos em Jerusalém se reuniam o primeiro dia da semana? (cap. 3)
Por ser o dia da ressurreição do Senhor.
8. Quais dias da semana eram de jejum para os cristãos? Por quê? (cap. 3)
Quartas e sextas.
9. Por que causa começam a circular mitos sobre os apóstolos? (cap. 4)
Desejo de cada igreja de afirmar sua origen apostólica.
10. O que diz a tradição sobre as mortes de Pedro, Paulo e João? (cap. 4)
Pedro = crucificado de cabeça para baixo; Paulo = decapitado em Roma; João = colocado em uma caldeira de azeite fervente em
Roma.
11. Mencione os "fundadores" a quem a tradição atribui o estabelecimento do cristianismo em Alexandria, Bizâncio, Espanha e a
Índia (cap. 4).
Alexandria = Marcos; Bizâncio = Filipe; Espanha = Tiago; Índia = Tomé.
SEMANA 3
TEMA 3: CISMAS PROVOCADAS PELAS PERSEGUIÇÕES
Nome Data Expoente Origem Principais características
Cisma Novaciano 249-259 d.C. Novaciano Terminada a perseguição com
Décio muitos cristãos que havia
negado a fé queriam voltar a
igreja.
Uma política rigorosa vs uma
política indulgente
Criam que não havia perdão
para a apostasia.
Afirmavam que as igrejas que
recebiam os apóstatas não eram
legítimas.
Cisma Donatista Principios do
séc. IV
Donato Durante a perseguição de
Dioclesiano muitos negaram a fé e
depois queriam regressar a igreja.
Consideraram que os
sacramentos não tinham valor
quando o administrador era
indigno.
Eram ortodoxos.
Praticaram o sistema episcopal.
Criam na regeneração batismal.
TEMA 4:
DESENVOLVIMENTO DO EPISCOPADO NOS PRIMEIROS SÉCULOS
Período Fontes Descrição
Séc. I Novo Testamento Anciãos-bispos e diáconos em cada igreja estavam sob a supervisão dos apóstolos.
Séc. II
(inícios)
Ignácio Anciãos e bispos foram diferenciados.
Cada congregação foi governada por bispos, anciãos e diáconos.
Séc. II
(finais)
Ireneu
Tertuliano
Bispos diocesanos – um bispo agora supervisiona um grupo de congregações em uma área
geográfica, esses pensam que são sucessores dos apóstolos.
Séc. III Cipriano Sacerdócio e sacrifício. Anciãos (presbíteros) vem a ser sacerdotes sacrificiais.
Primazia do bispo romano é afirmada.
Séc. IV
(inícios)
Concílio de Nicéia Bispos metropolitanos (arcebispos) em virtude de que suas igrejas se localizam em cidades
centrais ascendem sobre os bispos das cidades.
Séc. IV
(finais)
Concílio de
Constantinopla
Patriarcas. Uma honra especial foi dada aos bispos de Roma, Alexandria, Antioquia,
Constantinopla e Jerusalém.
Patriarca de Constantinopla foi dada primazia próxima ao bispo de Roma.
Séc. V Leão I
Concílio da
A supremacia de Roma – Leão I reclama autoridade sobre toda a igreja sobre a base da
sucessão desde Pedro.
Calcedônia
Semana 3
Guia de Perguntas
Capítulos 5-8 de Justo González
1. Por que Nero pensou que fosse fácil culpar os cristãos do incêndio em Roma? (cap.
5)
Porque dois dos bairros que não tinham sido queimados eram as zonas da cidade em
que havia mais judeus e cristãos.
2. Por que os crentes eram acusados de ateus pelos pagãos? (cap. 5)
Porque afirmavam que os cristãos odiavam a raça humana.
3. Mencione os dois mártires romanos com Domiciano que conhecemos por nome
(cap. 5).
Flávio Clemente e Flávia Domitila.
4. Explique em que consistem as "atas dos mártires" (cap. 6).
Descrições mais ou menos detalhadas das condições sob as quais se produziram os
martírios, prisões, encarceramento e julgamento dos mártires até sua morte.
5. Mencione o sobrenome de Inácio de Antioquia (cap. 6)
6. Por que causa se desata a perseguição com Marco Aurélio? (cap. 6)
Pela sua visão de que os cristãos deveriam ser castigados, ou por seus crimes ou por sua
obstinação.
7. Mencione alguns dos nomes dos mártires com Marco Aurélio (cap. 6).
A viúva Felicidade e seus sete filhos, Justino e Vécio Epágato.
8. Quem são os apologistas? (cap. 7)
Homens que se dedicam a defesa da fé e a oferecer argumentos sólidos que
respondessem às objeções que se apresentavam.
9. Qual foi o mais famoso dos apologistas? (cap. 7)
Justino, o Mártir.
10. Mencione os nomes de outros apologistas (cap. 7).
Taciano, Atenágoras, Teófilo.
11. Mencione alguns dos mestres dos gnósticos (cap. 8).
Basílides e Valentino.
12. Qual era o último propósito do gnosticismo? (cap. 8)
Escapar deste corpo e deste mundo material no qual estamos exilados.
13. Em que consistia o cânon de Marção? (cap. 8)
O evangelho de Lucas e as epístolas paulinas.
14. Quais foram as respostas das igrejas aos desafios dos gnósticos e de Marción? (cap.
8)
O cânon, a sucessão apostólica e o credo.
15. Explique o argumento da sucessão apostólica (cap. 8).
Dizia que, se Jesus tinha algum ensino secreto para comunicar aos seus discípulos, o
mais lógico seria supor que confiaria tal ensino aos próprios apóstolos a quem confiou a
direção da igreja.
16. Explique o que quer dizer originalmente a frase "igreja católica". (cap. 8)
Igreja universal, pertencente ou da qual fazem parte os que acreditavam no todo da
Escritura.
SEMANA 4:
TEMA 5: HERESIAS TRINITÁRIAS
Heresia Representante Resumo
Monarquismo
(adocionismo)
Teodoro de Bizâncio
Paulo de Samossata
Cristo veio a Jesus durante
seu batismo
Foi adotado pelo Pai
depois de sua morte
Sabelianismo
(modalismo,
patripasianismo)
Sabélio
Praxeas
Um Deus revelado em três
modos
O Pai sofreu em Cristo
Arianismo Ario
Eusébio de Nicodemia
Eudoxio
Eunomio
Cristo é a primeira criatura
criada
Semi-arianismo
(eusebianismo)
Basílio de Ancira
Gregório de Laodiceia
Cristo é similar em
essência com o Pai mas é
subordinado a Ele.
Macedonianismo
(pneumatomaquismo)
Macedônio O Espírito Santo é criado.
Semana 4
Guia de Perguntas
Capítulos 9-12 de Justo González
1. Segundo González, como era a perspectiva teológica de Ireneu de Lyon? (cap. 9)
2. No que crê Clemente sobre a filosofia? (cap. 9)
3. Segundo González, como era a perspectiva teológica de Clemente de Alexandria?
(cap. 9)
4. Que selo se observa no estilo de Tertuliano? (cap. 9)
5. Em que consistia a Hexapla? (cap. 9).
6. Quais ensinamentos de Orígenes eram mais platônicas que cristão? (cap. 9).
7. Mencione o mais famoso dos martírios com Sétimo Severo (cap. 10).
8. Segundo González, qual era o propósito do imperador Decio com sua perseguição?
(cap. 10).
9. Quem eram os "confissores"? (cap. 10).
10. Quais personagens se distinguem em torno da questão dos "caídos"? (cap. 10).
11. Qual foi a função original das catacumbas? (cap. 11)
12. O que era o catecumenato? (cap. 11)
13. Mencione algumas características do batismo segundo González (cap. 11)
14. Descreva a hierarquia da igreja (cap. 11).
15. Segundo González, o que dá origem ao monarquismo feminino?
16. Quem foi Gregório o Taumaturgo? (cap. 11)
17. Qual foi a mais cruel das perseguições? (cap. 12).
18. Em que ano e quem promulgou o edito de tolerância? (cap. 12).
19. Descreva o labor de Constantino.
20. Em que ano e quem promulgou o Edito de Milão? (cap. 12).
SEMANA 5
TEMA 6: HERESIAS CRISTOLÓGICAS
Heresia Representante Resumo
Apolinarismo Apolinário Cristo tem um espírito não humano.
O Logos substituiu este.
Nestorianismo Nestor O Logos envolveu a pessoa de
Jesus, fazendo a Cristo um Deus-
nascido homem, mas que um Deus-
Homem.
Afirmado mecanicamente e não
mediante uma união orgânica na
pessoa de Cristo
Eutiquianismo Eutiques A natureza humana de Cristo foi
absorvida pelo Logos.
Monofissismo Severo
Júlio de Alicarnaso
Estefano Niobes
Cristo teve uma natureza
Monotelismo Teodoro da Arábia
Sérgio
Ciro de Alexandria
Cristo não teve uma vontade
humana, ele teve só uma vontade
divina.
Semana 5
Guia de Perguntas
Capítulos 13-16 de Justo González
1. Em que cidade estabeleceu Constantino sua nova capital? Como a chamou? (cap.
13)
2. O que fez Constantino para povoar a cidade de Constantinopla? (cap. 13)
3. Explique o título de "bispo dos bispos" de Constantino (cap. 13).
4. Por que González menciona que Constantino não se converteu por motivos
puramente políticos? (cap. 13).
5. Como explica González a fé de Constantino? (cap. 13).
6. Cite os resultados manifestados no culto cristão, devido ao influxo da era de
Constantino (cap. 13).
7. Qual foi a obra mais importante de Eusébio de Cesárea? (cap. 14)
8. Como via Eusébio de Cesárea a Constantino? (cap. 14)
9. O que quer dizer o termo "anacoreta"? (cap. 15)
10. A que deve sua fama Paulo e Antônio do deserto? (cap. 15)
11. O que quer dizer o termo "cenobita"? (cap. 15)
12. Quem deu forma ao monarquismo cenobítico egípcio? (cap. 15)
13. O que significa o termo "traditores"? (cap. 16)
SEMANA 6:
TEMA 7: CONTROVERSIA PELAGIANA
Heresia Representante Resumo
Pelagianismo Pelágio
Juliano de Eclano
Coelestio
O homem nasce essencialmente
bom e capaz de fazer o que é
necessário para a salvação.
Agustianismo Agustinho de Hipona O homem nasce em pecado,
salvação é totalmente pela graça de
Deus, a que é dada unicamente aos
eleitos.
Semi-pelagianismo João Cassiano A graça de Deus e a vontade do
homem trabalham juntas na
salvação, na qual o homem deve
tomar a iniciativa.
Semi-agustianismo Cesário de Arles A graça de Deus vem a todos,
permite a pessoa escolher e
desenvolver que é necessário para a
salvação.
Semana 6
Guia de Perguntas
Capítulos 17-20 de Justo González
1. Em que ano se realizou o Concílio de Nicéia? (cap. 17).
2. Que decisão tomou o Concílio de Nicéia? Que sentença agregou Constantino? (cap.
17)
3. Em que consistiu a reforma pagã de Juliano o Apóstata? (cap. 18)
4. A que se conhece como "a blasfêmia de Sirmio"? (cap. 19)
5. Por que razão foi exilado Atanásio por Juliano? (cap. 19)
6. Como intervém Macrina na vida de Basílio? (cap. 20)
7. Por que Valente temia a Basílio o Grande? (cap. 20)
8. Por que se distingue Gregório de Nisa? (Cap. 20)
9. Descreva a eleição de Gregório de Nacianzo como patriarca de Constantinopla (cap.
20).
SEMANA 7
TEMA 8: PRIMEIROS CONCÍLIOS ECUMÊNICOS
Local Data Imperador Principais
participantes
Resoluções principais
Nicéia 325 Constantino Arrio
Alexandre
Eusébio de
Nicomedia
Eusébio de
Cesarea
Osio
Atanásio
Declara ao filho
homônimo (co-igual,
co-substancial e co-
eterno) com o Pai.
Condena a Arrio.
Borrador do Credo
Niceno
Constantinopla 381 Teodósio Meletio
Gregório de
Nacianzo
Gregório de Nisa
Confirma as resoluções de
Nicéia.
Produz o Credo Niceno
revisado.
Finaliza controvérsia
trinitária.
Afirma deidade do Espírito
Santo.
Condena o apoloniarismo.
Eféso 431 Teodósio II Cirilo
Nestor
Declara o nestorianismo
herético.
Aceita as implicações da
cristologia Alexandrina.
Condena Pelágio.
Local Data Imperador Principais
participantes
Resoluções principais
Calcedônia 451 Marciano Leão I Declara que as duas
Dióscoro
Eutiques
naturezas de Cristo não estão
mescladas, nem divididas
nem inseparáveis.
Condena eutiquianismo.
Constantinopla 553 Justiniano Eutiques Condenam “Três Capítulos”
dos monofisistas.
Afirmam interpretação
ciriliana de Calcedônia
Constantinopla 680-
681
Constantino
IV
Rejeitam monotelismo
Condena o Papa Honório
como herege
Nicéia 787 Constantino
VI
Declara a legitimidade da
veneração de imagens e
estátuas.
Semana 7
Guia de Perguntas
Capítulos 21-25 de Justo González
1. Descreva a eleição de Ambrósio como bispo de Milão (cap. 21).
2. O que fez Ambrósio para resgatar vários cativos dos godos? (cap. 21)
3. Por que diz González que Ambrósio nunca se inteirou de seu triunfo mais
importante? (cap. 21).
4. Mencione a frase de Ambrósio exigindo de Teodósio um arrependimento público
(cap. 21)
5. O que significa o título "Crisóstomo"? (cap. 22)
6. Qual foi o primeiro objetivo de João Crisóstomo? (cap. 22).
7. O que fez Crisóstomo frente aos soldados de Eutrópio? (cap. 22)
8. Como descreve Justo González o caráter de Jerônimo? (cap. 23)
9. Como se conhece a tradução de Jerônimo da Bíblia ao latim? (cap. 23)
10. Que crenças abraçou Agustinho antes de sua conversão? (cap. 24)
11. O que escreveu Agustinho contra os maniqueus? (cap. 24)
12. O que argumentou Agustinho frente aos donatistas? (cap. 24)
13. O que cria Agustinho sobre o livre arbítrio?
14. O que cria Pelágio sobre o livre arbítrio?
15. Em que consiste a obra Confissões de São Agustinho? (cap. 24)
16. Em que consiste a obra A Cidade de Deus de São Agustinho? (cap. 24)
Apêndices
História da Igreja Antiga
1. Cânon de Muratori
2. Correspondência entre Plínio o Jovem e Trajano
3. Decreto Gelasiano
4. Fragmentos sobre as Perseguições
5. Certificado de sacrifício da perseguição de Décio1
6. O Cânon Temprano do Novo Testamento
1 Papiro de Hamburgo, Stadtbibliothek, inv. Nº 103; 210 x 85 mm. Del 14 de junio del 250. Patrologia Orientalis, XVIII, p. 358.
APÊNDICE 1
CÂNON DE MURATORI
(Fragmento)
... Nisto, sem embargo, ele estava presente, e assim os anotou.
O terceiro livro do evangelho: segundo Lucas.
Depois da ascensão de Cristo, Lucas o médico, o qual Paulo havia levado consigo como
habilidoso jurídico escreveu em seu próprio nome concordando com a opinião de [Paulo].
Sem embargo, ele mesmo nunca viu ao Senhor na carne e, portanto, segundo pôde seguir...,
começou contá-lo desde o nascimento de João.
O quarto evangelho é de João, um dos discípulos.
Quando seus co-discípulos e bispos lhe animaram, disse João, "jejuai junto comigo durante
três dias a partir de hoje, e, o que nos fosse revelado, contemos um ao outro". Esta mesma
noite foi revelada a André, um dos apóstolos, que João deveria escrever tudo em nome
próprio, e que eles deveriam revisá-lo. Portanto, ainda que se ensinem começos distintos
para os vários livros do evangelho, não faz diferença para a fé dos crentes, já que em cada
um deles tudo tem sido declarado por um só Espírito, referente a sua natividade, paixão, e
ressurreição, sua associação com seus discípulos, seu duplo advento - seu primeiro em
humildade, quando foi desprezado, o qual já aconteceu; seu segundo em poder real, sua
volta. Não é de estranhar, portanto, que João apresentasse de forma tão constante os
detalhes separados em suas cartas também, dizendo de si mesmo: "O que temos visto com
nossos olhos e ouvido com nossos ouvidos e temos tocado com nossas mãos, estas coisas
temos escrito". Porque desta maneira pretende ser não somente um espectador senão um
que escutou, e também um que escreveu de forma ordenada os atos maravilhosos acerca de
nosso Senhor.
Os Atos de todos os apóstolos têm sido escritos em um livro. Dirigindo-se ao
excelentíssimo Teófilo, Lucas inclui uma por uma as coisas que foram feitas diante de seus
próprios olhos, o que ele mostra claramente ao omitir a paixão de Pedro, e também a saída
de Paulo ao partir da Cidade para Espanha.
Enquanto as cartas de Paulo, elas mesmas mostram aos que desejam entender desde o lugar
e com qual finalidade foram escritas. Em primeiro lugar [escreveu] aos Corintios proibindo
divisões e heresias; logo aos Gálatas [proibindo] a circuncisão; aos Romanos escreveu
extensamente acerca da ordem das escrituras e também insistindo que Cristo fosse o tema
central destas. É-nos necessário dar um relatório bem argumentado de todos estes já que o
bendito apóstolo Paulo mesmo, seguindo a ordem de seu predecessor João, mas sem
nomeá-lo, escreve às sete igrejas na seguinte ordem: primeiro aos Corintios, segundo aos
Efésios, em terceiro lugar aos Filipenses, em quarto lugar aos Colossenses, em quinto lugar
aos Gálatas, em sexto lugar aos Tessalonicenses, e em sétimo lugar aos Romanos. Sem
embargo, ainda que [a mensagem] se repita aos Corintios e os Tessalonicenses para sua
reprovação, reconhece uma igreja como difundida através do mundo inteiro. Porque
também João, ainda que escreva às sete igrejas no Apocalipse, sem embargo escreve a
todas. Além do mais, [Paulo escreve] uma [carta] a Filemom, uma a Tito, duas a Timóteo,
em amor e afeto; mas tem sido santificada para a honra da igreja católica na regulação da
disciplina eclesiástica.
Diz-se que existe outra carta em nome de Paulo aos Laodicenses, e outra aos Alexandrinos,
[ambos] falsificadas segundo a heresia de Marción, e muitas outras coisas que não podem
ser recebidas na igreja católica, já que não é apropriado que o veneno se mescle com o mel.
Mas a carta de Judas e as duas superscritas com o nome de João têm sido aceitadas na
[igreja] católica; a Sabedoria também, escrita pelos amigos de Salomão em sua honra. O
Apocalipse de João também recebe, e o de Pedro, o qual alguns dos nossos não permitem
que seja lido na igreja. Mas o Pastor foi escrito por Hermas na cidade de Roma bem
recentemente, em nossos próprios dias, quando seu irmão Pio ocupava a cargo de bispo na
igreja da cidade de Roma; portanto, se pode ser lido, mas não pode ser dada a gente na
igreja, nem entre os profetas, já que seu número é completo, nem entre os apóstolos ao final
dos tempos.
Mas não recebemos nenhum dos escritos de Arsino ou Valentino ou Miltiado em absoluto.
Também tem composto um livro de salmos para Marción [estes rejeitamos] junto com
Basildo [e] o fundador asiático dos Catafrígios.
APÉNDICE 2
CORRESPONDÊNCIA ENTRE PLÍNIO O JOVEM E TRAJANO
Plínio o Jovem, Epist. X,96 (carta a Trajano): Senhor, é norma minha submeter ao teu
arbítrio todas as questões que me oferecem motivo de dúvida. Quem melhor para
encaminhar minha dúvida ou para quitar minha ignorância? Nunca tenho levado a cabo as
pesquisas sobre os cristãos: não sei, portanto, que atos ou que medida tem de ser castigados
ou perseguidos. (2) Estou completamente confuso (me tenho perguntado) se não se dá
discriminação em ponto a idade ou se a tenra idade tem de ser tratada de modo adulta; se
deve perdoar a quem se arrepende, ou bem a quem tem sido cristão até a fim ou se lhe ajuda
algo o abjurar; si tem de castigar em razão do mero nome, ainda quando faltem atos que
denunciem, ou os delitos vinculados ao dito nome. Entretanto, eis aqui como tenho atuado
com quem são denunciados como cristãos. (3) Lhes perguntava se eram cristãos. Ao que
respondiam afirmativamente, lhes repetia duas ou três vezes a pergunta, sob ameaça de
suplício; perseveravam, lhes matava. Nunca tenho duvidado, em efeito, fosse o que fosse o
que confessassem que semelhante rebeldia e inflexível obstinação, merecem castigo ao
menos. (4) A outros, convictos de idêntica loucura, como eram cidadãos romanos, para os
trâmites pertinentes para enviá-los a Roma. E não tardaram como sempre sucede nestes
casos, ao difundir-se o crime a par que a indagação, em apresentar numerosos casos. (5) Me
chegou uma denúncia anônima que continha nomes de muitas pessoas. Quem negava ser
cristãos, se invocavam aos deuses conforme a fórmula imposta por mim, e se faziam
sacrifícios com incenso e vinho ante tua imagem, que a tal efeito fez erigir, e maldiziam
além de Cristo –coisas que, segundo me dizem que é impossível conseguir de quem são
verdadeiramente cristãos– considerei que deviam ser postos em liberdade. (6) Outros, cujos
nomes haviam sido denunciado, disseram ser cristãos e o negaram pouco depois; os que
haviam sido, logo deixaram de sê-lo, alguns há três anos, outros mais, outros inclusive vinte
anos atrás. Também todos estes tem adorado tua imagem e a estátua dos deuses e tem
amaldiçoado Cristo. (7) Por outro lado, eles afirmavam que toda sua culpa e erro consistiam
em reunirem-se em um dia fixo antes da alva e cantar coros alternativos um, hino a Cristo
como a um deus e forçado sob juramento (sacramento) não para perpetrar delito algum,
antes a não cometer furtos, crimes ou adultérios, a não faltar a palavra dada, nem a negar-
se, em caso de pedi-lo, a fazer um empréstimo. Terminados os seus ritos, tem-se por
costume o separar e o voltar-se a reunir para tomar o alimento, comum e inocentemente. E
inclusive desta prática haviam desistido de meu decreto pelo qual proibi as associações,
conforme as tuas ordens. (8) Intentei por todos os meios arrancar a verdade, ainda com a
tortura, de duas escravas que chamavam servas. Mas não cheguei a descobrir mais do que
uma superstição irracional e desmedida. (9) Por isso, depois de suspender a indagação,
recorro a ti em busca de conselho. O assunto me parece digno de consulta, sobre tudo pelo
número de denúncias: São, em efeito, muitas, de todas as idades, de todas as classes sociais,
de ambos os sexos, os que estão ou tem de estar em perigo. E não só nas cidades, também
nas aldeias e nos campos se tem propagado o contágio de semelhante superstição. Por isso
me parece que é preciso conte-la e fazê-la cessar. (10) Me consta com certeza que os
templos, desertos praticamente, começam a ser freqüentados de novo, e que as cerimônias
que há tempo interrompidas, se retomam, e que se vende por doquier a carne das vitimas
que até a data encontravam escassos compradores. De onde é fácil deduzir que a multidão
de homens poderia ser sanada se aceitasse seu arrependimento.
Plínio o Jovem, Epist. X,97 (resposta de Trajano): Caro Segundo, tenho seguido
atentamente o proceder no exame das causas de quem foram denunciados como cristãos.
Não se pode instituir uma regra geral, é certo, que tenha, por assim dizer, valor de norma
fixa. Não devem ser perseguidos de ofício. Se tem sido denunciados e confessado, tem de
ser condenados, mas do seguinte modo: quem nega ser cristã e haja dado prova manifesta
disso, a saber, sacrificando a nossos deuses, ainda quando seja suspeito a respeito ao
passado, tem de perdoá-lo por seu arrependimento. Enquanto as denúncias anônimas, não
têm que ter valor em nenhuma acusação, pois constituem um exemplo detestável e não são
dignas de nosso tempo.
APÊNDICE 3
DECRETO GELASIANO
Sobre os livros recebidos e os não recebidos
Relações na Trindade
Aqui começa o Concílio de Roma, com o Papa Damaso, sobre a explicação da fé.
I. Foi dito:
1. Em primeiro lugar, deve tratar-se acerca das sete formas do Espírito que permanece em
Cristo:
O espírito da sabedoria: Cristo, o poder e a sabedoria de Deus.
O espírito do entendimento: Dar-te-ei entendimento e te instruirei no caminho que deverás
seguir.
O espírito de conselho: E seu nome é chamado "mensageiro de grande conselho".
O espírito das virtudes: conforme o anterior, o poder de Deus e a sabedoria de Deus.
O espírito do conhecimento: Por causa da eminência do conhecimento do apóstolo de
Cristo Jesus.
O espírito da verdade: Sou o caminho, a vida e a verdade.
O espírito do temor de Deus: O temor de Deus é o princípio da sabedoria.
2. Portanto a dispensação de Cristo é denominada de formas diferentes:
Deus, que é espírito;
o Verbo, que é Deus;
o Filho, que é o unigênito do Pai;
o Homem, que nasceu da Virgem;
o Sacerdote, que se ofereceu a si mesmo como sacrifício;
o Pastor, que é o protetor;
[o alimento do] verme, que ressuscitou dentre os mortos;
a montanha, que é forte;
o caminho, que é reto;
o refúgio, pela qual se ingressa na vida;
o cordeiro, que foi imolado;
a rocha, que é angular;
o mestre, que traz a vida;
o sol, que é o iluminador;
a verdade, que provem do Pai;
a vida, da qual é o criador;
o pão, que é apreciado;
o Samaritano, que é protetor e misericordioso;
o Cristo, que é o Ungido;
Jesus, que é o Salvador;
Deus, que provem de Deus;
o mensageiro, que foi enviado;
o noivo, que é o mediador;
o vinho, cujo próprio sangue nos redimiu;
o leão, que é rei;
a pedra, que é o que sustém;
a flor, que foi eleita;
o profeta, que revelou o futuro.
3. Enquanto ao Espírito Santo, não provem só do Pai nem só do Filho, senão do Pai e do
Filho; por isso está escrito: O que ama o mundo, o Espírito do Pai não está nele; e
novamente: Enquanto a todo aquele que não tenha o Espírito de Cristo, não lhe pertence.
Deste modo se entende que o Espírito Santo seja nomeado como do Pai e do Filho, sendo
que o próprio Filho disse no Evangelho que o Espírito Santo procede do pai e por mim Ele
é aceito e anunciado a vocês.
Cânon da Bíblia
II. Também foi dito:
Agora deve tratar-se sobre as Divinas Escrituras, as que são aceitas pela Igreja Católica
Universal, e as que devem ser rejeitadas.
1. Começa a ordem do Antigo Testamento:
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Jesus Navé (Josué)
Juízes
Rute
Reis
Paralipómenos (Crônicas)
150 Salmos
três livros de Salomão:
Provérbios
Eclesiastes
Cantares
igualmente, Sabedoria
Eclesiástico.
Um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
quatro livros
dois livros
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
2. Segue a ordem dos Profetas:
Isaías
Jeremias, considerado um livro com Cinoth, isto é, suas lamentações
um livro
um livro
Ezequiel
Daniel
Oséias
Amós
Miquéias
Joel
Obadias
Jonas
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias.
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
um livro
3. Segue a ordem dos (livros) históricos:
Jó
Tobias
Esdras
Ester
Judite
Macabeus
um livro
um livro
dois livros
um livro
um livro
dois livros
4. Segue a ordem das Escrituras do Novo Testamento, que a Santa Igreja Católica Romana
aceita e venera:
Quatro livros de Evangelhos:
segundo Mateus
segundo Marcos
segundo Lucas
um livro
um livro
um livro
segundo João
igualmente, os Atos dos Apóstolos
as epístolas do Apóstolo Paulo, em número de catorze:
aos Romanos
aos Corintios
aos Efésios
aos Tessalonicenses
aos Gálatas
aos Filipenses
aos Colossenses
a Timóteo
a Tito
a Filemom
aos Hebreus
igualmente, o Apocalipse de João
igualmente, as epístolas canônicas, em número de sete:
do Apóstolo Pedro
do Apóstolo Tiago
do Apóstolo João
de outro João, presbítero
do Apóstolo Judas, o Zelote.
um livro
um livro
uma epístola
uma epístola
uma epístola
duas epístolas
uma epístola
uma epístola
uma epístola
duas epístolas
uma epístola
uma epístola
uma epístola
um livro
duas epístolas
uma epístola
uma epístola
duas epístolas
uma epístola
Aqui termina o cânon do Novo Testamento.
Primado da Igreja de Roma
III. Também foi dito:
Aqui começa o Decreto sobre os livros que devem ser recebidos e os que não devem ser
recebidos, que foi escrito pelo Papa Gelasio e setenta bispos sumamente eruditos na sede
apostólica da cidade de Roma.
1. Depois de todas estas escrituras proféticas, evangélicas e apostólicas tratadas
anteriormente, sobre as quais está fundada a Igreja Católica pela graça de Deus, também
consideramos necessário dizer que, ainda que a Igreja Católica Universal difundida por
todo o mundo é a única noiva de Cristo, a Santa Igreja Romana lhe foi dada o primeiro
lugar entre as demais Igrejas, não por decisão de nenhum concílio, senão que pela voz de
nosso Senhor e Salvador que obteve a primazia no Evangelho: Tu és Pedro, disse, e sobre
esta pedra edificarei minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela, e a
ti darei as chaves do reino dos céus, e quanto atares sobre a terra, será atado também no
céu, e quanto desatares sobre a terra, será desatado também no céu.
2. Adicionou também a presença do bem-aventurado Apóstolo Paulo, o vaso escolhido, que
não em oposição como dizem os hereges, senão ao mesmo tempo e no mesmo dia, foi
coroado com uma morte gloriosa junto com Pedro na cidade de Roma, padecendo nas mãos
do César Nero; e juntos consagraram para Cristo o Senhor a mencionada Santa Igreja de
Roma e lhe deram preferência com sua presença e triunfos dignos de veneração ante todas
as outras cidades no mundo inteiro.
3. Portanto, a primeira é a sede do Apóstolo Pedro, a Igreja de Roma, que não tem mancha,
nem ruga, nem outros defeitos.
Por outro lado, a segunda sede foi concedida para Alexandria, no nome do bem-aventurado
Pedro, por Marcos, seu discípulo e consagrado evangelista. Ele mesmo escreveu a Palavra
da Verdade estando no Egito, [escutando-a] diretamente do Apóstolo Pedro, e sua vida foi
consumada gloriosamente em martírio.
A terceira sede foi dada a Antioquia pelo bem-aventurado e honorável Apóstolo Pedro, que
viveu ali antes de vir a Roma, e onde viu pela primeira vez o nome de uma nova raça:
Cristãos.
Escritos que podem ser recebidos
IV. Entretanto nenhum outro fundamento pode estabelecer, senão aquele que foi
estabelecido, Cristo Jesus, sem embargo, para edificação, depois dos livros do Antigo e do
Novo Testamento enumerados anteriormente de acordo com o cânon, a Santa Igreja
Romana não proíbe receber os seguintes escritos:
1. O Santo Concílio de Nicéia, formado por 318 bispos e presidido pelo imperador
Constantino o Grande, em que foi condenado o herege Arrio;
o Santo Concílio de Constantinopla, presidido pelo imperador Teodósio o Velho, em que o
herege Macedônio se livrou de sua merecida condenação;
o Santo Concílio de Éfeso, em que Nestor foi condenado com o consentimento do bem-
aventurado Papa Celestino, presidido por Cirilo de Alexandria no assento do magistrado, e
por Arcádio, o bispo enviado desde a Itália.
o Santo Concílio de Calcedônia, presidido pelo imperador Marciano, e por Anatolio, bispo
de Constantinopla, em que as heresias Nestoriana e Eutiquiana, juntamente com Dióscoro e
seus simpatizantes, foram condenados.
2. Portanto se também há concílios apoiados até agora pelos Santos Padres, de menor
autoridade que estes quatro, decretamos que estes devem ser mantidos e recebidos. A
continuação, acrescentamos as obras dos Santos Padres que são recebidos na Igreja
Católica:
igualmente, as obras do bem-aventurado Cecílio Cipriano, mártir e bispo de Cartago; as
obras do bem-aventurado bispo Gregório Nazianceno; as obras do bem-aventurado Basílio,
bispo de Capadócia; as obras do bem-aventurado João, bispo de Constantinopla; as obras
do bem-aventurado Teófilo, bispo de Alexandria; as obras do bem-aventurado Cirilo, bispo
de Alexandria; as obras do bem-aventurado bispo Hilário Pictaviense; as obras do bem-
aventurado Ambrósio, bispo de Milão; as obras do bem-aventurado Agustinho, bispo de
Hipona; as obras do bem-aventurado sacerdote Jerônimo; as obras do bem-aventurado
Próspero, um homem sumamente religioso;
3. A epístola do bem-aventurado Papa Leão, destinada a Flaviano, bispo de Constantinopla;
portanto se alguma parte do seu texto fora disputada, não sendo aquela que foi recebida por
todos desde a Antigüidade, seja anátema; as obras e todos os tratados dos padres ortodoxos,
que não se desviaram em nada do [ensinamento] comum da Santa Igreja Romana, e que
nunca se separaram da fé e adoração, mantendo-se em comunhão pela graça de Deus até o
último dia de suas vidas, decretamos que sejam lidos; os decretos e epístolas oficiais que os
bem-aventurados papas enviaram desde Roma, por consideração a vários padres e em
diversas épocas, devem ser mantidas com reverência;
4. As atas dos Santos Mártires, que receberam a glória por suas múltiplas torturas e seus
maravilhosos triunfos de persistência. Que católico duvida que a maioria deles deva
suportar em agonias com todas suas forças, e resistiriam pela graça de Deus e a ajuda dos
demais? Portanto, de acordo com um costume antigo, por precaução não se lêem na Santa
Igreja Romana, porque os nomes de quem as escreveram não são conhecidos com
propriedade e não é possível separá-los dos não crentes e idiotas; ou porque declaram que é
de ordem inferior aos eventos ocorridos; por exemplo, as atas de Quirício e Julita, assim
como as de Jorge, e os sofrimentos de outros como estes, que parecem ter sido compostas
por hereges. Por esta razão, tal como se disse para não dar pretexto à piada casual, não são
lidas na Santa Igreja Romana. Sem embargo, veneramos junto com a mencionada Igreja a
todos os mártires e seus gloriosos sofrimentos, que são mais conhecidos por Deus que pelos
homens, com toda devoção; igualmente, as vidas dos padres Paulo, Antônio e Hilarión,
assim como todos os eremitas, que são descritos pelo bem-aventurado homem Jerônimo, as
recebemos com honra; igualmente, as atas do bem-aventurado Silvestre, bispo de silhão
apostólico, que são permitidas embora se desconheça sua autoria, já que sabemos que são
lidas por muitos católicos inclusive da cidade de Roma, e também pelo uso antigo das
gerações, que é imitado pela igreja; igualmente, os escritos sobre o achado da cruz, e outras
novelas sobre o achado da cabeça de João Batista, que são romances e alguns deles são
lidos por católicos; mas quando estes chegam as mãos de católicos, deve considerar
primeiro o que disse o Apóstolo Paulo: Examinai todas as coisas, retendo o que for bom;
Igualmente, Rufino, um homem sumamente religioso, que escreveu vários livros sobre as
obras eclesiásticas e algumas interpretações das escrituras; contudo, desde que o venerável
Jerônimo demonstrou que fez uso de certas liberdades arbitrárias em alguns desses livros,
consideramos como aceitáveis aqueles que o bem-aventurado Jerônimo, anteriormente
citado, considerava como aceitáveis; e não só os de Rufino, senão também aquele de
qualquer que seja recordado por seu zelo por Deus e criticado pela fé na religião;
igualmente, algumas obras de Orígenes, que o bem-aventurado homem Jerônimo não
rejeitou, as recebem para serem lidas, mas dizemos que o restante de sua autoria deve ser
rejeitado; igualmente, a Crônica de Eusébio de Cesaréa e os livros de sua História
Eclesiástica, que embora haja muitas coisas duvidosas no primeiro livro de sua narração e
logo haja escrito um livro elogiando e desculpando ao cismático Orígenes, sem embargo,
considerando que em sua narração há coisas destacáveis e úteis para a instrução, não
diremos a ninguém que devem ser rejeitadas; igualmente, elogiamos a Osório, um homem
sumamente erudito, que nos escreveu uma história mui necessária contra as calúnias dos
pagãos e de uma brevidade maravilhosa; igualmente, a obra pascoal do venerável homem
Sedulio, que foi escrita com versos heróicos e merece um elogio significativo;
Igualmente, a incrível e laboriosa obra de Juvêncio, que não desdenhamos, senão que nos
assombramos por ela.
Lista dos apócrifos
V. Os demais escritos que foram compilados ou reconhecidos pelos hereges ou cismáticos,
a Igreja Católica Apostólica Romana não recebe de nenhuma maneira; destes consideramos
correto citar a continuação de alguns que tem passado de geração em geração e que são
rejeitados pelos católicos:
Lista de libros apócrifos:
Em primeiro lugar, o Concílio de Sirmio, convocado pelo César Constâncio,
filho de Constantino, e presidido pelo Prefeito Tauro, que foi e será sempre
condenado; o Itinerário no nome do Apóstolo Pedro, que é chamado livro nove
de São Clemente apócrifo
Os Atos do Apóstolo André
Os Atos do Apóstolo Tomás
Os Atos do Apóstolo Pedro
Os Atos do Apóstolo Felipe
O Evangelho de Matias
apócrifos
apócrifos
apócrifos
O Evangelho de Barnabé
O Evangelho de Santiago, o menor
O Evangelho de são Pedro
O Evangelho de Tomás, usado pelos maniqueus
Os Evangelhos de Bartolomeu
Os Evangelhos de André
Os Evangelhos falsificados por Luciano
Os Evangelhos falsificados por Hesiquio
O livro sobre a infância do Salvador
O livro sobre a natividade do Salvador e Maria, ou A Parteira
O livro chamado O Pastor
Todos os livros que fez Leucio, discípulo do diabo
O livro chamado A Fundação
O livro chamado O Tesouro
O livro das filhas de Adão Leptogeneseos (Livro dos Jubileus)
O Centón sobre Cristo, posto em versos de Virgílio
O livro que Atos de Tecla e Paulo
O livro chamado de Nepote
O livro de Provérbios, escrito por hereges e pré-assinado com o nome de Santo
Sixto
As Revelações de Paulo
As Revelações de Tomás
As Revelações de Estevão
O livro chamado Assunção de Santa Maria
O livro chamado Penitência de Adão
apócrifos
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifos
apócrifos
apócrifos
apócrifos
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifos
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifo
apócrifo
O livro sobre Gog, o gigante que lutou contra o dragão depois do dilúvio,
segundo afirmam os hereges apócrifo
O livro chamado Testamento de Jó
O livro chamado Penitência de Orígenes
O livro chamado Penitência de São Cipriano
O livro chamado Penitência de Jane e Mambre
O livro chamado Sorte dos Apóstolos
O livro chamado Louvor dos Apóstolos
O livro chamado Cânones dos Apóstolos
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifo
apócrifo
O livro O Fisiólogo, escrito por hereges e pre-assinado com o nome do bem-
aventurado Ambrósio apócrifo
As Histórias de Eusebio Pánfilo
As obras de Tertuliano
As obras de Lactâncio, também conhecido como Firmiano
As obras de Africano
As obras de Postumiano e Gallo
As obras de Montano, Priscila e Maximila
As obras de Fausto, o maniqueu
As obras de Comodiano
As obras do outro Clemente, de Alexandria
As obras de Táscio Cipriano
As obras de Arnóbio
As obras de Ticônio
As obras de Cassiano, sacerdote de Gália
As obras de Vitorino de Petábio
As obras de Fausto, regente de Gália
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifas
As obras de Frumêncio o cego
A Epístola de Jesus a Abgaro
A Epístola de Abgaro a Jesus
A Paixão de Quirício e Julita
A Paixão de Jorge
Os escritos que são chamados Interdito de Salomão.
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifas
apócrifa
apócrifas
apócrifa
apócrifa
apócrifos
Todas as Filaterias que foram compostas, não em nome dos anjos como
pretendem alguns, senão no nome dos maiores demônios. apócrifas
Estes e outros escritos similares como os de Simão o Mago, Nícolas, Cerinto, Marción,
Basílides, Ebion, Paulo de Samossata, Fotino e Bonoso que adolecieron de erros similares,
também Montano com seus seguidores obscenos, Apolinaro, Valentino o maniqueu, Fausto
Africano, Sabélio, Arrio, Macedônio, Eunômio, Novato, Sabacio, Calisto, Donato,
Eustácio, Joviano, Pelagio, Juliano de Eclana, Celestio, Maximiano, Prisciliano de
Espanha, Nestorio de Constantinopla, Máximo Cínico, Lampécio, Dióscoro, Eutiques,
Pedro e o outro Pedro, um que desgraçou a Alexandria e o outro a Antioquia, Acácio de
Constantinopla e seus partidários, e todos os discípulos da heresia e dos hereges e os
cismáticos, cujos nomes apenas foram preservados, que ensinaram ou escreveram, e não só
são repudiados por toda a Igreja Católica Apostólica Romana, senão que devem ser
eliminados os autores e seus seguidores, e condenados com o indissolúvel vínculo do
anátema eterno.
APÊNDICE 4
FRAGMENTOS SOBRE AS PERSEGUIÇÕES
A continuação propõe uma série de textos, ordenados cronologicamente, pelo imperador,
que entregam múltiplas notícias acerca das diversas atitudes jurídicas do Estado romano
frente ao cristianismo: desde certa tolerância até as perseguições sistemáticas.
Cláudio
Expulsou de Roma os judeus, que provocavam tumultos continuamente a instigação de
Cresto.
Atos: 18,2-3: [Paulo] se encontrou com um judeu chamado Áquila, originário do Ponto,
que acabava de chegar da Itália, e com sua mulher Priscila, por haver decretado Cláudio
que todos os judeus saíssem de Roma; chegou a eles e como era do mesmo oficio, ficou
vivendo e trabalhando com eles. O oficio deles era fabricar tendas.
Nero
(2) Mas ni con los remedios humanos ni con las larguezas del príncipe o con los
cultos expiatorios perdía fuerza la creencia infamante de que el incendio había sido
ordenado (quin iussum incendium crederetur). Em conseqüência, para acabar com os
rumores, Nero apresentou como culpados e submeteu aos mais rebuscados tormentos aos
cristãos, aborrecidos por suas ignomínias. (3) Aqueles de quem tomavam nome, Cristo, que
havia sido executado no reinado de Tibério pelo procurador Pôncio Pilato; a execrável
superstição, momentaneamente reprimida, invadia de novo não somente pela Judéia,
origem do mal, senão também pela Cidade, lugar em que de todas as partes conflui e onde
se celebram todo tipo de atividades e vergonha. (4) O caso se iniciou por deter aos que
confessavam abertamente sua fé, e logo, por denúncia daqueles, uma multidão, e resultaram
convictos não tanto da acusação do incêndio quanto do ódio ao gênero humano. Mas seu
suplício se uniu o escárnio, de maneira que pereciam desgarrados pelos cães depois de tê-
los feito cobrirem-se com peles de feras, ou bem cravados em cruzes, ao cair o dia, eram
queimados de maneira que servissem como iluminação durante a noite. (5) Nero havia
oferecido seus jardins para tal espetáculo, e dava festivais circenses mesclado com a plebe,
con atuendo de auriga ou subido no carro. Por isso, embora fossem culpados e merecessem
os máximos castigos, provocavam a compaixão, ante a idéia de que pereciam não pelo bem
público, senão por satisfazer a crueldade de um só.
Clemente romano, Carta aos Corintios. A estes homens que viveram santamente se uniu a
uma grande multidão de eleitos que, depois de haver padecido por inveja, muitos ultrajes e
tormentos, foram para nós um esplêndido exemplo. 2. Por inveja, mulheres, Danaidas e
Dirces, depois de terem sido perseguidas e de padecer terríveis e ímpios ultrajes, foram
aparar a firme carreira da fé, e as fragilidades do corpo alcançaram uma excelente
recompensa.
Domiciano
Cf. Apologia de Melitón de Sardes (o texto está no apartado de Antonino Pio).
Trajano (96-117)
Plínio o Jovem, Epist. X,96 (carta a Trajano): Senhor, é norma minha submeter ao teu
arbítrio todas as questões que me oferecem motivo de dúvida. Quem melhor para
encaminhar minha dúvida ou para quitar minha ignorância? Nunca tenho levado a cabo as
pesquisas sobre os cristãos: não sei, portanto, que atos ou que medida tem de ser castigados
ou perseguidos. (2) Estou completamente confuso (me tenho perguntado) se não se dá
discriminação em ponto a idade ou se a tenra idade tem de ser tratada de modo adulta; se
deve perdoar a quem se arrepende, ou bem a quem tem sido cristão até a fim ou se lhe ajuda
algo o abjurar; si tem de castigar em razão do mero nome, ainda quando faltem atos que
denunciem, ou os delitos vinculados ao dito nome. Entretanto, eis aqui como tenho atuado
com quem são denunciados como cristãos. (3) Lhes perguntava se eram cristãos. Ao que
respondiam afirmativamente, lhes repetia duas ou três vezes a pergunta, sob ameaça de
suplício; perseveravam, lhes matava. Nunca tenho duvidado, em efeito, fosse o que fosse o
que confessassem que semelhante rebeldia e inflexível obstinação, merecem castigo ao
menos. (4) A outros, convictos de idêntica loucura, como eram cidadãos romanos, para os
trâmites pertinentes para enviá-los a Roma. E não tardaram como sempre sucede nestes
casos, ao difundir-se o crime a par que a indagação, em apresentar numerosos casos. (5) Me
chegou uma denúncia anônima que continha nomes de muitas pessoas. Quem negava ser
cristãos, se invocavam aos deuses conforme a fórmula imposta por mim, e se faziam
sacrifícios com incenso e vinho ante tua imagem, que a tal efeito fez erigir, e maldiziam
além de Cristo –coisas que, segundo me dizem que é impossível conseguir de quem são
verdadeiramente cristãos– considerei que deviam ser postos em liberdade. (6) Outros, cujos
nomes haviam sido denunciado, disseram ser cristãos e o negaram pouco depois; os que
haviam sido, logo deixaram de sê-lo, alguns há três anos, outros mais, outros inclusive vinte
anos atrás. Também todos estes tem adorado tua imagem e a estátua dos deuses e tem
amaldiçoado Cristo. (7) Por outro lado, eles afirmavam que toda sua culpa e erro consistiam
em reunirem-se em um dia fixo antes da alva e cantar coros alternativos um, hino a Cristo
como a um deus e forçado sob juramento (sacramento) não para perpetrar delito algum,
antes a não cometer furtos, crimes ou adultérios, a não faltar a palavra dada, nem a negar-
se, em caso de pedi-lo, a fazer um empréstimo. Terminados os seus ritos, tem-se por
costume o separar e o voltar-se a reunir para tomar o alimento, comum e inocentemente. E
inclusive desta prática haviam desistido de meu decreto pelo qual proibi as associações,
conforme as tuas ordens. (8) Intentei por todos os meios arrancar a verdade, ainda com a
tortura, de duas escravas que chamavam servas. Mas não cheguei a descobrir mais do que
uma superstição irracional e desmedida. (9) Por isso, depois de suspender a indagação,
recorro a ti em busca de conselho. O assunto me parece digno de consulta, sobre tudo pelo
número de denúncias: São, em efeito, muitas, de todas as idades, de todas as classes sociais,
de ambos os sexos, os que estão ou tem de estar em perigo. E não só nas cidades, também
nas aldeias e nos campos se tem propagado o contágio de semelhante superstição. Por isso
me parece que é preciso conte-la e fazê-la cessar. (10) Me consta com certeza que os
templos, desertos praticamente, começam a ser freqüentados de novo, e que as cerimônias
que há tempo interrompidas, se retomam, e que se vende por doquier a carne das vitimas
que até a data encontravam escassos compradores. De onde é fácil deduzir que a multidão
de homens poderia ser sanada se aceitasse seu arrependimento.
Plínio o Jovem, Epist. X,97 (resposta de Trajano): Caro Segundo, tenho seguido
atentamente o proceder no exame das causas de quem foram denunciados como cristãos.
Não se pode instituir uma regra geral, é certo, que tenha, por assim dizer, valor de norma
fixa. Não devem ser perseguidos de ofício. Se tem sido denunciados e confessado, tem de
ser condenados, mas do seguinte modo: quem nega ser cristã e haja dado prova manifesta
disso, a saber, sacrificando a nossos deuses, ainda quando seja suspeito a respeito ao
passado, tem de perdoá-lo por seu arrependimento. Enquanto as denúncias anônimas, não
têm que ter valor em nenhuma acusação, pois constituem um exemplo detestável e não são
dignas de nosso tempo.
Adriano (117-136)
Eusébio, História Eclesiástica, IV,9,1 (O mesmo texto em Justino, Apologia I,68,5-10): «A
Minucio Fundano: Recebi uma carta que me escreveu Serênio Graniano, varão claríssimo, a
quem tu tens sucedido. Pois bem, não me parece que devamos deixar sem examinar o
assunto, para evitar que se perturbe aos homens e que os delatores encontrem apoio para
suas maldades. 2. Por conseguinte, se os habitantes de uma província podem sustentar com
firmeza e as claras esta demanda contra os cristãos, de tal modo que lhes seja possível
responder ante um tribunal, este somente procedimento farão ater-se, e não a meras
petições e gritos. Efetivamente, é muito melhor que, se alguém quer fazer uma acusação,
você mesmo examine o assunto. 3. Portanto, se alguém os acusa e prove que cometeram
algum delito contra as leis, diagnostique segundo a gravidade da falta. Portanto se –por
Hércules– alguém apresenta o assunto por caluniar, decide acerca desta atrocidade e cuida
de castigá-la adequadamente». Tal seja o rescrito de Adriano.
Antonino Pio (136-161)
Justino, Apologia II,2,9. Ele antes marido dela [uma cristã], não podendo fazer nada contra
a mulher, se voltou contra um certo Ptolomeu, que foi que Urbico chamou ante seu tribunal,
por ter sido mestre dela nos ensinamentos de Cristo. E eis aqui o esboço de que se valeu.
10. Era seu amigo o centurião que meteu na cela o Ptolomeu, e assim persuadiu que lhe
detivera e lhe fizesse só esta pergunta: "Se era cristão." 11. Ptolomeu, que era por caráter
amante da verdade, incapaz de enganar nem dizer uma coisa por outra, confessou, em
efeito, que era cristão, o que bastou ao centurião para levá-lo à cadeia e atormentá-lo
durante muito tempo no cárcere. Quando, finalmente, Ptolomeu foi conduzido ante o
tribunal de Urbico, a única pergunta que se fez foi igualmente de se era cristão (...). Urbico
sentenciou que fosse condenado ao suplício; mas tal Lúcio, que era também cristão, vendo
um juízo celebrado tão contra toda razão, escreveu a Urbico com estas palavras: Por que
motivo castigou de morte um homem que não se provou ser adúltero, nem fornicador, nem
assassino, nem ladrão, nem salteador, nem réu, em fim, de crime algum, senão que tem
confessado somente de levar o nome de cristão? Não julgas, oh Urbico! Da maneira que
convém ao imperador Pio nem ao filho do César, amigo do saber, nem ao sacro Senado.
Portanto Urbico, sem responder uma palavra, se dirigiu também a Lúcio e lhe disse: Parece-
me que você também é cristão. Com muita honra, respondeu Lúcio. E sem mais, deu ao
prefeito ordem de que fosse também conduzido ao suplício.
Meliton de Sardes, Apologia dirigida a Antonino (em Eusébio, História Eclesiástica,
IV,26,8-10): A prova maior de que nossa doutrina floresceu para bem junto ao Império
felizmente iniciado é que, desde o reinado de Augusto, nada de mal sucedeu, antes, ao
contrário, tudo tem sido brilhante e glorioso, segundo as plegarias de todos. Entre todos,
somente Nero e Domiciano, persuadidos por alguns homens malévolos, quiseram caluniar a
nossa doutrina, e ocorre que disso derivou, por costume irracional, a mentira caluniosa
contra tais pessoas. Portanto teus pios padres emendaram a ignorância daqueles,
repreendendo por escrito muitas vezes as quantas se atreveram a fazer inovações acerca dos
cristãos. Entre eles se destaca teu avô Adriano, que escreveu a muitas e diferentes pessoas,
incluindo o pro cônsul Fundano, governador da Ásia.
Tertuliano, Apologeticum, (año 197?) I,1. Magistrados do império Romano, que preside os
tribunais da administração da justiça em lugar bem visível e elevado, talvez no mesmo
cume da cidade: se não podeis vós investigar abertamente e examinar em público que há de
certo na causa contra os cristãos; se tão só neste caso particular vossa autoridade se
avergilenza ou teme indagar publicamente com a diligência própria da justiça; se
finalmente, como aconteceu há pouco, demasiado ocupados em juízos domésticos, permite
que o ódio contra nosso grupo de seguidores de Cristo cerre a boca na defesa de nossa
causa: deixa, ao menos, que a verdade chegue a vossos ouvidos, embora que somente seja
pelo caminho oculto deste silencioso escrito. (...) A verdade só roga uma coisa: não ser
condenada sem ser conhecida (...). A primeira censura que fazemos é pela injustiça de
vosso ódio ao nome «cristão». Semelhante iniquidade tem sido agravada e ratificada pelo
mesmo motivo que deveria ser pretexto: vossa ignorância. Fará algo mais perverso que
odiar o que se ignora, embora merecesse ser odiado? Uma coisa é digna de ódio quando se
sabe que o merece (...). Prova de tal ignorância, que ao mesmo tempo que escusa a
iniquidade a condena, é que todos os que anteriormente odiavam porque ignoravam, no
mesmo instante em que deixam de ignorar também cessam de odiar. Entre estes estão
aqueles que se fazem cristãos com plena convicção; quando se convertem, começam a odiar
o que haviam sido e a professar aquilo que haviam odiado; e são tantos quantos são os
acusados. Andam por aí gritando que os cristãos invadem a cidade: cristãos nos campos,
nas cidadelas, nas ilhas; considera um prejuízo lamentável o fato de que pessoas de todo
sexo, idade, condição e inclusive dignidade se façam cristãos (...)
II,1. Se for certo que nós somos os piores criminosos, por que nos tratais de maneira
distinta que nossos semelhantes os malfeitores?: igual crime deveria corresponder igual
tratamento 2. Quando outros são acusados do mesmo que somos acusados, utilizam que
eles mesmos possam dizer e a palavra de advogados remunerados para defender sua
inocência; a eles se lhes concede ampla faculdade de responder e discutir, porque não é
lícito em absoluto condenar a ninguém sem que possa defender-se e sem ser escutado.
Somente os cristãos são impedidos de dizer algo que aclare sua causa, que defenda a
verdade, que ajude ao juiz a não ser injusto; neste caso, unicamente se atende ao que o ódio
público reclama: a confissão do nome, não o exame do crime 4. Quando fazes uma
indagação judicial sobre um delinqüente, não os contentais, para pronunciar sentença, com
que reconheça seu nome de homicida, ou sacrilégio, ou incesto, ou inimigo público (por
falar somente das imputações que contra nós fazeis): exigis conhecer as circunstâncias e a
natureza do fato, sua reincidência, o lugar, o modo, o tempo, as testemunhas, os cúmplices.
Nada disto fazeis conosco, quando do mesmo modo deverias fazer-nos confessar a força
tudo o que se semeia falsamente: quem e quantas vezes saborearam já infanticídios, quantos
incestos cometeram ocultamente, que cozinheiros e que cães estavam presentes. Grande
seria a glória do presidente que fosse capaz de desmascarar a quem tivesse comido um
cereal de crianças! Por outra parte, nos encontramos com que, em relação a nós, também a
busca está proibida. Assim, o governador de província Plínio Segundo condenou alguns
cristãos e intimaram outros que abandonassem seu caminho; porém alarmado por seu
grande número, consultou ao imperador Trajano que deveria fazer adiante, alegando que,
aparte da obstinação em não sacrificar, nada havia encontrado em seus ritos fosse de suas
reuniões antes do amanhecer para cantar a Cristo como Deus e para vincular-se em uma
norma de vida que proíbe o homicídio, o adultério, a fraude, a perfídia e demais crimes.
Trajano contestou então que esta gente não deveria ser procurada, mas que os entregues ao
tribunal deveriam ser castigados. 8. Sentença por necessidade ilógica! Impede que sejam
procurados porque são inocentes e manda castigá-los como delinqüentes. Perdoa e condena,
finge ignorá-los e os castiga. Por que te enganas a ti mesma, justiça? Se condenares, por
que não investigas também? Se não investigas, por que não absolves igualmente? Por todas
as províncias se estabelecem destacamentos militares para seguir a pista aos ladrões. Contra
os réus de lesa majestade e contra os inimigos públicos cada homem é um soldado e a
investigação se estende aos cúmplices e até aos confidentes. 9. Somente no caso do cristão
haveis decidido que não é lícito investigá-lo; em troca, é lícito entregá-lo, como se a
investigação devesse dirigir-se a um objetivo distinto do da entrega. Entendo que não
mereceu o castigo pelo fato de ser delinqüente senão porque foi encontrado, ainda quando
não deveria ser procurado. Assim que não atuais conosco do mesmo modo que o fazeis com
os malvados que tem de ser julgados. Aos demais que negam seus delitos os torturais para
que confessem. Somente aos cristãos os torturais para que neguem (...). Proclama um: «Sou
cristão». Diz o que é; vós quereis ouvir o que não é. Presidis para induzir a verdade;
conosco unicamente trabalhais por ouvir a mentira! «Sou, diz, isto que pergunta se é Por
que me torturas injustamente? Confesso, e me torturas: que farias se negasse?». Não dais
crédito facilmente a outros quando negam; a nós, se negamos nos acreditaria
imediatamente. (...) Se não me equivoco, as leis mandam desmascarar os malvados, não
escondê-los; prescrevem condenar aos réus confessos, não que sejam absolvidos. Isto
estabelece os senadores, isto define os decretos imperiais. (...). Em definitiva, ninguém
procura absolver ao malvado; nem é lícito querer isto. Pelo mesmo, ninguém está obrigado
a negar. Ao cristão, a quem considerais réu de todos os crimes e inimigo dos deuses, dos
imperadores, das leis, dos costumes, inimigo de toda a natureza... o obrigais a negar para
absolver a quem não poderias absolver se não houvesse negado. (...). Já que em tudo nos
tratais de diversos modos que aos outros culpados (...) bem podeis entender que não está em
questão nenhum crime, senão o nome (...). Assim que somos torturados por confessar,
somos castigados por perseverar e somos absolvidos por negar, já que é uma guerra contra
o nome. Finalmente, o que significa a sentença na tabela: «cristão»? Por que não também
«homicida», se o cristão é um homicida? Por que não credes também que somos réus de
«incesto» ou de qualquer outro delito? Somente em relação a nós tens vergonha ou medo de
chamar por seus nomes os crimes que nos imputais? Se «cristão» não é nome de nenhum
crime, é verdadeiramente estúpido fazer consistir o crime só no nome.
III,1. O que quereis que os digam? Muitos impulsionam cegamente o ódio contra o nome
cristão. De tal maneira que, inclusive participando com seu testemunho a favor de algum
cristão, lhes censuram ao mesmo tempo levar tal nome. «Gaio é uma boa pessoa, mas é
cristão». Outro diz: «Admiro muito que Lúcio Tício, homem sensato, repentinamente se
tornou cristão». Ninguém pensa se acaso Caio não for bom e não ser prudente como Lúcio
é precisamente por serem cristãos; ou se não tem se tornado cristãos precisamente porque
um é bom e o outro prudente.
IV,3. Portanto, como nossa verdade aniquila todas estas acusações se acabam por opor a
autoridade das leis. Diz-se que de nenhum modo se pode contradizer as leis, ou que sua
observância queiramos ou não, deve necessariamente antepor-se a verdade. Por isso, ante
de tudo discutirei as leis convosco, que sois suas guardiãs. Em primeiro lugar, sentenciais
como norma de direito: «Não vos está permitido existir!». E o prescreve sem que o
humanismo os mova a nenhuma correção.
V,1. Fixemos-nos um pouco mais na origem destas leis. Havia um antigo decreto que
impedia ao imperador consagrar a alguém como deus, se isto não era aprovado pelo senado.
Bem o sabe M. Emilio pelo seu deus Alburno. Isto também favorece nossa causa: entre vós
a divindade se decide por humana sentença. Não se faz do homem um deus, esse não será
deus; é o homem que deverá ser propício com o deus. Assim Tibério, em cujo tempo se
introduziu o nome cristão no mundo, quando lhe anunciaram desde a Síria Palestina os
fatos que ali haviam revelado a verdade de nosso Deus, os apresentou ao senado com a
prerrogativa de seu voto para legalizar o culto. O senado rejeitou a proposta, porque não a
havia comprovado por si mesmo; o César se manteve firme em sua sentença, ameaçando
com pena capital aos acusadores dos cristãos. 3. Consultai vossos arquivos; encontrareis ali
que Nero foi o primeiro que se arremeteu ferozmente com sua espada contra este grupo de
seguidores de Cristo quando surgia com força em Roma. É para nós um motivo de glória
que ele fosse o primeiro em condenar-nos: em efeito, que lhe conhece, pode entender que
por Nero não pode ser condenado senão um grande bem. 4. Também havia intentado
Domiciano, pequeno Nero no que se refere a crueldade; mas em um arranque da
humanidade, facilmente deteve o que havia começado, fazendo voltar também aos exilados.
Nossos perseguidores são sempre assim: injustos, ímpios, indignos. Também vós estais
acostumados a condená-los; como normalmente reabilitais aos que eles condenam (...) 7.
Decidi-me pois: que classe de leis são estas que contra nós executam só os ímpios, os
injustos, os torpes, os cruéis, os vãos, os dementes? Trajano as evitou em parte, vetando que
os cristãos fossem investigados; Vespasiano não as aplicou (embora fosse perseguidor dos
judeus); Adriano não as imprimiu (embora fosse explorador de todas as curiosidades); nem
tampouco Pio, nem Vero. 8. Certamente seria mais compreensível que os piores fossem
julgados pelos melhores, como naturais adversários, mais bem que pelos que foram maus
como eles.
VI, 9. Onde está vossa religião? Onde a veneração que deveis a vossos antepassados?
Haveis renunciado aos avós no vestir, no sustento, no ensinamento, no sentido e inclusive
na mesma palavra. Elogias sempre a Antigüidade e cada dia viveis da novidade. Pelo qual
se faz patente que, visto que os apartais das boas instituições de vossos antepassados, reteis
e guardais aquilo que não deverias, quando não guardastes o que deverias guardar. 10. O
que se parece que guardais fielmente da tradição de vossos pais, (que é o motivo principal
pelo que acusais aos cristãos como réus de transgressão), é o zelo em adorar aos deuses.
Nisto se equivocou sobremaneira a Antigüidade.
Septimio Severo (193-211)
Eusébio, História Eclesiástica, VI,1: E como também Severo suscitara uma perseguição
contra as igrejas, em todas as partes se consumaram esplêndidos martírios dos atletas da
religião, mas se multiplicaram especialmente em Alexandria. Os atletas de Deus foram
enviados para lá, como ao estádio maior, desde Egito e de toda a Tebaida, e por sua
firmíssima paciência em diversos tormentos e gêneros de morte, se cingiram com as coroas
preparadas por Deus.
Eusébio, História Eclesiástica, VI,4,1: O primeiro, pois, destes foi Plutarco, mencionado
pouco mais acima. Quando este era conduzido a morte, de novo faltou pouco para que
aquele de quem estamos falando [Orígenes] e que lhe assistia até o último instante de sua
vida que foi linchado ali mesmo pelos cidadãos, como culpados evidente de aquela morte.
Maximino (235-238)
Eusébio, História Eclesiástica, VI,28: Quando o imperador dos romanos Alexandro deu
fim a seus treze anos de império, lhe sucedeu Maximino César. Este, por ressentimento
contra a família de Alexandro, que se compunha de numerosos fiéis, suscitou uma
perseguição ordenando que somente fossem eliminados os chefes das igrejas, como
culpados do ensinamento do Evangelho. Foi então quando Orígenes compôs sua obra sobre
o martírio, que dedicou a Ambrósio.
Décio (249-251)
Eusébio, História Eclesiástica, VI,39,1: Agora bem, a Felipe, que havia sido imperador por
sete anos, quem lhe sucede é Decio, que, por ódio a Felipe, suscitou uma perseguição
contra as igrejas. Nela consumou Fabián seu martírio em Roma, e Cornélio o sucede no
episcopado. E na Palestina, Alexandro, o bispo da igreja de Jerusalém, novamente
comparece por Cristo ante os tribunais do governador em Cesaréa, e depois de distinguir-se
nesta segunda confissão de fé, experimenta o cárcere apesar de estar já coroado com as
canas veneráveis de sua velhice.
Eusebio, Historia Eclesiástica, VI,41,1: E o mesmo, em sua carta a Fábio, bispo de
Antioquia, narra como segue os combates dos que sofreram martírio em Alexandria com
Décio: «Entre nós, a perseguição não começou pelo edito imperial, senão que se antecipou
um ano inteiro. Tomando a dianteira nesta cidade o adivinho e autor de males, quem quer
que ele fosse, agitou e excitou contra nós as turbas de pagãos reavivando seu zelo pela
superstição do país. Por ele excitados e tomando-se toda licença para seu obrar ímpio,
começaram a pensar que somente era religião este ato de culto demoníaco: desejaram
assassinar-nos».
Lactâncio, Sobre a morte dos perseguidores, 4,1-3: Em efeito, depois de muitos anos,
surgiu para humilhar a Igreja o execrável animal Décio. Pois quem senão um mal pode ser
perseguidor da justiça? Como se houvesse sido elevado ao cume do poder com esta
finalidade, começou rapidamente a derramar sua cólera contra Deus para que rápida fosse
sua queda. Havendo marchado em expedição contra os carpos, que haviam ocupado Dacia
e Mesia, rodeado de improviso pelos bárbaros, foi destruído com grande parte do exército.
Nem sequer pôde ser honrado com a sepultura, senão que, despojado e desnudo, como
correspondia a um inimigo de Deus, foi pasto das aves de rapina na terra.
Valeriano (253-260)
Eusébio, História Eclesiástica, VII,11,24. E algo mais sobre [Dionísio na carta a Domécio
e a Dídimo] segue dizendo: «Entretanto, na cidade [de Alexandria] se acham escondidos e
visitam em secreto os irmãos, de uma parte, os presbíteros Máximo, Dióscoro, Demétrio e
Lúcio –já que os mais conhecidos no mundo, Faustino e Áquila, andam errantes pelo
Egito–, e de outra, os diáconos que sobreviveram aos que morreram na ilha: Fausto,
Eusébio e Queremom. Eusébio é aquele a quem Deus fortaleceu e preparou desde o
princípio para cumprir arduamente o serviço aos confessores encarcerados e levar a cabo,
não sem perigo, o enterro dos corpos dos perfeitos e santos mártires. Efetivamente,
inclusive até o presente, o governador não deixa de dar cruel morte, como disse antes, a
alguns dos que a ele são conduzidos, de desgarrar aos outros em torturas e de consumir em
cárceres e prisões ao resto, ordenando que ninguém lhes aproxime, e indagando se alguém
aparece. E, sem embargo, Deus não cessa de aliviar os oprimidos, graças ao ânimo e
perseverança dos irmãos».
Galieno (260-268)
Eusébio, História Eclesiástica, VIII,1. Explicar como se merece quais e quão grandes
foram, antes da perseguição de nosso tempo, a glória e a liberdade de que gozou entre todos
os homens, gregos e bárbaros, a doutrina da piedade para com o Deus de todas as coisas,
anunciada ao mundo por meio de Cristo, é projeto que nos excede. Sem embargo, provas
disso poderiam ser a acolhidas dos soberanos para com os nossos, a quem inclusive
encomendavam o governo das províncias, dispensando-lhes da angústia de ter que
sacrificar, pela muita amizade que reservavam da nossa doutrina. Que necessidade há de
falar dos que estavam nos palácios imperiais e dos supremos magistrados? Isto consentia
que seus familiares - esposas, filhos e criados - obraram abertamente, com toda liberdade,
com sua palavra e sua conduta, referente à doutrina divina, talvez lhes permitindo inclusive
gloriar-se da liberdade de sua fé. Os consideravam muito dignos de aceitação, ainda mais
que a seus companheiros de serviço.
Diocleciano (284-305)
Eusébio, História Eclesiástica, VIII,4,2. Porque foi muito recentemente quando o que fala
recebido de poder, como quem se levanta de um profundo sono, a empreendeu contra as
igrejas, ocultamente ainda que não às claras, no tempo que seguiu a Décio e Valeriano. E
não atacou de golpe com uma guerra contra nós, senão que, todavia provou somente com os
que estavam nas legiões, pois deste modo pensava que pegaria mais facilmente também aos
demais se primeiro saísse vitorioso na luta contra aqueles. Era de ver então o grande
número de soldados, abraçar contentíssimos a vida civil e evitar assim converterem-se em
negadores de sua religião para com o Fazedor de todas as coisas. Efetivamente, assim que o
general do exército – quem quer que fosse – empreendeu a perseguição contra as tropas e se
deu a classificar e depurar aos funcionários militares, como desse a escolher entre seguir
gozando da graduação que lhes correspondia, se obedecia, ou ver-se, pelo contrário,
privados da mesma, se si oporiam às ordens, muitíssimos soldados do reino de Cristo, sem
vacilar, prefeririam a confissão de Cristo a glória aparente e ao bem estar que possuíam.
Nesse momento era raro que um ou dois destes recebessem não só a perda de sua
graduação, senão também a morte em troca de sua piedosa resistência, pois por então o
armador da conspiração, todavia guardava certa moderação e ousava aventurar-se somente
até algum ou outro derramamento de sangue, já que, todavia lhe assustava, segundo parece,
a multidão dos fiéis e ainda vacilava em desatar uma guerra contra todos de uma vez.
Eusébio, História Eclesiástica, VIII,2,3. ...Vamos, pois; comecemos já desde este ponto a
descrever em resumo os combates sagrados dos mártires da doutrina divina. Era este o ano
dezenove do império de Diocleciano e o mês de Distro –entre os romanos se diria o de
março– quando, estando próxima a festa da Paixão do Salvador, por toda parte se
estenderam editos imperiais mandando arrasar até o chão as igrejas e fazer desaparecer pelo
fogo as Escrituras, e proclamando privados de honras a quem os desfrutavam e de liberdade
aos particulares se permanecessem fiéis em sua profissão do cristianismo. Tal era o
primeiro edito contra nós, mas não muito depois nos vieram outros editos nos que se
ordenava: primeiro, lançar em prisões a todos os presidentes das igrejas em todo lugar, e
logo, força-os por todos os meios a sacrificar.
Eusébio, História Eclesiástica, VIII 6,8. Portanto, não muito depois, havendo intentado
alguns, na região chamada Melitene, e outras inclusive na Síria, atacar ao império, saiu uma
ordem imperial de que em todas as partes se encarcerasse e acorrentasse os dirigentes das
igrejas. E o espetáculo que isto se deu ultrapassou toda narração: em todas as partes se
encerrava a uma multidão inumerável, e em todo lugar os cárceres, preparadas
anteriormente, para homicidas e violadores de tumbas, abundavam agora de bispos,
presbíteros, diáconos, leitores e exorcistas, até não permanecer ali para os condenados por
suas maldades. Mais ainda, ao primeiro edito seguiu outro, em que se mandava deixar
marcharem livres os encarcerados que foram sacrificado e passar pela tortura aos que
resistissem. Como, repito, neste caso poderia enumerar a multidão de mártires de cada
província, sobre tudo da África, Mauritânia, Tebaida e Egito? Do Egito, alguns que havia
inclusive emigrado a outras cidades e províncias sobressaíram por seus martírios.
Lactâncio, Sobre a morte dos perseguidores, XI-XIII: A mãe de Galeno adorava os deuses
das montanhas e, dado que era uma mulher sobremaneira supersticiosa, oferecia banquetes
sacrificais talvez diariamente e assim proporcionava alimento a seus compatriotas. Os
cristãos se abstinham de participar e, portanto, ela banqueteava com os pagãos, eles se
entregavam ao jejum e a oração. Concebeu por isto ódio contra eles e, com lamentações
mulheres, incitava o seu filho que não era menos supersticioso que ela, a eliminar estes
homens. Assim, pois, durante todo o inverno ambos os imperadores tiveram reuniões em
que ninguém era admitido e nas mesmas, todos criam que se tratava de assuntos do mais
alto interesse público. O ancião [Diocleciano] se opôs ao seu fanatismo tratando de fazê-lo
ver o quão pernicioso que seria turbar a paz da terra mediante o derramamento de sangue de
muitas pessoas. Insistia que os cristãos acostumassem a morrer com gosto e que era
suficiente proibir a prática desta religião aos funcionários do palácio e aos soldados. Mas
não conseguiu reprimir a loucura deste homem fanático. Por isso, lhe pareceu oportuno
verificar a opinião dos seus amigos. Assim era, em efeito, seu malvado caráter: quando
tomava alguma medida beneficente o fazia sem pedir previamente conselho, a fim de que
os elogios recaíssem somente sobre ele; pelo contrário, quando a medida era prejudicial,
como sabia que ia ser censurado, convocava os conselhos de muitos, a fim de que se
culpassem outros daquilo de que só ele era responsável. Fez-se, pois, comparecer a uns
poucos altos funcionários e militares que foram interrogados seguindo a ordem hierárquica.
Alguns, levados pelo seu ódio pessoal contra os cristãos, opinaram que estes deveriam ser
eliminados enquanto são inimigos dos deuses e dos cultos públicos; os que pensavam de
outro modo coincidiram com este parecer, depois de constatarem os desejos desta pessoa,
ora por temor, ora por desejo de alcançar uma recompensa. Mas ainda assim não
conseguiram fazer com que o imperador desse seu consentimento, senão que preferiu
consultar os deuses e, a tal fim, enviou um arúspice a Apolo Milesio. Este respondeu como
inimigo da religião divina. Assim, pois, mudou de idéia e, dado que não poderia opor-se a
seus amigos, nem a César, nem a Apolo, se esforçou, ao menos, em que se observasse a
limitação de que tudo se fizesse sem derramamento de sangue, tanto que César desejava
que fossem queimados vivos os que se negassem a oferecer sacrifícios. Busca-se o dia
favorável e propício e resulta na eleita festa dos Terminais, que se celebram em 23 de
fevereiro, como se com isso se quisesse por fim a nossa religião. Aquele dia foi a primeira
causa de morte, a primeira causa dos males que se abateram sobre eles e sobre toda terra.
Ao amanhecer deste dia - exerciam, naquele tempo, o consulado de ambos os anciãos,um
pela oitava vez, outro pela sétima vez–, quando a luz era ainda tênue se apresentou de
improviso na igreja [de Nicomédia] o prefeito acompanhado dos chefes e tribunos militares
e dos funcionários do fisco. Arrombam as portas e procuram imagem de Deus; acham e
queimam as Escrituras; permitem a todos a saquearem; pilhagens, agitação e carreiras.
Entretanto, os dois imperadores de um lugar estratégico – ao estar a igreja em um lugar
elevado era visível do palácio– discutiam entre si amplamente se não seria preferível atear
fogo na igreja. Instituiu-se o parecer de Diocleciano, temeroso de que, ao provocar um
grande incêndio, ardesse também alguma parte da cidade, pois a igreja estava rodeada por
todas partes de numerosos e grandes edifícios. Assim, se apresentaram os pretorianos
formados no esquadrão, providos de tochas e outras ferramentas e, atacando por todas as
partes, em poucas horas arrasaram este soberbo templo. No dia seguinte se publicou um
Edito em que se estipulava que as pessoas que professassem esta religião fossem privadas
de toda honra e de toda dignidade e que fossem submetidas a tortura, qualquer que fosse
sua condição e título; que fosse lícita qualquer ação judicial contra eles, ao tempo que eles
não poderiam queixar-se por injúrias, adultério ou roubo; em uma palavra, eram privados
da liberdade e da palavra. Certa pessoa, mostrando grande valentia, ainda que de pouca
prudência, arrancou este Edito e o rompeu, no tempo que dizia entre piadas que se tratava
de vitórias sobre godos e sármatas. Na ocasião foi detido e não só torturado, senão cozido
lentamente, como mandam os cânones, o que suportou com admirável paciência, e por
último foi queimado. (Cf. Eusebio, Historia Eclesiástica, VIII,5).
Lactancio, Sobre a morte dos perseguidores, XV: Assim, o Imperador estava furioso não só
com os empregados do palácio, senão também com todo mundo. E, antes de tudo, obrigou
sua filha Valéria e a sua esposa Priscila que se mancillasen oferecendo sacrifícios. Foram
mortos eunucos até então muito influentes, dos que dependiam o sustento do palácio e do
Imperador mesmo. Foram detidos também presbíteros e ministros do culto que,
anteriormente foram condenados sem prova nenhuma e sem terem confessado, eram
levados a morte acompanhados de todos os seus. Pessoas de todos os sexo e idade eram
lançadas no fogo e o número era tão elevado que tinham de ser colocados em meio da
fogueira, não de um em um, senão em grupos. Os empregados do palácio eram
submergidos no mar com rodas de moinho atadas ao pescoço. A perseguição não se aplicou
com menor violência sobre o resto da população, pois eram enviados a todos os templos
magistrados que obrigasse a todo mundo a oferecerem sacrifícios. Os cárceres estavam
cheios; se ideavam sistemas de torturas desconhecidos até então e, a fim de que ninguém
fosse julgado sem provas, eram colocados altares nas salas de audiência e diante dos
tribunais para que os contestadores oferecessem sacrifícios antes de defender suas causas:
se apresentava, pois, um ante os juízes como se fosse ante os deuses. Tinham enviado
também cartas a Maximiano e a Constâncio para que atuassem do mesmo modo; nem
sequer solicitou seu parecer nesse assunto tão importante. Certamente, o ancião
Maximiano, pessoa que não se caracterizava pela sua clemência, obedeceu de bom grado na
Itália. Quanto a Constâncio, para que não parecesse que desaprovava as ordens de seus
superiores, se limitou a permitir que fossem destruídos os lugares de reunião, isto é, as
paredes que poderiam ser reconstruídas, mas conservou intacto o verdadeiro templo de
Deus que se encontra dentro das pessoas.
Eusébio, História Eclesiástica, VIII,12,1: Que necessidade tenho eu agora de recordar seus
nomes, de contar a multidão de homens ou de pintar os variados tormentos dos admiráveis
mártires? Uns os mataram a machadadas, como ocorreu com os da Arábia; outros
queimaram as pernas, como sucedeu aos da Capadócia; as vezes os penduravam pelos dois
pés, cabeça para baixo, e ateavam debaixo um fogo lento, cuja fumaça os asfixiava no arder
da lenha, como no caso dos da Mesopotâmia; e as vezes lhes cortavam o nariz, as orelhas e
as mãos e partiam em pedaços os restantes dos membros e partes de seus corpos, como
aconteceu em Alexandria. Para que reavivar a lembrança dos de Antioquia, dos que eram
assados na brasa, não para fazê-los morrer, senão para aumentar seu tormento; e dos que
preferiam meter sua mão direita no fogo antes de tocar o sacrifício maldito? Alguns deles,
por fugir da prova, antes de serem apreendidos e de caírem nas mãos dos conspiradores,
eles mesmos se lançavam do alto de suas casas, considerando o morrer como uma
diminuição a maldade dos ímpios. (...) 6. Outros, por sua parte, sofreram no Ponto
tormentos que, só de ouvi-los, fazem estremecer. Uns lhes traspassaram os dedos com varas
pontiagudas, cravadas nas pontas das unhas; outro, depois de fundir o chumbo no fogo,
fervendo e incandecente como estava, derramavam sobre as partes de trás e lhes
queimavam as partes mais necessárias do corpo. E outros sofreram em seus membros
secretos e em suas entranhas tormentos vergonhosos, implacáveis e impossíveis de
expressar com palavras, tormentos que aqueles nobres e legítimos juízes imaginavam com
o maior zelo, mostrando sua crueldade como um alarde de sabedoria e tratando com
obstinação de superar uns aos outros nas invenções de suplícios, sempre mais novos, como
em um torneio com prêmios.
Maximino Daya ( + 310)
Eusébio, História Eclesiástica, VIII,9,1. Mas os ultrajes e dores que suportaram os mártires
de Tebaida sobressaíam toda descrição. Dilaceravam todo seu corpo usando conchas em
vez de forquilhas, até perderem a vida; amarravam as mulheres por um pé e as suspendiam
no ar mediante aparelhos, com a cabeça para baixo e o corpo inteiramente nu, oferecendo a
todos que olhavam o espetáculo mais vergonhoso, o mais cruel e o mais desumano de
todos. 2. Outros, por sua vez, morriam amarrados em árvores e galhos: puxando com uns
aparelhos juntavam os galhos mais fortes e amarravam em cada um deles as pernas dos
mártires, e soltavam os galhos para que voltassem a sua posição natural. Assim haviam
inventado o esquartejamento instantâneo contra quem tais coisas empreendiam. E tudo isto
se perpetrava não já por poucos dias ou por breve temporada, senão por um longo espaço
de anos, morrendo às vezes mais de dez pessoas, às vezes mais de vinte; em outras
ocasiões, não menos de trinta, e alguma vez até cerca de sessenta; e ainda tivesse sidos
mortos cem homens em um só dia, por certo com seus filhos e suas mulheres, condenados à
vários e sucessivos castigos. E nós mesmos, achando-nos no lugar dos fatos, vimos muitos
sofrerem em massa e em um só dia, uns, a decapitação, e outros, o suplício do fogo, até
chegar o ponto da espada perder o fio e partir em pedaços de puro desgaste, entretanto os
mesmos assassinos se revezavam entre si por causa do cansaço.
Eusébio, História Eclesiástica, IX,1,2. Assim, pois, Sabino, honrado entre eles com a
dignidade dos magistrados mais elevados, dá a conhecer a decisão do imperador aos
governadores de cada província mediante uma carta em latim. Sua tradução é a seguinte:
«Com o mais rico e mais santo zelo, faz em tempo que a divindade de nossos senhores,
santíssimos imperadores, determinou orientar as mentes de todos os homens ao santo e reto
caminho do viver, para que, inclusive os que pareciam seguir um costume alheio a dos
romanos, renderam o culto devido aos deuses imortais. Mas a obstinação e rudíssima
vontade de alguns subiram a tanto, que nem com o justo raciocínio da ordem se poderia
apartá-los de sua própria determinação, nem o castigo prometido os arredava. Como queira,
que por causa de tal atitude ocorreu que muitos se puseram em perigo, a divindade de
nossos senhores, os poderosíssimos imperadores, julgando, segundo a excelência de sua
piedade, que era indiferente a seu próprio e diviníssimo propósito estar lançando os homens
a um perigo tão grande por uma causa assim, ordenou escrever a tua inteligência por meio
de minha devoção, que, se algum cristão fosse encontrado tomando parte na religião de sua
própria nação, o aparte da moléstia e do perigo que o ameaçasse e não julgues que deve
alguém ser castigado por este motivo, já que com o decorrer de longo tempo comprovou
que de nenhuma maneira seja possível persuadi-los de que se apartem de semelhante
obstinação. Por conseguinte, tua solicitação deve escrever aos curandores, aos magistrados
municipais e aos prepósitos do distrito rural de cada cidade para que saibam que, adiante,
não lhes convém preocupar-se com este edito».
Galerio (+ 311)
Eusébio, História Eclesiástica, VIII,17,1. Lutando contra males tão grandes, se deu conta
das atrocidades que se atreveu cometer contra os adoradores de Deus e, em conseqüência,
tomando em si seu pensamento, primeiramente confessou ao Deus do universo e logo,
chamando aos de sua comitiva, deu ordens de que, sem discordar um momento, fizeram
cessar a perseguição contra os cristãos e que, mediante uma lei e um decreto imperiais, lhes
deram força para que construíssem suas igrejas e praticassem o culto acostumado,
oferecendo orações pelo imperador. Imediatamente, as obras seguiram as palavras, e por
todas as cidades se divulgou um edito que continha a palinodia do feito conosco, nos
termos seguintes: «O Imperador César Galeno Valério Maxímiano, Augusto Invito,
Pontífice Máximo, Germânico Máximo, Egípcio Máximo, Tebeo Máximo, Sármata
Máximo cinco vezes, Persa Máximo duas vezes, Carpo Máximo seis vezes, Armênio
Máximo, Medo Máximo, Adiabeno Máximo, Tribuno da Plebe vinte vezes, Imperador
dezenove vezes, Cônsul oito vezes, Pai da Pátria, Pro cônsul; e o Imperador César Flavio
Valério Constantino Augusto Pio Félix Invicto, Pontífice Máximo, Tribuno da Plebe,
Imperador cinco vezes, Cônsul, Pai da Pátria, Pro cônsul; e o Imperador César Valério
Liciniano Licínio Augusto Pio Félix, Invicto, Pontífice Máximo, Tribuno da Plebe quatro
vezes, Imperador três vezes, Cônsul, Pai da Pátria, Pro cônsul, aos habitantes de suas
próprias províncias, saúde. Entre as outras medidas que tomamos para utilidade e proveito
do Estado, já anteriormente foi vontade nossa endereçar todas as coisas conforme as antigas
leis e ordem públicas dos romanos e prover que também os cristãos, que tinham
abandonado a seita de seus antepassados, voltassem ao bom propósito. Porque, devido
algum especial raciocínio, é tão grande a ambição que os retém e a loucura que os domina,
que não seguem o que ensinaram os antigos, o mesmo que talvez seus próprios progenitores
estabelecessem anteriormente, senão que, segundo o próprio desígnio e o real desejo de
cada qual, se fizeram leis para si mesmos, e estas guardam, conseguindo reunir multidões
diversas em diversos lugares. Por tal causa, quando isso seguiu uma ordem nossa de que se
mudassem ao estabelecido pelos antigos, um grande número esteve sujeito ao perigo, e
outro grande número se viu perturbado e sofreu todo tipo de mortes. Mas como a maioria
persistiu na mesma loucura e viram que não rendiam aos deuses celestes o culto devido
nem atendiam ao dos cristãos, fixamo-nos em nossa benignidade e em nosso constante
costume de outorgar perdão a todos os homens, cremos que era necessário es0tender
também da mais boa vontade ao presente caso nossa indulgência, para que de novo haja
cristãos e repare os edifícios em que se reuniam de tal maneira que não pratiquem nada
contrário à ordem pública. Por meio de outra carta mostrarei aos juízes o que deverão
observar. Em conseqüência, em troca desta nossa indulgência, deverão rogar ao seu Deus
por nossa salvação, pela do Estado e pela sua própria, com a finalidade de que, por todos os
meios, o Estado se mantenha são e eles possam viver tranqüilos em suas próprias casas».
Tal era o teor deste edito escrito na língua latina e traduzido no possível ao grego. Que
ocorreu depois disto, tempo é de examiná-lo.
Lactancio, Sobre a morte dos perseguidores, XXXIV: «Entre as restantes disposições que
temos tomado visando sempre pelo bem e o interesse do Estado, procuramos, com o intento
de amoldar todas as leis tradicionais e as normas dos romanos, que também os cristãos que
tinham abandonado a religião de seus pais retornassem aos bons propósitos. Em efeito, por
motivos que desconhecemos tinha se apoderado deles uma rebeldia e uma insensatez tais,
que já não seguiam os costumes dos antigos, costumes que talvez seus mesmos
antepassados houvessem estabelecido pela primeira vez, senão que ditavam a si mesmos, de
acordo unicamente com seu livre arbítrio e seus próprios desejos, as leis que deviam
observar e atrair as pessoas de todo tipo e dos mais diversos lugares. Depois de demonstrar
a nós a disposição de voltar as crenças dos antigos, muitos concordaram pelas ameaças,
outros muitos pelas torturas. Mas, como muitos perseveraram em seu propósito e
constatamos que nem prestam aos deuses o culto e a veneração devidos, nem podem honrar
tampouco ao Deus dos cristãos, em virtude de nossa clemência e de nosso habitual costume
de conceder a todos, o perdão, cremos oportunamente estendê-los também a eles nossa mui
manifesta indulgência, de modo que possam novamente ser cristãos e possam reconstruir
seus lugares de culto, com a condição de que não façam nada contrário a ordem
estabelecida. Mediante outra circular indicaremos aos governadores a conduta a seguir.
Assim, pois, em correspondência as nossas indulgências, deverão orar ao seu Deus por
nossa saúde, pela do Estado e pela sua própria, a fim de que o Estado permaneça incólume
em todo seu território e eles possam viver seguros em suas casas».
Constantino (311-337)
Lactancio, de mortibus persecutorum, 44: Já se havia iniciado entre eles a guerra civil.
Majencio, ainda permanecia em Roma, pois havia recebido uma resposta do oráculo no
sentido de que pereceria se saísse das portas da cidade, levava a guerra por meio de hábeis
generais. Majencio dispunha de maior número de homens porque havia herdado de Severo
o exército de seu pai e o seu próprio o havia recrutado recentemente, a base de contingentes
de mouros e gétulos. Iniciou-se a luta, e no começo conseguiram se impor os soldados de
Majêncio até que, posteriormente, Constantino, com ânimo renovado e disposto a tudo,
moveu suas tropas até as proximidades de Roma e acampou junto à ponte Milvio. Estava
próxima a data em que Majêncio comemorava sua ascensão ao poder, em 27 de Outubro, e
seus Qüinqüenais tocavam para seu fim. Constantino foi advertido em sonhos para que
gravasse nos escudos o sinal celeste de Deus e dispusesse deste modo para batalha. Pôs-se
em prática o que se lhe havia ordenado e, fazendo girar a letra X com sua extremidade
superior curvada em círculo, grava o nome de Cristo nos escudos. O exército, protegido
com este emblema, toma as armas. O inimigo avança sem a presença de seu imperador e
cruza a ponte. Os dois exércitos chocam frente a frente e se enfrentam por ambos os lados
com extrema violência: e nem neste nem naquela era uma fuga conhecida. Na cidade
estoura um motim e acusa o imperador como traidor da salvação nacional. Ao aparecer em
público, pois estava dando uns jogos no circo em comemoração a seu aniversario, o povo,
ao ponto, pronunciou, todos em um, que Constantino não poderia ser vencido. Afetado por
estes gritos, abandona o circo, chama alguns senadores e ordena que sejam consultados os
livros Sibilinos. Descobre-se neles que naquele dia morreria o inimigo dos romanos.
Reanimado na esperança da vitória com esta resposta, pôs-se em marcha e chega ao campo
de batalha. El puente se corta a sus espaldas con lo que, al verlo, a batalha se agrava e a
mão de Deus se estende sobre as linhas de combate. O exército de Majêncio é alvo do
pânico; ele mesmo inicia a fuga e corre para a ponte, que estava dividida e, arrastado pela
massa dos que fugiam, se precipita no Tíber. Uma vez terminada esta duríssima guerra,
Constantino é recebido com enorme satisfação pelo Senado e o povo de Roma. Depois de
se inteirar da traição de Maximino, ao cair em suas mãos suas cartas e ver as efígies de
ambos. O Senado concedeu a Constantino, em virtude dos méritos contraídos, o título de
primeiro Augusto que Maximino reclamava para si. Este, quando teve a notícia da vitória e
que supôs a libertação da cidade, a recebeu como que se o vencido tivesse sido ele mesmo.
Depois, ao conhecer o decreto do Senado, se indignou de tal modo que declarou
publicamente sua inimizade e se manifestava, entre piadas e zombaria, contra o imperador
supremo.
Eusébio, História Eclesiástica, X,7,1: «Saúde, estimadíssimo Anulino. Como queira que,
por uma série de fatos, parece que a religião em que se conserva o supremo respeito ao
santíssimo poder do céu, quando foi desapreciada, tem sido causa de grandes perigos para
os assuntos públicos, e, visto que, quando se admitiu e se preservou legalmente,
proporcionou ao nome romano grandíssima fortuna e a todos os assuntos dos homens uma
prosperidade singular – pois isto é obra dos benefícios divinos – decidiu, estimadíssimo
Anulino, que aqueles varões, que com a devida santidade e com a familiaridade desta lei
estão prestando seus serviços pessoalmente ao culto da divina religião, recebam a
recompensa de seus próprios trabalhos. Por esta razão, aqueles que dentro da província a ti
encomendada estão prestando pessoalmente seus serviços a esta santa religião na Igreja
católica, que está presidida por Ceciliano, e os que acostumam se chamar clérigos, quero
que, sem mais e de uma vez por todas, fiquem isentos de toda função pública civil, não seja
que por algum erro ou por um extravio sacrílego se vejam apartados do culto devido a
divindade; antes bem, estejam ainda mais entregues ao serviço de sua própria lei sem
estorvo algum, já que, se eles rendem a divindade maior adoração, parece que acarretarão
incontáveis benefícios aos assuntos públicos. Que tenhas saúde, meu estimadíssimo e mui
querido Anulino».
APÊNDICE 5
CERTIFICADO DE SACRIFÍCIO DA PERSEGUIÇÃO DE DECIO
[Mão I]
Aos eleitos para [supervisionar] os sacrifícios, presente Aurélia Amonarión do povo de Teadélfia. Sempre ofereci sacrifícios e testemunho de minha piedade aos deuses, eu e meus filhos Aurélio Dídimo, Aurélio Neófis e Aurélio Taas, e também agora, diante de vós, de acordo com o edito, ofereci libações e sacrifícios, e temos comido oferendas sagradas. Lhes rogo firmar. Que estejam bem. [Mão II]
Eu, Aurélio Sereno e Hermas, os temos visto sacrificar.
[Mão III]
EU, HERMAS, ESTOU DE ACORDO. [Mão I]
Ano Iº do Imperador César, Gaio, Mesio, Quinto, Trajano, Décio, pio, bem aventurado e Augusto, o 20 de payni.
APÊNDICE 6
O CÂNON TEMPRANO DO NOVO TESTAMENTO
A seguinte tabela indica que livros do novo testamento foram incluídos em um número de versões tempranas.
Marcion
c.140
Ireneo
130-202
Viejo
Latin
150-70
Muratorio
c.170
Tertuliano
150-220
ViejoSiriac
o200
Origenes
185-254
Hipolito
200-25
Eusebio
325-40
CódiceVatica
no325-50
Códice
Sinai325-425
Atanasio
367
Amfilocio
380
Peshitta
375-400
Cartago
c.397
CódiceAlejandri
no425-75
Mateus o i i i i i i i i i i i i i i iMarcos o i i i i i i i i i i i i i i iLucas i i i i i i i i i i i i i i i iJoão o i i i i i i i i i i i i i i iAtos o i i i i i i i i i i i i i i i
Romanos i i i i i i i i i i i i i i i i1 Corintios i i i i i i i i i i i i i i i i2 Corintios i i i i i i i i i i i i i i i i
Gálatas i i i i i i i i i i i i i i i iEfésios i i i i i i i i i i i i i i i i
Filipenses i i i i i i i i i i i i i i i iColossenses i i i i i i i i i i i i i i i i
1 Tessalonicen
sesi i i i i i i i i i i i i i i i
2 Tessalonicen
i i i i i i i i i i i i i i i i
ses1 Timóteo o i i i i i i i i a i i i i i i2 Timóteo o i i i i i i i i a i i i i i i
Tito o i i i i i i i i a i i i i i iFilemom i i i i i i i o i i i i o i i i
Hebreus o o o o o i d o i i i i o i i iTiago o o o o o i d o d a i i o i i i
1 Pedro o i o o i i i i i a i i o i i i2 Pedro o o o o o o o o d a i i i o i i1 João o i i i i i o o i a i i i i i i2 João o i i i o o d o d a i i i o i i3 João o o i o o o d o d a i i i o i iJudas o o i i i o d o d a i i i o i i
Apocalipse o i i i i o i i i a i i i o i i
Hermas o i o o o o i o r a i o o o o oBarnabé o o o o o o i o r a i o o o o oDidache o o o o o o i o r a o o o o o o
Apoc Pedro o o o i o o o o o a o o o o o o1Clemente o o o o o o o o o a o o o o o i2Clemente o o o o o o o o o a o o o o o i
I=incluído (canonicidade validada definitivamente) o=omitido (canonicidade negada ou duvidada)
a=ausente (o códice omite Epístolas Pastorais e os extremos em Heb. 9:13) d=disputado (canonicidade mencionada como estando em dúvida) r=rejeitado (canonicidade negada especificamente)
Respostas
Capítulos 1-4
12. A vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes
13. Através dele o cristianismo se estendeu pelo Império Romano e proporcionou à igreja a tradução do Antigo Testamento ao grego.
14. O uso do idioma grego e seu contato inevitavelmente maior com a cultura helenista.
15. O culto ao imperador.
16. Religiões que centravam sua fé em deuses de caráter pessoal. Ex. Ísis e Osíris, Mitras, Eleusis e os mistérios de Átis e Cibeles.
17. A tradição platônica e o estoicismo.
18. Por ser o dia da ressurreição do Senhor se reuniam para "partir o pão".
19. Os miércoles e vernes em memória da traição de Judas e a crucificação de Jesus.
20. Pelo desejo de cada igreja em cada cidade de afirmar seu poder apostólico.
21. Pedro morreu crucificado de cabeça para baixo, Paulo morreu em Roma provavelmente decapitado durante a perseguição de Nero
e João em Roma, condenado a ser lançado em uma caldeira de óleo fervendo.
22. Alexandria (São Marcos), Bizâncio (Felipe), Espanha (Tiago), a Índia (São Tomás).
Capítulos 5-8
1. Dois dos bairros que não haviam queimado eram as zonas da cidade em que havia mais judeus e cristãos.
2. Porque os cristãos adoravam um Deus invisível.
3. Flávio Clemente e sua esposa Flávia Domitila.
4. Descrições mais ou menos detalhadas das condições sob as que se produziram os martírios, da prisão, encarceramento e juízo
do mártir, ou mártires em questão, e por último de sua morte.
5. “Portador de Deus”.
6. Pela acusação de que os cristãos haviam atraído sobre o Império a ira dos deuses.
7. A viúva Felicidade e seus sete filhos, Justino, Blandina.
8. “Defensores” da fé cristã.
9. Justino Martir.
10. Cuadrato, Aristides, Atenágoras, Taciano, Teófilo, Orígenes e Tertuliano.
11. Basilides e Valentín.
12. Escapar deste corpo e deste mundo material em que estamos exilados.
13. O Evangelho lucano e as epístolas paulinas.
14. O cânon, o credo e o argumento de suscessão apostólica.
15. Se Jesus tivesse algum ensinamento secreto que comunicar aos discípulos o mais lógico seria que confiasse tal ensinamento
aos mesmos apóstolos a quem confiou a direção da igreja. E, se tais apóstolos tivessem recebido algum ensinamento secreto,
seria de esperar que o transmitissem.
16. “Universal” e “segundo o todo”.
Capítulos 9-12
1. Ireneu escreveu toda sua teologia desde uma perspectiva bíblica e pastoral.
2. A filosofia tem sido dada aos gregos de igual modo que a Lei tem sido dada aos judeus. E tanto a filosofia como a lei tem o
propósito de levar a verdade última, que nos tem sido revelada em Jesus Cristo.
3. Essencialmente cristocêntrica.
4. O selo de uma mente legal.
5. Uma coleção em seis colunas, do AT em diversas formas, o texto hebraico, uma transliteração em letras gregas desse mesmo
texto, e quatro versões distintas do grego.
6. A preexistência das almas e o ciclo eterno de quedas e restaurações.
7. O de Perpétua e Felicidade em 203.
8. Seu propósito era que os cristãos apostatassem da fé.
9. Os que haviam confessado a fé em meio as torturas.
10. Cipriano de Cartago e Novaciano de Roma.
11. Celebrar a comunhão nos lugares onde estavam sepultados os fiéis que haviam sido mortos.
12. Um período de preparação e prova antes da administração do batismo.
13. Se administrava uma vez ao ano, no Domingo de Ressurreição, ainda que pronto se começou a administrar em diversas
ocasiões. A princípios do séc. III os que estavam listados para serem batizados ajudavam durante a sexta e sábado, e seu
batismo teria lugar na madrugada do domingo, como a ressurreição do Senhor. O batismo era por imersão, desnudos, os
homens separados das mulheres.
14. Uma hierarquia em três níveis: bispos, presbíteros e diáconos.
15. “As viúvas”.
16. Um bispo de Neocesarea famoso pelos milagres de cura que fazia.
17. A perseguição com Dioclesiano.
18. Galerio, o 30 de abril de 311.
19. Um monograma que consistia na superposição de P e X, as duas primeiras letras do nome de Cristo em grego.
20. Constantino em 313d.C.
Capítulos 13-16
1. Bizâncio a qual foi chamada Constantinopla.
2. Concedeu privilégios a seus cidadãos, como exceção de impostos, e do serviço militar obrigatório. Além do mais, se
estabeleceu o costume de repartir azeite, trigo e vinho aos habitantes da cidade.
3. Este título queria dizer que ele era bispo de todas as religiões, tanto o paganismo como o cristianismo.
4. Porque sua conversão foi no pior momento possível.
5. Constantino cria no Deus dos cristãos, e o que buscava era seu favor.
6. O incenso fez sua aparição nas igrejas cristãs. Os ministros começaram a usar vestimentas ricas durante o serviço.
7. A História Eclesiástica.
8. Eusébio via em Constantino o instrumento escolhido de Deus.
9. “retirado” ou “fugitivo”.
10. A que Jerônimo e Atanásio escreveram suas vidas, dando a entender cada um que o protagonista de sua obra era o fundador do
monarquismo anacoreta.
11. “vida comúm”.
12. Pacomio.
13. “Entregadores” – se refere aos bispos que haviam entregado as Escrituras.
CAPÍTULOS 17-20
1. 325
2. Fez-se o credo niceno, se condenou e depôs os bispos que se negaram a firmá-lo. Constantino acrescentou o exílio a
condenação.
3. Ordenou que todos os objetos e propriedades que foram tomados dos templos que deviam ser devolvidos. Mas além do mais
começou a organizar o sacerdócio pagão em uma hierarquia semelhante a da igreja cristã.
4. Um documento que abertamente rejeitava a fé proclamada no Concílio de Nicéia.
5. Porque Atanásio se opunha diretamente aos desígnios do imperador Juliano.
6. Exorto a seu irmão por ter envanesido, como se ele fosse o melhor dos habitantes de Cesárea, e que faria bem em não citar
tanto os autores pagãos e tratar de viver mais do que viviam e aconselhavam os autores cristãos.
7. Devido que, quando o imperador se deixou convencer pelos arianos rompeu a promessa feita a Basílio, e seu filho morreu.
8. Distinguiu-se por sua vida mística.
9. Um raio de sol se abriu entre as nuvens e foi dar sobre Gregório. Imediatamente os presentes viram isto como um sinal dos
céus e começaram a dar gritos: Gregório bispo! Gregório bispo! Gregório bispo!.
CAPÍTULO 21-25
1. Ambrósio era governador da cidade de Milão e este se apresentou na igreja onde se daria a eleição do bispo, pediu a palavra e
começou a exortar o povo com eloqüência, de pronto uma criança gritou Ambrósio bispo! E o povo também começou a gritar o
mesmo. Embora inicialmente não desejasse esse posto, acabou aceitando por mandato imperial.
2. Ambrósio fez fundir e vender parte dos tesouros da igreja, para ajudar os refugiados e para pagar o resgate dos cativos.
3. Pela sua pregação, Agustinho de Hipona chegou a conversão.
4. “Detento! “Um homem como você, manchado de pecado, com as mãos banhadas em sangue de injustiça, é indigno, até que se
arrependa, de entrar neste recinto sagrado, e de participar da comunhão”.
5. “O da fala dourada”.
6. Reformar a vida do clero.
7. Proibiu-lhes aos soldados entrar no santuário.
8. Sua santidade foi... Orgulhosa, perigosa e amarga. Desejou sempre ser mais que humano e ,portanto, não tinha paciência para
os que lhe parecesse indolentes, nem para quem o criticassem.
9. A vulgata.
10. Foi maniqueísta e neoplatônico.
11. Contra os maniqueus escreveu obras que tratavam sobre a autoridade das Escrituras, sobre a origem do mal e sobre o livre
arbítrio.
12. Frente aos donatistas insistiu que a validez dos sacramentos não depende da virtude moral da pessoa que os administra. Por ser
assim estaríamos sempre em dúvida se temos recebido ou não um sacramento válido.
13. O pecador é livre para escolher entre várias alternativas. Mas a alternativa que não pode escolher por si mesmo é a de deixar de
pecar.
14. Afirmava que cada um de nós vem completamente livre ao mundo para pecar ou não pecar.
15. É uma auto biografia espiritual onde Deus narra em oração sua peregrinação espiritual.
16. Uma enciclopédia histórica onde diz que há duas cidades, cada qual fundada sobre um amor. A cidade de Deus está fundada
sobre o amor a Deus. A cidade terrena está fundada sobre o amor a si mesmo. Na história humana, estas duas cidades aparecem
continuamente mescladas.
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