ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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I - INTRODUCcedilAtildeO GERAL
As crianccedilas satildeo o melhor do mundo para noacutes e como tal a todas elas
independentemente das suas capacidades e limitaccedilotildees deve haver oportunidade de satisfaccedilatildeo
das suas necessidades permitindo assim uma alegria em viver e consequente melhoria da
qualidade de vida
A distrofia muscular de Duchenne (DMD) pelo seu caraacutecter invariavelmente
progressivo de natureza moacuterbida e actualmente com fim letal tornou-se importante nos
meios cientiacuteficos porque toda e qualquer intervenccedilatildeo em termos de tratamento natildeo foi
comprovada como sendo eficaz A DMD eacute uma distrofia muscular recessiva ligada ao
cromossoma X causada pela ausecircncia de produccedilatildeo da distrofina
A DMD atinge uma crianccedila em cada 3500 nascimentos do sexo masculino cabendo agraves
mulheres apenas o papel de portadoras do gene mutante Normalmente em 65 dos casos satildeo
de origem familiar (hereditaacuteria) e os restantes 35 satildeo mutaccedilotildees geneacuteticas ao acaso
A crianccedila com DMD enfrenta uma infacircncia e adolescecircncia com uma incapacidade que
se desenvolve gradualmente Pretendemos com este estudo expor a problemaacutetica da crianccedila
portadora de DMD e neste contexto enquadrar o nosso contributo no miacutenimo antever
algumas situaccedilotildees relacionadas com a doenccedila na tentativa de prevenir o ldquoabrandamentordquo da
mesma de forma a proporcionar alguma melhoria da qualidade de vida dos afectados uma
vez que a DMD eacute uma doenccedila degenerativa que afecta os muacutesculos
Pretende-se ainda deste modo adquirir conhecimentos acerca desta patologia
apurar algum tipo de exerciacutecio que se tem vindo a traduzir como melhoria da qualidade de
vida destes indiviacuteduos e caracterizar os mesmos relativamente agraves suas limitaccedilotildees
A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a doenccedila muscular esqueleacutetica hereditaacuteria
e progressiva mais comum nas crianccedilas Apesar dos avanccedilos no conhecimento das bases
moleculares e geneacuteticas da doenccedila ainda natildeo existe uma cura definitiva
A actual intervenccedilatildeo em termos fiacutesicos baseia-se essencialmente na hidroterapia
visando melhorar a mobilidade reduzir incapacidades prevenir complicaccedilotildees e acima de
tudo evitar a retracccedilatildeo muscular Para que certos objectivos sejam definidos e atingidos eacute
necessaacuteria a utilizaccedilatildeo de requisitos para que o sucesso terapecircutico aconteccedila na avaliaccedilatildeo da
gravidade do comprometimento funcional dos pacientes com DMD Nesse contexto a
utilizaccedilatildeo de escalas que medem o grau funcional para actividades do quotidiano apresentam
uma importacircncia determinante
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A escala EK Egen Klassifikation (do dinamarquecircs ldquonossa proacutepria classificaccedilatildeordquo) foi
desenvolvida na Dinamarca visando determinar o grau de limitaccedilatildeo funcional de pacientes
com DMD No processo da sua validaccedilatildeo tambeacutem foram estudados pacientes com atrofia
muscular espinhal outra doenccedila neuromuscular caracterizada por fraqueza muscular
esqueleacutetica global A escala EK tem sido utilizada como um meacutetodo uacutetil na discriminaccedilatildeo de
niacuteveis distintos de performance funcional para actividades no dia-a-dia destes indiviacuteduos
Neste sentido pretendemos com este estudo verificar a influecircncia que a actividade
fiacutesicahidroterapia tem na mobilidade motora destes indiviacuteduos (determinada pela escala
motora funcional EK) relacionando-a com os seus valores de IMC e percentagem de massa
gorda
II ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
1 Doenccedilas Neuromusculares
As doenccedilas neuromusculares de caraacutecter progressivo foram classificadas por Croker e
Masel (1999) de acordo com o aparelho ou sistema mais afectado pela anomalia geneacutetica
Doenccedilas dos muacutesculos distrofias musculares
Doenccedilas do corno anterior e dos nervos perifeacutericos atrofias musculares
(amiotrofias)
Doenccedilas do sistema nervoso central ataxias
Doenccedilas metaboacutelicas leucodistrofias
Os primeiros sintomas das doenccedilas neuromusculares comeccedilam por se manifestar
principalmente na primeira infacircncia dos 3 aos 10 anos 63 dos 11 aos 20 anos 11 podendo
no entanto aparecer mais tardiamente em qualquer idade Dos primeiros sintomas mais
frequentes destacam-se Dificuldade em andar (43) quedas frequentes (37) dificuldade
em subirdescer escadas (37) perda progressiva da forccedila muscular (37) e dificuldade em
levantar-se (28) APN (2007)
As doenccedilas neuromusculares satildeo doenccedilas raras altamente incapacitantes que vatildeo
evoluindo sempre agraves vezes mais depressa e outras vezes mais lentamente Assim sendo ao
fim de alguns anos os doentes tecircm problemas graves de falta de forccedila e de perda de
autonomia o que os leva a precisar da ajuda de terceiros para realizar as actividades de vida
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diaacuteria tatildeo simples como ir agrave casa de banho levantar-se da cama vestir-se lavar os dentes
ligar as luzes entre outras
A fraqueza eacute o sintoma de apresentaccedilatildeo mais comum das doenccedilas neuromusculares
Pesquisando as formas pelas quais a fraqueza interfere com as actividades normais e
descobrir os tipos de tarefas que o paciente acha difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e a gravidade da
fraqueza muscular pode ser prevista a partir da histoacuteria cliacutenica Zitelli and Davis (1992) sendo
essencial a determinaccedilatildeo do modo de instalaccedilatildeo e do padratildeo de progressatildeo dos sintomas para
o diagnoacutestico diferencial e escolha dos meacutetodos diagnoacutesticos
Como muitos distuacuterbios neuromusculares satildeo determinados geneticamente deve ser
obtida uma histoacuteria familiar completa de forma a realizar o despiste da doenccedila quer seja por
hereditariedade ou por mutaccedilatildeo de ponto em casos muito escassos
2 Distrofias Musculares
O conceito ldquodistrofiardquo significa crescimento anormal e deriva do grego ldquotropherdquo que
significa nutriccedilatildeo O termo ldquodistrofia muscularrdquo apareceu pela primeira vez no seacuteculo
passado no contexto da perturbaccedilatildeo da estrutura muscular vista atraveacutes de exame
microscoacutepico Swaiman e Smith (1999) As distrofias musculares satildeo um grupo de transtornos
de origem geneacutetica em que existe uma degeneraccedilatildeo gradual das fibras dos muacutesculos
estriados sem qualquer associaccedilatildeo com alteraccedilotildees do sistema nervoso central e dos nervos
perifeacutericos Dubowitz (1989)
Em todas as formas de distrofia muscular existe uma perda efectiva da forccedila mas cada
uma difere em relaccedilatildeo aos grupos musculares afectados idade de instalaccedilatildeo da doenccedila a sua
evoluccedilatildeo e transmissatildeo hereditaacuteria Swaiman e Smith (1999)
3 Classificaccedilatildeo das Distrofias Musculares
Recessiva com ligaccedilatildeo em X
Distrofia muscular de Duchenne
Distrofia de Becker
Distrofia muscular de EmeryDreifuss
Autossoacutemica recessiva
Distrofia muscular dos membros
Distrofia muscular congeacutenita
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Autossoacutemica dominante
Distrofia facioescapuloumeral
Distrofia miotoacutenica
Quadro 1 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de diferentes Distrofias Musculares (Zitelli e Davis 1992)
Duchenne Becker Fascioesca-
puloumeral
Cintura-
-membros Miotoacutenica
Heranccedila Recessiva ligada a
X
Recessiva ligada
a X
Autossoacutemica
dominante
Autossoacutemica
recessiva
Autossoacutemica
dominante
Idade de iniacutecio Preacute-
-escolar
Escolar
adolescecircncia
Variaacutevel da
infacircncia ateacute ao
iniacutecio da vida
adulta
Infacircncia ao
iniacutecio da idade
adulta
Altamente
variaacutevel
Padratildeo de fraqueza Cintura peacutelvica e
escapular
Cintura peacutelvica
e escapular
Face e cintura
escapular
Cintura peacutelvica
e cintura
escapular
Face e parte
distal dos
membros
Velocidade de
progressatildeo Raacutepida Lenta Muito lenta Variaacutevel Variaacutevel
Caracteriacutesticas
associadas
Pseudo-
hipertrofia dos
geacutemeos
Pseudo-
hipertrofia dos
geacutemeos
Nenhuma Pseudo-
hipertrofia rara Miotonia
Caracteriacutesticas
sisteacutemicas
Retardamento
mental ECG
anormal e
caacuterdiomiopatia
Retardamento
mental
ocasional
Nenhuma Nenhuma
Retardamento
mental
frequente
bloqueio
cardiacuteaco
cataratas
calviacutecie
prematura
atrofia tubular e
testicular
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4 Distrofia Muscular de Duchenne
A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a mais comum e a mais grave Foi descrita em
1858 por Guillaume Duchenne neurologista francecircs que descrevia um caso de um menino de
9 anos que perdeu a capacidade de andar devido a uma doenccedila muscular mas tambeacutem pode
ser designada de distrofia muscular pseudo-hipertroacutefica Shepherd (1995)
41 ndash Definiccedilatildeo
A DMD consiste na degeneraccedilatildeo progressiva da musculatura e consequente diminuiccedilatildeo
da forccedila muscular Eacute uma patologia que afecta somente crianccedilas do sexo masculino embora
investigaccedilotildees recentes encontrem caracteriacutesticas semelhantes em crianccedilas do sexo feminino
mas natildeo manifestantes Viswanathan (2002) As manifestaccedilotildees cliacutenicas da DMD geralmente
aparecem a partir do segundo ano de idade A crianccedila ateacute entatildeo apresenta um
desenvolvimento normal embora a marcha se possa atrasar A doenccedila progride ateacute a crianccedila
ficar incapacitada de caminhar no iniacutecio da adolescecircncia com consequente oacutebito devido a
insuficiecircncia caacuterdio-respiratoacuteria entre os 18 e os 20 anos
Observa-se uma progressiva debilidade da musculatura em que o envolvimento eacute
inicialmente simeacutetrico e selectivo comeccedilando aproximadamente na cintura peacutelvica e
escapular na regiatildeo dos ombros e no tronco sendo assim uma degeneraccedilatildeo muscular gradual
que atinge os muacutesculos estriados de forma proacuteximo-distal Dubowitz (1989)
Deste modo o tecido muscular eacute substituiacutedo por tecido intersticial apresentando um
aumento do volume muscular correspondente agrave infiltraccedilatildeo gordurosa que daacute aos muacutesculos
um aspecto pseudo-hipertroacutefico e uma consistecircncia caracteriacutestica
No passado julgava-se que a inteligecircncia destas crianccedilas natildeo sofria qualquer efeito da
doenccedila
Actualmente vaacuterios autores referem uma diminuiccedilatildeo cognitiva e apatia num
significativo nuacutemero de casos Vignos (1963) Por tudo isto a qualidade de vida das crianccedilas
portadoras de DMD eacute significativamente afectada como tambeacutem a sua longevidade devido
tambeacutem agrave inexistecircncia de um tratamento curativo
4 2 Etiologia
Ao longo dos anos tem sido significativo o nuacutemero de teorias relativas agrave patologia das
distrofias musculares como um todo e agrave DMD em particular Talvez a primeira tenha sido
entatildeo chamada ldquoteoria neurogeacutenicardquo Isso postulou que o problema primaacuterio encontrava-se
mais no tecido nervoso dos muacutesculos do que nos muacutesculos propriamente ditos McComas e col
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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos
intelectuais nos meninos com DMD
Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos
70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra
teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era
secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)
Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos
muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria
da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular
mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas
nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo
ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende
explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo
intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)
Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS
onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685
aminoaacutecidos
Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da
estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e
necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-
sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima
de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do
muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos
e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos
perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)
4 3 Incidecircncia
A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos
nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por
isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca
manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)
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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD
A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo
curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente
codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD
Zitelli and Davis (1992)
Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o
mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo
ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma
incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio
mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente
pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)
4 4 Histoacuterico Inicial
Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo
caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos
activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos
normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo
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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo
desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super
ansiosas ou inexperientes
Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de
pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a
suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O
diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente
confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular
Downie (1988)
4 5 Diagnoacutestico
Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-
histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-
esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no
gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para
que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a
patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)
No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e
laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos
seguintes sinais ou sintomas
- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja
conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)
- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde
em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo
atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala
tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)
- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas
frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se
levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das
matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)
- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se
do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O
neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados
pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou
Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou
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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia
bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos
Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo
enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia
- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria
caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e
projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)
- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a
fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico
quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros
superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a
um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas
- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila
quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e
Davis (1992)
- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma
caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos
apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este
aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular
proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo
algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo
identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)
- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)
- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa
voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)
Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete
enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute
confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do
tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo
46 Evoluccedilatildeo da Patologia
Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de
Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento
Fase 1 ndash ateacute aos sete anos
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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a
cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas
com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo
Fase 2 ndash ateacute aos doze anos
Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros
superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da
capacidade de marcha
Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada
Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por
deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com
infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de
morte
4 7 Problemas Associados
Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em
problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do
muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees
morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas
48 Muacutesculo-esqueleacutetico
A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros
sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos
membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores
ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular
proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma
capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde
Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos
fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo
muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)
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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco
As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas
propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma
(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das
crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas
A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo
ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade
fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode
natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco
mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente
insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)
5 Muacutesculo Liso
Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo
liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo
gaacutestrica aguda
A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria
podem tambeacutem surgir de igual forma
51 Sistema Nervoso
Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos
demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade
das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90
tendo as restantes QI normal
O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o
nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo
intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor
que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa
turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar
algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da
miopatia
As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em
que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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A escala EK Egen Klassifikation (do dinamarquecircs ldquonossa proacutepria classificaccedilatildeordquo) foi
desenvolvida na Dinamarca visando determinar o grau de limitaccedilatildeo funcional de pacientes
com DMD No processo da sua validaccedilatildeo tambeacutem foram estudados pacientes com atrofia
muscular espinhal outra doenccedila neuromuscular caracterizada por fraqueza muscular
esqueleacutetica global A escala EK tem sido utilizada como um meacutetodo uacutetil na discriminaccedilatildeo de
niacuteveis distintos de performance funcional para actividades no dia-a-dia destes indiviacuteduos
Neste sentido pretendemos com este estudo verificar a influecircncia que a actividade
fiacutesicahidroterapia tem na mobilidade motora destes indiviacuteduos (determinada pela escala
motora funcional EK) relacionando-a com os seus valores de IMC e percentagem de massa
gorda
II ndash REVISAtildeO DA LITERATURA
1 Doenccedilas Neuromusculares
As doenccedilas neuromusculares de caraacutecter progressivo foram classificadas por Croker e
Masel (1999) de acordo com o aparelho ou sistema mais afectado pela anomalia geneacutetica
Doenccedilas dos muacutesculos distrofias musculares
Doenccedilas do corno anterior e dos nervos perifeacutericos atrofias musculares
(amiotrofias)
Doenccedilas do sistema nervoso central ataxias
Doenccedilas metaboacutelicas leucodistrofias
Os primeiros sintomas das doenccedilas neuromusculares comeccedilam por se manifestar
principalmente na primeira infacircncia dos 3 aos 10 anos 63 dos 11 aos 20 anos 11 podendo
no entanto aparecer mais tardiamente em qualquer idade Dos primeiros sintomas mais
frequentes destacam-se Dificuldade em andar (43) quedas frequentes (37) dificuldade
em subirdescer escadas (37) perda progressiva da forccedila muscular (37) e dificuldade em
levantar-se (28) APN (2007)
As doenccedilas neuromusculares satildeo doenccedilas raras altamente incapacitantes que vatildeo
evoluindo sempre agraves vezes mais depressa e outras vezes mais lentamente Assim sendo ao
fim de alguns anos os doentes tecircm problemas graves de falta de forccedila e de perda de
autonomia o que os leva a precisar da ajuda de terceiros para realizar as actividades de vida
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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diaacuteria tatildeo simples como ir agrave casa de banho levantar-se da cama vestir-se lavar os dentes
ligar as luzes entre outras
A fraqueza eacute o sintoma de apresentaccedilatildeo mais comum das doenccedilas neuromusculares
Pesquisando as formas pelas quais a fraqueza interfere com as actividades normais e
descobrir os tipos de tarefas que o paciente acha difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e a gravidade da
fraqueza muscular pode ser prevista a partir da histoacuteria cliacutenica Zitelli and Davis (1992) sendo
essencial a determinaccedilatildeo do modo de instalaccedilatildeo e do padratildeo de progressatildeo dos sintomas para
o diagnoacutestico diferencial e escolha dos meacutetodos diagnoacutesticos
Como muitos distuacuterbios neuromusculares satildeo determinados geneticamente deve ser
obtida uma histoacuteria familiar completa de forma a realizar o despiste da doenccedila quer seja por
hereditariedade ou por mutaccedilatildeo de ponto em casos muito escassos
2 Distrofias Musculares
O conceito ldquodistrofiardquo significa crescimento anormal e deriva do grego ldquotropherdquo que
significa nutriccedilatildeo O termo ldquodistrofia muscularrdquo apareceu pela primeira vez no seacuteculo
passado no contexto da perturbaccedilatildeo da estrutura muscular vista atraveacutes de exame
microscoacutepico Swaiman e Smith (1999) As distrofias musculares satildeo um grupo de transtornos
de origem geneacutetica em que existe uma degeneraccedilatildeo gradual das fibras dos muacutesculos
estriados sem qualquer associaccedilatildeo com alteraccedilotildees do sistema nervoso central e dos nervos
perifeacutericos Dubowitz (1989)
Em todas as formas de distrofia muscular existe uma perda efectiva da forccedila mas cada
uma difere em relaccedilatildeo aos grupos musculares afectados idade de instalaccedilatildeo da doenccedila a sua
evoluccedilatildeo e transmissatildeo hereditaacuteria Swaiman e Smith (1999)
3 Classificaccedilatildeo das Distrofias Musculares
Recessiva com ligaccedilatildeo em X
Distrofia muscular de Duchenne
Distrofia de Becker
Distrofia muscular de EmeryDreifuss
Autossoacutemica recessiva
Distrofia muscular dos membros
Distrofia muscular congeacutenita
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Autossoacutemica dominante
Distrofia facioescapuloumeral
Distrofia miotoacutenica
Quadro 1 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de diferentes Distrofias Musculares (Zitelli e Davis 1992)
Duchenne Becker Fascioesca-
puloumeral
Cintura-
-membros Miotoacutenica
Heranccedila Recessiva ligada a
X
Recessiva ligada
a X
Autossoacutemica
dominante
Autossoacutemica
recessiva
Autossoacutemica
dominante
Idade de iniacutecio Preacute-
-escolar
Escolar
adolescecircncia
Variaacutevel da
infacircncia ateacute ao
iniacutecio da vida
adulta
Infacircncia ao
iniacutecio da idade
adulta
Altamente
variaacutevel
Padratildeo de fraqueza Cintura peacutelvica e
escapular
Cintura peacutelvica
e escapular
Face e cintura
escapular
Cintura peacutelvica
e cintura
escapular
Face e parte
distal dos
membros
Velocidade de
progressatildeo Raacutepida Lenta Muito lenta Variaacutevel Variaacutevel
Caracteriacutesticas
associadas
Pseudo-
hipertrofia dos
geacutemeos
Pseudo-
hipertrofia dos
geacutemeos
Nenhuma Pseudo-
hipertrofia rara Miotonia
Caracteriacutesticas
sisteacutemicas
Retardamento
mental ECG
anormal e
caacuterdiomiopatia
Retardamento
mental
ocasional
Nenhuma Nenhuma
Retardamento
mental
frequente
bloqueio
cardiacuteaco
cataratas
calviacutecie
prematura
atrofia tubular e
testicular
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4 Distrofia Muscular de Duchenne
A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a mais comum e a mais grave Foi descrita em
1858 por Guillaume Duchenne neurologista francecircs que descrevia um caso de um menino de
9 anos que perdeu a capacidade de andar devido a uma doenccedila muscular mas tambeacutem pode
ser designada de distrofia muscular pseudo-hipertroacutefica Shepherd (1995)
41 ndash Definiccedilatildeo
A DMD consiste na degeneraccedilatildeo progressiva da musculatura e consequente diminuiccedilatildeo
da forccedila muscular Eacute uma patologia que afecta somente crianccedilas do sexo masculino embora
investigaccedilotildees recentes encontrem caracteriacutesticas semelhantes em crianccedilas do sexo feminino
mas natildeo manifestantes Viswanathan (2002) As manifestaccedilotildees cliacutenicas da DMD geralmente
aparecem a partir do segundo ano de idade A crianccedila ateacute entatildeo apresenta um
desenvolvimento normal embora a marcha se possa atrasar A doenccedila progride ateacute a crianccedila
ficar incapacitada de caminhar no iniacutecio da adolescecircncia com consequente oacutebito devido a
insuficiecircncia caacuterdio-respiratoacuteria entre os 18 e os 20 anos
Observa-se uma progressiva debilidade da musculatura em que o envolvimento eacute
inicialmente simeacutetrico e selectivo comeccedilando aproximadamente na cintura peacutelvica e
escapular na regiatildeo dos ombros e no tronco sendo assim uma degeneraccedilatildeo muscular gradual
que atinge os muacutesculos estriados de forma proacuteximo-distal Dubowitz (1989)
Deste modo o tecido muscular eacute substituiacutedo por tecido intersticial apresentando um
aumento do volume muscular correspondente agrave infiltraccedilatildeo gordurosa que daacute aos muacutesculos
um aspecto pseudo-hipertroacutefico e uma consistecircncia caracteriacutestica
No passado julgava-se que a inteligecircncia destas crianccedilas natildeo sofria qualquer efeito da
doenccedila
Actualmente vaacuterios autores referem uma diminuiccedilatildeo cognitiva e apatia num
significativo nuacutemero de casos Vignos (1963) Por tudo isto a qualidade de vida das crianccedilas
portadoras de DMD eacute significativamente afectada como tambeacutem a sua longevidade devido
tambeacutem agrave inexistecircncia de um tratamento curativo
4 2 Etiologia
Ao longo dos anos tem sido significativo o nuacutemero de teorias relativas agrave patologia das
distrofias musculares como um todo e agrave DMD em particular Talvez a primeira tenha sido
entatildeo chamada ldquoteoria neurogeacutenicardquo Isso postulou que o problema primaacuterio encontrava-se
mais no tecido nervoso dos muacutesculos do que nos muacutesculos propriamente ditos McComas e col
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos
intelectuais nos meninos com DMD
Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos
70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra
teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era
secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)
Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos
muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria
da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular
mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas
nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo
ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende
explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo
intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)
Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS
onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685
aminoaacutecidos
Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da
estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e
necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-
sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima
de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do
muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos
e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos
perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)
4 3 Incidecircncia
A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos
nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por
isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca
manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD
A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo
curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente
codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD
Zitelli and Davis (1992)
Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o
mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo
ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma
incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio
mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente
pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)
4 4 Histoacuterico Inicial
Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo
caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos
activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos
normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo
desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super
ansiosas ou inexperientes
Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de
pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a
suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O
diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente
confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular
Downie (1988)
4 5 Diagnoacutestico
Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-
histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-
esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no
gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para
que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a
patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)
No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e
laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos
seguintes sinais ou sintomas
- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja
conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)
- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde
em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo
atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala
tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)
- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas
frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se
levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das
matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)
- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se
do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O
neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados
pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou
Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia
bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos
Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo
enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia
- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria
caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e
projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)
- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a
fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico
quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros
superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a
um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas
- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila
quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e
Davis (1992)
- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma
caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos
apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este
aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular
proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo
algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo
identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)
- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)
- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa
voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)
Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete
enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute
confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do
tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo
46 Evoluccedilatildeo da Patologia
Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de
Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento
Fase 1 ndash ateacute aos sete anos
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a
cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas
com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo
Fase 2 ndash ateacute aos doze anos
Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros
superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da
capacidade de marcha
Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada
Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por
deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com
infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de
morte
4 7 Problemas Associados
Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em
problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do
muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees
morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas
48 Muacutesculo-esqueleacutetico
A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros
sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos
membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores
ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular
proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma
capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde
Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos
fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo
muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)
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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco
As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas
propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma
(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das
crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas
A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo
ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade
fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode
natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco
mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente
insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)
5 Muacutesculo Liso
Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo
liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo
gaacutestrica aguda
A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria
podem tambeacutem surgir de igual forma
51 Sistema Nervoso
Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos
demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade
das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90
tendo as restantes QI normal
O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o
nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo
intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor
que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa
turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar
algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da
miopatia
As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em
que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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diaacuteria tatildeo simples como ir agrave casa de banho levantar-se da cama vestir-se lavar os dentes
ligar as luzes entre outras
A fraqueza eacute o sintoma de apresentaccedilatildeo mais comum das doenccedilas neuromusculares
Pesquisando as formas pelas quais a fraqueza interfere com as actividades normais e
descobrir os tipos de tarefas que o paciente acha difiacuteceis a distribuiccedilatildeo e a gravidade da
fraqueza muscular pode ser prevista a partir da histoacuteria cliacutenica Zitelli and Davis (1992) sendo
essencial a determinaccedilatildeo do modo de instalaccedilatildeo e do padratildeo de progressatildeo dos sintomas para
o diagnoacutestico diferencial e escolha dos meacutetodos diagnoacutesticos
Como muitos distuacuterbios neuromusculares satildeo determinados geneticamente deve ser
obtida uma histoacuteria familiar completa de forma a realizar o despiste da doenccedila quer seja por
hereditariedade ou por mutaccedilatildeo de ponto em casos muito escassos
2 Distrofias Musculares
O conceito ldquodistrofiardquo significa crescimento anormal e deriva do grego ldquotropherdquo que
significa nutriccedilatildeo O termo ldquodistrofia muscularrdquo apareceu pela primeira vez no seacuteculo
passado no contexto da perturbaccedilatildeo da estrutura muscular vista atraveacutes de exame
microscoacutepico Swaiman e Smith (1999) As distrofias musculares satildeo um grupo de transtornos
de origem geneacutetica em que existe uma degeneraccedilatildeo gradual das fibras dos muacutesculos
estriados sem qualquer associaccedilatildeo com alteraccedilotildees do sistema nervoso central e dos nervos
perifeacutericos Dubowitz (1989)
Em todas as formas de distrofia muscular existe uma perda efectiva da forccedila mas cada
uma difere em relaccedilatildeo aos grupos musculares afectados idade de instalaccedilatildeo da doenccedila a sua
evoluccedilatildeo e transmissatildeo hereditaacuteria Swaiman e Smith (1999)
3 Classificaccedilatildeo das Distrofias Musculares
Recessiva com ligaccedilatildeo em X
Distrofia muscular de Duchenne
Distrofia de Becker
Distrofia muscular de EmeryDreifuss
Autossoacutemica recessiva
Distrofia muscular dos membros
Distrofia muscular congeacutenita
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Autossoacutemica dominante
Distrofia facioescapuloumeral
Distrofia miotoacutenica
Quadro 1 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de diferentes Distrofias Musculares (Zitelli e Davis 1992)
Duchenne Becker Fascioesca-
puloumeral
Cintura-
-membros Miotoacutenica
Heranccedila Recessiva ligada a
X
Recessiva ligada
a X
Autossoacutemica
dominante
Autossoacutemica
recessiva
Autossoacutemica
dominante
Idade de iniacutecio Preacute-
-escolar
Escolar
adolescecircncia
Variaacutevel da
infacircncia ateacute ao
iniacutecio da vida
adulta
Infacircncia ao
iniacutecio da idade
adulta
Altamente
variaacutevel
Padratildeo de fraqueza Cintura peacutelvica e
escapular
Cintura peacutelvica
e escapular
Face e cintura
escapular
Cintura peacutelvica
e cintura
escapular
Face e parte
distal dos
membros
Velocidade de
progressatildeo Raacutepida Lenta Muito lenta Variaacutevel Variaacutevel
Caracteriacutesticas
associadas
Pseudo-
hipertrofia dos
geacutemeos
Pseudo-
hipertrofia dos
geacutemeos
Nenhuma Pseudo-
hipertrofia rara Miotonia
Caracteriacutesticas
sisteacutemicas
Retardamento
mental ECG
anormal e
caacuterdiomiopatia
Retardamento
mental
ocasional
Nenhuma Nenhuma
Retardamento
mental
frequente
bloqueio
cardiacuteaco
cataratas
calviacutecie
prematura
atrofia tubular e
testicular
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4 Distrofia Muscular de Duchenne
A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a mais comum e a mais grave Foi descrita em
1858 por Guillaume Duchenne neurologista francecircs que descrevia um caso de um menino de
9 anos que perdeu a capacidade de andar devido a uma doenccedila muscular mas tambeacutem pode
ser designada de distrofia muscular pseudo-hipertroacutefica Shepherd (1995)
41 ndash Definiccedilatildeo
A DMD consiste na degeneraccedilatildeo progressiva da musculatura e consequente diminuiccedilatildeo
da forccedila muscular Eacute uma patologia que afecta somente crianccedilas do sexo masculino embora
investigaccedilotildees recentes encontrem caracteriacutesticas semelhantes em crianccedilas do sexo feminino
mas natildeo manifestantes Viswanathan (2002) As manifestaccedilotildees cliacutenicas da DMD geralmente
aparecem a partir do segundo ano de idade A crianccedila ateacute entatildeo apresenta um
desenvolvimento normal embora a marcha se possa atrasar A doenccedila progride ateacute a crianccedila
ficar incapacitada de caminhar no iniacutecio da adolescecircncia com consequente oacutebito devido a
insuficiecircncia caacuterdio-respiratoacuteria entre os 18 e os 20 anos
Observa-se uma progressiva debilidade da musculatura em que o envolvimento eacute
inicialmente simeacutetrico e selectivo comeccedilando aproximadamente na cintura peacutelvica e
escapular na regiatildeo dos ombros e no tronco sendo assim uma degeneraccedilatildeo muscular gradual
que atinge os muacutesculos estriados de forma proacuteximo-distal Dubowitz (1989)
Deste modo o tecido muscular eacute substituiacutedo por tecido intersticial apresentando um
aumento do volume muscular correspondente agrave infiltraccedilatildeo gordurosa que daacute aos muacutesculos
um aspecto pseudo-hipertroacutefico e uma consistecircncia caracteriacutestica
No passado julgava-se que a inteligecircncia destas crianccedilas natildeo sofria qualquer efeito da
doenccedila
Actualmente vaacuterios autores referem uma diminuiccedilatildeo cognitiva e apatia num
significativo nuacutemero de casos Vignos (1963) Por tudo isto a qualidade de vida das crianccedilas
portadoras de DMD eacute significativamente afectada como tambeacutem a sua longevidade devido
tambeacutem agrave inexistecircncia de um tratamento curativo
4 2 Etiologia
Ao longo dos anos tem sido significativo o nuacutemero de teorias relativas agrave patologia das
distrofias musculares como um todo e agrave DMD em particular Talvez a primeira tenha sido
entatildeo chamada ldquoteoria neurogeacutenicardquo Isso postulou que o problema primaacuterio encontrava-se
mais no tecido nervoso dos muacutesculos do que nos muacutesculos propriamente ditos McComas e col
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos
intelectuais nos meninos com DMD
Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos
70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra
teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era
secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)
Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos
muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria
da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular
mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas
nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo
ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende
explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo
intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)
Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS
onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685
aminoaacutecidos
Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da
estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e
necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-
sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima
de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do
muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos
e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos
perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)
4 3 Incidecircncia
A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos
nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por
isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca
manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD
A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo
curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente
codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD
Zitelli and Davis (1992)
Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o
mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo
ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma
incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio
mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente
pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)
4 4 Histoacuterico Inicial
Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo
caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos
activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos
normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo
desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super
ansiosas ou inexperientes
Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de
pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a
suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O
diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente
confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular
Downie (1988)
4 5 Diagnoacutestico
Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-
histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-
esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no
gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para
que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a
patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)
No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e
laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos
seguintes sinais ou sintomas
- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja
conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)
- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde
em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo
atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala
tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)
- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas
frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se
levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das
matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)
- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se
do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O
neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados
pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou
Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia
bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos
Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo
enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia
- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria
caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e
projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)
- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a
fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico
quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros
superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a
um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas
- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila
quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e
Davis (1992)
- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma
caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos
apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este
aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular
proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo
algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo
identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)
- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)
- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa
voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)
Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete
enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute
confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do
tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo
46 Evoluccedilatildeo da Patologia
Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de
Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento
Fase 1 ndash ateacute aos sete anos
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a
cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas
com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo
Fase 2 ndash ateacute aos doze anos
Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros
superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da
capacidade de marcha
Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada
Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por
deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com
infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de
morte
4 7 Problemas Associados
Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em
problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do
muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees
morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas
48 Muacutesculo-esqueleacutetico
A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros
sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos
membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores
ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular
proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma
capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde
Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos
fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo
muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)
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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco
As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas
propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma
(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das
crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas
A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo
ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade
fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode
natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco
mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente
insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)
5 Muacutesculo Liso
Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo
liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo
gaacutestrica aguda
A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria
podem tambeacutem surgir de igual forma
51 Sistema Nervoso
Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos
demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade
das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90
tendo as restantes QI normal
O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o
nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo
intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor
que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa
turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar
algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da
miopatia
As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em
que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Autossoacutemica dominante
Distrofia facioescapuloumeral
Distrofia miotoacutenica
Quadro 1 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de diferentes Distrofias Musculares (Zitelli e Davis 1992)
Duchenne Becker Fascioesca-
puloumeral
Cintura-
-membros Miotoacutenica
Heranccedila Recessiva ligada a
X
Recessiva ligada
a X
Autossoacutemica
dominante
Autossoacutemica
recessiva
Autossoacutemica
dominante
Idade de iniacutecio Preacute-
-escolar
Escolar
adolescecircncia
Variaacutevel da
infacircncia ateacute ao
iniacutecio da vida
adulta
Infacircncia ao
iniacutecio da idade
adulta
Altamente
variaacutevel
Padratildeo de fraqueza Cintura peacutelvica e
escapular
Cintura peacutelvica
e escapular
Face e cintura
escapular
Cintura peacutelvica
e cintura
escapular
Face e parte
distal dos
membros
Velocidade de
progressatildeo Raacutepida Lenta Muito lenta Variaacutevel Variaacutevel
Caracteriacutesticas
associadas
Pseudo-
hipertrofia dos
geacutemeos
Pseudo-
hipertrofia dos
geacutemeos
Nenhuma Pseudo-
hipertrofia rara Miotonia
Caracteriacutesticas
sisteacutemicas
Retardamento
mental ECG
anormal e
caacuterdiomiopatia
Retardamento
mental
ocasional
Nenhuma Nenhuma
Retardamento
mental
frequente
bloqueio
cardiacuteaco
cataratas
calviacutecie
prematura
atrofia tubular e
testicular
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4 Distrofia Muscular de Duchenne
A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a mais comum e a mais grave Foi descrita em
1858 por Guillaume Duchenne neurologista francecircs que descrevia um caso de um menino de
9 anos que perdeu a capacidade de andar devido a uma doenccedila muscular mas tambeacutem pode
ser designada de distrofia muscular pseudo-hipertroacutefica Shepherd (1995)
41 ndash Definiccedilatildeo
A DMD consiste na degeneraccedilatildeo progressiva da musculatura e consequente diminuiccedilatildeo
da forccedila muscular Eacute uma patologia que afecta somente crianccedilas do sexo masculino embora
investigaccedilotildees recentes encontrem caracteriacutesticas semelhantes em crianccedilas do sexo feminino
mas natildeo manifestantes Viswanathan (2002) As manifestaccedilotildees cliacutenicas da DMD geralmente
aparecem a partir do segundo ano de idade A crianccedila ateacute entatildeo apresenta um
desenvolvimento normal embora a marcha se possa atrasar A doenccedila progride ateacute a crianccedila
ficar incapacitada de caminhar no iniacutecio da adolescecircncia com consequente oacutebito devido a
insuficiecircncia caacuterdio-respiratoacuteria entre os 18 e os 20 anos
Observa-se uma progressiva debilidade da musculatura em que o envolvimento eacute
inicialmente simeacutetrico e selectivo comeccedilando aproximadamente na cintura peacutelvica e
escapular na regiatildeo dos ombros e no tronco sendo assim uma degeneraccedilatildeo muscular gradual
que atinge os muacutesculos estriados de forma proacuteximo-distal Dubowitz (1989)
Deste modo o tecido muscular eacute substituiacutedo por tecido intersticial apresentando um
aumento do volume muscular correspondente agrave infiltraccedilatildeo gordurosa que daacute aos muacutesculos
um aspecto pseudo-hipertroacutefico e uma consistecircncia caracteriacutestica
No passado julgava-se que a inteligecircncia destas crianccedilas natildeo sofria qualquer efeito da
doenccedila
Actualmente vaacuterios autores referem uma diminuiccedilatildeo cognitiva e apatia num
significativo nuacutemero de casos Vignos (1963) Por tudo isto a qualidade de vida das crianccedilas
portadoras de DMD eacute significativamente afectada como tambeacutem a sua longevidade devido
tambeacutem agrave inexistecircncia de um tratamento curativo
4 2 Etiologia
Ao longo dos anos tem sido significativo o nuacutemero de teorias relativas agrave patologia das
distrofias musculares como um todo e agrave DMD em particular Talvez a primeira tenha sido
entatildeo chamada ldquoteoria neurogeacutenicardquo Isso postulou que o problema primaacuterio encontrava-se
mais no tecido nervoso dos muacutesculos do que nos muacutesculos propriamente ditos McComas e col
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos
intelectuais nos meninos com DMD
Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos
70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra
teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era
secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)
Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos
muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria
da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular
mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas
nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo
ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende
explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo
intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)
Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS
onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685
aminoaacutecidos
Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da
estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e
necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-
sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima
de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do
muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos
e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos
perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)
4 3 Incidecircncia
A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos
nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por
isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca
manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD
A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo
curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente
codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD
Zitelli and Davis (1992)
Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o
mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo
ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma
incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio
mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente
pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)
4 4 Histoacuterico Inicial
Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo
caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos
activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos
normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo
desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super
ansiosas ou inexperientes
Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de
pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a
suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O
diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente
confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular
Downie (1988)
4 5 Diagnoacutestico
Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-
histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-
esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no
gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para
que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a
patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)
No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e
laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos
seguintes sinais ou sintomas
- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja
conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)
- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde
em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo
atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala
tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)
- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas
frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se
levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das
matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)
- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se
do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O
neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados
pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou
Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia
bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos
Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo
enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia
- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria
caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e
projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)
- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a
fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico
quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros
superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a
um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas
- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila
quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e
Davis (1992)
- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma
caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos
apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este
aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular
proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo
algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo
identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)
- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)
- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa
voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)
Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete
enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute
confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do
tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo
46 Evoluccedilatildeo da Patologia
Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de
Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento
Fase 1 ndash ateacute aos sete anos
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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a
cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas
com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo
Fase 2 ndash ateacute aos doze anos
Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros
superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da
capacidade de marcha
Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada
Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por
deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com
infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de
morte
4 7 Problemas Associados
Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em
problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do
muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees
morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas
48 Muacutesculo-esqueleacutetico
A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros
sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos
membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores
ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular
proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma
capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde
Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos
fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo
muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)
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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco
As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas
propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma
(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das
crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas
A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo
ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade
fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode
natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco
mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente
insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)
5 Muacutesculo Liso
Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo
liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo
gaacutestrica aguda
A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria
podem tambeacutem surgir de igual forma
51 Sistema Nervoso
Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos
demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade
das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90
tendo as restantes QI normal
O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o
nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo
intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor
que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa
turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar
algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da
miopatia
As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em
que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 42 -
Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 43 -
Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4 Distrofia Muscular de Duchenne
A distrofia muscular de Duchenne (DMD) eacute a mais comum e a mais grave Foi descrita em
1858 por Guillaume Duchenne neurologista francecircs que descrevia um caso de um menino de
9 anos que perdeu a capacidade de andar devido a uma doenccedila muscular mas tambeacutem pode
ser designada de distrofia muscular pseudo-hipertroacutefica Shepherd (1995)
41 ndash Definiccedilatildeo
A DMD consiste na degeneraccedilatildeo progressiva da musculatura e consequente diminuiccedilatildeo
da forccedila muscular Eacute uma patologia que afecta somente crianccedilas do sexo masculino embora
investigaccedilotildees recentes encontrem caracteriacutesticas semelhantes em crianccedilas do sexo feminino
mas natildeo manifestantes Viswanathan (2002) As manifestaccedilotildees cliacutenicas da DMD geralmente
aparecem a partir do segundo ano de idade A crianccedila ateacute entatildeo apresenta um
desenvolvimento normal embora a marcha se possa atrasar A doenccedila progride ateacute a crianccedila
ficar incapacitada de caminhar no iniacutecio da adolescecircncia com consequente oacutebito devido a
insuficiecircncia caacuterdio-respiratoacuteria entre os 18 e os 20 anos
Observa-se uma progressiva debilidade da musculatura em que o envolvimento eacute
inicialmente simeacutetrico e selectivo comeccedilando aproximadamente na cintura peacutelvica e
escapular na regiatildeo dos ombros e no tronco sendo assim uma degeneraccedilatildeo muscular gradual
que atinge os muacutesculos estriados de forma proacuteximo-distal Dubowitz (1989)
Deste modo o tecido muscular eacute substituiacutedo por tecido intersticial apresentando um
aumento do volume muscular correspondente agrave infiltraccedilatildeo gordurosa que daacute aos muacutesculos
um aspecto pseudo-hipertroacutefico e uma consistecircncia caracteriacutestica
No passado julgava-se que a inteligecircncia destas crianccedilas natildeo sofria qualquer efeito da
doenccedila
Actualmente vaacuterios autores referem uma diminuiccedilatildeo cognitiva e apatia num
significativo nuacutemero de casos Vignos (1963) Por tudo isto a qualidade de vida das crianccedilas
portadoras de DMD eacute significativamente afectada como tambeacutem a sua longevidade devido
tambeacutem agrave inexistecircncia de um tratamento curativo
4 2 Etiologia
Ao longo dos anos tem sido significativo o nuacutemero de teorias relativas agrave patologia das
distrofias musculares como um todo e agrave DMD em particular Talvez a primeira tenha sido
entatildeo chamada ldquoteoria neurogeacutenicardquo Isso postulou que o problema primaacuterio encontrava-se
mais no tecido nervoso dos muacutesculos do que nos muacutesculos propriamente ditos McComas e col
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos
intelectuais nos meninos com DMD
Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos
70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra
teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era
secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)
Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos
muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria
da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular
mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas
nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo
ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende
explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo
intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)
Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS
onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685
aminoaacutecidos
Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da
estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e
necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-
sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima
de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do
muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos
e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos
perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)
4 3 Incidecircncia
A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos
nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por
isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca
manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD
A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo
curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente
codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD
Zitelli and Davis (1992)
Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o
mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo
ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma
incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio
mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente
pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)
4 4 Histoacuterico Inicial
Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo
caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos
activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos
normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo
desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super
ansiosas ou inexperientes
Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de
pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a
suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O
diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente
confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular
Downie (1988)
4 5 Diagnoacutestico
Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-
histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-
esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no
gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para
que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a
patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)
No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e
laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos
seguintes sinais ou sintomas
- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja
conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)
- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde
em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo
atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala
tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)
- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas
frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se
levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das
matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)
- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se
do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O
neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados
pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou
Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia
bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos
Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo
enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia
- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria
caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e
projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)
- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a
fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico
quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros
superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a
um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas
- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila
quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e
Davis (1992)
- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma
caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos
apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este
aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular
proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo
algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo
identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)
- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)
- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa
voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)
Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete
enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute
confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do
tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo
46 Evoluccedilatildeo da Patologia
Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de
Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento
Fase 1 ndash ateacute aos sete anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a
cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas
com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo
Fase 2 ndash ateacute aos doze anos
Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros
superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da
capacidade de marcha
Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada
Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por
deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com
infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de
morte
4 7 Problemas Associados
Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em
problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do
muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees
morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas
48 Muacutesculo-esqueleacutetico
A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros
sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos
membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores
ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular
proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma
capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde
Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos
fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo
muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)
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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco
As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas
propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma
(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das
crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas
A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo
ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade
fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode
natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco
mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente
insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)
5 Muacutesculo Liso
Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo
liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo
gaacutestrica aguda
A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria
podem tambeacutem surgir de igual forma
51 Sistema Nervoso
Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos
demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade
das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90
tendo as restantes QI normal
O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o
nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo
intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor
que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa
turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar
algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da
miopatia
As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em
que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 42 -
Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 43 -
Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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(1987) e foi sugerido por alguns como sendo a explicaccedilatildeo para a alta associaccedilatildeo dos prejuiacutezos
intelectuais nos meninos com DMD
Apesar da forte evidecircncia na hipoacutetese neurogeacutenica nos finais dos anos 60 e iniacutecio dos
70 a opiniatildeo geral actual eacute contra a ideia que este seja o motivo da falha subjacente Outra
teoria apresentada era a ldquoteoria vascularrdquo que sugeria que o problema nos muacutesculos era
secundaacuterio ao prejuiacutezo no volume de irrigaccedilatildeo sanguiacuteneo McComas e col (1987)
Actualmente e o que vigora a melhor explicaccedilatildeo para as alteraccedilotildees encontradas nos
muacutesculos dos pacientes com distrofia eacute uma perturbaccedilatildeo da membrana muscular ndash a ldquoteoria
da membranardquo O prejuiacutezo da funccedilatildeo da membrana natildeo estaacute confinado agrave membrana muscular
mas ele existe tambeacutem na membrana de outros tecidos As anomalias podem ser encontradas
nos gloacutebulos vermelhos e brancos do sangue de meninos com DMD apesar de tal factor natildeo
ser considerado como consistente Este prejuiacutezo aparente da junccedilatildeo da membrana pretende
explicar o motivo pelo qual um nuacutemero de estudos revelaram elevada acumulaccedilatildeo
intracelular de caacutelcio ndash a membrana eacute dita como sendo ldquomal vedadardquo Emery e Burt (1980)
Sabemos ainda que eacute no referido cromossoma X (regiatildeo Xp21) particularmente no gene DYS
onde ocorre siacutentese de uma enorme proteiacutena - a distrofina - constituiacuteda por 3685
aminoaacutecidos
Na DMD existe a ausecircncia desta proteiacutena o que determina alteraccedilotildees graves da
estabilidade da membrana durante a contracccedilatildeo muscular conduzindo agrave consequente lesatildeo e
necrose das fibras musculares Abreu (1999) A distrofina existe normalmente na regiatildeo sub-
sarcolemal da membrana das fibras musculares esqueleacuteticas principalmente na zona proacutexima
de uma placa motora e nos mioacutecitos cardiacuteacos Esta presencia-se ainda em algumas ceacutelulas do
muacutesculo liso (especificamente no tubo digestivo paredes arteriais muacutesculo erector dos pecirclos
e ceacutelulas mioepiteliais das glacircndulas sudoriacuteporas) no sistema nervoso central nos nervos
perifeacutericos na coacuteclea e na retina locais onde a sua funccedilatildeo eacute desconhecida Abreu (1999)
4 3 Incidecircncia
A incidecircncia desta anormalidade eacute de um em cada trecircs mil a trecircs mil e quinhentos
nascimentos e caracteriza-se por uma heranccedila geneacutetica ligada ao cromossoma X tendo por
isso uma relaccedilatildeo com o sexo masculino apesar de ser transmitida pela matildee que quase nunca
manifesta qualquer sintoma neuromuscular (Zitelli and Davis 1992) (ver fig 1)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD
A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo
curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente
codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD
Zitelli and Davis (1992)
Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o
mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo
ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma
incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio
mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente
pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)
4 4 Histoacuterico Inicial
Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo
caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos
activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos
normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo
desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super
ansiosas ou inexperientes
Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de
pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a
suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O
diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente
confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular
Downie (1988)
4 5 Diagnoacutestico
Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-
histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-
esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no
gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para
que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a
patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)
No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e
laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos
seguintes sinais ou sintomas
- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja
conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)
- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde
em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo
atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala
tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)
- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas
frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se
levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das
matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)
- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se
do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O
neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados
pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou
Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia
bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos
Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo
enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia
- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria
caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e
projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)
- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a
fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico
quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros
superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a
um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas
- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila
quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e
Davis (1992)
- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma
caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos
apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este
aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular
proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo
algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo
identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)
- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)
- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa
voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)
Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete
enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute
confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do
tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo
46 Evoluccedilatildeo da Patologia
Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de
Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento
Fase 1 ndash ateacute aos sete anos
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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a
cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas
com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo
Fase 2 ndash ateacute aos doze anos
Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros
superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da
capacidade de marcha
Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada
Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por
deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com
infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de
morte
4 7 Problemas Associados
Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em
problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do
muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees
morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas
48 Muacutesculo-esqueleacutetico
A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros
sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos
membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores
ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular
proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma
capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde
Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos
fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo
muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)
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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco
As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas
propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma
(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das
crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas
A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo
ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade
fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode
natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco
mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente
insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)
5 Muacutesculo Liso
Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo
liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo
gaacutestrica aguda
A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria
podem tambeacutem surgir de igual forma
51 Sistema Nervoso
Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos
demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade
das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90
tendo as restantes QI normal
O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o
nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo
intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor
que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa
turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar
algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da
miopatia
As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em
que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Figura 1 ndash Ligaccedilatildeo hereditaacuteria que resulta num filho portador de DMD
A DMD eacute causada por uma mutaccedilatildeo em revelaccedilatildeo afectando a regiatildeo Xp21 do braccedilo
curto do cromossoma X A distrofina a grande proteiacutena citoesqueleacutetica normalmente
codificada por este traccedilo geneacutetico estaacute ausente das fibras musculares dos pacientes com DMD
Zitelli and Davis (1992)
Este traccedilo geneacutetico precisa da distrofina para manter a integridade do muacutesculo mas o
mecanismo pelo qual a deficiecircncia de distrofina produz destruiccedilatildeo muscular progressiva satildeo
ainda desconhecidos Zitelli and Davis (1992) A distrofia muscular de Becker apresenta uma
incidecircncia de um para trinta mil nascimentos eacute distinguida clinicamente da DMD por iniacutecio
mais tardio velocidade de progressatildeo mais lenta vivecircncia mais longa e bioquimicamente
pela presenccedila de distrofina de peso molecular anormal Zitelli and Davis (1992)
4 4 Histoacuterico Inicial
Na primeira infacircncia natildeo se verificam anormalidades ateacute porque 50 dos meninos natildeo
caminham normalmente ateacute aos dezoito meses No entanto as crianccedilas com DMD satildeo menos
activas andam mais devagar caem com mais frequecircncia natildeo correm (pelo menos
normalmente) e possuem dificuldades em subir escadas Na maioria dos casos as matildees satildeo
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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo
desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super
ansiosas ou inexperientes
Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de
pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a
suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O
diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente
confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular
Downie (1988)
4 5 Diagnoacutestico
Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-
histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-
esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no
gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para
que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a
patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)
No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e
laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos
seguintes sinais ou sintomas
- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja
conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)
- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde
em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo
atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala
tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)
- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas
frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se
levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das
matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)
- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se
do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O
neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados
pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou
Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou
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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia
bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos
Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo
enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia
- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria
caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e
projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)
- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a
fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico
quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros
superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a
um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas
- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila
quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e
Davis (1992)
- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma
caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos
apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este
aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular
proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo
algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo
identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)
- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)
- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa
voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)
Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete
enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute
confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do
tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo
46 Evoluccedilatildeo da Patologia
Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de
Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento
Fase 1 ndash ateacute aos sete anos
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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a
cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas
com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo
Fase 2 ndash ateacute aos doze anos
Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros
superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da
capacidade de marcha
Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada
Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por
deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com
infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de
morte
4 7 Problemas Associados
Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em
problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do
muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees
morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas
48 Muacutesculo-esqueleacutetico
A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros
sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos
membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores
ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular
proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma
capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde
Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos
fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo
muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)
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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco
As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas
propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma
(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das
crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas
A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo
ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade
fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode
natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco
mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente
insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)
5 Muacutesculo Liso
Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo
liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo
gaacutestrica aguda
A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria
podem tambeacutem surgir de igual forma
51 Sistema Nervoso
Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos
demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade
das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90
tendo as restantes QI normal
O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o
nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo
intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor
que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa
turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar
algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da
miopatia
As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em
que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquotranquilizadasrdquo porque os seus meninos satildeo ldquodiagnosticadosrdquo como ldquopeacutes-chatosrdquo
desajeitados ou preguiccedilosos Estas assumem frequentemente um papel de matildees super
ansiosas ou inexperientes
Eacute sensivelmente aos quatro anos de idade que a postura lordoacutetica e a marcha de
pato combinadas com as perceptiacuteveis dificuldades locomotoras servem para aumentar a
suspeita de diagnoacutestico quanto agrave existecircncia de uma significativa fraqueza muscular O
diagnoacutestico da DMD eacute difiacutecil ateacute aos quatrocinco anos de idade sendo geralmente
confirmado um pouco mais tarde apoacutes preocupaccedilatildeo expressa dos pais e biopsia muscular
Downie (1988)
4 5 Diagnoacutestico
Eacute possiacutevel diagnosticar a DMD com o maacuteximo de exactidatildeo atraveacutes de meacutetodos imuno-
histoquiacutemicos Emery (2000) onde a distrofina estaacute ausente no produto de biopsia de muacutesculo-
esqueleacutetico ou de pele Abreu (1999) Ao analisar o ADN determina-se o estudo do defeito no
gene DYS este eacute caracteriacutestico de cada famiacutelia sendo assim importante o seu historial para
que se possa detectar a doenccedila precocemente identificar as portadoras e diagnosticar a
patologia ainda na fase preacute-natal Abreu (1999)
No entanto estes exames soacute seratildeo recomendados apoacutes a suspeita cliacutenica e
laboratorial em crianccedilas do sexo masculino entre os quatro e os seis anos com alguns dos
seguintes sinais ou sintomas
- Histoacuteria familiar da patologia em parentes maternos do sexo masculino (embora seja
conhecido que ateacute 15 dos casos surge por mutaccedilatildeo) (Abreu 1999)
- Histoacuteria pessoal de atraso das aquisiccedilotildees motoras (principalmente na marcha onde
em 50 dos casos natildeo estaacute presente ateacute aos dezoito meses ao contraacuterio da populaccedilatildeo natildeo
atingida que eacute soacute de 3) O atraso do desenvolvimento intelectual particularmente da fala
tambeacutem eacute frequente (Abreu 1999)
- Marcha desajeitada e dificuldades na corrida satildeo caracteriacutesticas encontradas
frequentemente como subir escadas quedas frequentes e dificuldade progressiva para se
levantar do chatildeo A crianccedila pode a princiacutepio precisar somente de se empurrar com uma das
matildeos num joelho Zitelli e Davis (1992)
- A fraqueza dos muacutesculos extensores da anca torna-se mais acentuada levantarem-se
do chatildeo fica cada vez mais difiacutecil e requer o uso das matildeos para subir as pernas O
neurologista inglecircs William Gowers em 1879 ao observar o modo como os meninos afectados
pela DMD se levantavam descreve o que hoje conhecemos como ldquoSinal de Gowersrdquo ou
Manobra de Gower positiva Zitelli e Davis (1992) A marcha de Trendelenburg ou
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia
bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos
Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo
enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia
- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria
caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e
projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)
- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a
fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico
quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros
superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a
um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas
- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila
quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e
Davis (1992)
- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma
caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos
apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este
aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular
proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo
algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo
identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)
- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)
- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa
voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)
Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete
enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute
confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do
tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo
46 Evoluccedilatildeo da Patologia
Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de
Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento
Fase 1 ndash ateacute aos sete anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a
cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas
com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo
Fase 2 ndash ateacute aos doze anos
Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros
superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da
capacidade de marcha
Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada
Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por
deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com
infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de
morte
4 7 Problemas Associados
Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em
problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do
muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees
morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas
48 Muacutesculo-esqueleacutetico
A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros
sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos
membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores
ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular
proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma
capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde
Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos
fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo
muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco
As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas
propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma
(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das
crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas
A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo
ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade
fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode
natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco
mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente
insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)
5 Muacutesculo Liso
Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo
liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo
gaacutestrica aguda
A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria
podem tambeacutem surgir de igual forma
51 Sistema Nervoso
Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos
demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade
das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90
tendo as restantes QI normal
O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o
nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo
intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor
que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa
turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar
algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da
miopatia
As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em
que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 37 -
Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 38 -
Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 39 -
Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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ldquobamboleiordquo do quadril tambeacutem surge nesta eacutepoca O tempo que um doente deambula varia
bastante chegando a estar confinados a uma cadeira de rodas aos 7 anos
Este tipo de acccedilatildeo eacute importante pois a escoliose natildeo se torna assim uma complicaccedilatildeo
enquanto o doente permanecer deambulando nem que seja uma hora por dia
- A fraqueza progressiva dos gluacuteteos daacute origem a uma postura compensatoacuteria
caracterizada por uma base de sustentaccedilatildeo alargada hiperlordose lombar acentuada e
projecccedilatildeo do abdoacutemen para a frente Zitelli e Davis (1992)
- Embora a fraqueza dos membros superiores natildeo seja um sintoma inicial comum a
fraqueza proximal dos membros superiores eacute facilmente detectada pelo exame cliacutenico
quando a crianccedila eacute levantada com as matildeos do examinador colocadas sob os membros
superiores Geralmente existe uma acentuada debilidade da cintura escapular associada a
um deslocamento para cima dos ombros e rotaccedilatildeo anormal das omoplatas
- A fraqueza dos flexores do pescoccedilo evidenciada por ldquojogordquo acentuado da cabeccedila
quando empurrada para sentar a partir do decuacutebito dorsal eacute um sintoma precoce Zitelli e
Davis (1992)
- O aumento de volume muscular particularmente na face posterior da perna eacute uma
caracteriacutestica comum que aparece entre os cinco e seis anos de idade Os muacutesculos
apresentam uma consistecircncia dura agrave palpaccedilatildeo Logo no iniacutecio da evoluccedilatildeo cliacutenica este
aumento do volume muscular pode ser devido a hipertrofia com a forccedila muscular
proporcional ao volume Mais tarde a infiltraccedilatildeo por tecido adiposo e tecido conjuntivo
algumas vezes manteacutem este volume apesar da perda de fibras musculares Este processo
identifica-se como pseudo-hipertrofia Zitelli e Davis (1992)
- O primeiro reflexo que fica diminuiacutedo ou abolido eacute o reflexo rotular Abreu (1999)
- Na electromiografia (EMG) os potenciais de unidade motora satildeo curtos e de baixa
voltagem natildeo apresentando sinais de enervaccedilatildeo Abreu (1999)
Geralmente eacute com a biopsia muscular (idealmente efectuada no quadriciacutepete
enquanto a crianccedila ainda consegue realizar a marcha) que o diagnoacutestico da DMD eacute
confirmado Neste encontram-se variaccedilotildees nos diacircmetros das fibras com um aumento do
tecido conjuntivo posteriormente substituiacutedo por tecido adiposo
46 Evoluccedilatildeo da Patologia
Abreu (1999) definiu trecircs estaacutedios cliacutenicos evolutivos da distrofia muscular de
Duchenne com bastante interesse na definiccedilatildeo e programaccedilatildeo de tratamento
Fase 1 ndash ateacute aos sete anos
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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a
cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas
com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo
Fase 2 ndash ateacute aos doze anos
Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros
superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da
capacidade de marcha
Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada
Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por
deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com
infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de
morte
4 7 Problemas Associados
Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em
problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do
muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees
morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas
48 Muacutesculo-esqueleacutetico
A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros
sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos
membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores
ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular
proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma
capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde
Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos
fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo
muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)
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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco
As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas
propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma
(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das
crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas
A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo
ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade
fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode
natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco
mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente
insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)
5 Muacutesculo Liso
Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo
liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo
gaacutestrica aguda
A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria
podem tambeacutem surgir de igual forma
51 Sistema Nervoso
Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos
demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade
das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90
tendo as restantes QI normal
O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o
nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo
intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor
que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa
turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar
algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da
miopatia
As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em
que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 42 -
Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 43 -
Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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A fraqueza muscular atinge principalmente a cintura peacutelvica posteriormente a
cintura escapular e os muacutesculos dos membros inferiores A marcha ainda eacute independente mas
com balanccedilo excessivo dificuldade em subir e descer escadas bem como levantar-se do solo
Fase 2 ndash ateacute aos doze anos
Agravamento dos deacutefices motores sendo nesta fase tambeacutem evidentes nos membros
superiores Dificuldades crescentes na marcha com quedas frequentes ateacute agrave perda da
capacidade de marcha
Fase 3 ndash ateacute agrave 2ordf deacutecada
Dependecircncia nas actividades de auto-cuidado e de cadeira de rodas eleacutectrica por
deacutefice muscular dos membros superiores e inferiores Alteraccedilotildees respiratoacuterias crescentes com
infecccedilotildees respiratoacuterias repetitivas e caacuterdiomiopatia que se traduz na causa habitual de
morte
4 7 Problemas Associados
Os problemas associados agrave DMD podem segundo Abreu (1999) dividir-se em
problemas primaacuterios como as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas as do muacutesculo cardiacuteaco as do
muacutesculo liso e ceacuterebro e as alteraccedilotildees secundaacuterias como as contracturas alteraccedilotildees
morfoloacutegicas deformaccedilotildees articulares alteraccedilotildees oacutesseas e psicoloacutegicas
48 Muacutesculo-esqueleacutetico
A progressatildeo da fraqueza muscular tem um padratildeo estereotipado os primeiros
sintomas surgem antes dos cinco anos atingindo inicialmente os muacutesculos proximais dos
membros inferiores e mais rapidamente que os muacutesculos dos membros superiores
ocasionando a perda da marcha Num estaacutedio considerado terminal a forccedila muscular
proximal dos membros inferiores eacute praticamente nula verificando-se ainda alguma
capacidade a niacutevel dos membros superiores embora bastante humilde
Pode haver uma melhoria sob o ponto de vista motor entre os trecircs e os seis anos
fruto do normal desenvolvimento da crianccedila No entanto a partir dos oito anos a deterioraccedilatildeo
muscular eacute bem evidente Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig (1997)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco
As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas
propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma
(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das
crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas
A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo
ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade
fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode
natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco
mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente
insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)
5 Muacutesculo Liso
Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo
liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo
gaacutestrica aguda
A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria
podem tambeacutem surgir de igual forma
51 Sistema Nervoso
Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos
demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade
das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90
tendo as restantes QI normal
O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o
nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo
intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor
que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa
turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar
algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da
miopatia
As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em
que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 38 -
Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4 9 Muacutesculo Cardiacuteaco
As fibras cardiacuteacas tambeacutem degeneram com fibrose e diminuiccedilatildeo progressiva das suas
propriedades de contractibilidade A caacuterdiomiopatia eacute detectada por electrocardiograma
(ECG) dado que inicialmente os sintomas estatildeo ausentes Aproximadamente 80 a 90 das
crianccedilas tecircm alteraccedilotildees cardiacuteacas
A ecocardiografia revela cardiomegalia e diminuiccedilatildeo da fracccedilatildeo de ejecccedilatildeo
ventricular esquerda que natildeo eacute sintomaacutetica na medida em que surge quando a actividade
fiacutesica da crianccedila jaacute estaacute consideravelmente diminuiacuteda A funccedilatildeo ventricular esquerda pode
natildeo estar alterada durante muito tempo O acidente terminal natildeo eacute primariamente cardiacuteaco
mas por hipertensatildeo pulmonar na sequecircncia de infecccedilatildeo respiratoacuteria com a consequente
insuficiecircncia ventricular direita Abreu (1999) Ledoux (1995) e Willig ((1997)
5 Muacutesculo Liso
Principalmente nos casos de maior longevidade surgem sinais de compromisso do muacutesculo
liso No aparelho digestivo podem surgir dores gaacutestricas podendo despertar uma dilataccedilatildeo
gaacutestrica aguda
A obstipaccedilatildeo croacutenica siacutendrome de pseudo-obstruccedilatildeo intestinal ou retenccedilatildeo urinaacuteria
podem tambeacutem surgir de igual forma
51 Sistema Nervoso
Ainda eacute desconhecida qual a funccedilatildeo da distrofina no tecido nervoso mas estudos
demonstram que o quociente intelectual (QI) meacutedio eacute de 85 No entanto soacute cerca de metade
das crianccedilas tem diminuiccedilatildeo das capacidades intelectuais com QI variando entre 50 e 90
tendo as restantes QI normal
O deacutefice intelectual quando existe natildeo eacute progressivo estando presente desde o
nascimento e atingindo principalmente o QI verbal e da linguagem Ocorre debilitaccedilatildeo
intelectual em todos os doentes embora 20 a 30 tenham um quociente intelectual menor
que 70 A grande maioria tem dificuldades na aprendizagem mas vatildeo participando numa
turma escolar ldquodita normalrdquo desde que exista acccedilatildeo correctiva Outros podem apresentar
algum atraso mental natildeo havendo por consequecircncia uma correlaccedilatildeo com a intensidade da
miopatia
As alteraccedilotildees degenerativas e a fibrose muscular constituem um processo indolor em
que natildeo ocorrem mialgias e espasmos Abreu (1999)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 42 -
Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 43 -
Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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52 Contracturas
Normalmente as primeiras contracturas que aparecem satildeo as dos tensores da faacutescia
lata as dos flexores das ancas (particularmente do recto anterior) e as dos flexores e
inversores das tibiotaacutersicas estando geralmente presentes aos seis anos Apoacutes a perda da
marcha aparecem as dos flexores dos joelhos e dos cotovelos Mais tardiamente nos trapeacutezios
nos extensores dos punhos e nos extensores do pescoccedilo
53 Alteraccedilotildees Morfoloacutegicas
Eacute tiacutepico o aumento do volume dos geacutemeos e da liacutengua raramente dos quadriciacutepedes
gluacuteteos e deltoacuteides Inicialmente haacute verdadeira hipertrofia mas posteriormente haacute
substituiccedilatildeo do tecido normal por tecido adiposo e fibroso (pseudo-hipertrofia) Por outro
lado a amiotrofia atinge com mais intensidade os deltoacuteides e quadriciacutepedes que algum indiacutecio
de obesidade pode inicialmente esconder
54 Deformaccedilotildees Articulares
Destacamos aquelas consideradas como mais comuns neste tipo de populaccedilatildeo
a) Peacute - Retracccedilatildeo do tiacutebial posterior Deve pesquisar-se a dorsiflexatildeo da tibiotaacutersica com o
joelho flectido e com ele estendido Rapidamente as amplitudes articulares ficam
comprometidas e quando perdem a marcha a deformidade agrava consideravelmente
b) Joelho ndash normalmente natildeo haacute deformaccedilotildees enquanto os indiviacuteduos caminham pela posiccedilatildeo
do peacute na marcha o joelho eacute obrigado a ficar em ldquorecurvatumrdquo Apoacutes perder a marcha devido
ao facto de permanecer muito tempo sentado diminui assim a possibilidade de flexatildeo e
extensatildeo do membro
c) Anca - Inicialmente estas alteraccedilotildees satildeo ligeiras mas agravam-se quando a marcha jaacute natildeo
eacute possiacutevel
d) Bacia ndash Verifica-se a anteversatildeo da bacia que conjuntamente com a abduccedilatildeo da anca
contribui para o aumento da hiperlordose lombar no iniacutecio da evoluccedilatildeo Depois da perda da
marcha surge a obliquidade peacutelvica originada pela retracccedilatildeo muscular e pelas atitudes
posturais regularmente adoptadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 38 -
Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 63 -
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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e) Coluna vertebral - durante a fase da marcha surge a acentuaccedilatildeo da hiperlordose
acompanhada da anteversatildeo da bacia Depois de perder a marcha surge a escoliose lombar
em 95 dos casos que rapidamente progride para dorsolombar com caracteriacutesticas idecircnticas
agraves escolioses paraliacuteticas Estas alteraccedilotildees satildeo inicialmente natildeo estruturadas evoluindo
posteriormente para escolioses estruturadas A determinada altura a gravidade desta
deformaccedilatildeo pode ser de tal modo pronunciada que impede a posiccedilatildeo de sentado ou mesmo
provocar ulceraccedilatildeo cutacircnea
O acircngulo meacutedio de escoliose eacute de 10ordm ateacute aos 10 anos de idade e passa a 75ordm em
crianccedilas ateacute aos 16 anos Quando a curva ultrapassa o 40ordm a toleracircncia pela posiccedilatildeo sentada
diminui bem como a capacidade funcional os braccedilos tornam-se necessaacuterios para manter uma
posiccedilatildeo sentada existindo dor e a capacidade pulmonar fica reduzida
f) Cintura escapular ndash jaacute bastante tarde e depois de perder a marcha eacute que se manifesta a
diminuiccedilatildeo da amplitude em abduccedilatildeo e rotaccedilatildeo externa da articulaccedilatildeo escaacutepulo-umeral e
diminuiccedilatildeo do abaixamento da omoplata em consequecircncia da retracccedilatildeo do trapeacutezio superior
g) Cotovelo - apoacutes a perda da marcha e sob o ponto de vista funcional faz diminuir o acircngulo
do braccedilo de alavanca dos flexores do cotovelo A supinaccedilatildeo tende a desaparecer devido agrave
fraqueza dos muacutesculos supinadores e agrave postura preferencial na cadeira de rodas eleacutectrica a
escrever etc
h) Punho e matildeo ndash verifica-se a tendecircncia agrave fixaccedilatildeo do punho em flexatildeo e em desvio cubital
por retracccedilatildeo do cubital anterior Surge igualmente uma diminuiccedilatildeo da extensatildeo por
retracccedilatildeo dos palmares e dos longos flexores dos dedos A abduccedilatildeo do polegar fica de igual
modo diminuiacuteda com retracccedilatildeo da flexatildeo das falanges caacuterpicas
55 Alteraccedilotildees Oacutesseas
A fragilidade oacutessea que se instala devido a diminuiccedilatildeo das cargas e solicitaccedilotildees
exercida sobre os ossos da tracccedilatildeo muscular ao niacutevel das inserccedilotildees e da vascularizaccedilatildeo por
reduccedilatildeo da actividade muscular tornam os ossos destes indiviacuteduos particularmente propiacutecios
a fracturas por traumatismos miacutenimos Estas fracturas satildeo difiacuteceis de identificar clinicamente
uma vez que geralmente natildeo possuem sinais inflamatoacuterios locais (como o edema e o aumento
da temperatura local) e a dor eacute inconstante ou miacutenima agrave pressatildeo local Por esse motivo
efectuam-se estudos radioloacutegicos em situaccedilotildees de queda ou por outros traumatismos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quando a crianccedila comeccedila a reduzir drasticamente a sua actividade fiacutesica eacute natural
que surja a obesidade Muitos pais na tentativa de agradar ao filho que vecircem impossibilitado
de diversas fontes de prazer tentam preencher essa lacuna com a oferta de alimentos do
agrado da crianccedila particularmente doces e outros alimentos hipercaloacutericos Este
comportamento inadequado pode ser uma das causas de agravamento da obesidade da
crianccedila que por sua vez gera mais desconforto e mais sobrecarga sobre os seus parentes mais
proacuteximos Em fase mais avanccedilada quando surgem dificuldades na degluticcedilatildeo eacute frequente a
perda draacutestica de peso que em alguns casos pode chegar aos 30 kg
A obesidade torna-se tambeacutem um problema comum nos indiviacuteduos com DMD
principalmente e em maior nuacutemero os que jaacute se encontram confinados agrave cadeira de rodas
Este factor torna-se segundo Downie (1997 paacuteg 409) ldquo virtualmente impossiacutevel (ou
inadequado) tratar neste estaacutegio O uacutenico tratamento eacute a prevenccedilatildeordquo
56 Alteraccedilotildees Psicoloacutegicas
Estas alteraccedilotildees dependem muito da personalidade do indiviacuteduo do envolvimento
familiar social e escolar Desde a atitude de submissatildeo agrave de revolta perante a laquofatalidaderaquo
que caiu sobre a famiacutelia os sentimentos de culpa dos pais todos os quadros satildeo possiacuteveis
Tambeacutem tecircm sido descritas situaccedilotildees de luto com total resoluccedilatildeo e adopccedilatildeo de uma atitude
positiva e colaborante com a equipa que vigia e trata a crianccedila
No entanto tambeacutem eacute frequente que no decorrer desse processo os pais recorram a
formas de laquomedicina alternativaraquo que podem erradamente dar a sensaccedilatildeo de laquocuraraquo da
crianccedila ou que o diagnoacutestico foi erradamente atribuiacutedo principalmente durante a fase dos
trecircs aos seis anos em que o desenvolvimento ldquonormalrdquo compensa parcialmente a
deterioraccedilatildeo muscular progressiva Se natildeo houver uma atitude positiva de apoio por parte da
famiacutelia e da sociedade eacute frequente a ansiedade e a depressatildeo infantil Estas podem reflectir-
se em algumas alteraccedilotildees do sono jaacute descritas
57 Alteraccedilotildees Funcionais
O deacutefice de forccedila a atrofia de desuso os desequiliacutebrios entre muacutesculos
agonistasantagonistas a limitaccedilatildeo das amplitudes articulares as alteraccedilotildees ortopeacutedicas os
traumatismos bem como factores emocionais tecircm repercussotildees graves e progressivas sobre a
capacidade funcional
Surgem primeiro alteraccedilotildees na independecircncia e no conforto sendo mais tarde a
sobrevivecircncia posta em causa
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Na avaliaccedilatildeo funcional deve constar a capacidade de elevar a cabeccedila virar-se na
cama para um lado e para o outro transferecircncias de decuacutebito dorsal e ventral sentar-se
permanecer sentado e elevar-se de uma cadeira a possibilidade de ortostatismo plantar uni e
bipedal (posiccedilatildeo de peacute com um eou dois apoios) subir e descer degraus com um peacute e outro
Na marcha eacute importante avaliar o tipo de apoio estabilidade e velocidade No iniacutecio
haacute alteraccedilotildees estaacuteticas da posiccedilatildeo de peacute depois do tipo de marcha e por uacuteltimo esta torna-se
impossiacutevel Assim inicialmente o apoio faz-se na parte interna do peacute e posteriormente na zona
do calcacircneo
No plano sagital a anteversatildeo da bacia faz com que o trocanter fique agrave frente da
linha de gravidade protegendo das quedas para a frente causadas pela fraqueza dos
extensores da anca
No plano frontal a falta de estabilizadores da bacia indicia a tiacutepica marcha
bamboleante com os membros superiores em abduccedilatildeo o centro de gravidade fica acima da
anca inclinando o tronco alternadamente para um lado e para o outro
Estas alteraccedilotildees conduzem a uma diminuiccedilatildeo da estabilidade da marcha que se torna
de base alargada ateacute um ponto em que as quedas satildeo frequentes e as actividades como
correr saltar subir e descer escadas tornam-se impossiacuteveis Nesta altura eacute de prever que
entre seis e doze meses a crianccedila tenha uma perda quase total de marcha independente
A posiccedilatildeo de sentada deixa de ser confortaacutevel devido agrave obliquidade da bacia e agrave
escoliose em que natildeo havendo tratamento das dores que podem surgir e crescente
deformidade torna a posiccedilatildeo menos funcional ou mesmo impossiacutevel
A preensatildeo manual na fase 1 natildeo eacute atingida mas com o desenvolver das fases 2 e
particularmente da 3 perdem-se as ldquopinccedilasrdquo de forccedila
Com a dependecircncia da cadeira de rodas e a fraqueza proximal dos membros
superiores perde-se tambeacutem o potencial gestual dos mesmos Num estaacutedio avanccedilado a crianccedila
fica completamente dependente do auxiacutelio de um terceiro Abreu (1999) Ledoux (1995) e
Willig ((1997)
58 Prevenccedilatildeo
Dado que natildeo existe ainda tratamento para a DMD a prevenccedilatildeo eacute particularmente
importante Face a um caso familiar eacute importante definir se estamos perante uma mutaccedilatildeo
espontacircnea ou mutaccedilatildeo de ponto (nesse caso a matildee da crianccedila natildeo eacute portadora e natildeo haacute
casos de parentes afectados) ou se de uma caracteriacutestica herdada (grande maioria dos casos)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Como eacute uma doenccedila herdada de caraacutecter recessivo ligado ao cromossoma X eacute
importante fazer a identificaccedilatildeo das portadoras e informar as mesmas de que eacute possiacutevel fazer
o diagnoacutestico preacute-natal em caso de gravidez Abreu (1999) e Ledoux (1995)
59 Aconselhamento Geneacutetico
O diagnoacutestico de um caso de distrofia muscular de Duchenne exige a avaliaccedilatildeo do
risco da portadora para os familiares maternos do sexo feminino Existiraacute sempre o risco de
ter descendentes do sexo masculino portadores do gene ou descendentes do sexo feminino
que transmitam o gene a futuros descendentes
Normalmente eacute realizado um heredograma (anaacutelise da aacutervore gineoloacutegica) que
permite por si soacute definir uma primeira estimativa do risco e nalguns casos concluir pelo
estado de portadora obrigatoacuteria de algumas mulheres por exemplo quando tecircm dois filhos
doentes ou um irmatildeo e um filho doentes
Este caacutelculo inicial de risco pode ser corrigido utilizando doseamentos de
creatinaquinase Em primeiro lugar este exame auxiliar de diagnoacutestico permite confirmar ou
excluir a doenccedila em indiviacuteduos do sexo masculino em risco de ter a doenccedila e ainda em idades
assintomaacuteticas Esta enzima tambeacutem tem valores mais elevados nas mulheres portadoras do
que nas natildeo portadoras podendo verificar-se sobreposiccedilatildeo de valores
Um valor elevado natildeo permite afirmar que uma mulher eacute portadora mas aumenta a
probabilidade de a mesma o ser Um valor baixo natildeo permite afirmar que uma mulher natildeo eacute
portadora mas de igual modo diminui a probabilidade de o natildeo ser A modificaccedilatildeo dos riscos
de cada mulher ser portadora pode ser quantificada utilizando tabelas de referecircncia dos
valores de creatinaquinase em mulheres normais e em portadoras obrigatoacuterias da doenccedila
A realizaccedilatildeo de estudos de geneacutetica molecular permite fazer uma segunda correcccedilatildeo
do caacutelculo do risco e a realizaccedilatildeo do diagnoacutestico preacute-natal A aplicaccedilatildeo dos polimorfismos de
ADN numa anaacutelise indirecta do gene foi utilizada no estudo das famiacutelias com casos de DMD
desde o iniacutecio da deacutecada de 80 Em 1985 foram introduzidas as sondas intrageacutenicas e a anaacutelise
directa do gene com sondas de ADN complementar que detectam delecccedilotildees existentes em
70 dos genes patoloacutegicos foi realizada pela primeira vez em 1988
Natildeo eacute possiacutevel excluir completamente a hipoacutetese de uma mulher ser portadora do
gene da distrofia muscular de Duchenne porque existe a possibilidade de se tratar de um
mosaicismo gonoidal ou seja eacute uma situaccedilatildeo em que o gene patoloacutegico existe nas ceacutelulas
germinais pelo que pode ser transmitido agrave descendecircncia mas estaacute ausente nas ceacutelulas
somaacuteticas cujo ADN eacute utilizado dando origem a falsos resultados negativos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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6 Tratamento terapecircutico com Actividade Fiacutesica
O tratamento cinesioloacutegico revela-se importante natildeo soacute na reabilitaccedilatildeo do paciente
mas tambeacutem na prevenccedilatildeo das alteraccedilotildees imperativas desta patologia e no ensino agrave famiacutelia
porque se esperam melhores resultados se os pais cooperarem
Deste modo satildeo importantes os exames do estado de desenvolvimento neuroloacutegico do
aparelho locomotor da capacidade funcional e do aparelho respiratoacuterio Soacute assim os
principais problemas podem ser identificados para recolher a informaccedilatildeo necessaacuteria e depois
estruturar os objectivos de tratamento que variam de acordo com cada caso especiacutefico
Diversos protocolos tecircm sido introduzidos com a finalidade de documentar a evoluccedilatildeo das
doenccedilas neuromusculares Os testes funcionais cronometrados e as escalas de classificaccedilatildeo
especiacutefica foram criados para documentar a diminuiccedilatildeo da capacidade funcional Vignos
(1963) elaborou a ldquoEscala de Vignos para a Classificaccedilatildeo dos Casos de Distrofia Muscular de
Duchennerdquo que determina os graus funcionais dos membros
Estudos repetidos para determinar a confiabilidade das provas funcionais com
inclusatildeo da escala de Vignos foram realizados demonstrando um elevado grau de fiabilidade
O exame manual da forccedila muscular (MMT) e seu exame quantitativo (QMT) foram tambeacutem
aplicados com o objectivo de determinar sua utilidade e fiabilidade na documentaccedilatildeo da
evoluccedilatildeo
O exame quantitativo da forccedila muscular (QMT) inclui a determinaccedilatildeo da forccedila
isomeacutetrica e trata-se do meacutetodo mais directo para examinar a actividade contraacutectil de
determinado grupo muscular Apresenta a vantagem do comprimento do muacutesculo o acircngulo
articular e a velocidade de se manterem constantes Este teste exige a aplicaccedilatildeo de
equipamentos especiais como por exemplo um ergoacutemetro
Para uma avaliaccedilatildeo profissional dos esquemas de exames a serem usados eacute
considerada a idade da crianccedila a sua capacidade para seguir as instruccedilotildees a disponibilidade
em relaccedilatildeo ao equipamento o local do exame (cliacutenica residecircncia escola) tempo disponiacutevel
e a finalidade do exame (para fins de pesquisa ou para servir de base ao tratamento) Burns e
Macdonald (1999)
Actualmente departamentos como o Hospital de Hammersmith em Londres (hospital
especializado em patologias pediaacutetricas) e a Universidade de Illinois e Chicago possuem uma
ficha especiacutefica de avaliaccedilatildeo destas patologias neuromusculares a ldquoMRC Grading Muscle
Strengthrdquo Esta ficha avalia a forccedila dos diferentes grupos musculares dos membros superiores
e inferiores da cabeccedila e do tronco mas tambeacutem referencia as limitaccedilotildees articulares
provocadas pelas contracturas bem como as habilidades motoras
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apesar destas avaliaccedilotildees serem bastante abrangentes e complexas devem ser
repetidas regularmente para um correcto planeamento do tratamento de acordo com as
necessidades actuais do indiviacuteduo em questatildeo Estas necessidades variam conforme a fase em
que se encontra o paciente devendo ser o seu tratamento adaptado
A actividade fiacutesicahidroterapia com temperaturas de 30ordm teraacute um efeito beneacutefico
sobre a circulaccedilatildeo e melhoraraacute a elasticidade do tecido conjuntivo Deve haver particular
atenccedilatildeo relativamente ao cansaccedilo excessivo da crianccedila que a aacutegua muito quente pode
provocar uma vez que a fadiga eacute prejudicial
Deste modo Schwartz (2002) e Guerrero (2007) indicam algumas tarefas que podem ser
realizadas nas regiotildees do corpo mais afectadas tais como
Tibiotaacutersicas e peacutes ndash uso de posturas instrumentais com cunhas e em verticalizaccedilatildeo ou
plano inclinado utilizando assim o peso do corpo Quando a crianccedila estiver sentada conveacutem
que os peacutes fiquem apoiados em posiccedilatildeo neutra da tibiotaacutersica e sem abduccedilatildeo das ancas Estes
cuidados tecircm como objectivo prolongar a verticalizaccedilatildeo o uso de calccedilado e o natildeo
aparecimento de dores na regiatildeo
Joelhos - no geral soacute necessaacuterio depois da perda da marcha para prevenir a flexatildeo por
retracccedilatildeo dos muacutesculos iacutesquiotibiais permitindo prolongar a verticalizaccedilatildeo e a adopccedilatildeo de
uma posiccedilatildeo para dormir mais confortaacutevel postura manual em extensatildeo postura com pesos
na posiccedilatildeo de sentado com a bacia em retroversatildeo e os membros inferiores alinhados
Anca - Nas crianccedilas pequenas eacute possiacutevel fazer o estiramento manual em decuacutebito ventral
com o joelho em flexatildeo de 90ordm Nos maiores eacute necessaacuterio a postura instrumental e em ambos
a mobilizaccedilatildeo passiva Deve recomendar-se a utilizaccedilatildeo do decuacutebito ventral sempre que
possiacutevel para dormir ver televisatildeo ler etc
Coluna vertebral ndash surgem alteraccedilotildees apoacutes a perda da marcha O uso de proacutetese que
pode ser o colete moldado eacute de interesse controverso Durante a fase redutiacutevel as posturas
manuais de abertura do flanco na concavidade e a tracccedilatildeo passiva satildeo utilizadas
Ombros ndash tardiamente apoacutes perda da marcha fazer estiramentos manuais do trapeacutezio
superior
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Cotovelos ndash igualmente apoacutes perda da marcha O objectivo natildeo eacute evitar totalmente a
flexatildeo mas estagnar o acircngulo em que exista o melhor braccedilo de alavanca para os muacutesculos
flexores enfraquecidos Jaacute o deacutefice de supinaccedilatildeo deve ser combatido com mobilizaccedilatildeo e
posturas manuais
Dos punhos e matildeos ndash igualmente natildeo eacute objectivo combater totalmente a retracccedilatildeo
dos flexores e dos extensores do punho pois a partir de certa altura a preensatildeo pelo efeito
tenodese (ponto de inserccedilatildeo para tendatildeo ou muacutesculo paralisado) pode ser a uacutenica possiacutevel
A actividade fiacutesicahidroterapia tambeacutem se revela importante em termos de funccedilatildeo
respiratoacuteria pois depende da eficaacutecia dos muacutesculos respiratoacuterios bem como do grau de
obstruccedilatildeo brocircnquica uma vez conhecido o factor da pressatildeo hidrostaacutetica sobre a caixa
toraacutecica Como inicialmente surge deacutefice da expiraccedilatildeo forccedilada e da eficaacutecia da tosse a
manutenccedilatildeo da desobstruccedilatildeo brocircnquica eacute particularmente importante desde fases precoces
Posteriormente perde-se a capacidade de inspirar profundamente
Este facto eacute particularmente importante se repararmos que no processo de
desenvolvimento pulmonar o nuacutemero de alveacuteolos estabiliza cerca dos 8 anos para depois
aumentarem de tamanho ateacute atingir o tamanho adulto Se natildeo forem efectuadas inspiraccedilotildees
profundas que satildeo importantes para esse aumento o crescimento alveolar natildeo eacute tatildeo grande
sendo factor de agravamento da doenccedila restritiva e da deformidade toraacutecica
A actividade fiacutesicahidroterapia deve ser feita regularmente pois melhora a teacutecnica
de desobstruccedilatildeo brocircnquica e da aceleraccedilatildeo do fluxo expiratoacuterio provocando uma expiraccedilatildeo
activa (possiacutevel enquanto marcha) ou passiva que faz desprender e subir as secreccedilotildees ateacute agrave
zona tossiacutegena Previamente as secreccedilotildees devem ser humidificadas com ar ou com
fluidificantes As percussotildees satildeo frequentemente traumaacuteticas
As teacutecnicas de manutenccedilatildeo de amplitudes satildeo activas inicialmente sendo depois
efectuadas com recurso a aparelhos de assistecircncia ventilatoacuteria Quando a capacidade
respiratoacuteria vital proacutepria se torna limitada poderatildeo ser tomadas medidas para a aplicaccedilatildeo de
ventilaccedilatildeo permanente
Caromano (2004) esclarece devidamente a importacircncia do meio aquaacutetico para estes
indiviacuteduos devido agraves propriedades fiacutesicas da aacutegua como opccedilatildeo de desenvolvimento de um
programa de exerciacutecios progressivos do mais faacutecil para o mais difiacutecil ateacute o maacuteximo de
resistecircncia que a aacutegua e determinados acessoacuterios possam oferecer tornando as intervenccedilotildees
seguras e eficientes Num estudo desenvolvido pela mesma refere que caracteriacutesticas como a
viscosidade turbulecircncia profundidade da aacutegua velocidade dos movimentos mudanccedila de
direcccedilatildeo dos movimentos e densidade (uso de flutuadores) permitem a prescriccedilatildeo de um
conjunto de exerciacutecios de fortalecimento com diferentes graus de intensidade
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 40 -
Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 41 -
V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 43 -
Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 64 -
O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este estudo indica-nos alguns criteacuterios de base que foram aplicados no nosso plano de
intervenccedilatildeo (ver quadro 4)
A viscosidade torna-se relevante para um trabalho de fortalecimento muscular uma
vez que a resistecircncia aumenta conforme a forccedila exercida o que facilita o movimento e
permite controlar a amplitude do movimento articular e a toleracircncia ao esforccedilo executado
pelo indiviacuteduo
No que diz respeito agrave propriedade fiacutesica da turbulecircncia que Caromano (2004) refere
como movimento irregular das camadas de fluido ou seja movimentaccedilatildeo da aacutegua e que
quando realizados movimentos em sentido constante formam-se correntes circulares na
mesma direcccedilatildeo facilitando a progressatildeo A autora refere como exemplo a caminhada para a
frente e para traacutes com passos em linha recta quando chegar ao bordo contraacuterio da piscina
retornar de costas ateacute a posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
A profundidade da aacutegua apresenta-se tambeacutem como um meacutetodo importante na
medida em que determina o grau de sustentabilidade parcial do peso Apresenta alguns
exemplos como o agachamento em que o indiviacuteduo seguro na parede com as pernas
afastadas flecte os joelhos e baixa o tronco erecto ateacute que as coxas fiquem paralelas com o
chatildeo e de seguida volta a estender as pernas sem alterar a posiccedilatildeo da coluna retornando agrave
posiccedilatildeo inicial (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4) Como forma de progressatildeo
realizaraacute o exerciacutecio reduzindo gradualmente a profundidade
Em termos de velocidade saber-se-aacute que quanto maior for a velocidade do movimento
maior seraacute a resistecircncia aos muacutesculos Caromano (2004) refere como exemplo praacutetico a
extensatildeo dos tricipetes em posiccedilatildeo erecta pernas flectidas os cotovelos colocados
lateralmente em relaccedilatildeo ao corpo estendendo e flectindo os mesmos (tarefa aplicada no
nosso estudo ver quadro 4)
Eacute igualmente referida a importacircncia das repeticcedilotildees nas mudanccedilas de direcccedilatildeo dos
movimentos onde ocorreraacute uma maior resistecircncia da aacutegua Como exemplo eacute referido um
movimento com o membro inferior desenhando um ciacuterculo fazendo trecircs repeticcedilotildees no sentido
horaacuterio e inverte realizando trecircs repeticcedilotildees no sentido contraacuterio de forma a fortalecer os
muacutesculos tibiais (tarefa aplicada no nosso estudo ver quadro 4)
7 A Duchenne e a Actividade Fiacutesica
A DMD patologia com caracteriacutesticas muito especiacuteficas cuja principal eacute
essencialmente a destruiccedilatildeo das fibras musculares que leva agrave imobilidade gradual do
indiviacuteduo apresentando assim um quadro delicado agrave realizaccedilatildeo de qualquer tipo de esforccedilo
fiacutesico pois o mesmo quando excessivo solicita os muacutesculos acelerando a sua degeneraccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns pressupostos baacutesicos de intervenccedilatildeo
em termos muito generalizados e de intensidade extremamente leve para aliviar alguma dor
provocada mal formaccedilotildees e manter algumas habilidades funcionais baacutesicas 1) Manutenccedilatildeo
eou melhoria da forccedila muscular para a realizaccedilatildeo de actividades quotidianas como por
exemplo subir escadas 2) Diminuir eou abrandar o desenvolvimento da fraqueza e
contracturas de modo a prolongar o processo ambulatoacuterio 3) Manter suficiente capacidade
caacuterdio-respiratoacuteria 4) Manter a forccedila muscular postural de forma a evitar a escoliose
Alguns autores alertam sobre um possiacutevel efeito destrutivo associado a actividades que
requerem forccedila consideraacutevel contra a acccedilatildeo da gravidade e que de forma repetitiva podem ser
prejudiciais agrave evoluccedilatildeo da doenccedila Emery (2000) Por outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal
promove uma raacutepida perda funcional de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como o caacuterdio-respiratoacuterio Sabe-se
que a programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base numa
avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para a manutenccedilatildeo da qualidade de vida destas
crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados sempre que possiacutevel
Guerrero (2007)
Uma das actividades tambeacutem prescritas com alguma frequecircncia principalmente em
indiviacuteduos com a possibilidade de marcha ambulatoacuteria eacute a caminhada simples diaacuteria associada a
alguns exerciacutecios especiacuteficos de alongamentos exerciacutecios respiratoacuterios e hidroterapia Essex
(2001) Estas actividades podem ser dificultadas pela presenccedila de obesidade fazendo com que a
manutenccedilatildeo da deambulaccedilatildeo pelo maacuteximo tempo possiacutevel em conjunto com o tratamento da
obesidade desacelera a progressatildeo do distuacuterbio respiratoacuterio
Essex (2001) e Guerrero (2007) definem algumas linhas de orientaccedilatildeo em termos de
exerciacutecios a niacutevel cardiovascular de forccedila e de flexibilidade que podem intervir nas sessotildees a
executar com estes indiviacuteduos
71 Linhas Orientadoras de Exerciacutecio Cardiovascular
O exerciacutecio cardiovascular deveraacute assumir os seguintes pressupostos
a) Definir um ritmo de exerciacutecio que tenha efeitos miacutenimos fisioloacutegicos mas que natildeo seja
excessivo para os pacientes Guerrero (2007) baseia-se na escala ldquoRating of Perceived
Exercitationrdquo que varia de 6 a 20 valores em que 6 seraacute muito ligeiro e 20 muito difiacutecil
Estabelece que a zona alvo seja entre os 12 e os 14 valores
b) Permitir breves e ligeiros periacuteodos de caminhada natildeo superiores a 30 metros algumas
vezes ao dia em solo macio e nivelado de forma a aumentar a resistecircncia cardiovascular e
que se traduzam na solicitaccedilatildeo de vaacuterios grupos musculares
c) Definir um conjunto de exerciacutecios baseados na ergometria de braccedilos e pernas e sessotildees de
hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 39 -
Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 40 -
Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 41 -
V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 42 -
Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 43 -
Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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72 Linhas Orientadoras de Exerciacutecios de Forccedila
Os exerciacutecios de forccedila deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Ajudar a reter a forccedila muscular nos ombros braccedilos pernas e ancas O processo
ambulatoacuterio e estabilidade do tronco podem ajudar a definir o tipo de treino de
forccedila
b) Estabelecer um limite dos exerciacutecios de forccedila para que exista ainda energia
suficiente para as tarefas fundamentais
c) Utilizar o aumento do nuacutemero de repeticcedilotildees com o mesmo peso do que aumentar o
peso do equipamento
d) Utilizar pesos extremamente leves ou quase de nula resistecircncia Deve iniciar-se com
um seacuterie de 5 a 10 repeticcedilotildees ateacute trecircs seacuteries de 8 a 12 repeticcedilotildees ateacute 3 vezes
semanais
e) Solicitar diariamente o trabalhado de grupos musculares diferentes para natildeo
sobrecarregar os mesmos muacutesculos em dias consecutivos
73) Linhas Orientadoras de Exerciacutecio da Flexibilidade
Os exerciacutecios de flexibilidade deveratildeo assumir os seguintes pressupostos
a) Melhorar a amplitude de movimentos e coordenaccedilatildeo
b) Contemplar um ligeiro ldquoaquecimentordquo antes do inicio do exerciacutecio e um periacuteodo de
retorno agrave calma apoacutes terminado o mesmo Guerrero (2007) defende ainda que o
pretendido seraacute a execuccedilatildeo de extensotildees suportadas entre 0 e 10 segundos com duas a
trecircs repeticcedilotildees realizadas tendo em conta a capacidade do indiviacuteduo
c) Focar os exerciacutecios nos principais grupos musculares ou seja nos mais susceptiacuteveis de
haver contracturas como satildeo exemplo os braccedilos pulsos dedos ombros pernas e ancas
d) Evitar a extensatildeo maacutexima dos membros eou hipermobilidade Satildeo exemplo de
exerciacutecios realizados as extensotildees activas (o proacuteprio paciente realiza) ou extensotildees
passivas (ajuda de um terceiro)
74 Formas de ldquodesenvolvimento fiacutesicordquo possiacuteveis na DMD
Segundo Guerrero (2007) apoacutes pesquisa no desenvolvimento de habilidades fiacutesicas
em indiviacuteduos com esta patologia e estudo apoacutes estudo pouco se tem alterado Tem assim
sido concluiacutedo que o iacutendice de capacidade fiacutesica dos mesmos eacute na realidade bastante
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 38 -
Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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inferior ao da populaccedilatildeo dita normal A autora refere ainda que ldquoa sua capacidade para
correr saltar nadar subir escadas levantar pesos jogar golfe ou realizar qualquer tarefa
na natureza seraacute sempre inferior ao resto da populaccedilatildeordquo Guerrero (2007 paacuteg 12) De uma
forma geral poucas pessoas com problemas de desenvolvimento tecircm preferecircncia pela
actividade fiacutesica o que leva a consideraacuteveis e elevadas percentagens de massa gorda no
organismo
Neste sentido Guerrero (2007) identifica alguns tipos de exerciacutecio fiacutesico como satildeo os
casos do exerciacutecio activoassistido activoresistivo e exerciacutecio isocineacutetico
Foi realizado um programa que visava avaliar a resistecircncia maacutexima utilizando cargas
graduais durante um periacuteodo de 12 meses cujas amostras eram 14 crianccedilas com DMD Este
programa consistia em abduccedilatildeo e extensatildeo da anca extensatildeo do joelho flexatildeo do ombro e
ainda o movimento de levantar e sentar Os muacutesculos eram massajados manualmente e
parcialmente todos os meses antes da praacutetica de exerciacutecios
No final de cada mecircs eram analisadas as capacidades dos indiviacuteduos em termos de
subida de escadas levantar do chatildeo e andar uma curta distacircncia previamente determinada
Neste estudo verificou-se que estas crianccedilas com DMD obtiveram melhorias em
termos de capacidades de peso levantado em determinada altura do estudo contudo
verificou-se um ligeiro decreacutescimo no final o ano em relaccedilatildeo ao valor total de resistecircncia
maacutexima
Este grupo de crianccedilas foi comparado com outro grupo que natildeo se exercitou durante
esses anos Verificou-se que o grupo exercitado teve alguns ganhos de forccedila durante o ano
mas diminuiu no final desse mesmo ano O grupo natildeo exercitado apresentava um elevado
decreacutescimo de forccedila e perda de massa muscular apoacutes esse mesmo periacuteodo
Por outro lado o grupo exercitado apenas apresentou melhorias em 1 dos 52 testes
de funcionalidades que integravam o programa
Em suma Guerrero (2007) concluiu que exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila em indiviacuteduos com DMD mas tais resultados natildeo se mantecircm por um
longo periacuteodo de tempo O outro tipo de exerciacutecio recomendado pela autora eacute o exerciacutecio
isocineacutetico
Guerrero (2007) estudou o efeito do exerciacutecio submaacuteximo controlado nesta distrofia
muscular Deste modo 4 crianccedilas com DMD realizaram apenas 30 extensotildees do joelho
realizado numa maacutequina especiacutefica que consistia em subir e descer 18 degraus 4 a 5 dias
por semana durante 6 meses A carga aplicada a cada crianccedila variava entre os 025kg e os
2kg
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 30 -
No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 31 -
2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo revelou um ligeiro mas natildeo significativo aumento dos quadricipetes
exercitados em relaccedilatildeo aos natildeo exercitados O valor da creatinaquinase natildeo foi medido natildeo
sendo possiacutevel determinar se houve algum tipo de destruiccedilatildeo das fibras musculares Este
tipo de exerciacutecio apesar de ser o preferido pelos pacientes com DMD deve ser
extremamente cuidado pois o mesmo pode induzir destruiccedilatildeo das fibras musculares a ser
limitada ou ateacute mesmo eliminada Deste modo o uso de maacutequinas e pesos livres deve ser
escrupulosamente definido de forma a natildeo solicitar em demasia os muacutesculos e possiacutevel
necrose dos mesmos
De qualquer modo a autora refere que os exerciacutecios de resistecircncia podem aumentar
ligeiramente a forccedila muscular dos indiviacuteduos com DMD mas contudo o meacutetodo a
intensidade a duraccedilatildeo e a frequecircncia dos exerciacutecios satildeo ainda factores cujos criteacuterios de
definiccedilatildeo variam consoante a limitaccedilatildeo motora de cada indiviacuteduo Deste modo Guerrero
(2007) apresenta um quadro de linhas orientadoras que servem de base para a planificaccedilatildeo
de sessotildees a realizar com indiviacuteduos com DMD
Tabela 1 ndash Linhas orientadoras gerais de exerciacutecios para indiviacuteduos com DMD Guerrero
(2007)
Tipo Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
Flexibilidade PassivoActivo Diaacuteria Baixa 3x (10 - 30 seg)
Exerciacutecios de
resistecircncia
Caminhada Curta
Hidroterapia
Variaacutevel
1 - 6 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 20 minutos
Forccedila Muscular Isocineacutetico Variaacutevel
1 - 5 x semana Baixa
Variaacutevel
1 - 3 seacuteries
5 - 15 repeticcedilotildees
Apesar da escassez revelada na identificaccedilatildeo de estudos realizados com indiviacuteduos
de DMD relacionados com o exerciacutecio fiacutesico apresentamos de seguida alguns que se cruzam
com a nossa linha de investigaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 42 -
Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 43 -
Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Foi tambeacutem utilizada a mesma escala de avaliaccedilatildeo motora (EK) realizado por
Martinez e col (2006) A amostra era constituiacuteda por 26 pacientes com DMD sendo que 19
(731) eram dependentes de cadeiras de rodas para a sua locomoccedilatildeo A meacutedia de idades do
grupo foi de 127 anos variando entre 7 e 22 anos Foram tambeacutem avaliados dados
antropomeacutetricos peso e altura A meacutedia da escala EK neste estudo foi de 81 sabendo-se que
a mesma varia entre 0 e 30
Martinez e col (2006) verificaram que os resultados obtidos indicam que a escala EK eacute
uma medida confiaacutevel do grau de comprometimento funcional de pacientes com DMD e que a
mesma eacute um meacutetodo uacutetil para avaliaccedilatildeo dos indiviacuteduos com esta patologia
Beacuterard (2005) realizou um estudo envolvendo 303 pacientes com distrofias
musculares Identificam-se 72 com DMD aos quais foi pedido que tentassem realizar todas as
etapas que compotildeem a escala EK Todos os pacientes tinham idade inferior a 18 anos e todos
dependiam de cadeiras de rodas Em 75 dos casos (os que conseguiram) levaram entre 15 e
45 minutos para realizar todas as tarefas da escala EK cuja meacutedia de valores situava-se nos
139
Em funccedilatildeo dos distuacuterbios alimentares provocados pela doenccedila e limitaccedilotildees motoras
existe uma tendecircncia para a obesidade nestas crianccedilas entre os 44 e os 54 ateacute aos 13 anos
de idade Zanardil e col (2002)
Os referidos autores mediram as percentagens de massa gorda e massa magra num
estudo que incluiu 9 crianccedilas com DMD com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos Os
resultados mostraram uma meacutedia de 32 de massa gorda 20 de massa magra e o peso total
variava entre os 18 e os 57kg
Na tabela seguinte apresentamos os valores identificados por Zanardil e col (2002)
comparando crianccedilas com DMD obesas e natildeo obesas
A obesidade provoca um maior desgaste muscular e acentua a deformidade
esqueleacutetica O elevado peso corporal torna-os mais dependentes alterando a composiccedilatildeo
corporal dos indiviacuteduos diminuindo a quantidade de massa magra que degenera em conjunto
com a progressatildeo da doenccedila
Neste estudo tambeacutem foram usadas medidas antropomeacutetricas que consistiram na
mediccedilatildeo do peso e altura pregas adiposas e periacutemetro da cintura Os autores dividiram a
amostra em pacientes obesos (ODMD ndash obese Duchenne boys) e pacientes natildeo obesos (NODMD
ndash non obese Duchenne boys)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Tabela 2 ndash Comparaccedilatildeo de valores antropomeacutetricos entre crianccedilas com Duchenne obesas e
natildeo-obesas
Mok e col (2006) avaliaram um grupo de 11 crianccedilas com DMD com uma meacutedia de
idades de 10 anos Compararam dois meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal mediccedilatildeo
das pregas adiposas e bio-impedacircncia eleacutectrica No que diz respeito agrave mediccedilatildeo por pregas
adiposas foi revelado um valor de meacutedia de 104 de massa gorda e de 109 de massa
magra
Atraveacutes da anaacutelise do IMC verificou-se que 9 do total da amostra foram considerados
obesos Os autores referem que uma regular avaliaccedilatildeo da acumulaccedilatildeo de gordura atraveacutes
deste meacutetodo pode inviabilizar uma obesidade precoce sendo que devidamente anexado a
um plano nutricional
Sujeitos (n) Idade Altura Peso MG
1 8 1255 262 68
2 7 1145 203 57
3 12 117 190 32
4 8 121 302 117
5 11 141 570 376
6 6 110 180 48
7 8 1175 180 31
8 9 119 195 30
9 12 149 541 267
Meacutedia 9 1236 292 114
ODMD 5 1123 347 253
NODMD 4 1079 268 44
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Willig (1997) realizou uma breve avaliaccedilatildeo dos seus 8 pacientes com DMD com idades
entre os 9 e 12 anos e um valor de meacutedia de 111 anos A meacutedia do valor do peso corporal
dos mesmos era de 345 kg a meacutedia de altura de 141m e o valor meacutedio do IMC era de 171
Este valor indica que a amostra natildeo era considerada obesa sendo que nenhum dos pacientes
realizava qualquer tipo de exerciacutecio passivo ou assistido nem qualquer tipo de actividade
como hidroterapia ou cinesiterapia
Ovando (2008) realizou um estudo de caso com 1 crianccedila com DMD de 11 anos
utilizando a hidroterapia como forma de exerciacutecio As actividades motoras que conseguia
executar com ajuda eram rolar sobre si proacuteprio e passar para a posiccedilatildeo de sentado Natildeo
conseguia permanecer em peacute mesmo com auxiacutelio total Para qualquer tipo de locomoccedilatildeo era
necessaacuteria ajuda de terceiros
A hidroterapia eacute deste modo usada como opccedilatildeo de tratamento para as distrofias
musculares mas sempre como forma de complemento que atendendo agraves propriedades fiacutesicas
da aacutegua facilita os exerciacutecios de alongamento muscular e mobilizaccedilatildeo articular realizados com
aliacutevio da dor O objectivo principal desta actividade eacute manter a forccedila muscular a capacidade
respiratoacuteria as amplitudes articulares e evitar a limitaccedilatildeo da extensibilidade muscular
Promove ainda o bem-estar psicoloacutegico pois acaba por ser o uacutenico local onde as crianccedilas por
ausecircncia da gravidade conseguem movimentar-se de alguma forma o que proporciona
bastante satisfaccedilatildeo
O estudo em questatildeo consistia em dez sessotildees de hidroterapia cujos objectivos definidos
foram os seguintes Manter e ou melhorar a forccedila muscular Prevenir deformidades
(manutenccedilatildeo e ou ganho de amplitude articular) Manter a funcionalidade Manter a
capacidade vital
Capacitar a crianccedila na aquisiccedilatildeo de domiacutenios sobre seus movimentos equiliacutebrio e
coordenaccedilatildeo geral Corrigir a postura (alinhamento) durante os movimentos na aacutegua Evitar a
fadiga Desenvolver a capacidade de contracccedilatildeo dos muacutesculos respiratoacuterios e o controle da
respiraccedilatildeo pelo uso correcto do diafragma Prevenir o encurtamento muscular precoce e
melhorar a auto-estima do paciente
Apoacutes as dez sessotildees verificou-se que natildeo houve alteraccedilotildees da mobilidade articular e
forccedila muscular do indiviacuteduo mas tambeacutem natildeo se verificaram acccedilotildees que piorassem o estado
inicial do mesmo Acima de tudo esta actividade proporciona alegria satisfaccedilatildeo aliacutevio da dor
e identifica-se como factor motivador a niacutevel intelectual
Tambeacutem Caromano e col (1998) utilizaram a hidroterapia em 20 crianccedilas com DMD
entre os 8 e 15 anos de idade Os exerciacutecios consistiam essencialmente em mobilizaccedilatildeo geral
e promoccedilatildeo da capacidade caacuterdio-respiratoacuteria realizadas ao longo de dezoito sessotildees
Verificou-se um decreacutescimo da frequecircncia cardiacuteaca que eacute explicado pela pressatildeo hidrostaacutetica
sobre a caixa toraacutecica e abdoacutemen e tambeacutem ao esforccedilo realizado dentro de aacutegua
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 42 -
Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 43 -
Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificou-se que a hidroterapia proporciona pequenas alteraccedilotildees em relaccedilatildeo agrave
capacidade caacuterdio-respiratoacuteria demonstrando que mesmo natildeo tendo alteraccedilotildees em termos
muacutesculo-esqueleacuteticos natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas Portadoras de Distrofia
Muscular de Duchenne bem como em Ovando (2008)
Satildeo tambeacutem utilizados outros tipos de instrumentos e materiais na anaacutelise do
exerciacutecio na DMD Exemplo disso eacute o estudo de Ramacciotti e Nascimento (2009) que
avaliaram a funccedilatildeo motora de uma crianccedila de 6 anos atraveacutes de exerciacutecio fiacutesico resistido com
duas sessotildees por semana de sessenta minutos cada num total de dez O objectivo especiacutefico
era a avaliaccedilatildeo da forccedila de preensatildeo palmar Em funccedilatildeo desta idade natildeo apresentava
limitaccedilotildees funcionais importantes sendo capaz de correr pular subir e descer escadas sem
apoio
Foram tambeacutem executados exerciacutecios de alongamento estaacutetico passivo repetido duas
vezes em cada grupo muscular com um tempo de 30 segundos e relaxamento tambeacutem de 30
segundos Foi realizado um pequeno aquecimento entre 3 a 5 minutos em passadeira
ergomeacutetrica mobilizaccedilatildeo articular equiliacutebrio com acessoacuterios e treino de marcha Verificou-se
deste modo que os exerciacutecios resistidos devidamente realizados trouxeram para o paciente
com DMD aumento na forccedila e melhoria da sua funccedilatildeo motora Contudo a grande dificuldade
estava em determinar a repeticcedilatildeo maacutexima (RM) e o niacutevel submaacuteximo da crianccedila Constatou-se
que a idade da crianccedila foi um factor de grande valia para obter resultados positivos pois
nestas idades as crianccedilas com DMD natildeo apresentam limitaccedilotildees relevantes permitindo o
desenvolvimento muscular das fibras ainda natildeo lesadas
Consideramos tambeacutem importante a referecircncia do estudo de Vitorino e col (2004) em
que foi realizado um estudo de caso com uma crianccedila de 9 anos e que ateacute agrave referida data
ainda natildeo tinha tido qualquer tipo de tratamento meacutedico ou fisioterapecircutico O referido
estudo consistia na ldquoAvaliaccedilatildeo das actividades funcionais em portadores de distrofia muscular
de duchennerdquo com a utilizaccedilatildeo do teste Gross Motor Function Measure (GMFM) cujo eacute
composto por 21 items sendo que 14 pertencem agrave aacuterea da mobilidade e 7 agrave aacuterea das
actividades da vida diaacuteria (AVDrsquos) num total de 63 pontos que se estabelece com a seguinte
pontuaccedilatildeo 0 ponto = natildeo realiza 1 ponto = realiza com auxiacutelio 2 pontos = realiza com
dificuldade 3 pontos = totalmente independente) A crianccedila foi submetida a dois periacuteodos de
hidroterapia um primeiro de 3 meses (aproximadamente) e outro de 4 meses
(aproximadamente) num total de 71 e 75 dias trecircs vezes por semana com sessotildees de 40
minutos
Houve um intervalo de cerca de 1 mecircs entre as avaliaccedilotildees sem qualquer tipo de
tratamento No iniacutecio do primeiro periacuteodo a crianccedila apresentava um total de 32 pontos em
que 19 correspondiam agrave mobilidade e 13 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um
total de 30 pontos em que 18 correspondiam agrave mobilidade e 12 agraves AVDrsquos verificando-se assim
uma perda de apenas 2 pontos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 31 -
2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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No iniacutecio do segundo periacuteodo a crianccedila obteve um total de 24 pontos em que 13
correspondiam agrave mobilidade e 11 agraves AVDrsquos No final do mesmo periacuteodo apresentava um total
de 23 pontos em que 13 correspondiam agrave mobilidade e 10 agraves AVDrsquos verificando-se assim uma
perda de apenas 1 ponto Vitorino e col (2004) referiu tendo em conta esta avaliaccedilatildeo que ldquoa
hidroterapia eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo da Distrofia Muscular de Duchenne
e que a satisfaccedilatildeo alegria e prazer demonstrado pela crianccedila a cada sessatildeo e a cada
conquista em termos de conquista em termos de realizaccedilatildeo de exerciacutecios e os resultados
adquiridos neste trabalho alertam para a importacircncia da realizaccedilatildeo de mais estudos
relacionando a hidroterapia com a Distrofia Muscular de Duchennerdquo Vitorino (2004 paacuteg2 vol
12 nordm 4)
Tambeacutem Okama e col (2010) desenvolveram um estudo com pacientes de Duchenne e
Becker em que avaliaram as AVDrsquos funcionalidades e posturas corporais tendo em conta a
idade e o uso da cadeira de rodas A amostra era constituiacuteda por 13 pacientes sendo 9 com
Duchenne e uma meacutedia de idades de 69 anos e utilizada a escala EK
Verificou-se que os indiviacuteduos mais velhos ou seja os usuaacuterios de cadeira de rodas
apresentam maiores limitaccedilotildees funcionais e maiores dificuldades nas AVDrsquos ou seja valores
na escala EK mais elevados (com meacutedia de 16) em relaccedilatildeo aos pacientes com marcha
ambulatoacuteria Os autores referem que a transiccedilatildeo do periacuteodo ambulatoacuterio para a cadeira de
rodas eacute seguida de um decreacutescimo da amplitude muscular e de uma forma variada o aumento
excessivo de peso
IV ndash METODOLOGIA
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo iremos focalizar a nossa atenccedilatildeo para aspectos metodoloacutegicos da
pesquisa a amostra a recolha e tratamento de dados Focaremos ainda as limitaccedilotildees do
estudo face ao contexto em que o mesmo decorre Neste capiacutetulo do projecto iremos
apresentar os meacutetodos e procedimentos que iremos utilizar para a sua realizaccedilatildeo bem como
os instrumentos a utilizar para a devida anaacutelise do objecto de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 38 -
Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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2 Objecto de Estudo
Considerando a tendecircncia para a obesidade neste tipo de populaccedilatildeo e tomando por
base estudos como os de Mok e col (2006) Zanardil e col (2000) e mais concretamente
Martinez (2006) pretende-se com este estudo estabelecer uma relaccedilatildeo entre a escala motora
funcional EK (desenvolvida para pacientes com DMD) o Iacutendice de Massa Corporal
percentagens de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia fazendo corresponder esses
valores a um determinado conjunto de limitaccedilotildees que os mesmos apresentem Ou seja fazer-
se-aacute uma mediccedilatildeo individual do valor de IMC e valores de massa gorda tambeacutem analisados por
Lohman e col (1986) e mediccedilatildeo das pregas subcutacircneas relacionando esses mesmos valores
com as componentes da escala EK que visavam actividades do quotidiano desta populaccedilatildeo
A escala EK (Egen Klassification) do dinamarquecircs ldquoa nossa proacutepria classificaccedilatildeordquo foi
um instrumento desenvolvido A escala EK foi inicialmente desenvolvida e traduzida pelo Dr
Bent Juhl da Universidade de Aarhus (ver anexo 4) que visa quantificar o grau de limitaccedilatildeo
funcional de pacientes com DMD Esta escala possibilita um meacutetodo de visualizaccedilatildeo e
avaliaccedilatildeo de performances funcionais nas actividades do dia-a-dia destes indiviacuteduos A versatildeo
da escala EK que iremos apresentar foi utilizada e aplicada num estudo de Martinez (2006) em
pacientes com DMD do Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da
Universidade de Satildeo Paulo
A escala EK eacute dividida em 10 categorias cada uma delas apresentando 4 alternativas
classificadas de 0 a 3 O resultado obteacutem-se pela soma dos parciais de cada categoria que
varia entre 0 e 30 Quanto maior o grau de limitaccedilatildeo funcional maior seraacute o resultado total
composta por um grupo de frases curtas de faacutecil utilizaccedilatildeo e esclarecimento
3 Hipoacuteteses da Pesquisa
1) Quanto mais elevado for o valor de IMC e de percentagem de massa gorda dos
pacientes maior seraacute o resultado final na escala EK
2) Os valores de IMC e de percentagem de massa gorda natildeo satildeo passiacuteveis de maiores
limitaccedilotildees em termos de escala EK
3) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado traz alguns benefiacutecios a esta
patologia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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4) O exerciacutecio fiacutesico ainda que fraco e muito moderado natildeo traz qualquer benefiacutecio a
esta patologia
4 Meacutetodos e Procedimentos
41 Selecccedilatildeo da Amostra
A nossa amostra eacute constituiacuteda por um grupo de sete indiviacuteduos em que seis elementos
constituem o grupo de controlo e um indiviacuteduo constitui o outro grupo ao qual foi aplicado
um estudo longitudinal de 2 (dois) anos com avaliaccedilotildees perioacutedicas
Todos os indiviacuteduos foram submetidos a cinco avaliaccedilotildees em periacuteodos cronoloacutegicos
idecircnticos (intervalos de 6 meses aproximadamente) para que as comparaccedilotildees fossem mais
concretas e exiacutemias
Os indiviacuteduos avaliados satildeo todos do sexo masculino e as idades variam entre os seis
e onze anos sendo que aquando o inicio do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha seis anos e o
mais velho nove e no final do estudo o indiviacuteduo mais novo tinha oito anos e o mais velho
onze como podemos verificar no quadro 2
Quadro 2 ndash Valores miacutenimos maacuteximos de meacutedia e desvio padratildeo da variaacutevel idade no iniacutecio e
no final do estudo
42 Variaacuteveis
As variaacuteveis analisadas neste estudo satildeo divididas em variaacuteveis independentes ou de
pressaacutegio e variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
421 Variaacuteveis Independentes ou de Pressaacutegio
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis a idade o peso o IMC a
percentagem de massa gorda e a actividade fiacutesicahidroterapia
Idade N Miacutenimo Maacuteximo Meacutedia Desvio Padratildeo
Idade Inicial 7 6 9 76666 188894
Idade Final 7 8 11 93381 189950
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 38 -
Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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422 Variaacuteveis dependentes ou de diagnoacutestico
Seratildeo considerados para este grupo de variaacuteveis os resultados obtidos da observaccedilatildeo
da amostra nomeadamente o valor final obtido pelas caracteriacutesticas da escala EK Para uma
anaacutelise mais detalhada a amostra foi dividida em alguns casos em dois subgrupos indiviacuteduos
com marcha ambulatoacuteria e indiviacuteduos em cadeira de rodas
5 Instrumentos e Teacutecnicas
Segundo Filho e Reis (2006) os meacutetodos de avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo corporal podem
agrupar-se em 3 niacuteveis de anaacutelise
Niacutevel 1 Meacutetodos Directos ndash os que se baseiam em dissecaccedilatildeo de cadaacuteveres
Niacutevel 2 Meacutetodos Indirectos ndash os que se baseiam em medidas quantitativas de
componentes corporais (ex potaacutessio 40 excreccedilatildeo de creatinina ressonacircncia magneacutetica como
no estudo de Willig (1997) ultra-sons TAC etc
Niacutevel 3 Meacutetodos Duplamente Indirectos ndash os que se baseiam em equaccedilotildees de
regressatildeo (ex bioimpedacircncia condutividade eleacutectrica total interacccedilatildeo de raios
infravermelhos e antropometria
Utilizaremos os meacutetodos de niacutevel 3 uma vez que satildeo mais econoacutemicos mais raacutepidos e
faacuteceis de utilizar nomeadamente as teacutecnicas antropomeacutetricas As mesmas teacutecnicas foram
utilizadas nos estudos de Mok (2006) e Zanardil e col (2000) as mediccedilotildees de pregas adiposas
e a bioimpedacircncia (eleacutectrica) Esta uacuteltima tambeacutem poderia ser uma opccedilatildeo mas tratando-se
de uma distrofia muscular em que os indiviacuteduos apresentam limitaccedilotildees ao niacutevel da forccedila natildeo
seria totalmente fidedigna
De qualquer modo referimos que os meacutetodos de niacutevel 2 satildeo mais precisos mas
requerem equipamentos laboratoriais sofisticados e de elevado custo
6 Foacutermulas e Equaccedilotildees
Em primeiro lugar avaliamos o peso e a altura de cada indiviacuteduo para aplicaccedilatildeo dos
mesmos na foacutermula de IMC Para o peso utilizaremos uma balanccedila portaacutetil digital com devida
calibraccedilatildeo onde observaremos o peso indicado no mostrador e registamos o mesmo na ficha
(ver anexos) De seguida medir-se-aacute a altura do indiviacuteduo com uma fita meacutetrica ldquostandardrdquo de
preferecircncia inextensiacutevel com uma parte inicial natildeo graduada facilitando assim o seu
manuseamento
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 42 -
Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 43 -
Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Apoacutes avaliaccedilatildeo deste dois paracircmetros utilizaremos a foacutermula que se designa IMC =
Peso Alturasup2 (m)
Para avaliaccedilatildeo da percentagem de massa gorda iremos recorrer agraves teacutecnicas
antropomeacutetricas por mediccedilatildeo de pregas adiposas pois como jaacute referimos satildeo de aplicaccedilatildeo
simples raacutepida e que mais se aplicam em estudos de campo Vieira e Fragoso (2005) Neste
sentido e porque para avaliar a composiccedilatildeo corporal se utilizam equaccedilotildees antropomeacutetricas
cujas variaacuteveis satildeo as pregas adiposas eacute importante conhecer os pressupostos de utilizaccedilatildeo e
limitaccedilotildees que cada equaccedilatildeo apresenta
As equaccedilotildees satildeo especiacuteficas para cada populaccedilatildeo e o utilizador deve garantir a similaridade
quer do aparelho quer da localizaccedilatildeo anatoacutemica das pregas
Para o devido efeito seraacute entatildeo utilizado um medidor de pregas adiposas ou tambeacutem
conhecido por Adipoacutemetro Eacute um instrumento de grande precisatildeo sujeito a normas de
construccedilatildeo universalmente estabelecidas No nosso estudo utilizaacutemos para o efeito um
adipoacutemetro de plaacutestico de leitura digital que proporciona melhor afericcedilatildeo
Para serem calculadas as percentagens de massa gorda devemos obedecer aos
chamados protocolos de composiccedilatildeo corporal que se utilizam em funccedilatildeo da populaccedilatildeo a
avaliar Uma vez que a DMD soacute se manifesta em indiviacuteduos do geacutenero masculino numa faixa
etaacuteria dos 6 ou 7 anos aos 15 ou 16 havendo um nuacutemero muito reduzido de indiviacuteduos a
atingir a fase adulta entendemos que o protocolo mais adequado a utilizar seraacute o Protocolo
de Lohman (1986) com os valores de constantes por cada idade especiacutefica acrescentado por
Pires e Petroski (1996) Estes uacuteltimos autores atendendo ao facto de haver diferenccedilas
estruturais entre o corpo da crianccedila e o adolescente em funccedilatildeo da idade e da raccedila
propuseram valores intermediaacuterios agraves mesmas O referido protocolo eacute utilizado para anaacutelise
da percentagem de massa gorda (G) em crianccedilas e adolescentes dos 6 aos 17 anos de idade
com diferentes valores para indiviacuteduos de raccedila branca e negra como podemos verificar na
tabela a seguir apresentada (Soacute teremos em consideraccedilatildeo os valores do geacutenero masculino
pelas razotildees que jaacute referimos anteriormente)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 37 -
Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 38 -
Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 39 -
Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 3 ndash Valores das constantes por idade sexo e raccedila de Lohman (1986) Pires e
Petroski (1996)
A foacutermula utilizada neste protocolo para caacutelculo da percentagem de massa gorda
apenas mede 2 (duas) pregas adiposas a prega tricipital e subescapular A equaccedilatildeo para
determinar a mesma em meninos brancos eou negros eacute a seguinte
G = 135 (TR + SB) - 0012 (TR + SB)sup2 - C (C = constante ver quadro 3)
A proacutepria escala EK serviraacute tambeacutem de instrumento de avaliaccedilatildeo pois atraveacutes da
mesma quantificaremos o grau de limitaccedilatildeo funcional de cada sujeito da amostra
61 Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo e Procedimentos
Condiccedilotildees de Observaccedilatildeo
Quando possiacutevel todos os indiviacuteduos devem ser observados em condiccedilotildees similares de
hora local temperatura humidade espaccedilo equipamento etc Estes aspectos prendem-se
com o facto de medidas como o peso e a altura variarem com a uacuteltima refeiccedilatildeo e hora do dia
Filho e Reis (2006) recomendam 3 medidas no mesmo local sendo a meacutedia dessas 3 o valor a
adoptar para essa prega para natildeo haver uma discrepacircncia superior a 5 uma vez que o valor
limite de toleracircncia para as pregas adiposas
SexoRaccedila Idades
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Masculino
Branca 31 34 37 41 44 47 50 54 57 61 64 67
Negra 37 40 43 47 50 53 56 60 63 67 70 73
Feminino
Branca 12 14 17 20 24 27 30 34 36 38 40 44
Negra 14 17 20 23 26 30 33 36 39 41 44 47
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Procedimentos e Normas Baacutesicas
Os procedimentos a adoptar nas medidas das pregas satildeo os seguintes 1) Identificar os
pontos de referecircncia 2) Marcar o ponto a medir 3) Destacar ou evidenciar a PA 4) Medir a
PA 5) Realizar a leitura 6) Retirar o adipoacutemetro 7) Soltar a PA
A mediccedilatildeo das pregas deve respeitar um conjunto de normas tais como realizar todas
as medidas do lado direito do corpo a pregas devem ser seguras com o polegar e indicador o
adipoacutemetro deve estar perpendicular agrave PA esperar 2 a 3 segundos para a correcta leitura
natildeo incluir tecido muscular na dobra e natildeo realizar medidas apoacutes actividade fiacutesica
Mediccedilatildeo das Pregas Tricipital e Subescapular
Prega Tricipital eacute determinada paralelamente ao eixo longitudinal do braccedilo sobre o
muacutesculo tricipital O observado deve permanecer com as costas direitas e os membros
superiores pendentes ao longo do tronco Pode efectuar-se uma pequena rotaccedilatildeo do membro
superior
Prega Subescapular eacute uma prega obliacutequa de cima para baixo e de dentro para fora
cerca de 2cm abaixo do ponto subescapular (acircngulo inferior da escaacutepula) Tambeacutem aqui o
observado deve permanecer com as costas direitas e os membros superiores pendentes ao
longo do tronco
7 Programa de Intervenccedilatildeo Realizado
Devido agrave incapacidade demonstrada pelos indiviacuteduos com DMD apresentamos um
programa de intervenccedilatildeo a niacutevel de exerciacutecios que se processa em ambiente aquaacutetico
(hidroterapia) considerando as praacuteticas interventivas de Ovando (2008) e Caromano (2004) A
especificidade dos exerciacutecios tidos como adequados segue as bases das linhas de orientaccedilatildeo
propostas por Guerro (2007) relativamente a este tipo de amostra
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 4 ndash Plano de intervenccedilatildeo realizado nos quatro semestres com sessotildees de hidroterapia
Objectivos Gerais da intervenccedilatildeo
1 Atrasar o aumento da amplitude das deformidades
2 Regredir a evoluccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras em actividades diaacuterias
3 Diminuir a inactividade e a imobilidade
4 Estimular o corpo a diferentes niacuteveis
Semestre Objectivos
Especiacuteficos
Comportamentos a
adoptarExerciacutecios
Frequecircncia Intensidade Duraccedilatildeo
1ordm e 2ordm
Julho de
2009 a
Junho de
2010
Realizar as
actividades
propostas sem
necessitar de ajuda
Deslocar-se na piscina
apoiado agrave parede
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar de forma livre e
sem orientaccedilotildees do monitor
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Lanccedilar e receber uma bola
quer para o monitor quer
para um local preacute-
determinado
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Movimentar em
diferentes planos
os membros
inferiores ao niacutevel
da anca e joelho
Realizar batimento de perna
de modo a deslocar-se
lentamente na piscina
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Flectir e estender as pernas
ao niacutevel dos joelhos
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
passiva
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando colocar o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Realizar movimentos de
supinaccedilatildeo e pronaccedilatildeo
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho de forma passiva
tentando aumentar o grau do
movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
3ordm e 4ordm
Julho de
2010 a
Maio de
2011
Movimentar em
diferentes planos
os membros
superiores ao niacutevel
do ombro cotovelo
e pulso
Afastar e aproximar o corpo
da parede da piscina com o
recurso a flexatildeo e extensatildeo
do braccedilo ao niacutevel do
cotovelo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Emergir e submergir uma bola
em cada matildeo
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Elevar os braccedilos o maacuteximo
possiacutevel
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Levar as matildeos agrave linha meacutedia
do corpo mantendo os braccedilos
esticados e de seguida afastaacute-
los
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a
extensibilidade
muscular ao niacutevel
das articulaccedilotildees
dos tornozelos e
joelhos de forma
activa
Contrariar a eversatildeo do peacute
tentando manter o peacute na
direcccedilatildeo da perna durante 15
a 20 segundos sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a inversatildeo do peacute
durante 15 a 20 segundos
sem ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do joelho tentando aumentar
o grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Promover a
extensatildeo maacutexima
dos muacutesculos ao
niacutevel das
articulaccedilotildees dos
pulsos cotovelos e
ombros de forma
passiva
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do braccedilo durante
15 a 20 segundos com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Promover a pronaccedilatildeo e
supinaccedilatildeo do cotovelo
durante 15 a 20 segundos
com ajuda
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
Realizar a flexatildeo e extensatildeo
do pulso tentando aumentar o
grau do movimento
1 a 2 x
semana
Submaximal
(Fraca)
45m
A duraccedilatildeo da sessatildeo poderia ser inferior se houvesse manifestaccedilatildeo de queixas de dor
ou desconforto por parte do indiviacuteduo
8 Ficha de Registo dos Dados da Amostra
Este documento serviraacute para registar os dados biograacuteficos de cada indiviacuteduo bem
como todos os elementos que vatildeo ser analisados a altura o peso as pregas adiposas a
percentagem de massa gorda e o tipo de limitaccedilotildees impliacutecitas (escala EK) (ver anexos 1 e 4)
81 Validade e Fidelidade
A fim de considerarmos os instrumentos de medida a utilizar aceitaacuteveis para o
objectivo a que nos propomos procedemos agrave validade e fidelidade Em termos de validade
admitimos a extra-observador uma vez que algumas pregas foram medidas natildeo soacute por noacutes
mas tambeacutem por um terceiro Em ambos os casos eacute respeitado o protocolo de Lohman (1986)
referindo que deve ser medida a mesma prega 3 vezes de seguida eacute somado o valor das 3
mediccedilotildees e contaraacute como vaacutelido o valor da meacutedia dessas mesmas 3 mediccedilotildees Para a
fidelidade foi utilizada a foacutermula de acordos de Bellack
Iacutendice de Fidelidade () =
acordos X 100
acordos + desacordos
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Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Verificaacutemos apoacutes o teste de fidelidade de Bellack que a percentagem de acordos foi
de 97 o que supera os 85 tidos como essenciais como se pode verificar na tabela 3
Tabela 3 ndash Valores percentuais relativos ao nuacutemero de acordos entre observadores
1ordf fase 2ordf fase Inter-observador
Observador 1 98
97 Observador 2 96
82 Recolha e Tratamento de Dados
A recolha dos resultados foi realizada nos encontros com os pacientes tanto em
ambiente hospitalar como familiar sempre que nos era permitido Posteriormente foram
registados na ficha (ver anexo 1) os valores dos elementos que jaacute referimos anteriormente
Estes ficheiros de dados seratildeo posteriormente exportados para aplicaccedilotildees informaacuteticas O
tratamento estatiacutestico dos dados seraacute realizado atraveacutes do programa SPSS 17 (Statistical
Program for Social Sciences) com um niacutevel de significacircncia de 005 utilizando para o devido
efeito os testes natildeo-parameacutetricos de Kruskal-Wallis e prova U de Mann-Whitney
83 Pedidos de Autorizaccedilatildeo
Em funccedilatildeo do tipo da patologia delicada com que lidaacutemos que engloba a ajuda e
interacccedilatildeo dos responsaacuteveis dos departamentos de Neuropediatria e o diaacutelogo e presenccedila dos
pais eou Encarregados de Educaccedilatildeo verifica-se a importacircncia e a transparecircncia de um
pedido de autorizaccedilatildeo formal a ambas as partes (ver anexo 2 e 3)
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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V ndash APRESENTACcedilAtildeO E DISCUSSAtildeO DOS
RESULTADOS
1 Introduccedilatildeo
Neste capiacutetulo procederemos agrave apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados do estudo
Numa primeira fase divulgamos os resultados obtidos das avaliaccedilotildees feitas com a amostra
bem como os resultados da anaacutelise estatiacutestica descritiva
Os dados foram analisados segundo a idade dos indiviacuteduos o seu IMC a percentagem
de massa gorda o valor obtido na escala EK e a praacutetica da actividade fiacutesicahidroterapia
Foram ainda realizadas comparaccedilotildees entre os indiviacuteduos no sentido de verificar a existecircncia
de diferenccedilas estatisticamente significativas entre aqueles que praticavam actividade fiacutesica
e naquilo em que a mesma influenciava os valores da escala EK
Neste sentido foram realizadas operaccedilotildees de anaacutelise comparativa entre os grupos com
os testes natildeo-parameacutetricos de Wilcoxon e Kruskal Wallis realizaacutemos testes de correlaccedilatildeo
entre as variaacuteveis pelo teste de Rho Spearmanrsquos e ainda efectuaacutemos uma anaacutelise inferencial
onde analisaacutemos os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo de aderecircncia
agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov e da homogeneidade entre as variaacuteveis
envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho atraveacutes da prova de Levenne
Foi utilizado para anaacutelise dos dados o programa estatiacutestico SPSS (Statistical Package
for the Social Sciencies) versatildeo 170 e o niacutevel de significacircncia colocado a 5 pelo que o
tratamento estatiacutestico foi realizado num computador HPdv7
2 Anaacutelise Inferencial
Apresentamos de seguida os resultados de algumas variaacuteveis estudadas Antes da
tomada de decisatildeo em relaccedilatildeo agraves diferentes hipoacuteteses em estudo procedemos agrave anaacutelise da
pertinecircncia do uso de testes parameacutetricos ou natildeo parameacutetricos Para tal verificaacutemos se
estavam assegurados os pressupostos de aleatoriedade atraveacutes da prova de ldquoRunsrdquo e de
aderecircncia agrave normalidade pelos testes de Kolmogorov-Smirnov Para analisar a
homogeneidade entre as variaacuteveis envolvidas nas hipoacuteteses de trabalho utilizou-se a prova de
Levenne
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 64 -
O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 42 -
Assim aceitamos o princiacutepio da aleatoriedade normalidade e de homogeneidade
sempre que o niacutevel de significacircncia (p) for maior que 005 (niacutevel de confianccedila)
Os dados referentes agrave utilizaccedilatildeo das provas supra mencionadas satildeo apresentados no
quadro que se segue
Runs ndash aleatoriedade
KS ndash normalidade
Levene ndash homocedasticidade
Quadro 5 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia IMC
Runs KS Levene
Com marcha 1 0899
0621 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 6 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia MG
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0898
0168 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
Quadro 7 - Valores de significacircncia das variaacuteveis Meacutedia EK
Runs KS Levene
Com marcha 0540 0992
0647 Sem Marcha 1 0999
Grupo estudo - -
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 43 -
Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Este tipo de anaacutelise eacute realizado para a verificaccedilatildeo dos supostos de aleatoriedade
normalidade e homocedasticidade Nestes casos todos satildeo respeitados uma vez que os valores
assim os confirmam Relativamente ao grupo de estudo uma vez que se trata de um
indiviacuteduo o tratamento seraacute relativo a testes natildeo-parameacutetricos
3 Apresentaccedilatildeo dos resultados
31) Dados recolhidos das avaliaccedilotildees da amostra
No quadro seguinte iremos apresentar os dados apurados nas avaliaccedilotildees resultantes
dos indiviacuteduos que constituem a amostra relativamente a valores de Idade IMC
percentagens de massa gorda e da escala EK Em primeiro lugar o grupo de estudo ou seja o
indiviacuteduo considerado para o estudo longitudinal e seguidamente os dados referentes ao
grupo de controlo
Quadro 8 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees do indiviacuteduo que constitui o grupo de estudo
(longitudinal)
Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1ordf 9 3137 2311 9
2ordf 10 319 2392 11
3ordf 10 3076 2486 13
4ordf 11 297 2559 15
5ordf 11 293 2733 18
Verificamos a partir do quadro 8 que o grupo de estudo aumenta os valores de
percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo O indiviacuteduo
eacute obeso o que se confirma atraveacutes dos percentuais de gordura considerados ldquoModeradamente
Altordquo e ldquoAltordquo tendo em conta os valores de Pires e Petroski (1996) e tambeacutem pelos valores
de IMC superiores a 249 (ACSM 2001) apesar de diminuiacuterem da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 44 -
Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 9 ndash Valores referentes agraves avaliaccedilotildees dos indiviacuteduos que constituem o grupo de
controlo
Indiviacuteduo Avaliaccedilatildeo Idade IMC MG EK
1
1 7 1534 1609 3
2 7 1613 1640 5
3 8 1691 1672 6
4 8 1717 1731 8
5 9 1743 1791 10
2
1 7 1709 1889 3
2 7 1833 1948 6
3 8 1956 208 8
4 8 1994 2104 10
5 9 2032 22 12
3
1 6 2020 1768 2
2 6 1985 1849 3
3 7 1951 1930 4
4 7 1975 2008 6
5 8 20 223 7
4
1 8 1730 185 9
2 8 1754 1895 10
3 9 1778 194 11
4 9 1845 233 14
5 10 1876 251 17
5
1 9 1861 2022 9
2 10 1895 2151 12
3 10 1965 2410 15
4 11 20 254 18
5 11 218 274 21
6
1 9 2005 2193 8
2 10 2054 2226 11
3 10 2104 226 14
4 11 2139 2343 16
5 11 2175 248 20
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 63 -
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 64 -
O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 45 -
O quadro 9 indica-nos que todos os indiviacuteduos sem excepccedilatildeo aumentam os valores
de percentagem de massa gorda e da escala EK da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem
como o indiviacuteduo do grupo de estudo Os indiviacuteduos 1 2 3 e 4 apresentam no iniacutecio das
avaliaccedilotildees percentuais de gordura considerados ldquoAdequadosrdquo tendo em conta os valores de
Pires e Petroski (1996) Relativamente ao IMC todos os indiviacuteduos apresentam valores
considerados normais (inferiores a 249) segundo a ACSM (2001)
No final das avaliaccedilotildees todos os indiviacuteduos apresentam percentuais de gordura
considerados ldquoModeradamente Altosrdquo Pires e Petroski (1996)
32 Anaacutelise estatiacutestica descritiva
Quadro 10 ndash Valores de meacutedias gerais da amostra relativamente agraves variaacuteveis de IMC massa
gorda e escala EK
O referido quadro apresenta-nos os valores das variaacuteveis IMC MG e EK sempre
superiores no grupo de estudo Os valores de IMC e MG podem justificar-se pelo peso
excessivo do grupo de estudo e relativamente agrave escala EK o valor do grupo de controlo eacute
Grupo Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Grupo Controlo Meacutedia 189547 205247 993333
N 6 6 6
Desvio Padratildeo 151596 223905 456596
Grupo Estudo Meacutedia 306060 249620 132000
N 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 206191 211586 104857
N 7 7 7
Desvio Padratildeo 461611 264398 436174
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 46 -
menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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menor uma vez que eacute atenuado pelos indiviacuteduos mais novos com valores na escala inferiores
ao grupo de estudo
Quadro 11 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel de IMC
Os valores apresentados neste quadro corroboram os valores observados da anaacutelise
descritiva por frequecircncia do quadro 8 na medida em que eacute observaacutevel uma tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas nas cinco avaliaccedilotildees Tendecircncia que apresenta um
paralelismo de observaccedilatildeo da primeira para a segunda avaliaccedilatildeo no grupo de estudo
assumindo da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo um declive inverso em relaccedilatildeo ao grupo de
controlo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Grupo Controlo Meacutedia 180983 185567 190167 193917 197100
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 188416 159592 146152 143608 146988
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 63 -
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 64 -
O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 47 -
Quadro 12 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da percentagem da massa gorda
Verificamos que os valores de percentagens de massa gorda aumentam da primeira
para a quinta avaliaccedilatildeo nos dois grupos (controlo e de estudo) que resulta do aumento de
peso dos indiviacuteduos traduzindo-se assim numa tendecircncia para a obesidade como
caracteriacutestica especiacutefica desta doenccedila constatada em vaacuterios estudos Zanardil e col (2002)
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Grupo Controlo Meacutedia 188850 195150 200617 215433 226183
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 202319 212553 217861 258835 266886
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 48 -
Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 49 -
Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 13 ndash Valores das meacutedias de cada grupo da amostra desde a primeira agrave quinta
avaliaccedilatildeo referente agrave variaacutevel da escala EK
O quadro 13 constata-nos que os valores da escala EK aumentam da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo As diferenccedilas de aumento de valores entre grupos satildeo semelhantes tendo
em conta que o grupo de controlo apresenta indiviacuteduos com marcha ambulatoacuteria que faz
diminuir os valores de meacutedia na escala EK que se traduzem inferiores em relaccedilatildeo ao grupo de
estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Grupo Controlo Meacutedia 56666 78333 96667 120000 145556
N 6 6 6 6 6
Desvio Padratildeo 475044 459347 450185 457894 457894
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 14 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel escala EK da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 EK Av2EK Av3EK Av4EK Av5EK
Marcha Meacutedia 42500 60000 72500 95000 107500
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 320156 294392 298608 341565 298608
Cadeira Rodas Meacutedia 85000 115000 145000 170000 205000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 141421 212132 212132 212132 282843
Grupo Estudo Meacutedia 90000 110000 130000 150000 180000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 67143 88571 102857 124286 141429
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 434796 429839 442396 446681 491354
Neste quadro dividimos o grupo de controlo em dois subgrupos (grupo com marcha
ambulatoacuteria e grupos de cadeira de rodas) Como jaacute haviacuteamos afirmado no quadro 13 o grupo
com idades inferiores faz diminuir a meacutedia da escala EK pois o seu iacutendice de limitaccedilotildees natildeo eacute
ainda relevante Mas quando comparamos o grupo de estudo com o grupo de controlo
(subgrupo de cadeira de rodas) com idades idecircnticas verificamos que ambos aumentam da
primeira para a quinta avaliaccedilatildeo mas o grupo de estudo que pratica actividade
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 63 -
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 64 -
O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 50 -
fiacutesicahidroterapia apresenta valores inferiores relativamente ao grupo que natildeo pratica
qualquer tipo de actividade fiacutesica
Quadro 15 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel IMC da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo de
estudo
Grupo Av1 IMC Av2IMC Av3IMC Av4IMC Av5IMC
Marcha Meacutedia 174825 179625 184400 188275 191275
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 201349 155288 131349 128821 131655
Cadeira Rodas Meacutedia 193300 197450 201700 205200 208750
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 101823 112430 123037 123037 123744
Grupo Estudo Meacutedia 313700 319000 307600 297000 293000
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 199943 204629 206943 208643 210800
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 530291 524951 463475 411082 386507
Os valores referidos neste quadro corroboram com o quadro 11 ou seja a tendecircncia
crescente das avaliaccedilotildees de IMC feitas no total das avaliaccedilotildees Verificamos que o grupo de
estudo comparativamente ao grupo de cadeira de rodas apresenta valores de IMC que
constatam diferenccedilas menores da segunda para a quinta avaliaccedilatildeo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 51 -
Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 53 -
Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 54 -
Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 55 -
O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 58 -
Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 59 -
Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 60 -
qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 63 -
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 16 ndash Comparaccedilatildeo de valores de meacutedias da variaacutevel massa gorda da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo entre o grupo com marcha ambulatoacuteria grupo de cadeira de rodas e grupo
de estudo
Grupo Av1 MG Av2 MG Av3 MG Av4 MG Av5 MG
Marcha Meacutedia 177900 183300 188750 204325 213775
N 4 4 4 4 4
Desvio Padratildeo 124046 134875 147787 248099 237754
Cadeira Rodas Meacutedia 210750 218850 224350 237650 251000
N 2 2 2 2 2
Desvio Padratildeo 120915 53033 53033 47376 42426
Grupo Estudo Meacutedia 231100 239200 248600 255900 273300
N 1 1 1 1 1
Desvio Padratildeo
Total Meacutedia 194886 201443 207471 221214 232914
N 7 7 7 7 7
Desvio Padratildeo 244155 255674 269155 281466 301779
Verificamos que na comparaccedilatildeo entre grupos subdivididos os valores entre o grupo de
estudo e o grupo de controlo (subgrupo de cadeira de rodas) satildeo menos dispersos As
percentagens de massa gorda aumentam sempre da primeira para a uacuteltima avaliaccedilatildeo mas com
valores mais proacuteximos mas sempre mais elevados no grupo de estudo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 52 -
33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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33 Correlaccedilotildees natildeo-parameacutetricas
Quadro 17 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis IMC e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia IMC e a meacutedia EK eacute
razoavelmente elevado mas tal natildeo revela um valor estatisticamente significativo (0229) o
que se traduz numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoBaixardquo
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia IMC Meacutedia EK
Rho Spearmans
Meacutedia IMC
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 523
Significacircncia 0 229
N 7 7
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 523 1000
Significacircncia 0 229
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 18 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis massa gorda e escala EK
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da MG eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 005
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0006) o que se traduz numa
associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma vez que se situa
entre 090 e 1
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Meacutedia MG
Rho Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 901
Significacircncia 0 006
N 7 7
Meacutedia MG
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 901 1000
Significacircncia 0 006
N 7 7
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 19 ndash Valores de correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade e escala EK
Teste Meacutedia e Coeficiente Meacutedia EK Idade
Rho
Spearmans
Meacutedia EK
Coeficiente Correlaccedilatildeo 1000 0 982
Significacircncia 0 000
N 7 7
Idade
Coeficiente Correlaccedilatildeo 0 982 1000
Significacircncia 0 000
N 7 7
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel 005
Correlaccedilatildeo significante a um niacutevel de 001
Verifica-se que o factor de correlaccedilatildeo entre a meacutedia EK e meacutedia da idade eacute bastante
elevado suportado a um niacutevel de significacircncia para valores de alfa menor ou igual a 001
Desta forma verifica-se um valor estatisticamente significativo (0000) o que se traduz
igualmente numa associaccedilatildeo positiva entre as duas variaacuteveis considerada ldquoMuito boardquo uma
vez que se situa entre 090 e 1
34 Comparaccedilotildees das variaacuteveis entre grupos para relevacircncia estatiacutestica
Quadro 20 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo com marcha
ambulatoacuteria e o grupo de estudo
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Grupo Estudo 306 2496 132
Valor de significacircncia 0 400 0 400 0 800
Sig alfa le a 005
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O quadro 20 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 21 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias de IMC MG e EK entre o grupo de cadeira
de rodas e o grupo de estudo
O quadro 21 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Quadro 22 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da primeira avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 1 Av1 IMC Av1 MG Av1 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1748 1779 425
Cadeira de Rodas 1933 2107 85
Grupo de Estudo 3137 2311 9
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 129
O quadro 22 indica que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na primeira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Grupos IMC Massa Gorda Escala EK
Cadeira de Rodas 2037 233 144
Grupo de Estudo 306 2496 132
Valor de Significacircncia 0 667 0 667 0 667
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 63 -
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 64 -
O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 56 -
Quadro 23 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da segunda avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 2 Av2 IMC Av2 MG Av2 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1796 1833 6
Cadeira de Rodas 1974 2188 115
Grupo de Estudo 3190 2392 11
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 090
Verificamos que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente significativas entre os
grupos na segunda avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas De qualquer modo o grupo
de estudo que por sua vez tem valores de MG superiores apresenta resultados na escala EK
inferiores ao grupo de cadeira de rodas que apesar de natildeo ser inferior a 005 eacute relativamente
proacuteximo da significacircncia estatiacutestica
Quadro 24 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da terceira avaliaccedilatildeo
O quadro 24 indica igualmente que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na terceira avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas O
valor da MG eacute proacuteximo da significacircncia estatiacutestica mas pouco relevante pois os valores
desta variaacutevel satildeo sempre superiores no grupo de estudo
Avaliaccedilatildeo 3 Av3 IMC Av3 MG Av3 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1844 1887 725
Cadeira de Rodas 2017 2243 145
Grupo de Estudo 3076 2486 13
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 57 -
Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 63 -
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 64 -
O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 25 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quarta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 4 Av4 IMC Av4 MG Av4 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1882 2043 95
Cadeira de Rodas 2052 2376 17
Grupo de Estudo 2970 2559 15
Valor de Significacircncia 0 235 0 090 0 105
Este quadro natildeo revela a existecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
entre os grupos na quarta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas
Quadro 26 ndash Comparaccedilatildeo dos valores de IMC MG e EK entre os 3 grupos (marcha
ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) da quinta avaliaccedilatildeo
Avaliaccedilatildeo 5 Av5IMC Av5 MG Av5 EK
Marcha Ambulatoacuteria 1912 2137 1075
Cadeira de Rodas 2087 2510 205
Grupo de Estudo 2930 2733 18
Valor de Significacircncia 0 191 0 090 0 097
O quadro 26 indica tambeacutem que natildeo existem diferenccedilas estatisticamente
significativas entre os grupos na quinta avaliaccedilatildeo em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis apresentadas No
entanto e mais uma vez apresenta valores relativamente proacuteximos da significacircncia
estatiacutestica revelando nesta avaliaccedilatildeo a maior diferenccedila entre valores na escala EK (25
pontos) comparativamente ao grupo de cadeira de rodas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Quadro 27 ndash Comparaccedilatildeo dos valores das meacutedias gerais de IMC MG e EK entre os 3 grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo)
Avaliaccedilatildeo Meacutedias Meacutedia IMC Meacutedia MG Meacutedia EK
Marcha Ambulatoacuteria 1836 1948 77
Cadeira de Rodas 2037 2330 144
Grupo de Estudo 3060 2496 132
Valor de Significacircncia 0 158 0 090 0 097
O quadro 27 revela a inexistecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas entre
os grupos referidos em relaccedilatildeo agraves meacutedias gerais das variaacuteveis apresentadas (IMC MG e EK)
Verificamos deste modo que os valores da escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo
comparativamente aos indiviacuteduos do grupo de cadeira de rodas e que no final das cinco
avaliaccedilotildees o indiviacuteduo do grupo de estudo apresenta maior capacidade na realizaccedilatildeo de
habilidades motoras
4 Discussatildeo dos Resultados
Neste ponto iremos esclarecer todos os resultados apresentados confrontando os
mesmos com a revisatildeo literaacuteria
Apoacutes anaacutelise dos quadros 8 e 9 verificamos que agrave medida que a idade vai aumentando
os valores de IMC massa gorda e EK tambeacutem aumentam identificando-se deste modo com o
estudo de Zanardi e col (2002) onde se verifica uma tendecircncia para a obesidade Verificaacutemos
tambeacutem esta situaccedilatildeo num estudo de Tanaka (2010) onde foram avaliados 68 pacientes de
DMD verificando-se que agrave medida que o factor idade aumentava tambeacutem aumentaram os
valores de IMC (cerca de 21 kgmsup2 valores idecircnticos aos do nosso estudo) e da massa gorda
nestas crianccedilas com idades compreendidas entre os 5 e os 20 anos
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Por outro lado no grupo de estudo os valores de IMC diminuem da primeira para a
uacuteltima avaliaccedilatildeo Pensamos que o factor altura teraacute sido preponderante na alteraccedilatildeo dos
valores de IMC uma vez que em termos de peso o aumento foi notoacuterio da primeira para a
quinta avaliaccedilatildeo o que natildeo se verificou no mesmo estudo onde as crianccedilas com DMD natildeo
obesas tinham valores de IMC bastante mais baixos
Quando comparados os valores do grupo de estudo com o grupo de controlo
verificamos que todos eles satildeo maiores no grupo de controlo (quadro 10) pois no subgrupo da
marcha ambulatoacuteria as idades satildeo menores o que faz com que os valores de IMC massa gorda
e escala EK sejam por sua vez menores Mas quando comparados individualmente por grupos
(marcha ambulatoacuteria cadeira de rodas e grupo de estudo) verificamos que os valores da
escala EK satildeo inferiores no grupo de estudo mesmo tendo valores de IMC e massa gorda
superiores ou seja talvez possamos assumir de forma prudente e abonatoacuteria que neste caso
a actividade fiacutesicahidroterapia existente no grupo de estudo apesar de natildeo trazer melhorias
estatisticamente significativas atenuou de alguma forma as limitaccedilotildees motoras o que se
traduz nos valores de EK inferiores que comparados com os indiviacuteduos com idades idecircnticas
apresentam valores de EK superiores (quadro 14) Verificamos situaccedilatildeo idecircntica no estudo de
Ovando (2008) em que o indiviacuteduo em estudo natildeo melhorou a niacutevel articular e de mobilidade
mas natildeo piorou em relaccedilatildeo ao estado inicial No nosso caso obteve graus de limitaccedilatildeo
inferiores aos indiviacuteduos com idade idecircntica A actividade fiacutesicahidroterapia natildeo representa
nestes casos uma sobrecarga para o indiviacuteduo pelo contraacuterio assegura-se como o uacutenico local
onde os mesmos sentem alguma alegria Caromano e col (1998) Caromano (2004)
Independentemente dos valores de IMC massa gorda escala EK e actividade fiacutesica o
factor peremptoacuterio eacute a idade Agrave medida que o factor idade aumenta maior seraacute a limitaccedilatildeo
motora ou seja o valor da escala EK Podemos verificar no quadro 18 que o valor de
correlaccedilatildeo eacute altamente significativo As crianccedilas mais novas satildeo aquelas que conseguem
realizar algumas tarefas por si soacute e com valores de EK muito baixos como satildeo os casos dos
indiviacuteduos um dois trecircs e quatro do nosso estudo na faixa etaacuteria entre os 6 e 8 anos que
apresentam valores de EK entre os 2 e 6 valores e que se enquadram no grupo de marcha
ambulatoacuteria Verificaacutemos idecircntica situaccedilatildeo em Ramacciotti e Nascimento (2009) em que o
indiviacuteduo com 6 anos natildeo apresentava limitaccedilotildees significativas e ainda conseguia andar e
realizar algumas tarefas com apoio
Comparativamente aos estudos apresentados na literatura a nossa amostra apresenta
valores de massa gorda distintos Sabemos que uma maior percentagem da mesma infere em
maiores limitaccedilotildees na escala EK o que comprovamos com o quadro 18 em que a massa gorda
apresenta referecircncias estatisticamente significativas em relaccedilatildeo agrave escala EK Segundo
Caromano (2010) foram avaliados o IMC e a percentagem de massa gorda numa amostra de
68 sujeitos com DMD Verificou-se uma correlaccedilatildeo estatisticamente significativa em que
quanto maior eacute a percentagem de massa gorda menor eacute a capacidade de forccedila manual De
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 63 -
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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qualquer modo as meacutedias de percentagens da nossa amostra (205 para o grupo de controlo
e 249 para o grupo de estudo) satildeo inferiores agrave de Zanardi e col (2002) que se encontra nos
32 mas superior agrave de Mok (2006) que se encontra nos 104 com uma meacutedia de idades de 10
anos sendo que a nossa amostra se encontra nos 76 no inicio do estudo e de 93 no final
Relativamente ao estudo de Beacuterard (2005) verificou-se que os indiviacuteduos que natildeo
praticavam qualquer tipo de actividade fiacutesica tinham uma meacutedia do valor da escala EK de
139 bem como em Okama (2010) em que a meacutedia da escala EK era de 16 ambos superiores
ao nosso caso que se encontra nos 132
Apoacutes toda a anaacutelise dos resultados verificamos que natildeo existem diferenccedilas
significativas de uma avaliaccedilatildeo para a avaliaccedilatildeo seguinte (quadros 20 a 27) De qualquer
modo a actividade fiacutesica implementada (hidroterapia) teve como base os criteacuterios referidos na
literatura e apesar de natildeo ter trazido melhorias significativas natildeo trouxe qualquer malefiacutecio
e teve influecircncia ao niacutevel da diminuiccedilatildeo do IMC e valores de escala EK inferiores ao grupo sem
qualquer tipo de actividade fiacutesica mostrando deste modo cumplicidade com Vitorino (2004)
em que se verificou que a hidroterapia trouxe vantagens natildeo soacute ao niacutevel das AVDrsquos
(Actividades da Vida Diaacuteria) mas tambeacutem na mobilidade o que eacute perceptiacutevel no quadro 25
ou seja na quinta e uacuteltima avaliaccedilatildeo que contempla os dois anos do estudo e se revela a
maior diferenccedila entre valores da escala EK
ldquoPor outro lado a ausecircncia de actividade fiacutesica normal acarreta uma perda funcional
de vaacuterios oacutergatildeos e sistemas como por exemplo o caacuterdio-respiratoacuterio Hoje sabe-se que a
programaccedilatildeo de actividades fiacutesicas para portadores de DMD quando realizada com base em
uma avaliaccedilatildeo funcional minuciosa eacute fundamental para manutenccedilatildeo da qualidade de vida
destas crianccedilas assim como devem ser utilizados outros recursos associados quando
necessaacuterio como a indicaccedilatildeo de ortoacuteteses ou o uso da hidroterapiardquohellip Caromano (1999 paacuteg
217)
Bushby (2005 paacuteg 296) refere igualmente que helliprdquo as crianccedilas devem ser estimuladas
a desenvolverem actividades que promovam a funcionalidade como por exemplo exerciacutecio
activo em particular a hidroterapia em piscina aquecida eacute recomendada pois encoraja a
crianccedila a brincar por si soacute e a interagir com quem lhe eacute mais proacuteximordquo
A actividade fiacutesicahidroterapia traduz-se deste modo numa atitude positiva de
abordagem a este tipo de populaccedilatildeo sendo que o meio fiacutesico em questatildeo torna-se num
ambiente com caracteriacutesticas seguras e eficientes referidas por Caromano (2004) Tratando-se
no nosso caso de um indiviacuteduo com iacutendice de obesidade elevado pensamos ter tomado uma
atitude coerente
Neste sentido a nossa pesquisa eacute alicerccedilada em estudos da comunidade cientiacutefica que
revelam resultados positivos com indiviacuteduos portadores de DMD Segundo o estudo de
Campion (2009) foram avaliados os efeitos da imersatildeo em aacutegua aquecida em crianccedilas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 63 -
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 64 -
O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 61 -
portadoras de DMD Participaram no estudo 20 crianccedilas do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 8 e os 15 anos As variaacuteveis analisadas foram a frequecircncia cardiacuteaca
(FC) Saturaccedilatildeo de O2 pressatildeo inspiratoacuteria maacutexima (PI maacutex) pressatildeo expiratoacuteria maacutexima (PE
maacutex) e temperatura oral (TO) Uma das conclusotildees obtidas foi o decreacutescimo meacutedio de 73
bpmrsquos na FC entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o periacuteodo preacute imersatildeo Na temperatura oral
verificou-se um decreacutescimo de 01degC entre o periacuteodo final de imersatildeo e o periacuteodo inicial de
imersatildeo A saturaccedilatildeo de O2 mostrou um decreacutescimo nos valores obtidos apoacutes a imersatildeo onde
ocorreu diminuiccedilatildeo de 27 entre o periacuteodo inicial de imersatildeo e o preacute imersatildeo que tambeacutem
foram considerados medidas de ajustes fisioloacutegicos normais agraves actividades fiacutesicas Na pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima ocorreu um decreacutescimo meacutedio de 8 cm de aacutegua entre o periacuteodo inicial de
imersatildeo e o preacute imersatildeo Esta alteraccedilatildeo foi considerada clinicamente significativa entre os
periacuteodos de imersatildeo observou-se um acreacutescimo meacutedio de 38cm de aacutegua no valor da pressatildeo
inspiratoacuteria maacutexima
Na pressatildeo expiratoacuteria maacutexima ao relacionar os valores obtidos entre os periacuteodos preacute
imersatildeo e inicial de imersatildeo obtivemos um acreacutescimo de 74 cm de aacutegua e posteriormente
entre os periacuteodos de imersatildeo Este estudo mostra que ldquoa hidroterapia eacute um recurso
terapecircutico que natildeo representa uma sobrecarga para crianccedilas portadoras de Distrofia
Muscular de Duchennerdquo Campion (2009 paacuteg 2)
Apresentamos outro estudo que avalia a forccedila muscular respiratoacuteria e o ldquopeak flowrdquo
em pacientes com DMD submetidos agrave ventilaccedilatildeo natildeo invasiva (VNI) e hidroterapia
Participaram 6 voluntaacuterios do sexo masculino com idades compreendidas entre os 13 e os 19
anos de idade esta amostra estaacute dividida em dois grupos o grupo de controlo (tratados com
hidroterapia) e o grupo experimental (tratados com hidroterapia associada agrave VNI) Os grupos
foram avaliados antes e apoacutes a 10ordf e a 20ordf sessotildees de tratamento e os resultados mostraram
uma diferenccedila estatisticamente significativa quando comparada a pressatildeo expiratoacuteria maacutexima
entre os grupos de controlo e experimental apoacutes a deacutecima e vigeacutesima sessotildees O estudo
mostrou que a hidroterapia foi uma actividade favoraacutevel na melhora da musculatura
expiratoacuteria em pacientes com DMD influenciada pela VNI
Salientamos outro estudo semelhante ao nosso com uma amostra de 3 indiviacuteduos
com DMD com idades compreendidas entre os 9 e os 22 anos de idade realizado por Brito e
col (2010) O objectivo era verificar a influecircncia da hidroterapia e os seus efeitos na
capacidade muscular respiratoacuteria Para o efeito foram realizadas 17 sessotildees de hidroterapia
com duraccedilatildeo de 45 minutos duas vezes por semana (duraccedilatildeo e frequecircncia iguais ao nosso
estudo) Apesar das limitaccedilotildees impostas pelo caraacutecter progressivo da doenccedila agraves condiccedilotildees
cliacutenicas dos indiviacuteduos em termos respiratoacuterios a hidroterapia e consequentes propriedades
fiacutesicas da aacutegua aliviaram as dores e facilitaram os movimentos Foram alcanccedilados os
objectivos quanto ao aumento das forccedilas musculares e capacidade vital respiratoacuteria
realizados em ambiente aquaacutetico nos portadores de DMD A teacutecnica aplicada eacute deste modo
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 63 -
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 64 -
O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 62 -
considerada um recurso beneacutefico que pode aumentar a expectativa de vida desses pacientes
atraveacutes de melhorias do sistema respiratoacuterio
Referimos ainda outro estudo de caso de Sales e col (2004) com um menino de 10
anos onde tambeacutem foi usada a hidroterapia para efeitos de exerciacutecios respiratoacuterios O
objectivo do estudo era manter e estimular a capacidade respiratoacuteria sem que o mesmo
usasse qualquer tipo de flutuador realizada uma vez por semana durante 30 minutos Eram
solicitadas inspiraccedilotildees fora de aacutegua e expiraccedilotildees dentro de modo a que a aacutegua exercesse
pressatildeo contra a caixa toraacutecica Apoacutes 6 avaliaccedilotildees (1 por mecircs durante 6 meses) verificou-se
um aumento de 15 cm de periacutemetro toraacutecico bem como uma melhoria da capacidade
respiratoacuteria indicando uma melhoria na mobilidade da caixa toraacutecica proporcionando um
melhor funcionamento da mesma por sua vez mais ampliada permitindo uma expansatildeo mais
efectiva dos pulmotildees
Verificou-se ainda uma melhoria na frequecircncia respiratoacuteria de 29 ciclos por minuto
para 26 ciclos por minuto ao final do referido periacuteodo divulgando assim os benefiacutecios das
actividades fiacutesicas na aacutegua sobre o sistema respiratoacuterio jaacute referidas por outros autores A
hidroterapia entende-se como um factor positivo para o fiacutesico e para o sistema respiratoacuterio do
portador de DMD natildeo obstante de que se sente feliz capaz de realizar proezas que natildeo
consegue fora da aacutegua
Por uacuteltimo referimos ainda Ortiz e col (2011) que realccedilam a importacircncia da
hidroterapia em crianccedilas com vaacuterias disfunccedilotildees em idades inferiores a 14 anos de idade A
aacutegua aquecida eacute uacutetil na medida em que promove o relaxamento muscular e diminui a rigidez
articular A hidroterapia em crianccedilas eacute um recurso considerado importante e muito eficaz
actualmente e cuja aplicaccedilatildeo eacute um recurso capaz de retardar a progressatildeo desta patologia
proporcionando uma diminuiccedilatildeo dos movimentos involuntaacuterios melhorando tambeacutem o
equiliacutebrio e consequente controlo motor
VI Conclusotildees
1 Conclusotildees
Apresentamos de seguida as conclusotildees que resultam das anaacutelises efectuadas acerca
dos resultados deste estudo Pretendemos abordar as hipoacuteteses de pesquisa formuladas e as
principais conclusotildees que resultaram da anaacutelise descritiva e comparativa da relaccedilatildeo entre as
variaacuteveis analisadas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
- 63 -
Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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Em relaccedilatildeo agraves hipoacuteteses formuladas verificamos que natildeo se rejeita a hipoacutetese 1 uma
vez que quanto maiores satildeo os valores de IMC e massa gorda mais elevados satildeo os valores na
escala EK apesar de natildeo se registarem valores estatisticamente significativos Agrave excepccedilatildeo do
grupo de estudo os valores de IMC aumentam da primeira para a quinta avaliaccedilatildeo bem como
os valores de massa gorda e EK revelados pelo teste de Rho Spearman Verificando-se este
facto eacute rejeitada a hipoacutetese 2
A hipoacutetese 3 tambeacutem natildeo eacute rejeitada uma vez que o factor exerciacutecio fiacutesico poderaacute ter
tido influecircncias positivas nomeadamente ao niacutevel do grau de limitaccedilatildeo motora na medida em
que a diferenccedila dos valores da escala EK entre avaliaccedilotildees era menor comparativamente aos
indiviacuteduos com caracteriacutesticas semelhantes ou seja o grau de limitaccedilatildeo era menor
Natildeo obstante o facto de que este tipo de actividade se traduzir num factor de alegria
e de alguma satisfaccedilatildeo onde estes indiviacuteduos conseguem de uma forma moderada um auto-
movimento que lhes proporciona uma sensaccedilatildeo de prazer Caromano (1998) Ovando (2008) e
Vitorino (2004) sendo que natildeo se revela qualquer indiacutecio de que a mesma seja um malefiacutecio
ou sobrecarga agrave sua mobilidade
Deste modo rejeitamos a hipoacutetese 4 sendo que o factor idade eacute sem duacutevida
determinante na evoluccedilatildeo da patologia e limitaccedilatildeo motora
Em suma poderemos entatildeo de forma prudente aceitar dizer que a actividade
fiacutesicahidroterapia em indiviacuteduos com DMD proporciona influecircncias positivas em prol de uma
atenuaccedilatildeo das limitaccedilotildees motoras que interferem nas suas actividades de vida diaacuteria apesar
de natildeo se verificarem diferenccedilas estatisticamente significativas da primeira para a quinta
avaliaccedilatildeo
VII Limitaccedilotildees do estudo
As limitaccedilotildees do nosso estudo estatildeo essencialmente ligadas agrave acessibilidade aos
doentes com DMD Uma vez que a caracterizaccedilatildeo dos mesmos seraacute realizada directamente
com o paciente aquando as (designadas) consultas externas de aconselhamento geneacutetico
tiverem lugar junto do responsaacutevel do departamento de Neuropediatria torna-se a falta agrave
consulta um factor limitador na medida em que natildeo seraacute avaliado nesse momento o indiviacuteduo
com DMD atrasando assim a caracterizaccedilatildeo da amostra
Identificaacutemos algumas dificuldades que satildeo pertinentes e por consequecircncia
limitadoras do estudo tais como uma amostra reduzida que torna os resultados muito
generalistas abdicando da possiacutevel evidecircncia de diferenccedilas estatisticamente significativas
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
ldquoEstudo Longitudinal da Influecircncia da Actividade Fiacutesica o IMC e a Percentagem de Massa Gorda na
Correlaccedilatildeo entre a Escala Motora Funcional EK em Indiviacuteduos com Distrofia Muscular de Duchennerdquo
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O estudo natildeo inclui indiviacuteduos proacuteximos da idade adulta o que seria interessante
comparar com os indiviacuteduos do nosso estudo bem como o nuacutemero de avaliaccedilotildees ser mais
alargado verificando se os valores das mesmas se mantinham semelhantes ou sofriam
diferenccedilas significativas com a existecircncia da actividade fiacutesicahidroterapia
Natildeo houve a possibilidade de utilizar outros meios mais sofisticados que permitissem
outro tipo de actividades a serem comparados os valores das variaacuteveis obtidas com os
mesmos valores obtidos na hidroterapia
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