UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
FELIPE ARAUJO DE MIRANDA GOMES
CRIAÇÃO DE IDENTIDADE VISUAL COORPORATIVA DA FEDERAÇÃO CATARINENSE DE SKATE
Florianópolis
2009
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FELIPE ARAUJO DE MIRANDA GOMES
CRIAÇÃO DE IDENTIDADE VISUAL COORPORATIVA DA FEDERAÇÃO CATARINENSE DE SKATE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina, como pré-requisito à obtenção do título de Bacharel em Design.
Orientador: Prof. Jorge Elias Dolzan, Msc.
Florianópolis
2009
3
FELIPE ARAUJO DE MIRANDA GOMES
CRIAÇÃO DE IDENTIDADE VISUAL COORPORATIVA DA FEDERAÇÃO CATARINENSE DE SKATE
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em design e aprovado em sua forma final pelo Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Florianópolis,________de_____________________de 2009.
___________________________________________________
Prof. e orientador Jorge Elias Dolzan, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina
___________________________________________________
Prof. Marcelo Kammer Faria do Carmo
Universidade do Sul de Santa Catarina
___________________________________________________
Prof. Roberto Forlin
Universidade do Sul de Santa Catarina
4
Aos que acreditaram na concretização
positiva deste projeto: à família, colegas,
professores, diretoria da FCSKT e para os
skatistas que mantém seus ideais vivos.
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“... dedicada a cada poeta da cidade, dedicada a cada atleta da cidade, dedicada a
cada ser humano da cidade que cultiva a liberdade no concreto da cidade.”
(KAMAU, Poesia de concreto da cidade, 2006)
“O design é um processo interativo que procura integrar o significado com a forma.”
(WHEELER, 2008, p.114)
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RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso apresenta o processo de criação da identidade
visual coorporativa para a Federação Catarinense de Skate - FCSKT - destacando o
estudo cultural de design aplicado ao público de skatistas e executivos que
participam do desenvolvimento do esporte urbano em Santa Catarina. Os apontes
teóricos e práticos derivam tanto das pesquisas bibliográficas como do
conhecimento adquirido no decorrer do período acadêmico e da experiência do autor
na temática. Diante das demandas da FCSKT, foi criado um manual de identidade
visual com o objetivo de estabelecer normas e aplicações para a logomarca da
entidade em questão.
Palavras-chave: Design. Gráfico. Identidade. Logomarca. Federação. Skate. Cultura.
Esporte. Urbano. Santa Catarina.
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ABSTRACT
This work of course conclusion presents the process of creation of the coorporativa
visual identity for the Federação Catarinense de Skate - FCSKT - detaching the
cultural study of design applied to the public of skateboarders and executives who
participates of the development of the urban sport in Santa Catarina. The theoric and
practical subjects are derived from the bibliographical research as of the knowledge
acquired in elapsing of the academic period and also from the experience of the
author in the thematic one. Ahead of the demands of the FCSKT, a manual of visual
identity was created with the objective to establish norms and applications for the
logo of the entity in question.
Key words: Design. Graph. Identity. Logo. Federacy. Skate. Culture.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11
1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................12
1.2 OBJETIVOS.........................................................................................................13
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................13
1.2.2 Objetivos Específicos.....................................................................................13
1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................14
1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................16
1.4.1 Condução da pesquisa...................................................................................17
1.4.2 Requisitos ou Preparação..............................................................................17
1.4.3 Criatividade na Concepção do Design de Identidade .................................17
1.4.4 Gerenciamento de ativos ou Diretrizes ........................................................17
1.4.5 Criação dos Pontos de Contato ou Concretização das Aplicações ..........17
2 PESQUISA TEÓRICA ............................................................................................18
2.1 DESIGN ...............................................................................................................18
2.1.1 Design Gráfico ................................................................................................19
2.1.2 Fundamentos da linguagem visual ...............................................................19
2.2 SEMIÓTICA .........................................................................................................21
2.2.1 Signos ..............................................................................................................21
2.2.2 Representação e interpretação da imagem..................................................22
2.3 MARCA E LOGOTIPO........................................................................................25
2.3.1 Comunicação e identidade corporativa ........................................................26
2.3.2 Identidade visual .............................................................................................26
2.4 IDENTIDADES CULTURAIS ...............................................................................27
2.4.1 A cultura do skate ..........................................................................................30
2.5 FEDERAÇÃO ESPORTIVA .................................................................................35
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3 COLETA E ANALISE DE DADOS PARA O PROJETO........................................35
3.1 DEMANDA FCSKT ..............................................................................................35
3.1.1 Entrevistas realizadas ....................................................................................38
3.2 MERCADO DO SKATE EM SANTA CATARINA.................................................39
3.3 TENDÊNCIAS NO MERCADO DO SKATE E DE FEDERAÇÕES......................41
3.4 O PERFIL DO PÚBLICO .....................................................................................43
3.5 REFERÊNCIAS E SIMILARES............................................................................49
4 REQUISITOS ..........................................................................................................55
5 BASES CONCEITUAIS .........................................................................................56
5.1 CONCEITO .........................................................................................................57
6 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ..........................................................................58
6.1. CRIATIVIDADE/ IDEAÇÃO.................................................................................58
6.2. ALTERNATIVAS/ INCUBAÇÃO..........................................................................61
6.3. ALTERNATIVA ESCOLHIDA/ ILUMINAÇÃO .....................................................62
7 MEMORIAL DESCRITIVO ....................................................................................67
7.1 MANUAL DE IDENTIDADE ................................................................................67
7.2 APLICAÇÕES EM PONTOS DE CONTATO.......................................................73
8 CONCLUSÃO .........................................................................................................90
ANEXO 1 - Briefing ....................................................................................................96
ANEXO 2 - Dados do skate disponibilizados no site da CBSK .................................98
ANEXO 3 - Modalidades descritas pela CBSK..........................................................99
ANEXO 4 - Manual de diretrizes Wheeler ...............................................................102
ANEXO 5 - Benefícios das associações filiadas......................................................103
ANEXO 6 - Entrevista com captador de recursos da FCSKT..................................105
ANEXO 7 - Entrevista com presidente da associação de skate de Chapecó..........107
ANEXO 8 - Entrevista com associação de skate do vale do Itapocu ......................109
ANEXO 9 - E-mail professor da FASERJ André Viana ..........................................111
10
ANEXO 10 - Entrevista gravada em áudio com diretoria FCSKT............................112
ANEXO 11 – Feedback de aceitação ......................................................................114
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1 INTRODUÇÃO
Para situar o leitor diante do relacionamento do autor deste projeto com o
tema, ressalta-se que o presente trabalho é apresentado por um acadêmico que tem
contato com o skate há 17 anos. Dentro desse período o acadêmico participou de
diversos campeonatos de skate como competidor, em 1999 foi campeão do circuito
regional de Florianópolis e ficou em quinto lugar no circuito brasileiro de skate na
categoria amador II.
Percebendo que o nível do skate de Florianópolis poderia crescer, o
acadêmico colaborou em projetos voluntários como o de elaboração da pista de
skate do bairro Jardim Atlântico em 2001 e organizou campeonatos de skate na
mesma. Foi lojista em 2002, quando entrou no mercado do skate e começou a
perceber a necessidade dos estudos em Design. Com isso ingressou no Curso de
Design da Unisul em 2005 e hoje apresenta este trabalho de conclusão de curso
como parte do conhecimento adquirido na universidade aplicado no segmento do
skate.
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1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
Este trabalho caracteriza-se pelo processo de criação da Identidade
Visual do cliente denominado Federação Catarinense de Skate – FCSKT. Com isso
serão aplicados estudos em Design Gráfico para Identidade Visual com base no
conceito de WHEELER (2008, p14) a partir de que: “A identidade é a expressão visual e verbal de uma marca. A identidade dá apoio, expressão, comunicação, sintetiza e visualiza a marca. (...) Ela começa com um nome e um símbolo e evoluí para tornar-se uma matriz de instrumentos e de comunicação.”
Vale lembrar, que os estudos em Identidade Visual estão voltados a um
cliente que é uma Federação de Skate, um órgão institucional normatizado por uma
Confederação Brasileira de Skate e que tem como filiadas, as Associações
Regionais de Skate do estado de Santa Catarina.
Levando em consideração os aspectos formais que caracterizam o
problema, consta no Art. 1º do Estatuto da FCSKT1 que a Federação faz a gestão do
skate no estado catarinense, portanto a federação deve transmitir formalidade de
caráter executivo ao comunicar-se a partir de sua identidade gráfica com entidades
governamentais e empresas para a captação de recursos.
Por outro lado, segundo dados do site da Confederação Brasileira de
Skate – CBSK (2009), “... o skate é mais praticado por jovens, sendo que os
competidores das categorias de base têm em média 16 e 17 anos.”, ou seja,
pertencem a uma cultura contemporânea com estilo informal, despojado e urbano.
O projeto a ser solucionado neste estudo, traz paralelamente o seguinte
questionamento a ser respondido em sua conclusão: Como a federação será
representada visualmente com uma identidade gráfica de modo que faça
comunicação executiva com entidades governamentais e empresas para captação
de renda, e ao mesmo tempo tenha fidelidade com a imagem dos skatistas de Santa
Catarina? 1 Art. 1° - A Federação Catarinense de Skate, designada pela sigla FCSKT, fundada aos 30 de novembro de 2008, na cidade de Florianópolis/SC, com sede e foro na Cidade de Florianópolis/SC, é uma associação de fins não econômicos, de caráter desportivo, formada pelas suas Filiadas, e tem por fim coordenar e organizar todos os aspectos relativos à prática e à gestão da modalidade de Skate no território catarinense, bem como representar o Skate catarinense para todos os fins no restante do território nacional.
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1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Desenvolver a Identidade Visual Coorporativa da FCSKT.
1.2.2 Objetivos Específicos
• Analisar e interpretar informações e ideais da FCSKT;
• Compreender o discurso estético do skate na comunicação executiva;
• Elaborar Manual de Identidade Visual e suas diretrizes;
• Identificar pontos de contato para criar aplicações gráficas da
Identidade Visual.
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1.3 JUSTIFICATIVA
A necessidade da proposta deste trabalho apresenta-se justificada em
nível de mercado a partir do contato estabelecido com o presidente da Federação,
Adilson Scander, ao citar a necessidade da criação de uma Identidade Visual e de
algumas aplicações como papelaria entre outros. Neste contato com o cliente foi
realizado o briefing, em anexo, com o intuito de especificar o serviço da qual diz
respeito o presente trabalho e apresentar a "logomarca" que ele mesmo criou
provisoriamente.
Imagem 1 – Logo provisória da FCSKT Fonte: Acervo FCSKT, 2009
Considerando que a identidade é o que fundamenta uma marca, o papel
do Design neste processo, então, é de extrema importância, já que o Design estuda
e trabalha com diferentes formas de comunicação. Seu papel e qualidade são
imprescindíveis para que a identidade seja coerente com a comunicação visual que
a FCSKT pretende realizar com o seu público.
Diante do exposto FUENTES (2006, p.25) “O ponto de partida de todo
processo de design é a expressão de uma necessidade, de uma encomenda de um
cliente para o designer.” Ao relacionar a citação do autor com os parágrafos acima,
identifica-se e justifica-se a necessidade da criação de uma identidade para que a
Federação possa se apresentar publicamente respectivamente às Associações de
Skate do estado, para as entidades governamentais, aos skatistas, para as
empresas do ramo do skate e para o público em geral.
Deve-se entender o skate como discurso estético e entender que relações
culturais existem para que a FCSKT possa se comunicar de modo coerente com o
seu público.
A relação do skate com a cultura e a arte surgiu em decorrência de sua
história. Em 1960, com o surgimento do skate por surfistas sem ondas, o skate ficou
por um bom tempo com sua descrição estética, cultural e musical equivalente ao do
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surf, ou seja, estilo natural com referências ao reggae e ao rock. Em 1980, quando o
skate passa a ter uma identidade mais diferenciada do surf, o skatista transpõe uma
característica punk mais underground se refugiando nas cidades e sofrendo alguns
preconceitos. Nesta época já eram vistos alguns sinais mais fortes da arte no skate,
tanto com grafismos e colagens que os skatistas faziam em seu próprio skate com
caneta, pedaços de lixa e adesivos, como também na forma de se expressarem na
rua contra o preconceito. Se distanciando da praia e se aproximando das ruas em
1990 o skate evoluí em peças e confecções com um estilo mais ligado ao hip hop,
onde é caracterizado por roupas largas.
É importante fazer este estudo na área do skate, pois este esporte vem
sendo alvo da mídia, o que há duas décadas sofria preconceitos e nem era
considerado como esporte. Para confirmar o crescimento do esporte no Brasil, segue
abaixo alguns dados retirados do site da CBSK (2009).
O Mercado de Skate (fabricação de peças, vestuário e calçados com revenda no atacado e no varejo) fatura algo em torno de 250 milhões de reais por ano. Atualmente algumas empresas deste Mercado estão exportando para outros países como França, Alemanha, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Venezuela e Japão. Uma informação importante, é que o Brasil tem a segunda maior indústria mundial, sendo um dos poucos países que produzem peças vestuário e calçados para esta modalidade.
Visto a importância do skate brasileiro no cenário mundial, percebe-se
que Santa Catarina necessita de uma organização não somente do esporte em
questão, como também do mercado que o envolve. O presente estudo também
colabora com a difusão da cultura do design, uma profissão que também vem sendo
reconhecida aos poucos diante de seu verdadeiro papel no comércio da sociedade
contemporânea.
Deste modo, compartilham-se tais estudos em Design Gráfico aplicados
na Identidade Visual da Federação Catarinense de Skate para apresentar como
funciona o processo de criação servindo de subsídios para futuros estudos com
temas semelhantes na Unisul.
16
1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Aqui são apresentadas as bases metodológicas aplicadas no presente
trabalho que se inicia dentro da metodologia de design com o tópico Caracterização
do Problema da qual define o projeto. Procura-se mesclar as metodologias de
projeto para adaptá-las a necessidade do presente trabalho, tanto que o próprio
autor FUENTES (2006) cita:
Cada designer terá de buscar sua própria metodologia para estabelecer a natureza de um design encomendado, classificando-a, medindo-a, anotando-a e estudando-a, de maneira que se torne enriquecedora para o que realmente importa: sua linguagem própria de design.
O método projetual de Design adotado provém de três autores: FUENTES
(2006), selecionado por abordar aspectos metodológicos de Design Gráfico;
WHEELER (2008) que releva aspectos importantes de Identidade Visual da Marca
no processo de Design; e GOMES (2007), por apresentar etapas de criatividade
para a solução de um problema.
Imagem 2 – quadro metodológico Fonte: Acervo próprio com base dos autores citados no parágrafo anterior, 2009
Na fusão das metodologias projetuais de Design apresentadas se
encontram as etapas circuladas em branco para conduzir o projeto de Identidade
visual em questão compondo a seguinte ordem metodológica.
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1.4.1 Condução da pesquisa
Divide-se nas etapas de pesquisa teórica e de coleta de dados para o
projeto contemplando os tópicos: demanda FCSKT; pesquisa de mercado;
tendências, perfil do público alvo, referências e similares. Esta etapa permite coleta
e análise de dados direcionados a requisitos de projeto e painéis que funcionam
como inspiração para a fase de conceituação.
1.4.2 Requisitos ou Preparação
Esta etapa é composta por esclarecimento dos subsídios identificados na
coleta de dados com foco no briefing da criação e na imagem coorporativa do
cliente.
1.4.3 Criatividade na Concepção do Design de Identidade
Soluções e sketches são elaborados perante as fases de
Ideação/Conceituação, Incubação/Fusão de Alternativas, Iluminação/Refinamento.
1.4.4 Gerenciamento de ativos ou Diretrizes
Nesta etapa é elaborado o manual de identidade da FCSKT com todos
elementos que compõe a identidade com especificações técnicas do que foi criado e
desenvolvido no projeto. Também aborda: conteúdo das diretrizes como
padronizações e arquivos para reproduções.
1.4.5 Criação dos Pontos de Contato ou Concretização das Aplicações
Como nesta etapa tem-se um panorama geral das aplicações da
identidade, serão apresentados e selecionados quais os principais pontos de contato
para as aplicações gráficas da identidade.
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2 PESQUISA TEÓRICA
Esta pesquisa teórica é realizada com dois objetivos: o primeiro visa
contextualizar conceitos dos temas que abrange este trabalho para o leitor; o
segundo é de caráter projetual que fornecerá subsídios para conduzir a coleta de
dados para o projeto em questão.
2.1 DESIGN
Atividade profissional emergida após a Revolução Industrial, hoje o
design é visto como projeto criativo e metodológico resultante de uma solução à
necessidades da sociedade e/ou do mercado. Tanto que (FUENTES, p.24) aborda o
design como “(...) uma atividade projetual de duplo sentido: projeta-se internamente
sobre a obra a partir de sistemas simbólicos que lhes são próprios e, nessa ação,
projeta um tipo de relação social”.
O conceito de design abordado segue a base de que o designer projeta
para as necessidades de mercado e principalmente da sociedade, visto que o
presente projeto está relacionado com uma determinada entidade governamental
ligada à sociedade de skatistas do estado de Santa Catarina.
O designer é o “solucionador” de problemas e produz motivado pelo desafio de alcançar e oferecer a solução mais adequada e interessante ao seu cliente e para a sociedade em geral. (...) oferece resultados que beneficiam a todos: à terceira(quarta) idade, às classes de menor renda, às indústrias que precisam se modernizar, às nossas crianças, aos nossos parques e praças, às nossas vilas. (RUBIM, 2004, p. 85)
Com a citação de (RUBIN, 2004) pode-se concluir que se o skate
catarinense agora tem de uma entidade de organização e de representação, o
design entra para colaborar na comunicação entre FCSKT, sociedade ou o público
alvo da Federação e as indústrias do esporte em questão, que conseqüentemente,
também terão subsídios para se modernizarem. Mas para isso é necessário um
estudo de linguagem visual, que no presente projeto é aplicado ao design gráfico.
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2.1.1 Design Gráfico
Esta subárea do design deve estar relacionada à linguagem visual
desenvolvida a uma cultura, de forma a entender e utilizar corretamente suas
codificações, por outro lado, deve assumir sua responsabilidade pela criação de
modelos de aparência e comportamento, promovendo escolhas, estilos e valores
culturais, pois segundo (FRASCARA, 2004, p. 187) “[...] devemos estar conscientes
que nosso trabalho contribui para a configuração do mundo em que vivemos”.
O design gráfico é uma atividade expressamente comunicacional que
para (VILLAS-BOAS, 2003, p. 19) “(...) nasce da necessidade de, num ambiente de
massas, agregar valores simbólicos a determinados bens, sejam estes concretos ou
não”. Tal atividade é necessária para a expressar-se por meio de signos ao ato de
se comunicar visualmente com um determinado público alvo, ou seja, utilizando uma
linguagem visual coerente.
2.1.2 Fundamentos da linguagem visual
São fundamentos ligados a percepção de um conteúdo visual e que
quando estudados, melhor será a representação visual aplicada ao design. DONDIS,
1997, cita que “a luz nos revela elementos visuais como linha, cor, forma, direção,
textura, escala, dimensão e movimentos.” Todos estes elementos ou componentes
são utilizados para a construção de uma identidade visual.
Já FRASCARA, 2004, faz uma abordagem mais ampla da linguagem
visual do design gráfico representado no quadro abaixo com o intuito de apresentar
os elementos visuais das quais o designer deve levar em consideração em seus
projetos. Dos elementos apresentados abaixo, serão utilizados aqui a imagem e sua
função, sua categoria, geração manual e eletrônica.
20
Imagem 3 – Elementos da Linguagem visual do Design Gráfico. (reescrever diagrama em padrão) Fonte: FRASCARA, 2004.
O autor aponta que a função da linguagem visual deve ser determinada
na fase objetivo de design gráfico no desenvolvimento do projeto. E a aplicação dos
componentes da linguagem visual deve ser utilizada e fundamentada para a
exploração da geração de alternativas visuais. Mas antes de utilizar estes elementos
visuais, devem ser estudados alguns conceitos de semiótica determinantes para a
representação e interpretação da imagem.
21
2.2 SEMIÓTICA
Dentro do vasto campo que compõe a semiótica, retrata-se neste trabalho
a importância da semiótica e de seus elementos para a representação e
interpretação visuais coerentes para o presente projeto de design.
O conceito de semiótica2 abordado por (AURÉLIO, 1999, p.1834)
determinado como a “arte dos sinais” é utilizado por artistas plásticos, atores e
diversos profissionais que assim como o designer, deve ter a consciência do quanto
uma expressão pode conter e transmitir informações.
Para representar ou emitir uma comunicação a partir de uma identidade
visual devem ser utilizados tanto fundamentos de linguagem visual, quanto os signos
adequados para que o público alvo “receptor” faça a interpretação do “emissor” que
irá realizar a desejada comunicação.
2.2.1 Signos
Para dar uma breve esclarecida no conceito de signo, buscou-se o conceito de
(SANTAELLA, 2003. p 58) “(...)o signo é uma coisa que representa uma outra coisa: seu
objeto. Ele só pode funcionar como signo se carregar esse poder de representar, substituir
uma outra coisa diferente dele”.
Interpretam-se como exemplos de signo: a palavra casa, a pintura de uma casa,
a fotografia de uma casa, o esboço de uma casa, um filme de uma casa, a planta baixa de
uma casa, a maquete de uma casa, ou mesmo o seu olhar para uma casa, são todos signos
do objeto casa. Para PEIRCE, 1983, há três tipos de signos:
• O ícone, que mantém uma relação de proximidade sensorial ou emotiva entre o signo, representação do objeto, e o objeto dinâmico em si - exemplo:
2 A Semiótica (do grego semeiotiké ou "a arte dos sinais") é a ciência geral dos signos e da semiose
que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de significação. Ocupa-se do estudo do processo de significação ou representação, na natureza e na cultura, do conceito ou da idéia. Mais abrangente que a linguística, a qual se restringe ao estudo dos signos lingüísticos, ou seja, do sistema sígnico da linguagem verbal, esta ciência tem por objeto qualquer sistema sígnico - Artes visuais, Música, Fotografia, Cinema, Culinária, Vestuário, Gestos, Religião, Ciência, etc. (Wikipedia, 2009)
22
pintura, fotografia, o desenho de um boneco. É importante falar que um ícone não só pode exercer esta função como é o caso do desenho de um boneco de homem e mulher que ficam anexados à porta do banheiro indicando se é masculino ou feminino, a priori é ícone, mas também é símbolo, pois ao olhar para ele reconhecemos que ali há um banheiro e que é do gênero que o boneco representa isto porque foi convencionado que assim seria então ele é ícone e símbolo;
• O índice, ou parte representada de um todo anteriormente adquirido pela experiência subjetiva ou pela herança cultural - exemplo: onde há fumaça, logo há fogo. Quer isso dizer que através de um indício (causa) tiramos conclusões;
• O símbolo, que de forma arbitrária estabelece uma relação convencionada entre o signo e o objeto - exemplo: o termo cadeira. (PEIRCE, 1983, p. 24)
O signo visual símbolo é carregado de elementos culturais que caracterizam a
relação da identidade do trabalho com a convenção cultural do usuário ou público alvo.
Imagens se tornam símbolos quando o significado de seus elementos só pode ser entendido com a ajuda do código de uma convenção cultural. Veiculo do signo (primeiridade) e objeto (secundidade) têm que ser associados através de um terceiro, a convenção cultural, ainda a ser aprendida, por um interprete (o terceiro). (SANTAELLA I. NÖTH II., 2001, p. 150)
Os signos poderão estar representados por símbolos de uma marca ou de
elementos visuais que acompanharão a identidade visual trabalhada no presente projeto. As
características que determinaram os símbolos podem ser identificadas nos comportamentos,
acessórios e cenários relacionados ao público alvo.
O capítulo a seguir apresenta uma introdução da importância das imagens ou
dos símbolos, no conceito de que eles devem ser representados de modo que o usuário
final interprete de modo coerente aos objetivos de quem emite ou cria uma mensagem
composta por signos visuais.
2.2.2 Representação e interpretação da imagem
O conceito de representação tem sido um conceito-chave da semiótica desde a
escolástica medieval. Hoje em dia percebe-se que o conceito de representação está
relacionado como canais de representação gráfica, analógica, digital, proposicional e
cognitiva.
23
Na semiótica geral, encontram-se definições muito variadas do conceito de representação. O âmbito da sua significação situa-se entre apresentação e imaginação e estende-se, assim, a conceitos semióticos centrais como signo, veículo do signo, imagem (“representação imagética”), assim como significação e referência. (SANTAELLA I. NÖTH II., 2001, p. 16)
Com a citação acima se percebe que a imaginação e a cultura de quem irá
interpretar uma imagem deve ser prevista por quem irá apresentá-la.
Para representar uma mensagem visual, deve ser levado em consideração o
processo de comunicação, assim o público receptor pode interpretar com coerência aquilo
que o artista deseja emitir, como se pode observar no quadro a seguir.
Imagem 4 - Criação de painel do processo de comunicação. Fonte: DONDIS, 1997. Sintaxe da linguagem visual, p. 132.
Colocando-se o designer com a função de emissor do conteúdo da mensagem
de educação ambiental, relaciona-se a semiótica com o design contextualizando o público
alvo ou receptor da mensagem para desenvolver o ato comunicacional conforme
FRASCARA, 2004, apresenta no diagrama a seguir.
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Imagem 5 – Design no processo de comunicação. (REDESENHAR) Fonte: Frascara, 2004.
Ainda pode-se interpretar com o diagrama acima, o quanto é importante analisar
o receptor para desenvolver os objetivos do ato comunicacional.
Como já foi citado anteriormente, o design utiliza formas de representação de
imagens para efetivar uma coerente comunicação com seu público alvo receptor da
mensagem.
Concluindo a abordagem de semiótica com os domínios de imagem, percebe-se
que a representação de mensagens a partir de canais e signos visuais está relacionada com
a interpretação de imagens mentais que se formarão na mente do receptor.
Estes estudos de linguagem visual e de semiótica servem para que se tenha
uma noção de como se deve efetuar o ato comunicacional ao representar uma entidade ou
empresa a partir de uma marca gráfica aplicada a um determinado público alvo.
25
2.3 MARCA E LOGOTIPO
Uma marca é a idéia que um determinado público interpreta em suas
mentes fazendo-os lembrar a imagem de uma empresa ou entidade, pois segundo
(WHEELER, 2008, p.12) “Os produtos são criados na fábrica. As marcas são criadas
na mente”. Sejam estas lembranças na mente positivas ou negativas, dependerá de
quem a concebeu e de como ela foi criada.
“Cada marca que o designer faz modifica o mundo de alguma forma. Pode fazer com que a comunicação funcione melhor ou pior. Isto não depende de fatores aleatórios; depende, sem dúvida, do designer, que tanto com orgulho como com humildade profissional entende seu papel claramente; depende do estudante de design desenvolver ao máximo suas habilidades intelectuais e técnicas; e depende também do público em geral e de sua transformação em usuários mais críticos, mais informados e mais exigentes”. (FUENTES, p. 31 FRASCARA)
Na citação acima se afirma que depende do designer desenvolver suas
habilidades na concepção de uma marca, ou seja, a marca é um conceito que é
representado por cores, símbolos, logotipo, emoções e experiências que são
levadas ao mercado através de produtos ou serviços que serão interpretados pelo
público alvo fazendo-os ter lembranças boas, ruins ou neutras.
Uma marca devem ter os seguintes requisitos para uma chegar a uma
experiência satisfatória: visão, significado, autenticidade, diferenciação,
sustentabilidade, coerência, flexibilidade, comprometimento e valor. A autora
(WHEELER, 2008, p.60) ainda classifica as marcas em: marcas com palavras,
monograma, emblemas, marcas pictóricas e marcas abstratas/simbólicas.
Já o logotipo é uma parte da marca que é representada visualmente por
um símbolo acompanhado de uma tipografia ou escrita, desenvolvidos por um
designer gráfico baseado em informações de público-alvo, mercado de atuação,
objetivos estratégicos e conceitos definidos para a marca.
26
2.3.1 Comunicação e identidade corporativa
A identidade corporativa ou imagem corporativa é vista por (HEFTING,
1991, p.41) como manifestações visuais ligadas a formas de comportamento em
relação de assuntos sociais, empresariais e políticos, que podem ser tornados
visíveis, como por exemplo, no comportamento, no estilo de escrever ou em
publicações e até mesmo na maneira são tratados os fornecedores.
As comunicações corporativas3 são os meios de utilizar uma estratégia
corporativa4 ao respectivo público alvo de um cliente. Identidade corporativa,
comunicação corporativa e estratégia empresarial são interdependentes: cada uma
influencia na outra.
O autor também cita que é importante verificar se há cultura corporativa
de identidade por parte dos colaboradores e dirigentes da empresa de determinar os
objetivos da empresa e as estratégias de comunicação externa e interna. Estas
estratégias de comunicação fazem a conexão dos objetivos da empresa com a
definição da identidade corporativa.
2.3.2 Identidade visual
Na área do design é comum utilizar o conceito de identidade no caráter
visual. Diversos autores como STRUNCK, 2001, por exemplo, afirmam que a
identidade visual “Caracteriza o conjunto de elementos gráficos que irão formalizar a
personalidade visual de um nome, idéia, produto ou serviço.” Interpreta-se que
esses elementos podem estar representados em signos e que a identidade visual
deve comunicar e informar, substancialmente, à primeira vista.
Para uma empresa ou entidade, a identidade é algo que vai além da
consciência que elas têm de si mesma em relação aos seus produtos, atendimento e
3 Las comunicaciones corporativas (CC) son los médios de hacer llegar esta estratégia a los grupos respectivos a los que va destinada.
4La estratégia corporativa es la política de desplazamiento de uma imagem corporativa em términos
de relaciones com los empleados y los clientes, de relaciones públicas, promoción, desarrolo de
producto, publicaciones Del embage, y por supuesto, márketing.
27
serviços que englobam sua logística, depende também do modo que ela consegue
se comunicar e ser interpretada diante de seu público alvo e do mercado em geral.
Mas o que diferencia uma marca de uma identidade visual? Para
(WHEELER, 2008, p.14) “Enquanto as marcas falam de modo virtual para a mente e
para o coração, a identidade da marca é tangível e apela para os sentidos”.
Resumindo, uma identidade visual é todo o conjunto de elementos visuais que
representam uma marca, incluindo seu logotipo, seguidos de suas aplicações em
pontos de contato.
Estes pontos de contato são aplicações da identidade visual que segundo
a autora (WHEELER, 2008, p.54) podem ser aplições em: sites; releases; FAQs; kits
para imprensa; relatórios anuais; folhetos; comunicados aos acionistas; textos de
call Center; instruções de vendas; apresentações; declarações; e-mails Blast;
campanhas de propaganda; mala direta; manuais de produtos e por último na
sinalização.
Vale lembrar que quando um designer conceber uma identidade visual,
ele deve entregar um manual para que a identidade da empresa não seja distorcida
com uma aplicação equivocada. Este manual, segundo o autor (HEFTING, 1991,
p.165) deve conter essencialmente: a marca, o uso correto e incorreto da cor e da
tipografia, o tipo de letra, a retícula básica e os tamanhos aplicáveis da marca.
Já a autora (WHEELER, 2008, p.175) aborda o manual com diretrizes
mais completas no ANEXO 4 que serão selecionadas para aplicar no presente
projeto.
2.4 IDENTIDADES CULTURAIS
Após expostos os conceitos teóricos de carácter específico de design,
inicia-se neste tópico um estudo direcionado aos conceitos de identidade cultural
para obter subsídios científicos que facilitaram a coleta de dados referentes ao
público alvo e ao cliente do presente projeto.
Primeiro definimos o conceito básico de identidade como conjunto de
caracteres próprios e exclusivos com os quais as pessoas podem se diferenciar de
seus semelhantes. Para Larousse, 1980, p.447, “identidade pessoal é a consciência
que a pessoa tem de si própria”.
28
Já a definição de cultura para LAROUSSE, 1980, p. 246, consiste em um
“conjunto dos conhecimentos adquiridos; a instrução, o saber; Conjunto das
estruturas sociais, religiosas, etc., que caracteriza uma sociedade”. Com isso pode-
se dizer que cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, lingüísticas e
comportamentais de nichos da sociedade. Ainda, a cultura simboliza tudo o que é
aprendido e partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo e que confere uma
identidade dentro do seu grupo que pertença.
Nossa identidade se constrói com informações que vamos obtendo desde
criança e através da educação recebida do meio em que ela vive formando então a
cultura do indivíduo. A citação abaixo fala a respeito desta construção de identidade
nos jovens.
O culto ao jovem é difundido a partir de filmes, músicas e estilos musicais, vestuário e acessórios dirigidos a este novo e cada vez mais crescente público – e se expande por toda a sociedade, numa construção que ultrapassa e uniformiza classes, etnias, segmentos espaço-temporais e quaisquer outros dados cuja relevância se torno menor diante da substantivação do adjetivo jovem. Ele passa a ser algo em si mesmo, uma identidade própria que procura transpor todas as demais identidades mas que ao mesmo tempo tem a interlocução com a dinâmica da política de alteridade. (VILLAS-BOAS, 2003, p.99)
Diante dos conceitos de design, devem-se levar em consideração
aspectos culturais que formam a identidade do indivíduo e/ou do público alvo para
contribuir assim na produção deste projeto a fim de realimentar ou transformar a
condição cultural do publico alvo.
A partir de Hall (1999) apresenta-se a relação de identidade com as
culturas das quais indivíduos vivenciam e criam afinidade. Muitas vezes, o indivíduo
tem acesso a essa gama de culturas pelos meios de comunicação globalizados, ou
seja, opções culturais miscigenadas das quais o sujeito pode escolher e/ou misturar
culturas por meio de suas vivências e informações obtidas. “Foi a difusão do
consumismo, seja como realidade, seja como sonho, que contribuiu para esse efeito
de “supermercado cultural”. (HALL, 1999, p. 75)
No Brasil, por exemplo, essa miscigenação cultural vem acontecendo
desde a época da colonização e da imigração de estrangeiros que trouxeram
29
diversas culturas para o Brasil. Hoje, com a globalização, essa diversidade cultural
se espalha pelos variados meios de se comunicar.
[...] à medida em que os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis [...] (HALL, 1999, p. 13)
Ainda, o designer deve apropriar-se desses sistemas de significação e
representação cultural para a conceituação de produtos de comunicação. Quando o
designer projeta para gerações futuras, deve-se ter a ciência de que ele estará
projetando e criando para indivíduos que nasceram no mundo global, ou seja, desde
crianças já tem acesso, a eletrodomésticos de tecnologia comunicacionais como
televisão a cabo e computador, além da diversidade de informações que podem ser
adquiridas na internet que influenciam na construção da identidade cultural.
Na verdade, nos encontramos diante de um fenômeno mundial, no qual as novas gerações, para se diferenciarem das anteriores, utilizam símbolos mundializados. A idéia de sintonia surge assim como elemento de distinção social. Escutar rock-and-roll significa estar sintonizado com um conjunto de valores, vividos e pensados como superiores. Preferir outros tipos de canções é sinônimo de descompasso, de um comportamento inadequado aos tempos modernos. (ORTIZ, 1994, p. 202)
Com a citação do autor, pode-se visualizar o quanto que as pessoas se
agarram em símbolos globais para se diferenciarem dos demais nichos ou gerações
a partir de um exemplo de signo globalizado, o rock-and-roll.
As culturas híbridas5 são consequências do fenômeno da globalização. É
a miscigenação de culturas de diversos países favorecidos por aspectos que surgem
desde a colonização e que hoje são difundidos por avanços nos meios de
comunicação e de produção. Com a globalização foi possível ter fácil acesso a
essas culturas. Um exemplo foi o contato dos brasileiros com o skate, um esporte
americano que chegou no Brasil graças a globalização influenciando na construção
da identidade de alguns jovens.
5 As identidades nacionais estão se desintegrando, como resultado do crescimento da homegenização cultural e do “pós-moderno global”.[...] As identidades nacionais e outras identidades “locais” ou particularistas estão sendo reforçadas pela resistência à globalização. [..] As identidades nacionais estão em declínio, mas novas identidades – híbridas – estão tomando o seu lugar. (HALL, 1999, p. 69)
30
2.4.1 A cultura do skate
Com o objetivo de compreender a cultura do skate e sua estética, neste
tópico são apresentadas as tribos e suas tendências artísticas que influenciaram na
interpretação do esporte urbano skate, determinando um novo estilo de vida para
alguns jovens.
O conceito de tribos pós-modernas é retratado por Maffesoli (1987) como
sociedades urbanas que se dividem em tribos tal como as antigas tribos pré-
históricas, as chamadas culturas “primitivas”. As tribos urbanas surgem no período
pós-moderno a partir da união de seus integrantes em torno de algum elemento ou
“mito” em comum compartilhando comportamento, gostos, ideologias, estilo de vida,
assim como um próprio modo de vestir.
O esporte em questão surge na pós-modernidade a partir da tribo de
surfistas como um modo criativo de se divertir nos dias em que o mar não favorecia
a pratica do surf. CASTILHO, TEIXEIRA (2008) confirmam que “As rodinhas dos
patins foram adaptadas a uma prancha de menores dimensões (shape) para compor
o produto”. Pode-se concluir que na combinação de patins e surf surgiram os
primeiros skates caseiros como mostra na imagem a seguir.
Imagem 6 – Primeiros skates até chegar no Brasil Fonte: Livro Onda Dura e Revista 100% skate, n. 75, 2004. p. 66
Já no Brasil, de acordo com a primeira parte do livro “A Onda Dura: 3 décadas de
Skate no Brasil”, escrita por César Augusto Diniz Chaves Filho, o skate chegou
através de alguns surfistas cariocas ainda no final da década de 60, que o
descobriram em anúncios veiculados por uma revista Californiana chamada Surfer.
31
Do mar às piscinas abandonadas, ruas e calçadas da Califórnia e
posteriormente no Brasil, esse grupo ganha identidade própria ao entrar em contato
com o movimento punk e com o hip hop, duas tribos urbanas que influenciaram na
consolidação cultural do skate para a sociedade e para o mercado.
Imagem 7 – Encarte de cd Sex Pistons e Sugarhill Gang - Rapper's Delights Fonte: Acervo próprio
Percebe-se com a imagem acima que ambas as tribos ouviam músicas,
na esquerda o punk e na direita o hip hop, que estavam ligadas à contracultura
como um movimento de mobilização popular e de contestação social e cultural por
meio de atitudes alternativas. Os jovens foram muito influenciados por essas idéias
de contestação da sociedade, assumindo estilos e atitudes consideradas como anti-
sociais aos olhos das famílias conservadoras. Por isso, o movimento expressou um
espírito libertário, compondo a cultura underground, alternativa e marginal, focada
principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do
comportamento.
32
O autor Aguiar (2008) comenta em sua dissertação que o contato entre os
skatistas e o movimento hip-hop, aconteceu em meados da década de 80, quando a
música rap começou a ficar popular. Na época o movimento estava ganhando força
política vindos do descontentamento da população negra e pobre dos Estados
Unidos com sua posição social. A aproximação dos skatistas com esses dois
movimentos se deu devido às suas origens semelhantes, que acabaram gerando
idéias em comum e uma identificação mútua, após o skate desmembrar-se da
cultura dos surfistas e seguir a construção de seu próprio estilo.
Imagem 8 – Influência punk acima, rap abaixo e junção de estilos estéticos ampliado Fonte: www.skateboardgraphics.com e CLIVER, Sean. Op. Cit.
As atitudes e os valores expressados nas estampas dos shapes da
imagem anterior provêm de influências que se recebe no cotidiano da prática de
esporte urbano a partir da vivencia de fatos e situações que acarretam em uma
identidade própria, diferente de esportistas que praticam suas atividades em locais
33
reservados e próprios para isso, como clubes. Além disso, o contato com outras
culturas urbanas, como os movimentos punk e hip-hop, também influenciaram na
formação da conduta dos skatistas representada pelas músicas, atitudes e artes
gráficas.
Desde o fim da década de 70, quando começou a se estabelecer um perfil
próprio entre os skatistas, skate e arte passaram a ter uma ligação muito
forte, principalmente desse esporte com as artes gráficas e a música – uma
ligação que não se encontra de modo tão intenso e difundido em outras
atividades esportivas. (AGUIAR, 2008, p.10)
Os exemplos dos primeiros sinais de arte no skate podem se encontrar na
customização que alguns praticantes aplicam nos seus skates colando adesivos e
desenhando nos shapes ou fazendo recortes de formas variadas nas folhas de lixa
utilizadas para que os pés não escorreguem.
Imagem 9 – Sinais de arte nos shapes dos skates com adesivos e desenhos Fonte: Transworld Skateboarding, volume 20, número 10, 2002.
A classificação de esporte urbano, praticado em sua maioria nas ruas ou
em demais locais públicos, é o que determina a identidade da tribo do skate. Ao sair
de carrinho pela cidade, os skatistas fazem aquilo que alguns chamam de “nova
interpretação do espaço urbano”: onde os demais vêem simplesmente escadas,
34
bancos ou corrimãos, os praticantes desse esporte urbano encontram obstáculos
para as suas manobras.
Imagem 10 – Cenários da cultura do esporte urbano ao sair de carrinho pela cidade Fonte: Fotos de autoria própria
Com certeza o skate é um universo que envolve muita visualidade, estética.
Todo skatista tem uma opinião sobre alguma coisa, vive num universo que
induz a querer lidar com design, mesmo indiretamente, mesmo sem saber.
Frabrício da Costa, revista cemporcento skate edição 102, setembro de
2002
Talvez seja por isso que quem vivencia a cultura do skate é quem a
difundi com fidelidade. Com este argumento também se justifica a importância, em
um projeto de design, das pesquisas baseadas em observações, entrevistas e
vivências aplicadas no segmento da qual se situa o cliente e nos cenários
encontrados do usuário final.
Compreendendo a cultura do skate pode-se agora estendê-la na etapa
coleta de dados com painéis de imagens pertinentes à estética do esporte. Porém o
projeto em questão tem como cliente uma entidade que institucionaliza tal esporte
urbano difundindo sua cultura para instituições e sociedade em geral. Portanto, após
descrever a cultura do skate, deve-se conhecer a FCSKT a ponto de entender como
uma entidade deve apresentar para seu público essa rica cultura denominada como
esporte urbano.
35
2.5 FEDERAÇÃO ESPORTIVA
Uma Federação Esportiva é uma entidade de direito privado sem fins
lucrativos formada por pessoas jurídicas que tem o poder e função de organização,
normalização e todas as outras finalidades e objetivos descritos no estatuto
aprovado em assembléia. Este tipo de entidade tem certa autonomia conforme o
artigo 217 da constituição que trata do DEPORTO no Brasil. Chegou-se a este
conceito após resposta por e-mail de André Viana (2009) que encontra-se em
anexo. Para potencializar este conceito de Federação esportiva, segue abaixo sua
definição da constituição brasileira.
Artigo 2.° 1 - Federação desportiva é a pessoa colectiva que, integrando agentes desportivos, clubes ou agrupamentos de clubes, se constitua sob a forma de associação sem fim lucrativo, propondo-se prosseguir, a nível nacional, exclusiva exclusiva ou cumulativamente, os objectivos enunciados no artigo 21.° da Lei n.° 1/90, de 13 de Janeiro. (Brasil,1990)
3 COLETA E ANALISE DE DADOS PARA O PROJETO
Após entendimento da pesquisa teórica, foi possível iniciar uma coleta de
dados pertinente a criação da identidade visual do cliente FCSKT. As análises
encontram-se no final de cada etapa da coleta. Estes dados coletados permitem
identificação de requisitos e geração de subsídios para a execução do projeto de
identidade em questão.
3.1 DEMANDA FCSKT
Como já foi citado anteriormente no tópico caracterização do problema e
no briefing em anexo, as etapas do projeto deste TCC são aplicadas nas etapas de
uma demanda de mercado que tem como cliente a Federação Catarinense de
Skate.
Fundada em 2008, na cidade de Florianópolis/SC ela é uma federação de
fins não lucrativos, de caráter desportivo, que tem por fim coordenar e organizar
36
todos os aspectos relativos à prática e à gestão da modalidade de skate no território
catarinense bem como representá-lo para todos os fins no restante do território
nacional como se apresenta a seguir.
§ 2° - A FCSKT, como Entidade Estadual de Administração do Desporto da modalidade de Skate, é filiada à Confederação Brasileira de Skate, designada pela sigla CBSK, e por esta reconhecida como a única entidade responsável pela organização da prática e gestão da modalidade no âmbito territorial do Estado de Santa Catarina, bem como pela representação do Skate catarinense perante toda e qualquer pessoa física e jurídica de direito público ou privado. (Estatuto da FCSKT, 2009)
Sendo assim, pode-se adotar como análise que a Federação deve ter uma
identidade gráfica sem o objetivo de estabelecer uma concorrência comercial e sim
de colaborar para que atletas e marcas fomentem o mercado do skate em Santa
Catarina.
Imagem 11 – Equipe da FCSKT em um campeonato de skate Fonte: Acervo FCSKT
A imagem anterior apresenta em destaque alguns membros da FCSKT,
sendo estes adultos e jovens que compõe a diretoria da entidade em questão:
Adilson Standler (presidente) – Artista gráfico e organizador de eventos de
tatuagem.
Ricardo Leonardo (vice-presidente) – Skatista formado em Educação
Física pela Universidade Federal de Santa Catarina dá aulas de skate em escolar
particulares.
37
Marlon Victorio (diretor esportivo) – Skatista há mais de quinze anos, ex-
lojista e hoje estuda para ser selecionado no curso de Educação Física.
Ewerton Pereira (diretor administrativo) – Skatista há mais de quinze anos,
hoje tem uma loja de skate no bairro trindade.
Marcelo Schubert (diretor contábil) – Contador e lojista de artigos para
skate.
Comprova-se a partir de uma análise, que há um potencial atuante de
skatistas no mercado seguindo a tendência de “faça você mesmo”. São skatistas
que em sua maioria trabalham no movimento de organização do skate no estado de
Santa Catarina que possuem o mesmo perfil dos integrantes que compõem público
alvo principal da Federação, ou seja, as associações já filiadas como as de
Guaramirim, Itajaí, Blumenau, Florianópolis.
No momento, a Federação Catarinense passa por um processo de
inserção no mercado e na mídia perante a sociedade, pois está finalizando as
etapas burocráticas e obtendo sede fixa em ambiente comercial para dar início aos
trabalhos efetivos.
Resumindo, a Federação está em desenvolvimento dos projetos das
seguintes atividades: assembléia e filiação das associações identificadas; sua
principal ferramenta de comunicação, o site, está sendo finalizada; pistas de skate
estão sendo identificadas com diagnóstico; projetos sociais e escolinhas de skate
estão sendo encaminhados; assim como o circuito catarinense de skate está sendo
planejado analisando possíveis cidades e parcerias para sediar as etapas do evento.
Mesmo assim a Federação já realizou algumas atividades como oficinas e
campeonatos regionais para arrecadar recursos, portanto segue abaixo um painel de
imagens que retrata algumas atividades já realizadas.
38
Imagem 12 – Painel de atividades da FCSKT Fonte: Criação própria a partir do acervo da FCSKT
Com estas atividades, podem-se identificar pontos de contato para
aplicação da Identidade Visual da qual retrata o presente trabalho, já que são nestas
atividades que a Federação estabelece contato apresentando-se para seus
parceiros investidores, para seu público alvo principal categorizado por Associações
de Skate e para a sociedade em geral por meio da imprensa.
3.1.1 Entrevistas realizadas
A - Briefing
Após breves apresentações pessoais, a primeira reunião consistiu em
identificar o serviço a ser prestado pelo cliente por meio da elaboração do briefing
em anexo para dar início ao projeto.
B - Ideais da Federação Catarinense de Skate
Esta segunda reunião ocorreu uma entrevista gravada em áudio para
identificar os ideais do cliente; Aconteceu na Lagoa do Peri, Florianópolis, em uma
39
reunião descontraída de confraternização dos diretores da FCSKT. Foram 18
minutos de entrevista gravada em áudio e descrita em anexo do presente trabalho.
Participantes: Adilson (presidente); Ricardo Leonardo (vice-presidente); Marlon
Victório (diretor esportivo); Daniel Régis (diretor de eventos); Eduardo (captação de
recursos); Felipe Miranda (entrevistador). Foi possível elaborar um pod cast para
disponibilizar no site www.fcskt.com.br.
A intenção desta entrevista foi de esclarecer a imagem coorporativa a
partir dos ideais da Federação, assim como compreender qual a imagem da cultura
do skate que a FCSKT deve expressar. Ainda foi possível identificar o público alvo e
asatividades que a federação realiza com o intuito de obter subsídios e requisitos de
projeto para criação.
C - Associações
Como os contatos entre as Associações e FCSKT estão apenas
começando, foi possível realizar entrevista apenas com duas das sete Associações
constatadas.
D - Captação de Recursos
Foi realizada com captador de recursos da entidade da qual se
apresentam alguns resultados no tópico de mercado.
3.2 MERCADO DO SKATE EM SANTA CATARINA
A partir da entrevista realizada com o captador de recursos Eduardo
Henrique Correia Ribeiro que se encontra em anexo, foi percebido que o mercado
do skate no estado ainda precisa ser mapeado, pois os trabalhos da Federação mal
começaram, já que ela é uma entidade nova fundada neste ano de 2009.
40
Assim iniciou-se junto aos diretores da FCSKT, uma análise desta
situação em Santa Catarina que até pouco tempo atrás, tinha o mercado do Skate
dominado por lojas locais e por marcas de outros estados que vinham para cá,
vendiam seus produtos e não investiam em quase nada para o crescimento do
esporte na região.
Imagem 13 – Identificação dos pólos do skate em Santa Catarina Fonte: Mapa elaborado junto à diretoria da FCSKT
Percebe-se na imagem precedente deste parágrafo, que a maior
concentração do mercado do skate encontra-se em regiões litorâneas das quais na
maioria das vezes o surf prevalece com o incentivo das prefeituras e com
investimento das empresas locais. Com isso marcas de surf começam a aparecer e
a investir cada vez mais no esporte, a mídia então começa a divulgar o surf e
trazendo eventos nacionais e internacionais para o estado, ao contrário do que
acontece no skate até o momento.
Com o surf em alta, os esportes radicais acabam ganhando espaço
também, o nicho do mercado de esportes radicais e o skate começam a aparecer no
estado, mas o skate não ganha um investimento contínuo necessário e acaba
sempre ficando em segundo plano. Lojas de skate abrem e fecham, poucos eventos
são realizados e quase sempre são mal divulgados e o incentivo da prefeitura
acontece somente em épocas pré-eleitorais. Percebe-se a falta de sustentabilidade
para o mercado do skate na região litorânea.
Hoje a realidade continua igual, temos lojas de skate espalhadas pelas
grandes cidades do estado como Chapecó, Joinville, Itajaí, Blumenau, Balneário
Comburiu, Florianópolis, Criciúma e Araranguá. E temos algumas marcas
começando a ganhar destaque como é o caso da Bastard skate wear.
41
“Por estar em contato com todos os agentes econômicos envolvidos
no Skate, a federação tem a oportunidade de interagir para potencializar as
oportunidades de criação de renda, organização do esporte e o aumento no
número de praticantes e simpatizantes”. (Entrevista com Eduardo Henrique
Correia Ribeiro, 2009)
Ainda analisa-se com a afirmação anterior, que a tendência do mercado é de
crescer com o reconhecimento da mídia do Skate como esporte urbano e importante
ferramenta social. Isso possibilita que empresas destinadas a confeccionar produtos
para jovens ofereçam mais atenção para o segmento do skate investindo em
eventos, atletas, projetos sociais e propaganda.
3.3 TENDÊNCIAS NO MERCADO DO SKATE E DE FEDERAÇÕES
Quanto às tendências, o skate tem um mercado voltado para um público
específico e bem definido, e que busca alguma autonomia. Os designers gráficos
que trabalham nesse mercado e também são skatistas, fazem com que os
produtores sejam ao mesmo tempo consumidores.
O mercado do skate em sua maioria é formado por pequenas empresas
de administração flexível e de propriedade dos praticantes do referido esporte.
(...) a indústria do skate é o retrato da atual organização dos negócios na
era pós-moderna, da forma como foi definida por Bauman: desorganizada e
fluida, para que possa ser reformada a qualquer momento e assim adaptar-
se ao mundo caótico à sua volta (o “mundo”, nesse caso, seria o cenário do
skate. À medida que a atividade se desenvolve, surgem novas tendências
entre os skatistas que acabam por afetar sua indústria); além de recusar-se
a aceitar o “conhecimento estabelecido” e os exemplos bem sucedidos de
experiências anteriores. (AGUIAR, 2008, p. 25)
Tal afirmação leva a crer que as tendências da indústria do skate
dependem das necessidades apresentadas por aqueles que praticam tal esporte. O
design gráfico aplicado a indústria do skate simboliza os valores pós-modernistas,
por ser conseqüência da cultura popular de rua. Seu modismo efêmero acontece
42
tanto pela mídia popular quanto pela rápida renovação dos estoques de peças e
demais equipamentos que devem ir logo para as ruas, sob o risco de se tornarem
obsoletos ou inexistentes.
Segundo sk8.br Por Nathália Leme “Artistas urbanos não tem se
prendido somente nas estruturas e conceitos do esporte”. Ao contrário disso, eles
levam ao skate elementos refinados que dão novas características ao carrinho.
Algumas marcas de skate representam essa nova tendência desenvolvendo um
material artístico rico que conquista além dos consumidores, grandes apreciadores
da arte.
Como foi apresentado no tópico Cultura do skate, os skatistas
apresentam o hábito de personalizar seus skates com adesivos de empresas de sua
preferência, cobrindo assim a arte original caracterizando-os pela estética pós-
moderna “faça você mesmo”. Depois de percebida a importância desta tendência
para este projeto, buscou-se a seguinte matéria publicada na revista Catarina, ed.
19:
A guru do futuro na época, Faith Popcorn, tachou essa vontade de “ser único” como Egonomia […]. No final dos anos 90, com a internet, o poder que já estava nas mãos dos consumidores ganhou um eco muito maior. Na rede, as pessoas começaram a ter autoridade para criar seus próprios blogs, suas redes de informação, seus álbuns de fotografia, vídeos, websites e revistas virtuais. […] os sinais de customização, agora sublinhada pela tecnologia, apitaram aos ouvidos dos pesquisadores do futuro, e o centro de pesquisas Trendwatching foi uma das primeiras empresas a detectar esse tipo de comportamento de maneira apurada. Ganhou deles um apelido legal: MIY, de Make it Yourself, ou seja, grupo dos “Faça Você Mesmo”. Nesse grupo as pessoas esperam poder transformar suas idéias e rascunhos em produtos de verdade sem precisar conhecer ferramentas técnicas ou disponibilizar de um aparato industrial moderno para projeção e customização dos produtos. […]. Ou seja, voltamos à canção de Lennon onde o “Power to the People” se funde ao refrão “Do it yourself” dos punks para revelar um cenário onde as pessoas têm o poder de construir um mundo absolutamente customizado às suas necessidades, desejos, personalidades e sonhos. (CATARINA, ed. 19)
Outras três grandes tendências que podem ser relacionadas neste
projeto, são a Egonomia, Formação de clãs e Geração generosa, todas possuem
ligação forte com o público e cliente. A primeira, ‘Egonomia’ da autora Popcorn,
traduz-se no desejo de desenvolver-se individualmente para se destacar dos outros
43
através de posses, experiências e serviços personalizados, assim como a ‘Faça
você mesmo’ exemplificada anteriormente. EstaS duas tendências pertencem ao
grupo dos skatistas, relacionados também com a ‘Formação de clãs’, de Popcorn,
que diz respeito à pessoas que compartilham interesses comuns - idéias,
aspirações, vícios e lazer, fazer parte de um grupo é algo para se orgulhar e
interagir.
A quarta tendência a ser relacionada neste projeto é a Geração generosa,
um dos reports do Trendwatching fala sobre a “Generation G”, esta tendência foi
verificada e instituída para ressaltar o posicionamento e o espírito mais generoso e
bondoso de algumas marcas, empresas e entidades, aspectos estes que a FCSKT
considera de extrema importância em sua gestão.
Prospecta-se que cada vez mais as federações esportivas estabeleçam
parcerias com demais entidades e com o mercado investidor na busca de
desenvolvimento do esporte, da cultura e do mercado. Com isso percebe-se que há
disponibilidade na realização de parcerias relacionadas às atividades da FCSKT
desde Prefeituras, Associações Culturais, Ongs e empresas do mercado
Catarinense em geral que buscam a imagem de responsabilidade social, até o
mercado voltado ao público jovem como marcas e lojas de surf, tatuagem e skate,
escolas particulares, mercado de confecção e de alimentos de entorno das escolas
públicas e particulares, hotéis para recepcionar atletas profissionais, empresas de
transporte, estúdios de fotografia e vídeo, empresas de videogame e sites dentre
outros segmentos de mercado que podem ser identificados a partir do momento que
se analisa a realidade e o entorno de cada atividade que o cliente realiza.
3.4 O PERFIL DO PÚBLICO
Foram realizadas entrevistas com lideranças do skate de alguns pontos
do estado de Santa Catarina conforme anexo sete e oito. Vale lembrar que estas
lideranças também são skatistas possuindo o perfil de público alvo do cliente.
Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Data Folha 2006, 85 % praticantes do
skate são do sexo masculino. A pesquisa ainda mostra as diferentes faixas - etárias
que compõe o grupo de praticantes conforme é possível verificar imagem a seguir.
44
Imagem 14 – Faixa etária dos Skatistas Fonte: elaboração a partir das informações do Instituto Data Folha, 2006
Percebe-se que 36% dos praticantes de skate são maiores de 16 anos,
assim, a partir dessa idade, normalmente os adolescentes começam a formar
opinião e a buscar diferenciação, possivelmente se identificando diretamente com
marcas que representem suas personalidades. Porém podemos também encontrar
os pais de alguns skatistas também praticantes e/ou apoiadores do esporte.
Imagem – Variação de faixa etária do público alvo Fonte: Blog SkateCulture, 2009
Ainda com base no Instituto Data Folha 2006, podemos analisar conforme
mostra o gráfico a seguir que uma grande porcentagem de praticantes (55%) se
encontra nas classes A e B:
45
Imagem 15 – Classe social dos skatistas Fonte: Elaboração a partir das informações do Instituto Data Folha 2006
O diagrama abaixo representa a Hierarquia do público alvo das quais a
FCSKT se comunica. Serão abordados no presente projeto, principalmente, os
públicos primário, secundário e terciário respectivamente.
Imagem 16 – Públicos FCSKT Fonte: Acervo próprio, 2009
Os skatistas, que se comportam como público alvo principal e secundário
não praticam somente um esporte, são adeptos a um estilo de vida urbano que atraí
adeptos e que é representado e identificado por um modo próprio de se expressar e
de se comportar.
De acordo com a entrevista de briefing em anexo, existem
aproximadamente doze associações identificadas no estado de Santa Catarina das
quais quatro já são filiadas e as demais estão no momento, em processo de
regulamentação. Algumas informações deste tópico foram adquiridas a partir de
46
entrevistas realizadas com lideranças da FCSKT e de associações do oeste e litoral
catarinense, registradas em anexo, que representam associações e skatistas das
cidades onde se encontram os maiores pólos do skate catarinense.
A imagem a seguir demonstra que as associações de skate possuem o
perfil semelhante aos próprios diretores que compõe o cliente do projeto em
questão.
Imagem 17 – Perfil de público Fonte: Acervo FCSKT
47
Como já foi citado no tópico de demanda e tendências de mercado, o
público alvo principal em sua maioria é categorizado por skatistas que trabalham no
movimento de organização do skate em Santa Catarina seja construindo obstáculos
nos bairros da região, criando associações, organizando eventos ou reivindicando
pistas e manutenção das mesmas, caracterizando o segmento “faça você mesmo”.
A relação de proximidade entre a cultura do skate e o ambiente urbano,
favorece interação entre os skatistas e as diferentes culturas presentes neste
cenário. Com isso há uma apropriação por parte dos skatistas de diferentes estilos
presentes no meio urbano.
Imagem 18 – Estilo skate hip hop à esquerda e skate punk à direita Fonte: Elaboração a partir das informações do Instituto Data Folha 2006
A imagem que precede este parágrafo apresenta a mescla das culturas,
encontra-se elementos do hip hop no cenário punk como o grafitti, assim como se
pode verificar elementos punk no hip hop como a tatuagem. A polissemia cultural
transformou para sempre estas gerações e todas outras a partir daí,
Na maioria das vezes a diretoria das associações são compostas por
alguns skatistas acima de dezoito anos de idade e por pessoas com experiência
administrativa a fim de apoiar a prática do esporte. Alguns desses indivíduos dividem
o estilo skatista com o executivo como demonstra o painel a seguir.
48
Imagem 19 – Perfil de público executivo 1 Fonte: Revista Transworld, 2002.
Percebe-se que há um encontro do estilo skate/informal com o
executivo/formal do público principal e terciário coincidindo com o perfil de entidades
e empresas investidoras categorizado como público alvo terciário. Alguns executivos
têm inclusive experimentado utilizar o skate como uma alternativa de transporte
urbano para locomover-se ao trabalho.
Imagem – Perfil de público executivo 2 Fonte: Acervo próprio.
49
Há uma tendência de jovens skatistas que se apaixonam pelo esporte, de
associar o esporte a outra profissão como Educação Física e Design por exemplo.
Citam-se esses dois exemplos ao perceber que no site ciência do skate existem
duzentos e sessenta e nove teses científicas retratando o skate principalmente como
esporte, cultura e arte.
Concluí-se que o estilo estético executivo e skatista podem-se mesclar
mantendo fidelidade à cultura dos skatistas para representar as associações de
skate em um ambiente formal junto às entidades governamentais e empresas
investidoras.
3.5 REFERÊNCIAS E SIMILARES
Nesta etapa foram selecionadas marcas dos segmentos de mercado
levantados neste projeto a partir da análise do público alvo categorizando em skate,
executivo e entidades.
Foram selecionadas as marcas mais pertinentes para o presente projeto
levando em consideração a seguinte análise estética:
Imagem 20 – Ilustração dos fundamentos da análise de referências e similares Fonte: Elaborado por conhecimento adquirido na disciplina de Gestalt e Semiótica
50
Imagem 21 – Painel de referências de caráter executivo Fonte: Acervo próprio
51
Imagem 22 – Painel de referências e similares de marcas nacionais e entidades Fonte: Acervo próprio
52
Imagem 23 – Painel de referências estéticas de bandas musicais Fonte: Acervo próprio
53
Imagem 24 – Painel de referências internacionais Fonte: Acervo próprio
54
Algumas marcas de skate caracterizam-se com uma arte mais rebelde e
agressiva, com tipologia própria se aproximando da escrita manual desfocada e
manchada, com cores fortes predominando o preto, branco, cinza e vermelho, linhas
fortes e marcadas com alguns elementos oriundos das tribos e de seus cenários
urbanos. Adotando principalmente o hip-hop, reggae, hardcore, e o grafite como
padrão de arte, com linhas ousadas em todos os tipos de desenho na maioria
vetorizados, fotografia, colagens, cores vibrantes e chamativas coerentes com
determinado conceito abordado, além das novidades na fabricação de roupas e
acessórios com tecidos e modelos inovadores.
55
4 REQUISITOS
Tendo como base o briefing no anexo um e as pesquisas coletadas para
o projeto, podem-se determinar os seguintes requisitos para o presente projeto de
identidade visual:
Expressar-se como entidade de representatividade das associações do
skate de SC visando sua imagem coorporativa.
Identidade visual que estimula interação entre as associações de skate
para representar organização do esporte urbano skate no Estado de Santa Catarina
por meio de uma comunicação flexível.
Manter equilíbrio entre os estilos de linguagem visuais executivos (formas
geométricas) e urbanos (sinuosidade e movimento) caracterizados por empresários
e skatistas.
CRIAÇÃO DE IMAGEM COORPORATIVA
Após entrevista com a diretoria foi possível identificar os ideais do cliente
para a construção da imagem coorporativa abaixo.
A Federação Catarinense de Skate representa organização flexível na
construção do cenário catarinense do skate difundindo a cultura de esporte urbano a
partir da integração democrática das associações filiadas e por meio das parcerias
que geram acessibilidade e visibilidade aos skatistas além de servir como
ferramenta de inclusão social, ou seja, sinônimo de conquista para o skate de Santa
Catarina!
56
VISÃO
Estruturar e organizar o cenário do skate de Santa Catarina junto às
associações e ao mercado em quatro anos e transpor para sociedade estadual e
posteriormente nacional.
CRIAÇÃO DE TAGLINES
Associações, mercado estadual Juntos estamos organizando e potencializando o cenário do Skate Catarinense!
Associações, skatistas, geral, mercado local e estadual Cooperar e interagir com Associações de skate é sinônimo de evolução da cultura do esporte urbano catarinense.
Mercado estadual Gerando visibilidade ao skate Catarinense sua empresa está participando para a consolidação do mercado no estado.
Skatistas e Associações Skate no sangue, no pé e na mente! Participe!
5 BASES CONCEITUAIS
Com bases do perfil do público skatista, executivo e da própria imagem
coorporativa da FCSKT, foi elaborado um mapa mental identificar sensações e
elementos em comum dos perfis citados.
57
Imagem 25 - Painel de mapas mentais para identificação de sensações e elementos
Fonte – Acervo próprio
Após elaboração dos painéis anteriores foi possível identificar elementos
em comum entre o variado público da FCSKT para iniciar a geração de alternativas.
5.1 CONCEITO
A Identidade Visual da Federação Catarinense de Skate expressa um
equilíbrio urbano entre executivos e skatistas que visam o crescimento do esporte
urbano skate urbano em Santa Catarina.
Dedicada a cada poeta da cidade, dedicada a cada atleta da cidade,
dedicada a cada ser humano da cidade que cultiva a liberdade no concreto
da cidade. KAMAU (2006), Poesia de concreto da cidade.
58
Com base deste conceito foi identificado o elemento escada, um ícone
utilizado por executivos e skatistas, porém é interpretado por modos diferentes. Além
de o executivo subir e descer escadas todos os dias em sua rotina de trabalho, ele
observa os gráficos de sua empresa da qual mostram o rendimento da mesma e já o
skatista utiliza as escadarias para pular executando manobras de skate. Com isso foi
criado o painel conceitual a seguir que representa uma chuva de idéias geradas a
partir deste conceito.
Imagem 26 - Painel conceitual para geração de alternativas Fonte – Acervo próprio
6 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
6.1. CRIATIVIDADE/ IDEAÇÃO
Neste tópico são apresentadas as primeiras alternativas sendo que
algumas delas surgem como espasmos mentais após as primeiras entrevistas com o
cliente caracterizando um processo cíclico, pois idéias surgem a qualquer momento
59
e a qualquer etapa do projeto. Porém estas alternativas, como mostra a imagem a
seguir, ficam meio perdidas, sem referências visuais e conceitos pré-estabelecidos.
Imagem 27- Primeiro rascunho de idéias Fonte – Acervo próprio
60
Imagem 28 - Segundo rascunho de idéias Fonte – Acervo próprio
61
Imagem 29 - Selecionando alternativas para aprimorar Fonte – Acervo próprio
6.2. ALTERNATIVAS/ INCUBAÇÃO
Imagem 30 - Alternativas geradas Fonte – Acervo próprio
62
Imagem 31 - Arte criada e utilizada para desbloquear a criatividade. Fonte – Acervo próprio
6.3. ALTERNATIVA ESCOLHIDA/ ILUMINAÇÃO
Nesta etapa identificou-se que o elemento mais adequado para
representar o conceito em um único símbolo se caracteriza pela placa de escadarias
com o ícone de seta na direção esquerda para direita, inferior para superior
simbolizando crescimento.
63
Imagem 32 – Setas de inspiração Fonte: Acervo próprio.
64
Tal elemento, seta escolhida, é assimétrica, porém apresenta um
equilíbrio diagonal da qual pode-se fechar um quadrado na continuidade de seus
traços.
Imagem 33 – Esboço das primeiras setas Fonte: Acervo próprio
Na imagem anterior apresentam-se os primeiros desenhos da seta com
variações de tamanho, proporção dos lados e arredondamentos das arestas com o
intuito de criar personalidade própria para o elemento gráfico.
Para testar a viabilidade da alternativa foram feitos testes, como mostra a
imagem a seguir, da qual se pode perceber que o elemento seta permite flexibilidade
de composições e texturas além de estar presente no cenário urbano comum entre
skatistas e executivos denominados como público alvo principal.
65
Imagem 34 – Testes com o elemento gráfico seta Fonte: Acervo próprio
Percebido flexibilidade e viabilidade do elemento gráfico, foram gerados
desenhos de aperfeiçoamento como mostra a imagem a seguir indicando a ordem
de evolução.
Imagem 35 – Evolução da alternativa Fonte: Acervo próprio
66
Como mostra a imagem anterior, foram elaborados estudos das
proporções da seta com o objetivo de organizar o desenho obtendo uma
composição visual esteticamente agradável. As primeiras setas apresentavam traços
muito geométricos, o que era bom para representar segurança e organização, porém
estava faltando a sinuosidade oriunda do público skatista. A partir desse momento
buscou-se aperfeiçoar o desenho com leves arredondamentos para não perder a
formalidade da seta.
Nesta etapa também foi identificada a necessidade de representar o
público skatista com o elemento gráfico do skate na vista lateral e com traços tão
sintetizados quanto ao da própria seta para ocasionar harmonia entre os elementos
resultando em uma marca visual que alcança seus requisitos por meio da
representação do skate como algo positivo, para cima e organizado com linhas
geométricas e traços sintetizados.
67
7 MEMORIAL DESCRITIVO
7.1 MANUAL DE IDENTIDADE
Definida a marca visual, buscou-se uma fonte tipográfica com o mesmo
peso para a sigla FCSKT. Os mesmos arredondamentos da marca foram adaptados
na fonte para harmonizar a composição da identidade visual.
Imagem 36 – Estudo tipográfico Fonte: Acervo próprio
Na imagem acima, exemplifica-se as fontes tipográficas a utilizar
priorizando harmonia da forma e contraste de pesos para hierarquização dos textos.
Com isso pode-se unir o logotipo com a marca obtendo os seguinte padrão de
assinatura apresentada na imagem a seguir.
68
Imagem 37 – Composição principal de logotipo e símbolo Fonte: Acervo próprio
Foi optado em compor o símbolo seta no lado esquerdo para obter a
sensação de movimento e sentido com o conceito da marca. É muito comum a
utilização de sub-contornos e sombras na linguagem visual do grafitti – estilo de
desenho característico do público de skatistas. Portanto a sombra foi utilizada para
dar visibilidade à marca quando exposta em superfícies de grande área como em
outdoors por exemplo. Posteriormente foram desenvolvidas assinaturas para
ambientes mais formalizados e executivos com composições mais simples de
logotipo e símbolo que resultam em algumas assinaturas, na forma de escada.
69
Imagem 38 – Padrão de assinaturas Fonte: Acervo próprio
A partir da observação das imagens do tópico perfil do público alvo pode-
se identificar a predominância de tons de cinza em ambientes urbanos. O autor
FARINA (2002) comenta em seu livro “A Psicodinâmica das Cores” alguns estudos
de cores da qual vale lembrar para o estudo das cores da imagem a seguir que
representam o conceito do presente projeto.
70
Imagem 39 – Estudo de cores Fonte: Acervo próprio
A cor cinza foi escolhida por representar neutralidade e flexibilidade além
de estar presente em diversos ambientes urbanos como em asfaltos, concreto dos
prédios e em alguns trajes executivos. Foram utilizadas as cores vermelho e verde e
branco para representar Santa Catarina, porém sem exagerar nas aplicações de tais
cores, pois elas são vibrantes e podem afetar no caráter formal da identidade visual.
O vermelho representa dinamismo, força, coragem, glória e emoção, e já o verde
transmite a sensação de saúde, ideal, equilíbrio e coragem, sendo que ambas os
significados das cores contam no conceito da identidade visual em questão.
71
Imagem 40 – Estudo de texturas Fonte: Acervo próprio
Imagem 41 – Negativo, margem de segurança e limite de redução Fonte: Acervo próprio
72
Imagem 42 – Usos incorretos de cor e composição Fonte: Acervo próprio
73
7.2 APLICAÇÕES EM PONTOS DE CONTATO
Na maioria das aplicações foi utilizado um padrão de alinhamento e
composição coerentes ao conceito da identidade visual em questão com uma leitura
visual na diagonal e no mesmo sentido da seta, sempre permitindo um aspecto
visual de subida. Apresenta-se a seguir algumas páginas do manual de identidades.
Imagem 43 – Página 24 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
74
Imagem 44 – Página 3 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
75
Imagem 45 – Página 4 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
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Imagem 46 – Página 5 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
77
Imagem 47 – Página 12 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
78
Imagem 48 – Página 14 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
79
Imagem 49 – Página 13 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
80
Imagem 50 – Página 15 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
81
Imagem 51 – Página 16 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
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Imagem 52 – Página 17 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
83
Imagem 53 – Página 18 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
84
Imagem 54 – Página 19 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
85
Imagem 55 – Página 20 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
86
Imagem 56 – Página 21 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
87
Imagem 57 – Página 22 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
88
Imagem 58 – Página 23 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio
89
Imagem 59 – Modelo de apresentaçõesFonte: Acervo próprio
90
8 CONCLUSÃO
Com este Trabalho aplicou-se conhecimentos teóricos a respeito de
Identidade Visual adquiridos durante o período acadêmico no curso de Design da
Unisul, articulados a experiências positivas na prática do Design que facilitaram a
análise e interpretação das informações adquiridas em pesquisas e em reuniões
com o cliente, relacionadas aos ideais, público e segmentação de mercado da
Federação Catarinense de Skate.
A problemática consistiu em criar um manual de identidade visual a partir
do contraste de dois estilos bem distintos, o executivo e o skatista, sendo que foi
possível chegar a um resultado satisfatório a partir de orientações que facilitaram a
identificação de caminhos e métodos de projeto pertinentes a tal necessidade do
projeto em questão.
Após a compreensão dos ideais e do conceito de skate como esporte
urbano, a fase criativa fluiu a ponto de encontrar elementos em comum de ambos os
estilos citados na problemática para a obtenção de uma identidade visual equilibrada
e coerente. Foi possível perceber os resultados ao iniciar as aplicações em pontos
de contato com testes e ajustes que colaboraram na elaboração das diretrizes das
demais aplicações gráficas.
Vale retratar que foi importante trazer a cultura do Design para a
comunidade de skatistas sendo que por meio do presente trabalho tal público pode
observar e entender um pouco o processo de Design dentro do segmento skate. A
contribuição do profissional de Design está no investimento e no desenvolvimento da
área de seu conhecimento, utilizando instrumentos técnicos com vistas a satisfação
do cliente para que seus serviços entrem no mercado de consumo, como também
coopera no acesso do público alvo ao identificar a identidade e estimulando
mudanças de consciência.
Após análise da banca examinadora foram realizados breves ajustes para
apresentar o projeto em questão para o cliente e para o público de skatistas com o
intuito de obter um feedback de aceitação da marca. Na apresentação do manual de
identidade ao cliente, realizada no dia 26 de junho de 2009, estavam presentes: o
91
presidente, o vice-presidente, o diretor esportivo e sete skatistas do continente de
Florianópolis.
Após a apresentação foi percebida a expressão de expectativas positivas
para por em prática as aplicações da identidade sendo que foi comentado pela
diretoria presente que a marca possuí boa flexibilidade e objetividade, mas que seria
necessário dar mais ênfase para a bandeira de Santa Catarina. Já os skatistas
presentes estavam bastante animados e comentaram que a marca passa a idéia de
um novo rumo ao skate catarinense, subindo e evoluindo. Por votação da diretoria e
dos skatistas presentes ficou definido que a bandeira de Santa Catarina veste a
camisa do estado na marca, a marca em cinza transmite seriedade e a textura da
lixa representa a cultura do skate. O resultado deste feedback pode ser observado
no anexo onze.
Fica como diretriz final para este trabalho, adaptar as aplicações
conforme a identidade final do anexo onze e reunir-se mais uma vez com o cliente
para estipular orçamentos e por em prática o conhecimento obtido no Curso de
Design da Unisul no mercado de trabalho a partir do manual de identidade visual da
FCSKT.
92
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SANTAELA, Lúcia. O que é semiótica. 3ª Edição São Paulo: Ed. Brasiliense, 1997.
Trabalhos acadêmicos na Unisul: apresentação gráfica para TCC, monografia, dissertação e tese. Universidade do Sul de Santa Catarina. Pró-reitoria Acadêmica. Programa de Bibliotecas. Organização: Cristiane Salvan Machado, Luciana Mara Silva, Sibele Meneghel Bittencourt, Soraya Arruda Waltrick, Tatyane Barbosa Philippi. 2. Editora Unisul, Ed. Ver. E ampl. Tubarão, 2008.
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VILLAS-BOAS, André. O que é e o que nunca foi Design Gráfico. 5ª edição. Rio de Janeiro: 2AB, 2003.
VILLAS-BOAS, André. Identidade e cultura. 5ª edição. Rio de Janeiro: 2AB, 2002.
96
ANEXO 1 - Briefing
Data: 11 / 03 / 2009 Cliente: Federação Catarinense de Skate
A/C: Adilson Luiz Stadler (presidente) Fone: 32344177 CNPJ: 10.629.516/0001-53
Serviço: Criação de Identidade Visual
Manual de aplicações: papelaria, banner, adesivos, camiseta, moleton, boné, crachá, carro, assinatura de e-mail, layout padrão de apresentações digitais
OBJETIVO/ PROBLEMA A SER RESOLVIDO
Identidade para apresentação às Associações de Skate do estado, para as entidades governamentais, aos skatistas, para as empresas do ramo do skate e para o público em geral.
PRETENÇÕES DA ENTIDADE
Divulgação dos eventos da Federação, contatos com as associações, dispor banco de dados, arrecadação de fundos para a Federação a partir de propagandas e eventos assim como se consolidar com entidade que representa e organiza o skate de Santa Catarina.
PRINCIPAL DIFERENCIAL A SER EXPLORADO
Representar organização e formalidade no skate do Estado de Santa Catarina.
Comunicação efetiva com as Associações de Skate do Estado de Santa Catarina.
Utilizar-se o skate como ferramenta de inclusão social
PÚBLICO-ALVO (QUEM COMPRA/QUEM CONSOME)
1° Associações de Skate
2° Skatistas
3° Empresas de Skate
4º Demais Federações do Brasil
5º Entidades Governamentais
6º público em geral
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CONCORRÊNCIA DIRETA E INDIRETA
-------x-------
SIMILARES E REFERÊNCIAS INDICADOS
CBSK – Confederação Brasileira de Skate
CISCO – Peças e confecção de skate (nacional)
FLYNG – Peças de skate (nacional)
PLAN B – peças e confecções de skate (EUA)
DC – tênis e confecção de skate (EUA)
LAKAI – tênis de skate
OUS – tênis de skate
FPS – Federação Paranaense de Skate
TIPO E ESTILO DE APRESENTAÇÃO
Mistura entre formalidade e linguagem do skate, organização.
OBSERVAÇÕES E RESTRIÇÕES
-------x-------
98
ANEXO 2 - Dados do skate disponibilizados no site da CBSK
QUANTIDADE DE COMPETIDORES
São mais de 300 competidores profissionais em atividade no país e mais de 10
mil competidores das categorias de base (Feminino 2, Feminino 1, Infantil, Mirim, Iniciante,
Amador 2, Amador 1) e de veteranos (Master, Grand Master e Legends).
A média de idade entre os competidores das categorias de base é entre 16 e 17 anos e, em
termos de competição, as meninas representam 3 % do contingente.
PRATICANTES NO BRASIL
Segundo pesquisa realizada em Setembro de 2006 pela Datafolha há quase
3.200.000 de domicílios brasileiros que possuem pelo menos um morador que tem um
Skate, aproximadamente 6% dos domicílios brasileiros conforme o IBGE. Deste contingente
8% são do sexo feminino.
ESTIMATIVA DE CRESCIMENTO
Infelizmente não há uma pesquisa realizada a respeito do crescimento
econômico nos últimos anos, mas a cada ano o Skate está mais solidificado e penetrando
em todas as regiões do Brasil.
Para se ter uma boa idéia disto, segundo o Guia de Pistas da revista 100%
editado em 2006, existem 1024 pistas de skate distribuídas em todos os 27 Estados
brasileiros, um crescimento de mais de 210% em 4 anos.
Também há mais de 130 entidades reguladoras (associações, federações e a
confederação) neste esporte no país.
O Mercado de Skate (fabricação de peças, vestuário e calçados com revenda no
atacado e no varejo) fatura algo em torno de 250 milhões de reais por ano.
Atualmente algumas empresas deste Mercado estão exportando para outros países como
França, Alemanha, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Venezuela e
Japão.
Uma informação importante que o Brasil tem a segunda maior indústria mundial,
sendo um dos poucos países que produzem peças, vestuário e calçados para esta
modalidade.
99
ANEXO 3 - Modalidades descritas pela CBSK
STREET
Surgiu entre o final da década de 70 e começo de 80 nos Estados Unidos.
Modalidade com a maior quantidade de adeptos no mundo como no Brasil, com cerca de
95% dos praticantes.
Consiste em praticar o Skate em obstáculos que podem ser encontrados nas
cidades como monumentos, bancos, corrimões, muretas, escadas, rampas na entrada de
garagem, palcos, buracos, barrancos e paredes com inclinação entre 30º e 80º.
Também é praticado em Skateparks (pistas de Skate) onde existem rampas que simulam a
arquitetura urbana de um modo adaptado ao Skate.
Existem no nosso país mais de 250 competidores profissionais e quase 10 mil
competidores amadores.
VERTICAL
Praticada em pistas com no mínimo 3,50 m de altura, podendo ser de concreto
ou madeira, em half-pipes (meio tubo e com formato parecendo um gigantesco U) ou bowls
(bacia), havendo entre o coping (cano de ferro) e a parede em curva (transição) uma parede
com vertical (ou 90º, ou seja reta) dando nome para a modalidade.
Originalmente começou a ser praticada em piscinas nos Estados Unidos (que diferente das
brasileiras, possuem paredes com transição) durante um período de secas no Estado da
California ocorrido no início dos anos 70.
Com o sucesso da experiência, foram construidas as primeiras Skateparks com
imitações destas piscinas, que foi chamada de bowl.
No final da década de 70 foram fechadas a maioria destas pistas, o que levou os
skatistas a construirem em suas casas os half-pipes, transformando no mais conhecido tipo
de rampa de Skate.
Esta modalidade conta com poucos adeptos pela necessidade do praticante
possuir vasta experiência e alto nível técnico, havendo no Brasil cerca de 40 competidores
profissionais e 50 competidores amadores.
BANKS
Uma variação dos bowls, mas não possuindo vertical e com altura geralmente
até 2,50 m. É uma das modalidades mais democráticas do Skate, pois é praticada por
adeptos de Street, vertical, mini-ramp, longboard e downhill, como também por crianças,
jovens e adultos.
100
No Brasil foi bastante popular no meio dos anos 80 e recentemente, há três anos, voltou ao
auge com a construção de dezenas destas pistas.
MINI-RAMP
É uma variação dos half-pipes, mas não possuindo vertical e com altura
geralmente até 2,50 m.
Como o Banks, é uma das modalidades mais democráticas do Skate, pois é
praticada por adeptos de Street, vertical, banks, longboard e downhill, também por crianças,
jovens e adultos. Há quase duas décadas é o segundo tipo de rampa mais construído no
Brasil, perdendo apenas para as de Street.
Pela facilidade de construí-la, existem muitas mini-ramps particulares tanto em
residências quanto condomínios e clubes.
FREESTYLE
O Freestyle (estilo livre) é a segunda modalidade mais antiga do Skate com
cerca de 40 anos.
Consiste em realizar manobras consecutivas e sem colocar o pé no chão, em
lugares planos como cerca de no mínimo 300 m”.
Até a metade década de 80 era uma das duas mais importantes modalidades no
mundo e depois de 10 anos de hibernação, foi retomado seu desenvolvimento.
Atualmente no Brasil conta com cerca de 20 competidores profissionais e 60 competidores
amadores.
É uma das modalidades mais baratas de organizar campeonatos pelo fato de
não necessitar da construção de rampas.
DOWNHILL-SPEED
Praticada em ladeiras de vários comprimentos, consiste em desce-las o mais
rápido possível, por isto o nome de Downhill-speed: descer uma colina rapidamente.
É a modalidade mais antiga do Skate, pois segundo reza a lenda este esporte surgiu
quando os surfistas californianos colocaram eixos e rodas de patins num pedaço de madeira
para sentir as emoções do Surf descendo ladeiras.
Também é conhecido como Downhill Stand-up (descer colinas de pé) para
diferenciar do Street luge, os modernos carrinhos de rolemã.
Ultimamente é uma das modalidades que mais cresce no mundo, sendo que
existem muitos competidores profissionais brasileiros disputando o Circuito Mundial da
IGSA.
101
Também é uma das modalidades mais baratas de organizar campeonatos pelo fato de não
necessitar da construção de rampas.
DOWNHILL-SLIDE
Como o Downhill-speed também é praticado em ladeiras, mas a intenção é
descer dando slides (tipos de cavalo de pau) de diversas formas e extendendo as manobras
o máximo possível. Teve seu auge no Brasil durante a década de 80 e nos dias de hoje o
melhor do mundo é o brasileiro Sérgio "Yuppie" Marcelino.
Uma nova geração de downhillzeiros brasileiros estão retomando o crescimento
da modalidade junto com experientes veteranos.
Como o Freestyle e o Downhill-speed, é uma das modalidades mais baratas de
organizar campeonatos pelo fato de não necessitar da construção de rampas.
SLALON
Modalidade que utiliza um skate diferente, mais estreito e menor. Consiste o
skatista passar por vários cones alinhados fazendo zigue-zague, tentando ser o mais rápido
e não derrubando os cones.
LONGBOARD
Modalidade que usa um skate maior que o convencional, com 40 polegadas
(cerca de 1,00 m) no mínimo.
Com este tipo de skate o praticante faz as modalidades Street, Banks, Mini-
ramp, Downhill-speed, Downhill-slide e até Vertical.
Tem ganhado milhares de aficcionados nos últimos anos, principalmente
surfistas e skatistas old school (da velha escola).
MOUNTAINBOARD
Modalidade que usa um skate diferente que o convencional, adaptado para ser
utilizado em qualquer tipo de terreno, principalmente para andar na terra e grama como
descer barrancos.
Os skates tem mais de 40 polegadas, eixos mais largos e rodas grandes em
formato de pneu.
102
ANEXO 4 - Manual de diretrizes Wheeler
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ANEXO 5 - Benefícios das associações filiadas
Elaboração realizada junto à diretoria técnica da FCSKT
1. PROJETOS SOCIAIS
A FCSKT disponibiliza padrão de projetos, acessoria, possíveis contatos para investidores
em escolinhas de skate nas comunidades.
2. CIRCUÍTO CATARINENSE
A partir dos regulamentos técnicos e desportivos assim como os recursos fornecidos pelos
patrocinadores oficiais do Circuíto, as associações filiadas tem direito de propor sedes para
a realização das etapas.
A FCSKT disponibiliza projeto para as Associações apresentarem nas prefeituras de sua
cidade e conseguir patrocínio para cediar a etapa. Com isso as associações podem
disponibilizar estrutura para o evento que será analisado pela direção da federação ou em
assembléias gerais junto com as demais associações
3. FEDERAR ATLETAS
As associações de skate indicam os atletas de alto rendimento e sem patrocínio para o
diretor esportivo que confirma o alto rendimento por meio de campeonatos e vídeos de skate
realizados em um determinado períodoem Santa Catarina. Esses atletas têm como
benefícios:
Desconto em inscrições de eventos da FCSKT e parceiros
Concorre a viagens para representar o skate catarinense fora do estado
Encaminhar atletas para profissionalização junto à CBSK
Concorrer à bolsa atleta
4. OS ATLETAS DAS ASSOCIAÇÕES
Têm direito a benefícios como acesso a área vip.
5. REGISTRAR TÉCNICOS, JUÍZES, INSTRUTURES
Mantê-los cadastrados até que seja efetivada transferência para outras entidades similar
conforme dispor as normas da FCSKT
6. PISTAS DE SKATE
Acessoria em projetos de construção, reforma e manutenção de pistas de skate com a
realização de diagnóstico e apresentação formal para prefeituras e governo do estado.
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DEVERES E DIREITOS DAS FILIADAS
Cumprir e fazer cumprir o presente Estatuto, os regimentos, os regulamentos,
códigos e as resoluções dos poderes da FEDERAÇÃO satisfazendo os
compromissos assumidos.
1. Indenizar a por qualquer prejuízo material causado por si ou por qualquer dos
seus dependentes ou convidados;
2. Zelar pelo bom nome da ASSOCIAÇÃO assim como da FEDERAÇÃO, evitando
ações ou situações que deponham contra o seu conceito e o de seus associados;
3. Não competir ou atuar contra a FEDERAÇÃO em eventos de quaisquer desportos
disputados oficialmente, ou em juízo, sob pena de eliminação do quadro social e
perda de qualquer título que lhe haja sido por ela concedido.
4. Reconhecer a FEDERAÇÃO como única dirigente do skate no Estado de Santa
Catarina respeitando e cumprindo, suas normas, regulamentos, decisões e regras
desportivas;
5. Manter cadastro junto à FEDERAÇÃO com os documentos que lhe dão e mantêm
a condição de Filiados atualizados, comunicando expressa e imediatamente suas
alterações;
6. Pedir autorização à ASSOCIAÇÃO para participar de eventos esportivos, ou,
quando for o caso, promover tal pedido diretamente à FEDERAÇÃO;
7. Atender à convocação pela ASSOCIAÇÃO ou pela FEDERAÇÃO para integrar
qualquer representação em competições, desde que respeitado o prazo mínimo de
15 dias para a convocação;
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ANEXO 6 - Entrevista com captador de recursos da FCSKT
Date: domingo, 3 de maio de 2009 13:43:59
Subject: Re: Mercado do Skate no Estado
From: Eduardo ([email protected])
To: Felipe Mirando ([email protected])
Nome: Eduardo Henrique Correia Ribeiro
Idade: 49 anos
Profissão: Consultor
Formação: Economista
Qual a realidade do mercado do skate em SC?
R. O mercado precisa ser mapeado. Não temos informações sobre numero de
praticantes e a sua distribuição pelo estado. Não sabemos o quanto este mercado
movimenta e qual seu potencial.
Cite investidores atuais e futuros?
R. Vamos começar a tomar contato com esta realidade agora que estamos
iniciando um trabalho de prospecção.
Quais principais hábitos de consumo dos skatistas e das associações?
R. Não sei, temos que fazer uma pesquisa.
Comente sobre prospecção e tendências do mercado voltado ao skate catarinense e
brasileiro.
Inicialmente estamos estabelecendo uma estratégia de captação de baixo custo
onde todos participam. Esta captação vai permitir a criação do nosso próprio veiculo
de comunicação alem de alugarmos uma sala para instalarmos a Federação de
Skate Catarinense.
Qual a postura da federação diante do mercado, como ela deve se apresenta?
106
R. Por estar em contato com todos os agentes econômicos envolvidos no Skate a
federação tem a oportunidade de interagir para potencializar as oportunidades de
criação de renda , organização do esporte e o aumento no número de praticantes e
simpatizantes.
Há discriminação ao esporte pelo mercado investidor?
R. Não existe discriminação e sim interesse econômico. Temos que tornar o Skate
mais amplo para atrair novos patrocinadores.
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ANEXO 7 - Entrevista com presidente da associação de skate de Chapecó
Date: Fri, 10 Apr 2009 00:33:45 -0300
Subject: Re: contato Chapecó com FCSKT
From: [email protected]
1. Comente sobre o skate em sua cidade.
por aqui como não temos muito incentivo, estamos passando por um grande
problema que foi a nossa pista destruída para ser feito estacionamento e ser
construída em outro local que até então o prefeito de nossa cidade nós (conversa)
falando que não tem verba, e prometeram já de fazer em outro lugar, mas já faz um
ano que estão nos enrolando. É por causa desse e vários outros motivos nós por
aqui reerguemos a associação que estava meio parada e estamos forte
novamente revendo nossos direitos de sermos um pouco mais respeitado por aqui.
2. Vocês realizam e/ou participam de muitos eventos?
Sobre eventos na nossa cidade na verdade são poucos, na maioria das vezes
fretamos uma van ou micro e vamos às competições que tem em outras cidades.
Até esse final de semana passado foi um pessoal daqui para o circuito da drop no
Paraná, mas por ser muito longe de Chapecó chegamos meio que atrasados e
aproveitamos muito pouco, mas o interessante que nós éramos os únicos a
representar Santa Catarina no evento. Nós estamos pensando em fechar uma van e
ir participar de campeonatos estaduais agora.
Quando tiver e vai ter eventos por aqui, pois o skate ta ficando forte novamente aqui,
pode deixar que eu aviso vocês de qualquer coisa. Em breve quando nós
acabarmos de fazer a pista móvel de certeza vamos organizar um campeonato de
inauguração!
3. Há pistas de skate?
Não temos pista fixa no momento, mas temos obstáculos e estamos desenvolvendo
uma pista móvel que está em fase de construção ainda, fizemos tudo por aqui sem
contar com apoio de nem uma entidade a não ser só da associação dos skatistas de
Chapecó (Chapecó SK8) e de uma loja de skate de Chapecó, a Vertigo Skateshop!
108
4. Tem skate feminino?
O skate feminino tem, mas não é o nosso forte, pra falar a verdade só tem uma
menina mesmo que se empenha, o resto meio que é só embalo, por não terem
incentivos a não ser dos próprios skatistas.
5. Qual o estilo mais praticado?
Sobre o estilo que o pessoal mais pratica por aqui e o street de rua mesmo, pois o
motivo e não ter pista e um local fixo e adequado pra prática de outra modalidade,
mas logicamente tem sempre o pessoal que curte outros estilos, dowhill ou freestyle,
long, etc...
6. O graffiti é praticado nas áreas que o pessoal anda de skate?
Arte(graffiti) é sempre respeitada por todos skatista, mas pra falar a verdade o graffiti
é meio fraco por aqui, não por não gostarem ao contrário todos acham muito massa,
o problema é que não tem bons grafiteiros, tem mas não são bom!
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ANEXO 8 - Entrevista com associação de skate do vale do Itapocu
Date: Thu, 28 May 2009 14:05:46 +0000
Subject: RE:_inform ações_das_ filiadas
From: [email protected]
Nome: Danilo Woznica
Profissão: estudante
Nome da Associação: Associação de Skate do Vale do Itapocu
1. Como se comunicam com os skatistas da região?
( )vídeos
( )discursos em campeonatos
( )palestras e oficinas
( )troca de idéias em grupo
(X)por e-mail
2. Como o skate é visto na sua cidade?
(X)brincadeira
(X)esporte
( )marginalização
( )cultura urbana
3. Descreva o que espera de uma Federação.
Organização e melhor divulgação de eventos
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4. Cite Músicas e filmes que fazem lembrar a Associação.
Rock and roll
5. Quais os ídolos dos skatistas da sua região?
Paul Rodrigues, Bastie Salabanzie, esses são os mais citados entre a galera entre outros...
6. Onde acontecem os eventos e as atividades da Associação?
Skate park
7. Qual o lugar preferido para andar de skate na sua região?
Skate Park
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ANEXO 9 - E-mail professor da FASERJ André Viana
Date: Thu, 12 Mar 2009 10:51:13 -0700
From: [email protected]
Subject: Res: TCC - Federação Catarinense de Skate
Ok. Como não o tenho digitalizado ainda não tenho certeza se existe outro resumo, mas um conceito para federação posso te arranjar: Uma Federação Esportiva é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos formada por pessoas juridicas que tem o poder e função de organização, normatização e todas as outras finalidades e objetivos descritos no estatuto aprovado em assembleia. (André Viana, 2009) Vc sabe o que é normatização ou tbm conhecida como regulamentação? Este tipo de entidade tem certa autonomia conforme o artigo 217 da constituição, vale a pena ler este artigo pois trata do DEPORTO no Brasil. Tbm vale a pena ler um estatuto de federação esportiva, por isso estou enviando uma cópia para vc conhecer um modelo. Precisando de mais informações, estou aqui. Paz e boa sorte! André Viana Figueiredo [email protected] (21) 8865.5427 / 2768.9479 www.faserj.com.br
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ANEXO 10 - Entrevista gravada em áudio com diretoria FCSKT
A entrevista aconteceu na Lagoa do Peri, Florianópolis, em uma reunião descontraída de confraternização dos diretores da FCSKT. Foram 18 minutos de entrevista gravada em áudio descrita no presente trabalho. Participantes: Adilson (presidente); Ricardo Leonardo (vice-presidente); Marlon Victório (diretor esportivo); Daniel Régis (diretor de eventos); Eduardo (captação de recursos); Felipe Miranda (entrevistador).
Entrevistador - Como a FCSKT interpreta e pretende expressar a imagem ou cultura
do skate?
Adilson – A cultura atual e tradicional do skatista é bonezinho, a camisa e calça
lagadona.
Ricardo – É o estilo que executa uma manobra.
Adilson – A única coisa que se passa é o “self destruction” onde o atleta se quebra,
ou seja, a parte ruim do skate, assim como em outras culturas do jovem, é onde o
jovem faz o consumo de drogas, que não é o certo. Se alguém quer relacionar o
esporte com drogas não dá, não tem como. Cada um faz o que quer, mas a cultura
não é da auto-destruição, e sim a cultura do “life-style” relacionada à moda. O
skatista pode vestir uma roupa de seu estereótipo, mas não precisa
necessariamente se auto destruir.
Ricardo – A cultura do skate pode-se caracterizar por underground, punk, pode ser
do rap, largadão, pode viver a realidade do skatista com estilo sem o perfil “self
destruction” que não tem nada a ver com o que a federação pretende trabalhar. A
federação vai trabalhar o lado esportivo aliado à parte boa da cultura do skate, é o
que vai trazer adeptos, o atrativo do skate.
Entrevistador – Qual seria esse lado bom?
Ricardo – da cultura?
Entrevistador – do skate, isso.
Adilson – saúde
Ricardo – Seriaaa... a cultura de rua, que é uma cultura trabalhada como por
exemplo, você tá pregando a parte do hip hop, nem todo cara que tem a calça
largada é locão, o cara curte, é o estilo dele ta ligado? Faz parte do estilo dele,
Marlon – é o estilo rua, street
Ricardo – As vezes depende do local que o cara nasceu e morou, que determina o
estilo do skatista. E isso é lado bom por que vai mostrar para a sociedade que não é
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porquê o cara tem calça larga, que tem tatuagem e não sei o que, que o cara vai ser
um loção. O cara pode ter boa intenção, pode ser de família, mas ele viveu aquela
realidade, ele curte aquela realidade
Marlon – é uma tribo
Ricardo – é como se fosse qualquer outro estilo mas que não determina o que a
moral da pessoa, igual ao cara que gosta de pentear o cabelinho e usar gravata e
que na verdade pode ser o maior falcatrua ou pode ser uma pessoa boa, então...
queremos quebra isso, esse é o lado bom do skate, de mostrar para a sociedade
que o estilo da aparência não determina a ética da pessoa. O Skate é democrático,
junta todo tipo de... de pessoas, velho, novo...
Adilson – Tinha um chavão do surf que era “destrua as ondas e não as praias”, no
skate também deveria ter algo assim tipo destrua o shape fazendo uma manobra
forte e não se destrua, não destrua a pista, não estrague o que foi construído para
você se divertir entendeu?.
Ricardo – Não tem como separar a cultura do esporte, porque é o atrativo do
esporte. Se tirássemos a parte cultura do skate ficaria apenas como outro qualquer
exercício, o cara ta dando um “olie” para exercitar a coxa ta ligado? Mas não, ele
tem o lado atrativo, que o lado cultural que arrasta ele, de por exemplo estar ali com
os amigos dando um role de skate, você ta praticando um esporte mas ta ali
exercendo parte da cultura do skate no relacionamento com os amigos, você roda
na cidade à procura de um pico para dar um role, fazer umas fotos, viajando para
campeonatos, no final do campeonato tem um churrasquinho.... então tem toda essa
parte que envolve o local e hábito de praticar o esporte que caracteriza essa cultura.
Mas todos os esportes como o atletismo, por exemplo, que tem seus rituais de
concentração, alongamento e etc... que agregam valor cultural ao esporte.
Adilson – Em uma federação, o espírito de equipe característico do skate vai
prevalecer, pois quando tiver uma delegação catarinense participando de um evento
nacional ou internacional como equipe, vai ser divertido participar dessas
competições, assim como é divertido andar com os amigos na sua própria região.
Os atletas em equipe levarão seus hábitos regionais para fora do estado. Isso existe
em outros esportes e no skate nunca teve uma delegação para levar atletas
catarinenses para participar de um circuito brasileiro por exemplo.
Daniel Régis – Mas agora vai ter!
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ANEXO 11 – Feedback de aceitação