INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE: UMA PROPOSTA VOLTADA PARA A QUALIDADE DE VIDA DOS EDUCANDOS.
Alexandre Oliveira Sanches. 1
Professor PDE- 2011
Me. Heres Faria Ferreira Becker Paiva. 2
Orientadora- UENP
Resumo:
A inclusão é um direito de todos e que precisa ser respeitado, visando atender aos princípios do novo paradigma educacional. Sendo assim, a escola, a família e a comunidade devem cooperar entre si, para prover o aluno dos recursos e conhecimentos necessários para seu desenvolvimento e aprendizagem contínuos. Deve-se, portanto estabelecer alianças entre várias partes envolvidas no processo educativo para se realizar o objetivo de oferecermos uma educação básica de qualidade. A idéia fundamental de Inclusão é a de adaptar o sistema escolar às necessidades dos alunos. A Inclusão propõe um único sistema educacional de qualidade para todos os alunos, com ou sem deficiência e com ou sem outros tipos de condições atípicas. O objetivo do presente artigo é esclarecer o sentido prático da Inclusão e nas aulas de Educação Física, bem como da participação e da colaboração entre os envolvidos na comunidade escolar. O processo desse ensino de inclusão terá como resultado a participação dos alunos da Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira Ensino Fundamental na cidade de Tomazina-Pr., implementando a melhora na qualidade de ensino de Educação Física nas escolas públicas do Estado do Paraná.
Palavras Chaves: Inclusão; Ensino; Participação; Educação Física.
Summary:
Inclusion is everyone's right and what needs to be respected in order to meet the principles of the new educational paradigm. Thus, school, family and community should cooperate to provide the student the knowledge and resources necessary for its development and continuous learning. One must therefore establish alliances among various stakeholders in the educational process to accomplish the goal of offering a quality basic education. The fundamental idea of inclusion is to adapt the school system to the needs of students. Inclusion proposes a single system of quality education for all students, with or without disabilities, with or without other atypical conditions. The aim of this paper is to clarify the practical meaning of Inclusion and the Physical Education classes as well as the participation and collaboration among those involved in the school community. The inclusion of this teaching process will result in the participation of students in the State School Francisco Inácio de Oliveira Elementary School in the city of Tomazina-Pr., Implementing the improvement in the quality of teaching physical education in public schools of the State of Paraná.
Keywords: Inclusion, Education, Participation, Physical Education.
2
1.INTRODUÇÃO
Com a finalidade de introduzir a temática e a ideia inicial do presente
trabalho pedagógico, que é originado a partir de um projeto de pesquisa que
analisou a temática de inclusão almejando planejar, aplicar, interagir, intervir,
acompanhar, avaliar e refletir possibilidades de realizar novas práticas pedagógicas
escolar que possam favorecer a viabilidade da inclusão de crianças com
necessidades especiais no ensino regular, na prática das aulas de Educação Física.
O objetivo primordial do projeto é que haja fortalecimento da relação entre a
escola e a comunidade escolar, bem como a ampliação das oportunidades de
acesso a espaços de promoção da cidadania. O objetivo do estudo é esclarecer o
sentido prático da inclusão, da participação e da colaboração entre os envolvidos na
comunidade escolar, pois ela é um direito de todos e que precisa ser respeitado,
visando a atender aos princípios deste novo paradigma educacional.
Ao oferecer ferramentas que proporcionem mudanças práticas e
substanciais no cotidiano escolar, deve considerar ser fundamentais que professores
e alunos se tornem promotores de princípios e ações de inclusão e desenvolvimento
nos diversos níveis do processo pedagógico contribuindo para o enfrentamento das
grandes dificuldades e desafios vividos por todos no contexto escolar, bem como a
comunidade entorno da escola mais especificamente, a participação dos alunos é
um caminho para viabilizar e buscar a construção de novas realidades.
A ampliação da produção de professores e da escola, prioriza a qualidade
da educação medida pelo seu grau de inclusão. O fortalecimento do Projeto Político
Pedagógico construindo uma inserção curricular mais próxima da realidade
sociocultural dos participantes da escola (professores e alunos) e desta forma
melhorar as estratégias de ensino-aprendizagem, melhorar o vínculo entre
escola/família e também criar e consolidar novas oportunidades e canais de
participação para os alunos se expressarem e aprenderem.
Oliveira (1981) e Medina (1983) discutiram sobre a importância de se
questionar criticamente os valores que vinham sendo dada a Educação Física e
contrapondo-se à visão fragmentada do comportamento humano.
3
Para que se possa compreender melhor esta concepção de inclusão dos
alunos com necessidades especiais presentes na Escola Francisco Inácio de
Oliveira Ensino Fundamental, de Tomazina, Paraná, sob a jurisprudência do Núcleo
Regional de Ibaiti, buscou-se maior participação e colaboração de todos os
professores e funcionários da mesma.
Para Mello (1997), os primeiros passos, para abordar questões a cerca da
inclusão passa pela escola, já que seu papel não é apenas o de ensinar e transmitir
conhecimentos sistematizados como português, matemática, história, entre outras,
mas também o de participar e promover ações que objetivem o estabelecimento dos
padrões de convivência social. A escola pode e deve ser um veículo facilitador junto
à sociedade onde esta poderá adquirir fundamentar e modificar conceitos de
inclusão, perpassando pela participação e colaboração de todos os envolvidos.
Como podemos observar cabe à escola uma grande parcela de
responsabilidade nessa transformação onde o aluno não pode ter somente o papel
de coadjuvante, mas deve também ser protagonista tornando-se assim em mais um
agente multiplicador deste processo de ampla importância.
Discutir o tema na ótica e perspectiva da Educação Física no ambiente
escolar é por acreditar que além do processo de inclusão ela também tem em seu
currículo oculto, o papel de participação e colaboração na formação do ser humano
que respeita as leis e se faz respeitar enquanto cidadão.
2.INCLUSÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
A inclusão é um grande desafio para a educação nos tempos atuais. Uma
prática pedagógica na qual o esporte é percebido no espaço de uma filosofia
humanista de valorização e promoção de nossas crianças, adolescentes e jovens.
Um espaço radicalmente inclusivo em que nossas crianças e adolescentes,
independente de suas habilidades, deficiências e competências, passam a exercer o
direito de ter acesso ao esporte.
Na Declaração de Salamanca (1994) com relação a um novo pensar em
educação especial apresenta:
4
[...]que deverá ser providenciada uma rede contínua de apoio, que se inicia com a ajuda mínima na classe regular, estendendo-se a programas adicionais dentro da própria escola e quando necessário, a assistência por professores especializados e apoio externo. (apud FLORENCE 2000, p. 30-31)
E, ainda no Brasil, o Decreto nº 3.298, de 1999 que regulamenta a Lei nº
7.853, de 24 de outubro de 1989 e dispõe sobre a Política Nacional para Integração
da Pessoa Portadora de Deficiência que diz em seu artigo 2º das Disposições
Gerais:
Art. 2º Cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público assegurar à pessoa portadora de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao transporte, à edificação pública, à habilitação, à cultura, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das Leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico. (apud LIMA, 2001, p. 39)
Também a que se observar o que o capítulo IV ( Do Direito à Educação, à
Cultura, ao Esporte e ao Lazer) do Estatuto da Criança e do Adolescente, p.25:
Art. 53 A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes(sic):
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso a escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Acesso a uma prática pedagógica que lhe possibilite alargar seus horizontes na construção de uma cidadania responsável e plenamente digna. Hoje, ensinar e aprender envolve muitas informações e dificuldade em escolher quais são significativas para nós e em conseguir integrá-las em nossa vida. A seleção e organização das atividades é tarefa do professor
A Educação Física vem provando ser uma via poderosa e privilegiada para
desenvolver o potencial de crianças e jovens. Tem em si a capacidade de educar
para promover o desenvolvimento de competências pessoais como: (a autoestima),
sociais como: (o espírito de equipe, a cooperação, a solidariedade), cognitivos como:
(a resolução de problemas) e produtivas como: (criatividade).
5
Em relação a valores, as atividades esportivas permitem um intenso
trabalho, uma vez que o esporte oferece ricas oportunidades para a sua expressão.
Respeito, solidariedade, cooperação, sinceridade, senso de justiça, responsabilidade
pessoal e coletiva (ou seus opostos) podem ser expresso e identificados nas
atividades esportivas. São os valores que orientam o modo de agir e as nossas
escolhas entre ser ou não ser.
Daí a necessidade da mediação do educador no sentido de orientar o
trabalho educativo pelos valores humanos pautados na ética. Numa sociedade que
se anuncia como pós-industrial ou pós-moderna onde vivemos com a plena
finalidade de motivos, de sentidos, de ideologias e concepções de existências o
esporte, da mesma forma assume uma nova configuração.
Como refere Bento:
Se antes (o esporte) era uma atividade quase que exclusivamente orientada e estruturada para o alto rendimento e a competição organizada, para a afirmação dos estereótipos da juventude forte e saudável, da virilidade e masculinidade, o esporte passou progressivamente a ser uma prática aberta a todas as pessoas e idades e a todos os estados de condição física e sócio-cultural(sic). Expandiu-se e conquistou novas terras, ou seja, à vocação original de excelência e do alto-rendimento adicionou a instrumentalização ao serviço das mais distintas finalidades: saúde, recreação e lazer, aptidão, estética, reabilitação e inclusão (BENTO, 2007,p.21).
Dessa forma, cabe aos professores de Educação Física fazerem uso dos
conhecimentos adquiridos na sua formação acadêmica para diversificar os
conteúdos que serão propostos, explorando a cultura corporal. Com isso, quebrar a
rotina de pura esportivização das aulas.
Betti (1998) in. Ferreira (2006) faz uma observação sobre a prática de um
professor de Educação Física que para se considerar um bom profissional tem que
saber interagir com seus alunos, valorizar suas potencialidades, respeitando seus
limites e buscando formas adequadas para ensinar dentro dessas limitações,
buscando através da Educação Física uma forma de se revelar um bom profissional.
É preciso enfim levar o aluno a descobrir os motivos para praticar uma atividade física, favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas para com a atividade física, levar à aprendizagem de comportamentos adequados na prática de uma atividade física, levar ao conhecimento, compreensão e análise de seu intelecto de todas as informações relacionadas às conquistas
6
materiais e espirituais da cultura física, dirigir sua vontade e sua emoção para a prática e a apreciação do corpo em movimento. (BETTI, 1992, p.286 in. FERREIRA, 2006).
Na educação pelo esporte, utilizamos todo o potencial do esporte não como
um fim em si mesmo (ganhar ou perder, medir competências, ver quem é o melhor),
mas como uma via, um meio, uma estratégia e, mais ainda, como um método de
educar, de desenvolver pessoas, desenvolvendo seus potenciais. Em outras
palavras, a aplicação da tecnologia da educação para o desenvolvimento humano
pelo esporte contribui para a viabilização de todas as dimensões da vida, tornando
crianças e jovens capazes de compreender a sua realidade, de realizar os seus
sonhos, de participar da sociedade como cidadãos e de contribuir com ideias e
ações para a transformação da própria vida e a de suas comunidades.
A escola, como centro provedor de conhecimentos e instrumental para
utilização desses conhecimentos, é peça chave para que ocorram as mudanças
necessárias em toda a sociedade, para que a inclusão ocorra de fato. A escola deve,
portanto, "educar" num sentido mais amplo, promovendo a inclusão de forma mais
eficiente, mostrando que ela pode, e deve ser aberta, solidária e democrática.
Autonomia refere-se à capacidade de posicionar-se, elaborar projetos pessoais e participar enunciativa e cooperativamente de projetos coletivos, ter discernimento, organizar-se em função de metas eleitas, governar-se, participar das gestões de ação coletivas, estabelecer critérios e eleger princípios éticos, etc. Isto é, a autonomia fala de uma relação emancipada, integra com as diferentes dimensões da vida, o que envolve aspectos intelectuais, morais e sociopolíticos. (BRASIL,1997, p. 97)
Sendo assim, a escola, a família e a comunidade devem cooperar entre si,
para prover o aluno dos recursos e conhecimentos necessários para o seu
desenvolvimento e aprendizagem contínuos. Deve-se, portanto, estabelecer alianças
entre as várias partes envolvidas no processo educativo para se realizar o objetivo
de oferecermos uma educação básica de qualidade para todos.
Dentro desse contexto, o aluno, como sujeito de seu próprio aprendizado e
desenvolvimento, deve ser visto como o "ator" principal. A escola existe para que o
aluno possa existir. O professor, então, aparece como o condutor, apontando
7
caminhos e formas que levem o aluno à produção do conhecimento. Como resultado
desse processo, obtém-se a utilidade prática do conhecimento produzido.
Aos professores cabe desenvolver um projeto pedagógico adequado para a
escola, embasados em suporte técnico eficiente. A partir disso, deve-se refletir sobre
os objetivos a serem atingidos, e capacitados por esse suporte técnico, - apoio
pedagógico ao professor de classe comum - os professores poderão construir uma
metodologia de ensino condizente com a sua nova realidade.
O ponto principal é apontar caminhos que levem à participação de todo o
aluno nas aulas de Educação Física. Envolvendo todos os responsáveis a tal ação,
direção, professores, alunos, família, enfim toda comunidade escolar da Escola
Estadual Francisco Inácio de Oliveira Ensino Fundamental na cidade de Tomazina.
A inclusão tem tópico primordial, dentro de Educação Física a adequação
das atividades planejadas e desenvolvidas. O objetivo dessa participação é clarear o
sentido da inclusão, como inovação, tornando-o compreensível aos que se
interessam pela educação como um direito de todos que precisa ser respeitado.
A escola para a maioria das crianças é o único espaço de acesso aos
conhecimentos universais e sistematizados, ou seja, é o lugar que vai lhes
proporcionar condições de desenvolver e de tornar-se um cidadão, alguém com
identidade social e cultural. Inclusão não significa promover a adequação ou a
normalização de acordo com as características de uma maioria e sim, a um
significado de fazer parte conviver e não se igualar.
"A filosofia da inclusão defende uma educação eficaz para todos, sustentada em que as escolas, enquanto comunidades educativas, devem satisfazer as necessidades de todos os alunos, sejam quais forem as suas características pessoais, psicológicas ou sociais (com independência de ter ou não deficiência). Trata-se de estabelecer os alicerces para que a escola possa educar com êxito a diversidade de seu alunado e colaborar com a erradicação da ampla desigualdade e injustiça social." (SANCHEZ, 2005, p. 11)
A idéia fundamental de inclusão é a de adaptar o sistema escolar às
necessidades dos alunos. A inclusão propõe um único sistema educacional de
qualidade para todos os alunos, com ou sem deficiência e com ou sem outros tipos
de condição atípica.
8
O processo de socialização se dá de uma forma muito complicada, deve ser
um trabalho realizado junto com todos os envolvidos no processo: pais e toda a
comunidade escolar. Haverá momentos de exclusão por alguns grupos e isto deverá
ser trabalhado inicialmente antes de qualquer atividade, pois é de praxe a
aproximação do ser semelhante excluindo o ser diferente.
A união dos alunos se dá, quando o professor planeja um projeto
educacional para cada aluno deficiente, ou seja, elaborar uma aula que possibilite a
integração de todos os alunos de acordo com a necessidade existente dentro da
sala de aula.
Na concepção histórico-crítica de Saviani (2001), aponta que o papel do
professor nesse processo de inclusão é fundamental, uma vez que, ele é o mediador
do processo ensino/aprendizagem. O estudante que se sente excluído necessita ser
visto com suas possibilidades, ou seja, o professor deve promover atividades que
desenvolva suas questões cognitivas e também sócias afetivas, adaptações onde os
demais colegas possam interagir aprendendo e ensinando com a situação.
De acordo com o MEC as adaptações curriculares são:
Respostas educativas que devem ser dadas pelo sistema educacional, de forma a favorecer a todos os alunos e dentre estes, os que apresentam necessidades educacionais especiais: a) de acesso ao currículo; b)de participação integral, efetiva e bem sucedida em uma programação escolar tão comum quanto possível; (BRASIL, 2000, p. 7)
Para que a inclusão seja efetuada, é necessário que o trabalho não seja
executado somente dentro da sala de aula e sim na escola toda; também é
necessária uma maturidade de todo o grupo escolar para que compreendam o aluno
e suas dificuldades, tem que haver uma formação permanente de todos os
envolvidos no processo de aprendizagem: clínico, institucional, familiar, o diálogo
com toda a comunidade. Os pais devem ser orientados e devem participar de todo o
processo, pois senão todo o esforço dos professores e envolvidos estará sendo
praticamente em vão.
A integração é, em última instância, um processo de fornecer aos alunos
com deficiência uma educação com o máximo de qualidade e de eficácia, no sentido
da satisfação das suas necessidades individuais. Ora, este objetivo depende
fundamentalmente do papel do professor, nomeadamente de variáveis como a sua
9
vontade em levar a risca as tarefas de ensino destes alunos e a sua formação ou
preparação pedagógica para fazê-lo.
3.A EDUCAÇÃO FISICA FACILITANDO A INCLUSÃO
Ao iniciar o trabalho, procurou-se conhecer o biotipo dos educandos,
aprofundando estudos para saber selecionar os tipos de atividade, podendo, assim
favorecer e dimensionar as propostas educativas, correspondendo às expectativas
que o aluno apresenta.
“Cabe, portanto, ao professor de Educação Física, facilitar a conscientização dos elementos sócio afetivo que possam frear tensões, conflitos, competições, agressividade, permitindo uma melhor auto regulação individual e do grupo em relação às dificuldades e aos problemas de inter-relação. Só assim os objetivos de socialização e inclusão serão verdadeiramente alcançados”. (FERREIRA, 2006, p.69.)
A Educação Física por meio de suas especificidades contribuirá de forma
muito significativa na Inclusão Escolar, quando suas práticas coletivas valorizarem
as diferenças e respeitarem as diversidades, observando sempre as capacidades e
habilidades individuais. Como ressalta Ferreira
“O esporte ministrado nas aulas de Educação Física sob a forma de recreação, de treinamento de habilidades e desenvolvimento de competência, passa a ser de fundamental importância no processo de Inclusão Escolar, pois evidência todas as faixas etárias, sexo, raças, níveis sociais e culturais, diferenciando-se nas suas perspectivas finalísticas e nas suas valorizações de conteúdos, permitindo uma participação consciente e crítica na vida escolar e contribuindo para o conhecimento humano, reconhecimento de si dos outros”. (FERREIRA, 2006, p.72)
O esporte também é capaz de promover a Inclusão de crianças, jovens e
adultos, uma vez que abre oportunidades para as pessoas experimentem seus
limites e mostrem seu potencial para tal.
Em relação à Educação Física escolar, a inclusão é um desafio ainda maior
ao educador, pois sua formação nem sempre foi orientada para sua realidade,
portanto não se sente capaz de proporcionar oportunidades igualitárias aos alunos
portadores de alguma deficiência. Fica claro que o maior obstáculo ao bom
10
desempenho do professor é o despreparo, no sentido a facilitar a Inclusão Escolar e
ao aprendizado do aluno.
Segundo a Diretriz Curricular:
Ao trabalhar o conteúdo estruturante esporte, os professores devem considerar os determinantes histórico-sociais responsáveis pela constituição do esporte ao longo dos anos, considerando a possibilidade de recriação dessa prática corporal. Portanto, nestas Diretrizes, o esporte é entendido como uma atividade teórico-prática e um fenômeno social que, em suas várias manifestações e abordagens, pode ser uma ferramenta de aprendizado para o lazer, para o aprimoramento da saúde e para integrar os sujeitos em suas relações sociais. (PARANÁ, 2008, p.33).
Ao introduzir a Educação Física, como meio socializador aos alunos o
professor deve ter a preocupação de proporcionar possibilidades de apropriação da
lógica e das regras. É muito importante levar em conta que cada aluno apresenta um
rendimento diferenciado e muitas vezes os objetivos propostos devem ser ajustados.
Sendo a prática esportiva uma atividade de autoconhecimento em que o
indivíduo pode vivenciar uma relação positiva entre mente e corpo, o professor deve
estar predisposto a executar uma prática pedagógica que vise proporcionar o
máximo as capacidades de cada educando que apresente uma deficiência em geral.
Essa prática impõem obstáculos a serem superados, que visam despertar o
interesse dos alunos pelas atividades esportivas, desenvolver a persistência,
valorizar cada avanço e apoiar para o progressivo aprimoramento do indivíduo.
Numa época de profundas mudanças, em que há um pluralismo de idéias e
de culturas, as crianças e os jovens carecem de encontrar na prática esportiva, um
modelo de esporte que respeite a sua identidade, suas diferenças e seus limites.
Um aspecto importante é que a Educação Física, além de despertar a
prática para toda a vida, deve apresentar-se no ensino fundamental e médio, por
excelência como uma disciplina pedagógica direcionada à condição física e a cultura
do corpo.
Torna-se importante ressaltar a necessidade do conhecimento da realidade
do aluno, dos fatores relacionados às suas condições físicas, para que seja possível
organizar um programa com as necessárias adequações para atendimento às suas
especificidades.
11
Para tanto, a inclusão educacional tem que fazer parte da prática de todas
as pessoas envolvidas na área educacional, a começar pela adaptação curricular e
estrutural da escola, que é atualmente uma das barreiras que o professor de
Educação Física encontra, criar situações iguais de participação a todos, buscar
novas estratégias sempre visando integrar o aluno, envolver a sociedade,
preparando a sociedade, a comunidade a fim de que o aluno incluso possa ser
tratado como um ser capaz e digno de respeito.
Entende-se que a educação de um indivíduo procede de situações capazes transformá-lo ou de lhe permitir transformar-se. Ela procede tanto de situações não programadas, chamadas informais, que decorrem da própria vida do homem em sociedade, quanto de situações programadas, formais, que se realizam através de instituições que procuram planejar, dirigir ou orientar o indivíduo para determinados fins. (MAZZOTA 2001, p.36)
Vê-se também que os jogos cooperativos, pode se tornar um ótimo
instrumento dentro do processo pedagógico, voltado para a Educação Física
escolar. Um de seus propósitos nessa direção é pela potencialidade de desenvolver
o conteúdo Esporte através desses jogos e que, por sua vez, podem contribuir com
o processo de Inclusão.
Ao promover o conceito de esporte inclusivo, é oferecida a oportunidade do
crescimento e do desenvolvimento pessoal, seja nas suas habilidades motoras, na
sua cognição e nas relações sociais. Desenvolvendo essas práticas tem-se no
Esporte um importante fator para a Inclusão de alunos provenientes de diferentes
segmentos sociais. O referido material didático, desenvolvido através do PDE
(Programa de Desenvolvimento Educacional), irá servir como base para os
Professores desta área, buscando novas formas de ação no seu dia a dia escolar.
A abordagem conceitual de Jogos Cooperativos nos remete saber, que este
tem sua origem observada na cultura ocidental, em função de uma preocupação
com a excessiva valorização dada ao individualismo e à competição exacerbada, da
sociedade moderna.
Os jogos cooperativos datam de muito tempo e têm acompanhado a
História, na mesma proporção. No entanto como delimitação e base do estudo de
BROTTO (2001), data a partir de experiências e publicações da década de 50, para
o mundo ocidental e em particular, no Brasil.
12
Os jogos cooperativos são exercícios para compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem para assumir riscos, tendo pouca preocupação com o fracasso e o sucesso em si mesmos, mas sim uma fonte de prazer. Promovem o encontro onde reforçam a confiança pessoal e interpessoal uma vez que ganhar e perder já não são tão essenciais; são apenas referências para um contínuo aperfeiçoamento de todos, vislumbrando ao final deste caminho um verdadeiro exercício educativo para a paz. (BROTTO, 2001, p.62)
Os jogos cooperativos são jogos com estrutura onde os participantes jogam
uns com os outros e não contra. A competição e a cooperação são partes de um
todo. O importante é a forma de abordagem. Um jogo pode ser predominantemente
competitivo, num momento e em outro cooperativo. O mais importante é o
esclarecimento de ambos e não a oposição. É bom que nos tornemos capazes de
não separar para excluir e sim descobrir e despertar competências pessoais
coletivas que colaborem para nos religar uns aos outros e vivermos em comum-
Unidade (BROTTO, 2001).
Segue abaixo os jogos utilizados na aplicação do projeto e suas respectivas
análises:
4.JOGOS COOPERATIVOS e INCLUSIVOS
“O grande educador faz do jogo uma arte, um admirável instrumento para
promover a educação para as crianças” ( FROEBEL, 1861).
4.1.Jogos de Quebra-Gelo, Ativadores e de Integração:
Ser pessoal; Proporcionar um Espaço seguro; Respeitar as pessoas;
Negociar apenas o que for negociável; Generalizar, sem entrar em detalhes; Ser
flexível; Ser um canal de sustentação da cooperação; Mostrar que percebeu
distúrbios.
4.1.1.Futebol Maluco
Material Necessário: Bolas e Campo grande
13
Objetivo: Descontração, quebra de paradigmas, cooperação, respeito aos limites do
“outro”.
Desafio: fazer gols
Análise dos resultados:
Nesta atividade os alunos apresentaram uma atitude surpreendente, pois o
que mais chamou a atenção foi que ao final havia uma vontade de continuar jogando
e todos se aceitaram como são verdadeiramente, pois as pessoas quando se sente
livres de preconceitos estão mais abertos para se divertir.
4.1.2.Pega Pinóquio ( Pega-pega)
Material Necessário: Espaço amplo e de preferência ao ar livre
Objetivo: Descontrair, fortalecer a integração, trabalhar limites físicos, espaciais e
intelectuais.
Obs: para dificultar depois as pessoas devem correr da mesma forma que o
“pegador” e trocar o pegador sempre, mudando a forma de correr.
Análise dos resultados:
Esta atividade serviu para que os alunos se libertarem da competição que
sempre existem nos jogos realizados nas aulas de Educação Física, seu objetivo
maior foi a participação de todos por uma meta comum, onde cada participante
estabeleceu seu próprio ritmo, “todos se enxergaram importantes e necessários
dentro do grupo”, ouvir isso foi muito importante.
4.2.Jogos de Toque e Confiança
Perceber os processos psicológicos dos participantes; Dar suporte para irem
mais fundo; Delegar responsabilidade; Preparar-se para mudanças; Foco no
objetivo; Ser um canal de sustentação da cooperação; Evitar dar soluções.
4.2.1.Futpar
Material Necessário: Bola e espaço amplo
Objetivo: trabalha limites físicos e cooperação com o outro
14
Obs: O Jogo é como o futebol tradicional, só que com algumas adaptações.
Análise dos resultados:
A união da dupla era o ponto forte para se alcançar o objetivo, todos se
divertiram muito, fazendo com que o objetivo maior “a cooperação” atingisse a todos.
4.2.2.Salve-se com um abraço – (pega- pega tradicional, porém adaptado)
Material Necessário: Bexiga de gás e espaço amplo
Objetivo Todos salvarem todos. Contato físico. Pensar no outro. Prática de atividade
física
Análise dos resultados:
Este tipo de atividade foi muito interessante, pois alguns alunos que não se
sabe bem o motivo nunca conversaram entre si, mesmo sendo da mesma turma, o
que ocorreu é que no final da atividade onde ocorrer a aceitação de todos se
abraçaram entre si, numa grande confraternização.
4.2.3.Ki-Caos
Material Necessário: Plaquinhas coloridas de papel, vendas para os olhos.
Objetivo trabalhar comunicação, criatividade e trabalho em equipe.
- Formar trios.
- Um instrui, um executa e o outro “recebe”.
Desafio: pegar o maior número de plaquinhas espalhadas pelo chão e entregar na
mão do “recebedor”.
Análise dos resultados:
Como o próprio nome já diz, esta brincadeira é bastante animada e
barulhenta, mas o interessante é que os alunos compartilham de sensações
diferentes, o instinto, a percepção, noção de espaço e o trabalho de equipe são
fundamentais para se conseguir um bom resultado.
Cada aluno participante tinha algo a dizer, alguns com elogios, outros
criticaram a forma como ocorreu, a desunião do grupo no inicio, mas todos
15
acabaram concordando que valeu a pena, pois viram que precisavam confiar uns
nos outros e isso acabou gerando muita diversão.
4.2.4.A Fuga dos Quadrados
Material Necessário: Fita Crepe, Vendas e Tapete
Objetivo: Trabalhar a comunicação não verbal e inter-relacionamento do grupo
- Marcar 3 quadrados com fita crepe no chão, separados com uma distância de mais
de dois metros entre um e outro.
- Dividir o Grupo nos três quadrados.
- Posicionem-se dentro dos quadrados
Grupo 1: cegos (com faixa nos olhos)
Grupo 2: pouca locomoção (pernas amarradas)
Grupo 3: mudos (com faixa na boca)
Desafio: Somente o GRUPO 3 saberá qual é o desafio, e a folha com as instruções
só poderá ser entregue à eles, quando os grupos 2 e 1 estiverem devidamente
posicionamentos e amarrados.
Análise dos resultados:
Atividade bastante complexa, onde a atuação, o espírito de equipe, a
colaboração, a organização, a união de todos devem estar sempre presente o que
dificultou o trabalho no início, pois as propostas era algo novo não só para os alunos
como também para o professor que aplicava no final cada um explicou o que sentiu
as ideias que foram tomadas como partiu do grupo acabou por agradar e por fim
todos gostaram do que lhes foi proposto.
4.2.5.Queimada Maluca
Material necessário: Uma bola de meia e giz.
Objetivo: Colocar os integrantes frente a frente com a sensação de vencer ou
colaborar.
Desafio: Queimar, não ser queimado e salvar seus colegas. O professor joga a bola
de meia para o alto e está dado o início.
16
Análise dos resultados:
Esta atividade consistiu em desenvolver o espírito de colaboração, por ser
totalmente nova para os alunos, no inicio causou estranheza, alguns alunos não
queriam salvar ninguém sendo necessário parar o jogo e explicar novamente as
regras. Com o jogo reiniciado e a ideia de que o ideal era todos poder jogar, a
atividade foi bem aceita pela turma e também por ser bastante divertida onde todos
tiveram a chance de participar a aceitação acabou por ser acatada por todos sendo
que a discussão final acabou sendo que jogar assim era mais divertido do que a
“queimada” que eles já conheciam.
4.3 • Jogos Criatividade e Reflexão
Encorajar positividade e busca de soluções; Usar ferramentas que possam
aplicar no dia-a-dia; Reforçar o suporte do grupo; Ser um canal de sustentação da
cooperação; Evitar começar um novo assunto.
4.3.1. Dinâmica dos Palitos de fósforo (fogueira)
Material Necessário: palito de fósforos e vendas.
Objetivo: ouvir e perceber detalhes
- Formar grupos de três (3) pessoas, onde um (1) Observa, um (1) Executa e um (1)
Instrui
- O executor deve estar de olhos vendados
- O Instrutor não pode encostar-se ao executor, e deve instruir somente
verbalmente.
- O Observador não pode falar
Desafio: construir uma fogueira com somente 06 palitos de fósforos
- O Executor deve construir a fogueira com a mão não dominante
Análise dos resultados:
Esta dinâmica requer um bom relacionamento entre os participantes, calma,
tomada de decisões, espírito de união e aceitação dos erros do companheiro, tudo
17
isso tiveram que estar presentes nesta atividade, não desejar para o outro aquilo
que não se quer para si mesmos.
O resultado final dependia da colaboração de todos ao ser percebido pelos
alunos que se destacam como líderes houve uma tomada de decisão e cada grupo
pode escolher quem seria o executor, quem seria o instrutor e o que ele poderia falar
nada de xingamentos, e por fim o observador era que iria falar ao final.
Quando a brincadeira desafio acabou os alunos expuseram que apesar de
não aceitarem ordens haveria momentos necessários a concordarem, foi discutido
até onde cada um pode expor seu poder, as angustias de ter que depender do
trabalho bem feito do outro e a responsabilidade de realizar a sua parte enfim como
ter paciência com os defeitos do outro e reconhecer os seus.
4.4. Jogos de Fechamento
Deixar claro que o treinamento terminou; Evitar continuar com assuntos
anteriores; Ser um canal de sustentação da cooperação; Por os “pés do grupo” no
chão; Terminar com uma nota positiva; Trabalhar participantes que ficaram com
questões pessoais...
4.4.1.Dança das cadeiras Cooperativas
Material Necessário: Cadeiras e música
Objetivo: Trabalhar o sentimento de escassez, conquista grupal. Aborda também, o
“sair da zona de conforto”.
- Uma cadeira para cada participante menos uma cadeira.
- Colocar as cadeiras em círculo
- Tocar uma música bem agitada e deixar rolar por um tempo
- Parar a música e ver quem ficou de fora. Conversar com essa pessoa e perguntar
como está se sentindo. Deixar a resposta no ar
- Repetir essa situação 2 ou 3 vezes
- Propor uma mudança e começar novamente. A partir de agora, ao invés de
pessoas, serão tiradas cadeiras.
18
- Quando a música parar todos deve sentar inclusive aquele que não tiver cadeira.
Poderá sentar no colo de alguém.
- Fazer uma rodada e perguntar como se sentem todos.
- Quando todos conseguirem sentar é retirado UMA CADEIRA e não uma pessoa.
- Ao final teremos uma cadeira somente e todas as pessoas envolvidas.
Análise dos resultados:
Atividade muito divertida onde todos participaram, onde ocorreu ajuda
mútua, a colaboração esteve sempre presente durante toda a execução, nesta
atividade não se buscou procurar quem ia vencer, mas sim o objetivo era buscar
uma forma de como ajudar o outro colega de classe a procurar um lugar para se
sentar.
Cada aluno ao final expôs suas considerações apontando que no inicio
achou estranho às novas regras, pois a competição sempre esteve presente nos
jogos, ter que colaborar com o outro parecia muito esquisito, não ter ganhador ou
mesmo que o grupo que melhor colaborasse é que ganharia: “isso é muito massa”,
como eles mesmos falaram, apesar de alguns se negarem a sentar no colo de outro
colega, ao final ninguém estava preocupado com isso o importante era permanecer
no jogo.
4.5.Atividade de inclusão.
4.5.1. Amar ao próximo
Objetivos: Não fazer com o outro aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco;
mostrar que, às vezes, exigimos coisas de outras pessoas que nem mesmo nós
somos capazes ou gostaríamos de fazer.
Material: papel, lápis.
Escrever no quadro
1- Se você soubesse que o seu próprio grupo responderia às perguntas, as
teria feito mais fácil?
2- E a tarefa? Vocês dedicaram tempo a escolher a mais difícil de realizar?
Como isso se parece ou difere do mandamento de Jesus? "Amarás ao teu
próximo como a ti mesmo".
3- Como nos comportamos no nosso dia a dia? Queremos que os outros
19
executem as tarefas difíceis ou procuramos ajudá-los?
Análise dos resultados
Atividade muito interessante que pode ser aplicada em várias faixas etárias,
nesta atividade aula os alunos iniciam com um determinado pensamento de seus
colegas e ao final da atividade, após as reflexões necessárias mudam
completamente seu ponto de vista inicial. É uma atividade de inclusão que mexe
com o pensamento dos alunos, fez com que cada participante repensasse em suas
atitudes para com seus colegas, e também com pessoas estranhas que perpassam
por suas vidas.
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao clarear o sentido da inclusão, o objetivo do projeto foi alcançado,
trazendo o tema para debate de forma inovadora, tendo a participação dos alunos
no processo, tornando-o compreensível aos que se interessam pela educação como
um direito de todos que precisa ser respeitado.
A finalidade deste não foi defender questionar ou criticar esta ou aquela
abordagem, nem estabelecer um único caminho a ser seguido, até por acreditar na
diversidade quando se trata de temas relacionados à Educação, concordando com o
que diz Montoan.
Melhorar as condições da escola é formar gerações mais preparadas para viver a vida na sua plenitude, livremente, sem preconceitos, sem barreiras. Não podemos nos contradizer nem mesmo contemporizar soluções, mesmo que o preço que tenhamos de pagar seja bem alto, pois nunca será tão alto quanto o resgate de uma vida escolar marginalizada, uma evasão, uma criança estigmatizada, sem motivos. (MONTOAN, 2007, s/nº)
Assim sendo, o futuro da escola inclusiva está, dependendo de uma
expansão rápida dos projetos verdadeiramente comprometidos do compromisso de
transformar a escola, para se adequar aos novos tempos.
20
Se hoje ainda são experiências locais, as que estão demonstrando a
viabilidade da inclusão, em escolas e redes de ensino paranaense e brasileiras, esta
experiência têm a força do óbvio e a clareza da simplicidade e só essas virtudes são
suficientes para se antever o crescimento desse novo paradigma no sistema
educacional.
Não se muda a escola com um passe de mágica, mas é dando o primeiro
passo que se chega ao que se busca.
Em ambas as circunstâncias, o que fica evidenciado é a necessidade de se
redefinir e de se colocar em ação, novas alternativas e práticas pedagógicas, que
favoreçam a todos os alunos, o que, implica na atualização e desenvolvimento de
conceitos e em aplicações educacionais compatíveis com esse grande desafio.
É a preparação de professores, a busca de novos desafios que de fato dão
resultados, orientações recebidas, trabalhos realizados que como esse, apresentou
resultados onde cada professor pode contribuir para diminuir a lacuna entre os dois
mundos.
A inclusão não prevê a utilização de métodos e técnicas de ensino específicas para esta ou aquela deficiência. Os alunos aprendem até o limite em que conseguem chegar, se o ensino for de qualidade, isto é, se o professor considera o nível de possibilidades de desenvolvimento de cada um e explora essas possibilidades, por meio de atividades abertas, nas quais cada aluno se enquadra por si mesmo, na medida de seus interesses e necessidades, seja para construir uma idéia(sic), ou resolver um problema, realizar uma tarefa.(MONTOAN, 2007, p. s/nº)
O que cada professor deve compreender que é possível sim realizar um
trabalho para que a inclusão aconteça no espaço escolar, criando um espaço de
compartilhamento do saber, a cooperação entre os mesmos. O apoio ao colega com
dificuldade é uma atitude extremamente útil e humana e que tem sido muito pouco
desenvolvida nas escolas entre professores, professores e alunos e entre alunos e
alunos, sempre tão competitivos e despreocupados com a construção de valores e
de atitudes morais de compartilhamento.
21
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso – “Manual de Técnicas de Dinâmica de Grupo de Sensibilização de Ludopedagogia”; Ed Vozes, 1998.
BETTI, M. Educação física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1992.
BRASIL - Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacional – PCN. 2000.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8069, de 1990. Brasília, 2000
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Projeto Escola Viva: Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola – Alunos com necessidades educacionais especiais, Brasília: MEC/SEESP, 2000, vol. 6.
BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos Cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de convivência. Santos/SP. 2ª ed. Projeto Cooperação, 2002.
___________________ “Jogos Cooperativos – Se o Importante é Competir, o
Fundamental é Cooperar”; Ed Projeto Cooperação, 2001
CARVALHO, R.E. Educação inclusiva com os pingos nos is. Porto Alegre: Editora Mediação, 2004.
CIDADE, R.E., FREITAS, P.S. Educação Física e Inclusão: considerações para prática pedagógica na escola. Brasília: Revista Integração. Edição Especial, p.26-30, 2002.
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Espanha, 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf . Acesso em 20 de abril de 2012.
FERREIRA, Vanja. Educação Física: Interdisciplinaridade, Aprendizagem e Inclusão. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.
FLORENCE, R. B. P. A Educação Física na Rede Pública do Município de São João da Boa Vista - SP e o Portador de Necessidades Especiais: Do Direito ao alcance. Dissertação de Mestrado (Adaptação e saúde), FEF/UNICAMP, Campinas (SP), 2002.
GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1993.
KUNZ, Eleonor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Injuí: Unijuí, 2000.
22
LIMA, N. M. de. Pessoa Portadora de Deficiência. Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, 2001.
MAZZOTA, Marcos J.S. Educação Especial no Brasil-Histórias e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 2001.
MEDINA, P.P.S. A Educação Física cuida do corpo...e “mente”. Campinas: Papirus, 1983.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Todas as crianças são bem-vindas à escola. LEPED/FE/Unicamp. 2007. Disponível em http://www.pro-inclusao.org.br/textos.html . Acessado em 30 de Abril de 2012
OLIVEIRA,V.M. de. O que é Educação Física. São Paulo: Brasiliense, 1981.
PARANÁ. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS. SEED, 2008.
PIEROTTI, J. A. Caderno de Jogos Corporativos. Ashoka, 2005.
SÁNCHEZ, Pilar Arnaiza. Educação Inclusiva: um meio de construir escolas para todos no século XXI. in INCLUSÃO: REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL. Brasília. v. 1, n. 1, p. 7-18, 2005. Acessado em 25 de abril de 2012.
SANTOS. Mônica Pereira dos. O papel do ensino superior na proposta de uma educação inclusiva. Maio, 2003.
Top Related