eSocialbate à portaPlataforma do SESIpermite às empresasatender exigências dosórgãos de fiscalização
ISSN 1679-2645
indúStriabahia
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SiStema FieBaNo XXv Nº 254 2018
A partir de julho de 2019, dados sobre saúde e segurança no trabalho (SST) deverão obri-
gatoriamente ser informados ao eSocial. As empresas devem estar devidamente prepa-
radas para atender às novas exigências de consolidação de informações nos prazos indi-
cados e em uma única entrega. Para colaborar com as empresas, o Serviço Social da In-
dústria lançou na Bahia o SESI Viva+, que facilita a gestão e entrega de dados sobre SST.
Criado em 2014, o eSocial será implantado até o final de 2021, quando reunirá infor-
mações sobre mais de 44 milhões de trabalhadores em um único sistema. Receita Fe-
deral, Ministério do Trabalho, INSS e Caixa Econômica Federal poderão compartilhar
informações em tempo real. Uma vez implementado, o sistema permitirá que as infor-
mações sejam enviadas assim que
os eventos acontecerem. Por conta
do cruzamento de dados ele não
permitirá a prestação de informa-
ções equivocadas ou incompletas.
Isso exigirá das empresas um es-
forço de adaptação e investimentos,
para transformar informações por
vezes dispersas em processos in-
tegrados em um mesmo ambiente,
de sorte a enviar dados precisos ao
INSS. Não se preparar para o eSo-
cial pode trazer sérios problemas fi-
nanceiros e as empresas com maior
registro de acidentes do trabalho
serão as mais penalizadas. O próprio setor público estima que deva arrecadar R$ 20
bilhões nos próximos anos com multas relativas ao eSocial.
Os dados encaminhados ao programa devem ser sustentados na rastreabilidade
documental. Serão impactadas as mais diversas áreas de gestão da empresa, especial-
mente as relativas à segurança e saúde no trabalho. Os processos internos devem ga-
rantir que os eventos trabalhistas, previdenciários e fiscais sejam encaminhados com
regularidade e pontualidade.
Por trazer mudanças aos processos trabalhistas, fiscais, administrativos e finan-
ceiros da empresa, a rotina e a cultura internas precisam ser repensadas para que as
informações antes disponíveis em diferentes departamentos possam ser integradas
e geradas com precisão, seguindo as leis vigentes e dentro dos padrões e prazos do
novo sistema.
Em um primeiro momento, as empresas terão gastos adicionais com o programa, in-
cluindo sistemas informatizados adequados para a transmissão, aumento do número
de profissionais e contratação de consultoria. No médio e longo prazos, o eSocial tende
a desburocratizar e evitar redundâncias de informações que as empresas fornecem aos
órgãos fiscalizadores, o que certamente reduzirá custos.
O SESI Viva+ foi criado para diminuir o impacto do eSocial na empresa não apenas
neste primeiro momento, mas para evitar dissabores futuros e para garantir metas de
redução do absenteísmo e de acidentes no trabalho.
Desafios impostos pelo eSocial
Debate sobre
o impacto
do eSocial,
realizado
na FieB
editorial
Painel visual no lançamento do SeSi Viva+
nº 254 2018
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4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEB
Sindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e tecelagem no
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de Frei-
taS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia,
[email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, sindio-
[email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS
do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da
indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da Bahia, sindcalcados-
[email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS
de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e
marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, sindiscam-
[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS
QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] /
Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS
Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS
e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e
lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected].
br / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, sindratar@
gmail.com.br / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS
deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁ-
tica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomuni-
caçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira
de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, sindirepaba@sin-
direpabahia.com.br / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS
indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS,
[email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte
e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected]
/ Sindicato nacional da indúStria da conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
PaniFicação e conFeitaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS extratiVaS de mineraiS metÁlicoS, metaiS noBreS e
PrecioSoS, PedraS PrecioSaS e SemiPrecioSaS e magneSita no eStado da Bahia , [email protected]
filiada à
fiEBPReSiDeNte antonio ricardo alvarez alban. ViCe-
-PReSiDeNteS alexi pelagio Gonçalves portela Jú-
nior; angelo Calmon de sa Jr.; Carlos Henrique de
oliveira passos; eduardo Catharino Gordilho; João
baptista ferreira; Josair santos bastos; Juan Jose
rosario lorenzo; sérgio pedreira de oliveira sou-
za. DiRetOReS titULaReS ana Claudia basilio lima
das mercês; Cláudio murilo micheli Xavier; edison
virginio nogueira Correia; Jaime lorenzo piñeiro;
Jamilton nunes da silva; João augusto tararan;
João schaun schnitman; José Carlos telles soares;
Julio César melo de farias; luiz antonio de oliveira;
luiz fernando Kunrath; luiz Garcia Hermida; paula
Cristina Cánovas amorin; renata lomanto Carneiro
müller; rogério lopes de faria; vicente mário visco
mattos; Waldomiro vidal de araújo filho; Wilson
Galvão andrade. DiRetOReS SUPLeNteS antonio
roberto rodrigues almeida; arlene aparecida vil-
pert; Carlos alberto barduke; Christian villela Dun-
ce; Dirceu alves da Cruz; marcos regis andrade;
mauricio toledo de freitas; paulo Guimarães misk;
ricardo De agostini lagoeiro; roberto fiamenghi;
sergio aloys Heeger; tiago motta da Costa
conSElhoSmiCRO e PeqUeNa emPReSa iNDUStRiaL raul Costa
de menezes; aSSUNtOS FiSCaiS e tRiBUtáRiOS sér-
gio pedreira de oliveira souza; COméRCiO exteRiOR
angelo Calmon de sá Junior; eCONOmia e DeSeN-
VOLVimeNtO iNDUStRiaL antonio sergio alipio;
iNFRaeStRUtURa marcos Galindo pereira lopes;
iNOVaçãO e teCNOLOgia José luis Gonçalves de
almeida; meiO amBieNte Jorge emanuel reis Caja-
zeira; ReLaçõeS tRaBaLhiStaS Homero ruben ro-
cha arandas; ReSPONSaBiLiDaDe SOCiaL emPReSa-
RiaL marconi andraos oliveira; JOVeNS LiDeRaNçaS
iNDUStRiaiS braulio barreto moreira de oliveira;
PetRóLeO, gáS e NaVaL Humberto Campos rangel;
PORtOS sérgio fraga santos faria
ciEBPReSiDeNte antonio ricardo alvarez alban. 1º
ViCe-PReSiDeNte - Hilton morais lima. 2º ViCe-
-PReSiDeNte - marcondes antônio tavares de
farias. 3º ViCe-PReSiDeNte - benedito almeida
Carneiro filho. DiRetOReS eFetiVOS antonio silva
novaes; arlene aparecida vilpert; benedito rosa
ribeiro; eduardo de sá martins da Costa; fagner
ramos ferreira; Givaldo alves sobrinho; Jorge
robledo de oliveira Chiacchio; luis fernando
Galvão de almeida; mauricio lassmann; rafael
Cardoso valente; ronaldo livingstone bulhões
ferreira. DiRetOReS SUPLeNteS Carlos antonio
Unterberger Cerentini; Cleber Guimarães bastos;
Gustavo brandino secco; Heitor morais lima;
José Carlos de almeida; paula Cristina Cánovas
amorin; paulo Cesar Correia de andrade; rena-
ta lomanto Carneiro müller; sudário martins da
Costa; Wesley Kelly felix Carvalho. CONSeLhO
FiSCaL - eFetiVOS felipe porto dos anjos; nilton
teixeira sampaio filho; roberto ibrahim Uehbe.
CONSeLhO FiSCaL - SUPLeNteS lucas lamego flo-
res de oliveira; luiz da Costa neto; marcia Cristi-
na ferreira Gomes.
SESiPReSiDeNte DO CONSeLhO e DiRetOR RegiONaL
antonio ricardo alvarez alban.
SUPeRiNteNDeNte armando da Costa neto
SEnaiPReSiDeNte DO CONSeLhO antonio ricardo a. alban.
DiRetOR RegiONaL rodrigo vasconcelos alves
DiRetOR De teC. e iNOVaçãO leone peter andrade
iElPReSiDeNte DO CONSeLhO e DiRetOR RegiONaL
antonio ricardo alvarez alban.
SUPeRiNteNDeNte evandro mazo
DiRetOR exeCUtiVO Da FieB
vladson menezes
SUPeRiNteNDeNte exeCUtiVO De SeRViçOS
CORPORatiVOS Cid vianna
Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato
UNiDaDeS DO SiStema FieB
sistema fieb nas mídias sociais
CONSeLhO eDitORiaL mônica mello,
Cleber borges e patrícia moreira.
COORDeNaçãO eDitORiaL Cleber
borges. eDitORa patrícia moreira.
RePORtagem patrícia moreira, Ca-
rolina mendonça, marta erhardt,
Íris moreira leandro (estagiária),
luciane vivas (colaboração). PRO-
JetO gRáFiCO e DiagRamaçãO ana
Clélia rebouças. FOtOgRaFia Co-
perphoto. iLUStRaçãO e iNFOgRa-
Fia bamboo editora. imPReSSãO
Gráfica trio.
FeDeRaçãO DaS iNDÚStRiaS
DO eStaDO Da Bahia
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cieb - centro daS indúStriaS do eStado da bahia Sede: (71) 3343-1214
bahia
indúStriaeditada pela Gerência
de Comunicação institucional do sistema fieb
Em conversa com a Bahia
Indústria, durante seminário
do Ibrapse, Renato Fonseca,
da CNI, falou sobre os
desafios para a qualificação
da mão de obra
22 IndústrIas InIcIam vIrada 4.0Com investimentos de baixo
custo, empresas baianas
apostam em tecnologia e dão
os primeiros passos para a
transformação digital
valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb
6 a educação no futuro da IndústrIa
16 os desafIosdo esocIalEmpresas que não
atenderem exigências
poderão arcar com
pesadas multas
Sumário
Equipamento desenvolvido no fim da
década de 1970 teve funções bélicas, virou
opção de lazer e agora tem se mostrado útil
para diversas operações na construção,
manutenção e venda de imóveis
28 drones chamam a atenção de construtoras
valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb
anDré santos/senai CimateC
GrUpo Civil/DivUlGação
entreviSta Renato Da FonSeca
6 Bahia Indústria
Não há dúvidas de que o futuro da indústria está na inovação.
Empresas, governos e centros de pesquisa apostam cada vez
mais em tecnologia de ponta e em soluções criativas para au-
mentar a competitividade dos negócios. Mas, fora das ilhas de
excelência, como o SENAI Cimatec, o avanço da inovação no Brasil esbar-
ra na baixa qualidade de ensino, que limita a quantidade de profissionais
voltados para a inovação tecnológica e gera uma massa consumidora com
dificuldades para adquirir e operar ferramentas mais sofisticadas.
Para o economista Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa
e Competitividade da CNI, esse é um problema de solução a longo prazo.
Afinal, ainda que o País passe a oferecer imediatamente uma educação
de qualidade, os primeiros resultados positivos só seriam sentidos em
uma geração, quando as atuais crianças de cinco anos que ingressam
no sistema de ensino público deixariam a escola.
Em visita a Salvador, onde participou, em setembro, do seminário Os
efeitos nacionais da conjuntura mundial: o contexto mundial e seus im-
pactos sobre a economia, promovido pela FIEB e pelo Ibrapse, Fonseca
falou à Bahia indústria sobre a importância de uma política de desen-
volvimento para o país, que alinhe indústria, agronegócio e serviços,
mas que envolva também benefícios fiscais para setores prioritários e,
claro, investimento em educação.
Educar para iNovar
economista da Cni fala da importância de o brasil investir no ensino e ressalta papel do senai e do sesi
Por Cleber borges e gilson Jorge
O senhor afirma que hoje não há política industrial, que isso é quase um
palavrão. Precisamos de uma política industrial ou, na verdade, de uma
política de desenvolvimento?
A política industrial não pode estar descolada do desenvolvimento do
país. Quando a gente fala em uma estratégia de desenvolvimento, den-
tro dela tem o que se costuma chamar de política industrial, na qual eu
vou estimular o crescimento de alguns setores. O grande desafio é: o que
a gente quer estimular? Alguns economistas falam que você não tem que
estimular nada. Deixa o país sozinho que as coisas vão se encaminhar.
Só que isso não acontece no resto do mundo. Por que os Estados Unidos
têm política industrial? Por que a Alemanha e os países europeus em
geral têm política industrial? E por que os países que tiveram sucesso,
como Coreia do Sul e China, em algum momento construíram uma po-
lítica industrial? Mas eu concordo, não no sentido estrito da palavra,
que é uma política de desenvolvimento. Você pode fazer uma política
industrial com o seu poder de compra, como no caso da indústria bélica.
Essa foi uma política forte nos Estados Unidos, que investiu pesado no
segmento, gerou desenvolvimento e beneficiou outras indústrias: auto-
mobilística, alimentos... A coisa interessante da inovação é essa, você
cria conhecimento que acaba sendo usado em outros lugares, mas que
não existiria se o governo não atuasse. No cerne de uma política indus-
trial tem que estar a inovação.
é possível ter uma política de estimulo à inovação sem uma política
capaz de melhorar a educação no país?
Quase que impossível, eu diria. Em quase todos os países em que se
conseguiu fazer uma transição para o mundo desen-
volvido, a base foi a educação. Os Estados Unidos, lá
atrás, quando começaram a passar da fase agrária
para a industrial, fizeram uma campanha para uni-
versalizar o ensino médio. Hoje, no Brasil estamos
atrasados nisso. Tem também o exemplo da Coreia e
de outros asiáticos, que seguiram esse caminho: pri-
meiro, a educação. Sem uma população educada, você
não consegue criar ou utilizar a inovação. Mas, infeliz-
mente, não é uma coisa que vai se resolver em cinco,
dez anos. Educação vai mudar com a geração. Vamos
ter que capacitar professores, melhorar o ensino e fa-
zer com que as crianças que estão entrando na escola
hoje saiam aos 20 anos com uma educação melhor. O
que a gente pode fazer para tentar cortar caminho, e aí
entra o SENAI, é um esforço para capacitar as pessoas
não educadas. Hoje, por exemplo, um dos grandes pro-
jetos do SENAI e SESI é a educação de jovens e adul-
tos atrelada à educação profissional. Educar adulto é
muito difícil, mas quando você joga com a educação
profissional facilita porque a pessoa vê o resultado.
é possível também ter uma política industrial, ou de
desenvolvimento, em um país onde o setor financeiro
é acusado de parasitar a economia? Onde o governo
absorve a poupança que deveria ir para investimento?
Bahia Indústria 7
valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb
Essa questão do setor financeiro precisa ser avaliada com cuidado. Por
que no Brasil os juros são tão altos? Não é simplesmente porque os ban-
queiros querem os juros altos. Ele não ganha com os juros, e sim com a
diferença do que ele paga a quem coloca dinheiro no banco e o que ele
capta no mercado. A gente tem o spread alto porque o mercado de ban-
cos é concentrado? É verdade, temos poucos bancos trabalhando. Porém,
existem outros fatores que precisamos avaliar. O elevado custo tributário
por exemplo. A sociedade precisa responder: vou tributar só os bancos?
Nesse caso, você estará tributando exatamente o empréstimo que vai ten-
tar tomar. Se eu tributar a energia elétrica, todo mundo estará pagando
imposto, pois o preço da energia elétrica vai subir. Então, imagine o ban-
queiro. Pode emprestar dinheiro para mim ou para o governo. A quem ele
prefere emprestar? Ao governo! É mais garantido. O governo, com o déficit
que tem, vai aos bancos e vende títulos para ele. E como o déficit é muito
grande, os bancos vão aumentando os juros. O banqueiro olha e diz, se
eu emprestar dinheiro ao governo ganho 20%. Para você só vou empres-
tar por 25%, porque você traz mais risco. Temos que ter muito cuidado
ao dizer que o setor A ou B é culpado. É igual a dizer que o setor de aço é
culpado pelos preços de máquinas e equipamentos, porque teria um preço
alto. Todos na economia têm seu preço. A gente tem que evitar tentar con-
trolar o preço dos outros só porque é bom para a gente. Hoje, reclamamos
muito do tabelamento de frete, que é uma tentativa de controlar preços.
Vemos pessoas querendo controlar a taxa de juros, que é a mesma coisa. O
próximo passo é querer controlar o preço do seu produto. A gente tem um
problema no Brasil que é um sistema financeiro pouco desenvolvido, onde
você tem poucas opções de conseguir recursos. O mercado de capitais, por
exemplo, é bem menos desenvolvido do que em outros
países. Seria uma opção ao empréstimo via banco. En-
tão, temos que trabalhar nisso. No caso do spread, o
cadastro positivo é uma coisa importante. O banco sa-
be a história de crédito de cada um e vai separar o mau
do bom pagador e este vai ter juros menores. Depois
que a Justiça permitiu que o banco tomasse o automó-
vel que serve de garantia, o custo do financiamento de
carros caiu. Do contrário, o juro maior de quem paga
vai cobrir o de quem não paga. Nessa área, as soluções
não são simples. Passam pela redução do déficit do go-
verno. Passam por aumentar a competição, o que já se
tentou no passado, quando alguns bancos estrangei-
ros entraram no país e depois foram embora.
“Há fatores dificultando o crescimento da indústria. por exemplo, a educação. Não adianta estimular indústria de alta tecnologia se não estou provendo uma população educada para trabalhar nela”
8 Bahia Indústria
entreviSta Renato Da FonSeca
O termo política industrial pode sugerir que interes-
ses de um setor vão se sobrepor a outros? O que está
na raiz disso?
Em geral, quando se faz uma estratégia de política
industrial é sempre reduzindo tributos de algum se-
tor, dando subsídios, ou o governo emprestando mais
barato pelo BNDES sem que, em muitos casos, tenha
havido controle de retorno. Isso não significa que a
estratégia esteja errada, pois há fatores dificultando
o crescimento da indústria. Por exemplo, a educação.
Não adianta querer estimular uma indústria de alta
tecnologia se eu não estou provendo uma população
educada que possa trabalhar nela. Não adianta trazer
a Ford para a Bahia se eu não capacitar trabalhadores
para trabalhar na Ford. Tem o incentivo de não pagar
IPTU e o estado não cobrar ICMS, mas ela vai chegar
aqui e dizer: tem meu fornecedor, que vai precisar do
mesmo benefício, não tem trabalhador capacitado,
vou ter que importar trabalhador de fora. A política
industrial tem que ver o conjunto, não basta dar o
incentivo de impostos. Como não há transparência
no Brasil, isso gera desconfiança, assim como gera
desconfiança o Bolsa-Família quando a fiscalização
pega uma pessoa que burla o sistema e isso dá a falsa
impressão de ser um problema geral. Tem muita gente
na miséria que precisa do recurso. O projeto é muito
bom, mas tem que ter transparência, mostrar resul-
tados. É a mesma coisa na política industrial. Fala-se
muito na área automobilística, que recebe benefícios
desde que chegou aqui e precisa mostrar resultados.
Quantos empregos foram gerados, quantos tributos
foram gerados.
há um problema, então, de comunicação...
Eu acho que há um problema de comunicação. E de
escolhas, também. Porque não se pode dar benefícios
para todo mundo. Aí o resultado não acontece.
Para a CNi o setor produtivo não se desenvolve sem
um bom ambiente de negócios. O que isso significa?
Primeiro, segurança jurídica. É você saber que o
que foi combinado vai ser respeitado. Por exemplo,
eu invisto em um terreno dentro das regras atuais
e depois, surge uma lei dizendo que nele não pode
mais ter tal atividade. Você coloca um aeroporto on-
de não tem ninguém morando, ele atrai o comércio,
traz fluxo. As pessoas começam a morar em volta.
Depois, vem uma lei dizendo que é proibido os aviões
decolarem à noite. O empresário faz um investimen-
to, precisa que um avião funcione
à noite para trazer cargas, que ge-
ralmente chegam nesse horário,
mas se proíbe isso porque surgiu
uma comunidade em volta. Na
área trabalhista, quando eu con-
trato um trabalhador, caso ele se-
ja demitido espero que não entre
na Justiça contra mim por causas
sem muito sentido. Isso acontecia
muito no Brasil antes da Refor-
ma Trabalhista. Nesses casos, o
que as empresas têm que fazer?
Provisionar. Separar uma parte
do seu recurso para a possibili-
dade de ter causas trabalhistas,
causas tributárias... A legislação
tributária muda muito e eu posso
preencher algo errado, ou colocar
uma plaquinha no lugar errado e
ser autuado pela fiscalização de
um bombeiro. É importante res-
peitar as regras do jogo. Quando
isso não acontece, para você in-
vestir precisa ter uma margem de
lucro maior. Como eu vou fazer
uma estrada e explorar o pedá-
gio, se não tenho certeza de que
não vão fazer uma outra estrada
ao lado, ou a economia vai entrar
em crise. Quando você tem esta-
bilidade e um ambiente em que se
pode ter certeza de que a inflação
não vai disparar a qualquer mo-
mento, que a taxa de câmbio não
vai ficar variando, que o governo
não vai ficar mudando as regras,
você consegue um resultado me-
lhor. Um exemplo. Na década de
1980, começou a haver o leasing
de automóvel baseado na taxa de
câmbio. Todo mundo entrou por-
que era baixinho. Houve a desva-
lorização de 1999 e o câmbio foi lá
em cima. A Justiça fez o quê? Os
bancos não puderam cobrar os
juros. Enquanto estava baixinho,
todo mundo queria. O risco é só
meu? Com o risco só dos bancos,
eles jogaram os juros lá em cima.
Desde quando o Brasil não tem
uma política de desenvolvimento?
hoje, o ministério da Fazenda es-
taria preocupado preponderante-
mente com a arrecadação?
Depende. A Receita Federal,
sim, pois é a função dela. Mas qual
o peso que ela tem nas decisões?
Quando eu faço uma política de de-
senvolvimento, posso não aumen-
tar muito o tributo hoje para esti-
mular o crescimento e, com isso,
terá mais gente pagando amanhã.
Mas temos que entender que há
uma pressão. O mandato do presi-
dente dura quatro anos. Ao nomear
o ministro da Fazenda, ele sabe que
vai precisar de recursos para fazer
algumas coisas em quatro anos.
Você precisa ter uma política que
seja alinhada com todos os minis-
térios. Não é que a gente não tenha
tido política industrial nos últimos
anos, mas ela estava alinhada com
o Ministério de Ciência e Tecnolo-
gia? Com a Câmara de Comércio
Exterior, com a Agricultura? Com
o Ministério da Educação? O que
falta no Brasil é uma coordenação
desse tipo. Que o presidente cons-
trua essa política e que decida para
onde se quer ir.
“Em quase todos os países em que se fez a transição para o mundo desenvolvido, a base foi a educação. os Eua, na industrialização, universalizaram o ensino médio”
Bahia Indústria 9
circuito Por cleber borges
Direito à compensação tributáriaA FIEB e Sindicatos filiados se preparam para
ajuizar ação visando possibilitar que empresas as-
sociadas possam assegurar o direito de utilizarem a
compensação para quitar débitos de recolhimentos
mensais por estimativa do Imposto de Renda Pessoa
Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lu-
cro Líquido (CSLL).
mudança para compensar perdasO problema surgiu quando o governo federal, com
o intuito de compensar perdas decorrentes da redu-
ção de tributos sobre o óleo diesel e seus derivados
publicou, em 30 de maio, a Lei nº 13.670/2018, que
trouxe alterações na legislação tributária referentes
à compensação de créditos tributários.
Lei cria insegurança jurídicaA Lei nº 13.670/2018 vedou a possibilidade de
compensação dos recolhimentos mensais por esti-
mativa na apuração do IRPJ e da CSLL, sendo que
tal alteração passou a viger a partir da data de sua
publicação. O fato viola o princípio da segurança ju-
rídica, ao alterar as regras de compensação durante
o ano-calendário.
Principal desafio: ajustar contasAjustar as contas públicas será o principal desa-
fio do próximo governo. O alerta, da CNI, indica que
é inexorável um ajuste que reponha a trajetória das
contas do setor público “na linha da responsabilida-
de fiscal”, para que o país volte a crescer. Com despe-
sas superiores às receitas, estima-se que o déficit fis-
cal fechará o ano em 1,9% do PIB, elevando a relação
dívida pública/PIB para 77,1%. Caso essa relação ao
menos se estabilize, em 2019 o Brasil poderá crescer
até 3%, avalia a CNI.
Crescimento será menorA CNI revisou para baixo as estimativas para o PIB
do país e do setor industrial. A previsão agora é de que
a economia brasileira crescerá este ano 1,3%, menos
do que os 1,6% estimados em junho. O PIB industrial
também terá expansão de 1,3%, inferior os 1,8% pre-
vistos naquele mês. O consumo das famílias aumen-
tará 1,9%, a taxa de desemprego fechará o ano com
média anual de 12,2% da população economicamente
ativa e os investimentos aumentarão apenas 2,2%.
"Há apenas uma maneira de matar o capitalismo: com impostos, impostos e mais impostos."
Karl marx, filósofo e sociólogo, autor de O Capital, obra que fundamentou o pensamento socialista.
10 Bahia Indústria
sindicatos
valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb
» Missões empresariais em BlumenauConsiderada a maior feira do segmento têxtil nas Américas, a Febratex foi o destino de missões empresariais do Sindvest Feira e do Sindifite. O evento apresentou inovações tecnológicas e lançamentos para o setor.
Cursos para líderes sindicais e empresários
Sobreposição de leis e impreci-
são quanto às normas são elemen-
tos do cenário de insegurança ju-
rídica que atrapalham o ambiente
de negócios. Para falar sobre o
assunto e sugerir ações que mini-
mizem os impactos nas empresas,
a FIEB realizou palestra com a
temática Redução de Riscos Em-
presariais: Segurança Jurídica. A
iniciativa fez parte das ações do
Programa de Desenvolvimento
Associativo, que também promo-
veu uma oficina para orientar lí-
deres e executivos sindicais para o
processo de negociação coletiva e
discutir os impactos da nova legis-
lação trabalhista.
Sindipeças discute indústria 4.0
Os desafios e oportunidades
da quarta revolução industrial,
suas principais técnicas e ferra-
mentas foram apresentados no
curso Indústria 4.0 – Conceitos e
Aplicação de um Modelo de Ges-
tão Estratégica, uma iniciativa do
Sindipeças. “O que queremos é
trazer conhecimento para que as
empresas possam começar o pro-
cesso de adequação”, destacou o
diretor regional do sindicato, Ro-
berto Rezende.
Ceramistas debatemoportunidades
A importância da qualidade
na fabricação de produtos para o
enfretamento de um mercado ca-
da vez mais exigente foi discutida
na palestra Mercado da Constru-
ção Civil e Oportunidades para as
Indústrias de Cerâmica Vermelha,
realizada pelo Sindicer, em par-
ceria com a Anicer, em Jacobina e
Senhor do Bonfim.
Com 300 participantes, evento debateu perspectivas para o setor
encontro foi promovido pelo Simagran em parceira com o SeNai Cimatec
LatiCiNiStaS BaiaNOS DiSCUtem meRCaDO em eNCONtRO SetORiaL
As perspectivas para o mercado lácteo e desafios para o setor de
laticínios na Bahia foram discutidos no 9º Encontro Baiano dos Latici-
nistas, promovido pelo Sindileite. Realizado com o apoio de diversas
instituições, entre elas a FIEB, o encontro buscou estreitar o relacio-
namento entre as indústrias de laticínios e fornecedores do setor, for-
talecendo a cadeia produtiva.
PROgRama Bege Bahia SUSteNtáVeL é aPReSeNtaDO NO SeNai CimateC
Propostas para a reutilização dos estoques remanescentes não co-
mercializáveis da lavra do Bege Bahia foram apresentadas no Encontro
Bege Bahia Sustentável. O programa, desenvolvido em parceria pelo
SENAI Cimatec e pelo Simagran, foi apresentado a representantes da
Prefeitura de Ourolândia, Ministério Público, Secretaria do Desenvol-
vimento Econômico do Governo do Estado (SDE), Inema, entidades
representativas do APL do Mármore Bege Bahia e Instituto Fábrica de
Floresta. As propostas incluem soluções de reaproveitamento voltadas
para o setor da construção civil e aplicação como corretivo para solo.
soraia CarvalHo/DivUlGação sinDileite
senai CimateC
Bahia Indústria 11
iniciativa da CNi promove visitas a sindicatos com boas práticas
encontro reuniu presidentes de sindicatos da indústria cerâmica
DivUlGação fieC
SimagRaN PaRtiCiPa De BeNChmaRKiNg em FORtaLeza
O presidente do Simagran, Carlos Lopes, participou do 3º Bench-
marking Sindical, realizado em outubro na Federação das Indústrias
do Estado do Ceará (FIEC). Nesta edição, o Sindicato das Indústrias
Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Ceará
(Simec) foi escolhido para compartilhar com suas boas práticas. Com
a iniciativa, a CNI promove visitas a sindicatos com boas práticas e
com potencial de replicabilidade. Em agosto, o presidente do Sipaceb,
Fred Rios, participou do evento em Campina Grande, juntamente com
o vice-presidente, João Baptista Ferreira.
SiNDiCeR COmPaRtiLha BOa PRátiCa em iNteRCâmBiO
Presidentes de sindicatos da indústria cerâmica
de todo país estiveram reunidos, em outubro, na
sede da CNI, para mais uma edição do Intercâm-
bio de Lideranças Setoriais. Nesta edição, o pre-
sidente do Sindicer-BA, Jamilton Nunes, foi con-
vidado a compartilhar a boa prática do sindicato
baiano, com a conquista da isenção da cobrança
da anuidade do CREA-BA referente à atividade
da Indústria Cerâmica. O evento integra as ações
do Programa de Desenvolvimento Associativo.
Em 2018, os presidentes dos sindicatos Sindplasf,
Moveba, Sindcalçados, Sigeb, Simmefs, Sipaceb e
Sindifite e Sindvest Feira também participaram de
intercâmbios de seus respectivos setores.
Sindratar • Francisco Redondo estará à frente do sindicato até 2020.
Sindileite • Paulo Cintra assume a presidência do sindicato até 2021.
SindifiBraS • Wilson Andrade foi reeleito para mandato até 2021.
eleiçõeS
Futuro dos saneantes e cosméticos é tema de workshop
O Futuro da Indústria de Saneantes e Cosméticos
foi o tema do workshop promovido pelo Sindisabões
e Sindcosmetic, no SENAI Cimatec. A implementação
das tecnologias avançadas já impostas pela indústria
4.0 é uma realidade, de acordo com o vice-presidente
do Sindcosmetic, Gecê Macêdo: “A indústria de cos-
méticos é motivada essencialmente pela inovação”.
Charutos baianos em feira setorial na alemanha
As empresas tabagistas baianas foram repre-
sentadas pelo Sinditabaco na InterTabac, feira in-
ternacional de produtos de tabaco e acessórios pa-
ra fumar, realizada em Dortmund. Considerado o
principal ponto de encontro internacional do setor,
o evento completou 40 anos em 2018 e reuniu mais
de 600 expositores.
miGUel ÂnGelo/Cni
12 Bahia Indústria
aprENdizado E iNsErção No mErcado dE trabalHopráticas de estágio adotadas na bahia são destaque em premiação nacional do instituto euvaldo lodi
Por Marta erhardt
setenta estudantes da ins-
tituição de ensino Sete
Serviços Empresariais Tra-
balho e Educação foram
encaminhados para processos
seletivos de estágio e emprego em
setembro deste ano. Vinte e cinco
deles conseguiram uma vaga. A
empregabilidade dos estudantes
passou a ser foco no centro tec-
nológico há cerca de três anos.
“Quando entendemos que o sonho
do aluno não é apenas a formação
técnica, mas sim a inserção no
ononono ononononon
mercado de trabalho, reformula-
mos a nossa missão, baseada na
humanização e empregabilidade”,
explica o sócio-diretor da institui-
ção de ensino, Daniel Adorno.
Com a nova missão, a institui-
ção mudou a estrutura pedagógica
e a formatação dos cursos ofereci-
dos, com inclusão de mais ativi-
dades práticas, e também criou
o Núcleo de Acompanhamento
Profissional (NAP). Para ampliar
o ingresso dos estudantes no mer-
cado de trabalho, buscou a apro-
ximação com empresas e firmou
convênios de estágio para encami-
nhamento de profissionais.
Além do acompanhamento dos
egressos, a instituição de ensino
profissionalizante oferece men-
salmente cursos gratuitos para
alunos e ex-alunos, incluindo
temas comportamentais, como
engajamento e inteligência emo-
cional. “Seja com temática técnica
ou comportamental, as capacita-
ções são um diferencial”, destaca
Matheus Elias Barreto, ex-aluno
Representantes
da Bahia foram
premiados
em cerimônia
realizada em
goiânia
do curso técnico em Enfermagem,
contratado neste ano por uma clí-
nica de Salvador.
A prática de estágio da Sete Ser-
viços Empresariais Trabalho e Edu-
cação ficou em primeiro lugar entre
as instituições de ensino de nível
técnico que concorreram na etapa
nacional do Prêmio IEL de Estágio
em 2018. A Bahia também foi pre-
miada com Mateus dos Santos de
Meneses, estagiário do SENAI Ci-
matec, que ficou em segundo lugar
entre os estagiários de destaque; e
com a Cooperativa Central de Cré-
dito da Bahia – Sicoob Central BA,
terceira colocada entre as empre-
sas de pequeno porte.
“Todos os atores envolvidos no
processo de estágio têm papel fun-
damental. A instituição de ensino,
no incentivo e conscientização dos
estudantes para a importância da
prática; o estagiário, com sua vi-
são inovadora, na implementação
de melhorias; e as empresas, na
formação de um futuro profissio-
nal e retenção de talentos”, ressal-
ta a gerente de Desenvolvimento
de Carreiras e Empresarial do IEL,
Edneide Lima.
Na empresa Sicoob Central BA
o estágio é visto como ferramenta
para identificar e desenvolver ta-
lentos. Lá, efetivação de estagiá-
rios é uma realidade. Prova disso
é que 25% do quadro de pessoal
efetivo e 40% do quadro de gesto-
res da empresa são formados por
ex-estagiários. “Acreditamos que
a prática de estágio é o início de
uma carreira que proporciona uma
troca saudável entre o estudante e
a instituição. Oferecemos a opor-
tunidade prática, além do desen-
volvimento na carreira, com a pos-
sibilidade de efetivação, enquanto
os estudantes nos mostram novas
formas de resolução de problemas
Bahia Indústria 13
e tendências de mercado”, explica
a gerente financeira e de desen-
volvimento organizacional, Taíse
Cersosimo. Como diferenciais do
programa de estágio, ela destaca
ações de integração, capacitação,
acompanhamento do desenvolvi-
mento profissional.
dedicaçãoEstagiário no Instituto Brasileiro
de Robótica do SENAI Cimatec, o
estudante do curso de Engenharia
de Controle e Automação, Mateus
Meneses, participou do desenvol-
vimento de um dispositivo robóti-
co para inspeção 3D de cavidades,
voltado para a área de mineração.
“Minha principal função era de-
senvolver os sistemas eletrônicos
embarcados e o desafio foi conse-
guir produzir placas eletrônicas
que se ajustassem às restrições do
projeto”, explica o estudante, que
esteve envolvido desde a etapa
conceitual do projeto até a entrega
do dispositivo. O conhecimento
adquirido neste processo contri-
buiu para que ele tivesse certeza
do caminho profissional que dese-
ja trilhar: trabalhar com desenvol-
vimento de produtos.
Além de adquirir habilidade em
diferentes áreas dentro da robóti-
ca, o estágio também contribuiu
para o desenvolvimento compor-
tamental do estudante, segundo
avalia o professor Branilson Luiz
Costa, orientador de estágio de
Mateus. “Como o envolvimento em
atividades nas quais ele precisava
se expressar era constante, ele con-
seguiu superar a timidez”, relata,
reforçando que, como orientador,
busca envolver os estagiários em
diversos tipos de atividades dentro
da área de engenharia, como dis-
cussão conceitual, construção de
propostas e realização de testes.
“todos os atores envolvidos no processo de estágio têm papel fundamental. a instituição de ensino, no incentivo e conscientização dos estudantes para a importância da prática; o estagiário, com sua visão inovadora, na implementação de melhorias; e as empresas, na formação de um futuro profissional e retenção de talentos”edneide lima, gerente de desenvolvimento de Carreiras e empresarial do iel
estagiário no SeNai
Cimatec, mateus meneses
foi segundo colocado no
Prêmio Nacional
soraia CarvalHo/DivUlGação sinDileite
14 Bahia Indústria
o desafio foi lançado há
dois meses e, nas escolas
da rede SESI, a imagina-
ção anda à solta. Inspira-
dos em fantásticas aventuras in-
terplanetárias e espaciais, os estu-
dantes se preparam para o Torneio
SESI First® Lego® League, que
este ano tem como tema Into Orbit
– Conquista do espaço.
A etapa regional está marcada
para os dias 22 e 24 de novembro.
Além das disputas de robôs, que
deverão cumprir missões espa-
ciais em uma mesa especialmente
projetada para o tema deste ano,
meninos e meninas dos 9 aos 16
anos têm como uma das etapas da
competição desenvolver e apre-
sentar projetos de pesquisa. A
ideia é estimular os estudantes a
buscarem soluções para os proble-
mas do dia a dia. Tendo o univer-
so como limite, a criatividade dos
competidores anda nas alturas.
Na avaliação dos professores de
robótica educacional, o fato de o
torneio trazer um tema novo a cada ano é uma forma
de desafiar os meninos. “A mudança de tema a cada
ano estimula os alunos a saírem da zona de conforto
e a buscar o novo”, destaca o professor Luís Henrique
Cardoso, da Escola SESI de Candeias, um dos técni-
cos da equipe Robolife.
O professor conta que o maior desafio foi definir o
tema que os alunos iriam pesquisar. A opção foi por
estudar o impacto que a vida no espaço tem sobre o
corpo dos astronautas e propor soluções.
interdiSciplinaridadeO professor Robson Nunes, da Escola SESI Reitor Mi-
guel Calmon, que está treinando as equipes Tecgold e
Tecnomaníacos para duas competições de robótica –
a etapa nacional da Olimpíada Brasileira de Robótica
(OBR) e o Torneio SESI FLL – lembra que o propósito
da robótica é servir de “ferramenta de aprendiza-
gem”, pois ajuda o estudante a desenvolver gosto e
conhecimento em física, matemática e ciências hu-
manas. “É uma ferramenta fantástica interdiscipli-
nar, pois o aluno precisa saber escrever, pesquisar”,
acrescenta o professor.
A ideia, explica a coordenadora pedagógica de
Robótica e Ciências Exatas da Escola SESI Reitor Mi-
guel Calmon, Fernanda Santos, “é que as disciplinas
trabalhem juntas para que o aluno saia sempre da
muito além da moNtagEm dE robôsCompetições de robótica abrem caminho para desenvolver o gosto pela tecnologia, experimentação e inovação
Por PatríCia Moreira
“Nosso propósito é trazer a reflexão para o dia a dia do estudante e associar a montagem dos robôs ao conteúdo”
sala de robótica com conteúdo. Se
não, é só montar um brinquedo, e
nosso propósito é trazer a reflexão
para o dia a dia do estudante e as-
sociar a montagem dos robôs ao
conteúdo”, acrescenta. Para ela, o
caminho entre a prática da robóti-
ca e a iniciação científica é tênue e
um acaba levando ao outro.
Foi o que aconteceu na Escola
SESI Anísio Teixeira, de Vitória
da Conquista onde um projeto fez
exatamente esta trajetória. Usan-
do o arduíno e mecanismos mecâ-
nicos e elétricos, os estudantes do
3° ano do Ensino Médio, Gabriel
Almeida e Rodrigo Lima, desen-
volveram um chuveiro que inter-
rompe a liberação da água quando
o sabonete é retirado da sabone-
teira. A ideia original surgiu nas
aulas de iniciação científica.
Rodrigo Lima conta que quando
o torneio de robótica desafiou os
estudantes a pensarem soluções
para o uso da água, em uma edição
anterior, ele levou a proposta do
chuveiro inteligente para a equipe
e deu certo. Foi assim que, em maio
deste ano, o projeto conquistou no
Campus Party, na edição realizada
em Salvador, o 3° Lugar no Edital
de Inovação Produtiva da Campus
Future, que integra a programação
fernanda Santos, coordenadora pedagógica de robótica
Bahia Indústria 15
paralela do evento. “Não imaginava que o chuveiro in-
teligente iria me levar tão longe”, conta Rodrigo, que se
prepara para levar sua invenção para eventos científi-
cos do país, a exemplo da Fenecit.
Rodrigo Lima e Gabriel Almeida foram orientados
pelo professor de robótica Rafael Machado Almeida,
que também coordena, na escola SESI de Vitória da
Conquista, a Feira Tecnológica de Ciências. Na edição
deste ano, a feira reuniu estudantes de mais de 30
instituições de ensino médio e técnicas do município.
tecnologiaO evento foi uma forma encontrada pela escola para
estimular a produção científica dos alunos e faz parte
das atividades da disciplina Robótica. O mais inte-
ressante é que o evento mobiliza toda a comunida-
de acadêmica da cidade. Rafael conta que, este ano,
orientou cerca de 30 projetos de estudantes do SESI.
Um deles, venceu a premiação da feira em 1º lugar:
um sistema para ser instalado nos hidrômetros das
residências, capaz de detectar vazamentos de água.
O SESI é hoje responsável pela organização das
principais competições de robôs do estado: a etapa
Bahia da Olimpíada Brasileira de Robótica e a seleti-
va regional do Torneio SESI de Robótica First® Lego®
League, competição internacional que tem a entidade
como organizadora no Brasil.
A equipe da Escola SESI Reitor Miguel Calmon foi
classificada, pelo segundo ano consecutivo, para a
OBR nacional. No ano passado, o professor Robson
Nunes conta que a bagagem voltou bastante rica da
participação na competição: “trouxemos muito co-
nhecimento”, frisa. Para ele, participar de dois cam-
peonatos traz uma experiência nova para os alunos.
As competições são importantes, na avaliação da
gerente de Educação do SESI Bahia, Cléssia Lobo,
porque é o momento em que os estudantes exercitam
outras habilidades para o seu desenvolvimento pes-
soal. “Em torneios, apesar do aspecto da competição,
os estudantes exercitam capacidades sócio emocio-
nais importantes para o seu desenvolvimento como
autocontrole, cooperação, empatia e valores que, in-
clusive, são avaliados em uma etapa do torneio, são
os chamados core values”.
As equipes que Robson Nunes coordena, como
professor e, nos campeonatos, como técnico, são for-
madas por alunos do ensino fundamental e médio,
que estão se preparando para a OBR nacional, que
acontece de 6 a 9 de novembro, em João Pessoa (PB).
“É um trabalho muito intenso de preparação”, con-
ta o professor, que informa que, para o Torneio SESI,
os estudantes estão investindo, em paralelo, numa
pesquisa sobre os aspectos psicológicos que afetam
pessoas que passam um longo período embarcados
e convivendo com pessoas de diferentes nacionalida-
des, detalha o professor Robson.
fotos: valter anDraDe/CoperpHoto/sistema fieb
estudantes
das equipes
de robótica da
escola SeSi
Reitor miguel
Calmon
Professor
Robson (e) e
os estudantes
que vão para a
OBR nacional
16 Bahia Indústria
Por Cleber borges
sua emPresa
está PreParada
Para o
de dados único, que sistematiza
tanto o gerenciamento quanto
a fiscalização das informações,
possibilitando o compartilha-
mento delas, em tempo real, entre
os órgãos envolvidos. Quando to-
talmente implementado – inclusi-
ve no setor público, cujo prazo é
até 2021 – o programa reunirá in-
formações de mais de 44 milhões
de trabalhadores em um único
sistema.
Uma vez implementado, o sis-
tema fará com que as informa-
ções sejam enviadas assim que os
eventos acontecerem, para que os
órgãos responsáveis verifiquem se
a execução das regras está sendo
feita de maneira adequada. Por
partir de julho de 2019 dados
sobre saúde e segurança no
trabalho (SST) deverão obriga-
toriamente ser informados ao
eSocial. Para isso, as empresas
devem estar devidamente pre-
paradas para atender às novas
exigências de consolidação de
tais informações nos prazos indicados e em uma
única entrega. Para colaborar com as empresas,
o Serviço Social da Indústria lançou na Bahia o
SESI Viva+ (ver matéria na página 20), que facilita
a entrega de dados sobre SST.
Criado com o Decreto 8.373/2014, o eSocial en-
volve a Receita Federal, o Ministério do Trabalho,
o INSS e a Caixa Econômica Federal. Ele impacta
na forma com que as empresas brasileiras lidam
com suas obrigações fiscais, trabalhistas e tribu-
tárias. Sua principal finalidade é criar um banco eSo
cial
?especialistas alertam para a necessidade de as empresas
se prepararem para cumprir as exigências do esocial e evitar
prejuízos financeiros e penalidades dos órgãos fiscalizadores
Bahia Indústria 17
valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb
conta do cruzamento de dados, o programa não per-
mitirá a prestação de informações errôneas – equivo-
cadas ou incompletas.
Com o eSocial, o empregador insere todas as in-
formações do empregado, não importando a forma
de contratação. Dados trabalhistas, previdenciários,
tributários e fiscais, muitas vezes registrados em pa-
pel, ou comunicados separadamente, passam a ser
integrados em um mesmo ambiente.
multaSO médico do trabalho e mestrando em Saúde Ocu-
pacional na Turin School ol Development (Itália),
Gustavo Nicolai, consultor do SESI Bahia, alerta que
a chegada do eSocial vai transformar as relações de
trabalho, no tocante à saúde e segurança. As empre-
sas terão que adotar uma plataforma específica (de-
nominada XML), que exigirá mais rigor no envio de
registros. Elas terão que se adaptar, transformando
informações em processos para enviar dados preci-
sos ao INSS. “Não se preparar para o eSocial pode
trazer sérios problemas financeiros. Empresas com
maior registro de acidentes do trabalho serão as mais
penalizadas. As obrigações acessórias, na prática, se
transformarão em obrigações principais”, afirmou
Gustavo Nicolai.
Em função desse novo cenário, as empresas de-
vem investir na forma com que lidam com as obriga-
ções legais para evitar o risco de arcar com pesadas
multas. Afinal, o próprio setor público estima que de-
va arrecadar R$ 20 bilhões nos próximos anos com
multas relativas ao eSocial.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI)
o eSocial precisa de aperfeiçoamentos, dada a sua
abrangência e o seu impacto nas empresas. “É fun-
damental que as indústrias tenham clareza sobre as
mudanças que serão requeridas na gestão das infor-
mações, para o atendimento da legislação e as áreas
gustavo
Nicolai diz
que eSocial
vai alterar as
relações de
trabalho
JAN2020
16 JUL2018
JAN2018
10 JAN2019
MAR2018
10 OUT2018
10 ABR2019 2020
Resol. Especí�ca
JAN2021
JAN2020
JUL2019
JUL2020
ABR2019
NOV2018
CircularCaixa
Especí�ca2020
OUT2019
MAI2018
10 JAN2019
10 JUL2019
Resol. Especí�ca
2020
ABR2019
AGO2018
Instrução NormativaEspecí�ca
2020
OUT2019
CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO – eSOCIAL
GrandesEmpresas*
Demais empresas**
Poder público/ Organizaçãointernacional
Optantes pelo Simples/Produtor rural/Empregador
pessoa física***
CADASTROS DO EMPREGADOR E TABELAS
DADOS DOS TRABALHADORES E SEUS VÍNCULOS COM AS EMPRESAS (EVENTOS NÃO PERIÓDICOS)
FOLHA DE PAGAMENTO
SUBSTITUIÇÃO DO GFIP PARA RECOLHIMENTODE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
SUBSTITUIÇÃO DA GFIP PARA RECOLHIMENTO DO FGTS
DADOS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR
*Com faturamento anual em 2016 maior que R$ 78 milhões ** Com faturamento anual em 2016 de até R$ 78 milhões exceto empregadores da 3ª coluna*** Exceto domésticoFonte: Resolução CDES 05/2018
diretamente envolvidas nesse processo”, avalia o
presidente da CNI, Robson Braga.
Com o objetivo de apoiar as indústrias brasilei-
ras no entendimento sobre o que é e como funcio-
na o eSocial, a CNI, o Serviço Social da Indústria
(SESI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) elaboraram
uma cartilha, com informações e dicas de como
fazer a transição do processo atual para o eSocial.
Robson Braga lembra que o SESI e o IEL, entidades
presentes em todos os estados brasileiros, estão à
disposição das indústrias para apoiá-las no desafio
de atender os requisitos do eSocial.
Conforme destaca o superintendente do SESI
Bahia, Armando Neto, por trazer mudanças aos
processos trabalhistas, fiscais, administrativos e fi-
nanceiros da empresa, a rotina e a cultura internas
precisam ser repensadas para que as informações
antes disponíveis em diferentes departamentos
possam ser integradas e geradas com precisão, se-
guindo as leis vigentes e dentro dos padrões e pra-
zos do novo sistema.
O especialista em Política e Indústria da CNI, Ra-
fael Kieckbusch, insiste nesse ponto. Ele recomen-
da atenção das empresas e dos fornecedores de tec-
nologia de informação quanto aos regramentos, ao
período e à forma de adesão ao programa. Para ele,
o principal risco envolve o preenchimento incorreto
dos dados encaminhados ao eSocial, os quais de-
vem ser sustentados na rastreabilidade documental
da empresa, especialmente quanto aos de seguran-
ça e saúde no trabalho.
Kieckbusch chama a atenção quanto aos pro-
cessos internos, que devem garantir que os even-
tos trabalhistas, previdenciários e fiscais sejam
encaminhados com regularidade e pontualidade.
Em um primeiro momento, diz, as empresas terão
armando Neto,
superintendente
do SeSi; Rafael
Kieckbush,
da CNi e
Luisa Lima
destacaram as
mudanças que
chegam com o
eSocial
Bahia Indústria 19
“O eSocial é apenas uma nova
forma de receber informações do
mundo do trabalho. Ele vai trazer
mais rapidez, menor custo e mais
eficiência na prestação de infor-
mações, ao padronizar a forma de
prestação destes dados. O eSocial
chega para garantir o direito dos
trabalhadores, simplificar proces-
sos e permitir a atualização cons-
tante das informações“, destaca o
coordenador do Grupo Governa-
mental de Implantação do eSocial,
José Maia.
melhorar a geStãoO superintendente do SESI Bahia,
Armando Neto, alertou as empre-
sas para a importância do conhe-
cimento dos eventos do eSocial e,
também, para a adoção de práti-
cas de gestão e prevenção na área
de SST, como forma de evitar pre-
juízos. “Nosso objetivo é trazer as
empresas, pois acreditamos que
quanto mais estiverem prepara-
das, menos vão sofrer prejuízos e
poderão colocar em prática uma
gestão eficiente dos dados da sua
força de trabalho”, afirmou Ar-
mando Neto. A gerente da área
de Promoção de Saúde do SESI
Bahia, Luísa Silva Lima, lembra
que as Unidades do SESI Bahia es-
tão à disposição para apoiar a in-
dústria no desafio de atender aos
“Não se preparar para o esocial pode trazer sérios problemas financeiros. Empresas com maior registro de acidentes serão as mais penalizadas”Gustavo nicolai, médico do trabalho e consultor do SeSi-Ba
gastos adicionais com o programa, incluindo siste-
mas informatizados adequados para a transmissão,
aumento do número de profissionais e contratação de
consultoria. No médio e longo prazos, tende a desbu-
rocratizar e evitar redundâncias de informações que
as empresas fornecem aos órgãos fiscalizadores, o
que reduzirá custos.
tecnologiaO eSocial faz uma verdadeira revolução tecnológica
nos atuais modelos de gestão das relações de traba-
lho, impactando diversas áreas das organizações.
Haverá a integração das obrigações acessórias e os
dados eletrônicos de todos os vínculos ficarão aces-
síveis aos agentes fiscalizatórios, não importando o
tipo de vínculo ou mesmo sua ausência, ou o tipo de
Regime Previdenciário: Geral ou Próprio.
Além disso, todo processo de apuração e geração
dos créditos e débitos tributários e previdenciários e
também a geração dos Documentos de Arrecadação
de Receitas Federais (DARFs) passam a ser realizados
por um sistema externo denominado DCTF Web (De-
claração de Débitos e Créditos Federais, Contribui-
ções Previdenciárias e de Outras Entidades e Fundo e
IRRF). Nesse ambiente acontecerá a consolidação das
informações prestadas ao eSocial
e à EFD-Reinf (Escrituração Fiscal
Digital de Retenções e Outras In-
formações Fiscais).
A EFD-Reinf vai complementar
as informações do eSocial e subs-
tituirá a GFIP/GPS e a Declaração
de Imposto de Renda Retido na
Fonte (DIRF) quanto às informa-
ções tributárias prestadas nesses
instrumentos e que não estejam
contempladas no eSocial.
A apuração da arrecadação
do Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS) passa a ser fei-
ta pelo eSocial, com a respectiva
geração do documento de arreca-
dação no site da Caixa Econômica
Federal (CEF), devendo a empresa
acessar o ambiente próprio da ins-
tituição para esse fim.
Para construir o volume de in-
formações necessário ao eSocial
dentro dos prazos exigidos, os
empregadores (empresas, ONGs,
entes públicos, pessoas físicas,
produtores rurais) necessitarão
repensar as rotinas e os processos
internos em que serão geradas tais
informações. Alguns princípios
devem ser observados para os pro-
cessos que vão gerar dados para
o eSocial: precisão (qualidade da
informação), conformidade (legal
e padrões do eSocial) e eficácia
(cumprimento de prazos).
20 Bahia Indústria
requisitos do eSocial e na implantação de Soluções
em Saúde e Segurança na Indústria.
“O volume de dados e os procedimentos envolvi-
dos para o cumprimento das determinações do eSo-
cial exigem dos empregadores um grande esforço
para adequação de processos de gestão, implicando
integração de áreas, celebração de parcerias, investi-
mentos em sistemas informatizados e contratação de
fornecedores qualificados”, explicou a gerente Luísa
Silva Lima, acrescentando: “É fundamental que as
indústrias tenham clareza sobre as mudanças que
serão requeridas na gestão das informações, os prin-
cipais desafios para o atendimento da legislação e as
áreas diretamente envolvidas nesse processo”.
Números apresentados pelo gerente de Saúde e Se-
gurança na Indústria do SESI Bahia, Amélio Miran-
da, dão uma dimensão da necessidade de avanços
em SST no país. Quase 9% da folha das empresas cor-
respondem a despesas decorrentes de doenças e aci-
dentes no trabalho; 71% das indústrias querem e pre-
cisam investir em SST e também se adaptar ao eSo-
cial; e 61% das empresas querem a precisam investir
em promoção da saúde. Ele ressalta, no entanto, os
avanços na área: o número de acidentes no trabalho
teve queda de 20% nos últimos anos em todo o país.
etapaSSegundo o INSS, a segunda fase do eSocial teve início
em 10 de outubro, abrangendo entidades empresa-
riais com faturamento entre R$ 4,8 até R$ 78 milhões
no ano de 2016 e que não sejam optantes pelo Simples
Nacional. Essa etapa envolve o envio de dados dos
trabalhadores e seus vínculos empregatícios até 9 de
janeiro de 2019.
No tocante a micro e pequenas empresas optantes
pelo Simples Nacional, inclusive o Microempreende-
dor Individual (MEI), destaca-se que não devem en-
viar eventos via sistema eSocial antes dos novos pra-
zos estabelecidos para esse grupo. As informações
que já foram enviadas permanecerão no ambiente do
eSocial e poderão ser retificadas ou complementadas
quando o sistema reabrir para essas empresas, em ja-
neiro de 2019.
Conforme Nota Orientativa nº 2018.007, publicada
em 09/10/2018, as micro e pequenas empresas não
optantes pelo Simples Nacional poderão enviar seus
eventos de tabelas e eventos não-periódicos de forma
cumulativa com os eventos periódicos, no prazo pre-
visto para estes últimos: 10 de janeiro de 2019.
Pouco mais de um mês após o lançamento do
SESI Viva+, a nova plataforma de gestão de se-
gurança e saúde no trabalho (SST) e do e-Social,
desenvolvida pelo departamento nacional do
Serviço Social da Indústria, já teve a adesão de
cerca de 100 indústrias baianas, que represen-
tam um universo de mais de 2.500 trabalhado-
res. Lançado em Salvador no dia 10 de setembro,
os gestores do SESI estiveram em todas as uni-
dades do interior apresentando o novo produto e
formalizando a adesão de empresas.
Em paralelo à apresentação da nova platafor-
ma, nos últimos doze meses, a Gerência de Saú-
de e Segurança na Indústria (SSI) do SESI Bahia
realizou cerca de 40 eventos e cursos sobre o
Sistema de Escrituração Digital das Obrigações
Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial)
voltados para empresários, líderes de sindicatos
patronais, gestores de Recursos Humanos, pro-
fissionais de SST, contadores e jornalistas. Com
Mais de cem empresas já aderiram ao Viva+ sesi fez o lançamento da plataforma na bahia, colocando à disposição das empresas um novo serviço de apoio à gestão
amélio miranda
apresentou aos
empresários
a plataforma
de gestão
desenvolvida
pelo SeSi
valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb
Por PatríCia Moreira
Bahia Indústria 21
Na solenidade
de lançamento,
realizada em
Salvador, 15
empresas
formalizaram
a adesão ao
SeSi Viva+
o apoio da FIEB, Confederação Na-
cional da Indústria (CNI), Sindi-
catos Patronais e do Conselho Re-
gional de Contabilidade da Bahia
CRC/BA, estes eventos tiveram o
objetivo de informar e subsidiar as
empresas no atendimento ao eSo-
cial nos eventos de SST e também
orientar e alertar os empresários
para o novo desafio da obrigato-
riedade de transmitir estas infor-
mações ao ambiente nacional.
Os eventos foram realizados nos
municípios de Salvador, Camaçari,
Lauro de Freitas, Feira de Santana,
Irecê, Jacobina, Juazeiro, Senhor
do Bonfim, Jaguarari, Barreiras,
Luís Eduardo Magalhães, Vitória
da Conquista, Jequié, Ilhéus, Tei-
xeira de Freitas, Eunápolis, Valen-
ça dentre outros. A necessidade de
estar presente no maior número de
municípios possível e de chegar
mais perto do empresário se dá em
razão da importância de alertar as
empresas para a importância de se
preparar para atender às exigên-
cias do sistema federal.
O gerente de SSI do SESI Bahia,
Amélio Miranda, destaca que os
técnicos da entidade estão à dis-
posição dos empresários para es-
clarecer suas dúvidas e até mesmo
prestar consultoria sobre o que
precisa ser feito para se preparar
para a nova realidade trazida pelo
eSocial. “O prazo para entrega das
volver a plataforma foi mitigar o
risco de descumprimento pelas
empresas das obrigações relativas
à gestão de saúde e segurança no
trabalho, que é uma expertise do
SESI. Apesar de neste primeiro mo-
mento estar voltada para o eSocial,
Armando Neto lembra que o SESI
Viva + é muito mais do que um mó-
dulo de gestão voltado para o siste-
ma oficial. “A plataforma traz uma
ferramenta de gestão da saúde do
trabalhador e a empresa poderá ter
acesso aos dados epidemiológicos
da saúde dos seus trabalhadores,
principalmente para gerir melhor
os gastos com saúde, que é um dos
que mais aumentam”, acrescenta.
Por ser uma plataforma mul-
ticanal, o SESI Viva+ apresenta
várias interfaces que permitem
a extração de dados em diversos
níveis. Para a empresa, permite
o cruzamento de dados epide-
miológicos relativos à saúde dos
seus trabalhadores, facilitando a
adoção de programas de saúde e
segurança e definição de políticas
internas nestas áreas. Para o tra-
balhador, é uma forma de acesso
aos seus dados de saúde, permi-
tindo o controle do seus indica-
dores de saúde, como obesidade,
pressão, colesterol, circunferência
abdominal, além de ser um canal
de comunicação direto entre em-
presa e trabalhador.
informações em meio digital, via
eSocial, foi postergada e isso se
configura uma oportunidade para
as empresas terem um maior tem-
po de se preparar para esta nova
realidade e ajustar seus processos
internos”, explica Miranda.
Em relação ao SESI Viva+, Amé-
lio Miranda destaca que a plata-
forma vem conseguindo a confian-
ça do empresariado, que enxerga o
SESI como um parceiro estratégi-
co, inclusive com a adesão de em-
presas de médio e grande portes.
Solução integradaPara o coordenador de gestão de
Pessoas do Grupo CCR, José Anto-
nio Coelho Jr, que esteve presente
ao lançamento, o SESI já auxilia
a empresa prestando serviços de
saúde e segurança no trabalho.
“Agora traz uma solução integrada
que a gente consegue não apenas
sistematizar e qualificar os aten-
dimentos, mas também encontrar
as informações necessárias para
uma política de saúde preventiva,
atacando os focos necessários,
trazendo longevidade, melhoria
da qualidade de vida no trabalho
e o melhor: monitorando e já ade-
quando tudo isso às exigências do
eSocial”, acrescenta.
O superintendente do SESI
Bahia, Armando Neto, explicou
que a proposta do SESI ao desen-
alfreDo filHo/CoperpHoto/sistema fieb
22 Bahia Indústria
anDré
santo
s/s
enai Ci
mat
eC
pequenos, médios e grandes empresários baianos iniciam processo de transformação digital
iNdústria 4.0Em aNdamENto
Por Carolina Mendonça e gilson Jorge
a confluência das tecnolo-
gias digitais – Big Data,
inteligência artificial, in-
ternet das coisas - vai mu-
dar, em pouco tempo, a forma de
produzir, gerar novos negócios e
transformar o mercado de trabalho.
Antenados às mudanças, empresá-
rios de todos os portes já iniciaram
a transformação digital e miram as
próximas etapas deste processo.
Um dos exemplos é o da Japas-
tel, que produz massas de pizza e
pastel há 18 anos, em Simões Filho.
A empresa é uma das duas baianas
que participam do piloto do pro-
grama Indústria Mais Avançada,
realizado pelo SENAI nacional, em
56 estados brasileiros. O objetivo
da experiência é refinar um méto-
do de baixo custo, alto impacto e de
rápida implementação. São testa-
das técnicas de internet das coisas,
sensoriamento, computação em
nuvem e analytics que permitam
intervir nos processos produtivos
com maior agilidade.
A indústria já passou por con-
sultoria em lean manufacturing,
diminuindo perdas de insumos e
aumentando sua produtividade.
Agora, um coletor de dados eletrô-
nico está sendo implantado para
que a eficiência global da emba-
ladora da fábrica seja monitorada
por sensores. “Na prática, os da-
dos de produção estarão na ‘palma
do celular’, como a gente fala”, ex-
plica o consultor do SENAI Cima-
tec, Mauro Stefani.
Rose Fukuhara, uma das sócias
da Japastel, expli-
ca que, desde o
diagnóstico feito
pela consultoria do pro-
grama, foi possível identificar
gargalos de produção e onde é
mais importante investir em
tecnologia. “No nosso caso,
Com sensor
e máquina
da fábrica,
Rose Fukuhara
acompanhará
produção
a embaladora é fundamental. Se
a máquina apresentar algum pro-
blema técnico, ou se há falta de
energia, por exemplo, poderemos
tomar decisões rapidamente, man-
tendo a produtividade”, conta.
De acordo com gerente de Tec-
nologia e Inovação do SENAI Ci-
matec, Flávio Marinho, o proces-
so de transformação digital se dá
em estágios de maturidade. “E os
primeiros passos, além de serem
fundamentais para a formulação
da estratégia das empresas nesta
direção, envolvem ações de otimi-
zação dos processos que exigem
baixo investimento e alto retorno
com os ganhos de eficiência e qua-
lidade”, afirma.
inteligênciaA consultoria SmartFlows, focada
em Supply Chain Management, de-
senvolveu recentemente um proje-
to de Indústria 4.0 junto ao SENAI
Cimatec para um operador logís-
tico de cargas de importação e ex-
portação, além de distribuição de
produtos. “Utilizamos a tecnologia
para mapear o fluxo das empilha-
deiras no pátio de contêineres e
também antecipar informações
para que as cargas cheguem ao
terminal com uma inteligência que
aponte onde ela vai ficar, como ela
vai ser armazenada, como vai ser
movimentada”, afirma Gustavo
Barbosa, sócio da empresa.
Ele diz que, com o projeto, foi
possível obter ganhos de produ-
tividade e de liberação de área,
além de reduzir as movimenta-
ções desnecessárias das máqui-
nas empilhadeiras que deslocam
os contêineres. “O conceito é ba-
sicamente conseguir monitorar
melhor os fluxos dos equipamen-
tos e prever algumas ações”, diz
Barbosa. O consultor, que come-
çou a se interessar pelo assunto
em função da Internet das Coisas
(IOT), considera que essas novas
tecnologias abrem “um mar de
oportunidades”, com o conceito
Na Bahia,
participantes
testaram novas
tecnologias no
Desvendar 4.0
anDré santos/senai CimateC
PaSSO a PaSSO da indÚStria 4.0
O SENAI lançou um guia com cinco passos que as pequenas e médias empresas devem seguir para se inserir na indústria 4.0
eStágio 1 – otimizaçãoAumente a produtividade do chão de fábrica e dos seus funcionários, ao mesmo tempo em que o desperdício é reduzido, elevando a sua margem de lucro. Capacite as lideranças no tema indústria 4.0 e se prepare para a segunda etapa.
eStágio 2 – SenSoriamento e conectividadeAgora que você já ajustou o seu processo produtivo, é necessário sensoriar suas principais linhas de produção. Seus técnicos serão capacitados para analisar dados em tempo real, aprender com o seu chão de fábrica e tomar rápidas decisões.
eStágio 3 – viSibilidade e tranSparênciaComo os dados do processo já estão sendo captados por sensores, é hora de torná-los visíveis em uma nuvem e integrados aos demais indicadores da empresa e de toda a sua cadeia de valor.
eStágio 4 – capacidade preditivaÉ hora de introduzir tecnologias como big data e inteligência artificial para auxiliar em possíveis testes e prever diferentes cenários.
eStágio 5 – FleXibilidade e adaptabilidadeNesta fase, os sistemas e tecnologias implantados possuem capacidade de identificar e resolver problemas, além de responder de forma flexível às demandas dos clientes por novos produtos e serviços.
FoNte: SeNaI NacIoNal
Bahia Indústria 23
24 Bahia Indústria
de fazer dados virarem informação, que viram inte-
ligência e se transformam em resultados.
deSvendar 4.0Com o objetivo de ajudar pequenos, médios e grandes
empresários a entrar na quarta revolução industrial, o
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)
realizou em suas unidades, em todo o Brasil, o even-
to Desvendar 4.0. “Empresas de todo o mundo estão
iniciando esse processo. A indústria 4.0 deve ser vista
como uma oportunidade para o Brasil dar um salto em
produtividade e gerar mais desenvolvimento”, avalia o
diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
Na Bahia, uma série de workshops foram realiza-
dos, explorando a transformação que está se dando
nos diversos segmentos da indústria. Um destes en-
contros teve como foco a indústria de Vestuário, com
a participação de empresários da confecção. Eunice
Habbibe, vice-presidente do Sindicato da Indústria
de Vestuário e Artefatos de Joalheria e Bijuteria da
Bahia (Sindvest-BA), acredita que, diante das mudan-
ças na produção, a indústria deve se adaptar. “É uma
realidade que, em certos momentos, pode até nos as-
sustar, mas é caminho sem volta e vamos precisar co-
nhecer estes novos caminhos para continuarmos no
mercado”, disse.
Empresários interessados no tema também podem
fazer um diagnóstico gratuito do estágio tecnológico
de suas empresas na plataforma SENAI 4.0 (senai40.
com.br), lançada este ano. A avaliação serve de ba-
se para elaboração de um plano individualizado de
atualização tecnológica, também oferecido gratuita-
mente. Além disso, já está disponível, sem qualquer
custo, o curso online Desvendando a Indústria 4.0.
CimateC aPOia iNDÚStRia COm teCNOLOgiaO SENAI Cimatec já é referência nacional e interna-
cional no desenvolvimento tecnológico associado aos
princípios da Indústria 4.0. Um dos cases mais im-
pactantes é o FlatFish, um robô autônomo subaquáti-
co desenvolvido para inspeção de dutos de transmis-
são de petróleo e gás, em parceria com a DFKI (Centro
Alemão de Pesquisa de Inteligência Artificial) e a
Shell, e combinação de recursos da EMBRAPII (Asso-
ciacão Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e
da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis).
O diretor de Tecnologia e Inovação do Cimatec, Leo-
ne Andrade, reforça que o SENAI já disponibiliza uma
série de serviços e soluções tecnológicas, em diversas
áreas de competência, com o intuito de agregar valor e
aumentar a produtividade na indústria. Além de pro-
jetos de alta complexidade, há dezenas de outros em
andamento no centro tecnológico. Um dos exemplos
citados por ele é o da Deten Química, que atua no Com-
plexo Industrial de Camaçari. Em parceria com a insti-
tuição, a empresa desenvolve uma forma de monitorar
máquinas em tempo real, a fim de diminuir custos de
manutenção preventiva, entre outras inovações. “O Ci-
matec apoia as indústrias neste processo com o que há
de ponta em termos de tecnologia”, diz o diretor geral
da Deten, José Luís Almeida.
“os primeiros passos, além de serem fundamentais para a formulação da estratégia das empresas, envolvem ações de otimização dos processos que exigem baixo investimento e alto retorno com os ganhos de eficiência e qualidade”flávio Marinho, gerente de tecnologia e inovação do Senai Cimatec
Robô
autônomo
subaquático é
projeto inédito
desenvolvido
no Cimatec
marCelo GranDra / CoperpHoto / sistema fieb
eNtRaVeS à exPORtaçãOCni identifica barreiras comerciais que mais prejudicam produtos brasileiros no exterior e mobiliza empresários
Em meio a tantas dificulda-
des, o setor produtivo do Bra-
sil ainda perde, a cada ano,
cerca de 14% de suas exportações
em razão de barreiras técnicas e
fitossanitárias. Em 2017, a perda
ficou próxima de US$ 30,5 bi-
lhões (cerca de R$ 113 bilhões), de
acordo com estudo realizado pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV), a
pedido da Confederação Nacional
da Indústria (CNI).
Os obstáculos atingem alguns
dos principais produtos exporta-
dos pelo país, como açúcar, car-
nes e suco de laranja. O mamão,
por exemplo, acaba estragando
nos EUA por conta de alegações
de autoridades americanas de
que há pedaços de insetos nas
cargas enviadas, sem embasa-
mento técnico. Com o objetivo de
capacitar empresas, sindicatos,
associações setoriais, institui-
ções e profissionais que operam
no comércio internacional, a CNI
e a FIEB, por meio do seu Centro
Internacional de Negócios (CIN)
e do seu Conselho de Comércio
Exterior (Comex), realizaram, em
Salvador, o Roadshow Barreiras
Comerciais e aos Investimentos.
“Conhecer as barreiras é o pri-
meiro passo para enfrentar as di-
ficuldades no exterior”, salientou
a gerente de Política Comercial
da CNI, Constanza Biasutti, pre-
sente no evento. A especialista
explicou que, de maneira ampla,
as barreiras são técnicas e fitos-
sanitárias, aplicadas por meio
de tarifas, normas aduaneiras ou
políticas, e afetam bens, serviços
e investimentos brasileiros. “Sem
João alvarez/CoperpHoto/sistema fieb
Países
impõem
barreiras
a produtos
brasileiros
conhecimento destes entraves, o
empresário acaba internalizando
o valor da barreira nos seus custos
ou desistindo e partindo para ou-
tros mercados”, sinalizou.
agenda poSitivaCom o intuito de divulgar estas
informações, a CNI, em parceria
com a Agência Brasileira de Pro-
moção de Exportações e Investi-
mentos (Apex-Brasil), disponibi-
liza, via internet, um manual que
auxilia as empresas brasileiras,
inclusive as Micro, Pequenas e
Médias Empresas (MPMEs). A pu-
blicação pode ser acessada em ht-
tp://www.portaldaindustria.com.
br/publicacoes/2017/8/manual-
-de-barreiras-comerciais-e-aos-
-investimentos.
A organização também atua no
sentido de fortalecer o programa
OEA (Operador Econômico Autori-
zado), uma parceria entre a Recei-
ta Federal e a iniciativa privada,
que visa reconhecer as empresas
que cumprem as regras de segu-
rança e de cumprimento da legis-
lação tributária e aduaneira. “A
certificação abre uma série de por-
tas: redução da parametrização do
Siscomex, que diminui a quanti-
dade de importações verificadas,
e o despacho sobre águas, com a
carga ainda no navio”, explica o
superintendente-adjunto da RFB
na 5ª Região Fiscal em Salvador,
Ricardo Machado.
Bahia Indústria 25
"Sem conhecimento destes entraves comerciais, o empresário acaba internalizando o valor da barreira nos seus custos ou desistindo e partindo para outros mercados. Conhecer as barreiras é o primeiro passo para enfrentar as dificuldades no exterior"
Constanza Biasutti, gerente de Política Comercial da Cni
26 Bahia Indústria
programa viravida capacita e insere, no mercado de trabalho, jovens baianos em situação de risco social
próxima Estação: EspEraNça
Por gilson Jorge
bianca Barbosa, 19 anos, que tinha dificuldade
para falar em público e se dirigir a estranhos,
está se acostumando a ir às diferentes salas
da sede da CCR Metrô Bahia, no bairro do Ca-
labetão, para entregar correspondência e atender a
quem chega ao balcão da recepção, onde começou a
trabalhar este ano.
No último dia 23 de fevereiro, a mãe de Bianca
esteve nas instalações da empresa para conhecer o
local de trabalho da filha. A visita faz parte do pro-
grama de ambientação. “Ela disse que valeu a pena
o esforço para cuidar de mim”, disse Bianca, com lá-
grimas nos olhos, ao contar que, antes de chegar ao
ViraVida, juntamente com a mãe, o irmão mais novo e
a irmã, sofreu as agruras de uma vida pobre no bair-
ro de São Caetano, principalmente, depois do difícil
processo de divórcio dos pais.
Foi uma psicóloga do Centro de Atenção Psicosso-
cial (Caps), no Curuzu, quem recomendou o progra-
ma à menina, que ainda não sabia exatamente o que
poderia fazer da sua vida.
Brendon Copque, 19 anos, não chegou a conhecer
o pai, que sumiu ainda durante a gravidez da então
namorada. Foi criado na casa do avô materno, que
não se relacionava bem com o neto. Da mãe, sempre
recebeu todo o afeto. “Ela me dizia que só não queria
que eu me envolvesse com drogas”, conta Brendon,
que quando recebeu o primeiro salário como funcio-
nário da CCR entregou a maior parte do dinheiro nas
valt
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nDraDe
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ieb
Bahia Indústria 27
Brendon Copque é o
mais jovem condutor
de metrô de Salvador.
ao lado, a recepcionista
Bianca Barbosa
vou duas novas vagas no canteiro
de obras para jovens do ViraVida.
Uma vaga, profissional, é de apon-
tador, o funcionário encarrega-
do de fazer a integração entre o
escritório da obra e o canteiro. A
outra vaga, de ajudante de obras,
destina-se a um aprendiz.
Os dois vão se juntar a outros
quatro jovens do programa que
trabalham na construção da via,
que terá 12 quilômetros e vai ligar
os bairros de Paripe e Piatã. “Faz
parte da nossa política investir no
social e oferecer oportunidades
aos jovens que representem mu-
dança de vida”, afirma a assistente
social Silvana Dias Lima.
Jeandro Ribeiro, considera o
programa uma oportunidade de
crescimento. E não apenas para os
alunos. “Nos permite uma reflexão
e melhoria nas questões pessoais,
sociais, profissionais”, afirma. No
que diz respeito às empresas, ele
ressalta que, além do cumprimen-
to de cotas de aprendizagem, elas
têm a possibilidade de contratação
de colaboradores capacitados por
instituições reconhecidas.
Criado em 2010, o ViraVida já
formou 1.196 jovens baianos, além
de ter dado apoio a cerca de 900
familiares. Os estudantes selecio-
nados têm entre 16 e 21 anos e rece-
bem formação pessoal e profissio-
nal, além de serem contemplados
com Educação Continuada, com
cursos profissionalizantes ofere-
cidos pelo SENAI e pelo Senac.
“O SESI, junto com os parceiros
formadores do programa ViraVida
– SENAI, Sesc e Senac –, organiza
uma intervenção educativa, com
conteúdos que visam ao desenvol-
vimento de capacidades cogniti-
vas e socioemocionais”, pontua a
gerente de Educação e Cultura do
SESI, Cléssia Lobo.
mãos da mãe. Queria pagar as contas de luz, telefone,
ajudar nas despesas da casa.
Curioso e, desde a infância, apegado aos estudos,
assim que começou a trabalhar na empresa, Brendon
buscou se informar sobre as possibilidades de cresci-
mento. Aos 18 anos, tornou-se o mais jovem condutor
de metrô da cidade. E, de quebra, ainda ficou atento
quando surgiu uma vaga para caixa de bilheteria e
conseguiu levar sua mãe para trabalhar lá.
“A CCR Metrô é uma das empresas que mais con-
tratam socioeducandos oriundos do programa, na
condição de jovem aprendiz”, atesta o coordenador
técnico do ViraVida, Jeandro Ribeiro.
oportunidadeSDe acordo com a assessoria da empresa, mais de 20
jovens já foram contratados. “O Programa SESI Vira-
Vida é uma oportunidade de transformar a vida de
adolescentes e jovens por meio da capacitação. Os
beneficiados pelo programa saem com formação pes-
soal e profissional, e toda a bagagem necessária para
a sua primeira experiência no mercado de trabalho”,
declara a gestora de Recursos Humanos da CCR Metrô
Bahia, Cristiane Adad. Ela afirma não ter dúvidas de
que o processo de aprendizado e vivência que tive-
ram no projeto foi fundamental para o sucesso deles.
“Nós ganhamos e os jovens também”, destaca.
Responsável pela construção do Corredor Rodovi-
ário Avenida 29 de Março, a construtora OAS reser-
"os beneficiados saem com formação pessoal e profissional, e a bagagem necessária para a primeira experiência no mercado de trabalho"Cristiane adad, gestora de Rh da CCR metrô Bahia
28 Bahia Indústria
inventado no fim da década de 1970, pelo engenhei-
ro israelita Abraham Karem, a partir de uma bomba
de fabricação alemã, o drone foi utilizado inicial-
mente em missões militares em áreas de risco para
os soldados. Em guerra contra os custos, o setor da
construção civil na Bahia está descobrindo diversas
outras utilidades, além da segurança humana, para
esse objeto voador que parece diversão juvenil, mas
que nos negócios é coisa de gente grande. Um dos
pioneiros no uso do aparelho na Bahia, o Grupo Civil
estima já ter economizado R$ 20 mil após a aquisição
de um modelo que custou R$ 5.500,00.
Equipado com câmera fotográfica e de vídeo, laser
scanning, sensores e outros aparelhos, o artefato aéreo
pode se tornar uma fonte importantíssima de informa-
ções que serão processadas posteriormente e ajudarão
arquitetos, engenheiros e profissionais de marketing
em suas tarefas para tornar o imóvel mais lucrativo.
Amante de videogames, o analista de governan-
ça do Grupo Civil Pedro Vitor Freire Lara, 25 anos,
precisou apenas de quatro sessões de treinamento,
em uma área aberta de Simões Filho, para dominar
os movimentos de um drone. Depois de alugar um
equipamento para fazer a avaliação de terrenos com
potencial para a construção, a empresa percebeu que
o pequeno veículo não-tripulado poderia ter muitas
utilidades em empreendimentos em construção ou
prontos para a venda. Quatro meses depois, a cons-
trutora trocou o aluguel pela compra de seu próprio
aparelho.
Um drone pode atingir até 800 metros de altura e,
por isso, para pilotar um equipamento desses é ne-
cessário obter certificação da Anac. Há quatro tipos
de certificação, a depender do peso e das característi-
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coNtrolE rEmoto, lucro EfEtivo
Por gilson Jorge
o uso de drones por construtoras na bahia traz soluções eficazes a baixo custo em diferentes áreas
Pedro Freire,
da Civil, e
o drone da
empresa
cas do Vant e se a finalidade é recreativa ou não: au-
torização especial de voo, certificado de autorização
de voo especial (CAVE), certificado especial de aero-
navegabilidade para RPA (sigla em inglês para aero-
naves pilotadas por controle remoto) e o certificado
especial de aeronavegabilidade.
“É preciso ter cuidado para não invadir a área por
onde circulam outras aeronaves, como helicópteros”,
explica Pedro Vitor, responsável pela operação do apa-
relho. Por enquanto, o drone tem penetrado em espa-
ços que tradicionalmente são ocupados por profissio-
nais de diferentes setores da construção, desde servi-
ços de alta periculosidade, como o operário que, preso
a uma corda, vistoria a fachada, andar por andar, até
empresas terceirizadas que são contratadas para pro-
duzir folders com imagens externas para o marketing.
“Em três meses, o investimento se pagou”, calcula
Rafael Valente, sócio do Grupo Civil, salientando que
a empresa não precisa mais contratar terceirizadas
para tarefas como vistoriar os detalhes de uma facha-
da no 13º andar, e ainda é possível usar as fotos tira-
das do prédio a partir do alto para compor material
promocional ou permitir que os potenciais compra-
dores de imóveis sigam o andamento da obra.
SeminárioA Civil começou a usar drone este ano, em seu novo
empreendimento, o Jazz, na Barra. Mas, desde 2015, o
equipamento, cujo nome oficial é Veículo Aéreo Não
Tripulado (Vant), é objeto de estudo e de práticas pe-
lo Grupo de Pesquisa e Extensão em Gestão em Tec-
nologia da Ufba (Getec), coordenado pela professora
Dayana Bastos Costa, que em outubro participou do
seminário O Futuro da Construção, promovido pelo
Sinduscon, na sede do Sistema FIEB.
“Em três anos, já formamos 20 pessoas”, afirma a
professora, que neste momento conta em seu grupo
com uma doutoranda, dois mestrandos e quatro alu-
nos de iniciação científica, tornando-se uma referên-
cia em construção digital, inclusive no uso de drones
em canteiros de obras. O Getec apresenta anualmente
pelo menos três artigos em congressos, publica regu-
larmente em jornais acadêmicos e seus integrantes
têm se revezado em palestras sobre o tema, em Re-
cife, Feira de Santana e outras cidades do Nordeste.
Uma das ações do Getec é a parceria com empre-
sas do setor. No último dia 30 de outubro, o grupo
apresentou à MRV Engenharia o relatório da utili-
zação de um drone no empreendimento Parque dos
Coqueiros, do Minha Casa Minha Vida, em Camaça-
ri. “Estamos animados com essas possibilidades e
prevemos mais parcerias’, avaliou José Luís Esteves
da Fonseca, gestor Executivo de Saúde, Segurança e
Meio Ambiente da MRV.
novaS aplicaçõeSO drone tem sido utilizado pelo Getec desde 2015,
um ano depois que o professor Javier Irrizarry, do Ge-
orgia Institute of Technology (Estados Unidos), veio a
Salvador ministrar um curso sobre tecnologias digi-
tais emergentes, a convite da Ufba. “A gente agora está
começando um estudo para automatizar o processo de
inspeção de segurança”, afirma a professora Dayana.
A foto que o drone vai tirar passa por uma rotina de
programação e vai informar se as dimensões de altura,
espessura e largura do imóvel estão corretas.
“Outra aplicação que a gente está fazendo é na ma-
nutenção de edificações já entregues”, explica. Uma
empresa pede uma vistoria de telhados, de valas, de
canaletas e o Getec consegue ver com o drone todas
as imagens externas. “Com o vant, a gente vai estar
também apoiando as empresas para manutenções
corretivas e planejar manutenções preventivas”, diz.
Obras
da Civil
registradas
do alto pelo
drone
Bahia Indústria 29
GrUpo Civil/DivUlGação
30 Bahia Indústria
painel
Jefferson peiXoto/CoperpHoto/sistema fieb
O Ogún amplia o
parque de dados do Cimatec
Nestlé e SeNai ofertam qualificação
Cerca de 20 moradores da co-
munidade Rua de Palha, no bair-
ro Centro Industrial, em Itabuna,
no Sul do estado, realizaram cur-
so de Panificação Básica em uma
unidade móvel do SENAI. A ini-
ciativa é da Nestlé, que tem uma
unidade de Bebidas funcionando
no município. Os participantes
aprenderam técnicas para produ-
ção de pães diversos, utilizando
tanto equipamentos profissionais
de uma padaria como utensílios
domésticos. A capacitação con-
templa ainda procedimentos de
higiene, segurança alimentar,
saúde e segurança do trabalho e
conteúdos sobre empreendedo-
rismo. “Os alunos estarão aptos a
buscar emprego formal na área de
panificação e também a começar
uma produção doméstica, como
forma de obter ou ampliar a renda
familiar”, explica o gerente do SE-
NAI Sul, Jurandir Hendler da Luz.
Lançado livro sobre educação Corporativa
O Serviço Social da Indústria
(SESI Bahia) esteve presente no
maior evento de gestão de pesso-
as do Norte e Nordeste: o 13º Con-
gresso da Associação Brasileira
de Recursos Humanos - seccional
Bahia (ABRH-BA), em Salvador.
Além de um estande do SESI Vi-
va+, também foi lançado o livro
Educação Corporativa em 7 Pas-
sos: Guia prático com a metodolo-
gia do SESI Bahia para programas
de educação corporativa, organi-
zado por Cléssia Lobo e Elisabete
Mercadante, respectivamente, ge-
rentes de Educação e de Educação
Continuada do SESI Bahia. A ge-
rente de SST do SESI Bahia, Maria
Fernanda Lins Faiçal, também fez
uma palestra sobre o Viva +.
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SeNai CimateC amPLia CaPaCiDaDe em SUPeRCOmPUtaçãO
Implantado em parceria com a Financiadora de Inovação e Pesquisa
(Finep), o Cimatec Ògún executará o processamento de algoritmos com-
plexos, com grande volume de dados. Com capacidade de realizar 104
trilhões de operações por segundo (TFlops), uma parte de sua arquite-
tura será utilizada pelo Sistema Nacional de Processamento de Alto De-
sempenho (Sinapad), uma rede de centros de computação implantada
pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Na solenidade de inau-
guração da máquina, o presidente da FIEB, Ricardo Alban, anunciou a
aquisição de mais dois supercomputadores em até dois anos: “Teremos
aqui o maior centro de supercomputação do Hemisfério Sul”, disse.
eSPaçO De CiêNCia OCUPOU ShOPPiNg De SaLVaDOR
O Shopping Salvador, sediou durante um mês, o Espaço SESI Ro-bótica Educacional, que ofereceu aos frequentadores do centro co-
mercial uma programação variada com experimentações em robótica,
tecnologia, artes e ciência. No dia 6 de outubro, os professores foram ho-
menageados com uma programação especial, uma oficina de youtuber.
A proposta foi compartilhar com o público algumas das experiências
desenvolvidas no ambiente das escolas da rede SESI, com uso de novos
recursos tecnológicos.
Bahia Indústria 31
eStUDaNteS DO SeSi NO PaRLameNtO JOVem 2018
Pela primeira vez, a Bahia ocupou duas das seis
presidências de comissões no Parlamento Jovem
Brasileiro. Alunas da Escola SESI Djalma Pessoa,
Tamires Queiroz, que presidiu a Comissão de Saúde
e Segurança Pública, e Jamile Lopes, que liderou a
comissão de Cultura, Cidadania, Esporte e Turismo,
estiveram em Brasília juntamente com outro colega,
Pedro Oliveira, e o professor Leandro Passos. A cada
ano, o PJB seleciona 78 estudantes de todo o país.Delegação baiana no Parlamento Jovem 2018
ieL promove Rodada de NegóciosO impacto da Indústria 4.0 na cadeia de suprimentos será discutido no
VIII Encontro de Compradores e Fornecedores, que acontece no dia 21 de
novembro, na FIEB. A programação do evento, promovido pelo IEL, conta
com uma rodada de negócios que visa promover a aproximação comercial
entre empresas do setor industrial. A Rodada de Negócios será restrita às
empresas fornecedoras selecionadas. Mais informações pelo telefone (71)
3879-1677 ou pelo e-mail [email protected].
valter pontes/CoperpHoto/sistema fieb
FieB promove capacitações para empresáriosRepresentantes de indústrias da região Norte do estado partici-
param, em outubro, do curso de capacitação de prepostos promo-
vido pela FIEB em Juazeiro. Realizado pelas gerências de Relações
Sindicais e Jurídica da FIEB, o curso foi ministrado pela advogada
Namir de Oliveira. A mesma capacitação também foi realizada em
Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras.
Nordeste Forte propõe atuação em rede
Complementar as competên-
cias de cada unidade do SENAI
do Nordeste e, com isso, ampliar
a oferta de serviços tecnológicos
para apoiar o desenvolvimento
das empresas industriais, espe-
cialmente as da região. A propos-
ta de atuação em rede foi lançada
durante a 15ª Reunião Ordinária
da Associação Nordeste Forte, no
SENAI Cimatec, em Salvador.
Pensada por gestores de re-
gionais do SENAI presentes na
Reunião, a sugestão foi acolhida
pelos presidentes das federações
de indústria do Nordeste. O plano
de trabalho da proposta será apre-
sentado na próxima reunião da As-
sociação, no dia 27 de novembro,
em Brasília. Para o presidente da
FIEB, Ricardo Alban, o trabalho
exigirá das equipes e dos gestores
“uma nova disciplina para que os
serviços ofertados por cada SENAI
sejam complementares”, disse.
» Marketing digital. As oportunidades geradas com a comunicação digital orientada por dados foram discutidas no curso Marketing digital: impacte o público desejado. Os principais conceitos foram apresentados a representantes de indústrias baianas pelo executivo e estrategista de negócios digitais, Urbano Sampaio Neto.
betto Jr. / CoperpHoto / sistema fieb
Camisas Polo Salvador obtém o selo iPtU VerdeA Camisas Polo Salvador recebeu, em outubro, o selo IPTU Verde,
concedido pela Secretaria Municipal da Cidade Sustentável (Secis) a em-
presas com boas práticas socioambientais. Isto foi possível, entre outros
fatores, devido a uma alteração da legislação que regula o tema, propos-
ta pelo Sindicato da Indústria de Vestuário da Bahia – Sindivest, com o
apoio da FIEB. O selo é visto pelo empresário Hari Hartmann como um
importante instrumento para conquista de mercado.
Destaques na OBaq • O estudante Álvaro Santos, 15,
da Escola SESI Djalma Pessoa, ganhou medalha de ouro
na XIII Olimpíada Baiana de Química (Obaq), categoria 1º
ano do ensino médio. Também receberam menção
honrosa os estudantes Eliseu Brandão da Silva, 1º ano, e
João Victor Xavier, da Escola SESI Reitor Miguel Calmon,
ambas de Salvador.
32 Bahia Indústria
Luciana Dias Couto Silva integra a Gerência Jurídica da Fieb
jurídico
Lei federal traz desburocratização
Foi publicada, em 09.10.18, a Lei
Federal nº 13.726, a qual racionaliza
atos e procedimentos administra-
tivos no âmbito federal, estadual e
municipal e institui o Selo de Des-
burocratização e Simplificação.
A referida lei busca suprimir e
simplificar formalidades e exigên-
cias desnecessárias ou superpos-
tas, cujo custo econômico e social,
tanto para o erário como para o
cidadão, seja superior ao eventual
risco de fraude.
Dentre as principais alterações,
destacamos a dispensa das seguin-
tes exigências:
•reconhecimento de firma, de-
vendo o agente administrativo,
confrontando a assinatura com
aquela constante do documento
de identidade do signatário, ou
estando este presente e assinando
o documento diante do agente, la-
vrar sua autenticidade no próprio
documento;
•autenticação de cópia de do-
cumento, cabendo ao agente admi-
nistrativo, mediante a comparação
entre o original e a cópia, atestar a
autenticidade;
•juntada de documento pessoal
do usuário, que poderá ser substitu-
ído por cópia autenticada pelo pró-
prio agente administrativo;
•apresentação de certidão de
nascimento, que poderá ser subs-
tituída por cédula de identidade,
título de eleitor, identidade expe-
dida por conselho regional de fis-
calização profissional, carteira de
trabalho, certificado de prestação
ou de isenção do serviço militar,
Por luCiana dias Couto silva passaporte ou identidade funcio-
nal expedida por órgão público;
•apresentação de título de elei-
tor, exceto para votar ou para regis-
trar candidatura;
•apresentação de autorização
com firma reconhecida para via-
gem de menor se os pais estiverem
presentes no embarque;
•apresentação de certidão ou
documento expedido por outro ór-
gão ou entidade do mesmo Poder,
ressalvadas: certidão de antece-
dentes criminais; informações so-
bre pessoa jurídica; outras expres-
samente previstas em lei.
•prova relativa a fato já compro-
vado pela apresentação de outro
documento válido.
De acordo com a Lei 13.726/18,
quando, por motivo não imputá-
vel ao solicitante, não for possí-
vel obter diretamente do órgão ou
entidade responsável documento
comprobatório de regularidade,
os fatos poderão ser comprovados
mediante declaração escrita e as-
sinada pelo cidadão, que, em caso
de declaração falsa, ficará sujeito
a sanções administrativas, civis e
penais aplicáveis.
Ademais, ressalvados os casos
que impliquem imposição de deve-
res, ônus, sanções ou restrições ao
exercício de direitos e atividades, a
comunicação entre o Poder Públi-
co e o cidadão poderá ser feita por
qualquer meio, inclusive comuni-
cação verbal, direta ou telefônica,
e correio eletrônico, devendo a cir-
cunstância ser registrada quando
necessário.
As novas regras passam a vigo-
rar a partir de 23.11.18.
taxa DiStRitOS iNDUStRiaiSFoi publicada, em 11.10.18,
a Resolução Funedic 02,
que dispõe sobre os pro-
cedimentos relativos ao
acompanhamento do pa-
gamento da taxa prevista
pela Lei nº 13.462/15, de-
vida pelas pessoas jurídi-
cas instaladas em imóvel
localizado em área sob
administração da Sudic
ou do Centro Industrial de
Subaé - CIS.
CONVaLiDaçãO De iNCeNtiVOS FiSCaiS Em 15.10.18, através do
Decreto Estadual 18.617,
foi publicada a relação
dos atos normativos não
vigentes relativos a incen-
tivos e benefícios fiscais,
nos moldes determina-
dos pelo Convênio ICMS
190/17.
A LC 160/17 permitiu
aos Estados e ao Distrito
Federal proceder à con-
validação dos incentivos
fiscais que foram conce-
didos por suas legislações
próprias sem a autoriza-
ção prévia do Confaz.
Nesse contexto, foi
publicado o Convênio
ICMS nº 190, de 15.12.17, o
qual estabeleceu, dentre
outros, que as unidades
federadas devem encami-
nhar os atos normativos
não vigentes dos bene-
fícios fiscais outorgados
por cada Estado à Secre-
taria Executiva do Con-
faz, como condicionante
para convalidação.
Bahia Indústria 33
Por riCardo alban
O Brasil é um dos países mais de-
siguais do mundo - realidade que
decorre da má distribuição da
atividade econômica entre as re-
giões, com forte concentração no
eixo sul-sudeste. O Nordeste está
nas últimas posições no ranking
do PIB per capita. Em alguns in-
dicadores de competitividade, a
situação da Bahia é ainda pior.
Nossa ferrovia está envelhecida
e o transporte de cargas caiu nos
últimos anos. O porto de Aratu é
um gargalo logístico e sua inefi-
ciência implica custos estimados
em quase US$ 100 milhões ao ano.
Perdemos para portos dos estados
vizinhos, como Pecém (CE), Suape
(PE) e Itaqui (MA).
Nesse quadro, diante da falta
de uma política de desenvolvimen-
to regional, o uso de mecanismos
tributários e fiscais é uma alterna-
tiva. Na sua ausência a desigualda-
de econômica entre os estados será
ampliada. Importante ressaltar
que esse movimento na Bahia já
se mostrou exitoso, a exemplo das
indústrias calçadista e de transfor-
mação plástica e borracha.
Os benefícios oferecidos às em-
presas calçadistas criaram um no-
vo paradigma no estado. Em 1996,
esse segmento empregava 1,4 mil
trabalhadores e hoje, mesmo com
toda a crise, emprega mais de 28
Ricardo albanPresidente da Federação das indústrias do estado da bahia
a importância da política de incentivos fiscais para a Bahia
mil trabalhadores. A geração de
salários, que em 1996 era de R$ 17
milhões (em valores de 2016), ago-
ra passa de R$ 400 milhões (2016).
No caso do segmento de trans-
formação plástica e borracha, os
incentivos começaram em 1998 e
mantêm-se até hoje. Aqui também
temos um programa amplamen-
te exitoso: em 1997, havia cerca
de 4,2 mil empregados no setor,
com geração de R$ 115 milhões em
massa salarial. Atualmente, temos
mais de 16 mil trabalhadores, gerando uma massa salarial de R$ 660
milhões. Inúmeros outros exemplos bem-sucedidos podem ser dados
de atração de indústrias para a Bahia por meio de incentivos fiscais.
Cumpre registrar que, particularmente para as pequenas e médias
indústrias, esses incentivos podem significar a sobrevivência e o único
modo de concorrer em um mercado competitivo. E a competição ocorre
inclusive entre os estados da própria região Nordeste. O risco de perda
de competitividade pode provocar a saída de indústrias e dificultar a
atração de novos empreendimentos para esses estados.
Assim, é preciso aproveitar o espaço ocasionado pela Lei Comple-
mentar 160/2017 - Lei de Convalidação dos Incentivos Fiscais. Trata-se
de um instrumento essencial à manutenção dos atuais empregos e à
geração de novos.
Temos até final de 2032 para usufruir desse instrumento. Precisa-
mos renovar incentivos e também copiar benefícios de estados vizi-
nhos, adotando as condições mais vantajosas. Sejamos proativos, em
conjunto com o Governo da Bahia, na garantia de preservação das nos-
sas indústrias.
ideiaS
“particularmente para as pequenas e médias indústrias, esses incentivos podem significar a sobrevivência e o único modo de concorrer em um mercado competitivo”
leitura&entretenimento
livros música
múSica
Os dois poderesO poder, antes associado a delibe-
ração autoritária, hoje ganha outros
contornos. No atual cenário dos ci-
bermeios e hiperconectividade, todos
podem ser produtores de informação.
Nada passa despercebido. Todo conte-
údo na rede tem escala de alcance glo-
bal e mutável. Nessa nova forma de ser
e existir, os autores Jeremy Heimans e
Henry Timms perceberam que o “pú-
blico” e o “privado”, antes separados,
hoje se aproximam. O resultado disso
é um confronto entre o “Antigo Poder”,
autoritário e verticalizado, e o “Novo
Poder”, horizontal e participativo.
» O Novo Poder – Como Disseminar ideias, engajar pessoas e estar sempre um passo à frente em um mundo hiperconectado, Jeremy Heimans e Henry TimmsEditora: Intrínseca, 336 p.Livro R$ 44,90 E-book 29,90
34 Bahia Indústria
DivUlGação
livroS
Diversão em cena com a Batalha do improvisoDois times de atores se enfrentam no palco em uma competição de jogos de impro-
viso. Esta é a proposta da Batalha de Improvisação Teatral – BIT, que fica em cartaz
no Teatro SESI Rio Vermelho, todas as quartas-feiras do mês de novembro, sempre
às 20h. Com jogos, cenas e músicas improvisadas a partir das sugestões do público,
as duas equipes criam cenas breves e impactantes, disputando os risos e os votos da
plateia, pois é o público que decide, ao final do espetáculo, o time mais criativo da
noite. A Cia de Teatro Improviso Salvador traz para capital baiana a técnica que foi
criada no Canadá e já é sucesso na Europa e América Latina.
não perca Batalha de improvisação teatral – Bit, às quartas, 20h. R$ 30 e R$ 15 (meia). » teatro SeSi Rio Vermelho, Rua Borges dos Reis, nº 9, Tel: 71 3616-7064tratando do agora
21 lições para o século 21 é o enredo
que faltava para compor a linha dis-
cursiva das últimas obras de Yuval
Noah Harari, professor na Universi-
dade Hebraica de Jerusalém e ph.D.
em história, na Oxford. Em Sapiens:
História Breve da Humanidade (2013),
o autor trata de nossas origens, já em
Homo Deus: História Breve do Ama-
nhã (2017), o assunto é o futuro e as
tecnologias. Agora, Harari volta-se ao
presente. O que será de nós em meio
a endemias, terrorismos e fake news?
» 21 Lições para o século 21, Yuval Noah HarariEditora: Companhia das Letras, 432 p. Livro R$ 54,90 E-book 29,90
DivUlGação
Do clássico ao popularOs amantes da música instrumental têm
a oportunidade de conferir o show de um dos
principais nomes deste estilo na Bahia. O vio-
lonista Mario Ulloa se apresenta no Teatro SE-
SI Rio Vermelho acompanhado do grupo DNA
Urbano, com repertório que alia o popular ao
clássico. Os encontros semanais serão dividi-
dos em duas partes: primeiro, dentro do teatro,
com perspectiva mais intimista; em seguida,
na Varanda do SESI, que contará com a pre-
sença de aristas convidados. Natural da Costa
Rica e radicado na Bahia há 28 anos, Ulloa já
fez trabalhos com Armandinho Macêdo, Daniel
Guedes, Xangai, Andrea Daltro, Divina Valéria
e Duo Robatto.
não Perca mario Ulloa, 20 a 27 de novembro, terças-feiras, 20h (teatro) e 21h (varanda). R$ 20 e R$10 (meia). » teatro SeSi Rio Vermelho, Rua Borges dos Reis, nº 9, Tel: 71 3616-7064
teatro
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