C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
AF_pagina de rosto.pdf 1 9/8/11 11:44 AM
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Lidório,Ronaldo Introduçãoàantropologiamissionária/ RonaldoLidório.–SãoPaulo:VidaNova,2011.
ISBN978-85-275-0478-2
1.Antropologia2.Antropologiasocial 3.Evangelização4.Missiologia5.Missões I.Título
11-09525 CDD-266
Índicesparacatálogosistemático:1.Antropologiamissionária:Cristianismo266
Copyright©2011EdiçõesVidaNova
1.ªedição:2011
PublicadonoBrasilcomadevidaautorizaçãoecomtodososdireitosreservadosporSOCIEDADERELIGIOSAEDIÇÕESVIDANOVA,CaixaPostal21266,SãoPaulo,SP,04602-970www.vidanova.com.br|e-mail:[email protected]
Proibidaareproduçãoporquaisquermeios(mecânicos,eletrônicos,xerográficos,fotográficos,gravação,estocagemembancodedados,etc.),anãoseremcitaçõesbrevescomindicaçãodefonte.
ISBN978-85-275-0478-2ImpressonoBrasil/Printed in Brazil
SUPERVISÃOEDITORIALMarisaK.A.deSiqueiraLopes
REVISÃOJudsonCanto
COORDENAÇÃODEPRODUÇÃOSérgioSiqueiraMoura
REVISÃODEPROVASMauroNogueira
DIAGRAMAÇÃOKellyChristineMaynarte
CAPASoutoCrescimentodeMarca
Todasascitaçõesbíblicas,salvoindicaçãocontrária,foramextraídasdaversãoAlmeidaSéculo21,publicadanoBrasilcomtodososdireitosreservadospelaSociedadeReligiosaEdiçõesVidaNova.
AosprofessoresBárbaraBurns,FrancesPopovich,IsabelMurphy,PaulFrestoneRinaldodeMattos,
osquais,dentreoutraspreciosasiniciativas,semearamointeresseporAntropologiaeSociologiaaplicadasàs
açõesmissionáriasnoBrasil.
SUMÁRIO
Agradecimentos.................................................................... 009Prefácio ......................................................................... 011Introdução ......................................................................... 015
Capítulo1Antropologiaaplicadaàsaçõesmissionárias......................... 017
Capítulo2ContribuiçãomissionáriaparaaAntropologia..................... 021
Capítulo3Antropólogosversus missionários......................................... 025
Capítulo4Missionários-antropólogos................................................... 029
Capítulo5InfluênciasteóricasnaAntropologiaMissionária................. 033
Capítulo6Intervençãoemudança......................................................... 037
Capítulo7Evangelizaçãooucatequese.................................................. 043
Capítulo8DemandasdaAntropologiaMissionáriahoje....................... 047
Capítulo9Antropologiaecomunicaçãomissionária.............................. 051
8 | INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA MISSIONÁRIA
Capítulo10Antropologia—breveconceituação..................................... 061
Capítulo11Observaçãocultural—padrõesético,êmicoeêmico-teológico.................................................................... 069
Capítulo12Introduçãoàanálisesociocultural......................................... 077
Capítulo13Compreendendoamagia...................................................... 089
Capítulo14Compreendendoosmitos..................................................... 103
Capítulo15Compreendendoosritos....................................................... 109
Capítulo16Compreendendoototemismo.............................................. 115
Capítulo17Evangelizaçãocontextualizada.............................................. 123
Últimasconsiderações........................................................... 137
Apêndice1—ManifestodoDAI/AMTB—2009............. 139
Apêndice2—DeclaraçãodeManaus.................................. 157
Apêndice3—Sociedadeurbana:brevepesquisa
sociocultural.................................................. 159
Apêndice4—Estudosdecaso............................................. 171
Apêndice5—Questionáriodirecionador............................ 179
Bibliografia ......................................................................... 205
AGRADECIMENTOS
A todos os missionários e antropólogos que contribuíram comboas conversas, discussões e sugestões para que este texto se
tornassepossíveleviável.Deformaespecial,aCácioSilva,FlávioVeras,HeloísaMenzen
eMarceloCarvalho,quebondosamenterevisaramotextoepartici-paramdeformarelevanteparasuafinalização.
Sobretudo, aDeus, cujo amor é insondável e indescritível,porémpercebidopornósemnossacultura.
PREFÁCIO
Há alguns anos tenho sentido necessidade de textos e capaci-tações que tomem como base a Antropologia Missionária.
QuandoRossanaeeuchegamosemGanaparatrabalharcomopovoKonkomba-Bimonkpeln, em 1993, logo sentimos falta de maiorconhecimentoantropológicoquepudessecolaborarcomosdesafiosdepositadosemnossasmãos,sobretudoosmaisobjetivos:compreen-dermosacosmovisãolocal,nosinserirmosemmeioaopovo,comu-nicarmosoEvangelhodeCristoecolaborarmoscomalgumasgravescarênciassociais.
ApósalgunsanosdeministérionaÁfricaealgunscursosemAntropologiaCulturalelaboramos,em1996,umroteiro de pesquisa sociocultural quelogodeuorigemaumacapacitaçãoquejáfoiminis-tradapresencialmenteamaisde1.000missionáriosnaÁfrica,ÁsiaeAméricadoSul.
RetornamosaoBrasil em2001paranosenvolvermoscomomovimento indígenaamazônicoenotamosumcrescente interessepeloroteiro de pesquisa sociocultural, oquedemonstravaumadaspro-fundasnecessidadesquetemos,nomeiomissionário,deconciliaraAntropologiacomasatividadesdocampo.Emoutraspalavras,esseinteressedemonstravaanecessidadequetínhamosdeumaAntro-pologiaMissionáriaquefossedirecionadoraeaplicável.Em2010,portanto,surgiuodesejodeescreverumaintroduçãosobreotema.
Com isso emmente, escrevi estaobraprocurando introduzira Antropologia Missionária por meio de uma abordagem históri-caeconceitual.Dentrodaabordagem históricaveremosaimportantecontribuiçãodaAntropologiaaomovimentomissionárioevice-versa.Meuinteressenessaexposiçãoédestacaressarelaçãodereciprocidade
12 | INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA MISSIONÁRIA
eencorajaraaproximaçãoentreAntropologiaemissão.Tambémde-sejoesclareceralgunsequívocosdeantropólogosemrelaçãoàaçãomissionáriaedemissionáriosemrelaçãoàAntropologia.
EntendoqueotripéparaumbompreparomissionáriodevaserfundamentadonaMissiologia (com todoo embasamentobíblico-teológiconecessário),naLinguística(comespecialdestaqueparaaaquisiçãodelínguas)enaAntropologia(aplicadaaocampomissio-nário).Dessestrês“pés”éperceptívelqueomaisfraco,levandoemconsideraçãoacargahoráriaeaênfasenoscursospreparatóriosparamissionários, é a Antropologia. E não apenas no Brasil, mas nomundode formageral. Por outro lado, é também perceptível quemaisdametadedasquestõesligadasaocampomissionáriogiramemtornodeassuntossocioculturais,comodificuldadedecompreenderacosmovisãolocal,precáriainterpretaçãodefatossociais(cerimônias,mitos,organizaçãosocialeoutros)e,principalmente,dificuldadedecomunicaroEvangelhodeformainteligível,relevanteeaplicávelemumcontextointercultural.
Dentrodaabordagem conceitualpretendoapresentaralgumasdasprincipais teorias antropológicas, bem como métodos e roteiros depesquisaparaocampomissionário,sejaemcontextourbano,ruralouetnicamenteespecífico.DareiênfaseàrelaçãodaAntropologiacomacomunicaçãomissionáriaeintroduzireiumdosassuntospolêmicosnaatuaçãomissionáriatranscultural: intervençãoemudançaou,emoutraspalavras,aconversãoàfécristãcomofatordetransformaçãocultural.Atítulodidático,fareiumacomparaçãoentreevangelizaçãoecatequeseeabordareibrevemente, emcapítulos separados,quatrotemasimportantesdaAntropologia:magia,mitos,ritosetotemismo.
Creioquevivemosdoisextremosnocenáriomissionáriomun-dialemrelaçãoaosvaloresquenorteiamasações.Emumdosextre-mos,colhemosalguns frutosamargosdo liberalismoteológicoemdecorrência do enfraquecimento da centralidade bíblica em seusmovimentos.Nesse cenário as açõesmissionárias têm se reduzidopuramenteaaçõessociais,enadamais.Nooutroextremoencon-tramosumfundamentalismoextremado,marcadopela intencionalinsensibilidade cultural na apresentação do Evangelho de Cristo.
| 13PREFÁCIO
Dessa forma, muitas iniciativas missionárias, despreocupadas comaculturareceptora,apregoamtemplosdecimentoparaculturasdebarro,pianosdecaudaparapovosdostambores,ternoegravataparapovosquevestemtúnicaeturbante,sermõeslinearesparapensado-rescíclicosesapatosengraxadosparapésdescalços.Tãoocupadosestãoemexportarospróprioscostumesqueseesquecemdeapresen-tarJesus,oDeusencarnado,aluzdomundo,oMessiasprometidoparatodosospovos,emsualínguaecultura.
Ambososextremossãopreocupantesedesembocamnomesmoproblema: a inadequação na forma de comunicar o Evangelho. Éprecisoquesejamosbíblicosemnossosvalores,confessionaisemnossaevangelizaçãoesensíveis culturalmenteemtodarelaçãohumana.
Lembro-me quando, ainda no Seminário Presbiteriano doNorte, no Recife, tivemos uma habilitação em missiologia com apresençadaDra.FrancesPopovich, em1990.Elaministraria ummódulo sobre Fenomenologia da Religião. Perante o emaranhadodeconceitoseideias,umdosalunosperguntouarelevânciadetantoestudo,aoqueelarespondeu:“Deususatudooqueaprendemos”.
MeusincerodesejoéqueoSenhorusetudooqueaprendemos,tambémnaAntropologiaMissionária,paraasuaglória.
RonaldoLidórioManaus,2011
INTRODUÇÃO
A ciência da antropologia social deve ser reconhecida como disciplina essencial no treinamento missionário.
Edwin Smith,1924.
Observarecompreenderasociedadehumanasãoosmaioresdesa-fiosdaquelequeestudaooutroporcuriosidade,produçãocien-
tífica ou finalidade missionária. A complexidade do homem e desuasociedadeequipara-seaumnoveloformadopormilhõesdefiosqueseentrelaçam.Estudá-la,portanto,étentarcompreenderessasconexõesesignificados.
Meuobjetivonestetextoéexporaaplicaçãoespecíficadoco-nhecimentoantropológicoaocontextodemissões,ouseja,asuaapli-caçãoemprocessosqueenvolvamoencontrodeculturasnoambientemissionário.AissodareionomedeAntropologiaMissionária.
Por Antropologia Missionária, não me refiro à Antropo-logia produzida por um segmento religioso ou à AntropologiaMissional,direcionadapelos valores teológicosdamissão, e simaoestudoderivadodoprocessodeutilizaçãodoselementosantro-pológicosaplicadosaoambientedeinterculturalidadeenvolvendoaçõesmissionárias.
DesejotambémdiscutiralgunsassuntosapartirdarelaçãodaAntropologiacomaMissiologia(edarelaçãoentreantropólogosemissionários),comomútuascontribuições,distinções,preconceitosepossibilidades.
Porfim,pretendoestudaraAntropologiaesuacontribuiçãoparaa evangelização,umavezque tantoaAntropologiaquantoa evan-gelizaçãonos conduzemauma comunicação inteligível e aplicável.
16 | INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA MISSIONÁRIA
PretendoestudartambémalgunsvaloresdaevangelizaçãoquenosservemdelentesenospermitemvermaisdepertoaAntropologiaeseusinstrumentosdecompreensãohumana.
capítulo1
ANTROPOLOGIA APLICADA ÀS AÇÕES MISSIONÁRIAS
O estudoeousodaAntropologianasaçõesmissionáriastive-raminícioemmeadosdoséculoxix,porémreceberamfor-
teimpulsocomapublicaçãodoartigodeMalinowski,intitulado“PracticalAnthropology”[Antropologiaprática],em1929.Ironi-camente,elemesmoseopunhaàatuaçãomissionária,comalgumasexceções. Um dos pioneiros no incentivo do uso da Antropolo-gia nas ações missionárias foi Edwin Smith (1876-1957). Filhode missionários e nascido na África do Sul, ele também serviucomomissionário,de1902a1915,entreopovoBaila-Batonga,naZâmbia.Emboraseconsiderasseapenasumantropólogoamador,sua contribuição para os movimentos missionários foi marcantenessa área, bemcomoo reconhecimentoqueobteveda comuni-dadeantropológicainternacionaldaépoca.SmithfoimembrodoRoyalAnthropological InstituteofGreatBritain [Real InstitutoAntropológicodaGrã-Bretanha]de1909atésuamorte,atuandoalgunsanoscomoseupresidente.
NosEstadosUnidosdaAmérica,apublicaçãodoperiódicocomo mesmo título, Practical Anthropology [Antropologia Prática], em1953, serviuàcomunidademissionáriaevangélicapela iniciativadeRobertTaylor,doWheatonCollege.Essapublicaçãogerouumcres-centeinteressepelousodaAntropologianotreinamentomissionário,
Top Related