ANÁLISE URBANA
MORFOGÉNESE
Abordagens/autores
Os Neo-Racionalistas
• Grupo Tendenza
• Nasce nos anos 50 em torno a Casabella e ao seu editor Ernesto Rogers: “Le preesistenze ambientali”.
• Critica ao moderno
• Aldo Rossi, Carlo Aymonino, Vittorio Gregotti, Manfredo Tafuri, Ignazio Gardella
Torre Velasca – MilãoBpr – anos 1950
Edifício alle Zattere – Veneza – 1954/58Ignazio Gardella
A questão do “tipo”
• Quatremère de Quincy – Dictionnaire historique
d’architecture – 1832 (1788/1825)
• “A palavra tipo não apresenta tanto a imagem de uma coisa para ser copiada ou imitada perfeitamente, quanto a ideia de um elemento que deve ele mesmo servir de regra ao modelo. (…) O modelo, entendido como a execução prática da arte, é um objeto que se deve repetir tal e qual; o tipo é, ao contrário, um objeto, segundo o qual cada um pode conceber as suas obras, que não são identicas entre si.”
A arquitetura projetada tipologicamente
• J. N. L. Durand – Précis des Leçons d’architecture – 1795/1830.
• Uma progressiva construção cientifica da disciplina arquitetônica, a partir da observação concreta da “totalidade” dos objetos arquitetônicos, analisados e classificados tipologicamente.
Rossi e a arquitetura da cidade
• Estudo da cidade = estudo da lingua (Saussure, Cours de linguistique generale, 1922).
• A cidade como estrutura espacial (a cidade constituída por arquitetura).
• A relação da forma da cidade com a tipologia das edificações.
• O principio de permanência no tempo da cidade.
• A morfologia explicando os fenomenos urbanos.
• Fato urbano = obra de arte coletiva.
ROSSI – BERLIM – IBA
Aymonino e o significado da cidade
• Identificar o ambito fisico no qual resulta possível tanto uma análise morfologica do conjunto como uma classificação tipológica dos elementos, que estabeleça as relações existentes entre eles.
• Investiga a contribuição dos funcionalistas a conceito de tipologia a partir dos estudos sobre a habitação minima dos CIAMs.
Tipologia como projeto
• Saverio Muratori e os estudos para uma “operativa história urbana”.
• Gian Franco Cannigia e a “leitura da edilicia de base”.
• Analise das estruturas urbanas.
• Tipo edilicio como sintese a priori
• Tecido, percurso, estrutura orográfica.
• A leitura e analise dos centros históricos.
Cidade de Como:
Planta cadastral de 1858 .
Distingue-se claramente o
campo romano sobre o qual
surgiu o centro da cidade.
ESQUEMA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DOS TECIDOS ESPONTÂNEOS
1a fase: edificação sobre o percurso matriz
3a fase: edificação sobre percursos de conexão e n t r e p e r c u r s o s d e i mplantação ed i l í c ia
4a fase: edificação sobre percurso de reestruturação
5a fase: caso particular – interseção de 2 percursos pré-existentes edificados em dois tempos sucessivos
2a fase: edificação sobre o percursos de implantação edilícia
6a fase: caso particular –bifurcação de um percurso matriz com prevalência na edificação em uma das direções
À direita: Roma ,
bifurcação entre a via del
Pellegrino e a via dei
Cappellari (6a fase)
À direita: Roma , tecido espontâneo entre via della
Lungara ( planejada) e o Tibre. O percurso superior (
via Benedetta) e o inferior ( via della Lungara) são
edificados como percursos matrizes , enquanto os
percursos transversais são legíveis como percursos
de implantação edilícia.
Percursos X Obstáculos : os percursos não-retilíneos
� um percurso pressupõe duas exigências : brevidade e retilinidade , portanto , se o mesmo se
apresenta “ torto” devemos pesquisar a razão ;
� é comum associarmos a sinuosidade e a largura estreita das vias medievais à tentativa de
proteção contra o vento e o sol , ou ainda por razões defensivas , porém , um estudo mais
apurado demonstrará o engano de tais afirmações e revelará as verdadeiras razões de tais
características ;
� como demonstraremos no presente estudo , salvo os casos em que o percurso acompanha a
topografia do terreno , a falta de retilinidade de um percurso se deve á presença de obstáculos
ao seu desenvolvimento óbvio ;
� uma das formas de um percurso superar um obstáculo é o adotar um desenvolvimento
curvilíneo : percurso curvilíneo ;
� nestes casos , a posição do obstáculo é marcada por uma espécie de flecha , ou uma leve
descontinuidade ;
� entretanto , a identificação de um obstáculo não pressupõe obrigatoriamente uma pré-existência
de tecido antigo , ex : as torres medievais e sua posição angular em relação a uma estrada ou; o
crescimento progressivo de uma igreja .
PERCURSOS CURVILÍNEOS E DIAGONAIS
Esquerda: percurso curvilíneo convexo.
Centro : percurso curvilíneo convexo com uma passagem axial.
Direita : percurso côncavo à hipérbole associado a um percurso convexo .
PERCURSOS CURVILÍNEOS E DIAGONAIS
Roma Roma
Roma:
Esquerda : Teatro de Marcelo circa 1880. Direita : a mesma edificação nos dias atuais.
TECIDOS MEDIEVAIS SOBREPOSTOS A EDIFÍCIOS ESPECIAIS ANTIGOS
Roma
EDIFICAÇÕES MEDIEVAIS REUTILIZANDO ESTRUTURAS DE EDIFÍCIOS ESPECIAIS
Como
Florença
CONFRONTO ENTRE TIPOLOGIAS EDILÍCIAS DE DERIVAÇÃO MEDIEVAL – CASAS EM FILEIRA E CASAS - PÁTIO
COMPARAÇÃO ENTRE TIPOLOGIAS EIDLÍCIAS DE DERIVAÇÃO MEDIEVAL : CASAS EM FILEIRA E CASAS-PÁTIO
As tipologias residenciais antigas
� as edificações antigas só permaneceram quando foram reutilizadas ;
� as cidades antigas , em especial as romanas na nossa área de interesse , apresentam duas
classes de tipos residenciais diferentes : domus e insulae ;
� Domus : o tipo mais antigo , monofamiliar e generalizado , principalmente na região mediterrânea ,
apresenta como característica básica ser constituído por um recinto com somente um vão aberto
para o exterior , ao redor do qual se desenvolvem os demais ambientes da habitação , deixando no
interior , um espaço livre para aeração e iluminação ( átrio com ou sem peristilo) , podem ter um ou
dois pavimentos ;
� como não necessita de aberturas na fachada voltada para a via , o tipo domus apresenta
freqüentemente tabernas independentes da casa ;
� Insulae : atesta um maior adensamento da cidade , surgindo quando o tipo domus deixa de
atender às crescentes necessidades habitacionais , é caracterizado por apresentar apartamentos
de um só ambiente , simetricamente dispostos em relação a uma parede comum , necessitam de
aberturas externas de ambos os lados e cercado por loggias para acesso às habitações individuais
.
TIPOLOGIA EDILÍCIA DA FORMA URBIS SEVERIANA
As tipologias residenciais medievais
� os tecidos urbanos medievais nas cidades italianas e centro-européias , apresentam na sua
maioria habitações dispostas em fileiras (tipo a schiera) e agregados de acordo com as fases
anteriormente analisadas ;
� Características do tipo em fileira : padronização das medidas da área de pertencimento ,
paredes laterais comuns , implantação à margem de um percurso , utilizando esta fachada e a
voltada para a área interna para abertura de vãos ;
� esse tipo tende a formar tecidos seriais que em função do crescimento do assentamento irá
desenvolver percursos conectados ao percurso matriz , organizando-se de forma linear e
deixando espaços vazios interpostos aos lotes edificados ;
� em muitas cidades , o tipo em fileira é o único protagonista do tecido medieval ;
� em outras , o tecido em fileiras é limitado a poucos percursos comerciais , enquanto o grosso
do assentamento é formado de tipos diversos , semelhantes ao domus ( batizado de casa-pátio
na versão medieval ) e a insulae ;
� o tipo insulae ocorre também em residências medievais mas com características próprias :
dimensões diferentes , não apresenta fachada dupla mas sim três dos quatro muros limítrofes em
comum com as casas vizinhas e substituição da área de pertencimento individual por uma
passagem / pátio coletiva de medidas mais amplas (encontrado em Barbano e Blera no Lácio ,
em Pescocostanzo em Abruzzo ) ;
� pode-se concluir que o tipo em fileira é o mais autenticamente medieval e que nas áreas
que sofreram menos traumas ou seja , que passaram da Idade Antiga para a Medieval
através de transformações graduais , conservaram e desenvolveram autonomamente o
patrimônio herdado .
� mesmo que porções do assentamento tenham conservado o uso e o loteamento antigos , nem
todas as casas-pátio são derivadas de domus pré-existentes , pois este tipo se conservou como
costume edilício ainda executado principalmente na campanha ;
LEITURA DE UM PARCELAMENTO PRÉ-EXISTENTE A UM TECIDO URBANO
FlorençaSan Remo
LEITURA DE UM PARCELAMENTO PRÉ-EXISTENTE A UM TECIDO URBANO
Mapas de Florença
• Rob Krier e o espaço da cidade (1975): estudos na Universidade de Stuttgart sobre morfologias urbanas tradicionais
• Ruas e praças são elementos primários e as peças na composição do jogo urbano
• Identificação por tipos e as variedades assumidas por eles.
• Valorização do urbanismo formal anterior ao moderno.
• Leon Krier e os Archives d’Architecture Moderne.
• A recusa da sociedade industrial.
Os irmãos Krier
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