8/18/2019 José Ribamar Bessa Freire, Mulheres e Indios, A Nova Independência
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MULHERES E ÍNDIOS: A NOVA INDEPENDÊNCIA (SEGUIDO DE VERSIÓN ENESPAÑOL)
José Ribamar Bessa Freire12/07/2015 - Diário do Amazonas
"Ay lunita tucumana / tamborcito calchaquí /compañera de los gauchos / por las sendas del Tafi".
(Atahualpa Yupanqui - zamba)
(De Tucumán) A
Argentina comemora o
bicentenário de sua
independência em julhodo próximo ano, mas os
preparativos já
começaram. O
Ministério da Cultura
organizou o Foro
Nacional eLatinoamericano da
Nova Independência, que nos últimos meses percorreu 17 cidades, realizando
debates entre pesquisadores, intelectuais, gestores culturais e militantes da
América e Europa. O ciclo foi encerrado nesta semana em San Miguel de
Tucumán, com mais de 40 palestrantes. Um deles era eu, discutindo as línguas
indígenas e a luta para preservá-las.
Não poderia haver lugar mais emblemático para esse encontro do que Tucumán,
toda arborizada com laranjeiras, micropoemas estampados em seus muros e
lembranças de Mercedes Sosa, "La Negra", que ali nasceu justamente num 9 de
julho. Lá, em 9 de julho de 1816, foi onde assinaram a Ata da Declaração da
Independência e, por isso, a cidade foi escolhida para sediar o último evento do
Foro com participantes de doze países que discutiram, entre outros temas, história
política, cultura, arte, cinema, música, direitos humanos e lutas populares.
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As lutas femininas
Foram mulheres as que despertaram o maior entusiasmo do público do Teatro San
Martin, sede do evento, sempre lotado. Três conhecidas cantoras estiveram
presentes: uma delas, Teresa Parodi, atual ministra da Cultura da Argentina,discursou na clausura citando Atahualpa Yupanqui: “Somos terra que anda,
paisagem em movimento. Nossos saberes tem raízes muito antigas e profundas,
decidimos escolher os espelhos nos quais nos miramos".
Num desses espelhos se olhou Susana Baca, ex-ministra da cultura do Peru, que
se viu como "uma mulher negra que vive em um continente racista, onde há fome,
mortes evitáveis, desemprego, povos despojados de suas terras e de suas línguas
ameaçadas de extinção". A venezuelana Cecília Todd num show com Juan
Quintero, cantou e encantou depois de participar de uma conversa com Miguel
Ángel Estrella, pianista de renome internacional, e com o jornalista Victor Hugo
Morales. Além disso, a programação incluiu duas mesas formadas apenas por
mulheres.
Da primeira - Con mujeres tendrá que pelear - participaram Hebe de Bonafini,
presidente da Associação Mães da Praça de Maio; Milagro Sala, militante nas
zonas marginalizadas e deputada provincial de Jujuy e Máxima Apaza, senadora
boliviana, fundadora da Federação de Mulheres de El Alto. Com o verbo
inflamado, as três tocaram fogo no auditório, num debate que teve como
moderadora a escritora Marta Dillon.
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Máxima Apaza, que
liderou um movimento de
alfabetização das
mulheres, falou sobre as políticas de gênero do
governo Evo Morales e
seu caráter
descolonizador.
“Quando colocamos em
prática, dentro de casa, adescolonização, homens
e mulheres assumem
funções e tarefas
domésticas”. Condenou a discriminação e a violência de gênero, advogou a
igualdade de condições e informou que no atual Estado plurinacional da Bolívia,
a metade do parlamento está integrado por mulheres, como evidência de seucrescente papel na vida pública.
- Aqueles que hoje pintam seus cabelos brancos se lembrarão quando o
presidente Menen dizia que tínhamos que ser os melhores alunos do FMI” – disse
Milagro Sala, que narrou suas lutas e seu encontro com o presidente Nestor
Kirchner, de quem recebeu apoio para formar uma cooperativa em Jujuy para que
os próprios moradores construíssem suas casas, além de centros assistenciais e
educativos. “Os homens ensinaram os ofícios da construção civil às mulheres.
Sou descendente de índios e meus avós me ensinaram que homem e mulher têm
que caminhar juntos”.
- “O povo abraça, as mães da praça" - gritava o público quando anunciaram a
fala de Hebe de Bonafini, para quem não foi inútil o sangue derramado pelos
militantes presos, sequestrados e assassinados. Hebe, que vai completar agora 87
anos, discorreu sobre a memória histórica daqueles que lutaram pela liberdade do
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continente e foram torturados. Um deles, o maestro Miguel Ángel Estrella, depois
completaria: “O que a gente vive com a tortura é aberrante, pedi a Deus que se
me deixasse com vida, iria fazer música contra a tortura, assim nasceu a “Música
pela Esperança”.
Cinema de mulheres
A segunda mesa de mulheres moderada pela cubana Maria Tovar contou com
cineastas de três países que discutiram "Cultura e Gênero", sem a presença de
Lucia Murat (Brasil) que não pode comparecer. Daniela Seggiaro (Argentina),
autora de documentários antropológicos, mostrou cenas do seu filme premiado no
Festival de Nantes, na França, "A Beleza", com a história de uma índia Wichi quetrabalha como empregada doméstica numa casa em Salta. Filha de uma
antropóloga, Daniela diz que "é preciso entender outras narrativas, linguagens e
formas de pensamento para encontrar a independência e a beleza".
Tania Hermida (Equador), que estudou
em Londres, relatou sua trajetória e os
conflitos de identidade relacionados àslínguas faladas na América e mostrou
cenas dos seus filmes premiados
internacionalmente: "Qué tan lejos
(2006) e "En nombre de la hija" (2011). "Com o tempo aprendi que a identidade
se constrói, ninguém nasce, a gente se faz. É preciso batalhar pelas palavras e
pelos nomes" - disse.
Já Catalina Alarcón (Chile) questionou o conceito de “cinema de mulheres”,
argumentando que “o cinema não têm gênero, é simplesmente cinema”. Para ela,
“o documentário se articula como uma arma que retrata situações que a
sociedade não quer ver, retratar para revelar, revelar para reivindicar.
Apresentou cenas do curta-metragem "Miss Princesita" - imagens de um concurso
de miss de meninas de 1 a 8 anos - com um olhar crítico sobre o papel feminino e
masculino como construção social que coloniza a vida das crianças de ambos os
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sexos desde a primeira infância. Ela fez também um documentário sobre um
memorial que seu avô construiu por conta própria para recordar sete jovens
assassinados perto de sua casa na ditadura Pinochet, desaparecidos e nunca
identificados.
Os índios e a pátria grande
Todo esse debate foi antecedido pela mesa de abertura - "De Tupac Katari a Evo
Morales" - da qual participei, moderada pelo escritor argentino Guillermo David,
amigo dos índios Baré do Rio Negro (AM), com quem teve uma breve, mas
intensa convivência. Falaram os índios da Argentina e Bolívia - Juan Chico,
Daniel Huircapan, Eduardo Nieva e Jiovanni Samanamud. O fato da Ata da Declaração da Independência ter sido escrita em espanhol,
traduzida ao quechua e ao aymará, abriu espaço para uma reflexão sobre as línguas
indígenas e seu papel na construção das identidades nacionais:
- Não é possível falar da emancipação da pátria grande sem falar da história
indígena e das línguas faladas aqui, não se pode entender as lutas pela
independência deixando de fora os índios- disse Juan Chico, do povo Qom, daregião do Chaco.
O cacique da comunidade
Gunun a Kuna, Daniel
Huircapan, explicou que em
maio de 1810 os dirigentes
independentistas se reuniram
com caciques com a ideia de
ter índios na formação dos
novos governos, mas logo
depois houve ação deliberada
para "invisibilizar a participação indígena nas lutas pela independência, inclusive
contra as invasões inglesas. A partir daí, consideraram os índios como obstáculos
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para a formação da nação Argentina" . Ele destacou o fato de Perón ter sangue
tehuelche.
O cacique da comunidade Diaguita, Eduardo Nieva, que é advogado, criticou a
visão do poder judiciário sempre temeroso do pluralismo jurídico e revindicou políticas que atendam à diversidade cultural. Aymara da Bolívia, Jiovanny
Samanamud, vice ministro da Educação Superior, defendeu os projetos políticos
“ por fora dos universalismos europeus” e reivindicou “recuperar a dimensão
espiritual da vida”. Na minha intervenção, discuti o papel da língua como espaço
da luta emancipadora.
Outras mesas discutiram temas relevantes com a participação de reconhecidosintelectuais da América como Galo Mora (Equador), John Berveley (USA), Juan
C. Monedero (Espanha), Luis Vignolo (Uruguai), Hugo Mercado (Bolivia),
Manelo Gonzalez (Cuba) e os argentinos Dardo Scavino, Enrique Dussel,
Roberto Follari, José Pablo Feinmann, Horacio Gonzalez, diretor da Biblioteca
Nacional, Yolanda Orquera, Diego Tatian, Eduardo Jozami, Roberto Caballero e
alguns outros que podem ser encontrados no site do Foro. No final, o organizador e idealizado do evento, Ricardo Forster, Secretário de
Coordenação Estratégica do Pensamento Nacional, destacou a importância da
temática indígena nas comemorações do bicentenário da Independência da
Argentina. A luta pelos direitos da mulher e dos índios faz parte da nova
independência e da elaboração de um pensamento nacional e latinoamericano.
Duas questões que repercutiram nos debates: o momento político da Grécia, quedá a dimensão do enfrentamento dos pequenos contra o poder econômico, Davicontra Golias, e a visita do papa que condenou o velho e o novo colonialismo e
pediu perdão pelos crimes cometidos por setores obscurantistas da Igreja emrelação às línguas e crenças ameríndias. Quem estava no auditório, assistiu adiscussão sobre os processos libertários da América. Quem procurou no céu otamborzinho dos índios calchaqui, viu a lua tucumana iniciando sua faseminguante, mas sempre bela e capaz de iluminar.
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MUJERES E ÍNDIOS: LA NUEVA INDEPENDENCIA
José R. Bessa Freire – Diário de Amazonas, Manaus
"Ay lunita tucumana / tamborcito calchaquí / compañera de los gauchos / por las sendas del Tafi".
(Atahualpa Yupanqui - zamba)
(De Tucumán)
Argentina conmemora
el bicentenario de su
independencia en julio
del próximo año, pero
los preparativos ya
comenzaron. El
Ministerio de Cultura
organizó el Foro
Nacional y
Latinoamericano de la Nueva Independencia que en los últimos meses recorrió 17
ciudades, realizando debates entre investigadores, intelectuales, gestores
culturales y militantes de América y Europa. El ciclo terminó esta semana en San
Miguel de Tucumán, con más de 40 conferencistas. Uno de ellos fui yo,
discutiendo las lenguas indígenas y la lucha para preservarlas.
No podría haber lugar más emblemático para ese encuentro que Tucumán, lleno
de árboles de naranjo, micro-poemas estampados en sus muros y recuerdos deMercedes Sosa, "La Negra", que nació allí justamente un 9 de julio. Allí, el 9 de
julio de 1816, fue donde se firmó el Acta de la Declaración de la Independencia y
por eso la ciudad fue escogida para ser sede del último evento del Foro con
participantes de doce países que discutieron, entre otros temas, historia política,
cultura, arte, cine, música, derechos humanos y luchas populares.
Las luchas femeninas
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Las mujeres fueron las que despertaron el mayor entusiasmo del público del
Teatro San Martin, sede del evento, siempre lleno. Tres cantoras conocidas
estuvieron presentes: una de ellas, Teresa Parodi, actual ministra de Cultura de
Argentina, hizo un discurso en la clausura citando Atahualpa Yupanqui: “Somostierra que anda, paisaje movimiento. Nuestros saberes tienen raíces muy antiguas
y profundas, decidimos escoger los espejos en los cuales nos miramos".
En uno de ellos se miró
Susana Baca, ex-ministra de
cultura del Perú, que se vio
como "una mujer negra que
vive en un continente
racista, donde hay hambre,
muertes evitables,
desempleo, pueblos
despojados de sus tierras y
de sus lenguas amenazadas
de extinción". La venezolana Cecilia Todd en un show con Juan Quintero, cantó
y encantó después de participar en una mesa de conversación con Miguel Ángel
Estrella, pianista de renombre internacional y con el periodista Víctor Hugo
Morales. Además, el programa incluyó dos mesas formadas exclusivamente por
mujeres.
En la primera - Con mujeres tendrá que pelear - participaron Hebe de Bonafini,
presidente de la Asociación Madres de la Plaza de Mayo; Milagro Sala, militante
de las zonas marginalizadas y diputada provincial de Jujuy y Máxima Apaza,
senadora boliviana, fundadora de la Federación de Mujeres de El Alto. Con el
verbo inflamado, las tres incendiaron el auditorio, en un debate que tuvo como
moderadora a la escritora Marta Dillon.
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Máxima Apaza, líder de un movimiento de alfabetización de las mujeres, discutió
las políticas de género del gobierno Evo Morales y su carácter
descolonizador. “Cuando colocamos en práctica, dentro de casa, la
descolonización, hombres y mujeres asumen funciones y tareasdomésticas”. Condenó la discriminación y la violencia de género, defendió la
igualdad de condiciones e informó que en el actual Estado plurinacional de
Bolivia, la mitad del parlamento está integrado por mujeres, como evidencia de
su creciente papel en la vida pública.
- “Aquellos que hoy
se pinta los cabellos
blancos recordarán
cuando el
presidente Menen
decía que teníamos
que ser los mejores
alumnos del FMI” –
dice Milagro Sala,
que narró sus luchas
y su encuentro con el presidente Nestor Kirchner, de quien recibió apoyo para
formar una cooperativa en Jujuy para que los propios moradores construyesen sus
casas, así como centros asistenciales y educativos. “Los hombres les enseñaron
los oficios de la construcción civil a las mujeres. Soy descendiente de indios y mis
abuelos me enseñaron que hombre y mujer tienen que caminar juntos”.
- “El pueblo abraza, a las madres de la plaza" - gritaba el público cuando
anunciaron a Hebe de Bonafini, para quien no fue inútil la sangre derramada por
los militantes presos, secuestrados y asesinados. Hebe que va a cumplir 87 años,
discurrió sobre la memoria histórica de los que lucharon por la libertad del
continente y fueron torturados. Uno de ellos, el maestro Miguel Ángel Estrella
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complementó: “Lo que uno vive con la tortura es aberrante, pedí a Dios que si
me dejase con vida, iría a hacer música contra la tortura, así nació “Música para
la Esperanza”.
Cine de mujeres
La segunda mesa de mujeres moderada por la cubana Maria Tovar contó con
cineastas de tres países que discutieron "Cultura y Género", sin la presencia de
Lucia Murat (Brasil) que no pudo comparecer. Daniela Seggiaro (Argentina),
autora de documentales antropológicos, mostró escenas de su película premiada
en el Festival de Nantes, en Francia, "La Belleza", con la historia de una indiaWichi que trabaja como empleada doméstica en una casa en Salta. Hija de una
antropóloga, Daniela dice que "es necesario entender otras narrativas, lenguajes
y formas de pensamiento para encontrar la independencia y la belleza".
Tania Hermida (Ecuador), que realizó sus estudios en Londres, relató su
trayectoria y los conflictos de identidad relacionados a las lenguas habladas en
América y mostró escenas de sus películas premiadas internacionalmente: "Qué
tan lejos (2006) y "En nombre de la hija" (2011). "Con el tiempo aprendí que la
identidad se construye, nadie nace, uno se hace. Es necesario batallar por las
palabras y por los nombres" - dice.
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Catalina Alarcón (Chile) problematizó el concepto de “cine de mujeres”,
argumentando que “el cine no tiene género, es simplemente cine”. Para ella, “el
documental se articula como un arma que retrata situaciones que la sociedad no
quiere ver, retratar para revelar, revelar para reivindicar”. Presentó escenas delcorto-metraje "Miss Princesita" - imágenes de un concurso de ‘miss’ de niñas de
1 a 8 años - con una mirada crítica sobre el papel femenino y masculino como
construcción social que coloniza la vida de los niños de ambos sexos desde la
primera infancia. Ela hizo también un documental sobre un memorial que su
abuelo construyó por cuenta propia para recordar a siete jóvenes acribillados por
la dictadura de Pinochet cerca de su casa, desaparecidos y nunca identificados.
Los indios y la patria grande
Antes de todo ese debate, se presentó la mesa de apertura - "De Tupac Katari a
Evo Morales" – de la cual hice parte, moderada por el escritor argentino Guillermo
David, amigo de los indios Baré del Rio Negro (AM), con quien tuve una breve, pero intensa convivencia. Participaron de ella los indios de Argentina y Bolivia -
Juan Chico, Daniel Huircapan, Eduardo Nieva y Jiovanni Samanamud.
El hecho de que el Acta de la Declaración de la Independencia haya sido redactada
en español, traducida al quechua y al aymara, dio lugar a una reflexión sobre las
lenguas indígenas y su papel en la construcción de las identidades nacionales:
- "No es posible discutir la emancipación de la patria grande sin hablar de la
historia indígena y de las lenguas que se hablan aquí, no se pueden entender las
luchas por la independencia dejando de lado a los indios" - dice Juan Chico, del
pueblo Qom, de la región del Chaco.
El cacique de la comunidad Gunun a Kuna, Daniel Huircapan, explicó que en
mayo de 1810, los dirigentes independentistas se reunieron con caciques para
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negociar la participación de indios en la formación de los nuevos gobiernos, pero
después hubo una acción deliberada para "invisibilizar la participación indígena
en las luchas por la independencia, inclusive contra las invasiones inglesas.
Desde entonces, se considera a los indios como um obstáculo para la formaciónde la nación Argentina". Daniel Huircapan destacó el hecho de que Perón tenga
sangre tehuelche.
El cacique de la comunidad
Diaguita, Eduardo Nieva, que es
abogado, criticó la visión del poder
judicial, siempre con miedo del
pluralismo jurídico y reivindicó
políticas que tengan en cuenta la
diversidad cultural. Aymara de
Bolivia, Jiovanny Samanamud,
vice ministro de Educación
Superior, defendió los proyectos
políticos “al margen de los
universalismos europeos” y reivindicó “recuperar la dimensión espiritual de la
vida”. En mi intervención, discutí el papel de la lengua como espacio de lucha
emancipadora.
Otras mesas trataron temas relevantes con la participación de reconocidosintelectuales de América como Galo Mora (Ecuador), John Berveley (USA), Juan
C. Monedero (España), Luis Vignolo (Uruguay), Hugo Mercado (Bolivia),
Manelo González (Cuba) y los argentinos Dardo Scavino, Enrique Dussel,
Roberto Follari, José Pablo Feinmann, Horacio Gonzalez, director de la Biblioteca
Nacional, Yolanda Orquera, Diego Tatian, Eduardo Jozami, Roberto Caballero y
otros que se encuentran en el site del Foro.
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Al final, el organizador e idealizador del evento, Ricardo Forster, Secretario de
Coordinación Estratégica del Pensamiento Nacional, destacó la importancia de la
temática indígena en las conmemoraciones del bicentenario de la Independencia
de Argentina. La lucha por los derechos de la mujer y de los indios hace parte dela nueva independencia y de la elaboración de un pensamiento nacional y
latinoamericano.
Dos cuestiones que repercutieron en los debates: el momento político de Grecia,que da una dimensión del enfrentamiento de los pequeños contra el podereconómico, David contra Goliath, y la visita del Papa, que condenó el viejo y elnuevo colonialismo; pidió perdón por los crímenes cometidos por sectores
obscurantistas de la Iglesia en relación a las lenguas y creencias amerindias.Quien estaba en el auditorio, asistió a la discusión sobre los procesos libertariosde América. Quien buscó en el cielo el tamborcito de los indios calchaquí, vio laluna tucumana iniciando su fase menguante, pero siempre hermosa y capaz deiluminar.
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