F O R M A T O V E R D E
B I O D I V E R S I D A D E
VALORIZAÇÃO E QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL E TERRITORIAL DOS ESPAÇOS CLASSIFICADOS DO CONCELHO DE MATOSINHOS
•
m
atosinhos•
•valoriza!•
• biodiversidade •
RESUMO NÃO TÉCNICO
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M A T O S I N H O S VA L O R I Z A B I O D I V E R S I D A D E
• matosinhos valoriza! •
VALORIZAÇÃO E QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL E TERRITORIAL DOS ESPAÇOS CLASSIFICADOS DO CONCELHO DE MATOSINHOS
MATOSINHOS, 2013
COMPONENTE BIODIVERSIDADE
Faculdade de Ciências da
Universidade do Porto
Equipa Técnica
Paulo Santos (coordenação)
João Honrado (coordenação)
Nuno Formigo
Paulo Célio Alves
David Gonçalves
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ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIAS
3. PRINCIPAIS RESULTADOS
4. ÍNDICE BIOLÓGICO GLOBAL E CONCLUSÕES
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Com o Projeto “Valorização e qualificação ambiental e territorial - Sistema de gestão
e informação ambiental dos espaços classificados do concelho de Matosinhos -
Componente Biodiversidade”, pretendeu a autarquia dotar-se de um instrumento
pioneiro de apoio à gestão do território baseado em conhecimento científico, bem
como promover a divulgação desse conhecimento aos cidadãos e na comunidade
científica e técnica.
O trabalho de campo, efetuado em compromisso com os apertados prazos de
execução, permitiu atingir os objetivos almejados. A informação produzida lançou
as bases para uma avaliação constante do território em termos de Biodiversidade
e estabeleceu as linhas orientadoras metodológicas para que o conhecimento
obtido seja periodicamente atualizado.
Na área metropolitana em que Matosinhos se insere, em que algumas autarquias
começaram já a reconhecer a importância da Biodiversidade e dos serviços
prestados pelas suas componentes, é importante afirmar a liderança técnica e
científica no apoio à decisão, pelo que o trabalho agora desenvolvido, bem como a
observância das implicações que dele resultam e a continuidade dos trabalhos de
base, constituem uma demonstração de inteligência.
1. INTRODUÇÃO
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2. METODOLOGIAS
Para efeitos de amostragem e prospeção de biodiversidade em ecossistemas
terrestres, foi utilizada uma grelha regular com quadrículas de 0,25km2 representada
sobre fotografia aérea. A seleção das quadrículas baseou-se num esquema de
amostragem aleatório estratificado, considerando também as áreas de RAN e REN
identificadas no território. Como tema estratificador principal foi utilizado um
indicador sintético de pressão humana previamente calculado para o concelho de
Matosinhos.
Foram selecionadas no total 20 células da grelha, sendo o número de células
por classe de pressão humana proporcional à representatividade dessa classe
no concelho, e assegurando também que todas as classes de pressão humana
estariam representadas por pelo menos três células da grelha. Foram excluídas
as células correspondentes ao nível mínimo de pressão humana, por incluírem
maioritariamente áreas marinhas. Complementarmente, foi ainda calculada para
cada uma destas a percentagem de área ocupada por cada classe de ocupação do
solo, com base na cartografia de ocupação do solo produzida para o concelho de
Matosinhos.
A estratégia amostral para a zona intertidal considerou como unidade de paisagem
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e compartimento ecológico contínuo toda a faixa de praias rochosas e arenosas
desde o Rio Onda até à praia de Matosinhos. Nesta estratégia pretendeu-se
complementar a informação recolhida em trabalhos anteriores realizados por esta
equipa bem como complementar a informação recolhida na bibliografia.
A estratégia amostral para os cursos de água consistiu em dividir os rios em troços
que permitissem avaliar a integridade do ecossistema, de montante para jusante.
No caso do rio Leça, definiram-se 3 troços de amostragem, tendo sido escolhido,
em cada um, um ponto de amostragem para recolha da informação físico-química
e biológica, que seria depois extrapolada para o troço. No caso do rio Onda, apenas
se considerou um troço e um ponto de amostragem, face à sua reduzida extensão.
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Durante as amostragens realizadas nas 20 quadrículas definidas pela metodologia
foram contabilizados cerca de 418 táxones de flora vascular, sendo que destes, 74
são táxones alóctones e 344 são táxones autóctones, que corresponde a quase
um quinto de espécies não nativas. Esse valor é muito elevado mas é explicado
pelo grau de artificialização do território e pelos fenómenos de perturbação de
origem antrópica que favorecem a colonização por espécies exóticas de carácter
invasor. Desses 418 táxones, apenas nove foram classificados como RELAPE
(Raras, Endémicas, Localmente Ameaçadas ou em Perigo de Extinção), um valor
relativamente baixo e que normalmente é inversamente proporcional ao número
de espécies não nativas.
No que respeita à flora vascular, o valor médio do valor final obtido para todas as
quadrículas é de 3 (“Médio”) (Figura 1). As quadrículas com valor “Bom” a “Excelente”
correspondem a áreas com elevado número de habitats e/ou elevada cobertura
de florestas e meios naturais ou seminaturais. As quadrículas com valor “Mau” a
“Muito Mau” correspondem a áreas com elevada pressão urbana e/ou uma grande
percentagem de área com agricultura intensiva.
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3. PRINCIPAIS
RESULTADOS
Flora vascular e Habitats do Anexo I da Diretiva
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No que respeita aos habitats, o valor médio do valor final obtido para os Habitats
em todas as quadrículas é de 3 (“Médio”), que corresponde igualmente ao
valor mais frequente (maior número de quadrículas) no território (Figura 2). As
quadrículas de maior valor correspondem a zonas com elevada percentagem de
florestas e meios naturais e seminaturais e percentagens mais baixas de zonas com
agricultura intensiva. As zonas com maior pressão humana (grande percentagem
de áreas agrícolas e áreas artificiais) possuem um número de habitats do Anexo I
relativamente reduzido, e portanto um menor valor global.
Figura 1 - Mapa de valoração global da flora vascular do concelho de Matosinhos.
Carta de Valoração Global da Flora Vascular
Legenda Valoração Global Flora Vascular
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N
0 0,5 1 2km
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Figura 2 - Mapa de valoração global dos habitats para o concelho de Matosinhos.
Carta de Valoração Global dos Habitats
Legenda Valoração Global Habitats
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N
0 0,5 1 2km
// AVES
Durante as contagens efetuadas nos 40 pontos de amostragem foram contabilizados
1355 indivíduos, pertencentes a 37 espécies diferentes (21 famílias). A ordem
mais representada foi a dos Passeriformes, com cerca de 69,37% das observações
e 72,97% das espécies. O valor médio do número de aves registado por minuto
de contagem foi de 3,42 indivíduos, com o número de indivíduos avistados em
cada ponto de contagem, durante os 10 minutos, a variar entre os 10 (categoria
“Florestas de folhosas”) e os 158 (“Territórios artificializados”).
O valor médio da valoração global de avifauna nidificante obtido para o conjunto
de pontos de observação das categorias de paisagem amostradas no concelho de
Matosinhos é de 3. Este valor foi obtido para a grande maioria das categorias de
paisagem amostradas, com a exceção da categoria “Praias, dunas e areais”, na qual
os dois pontos de observação registaram um valor médio de 2. Em relação aos
valores não arredondados à unidade do cálculo da valoração, estes variaram entre
1,5 (obtido para um ponto de observação na categoria “Territórios artificializados”)
e 3,2 (calculados para um conjunto de sete pontos de observação nas categorias
“Culturas temporárias de regadio”, “Floresta de folhosas”, “Matos”, “Territórios
artificializados” e “Vegetação esparsa”). Estes resultados sugerem uma grande
Fauna terrestre
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homogeneidade na capacidade de suporte de comunidades de avifauna nas várias
categorias de paisagem, com valores não muito elevados de diversidade e outros
indicadores no concelho de Matosinhos, fruto provavelmente das várias fontes de
pressão humana que se estendem de forma regular pela área do concelho.
Espacialmente (Figura 3), verifica-se que as quadrículas pertencentes à classe de
valoração global 2 (5 quadrículas em 20), se concentram próximas da zona litoral
do concelho, refletindo o que se obteve na maioria dos indicadores individuais. As
restantes quadrículas pertencem todas à classe 3. O litoral do concelho apresenta
muitas fontes de pressão antrópica, com extensas áreas urbanizadas, industriais e
de agricultura intensiva, o que poderá explicar a concentração de quadrículas com
piores resultados nessa zona.
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Figura 3 - Mapa de valoração global de avifauna nidificante no concelho de Matosinhos.
Carta de Valoração Global de Avifauna Nidificante
Legenda Valoração
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N
0 0,5 1 2km
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// MAMÍFEROS
Nas armadilhas foi capturado um total de 45 indivíduos, pertencentes a seis espécies de
micromamíferos. A espécie mais frequentemente capturada foi o musaranho-grande-de-
dentes-brancos (Crocidura russula), capturado em 13 das 20 quadrículas. Esta espécie é
generalista, podendo ocorrer numa grande variedade de habitats. Outras espécies mais
capturadas foram o rato-das-hortas (Mus spretus) e o rato-cego (Microtus lusitanicus). Uma
espécie detetada com frequência pelos indícios foi o esquilo-vermelho (Sciurus vulgaris), e será
ainda de destacar a presença da toupeira (Talpa occidentalis) e do coelho-bravo (Oryctolagus
cuniculus). A primeira é uma espécie endémica da Península Ibérica, com estatuto de
conservação “pouco preocupante” (LC) em Portugal. A segunda é uma espécie considerada
“quase ameaçada” (NT) em Portugal continental. Com base nos indícios de presença foi possível
identificar três espécies de carnívoros (raposa - Vulpes vulpes; geneta - Genetta genetta; doninha
- Mustela nivalis) num total de 4 quadrículas. Através das emissões sonoras registadas durante
o período de amostragem foram distinguidas duas espécies de quirópteros, Morcego-anão
(Pipistrellus pipistrellus) e Morcego-arborícola-pequeno (Nyctalus leisleri) e foram constituídos
três grupos de espécies, P. pygmaeus/M. schreibersii, Nyctalus spp. e Eptesicus spp.
O valor médio da valoração global de mamíferos obtido para o conjunto das quadrículas
em que foi possível estimar todos os indicadores (n=18) é de 2,383 (valores variam
entre 1,6 e 3,2) (Figura 4).
Figura 4 - Mapa de valoração global de mamíferos no concelho de Matosinhos para as 20 quadrículas amostradas.
Carta de Valoração Global de Mamíferos
Legenda
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0 0,5 1 2km
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// HERPETOFAUNA (RÉPTEIS E ANFÍBIOS)
Por observação direta ou indireta, no total da amostragem foram registadas oito
espécies de herpetofauna em 19 das 20 quadrículas: duas de anfíbio (ordem Anura)
e seis de réptil (quatro da Família Lacertidae e duas das Família Colubridae).
A espécie mais comum foi a lagartixa de Bocage (Podarcis bocagei), presente em 16
quadrículas. Esta espécie é abundante no norte do país e está presente na maior
parte dos habitats, inclusive habitats dunares. Será também de destacar a presença
do lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), espécie endémica da Península Ibérica,
tendo em Portugal o estatuto de conservação de “pouco preocupante”.
O número de espécies de anfíbios registados foi baixo para o que seria de esperar
nesta época do ano. Só foi possível encontrar rã-verde (Pelophylax perezi) em
dois charcos, enquanto o sapo-comum (Bufo bufo) foi observado em zona rurais,
associadas a campos húmidos. A baixa abundância de anfíbios pode dever-se às
alterações bruscas das condições meteorológicas observadas antes e durante o
período de inventariação, com períodos de frentes frias com ou sem pluviosidade,
alternados por dias de elevado calor e baixa humidade.
O valor médio da valoração global de herpetofauna obtido para o conjunto de
quadrículas em que foi possível calcular todos os indicadores (n=8) é de 2,45 (valores
variam entre 2,3 e 2,6) (Figura 5).
Figura 5 - Mapa de valoração global de herpetofauna no concelho de Matosinhos para as 20 quadrículas amostradas.
Carta de Valoração Global de Herptofauna
Legenda
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0 0,5 1 2km
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// FAUNA DULCIAQUÍCOLA
A comunidade de macroinvertebrados bentónicos no rio Leça e rio Onda é
dominada por duas ou três famílias resistentes à poluição (anelídeos, quironomídeos
e gasterópodes), estando as restantes famílias representadas por muito poucos
indivíduos. Os grupos sensíveis à poluição estão praticamente ausentes.
O facto de a valoração global da comunidade de macroinvertebrados bentónicos ser
medíocre em todos os troços estudados (Figura 6) reflete a baixa qualidade ecológica
desta comunidade.
Figura 6 - Carta de valoração global da comunidade de macroinvertebrados bentónicos dos rios Leça e Onda – EQR.
Carta de Valoração Global dos Macroinvertebrados Bentónicos Dulciaquícolas
Legenda
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N
0 0,5 1 2km
Não aplicável Rio Leça Rio Onda ou Calvelhe
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Para a comunidade piscícola dos rios Leça e Onda foram encontrados indivíduos das
seguintes espécies:
// Enguia (Anguilla anguilla)
// Góbio (Gobio lozanoi)
// Escalo do norte (Squalius carolitertii)
// Ruivaco (Achondrostoma oligolepis)
// Perca-sol (Lepomis gibbosus)
// Taínha (Mugil cephalus)
Destas, as espécies perca-sol e Góbio são espécies exóticas, sendo a perca-sol um
predador de ovos e juvenis de outras espécies.
Escalos e ruivacos são espécies autóctones que apenas foram encontradas no rio
Onda. A sua presença é um indicador indireto de que, apesar de má, a qualidade
da água deste rio não se encontra tão degrada como a do Rio Leça (conforme já foi
referido, o principal problema é a eutrofização: ora estas duas espécies costumam
usar a vegetação aquática como zona de refúgio, o que explica, pelo menos em
parte, a sua presença). Outra causa possível para a sua presença pode ser a ausência
de predadores, ao contrário do que acontece com o rio Leça.
Comparativamente a outros cursos de água do norte de Portugal, a fauna piscícola
do rio Leça é bastante pobre. Tendo em conta o que foi referido relativamente à
qualidade da água do rio, tal como aferida pelos resultados físico-químicos e pela
comunidade de macroinvertebrados bentónicos, não é de estranhar que as poucas
espécies que aparecem sejam espécies bastante resistentes à poluição.
A valoração global desta comunidade, obtida através do cálculo do índice de
integridade biótica, classifica como razoável o troço inicial do rio Leça e o troço do rio
Onda que foram estudados (Figura 7). Este facto deve-se essencialmente à ausência
de espécies exóticas (no caso do ponto 1 do rio Leça a enguia é a única espécie que
foi capturada).
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Figura 7 - Carta de valoração global da comunidade piscícola dos rios Leça e Onda – IIB.
Carta de Valoração Global da Fauna Piscícola Dulciaquícola
Legenda
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N
0 0,5 1 2km
Não aplicável Rio Leça Rio Onda ou Calvelhe
// FAUNA INTERTIDAL
Reunindo a informação disponível, considerando praias rochosas, praias arenosas e
fozes de rios e ribeiras, estão contabilizados 312 taxa de fauna intertidal do litoral
de Matosinhos. 113 taxa pertencem ao filo Arthropoda, 101 ao filo Anellida, 57 ao
filo Mollusca, 18 ao filo Cnidaria, 6 ao filo Porifera, 6 ao filo Echinodermata, 6 ao filo
Chordata, 1 ao filo Bryozoa, 1 ao filo Nematoda, 1 ao filo Nemertea, 1 ao filo Sipuncula
e 1 ao filo Platyhelminthes. Nas praias rochosas contabilizaram-se 301 taxa e nas
arenosas 25.
O valor médio da valoração final obtido para todas as praias é de 2. Considerando
todas as praias rochosas do concelho de Matosinhos, a valoração final variou entre 2
nas praias de Agudela, Marreco e Cabo do Mundo e 3 nas praias de Angeiras Norte,
Angeiras Sul, Pedras do Corgo, Boa Nova e Fuzelhas. A valoração nas praias arenosas
e fozes de rios e ribeiras variou entre 2 na foz do Rio Onda, Praia Pedras Brancas +
Praia Funtão, Praia Quebrada + Praia Agudela + Praia Pedras do Corgo, Foz Ribeira
da Agudela e Praia de Matosinhos e 3 na Praia Angeiras Sul + Praia Angeiras Norte,
Foz da Ribeira da Carreira/Certagem, Praia da Memória, Foz Ribeira da Guarda, Praia
Aterro + Praia Azul Conchinha e Praia de Leça da Palmeira. Os valores representados
por este indicador revelam uma maior diversidade nas praias rochosas em relação às
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praias arenosas e fozes de rios e ribeiras.
A Carta de Valoração Global de Fauna do Intertidal permite concluir a inexistência de
um padrão global para a variação deste indicador ao longo do litoral do concelho de
Matosinhos (Figura 8).
Figura 8 - Mapa da Valoração Global da Fauna do Intertidal utilizando uma média ponderada da valoração da Riqueza Específica, Índice de Equitabilidade de Pielou, Índice de Diversidade de Shannon-Wiener, presença de Espécies com Estatuto de Conservação “Ameaçado” e presença de Espécies Exóticas para as praias rochosas e praias arenosas e fozes de rios e ribeiras do intertidal do litoral de Matosinhos.
Carta de Valoração Global da Fauna do Intertidal
Legenda Valoração Global Fauna Intertidal
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O valor do Índice Biológico Global obtido para as quadrículas do concelho de
Matosinhos está ilustrado na Figura 9.
O valor modal do Índice Biológico Global obtido para o conjunto das quadrículas do
concelho de Matosinhos é 3, numa escala de 1 a 5. Esta avaliação mostra um valor
intermédio predominante no concelho, que resulta de uma forte pressão humana
e de uma grande fragmentação dos habitats. Deve salientar-se que o valor deste
índice para cada quadrícula corresponde ao valor mais frequente obtido para os
diversos indicadores usados:
// Valoração Global da Flora
// Valoração Global dos Habitats
// Valoração Global de Aves
// Valoração Global de Mamíferos
// Valoração Global de Herpetofauna
// Valoração Global de Fauna Piscícola Dulciaquícola
// Valoração Global de Macroinvertebrados Bentónicos: IPTIN
// Valoração Global de Fauna do Intertidal
Assim, o mesmo valor do índice global, para duas quadrículas diferentes, pode
resultar de combinações distintas de valores para os indicadores elementares.
4. ÍNDICE BIOLÓGICO
GLOBAL E CONCLUSÕES
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A variação espacial do Índice Biológico Global mostra uma separação entre a zona norte,
mais agroflorestal, com maior valor global, e uma zona sul, mais urbana, com um valor menor
do índice biológico global. Assim, o tipo de coberto florestal, e a flora associada, acabam por
se revelar como os indicadores que mais influência têm sobre o valor biológico global.
O vale do rio Leça constitui também um corredor local de valor biológico mais
elevado, não devido às espécies associadas ao ecossistema dulciaquícola, que se
demonstrou estar bastante degradado, mas ao carácter agroflorestal da matriz
paisagística, e à vegetação marginal bem como à sua importância por funcionar
como um corredor ligando diferentes elementos da paisagem.
No que se refere à zona costeira, deve referir-se que grande parte da mesma tem
um valor elevado (4), o que deve ser encarado como um reforço das pretensões da
autarquia para a criação de uma área protegida na faixa costeira.
Sintetizando, o acervo de informação obtido com o presente trabalho só será plenamente
explorado se houver uma continuidade na monitorização dos indicadores utilizados,
preferencialmente alargando, dentro do possível, o esforço amostral. Se isso for feito, a
informação recolhida configura um sistema de apoio à decisão que permitirá otimizar,
significativamente, a relação custo-benefício das decisões de intervenção nesta área.Figura 9 - Mapa de valoração do Índice Biológico Global no concelho de Matosinhos.
Carta de Valoração do Índice Biológico Global no Concelho de Matosinhos
Legenda Valoração
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C Â M A R A M U N I C I P A L D E M A T O S I N H O S
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• matosinhos valoriza! •
Cofinanciamento