CURSO DE PSICOLOGIA
Disciplina: Psicologia Oriental
MEDITAO:
fundamentos cientficos.
Jair de Oliveira Santos
Salvador Bahia
Abril de 2010
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MEDITAO:
fundamentos cientficos
Jair de Oliveira Santos
Salvador Bahia
Abril de 2010
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A meditao um complexo processo mental envolven-do mudanas na cognio, percepo sensorial, afeto, hormnios e atividade autonmica. usada extensamen-te na prtica fisiolgica e mdica para gerenciar o estres-se, bem como em uma variedade de desordens fsicas e mentais. (Newberg A.B. Medical Hypotheses (2003) 61 (2), 282-291)
A meditao cumpre muitas funes: supera problemas interiores, como aqueles que so criados pela raiva, inve-ja, apego e ignorncia; controla nossa mente e acarreta paz interior; habilita-nos a cultivar intenes virtuosas, que nos levam a praticar boas aes; e elimina intenes no virtuosas, que nos levam a cometer aes prejudici-ais. (Geshe Kelsano Gyatso Caminho Alegre da Boa For-tuna,1999)
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SOBRE O AUTOR
Jair de Oliveira Santos mdico, professor da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal da Bahia, graduado em Peda-
gogia, especialista em Administrao Escolar, fundador e diretor
da Faculdade Castro Alves, onde coordenador do Ncleo de
Estudos das Emoes e do Programa de Educao das Emo-
es. fundador e diretor do Colgio Versailles.
Pioneiro da Educao das Emoes na Bahia, implantou-a
na Faculdade Castro Alves, com excelentes resultados.
Publicou os livros Educao das Emoes fundamentos e
experincias, Manuais de Educao Emocional, Educao Emo-
cional na Sala de Aula, e diversas monografias e artigos sobre tema.
Dedicou-se durante anos Educao Mdica, foi coordena-
dor do Colegiado de Curso da Faculdade de Medicina na Universi-
dade Federal da Bahia e presidente da sua Comisso de Currculo.
Publicou diversos livros e artigos sobre educao mdica, como
Educao Mdica e Humanismo e Educao Mdica filosofia,
valores e ensino.
membro emrito da Academia Baiana de Educao, da
qual foi presidente. Recebeu o ttulo de Educador do Ano de
2002 na Academia Baiana de Educao, a medalha de Honra ao
Mrito concedida pela Faculdade de Medicina da Universidade
Federal da Bahia, em 1991, e a medalha Thom de Souza, con-
cedida pela Cmara de Vereadores de Salvador, em 1993.
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SUMRIO
Introduo..................................................................... 11
Conceito e tipos de meditao .................................... 16
Hindusta ............................................................... 16
Budista .................................................................. 17
Concentrativa ........................................................ 17
Mente alerta .......................................................... 18
Meditao Transcendental .................................... 20
Efeitos da meditao ................................................... 21
No crebro e sistema nervoso .............................. 21
Nas glndulas endcrinas e sistema imunolgico . 37
Nos distrbios mentais .......................................... 41
No estresse ........................................................... 41
Na dor ................................................................... 42
No envelhecimento ............................................... 44
No cncer .............................................................. 45
Nas doenas do corao ...................................... 47
Consideraes finais ................................................... 48
Referncias ................................................................. 54
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INTRODUO
O objetivo desta monografia , com base em dados co-
letados em pesquisas sobre meditao realizadas em cen-
tros de pesquisas internacionalmente reconhecidos, no fim
do sculo XX e incio do sculo XXI, procurar estabelecer
bases cientficas que permitam uma melhor compreenso
dos efeitos da meditao no corpo e na mente do ser huma-
no, e, desta forma estabelecer fundamentos seguros para
sua aplicao em medicina, psicologia e outras profisses
voltadas para a sade.
Ao findar-se a primeira dcada do sculo XXI, um ob-
servador mais atento verifica que o ser humano vive perma-
nentemente em busca de um sentido para sua vida, procu-
rando encontrar-se a si mesmo. Esta caracterstica de nossa
era decorre de que muitos conhecimentos pr-existentes,
tidos at ento como certos, passaram a ser questionados
ou abandonados. H uma busca incessante por novos para-
digmas que orientem o ser humano em sua jornada em bus-
ca da felicidade.
Percebe-se um movimento coletivo da humanidade em
busca do auto-conhecimento, pois o ser humano sabe que
sua felicidade est dentro dele, em ltima instncia. Da a
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necessidade das instituies de ensino superior, respons-
veis pela formao de lderes que orientaro as geraes
futuras, se debruarem sobre a dimenso humanstica da
problemtica humana.
A meditao, caminho que a civilizao oriental segue
h milnios para buscar o auto-conhecimento e a felicidade,
hoje reconhecida nos meios mdicos e psicolgicos mais
desenvolvidos do mundo ocidental como instrumento til
para tratar doenas orgnicas e psquicas.
O estudo cientfico da meditao, no ocidente, teve in-
cio com pesquisas do Dr. Herbert Benson, professor da Fa-
culdade de Medicina da Harvard University, no incio dos
anos 70, em pessoas que praticavam uma forma de medita-
o conhecida como Meditao Transcendental. (Benson,
1975, Levine, 2000).
O governo dos Estados Unidos criou no National Insti-
tutes of Health (Instituto Nacional da Sade), rgo similar
ao Ministrio da Sade do Brasil, o Office of Alternative Me-
dicine-OAM (Instituto de Medicina Alternativa), para pesqui-
sar formas alternativas e complementares da Medicina, tais
como meditao, acupuntura, etc.
O Office of Alternative Medicine OAM, que mudou sua
denominao para National Center for Complementary and Alter-
native Medicine NCCAM, publicou estudo recente com a posi-
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o da entidade sobre meditao, que foi classificada como pro-
cedimento de sade, depois de avaliar diversos artigos mdicos
publicados em todo o mundo (httt//w.w.w.nccam.nih.gov/health).
Para Khalsa (2001), dentre os estudos mais objetivos e
rigorosos feitos sobre a meditao est o relatrio publicado
em 1994 pelo Office of Alternative Medicine. Este relatrio
afirma que ao longo de vinte e cinco anos Benson e seus
colegas desenvolveram um grande corpo de pesquisa, que
considera a meditao em geral e a resposta de relaxamen-
to em particular no mais como uma forma alternativa de
medicina, mas sim como fazendo parte da prpria corrente
principal da Medicina.
Os participantes da pesquisa praticaram a Meditao
Transcendental, na qual o meditador senta quietamente e
concentra sua mente em uma frase mantra que repeti-
da durante vinte minutos. Surge como resposta mudanas
fisiolgicas e bioqumicas significantes que permanecem
muitas horas depois de terminar a meditao, proporcionan-
do melhora na sade do meditador.
Segundo Benson (1975), durante o relaxamento h es-
timulao do parassimptico diminuindo o nmero de bati-
mentos do corao, que bate mais devagar. A respirao
fica mais lenta, diminui a quantidade de oxignio consumida
pelo corpo, h relaxamento muscular, pois a tenso dos
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msculos fica abaixo dos nveis de repouso e diminui a
presso sangunea. H reduo dos processos metablicos
orgnicos que leva a um estado de baixo metabolismo. Con-
comitantemente h alteraes hormonais e modificaes
das ondas eltricas cerebrais, com predomnio das lentas,
alfa e teta.
Benson denominou de resposta de relaxamento a estas
mudanas e considerou-as opostas resposta do estresse.
Levantou a hiptese que a resposta de relaxamento desper-
tada regularmente poderia ter como efeito a melhoria da sa-
de, pois protegeria o organismo da ao nociva do estresse.
A continuidade da prtica do relaxamento poderia proporcio-
nar um sentimento de maior controle sobre a vida do medita-
dor, que pode vir a controlar suas emoes depois de sema-
nas ou meses de prtica.
Na Faculdade de Medicina de Harvard, no Mind / Body
Medical Institute, o relaxamento utilizado em um programa
para ajudar as pessoas, especialmente os alunos do segun-
do grau, na administrao do estresse e da ansiedade. Ben-
son, mentor do programa, acredita que ele pode ajudar a
prevenir o comportamento violento e auto-destrutivo entre os
jovens, como o suicdio, e a desenvolver habilidades que
lhes permitam conviver com o estresse de fo
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