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4 CIDADE METRÔ NEWSSegunda-feira, 9 de janeiro de 20124ContInuAção DA pág. 3

Estado construirá 49 unidades prisionais para solucionar problemaQuestionada sobre o proble-

ma de 92% de superlotação nos presídios da Capital, Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que estão em andamento o Plano de Expansão, que prevê a criação de 49 unida-des prisionais, com um investi-mento de R$ 1,5 bilhão, que ge-rarão 39 mil vagas para detentos.

De acordo com a pasta, até o momento, cinco unidades fo-ram inauguradas. Os centros de Detenção Provisória de Franca e Jundiaí, o Centro de Progressão

Penitenciária de São José do Rio Preto e as penitenciárias femini-nas de Tremembé e Tupi Paulista.

Além das 49 unidades, se-gundo a SAP, outras 17 seguem em estudo para que também recebam prisões. “Dentre as di-versas formas de incentivo de reintegração destacam-se: os projetos de educação e trabalho nas unidades. Existem diversos outros projetos que vão do setor cultural, como aulas de teatro e dança, como aos cursos profissio-nalizantes e de capacitação que são focados nas novas exigências do mercado de trabalho”, disse a SAP, em nota. (LP)

Investimentos são da ordem de R$ 1 bilhão, e 39 mil vagas para detentos serão criadas

Para o assessor jurídico da Pastoral Carcerária, José de Je-sus Filho, a criação de novas va-gas e unidades para detentos no Estado, não resolve o problema da superlotação.

Segundo o ativista do setor prisional, mais do que vagas, é preciso que o Estado, em ações conjuntas, trate a questão so-cial, capacitando os detentos, resolva a questão habitacional, oferecendo programas de mo-radias e ainda, cuide da saúde dos presos, já que alguns têm dependência química. “Sim-plesmente criando unidades, a superlotação pode até diminuir, mas o problema não acaba. Es-sas pessoas que passam pelo sis-

tema voltam a cometer crimes e retornam para a prisão, porque não têm emprego, não têm onde morar, não têm família ou ain-da, são dependentes químicos. O trabalho deve ser conjunto”, disse Filho, ressaltando que que a superlotação causa tensões nas unidades prisionais. “Uma unidade superlotada pode tra-zer problemas de saúde e car-regar tensões. Parte dessas pes-soas tem doenças contagiosas e estão ali, apertadas, junto com outras. Além disso, a tensão de um lugar onde cabe um número e tem outro, pode acarretar tra-gédias nas unidades, como mor-tes de presos e agentes”, diz o as-sessor jurídico da Pastoral. (LP)

Novas unidades não resolvem, diz ativista

Secretaria cita Plano de Expansão para dar fim à superlotação

MARCOS MENDES / AE