CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ
FACULDADE CEARENSE
CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
CARLOS ABNER ALVES DE HOLANDA
O EMPREENDEDORISMO E O INTRAEMPREENDEDORISMO: ANÁLI SE EM
UMA ADMINISTRADORA DE CARTÕES EM FORTALEZA
FORTALEZA
2013
CARLOS ABNER ALVES DE HOLANDA
O EMPREENDEDORISMO E O INTRAEMPREENDEDORISMO: ANÁLI SE EM
UMA ADMINISTRADORA DE CARTÕES EM FORTALEZA
Monografia submetida à aprovação Coordenação do Curso de Administração do Centro de Ensino Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Graduação.
Orientadora: Profª. Ms. Jakcilene Dias Rocha
FORTALEZA
2013
CARLOS ABNER ALVES DE HOLANDA
O EMPREENDEDORISMO E O INTRAEMPREEMDEDORISMO:
ANÁLISE EM UMA ADMINISTRADORA DE CARTÕES EM FORTALE ZA
Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Administração, outorgado pela Faculdade Cearense – FaC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores.
Data de aprovação: _____/______/_____
Banca Examinadora:
_______________________________________
Professora Ms. Jakcilene Dias Rocha (Orientadora)
_______________________________________
Professor (Examinador)
_______________________________________
Professor (Examinador)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus, o centro e o fundamento de tudo em minha vida,
por renovar a cada momento a minha força e disposição e pelo discernimento
concedido ao longo dessa jornada.
Em especial, aos meus pais, quero agradecer de forma destacada e grandiosa, pois
me deram toda a estrutura para que me tornasse a pessoa que sou hoje. E
principalmente, pelo amor, educação e formação do meu caráter.
A Rafaela ofereço um agradecimento mais que especial, por ter vivenciado comigo
passo a passo todos os detalhes deste trabalho, ter me ajudado durante toda a
coleta, por ter me dado todo o apoio que necessitava nos momentos difíceis, todo
carinho, respeito, por ter me aturado nos momentos de estresse, e por tornar minha
vida cada dia mais feliz.
A minha orientadora, Prfª Ms. Jakcilene Dias Rocha pela orientação eficaz, pela
paciência, compreensão, dedicação e apoio sempre disponível, pois sem os quais
seria impossível a realização dessa Monografia.
Aos meus amigos que participaram de forma direta e indireta para a concretização
desse estudo.
Aos funcionários e gestores da empresa a qual foi utilizada como base de objeto de
estudo, pela compreensão, tempo e colaboração durante a realização da pesquisa.
Aos professores e colegas do curso de Administração, por fazerem parte da
realização de um sonho.
A todos meu carinho e gratidão. Muito obrigado!
“Sempre enfatizei que o empreendedor é o homem que realiza coisas novas e
não, necessariamente, aquele que inventa.”
Schumpeter
RESUMO
O presente estudo visa mostrar o empreendedorismo relacionando ao ambiente
organizacional, surgindo o intraempreendedorismo e ressaltando como pontos
relevantes, o perfil intraempreendedor, para o surgimento do empreendedorismo
corporativo às recentes mudanças do mercado de trabalho. O objetivo do trabalho é
analisar o empreendedorismo corporativo e as ações relacionadas ao
intraempreendedorismo que possibilitam o desenvolvimento de colaboradores com
características intraempreendedoras em uma administradora de cartões de crédito
em Fortaleza. A metodologia adotada foi de abordagem quantitativa e qualitativa,
sendo a pesquisa caracterizada como de campo. Os sujeitos da pesquisa são
funcionários de diversos setores, tendo sido a coleta de dados realizada através da
aplicação de questionários. Diante a análise dos resultados, pode ser percebido se
os funcionários apresentam o perfil empreendedor e se a empresa desenvolve o
empreendedorismo corporativo. Por fim, o trabalho analisou as características
intraempreendedoras dos funcionários da empresa e possíveis ajustes para a
melhoria das habilidades empreendedoras dentro da organização e para o mercado
de trabalho.
Palavras-chave: Empreendedorismo. Intraempreendedorismo. Perfil
intraempreendedor. Empreendedorismo corporativo.
ABSTRACT
The present study aims to show the entrepreneurship relating to the organizational
environment, emerging the intrapreneurship and emphasizing as relevant items, the
intrapreneur profile, for the rising of corporate entrepreneurship to recent changes in
the labor market. The objective is to analyze the corporate entrepreneurship and the
actions related to the intrapreneurship, which enable the employees' development
with intrapreneurial characteristics in a credit cards administrator in Fortaleza. The
methodology was qualitative and quantitative approach, characterized by field
research. The research subjects are employees from several sectors, and the data
collection was accomplished through questionnaires. Faced the results analysis, it
can be noticed whether employees have the entrepreneurial profile and if the
company develops corporate entrepreneurship. Finally, the paper analyzed
intrapreneurial characteristics of the company employees and possible adjustments
to improve the entrepreneurial skills within the organization and the job market.
Keywords: Entrepreneurship. Intrapreneurship. Intrapreneur Profile. Corporate
entrepreneurship.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 01: Conceito do termo empreendedorismo .................................................. 15
Quadro 02: Principais características empreendedoras ............................................ 21
Quadro 03: Tipologia dos empreendedores .............................................................. 25
Quadro 04: Quem é o intraempreendedor?............................................................... 32
Gráfico 01: Gênero.....................................................................................................42
Gráfico 02: Idade..... .................................................................................................. 43
Gráfico 03: Estado civil .............................................................................................. 43
Gráfico 04: Tempo de empresa ................................................................................. 44
Gráfico 05: Teste perfil empreendedor ...................................................................... 45
Gráfico 06: O empreendedorismo faz parte da realidade da empresa ...................... 47
Gráfico 07: Os funcionários que apresentam o perfil planejador e inovador são identificados na empresa .......................................................................................... 47
Gráfico 08: Os funcionários visionários e inovadores têm oportunidade de desenvolver suas características individuais ............................................................. 48
Gráfico 09: A empresa possui políticas para estimular os profissionais corajosos e que não tem medo de assumir riscos calculados ...................................................... 49
Gráfico 10: É possível identificar dentro da empresa ideias de profissionais audaciosos que são utilizadas pela mesma .............................................................. 49
Gráfico 11: As atitudes inovadoras são reconhecidas e valorizadas pela empresa .. 50
Gráfico 12: Nas políticas da empresa existem ações para incentivar os funcionários com características empreendedora ......................................................................... 51
Gráfico 13: Existe na empresa medidas para incentivar o desenvolvimento da inovação e da criatividade ......................................................................................... 52
Gráfico 14: As ações de um funcionário inovador e criativo e levado em consideração no momento de uma promoção .......................................................... 52
Gráfico 15: É importante a empresa incentivar as ações empreendedoras por parte dos funcionários.............. .......................................................................................... 53
Gráfico 16: Você acha importante o incentivo da empresa das atitudes inovadoras dos colaboradores? Justifique ................................................................................... 54
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas
SOFTEX – Sociedade Brasileira para Exportação de Software
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...... ................................................................................................. 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 15
2.1 EMPREENDEDORISMO: CONCEITO E HISTÓRIA ....................................... 15
2.2 Características do comportamento empreendedor .......................................... 20
2.3 As escolas de pensamentos ............................................................................ 24
2.4 Intraempreendedorismo ................................................................................... 27
2.5 Vantagens e desvantagens do intraempreendedorismo .................................. 29
2.6 Os perfis intraempreendedores ........................................................................ 31
2.7 O empreendedorismo corporativo .................................................................... 34
3. METODOLOGIA... ................................................................................................. 36
3.1 Tipologias da pesquisa .................................................................................... 36
3.2 Definição dos limites para as pesquisa de campo ........................................... 37
3.3 Sujeitos da pesquisa de campo ....................................................................... 38
3.4 Universo e amostra .......................................................................................... 38
3.5 Procedimentos para coleta de dados ............................................................... 39
3.6 Tratamento e análise de dados ........................................................................ 41
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ............................................................... 42
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 56
REFERÊNCIAS........ ................................................................................................. 59
APÊNDICE............... ................................................................................................. 63
Apêndice A – Questionário .................................................................................... 63
ANEXO..................... ................................................................................................. 65
11
1 INTRODUÇÃO
A busca acirrada do mercado vem fazendo com que as organizações
sintam a necessidade de se reestruturar e focar os seus processos internos. Essas
influências são decorrentes, na maioria das vezes, dos consumidores, concorrentes,
fornecedores, portanto, variáveis macroambientais. Dessa forma, as empresas
procuram estimular a competitividade entre seus próprios funcionários, para que
esses acompanhem o ritmo acelerado do mercado de trabalho, desenvolvendo suas
habilidades pessoais e organizacionais e, ao mesmo tempo, otimizando os
resultados internos das organizações através do intraempreendedorismo.
Com a grande evolução tecnológica da comunicação que vem ocorrendo
no mundo desde a Idade Média, as distâncias estão se encurtando a cada ano. Hoje
o homem pode se manter informado em tempo real de todos os acontecimentos que
estão ocorrendo, facilitando a troca de informações e o conhecimento.
O homem começa a ter necessidade de superar seus limites, pois a cada
instante algo novo começa a ser idealizado e colocado em prática, dando o
surgimento da competitividade. Essa, por sua vez, tão acirrada entre as empresas
de todo o mundo. O que pode ser notado é que a maior vantagem competitiva será
sempre o ser humano, que por meio do seu potencial intelectual passa a
compreender suas ideias com o intuito de garantir o sucesso pela concretização de
um produto ou serviço novo.
É notável que a par de todas essas transformações tecnológicas,
econômicas ou pela necessidade de se manter competitiva no mercado, para se
tornar uma organização de sucesso o ambiente dos negócios vem atravessando
grandes influências globais. Essa nova ordem social, em constante movimento, viu
surgir inúmeras organizações.
Dessa maneira, o mercado se torna cada vez mais competitivo e de outro
lado passa por um processo de inovação e mudança. A globalização é um dos
grandes influenciadores de toda essa mudança que vem ocorrendo nos últimos
tempos, formada pelas opiniões macroambientais, como citado anteriormente,
12
exemplificados pelos concorrentes, consumidores e fornecedores, que exigem o
grande diferencial que as empresas estão sempre em busca de alcançar.
Um dos maiores diferenciais do mercado é o fenômeno
empreendedorismo, grande responsável em lançar profissionais no mercado com
capacidade de ver os riscos e transformá-los em novas oportunidades de negócios,
procurando sempre inovar. Então, pode-se afirmar que o empreendedor possui “[...]
a capacidade de conviver com a pressão das dívidas que ocorrem num processo de
abertura e crescimento das empresas” (FILION, 2000, p. 25).
Para Drucker (1970), os empreendedores são como indivíduos capazes
de aproveitar as oportunidades para transformá-las em mudanças. Percebe-se que
os indivíduos aprimoram as ideias ou circunstâncias com o objetivo de criar algo,
sendo assim definidos como empreendedores.
Por volta dos séculos XVII e XVIII, surge a palavra entrepreneur, de
origem francesa e traduzida como “empreendedor”, que teve como objetivo
mencionar os indivíduos ousados e que possuíam capacidade de influenciar a
economia, mediante várias maneiras de agir.
Desde a Idade Média, foram percebidas várias ações empreendedoras,
dando início a essas Marco Polo, através de contrato firmando com os homens
possuidores do dinheiro, conhecidos como “capitalistas”.
Durante séculos o fenômeno empreendedorismo passou por várias
transformações como na economia, na sociedade e na tecnologia. Com essas
transformações que o mundo vinha atravessando, começa a despertar o interesse
de vários economistas a estudarem o termo empreendedorismo, entre eles Richard
Cantillon, Jean Baptiste Say, Joseph Schumpeter e outros.
Através do empreendedorismo, as empresas deram espaço ao
surgimento dos empreendedores internos, intraempreendedores e ao
empreendedorismo corporativo, que são recursos utilizados pelas organizações
mais competitivas para alcançar seus objetivos (Site Dolabela, 2013).
13
O presente estudo tem por objetivo de pesquisa analisar o
empreendedorismo corporativo e as ações relacionadas ao intraempreendedorismo
que possibilitam o desenvolvimento de colaboradores com características
intraempreendedoras em uma administradora de cartões de crédito localizada na
cidade de Fortaleza.
Possui como objetivos específicos: (a) demonstrar a importância do
intraempreendedorismo para as organizações; (b) verificar se a organização oferece
condições para o desenvolvimento do empreendedorismo corporativo e (c) identificar
a existência de profissionais com perfil empreendedor na organização.
A escolha pela temática justifica-se pela importância das organizações
perceberem e desenvolverem o perfil intraempreendedor dentro da organização com
seus colaboradores. Despertam o interesse pela temática aqueles que estudam ou
exercem a profissão de administrador, sendo assim uma chance de aprofundar os
seus conhecimentos e favorecer um melhor desempenho profissional.
Essa monografia está estruturada em cinco seções sendo: Introdução,
Referencial Teórico, Metodologia, Análise e Discussão de Dados e Considerações
Finais. Na primeira subseção do referencial teórico serão abordados de forma mais
abrangente o conceito e a definição do empreendedorismo, como também as
características, comportamentos e as escolas clássicas que identificam o
empreendedor de acordo com a visão de vários autores, entre eles Cantillon, Say,
Schumpeter, McClelland, Cunningham, Lischeron, Fillon e outros.
O intraempreendedorismo será tratado, especificamente, na segunda
subseção do referencial teórico, aprofundando-se os seguintes pontos: as suas
vantagens e desvantagens, os perfis dos intraempreendedores e o
empreendedorismo corporativo, sendo o tema deste o ponto principal da pesquisa.
Serão apresentados na terceira seção o contexto metodológico, como
também o método utilizado, o perfil dos participantes e a organização onde foram
aplicados os procedimentos, os instrumentos e materiais utilizados na pesquisa.
14
A seção seguinte abordará de forma mais detalhada os resultados
obtidos, relacionando-os com o tema em questão. E na quinta e última seção, tem-
se a conclusão sobre o estudo, demonstrando quais os impasses apresentados, as
contribuições e as prospecções para novas pesquisas.
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O surgimento de novos modelos organizacionais tem sido um dos
principais fatores responsáveis pelas transformações econômicas em grande parte
do mundo nos últimos anos, acarretando o aparecimento de novas empresas e
consequentemente alterando o perfil do trabalho formal. O maior inspirador para
esse surgimento é conhecido pelo termo empreendedorismo, sendo um grande
gerador de emprego e crescimento para sociedade.
2.1 Empreendedorismo: conceito e história
Por ser considerada uma área nova de estudo científico, conceituar
empreendedorismo é considerado pelos autores como um grande desafio, pelo fato
do termo ser constituído por vários sentidos e definições teóricas. Sendo um assunto
recente, há uma grande dificuldade para encontrar obras relacionadas ao tema.
A origem da palavra empreendedor, entrepreneur, vem do francês e
significa aquele que assume riscos e começa algo novo. Os empreendedores são
aquelas pessoas que não mensuram os riscos que irão correr para iniciar ou
desenvolver algum negócio, são os grandes responsáveis pelo crescimento da
economia no país e têm a inovação sempre à frente de seus negócios. O
empreendedor é também o grande detetive das oportunidades, tendo que ser ágil
para aproveitar as oportunidades ocasionais, antes que outras pessoas o realizem
(CHIAVENATO, 2006).
Desde a Idade Média até os dias atuais, vários autores conceituam uma
definição para o termo empreendedorismo. Como pode ser observado no Quadro 1
(Conceito do termo empreendedorismo).
Período Autor Conceito
Idade Média
Desconhecido Participante e pessoa encarregada de projetos de produção em grande escala.
Século XVII
Desconhecido Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo.
16
1725 Richard Cantillon
Pessoa que assume riscos é diferente da que fornece capital.
1803 Jean Baptiste Lucros do empreendedor separados dos lucros de capital.
1876 Francis Walker Distinguir entre os que forneciam fundos e recebiam juros e aqueles que obtinham lucro com habilidades administrativas.
1934 Joseph Schumpeter
O empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada.
1961 David McClelland
O empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados.
1964 Peter Drucker O empreendedor maximiza oportunidades.
1975 Albert Shapero O empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos e aceita os riscos do fracasso.
1980 Karl Vésper O empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicólogos, negociantes e políticos.
1983 Gifford Pinchot O intraempreendedor é um empreendedor que atual dentro de uma organização já estabelecida.
1985 Robert Hisrich O empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e esforços necessários, assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais. correspondentes e recebendo as conseqüentes recompensas
2001 José Carlos Assis Dornelas
O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, antecipa-se aos fatos e tem uma visão futura da organização.
2007 Do autor É o indivíduo criativo capaz de transformar um simples obstáculo em oportunidade de negócios.
Fonte: Mendes, Jerônimo. Manual do empreendedor : como construir em empreendimento de sucesso. São Paulo: Atlas, 2009. 6 e 7 p.
No português, o termo empreendedorismo é consequente da tradução da
palavra inglesa entrepreneurship. Dolabela (1999, p. 29) define empreendedorismo:
É uma livre definição da palavra entrepreneurship. Designa uma área de grande abrangência e trata de outros temas, além da criação de empresas: geração de auto-emprego (trabalhador autônomo); empreendedorismo comunitário (como as comunidades empreendem); intra-empreendedorismo (o empregado empreendedor); políticas públicas (políticas governamentais para o setor).
O mesmo autor ressalta que o termo empreendedorismo
necessariamente não é percebido só na área empresarial, mas também em diversas
outras áreas como na social, governamental e no comportamento humano.
17
Gimenez, Inácio e Sunsin (apud Kornijezuk, 2004, p. 20) apresentam a
definição de empreendedorismo como:
Uma maneira de pensar e agir que é obcecada pela oportunidade, holística na abordagem e balanceada na liderança. Empreendedorismo é identificar uma oportunidade sem levar em consideração os recursos correntemente disponíveis e agir sobre esta com o propósito de criação de riqueza nos setores públicos, privados e globais.
Atualmente o empreendedorismo pode ser considerado como uma área
de conhecimento científica, pelo fato de possuir várias divisões de estudos nesse
campo. Conforme GIMENEZ, INÁCIO e SUNSIN apud KORNIJEZUK, define-se
empreendedorismo como:
O estudo da criação e a administração de negócios novos, pequenos e familiares, e das características e problemas especiais dos empreendedores. Os principais tópicos incluem ideias e estratégias de novas empresas, influências ecológicas sobre a criação e o desaparecimento de novos negócios, aquisição e gerenciamento de novos negócios e de equipes criativas, auto-emprego, gerentes-proprietários e o relacionamento entre empreendedorismo e desenvolvimento econômico (GIMENEZ, INÁCIO e SUNSIN apud KORNIJEZUK, 2004, p. 20).
Uma das primeiras definições para empreendedorismo pode ser referida a
Marco Polo, quando tentou estabelecer uma rota comercial para o Oriente. A grande
parceria firmada entre Marco Polo e os capitalistas era revender as mercadorias
destes. Os capitalistas assumiam o risco passivamente, diferente do empreendedor,
que corria todos os riscos físicos e emocionais (DORNELAS, 2011).
No contexto histórico, o empreendedorismo começou a surgir na Idade
Média, sendo atribuído o termo empreendedor aos indivíduos responsáveis em
gerenciar os projetos de produção, sem correr os riscos dos processos. A partir do
século XVII, os empreendedores começaram a assumir os riscos, através do
contrato firmado para fornecer produtos e serviços com o governo, os lucros ou
prejuízos eram de responsabilidade do fornecedor (DORNELAS, 2011).
Nesse período, Richard Cantillon foi o primeiro economista a introduzir o
termo na literatura econômica e associá-lo aos negócios. Cantillon utilizou o termo
entrepreneur para se referir aos indivíduos inovadores que assumiam e corriam
grandes riscos financeiros (MENDES, 2009).
18
Com o início da industrialização, que vinha atravessando o mundo
durante o século XVIII, os capitalistas começaram a ser diferenciados dos
empreendedores (DORNELAS, 2011). Segundo Mendes (2009), a Revolução
Industrial transformou a sociedade e o modo de negociar, anteriormente todos os
trabalhadores eram considerados como empreendedores, desconsiderando os
escravos e os herdeiros.
Por volta do século XVIII, Jean-Baptiste Say utilizou o termo
empreendedor para identificar aquele que tinha a capacidade de transferir recursos
econômicos de baixa produtividade para outra área, na qual esses recursos
pudessem ser melhores aproveitados e se ter uma melhor rentabilidade (MENDES,
2009).
Para Kirzner (1973 apud Dornelas, 2011, p. 37), o empreendedor é
definido como:
Aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. Porém, ambos são enfáticos em afirmar que o empreendedor é um exímo identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta.
De acordo com Mendes (2009), foram estabelecidas várias relações pelos
economistas sobre o termo empreendedorismo, mas somente o austríaco Joseph
Schumpeter qualificou o empreendedor como o grande responsável pelo
desenvolvimento econômico. Schumpeter (1988) defende que o empreendedor é o
indivíduo capaz de identificar novas oportunidades de negócios, através dos
recursos disponíveis, utilizando-se de maneira inovadora (KORNIJEZUK, 2004).
Segundo Schumpeter (1949 apud Dornelas, 2011, p. 28), “O
empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de
novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela
exploração de novos recursos e materiais”.
Conforme Mendes (2009), o empreendedorismo não pode ser classificado
como uma personalidade do homem, mas como um comportamento capaz de agir
19
como empreendedor, explorando as oportunidades de negócios por meio de
inovação.
Entre os séculos XIX e meados do século XX, os empreendedores eram
bastante confundidos com os gerentes ou administradores. Os administradores eram
prestadores de serviço dos capitalistas, de acordo com Dornelas (2011), sendo
responsável em organizar a empresa, realizar pagamentos e planejar ações dentro
da organização. Até os dias atuais, alguns administradores são confundidos como
empreendedores. Para Dornelas (2011, p. 20 e 21), “todo empreendedor
necessariamente deve ser um bom administrador para obter o sucesso, no entanto,
nem todo administrador é um empreendedor”.
Conforme Mendes (2009), o termo empreendedorismo já era abordado
nos Estados Unidos há mais de um século, a partir de ações empreendedoras
estabelecidas por Henry Ford, Andrew Carnegie, J. P. Morgan e Thomas Alva
Edison, sendo os primeiros a transformar suas ideias em grandes negócios,
contribuindo para o desenvolvimento e sustentabilidade econômica do país.
De acordo com Dornelas (2011), o empreendedorismo começou a se
intensificar no Brasil durante a década de 1990, quando o governo passou a
preocupar-se com a criação de empresas duradouras. Para consolidar essas
empresas no mercado, foi necessária a criação de algumas entidades como Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE e Sociedade
Brasileira para Exportação de Software – SOFTEX. Após o surgimento dessas
entidades, as empresas passaram a ter um acompanhamento e auxílio, tornando-as
mais rentáveis, através do crescimento da ação empreendedora desenvolvida.
Mediante todos os fatos mencionados, entende-se que o
empreendedorismo é de fundamental importância para o desenvolvimento
econômico de um país. O próximo tópico contemplará as características do
comportamento empreendedor.
20
2.2 Características do comportamento empreendedor
Os comportamentalistas destacaram-se os seguintes profissionais como
grandes responsáveis em procurar entender o empreendedorismo: os psicólogos,
psicanalistas, sociólogos e vários outros profissionais do campo do comportamento
humano. Max Weber (1930) foi o primeiro a se interessar pelo estudo dos
empreendedores, apresentando o sistema de valores como um dos elementos
principais para identificar o comportamento empreendedor. Para Weber, os
empreendedores eram pessoas inovadoras, independentes e exerciam uma
autoridade formal durante sua liderança (FILION, 1999).
Conforme Filion (1999), o autor David C. McClelland foi um dos pioneiros
a contribuir para o entendimento das ciências do comportamento empreendedor.
Após estudar as grandes civilizações históricas, McClelland (1961) identificou que a
sociedade era inspirada pelo comportamento dos heróis, em os fatores
influenciadores dessa inspiração era a necessidade de realização e de poder.
A teoria apresentada por McClelland foi bastante criticada por vários
autores pelo fato de ser considerada simples, por não conseguir explicar o grande
sucesso do empreendedorismo e ficando indefinido o comportamento dos indivíduos
(FILION, 1999).
Para Dolabela (2008), as pesquisas e publicações dos
comportamentalistas percorreram até a década de 1980, onde os mesmos
procuravam definir as características dos empreendedores. Durante todo esse
período percebe-se que não foi possível definir cientificamente um perfil psicológico
do empreendedor, um dos fatores que implicaram para essa definição foi a variável
do tempo, sendo considerada como um dos pontos que influenciava a alteração do
perfil dos empreendedores.
Filion (1977 apud Dolabela, 2008, p.71), “acredita que as características
variam de acordo com as atividades que o empreendedor executa em uma dada
época ou em função da etapa de crescimento da empresa.”
21
Essa citação define real explicação pela qual os pesquisadores
apresentavam diferentes resultados em suas pesquisas. O Quadro 2 abaixo
apresenta algumas dessas características atribuídas aos empreendedores por
diversos autores.
Quadro 2
Principais Características Empreendedoras Ano Autor Principais características empreendedoras encontrad as 1848 Mill Assumir riscos. 1917 Weber Autoridade formal. 1934 Schumpeter Inovação, iniciativa. 1954 Sutton Desejo de responsabilidade. 1959 Hartman Autoridade formal.
1961 McClelland Assumir riscos, necessidade de realização, otimismo, relacionamento (afiliação), poder, autoconsciência.
1963 Davids Ambição, desejo de independência, responsabilidade, autoconfiança.
1964 Pickle Foco, relacionamento, habilidade de comunicação, conhecimento técnico.
1969 Gould Percepção de oportunidade, motivação pela realização. 1969 Wainer & Rubin Realização, poder e afiliação. 1970 Collins & Moore Satisfação e prazer pelo que faz.
1970 Hornaday & Bunker
Necessidade de realização, inteligência, criatividade, iniciativa, liderança, desejo de ganhar dinheiro, desejo de reconhecimento, orientado à realização, poder, tolerância às incertezas.
1971 Palmer Mensuração dos riscos.
1971 Hornaday & Bunker
Necessidade de realização, autonomia/independência, histórico familiar, agressividade, poder, reconhecimento, inovação, independência.
1972 Draheim Experiência, credibilidade. 1972 Howell Influências (modelos de referências). 1973 Winter Necessidade de poder. 1974 Borland Autocontrole. 1974 Liles Necessidade de realização. 1977 Gasse Orientado a valores pessoais.
1978 Timmons Foco/centrado, autoconfiança, orientado à meta, risco calculado, autocontrole, criatividade, inovação.
1979 DeCarlo & Lyons Realização, independência e liderança. 1980 Brockhaus Propensão a assumir riscos.
1980 Hull, Bosley & Udell
Interesse em fama e dinheiro, autocontrole, propensão a assumir riscos, criatividade, realização.
1980 Sexton Energia/ambição, reação positiva ao fracasso (superação).
1981 Hisrich & O’Brien Autodisciplina, perseverança, desejo de sucesso, orientado pela ação, orientado a metas.
1981 Mescon & Montanari Realização, autonomia, dominância, controle, organização.
1981 Welsch & White Necessidade de controlar, busca por responsabilidade, autoconfiança, assume desafio, risco calculado.
22
1982 Dunkelberg & Cooper
Orientado ao crescimento, senso de independência, especialização.
1982 Welsch e Young Autocontrole, maquiavelismo, autoestima, assume riscos, aberto a inovação, otimismo.
Fonte: Dornelas, Jose Carlos Assis. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 2 e 3 p.
De acordo com a grande variedade de autores que foi apresentada no
Quadro 2, torna-se perceptível o fato desses não conseguirem encontrar uma
característica comum a todos para o perfil empreendedor. Para grande parte deles,
algumas características são similares, como assumir risco, inovação, necessidade e
outras.
Conforme Baumol (1993 apud Matos et al, 2012), o uso da imaginação, a
ousadia, a engenhosidade, a liderança, a persistência e a determinação são
algumas características apresentadas nos empreendedores.
Conforme Filion (2004 apud Matos et al, 2012), os empreendedores são
formados por quatro características básicas: aprendizagem, rede de relações, visão
e inovação.
a) Aprendizagem
Os empreendedores aprendem mais pelo “ver” do que pelo “ler”,
mais pela intuição do que pela escolarização.
b) Rede de relações
As relações e as visões dão origem às ações. As ações requerem,
frequentemente, o estabelecimento de novas relações, que por sua
vez influenciam o surgimento de novas visões.
c) Visão
A visão é uma projeção: uma imagem, projetada no futuro, do lugar
que o empreendedor deseja que seu produto venha ocupar no
mercado.
23
d) Inovação
Às vezes os empreendedores não introduzem qualquer fenômeno
novo ou inovação importante para o mercado, porém, inovam ao
reduzir custos, ao melhorar a qualidade ou oferecer produtos mais
rápidos.
Para Dornelas (2007), os empreendedores de sucesso apresentam um
conjunto de características, tais como: são indivíduos que fazem a diferença, são
visionários, sabem tomar decisões, são determinados e dinâmicos, sabem explorar
ao máximo as oportunidades, são líderes e formadores de equipes, assumem riscos
calculados, são bem relacionados, entre outras.
Na verdade, o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Com esse arsenal, transforma ideias em realidade, para benefício próprio e para benefício da comunidade. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma ideia simples e mal-estruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado (CHIAVENATO, 2008, p.7).
Segundo Chiavenato (2008, p. 8 e 9), são três as características básicas
que identificam o espírito empreendedor, a saber:
1 – Necessidade de realização: Os empreendedores apresentam elevada
necessidade de realização em relação às pessoas da população em geral.
2 – Disposição para assumir ríscos: Os empreendedores preferem situações
arriscadas até o ponto em que podem exercer determinado controle pessoal sobre o
resultado, em contraste com situações de jogo em que o resultado depende apenas
de sorte.
3 – Autoconfiança: Os empreendedores são pessoas independentes que enxergam
os problemas inerentes a um novo negócio, acreditam em suas habilidades pessoais
e têm um foco interno de controle mais elevado que aquela que se verifica na
população em geral.
24
Já Venturi e Lenzi apud Liebert (2008, p. 28) apresentaram uma ampla
relação referente às características dos empreendedores. Para eles os
empreendedores são comprometidos, determinados, perseverantes, são guiados
pela auto realização e crescimento, possuem senso de oportunidade, além de serem
orientados para seguir metas, são persistentes para resolução do problema, são
realistas com senso de humor, buscam obter feedback, assumem riscos, sabem lidar
com o fracasso e são formadores de equipes.
Com o intuito de identificar as diferenças entre as características do
empreendedor, da população em geral e dos proprietários-gerentes (HISRICH;
PETERS; 2006; GARTNER; 1988), Cressy (1996) identifica o capital humano como
o grande responsável pela sobrevivência dos pequenos negócios (FREITAS et al.,
2009).
O universo do empreendedorismo apresenta um grande aspecto de
características empreendedoras, vários autores durante anos e até os dias atuais
procuram identificar os traços de personalidades e características que identificam os
indivíduos responsáveis pelo sucesso dos empreendimentos. O próximo tópico
abordará as seis escolas de pensamento que explicam o processo de novos
empreendimentos.
2.3 As escolas clássicas
Algumas tipologias foram estabelecidas com o objetivo de diferenciar os
empreendedores através de alguns aspectos como o nível de inovação, atuação em
empresas de terceiros ou organizações próprias, objetivo do negócio, características
de personalidades, dentre vários outros aspectos (MACHADO, 2011).
Alguns autores relacionaram algumas dessas tipologias com o intuito de
diferenciar os empreendedores. Como o fenômeno do empreendedorismo apresenta
uma grande variedade de definições, características e comportamentos, era
impossível estabelecer uma única tipologia. No Quadro 3, apresentam-se algumas
tipologias estabelecida por diferentes autores.
25
QUADRO 3 Tipologia dos empreendedores
Tipologias Autores
Administrativo e independente Collins, Moore e Unwalla (1964)
Artesão e oportunista (de negócios). Smith (1967) e Gasse (1978)
Empreendedor, empreendedor orientado para o crescimento e gerente.
Miner (1990)
Gerente ou inovador, empreendedor-proprietário orientado para crescimento, empreendedor que recusa crescimento e empreendedor artesão.
Laufer (1974)
Empreendedor, proprietário-gerente de pequenos negócios e chefe de um negócio familiar.
Glueck
Administrativo, oportunista, aquisitivo, incubativo e imitativo. Schollhammer
Auto-empregados, formadores de equipes, inovadores independentes, multiplicadores de modelos existentes, exploradores de economia de escala, acumuladores de capital, compradores, artistas que compram e vendem, formadores de conglomerados, especuladores e manipuladores de valores.
Vesper (1980)
Lenhador, sedutor, jogador, hobbysta, convertido e missionário.
Filion (1996)
Artesão, orientado pelo grau de risco do negócio, orientado pela família e gerente.
Lafuente e Sales (1989)
Explorador, inovador, seguidor e reagente. Julien e Sales (1996)
Fonte: Filion, (1999). Nota: Adaptado pelo autor.
Mesmo com a grande variedade de tipologias, Cunningham e Lischeron
(1991) apresentaram as seis escolas de pensamento que procuravam explorar o
campo do empreendedorismo (MACHADO, D.; MATOS, F. R, 2012).
A primeira escola abordada foi a mais simples, sendo considerada como a
escola do grande indivíduo, na qual os empreendedores são pessoas com
capacidade intuitiva e de nascença. Os estudos realizados nessa escola são
26
focados em histórias de sucesso, sendo essas vividas por eles ou experiências
passadas.
Na escola do grande indivíduo, o empreendedor já nasce com a
capacidade de colocar em prática suas ideias e percebe uma necessidade de
aplicá-las, fazendo com que elas se tornem um novo negócio, sendo a intuição o
segredo do sucesso, assim o que é prático torna-se realidade voltada para novas
oportunidades.
A outra escola foi identificada por suas características psicológicas, onde
seus valores, ações e impulso são os grandes responsáveis em estimular o
comportamento do empreendedor a fim de atender suas necessidades. Na escola
psicológica, os empreendedores procuram atender suas necessidades através de
seus valores, independente do risco que possa correr.
Para a escola clássica o que caracteriza o empreendedor é sua
capacidade de inovação, da mesma forma como foi abordado por Schumpeter
(1912), onde o empreendedor utiliza sua capacidade inovadora, sendo assim o
grande transformador da sociedade mediante o processo de destruição criativa
(MACHADO, D.; MATOS, F. R, 2012).
Conforme a escola clássica, os empreendedores utilizam sua capacidade
criativa e empreendedora para se tornar pioneiros no lançamento de novos produtos
e serviços do mercado.
Na escola do gerenciamento o empreendedor é aquele que faz a gestão
de um negócio, assumindo o risco, não se prendendo à inovação e valorizando as
pessoas como peça fundamental para o sucesso do negócio.
A escola de liderança possui uma abordagem bem parecida com a escola
psicológica, o principal estudo da liderança foi baseado na influência
empreendedora, onde são facilmente adaptados ao momento. Essa escola tem os
empreendedores como líderes com características motivadoras e ótimo
relacionamento com seus liderados.
27
A última escola apresentada foi a do intraempreendedorismo, na qual os
empreendedores possuem capacidade e oportunidade de desenvolver suas ações
empreendedoras dentro das organizações, tornando-as mais competitivas. Através
dessa ação conjunta, os intraempreendedores são capazes de criar novas
oportunidades e solucionar problemas.
2.4 Intraempreendedorismo
A origem da palavra intraempreendedor vem do inglês intrapreneur. Um
dos primeiros autores a utilizá-la foi o francês Gifford Pinchot III, em 1978. Pinchot
define o intraempreendedor como “qualquer pessoa dentro da organização que
utiliza seu talento para criar e conduzir projetos de caráter empreendedor na
organização.” (HASHIMOTO, 2006, p. 22). Em outras palavras, o intraempreendedor
são todas as pessoas que estão dentro da empresa e que utilizam sua capacidade
criativa para desenvolver e criar novos produtos e serviços de forma inovadora
através das ações empreendedoras.
Pinchot (1985) “afirma ser o intraempreendedorismo um desafio para toda
empresa, já que seu objetivo é de garimpar novos talentos, fomentando a criação de
novos empreendedores” (MACHADO, D.; MATOS, F. R, 2012, p. 236). Percebe-se
que o intraempreendedorismo pode estar presente em todos os setores da empresa,
mas com um dos objetivos, que é descobrir e incentivar a capacidade
empreendedora que cada um possui.
Segundo Pinchot III (1989), o intraempreendedorismo é:
Um sistema revolucionário para acelerar as inovações dentro de grandes empresas, através de um uso melhor dos seus talentos entrepreneurs [...]. Os intraempreendedores são integradores que combinam os talentos técnicos e elementos de marketing, estabelecendo novos produtos, processos e serviços. Sem eles a inovação permanece em estado potencial, ou move-se ao ritmo glacial dos processos burocráticos que não são mais adequados em um ambiente repleto de concorrência entrepreneur (PINCHOT III, 1989, p. xii-xiii).
Dessa forma, os intraempreendedores são os indivíduos capazes de
transformar o ambiente da empresa, combinando suas ações empreendedoras com
28
seus talentos e conhecimentos, com o objetivo de gerar novos produtos ou serviços
de maneira inovadora.
Segundo Dornelas (2003), o intraempreendedorismo pode ser
determinado como a identificação, o desenvolvimento, a captura e a implementação
de novas oportunidades de negócios que requerem mudanças na forma como os
recursos são empregados na instituição e conduzem para a criação de novas
competências organizacionais, resultando em novas possibilidades de
posicionamento no mercado, buscando um compromisso de longo prazo e criação
de valor para acionistas, funcionários e clientes.
O mesmo autor comenta que o processo do intraempreendedorismo
ocorre através de alguns fatores como as oportunidades, que são percebidas na sua
identificação, avaliação e captura/exploração, a capacidade que a empresa possui
de recursos alocados para a exploração de oportunidades identificadas e por último
as pessoas e as equipes que colocam isso em prática, sendo esse o fator que
possui maior relevância para o processo do intraempreendedorismo.
A partir das visões de Pinchot, outros pesquisadores começaram a
contribuir para as definições do intraempreendedor, como apresentado em
Hashimoto (2006):
- Wunderer: o intraempreendedor é um colaborador da empresa que
inova, identifica e cria oportunidades de negócios, monta e coordena novas
combinações ou arranjos de recursos para agregar valor.
- Ted Nicholas prefere abordar a morfologia da palavra em sua definição:
“intra” significa dentro, “pré” significa antes e “neur” sendo conceituado centro
nervoso ou alguém que pode formar ou mudar substancialmente o centro nervoso
de dentro do negócio.
- Zahra descreve duas dimensões em sua definição: foco na inovação e
criação de novos negócios e a renovação estratégica. A primeira dimensão inclui o
29
compromisso da empresa em construir novos produtos ou processos, criando novos
mercados ou expandidos os já existentes, enquanto renovação estratégica é a
revitalização das operações, mudando o escopo do negócio ou sua abordagem
competitiva.
- Pryor e Shays: o intraempreendedorismo é a criação de um ambiente no
qual a inovação pode florescer de forma a transformar pessoas comuns, que nunca
viram um cliente, em um empreendedor de sucesso que assume responsabilidades
e papéis dentro da empresa que muitas vezes jamais sonhou ser possível para ele.
Diante todas as definições apresentadas pelos pesquisadores, nota-se
que a principal característica do indivíduo intraempreendedor é sempre a busca pela
inovação e criação de novos produtos, serviços ou processos dentro da organização
que já trabalha, colocando dessa forma a empresa sempre em situação competitiva
em relação aos seus concorrentes.
2.5 Vantagens e desvantagens do intraempreendedoris mo
Assim como é importante saber a definição do intraempreendedorismo e
suas contribuições para as organizações, é interessante conhecer também as
vantagens e desvantagens que os mesmos apresentam, tanto na visão da empresa
como na do funcionário, visões essas que podem gerar várias contribuições para
empresa, bem como podem ocorrer alguns problemas.
A inovação deve ser vista como um dos fatores principais para o
desenvolvimento das organizações. De acordo com Drucker (2005), a inovação deve
ser compreendida como o melhor meio para preservar e perpetuar a organização,
que ela é o alicerce para seu sucesso e segurança no trabalho. Os gestores da
organização devem promover um clima favorável ao ambiente organizacional para
que os indivíduos se sintam motivados a compartilhar seus conhecimentos e
gerarem novas ideias que possam ser aplicadas e aproveitadas pela empresa nos
seus processos.
30
Grandes líderes criam condições que revelam a habilidade das pessoas para produzir resultados extraordinários. Um elemento essencial nesta tarefa é a criação de um ambiente para inovação, um campo de força que leva gerentes e intraempreendedores a buscar a inovação ou a desistir dela (PINCHOT III; PELLMAN, 2004, p. 127).
Outra vantagem na visão da empresa é a de ser ter funcionários com
visões de proprietários ou sócios, enfrentando as dificuldades como se fossem
donos do negócio. A valorização e as recompensas são consideradas como uma
das principais vantagens para a satisfação profissional, evitando a perca de grandes
talentos para a organização (BRITO; SANTOS; ARAÚJO, 2010).
Esses aspectos também são mencionados por Dornelas (2003) como
incentivos ao comportamento empreendedor nas organizações: construção de redes
de relacionamentos internos (networks), integração entre os diferentes setores da
organização, uma cultura do orgulho de fazer parte da equipe, de estar naquela
organização, treinamentos e programas de desenvolvimento de carreira e altos
níveis de empowerment.
Segundo Brito; Santos; Araújo (2010), sob a ótica dos funcionários,
consideram-se como vantagens as participações nos lucros, as participações nas
decisões, as participações na criação de novos produtos e serviços e a
reestruturação de processos internos, os funcionários deixam de ter o papel de
simples obedecedores de ordens e passam a ser participantes nas decisões da
empresa.
Para Hisrich, Peters, Shepherd (2009), o empreendedorismo corporativo
não existe sem problemas. Através de um estudo foi constatado que
empreendimentos iniciados dentro da organização não apresentaram desempenho
quantos os apresentados por empreendedores independentes. “As razões citadas
foram a dificuldade da corporação manter um comprometimento de longo prazo, a
falta de liberdade para tomar decisões autônomas e um ambiente restritivo.”
(HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2009, p. 98).
31
Muitos dos fatores que contribuem para esse mau desempenho é o receio
de que várias empresas têm em incentivar o intraempreendedorismo com seus
funcionários, sendo considerado como uma desvantagem para empresa, pois
poderá perder essas oportunidades inovadoras e ainda correr o risco de perder esse
funcionário até mesmo para o seu concorrente (BRITO; SANTOS; ARAÚJO, 2010).
O empreendedorismo corporativo pode provocar a competição excessiva
entre os funcionários, o que pode atrapalhar a comunicação interna da organização
gerada por fofocas, boatos e sonegação de informações com o objetivo alcançar o
poder. A competição é fundamental para a organização, mas que seja de formal
agradável e controlada (BRITO; SANTOS; ARAÚJO, 2010).
Ainda Brito; Santos; Araújo (2010) identificam como desvantagem a
necessidade do conhecimento acima da média, pois, mesmo sendo um fator para
estimular a qualidade do trabalho, poderá causar competição e desconforto entre a
classe operacional. Os mesmos autores ainda citam o apadrinhamento como
desvantagem para organização, ocorrendo de forma injusta para pessoas menos
competentes e ocasionando a estagnação dos funcionários que não possuem
relacionamento com os chefes, correndo o risco da organização estabelecer uma
legião de mercenários.
Mesmo com todas as vantagens que o intraempreendedorismo
apresenta para as organizações e funcionários que a compõem, é necessário avaliar
cuidadosamente cada vantagem e desvantagem na visão tanto da empresa como na
do funcionário, evitando futuras frustrações, visto que nem sempre será solução
para os problemas enfrentados.
2.6 Os perfis intraempreendedores
As definições apresentadas, anteriormente, ajudam a compreender
melhor as diferenças entre os termos intraempreendedorismo e empreendedorismo.
O intraempreendedorismo pode ser considerado como uma forma de
empreendedorismo praticado dentro da organização pelos profissionais que a
32
compõem, sem necessidade dos mesmos saírem da empresa. Já o
empreendedorismo parte da idealização e da necessidade da abertura do próprio
negócio.
Uma das características definida por Dornellas (2003, p. 59) é que os
“empreendedores são pessoas ou equipes de pessoas com características
especiais, que são visionárias, que questionam, que ousam, que querem algo
diferente, que fazem acontecer, ou seja, que empreendem.” Conforme o autor,
essas pessoas possuem uma motivação singular, têm uma paixão pelo o que fazem,
procuram ser o diferencial na presença de outras pessoas. Diferentemente dos
intraempreendedores, que pessoas que “querem ser reconhecidas e admiradas,
referenciadas e imitadas, querem deixar um legado” (Dornellas, 2003, p.59).
Segundo Bom Angelo (2003), os intraempreendedores devem ter várias
habilidades e percepção para interagir estrategicamente tanto com os equipamentos
quanto com as pessoas e as oportunidades propícias de mercado.
Pinchot (1989) estabeleceu algumas características para analisar alguns
perfis dos intraempreendedores, diferenciando-os dos gerentes e empreendedores,
conforme a Quadro 4 abaixo.
Gerentes
Tradicionais
Empreendedores
Tradicionais Intraempreendedores
Motivos
Principais
Quer promoções e outras
recompensas corporativas
Motivadas pelo poder.
Quer liberdade. Orientada
para metas, autoconfiante e
automotivada.
Quer liberdade e acesso aos
recursos da corporação.
Orientado para metas e
automotivado, mas também
reage às recompensas e ao
reconhecimento da
corporação.
Ação
Delega ação. Supervisão e
relatórios consomem a maior
parte da energia.
Põe a “mão na massa”. Pode
a aborrecer os empregados
fazendo de repente o
trabalho deles.
Põe a “mão na massa”. Pode
saber como delegar, mas
quando necessário faz o que
deve ser feito.
33
Coragem e
Destino
Vê o outro como responsável
pelo seu destino. Pode ser
vigoroso e ambicioso, mas
pode temer a capacidade
dos outros em prejudicá-lo
Autoconfiança, otimista e
corajoso.
Autoconfiante e corajoso.
Muitos intraempreendedores
são cínicos a respeito do
sistema, mas otimistas
quanto à sua capacidade de
superá-lo.
Risco Cuidadoso
Gosta de riscos moderados.
Investe pesado, mas espera
ter sucesso.
Gosta de riscos moderados.
Em geral não teme ser
demitido, portanto, vê pouco
risco pessoal.
Status Importa-se com símbolos e
status.
Fica feliz de sentar em um
caixote, se o trabalho estiver
sendo feito.
Considera os símbolos de
status tradicionais uma piada
– prefere símbolos de
liberdade
Decisões
Concorda com aqueles no
poder. Adia decisões até
sentir o que o chefe quer.
Segue sua visão particular.
Decisivo, orientado para a
ação.
Gosta de fazer os outros
concordarem com a sua
visão. Algo mais paciente e
disposto a compromissos.
A Quem Serve Agrada aos outros. Agrada a si mesmo e aos
clientes.
Agrada a si mesmo, aos
clientes e patrocinadores.
Atitude em Relação ao
Sistema
Vê o sistema como nutriente
e protetor, busca proteção
nele.
Pode avançar rapidamente
em um sistema; então,
quando frustrado, rejeita o
sistema e forma o seu
próprio.
Não gosta do sistema, mas
aprende a manipulá-lo.
Estilo de Solução de
Problemas
Hierarquia como
relacionamento básico.
Transações e acordos com
relacionamento básico.
Transações dentro da
hierarquia.
Relacionamento com os
Outros
Hierarquia como
relacionamento básico.
Transações e acordos como
relacionamentos básicos.
Transações dentro da
hierarquia.
Quadro 4. Quem é o intraempreendedor? Fonte: Adaptado de Pinchot (1989, p. 44).
Conforme foi apresentado no Quadro 4, salientam-se algumas
características importantes dos intraempreendedores comparadas aos outros dois
perfis, como a busca desses por uma maior liberdade e acesso às informações
dentro das organizações, não temerem ser demitidos e enxergarem pouco risco
pessoal, serem pacientes e dispostos ao compromisso e gostarem de fazer os
outros concordarem com sua visão.
Dessa forma, a concorrência acirrada do mercado de trabalho acaba
exigindo das pessoas características intraempreendedoras como essas citadas em
seu perfil comportamental, levando em consideração se serão suficientes para que
sejam intraempreendedores de sucesso.
34
2.7 Empreendedorismo corporativo
As organizações estão passando por uma fase que exige grande
necessidade de inovação, que é decisiva para o aumento da competitividade. Assim,
surge a organização empreendedora, que promove o empreendedorismo
corporativo, como também é chamado o intraempreendedorismo (Paula; Almeida,
2008), através dos quais as empresas tendem a atingir seus objetivos.
Hisrich, Peters e Shepherd (2009) mencionam características importantes
para que se encontre um clima organizacional favorável ao alcance desses
objetivos. A primeira delas é que a empresa deve atuar nas fronteiras tecnológicas,
estimulando e apoiando novas ideias. A experimentação, como segunda
característica, é apontada como um incentivo, “a empresa que deseja estabelecer
um espírito empreendedor tem que proporcionar um ambiente que permita erros e
fracassos no desenvolvimento de produtos inovadores” (HISRICH, PETERS E
SHEPHERD, 2009, p. 93).
Um terceiro ponto abordado pelos mesmos autores é que na organização
não existam parâmetros de oportunidade que inibam a criatividade de um novo
produto. Outra característica citada é que os recursos da empresa precisam estar
sempre disponíveis e de fácil acessibilidade. Essas características podem ser
também percebidas abaixo.
Para que uma organização consiga reter seus melhores inovadores, é preciso oferecer oportunidades para que realizem suas ideias sempre que precisem deixar sua empresa. É preciso dar condições para que esses empreendedores corporativos possam conceber visões de negócios e transformá-las em realidade lucrativa para a organização (BRITO, SANTOS, ARAÚJO, 2010, p. 18).
Seguindo a análise de Hisrich, Peters e Shepherd (2009), um fator de
bastante relevância é a questão da equipe multidisciplinar, na qual pessoas
necessárias ou de qualquer área ou hierarquia dão a sua contribuição para aquilo
que está sendo criado, ocorrendo assim um incentivo do trabalho em equipe. Esse
aspecto também é mencionado por Dornelas (2003) na integração entre diferentes
35
setores da organização, uma cultura do orgulho de fazer parte da equipe, de estar
naquela organização, além de treinamentos e programas de desenvolvimento de
carreira.
Ainda segundo Hisrich, Peters e Shepherd (2009), o
intraempreendedorismo não pode ser forçado, e sim partir voluntariamente das
pessoas. O intraempreendedor também precisa ser incentivado por um sistema de
recompensas, baseadas em metas de desempenho estabelecidas. Drucker (2005)
também relata a importância das recompensas e incentivos às pessoas, os salários,
as decisões sobre pessoal e as diretrizes que recompensem o comportamento
empreendedor correto e não punam as pessoas. A organização precisa oferecer
patrocinadores e defensores que apoiem e flexibilizem os novos objetivos e direções
quando precisem. Por último, a característica mais importante citada por HISRICH,
PETERS, SHEPHERD, 2009, p. 95:
[...] a atividade empreendedora deve ser totalmente apoiada e aceita pela alta administração, tanto no que se refere a sua presença física quanto à garantia de que os recursos humanos e financeiros estarão pronta e facilmente disponíveis. Sem o apoio da alta administração, não se pode criar um ambiente empreendedor bem sucedido.
Percebe-se fazer necessário um apoio da alta administração para que os
intraempreendedores consigam realizar de forma correta suas funções dentro de
uma organização. Assim, esta precisa dar autonomia a seus trabalhadores para que
esses possam se engajar em projetos diferentes, assumam riscos e agreguem
valores e processos, produtos e serviços dentro do ambiente de trabalho.
A partir do que foi apresentado, faz-se necessário enxergar que para se
desenvolver o intraempreendedorismo é preciso haver o comprometimento de todos
os envolvidos da organização, e essa deve investir em programas de inovação do
ambiente interno para o externo, levando em consideração as características do
intraempreendedor, para que consiga colocar em prática suas habilidades e a
organização aumente a competitividade e atinja os objetivos almejados.
36
3. METODOLOGIA
Esta seção abordará de forma sucinta os métodos utilizados para a
realização dessa pesquisa científica, a fim de obter a percepção do quadro de
funcionários da administradora de cartões de crédito na cidade de Fortaleza,
relacionando-a ao intraempreendedorismo.
3.1 Tipologias da pesquisa
Os tipos de pesquisas utilizadas no trabalho foram fundamentados
conforme a taxonomia apresentada por Vergara (1990), dividindo-o quanto aos fins e
aos meios. Levando em consideração os fins, esta pesquisa caracteriza-se como
descritiva, pois visa descrever, observar e analisar as percepções de cada indivíduo
sem manipulá-las, conforme apresentado abaixo pelos autores Cervo, Bervian e Da
Silva, 2007, p. 61.
A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com maior precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características. Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas.
Quanto aos meios, foi utilizada tanto a pesquisa bibliográfica como a de
campo. A pesquisa bibliográfica se fez necessária porque para iniciar a construção
da fundamentação teórica foi necessário consultar livros, artigos, monografias e
dissertações. Como explica Cervo, Bervian e Da Silva, 2007, p. 60:
A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca-se conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado sobre determinado assunto, tema ou problema.
37
Referente à pesquisa de campo, foi utilizado o método do uso de
questionário para obter os objetivos desejados. Segundo Marconi e Lakatos, 2003,
p. 186:
A pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles.
A escolha da abordagem do trabalho foi baseada na abordagem
qualitativa e quantitativa. Conforme Oliveira (2004), sobre a primeira entende-se que
os problemas são descritos com uma maior facilidade e maior interpretação dos
comportamentos ou atitudes das pessoas. A segunda, a quantitativa, segundo
Prodanov e Freitas (2009), é a forma de analisar e classificar os números,
traduzindo todas as informações e opiniões. Dessa forma, trabalhando com as duas
abordagens, busca-se atingir de formar mais concreta os objetivos do trabalho.
A metodologia apresentada é a mais apropriada para analisar o
empreendedorismo corporativo e suas possíveis ações relacionadas ao
intraempreendedorismo, possibilitando o desenvolvimento de funcionários com
essas características intraempreendedoras em uma administradora de cartões de
crédito.
3.2 Definição do limite para a pesquisa de campo
A pesquisa foi realizada em uma administradora de cartões, situada em
uma avenida de grande movimentação da cidade de Fortaleza/CE. A empresa é
considerada de médio porte, possui como segmento de atuação o crédito e está
presente no mercado desde 1994. A autorização da pesquisa foi dada por um dos
diretores, porém esse solicitou que o nome da empresa permanecesse em sigilo. Foi
adotado o método da amostragem aleatória simples por ser um método de fácil
seleção, em todos os elementos da população têm igual probabilidade de serem
escolhidos.
38
3.3 Sujeitos da pesquisa de campo
A população que participou dessa pesquisa é composta por 68
funcionários ocupantes de cargo de vários níveis, como também gestores da
empresa de cartões de crédito, na cidade de Fortaleza, escolhidos aleatoriamente.
3.4 Universo e amostra
A pesquisa é composta por um universo de 213 funcionários que formam
o quadro da empresa, desde os ocupantes de cargos operacionais a gerenciais.
No cálculo da amostra foi utilizada fórmula apresentada por Barbetta
(2004), considerando:
• N = Tamanho da população: 213
• Eo = Erro amostral tolerável
• No = Primeira aproximação do tamanho da amostra
• n = Tamanho da amostra
A primeira aproximação da amostra foi calculada pela fórmula no = 1 /
(Eo)². Considerando um erro tolerável de 10% (0,1), o cálculo foi:
• no = 1 / 0,01 = 100
• no = 100
O tamanho da amostra foi calculado pela fórmula n = N x no N +no Para o universo de 213 sujeitos é considerado o erro amostral de 10%, o
cálculo foi:
• n = 213 x 100 ou 21.300 = 68 213 + 100 313 • n = 68
39
Conforme os cálculos apresentados acima, o número de questionários a
serem aplicados é de 68, considerando um erro tolerável de 10% em um universo de
213 funcionários.
A escolha dos respondentes foi realizada de forma aleatória, mediante o
universo considerado.
3.5 Procedimentos para coleta de dados
O instrumento utilizado na pesquisa de campo foi o questionário para
facilitar a busca de dados colhidos. Foi empregado o questionário do autor Santos
(2013) e acrescentados alguns itens ao mesmo, tomando como base as perguntas
elaboradas de acordo com o objetivo do trabalho. O instrumento de pesquisa está
disposto em escala Likert de cinco itens. Foi utilizado esse método de escala
somatória, pois facilita a manifestação do entrevistado em relação à concordância ou
não com determinada assertividade, indicando o grau da resposta.
Foi atribuído o uso do questionário, pois conforme Gil (1999) é uma
técnica de investigação formada por questões escritas, tendo como objetivo o
conhecimento de opiniões, interesses, expectativas, situações vivenciadas,
garantindo o anonimato das respostas e permitindo que as pessoas respondam
quando julgarem mais apropriado.
Segundo Vergara (2009), o questionário é composto por várias questões
escritas, onde o pesquisado poderá responder as questões relacionadas ao objetivo
de algum tema apresentado. Pode às vezes ser identificado como teste, sendo mais
comum em pesquisa psicológica, quando o intuito de quantificar as respostas é
designado como escala. O mesmo pode ser aberto, pouco ou não estruturado, ou
fechado, estruturado.
Dessa forma, foram aplicados os questionários por ser um meio rápido e
prático de coletar as informações relacionadas ao objetivo da pesquisa. Alguns
setores da empresa apresentam uma jornada de trabalho mais intensa se
comparada a de outros setores, não dispondo de muito tempo para que fosse
aplicada outra técnica de coleta de dados.
40
Destaca-se que no próprio questionário foi informado aos inquiridos que o
instrumento fazia parte de um trabalho acadêmico e que todas as informações
seriam sigilosas, servindo apenas para validar os procedimentos científicos da
pesquisa.
O instrumento estava composto por 31 variáveis, divididas em três partes.
A primeira composta por cinco perguntas, relacionada com os aspectos
demográficos dos funcionários, como gênero, idade, cargo, estado civil e tempo de
empresa.
A segunda parte foi formada em um quadro apresentando vinte e cinco
itens, com alternativas objetivas para assinalar com X o seu grau de discordância ou
concordância em relação às afirmativas de acordo com a escala (1 discordo
totalmente, 2 discordo pouco, 3 não concordo e nem discordo, 4 concordo pouco e 5
concordo totalmente) relacionadas tanto para identificar se os questionados
apresentavam perfil empreendedor e se a empresa favorecia e adotava o
empreendedorismo corporativo.
Por último, os sujeitos de pesquisa foram interrogados com uma pergunta
subjetiva, para identificar a percepção de cada um em relação à importância do
incentivo das atitudes inovadoras por parte da empresa.
Deu-se início a aplicação do questionário no dia 06 de maio de 2013 e
término em 10 de maio de 2013. Foram aplicados 68 questionários, dentre alguns
gerentes, supervisores e colaboradores. Os setores da empresa que participaram da
pesquisa foram os setores de análise de crédito, administrativo, back Office,
cobrança, central de atendimento, contabilidade, comercial, infra-estrutura,
financeiro, logística, marketing, tecnologia da informação e risco. Os funcionários
tiveram a opção de respondê-lo dentro ou fora do trabalho.
Algumas das grandes dificuldades encontradas foram que alguns
gerentes não se encontravam na empresa por motivo de viagens a outras cidades
em que possui filial e o tempo que cada colaborador teria para responder o
questionário, pelo motivo de a empresa estar presente no segmento financeiro,
41
nesse período do dia das mães o fluxo de atendimento aumenta, o que dificultou o
recolhimento de alguns questionários.
3.6 Tratamento e análise de dados
Os questionários foram tratados através da estatística descritiva, com a
utilização do software Microsoft Excel 2007. Diante a aplicação da escala de cinco
itens, correspondendo a um discordo totalmente, dois discordo pouco, três não
concordo e nem discordo, quatro concordo pouco e cinco concordo totalmente,
pode-se perceber o grau de concordância dos inquiridos e realizar o somatório das
afirmativas para obter o resultado estatístico.
Na próxima seção serão analisados os dados apurados na pesquisa de
campo, de acordo com as respostas coletadas nos questionários, relacionando-os
com o objetivo do tema do trabalho.
42
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
A partir desta seção são apresentados os resultados da pesquisa. Estes
foram encontrados depois da análise dos questionários aplicados com os 68
funcionários nos seguintes setores: análise de crédito, administrativo, back Office,
cobrança, central de atendimento, contabilidade, comercial, infra-estrutura,
financeiro, logística, marketing, tecnologia da informação e risco. Após a aplicação,
os questionários foram quantificados e passam a ser apresentados em forma de
gráficos para uma melhor compreensão das respostas relacionadas ao tema da
pesquisa. O Gráfico a seguir se relaciona ao gênero dos funcionários que
responderam o questionário.
Grafico 01: Distribuição dos funcionários por gênero. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados pelos questionários.
Conforme o Gráfico acima, percebe-se que maior parte dos entrevistados
é do sexo feminino, demonstrando que a empresa seleciona mais mulheres para
compor seu quadro de funcionários.
Outro ponto que foi apresentado na pesquisa está presente no Gráfico
adiante, no qual foi analisada a faixa etária dos questionados para uma melhor
percepção do quadro organizacional.
43
Gráfico 02: Distribuição dos funcionários por idade. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários. Analisando a faixa etária dos funcionarios, entende-se que o quadro
organizacional é composto a maior parte por jovens entre as idades de 18 a 30 anos
e o restante dividindo-se em 31 e acima 40 anos.
De acordo com o Gráfico 03, percebe-se que metade dos entrevistados
são solteiros e a outra parte formada por casados, seguida de um pequeno
percentual de separados.
Gráfico 03: Distribuição dos funcionários por estado civil. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários.
No Gráfico abaixo, referente à distribuição dos funcionários quanto ao
tempo de empresa, percebe-se que um pouco mais da metade dos funcionários
tiveram contratação mais recente, a segunda maior parcela inclui funcionários com
44
um pouco mais de dois anos de empresa e o menor percentual é representado por
quem possui mais de quatro anos de trabalho. Denota-se que os avaliados desse
maior percentual podem apresentar uma maior probabilidade de desenvolver sua
capacidade empreendedora. Em contra partida, o conhecimento técnico pode ajudar
os mais experientes, a menor parcela vista no Gráfico, a não ter medo de assumir os
riscos.
Gráfico 04: Distribuição dos funcionários conforme o tempo de empresa. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários. O Gráfico 05 a seguir refere-se aos quinze primeiros itens do
questionário, conforme Santos (2013). As cinco questões iniciais relacionam-se às
habilidades de posturas pessoais do empreendedor, como postura diante dos
problemas, capacidade de assumir riscos e espírito investigativo e questionador. É
importante ressaltá-las, pois conforme Chiavenato (2008) o empreendedor
apresenta características que, se combinadas de forma adequada, o habilita em
transformar uma simples ideia em algo concreto e bem-sucedido.
45
Gráfico 05: Respondidos para identificar o perfil empreendedor dos funcionários. Fonte: Elaborados pelo autor e dados coletados nos questiánarios.
Ainda segundo Santos (2013), as questões de seis a dez são aquelas
ligadas às competências gerenciais, definindo cenários, estabelecer estratégias,
gerenciar finanças e estabelecer redes de relacionamentos.
A questão décima primeira à décima quinta tratam das habilidades de
liderar pessoas, como delegação, negociação, motivação e estabelecimento de
objetivos compartilhados. Essa ideia é reafirmada por Machado, D. ; Matos, F. R.,
(2012), ao definir o empreendedor como aquele que faz a gestão de um negócio,
assumindo o risco, não se prendendo à inovação e valorizando as pessoas como
peças fundamental para o sucesso do negócio.
A análise das questões referentes ao perfil empreendedor foi baseada
conforme a avaliação realizada por Santos (2013), na qual o autor afirma que para
identificar o perfil empreendedor é necessário avaliar o somatório da pontuação que
cada inquirido apresentou, dividindo-se da seguinte forma: quando o teste
apresentar uma pontuação até 35 pontos será necessário desenvolver novos
esforços para romper bloqueios referentes a antigos hábitos e paradigmas e
caminhar em seu aprimoramento profissional antes de pensar em empreender. De
36 a 50 pontos o perfil indica que tem bom potencial, mas que ainda não é suficiente
46
para lançar um novo empreendimento sem um elevado risco de fracasso, e
necessita se aprimorar. Acima de 50 pontos apresenta um conjunto de
características necessárias para empreender com sucesso, formada por
conhecimento e habilidades pessoais e profissionais de alta qualidade.
De acordo com o Gráfico, percebe-se que 97,06% dos funcionários
apresentaram uma pontuação acima de 50 pontos, indicando que esses reúnem as
características necessárias para empreender com sucesso, ou seja, os mesmo
possuem características do perfil empreendedor. Demonstrando o que foi dito por
Dornelas (2007), os empreendedores de sucesso apresentam um conjunto de
características, como serem indivíduos que fazem a diferença, visionários, sabem
tomar decisões, são determinados e dinâmicos, exploram as oportunidades, são
líderes e formadores de equipes, assumem riscos e são bem relacionados.
Porém, 2,94 apresentaram uma pontuação de 36 a 50 pontos,
considerando que essa pequena parcela tem um bom potencial, mas não sendo
suficiente para começar um novo empreendimento sem um elevado risco de
fracasso.
Nesse segundo momento, serão abordadas as questões de numeração
dezesseis a vinte e cinco, referindo-se ao empreendedorismo corporativo. Esse é
definido por Dornelas (2003) como sendo o processo pelo qual um indivíduo ou um
grupo de pessoas, ligados a uma empresa existente, criam uma nova organização
ou renovam ou inovam dentro da empresa que trabalham.
O Gráfico adiante apresenta a percepção do funcionário sobre a
existência do empreendedorismo dentro da empresa. Percebe-se que a maior parte
dos funcionários, 60%, concorda que o empreendedorismo faz parte da realidade da
organização, a outra parte ficou dividida entre 25% que concordam pouco e 15%
que não concordam e nem discordam.
47
Gráfico 06: O empreendedorismo faz parte da realidade da empresa. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários. O Gráfico a seguir apresenta o percentual dos funcionários que
identificaram que o empreendedorismo faz parte da realidade da empresa. As
respostas apresentadas foram bem divididas, nas quais 38% demonstram que
concordam totalmente e 38% que concordam pouco, denotando que grande parte
dos funcionários percebe o empreendedorismo dentro da empresa. Uma outra
parcela foi de 16%, que não concordou e nem discordou, 3% discordaram pouco e
4% discordaram totalmente. Apesar de ser um percentual pequeno, significa que
existem funcionários que não enxergam o empreendedorismo como realidade da
empresa.
Gráfico 07: Os funcionários que apresentam o perfil planejador e inovador são identificados na empresa. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários.
48
A partir do Gráfico abaixo, foi analisado se os funcionários visionários e
inovadores têm oportunidade de desenvolver suas características individuais.
Segundo Brito, Santos, Araújo (2010, p. 18), “para que uma organização consiga
reter seus melhores inovadores, é preciso oferecer oportunidades para que realizem
suas ideias [...]”. Assim, foi possível ainda perceber entre os entrevistados que
responderam essa afirmação que 29% deles concordam totalmente que as
oportunidades de desenvolver as características individuais são disponibilizadas
pela empresa. Entre os outros entrevistados, 50% concordam parcialmente, 16%
não concordam e nem discordam diante da afirmação, 4% discordam parcialmente
que existem oportunidades para desenvolver suas características individuais.
Gráfico 08: Os funcionários visionários e inovadores têm oportunidade de desenvolver suas características individuais. Fonte: Elaborado pelo próprio autor e dados coletados nos questionários. Através do Gráfico 09 a seguir, foi percebido que na empresa existem
políticas para estimular os profissionais corajosos e que não têm medo de assumir
riscos calculados, visto que 24% dos funcionários concordam totalmente e 47%
concordam parcialmente com a afirmação acima, 19% não concordam e nem
discordam, 9% discordam parcialmente e 1% discorda totalmente. Analisando o
percentual entre os funcionários que responderam concordando com a afirmação,
percebe-se que 71% concordam que na empresa existem políticas para estimular os
profissionais com características intraempreendedoras.
49
Gráfico 09: A empresa possui políticas para estimular os profissionais corajosos e que não têm medo de assumir riscos calculados. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários. De acordo com os dados apresentados abaixo sobre a possibilidade de
ver na organização ideias de profissionais audaciosos, identifica-se que 24% dos
funcionários concordam totalmente e 44% concordam parcialmente, ressaltando
assim 68% de concordância. Uma parcela dos entrevistados respondeu que 29%
não concordam e nem discordam e 3% discordam pouco.
Gráfico 10: É possível identificar dentro da empresa ideias de profissionais audaciosos que são utilizadas pela mesma. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários.
50
Uma observação interessante do Gráfico adiante é a relevância do
reconhecimento das atitudes inovadoras por parte da organização, pois segundo
Salim; Silva (2010), a inovação compreende, além das invenções ou novidades
tecnológicas, novidades em processos, que possivelmente é o centro do ambiente
empreendedor.
Gráfico 11: As atitudes inovadoras são reconhecidas e valorizadas pela empresa. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários. Analisando as respostas dos entrevistados no gráfico acima,
compreende-se que 34% concordam totalmente e 37% concordam parcialmente,
notando-se que mais da metade, 71%, concorda que as atitudes inovadoras são
reconhecidas e valorizadas pela empresa, demonstrando que as novas ideias são
sim valorizadas pela organização pesquisada. Entre os demais, é possível perceber
que esses números são passíveis de melhora, quando temos que 21% não
concordam e nem discordam e 9% discordam parcialmente.
A partir da situação a seguir, busca-se identificar se as políticas de
incentivos existente na organização são suficientes para motivar os funcionários a se
transformar ou a se manter como intraempreendedores. O percentual analisado
mostra que 31% concordam totalmente e 35% concordam parcialmente que as
ações praticadas pela organização contribuem para manter os funcionários
motivados, 24% não concordam e nem discordam, 9% discordam parcialmente e 1%
51
discorda totalmente. Compreende-se que 66% dos entrevistados concordam com
as políticas praticadas pela empresa e a menor parte não está satisfeita com as
políticas para incentivar as ações intraempreendedoras.
Gráfico 12: Nas políticas da empresa existem ações para incentivar os funcionários com características empreendedoras. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários.
No Gráfico a seguir, percebe-se que os funcionários são incentivados a
estimular a criatividade e suas ideias inovadoras são valorizadas pela empresa,
onde 37% concordam totalmente, 40% concordam parcialmente, demonstrando que
a maior parte percebe o incentivo por parte da organização. Em contrapartida, 19%
não concordam e nem discordam e 4% discordam parcialmente que a empresa
poderia melhorar as medidas existentes para incentivar a criatividade e inovação.
52
Gráfico 13: Existem na empresa medidas para incentivar o desenvolvimento da inovação e da criatividade. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários.
Levando em consideração a promoção de funcionários veteranos na
empresa, 50% concordam totalmente que a empresa reconhece como diferencial as
ações inovadoras e criativas no momento de uma promoção, levando em conta que
o índice de concordância desse item foi de 81% do total dos questionados. 15% não
concordam e nem discordam da questão e 3% discordam parcialmente.
Gráfico 14: As ações de um funcionario inovador e criativo são levadas em consideração no momento de uma promoção. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários.
53
No Gráfico seguinte foi indagado aos funcionários se é importante a
empresa incentivar as ações empreendedoras com eles. Em decorrência dos
percentuais apresentados no Gráfico, identificamos que 76% dos funcionários
entrevistados concordam totalmente que é importante a empresa incentivar as ações
empreendedoras de seus funcionários. Desse modo, percebemos que essas ações
empreendedoras podem gerar melhorias para o funcionamento da empresa. Entre
os demais entrevistados, 18% concordam parcialmente, 6% não concordam e nem
discordam e nenhum dos funcionários discordou desse item. Vale ressaltar que 94%
dos avaliados consideram importante a presença do empreendedorismo dentro das
organizações.
Gráfico 15: É importante a empresa incentivar as ações empreendedoras por parte dos funcionários. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários.
Na terceira parte do questionário, os funcionários foram indagados a
concordar ou discordar a respeito da importância do incentivo por parte da empresa
às atitudes inovadoras de seus colaboradores. A questão pedia ainda que os
entrevistados justificassem o motivo pelo qual concordaram ou discordaram do item
em questão. O resultado das respostas apresenta-se abaixo.
54
Gráfico 16: Você acha importante o incentivo da empresa às atitudes inovadoras dos colaboradores? Justifique. Fonte: Elaborado pelo autor e dados coletados nos questionários. Diante do exposto, percebe-se que a grande maioria dos funcionários,
84%, respondeu que considera importante o incentivo da empresa às atitudes
inovadoras dos colaboradores. Isso demonstra que a inovação deve fazer parte do
empreendedorismo corporativo, pois conforme Schumpeter (1988),
empreendedorismo é a atividade de fazer inovações, através dela se promovem
mudanças, aliando recursos de modo diferenciado, como o desenvolvimento e
crescimento econômico.
Através das justificativas apresentadas, foi percebido que os funcionários
acham importante aliar as características intraempreendedoras ao ambiente
organizacional, a fim de atingir os melhores objetivos para ambas as partes. De
acordo com Possas (2002 apud Matos et al, 2012, p. 211), “a inovação é a tentativa
de criação de um espaço novo para valorizar o capital”. Identifica-se essa afirmação
na justificativa dada por um dos inquiridos:
Sim. Pois ações inovadoras podem agregar muito conhecimento e trazer inúmeros diferenciais competitivos em relação às empresas concorrentes do mercado. Inovação gera riqueza e valor, tanto intelectual como financeiro.
Outra característica empreendedora citada nas justificativas relaciona-se
à criatividade, conforme Chiavenato (2008, p.7), “por ter criatividade e um alto nível
55
de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança [...]”, segue
abaixo:
Sim, acho importante, pois a inovação e criatividade são atitudes que devem ser incentivadas, já que proporcionam um novo olhar em processos que muitas vezes estão decadentes.
A motivação é uma característica bastante presente entre os
intraempreendedores. Conforme Tavares et al (2008), “são indivíduos internamente
motivados para atuar em seus negócios com autoconfiança, mas desejosos de
independência e autonomia que pessoas não empreendedoras”, é justificada em:
Sim. Tal atividade permite aos colaboradores sentirem identificação com os negócios da empresa, como co-participantes do sucesso empresarial, e dessa forma mais motivados a participarem e desempenharem melhor suas funções.
O menor percentual, 16%, não respondeu a questão aberta, não sendo
tão relevante, já que a maior parte respondeu justificando suas respostas e
apresentando de forma indireta as principais características relacionadas ao
intraempreendedorismo.
As ações desenvolvidas na empresa para estimular o desenvolvimento de
funcionários com características intraempreendedoras são realizadas através de
ações como o “Programa de Desenvolvimento de Talentos”, que são encontros
semanais entre colaboradores, gestores e Recursos Humanos para melhoria das
competências individuais. Outra ação é a chamada “Café com a Diretoria”, na qual
os funcionários têm espaço para desenvolver suas características e expor suas
ideias para a direção da organização. Apesar dessas ações não terem sido citadas
na pesquisa, o pesquisador, por fazer parte da organização, achou relevante citar
para o enriquecimento do trabalho.
Perante esses resultados, serão apresentadas na próxima seção as
considerações finais conforme os resultados alcançados no que se relacionam com
o objetivo da pesquisa.
56
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O empreendedorismo corporativo e o intraempreendedorismo vêm se
tornando realidade em muitas organizações, pelo fato de serem considerados como
um grande potencial para o desenvolvimento dessas empresas perante seus
concorrentes, como também uma chance de promover o crescimento e
reconhecimento profissional de seus funcionários.
Verificou-se com a pesquisa que a empresa procura estimular o
empreendedorismo e proporcionar que os seus funcionários desenvolvam suas
habilidades intraempreendedoras. Através do potencial criativo, inovador e ousado
de seus funcionários, a organização consegue lançar cada vez mais produtos e
serviços inovadores no mercado, sendo esse o segredo para o sucesso de muitas
organizações.
Os objetivos específicos do trabalho foram demonstrar a importância do
intraempreendedorismo para as organizações, verificar se a organização oferece
condições para o desenvolvimento do empreendedorismo corporativo e identificar a
existência de profissionais com perfil empreendedor na organização. Esses objetivos
foram alcançados quando se demonstrou que a organização oferece práticas para
desenvolver o intraempreendedorismo, como também o reconhecimento de seus
colaboradores e funcionários com habilidades empreendedoras. A pesquisa teve
como objetivo geral analisar o empreendedorismo corporativo e as ações
relacionadas ao intraempreendedorismo que possibilitam o desenvolvimento de
colaboradores com características intraempreendedoras em uma administradora de
cartões de crédito localizada na cidade de Fortaleza, utilizando questionários com
alguns funcionários de diversos setores da empresa.
Verificou-se de forma expressiva que mais de 97% dos colaboradores se
vêem como empreendedores, sendo assim um grande potencial para a empresa
desenvolver políticas para incentivar as características dos seus colaboradores.
Esses funcionários destacam-se por ser criativos e inovadores, sem medo de
57
assumir riscos, autoconfiantes e líderes, habilidades essas que tornam a empresa
destaque perante seus concorrentes.
É bastante relevante ressaltar que o empreendedorismo corporativo
possui foco na inovação, e a organização precisa estar preparada para mudanças
constantes que ocorrem no mercado para que consiga competir e agir eficazmente,
atingindo seus objetivos com seus funcionários que apresentam um perfil
intraempreendor.
No que se refere às principais características relacionadas aos
empreendedores, como planejadores, inovadores, audaciosos e visionários, essas
são identificadas pela organização, sendo assim, de alguma forma, valorizados. Os
profissionais corajosos e sem medo de assumir riscos calculados estão presentes na
organização, assim, essa ganha com tais profissionais, já que eles, com sua
coragem e sem medo de enfrentar novos desafios, conseguem ser mais destemidos,
trazendo consequentemente melhores resultados para a empresa. No momento de
uma promoção, os funcionários que apresentam características intraempreendoras
são destacados para uma possível vaga, o que demonstra que os profissionais que
percebem possuir tais características individuais e que desejam se destacar dentro
da organização podem desenvolver suas habilidades para que assim, numa
oportunidade, sejam valorizados pela empresa.
Diante do exposto, percebe-se que a organização valoriza e busca
incentivar as ideias de seus colaboradores, pois de alguma forma conseguiu
implantá-las no ambiente organizacional. Essa percepção que a empresa tem sobre
seus colaboradores faz com que ela consiga se destacar perante seus concorrentes.
Conclui-se que, apesar da valorização que a empresa possui diante de
seus profissionais, enxergando-os com características empreendedoras, ainda se
faz necessário que algumas situações sejam revistas e aprimoradas pela empresa,
pois ainda existe uma parcela de funcionários que não visualizam o incentivo
oferecido.
58
A omissão por parte da empresa em incentivar profissionais pode ser
exemplificada por processos mal organizados, falta de ações motivacionais de
talentos humanos, competitividade entre funcionários relacionados ao conhecimento
acima da média e inibição de suas características pelo gestor, atitudes que variam
de setor, cargo e competências. Essas variáveis precisam ser analisadas, pois com
profissionais intraempreendedores a organização só tem a ganhar, uma vez que
esses perfis acrescentam em números e benefícios tanto interno quanto externo
para a empresa, para os colaboradores e para o mercado empreendedor. De um
modo geral, percebe-se que o empreendedorismo corporativo faz-se presente na
empresa pesquisada como também a mesma valoriza os seus colaboradores
intraempreendedores.
A pesquisa apresentou limitações que impossibilitaram de alcançar
resultados mais precisos. Os fatores foram o tempo para coleta das respostas dos
questionários, a não aplicação em todos os setores da empresa, como também para
todos os funcionários e gestores. A partir dessas limitações, sugere-se para futuras
pesquisas a aplicação de questionários com o maior número de colaboradores e, se
possível, aplicação diretamente para todos os gestores, para obter a percepção
desses e proporcionar melhores ações para as atividades intraempreendedoras da
organização.
59
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63
APÊNDICE
Apêndice A – Questionário
Questionário
Este questionário faz parte de um trabalho acadêmico e todas as informações aqui prestadas são anônimas, servindo apenas para validar os procedimentos científicos da pesquisa.
Gênero: ( )M ( )F Idade: ______
Cargo: ____________________________________________
Estado Civil: ( ) Solteiro ( )Casado ( )Viúvo ( )Separado
Tempo de empresa: __________
1. Assinale com X seu grau de discordância ou concordância em relação às afirmativas abaixo, de acordo com a escala a seguir:
1 Entendo que alguns negócios não combinam com as minhas metas pessoais. 1 2 3 4 5
2 Penso que problemas existem para ser resolvidos e são oportunidades de aprendizado. Sou persistente.
1 2 3 4 5
3 Em todos os lugares a que vou, como consumidor ou cliente, procuro perceber o que mais me agrada ou desagrada.
1 2 3 4 5
4 Entendo que só conseguirei me aprimorar pessoal e profissionalmente se me propuser metas cada vez mais ousadas.
1 2 3 4 5
5 Sei que qualquer empreendimento envolve riscos. Sempre avalio o que pode dar errado. Planejo-me para o sucesso, mas também me preparo para os tropeços.
1 2 3 4 5
6 Tenho o hábito de ficar atento ao que acontece ao meu redor. Analiso os acontecimentos locais, nacionais e mundiais, e sempre procuro avaliar os desdobramentos dos fatos para o meu negócio.
1 2 3 4 5
7
Acredito no ditado "qualquer caminho serve quando não sabemos aonde ir". Nos negócios, é tão importante definir os caminhos quanto os objetivos a serem atingidos, uma vez que cada rota envolve um conjunto de exigências específicas.
1 2 3 4 5
8 Tento levar uma vida financeira pessoal equilibrada e não consigo desempenhar bem meu trabalho se não souber como anda a saúde financeira do negócio.
1 2 3 4 5
64
9 Sei que todos os departamentos de uma empresa são importantes para atingir as metas. Procuro compreender as necessidades de cada departamento e compatibilizá-las com os objetivos do negócio a serem atingidos.
1 2 3 4 5
10 Tenho outros objetivos pessoais além do aspecto profissional. Matenho relacionamentos com uma ampla gama de pessoas, de diferentes áreas e interesses.
1 2 3 4 5
11 Costumo enteder as razões da pessoa com a qual estou negociando. Sempre deixo claras minhas necessidades e me esforço para chegar a um acordo que satisfaça a todos.
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12 Acredito que todas as pessoas são competentes e capazes de se desenvolver se tiverem oportunidade e forem incentivadas a isso.
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13 Não me importo se alguém da minha equipe trabalha de uma forma diferente da minha. O que conta é saber se o resultado combinado foi alcançado.
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14 Acredito que as pessoas em geral gostam de trabalhar e que assumirão responsabilidades sempre que tiverem oportunidade e forem incentivadas para isso.
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15 Gosto tanto de falar como de ouvir. Acredito que a troca de ideias e experências entre as pessoas que trabalham na mesma empresa é uma das melhores formas de aprender e de solucionar problemas.
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16 O empreendedorismo faz parte da realidade da empresa. 1 2 3 4 5
17 Os funcionários que apresentam o perfil planejador e inovador são identificados na empresa.
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18 Os funcionários visionários e inovadores têm oportunidade de desenvolver suas características individuais.
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19 A empresa possui políticas para estimular os profissionais corajosos e que não tem medo de assumir riscos calculados.
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20 É possível identificar dentro da empresa ideias de profissionais audaciosos que são utilizadas pela mesma.
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21 As atitudes inovadoras são reconhecidas e valorizadas pela empresa. 1 2 3 4 5
22 Nas políticas da empresa existem ações para incentivar os funcionários com caracteristicas empreendedora.
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23 Existe na empresa medidas para incentivar o desenvolvimento da inovação e da criatividade.
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24 As ações de um funcionário inovador e criativo é levado em consideração no momento de uma promoção.
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25 É importante a empresa incentivar as ações empreendedoras por parte dos funcionários.
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2. Você acha importante o incentivo da empresa das atitudes inovadoras dos colaboradores? Justifique.
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ANEXO
FACULDADE CEARENSE
CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o Senhor,
___________________________________, ciente dos procedimentos propostos, não
restando quaisquer dúvidas a respeito do que foi lido e explicado, firma seu
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto a realização da
pesquisa intitulada O Empreendedorismo e o Intraempreendedorismo: Análise em uma
Administradora de Cartões em Fortaleza, realizada pelo estudante Carlos Abner Alves
de Holanda, sob orientação do Professor Ms. Jakcilene Dias Rocha.
Fica claro que o estabelecimento, através de seu representante legal pode a qualquer
momento retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar
do estudo alvo da pesquisa e fica ciente de que todo o trabalho realizado torna-se
informação confidencial, guardada por foca do sigilo profissional.
Fortaleza – CE, ______de _______________de 2013
_________________________________ NOME
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