CENTRO DE ARTE URBANA
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................ 7
1. A CIDADE COMO ESPAÇO DE MANIFESTAÇÃO DA
CULTURA................................................................................ 9
1.1A PRAÇA ........................................................................... 9
1.2 ARTE URBANA .............................................................. 12
1.1.1TÉCNICAS DE ARTE URBANA................................. 13
1.2GRAFITTI ......................................................................... 16
1.3.1 HISTÓRIA DO GRAFITTI ........................................... 16
1.3ESPORTES DE RUA ...................................................... 18
2.0 A ARTE URBANA E OS ESPORTES DE RUA EM
RIBEIRÃO PRETO ............................................................... 21
2.1 A ARTE URBANA EM RIBEIRÃO PRETO ................. 22
2.2 ESPORTES DE RUA EM RIBEIRÃO PRETO ............ 24
3.0 O PROJETO ................................................................... 26
3.1 CENTRO DE ARTE URBANA ...................................... 27
3.2 LEITURAS PROJETUAIS ............................................. 28
3.2.1 PAS HOUSE ................................................................ 30
3.2.2 UNIVERSIDADE FEMININA EWHA ......................... 38
3.2.3 CENTRO CULTURAL SÃO PAULO ......................... 49
3.3 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DA ÁREA ................ 59
3.4 PARTIDO ARQUITETÔNICO........................................ 64
3.5 PROGRAMA DE NECESSIDADES.............................. 65
3.6 FLUXOGRAMA .............................................................. 66
3.7 ESTUDOS PRELIMINARES ......................................... 67
LISTA DE FIGURAS............................................................. 70
BIBLIOGRAFIA ..................................................................... 72
WEBSITES ............................................................................ 73
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7
INTRODUÇÃO
Como todos nós sabemos o grafite e outros
tipos de intervenção urbana, muitas vezes são
confundidos pela sociedade como vandalismo, nesse
contexto encaixa-se também a prática de esportes
radicais.
Tendo em vista este grupo de pessoas, foi
idealizado um projeto que procura atender os
praticantes de esportes radicais juntamente com os
artistas de rua, em um espaço que integraria estas
atividades, que têm sua origem no espaço urbano, em
um só espaço.
Espaço este que serviria para a prática dessas
atividades, com infraestrutura adequada para o ensino
e a busca de informação sobre a arte urbana, espaço
com mobiliário adequado para a prática de esportes
radicais, sendo também um ponto de encontro para
os praticantes de tais atividades trocarem
informações, experiências e etc...
No primeiro capítulo abordaremos as
considerações gerais do tema. Falando um pouco
sobre espaços públicos, o grafite, as artes urbanas e
alguns esportes radicais praticados na cidade. No
segundo capítulo abordaremos sobre o cenário
dessas atividades na cidade de Ribeirão Preto. E por
fim o terceiro capítulo, que coloca em prática os
estudos feitos para a criação do espaço.
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A CIDADE COMO ESPAÇO DE MANIFESTAÇÃO
DA CULTURA
CENTRO DE ARTE URBANA
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1. A CIDADE COMO ESPAÇO DE
MANIFESTAÇÃO DA CULTURA
“Conhece-se mal, a bem da verdade, os mecanismos
pelos quais uma cultura popular, eventualmente uma
contracultura, modifica os objetos urbanos
constituídos ou os modela. Essa reflexão convida
simplesmente a pensar que os modos de habitar não
são simples reflexo das desigualdades ou mesmo de
conflitos sociais enquanto tal; seria preciso procurar,
através da grelha urbana, as manifestações de
liberdade, as reivindicações de autonomia, a
construção do coletivo ou a defesa do privado à
margem das hierarquias sociais reconhecidas. Seria
preciso criticar de novo a lógica do lugar muito
frequentemente admitida pelos urbanistas e
questionar, ao contrário, como os grupos sociais, nos
atos e pensamentos produzem seu meio.
(Roncayolo, 1990:179)
Tendo a cidade como espaço onde a arte
urbana se manifesta, podemos observar os diferentes
modos de expressão e alcance de espectadores que
este tipo de arte pode alcançar. Este modo de se
fazer arte se encaixa nos lugares mais inesperados,
como bueiros, bocas de lobo, lixeiras, muros,
paredes, arvores, enfim, se manifesta por toda a
cidade. Como também seus espectadores, a arte
urbana é capaz de atingir espectadores de todas as
classes sociais e idades, devido a essa capacidade
de poder se manifestar dentro de estabelecimentos,
museus e galerias de artes ou cidade afora.
1.1 A PRAÇA
A sociedade, bem como seus costumes, está em
constante mudança, mesmo que pequenas essas
mudanças devem ser acompanhadas também pelos
espaços de vivência onde esta sociedade está
inserida. Desse modo, as praças também devem
acompanhar essas mudanças a fim de propiciar o
bem estar da população.
A cidade não pode ser vista meramente como um mecanismo físico e uma construção artificial. Esta é envolvida nos processos vitais das pessoas que a
compõe; é um produto da natureza e particularmente da natureza humana.
(Robert Ezra Park, 1973, p. 26)
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10
Antigamente, era comum as pessoas utilizarem as
praças como ponto de encontro, lugar para a prática
do lazer, festas públicas, cerimônias oficiais, etc... As
praças tinham como conotação a noção de “espaços
em que se vivenciava a infância, a adolescência”,
eventos que hoje podemos observar em apenas
algumas cidades pequenas.
“a praça é o lugar intencional do encontro, da permanência, dos acontecimentos, de práticas
sociais, de manifestações da vida urbana e comunitária e, consequentemente, de funções
estruturantes e arquiteturas significativas”. (LAMAS apud DEANGELIS, 2005, p.2).
Figura 1 - Programa de TV que mostra a movimentação nas praças antigamente
Fonte: http://www.sbt.com.br/apraca/fotos_20anos.asp?chave=patropi-
e-ca&legenda=Patropi
Acessado em: 04/06/2012
Com o desenvolvimento da tecnologia, surgem
outras formas de diversão como os videogames e
outros aparelhos eletrônicos, a internet, e a vinda dos
shoppings centers (que tem como vantagem a ideia
de segurança) e parques de diversão, fazendo com
que as praças perdessem cada vez mais seu valor
como opção de lazer, tornando-se apenas local de
passagem onde as pessoas param apenas para
pegar ônibus, estacionar o carro, comprar artesanatos
ou cortar caminho. Assim, algumas praças
começaram a se tornar locais onde se encontram
desocupados, prostitutas, traficantes e usuários de
drogas. Para expressar o desinteresse aos espaços
coletivos, Pereira Leite (1997, p.141) escreve que:
A renúncia ao espaço público da cidade fica
caracterizada por uma série de procedimentos
diferentes: nas camadas mais altas de renda, pelo
desenvolvimento privado de atividades culturais e de
lazer; nas de baixo poder aquisitivo pela
impossibilidade de participar de atividades públicas ou
culturais, seja pelo temor de sair de casa após o
anoitecer. Pois não há garantia de segurança. Seja
por sua marginalização do processo de
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11
desenvolvimento cultural; a atuação do poder público
agrava essa situação pelos procedimentos
intimidatórios dos espaços públicos de uso coletivo,
visando atender as alegações de caráter
essencialmente discriminatórias: falta de segurança
gerada pela permanência, nas praças, parques e
jardins de desocupados ou suspeitos, falta de
condições intelectuais para a participação em
atividades culturais. A cidade responde a essa
rejeição recíproca entre as classes sociais e o poder
público, exibindo uma paisagem fragmentada e
desorganizada: espaços privados fortemente
defendidos e espaços públicos abandonados e
deteriorados.
Em virtude da falta de espaços de lazer na periferia, a rua passa a exercer a função de tal: na rua, as
pessoas param, conversam, brincam e, no meio dela, tecem a trama da convivência, criam um outro
espaço. Carrinhos de rolimã, feitos de improviso pelas próprias crianças que as utilizam, descem as ruas esburacadas; em outro canto, meninos empinam pipas de materiais sucateados; rodas e correrias
infantis coexistem com grupos de adultos que também fazem da rua um espaço de socialização.
(MARQUES, 2001, p. 53)
Esta “desvalorização” da praça como opção para lazer pode estar vinculada ao fato de as praças
em geral não terem infraestrutura como boa iluminação, banheiros, etc... , falta de policiamento, bem como espaço adequado para a prática de esportes (principalmente para a prática de esportes radicais), como podemos observar estudos feitos em algumas cidades1.
Figura 2 - Crianças jogando futebol na rua
Fonte: http://www.andressoares.com/blog/wp-
content/uploads/2011/06/fad_val.jpg
Acessado em: 04/06/2012
1 Sarriera, J. C., Tatim, D. C., Coelho, R. P. S. & Bücker, J. (2007). Uso do Tempo Livre por Adolescentes de Classe Popular. REVSBAU, Piracicaba – SP, v.6, n.3, p.22-42, 2011 OLIVEIRA,Sérgio. Os adolescentes e o espaço público. 2006. Dissertação (Mestrado em Desenho Urbano) – Universitat de Barcelona, Barcelona, 2006.
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12
“Com a evolução das cidades, o significado do papel da praça no contexto urbano sofreu modificações, no
entanto, sua vocação social ainda permanece...”. (MACEDO; ROBBA, 2002)
(...) Quando o espaço é inteiramente familiar, torna-se lugar. (...) “O espaço se transforma em lugar à medida
que adquire definição e significado”. (Tuan, 1983, p.37, 83, 151)
Figura 3 - Praça CWB em Curitiba-PR (praça com mobiliário para a prática de esportes radicais)
Fonte: http://www.fotolog.com.br/pracadeskatecwb/21814044/
Acessado em: 04/06/2012
Assim, as cidades vêm se tornando cada vez
mais um meio artificial, onde as pessoas se
identificam cada vez menos com o espaço, agravando
o empobrecimento da paisagem urbana, bem como a
sociedade, que perde espaços gratuitos de lazer e
área verde.
1.2 ARTE URBANA
Originada do grafitti, a arte urbana é uma forma de arte que dispensa galerias, museus e reconhecimento do público em geral, necessitando apenas do espaço urbano. Pode acontecer em espaços inesperados como bueiros, bocas de lobo, postes de iluminação, paredes estragadas, e até mesmo arvores, não sendo necessariamente apenas a pintura.
A arte urbana tem como objetivo retratar com bom humor o contexto social, político, ambiental e algumas vezes sem pretensão alguma, modificando lugares muitas vezes marginalizados pela sociedade.
Apesar de não necessitar de locais como museus e galerias, esse tipo de arte vem ganhando espaço até mesmo nesses locais, com exposições em murais e quadros, mostrando o reconhecimento do público em geral. No ano de 2011, a cidade de São Paulo cria
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o primeiro museu a céu aberto de Arte Urbana do mundo, composta de 33 colunas com quatro metros de altura, esse museu encontra-se na zona norte de São Paulo embaixo dos trilhos do metrô.
Figura 4 -Foto do Museu de Arte Urbana a céu aberto
Fonte: http://www.hypeness.com.br/2011/10/1-museu-aberto/
Acessado em: 06/06/2012
1.1.1 TÉCNICAS DE ARTE URBANA
Como já citado anteriormente, a arte urbana
tem outras técnicas além das pinturas, sendo elas:
Mosaico: é uma arte que se baseia em um
conjunto de pequenos pedaços de vidro colorido,
pedra ou outros materiais. Esta arte é usada para
criar fotos ou imagens.
Murais: A obra de arte pintada diretamente em
uma parede, teto ou outra superfície. É uma imagem
muito grande, tal como uma fotografia pintada.
Stencil: é feito com stencils, formas que
normalmente são feitas de papel ou papelão; você
desenha a imagem e depois cortá-lo. Depois que você
usar tinta spray ou rolo de pintura para criar o
desenho que você quiser sobre a superfície.
Adesivos: uma imagem ou mensagem é
exibida publicamente usando adesivos.
Wheatpaste: é um líquido adesivo feito a partir
de amido vegetal e água, e é usada para colar
cartazes de papel de paredes e outras superfícies.
Woodblocking: Obra de arte pintada em uma
pequena porção de madeira ou material semelhante
barato e anexado a mensagens sinal de rua com
parafusos. Muitas vezes, os parafusos são dobrados
na parte de trás para impedir a remoção.
Yarn bombing: é um tipo de arte de rua que
utiliza telas coloridas de tecido de malha ou crochê.
Estes pedaços de pano são colocados sobre outros
objetos, de modo a decorá-los.
LED art: É uma forma de arte baseada em
diodos emissores de luz. Você pode comprá-los de
uma forma barata.
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14
Projeções: quando uma parede ou prédio têm
imagens projetadas em sua fachada.
Figura 5 - Exemplo de intervenção urbana por projeções
Fonte: http://blogs.walkerart.org/offcenter/files/2007/11/yorkminsterevoke.jpglog
s.walkerart.org/offcenter/files/2007/11/yorkminsterevoke.jpg
Acessado em: 06/06/2012
Figura 6 - Exemplo de intervenção urbana por projeções
Fonte: http://blocs.xtec.cat/streetart/definition-of-street-art/street-art-
definition-and-techniques/
Acessado em: 06/06/2012
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Figura 7 - Exemplo de intervenção urbana com material reciclável
Fonte: http://www.hypeness.com.br/2012/05/transformando-garrafas-
pet-em-arte-urbana/
Acessado em: 06/06/2012
1.2 GRAFITTI
Originado do termo italiano graffiare, que
significa algo como riscar, grafitti, corresponde ao
plural de grafito, que significa marca ou inscrição
feita num muro ou parede. Esta é a denominação
dada às inscrições feitas em paredes desde o
império romano. Este tipo de arte, que no início
era visto como vandalismo e hoje ocupa posição
na arte urbana, nas artes visuais e nas artes
públicas, é algo inseparável da ideia de cidade,
visto que suas origens estão nos subúrbios de
Nova York, onde as gangues marcavam a cidade
com seus grafittis, com o intuito de marcar seus
territórios, Silva Tellez explica este ato humano:
Em todas as cidades, os seus habitantes têm
maneiras de marcar os seus territórios. Não existe
cidade, cinzenta ou branca, que não anuncie, de
alguma forma, que os seus espaços são percorridos e
denominados por seus cidadãos (...) O território alude,
mais propriamente, a uma complicada elaboração
simbólica que não se cansa de apropriar-se das
coisas e tornar a nomeá-las, num característico
exercício existencial-linguístico: aquilo que eu vivo eu
nomeio.
(Silva Tellez, 2001, p. 21)
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16
Figura 8 - Grafitti sendo feito por Os Gêmeos na cidade de Lisboa
Fonte: http://www.viverlisboa.org/wp-
content/uploads/2010/05/Cronos-G%C3%A9meos.jpg
Acessado em: 06/06/2012
1.3.1 HISTÓRIA DO GRAFITTI
O grafitti que nós conhecemos atualmente tem
origem na cidade de Nova York, juntamente com a
cultura Hip-Hop que começava a aparecer pelas ruas
da cidade. Cultura essa que é composta pelos
seguintes elementos, o break (dança), o rap (música)
e o grafitti (arte), sendo que o ultimo elemento tem
sua história relatada abaixo:
“O graffiti como arte e com os contornos que hoje
reconhecemos, ressurge nos anos 60/70 na cidade de
Nova Iorque em associação com o bairro do South
Bronx e a cultura hip-hop emergente nas ruas – num
primeiro momento, o tag e o graffiti são neste contexto
uma marca territorial dos gangs nesta cidade. No
limite, o Modernismo do pós-guerra é o “pai” do graffiti
como o são Le Corbusier e Frank Lloyd Wright nos
EUA – “the ideal of modernism was the design of
social architecture, such as the productions of the
Bauhaus, aiming for the perfect living space in the
post-war reconstruction” (Lewisohn 2007:87). O apelo
de Corbusier, “kill the street” unido ao ideal “Usonian”
de Lloyd Wright geraram uma arquitectura social
modernista nos núcleos urbanos abandonados e
substituídos pelas periferias não edificadas e
imobiliariamente interessantes e especuladas e
portanto, a morte dos centros urbanos abandonados
para o sector terciário, rodeados pela habitação social
da nova arquitectura e ligando as malhas centrais e
periféricas por amplos e complexos sistemas de
circulação e mobilidade de infra-estruturas urbanas –
comboios, metro, túneis. Para as comunidades
residentes nestas áreas, sobretudo os jovens, os
grupos e gangs eram a nova família, a rua e os
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17
comboios, uma nova casa. O espaço público da
cidade abandonada tornou-se o seu território a ser
disputado como numa guerra: a própria terminologia
do movimento é extremamente agressiva. As brancas
paredes, as formas rectas ou cinzentas de um
brutalismo arquitectónico renovado e modernista ou
os comboios parados nas estações, foram os
suportes inicialmente escolhidos para receberem os
primeiros tags, assinaturas rápidas de grupos de
jovens ou crews na demarcação de território urbano.
Contudo o movimento desde o tag à escrita do graffiti
foi efervescente e extremamente rápido: num período
desde os finais dos anos 70 até ao início dos anos 80,
eram vários os jovens que demonstrando a sua
frustração com a sociedade escolhiam a arte pública e
visual para se expressarem e comunicarem sem o
estigma do gang estar associado à prática. O graffiti
evoluiu rapidamente do tag de gangs para o tag de
writers para a escrita do graffiti – toda a prática
artística era espontânea, não financiada por nenhum
organismo oficial ou privado, os writers não tinham
qualquer formação artística e as fontes de inspiração
emergiam da cultura pop onde as referências eram
facilmente captadas, interpretadas e misturadas
criando um movimento artístico único no século XX.
Apesar de o graffiti basear-se no desenho de
letras os primeiros trabalhos eram de difícil leitura
dada a complexidade do desenho das letras de
“wildstyle” cujo objectivo era exactamente de serem
indecifráveis e incompreensíveis para o público em
geral associando-se à sub-cultura do hip-hop. Num
movimento de alteração de suporte igualmente veloz,
o graffiti em Nova Iorque rapidamente evolui na
escolha de suporte passando de paredes exteriores
para comboios, primeiro parados em estações, com
tags simples, para a invasão de propriedade – os
yards - de forma a pintá-los parados e portanto em
dimensão e qualidade artística muito superior. Esta
alteração do medium que passava a ser móvel e em
circulação por toda a cidade, abriu o campo estético e
formal do graffiti. Os desenhos das letras tornaram-se
legíveis e compreensíveis fora do círculo dos writers e
crews e acessíveis logo, reconhecíveis, por todos. O
graffiti passa a estar associado à juventude (Campos
2010), à cultura pop e das massas, aos vídeo-clips
assim como às actividades ilegais, irreverentes e
socialmente inaceitáveis (...) contudo e apesar de na
cidade de Nova Iorque eficazes políticas de
prevenção e repressão contra o graffiti terem surtido
efeito (como a não-circulação de comboios grafitados
até serem limpos) a arte já se tinha espalhado pelo
país, pelo Atlântico até à Europa e com
características muito particulares no Brasil, em
particular, São Paulo. A popularidade e disseminação
do graffiti surge apartir dos anos 80 com a
popularidade atingida pelo hip hop e posteriormente o
rap, catapultando a música e a arte pelo Mundo.”
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18
(SIMÕES, 2011, p.5)
1.3 ESPORTES DE RUA
Assim como na arte, a cultura urbana também se
expressa nos esportes praticados em meio urbano.
Neste capítulo iremos abordar apenas algumas
modalidades de esportes urbanos, sendo eles:
-Skate: Surge no início dos anos 60 na Califórnia,
inventado por surfistas. Nos anos 70 houve um
racionamento de água nos EUA, que obrigou vários
americanos a esvaziarem suas piscinas, com as
piscinas das casas vazias, os skatistas viram um
ótimo local para andar de skate surgindo assim a
modalidade do skate vertical.
No final da década de 70 e início dos anos 80
surge também nos EUA a modalidade street,
modalidade essa com a maior quantidade de adeptos
atualmente (95% aproximadamente), que consiste na
prática do skate em mobiliários e elementos urbanos
como: monumentos, bancos, canteiros, guarda-
corpos, corrimãos, escadas, rampas, entre outros. No
Brasil há mais de 300 competidores profissionais e
mais de 10 mil competidores amadores atualmente.
Figura 9 - Prática de skate pelas ruas da cidade
Fonte:
http://campeonatosdeskate.blogspot.com.br/2012/02/pela-rua-
episodio-11.html
Acessado em: 06/06/2012
-Patins inline (“agressive inline ou roller inline”):
Começa a ser praticado no Brasil em 1993, sua
modalidade “street” assim como no skate, usa
elementos urbanos como obstáculos. Atualmente tem-
se a estimativa de 2.000 atletas no Brasil, divididos
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19
nas categorias profissional, amador , iniciante e
feminino.
Figura 10 - Prática de patins inline pelas ruas da cidade
Fonte:
http://xinline.files.wordpress.com/2011/08/2347094998_d29bd
e2a60.jpg
Acessado em: 06/06/2012
-BMX: O Bicycle (B) Moto (M) Cross (X), surge
na década de 70 também nos EUA, quando as
crianças imitavam seus ídolos do motocross com suas
bicicletas aro 20”. Este esporte surge no Brasil em
1978 e ainda é praticado em bicicletas aro 20”. Bem
como o skate e o patins inline, tem na sua modalidade
“street” o uso de elementos urbanos como obstáculos.
Figura 11 - Prática do BMX street
Fonte:
http://ruggerjay.typepad.com/photos/uncategorized/2008/08/2
5/bike_2.jpg
Acessado em: 06/06/2012
-Le Parkour: Atividade onde a ideia principal é
traçar um percurso ou objetivo, e correndo, pulando,
rastejando, suspendendo-se sem a ajuda de qualquer
outro indivíduo ou ferramenta, chegar ao final do
CENTRO DE ARTE URBANA
20
percurso independente dos obstáculos que forem
encontrados no caminho. Esse esporte recebeu o
nome em 1998, quando seus primeiros praticantes
trouxeram para o ambiente urbano das cidades
francesas as técnicas de salvamento e resgate
utilizadas em seus treinos militares.
Figura 12 - Imagem em série de um praticante de Parkour
Fonte:
http://interef2011online.files.wordpress.com/2011/04/le_parko
ur_3.jpg
Acessado em: 06/06/2012
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2.0 A ARTE URBANA E OS ESPORTES DE RUA EM RIBEIRÃO PRETO
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22
2.1 A ARTE URBANA EM RIBEIRÃO PRETO
A arte urbana vem se expandindo na cidade de
Ribeirão Preto principalmente através do grafitti e de
algumas intervenções urbanas feitas também através
de pinturas. Na cidade há também instituições que
fornecem de tempos em tempos espaço para
workshops, oficinas e mostras de grafitti com
grafiteiros locais, trazendo informação à população,
explicando a história e desmitificando a ideia de que
esta arte seja vandalismo.
Esta arte também aparece em festivais de
música como o João Rock, que acontecem todos os
anos em Ribeirão Preto, bem como no Se vira
Ribeirão, evento independente que aconteceu neste
ano em protesto contra a prefeitura que não liberou
verba para a vinda de Virada Cultural para a cidade.
Nos últimos meses, nos semáforos de Ribeirão
Preto, vêm se multiplicando os artistas de rua, que se
apresentam enquanto o semáforo está vermelho.
Figura 13 - Grafitti feito por Bro da Silva
Fonte: http://www.fotolog.com.br/bro_nexo/
Acessado em: 06/06/2012
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Figura 14 - Intervenção urbana por João Naccarato
Fonte: http://joaonaccarato.blogspot.com.br/
Acessado em: 06/06/2012
Figura 15 - Intervenção urbana por João Naccarato
Fonte: http://joaonaccarato.blogspot.com.br/
Acessado em: 06/06/2012
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24
2.2 ESPORTES DE RUA EM RIBEIRÃO PRETO
A maioria dos praticantes de esportes de rua
em Ribeirão Preto praticam o skate, que já trouxe
para a cidade um campeonato profissional do circuito
brasileiro de skate, realizado na cava do bosque, e
alguns campeonatos amadores. A cidade conta com
alguns locais com obstáculos feitos para a prática de
esportes radicais, sendo alguns deles o Parque
Ecológico Maurílio Biagi e o Switch skate park
(particular).
Na cidade havia um grupo de Parkour o “Do
chão não passa”, que praticavam o esporte nas ruas
do centro.
Figura 16 - Mini ramp do Parque Ecológico Maurílio Biagi
Fonte: http://cemporcentoskate.uol.com.br
Acessado em: 06/06/2012
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Figura 17 - Foto da Switch skate Park
Fonte: http://cemporcentoskate.uol.com.br
Acessado em: 06/06/2012
Figura 18 - Praticante de Le Parkour na Cava do bosque em Ribeirão Preto
Fonte: http://my.opera.com/JPK/blog/show.dml/276101
Acessado em: 06/06/2012
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3.0 O PROJETO
OBS: DEU ERRO NESTA IMAGEM, ERA PRA SER AZUL
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3.1 CENTRO DE ARTE URBANA
Com base nos estudos e análises feitas até o
momento, surge a proposta de um centro de arte
urbana, integrado a uma praça com mobiliário
adaptado para a prática de esportes de rua no centro
da cidade de Ribeirão Preto. O objetivo de tal
proposta é atrair o público interessado por estes tipos
de atividades, que se caracterizam por se espalharem
pela cidade, para a troca de experiências, a
socialização e a prática de esportes, ajudando na
revitalização da área.
O projeto busca mostrar o que realmente é a
arte urbana, trazendo esta arte conhecida por poucos
para um espaço onde pessoas que nunca tiveram a
oportunidade de vivenciar esta cultura, entrem em
contato com este tipo de arte, que nos últimos anos
vem ganhando espaço na mídia.
Além disso, o mobiliário a ser criado para a
praça, tende à ser mais resistente, visto que o próprio
é construído com o intuito da prática de esportes
radicais, além de servir como espaço para descanso,
contemplação, e etc...
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28
3.2 LEITURAS PROJETUAIS
Para o auxílio do desenvolvimento do projeto,
foram feitas três leituras projetuais, sendo que o
objeto analisado é diferente em cada leitura.
A primeira leitura projetual é sobre a PAS
House, projetada para um terreno em Malibu, EUA e
foi encomendada por Pierre Andre Senizergues
(PAS), dono de uma empresa a qual obtém a única
tecnologia usada em calçados para a prática de skate.
Este projeto ainda não foi executado, porém foi
construído um protótipo de um ambiente em tamanho
real para exposição e demonstração de skatistas em
comemoração ao aniversário da empresa da qual
PAS é o dono.
O autor do projeto é Francois Perrin, arquiteto
francês que desde o ano 2000 mora e trabalha em
Los Angeles.
Figura 19 - Foto interna do protótipo da PAS house
Fonte: http://www.saltoaltoemamadeiras.com.br/
Acessado em: 06/06/2012
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A segunda leitura é a Universidade Feminina Ewha,
localizada em Seul, Coréia do Sul. O projeto trata de
um campus universitário onde a arquitetura da obra
se integra com a paisagem.
O autor do projeto é o francês Dominique
Perrault.
Figura 20 - Imagem do campus da Universidade Feminina Ewha
Fonte: http://www.perraultarchitecte.com/
Acessado em: 06/06/2012
O terceiro projeto analisado é o Centro Cultural
de São Paulo, localizado na cidade de São Paulo,
cujos autores do projeto são os arquitetos Luiz
Benedito de Castro Telles e Eurico Prado Lopes.
Figura 21 - Foto aérea do Centro Cultural São Paulo
Fonte: http://www.facebook.com/pages/Centro-Cultural-
S%C3%A3o-Paulo/320942385642
Acessado em: 06/06/2012
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3.2.1 PAS HOUSE
O projeto foi pensado em 2011, de uma
maneira que o usuário pudesse andar de skate de
fora para dentro da residência, e uma vez dentro dela,
continuasse a andar de skate.
Com seu terreno em Malibu, Califórnia a casa
terá vista para o oceano Pacífico, os materiais
previstos para a estrutura da obra são o concreto, o
vidro e o aço e a residência está dividida em três
partes. A primeira contém a parte social da residência
com a sala de estar, jantar e cozinha. A parte do meio
conta com o dormitório e um banheiro. E finalmente a
terceira parte que é um local para a prática de skate.
Na implantação do projeto, foi pensada a
melhor forma para que se pudesse utilizar de melhor
forma os elementos naturais como a iluminação
natural e ventilação.
A água da chuva será armazenada e utilizada
para a manutenção dos jardins, e os materiais que
serão utilizados na construção das rampas e
mobiliários da casa virão de fontes locais.
Figura 22 - Planta de cobertura
Fonte: http://www.dezeen.com/2012/05/23/the-pas-house-by-
francois-perrin-and-gil-lebon-delapoint/
Acessado em: 06/06/2012
Rampa da entrada da residência
Residência
Rampa de skate
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Figura 23 - Planta baixa (PAS house)
Fonte: http://www.dezeen.com/2012/05/23/the-pas-house-by-francois-perrin-and-gil-lebon-delapoint/
Acessado em: 06/06/2012
LEGENDA:
A – Rampa de acesso B – Cozinha / Estar / Jantar C – Banho
D – Dormitório E –Área para prática de skate F – Rampa de skate
B
C
E
A
D
F
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Figura 24 - Elevação frontal (PAS house)
Fonte: http://www.dezeen.com/2012/05/23/the-pas-house-by-francois-perrin-and-gil-lebon-delapoint/
Acessado em: 06/06/2012
COZINHA / ESTAR / JANTAR
DORMITÓRIO / BANHO
PRÁTICA DE SKATE
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Figura 25 - Elevação fundos (PAS house)
Fonte: http://www.dezeen.com/2012/05/23/the-pas-house-by-francois-perrin-and-gil-lebon-delapoint/
Acessado em: 06/06/2012
COZINHA / ESTAR / JANTAR
DORMITÓRIO / BANHO PRÁTICA DE SKATE
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Figura 26 - Foto maquete
Fonte: http://www.dezeen.com/2012/05/23/the-pas-house-by-francois-perrin-and-gil-lebon-delapoint/
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Figura 27 - Foto maquete
Fonte: http://www.dezeen.com/2012/05/23/the-pas-house-by-francois-perrin-and-gil-lebon-delapoint/
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Figura 28 - Foto protótipo em tamanho real
Fonte: http://www.dezeen.com/2012/05/23/the-pas-house-by-francois-perrin-and-gil-lebon-delapoint/
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Figura 29 - Foto protótipo em tamanho real
Fonte: http://www.dezeen.com/
Acessado em: 06/06/2012
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A LEITURA
PROJETUAL
Analisando o projeto, é possível perceber
alguns pontos importantes.
A fluidez da planta, com espaços integrados,
o uso de iluminação natural nos espaços sociais e
a relação das formas da casa com a proposta do
projeto.
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3.2.2 UNIVERSIDADE FEMININA EWHA
Com um plano de necessidades que exigia mais salas de aula, bibliotecas, cafeterias, área comercial com
cinemas, teatro, lojas e vagas para estacionamentos relacionados ao contexto histórico do local, em um terreno
de 50.000m², Perrault cria um projeto que se insere na topografia do lugar, à partir da ideia de homenagear as
mulheres coreanas que lutam para vencer a marginalização através dos estudos.
Figura 30 - Foto aérea do prédio
Fonte: http://concursosdeprojeto.org
Acessado em: 06/06/2012
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O prédio é dividido em duas unidades, cortados por um corredor de 25 x 250 metros, que além da
circulação, serve como entrada para a iluminação e ventilação natural do edifício e área para festivais e festas. A
cobertura das duas unidades preserva a natureza do local, formando praças de convivência.
Figura 31 - Corredor que separa as unidades do prédio
Fonte: http://concursosdeprojeto.org
Acessado em: 06/06/2012
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A estrutura dos edifícios se divide de acordo com o nível de iluminação desejado e ruído à ser evitado.
Logo, as salas de aula e bibliotecas estão localizadas nos andares superiores, a área comercial no térreo, e os
estacionamentos no subsolo. A circulação dos prédios pode ser feita tanto pelo corredor que corta os dois prédios
quanto por rampas internas.
A materialidade da obra é praticamente metal e vidro, com sua estrutura em metal.
Figura 32 - Corredor que separa as unidades do prédio
Fonte: http://concursosdeprojeto.org
Acessado em: 06/06/2012
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Figura 33 - Imagem interna do prédio
Fonte: http://concursosdeprojeto.org
Acessado em: 06/06/2012
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Figura 34 - Entrada por elevadores
Fonte: http://concursosdeprojeto.org
Acessado em: 06/06/2012
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Figura 35 - Pátio interno
Fonte: http://concursosdeprojeto.org
Acessado em: 06/06/2012
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Figura 36 - Implantação do prédio
Fonte: http://concursosdeprojeto.org
Acessado em: 06/06/2012
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Figura 37 – Planta térreo
Figura 38 – Planta pav. 01
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Figura 39 – Planta pav. 02
Figura 40 – Planta pav. 03
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Figura 41 – Cortes
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Figura 42 – Imagem aérea do prédio
Fonte: http://concursosdeprojeto.org
Acessado em: 06/06/2012
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A
LEITURA PROJETUAL
Um dos pontos que mais chama
atenção no projeto do Ewha universidade
para mulheres é a sua inserção na
topografia local, e como o prédio fica
“camuflado” por sua cobertura que serve
também como praça.
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3.2.3 CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
Localizado entre a Avenida 23 de Maio e a Rua Vergueiro, o Centro Cultural São Paulo, teve seu projeto
concebido em 1975, e sua construção foi de 1978 a 1982. Sue terreno tem área de 300.000m² e a obra tem
48.000m² de área construída. O projeto tem como premissa a integração dos espaços, a facilidade de locomoção,
e o encontro de atividades sem a necessidade de comunicação visual.
Figura 43 - Localização do prédio
Fonte: www.googlemaps.com
Acessado em: 01/05/2012
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O projeto do prédio visa o respeito pela topografia do local, a ideia do projeto é o convite do usuário para
dentro do edifício.
Figura 44 - Foto aérea do prédio
Fonte: http://www.facebook.com/pages/Centro-Cultural-S%C3%A3o-Paulo/320942385642
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Acessado em: 01/05/2012
A técnica construtiva usada na obra é de uma estrutura mista de aço e concreto armado, com sua estrutura
aparente e seus fechamentos em vidro e sua cobertura em acrílico. Devido à sua arquitetura inovadora e arrojada
para a época, houve problemas na execução da obra, que foram contornados com a obra em execução.
Figura 45 - Foto interna
Fonte: http://pedrocostaarquiteturaeurbanismo.blogspot.com.br/2011/04/centro-cultural.html
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Acessado em: 05/06/2012
O seu programa é dividido entre três pisos onde estão distribuídas a parte de serviços, o piso técnico, a
biblioteca, o vazio central, a rua de distribuição e a pinacoteca.
Figura 46 - Corte
Fonte: http://www.centrocultural.sp.gov.br
Acessado em: 01/05/2012
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Figura 47 - Planta piso Caio Graco
Fonte: http://www.centrocultural.sp.gov.br
Acessado em: 01/05/2012
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Figura 48 - Planta piso Flávio de Carvalho
Fonte: http://www.centrocultural.sp.gov.br
Acessado em: 01/05/2012
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Figura 49 -Praça das Bibliotecas - acesso à Discoteca Oneyda Alvarenga, à Gibiteca Henfil e às bibliotecas Sérgio Milliet, Alfredo Volpi e Louis Braille
Fonte: http://www.centrocultural.sp.gov.br
Acessado em: 01/05/2012
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Figura 50 - Foyer
Fonte: http://www.centrocultural.sp.gov.br
Acessado em: 01/05/2012
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Figura 51 - Vista da biblioteca
Fonte: http://www.centrocultural.sp.gov.br
Acessado em: 01/05/2012
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CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A LEITURA PROJETUAL
O que mais chama a atenção nesta obra é a integração de espaços internos e como o interno comunica
com o externo através de seu fechamento em vidro.
Outro aspecto importante é a fácil circulação, já que seus ambientes não necessitam de comunicação
visual para o seu reconhecimento, e pela circulação vertical ser por rampas que cruzam o pátio interno.
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3.3 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DA ÁREA
A área escolhida para a implantação do centro de arte urbana está localizada no centro da cidade de
Ribeirão Preto, na quadra cercada pelas ruas Mariana Junqueira, Visconde do Rio Branco, Alvares Cabral e
Tibiriça, totalizando uma área de 7.214m².
Figura 52 - Foto aérea da área escolhida
Fonte: (Google Earth modificado pelo autor)
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Atualmente, esta área é ocupada quase que totalmente por um estacionamento com frente para a Rua
Mariana Junqueira, na Rua Visconde do Rio Branco há residências, estabelecimentos comerciais e de prestação
de serviços, em prédios sem representatividade arquitetônica histórica.
Na região da área escolhida temos o SESC, a praça XV de Novembro, o Quarteirão Paulista, o MARP, a
biblioteca Municipal, o prédio Diederichsen, a residência de Camilo de Matos, entre outros.
Figura 53 - Entorno da área escolhida
Fonte: (Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto modificado pelo autor)
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Por ser no centro da cidade, a área escolhida é de fácil acesso, pois todas as linhas de ônibus passam pelo
centro e no seu entorno há vários pontos de ônibus.
Figura 54 - Pontos de ônibus no entorno da área escolhida
Fonte: (Google Mapas modificado pelo autor)
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Durante o dia, o entorno da área têm grande circulação de pessoas devido à grande concentração de
estabelecimentos de comércio e prestação de serviços instalados na região. No período noturno, a circulação de
pessoas ocorre no entorno do Quarteirão Paulista, e no SESC, quando ocorre algum evento no local. É também
nesta região que ocorre a Feira do livro, evento que ocorre uma vez por ano na Praça XV de Novembro. Assim,
este projeto pode ajudar na revitalização do centro de Ribeirão Preto, visto que a área escolhida está próximo da
baixada, região que durante o período noturno não é muito segura.
Quanto à topografia da área escolhida, podemos dizer que o terreno tem um desnível não muito
acentuado, já que, da Rua Mariana Junqueira para a Rua Visconde do Rio Branco há um desnível de 3,00m
numa distância de 70,00m.
Figura 55 - Mapa topográfico do terreno escolhido
Fonte: (Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto modificado pelo autor)
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Figura 56 - Maquete eletrônica do terreno escolhido
Fonte: (Maquete desenvolvida pelo autor)
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64
3.4 PARTIDO ARQUITETÔNICO
A proposta do projeto é a criação de um
equipamento de cultura e lazer para a
população da cidade de Ribeirão Preto. Uma
praça com mobiliário modificado tanto para o
uso normal, quanto para a prática de esportes
de rua, integrada a um centro de Arte Urbana.
O projeto visa a integração do centro de
Arte Urbana com a praça, para que o usuário
da praça fique à vontade para circular pelo
centro de Arte Urbana e vice-versa.
A localização do projeto foi pensada pela
facilidade de acesso que a obra teria, por estar
no centro da cidade, onde passam todo o tipo
de meios de locomoção urbana.
A proposta para centro de Arte Urbana
são salas de aula, sala de audiovisual, ateliês e
espaço multiuso. Já na parte da praça, além do
mobiliário modificado, teria banheiros e um
palco.
A concepção arquitetônica do conjunto
foi idealizada através de estudo de referências
projetuais, com a ideia de criar um espaço que
se integre ao relevo do terreno.
Internamente, como já foi frisada
anteriormente, a ideia é a integração dos
espaços, e a integração edifício/praça.
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3.5 PROGRAMA DE NECESSIDADES
USO PÚBLICO
ATELIÊ
SALAS DE AULA
SALA DE AUDIOVISUAL
SANITÁRIOS
PALCO
PRAÇA
USO PRIVADO
ADMINISTRAÇÃO
DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA
DEPÓSITO
COPA
ARQUIVO
SALA DE REUNIÃO
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3.6 FLUXOGRAMA
PRAÇA
PRAÇA
+
C.ARTE URBANA
ADMINISTRAÇÃO
DEPÓSITO
D.M.L.
COPA
SALA DE REUNIÕES
SANITÁRIOS
PALCO
ATELIÊ
SALAS DE AULA
SALA DE AUDIO VISUAL
SANITÁRIOS
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3.7 ESTUDOS PRELIMINARES
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - PROGRAMA DE TV QUE MOSTRA A MOVIMENTAÇÃO NAS PRAÇAS ANTIGAMENTE ...................................................................................... 10
FIGURA 2 - CRIANÇAS JOGANDO FUTEBOL NA RUA ..................................................................................................................................................... 11
FIGURA 3 - PRAÇA CWB EM CURITIBA-PR (PRAÇA COM MOBILIÁRIO PARA A PRÁTICA DE ESPORTES RADICAIS) ........................................................ 12
FIGURA 4 -FOTO DO MUSEU DE ARTE URBANA A CÉU ABERTO .................................................................................................................................. 13
FIGURA 5 - EXEMPLO DE INTERVENÇÃO URBANA POR PROJEÇÕES ............................................................................................................................. 14
FIGURA 6 - EXEMPLO DE INTERVENÇÃO URBANA POR PROJEÇÕES ............................................................................................................................. 14
FIGURA 7 - EXEMPLO DE INTERVENÇÃO URBANA COM MATERIAL RECICLÁVEL ............................................................................................................ 15
FIGURA 8 - GRAFITTI SENDO FEITO POR OS GÊMEOS NA CIDADE DE LISBOA .............................................................................................................. 16
FIGURA 9 - PRÁTICA DE SKATE PELAS RUAS DA CIDADE ............................................................................................................................................. 18
FIGURA 10 - PRÁTICA DE PATINS INLINE PELAS RUAS DA CIDADE ............................................................................................................................... 19
FIGURA 11 - PRÁTICA DO BMX STREET ..................................................................................................................................................................... 19
FIGURA 12 - IMAGEM EM SÉRIE DE UM PRATICANTE DE PARKOUR .............................................................................................................................. 20
FIGURA 13 - GRAFITTI FEITO POR BRO DA SILVA ....................................................................................................................................................... 22
FIGURA 14 - INTERVENÇÃO URBANA POR JOÃO NACCARATO ..................................................................................................................................... 23
FIGURA 15 - INTERVENÇÃO URBANA POR JOÃO NACCARATO ..................................................................................................................................... 23
FIGURA 16 - MINI RAMP DO PARQUE ECOLÓGICO MAURÍLIO BIAGI ............................................................................................................................ 24
FIGURA 17 - FOTO DA SWITCH SKATE PARK .............................................................................................................................................................. 25
FIGURA 18 - PRATICANTE DE LE PARKOUR NA CAVA DO BOSQUE EM RIBEIRÃO PRETO ............................................................................................. 25
FIGURA 19 - FOTO INTERNA DO PROTÓTIPO DA PAS HOUSE ................................................................................................................................................... 28
FIGURA 20 - IMAGEM DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEMININA EWHA ....................................................................................................................... 29
FIGURA 21 - FOTO AÉREA DO CENTRO CULTURAL SÃO PAULO.................................................................................................................................. 29
FIGURA 22 - PLANTA DE COBERTURA ......................................................................................................................................................................... 30
FIGURA 23 - PLANTA BAIXA (PAS HOUSE) ................................................................................................................................................................. 31
FIGURA 24 - ELEVAÇÃO FRONTAL (PAS HOUSE) ....................................................................................................................................................... 32
FIGURA 25 - ELEVAÇÃO FUNDOS (PAS HOUSE) ......................................................................................................................................................... 33
FIGURA 26 - FOTO MAQUETE ..................................................................................................................................................................................... 34
FIGURA 27 - FOTO MAQUETE ..................................................................................................................................................................................... 35
FIGURA 28 - FOTO PROTÓTIPO EM TAMANHO REAL .................................................................................................................................................... 36
FIGURA 29 - FOTO PROTÓTIPO EM TAMANHO REAL .................................................................................................................................................... 37
FIGURA 30 - FOTO AÉREA DO PRÉDIO ........................................................................................................................................................................ 38
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FIGURA 31 - CORREDOR QUE SEPARA AS UNIDADES DO PRÉDIO ................................................................................................................................ 39
FIGURA 32 - CORREDOR QUE SEPARA AS UNIDADES DO PRÉDIO ................................................................................................................................ 40
FIGURA 33 - IMAGEM INTERNA DO PRÉDIO ................................................................................................................................................................. 41
FIGURA 34 - ENTRADA POR ELEVADORES .................................................................................................................................................................. 42
FIGURA 35 - PÁTIO INTERNO ...................................................................................................................................................................................... 43
FIGURA 36 - IMPLANTAÇÃO DO PRÉDIO ...................................................................................................................................................................... 44
FIGURA 37 – PLANTA TÉRREO ................................................................................................................................................................................... 45
FIGURA 38 – PLANTA PAV. 01 .................................................................................................................................................................................... 45
FIGURA 39 – PLANTA PAV. 02 .................................................................................................................................................................................... 46
FIGURA 40 – PLANTA PAV. 03 .................................................................................................................................................................................... 46
FIGURA 41 – CORTES ................................................................................................................................................................................................ 47
FIGURA 42 – IMAGEM AÉREA DO PRÉDIO.................................................................................................................................................................... 48
FIGURA 43 - LOCALIZAÇÃO DO PRÉDIO ...................................................................................................................................................................... 49
FIGURA 44 - FOTO AÉREA DO PRÉDIO ........................................................................................................................................................................ 50
FIGURA 45 - FOTO INTERNA ....................................................................................................................................................................................... 51
FIGURA 46 - CORTE ................................................................................................................................................................................................... 52
FIGURA 47 - PLANTA PISO CAIO GRACO .................................................................................................................................................................... 53
FIGURA 48 - PLANTA PISO FLÁVIO DE CARVALHO ...................................................................................................................................................... 54
FIGURA 49 -PRAÇA DAS BIBLIOTECAS - ACESSO À DISCOTECA ONEYDA ALVARENGA, À GIBITECA HENFIL E ÀS BIBLIOTECAS SÉRGIO MILLIET,
ALFREDO VOLPI E LOUIS BRAILLE ..................................................................................................................................................................... 55
FIGURA 50 - FOYER ................................................................................................................................................................................................... 56
FIGURA 51 - VISTA DA BIBLIOTECA ............................................................................................................................................................................. 57
FIGURA 52 - FOTO AÉREA DA ÁREA ESCOLHIDA ......................................................................................................................................................... 59
FIGURA 53 - ENTORNO DA ÁREA ESCOLHIDA .............................................................................................................................................................. 60
FIGURA 54 - PONTOS DE ÔNIBUS NO ENTORNO DA ÁREA ESCOLHIDA ......................................................................................................................... 61
FIGURA 55 - MAPA TOPOGRÁFICO DO TERRENO ESCOLHIDO ...................................................................................................................................... 62
FIGURA 56 - MAQUETE ELETRÔNICA DO TERRENO ESCOLHIDO .................................................................................................................................. 63
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