JOSIMAR NOGUEIRA DOS SANTOS
MORFOGÊNESE, ESTRUTURA DO PASTO E PRODUÇÃO DE FORRAGEM DO
CAPIM-PIATÃ SUBMETIDO A ESTRATÉGIAS DE MANEJO
Cuiabá – MT
2011
JOSIMAR NOGUEIRA DOS SANTOS
MORFOGÊNESE, ESTRUTURA DO PASTO E PRODUÇÃO DE FORRAGEM DO
CAPIM-PIATÃ SUBMETIDO A ESTRATÉGIAS DE MANEJO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência Animal da Universidade
Federal de Mato Grosso para a obtenção do
título de Mestre em Ciência animal
Área de Concentração: Forragicultura e Pastagens
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Lima de Souza
Co-Orientador: Prof. Dr. Anderson de Moura Zanine
Cuiabá - MT
2011
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
FICHA CATALOGRÁFICA
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer
meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada
a fonte – O autor.
S237m
Santos, Josimar Nogueira dos.
Morfogênese, Estrutura do Pasto e Produção de Forragem
do Capim-Piatã Submetido a Estratégias de Manejo./ Josimar
Nogueira dos Santos. Cuiabá: UFMT, 2011.
95 fls.
Dissertação – Mestrado em Ciência Animal - UFMT.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Lima de Souza
Co-orientador: Prof. Dr. Anderson de Moura Zanine
1.Altura de Pasto. 2.Intensidade de Corte. 3.Manejo do
Pastejo. 4.Composição Morfológica. 5.Brachiaria brizantha.
I.Título.
CDU 633.2
iii
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
Aluno: Josimar Nogueira dos Santos
Título: MORFOGÊNESE, ESTRUTURA DO PASTO E PRODUÇÃO DE
FORRAGEM DO CAPIM-PIATÃ SUBMETIDO A ESTRATÉGIAS DE MANEJO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência Animal da Universidade
Federal de Mato Grosso para a obtenção do
título de Mestre em Ciência animal
Aprovado em: 11/05/2011
Banca Examinadora:
________________________________ _____________________________________ Prof. D. Sc. Alexandre Lima de Souza
(Orientador) Profa Dra. Sc. Edna Maria Bonfim da Silva
(Membro)
________________________________ _____________________________________ Prof. D. Sc. Anderson de Moura Zanine
(Co-orientador) D. Sc. Carlos Maurício Soares de Andrade
(Membro)
iv
‘’A falsa ciência cria os ateus, a verdadeira, faz o homem prostrar-se
diante da divindade.’’
‘’Os homens erram, os grandes homens confessam que erraram.’’
‘’Aqueles que cultivam uma terra fértil têm uma grande vantagem sobre
os que a desbravaram.’’
Voltaire
v
AGRADECIMENTOS
À Deus pela minha família e amigos.
À Universidade Federal de Mato Grosso e a Faculdade de Agronomia,
Medicina Veterinária e Zootecnia.
Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal pela realização do curso,
no nome do coordenador Profº Dr. Joanis Tilemahos Zervoudakis e Douglas.
À Capes pela bolsa concedida durante a realização do Curso.
Ao grande amigo, professor e orientador Alexandre Lima de Souza por
participar de forma marcante na minha formação profissional e pessoal
Ao professor Anderson Zanine pelos conhecimentos transmitidos e pelas
importantes sugestões para elaboração deste trabalho.
Ao professor Dr. Joanis Tilemahos Zervoudakis pelo companheirismo, apoio e
amizade.
À todos os professores do Curso de Mestrado em especial ao Luciano Cabral e
Joadil pelos conhecimento transmitidos.
Aos professores Carlos Maurício Soares de Andrade e Edna Maria Bonfim da
Silva pela importante participação na produção desta dissertação.
Ao grande amigo Marcus Vinícius, pelo companheirismo desde os anos de
graduação.
Aos colegas da seleção de futsal do mestrado pelos bons momentos de
descontração.
Às amigas da república “casa das meninas”, Maryane, Leny, Edenilce, Fabiana
e Emerson
Aos amigos MARCAO, POX, GALINÁCIO E BREMMER pelos inesquecíveis
bons momentos de convívio na REPÚBLICA RABO DE VACA.
Aos amigos Francisco, Mario Fabio, Allan e Caio pela amizade e momentos de
descontração.
Aos amigos Douglas e Elaine pelo exemplo de dedicação.
Aos colegas da UNIC, no nome do Adailton Rodrigues, pelo espaço na
biblioteca.
vi
Aos amigos da turma de mestrado, Camila, Gisele, Rodrigo, Marcus, Rafael,
Jorge, Daniel, Fabio e Marcell, pela importante fase das nossas vidas em que
estivemos juntos.
Aos amigos e colegas de experimento, Kleber Junior, Jader, Lucas (Jaciara),
Juarez, Mariane e Andrielle, os quais foram imprescindíveis para realização
deste trabalho
Ao meu irmão Gilvan Nogueira, por fazer parte da minha vida.
A minha namorada Mariane Moreno pelo carinho, amor, incentivo e
compreensão.
Em especial, aos meus pais Marcionilio Bispo e Joana Darc, por ensinar-me os
verdadeiros valores da vida.
E a todos que contribuíram e torceram por mim, os meus sinceros
agradecimentos.
vii
SANTOS, J. N. MORFOGÊNESE, ESTRUTURA DO PASTO E PRODUÇÃO
DE FORRAGEM DO CAPIM-PIATÀ SUBMETIDO A ESTRATÉGIAS DE
MANEJO. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal), Faculdade de
Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato
Grosso, Cuiabá, 2011.
MORFOGÊNESE, ESTRUTURA DO PASTO E PRODUÇÃO DE FORRAGEM
DO CAPIM-PIATÃ SUBMETIDO A ESTRATÉGIAS DE MANEJO
Resumo – Os sistemas de produção animal que se baseiam no uso de
gramíneas como fonte primária de nutrientes dependem do adequado manejo
do pastejo para serem sustentáveis. Assim, objetivou-se avaliar estratégias de
cortes para o capim Brachiaria brizantha cv. Piatã visando definir metas de
manejo para condições edafoclimaticas da região sul do estado de Mato
Grosso. O experimento foi conduzido na área experimental do Curso de
Zootecnia da Universidade Federal do Mato Grosso no período de novembro
de 2008 a maio de 2009. Foram avaliadas quatro estratégias de manejo,
resultantes da combinação de três alturas pré-corte, determinadas pelo
momento em que as plantas atingiam 30, 35 e 40 cm, e três intensidades de
cortes, determinadas pelo corte das plantas a uma altura pós-corte de 10, 15 e
20 cm, na seguinte disposição: 30/10 (30 cm de altura pré-corte e 10 cm de
altura pós-corte); 30/15 (30 cm de altura pré-corte e 15 cm de altura pós-corte);
35/20 (35 cm de altura pré-corte e 20 cm de altura pós-corte) e 40/15 (40 cm de
altura pré-corte e 15 cm de altura pós-corte;). Foi utilizado um delineamento em
blocos casualizados com cinco repetições. O maior número de cortes foi
observado nas parcelas submetidas às estratégias 35/20 e 30/15, que
possibilitaram dois ciclos de cortes a mais, quando comparadas com as metas
de manejo 40/15 e 30/10. As estratégias correspondentes as maiores alturas
de plantas no pré-corte, 40/15 e 35/20, resultaram nas maiores taxas de
alongamento foliar, porém, apresentaram também maiores taxas de
alongamento de colmos e de senescência foliar. A menor altura de pós-corte
na estratégia 30/10 resultou na maior população de perfilho, média de 830
perfilhos/m2. O acúmulo de forragem total obtido pelo método agronômico foi
semelhante entre as estratégias de cortes, com a média de 8700 kg/ha de MS
viii
no período avaliado. Embora, as maiores taxas de acúmulo de forragem foram
observadas nas combinações 40/15, 30/10 e 35/20 não houve diferenças no
acúmulo de forragem, em função dos intervalos de cortes e do número de
cortes variável entre as estratégias. No manejo correspondente aos cortes mais
frequentes, 35/20 e 30/15, proporcionaram maiores porcentagens de lâminas
foliares e menores de colmos. As maiores densidades volumétricas de
forragem e de lâmina foliar foram observadas nas combinações 40/15 e 30/10.
Todavia, as menores relações lâmina:colmo verificadas nessas estratégias têm
efeito negativo sobre a estrutura e a qualidade da forragem acumulada. O
manejo do capim-piatã baseado nas metas 35/20 e 30/15 resultam em
forragem com características favoráveis a alimentação animal.
Palavras chaves: altura de pasto, intensidade de corte, manejo do pastejo,
composição morfológica, Brachiaria brizantha
ix
SANTOS, J. N. MORPHOGENESIS, STRUCTURE OF THE PASTURE AND
FORAGE PRODUCTION OF GRASS-PIATÃ SUBJECT TO MANAGEMENT
STRATEGIES. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal), Faculdade de
Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso,
Cuiabá, 2011.
MORPHOGENESIS, STRUCTURE OF THE PASTURE AND FORAGE
PRODUCTION OF GRASS-PIATA SUBJECT TO MANAGEMENT
STRATEGIES
Abstract - The animal production systems that rely on the use of grasses as
the primary source of nutrients depend on appropriate grazing management to
be sustainable. This work aimed to evaluate strategies for cutting the grass
Brachiaria brizantha cv. Piatã aiming to define management goals for in
southern state of Mato Grosso. The experiment was conducted in the
experimental area of the Course of Animal Science, Federal University of Mato
Grosso in the period November 2008 to May 2009. Was evaluated four
management strategies resulting from the combination of three heights pre-
cutting determined by the time when the plants reached 30, 35 and 40 cm, and
three intensities of cuts, determined by cutting of the plants a height post-cutting
10, 15 and 20 cm, in the following arrangement: 30/10 (30 cm pre-cut to 10 cm
post-cutting), 30/15 (30 cm pre-cut to 15 cm post-cutting) 35/20 (35 cm pre-cut
to 20 cm in height post-cutting) and 40/15 (40 cm pre-cut to 15 cm in height
post-cut;). Was used a randomized block design with five replicates. The
greater number of cuts was observed in plots with the strategies 35/20 and
30/15, which enable cuts to two cycles of more, when compared the targets
from management 40/15 and 30/10. The strategies corresponding to the
greatest heights of plants in the pre-cut, 40/15 and 35/20, resulted in higher
rates of leaf elongation, but also had higher rates of stem elongation and leaf
senescence. The lower height of post-cutting strategy in 30/10 resulted in the
largest population of tillers, average 830 tillers/m2. The total forage
accumulation obtained by the method was similar agronomic strategies for cuts,
with an average of 8700 kg DM/ha in the study period. Although the highest
rates of forage accumulation were observed in the combinations 40/15 30/10
x
and 35/20 in there were differences in forage accumulation, due to the cutting
intervals and the number of cuts ranging from strategies. In the management
corresponding to more frequent cuts, 35/20 and 30/15 provided the highest
percentage of leaf blades and lower stems. The highest volumetric densities of
forage and leaf were observed in combinations 40/15 and 30/10. However, the
lower relations blade:stem observed in these strategies have a negative effect
on the structure and quality of forage accumulated. The management of grass-
piatã based on goals 35/20 and 30/15 it follows forage with favorable
characteristics in animal feed.
Keywords – sward height, intensity of cutting, grazing management,
morphological composition, Brachiaria brizantha,
xi
Lista de tabelas
Tabela 1 – Dados da aplicação de fertilizantes na área experimental ao longo do
experimento ........................................................................................................... 32
Tabela 2 – Número de cortes do capim-piatã submetido a estratégias de manejo
durante três épocas do ano ................................................................................... 37
Tabela 3 – Intervalo médio de cortes do capim-piatã submetido a estratégias de
manejo durante três épocas do ano ...................................................................... 38
Tabela 4 - Taxa de aparecimento foliar (TApF) do capim-piatã submetido a
estratégias de manejo durante três épocas do ano ............................................... 39
Tabela 5 - Filocrono do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante
três épocas do ano ................................................................................................ 40
Tabela 6 - Taxa de alongamento foliar (TAlF) do capim-piatã submetido a
estratégias de manejo durante três épocas do ano ............................................... 41
Tabela 7 - Taxa de alongamento do colmo (TAlC) do capim-piatã submetido a
estratégias de manejo durante três épocas do ano ............................................... 42
Tabela 8– Duração de vida folha (DVF) do capim-piatã submetido a estratégias de
manejo durante três épocas do ano ...................................................................... 43
Tabela 9 – Taxa de senencência foliar (TSF) do capim-piatã submetido a
estratégias de manejo durante três épocas do ano ............................................... 44
Tabela 10 – Número de folhas vivas (NFV) do capim-piatã submetido a estratégias
de manejo durante três épocas do ano ................................................................. 45
Tabela 11 - Comprimento médio de lâmina foliar (CMLF) do capim-piatã submetido
a estratégias de manejo durante três épocas do ano ............................................ 46
Tabela 12 – Densidade populacional de perfilhos (DPP) do capim-piatã submetido
a estratégias de manejo durante três épocas do ano ............................................ 47
Tabela 13 – Acúmulo de forragem do capim-piatã submetido a estratégias de
manejo durante três épocas do ano ...................................................................... 48
Tabela 14 – Relação lâmina:colmo (RLC) do capim-piatã submetido a estratégias
de manejo durante três épocas do ano ................................................................. 49
Tabela 15 – Dados da aplicação de fertilizantes na área experimental ao longo do
experimento ........................................................................................................... 61
xii
Tabela 16 – Acúmulo de lâmina foliar do capim-piatã submetido a alturas pré e
pós-cortes em diferentes épocas do ano ............................................................... 65
Tabela 17 – Acúmulo de colmos do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-
cortes em diferentes épocas do ano ...................................................................... 66
Tabela 18 – Acúmulo material morto do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-
cortes em diferentes épocas do ano ...................................................................... 67
Tabela 19 – Acúmulo de forragem do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-
cortes em diferentes épocas do ano ...................................................................... 68
Tabela 20 – Taxa de acúmulo de forragem do capim-piatã submetido a alturas pré
e pós-cortes em diferentes épocas do ano ............................................................ 69
Tabela 21 – Taxa de acúmulo de lâmina foliar do capim-piatã submetido a alturas
pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano ...................................................... 69
Tabela 22 – Taxa de acúmulo de colmo do capim-piatã submetido a alturas pré e
pós-cortes em diferentes épocas do ano ............................................................... 70
Tabela 23 – Composição morfológica capim-piatã submetido a alturas pré e pós-
cortes em diferentes épocas do ano ...................................................................... 71
Tabela 24 – Composição morfológica do capim-piatã submetido a alturas pré e
pós-cortes em diferentes épocas do ano ............................................................... 72
Tabela 25 – Relação folha:colmo do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-
cortes em diferentes épocas do ano ...................................................................... 73
Tabela 26 – Densidade de forragem e de folhas do capim-piatã submetido a
alturas pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano .......................................... 74
xiii
Sumário
1- Introdução geral ........................................................................................... 1
2 - Revisão de Literatura .................................................................................. 3
2.1 – Importância do capim-piatã na diversificação das pastagens ............................... 3
2.2 - Fluxo de tecido em plantas forrageiras ...................................................................... 6
2.2.1 - Taxa de aparecimento de folhas (TApF) ou filocrono ...................................... 6
2.2.2 - Taxa de alongamento foliar .................................................................................. 9
2.2.3 - Duração de vida da folha .................................................................................... 10
2.2.4 - Alongamento de colmo........................................................................................ 11
2.3 - Características estruturais ......................................................................................... 13
2.3.1 - Tamanho final da folha (TFF) ............................................................................. 13
2.3.2 - Número de folhas por perfilho (NFV) ................................................................ 14
2.3.3 - Densidade populacional de perfilhos ................................................................ 14
2.3.4 - Relação lâmina:colmo (RLC) ............................................................................. 15
2.4 - Manejo da desfolha: intensidade e frequência ....................................................... 16
3 - Referências bibliográficas ....................................................................... 19
Capítulo I
CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS E ESTRUTURAIS DO CAPIM-PIATÃ
SUBMETIDO A ESTRATÉGIAS DE MANEJO ............................................... 27
1 – Introdução ................................................................................................. 29
2 - Material e Métodos .................................................................................... 31
3 - Resultados e discussão ........................................................................... 37
Número e intervalos entre cortes ....................................................................................... 37
Características morfogênicas ............................................................................................. 38
Características estruturais .................................................................................................. 44
Acúmulo de forragem total e relação lâmina:colmo ........................................................ 47
4 - Conclusões ................................................................................................ 50
5 - Referências bibliográficas ....................................................................... 51
xiv
Capítulo II
PRODUÇÃO DE FORRAGEM E COMPOSIÇÃO MORFOLÓGICA DO CAPIM-
PIATÃ SUBMETIDO A ESTRATÉGIAS MANEJO .......................................... 56
1 – Introdução ................................................................................................. 58
2 - Material e Métodos .................................................................................... 60
3 - Resultados e discussão ........................................................................... 65
Acúmulo de forragem total .................................................................................................. 65
Dinâmica do acúmulo de forragem .................................................................................... 68
Composição morfológica de forragem .............................................................................. 71
Relação folha:colmo e as densidades de volumétricas ................................................. 73
4 - Conclusão .................................................................................................. 75
5 -Referências bibliográficas ........................................................................ 76
Anexos ............................................................................................................ 79
1
1- Introdução geral
Diante da demanda cada vez maior por alimentos, decorrente do
crescimento demográfico, gerado principalmente por países em
desenvolvimento, tem-se aumentado também as pressões pelo uso eficiente
dos recursos naturais necessários para produção de alimentos, colocando em
evidência a necessidade de sustentabilidade dos sistemas de produção.
A produção animal em pastagens, sobretudo a de bovinos de corte e
leite, se destaca entre os modelos de exploração terra, com um rebanho de
195 milhões de cabeças distribuídas em uma de aproximadamente 180 milhões
de hectares de pastagens (ANUALPEC, 2009). Contudo, a baixa produtividade
desses sistemas de produção, mensurada por meio dos índices zootécnicos,
aponta para uma pecuária pouco eficiente (DA SILVA, 2004) e de baixa
rentabilidade quando praticada de forma extrativista.
A diminuição da produtividade de um pasto caracteriza a fase inicial do
processo de degradação das pastagens, que atualmente segundo Macedo
(2009) é o fator mais importante que compromete a sustentabilidade desses
sistemas de produção.
Dentre outros fatores, o processo de degradação das pastagens tem
como causa principal o manejo inadequado do pastejo (MACHADO, 2007).
Dessa forma a intensificação da produção animal em pastagens, por meio da
racionalização do uso dos recursos forrageiros como estratégia de aumento da
produtividade, depende principalmente do manejo eficiente do pastejo.
O entendimento das interações ecofisiologicas que ocorrem na planta
em reposta a diferentes alturas pré e pós-corte podem auxiliar no
estabelecimento de metas de manejo que sejam capazes de garantir a
produção de forragem em quantidade e qualidade de forma a otimizar o
desempenho individual por animal e/ou por área.
A avaliação de cultivares de forrageiras que possam contribuir para a
diversificação e recuperação das áreas de pastagens e que proporcionem
elevados índices de produção animal é de fundamental importância para o
conceito de produção sustentável (LASCANO et al., 2002). Entretanto o
lançamento de novas cultivares não traz um pacote tecnológico sobre o manejo
2
destas gramíneas nos sistemas de produção existentes. A falta de informações
técnicas sobre como estabelecer e manejar essas gramíneas, sob corte ou
pastejo, em diferentes condições de ambiente, é a principal causa para os
insucessos no uso de gramíneas em ambientes pastoris. Além disso, as
respostas morfofisiológicas de gramíneas tropicais a estratégias de manejo do
pastejo, ainda são pouco conhecidas (CARVALHO et al., 2000).
Neste sentido, o controle rígido da estrutura do dossel tem possibilitado
nos últimos anos a geração de informações consistentes e passíveis de serem
utilizadas em sistemas de produção sob diferentes condições edafoclimáticas
(SBRISSIA et al., 2007).
Assim, objetivou-se avaliar o efeito de estratégias de manejo, baseadas
na altura pré e pós-corte, sobre as características estruturais, morfogênicas e
produtivas do capim Brachiaria brizantha cv. Piatã.
3
2 - Revisão de Literatura
2.1 – Importância do capim-piatã na diversificação das pastagens
A produção animal a pasto é mais econômica e competitiva do que
sistemas que se baseiam no uso de grãos como fonte primária de nutrientes,
em razão do baixo custo de produção de alimentos encontrado nesses tipos de
sistemas. No entanto, a evidência maior da importância das pastagens tanto
para produção de proteína animal quanto para economia do país advém do fato
de mais de 90% da produção de carne bovina depender de rebanhos mantidos
exclusivamente a pasto (ANUALPEC, 2009).
Para suprir a demanda de forragem desses animais atualmente
contamos com pastagens que ocupam 48% dos 354 milhões de hectares
existentes no país, constituindo a principal forma de utilização da terra, seguido
de matas e florestas (27%) e lavouras (21%) (GIMENES, 2010). Estima-se que
o Brasil possui uma área de 180 milhões de hectares de pastagens dos quais
cerca de 100 milhões são de pastagens cultivadas (COSTA, 2008).
A expansão das áreas de pastagens cultivadas foi impulsionada
principalmente pelo lançamento das gramíneas do gênero Brachiaria, pela
Embrapa a partir da década de 1980 (COSTA, 2008). Atualmente estas
gramíneas ocupam 85% das áreas de pastagens cultivadas (MOREIRA et al.,
2009), com destaque para a Brachiaria brizantha cv. Marandu (EUCLIDES et
al., 2009) que se adaptou muito bem as condições edafoclimáticas do cerrado
brasileiro.
Apesar da importância econômica das braquiárias, problemas como a
síndrome da morte do capim-marandu associado a necessidade de
intensificação dos sistemas de produção, de forma sustentável, tem provocado
uma busca por novas cultivares de gramíneas mais competitivas em
quantidade e qualidade, sobretudo menos exigentes em fertilidade do solo,
com menor sazonalidade de produção e mais resistentes a pragas e doenças
(e.g. cigarrinha das pastagens e a síndrome da morte do capim-marandu)
(Valle et al., 2009).
4
Em 2006 como resultados dos trabalhos do programa de melhoramento
de forrageiras tropicais da Embrapa Gado de Corte foi lançada mais uma
opção para a diversificação das pastagens no Brasil, o capim Brachiaria
brizantha cv. Piatã, a primeira forrageira protegida da EMBRAPA, que recebeu
esse nome cujo significado em tupi-guarani é fortaleza, em razão da sua
robustez e produtividade.
O capim-piatã assim como as principais cultivares de Brachiarias foi
introduzida no Brasil por meio de uma coleção de plantas trazidas da África na
década de 1980, sendo coletada originalmente na região de Welega (Etiópia)
pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), entre 1984 e 1985.
Dentre os diversos acessos foram selecionados as cultivares com maior
produtividade, menor estacionalidade e adaptados ao cerrado (VALLE e
MILES, 1994). Assim após 16 anos de avaliações as sementes do capim-piatã
foram liberadas para comercialização.
O capim-piatã é uma planta vigorosa que possui hábito de crescimento
ereto, com a formação de touceiras que variam de 0,85 m a 1,10 m de altura.
Os colmos são finos, verdes e as bainhas foliares têm poucos pêlos claros.
Suas folhas medem até 45 cm de comprimento e 1,8 cm de largura. Não há
pêlos na lâmina foliar, que se mostra áspera na face superior e tem bordas
serrilhadas e cortantes. O capim-piatã apresenta perfilhamento aéreo,
semelhante ao capim-marandu. Em relação a outras cultivares de Brachiaria
brizantha uma diferença morfológica marcante é a sua inflorescência, que
possui até 12 rácemos, enquanto os capins marandu e xaraés apresentam
apenas 2 a 4 rácemos (VALLE et al., 2007).
Em solo de média fertilidade Valle et al. (2007) encontrou sob regime de
cortes uma produção de forragem para o capim-piatã semelhante a do capim-
marandu, média de 9,5 t/ha de MS sendo 30% deste total produzida no período
seco do ano. Visando a utilização de braquiárias em sistemas de integração
lavoura-pecuária Chiarelli et al. (2009), ao comparar a produção de forragem
das cultivares marandu, xaraés e piatã nesses tipo de sistema não observou
diferença entre estas gramíneas, cerca de 5.700 t/ha de MS.
Para o valor nutricional Euclides et al. (2009), trabalhando com os capins
marandu, xaraés e piatã sob lotação intermitente, observaram que o valor
5
nutritivo das cultivares em estudo foram semelhantes, entretanto, o capim-piatã
apresentou maiores ganhos por animal enquanto que o capim-xaraés maior
produção animal por área. Em amostras que simularam o pastejo foram
encontrados valores os médios para proteína bruta e digestibilidade in vitro da
matéria orgânica, nos períodos das águas e da seca, de 9,5, 7,3, 61,9 e 52,4%
respectivamente.
O capim-piatã é apropriado para solos de média fertilidade, adapta-se
muito bem a solos bem drenados e apresenta maior tolerância a solos com má
drenagem em comparação ao capim-marandu. É resistente às cigarrinhas
típicas de pastagem, Notozulia entreriana e Deois flavopicta, porém, não foi
constatada resistência à cigarrinha da cana-de-açúcar, Mahanarva fimbriolata,
limitando sua utilização em áreas com histórico de infestação (EMBRAPA
GADO DE CORTE, 2011).
No ano de 2009 estima-se que o capim-piatã já ocupava uma área
plantada superior a 320 mil hectares de pastagens, comprovando o seu
potencial como mais uma alternativa viável de forrageira para produção animal,
além de contribuir com a redução dos efeitos negativos do monocultivo de
capim-marandu.
No entanto, o manejo do capim-piatã ainda segue as recomendações
pontuais preconizadas para o capim-marandu, em razão da reduzida
quantidade de informações sobre o manejo do pastejo dessa cultivar
(EMBRAPA GADO DE CORTE, 2011; ANDRADE e ASSIS, 2010).
Considerando que existem diferenças morfológicas entre as cultivares de
Brachiaria brizantha certamente o manejo destas gramíneas requer estratégias
diferenciadas (EUCLIDES et al., 1997; EUCLIDES et al., 2008). Neste sentido,
são necessários mais estudos a fim de compreender as relações de
causa:efeito entre as ações de manejo e repostas de plantas, com objetivo de
gerar informações capazes de subsidiar tomadas de decisões quanto ao
manejo do capim-piatã nas diferentes regiões do país.
O monitoramento das características morfogênicas e estruturais tem se
mostrado como uma excelente ferramenta para a compreensão das respostas
morfofisiológicas de gramíneas quando submetidas a diferentes estruturas de
pasto, viabilizando a idealização e implementação de estratégias de manejo
6
capazes de garantir a produção e utilização eficiente de forragem respeitando
os limites ecofisiológicos das plantas forrageiras (DA SILVA et al., 2005).
2.2 - Fluxo de tecido em plantas forrageiras
A estrutura do pasto é fator determinante tanto da dinâmica de
crescimento e competição nas comunidades vegetais quanto do
comportamento ingestivo dos animais em pastejo (CARVALHO et al., 2001).
Dessa forma, o conhecimento dos fatores que determinam essa estrutura
passou a ser de fundamental importância para que sejam planejadas e
idealizadas as melhores decisões de manejo quanto a adubação, irrigação,
intensidade e frequência de pastejo dentre outras (NABINGER e PONTES,
2001).
Nesse contexto, o estudo da dinâmica do crescimento de plantas
forrageiras, através dos processos morfogênicos vem constituindo uma
importante ferramenta para definir o manejo de desfolhação, visto que, a
estrutura do pasto é definida pela morfogênese (LEMAIRE e CHAPMAN,
1996).
A morfogênese de plantas forrageiras, descrita por Chapman e Lemaire
(1993) como sendo a dinâmica de geração e expansão das formas da planta
no espaço, pode ser definida por quatro características básicas em gramíneas
tropicais: taxa de aparecimento foliar (TApF), taxa de alongamento foliar (TAlF),
e taxa de senescência foliar (TSF), além da taxa de alongamento de colmo
proposta por Sbrissia e Da Silva (2001). Denominadas de características
morfogênicas estas variáveis são definidas geneticamente (DURU e
DUCROCQ, 2000), porém sofrem influência dos fatores de meio como
disponibilidade de luz e nutriente, frequência e intensidade de desfolhação,
dentre outros fatores (PENA, 2007).
2.2.1 - Taxa de aparecimento de folhas (TApF) ou filocrono
O número de folhas surgidas por perfilho por unidade de tempo expressa
a taxa de aparecimento foliar (ANSLOW, 1966), enquanto o seu inverso, tempo
necessário para o aparecimento de duas folhas consecutivas, estima o
7
filocrono (PENA, 2007). Em um perfilho vegetativo a partir do inicio do seu
desenvolvimento existe a possibilidade de distinção de três tipos de folhas: as
completamente expandidas (suas bainhas formam pseudocolmos); folhas
emergentes (seus ápices se tornam visíveis acima dos pseudocolmos); e as
folhas ainda em expansão (que estão completamente contidas no interior do
pseudocolmo) (GOMIDE e GOMIDE, 2000).
A taxa de aparecimento de folhas é uma característica que exerce efeito
marcante sobre a morfogênese devido à sua influência direta nas três
principais variáveis que compõe a estrutura do dossel: tamanho de folha,
densidade populacional de perfilhos e números de folhas por perfilho
(LEMAIRE e CHAPMAN, 1996). Quando combinadas estas variáveis formam o
índice de área foliar, que é a estrutura da planta que está relacionada com a
quantidade de radiação luminosa interceptada (CHAPMAN e LEMAIRE, 1993).
Além disso, a TApF é capaz de determinar grandes diferenças na
estrutura do pasto em razão do seu efeito sobre o tamanho e densidade
populacional de perfilhos. Causadas pelo potencial de perfilhamento que cada
folha formada sobre uma haste representa, ou seja, o surgimento de um novo
fitômero leva a geração de novas gemas axilares, capazes de gerar novos
perfilhos (NABINGER e PONTES, 2001). Do mesmo modo isso implica
diretamente na produção de massa por unidade de área, já que esta é
dependente da densidade populacional de perfilhos (PENA, 2007).
Gomide e Gomide (1999) afirmaram que a taxa de aparecimento foliar
varia em função do genótipo, do nível de inserção, dos fatores do meio, da
estação do ano, da intensidade e frequência de desfolhação e dos nutrientes
minerais.
O manejo da desfolhação de uma planta forrageira pode alterar a taxa
de aparecimento de folhas (BARBOSA, 2004). Quando uma pastagem é
submetida a pastejo intenso ocorre aumentos na taxa de aparecimento,
enquanto que por outro lado, ocorre redução na taxa de alongamento foliar.
Fato que pode ser explicado segundo Gomide e Gomide (2006) pela menor
altura do pseudocolmo. Assim, a taxa de aparecimento foliar é largamente
influenciada pela taxa de alongamento foliar e pelo comprimento do cartucho
8
da bainha (pseudocolmo), o qual determina a distância percorrida pela folha
para emergir.
Dessa forma, a taxa aparecimento foliar em pastos mantidos com IAF
baixo por meio de desfolhações frequêntes (resultado de lotação contínua e
com altas taxas de lotação) aparenta ser maior do que a observada sob pastejo
rotativo (PENA, 2007).
No entanto, Martuscello et al. (2005) em experimento com Brachiaria
brizantha cv. Xaraés adubado com quatro doses de nitrogênio (0, 40, 80 e 120
mg/dm3) e submetido a três regimes de desfolhação com base no tempo
necessário para o aparecimento de três, quatro e cinco folhas completamente
expandidas, observaram que não houve efeito da variação na frequência de
desfolhação para a TApF enquanto que para as doses de N a reposta foi linear
e positiva.
Ao contrário do encontrado por Marcelino et al. (2006) avaliando as
características morfogênicas do capim-marandu submetido a diferentes
intensidades e frequência de desfolhação que não constatou influência da
intensidade na taxa de aparecimento de folhas, no entanto, nos tratamento com
maior frequência de desfolhação foram observadas as maiores taxa de
aparecimento de folhas. Resultado da maior remoção de tecidos foliares
provocado pelos cortes mais frequentes, levando a uma maior produção de
folhas, possivelmente em função da maior penetração de luz na base do
dossel.
Concomitantemente neste mesmo trabalho observou-se que o maior
filocrono ocorreu nas menores frequências de desfolhação, provavelmente em
decorrência da possível associação das variações na TApF e
consequentemente no filocrono, com o estágio de desenvolvimento da planta,
uma vez que, existe relação direta entre o filocrono e florescimento, ou seja, a
medida que a planta inicia o sua fase reprodutiva , os valores para filocrono se
tornam maiores. Pena (2007) também constatou que a taxa de aparecimento
foliar do capim-tanzânia submetido a intensidades e frequências de corte
diminuiu na medida em que houve redução na frequência de desfolhação,
enquanto que o filocrono aumentou.
9
O inverso da TApF estima o filocrono, ou seja, o intervalo entre o
aparecimento de duas folhas sucessivas. De forma prática, pode-se dizer que o
filocrono é o tempo, em dias, para o surgimento de uma folha. O filocrono
também pode ser definido em termos de tempo térmico (BARBOSA, 2004).
Essa é uma consideração importante, pois se o crescimento da planta
forrageira não pode ser medido pelo calendário juliano, da mesma forma este
também não pode ser utilizado para estabelecer práticas de manejo, a menos
que condições de radiação e temperatura sejam constantes ao longo do tempo
e também não ocorram limitações hídricas ou nutricionais (VAN ESBROECK et
al., 1997).
2.2.2 - Taxa de alongamento foliar
Segundo Zanine (2007), a taxa de alongamento foliar é outra medida de
grande importância para o entendimento do fluxo de tecidos na planta. O
crescimento das folhas de gramíneas ocorre na sua região basal, que é
completamente encoberta pelo conjunto de bainhas das folhas mais velhas
(KEMP, 1980 apud SILVEIRA, 2006). Na medida em que o alongamento foliar
cessa com a diferenciação da lígula, o alongamento da bainha persiste até a
exteriorização da mesma (ZANINE, 2007).
A zona de alongamento devido a intensa atividade de divisão e
diferenciação celular necessária ao alongamento foliar é um local de grande
demanda por nutrientes (SKINNER e NELSON, 1995). Cabral (2008) ao
estudar o efeito de doses de nitrogênio sobre características morfogênicas do
capim-xaraés (Brachiaria brizantha) notou que a taxa de alongamento foliar
sofreu influência da adubação tanto no período das águas quanto ao longo do
ano. Corroborando com estes resultados Martuscello et al. (2006), obteve
incrementos que aumentaram em até 64% as taxas de alongamento do capim-
massai (Panicum maximum) em relação a ausência de adubação.
Segundo Volenec e Nelson (1994), o aumento na TAlF, promovido pela
adubação nitrogenada, é atribuído a maior produção de células, com pouco
efeito no tamanho final da célula ou na taxa de alongamento da célula
epidérmica.
10
Importantes aumentos na taxa de alongamento foliar podem ocorrer em
função do regime de desfolhação. Porém a resposta da planta em função de
práticas de manejo pode variar entre espécies e dentro de cada espécie
(NABINGER e PONTES, 2001).
Ao testar estratégias de manejo para o capim-marandu (Brachiaria
brizantha), MARCELINO et al. (2006) observaram as maiores taxas de
alongamento de folhas nos tratamentos com menor intensidade (20 cm) e
menor frequência (cinco folhas surgidas) de desfolhação.
Essa variável é uma medida de grande importância na análise do fluxo
de tecidos das plantas e correlaciona-se positivamente com o rendimento
forrageiro, visto que, à medida que a TAlF aumenta, ocorre incremento na
proporção de folhas e, conseqüentemente, maior área foliar fotossinteticamente
ativa, promovendo maior acúmulo de matéria seca (MARTUSCELLO et al.,
2006).
Cândido (2005) avaliando características morfogênicas em capim-
mombaça em pastejo sob lotação intermitente, com os períodos de descanso
definidos em função do tempo necessário para a expansão de 2,5; 3,5 e 4,5
novas folhas por perfilho verificou mais alta taxa de acúmulo de forragem nos
piquetes sob período de descanso de 2,5 novas folhas, resultado da elevada
taxa de alongamento foliar e densidade populacional de perfilhos.
2.2.3 - Duração de vida da folha
O intervalo de tempo no qual cada folha permanece verde, ou seja, do
seu aparecimento até a sua senescência, representa a duração de vida da
folha (BARBOSA, 2004).
Práticas de manejo da desfolhação que aumentem a eficiência de
utilização da forragem devem estar centradas no entendimento da necessidade
de remoção de tecido foliar antes de sua senescência, para que seja alcançado
o máximo rendimento (PARSONS, 1988). Além disso, o processo de
senescência de folhas pode resultar em grande quantidade de material morto
no pasto expondo os animais a uma forragem de baixa qualidade (WILSON e
t’MANNETJE, 1978).
11
Nesse sentido, a duração de vida da folha representa ser uma
importante característica morfogênica pelo papel fundamental na definição de
estratégias de manejo. A partir do conhecimento de duração de vida das folhas
é possível definir o potencial máximo de rendimento de cada espécie, o qual
coincide com momento em que a taxa de senescência se iguala a taxa de
crescimento foliar, sendo este o momento ideal para interromper a rebrotação
por meio do corte ou pastejo das plantas a fim de obter a máxima quantidade
de material vivo por área (LEMAIRE e CHAPMAN, 1996).
Assim a duração de vida folha pode ser utilizada como um indicador
para a determinação da intensidade de pastejo em lotação contínua ou da
frequência do pastejo em lotação intermitente, que permite manter índices de
área foliar próximos da maior eficiência de intercepção e máximas taxas de
crescimento (NABINGER e PONTES, 2001).
Segundo Barbosa (2004), o corte ou pastejo pode alterar a duração de
vida da folha. Entretanto, Oliveira et al., (2007) ao avaliar capim-tânzania
quando submetido a diferentes combinações de adubação e intensidade de
corte não encontrou efeito significativo das intensidades de corte sobre esta
característica.
Martuscello et al. (2006) ao avaliar as características morfogênicas de
Panicum maximum x Panicum infestum cv. Massai submetido a quatro doses
de nitrogênio (0, 40, 80 e 120 mg/dm3) e três regimes de desfolhação,
observou que houve uma redução na duração de vida da folha tanto pela
influência da adubação quanto pelos regimes de desfolhação.
Mazzanti et al. (1993), ressaltaram que, em geral ocorre diminuição na
duração de vida da folha em condições de alta disponibilidade de nitrogênio
conseqüência da competição por luz determinada pelo aumento na taxa de
alongamento foliar e pelo maior tamanho final de folhas.
2.2.4 - Alongamento de colmo
Para plantas forrageiras tropicais principalmente aquelas que
apresentam hábito de crescimento ereto, a taxa de alongamento de colmo deve
ser inclusa nas características morfogênicas pelo seu efeito tanto no acúmulo
12
de biomassa quanto na estrutura do dossel da pastagem (SBRISSIA e DA
SILVA, 2001).
Com o alongamento do colmo, ocorre aumento na produção de matéria
seca de forragem, entretanto alterações na estrutura do pasto, como a redução
na relação folha/colmo, além de reduzir a qualidade da forragem produzida
podem comprometer o comportamento ingestivo dos animais.
Segundo Silveira (2006), até o momento o manejo do pastejo tem sido a
forma mais utilizada para controlar o alongamento do colmo. Barbosa (2004),
ao avaliar o capim-tanzânia sob níveis de interceptação de luz de 90, 95 e
100% e sob dois resíduos pós-pastejo (25 e 50 cm), obteve resultado
semelhante ao de Carnevalli (2003), cujos valores mais elevados de
alongamento de colmo ocorreram no tratamento de 100% IL, indicando que
intervalos longos entre pastejos, responsáveis por elevada competição por luz
no interior do dossel, podem comprometer os benefícios da maior produção de
forragem.
Em experimento análogo Zanine (2007), avaliando o capim-tanzânia
(Panicum maximum ) sob duas intensidades de pastejo (30 e 50cm) e dois
níveis de interceptação de luz de (90 e 95%), percebeu que o manejo do capim
a 95% de interceptação de luz promoveu maior quantidade de forragem com
alta porcentagem de folhas, baixa de colmos e material morto. Isso demonstra
que a frequência baseada no nível de 95% de interceptação luminosa foi
eficiente no controle do alongamento de colmos, assegurando a manutenção
da estrutura da pastagem. Esses resultados evidenciam o potencial que o
ajuste da frequência de desfolhação tem sobre controle do desenvolvimento
desse componente morfológico.
De acordo com Dourado (2009), estratégias de manejo baseadas no uso
de fertilizantes nitrogenados devem se preocupar com o controle da produção
de colmo na pastagem, pois em experimento avaliando o capim-piatã sob efeito
de diferentes doses de nitrogênio, constatou que a adubação promoveu um
aumento da ordem de 55% (3,8 mm/perfilho/dia) no alongamento de colmo do
capim-piatã quando comparado com o não adubado. Isso ressalta a
importância de controlar o crescimento de colmos, sob pena de reduzir a
13
eficiência do sistema de duas formas: limitando a capacidade de colheita da
forragem pelo animal ou reduzindo o valor nutricional da forragem.
2.3 - Características estruturais
A interação das características morfogênicas determinam as
características estruturais do pasto: tamanho da folha, densidade populacional
de perfilhos e o número de folhas por perfilho. O índice de área foliar (IAF) que
é formado pela combinação destas variáveis possui alta correlação com as
respostas tanto de plantas como de animais (CHAPMAN e LEMAIRE, 1993).
Assim, a compreensão dos impactos que as ações de desfolhação podem
causar sobre estas características contribuem para o estabelecimento de
práticas de manejo mais eficientes.
2.3.1 - Tamanho final da folha (TFF)
O tamanho da folha é caracterizado pelo seu comprimento final,
mensurado da lígula até a ponta da folha. Sendo dependente principalmente da
TApF e da TAlF, considerando que, o alongamento da folha ocorre na fração
tempo constante necessária para o aparecimento de duas folhas consecutivas
(DALE,1982). De acordo com Gomide e Gomide (1999) o comprimento da
bainha é outro fator capaz de afetar o tamanho final da folha por ser o indicador
da distância a ser percorrida pela folha até alcançar o ápice da bainha,
determinando portanto, seu comprimento. Assim estratégias de desfolha
capazes de alterar a TApF, a TAlF e o comprimento da bainha podem
promover variações no comprimento final da folha.
Pastos submetidos a desfolhações mais intensas resultam em
diminuição do comprimento da bainha foliar acarretando em menor
comprimento final da lâmina foliar, demonstrando que esta é uma característica
vegetal plástica responsiva à intensidade de desfolhação. Considerada por
Lemaire e Chapman (1996) como uma estratégia de escape capaz de conferir
à planta graus variáveis de resistência ao pastejo.
14
2.3.2 - Número de folhas por perfilho (NFV)
O número de folhas em expansão e expandidas por perfilho é o
parâmetro utilizado para definir esta característica, que é resultado da ação
conjunta da duração de vida das folhas e da TApF (ZANINE, 2007; PENA
2009).
O NFV mesmo sob condições favoráveis ao crescimento é um valor
relativamente constante para determinada espécie (DAVIES, 1971) e estável
em condições variáveis de manejos (PONTES, 2001; NABINGER, 2002).
Podendo variar de uma gramínea para outra, principalmente em razão de seu
hábito de crescimento.
Quando um perfilho atinge seu número máximo de folhas vivas, passa a
haver um equilíbrio entre a taxa de surgimento e senescência das folhas que
alcançaram seu período de duração de vida esse evento por um lado indica o
teto potencial de rendimento da espécie (máxima quantidade de material vivo
por área) e, por outro lado, é um indicador fundamental para a determinação da
intensidade de pastejo com lotação contínua ou da frequência do pastejo em
lotação rotacionada que permita manter índices de área foliar próximos da
maior eficiência de intercepção e máximas taxas de crescimento.
Avaliando o capim Brachiaria brizantha cv. Marandu submetido a
frequências (95 e 100%) intensidades (10 e 15 cm) de pastejo, (ZEFERINO,
2007) observou o maior número de folhas verdes por perfilho para as
frequências com base em 95% de IL, cerca de 16% maior que os demais
tratamento quando esta foi combinada com a altura de 15cm de resíduo.
2.3.3 - Densidade populacional de perfilhos
Os perfilhos constituem a unidade básica de crescimento de um pasto,
assim o perfilhamento é o mais importante processo para garantir a perenidade
da gramínea na pastagem. Além disso, o número e o peso dos perfilhos de
uma planta determinam sua produtividade (SILSBURY, 1966).
A densidade populacional de perfilhos nos pastos é função do equilíbrio
entre suas taxas de aparecimento e morte (LEMAIRE; CHAPMAN, 1996).
Sendo que o potencial de perfilhamento de um genótipo depende da sua
capacidade de emissão de folhas (NABINGER, 1997), ou seja, da TApF pois
15
esta determina o número de gemas axilares capazes de gerar novos perfilhos
(DAVIES, 1974).
O perfilhamento é influenciado por vários fatores relacionados ao
ambiente e ao manejo adotado, com destaque para adubação nitrogenada e
altura de corte ou pastejo (SILVEIRA, 2006).
Os resultados encontrados por Sbrissia (2008) para densidade
populacional de perfilhos do capim-marandu manejado sob lotação contínua
com base em quatro aturas de dossel (10, 20, 30 e 40 cm) corroboram com
vários resultados disponíveis na literatura, que indicam decréscimo na
população de perfilhos à medida que os pastos são mantidos mais altas
(BIRCHAM e HODGSON, 1983; MATTHEW et al., 1995; SBRISSIA et al.,
2003). Esse padrão de resposta segundo Sbrissia et al. (2001) pode ser
explicado pela lei de compensação tamanho/densidade, proposta por Matthew
et al. (1995), a qual define que maiores intensidade de pastejo (menor altura do
pasto) reflete em maior número de perfilhos, porém mais leves, enquanto
menor intensidade de pastejo gera menor número de perfilhos, porém mais
pesados. Essa competição entre perfilhos ocorre particularmente por luz
(SACKVILLE-HAMILTON et al.,1995), todavia a baixa intensidade luminosa na
base do relvado é reconhecidamente, um dos principais fatores que interferem
na capacidade de perfilhamento de pastos mantidos mais altos.
2.3.4 - Relação lâmina:colmo (RLC)
Assim como a taxa de alongamento de colmo foi proposta para as
características morfogênicas, Sbrissia et al. (2001) propuseram a inclusão da
relação lâmina: colmo nas características estruturais do pasto.
De acordo com Flores (2008) relação lâmina:colmo é uma importante
característica estrutural pois esta pode servir de indicativo da facilidade de
apreensão e seleção da forragem consumida pelo animal. Dessa forma,
redução da relação lâmina:colmo pode alterar a eficiência do pastejo, o
comportamento ingestivo e o consumo de forragem pelos animais em pastejo
(SBRISSIA e Da SILVA, 2001; SANTOS, 2002).
Entre os fatores determinantes da relação folha:colmo em uma planta
forrageira, pode-se destacar as estratégias de manejo empregadas no pasto, o
16
estádio de desenvolvimento e a idade da planta (MARCELINO et al., 2006).
Entretanto SILVA NETO (2010) não encontrou variações nas RLC da
Brachiaria brizantha cv. marandu submetida a diferentes estratégias de pastejo
com base na altura de pré e pós-pastejo.
2.4 - Manejo da desfolha: intensidade e frequência
Nos últimos anos têm ocorrido avanços significativos na compreensão
dos fatores que regem a produção e utilização de plantas forrageiras,
sobretudo em razão do aumento no número de informações sobre a resposta
tanto de plantas quanto de animais quando submetidos a variações na
estrutura ou condição do pasto promovidas de acordo com as estratégias de
manejo adotadas.
A eficiência do processo de utilização da forragem produzida depende
principalmente do manejo da desfolhação empregado, que é função do método
de pastejo ou corte utilizado. O controle da frequência e intensidade de corte
ou pastejo das plantas dá origem aos dois principais métodos de desfolha,
lotação intermitente e lotação contínua.
A intensidade de desfolhação se refere a proporção da parte aérea da
planta que é removida por corte ou pastejo (PORTELA, 2010). Dessa forma o
efeito da intensidade, de acordo com Brougham (1956); Grant et al. (1983)
afeta, a quantidade de tecido foliar fotossintetizante remanescente após o corte
ou pastejo, sendo determinante da quantidade e da qualidade de luz
interceptada, o que reflete diretamente sobre a velocidade de rebrotação dos
pastos . Assim pastos submetidos a desfolhação mais intensas necessitam de
mais tempo para alcançar máxima eficiência fotossintética novamente, pelo
fato da reduzida taxa de rebrotação logo após a desfolha (LEMAIRE, 2001;
ZANINE 2007).
Avaliando a influência de intensidades e frequências de desfolhação
sobre as características morfogênicas e estruturais e a produção de forragem
do capim Brachiaria brizantha (A. Rich.) Stapf. cv. Marandu Marcelino et al.,
(2006) notou que cortes mais intensos e frequência proporcionam maior
17
renovação dos tecidos, que está associada a maior eficiência de produção de
forragem.
A frequência desfolhação pode ser descrita como sendo o número de
vezes que uma folha ou perfilho sofre uma ação e de corte ou pastejo ao longo
de um espaço tempo (WADE et al., 1989).
O balanço entre os processos de crescimento e senescência resulta no
acúmulo de forragem da planta forrageira (HOGDSON, 1990). Diante disso,
Portela (2010) propôs que o manejo da desfolha para alcançar elevados
índices de produtividade seja baseado em estratégias que sejam capazes de
reduzir o processo de senescência e o alongamento excessivo de colmo.
Trabalhos recentes têm demonstrado que a definição dessas estratégias
para gramíneas tropicais, estão associadas a condição em que o dossel atinge
o IAF crítico, ou seja, quando o dossel intercepta 95% da luz incidente
(LEMAIRE e CHAPMAN, 1996; HODGSON e DA SILVA, 2002). Esse critério
foi descrito e aplicado originalmente com sucesso em plantas de clima
temperado, porém tem se mostrado válido também para gramíneas tropicais
(CARNEVALLI, 2003; BARBOSA, 2004; ZANINE, 2007; SOUZA-JR, 2007;
ZEFERINO, 2007. Tendo em vista que, nesta condição ocorre o máximo
acúmulo de lâminas foliares (MONTAGNER, 2007) e inicio dos processos de
senescência e alongamento de colmo (GIMENES, 2010). Além disso, esse
critério demonstra uma correlação bastante consistente com algumas
características estruturais, em especial com a altura do pasto por ser uma
variável de caráter prático, passível de ser utilizada a campo (DA SILVA, 2004).
Dentro desta perspectiva o manejo da desfolhação tem sido proposto
baseando-se em metas de condição de pasto (“sward target”) como forma de
assegurar a otimização dos processos de acúmulo e consumo de forragem
pelos animais (HODGSON, 1985; HODGSON e DA SILVA (2002). Por esta
razão a frequência de desfolhação consiste em uma excelente ferramenta
necessária para manutenção das metas de pasto preconizadas.
Dessa forma, manipulação da frequência de desfolhação por meio do
uso de intervalos de pastejo ou corte variáveis é, portanto, a forma mais efetiva
de promover ajustes na composição morfológica e valor nutritivo da forragem
produzida (DA SILVA e CORSI, 2003). Enquanto que a intensidade de
18
desfolhação, pode ser definida por características estruturais do dossel como a
altura pós corte ou pastejo, é a maneira mais efetiva de promover ajustes IAF
remanescente das plantas e na massa de forragem colhida (eficiência de
pastejo) promovendo a flexibilidade no sistema de produção (DA SILVA, 2004;
DA SILVA e NASCIMENTO JR., 2007)
19
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27
Capítulo I
CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS E ESTRUTURAIS DO CAPIM-PIATÃ
SUBMETIDO A ESTRATÉGIAS DE MANEJO
Resumo – O experimento foi conduzido na área experimental do curso de
Zootecnia com objetivo de avaliar estratégias de manejo para o capim-piatã
cultivado nas condições edafoclimaticas da região sul do estado de Mato
Grosso. Durante o período de novembro de 2008 a maio de 2009 foram
avaliadas quatro estratégias de manejo, resultantes de três alturas de pré-
corte, determinadas pelo momento em que as plantas atingiam 30, 35 e 40 cm,
e três intensidades de cortes, determinadas pela altura pós-corte de 10, 15 e
20, combinadas da seguinte maneira: 30/10; 30/15; 35/20 e 40/15. Foi utilizado
um delineamento experimental em blocos casualizados com cinco repetições.
O maior número de cortes foi observado nas parcelas submetidas às
estratégias 35/20 e 30/15, que possibilitaram dois ciclos de cortes a mais,
quando comparadas com as estratégias de manejo 40/15 e 30/10. As
estratégias que possibilitaram plantas com maior altura no pré-corte, 40/15 e
35/20, resultaram em maiores valores de taxas de alongamento foliar, taxas de
alongamento de colmos e de senescência foliar. Em função da menor altura
pós-corte a estratégia 30/10 resultou na maior população de perfilhos, média
de 829 perfilhos/m2. Nas estratégias de manejo 40/15 e 30/15 registraram-se
os maiores valores para o acúmulo de forragem, média de 18600 kg/ha de MS.
O manejo do capim-piatã baseado na meta de corte 30/15 consegue combinar
elevada produção de forragem com estrutura de pasto favorável ao pastejo.
Palavras chaves: acúmulo de forragem, Brachiaria brizantha, intensidade de
desfolha, manejo do pastejo
28
Chapter I
MORPHOGENETIC AND STRUCTURAL CHARACTERISTICS OF GRASS-
PIATÃ SUBJECT TO MANAGEMENT STRATEGIES
Abstract - The experiment was conducted at the Experimental Animal Science
course to evaluate management strategies for the grass-piatã cultivated at
conditions of the southern state of Mato Grosso. During the period november
2008 to May 2009 were evaluated four management strategies, resulting in the
three pre-cut height, determined by the time the plants Reached 30, 35 and 40
cm, and three intensities of cuts, determined by time post-cutting 10 15 and 20
Combined as follows: 30/10 30/15, 35/20 and 40/15. We used a randomized
complete block design with five replicates. The greater number of cuts were
observed in plots with the strategies 35/20 and 30/15, which enabled two more
cycles of cuts, when compared with the management strategies 40/15 and
30/10. The strategies which enabled plants with more height in pre-cut, 40/15
and 35/20, resulted in higher rates of leaf elongation, of stem elongation and
leaf senescence. Due to the lower height post-cutting strategy 30/10 resulted in
a greater number of tillers, average 829 tillers/m2. Management strategies in
40/15 and 30/15 were recorded the highest values for herbage accumulation,
18600 and 14200 kg DM/ha respectively. The management of grass Piata
based on the goal of cutting 30/15 manages to combine high forage production
and pasture structure favorable to grazing.
Keywords - forage accumulation, Brachiaria brizantha, grazing intensity,
grazing management
29
1 – Introdução
A sustentabilidade da produção animal a pasto requer um amplo
conhecimento, tanto dos recursos produtivos disponíveis quanto dos fatores de
ambiente responsáveis pelo desempenho do sistema de produção. Entre estes
fatores se destacam aqueles relacionados diretamente com a produção e
utilização da forragem.
Dessa forma, a intensificação da produção animal em pastagens, pode
ser desenvolvida pela adoção de técnicas de manejo que proporcione uma
desfolha eficiente e ao mesmo tempo consiga manter uma boa rebrota, rápida
e vigorosa. Nessa perspectiva tem-se que a manipulação da intensidade e
frequência de corte ou pastejo constitui em um dos principais fatores
determinantes da estrutura do pasto que por sua vez está diretamente
relacionada a produção e utilização da forragem.
De acordo com a afirmação de Chapman e Lemaire (1993) que plantas e
animais respondem de forma consistente às variações na estrutura do dossel
forrageiro, vem sendo possível determinar para as principais gramíneas
tropicais, estratégias de manejo com base em metas de pasto caracterizadas
por combinações entre frequência e intensidade de desfolhação (ZEFERINO,
2007; ZANINE, 2007; SOUZA JR., 2007; SARMENTO, 2007; TRINDADE et al.,
2007; GIACOMINI et al., 2009). Contudo, em razão da grande diversidade de
plantas forrageiras existentes ainda não foram definidas estratégias para todas
as gramíneas, principalmente para aquelas que estão a pouco tempo no
mercado, como é o caso da gramínea Brachiaria brizantha cv. Piatã lançada no
ano de 2006.
O conhecimento da dinâmica do acúmulo de forragem através do
monitoramento das características morfogênicas e estruturais tem se mostrado
como uma excelente ferramenta para a compreensão das respostas
morfofisiológicas de gramíneas tropicais às variações na estrutura do dossel
quando submetidas a ações de desfolhação por corte ou pastejo, viabilizando a
idealização e implementação de estratégias capazes de garantir a produção e
utilização eficiente da forragem, respeitando os limites ecofisiológicos das
plantas forrageiras (DA SILVA et al. 2005).
30
As respostas morfogênicas da planta ao ambiente e às estratégias de
manejo dão origem às principais características estruturais do pasto: tamanho
da folha, densidade populacional de perfilhos, número de folhas por perfilho e
relação folha:colmo. A importância destas características provém do fato que o
índice de área foliar (IAF) considerado variável estrutural que possui maior
correlação com as respostas tanto de plantas como de animais, surgir da
manifestação combinada das características morfogênicas e estruturais das
plantas num determinado ambiente (CHAPMAN e LEMAIRE, 1993).
Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar as características
morfogênicas, estruturais e o acúmulo de forragem da Brachiaria brizantha cv.
Piatã, submetida a regimes de cortes.
.
31
2 - Material e Métodos
O experimento foi conduzido em área experimental do Curso de
Zootecnia da Universidade Federal do Mato Grosso, Campus Universitário de
Rondonópolis, situado nas coordenadas geográficas 16º28’ latitude Sul, 54º34’
longitude oeste e altitude de 285 m. O clima da região segundo a classificação
de Köppen é o Aw, caracterizado pela distribuição irregular das chuvas ao
longo do ano, com ocorrência bem definida de um período seco e outro
chuvoso.
O experimento teve inicio no dia 17/11/2008 e totalizou 186 dias de
período experimental, compreendendo os meses de novembro de 2008 a maio
de 2009. As informações referentes às condições climáticas durante o período
experimental (Figura 1) foram obtidas na estação meteorológica localizada a
uma distância aproximada de 400 m da área experimental.
Figura 01 – Precipitação mensal acumulada e temperaturas (T) mínima, média e máxima (média mensal) ocorridas durante o período experimental, de novembro de 2008 a maio de 2009.
As parcelas experimentais foram alocadas em uma área cujo solo na
camada de 0-20 cm de profundidade apresentou as seguintes características
químicas e físicas antes do início do experimento: pH em CaCl2= 4,9; P= 1,7
mg/dm3; K= 29 mg/dm3; Ca2+= 1 cmolc/dm3; Mg2+= 1 cmolc/dm3; H+Al3+= 2,9
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0
50
100
150
200
250
nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09
Tem
pera
tura
(oC
)
Pre
cip
itação (
mm
)
Meses
Precipitação T máxima T mínima T média
32
cmolc/dm3; Al3+= 0,1 cmolc/dm3; matéria orgânica= 13,5 g/Kg; soma de bases=
2,1 cmolc/dm3; capacidade de troca catiônica= 4,5 cmolc/dm3; saturação por
bases= 46%; argila= 400 g/kg; silte= 100 g/kg e areia total= 500 g/kg.
Para manutenção da fertilidade do solo na área experimental, foi
realizada a aplicação estratégica de adubos químicos (Tabela 1). Foram
aplicados 150 kg/ha de nitrogênio na forma de uréia e 75 kg/ha de K2O na
forma de cloreto de potássio, parcelados em três doses de 50 kg/ha de N e 25
kg/ha de K2O. Também foram aplicados 50 kg/ha de P2O5, na forma de
superfosfato simples, distribuído em dose única. As doses de fertilizantes
utilizadas foram próximas as recomendações de Cantarutti et al. (1999), para
sistemas de exploração de pastagens utilizando níveis médios de tecnologia.
Tabela 1 – Dados da aplicação de fertilizantes na área experimental ao longo do experimento
Aplicação Data Fertilizantes (kg/ha)
N K P
1 06/11/2008 50 25 50
2 15/01/2009 50 25 -
3 07/03/2009 50 25 -
A gramínea avaliada foi o capim Brachiaria brizanta cv. Piatã cuja
implantação na área experimental foi realizada em março de 2007. O plantio foi
realizado em parcelas de 4,0 x 3,0 m, com a semeadura realizada em linhas
com espaçamento de 32 cm.
O delineamento utilizado foi em blocos completos casualizados com
quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos experimentais
corresponderam a quatro estratégias de manejo, resultantes da combinação
entre três alturas pré-cortes, determinadas pelo momento em que as plantas
atingiam alturas de 30, 35 e 40 cm e três intensidades de cortes, determinadas
pela altura pós-corte de 10, 15 e 20 cm acima do nível do solo. Para facilitar a
apresentação e a discussão dos resultados, as combinações foram descritas
da seguinte forma:
30/10 = 30 cm de altura de corte e 10 cm de altura pós-corte;
30/15 = 30 cm de altura de corte e 15 cm de altura pós-corte;
33
35/20 = 35 cm de altura de corte e 20 cm de altura pós-corte;
40/15 = 40 cm de altura de corte e 15 cm de altura pós-corte;
Por meio dessas estratégias buscou-se avaliar o capim-piatã sob
condições próximas aquelas preconizadas para o capim-marandu sob lotação
rotativa, em que o pastejo tem início quando o pasto atinge 25 cm de altura e
término quando a altura de resíduo de 15 cm é atingida (SOUZA JR, 2007). De
forma que, buscou-se observar as respostas do capim-piatã para cortes mais
frequentes menos intensos nas estratégias 30/15 e 35/20, e cortes menos
frequentes e mais intensos nas estratégias 30/10 e 40/15.
Para o início do experimento foi realizado o corte do capim de acordo
com a altura pós-corte de cada tratamento. A partir desse momento procedeu-
se o monitoramento da altura do pasto nas parcelas conforme com os
respectivos tratamentos.
A altura média do dossel nas parcelas foi mensurada utilizando-se uma
régua feita de tubo PVC, graduada em centímetros, sendo mensurados 10
pontos aleatórios por parcelas, totalizando 50 pontos por tratamento. A altura
do dossel em cada ponto correspondeu a altura média da curvatura das folhas
superiores em torno da régua.
As características morfogênicas e estruturais foram avaliadas durante o
período de rebrotação das plantas imediatamente após o corte. Foram
utilizados dez perfilhos por unidade experimental, marcados através de fios
coloridos a fim de facilitar a visualização. Com o uso de uma régua milimetrada,
foram efetuadas, duas vezes por semana, as mensurações dos componentes
morfológicos dos perfilhos: o comprimento do pseudocolmo (mm) foi
mensurado do nível do solo até a lígula da última folha completamente
expandida; o comprimento das lâminas foliares completamente expandidas
(mm) da lígula até a extremidade viva da lâmina foliar; e o comprimento das
lâminas em expansão (mm), mensurado da lígula da última folha viva até a
extremidade da lâmina foliar em expansão. As folhas foram classificadas como
expandidas quando apresentavam a lígula visível e mortas quando lâmina foliar
estivesse com mais de 50% senescente. Os valores foram anotados em
planilhas previamente preparadas para posterior tabulação e transformação
34
dos dados. A partir dessas informações, foram calculadas as seguintes
características morfogênicas e estruturais:
- Taxa de aparecimento de folhas - TApF (folhas/dia.perfilho): divisão do
número de folhas surgidas por perfilho pelo número de dias do intervalo
de avaliação;
- Taxa de alongamento de folhas - TAlF (mm/dia.perfilho): divisão da
variação em comprimento das lâminas foliares em expansão do perfilho
pelo número de dias do intervalo de avaliação;
- Filocrono (dias): inverso da taxa de aparecimento de folhas
- Duração de vida das folhas - DVF (dias): intervalo, em dias, do
aparecimento da folha até sua total senescência. Foi estimada a partir
da seguinte equação proposta por LEMAIRE e CHAPMAN (1996):
DVF = NFV x Filocrono
- Comprimento médio da lâmina foliar - CMLF (mm): comprimento médio
de todas as folhas do perfilho, medido da lígula até a ponta da folha;
- Taxa de senescência foliar - TSF (mm/dia.perfilho): obtido pelo
somatório dos comprimentos das lâminas foliares senescentes, por
perfilho, divididos pelo número de dias do intervalo de avaliações;
- Número de folhas vivas por perfilho - NFV: média do número de folhas
em expansão, expandidas e em senencência de cada perfilho. Folhas
com o processo de senescência acima de 50% foram desconsideradas;
- Comprimento do pseudocolmo (cm): comprimento da lígula da última
folha expandida em relação à inserção no perfilho de origem;
- Taxa de alongamento de pseudocolmos (mm/perfilho.dia): somatório de
todo o alongamento de colmo por perfilho dividido pelo número de dias
do período de avaliação.
A densidade populacional de perfilhos foi estimada através da contagem
no campo do número de perfilhos existentes no interior de um quadro metálico
de 0,15 x 1,0 m posicionado em dois pontos representativos da parcela (Figura
2).
35
Figura 2 – Mensuração com régua milimetrada e contagem de perfilhos utilizando o quadro de amostragem
O acúmulo de forragem com base no fluxo de tecidos foi determinado
conforme a metodologia a seguir descrita por ALEXANDRINO (2004). Ao final
de cada intervalo de rebrotação foram coletados de forma aleatória 10 perfilhos
por repetição, que foram levados ao laboratório, separados em folhas verdes e
colmos, registrando-se o comprimento de cada componente. Em seguida estas
frações foram secas em estufa de ventilação forçada a uma temperatura de
79ºC durante um período de 72 horas. A partir de suas medidas e de seus
pesos, foram estimados o índice de peso por unidade de comprimento de
lâmina foliar e colmos.
A partir destes dados utilizando-se as taxas de alongamento e
senescência foliar, a taxa de alongamento do colmo e a densidade
populacional de perfilhos, conforme Marcelino et al. (2006), estimou-se o
acúmulo de forragem e a relação folha:colmo.
Em função dos intervalos de cortes serem variáveis, os dados coletados
para cada tratamento foram agrupados na forma de médias ponderadas dentro
de três épocas do ano, definidas da seguinte maneira:
- Primavera: novembro e dezembro
- Verão: janeiro, fevereiro e março
- Outono: abril e maio
Os dados foram submetidos à análise de variância e teste Tukey para
comparações das médias, ao nível de 10% de significância, utilizando-se o
36
Sistema para Análises Estatísticas - SAEG, versão 9.1 (Universidade Federal
de Viçosa, 2007).
37
3 - Resultados e discussão
Número e intervalos entre cortes
As estratégias de manejo influenciaram (P<0,10) o número total de
cortes realizados durante o período experimental. O maior número de cortes foi
observado nas parcelas submetidas às estratégias 35/20 e 30/15, que
possibilitaram dois ciclos de cortes a mais, quando comparadas com as
estratégias 40/15 e 30/10 (Tabela 2).
Tabela 2 – Número de cortes do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo Número de cortes
Primavera Verão Outono Total
30/10 1,3 2,7 - 4 B
30/15 1,7 3,2 1 6 A
35/20 1,7 3,5 0,7 6 A
40/15 1,3 2,4 0,2 4 B
Média 1,5 2,9 0,6 5 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10).
O intervalo de rebrotação sofreu efeito significativo (P<0,10) das
estratégias de manejo. Durante o período experimental o menor intervalo de
rebrotação foi observado na estratégia 35/20 seguida da 30/15. Esse
comportamento também foi verificado na primavera e no verão. No outono
foram verificados intervalos de rebrotação mais longos em relação às demais
épocas, sendo o maior valor registrado na estratégia 30/15 (Tabela 3).
Os menores intervalos de rebrotação e, consequentemente, os maiores
números de ciclos de cortes registrados nas estratégias 35/20 e 30/10 podem
ser atribuídos as diferenças entre a altura das plantas no pré-corte e pós-corte.
Nas estratégias 35/20 e 30/15 essa diferença foi de 15 cm, enquanto que nas
estratégias 40/15 e 30/10 essa diferença foi maior, 25 e 20 cm
respectivamente. Por essa razão as estratégias 35/20 e 30/15 necessitaram de
menor intervalo de rebrotação para que as plantas alcançassem as metas
estabelecidas para as alturas pré-corte. Na estratégia 35/20 a maior altura pós-
corte e, consequentemente, maior área de folhas remanescentes favorece uma
rebrotação mais rápida com cortes mais frequentes. Sousa (2009) também
encontrou para o capim-xaraés períodos de descansos mais curtos nas
estratégias de desfolhação com maior altura de resíduo.
38
Independente das estratégias de manejo, para os períodos de primavera
e de verão, foi observado os menores intervalos de cortes, explicado pelas
condições climáticas favoráveis ao crescimento das plantas, principalmente
temperatura e precipitação durante estas estações (Figura 1). Portanto,
estratégias de manejo baseadas em intervalos de rebrotação fixos,
dependendo da época do ano podem resultar em sub ou superpastejo, o que
pode reduzir a eficiência do processo de colheita da forragem (DA SILVA,
2004; SOUZA JR, 2007; PEDREIRA et al., 2007).
Tabela 3 – Intervalo médio de cortes do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo Intervalo de cortes
Total Primavera Verão Outono
30/10 34,4 33,0 - 33,5 B
30/15 25,3 27,6 52,0 31,0 C
35/20 24,9 25,6 37,0 26,8 D
40/15 34,0 36,1 37,0 35,5 A
Média 29,8 30,9 42 32,8 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10).
Características morfogênicas
A taxa de aparecimento foliar (TApF) sofreu influência (P<0,10) das
estratégias de cortes adotadas (Tabela 4), registrando-se valores de 0,101 a
0,115 folha/perfilho.dia. Nas épocas do ano a taxa de aparecimento foliar
sofreu influência (P<0,10) das estratégias somente no verão e no outono. No
verão o maior valor para esta variável foi registrado na estratégia 35/20, e no
outono na estratégia 40/15.
As diferenças na TApF, em experimentos que avaliaram alturas de
resíduos sob corte ou pastejo, tem sido fundamentadas pelas alturas de
bainhas remanescentes (MARTUSCELLO, et al., 2006; SANTOS et al., 2011).
O maior comprimento da bainha conduz a planta a uma menor TApF
(SKINNER e NELSON, 1995; DURU e DUCROCQ, 2000). No presente estudo,
as repostas observadas não seguiram esse padrão. Marcelino et al. (2006)
também não verificaram efeito das intensidade de desfolhação, de 10 e 20 cm
sobre a taxa de aparecimento foliar do capim-marandu.
39
Para esta mesma gramínea sob crescimento livre, Silveira et al. (2010)
reportaram uma taxa de aparecimento média de 0,09 folha/perfilho.dia, inferior
a encontrada neste experimento. Por outro lado, Marcelino et al. (2006)
verificaram aumento no valor da taxa de aparecimento foliar para cortes mais
frequentes em pastos de capim-marandu submetido a frequências
(aparecimento de 5, 7 ou 9 folhas por perfilho) e intensidades de defolhação
(10 e 20 cm de resíduo). Comportamento semelhante foi observado na
estratégia 35/20, durante o período de verão (Tabela 3).
Tabela 4 - Taxa de aparecimento foliar (TApF) do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo TApF (folha/perfilho.dia)
Média Primavera Verão Outono
30/10 0,104 A 0,111 B - 0,109 A
30/15 0,110 A 0,111 B 0,055 C 0,101 B
35/20 0,112 A 0,124 A 0,078 B 0,115 A
40/15 0,108 A 0,107 B 0,109 A 0,107 A
CV(%)1 5,2 4,4 5,2 3,9
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
As estratégias de desfolhação adotadas resultaram em números de dias
distintos (P<0,10) para a formação de uma nova folha no capim-piatã (Tabela
5). Foram observados menores valores de filocrono nas estratégias 40/15,
35/20 e 30/10 quando comparado a estratégias 30/15.
Ao considerar as épocas do ano, no verão às estratégias 35/20 e 30/10
resultaram em menor valor para o filocrono. Enquanto no outono o menor valor
para esta característica foi verificado na estratégia 40/15 (Tabela 5).
O menor tempo gasto para o aparecimento de uma folha, observado nas
parcelas submetidas às estratégias 40/15 e 35/20, pode ser explicado pelo
maior alongamento de colmos encontrado nestas estratégias. O processo
alongamento de colmo eleva a posição do meristema apical, permitindo uma
rápida emergência das folhas em expansão, consequentemente, uma redução
do filocrono (SOUSA et al., 2011).
40
Tabela 5 - Filocrono do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo Filocrono (dias)
Média Primavera Verão Outono
30/10 10,2 A 9,5 AB - 9,7 B
30/15 10,2 A 10,0 A 19,8 A 11,7 A
35/20 10,0 A 9,1 B 14,0 B 9,9 B
40/15 9,9 A 10,0 A 9,4 C 10,0 B
CV(%)1
4,7 4,7 8,8 2,9 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatísticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
Para a taxa de alongamento foliar também foi verificado efeito
significativo das (P<0,10) estratégias de cortes. As estratégias com frequências
baseadas em maiores alturas de corte 40/15 e 35/20, resultaram em maiores
valores para esta variável, registrando-se valor médio de 31,35 mm/perfilho.dia
(Tabela 6). Valor muito próximo a taxa de alongamento foliar de 30,3
mm/perfilho.dia encontrado por Silveira et al.(2010) para o capim-piatã. Para o
capim-marandu submetido a ofertas de forragem que resultaram em alturas
pré-pastejo entre 25 e 35 cm, Casagrande et al. (2010) não verificaram
alteração na taxa de alongamento foliar, registrando-se um valor médio de 17,5
mm/perfilho.dia. A variação na taxa de alongamento foliar dessas gramíneas
pode ser inerente as diferenças morfológicas intrínsecas a cada cultivar.
Para as épocas do ano foi observado comportamento semelhante da
taxa de alongamento foliar. Segundo Davies (1974), a intensidade da
desfolhação tem pouca influência sobre a taxa de alongamento de folha, sendo
observada uma pequena redução nesta variável somente quando ocorre a
desfolha total do perfilho. Dessa forma, as diferenças encontradas parecem
estar relacionadas com as maiores alturas de dossel utilizadas nas estratégias
40/15 e 35/20.
Esses resultados corroborram com aqueles encontrados por Sbrissia
(2004) que também verificou maiores taxas de alongamento foliar nas
estratégias manejo onde o capim-marandu foi mantido mais alto. Pena et al.
(2009) relataram que esse padrão de resposta pode ser atribuído a elevação
do meristema apical decorrente do alongamento de colmo, que encurta a
distância percorrida pela folha até seu surgimento acima do pseudocolmo.
41
De forma semelhante aos resultados de Sbrissia et al. (2008) e
Casagrande et al. (2010), no presente trabalho também foi observado relação
inversa entre o filocrono e a taxa de alongamento foliar. Esse comportamento
já era esperado pelo fato da taxa de alongamento foliar ocorrer na fração de
tempo necessária para o aparecimento de duas folhas consecutivas.
Tabela 6 - Taxa de alongamento foliar (TAlF) do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo
TAlF (mm/perfilho.dia) Média
Primavera Verão Outono
30/10 25,41 C 26,76 B - 26,31 B
30/15 29,48 BC 28,78 AB 13,63 C 26,46 B
35/20 34,08 A 31,12 A 18,48 B 30,46 A
40/15 31,93 AB 31,27 A 31,03 A 31,47 A
CV(%)1 9,2 6 10,4 6,2
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatísticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
A taxa de alongamento de colmo variou (P<0,10) com as estratégias de
desfolhação, registrando-se valores médios de 3,5 e 2,8 mm/perfilho.dia para
as estratégias 40/15 e 35/20, respectivamente. Esses valores foram em média
60% superiores aos valores obtidos nas demais estratégias (Tabela 7). No
capim-piatã adubado com dose de nitrogênio equivalente a 150 kg/ha, Dourado
(2009) encontrou valor de 3,06 mm/perfilho.dia para taxa de alongamento de
colmo.
As maiores taxas de alongamento de colmo observadas para as
estratégias 40/15 e 35/20 são justificadas pela competição por luz decorrente
do sombreamento das folhas inferiores, causado pela maior altura de dossel.
Esse padrão de resposta foi verificado em alguns experimentos utilizando a
interceptação de luz como indicativo da frequência de corte ou pastejo das
plantas. Particularmente para o capim-marandu, Zeferino (2007) e Souza Jr.
(2007) constataram que o nível de interceptação de luz de 100% comparado ao
de 95%, além de resultar em dosséis mais altos, 35 e 25 cm, respectivamente,
ainda apresentou maiores taxa de alongamento e acúmulo de colmo.
De acordo com esses resultados é possível que nas estratégias 40/15 e
35/20 o capim-piatã tenha atingido nível de interceptação de luz superior a
42
95%, indicando que estas estratégias foram menos eficientes no controle do
alongamento de colmo.
Cabe ressaltar que a fração colmo além de reduzir a qualidade da
foragem em razão do menor valor nutricional ainda prejudica a estrutura do
dossel, o que pode interferir de forma marcante nos aspectos envolvidos no
processo de utilização da forragem.
Tabela 7 - Taxa de alongamento do colmo (TAlC) do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo TAlC (mm/perfilho.dia)
Média Primavera Verão Outono
30/10 2,18 B 2,17 C - 2,18 B
30/15 2,49 B 2,45 BC 0,06 B 2,07 B
35/20 3,65 A 2,95 AB 0,37 B 2,85 A
40/15 3,83 A 3,37 A 3,16 A 3,51 A
CV(%)1 23,1 13,3 29,2 16,4
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatísticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
A duração de vida da folha foi afetada (P<0,10) pelas estratégias de
manejo (Tabela 8). Com valores médios que variaram de 49,6 a 58,7 dias,
sendo o maior observado na combinação entre a altura pré-corte de 30 cm com
o pós-corte de 15 cm.
A duração de vida da folha é o produto do número de folhas vivas pelo
filocrono. Assim, como não houve diferenças no número de folhas vivas, a
maior duração de vida da folha na estratégia 30/15 é atribuída ao maior
filocrono observado nesta estratégia. Esse padrão de resposta também foi
observado por Sbrissia (2004), para o capim-marandu manejado sob quatro
alturas de dossel utilizando-se lotação contínua. No verão esse autor registrou
para duração de vida da folha uma média de 50,6 dias, muito próxima a
encontrada no presente trabalho para a mesma época.
A maior competição por luz determinada pelo maior alongamento foliar e
maior comprimento de folhas nas estratégias 40/15 e 35/20 também podem
explicar a menor duração de vida das folhas nessas estratégias.
Para o período de primavera não houve efeito do manejo (P>0,10) na
duração de vida da folha. Marcelino et al. (2006) não observaram influência de
intensidades (resíduo de 10 e 15 cm) e frequências (5, 7 e 9 folhas surgidas)
43
de cortes sobre a duração de vida folha do capim-marandu. Casagrande et al.
(2010) em estudo com o capim-marandu também não verificaram efeito de
diferentes ofertas de foragem na duração de vida da folha, registrando-se
valores entre 36,8 a 48,6 dias. Em relação às épocas de verão e outono a
duração de vida da folha seguiu o mesmo padrão de resposta observado
durante todo o ano.
Tabela 8– Duração de vida folha (DVF) do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo DVF(dias)
Média Primavera Verão Outono
30/10 52,0 A 52,5 AB - 52,3 B
30/15 49,7 A 56,4 A 82,2 A 58,7 A
35/20 52,0 A 48,0 B 60,0 B 50,6 B
40/15 51,2 A 52,5 AB 51,5 B 52,0 B
CV(%)1 3,4 6,3 9,3 4,5
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatísticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
Verificou-se efeito significativo das estratégias de manejo na taxa de
senescência foliar do capim-piatã (P<0,10). A média de 4,77 mm/perfilho.dia
obtida na estratégia 40/15 para a taxa de senescência foliar foi 58% superior a
média das demais estratégias, as quais não diferiam entre si (Tabela 9). A
diferença observada pode ser atribuída ao maior período de rebrotação nas
parcelas que foram manejadas com a estratégia 40/15. Com sombreamento
dos estratos inferiores do dossel causado pelo prolongamento do período de
rebrota, a competição por luz entre as plantas intensifica o processo de
senescência. Comportamento semelhante foi reportado por SOUSA et al.
(2010) para o capim-xaraés.
As perdas decorrentes das maiores taxas de senescência foliar geradas
na estratégia 40/15, podem representar ineficiência no processo de utilização
da forragem. Logo, pode ocorrer uma redução na capacidade de suporte das
pastagens causada pela menor quantidade de lâminas foliares acumulada,
influenciando o desempenho produtivo da fazenda.
Por meio da equação de regressão encontrada por Cabral (2008) para a
taxa de senescência foliar do capim-xaraés (Brachiaria brizantha) submetido a
doses de nitrogênio, foi estimado o valor de 6,14 mm/perfilho.dia, para a dose
44
de 150 kg/ha de N. Para o capim-marandu, Silva Neto (2010) não verificou
efeito das estratégias de pastejo na taxa de senescência foliar com valores
médios variando de 1,36 a 3,06 mm/perfilho.dia.
Tabela 9 – Taxa de senencência foliar (TSF) do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo TSF (mm/dia.perfilho)
Média Primavera Verão Outono
30/10 3,28 B 2,52 B - 2,77 B
30/15 3,94 AB 2,77 B 3,23 B 3,19 B
35/20 4,30 AB 2,04 B 4,89 A 3,06 B
40/15 5,20 A 3,89 A 4,96 A 4,38 A
CV(%)1 26,8 18,8 21,4 17,5
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatísticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
Características estruturais
Não houve efeito (P>0,10) das estratégias de cortes sobre o número de
folhas vivas, verificando-se o valor médio de 5,4 folhas/perfilho (Tabela 10).
Esses valores estão muito próximos daqueles reportados por Silveira et al.
(2010) para a mesma gramínea sob crescimento livre (5,8 folhas/perfilho) e
ligeiramente acima daqueles encontrados por Casagrande et al. (2010), que
verificaram valores de 3,6 a 4,5 folhas/perfilho para o capim-marandu
submetido a diferentes ofertas de forragens.
O comportamento observado para o número de folhas vivas está de
acordo com o citado por Nabinger (1998); Carnevalli e Da Silva (1999) e
Curcelli (2009) de que esta variável é definida geneticamente, constante para
determinada espécie, e ainda é pouco variável, independentemente do manejo
aplicado ou das condições edafo-climáticas na qual as plantas estão
submetidas.
Com esses resultados é possível recomendar para o capim-piatã um
período de rebrota máximo equivalente ao número de dias necessário para o
aparecimento de 5 a 6 folhas/perfilho, garantindo menores perdas por
senescência e maior eficiência na utilização da forragem produzida. Embora o
manejo do pastejo utilizando o número de folhas vivas seja um parâmetro
cabível de aplicação no campo, esta variável não reflete a condição estrutural
45
do pasto, nem a qualidade da forragem ofertada aos animais, sendo necessário
avaliar outros critérios para estabelecer o melhor manejo.
Tabela 10 – Número de folhas vivas (NFV) do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo NFV
Média Primavera Verão Outono
30/10 5,2 A 5,5 A - 5,4 A
30/15 4,9 A 5,8 A 4,4 B 5,3 A
35/20 5,6 A 5,5 A 4,4 B 5,4 A
40/15 5,3 A 5,5 A 5,5 A 5,4 A
CV(%)1 8 4 8 4
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatísticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
O comprimento médio de lâmina foliar ao contrário do número de folhas
vivas variou (P<0,10) em funcão das estratégias de manejo adotadas. Na
estratégia 40/15 o tamanho médio das lâminas foliares foi 28% superior ao
observado para a estratégia 30/15, que resultou no menor valor para esta
variável (Tabela 11). Esse comportamento ratifica a afirmação de Briske (1996)
que o comprimento final da lâmina foliar é uma característica plástica que é
sensível ao manejo da desfolhação.
Na literatura parace haver um consenso a respeito dos fatores que
determinam o tamanho da folha. Diversos autores (Wilson e Laidlaw, 1985;
Duru e Ducrocq, 2000; Gomide e Gomide, 1999) mostraram que comprimento
da folha este diretamente relacionado com o comprimento do pseudocolmo, o
qual determina a distância a ser percorrida pela folha até que esta se torne
completamente expandida. Dessa forma o maior comprimento de folhas
verificado na estratégia 40/15 pode ser explicado pelas maiores taxa de
alongamento (Tabela 6) e maior comprimento de pseudocolmo, decorrentes
das maiores alturas de dossel observadas nestas estratégias.
Ao avaliar a Brachiaria brizantha cv. Xaraés, Curcelli (2009) verificou
maior comprimento de folhas em pastos manejados a 100% de IL quando
comparados com 95% de IL. O aumento no tamanho médio das folhas também
pode ser atribuído a competição por luz dentro do dossel, pois na medida em
que a relação vermelho/vermelho-distante diminui, o tamanho da lâmina foliar
aumenta (GIACOMINI, 2009).
46
Tabela 11 - Comprimento médio de lâmina foliar (CMLF) do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo CMLF (mm)
Média Primavera Verão Outono
30/10 164 BC 149 B 154 B
30/15 155 C 138 B 141 B 143 C
35/20 178 AB 146 B 159 A 157 B
40/15 189 A 183 A 172 A 184 A
CV(%)1 7,3 5,8 6,9 4,4
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatísticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
A densidade populacional de perfilhos foi influenciada (P>0,10) pelas
estratégias de cortes. Os valores médios variaram de 683 a 829 perfilhos/m2,
sendo o maior número de perfilhos observado na estratégia 30/10 (Tabela 12).
Essa população de perfilhos esta próxima da encontrada para o capim-piatã
quando submetido a doses de nitrogênio por Dourado (2009), que estimou 842
perfilhos/m2 para a dose de 150 kg/ha de nitrogênio.
Nas parcelas manejadas utilizando a estratégia 30/10, a menor altura de
plantas no pré-corte em relação as estratégias 40/15 e 35/20 e o resíduo mais
baixo em relação as demais estratégias podem ter favorecido a quantidade e a
qualidade da luz incidente no interior do pasto. As variações que ocorrem
quantidade e a qualidade luz que penetra no interior do pasto estão entre os
principais fatores determinantes de alterações morfofisiológicas nas plantas,
que resultam no aumento ou diminuiçao da população de perfilhos (SBRISSIA,
2004; SBRISSIA et al., 2008). Adicionalmente, em pastos manejados sob
defolhações frequentes as plantas utilizam maior população de perfilhos, como
estratégia de otimização do índice de área foliar (KORTE, 1986).
Para as épocas do ano a densidade populacional de perfilhos também
apresentou os maiores (P<0,10) valores para as estratégias 30/10 e 30/15
durante a primavera e o verão. Já no outono a maior população de perfilhos foi
registrada na estratégia 40/15, cararterizada pela maior altura de dossel e
intervalos de cortes mais longos. Comportamento semelhante ao registrado no
outono foi relatado por Giacomini et al. (2009) para o capim-marandu nas
estratégias com maior altura de dossel e intervalos de pastejos mais longo.
Esses autores atribuíram as repostas obtidas á maior frequência de
47
manipulação dos perfilhos durante as avaliações, que permitiu maior entrada
de luz até a base do dossel.
Tabela 12 – Densidade populacional de perfilhos (DPP) do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo DPP (perfilhos/m
2)
Média Primavera Verão Outono
30/10 662 A 907 A - 829 A
30/15 584 AB 938 A 621 B 782 B
35/20 523 B 774 B 748 AB 697 BC
40/15 658 A 678 C 901 A 683 C
CV(%)1 8,7 6,8 19,0 5,6
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatísticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
Acúmulo de forragem total e relação lâmina:colmo
As estratégias de manejo afetaram (P<0,10) o acúmulo de forragem
total. Registrando-se os maiores valores para esta varíavel nas estratégias
40/15 e 30/10, que mesmo com número de cortes distintos, não diferiram entre
si com aproximadamente 18000 kg/ha de MS (Tabela 13).
O menor número de cortes observado na estratégia 40/15 em relação a
30/15 foi compensado pelo maior acúmulo de forragem por corte, que pode ser
explicado pela menor frequência de cortes verificada nessa estratégia (Tabela
3). Padrão análago de resposta foi reportado por Pedreira (2006) para o capim-
xaraés e por Souza Jr. (2007) para o capim-marandu.
O mesmo não foi observado na estratégia 35/20, que resultou em dois
cortes a mais em relação a combinação 40/15, porém apresentou acúmulo de
forragem cerca de 31% inferior. Adicionanalmente, as maiores taxas de
alongamento de folhas e colmos contribuíram para o elevado acúmulo de
forragem encontrado na estratégia 40/15.
No geral, ao considerar os períodos do ano os maiores valores para o
acúmulo de forragem variaram entre as estratégia 40/15 e 30/15. Todavia, é
necessário verificar detalhadamente cada componente da forragem acumulada
para avaliação mais precisa do que verdadeiramente tem potencial para ser
utilizado pelo animal.
Para a produção animal baseada no uso de pastagens um dado
zootécnico importante refere-se ao número de unidades animais (UA) por
48
hectare. Comparando a capacidade de suporte em cada estratégia, para uma
eficiência de pastejo de 75% e consumo de MS de 2,5% do peso corporal,
verifica-se uma diferença média de 1,2 unidades animais/hectare para as
estratégias 40/15 e 30/15 em relação a 30/10 e 35/20.
Tabela 13 – Acúmulo de forragem do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo Acúmulo de forragem (kg/ha de MS)
Média Primavera Verão Outono
30/10 4014 B 10766 A - 14781 B
30/15 3558 B 11316 A 2443 A 17318 A
35/20 4194 B 8170 B 1804 AB 14168 B
40/15 6013 A 11323 A 1312 B 18648 A
CV(%)1 17,7 7,9 22 9
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
A relação lâmina:colmo foi influenciada (P<0,10) pelas estratégias de
manejo. Os valores registrados para as parcelas submetidas as metas 30/10,
30/15 e 35/20 foram semelhates entre si, e superiores áqueles observados na
estratégia 40/15 (Tabela 14). Para as épocas do ano a relação lâmina:colmo
apresentou diferenças somente no verão (P<0,10), com os maiores valores
registrados nos tratamentos correspondentes as combinações 30/15 e 30/10.
No outono praticamente não houve produção de colmo, certamente em função
dos efeitos climáticos (Figura 1) reduzindo a diponibilidade dos fatores de
crescimento para planta.
Silva Neto (2010) encontrou para o capim-marandu maiores relações
lâmina:colmo para os dosseis manejados com maiores frequências de
desfolha. Tendência que foi observada no presente estudo para as estratégias
30/15 e 35/20, nas quais foram registrados os períodos de descanso mais
curtos.
A relação lâmina:colmo é um dos fatores que determinam a facilidade de
apreensão (Flores et al., 2008) e o valor nutricional da forragem consumida
pelos animais (Pena et al., 2009), sugerindo que os tratamentos com maiores
valores para esta variável podem favorecer o desempenho animal.
49
Tabela 14 – Relação lâmina:colmo (RLC) do capim-piatã submetido a estratégias de manejo durante três épocas do ano
Estratégias de manejo LFC
Média Primavera Verão
30/10 2,76 A 3,53 A 3,28 A
30/15 2,62 A 3,08 A 3,32 A
35/20 2,34 A 2,95 B 2,95 A
40/15 2,12 A 2,23 B 2,20 B
CV(%)1 17,8 14,8 13,7
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
50
4 - Conclusões
Para alcançar altos níveis de eficiência na produção e utilização do
capim-piatã deve-se utilizar como meta de manejo a altura pré-corte de
30 cm combinada com a altura pós-corte de 15 cm. Essa estratégia
promove elevado acúmulo de forragem associado a relação
lâmina:colmo favorável a produção animal a pasto.
O manejo do capim-piatã utilizando a altura pré-corte de 30 cm,
independente do resíduo pós-corte, promove menores taxas de
senescência e alongamento de colmo.
Em sistemas de produção com baixa capacidade de gerencimento, a
estratégia 40/15 pode ser utilizada. Os maiores intevalos de rebrotação
observados nesta estratégia podem flexibilizar as ações de manejo
dentro da fazenda. Todavia a qualidade da forragem e a estrutura do
pasto é comprometida em funcão da baixa relação lâmina:colmo
observada nesta estratégia.
51
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56
Capítulo II
PRODUÇÃO DE FORRAGEM E COMPOSIÇÃO MORFOLÓGICA DO CAPIM-
PIATÃ SUBMETIDO A ESTRATÉGIAS MANEJO
Resumo – O experimento foi conduzido em área experimental do curso de
Zootecnia no período de novembro de 2008 a maio de 2009 com objetivo de
avaliar a produção de forragem e a composição morfológica do capim-piatã
submetido a estratégia de manejo. Foram avaliadas quatro estratégias de
manejo, resultantes de três alturas de pré-corte, determinadas pelo momento
em que as plantas atingiam 30, 35 e 40 cm, e três intensidades de cortes,
determinadas pela altura pós-corte de 10, 15 e 20 cm, combinadas da seguinte
maneira: 30/10; 30/15; 35/20 e 40/15. Foi utilizado um delineamento
experimental em blocos casualizados com cinco repetições. Foram avaliados o
acúmulo de forragem e de seus componentes morfológicos, as taxas de
acúmulo, a composição morfológica, a densidade volumétrica de forragem e a
relação folha:colmo. O acúmulo de forragem total foi semelhante entre as
estratégias de desfolhas, com a média de 8700 kg/ha de MS. Apesar das
maiores taxas de acúmulo de forragem registradas nas estratégias 40/15,
30/10 e 35/20 não houve diferenças no acúmulo de forragem em função do
intervalo entre corte e número de cortes variável entre as estratégias. As
estratégias correspondentes a cortes mais frequentes, 35/20 e 30/15,
proporcionaram maiores porcentagens de folhas, registrando-se valores
médios de 84% e menores de colmos 12%. As maiores densidades
volumétricas de forragem e de folhas foram observadas nas combinações
40/15 e 30/10. Todavia, as menores relações folha:colmo observadas nestas
estratégia tem efeito negativo sobre a estrutura e a qualidade da forragem
acumulada. Estratégias de manejo do capim-piatã basedas nas combinações
35/20 e 30/15 proporcionam uma estrutura de pasto favorável a colheita da
forragem por animais em pastejo, sem comprometer o acúmulo de forragem.
Palavras chaves: metas de pasto, manejo da desfolha, pastagem, acúmulo de
forragem
57
Chapter II
FORAGE PRODUCTION AND MORPHOLOGICAL COMPOSITION OF
GRASS-PIATÃ SUBJECT TO MANAGEMENT STRATEGIES
Abstract – The experiment was carried in the field of Animal Science course
from November 2008 to May 2009 to evaluate forage production and
morphological composition of grass Piata submitted to management strategy.
Evaluated were management strategies, resulting from three heights pre-cutting
as determined by the time when the plants reached 30, 35 and 40 cm, and
three intensities of cut determined by the heights post-cutting 10, 15 and 20 cm
combined as follows: 30/10, 30/15, 35/20 and 40/15. We used a randomized
complete block design with five replicates. We evaluated the accumulation of
forage and its morphological components, accumulation rates, morphological
composition, volume density of forage and leaf: stem ratio. The total forage
accumulation was similar between the strategies of defoliation, with an average
of 8700 kg/ha DM. Despite higher rates of forage accumulation in strategies
40/15 30/10 and 35/20 there were no differences in forage accumulation due to
the cutting interval and cutting the number of variables between the strategies.
The strategies corresponding to more frequent cuts, 35/20 and 30/15 have
provided the highest percentages of leaves, registering average of 84% and
lower of stems 12%. The highest volumetric densities of forage of and leaf were
in combinations observed 40/15 and 30/10. However, lower leaf: stem ratio
observed in these strategies has a negative effect on the structure and quality
of forage accumulated. Management strategies grass-piatã based as
combinations in 35/20 and 30/15 provide a structure favorable to of pasture
forage crop for grazing animals, without compromising the accumulation of
forage
Keywords - targets of pasture, grazing management, pasture, forage
accumulation
58
1 – Introdução
A intensificação dos sistemas de produção com ênfase no uso de
pastagens depende entre outros fatores, de práticas de manejo que assegurem
eficiência nos processos de produção e utilização da forragem de forma
sustentável. Nesse sentido, a proposição e avaliação de gramíneas forrageiras
utilizando do conceito de metas de manejo definidas em termos de altura de
pasto (Hodgson, 1990) em condições edafoclimáticas distintas, têm contribuído
para o desenvolvimento de uma pecuária mais eficiente.
O processo de utilização de forragem em sistemas de produção animal a
pasto apresenta elevado grau de complexidade, caracterizado por dois
componentes com propriedades distintas e ao mesmo tempo conflitantes, a
forragem e o animal. Estratégias de manejo com base em diferentes estruturas
podem resultar em alterações nos padrões de acúmulo de forragem,
composição morfológica e no valor nutricional da forragem (SOUZA JR., 2007;
SARMENTO, 2007). Dessa forma, encontrar o equilíbrio entre a intensidade e
frequência de desfolhação que atenda as necessidades das plantas e as
exigências nutricionais dos animais, envolve a compreensão da relação de
causa e efeito entre a estrutura do pasto e a dinâmica do acúmulo de forragem.
Dentro dessa perspectiva a busca por estratégias de manejo que
otimizem a produção de forragem de qualidade em uma estrutura que seja
favorável ao comportamento ingestivo dos animais tem sido cada vez maior,
principalmente para gramíneas recém lançadas como é o caso da Brachiaria
brizantha cv. piatã.
O capim-piatã é uma gramínea originária da África que esta disponível
no mercado desde o ano de 2006 (Almeida et al., 2009) como mais uma opção
para formação e diversificação de pastagens, além de uma excelente
alternativa forrageira para produção animal. No entanto, o manejo do capim-
piatã ainda segue as recomendações preconizadas para Brachiaria brizantha
cv. marandu, em razão da reduzida quantidade de informações sobre o manejo
desta cultivar (EMBRAPA, 2011; ANDRADE et al., 2010). Em função das
diferenças morfológicas entre os cultivares de Brachiaria brizantha certamente
59
o manejo destas gramíneas requer estratégias diferenciadas (EUCLIDES et al.,
1997; EUCLIDES et al., 2008).
Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito de quatro
estratégias de manejo, baseadas na altura de pré e pós-corte, sobre o acúmulo
de forragem e a composição morfológica do capim-piatã ao longo da estação
chuvosa nas condições edafoclimáticas da região Sul do Estado de Mato
Grosso.
60
2 - Material e Métodos
O experimento foi conduzido em área experimental do Curso de
Zootecnia da Universidade Federal do Mato Grosso, Campus Universitário de
Rondonópolis, situado nas coordenadas geográficas 16º28’ latitude Sul, 54º34’
longitude oeste e altitude de 285 m. O clima da região segundo a classificação
de Köppen é o Aw, caracterizado pela distribuição irregular das chuvas ao
longo do ano, com ocorrência bem definida de um período seco e outro
chuvoso.
O experimento teve inicio no dia 17/11/2008 e totalizou 186 dias de
período experimental, compreendendo os meses de novembro de 2008 a maio
de 2009. As informações referentes às condições climáticas durante o período
experimental (Figura 1) foram obtidas na estação meteorológica localizada a
uma distância aproximada de 400 m da área experimental.
Figura 03 – Precipitação mensal acumulada e temperaturas (T) mínima, média e máxima (média mensal) ocorridas durante o período experimental, de novembro de 2008 a maio de 2009.
As parcelas experimentais foram alocadas em uma área cujo solo na
camada de 0-20 cm de profundidade apresentou as seguintes características
químicas e físicas antes do início do experimento: pH em CaCl2= 4,9; P= 1,7
mg/dm3; K= 29 mg/dm3; Ca2+= 1 cmolc/dm3; Mg2+= 1 cmolc/dm3; H+Al3+= 2,9
cmolc/dm3; Al3+= 0,1 cmolc/dm3; matéria orgânica= 13,5 g/Kg; soma de bases=
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0
50
100
150
200
250
nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09
Tem
pera
tura
(o
C )
Pre
cip
itação
(m
m)
Meses
Precipitação T máxima T mínima T média
61
2,1 cmolc/dm3; capacidade de troca catiônica= 4,5 cmolc/dm3; saturação por
bases= 46%; argila= 400 g/kg; silte= 100 g/kg e areia total= 500 g/kg.
Para manutenção da fertilidade do solo na área experimental, foi
realizada a aplicação estratégica de adubos químicos (Tabela 1). Foram
aplicados 150 kg/ha de nitrogênio na forma de uréia e 75 kg/ha de K2O na
forma de cloreto de potássio, parcelados em três doses de 50 kg/ha de N e 25
kg/ha de K2O. Também foram aplicados 50 kg/ha de P2O5, na forma de
superfosfato simples, distribuído em dose única. As doses de fertilizantes
utilizadas foram próximas as recomendações de Cantarutti et al. (1999), para
sistemas de exploração de pastagens utilizando níveis médios de tecnologia.
Tabela 15 – Dados da aplicação de fertilizantes na área experimental ao longo do experimento
Aplicação Data Fertilizantes (kg/ha)
N K P
1 06/11/2008 50 25 50
2 15/01/2009 50 25 -
3 07/03/2009 50 25 -
A gramínea avaliada foi o capim Brachiaria brizanta cv. Piatã cuja
implantação na área experimental foi realizada em março de 2007. O plantio foi
realizado em parcelas de 4,0 x 3,0 m, sendo a semeadura realizada em linhas
com espaçamento de 32 cm.
O delineamento utilizado foi em blocos completos casualizados com
quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos experimentais
corresponderam a quatro estratégias de manejo, resultantes da combinação
entre três alturas pré-cortes, determinadas pelo momento em que as plantas
atingiam alturas de 30, 35 e 40 cm e três intensidades de cortes, determinadas
pela altura pós-corte de 10, 15 e 20 cm acima do nível do solo. Para facilitar a
apresentação e a discussão dos resultados, as combinações foram descritas
da seguinte forma:
30/10 = 30 cm de altura de corte e 10 cm de altura pós-corte;
30/15 = 30 cm de altura de corte e 15 cm de altura pós-corte;
35/20 = 35 cm de altura de corte e 20 cm de altura pós-corte;
62
40/15 = 40 cm de altura de corte e 15 cm de altura pós-corte;
Por meio dessas estratégias buscou-se avaliar o capim-piatã sob
condições próximas aquelas preconizadas para o capim-marandu sob lotação
rotativa, em que o pastejo tem início quando o pasto atinge 25 cm de altura e
término quando uma altura de resíduo de 15 cm é atingida (SOUZA JR, 2007).
De forma que, buscou-se observar as respostas do capim-piatã para cortes
mais frequentes menos intensos nas estratégias 30/15 e 35/20, e cortes menos
frequentes e mais intensos nas estratégias 30/10 e 40/15.
Para o início do experimento foi realizado o corte do capim de acordo
com a altura pós-corte de cada tratamento. A partir desse momento procedeu-
se o monitoramento da altura do pasto nas parcelas conforme com os
respectivos tratamentos.
A altura média do dossel nas parcelas foi mensurada utilizando-se uma
régua feita de tubo PVC graduada em centímetros (Figura 4). Foram
mensurados 10 pontos aleatórios por parcelas, totalizando 50 pontos por
tratamento. A altura do dossel em cada ponto correspondeu a altura média da
curvatura das folhas superiores em torno da régua.
Figura 04 – Mensuração da altura média e coleta de forragem nas parcelas experimentais
As amostras para avaliação das características produtivas e estruturais
do pasto, foram coletadas utilizando-se de um quadro metálico de 1 x 0,6 m ,
alocado em dois pontos representativos da altura média das plantas nas
parcelas (Figura 4). Para quantificar o acúmulo de forragem total e dos
63
componentes morfológicos toda forragem existente dentro do quadro de
amostragem foi cortada a uma altura de resíduo de 10, 15, ou 20 cm acima do
nível do solo, de acordo com cada estratégia de corte preconizada. Em seguida
as amostras foram colocadas em sacos previamente identificados e
encaminhados para o laboratório para pesagem das amostras. Após a
pesagem, retirou-se duas subamostras, uma para determinação da matéria
seca e outra para quantificar as frações de lâmina foliar, pseudocolmos e
material morto. Em seguida as subamostras foram pesadas em balança semi-
analítica, e submetidas a secagem em estufa de circulação forçada de ar a
79ºC por um período de 72 h para determinação do peso seco dos
componentes morfológicos. A partir dos dados obtidos em cada corte foi
estimado o acúmulo de forragem total e dos componentes morfológicos:
Acúmulo de forragem total (folha+pseudocolmo+material morto);
Componentes morfológicos (acúmulo de lâmina foliar, de pseudocolmo e
de material morto separadamente);
O acúmulo total de massa seca do período experimental foi calculado
através do somatório do acúmulo de forragem obtido em cada corte ao longo
do período experimental.
Os valores referentes ao acúmulo foram expressos em kilograma por
hectare de matéria seca (kg/ha de MS), e a composição morfológica em
porcentagem (%).
A taxa de acúmulo de forragem e dos componentes morfológicos foram
calculadas dividido-se os valores encontrados para o acúmulo de forragem de
cada fração pelo número de dias de cada intervalo de corte, e os valores foram
expressos em kg/ha.dia de MS.
A densidade volumétrica de forragem e dos componentes morfológicos
foi obtida dividindo-se os valores encontrados para o acúmulo de forragem de
cada fração pela altura média da parcela no dia do corte, e os valores foram
expressos em kg.ha/cm. A relação folha/colmo foi obtida a partir do quociente
entre massa seca de folhas e a massa seca de colmo.
64
Em função dos intervalos de cortes serem variáveis, os dados coletados
para cada tratamento foram agrupados na forma de médias ponderadas dentro
de três épocas do ano, definidas da seguinte maneira:
- Primavera: novembro e dezembro
- Verão: janeiro, fevereiro e março
- Outono: abril e maio
Os dados foram submetidos à análise de variância e teste Tukey para
comparações das médias, ao nível de 10% de significância, utilizando-se o
Sistema para Análises Estatísticas - SAEG, versão 9.1 (Universidade Federal
de Viçosa, 2007).
65
3 - Resultados e discussão
Acúmulo de forragem total
O acúmulo total de lâminas foliares foi afetado (P<0,10) pelas
estratégias de cortes (Tabela 16). Os tratamentos representados pelas
combinações 30/15, 35/20 e 40/15 não diferiram entre si (P>0,10) e
apresentaram as maiores produções de lâminas foliares, média de 7270 kg/ha
de MS.
Em relação às épocas do ano, o acúmulo de lâmina foliar apresentou
respostas bastante variáveis. Durante a primavera o maior valor foi observado
nas parcelas submetidas à estratégia 35/20 que resultou no valor médio de
2400 kg/ha de MS. Enquanto que no verão foi registrado o maior acúmulo de
lâminas para as estratégias 40/15, 30/15 e 30/10 as quais não diferiram entre si
com média de 4530 kg/ha de MS. E no outono as estratégias 35/20 e 30/15
com o valor médio de 950 kg/ha de MS apresentaram o maior acúmulo lâminas
foliares.
Embora as estratégias 40/15 e 30/10 tenham apresentado um menor
número de cortes em relação às estratégias 30/15 e 35/20 (Tabela 16) a maior
produção folhas por ciclos de cortes na 40/15 foi suficiente para compensar
essa diferença. O mesmo não foi observado na estratégia 30/10, que embora
também tenha resultado em elevada produção de lâminas por ciclo, apresentou
menor acúmulo total de lâminas.
Tabela 16 – Acúmulo de lâmina foliar do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
O acúmulo de colmos variou (P<0,10) com as estratégias de manejo
adotadas. Verificou-se o menor valor médio para o acúmulo de colmos na
Estratégias de manejo Acúmulo de lâmina foliar (kg/ha de MS)
Primavera Verão Outono Total
30/10 1752 B 4520 A - 6272 B
30/15 1990 B 4494 A 912 A 7396 A
35/20 2498 A 3918 B 980 A 7396 A
40/15 1976 B 4565 A 477 B 7018 A
CV(%) 11,2 7 16,5 6,3
66
estratégia 30/15, cerca de 1140 kg/ha de MS, o que pode ser explicado pela
menor frequência de corte. Comportamento semelhante foi observado na
estratégia 35/20 que produziu 1246 kg/ha de MS de colmo. Pedreira et al.
(2007), durante o período das águas, observaram que acúmulo de colmo foi
maior para a cultivar xaraés manejada a 28 dias de intervalo entre pastejo,
comparada a 22 dias (95% interceptação luminosa).
Comparando as estratégias dentro das épocas, na primavera e no
outono o menor (P<0,10) valor para o acúmulo de colmo também foi
encontrado na estratégia 30/15, e durante o verão na estratégia 35/20. Na
Tabela 17 são mostrados os resultados referentes ao acúmulo de colmos.
No geral o maior acúmulo de colmos foi observado nas estratégias
associadas a cortes menos frequentes. Esses resultados corroborram aqueles
encontrado por Marcelino et al. (2006), ao estudar o capim-marandu manejado
sob duas intensidades e três frequências de corte. Esses autores observaram
que o aumento do intervalo de desfolhações proporcionou maiores quantidades
de colmos na massa de forragem. Evidenciando o efeito do intervalo de corte
ou pastejo, sobre a estrutura do pasto e o valor nutricional da forragem. Pena
et al. (2009) acrescenta que a frequência de desfolhação parece ser o método
mais eficiente no controle de desenvolvimento da fração colmo.
Tabela 17 – Acúmulo de colmos do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-
cortes em diferentes épocas do ano
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
No acúmulo de material morto não houve diferenças (P<0,10) entre as
estratégias de cortes, registrando uma média de 285 kg/ha de MS (Tabela 18).
Esses valores estão muito abaixo da produção verificada por Dourado (2009)
cerca de 1.070 e 1.280 kg/ha/ano de MS de material morto para o capim piatã
Estratégias de manejo Acúmulo de colmo (kg/ha de MS)
Primavera Verão Outono Total
30/10 395,7 B 979,2 AB - 1374 AB
30/15 360,8 B 737 BC 41,9 B 1139 B
35/20 667,9 A 487,9 C 90,5 A 1246 B
40/15 580,9 AB 1045 A 99 A 1724 A
CV(%) 30,9 22,9 34,5 20,4
67
adubado com 0 e 258 kg/ha de N, respectivamente. Indicando que as
estratégias empregadas inclusive aquelas onde foram encontradas as menores
frequências de desfolha não foram suficientes para alterar o acúmulo de
material morto.
Tabela 18 – Acúmulo material morto do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano
Estratégias de manejo Acúmulo de material morto (kg/ha de MS)
Primavera Verão Outono Total
40/15 91,4 A 207 A 6,21 B 304,6 A
35/20 95,4 A 150 AB 69,7 A 315,1 A
30/15 77,7 A 129 B 79,7 A 286,4 A
30/10 61,5 A 175 AB - 236,5 A
CV(%) 43,6 28,6 36,7 26,7 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
O acúmulo de forragem não foi influenciado (P>0,10) pelas estratégias
de cortes ao final do experimento. Contudo considerando as épocas avaliadas
foram verificadas diferenças (P<0,10) entre as estratégias (Tabela 19).
Na primavera e no outono foram registrados os maiores valores para o
acúmulo de forragem na estratégia com maior altura pós-corte e cortes mais
frequentes (35/20). No verão as estratégias 30/15, 30/10 e 40/15 foram
semelhantes entre si e superiores a 35/20.
Embora os tratamentos representados pelas estratégias 30/10 e 40/15
resultaram nos menores valores para o acúmulo de lâminas foliares, o maior
acúmulo de colmos observados nestas estratégias possibilitaram uma
compensação, que resultou em acúmulo de forragem semelhante entre as
estratégias. Comportamento semelhante foi verificado por Sarmento (2007)
para o capim-marandu submetido a estratégias de pastejo. Tal fato se traduz
em implicações importantes para o manejo da desfolhação, tendo em vista, que
a fração colmo compromete a estrutura do pasto e também a qualidade da
forragem ofertada aos animais.
68
Tabela 19 – Acúmulo de forragem do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano
Estratégias de manejo Acúmulo de forragem(kg/ha de MS)
Primavera Verão Outono Total
40/15 2649 AB 5818 A 582,5 B 9050 A
35/20 3261 A 4556 B 1140 A 8957 A
30/15 2428 B 5360 A 1034 A 8822 A
30/10 2209 B 5674 A - 7883 A
CV(%) 15,16 9,16 16,8 8,4 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
Dinâmica do acúmulo de forragem
As taxas de acúmulo de forragem foram influenciadas (P<0,10) pelas
estratégias de manejo adotadas (Tabela 20). A maior taxa de acúmulo de
forragem ocorreu na estratégia 40/15, cerca de 63,65 kg/ha.dia de MS.
Possivelmente em consequência dos ciclos de cortes menos frequentes
registrados nesta estratégia.
Pedreira et al. (2007) ao estudar a dinâmica do acúmulo de forragem do
capim-xaraés submetido a estratégias de pastejo com base em critérios de
interceptação luminosa, sob lotação rotativa, relataram que o tratamento com
as maiores taxas de acúmulo de forragem pode ser explicado pelo aumento na
taxa de acúmulo de colmos em consequência do aumento na competição de
luz, que se torna mais intensa nas estratégias que promovem intervalos de
cortes ou pastejos mais longos.
A taxa de acúmulo de forragem apresentou comportamento variável
(P<0,10) dentro das épocas. As parcelas submetidas à estratégia 35/20
resultaram nas maiores taxas de acúmulo de forragem durante a primavera,
enquanto que no verão e no outono as maiores taxas foram observadas nas
estratégias 40/15 e 30/10 (Tabela 20).
69
Tabela 20 – Taxa de acúmulo de forragem do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano
Estratégias de manejo Taxa de acúmulo de forragem (kg/ha/dia de MS)
Primavera Verão Outono Média
30/10 50,21 B 63,05 A - 58,95 AB
30/15 55,2 B 59,56 A 19,88 C 51,68 B
35/20 74,13 A 50,62 B 42,23 B 56,53 AB
40/15 60,2 AB 64,64 A 72,81 A 63,65 A
CV(%) 15,1 9,1 21,2 8,9 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
A taxa de acúmulo de lâmina foliar variou (P<0,10) com as estratégias
de manejo. O maior valor para o acúmulo de lâmina foliar foi encontrado na
estratégia 40/15 e o menor na 30/15, enquanto que aqueles observados nas
estratégias 30/10 e 35/20 apresentaram valores intermediários (Tabela 21).
Em relação às épocas do ano as estratégias apresentaram
comportamento variável. A estratégia 35/20 na primavera resultou no maior
valor para o acúmulo de lâmina foliar. No verão os maiores valores foram
observados nas estratégias 40/15, 30/10 e 30/15 que não diferiram entre si.
Enquanto que no outono o maior acúmulo de lâminas foi registrado na
estratégia 40/15.
Tabela 21 – Taxa de acúmulo de lâmina foliar do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano
Estratégias de manejo Taxa de acúmulo de lâmina foliar (kg/ha/dia de MS)
Primavera Verão Outono Média
30/10 39,8 B 50,2 A - 46,91 AB
30/15 45,2 B 49,9 A 17,5 C 43,18 B
35/20 56,7 A 43,5 B 36,3 B 46,56 AB
40/15 44,9 B 50,7 A 59,6 A 49,44 A
CV(%) 7 11,2 19,84 6,6 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
Para a taxa de acúmulo de colmos foi verificado efeito significativo das
estratégias de cortes estudadas (Tabela 22). A maior taxa de acúmulo de
colmo foi observada na estratégia 40/15 e a menor na 30/15. Esses resultados
podem ser associados aos intervalos de cortes mais longos na estratégia 40/15
70
e mais curto na 30/15, que foram reflexo das diferenças entre a altura das
plantas no pré-corte e no resíduo.
As estratégias de manejo foram influenciadas (P<0,10) pelas épocas do
ano. Nas parcelas submetidas às estratégias 35/20 e 4015 foram registrados
os maiores valores para taxa de acúmulo de colmos durante a primavera. No
verão foram os tratamentos representados pelas estratégias 40/15 e 30/10 e no
outono foi a estratégia 40/15 que mais produziu este componente.
A estrutura do dossel nas estratégias 40/15 e 30/10 podem ser
comprometidas, em razão, do aumento da taxa de acúmulo de colmos. Embora
não houve diferença no acúmulo de forragem, esses resultados sugerem que
ocorre uma melhor qualidade de forragem nas estratégias 35/20 e 30/15 dada
pela menor taxa de acúmulo de colmos, que leva a um aumento da relação
lâmina:colmo, evento que tem associação positiva com o valor nutritivo da
forragem (DIFANTE et al, 2010) e com comportamento dos animais em pastejo
(FLORES et al. 2008).
Ratificando esses resultados Souza Junior (2007) explicou que, períodos
de descansos mais longos não necessariamente garantem acúmulo de matéria
seca elevado, e a forragem produzida ainda pode apresentar menor valor
nutricional em consequência do maior acúmulo de colmos e material morto,
afetando de forma negativa o consumo de forragem e consequentemente o
desempenho animal.
Tabela 22 – Taxa de acúmulo de colmo do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano
Estratégias de manejo Taxa de acúmulo de colmo (kg/ha/dia de MS)
Primavera Verão Outono Média
40/15 13,2 AB 11,6 A 12,3 A 12,7 A
30/10 8,9 B 10,8 AB - 10,8 AB
35/20 15,1 A 5,4 C 3,35 B 8,05 BC
30/15 8,2 B 8,1 BC 0,80 B 6,96 C
CV(%) 30,9 22,9 43,4 21,50 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
De maneira geral, as taxas de acúmulo de forragem, de lâmina foliar e
de colmo se comportaram de maneira semelhante. Na primavera os maiores
71
valores foram observados na estratégia 35/20, os quais podem ser atribuídos
ao maior número de ciclos de cortes que possibilitaram maior acúmulo para
esta estratégia durante essa época. Entretanto durante o verão os maiores
valores foram encontrados nas estratégias 40/15 e 30/10. Apesar do menor
número de ciclos de cortes nessas estratégias em relação a 35/20, esses
resultados são explicados pelo maior acúmulo por ciclo de cortes causados
pelos intervalos de rebrotação mais longos. O mesmo ocorreu na estratégia
40/15 durante o outono, sendo os maiores valores explicados pelo maior
acúmulo por ciclo de corte.
Composição morfológica de forragem
A composição morfológica da forragem variou (P<0,10) com as
estratégias de cortes (Tabela 23). As estratégias de manejo que resultaram em
cortes menos frequentes, ou seja, as combinações 35/20 e 30/15 apresentaram
as maiores porcentagens de folhas na forragem acumulada, registrando-se
valores de 83 e 84%, respectivamente. Em contrapartida, nas estratégias onde
foram verificados os ciclos de cortes menos frequentes, 40/15 e 30/10, foram
observadas as maiores proporções de colmo na forragem, sendo encontrados
valores de 18 e 17% respectivamente. Portanto, estratégias de manejo sob
períodos de descansos mais curtos podem resultar em forragem de qualidade
superior, tendo em vista, que as folhas representam a fração mais nutritiva das
plantas forrageiras.
Tabela 23 – Composição morfológica capim-piatã submetido a alturas pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano
Estratégias de manejo Componentes da forragem (%)
Lâmina foliar Colmos Material morto
30/10 79,72 B 17,25 A 3,01 A
30/15 84,68 A 11,20 B 4,11 A
35/20 83,71 A 12,70 B 3,58 A
40/15 77,75 B 18,89 A 3,35 A
CV(%) 2,1 11,2 19,7 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
72
A composição morfológica nas diferentes épocas avaliadas sofreu efeito
(P<0,10) das estratégias de desfolha (Tabela 24), observando um
comportamento variável entre as épocas.
Tabela 24 – Composição morfológica do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano
Estratégias de manejo Lâmina foliar(%) Colmos(%) Material morto(%)
Primavera
30/10 79,3 AB 17,8 AB 2,7 A 30/15 82,1 A 14,6 B 3,2 A 35/20 77,3 AB 19,8 A 2,8 A 40/15 75,3 B 21,2 A 3,3 A CV(%) 4,4 16 33,7
Verão
30/10 79,8 B 16,9 A 3,1 A 30/15 83,9 A 13,6 B 2,4 A 35/20 86,0 A 10,6 B 3,2 A 40/15 78,5 B 17,9 A 3,5 A CV(%) 2,4 12,7 27,1
Outono
30/10 - - - 30/15 88,1 A 4,0 C 7,7 A 35/20 86,3 A 7,8 B 5,8 A 40/15 82,1 B 16,6 A 1,1 B CV(%) 2,3 21,4 31
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
Na primavera as parcelas submetidas às estratégias as 30/15 e 30/10
apresentaram maior proporção de folhas e menor de colmos na forragem
acumulada, em relação às demais estratégias utilizadas. Já no verão e outono
a maior proporção de folhas foi registrada nos tratamentos resultantes das
combinações 30/15 e 35/20, as quais também apresentaram as menores
porcentagens de colmos.
Independente das épocas avaliadas os tratamentos que resultaram em
cortes mais frequentes apresentaram maior proporção de folhas e menor de
colmos na forragem acumulada. Dessa forma, estratégias de manejo do
pastejo baseadas nas combinações 35/20 e 30/15 podem favorecer o
desempenho animal, em razão da possibilidade de obter forragem de melhor
qualidade. Devido a maior participação do componente folha, que tende a
melhorar a qualidade da forragem em função do seu valor nutricional, e menor
participação da fração colmo, que além de comprometer a digestibilidade
73
(PACIULLO et al., 2001), ainda tem influência negativa sobre o consumo de
forragem pelos animais (DIFANTE et al., 2011)
Relação folha:colmo e as densidades de volumétricas
A relação lâmina:colmo variou (P<0,10) com as estratégias de manejo.
As metas de manejo 30/15 e 35/20 foram as que resultaram nos maiores
valores para relação lâmina:colmo (Tabela 25). Enquanto que nas estratégias
40/15 e 30/10 foi observado um estreitamento da relação folha:colmo,
provavelmente em função da maior produção de colmos causadas pelas
menores frequências de cortes.
Os valores que foram encontrados para relação folha:colmo estão acima
do que foi verificado por Euclides (2008) trabalhando com o capim-piatã
manejado sob lotação alternada, com 28 dias de ocupação e 28 dias de
descanso.
As estratégias de manejo também foram afetadas (P<0,10) pelas épocas
do ano. Com o valor médio de 5,7 na primavera e 23 no outono a estratégia
30/15 apresentou a melhor relação folha:colmo. No verão a melhor relação
lâmina:colmo, média de 8,1, foi encontrada na combinação 35/20.
Tabela 25 – Relação folha:colmo do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano
Estratégias de manejo Relação folha:colmo
Primavera Verão Outono Média
30/10 4,4 AB 4,7 C - 4,6 B
30/15 5,7 A 6,2 B 23 A 9,0 A
35/20 4,1 B 8,1 A 13 B 7,8 A
40/15 3,6 B 4,4 C 5,0 B 4,2 B
CV(%) 20,5 14,1 45,3 16,9 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
As estratégias de cortes utilizadas influenciaram de forma significativa
(P<0,10) as densidades volumétricas de forragem e de lâminas foliares. Estas
variáveis apresentaram um padrão análogo de resposta, sendo registrado nas
estratégias 40/15 e 30/10 as maiores densidades (Tabela 26). Provavelmente,
em razão, do maior acúmulo de forragem.
74
As estratégias de manejo que resultaram em cortes menos frequentes
proporcionaram as maiores densidades, independente da altura de corte
realizada em cada estratégia. Quando a forragem ofertada aos animais é
pouco densa, estes encontram dificuldade em ingerir a forragem em
quantidade (Difante, 2005). No entanto, a menor relação folha:colmo observada
nas estratégias com densidades maiores implica em menor qualidade de
forragem. Segundo Gomide et al. (2007), o estreitamento da relação
lâmina:colmo é caracterizado por uma redução no valor nutricional da forragem
e pelo comprometimento da eficiência do pastejo.
Dentro das épocas houve efeito (P<0,10) das estratégias de cortes
sobre as densidades apenas durante o verão e o outono. As maiores
densidades dentro destas épocas também foram verificadas nas estratégias
40/15 e 30/10 (Tabela 26).
Na primavera não foi verificado efeito das estratégias sobre as
densidades. Os valores médios encontrados variaram de 41,9 a 51,2 e de 34,3
a 40,6 para densidade de forragem e densidade de folhas, respectivamente.
Tabela 26 – Densidade de forragem e de folhas do capim-piatã submetido a alturas pré e pós-cortes em diferentes épocas do ano
Estratégias de manejo Densidade forragem (kg.ha/cm de MS)
Primavera Verão Outono Média
30/10 51,2 A 64,5 A - 60,2 A
30/15 41,9 A 49,2 B 34,6 B 43,4 B
35/20 47,4 A 38,0 C 47,0 B 42,1 B
40/15 48,2 A 57,5 AB 63,1 A 54,9 A
CV(%) 13,7 A 10,2 18,7 9,4
Densidade de folha (kg.ha/cm de MS)
30/10 40,6 A 51,4 A - 47,8 A
30/15 34,3 A 41,1 B 30,5 B 36,5 C
35/20 36,2 A 32,7 C 40,4 B 34,9 C
40/15 35,8 A 44,9 B 51,7 A 42,5 B
CV(%) 10,6 7,9 17,8 7,2 Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste tukey (P>0,10). 1-coeficiente de variação
75
4 - Conclusão
O manejo do capim-piatã deve ser realizado utilizando as estratégias
35/20 e 30/15, pois estas são mais eficientes em reduzir o
desenvolvimento do componente colmo e proporcionam forragem com
maior presença de lâminas foliares, características que podem otimizar a
a utilização forragem produzida. No entanto é necessário confirmar esses
resultados com base em pesquisas utilizando-se animais em pastejo.
O capim-piatã demonstrou bastante plasticidade fenotípica às estratégias
de manejo avaliadas, pois não houve diferença no acúmulo total de
forragem. Todavia as estratégias 35/20 e 30/15 favorecem a produção
eficiente de forragem.
76
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79
Anexos
80
Anexo A - Dados referentes aos cortes realizados no capim-piatã durante o período
experimental
Número de cortes
Datas de cortes
30/10 30/15 35/20 40/15
1 23/12/2008 11/12/2008 11/12/2008 19/12/2008
2 21/01/2009 07/01/2009 06/01/2009 29/01/2009
3 26/02/2009 06/02/2009 03/02/2009 02/03/2009
4 31/03/2009 27/02/2009 26/02/2009 08/04/2009
5 - 31/03/2009 21/03/2009 -
6 - 22/05/2009 27/04/2009 -
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