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A narrao est vinculada nossa vida, pois sempre temos algo a
contar. Narrar relatar fatos e acontecimentos, reais ou fictcios,
vividos por indivduos, envolvendo ao e movimento. A narrativa impe
certas normas:a) o fato:que deve ter seqncia ordenada; a sucesso de
tais seqncias recebe o nome de enredo, trama ou ao; b)a
personagem;pessoas que participam da historia c) o ambiente:o lugar
onde ocorreu o fato; d) o momento:o tempo da aoO relato de um
episdio implica interferncia dos seguintes elementos:fato- o qu?
personagem- quem? ambiente- onde? momento- quando?Em qualquer
narrativa estaro sempre presenteso fatoea personagem, sem os quais
no h narrao. Na composio narrativa, o enredo gira em torno de um
fato acontecido. Toda histria tem um cenrio onde se desenvolve.
Desta forma, ao enfocarmos a trama, o enredo, teremos,
obrigatoriamente, de fazer descries para caracterizar tal cenrio.
Assim, acrescentamos: narrao tambm envolve descrio.
Narrao na 1 PessoaA narrao na 1 pessoa ocorre quando o fato
contado por um participante, isto ; algum que se envolva nos
acontecimentos ao mesmo tempo em que conta o caso. A narrao na 1
pessoa torna o texto muito comunicativo porque o prprio narrador
conta o fato e assim o texto ganha o tom de conversa amiga. Alm
disso, esse tipo de narrao muito comum na conversa diria, quando o
sujeito conta um fato do qual ele tambm participante.
Narrao na 3 PessoaO narrador conta a ao do ponto de vista de
quem v o fato acontecer na sua frente. Entretanto o contador do
caso no participa da ao. Observar: "Era uma vez um boiadeiro l no
serto, que tinha cara de bobo e fumaas de esperto. Um dia veio a
Curitiba gastar os cobres de uma boiada". Voc percebeu que os
verbos esto na 3 pessoa (era, veio) e que o narrador conta o caso
sem dele participar. O narrador sabe de tudo o que acontece na
estria e por isso recebe o nome de narrado onisciente. Observe: "No
hotel pediu um quarto, onde se fechou para contar o dinheiro.S
encontrou aquela nota de cem reais. O resto era papel e jornal..."
Voc percebeu que o boiadeiro est s, fechado no quarto. Mas o
narrador onisciente e conto o que a personagem est
fazendo.
Estrutura:- Introduo: Apresenta as personagens, localizando-as no tempo e no espao. - Desenvolvimento: Atravs das aes das personagens, constri-se a trama e o suspense que culmina no clmax. - Concluso: Existem vrias maneiras de se concluir uma narrao. Esclarecer a trama apenas uma delas.
Recursos:Verbos de ao, discursos direto, indireto e indireto livre.
Discurso direto:o narrador apresenta a prpria personagem falando
diretamente, permitindo ao autor mostrar o que acontece em lugar de
simplesmente contar.Lavador de carros, Juarez de Castro, 28 anos,
ficou desolado, apontando para os entulhos: Al minha frigideira, al
meu escorredor de arroz. Minha lata de pegar gua era aquela. Ali
meu outro tnis.Discurso indireto:o narrador interfere na fala da
personagem. Ele conta aos leitores o que a personagem disse, mas
conta em 3 pessoa. As palavras da personagem no so reproduzidas,
mas traduzidas na linguagem do narrador.Dario vinha apressado, o
guarda-chuva no brao esquerdo e, assim que dobrou a esquina,
diminuiu o passo at parar, encostando-se parede de uma casa. Foi
escorregando por ela, de costas, sentou-se na calada, ainda mida da
chuva, e descansou no cho o cachimbo. Dois ou trs passantes
rodearam-no, indagando se no estava se sentindo bem. Dario abriu a
boca, moveu os lbios, mas no se ouviu resposta. Um senhor gordo, de
branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.Discurso indireto
livre: uma combinao dos dois anteriores, confundindo as intervenes
do narrador com as dos personagens. uma forma de narrar econmica e
dinmica, pois permite mostrar e contar os fatos a um s
tempo.
Enlameado at a cintura, Tiozinho cresce de dio. Se pudesse matar
o carreiro... Deixa eu crescer!... Deixa eu ficar grande!... Hei de
dar conta deste danisco... Se uma cobra picasse seu Soronho... Tem
tanta cascavel nos pastos... Tanta urutu, perto de casa... se uma
ona comesse o carreiro, de noite... Um ono grande, da pintada...
Que raiva!... Mas os bois esto caminhando diferente. Comearam a
prestar ateno, escutando a conversa de boi Brilhante.O que se
pede:Imaginao para compor urna histria cativante que entretenha o
leitor, provocando expectativa. Pode ser romntica, dramtica ou
humorstica.A narrativa deve tentar elucidar os aconteCimt0s,
respondendo s seguintes perguntas essenciais:O QU? - o(s) fato(s)
que determina(n) a histria; QUEM? - a personagem ou personagens;
COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos; ONDE? - o lugar ou
lugares da ocorrncia
QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os fatos; POR
QU? - a causa do acontecimento.Observe como se aplicam no texto de
Manuel Bandeira esses elementos:
Tragdia brasileiraMisael, funcionrio da Fazenda, com 63 anos de
idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa prostituda com sfilis, dermite
nos dedos, uma aliana empenhada e os dentes em petio de misria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no
Estcio, pagou mdico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela
queria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou
logo um namorado. Misael no queria escndalo. Podia dar urna surra,
um tiro, urna facada. No fez nada disso: mudou de casa. Viveram trs
anos assim. Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael
mudava de casa. Os amantes moraram no Estcio, Rocha, Catete, Rua
General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marqus
de Sapuca, Niteri, encantado, Rua Clapp, outra vez no Estcio, Todos
os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Invlidos...Por fim na
Rua da Constituio, onde Misael, privado de sentidos e inteligncia ,
matou-a com seis tiros, e a polcia foi encontra-la cada em decbito
dorsal, vestida de organdi azul. Manuel Bandeira
O qu? Romance conturbado, que resulta em crime passional.Quem?
Misael e Maria Elvira.Como? O envolvimento inconseqente de um homem
de 63 anos com uma prostituta.Onde? Lapa, Estcio, Rocha, Catete e
vrios outros lugares.Quando? Durao do relacionamento: trs anos.Por
qu? Promiscuidade de Maria Elvira.Quanto estruturao narrativa
convencional, acompanhe a seqncia de aes que compem o
enredo:
Exposio: a unio de Misael, 63 anos, funcionrio pblico, a Maria
Elvira, prostituta;Complicao: a infidelidade de Maria Elvira obriga
Misael a buscar nova moradia para o casal;Clmax: as sucessivas
mudanas de residncia, provocadas pelo comportamento desregrado de
Maria Elvira, acarretam o descontrole emocional de Misael;Desfecho:
a polcia encontra Maria Elvira assassinada com seis
tiros.
Tipos de Narrativa
Romance: uma narrativa sobre um acontecimento ficcional no qual
so representados aspectos da vida pessoal, familiar ou social de
uma ou vrias personagens. Gira em torno de vrios conflitos, sendo
um principal e os demais secundrios, formando assim o enredo.
Novela:Assim como o romance, a novela comporta vrios personagens,
sendo que o desenrolar do enredo acontece numa sequncia temporal
bem marcada. Atualmente, a novela televisiva tem o objetivo de nos
entreter, bem como de nos seduzir com o desenrolar dos
acontecimentos, pois a maioria foca assuntos relacionados vida
cotidiana. Conto: uma narrativa mais curta, densa, com poucos
personagens, e apresenta um s conflito, sendo que o espao e o tempo
tambm so reduzidos. Crnica:Tambm fazendo parte do gnero literrio, a
crnica um texto mais informal que trabalha aspectos da vida
cotidiana, muitas vezes num tom muito sutil o cronista faz uma
espcie de denncia contra os problemas sociais atravs do poder
da
linguagem. Fbula:Geralmente composta por personagens
representados na figura de animais, de carter pedaggico, pois
transmite noes de cunho moral e tico. Quando so representadas por
personagens inanimados, recebe o nome de Aplogo, mas a inteno a
mesma da fbula. Narrao: Tipos de Narrador -narrador-personagem;
-narrador-observador; -
narrador-onisciente.Onarrador-personagemconta na 1 pessoa a histria
da qual participa tambm como personagem. Ele tem uma relao ntima
com os outros elementos da narrativa. Sua maneira de contar
fortemente marcada por caractersticas subjetivas, emocionais. Essa
proximidade com o mundo narrado revela fatos e situaes que um
narrador de fora no poderia conhecer. Ao mesmo tempo, essa mesma
proximidade faz com que a narrativa seja parcial, impregnada pelo
ponto de vista do narrador.
Onarrador-observadorconta a histria do lado de fora, na 3
pessoa, sem participar das aes. Ele conhece todos os fatos e, por
no participar deles, narra com certa neutralidade, apresenta os
fatos e os personagens com imparcialidade. No tem conhecimento
ntimo dos personagens nem das aes
vivenciadas.Onarrador-oniscienteconta a histria em 3 pessoa e, s
vezes, permite certas intromisses narrando em 1 pessoa. Ele conhece
tudo sobre os personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no
ntimo das personagens, conhece suas emoes e pensamentos. Ele capaz
de revelar suas vozes interiores, seu fluxo de conscincia, em 1
pessoa. Quando isso acontece, o narrador faz uso do discurso
indireto livre. Assim, o enredo se torna plenamente conhecido, os
antecedentes das aes, suas entrelinhas, seus pressupostos, seu
futuro e suas consequncias.
Bibliografia
http://www.algosobre.com.br/redacao/narracao.htmlhttp://www.brasilescola.com/redacao/narracao.htmhttp://www.algosobre.com.br/redacao/narracao-com-exemplos.html
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